05.08.2016 Views

O NOROESTE

Edição Digital

Edição Digital

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

8A - política<br />

CUIABÁ, SEGUNDA-FEIRA, 1 DE AGOSTO DE 2016<br />

A GAZETA<br />

Manifestantes se<br />

reuniram na praça 8 de<br />

Abril no fim da tarde<br />

Fotos: Chico Ferreira<br />

Protesto reúne pouca gente<br />

ULISSES LALIO<br />

DA REDAÇÃO<br />

Bem mais modesto que os protestos<br />

anteriores, cerca de 200 pessoas<br />

marcharam da Praça Alencastro à<br />

Oito de Abril, no centro da capital<br />

mato-grossense, cobrando o afastamento<br />

definitivo da presidente Dilma Roussef (PT).<br />

Liderados pelo movimento regional “Vem Pra<br />

Rua”, “Movimento Brasil Livre” e “Movimento<br />

Muda Brasil” os manifestantes cobram - além<br />

do impeachment da chefe do Executivo<br />

nacional -penas mais duras para crimes de<br />

colarinho branco, apoio à Operação Lava Jato e<br />

ao juiz Sérgio Moro, aprovação imediata de 10<br />

medidas contra a corrupção e o fim da<br />

imunidade parlamentar e o foro Privilegiado.<br />

Segundo o presidente da União dos Lojistas<br />

de Shopping Centers de Mato Grosso (Unishop),<br />

Junior Macagnam, apesar das poucas pessoas, o<br />

movimento é uma quebra de paradigma no<br />

sentido de que não se calou apenas com o<br />

afastamento de Dilma, pela Câmara dos<br />

Deputados, mas acrescentou algumas<br />

reivindicações a já extensa lista. “Nós pedidos<br />

celeridade nas investigações em andamento<br />

tanto pela [Operação] Lava Jato, quanto no<br />

Tribunal Superior Eleitoral (Investigação das<br />

urnas) e no Tribunal de Contas da União<br />

(análise das contas de governo), bem como<br />

pelas Comissões Parlamentares de Inquérito<br />

(CPIs) que precisam ser instaladas e finalizadas<br />

no Congresso Nacional”, disse.<br />

A manifestação foi agendada com antecedência<br />

pelas redes sociais e esperava repetir a movimentação<br />

dos últimos protestos feitos na capital quando cerca de<br />

20 mil pessoas foram às ruas contra a presidente.<br />

Contudo, o movimento não contou com muita adesão,<br />

“mas isso não significa que estamos enfraquecidos ou<br />

que deixaremos as coisas andarem na velocidade que<br />

os deputados e senadores<br />

estão tentando nos imprimir.<br />

Cada uma dessas pessoas irá<br />

<br />

Este foi o primeiro ato<br />

público após o afastamento<br />

temporário da presidente<br />

Dilma Rousseff<br />

levar essa indignação aos seus<br />

amigos e familiares e<br />

certamente as próximas<br />

reuniões contarão com mais<br />

apoio”, pontuou Macagnam.<br />

Os manifestantes se<br />

reuniram inicialmente na<br />

praça Alencastro e depois<br />

caminharam pela avenida<br />

Getúlio Vargas, uma das<br />

principais da cidade, e concluíram o protesto na Praça<br />

8 de abril. Acompanhados de perto por vários policiais<br />

militares e agentes de trânsito. Devido à possibilidade<br />

de haver manifestações simultâneas, contra e pró-<br />

Dilma, a Secretaria de Segurança instalou o Gabinete<br />

de Gestão de Crise no Centro Integrado de Comando e<br />

Controle composto pelos comandantes das Polícias<br />

Militar, Civil, Politec e Bombeiros, além das<br />

instituições municipais e federais parceiras. A<br />

Secretaria de Estado de Segurança Pública organizou<br />

um esquema especial de policiamento para garantir a<br />

ordem e a segurança dos manifestantes e da população,<br />

a exemplo do que ocorreu nos outros dois protestos<br />

realizados este ano.<br />

