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LA SALETTE<br />
BIBLIOTECA VIRTUAL<br />
SANTUÁRIO: <strong>LUGAR</strong> <strong>DE</strong><br />
RECONCILIAÇÃO<br />
P. <strong>Atico</strong> Fassini, ms<br />
1<br />
O santuário é um local que exerce forte atração religiosa sobre pessoas, grupos ou<br />
multidões que ali procuram uma solução para seus problemas, um sentido para a vida, um<br />
encontro com o sobrenatural, misterioso, sagrado ou divino.<br />
O santuário faz parte da cultura religiosa mais antiga da humanidade. Fora do mundo<br />
bíblico havia santuários pagãos. Eram locais formados por algumas pedras superpostas, ou<br />
por construções grandiosas, como as pirâmides astecas do México, os templos incas na<br />
Bolívia e Peru, os templos egípcios, etc. Simples rituais exóticos ou imponentes celebrações<br />
com sacrifícios sangrentos eram ali celebrados.<br />
Os santuários pagãos expressavam materialmente a necessidade interior do ser<br />
humano que pretendia descobrir o mistério fascinante e atemorizador do mundo<br />
sobrenatural, e relacionar-se com ele para, através de ritos precisos, controlar o poder da<br />
divindade sobre o tempo e a natureza, sobre a doença, a vida e a morte.<br />
Os santuários tinham limites geográficos bem determinados dentro dos quais a ação<br />
misteriosa da divindade podia ser controlada, oferecendo uma resposta às necessidades<br />
humanas. Os ritos, bem precisos, deviam ser realizados pelo “sacerdote”, “xamã” ou<br />
“mago”, detentor do segredo sobrenatural. Os rituais podiam variar desde a oferenda de<br />
elementos naturais, como frutas, até sacrifícios de animais e seres humanos. O importante<br />
era subjugar o poder tenebroso do além, atrair a benevolência do “ser superior” para si e os<br />
seus, no interesse imediato da saúde e segurança de vida. O mistério da morte exercia forte<br />
impacto. O espírito dos mortos devia ser mantido em paz em seu mundo, e na amizade com<br />
os humanos. Os ritos e as oferendas sobre seus túmulos visavam esse objetivo. Essa<br />
“teologia” feita de mitos justificava o santuário. O culto aos ancestrais, em seu ritual,<br />
constituía a “liturgia” do santuário pagão.<br />
O santuário pagão representa o esforço do ser humano em busca do sobrenatural,<br />
para submetê-lo ao próprio serviço. A divindade, a quem se atribuíam qualidades e<br />
fragilidades humanas, simbolizadas nos mitos gregos e romanos, se tornava mais acessível,<br />
favorecendo a dessacralização do divino e a sacralização do humano (p.ex., o endeusamento<br />
dos governantes).
