18.05.2016 Views

JORNAL CIDADE

gbRQWg

gbRQWg

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

A-4<br />

Aracaju, quarta-feira, 18 de maio de 2016<br />

Política/Nacional<br />

<strong>JORNAL</strong> DA <strong>CIDADE</strong><br />

ILIMAR Franco<br />

PANORAMA POLÍTICO (COM CRISTIANE JUNGBLUT) - AGÊNCIA O GLOBO<br />

Cunha cobra a fatura<br />

Afastado pelo STF da presidência da Câmara, Eduardo<br />

Cunha faz intensa pressão sobre o Planalto. Ele quer<br />

que o presidente interino, Michel Temer, garanta as nomeações<br />

que negociou para que fosse aprovado o impeachment<br />

na Câmara. Esses cargos foram prometidos aos parlamentares<br />

do chamado Centrão (PP, PR, PSD, PTB, PRB, PSC e<br />

PTN), que também sofreram o assédio de Lula.<br />

A marca social do governo Temer<br />

O PT passou os seus estertores no poder dizendo que<br />

se Michel Temer ocupasse a Presidência colocaria em<br />

risco as conquistas sociais. Temer negava. Depois de seis<br />

dias no poder, os seus conselheiros ascenderam a luz<br />

amarela. Seus ministros já falaram em um corte de 10%<br />

nos beneficiários do Bolsa Família; a revisão do direito<br />

ao acesso universal à saúde pública (SUS); aumento<br />

de impostos; e o aumento do tempo de contribuição<br />

e da idade mínima à aposentadoria. Se o governo<br />

Temer levar adiante esse programa a profecia petista se<br />

realizará. Alguns desses itens eram da agenda do governo<br />

Dilma, mas Temer é quem vai enfrentar esse debate na<br />

sociedade.<br />

“NÃO DÁ PARA<br />

ALIMENTAR OU SUGERIR A<br />

IDEIA QUE VAMOS ACABAR<br />

COM PROGRAMAS SOCIAIS.<br />

SOMOS ACUSADOS DISSO<br />

PELO PT, PELA DILMA E<br />

PELO LULA” – MINISTRO DE<br />

UM DOS MINISTÉRIOS SOCIAIS DO<br />

GOVERNO TEMER<br />

Falta reciprocidade<br />

O PMDB não pretende abrir mão do Dnocs a despeito do<br />

desejo do PP e do PSB. Os peemedebistas alegam que os<br />

dois partidos aliados não compartilham cargos em suas<br />

pastas e ainda querem pegar nos outros ministérios.<br />

Jorge Willian/11-5-2016<br />

Ministro do STF libera<br />

impeachment de Temer<br />

Plenário da Câmara vai decidir se mantém ou derruba a decisão<br />

BRASÍLIA (AG) - O ministro<br />

Marco Aurélio Mello,<br />

do Supremo Tribunal Federal<br />

(STF), liberou para a<br />

pauta de julgamentos do plenário<br />

o processo que pede abertura<br />

de processo de impeachment<br />

contra o presidente interino,<br />

Michel Temer. Caberá ao presidente<br />

do tribunal, ministro Ricardo<br />

Lewandowski, agendar a<br />

data do julgamento. Em abril,<br />

por meio de decisão liminar,<br />

Marco Aurélio determinou a<br />

abertura imediata do processo<br />

contra Temer na Câmara dos<br />

Deputados. Agora, o plenário<br />

vai precisar decidir se mantém<br />

ou se derruba a decisão.<br />

Na decisão de abril, Marco<br />

Aurélio determinou também<br />

a instalação de uma comissão<br />

especial na Câmara para dar<br />

andamento do caso. O então<br />

presidente da Casa, Eduardo<br />

Cunha (PMDB-RJ), hoje afastado<br />

do cargo, cumpriu a liminar<br />

e abriu o processo contra Temer.<br />

No entanto, em uma manobra<br />

orquestrada por líderes partidários,<br />

os representantes não<br />

foram escolhidos e a comissão<br />

ainda não foi instalada. Por isso,<br />

na prática, o processo contra<br />

Temer ainda está parado.<br />

O pedido para abrir processo<br />

de impeachment contra Temer<br />

foi apresentado pelo advogado<br />

Mariel Márley Marra. Cunha<br />

negou o pedido com o argumento<br />

de que não havia elementos<br />

suficientes de que o vice-presidente<br />

havia cometido crime de<br />

responsabilidade. O advogado<br />

