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EMISSÕES DE GEE DO SETOR DE ENERGIA PROCESSOS INDUSTRIAIS E USO DE PRODUTOS

FINAL.16.09.23.Relato%CC%81riosSEEG.PIUP_

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<strong>DO</strong>CUMENTO <strong>DE</strong> ANÁLISE<br />

<strong>EMISSÕES</strong> <strong>DE</strong> <strong>GEE</strong><br />

<strong>DO</strong> <strong>SETOR</strong> <strong>DE</strong> <strong>ENERGIA</strong>,<br />

<strong>PROCESSOS</strong> <strong>INDUSTRIAIS</strong><br />

E <strong>USO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PRODUTOS</strong><br />

COOR<strong>DE</strong>NAÇÃO TÉCNICA<br />

IEMA - INSTITUTO <strong>DE</strong><br />

<strong>ENERGIA</strong> E MEIO AMBIENTE<br />

REDAÇÃO E ORGANIZAÇÃO<br />

André Luis Ferreira<br />

David Shiling Tsai<br />

Gabriel de Freitas Viscondi<br />

Kamyla Borges da Cunha<br />

Marcelo dos Santos Cremer<br />

SETEMBRO 2016<br />

REVISÃO<br />

Tasso Rezende de Azevedo<br />

Viviane Romero (WRI - World<br />

Resources Institute)


SUMÁRIO<br />

1. INTRODUÇÃO<br />

2. <strong>EMISSÕES</strong> <strong>DE</strong> <strong>GEE</strong> <strong>DO</strong>S <strong>SETOR</strong>ES <strong>DE</strong> <strong>ENERGIA</strong> E <strong>DE</strong> <strong>PROCESSOS</strong> <strong>INDUSTRIAIS</strong> E <strong>USO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PRODUTOS</strong><br />

2.1. A MATRIZ ENERGÉTICA BRASILEIRA<br />

2.2. INDÚSTRIA: <strong>EMISSÕES</strong> PELA QUEIMA <strong>DE</strong> COMBUSTÍVEIS E POR <strong>PROCESSOS</strong> <strong>INDUSTRIAIS</strong><br />

E <strong>USO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PRODUTOS</strong><br />

2.3. ALOCAÇÃO DAS <strong>EMISSÕES</strong> NAS UNIDA<strong>DE</strong>S DA FE<strong>DE</strong>RAÇÃO<br />

3. <strong>EMISSÕES</strong> <strong>DE</strong> <strong>GEE</strong> DA ATIVIDA<strong>DE</strong> <strong>DE</strong> TRANSPORTES<br />

3.1. TRANSPORTE <strong>DE</strong> CARGAS<br />

3.2. TRANSPORTE <strong>DE</strong> PASSAGEIROS<br />

4. <strong>EMISSÕES</strong> <strong>DE</strong> <strong>GEE</strong> NA GERAÇÃO <strong>DE</strong> <strong>ENERGIA</strong> ELÉTRICA<br />

4.1. EVOLUÇÃO RECENTE DAS <strong>EMISSÕES</strong> <strong>DE</strong> <strong>GEE</strong> NA GERAÇÃO <strong>DE</strong> <strong>ENERGIA</strong> ELÉTRICA<br />

4.2. OPERAÇÃO <strong>DO</strong> SISTEMA ELÉTRICO E ACIONAMENTO <strong>DE</strong> USINAS TERMELÉTRICAS<br />

4.3. EXPANSÃO DAS PARTICIPAÇÕES <strong>DE</strong> <strong>ENERGIA</strong> EÓLICA, SOLAR E BIOMASSA NA MATRIZ ELÉTRICA<br />

5. <strong>EMISSÕES</strong> <strong>DE</strong> <strong>GEE</strong> NA INDÚSTRIA: CONSUMO ENERGÉTICO <strong>DE</strong> COMBUSTÍVEIS, <strong>PROCESSOS</strong><br />