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A cultura do santuário pagão evoluiu ao longo dos séculos. No mundo egípcio, o<br />
culto aos mortos trazia em si a crença explícita na sobrevivência após a morte. No distante<br />
mundo oriental, a visão budista e a bramanista segundo o pensamento panteísta,<br />
introduziram elementos éticos marcantes na cultura religiosa e, então, no mundo dos<br />
santuários. No mundo árabe, a crença no Deus Único, decalcada do mundo bíblico,<br />
representa uma revolução teológica significativa em relação às crenças pagãs. Os grandes<br />
santuários de Meca e Medina, santificados pela presença do profeta Maomé, congregam<br />
imensas multidões para adorar a Alá e assimilar a palavra do Alcorão.<br />
No contexto bíblico surgiu um novo e mais pleno sentido para o anseio humano de<br />
encontro vital com o Divino. Segundo o Antigo Testamento, é Deus mesmo quem vem ao<br />
encontro da humanidade para revelar o próprio desígnio, satisfazer o desejo humano de se<br />
relacionar com a divindade, indicar uma vida em plenitude para além da morte, iluminar o<br />
caminho humano com a Palavra da Vida. O temor diante do sobrenatural desconhecido é<br />
atenuado pela esperança no Senhor da Vida e da Morte.<br />
O santuário bíblico representa nova teologia, nova liturgia e nova dimensão moral.<br />
Assume a dimensão de marco para a peregrinação humana por esse mundo, marco onde a<br />
relação com Deus é privilegiada como encontro de graça, de vida nova, promessa de<br />
plenitude diante do provisório da vida. Para além da pretensão pagã de se apossar do<br />
sobrenatural tirânico e devastador, o santuário bíblico permite uma dimensão “religiosa”<br />
entre o ser humano e Deus, i.e., uma “re-ligação” ou relação feita de reverência e obediência<br />
do ser humano para com Deus, relação de aliança e proteção de Deus para com a<br />
humanidade. Uma nova relação entre o Divino pessoal, livre, salvador, e o humano pessoal<br />
ou grupal, livre, corresponsável.<br />
Esta foi a experiência de Abraão. Gênesis 12,1-5 apresenta a aventura religiosa de<br />
“nosso pai na fé” que se abriu diante do Deus que a ele se revelava. Abraão foi chamado a<br />
sair de si mesmo, do próprio, conhecido, amado e pequeno mundo, e a partir em direção a<br />
uma realidade desconhecida para ele, mas, indicada por Deus. A difícil resposta de fé de<br />
Abraão no Deus que o convocava, suscitou sua esperança numa vida nova que Deus lhe<br />
propunha. Nessa dinâmica, Abraão se pôs a caminho, numa peregrinação espiritual e<br />
geográfica, assinalada por desafios familiares, religiosos e econômicos, e por descobertas<br />
interiores nos encontros pessoais com o Deus livre e soberano que o convocava, encontros<br />
vividos em locais específicos e sagrados, sempre marcados por santuários primitivos.<br />
UR, na Caldeia, era para Abraão, o mundo da pequenez sem esperança e do limite<br />
final, a morte. Mundo da prisão em si mesmo, ao próprio eu, ao universo de certezas<br />
ilusórias. Deus o chamou e o levou a romper esses laços. Provocou-o a partir de sua terra,<br />
sem a clareza do destino. Seu peregrinar pelo deserto delineou o espaço geográfico e o<br />
tempo interior de aprendizagem do novo que Deus o fazia descobrir ao longo do caminho. O<br />
desapego em relação ao passado se firmava. A tensão constante, sofrida, esperançosa para o<br />
futuro, se confirmava. Foi um peregrinar na obscuridade interior e dentro de um deserto de
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ilimitados rumos. Um caminhar, porém, na certeza da Promessa Daquele que o procurou.<br />
Caldeia, aos poucos esquecida, se tornou o símbolo do mundo corajosamente abandonado.<br />