recorreu ao STF. Na liminar,<br />

Marco Aurélio argumentou que<br />

o presidente da Câmara deve<br />

apenas examinar se há alguma<br />

falha formal no pedido. Em caso<br />

negativo, a abertura do processo<br />

seria obrigatória, na interpretação<br />

do relator.<br />

Logo depois de concedida<br />

a liminar, o ministro Gilmar<br />

Mendes ironizou a decisão do<br />

colega, dando a entender que<br />

haverá ao menos um voto em<br />

plenário contrário ao entendimento.<br />

- Eu também não<br />

conhecia impeachment de vice-<br />

-presidente. É tudo novo para<br />

mim. Mas o ministro Marco<br />

Aurélio está sempre nos ensinando<br />

- disse Gilmar, em abril.<br />

Presidente pede a líderes agilidade na votação<br />

Brasília - O líder do DEM na<br />

Câmara, deputado Pauderney<br />

Avelino (AM), disse ontem<br />

(17), após participar de reunião<br />

de líderes na Presidência<br />

da República, que o presidente<br />

interino Michel Temer estava<br />

muito à vontade no cargo.<br />

Pauderney foi o primeiro líder<br />

a deixar o Palácio do Planalto.<br />

“Durante a reunião, o presidente<br />

Temer pediu para que<br />

pudéssemos agilizar, na medida<br />

do possível, a votação das<br />

matérias de interesse do país, a<br />

fim de mostrar que tanto o governo<br />

está governando quanto<br />

a Câmara está trabalhando,<br />

mesmo entendendo que há<br />

dificuldades internas na Casa.”<br />

Medidas provisórias<br />

pauta da Câmara está<br />

A trancada por quatro medidas<br />

provisórias e três projetos<br />

de lei do Executivo com urgência<br />

constitucional vencida.<br />

As propostas são de autoria<br />

do governo Dilma Rousseff e<br />

abordam temas de interesse<br />

nacional como a MP 712,<br />

que define ações de combate<br />

ao mosquito Aedes aegypti,<br />

transmissor do vírus Zika e da<br />

dengue.<br />

A primeira MP a ser votada<br />

é a MP 706, que aumenta de<br />

30 para 210 dias o prazo para<br />

que as distribuidoras de energia<br />

elétrica assinem aditivos de<br />

contratos com o Ministério de<br />

Minas e Energia para prorrogação<br />

dos serviços. A medida<br />

beneficiará sete distribuidoras<br />

de energia, entre elas a Companhia<br />

Energética de Alagoas<br />

(Ceal), a Companhia Energética<br />

do Piauí (Cepisa) e a<br />

Companhia de Eletricidade do<br />

Amapá (CEA).<br />

Votada a MP do setor energético,<br />

os deputados deverão<br />

apreciar a medida provisória<br />

MP 708, que autoriza a União a<br />

reincorporar trechos da malha<br />

rodoviária federal transferidos<br />

aos estados e ao Distrito<br />

federal.<br />

Projetos<br />

terceira MP (712) trata<br />

do combate ao mos-<br />

A<br />

quito transmissor da dengue<br />

e do Zika. A MP cria<br />

o Programa Nacional de<br />

Apoio ao Combate às Doenças<br />

Transmitidas pelo Aedes<br />

aegypti(Pronaedes). O programa<br />

tem entre suas diretrizes<br />

o apoio à pesquisa científica<br />

e sua utilização pela<br />

vigilância sanitária, além do<br />

aperfeiçoamento dos sistemas<br />

de informação, notificação<br />

e divulgação de dados.<br />

A outra MP a ser votada é<br />

a 715, que trata de benefício<br />

para agricultura. A MP destina<br />

R$ 316,2 milhões para pagar<br />

parcelas do Benefício Garantia-<br />

-Safra. A medida beneficiará<br />

440 mil famílias de agricultores<br />

familiares da área de atuação<br />

da Superintendência do Desenvolvimento<br />

do Nordeste<br />

(Sudene) atingidos pela seca<br />

em 2014/2015.<br />

Os projetos que estão trancando<br />

a pauta - que estão<br />

com urgência constitucional<br />

vencida - são o que cria fundos<br />