<strong>INDUSTRIAIS</strong> E <strong>USO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PRODUTOS</strong><br />

5.1. PRODUÇÃO <strong>DE</strong> FERRO-GUSA E AÇO<br />

5.2. PRODUÇÃO <strong>DE</strong> CIMENTO<br />

5.3. INDÚSTRIA QUÍMICA<br />

6. <strong>EMISSÕES</strong> <strong>DE</strong> <strong>GEE</strong> NA PRODUÇÃO <strong>DE</strong> COMBUSTÍVEIS<br />

7. CONSI<strong>DE</strong>RAÇÕES SOBRE A PRETENDIDA CONTRIBUIÇÃO NACIONALMENTE <strong>DE</strong>TERMINADA<br />

(INDC) <strong>DO</strong> BRASIL<br />

7.1. METAS REFERENTES À OFERTA <strong>DE</strong> <strong>ENERGIA</strong><br />

7.2. METAS REFERENTES A <strong>EMISSÕES</strong> (<strong>ENERGIA</strong> E PIUP)<br />

CONSI<strong>DE</strong>RAÇÕES FINAIS<br />

REFERÊNCIAS<br />

ANEXOS<br />

06<br />

08<br />

10<br />

16<br />

17<br />

19<br />

21<br />

23<br />

32<br />

33<br />

42<br />

44<br />

45<br />

52<br />

55<br />

57<br />

59<br />

63<br />

64<br />

70<br />

74<br />

76<br />

80


LISTA <strong>DE</strong> FIGURAS<br />

Figura 1 Emissões de <strong>GEE</strong> em 2014: Setor de Energia e Processos Industriais<br />

Figura 2 Emissões de <strong>GEE</strong> nos setores de Energia em PIUP em 2014 alocadas<br />

nas Unidades da Federação<br />

Figura 3 Diagrama de Sankey das emissões de <strong>GEE</strong> dos Transportes em 2014<br />

LISTA <strong>DE</strong> TABELAS<br />

Tabela 1 Número de ônibus do transporte público no Município de São Paulo<br />

substituídos por diferentes tecnologias entre 2009 e 2014<br />

Tabela 2 Associação entre as categorias de processos industriais e os ramo<br />

industriais do BEN<br />

Tabela 3 Histórico e metas de emissões de <strong>GEE</strong> apresentadas na iNDC brasileiras<br />

Tabela 4 Fatores de conversão para as métricas GWP-100 do AR2 e do AR5<br />

Tabela 5 Emissões de <strong>GEE</strong> segundo a iNDC proposta pelo OC –<br />

estimativas originais e revisadas<br />

LISTA <strong>DE</strong> GRÁFICOS<br />

Gráfico 1 Emissões brasileiras de <strong>GEE</strong> por setor (1990-2014)<br />

Gráfico 2 Emissões brasileiras de <strong>GEE</strong> por setor (2004-2014)<br />

Gráfico 3 Consumo de energia no Brasil por fonte primária<br />

Gráfico 4 Emissões de <strong>GEE</strong> do Setor de Energia por fonte primária<br />

Gráfico 5 Perfil de emissões de CO 2<br />

pela queima de combustíveis no Brasil<br />

e no mundo em 2013, por fonte primária de energia<br />

Gráfico 6 Perfil de emissões de CO 2<br />

pela queima de combustíveis no Brasil<br />

e no mundo em 2013, por segmento<br />

Gráfico 7 Emissões de <strong>GEE</strong> do Setor de Energia por segmento de atividade<br />

Gráfico 8 Variações das emissões de <strong>GEE</strong> no Setor de Energia entre 2013<br />

e 2014 por segmento de atividade<br />

Gráfico 9 Evolução do consumo de energia no setor Transportes<br />

Gráfico 10 Divisão modal no transporte de carga em países selecionados em 2005<br />

Gráfico 11 Emissão específica de CO 2<br />

por modal de transporte de carga no Brasil<br />

Gráfico 12 Evolução das emissões de <strong>GEE</strong> no transporte rodoviário de passageiros<br />

