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Juventude camponesa convivendo e produzindo no Semi?rido A experi?ncia de Claudenir e Charliane

A vida no Semirido cheia de desafios e conquistas. A luta contnua, aprender a conviver com o bioma, resistindo s suas adversidades e saboreando os seus cheiros, versos e sabores que se faz encantar com a bela paisagem que paira no horizonte, alimentando vida, o amor e a resistncia do jovem que resiste e sucede a sua histria, seu povo e suas tradies.

A vida no Semirido cheia de desafios e conquistas. A luta contnua, aprender a conviver com o bioma, resistindo s suas adversidades e saboreando os seus cheiros, versos e sabores que se faz encantar com a bela paisagem que paira no horizonte, alimentando vida, o amor e a resistncia do jovem que resiste e sucede a sua histria, seu povo e suas tradies.

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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas<br />

A participação na Re<strong>de</strong> garantiu ao jovem<br />

casal o acesso a informações e saberes<br />

através dos intercâmbios em feiras e<br />

quintais agroecológicos, <strong>experi</strong>ê<strong>ncia</strong>s com<br />

SAF -Sistema Agroflorestal, além das<br />

reuniões da própria re<strong>de</strong> nas quais sempre<br />

s ã o c o m p a r t i l h a d a s p r á t i c a s<br />

agroecológicas e <strong>experi</strong>mentadas em<br />

coletivo <strong>no</strong> quintal da família que recebe os<br />

agricultores e agricultoras em suas casas.<br />

Para Clau<strong>de</strong>nir: "melhorou tudo porque<br />

antes eu só vendia na comunida<strong>de</strong> e hoje eu<br />

estou com a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trazer meus<br />

produtos pra cida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>sses<br />

encontros da Re<strong>de</strong>. Eles foram na minha<br />

área ver a minha forma <strong>de</strong> produzir, o<br />

conhecimento foi fundamental. Você<br />

apren<strong>de</strong> muitas coisas, o que antes eu<br />

quebrava a cabeça hoje se torna muito mais<br />

fácil através das <strong>experi</strong>ê<strong>ncia</strong>s <strong>de</strong> outras<br />

pessoas".<br />

A vida <strong>no</strong> <strong>Semi</strong>á<strong>rido</strong> é cheia <strong>de</strong> <strong>de</strong>safios e<br />

conquistas. A luta é contínua, apren<strong>de</strong>r a<br />

conviver com o bioma, resistindo às suas<br />

adversida<strong>de</strong>s e saboreando os seus cheiros,<br />

versos e sabores que se faz encantar com a<br />

bela paisagem que paira <strong>no</strong> horizonte,<br />

alimentando à vida, o amor e a resistê<strong>ncia</strong><br />

do jovem que resiste e suce<strong>de</strong> a sua<br />

história, seu povo e suas tradições. Estas<br />

são mais do que belas histórias espalhadas<br />

pelo <strong>Semi</strong>á<strong>rido</strong> vivo, que pulsa e on<strong>de</strong> o<br />

povo resiste. São verda<strong>de</strong>iros exemplos do<br />

bem viver.<br />

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas<br />

A<strong>no</strong> 8 • nº 2257<br />

Julho/2016<br />

Quixeramobim<br />

<strong>Juventu<strong>de</strong></strong> <strong>camponesa</strong> <strong>convivendo</strong> e<br />

<strong>produzindo</strong> <strong>no</strong> <strong>Semi</strong>á<strong>rido</strong><br />

A <strong>experi</strong>ê<strong>ncia</strong> <strong>de</strong> Clau<strong>de</strong>nir e <strong>Charliane</strong><br />

Realização<br />

Apoio


Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas<br />

Articulação <strong>Semi</strong>á<strong>rido</strong> Brasileiro – Ceará<br />

Quando Clau<strong>de</strong>nir e <strong>Charliane</strong> <strong>de</strong>cidiram unir para sempre a história <strong>de</strong> suas<br />

vidas, eles nem imaginavam como seria dali pra frente, a única coisa que<br />

sabiam era do amor que cultivavam e <strong>de</strong> que não <strong>de</strong>ixariam para traz suas<br />

raízes para construir uma <strong>no</strong>va história em outro lugar. O <strong>de</strong>sejo do casal sempre foi<br />

viver ao lado dos familiares e amigos em seu lugar <strong>de</strong> origem e foi na comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Mearim, ao lado da casa dos pais do Clau<strong>de</strong>nir o lugar escolhido para erguer o lar do<br />

casal, pois como já diz o velho ditado: "quem casa, quer casa".<br />

Logo na construção da morada, que iniciou um a<strong>no</strong> antes do casório, a família dos<br />

dois empenhou-se muito nessa tarefa. Pais, irmãos, primos, amigos e até os avós<br />

colocaram a mão na massa na construção coletiva <strong>de</strong>sse sonho. Casa pronta, logo se<br />