de precatórios nos bancos<br />

federais, trata dos auxiliares<br />

de comércio, de modo a desburocratizar<br />

atividades relacionadas<br />

aos agentes auxiliares do<br />

comércio e propõe o alongamento<br />

das dívidas de estados e<br />

do Distrito Federal com a União<br />

por 20 anos.<br />

Renan discutirá com Temer sobre meta fiscal<br />

BRASÍLIA (AG) - O presidente<br />

do Senado, Renan Calheiros<br />

(PMDB-AL), anunciou<br />

na tarde de ontem que só vai<br />

convocar para a próxima semana<br />

reunião do Congresso<br />

para votação da nova meta<br />

fiscal. Renan vai se encontrar<br />

com presidente interino Michel<br />

Temer nesta terça-feira às 18<br />

horas e afirmou que antes de<br />

convocar o Congresso o novo<br />

governo precisa decidir qual<br />

será o déficit proposto.<br />

O governo Dilma Rousseff<br />

tinha enviado um projeto de lei<br />

alterando a proposta de superávit<br />

em 2016 para um déficit<br />

de R$ 96 bilhões. Os primeiros<br />

estudos do governo Temer,<br />

porém, estimam que pode ser<br />

necessário fazer um déficit ainda<br />

maior. Renan disse que na<br />

quinta-feira receberá o ministro<br />

do Planejamento, Romero<br />

Jucá, para debater o tema.<br />

Não vamos convocar o<br />

Congresso para essa semana<br />

porque o governo ainda está<br />

fechando as contas e é mais<br />

prudente aguardarmos. O Congresso<br />

só será convocado para<br />

a semana seguinte - disse Renan,<br />

ao chegar ao Senado.<br />

Questionado se o adiamento<br />

da decisão não poderia levar<br />

o Brasil a um “shutdown”, uma<br />

vez que a nova meta teria de<br />

ser aprovada até 30 de maio, o<br />

presidente do Senado disse que<br />

o mais importante é aprovar<br />

um número que seja definitivo.<br />

- O risco maior é estabelecer<br />

uma meta que desde logo não<br />

pode ser cumprida, que não<br />

será cumprida. Então a prudência<br />

recomenda aguardar um<br />

pouco - disse Renan.<br />

HORA DO RECREIO<br />

Senadores da base do governo fogem do plenário do<br />

Senado nos discursos de petistas, como Jorge Viana,<br />

que repetidamente faz críticas ao governo Temer.<br />

Outrora combativos na oposição ao governo Dilma e<br />

que topavam qualquer parada, agora deram adeus às<br />

armas. Um deles ironiza: “Vou embora para não ouvir<br />

essa churumela”.<br />

Chupando o dedo<br />

Irritação no PSDB com o tratamento do PMDB. Os tucanos<br />

ficaram sem os postos-chaves da Comissão do Orçamento para<br />

2017. O presidente será o deputado Arthur Lira, do PP, e a<br />

relatoria ficará com o PMDB do Senado.<br />

Uma mulher no Ibama<br />

Consultora ambiental da Câmara, Sueli Vaz de Araújo será<br />

a nova presidente do Ibama. O ministro Sarney Filho havia<br />

convidado Donizete do Carmo, que rejeitou por motivos<br />

pessoais. O Instituto Chico Mendes também tem novo<br />

presidente. Demitido em 2012 pela ex-ministra Izabella<br />

Teixeira, Rômulo Mello volta ao cargo.<br />

Cafuné<br />

Na reunião com líderes de partidos e ministros (que têm<br />

mandato), o presidente interino Michel Temer brincou: estou<br />

me sentindo mais presidente da Câmara do que presidente da<br />

República. Temer presidiu a Câmara três vezes.<br />

Mudança adiada<br />

O assessor especial Moreira Franco não poderá se mudar<br />

agora para o gabinete que era usado por Michel Temer.<br />

A assessoria jurídica do Planalto considera que aquele<br />

espaço só deixará de ser exclusivo da vice-presidência<br />

quando Dilma estiver definitivamente afastada da<br />

Presidência.<br />

O PLANALTO está trabalhando para que o deputado<br />

Baleia Rossi assuma a liderança do PMDB na Câmara. Ele<br />