MANIFESTAÇÕES EM CUIABÁ - Antes do<br />

afastamento da presidente Dilma Roussef, as<br />

manifestações tiveram apoio da Federação do<br />

Comércio de Mato Grosso (Fecomércio/MT), seccional<br />

da Ordem dos Advogados do Brasil em MT (OAB/MT)<br />

e Associação de Mulheres de Negócios e Profissionais<br />

de Cuiabá (BPW). Políticos como o governador Pedro<br />

Taques (PSDB), o presidente da Assembleia<br />

Legislativa, o deputado estadual<br />

Guilherme Maluf e o senador e<br />

atual ministro da Agricultura<br />

(Mapa), Blairo Maggi.<br />

A presidente foi afastada no dia<br />

17 de maio e agora aguarda o<br />

processo ser analisado pelo<br />

Senado Federal. Com os votos<br />

favoráveis de 367 deputados, 137<br />

contrários e 7 abstenções, o<br />

Plenário da Câmara dos Deputados<br />

aprovou o relatório próimpeachment<br />

e autorizou o<br />

Senado Federal a julgar a presidente da República,<br />

Dilma Rousseff, por crime de responsabilidade. No<br />

senado uma eventual condenação, que depende do<br />

aval de 2/3 da Casa (54 senadores), tira Dilma do cargo<br />

e a torna inelegível por oito anos.<br />

FIM DO FORO PRIVILEGIADO - A segunda<br />

pauta mais cobrada pelos manifestantes e que<br />

também movimentou o país - na véspera da votação<br />

do impeachment pela Câmara - foi o fim do foro<br />

privilegiado. Alvo principal da 24ª fase da Operação<br />

Lava Jato, chamada Aletheia, Lula ficou sob holofotes<br />

desde que foi levado em condução coercitiva a<br />

prestar depoimento na Polícia Federal. As<br />

Policiamento incluiu<br />

grande efetivo à espera<br />

de maior movimento<br />

investigações em curso sobre Lula dizem respeito<br />

basicamente a três pilares principais: reformas e<br />

benfeitorias feitas pela construtora OAS em um<br />

tríplex no Guarujá, ocultação de propriedades no<br />

nome de terceiros (no caso de dois sítios em Atibaia<br />

que teriam sido adquiridos pelo ex-presidente em<br />

2010) e “pagamentos vultuosos” feitos por construtoras<br />

beneficiadas no esquema de corrupção na Petrobras em<br />

favor do Instituto Lula e da LILS Palestras. A presidente<br />

ofereceu ao ex-presidente Lula , um documento que o<br />

nomearia como Ministro-chefe da Casa Civil. Para que<br />

ele usasse em caso de necessidade. A conversa foi<br />

revelado após o vazamento de um áudio entre a<br />

presidente e Lula por telefone.<br />

MOVIMENTAÇÃO NACIONAL - Manifestantes<br />

se reuniram também na Avenida Paulista para pedir o<br />

afastamento definitivo da presidenta Dilma Rousseff.<br />

O Movimento Vem pra Rua, organizador do evento, e a<br />

Polícia Militar não divulgaram estimativas sobre o<br />

número de participantes.<br />

A corporação informou apenas que mais de mil<br />

policiais, 225 viaturas e uma aeronave integraram o<br />

esquema de segurança do evento da Paulista e do ato<br />

pró-Dilma que ocorreu no Largo do Batata.<br />

Ao longo da Paulista, em pelo menos cinco<br />

caminhões de som, representantes dos movimentos<br />

pró-impeachment discursavam com palavras de<br />

ordem como “Fora PT”, “Não vai ter golpe, vai ter<br />

impeachment” e frases de apoio ao juiz federal Sérgio<br />

Moro e à operação Lava-Jato. Um boneco gigante do<br />

ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vestido de<br />

presidiário, batizado de Pixuleco, e um de um militar,<br />

em referência ao Exército e ao retorno da ditadura<br />

militar no país, foram inflados.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!