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2C - economia CUIABÁ, SEGUNDA-FEIRA, 1 DE AGOSTO DE 2016<br />
A GAZETA<br />
João Vieira<br />
No 1º semestre, os<br />
empréstimos somaram R$<br />
321,946 milhões em Mato<br />
Grosso, contra R$ 454,497<br />
milhões no ano passado<br />
Empréstimos despencam 29%<br />
SILVANA BAZANI<br />
DA REDAÇÃO<br />
Os financiamentos<br />
imobiliários com recursos<br />
das cadernetas de<br />
poupança do Sistema<br />
Brasileiro de Poupança e Empréstimo<br />
(SBPE) somaram R$ 321,946 milhões<br />
em Mato Grosso no 1º semestre deste<br />
ano. A quantia foi direcionada para a<br />
aquisição de 1,298 mil unidades<br />
habitacionais no período. Esses<br />
números, confrontados com aqueles<br />
registrados pela Associação Brasileira<br />
das Entidades de Crédito Imobiliário e<br />
Poupança (Abecip) no mesmo intervalo<br />
do ano passado, mostram um declínio<br />
de 43,68% no número de unidades<br />
contratadas e de 29,16% nos valores<br />
utilizados. Em 2015, até junho, foram<br />
financiadas 2,305 mil moradias com a<br />
utilização de R$ 454,497 milhões.<br />
Contudo, os valores levantados pela<br />
Associação no fim do 1º semestre<br />
sinalizam para a retomada da<br />
confiança dos consumidores e dos<br />
bancos, já que houve aumento de<br />
3,49% no total de moradias financiadas<br />
e acréscimo de 24,94% nos valores dos<br />
financiamentos. Enquanto em junho<br />
de 2015 foram contratadas 237<br />
unidades habitacionais com<br />
investimento de R$ 45,878 milhões, no<br />
mês passado os financiamentos<br />
subiram para R$ 57,323 milhões e<br />
viabilizaram a aquisição de 229<br />
moradias espalhadas pelo Estado.<br />
“Temos a nítida percepção de que<br />
caminhamos pelo fundo do poço e<br />
agora surge uma evidência de<br />
retomada do crédito imobiliário”,<br />
avalia o vice-presidente do Sindicato<br />
das Indústrias da Construção Civil de<br />
Mato Grosso (Sinduscon/<br />
MT), Cezário Siqueira.<br />
“O ano ainda repercute a<br />
queda que aconteceu.<br />
Houve uma freada busca<br />
nos financiamentos por<br />
causa da perda de<br />
confiança do<br />
consumidor e dos<br />
bancos, que reduziram a<br />
disponibilidade de<br />
crédito”.<br />
Apesar da piora<br />
bilateral do nível de<br />
otimismo, o interesse<br />
pela aquisição de<br />
imóveis persiste, avalia<br />
Siqueira. Outra avaliação<br />
feita por ele é que mesmo<br />
durante o período de<br />
baixa nas vendas, os<br />
preços dos imóveis não<br />
recuaram, como mostra a<br />
elevação do tíquete<br />
médio no levantamento<br />
da Abecip. Em junho<br />
deste ano foram<br />
financiadas moradias com<br />
valor médio de R$<br />
241,869 mil, sendo 20%<br />
mais alto que a média de<br />
R$ 200,344 mil alcançada<br />
em junho do ano passado.<br />
“E a tendência é subir”,<br />
completa.<br />
Com relação aos<br />
empreendimentos<br />
enquadrados nos financiamentos com<br />
recursos da caderneta de poupança, o<br />
vice-presidente do Sinduscon/MT diz<br />
que eles oscilam da média de R$ 500<br />
mil a R$ 1,2 milhão. “E esse é o perfil<br />
do nosso público em Mato Grosso. A<br />
elevação do teto de financiamento pela<br />
Caixa de R$ 1,5 milhão para R$ 3<br />
milhões não resolve o nosso problema<br />
aqui no Estado”.<br />
Cabe lembrar que em março deste<br />
ano, a Caixa Econômica Federal<br />
anunciou aumento de 50% para 70%<br />
da cota de fin dança que inclui<br />
moradias financiadas com recursos<br />
da caderneta de poupança.<br />
Servidores públicos conseguem<br />
alcançar teto de até 80% de<br />
financiamento do imóvel.<br />
“Até 2014, os bancos (em geral)<br />
financiavam 80% do valor da unidade,<br />
para ter um aporte maior do cliente e<br />
uma garantia real forte para instituição<br />
financeira. No cenário anterior, a gente<br />
financiava 9,5 clientes de cada 10.<br />
Hoje, os bancos financiam por volta de<br />
7,5 de cada 10. Ou seja, o índice de<br />