Gráfico 13 Evolução da intensidade de uso da frota de veículos no transporte de passageiros<br />

Gráfico 14 Evolução comparativa da população residente e do número de passageiros<br />

transportados por ônibus nas maiores capitais brasileiras - 1994 a 2012<br />

Gráfico 15 Evolução do consumo de combustíveis no transporte de passageiros<br />

Gráfico 16 Evolução histórica e projeção da demanda por combustíveis do transporte<br />

individual rodoviário<br />

Gráfico 17 Influência das condições operacionais dos ônibus nas emissões<br />

e consumo de combustível<br />

Gráfico 18 Consumo de gasolina C e etanol hidratado por automóveis e de óleo diesel<br />

por ônibus na hora-pico simulados pelo PlanMob BH<br />

Gráfico 19 Evolução da demanda de energia elétrica por segmento de consumo<br />

Gráfico 20 Evolução anual da geração de eletricidade no SIN<br />

FIG<br />

17<br />

18<br />

21<br />

TAB<br />

28<br />

47<br />

70<br />

72<br />

73<br />

GRA<br />

09<br />

10<br />

11<br />

12<br />

13<br />

14<br />

15<br />

15<br />

20<br />

22<br />

22<br />

24<br />

24<br />

25<br />

26<br />

27<br />

29<br />

31<br />

34<br />

34<br />

Gráfico 21<br />

Gráfico 22<br />

Gráfico 23<br />

Gráfico 24<br />

Gráfico 25<br />

Gráfico 26<br />

Gráfico 27<br />

Gráfico 28<br />

Gráfico 29<br />

Gráfico 30<br />

Gráfico 31<br />

Gráfico 32<br />

Gráfico 33<br />

Gráfico 34<br />

Gráfico 35<br />

Gráfico 36<br />

Gráfico 37<br />

Gráfico 38<br />

Gráfico 39<br />

Gráfico 40<br />

Gráfico 41<br />

Gráfico 42<br />

Gráfico 43<br />

Gráfico 44<br />

Gráfico 45<br />

Gráfico 46<br />

Gráfico 47<br />

Gráfico 48<br />

Gráfico 49<br />

Gráfico 50<br />

Gráfico 51<br />

Evolução da participação percentual das fontes primárias na geração de EE<br />

Evolução da geração de eletricidade de origem não hídrica, por fonte<br />

Emissões de <strong>GEE</strong> na geração de eletricidade, por fonte primária<br />

Evolução anual da geração de eletricidade no SIN em usinas térmicas<br />

a combustível fóssil por fonte primária de energia<br />

Evolução mensal das emissões de <strong>GEE</strong> associadas à geração de eletricidade<br />

no SIN por fonte primária de energia<br />

Fator de emissão de <strong>GEE</strong> na geração de eletricidade por fonte primária fóssil<br />

em 2014<br />

Emissões e energia elétrica gerada dos 50 países mais emissores do Setor<br />

de Energia<br />

Evolução anual da geração de eletricidade no SIN: usinas hidráulicas, térmicas<br />

a combustível fóssil e eólicas<br />

Evolução anual das emissões de <strong>GEE</strong> associadas à geração de eletricidade no SIN<br />

Evolução mensal da energia natural afluente, por região<br />

Evolução mensal da energia armazenada (hidroeletricidade), por região<br />

Emissões de <strong>GEE</strong> em atividades industriais por tipo de gás de efeito estufa<br />

Emissões de <strong>GEE</strong> em atividades industriais por tipo de atividade<br />

Consumo de energia em atividades industriais por fonte primária<br />

Participação dos tipos de centrais na geração de eletricidade e dos segmentos<br />

de atividade econômica no consumo de eletricidade em 2014<br />

Emissões de <strong>GEE</strong> em atividades industriais por ramo industrial<br />