Canaã, a terra da Promessa, se tornou o símbolo do mundo novo ansiosamente buscado.<br />
À medida que caminhava, Abraão descobria. Não o mistério aterrador, mas o Divino<br />
Libertador. Descobrindo-o, instalava marcos da peregrinação, sinais do encontro com Deus,<br />
expressão de fé e de esperança na progressiva abertura ao desígnio divino. Construía<br />
santuários rústicos, mas, de sentido intenso: Siquém (Gn 12,6-9; 33,18-20), Betel (Gn 13,1-<br />
4; 28,10-20; 35,1-15), Mambré (Gn 13,18; 18,1-15). São pontos geográficos que marcavam<br />
a vida peregrina de Abraão, na fé ao Deus que a ele se revelava e na esperança de sua<br />
Promessa.<br />
Uma vez estabelecidos em Canaã (Gn 16,3), Abraão e seu clã foram assumidos por<br />
Deus através da Aliança. A Aliança é iniciativa livre e pessoal de Deus (Gn 17,2). Um pacto<br />
de vida pelo qual Deus assumia Abraão e sua descendência para sempre, sob seus cuidados,<br />
e implicava na resposta da fidelidade de Abraão e de seu clã à Palavra de Deus. A Aliança<br />
era expressa no rito da circuncisão com sangue derramado (Gn 17,9-13). Mais tarde a<br />
Aliança foi reafirmada com Isaac e Jacó. A cultura religiosa de Abraão também sofria<br />
mudanças à medida que ele descobria o novo sentido da relação com Deus.<br />
Junto ao carvalho de Mambré (Gn 18,1-8), Deus apareceu na figura de Três<br />
misteriosos personagens que por ali passavam. Abraão e Sara lhes ofereceram a ceia que<br />
selou a plena comunhão com o Senhor. Celebrava-se a alegria do encontro. A hospedagem<br />
oferecida aos Três prenunciou o dom da vida de um filho a Sara, a estéril. Essa Promessa foi<br />
o sinal da onipotência criadora do Senhor. A fé de Abraão se purificou e aprofundou. O<br />
clima, religioso e cálido, de mútua doação, instalado entre todos, permitiu que Abraão<br />
acompanhasse os Três na retomada do caminho. Por um diálogo primoroso, orante e<br />
confiante, Abraão se permitiu interceder também pela conversão e salvação dos habitantes<br />
de Sodoma e Gomorra (Gn 18,17-33). O encontro em Mambré abriu o caminho da<br />
reconciliação para além dos acampados à sombra frondosa do velho carvalho. Um santuário<br />
marcou esse passo.<br />
A descendência de Abraão, em Isaac e Jacó, buscou a sobrevivência no Egito. O<br />
custo foi o alto preço da liberdade. Moisés, porém, foi convocado pelo Deus dos Patriarcas<br />
para libertar o Povo (Ex 2,23-3,1-20). Deus ouvira os gemidos do Povo. Lembrando sua<br />
Aliança com os antepassados, deu-se a conhecer aos israelitas (Ex 2,23-25). Confiou a<br />
Moisés a responsabilidade da libertação. O rito da Páscoa confirmava a Aliança com Deus.<br />
O Povo partiu com a proteção de Deus, com a fé em sua Palavra, a esperança em sua<br />
Promessa, consciente do desafio assumido de forma solidária. A Aliança com Abraão, feita<br />
de forma individualizada ou restrita a seu clã, socializou-se na formação de um Povo livre e<br />
seguidor da Palavra de Deus. “Tomar-vos-ei por meu povo, e serei o vosso Deus” (Ex 6,7).<br />
Moisés e seu Povo seguiram pelo deserto. Na caminhada, o Povo aprendeu a viver na<br />
liberdade, na organização social face às privações, e na aceitação do desígnio do Senhor
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Libertador, Caminheiro junto com seu Povo (Nm 9,15-23). Difícil formação, quando a<br />
tentação do retorno à vida passada se sobrepunha ao anseio pela terra do leite e mel a ser<br />
conquistada responsavelmente sob a proteção do braço poderoso do Senhor. A caminhada<br />
exigia permanente conversão.<br />
O braço forte de Deus conduziu o Povo até o Sinai (Ex 19-20). Na Montanha<br />
sagrada, Deus celebrou a solene Aliança com o Povo todo. O Decálogo era a carta magna<br />