<strong>de</strong>u os preparativos para o casório. Raízes fincadas, amor <strong>de</strong> sobra, e logo veio o<br />

primeiro fruto <strong>de</strong>ssa união, sete meses <strong>de</strong>pois do casamento, a <strong>no</strong>tícia recebida por<br />

toda a família com muita alegria: Josué, o filho do casal estava a caminho.<br />

Durante esse período Clau<strong>de</strong>nir e <strong>Charliane</strong> trabalharam como monitores <strong>de</strong><br />

informática na escola da comunida<strong>de</strong>, quando acabou o contrato, eles precisavam <strong>de</strong><br />

uma <strong>no</strong>va fonte <strong>de</strong> renda. Foi então que o Clau<strong>de</strong>nir observou a <strong>experi</strong>ê<strong>ncia</strong> do sogro,<br />

o Sr. Valdizio que já produzia e vendia hortaliças <strong>no</strong> Assentamento Tanquinhos on<strong>de</strong><br />

vive com a família. O jovem então <strong>de</strong>cidiu começar com alguns canteiros e <strong>de</strong>pois<br />

passou a comercializar na própria comunida<strong>de</strong>.<br />

Ao participar do curso <strong>de</strong> GAPA - Gestão <strong>de</strong> Água para Produção <strong>de</strong> Alimentos,<br />

substituído sua mãe Dona Eiene, Calu<strong>de</strong>nir ouviu falar pela primeira vez em<br />

agroecologia, convivê<strong>ncia</strong> com o <strong>Semi</strong>á<strong>rido</strong> e se encantou. Apesar <strong>de</strong> não usar<br />

vene<strong>no</strong>, ele viu que o sistema era muito mais que isso, que incluía também um<br />

conjunto <strong>de</strong> outros princípios. Ma<strong>no</strong>el Neto, que foi o instrutor do curso pediu para<br />

conhecer a área da família e falou sobre a Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Agricultores e Agricultoras<br />

Agroecológicos do Sertão Central, da qual é coor<strong>de</strong>nador. Ele explicou como<br />

funcionavam as reuniões, os temas e práticas que eram realizadas nas áreas <strong>de</strong><br />

produção das famílias que compõem a re<strong>de</strong>, e os convidou para participar da<br />

próxima reunião.<br />

Depois do primeiro encontro da Re<strong>de</strong>, a família pô<strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r que po<strong>de</strong>riam sim<br />

produzir e comercializar essa produção gerando renda e alimentação <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />

para todos. Logo em seguida começaram a comercializar na Feira da Agricultura<br />

Familiar <strong>de</strong> Quixeramobim, todas as quartas-feiras.<br />

Para a manutenção da horta, eles contam com um poço profundo que já havia há<br />

muitos a<strong>no</strong>s na proprieda<strong>de</strong>. Com as práticas compartilhadas e através da<br />

<strong>experi</strong>mentação, eles pu<strong>de</strong>ram aumentar a produção e comercializar também para a<br />

alimentação escolar através do PNAE - Programa Nacional <strong>de</strong> Alimentação Escolar.<br />

<strong>Charliane</strong>, ouviu falar do AgroAmigo, do banco do Nor<strong>de</strong>ste, então ela teve a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><br />

acessar o crédito para comprar galinhas caipiras, e assim po<strong>de</strong>r ter uma renda a mais<br />

com a produção <strong>de</strong> ovos e carne. Além <strong>de</strong> tudo, ainda dá para reaproveitar o material<br />

orgânico que vem da horta na alimentação das aves. Para ela "é sempre bom a gente<br />

acessar esses créditos e investir <strong>no</strong> <strong>no</strong>sso trabalho e ver ele se <strong>de</strong>senvolver".<br />

2015 - Clau<strong>de</strong>nir começou a<br />

participar da Re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Agricultores e Agricultoras<br />

Agroecológicos do Sertão Central<br />

participar da Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Agricultores<br />

2013 - Casamento <strong>de</strong> Clau<strong>de</strong>nir<br />

e <strong>Charliane</strong>.<br />

2015 - Clau<strong>de</strong>nir começou a<br />

2015 participar - A família da Re<strong>de</strong> passa <strong>de</strong> a<br />

comercializar Agricultores e a Agricultoras<br />

produção na<br />

Feira Agroecológicos da Agricultura do Sertão Familiar Central <strong>de</strong><br />

Quixeramobim.<br />

2012 - Multirão com familiares e<br />

amigos na construção do lar do<br />

casal.<br />

2014 - Nasce o peque<strong>no</strong> Josué o<br />

primeiro filho do casal, trazendo<br />

muita alegria à toda a família.<br />

2015 2016 - <strong>Charliane</strong><br />

acessou o crédito<br />

do AgroAmigo e<br />

investiu na<br />

criação <strong>de</strong><br />

galinhas caipiras.

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