é filho do ex-ministro Wagner Rossi.<br />

PREVISÃO<br />

Maílson: impostos terão aumento<br />

São Paulo (AE) - O ex-<br />

-ministro da Fazenda Maílson<br />

da Nóbrega avaliou que os<br />

desafios da nova equipe econômica<br />

são “gigantescos” e o<br />

maior deles é no campo fiscal,<br />

especialmente no trabalho de<br />

redução da relação entre a dívida<br />

pública e Produto Interno<br />

Bruto (PIB). Nesse sentido,<br />

ele acredita que a nova equipe<br />

econômica não tem como fugir<br />

de aumentar impostos, além de<br />

diminuir incentivos fiscais.<br />

“Por mais desagradável que<br />

isso seja, por ruim que seja a<br />

CPMF, sem ela fica pior. Acredito<br />

que o governo aumentará<br />

a alíquota da Cide. Nesse caso,<br />

há duas vantagens: a elevação<br />

pode ser feita por decreto e<br />

há efeitos colaterais positivos<br />

porque estimula a expansão<br />

do agronegócio e a redução de<br />

combustíveis fósseis, ajudando<br />

o meio ambiente”, afirmou em<br />

entrevista ao Broadcast, serviço<br />

de notícias em tempo real da<br />

Agência EStado, após proferir<br />

palestra em evento da Associação<br />

Brasileira da Indústria de<br />

Alta Tecnologia de Produtos<br />

para Saúde (Abimed).<br />

O ex-ministro ainda avaliou<br />

que o governo Temer passará<br />

um “pente fino” em alguns programas,<br />

embora o efeito disso<br />

seja muito pequeno. Ele citou<br />

como exemplo o fechamento<br />

de embaixadas, intenção do<br />

novo ministro das Relações<br />

Exteriores (MRE), José Serra.<br />

Sobre a redução de incentivos<br />

fiscais, Nóbrega disse<br />

que há muita ilusão sobre esse<br />

tema. “O governo tentará reduzir<br />

ao máximo esses incentivos,<br />

mas grande parte deles está<br />

assegurada por contrato e não<br />

dá para fazer mudança unilateral”,<br />

disse.<br />

O ex-ministro lembrou que<br />

as ações citadas podem não ser<br />

implementadas, já que ainda<br />

não houve de fato anúncio de<br />

medidas “Acho que Henrique<br />

Meirelles está certo em não<br />

anunciar medidas É preciso fazer<br />

um diagnóstico, olhar quais<br />

são as alternativas, onde pode<br />

cortar, com mínimo custo colateral,<br />

sempre lembrando que<br />

a margem de manobra é muito<br />

pequena”, destacou.<br />

Porém, Maílson declarou<br />

que a primeira batalha do novo<br />

governo já está ganha: é a de<br />

reverter expectativas ruins.<br />

“A expectativa mudou para<br />

melhor: as pessoas estão acreditando<br />

que agora temos uma<br />

gestão muito séria na Fazenda,<br />

que acabaram as pedaladas, a<br />

contabilidade criativa, que a<br />

área econômica tem rumo que<br />

pode até não ser materializado<br />

por questões políticas, mas<br />

seguramente é melhor para o<br />

País e agora vai depender mais<br />

da habilidade política”, enumerou.<br />

“Tem que abrir a economia<br />

e não é preciso uma reforma<br />

constitucional: é uma questão<br />

de decisão.”<br />

O ex-ministro elogiou o<br />

presidente em exercício, afirmando<br />

que Michel Temer tem<br />

a vantagem de ser o primeiro<br />

presidente do Brasil com experiência<br />

em articulação política<br />

e no funcionamento do<br />

Congresso. “Há um otimismo<br />

excessivo de que Temer vai<br />

conseguir aprovar todas as<br />

reformas na Câmara. Mas tem<br />

uma chance de aprovar pelo<br />

menos a reforma da Previdência”,<br />

declarou. Ele aconselhou<br />

Temer a esquecer as demais<br />

reformas, já que seria “mexer<br />

em vespeiros”. “Melhor deixar<br />

para um governo com propostas<br />

de mudanças nessas respectivas<br />

áreas”, disse.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!