para a vida religiosa e social do Povo, à luz de um mútuo compromisso. A relação com<br />
Deus e o relacionamento social entre os membros do Povo ali estavam indicados. Era o<br />
caminho da vida pessoal e social na relação com Deus, para quem faz a peregrinação pelos<br />
caminhos desse mundo. A Aliança foi solenemente assumida pelas doze tribos de Israel (Ex<br />
24,1-8; cfr. Js 24,14-28). Um santuário foi erguido para marcar o grandioso evento (Ex 35):<br />
a “Tenda da Reunião” em que foi guardada a Arca da Aliança (Nm 10; 33; 36). Era o sinal<br />
do ponto de encontro com Deus, e da Aliança de todos os membros do Povo entre si e com<br />
seu Deus Libertador.<br />
O bezerro de ouro foi confeccionado em contraposição à Aliança do Sinai.<br />
Materializava a fraqueza do Povo, sua saudade doentia de um passado sem sentido, sua falta<br />
de confiança no Deus que o libertara. A pedra da Aliança foi quebrada pela dureza de<br />
coração do Povo.<br />
Moisés intercedeu para que Deus reconciliasse o Povo consigo (Ex 32,11-14). Deus é<br />
fiel e quer um Povo livre e santo. A Aliança foi Renovada. A Reconciliação supõe um<br />
engajamento perene. Não é feita de uma vez por todas por parte do Povo pecador que<br />
precisa de conversão constante até a plenitude da Promessa.<br />
Finda a itinerância do povo, iniciava sua fixação na Terra da Promessa. Davi instalou<br />
a Arca da Aliança em Jerusalém (2 Sm 6). Salomão, a seguir, construiu o grandioso Templo<br />
na Capital (1 Rs 5-6). Nele a Arca da Aliança era conservada com respeito e gratidão. Três<br />
vezes ao ano o Povo se dirigia em peregrinação ao Templo: na festa da Páscoa ou Ázimos,<br />
na do Pentecostes ou das Semanas, e na festa das Tendas. A peregrinação era intensamente<br />
esperada (Sl 84,6-8). O Povo caminhava em festa, entre clamores de alegria e ação de<br />
graças (Sl 42,5) até a Casa de Deus, para estar em sua presença (Sl 84,6-8). A Aliança era<br />
celebrada e reavivada. O rito expressava a vida do Povo em sua caminhada ao encontro com<br />
Deus.<br />
Para o AT, o Santuário era o ponto de encontro com o Deus Salvador e o ponto de<br />
união religiosa e social entre os cidadãos aliados com e em Deus. Era o ponto de<br />
reconciliação. A peregrinação ao Santuário reavivava a memória das maravilhas do Senhor,<br />
a consciência da permanente presença do Deus Fiel no meio de seu Povo, e a Promessa de<br />
vida plena na escatologia. Sacrifícios, cantos, bênçãos, partilha, ritos solenes compunham o<br />
cerimonial das grandes peregrinações ao Templo de Jerusalém.<br />
Contudo, o esvaziamento da fé levou ao vazio dos rituais. Os profetas denunciavam a<br />
hipocrisia da vida e do culto. Pregavam a conversão, conclamavam à reconciliação pela
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Aliança. Face à dureza dos corações, Isaías anunciava a vinda de um Servo de Javé, fiel<br />
cumpridor da Aliança (Is 42; 49; 50), para reconduzir o Povo nos caminhos do Senhor. Para<br />
Jeremias, a Aliança devia ser renovada e inscrita nos corações de carne e não, apenas, em<br />
tábuas de pedra (Jr 31,31). Para Ezequiel, o Senhor derramaria seu Espírito para formar o<br />
verdadeiro Povo de Deus (Ez 11,14-20). A infidelidade constante do Povo, porém, fez<br />
caducar o projeto divino da Aliança do AT.<br />
A fidelidade perene de Deus à Aliança com seu Povo, no entanto, abriu um futuro<br />
novo. A teimosia do Povo seria superada pela clemência de Deus. Um Messias foi<br />
prometido. Seria o Emanuel enviado pelo Pai para ser o Caminho, a Verdade, a Vida e Luz<br />
para o Povo (Jo 14,6). Deus não se contentava em estar ao lado, fora de seu Povo. Seu<br />
desígnio era fazer parte dele e caminhar com ele pelas estradas da vida. A Divindade<br />
