A Morte de um Cacique
Poesia escrita por OliveiraBrasão - no coração dos pensadores é que mora a liberdade de sonhar.
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A <strong>Morte</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong><br />
<strong>Cacique</strong><br />
Edição 1
Dedicatória:<br />
A todos meus irmãos, parentes e<br />
amigos.
No peito do índio,<br />
Enfia-se a espada do tempo.<br />
Gemia na h<strong>um</strong>il<strong>de</strong> choupana,<br />
O príncipe do vento!
Com cabelos esbranquiçados,<br />
Corpo moribundo,<br />
Gemia <strong>de</strong>bilmente,<br />
O velho cacique Lobo Escuro!
No peito do índio,<br />
Enfia-se a espada do tempo.<br />
Gemia na h<strong>um</strong>il<strong>de</strong> choupana,<br />
O príncipe do vento!
Na cama <strong>de</strong> farrapos,<br />
Só <strong>um</strong>a tanga lhe protegia...<br />
Suave tristemente,<br />
O mestre da magia!
No peito do índio,<br />
Enfia-se a espada do tempo.<br />
Gemia na h<strong>um</strong>il<strong>de</strong> choupana,<br />
O príncipe do vento!
Com os lábios em feridas,<br />
Com a pele escarnecida,<br />
Chorava triste o mameluco, que tinha<br />
<strong>de</strong>ntro do peito,<br />
O po<strong>de</strong>r do outro mundo.
No peito do índio,<br />
Enfia-se a espada do tempo.<br />
Gemia na h<strong>um</strong>il<strong>de</strong> choupana,<br />
O príncipe do vento!
Com o grito na garganta,<br />
E o amuleto no peito,<br />
Suspirava lentamente,<br />
O filho do tempo.
No peito do índio,<br />
Enfia-se a espada do tempo.<br />
Gemia na h<strong>um</strong>il<strong>de</strong> choupana,<br />
O príncipe do vento!
Com os braços amarrados,<br />
E a espada lhe ferindo por <strong>de</strong>ntro.<br />
Parti <strong>de</strong>ste mundo,<br />
O filho do tempo.
No peito do índio,<br />
Enfia-se a espada do tempo.<br />
Gemia na h<strong>um</strong>il<strong>de</strong> choupana,<br />
O príncipe do vento!
Com o peito todo aberto,<br />
Da lâmina que lhe feria,<br />
Morria bravamente,<br />
O <strong>Cacique</strong> <strong>de</strong>sta índia!
No peito do índio,<br />
Enfia-se a espada do tempo.<br />
Gemia na h<strong>um</strong>il<strong>de</strong> choupana,<br />
O príncipe do vento!
Com o olhar voltado ao céu,<br />
Chora triste Lobo Escuro,<br />
Pois não conseguiu <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r,<br />
A herança do seu mundo.
No peito do índio,<br />
Enfia-se a espada do tempo.<br />
Gemia na h<strong>um</strong>il<strong>de</strong> choupana,<br />
O príncipe do vento!
Enfim a morte o levou,<br />
E ele pô<strong>de</strong> <strong>de</strong>scansar,<br />
Morreu sem enten<strong>de</strong>r,<br />
Porque tinha que lutar!
No peito do índio,<br />
Enfia-se a espada do tempo.<br />
Gemia na h<strong>um</strong>il<strong>de</strong> choupana,<br />
O príncipe do vento!