aprovação caiu. Os bancos estão mais<br />
seletivos. Em resumo, temos que<br />
trabalhar um pouco mais. Mas, Mato<br />
Grosso é um estado que tem renda,<br />
produção agropecuária forte, então a<br />
crise demora para chegar”, comenta o<br />
Referência 2016* 2015*<br />
Unidades 1.298 3.896<br />
Valor R$ 321,946 milhões R$ 787,823 milhões<br />
*1º Semestre - Fonte: Abecip<br />
diretor administrativo da Rodobens<br />
Negócios Imobiliários, Carlos<br />
Bianconi. Ele observa que a empresa<br />
atua em Mato Grosso, com mais ênfase<br />
na Capital. “Nossos movimentos são<br />
bons no Estado. Atuamos forte com o<br />
Minha Casa Minha Vida, mas hoje<br />
estamos com poucas unidades no<br />
Estado para esse público”.<br />
Bianconi cita que a construtora<br />
lançou empreendimento com 283<br />
unidades ao valor médio de R$ 320 mil<br />
no município mato-grossense de<br />
Sinop, sendo que 50% estão<br />
negociados. Na Capital foram<br />
edificados 10 empreendimentos, sendo<br />
que atualmente apenas 2 estão em<br />
negociação e fase final de acabamento.<br />
Os outros 8 foram negociados e<br />
entregues nos últimos 5 anos.<br />
Com a atuação no mercado<br />
imobiliário a Rodobens gerou cerca de<br />
14 mil postos de trabalho, diretos e<br />
indiretos no Estado, complementa o<br />
diretor. Essa mão de obra foi envolvida<br />
na construção de 4,922 mil casas e<br />
apartamentos que representam 335 mil<br />
metros quadrados. Nos 8 anos de<br />
atuação em Mato Grosso, a empresa<br />
movimentou R$ 675 milhões em Valor<br />
Geral de Venda (VGV).<br />
BRASIL - Em junho, os<br />
Número de unidades<br />
vendidas pelas<br />
construtoras e<br />
imobiliários também<br />
reduziu este ano,<br />
em 43,6%<br />
financiamentos<br />
imobiliários<br />
concedidos pelos<br />
agentes financeiros de<br />
todo o país com recursos<br />
das cadernetas do SBPE<br />
somaram R$ 4,3 bilhões,<br />
o 2º melhor mês do ano,<br />
com aumento de 9,5%<br />
em relação a maio (R$<br />
3,9 bilhões).<br />
Comparativamente ao mesmo período<br />
do ano passado, o volume foi 27,3%<br />
menor. Contudo, entre o 1º e o 2º<br />
trimestres de 2016 houve uma ligeira<br />
melhora do patamar de<br />
financiamentos imobiliários (no<br />
SBPE), com aumento de 7% nos<br />
valores contratados. Apesar de os<br />
primeiros meses do ano serem<br />
sazonalmente com menor atividade,<br />
há leves sinais de que o patamar de<br />
financiamentos no SBPE não só<br />
começou a se estabilizar como já<br />
sugere uma inflexão positiva, registra<br />
a Abecip.<br />
No 1º semestre de 2016, os<br />
financiamentos atingiram R$ 22,6<br />
bilhões, montante 49,5% inferior ao<br />
apurado em igual período de 2015. No<br />
acumulado dos últimos 12 meses (de<br />
julho de 2015 a junho de 2016), R$<br />
53,4 bilhões foram destinados à<br />
aquisição e construção de imóveis<br />
com recursos das cadernetas de<br />
poupança do SBPE, retração de 48,9%<br />
em relação ao montante apurado nos<br />
12 meses precedentes.<br />
Em número de unidades<br />
habitacionais, em junho foram<br />
financiadas 19,7 mil moradias nas<br />
modalidades de aquisição e<br />
construção, refletindo crescimento de<br />
5,9% sobre os 18,6 mil imóveis<br />
financiados em maio.<br />
João Vieira<br />
Comparado a junho de<br />
2015, houve queda de<br />
23%. Na comparação entre<br />
o 1º e 2º trimestres de<br />
2016, a expansão foi de<br />
10% no número de<br />
unidades financiadas,<br />
acarretando estabilização<br />
do patamar de unidades<br />
viabilizadas pelo crédito.<br />
Entre janeiro e junho<br />
foram financiados 100,5<br />
mil imóveis, 49,7%<br />
menos do que em igual<br />
período de 2015, quando<br />
199,9 mil unidades foram<br />
objeto de financiamento<br />
bancário. Nos últimos 12<br />
meses, até junho, o<br />
crédito imobiliário<br />
propiciou a aquisição e a<br />
construção de 242,1 mil<br />
imóveis, número 49,7%<br />
inferior ao dos 12 meses<br />
anteriores.