habitaria na Humanidade, como em novo Templo, sinal da Nova e Eterna Aliança.<br />
O antigo Santuário de Jerusalém, tantas vezes frequentado por Jesus, encerrava sua<br />
missão. Tornara-se covil de ladrões (Mc 11,15-17). O novo Templo surgia na Pessoa do<br />
próprio Jesus, santo e definitivo (Jo 2,18-21; Ap 21.22). Santuário vivo pela presença do Pai<br />
no Espírito.<br />
O Santuário cristão e a peregrinação até ele assumem, portanto, novo sentido em<br />
Cristo. Não é mais uma simples peregrinação geográfica e periódica ao Templo de<br />
Jerusalém. Ela é caminhada permanente nos passos de Jesus, o Bom Pastor (Jo 10,1-18).<br />
Não mais pelas estradas da Judéia e Galileia, mas pelos caminhos da vida, em meio a um<br />
povo peregrino que busca vida plena junto a Cristo. Para o Evangelho, a peregrinação é,<br />
essencialmente, o seguimento de Cristo. A peregrinação a um determinado Santuário<br />
cristão, sempre possível e válida, toma sua razão de ser enquanto busca de Jesus Cristo,<br />
Caminho de Vida, e seguimento de sua Palavra de Vida.<br />
Com a morte de Cristo na Cruz, a cortina do Templo rasgou-se ao meio (Lc 23,45).<br />
Extinguia-se o significado do Templo de Jerusalém. O novo Templo é Jesus. Templo não<br />
fixado num local, numa cultura, num povo exclusivo, mas aberto ao horizonte universal da<br />
Nova e Eterna Aliança de Deus com toda a humanidade. Um novo Povo surgiu para fazer<br />
parte do “Reino de Deus” (Jo 18,33-37). A missão de Cristo é a de congregar na unidade os<br />
filhos de Deus dispersos (Jo 11,52). Missão de Reconciliação da humanidade com Deus, das<br />
pessoas entre si, consigo mesmas e com sua morada, dom de Deus. Missão de salvação do<br />
pecado e de suas consequências, da morte eterna símbolo da desagregação absoluta. Missão<br />
de libertação de todo mal. Missão de anunciar e construir, com Deus, seu Reino para um<br />
mundo novo de justiça, liberdade e paz. Cristo cumpriu sua missão na Cruz e Ressurreição.<br />
Ao ser elevado da terra para atrair todos a Si (Jo 12,32), antecipou, nesse mundo, a plena<br />
realização do Santuário definitivo (Ap 21), onde Deus será Tudo em todos, na Aliança sem<br />
fim.<br />
Para a peregrinação de vida do novo Povo de Deus, o Cristo fez de si mesmo o Pão<br />
da Vida Eterna (Jo 6,48-58). Proclamou o Reino do Pai nosso que nos dá o nosso pão
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cotidiano para que todos sejamos irmãos (Lc 11,1-4; Mt 6,9-13). Convocou o Povo para que<br />
se converta e viva. Manso e humilde de coração, tomado de compaixão, derramou sua<br />
misericórdia de perdão sobre os pecadores. Curou. Ressuscitou. Multiplicou o pão à<br />
saciedade, para todos. Fez de Si mesmo Pão de Vida Eterna (Jo 6,35; Mt 26,26-29; 1 Cor<br />
11,23-26). Entregou sua própria Vida crucificada para libertar os crucificados dessa vida.<br />
Ressuscitou para se fazer presente lá onde dois ou mais se reúnem em seu Nome. Fez de Si<br />
mesmo a fonte da paz entre todos e com o Pai. Ele é o Santuário da Reconciliação que Deus<br />
quer para seu Povo (2 Cor 5,19). É o Santuário do encontro filial e fraterno de todos com o<br />
Pai e no Pai pelo Espírito. Ao mesmo tempo, é o Peregrino que está no meio de todos os que<br />
O seguem nos caminhos tortuosos do mundo em busca da Reconciliação (Ef 2,11-18). O<br />
Cristo, Santuário do Pai Eterno e de seu Santo Espírito, é o ponto do encontro reconciliador<br />
entre Deus e seu Povo. Nele, por Ele e com Ele, a peregrinação toma seu pleno sentido. Um<br />
santuário cristão tem a função de ser o marco que sinaliza essa caminhada bíblica do existir<br />
humano.<br />
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