Emissões de <strong>GEE</strong> associadas à produção de ferro-gusa e aço por tipo de emissão<br />

Evolução das emissões de <strong>GEE</strong> associadas à produção de ferro-gusa e aço<br />

e produção física de aço<br />

Emissões de <strong>GEE</strong> associadas à produção de cimento, por fonte de emissão<br />

Fator de emissão implícito da produção de cimento (tCO 2<br />

e/t cimento),<br />

por fonte de emissão<br />

Emissões de <strong>GEE</strong> associadas à indústria química por tipo de emissão<br />

Consumo de combustíveis na Produção de Combustíveis, por fonte primária<br />

Evolução do consumo específico de energia nas atividades da Produção<br />

de Combustíveis<br />

Emissões de <strong>GEE</strong> na Produção de Combustíveis, por atividade<br />

Evolução histórica e meta iNDC da participação de fontes renováveis<br />

na matriz energética<br />

Evolução histórica e meta iNDC da participação de fontes renováveis<br />

não-hídricas na matriz energética<br />

Evolução histórica e meta iNDC da participação de derivados da cana-de-açúcar<br />

e biodiesel na matriz energética<br />

Evolução histórica e meta iNDC do teor de biodiesel no óleo diesel<br />

Evolução histórica e meta iNDC da produção de etanol<br />

Evolução histórica e meta iNDC da participação de fontes renováveis não-hídricas<br />

na matriz elétrica<br />

Evolução histórica e meta iNDC das emissões de CO 2<br />

e (GWP-100 AR5) nos setores<br />

de Energia e PIUP<br />

35<br />

36<br />

37<br />

37<br />

38<br />

39<br />

40<br />

40<br />

41<br />

42<br />

43<br />

48<br />

49<br />

49<br />

50<br />

51<br />

54<br />

54<br />

56<br />

57<br />

58<br />

60<br />

61<br />

62<br />

65<br />

66<br />

67<br />

68<br />

68<br />

69<br />

72


1. INTRODUÇÃO<br />

A fim de prover fácil acesso a dados consistentes<br />

da evolução histórica das emissões antrópicas de<br />

gases de efeito estufa (<strong>GEE</strong>) associadas às suas<br />

fontes emissoras no Brasil, o Observatório do<br />

Clima, no final de 2013, apresentou a primeira<br />

versão do Sistema de Estimativa de Emissões<br />

de Gases de Efeito Estufa (SEEG), contemplando<br />

as emissões nacionais no período 1990-2012<br />

para os setores de (i) Mudança de Uso da Terra,<br />

(ii) Agropecuária, (iii) Energia, (iv) Processos<br />

Industriais e Uso de Produtos e (v) Resíduos.<br />

Neste processo, o Instituto de Energia e Meio<br />

Ambiente (IEMA) realizou o trabalho técnico<br />

referente às estimativas das emissões dos setores<br />

de Energia e de Processos Industriais e Uso de<br />

Produtos (PIUP).<br />

Em 2015, foi desenvolvida a terceira versão do<br />

SEEG que revisou as estimativas para o período<br />

1990-2013, incluiu as estimativas de emissões<br />

para o ano de 2014, revisou e aprimorou as<br />

estimativas de emissões nacionais para o período<br />

entre 1970 e 1989 e a distribuição das emissões<br />

por unidade da federação, ao longo de todo o<br />

período 1970-2014.<br />

Foi também lançado em 2015 um novo módulo<br />

denominado SEEG Monitor Elétrico, uma<br />

ferramenta de informação com atualização diária<br />

sobre a composição da matriz elétrica brasileira e<br />

suas emissões de gases de efeito estufa.<br />

A partir dos dados do SEEG, este documento traz<br />

análises sobre as emissões dos setores de<br />

Energia e de PIUP. Além disso, discute desafios<br />

que se apresentam com vistas à mitigação de<br />

emissões. Tais descrições analíticas dividemse<br />

em quatro partes, abordando os maiores<br />

segmentos emissores dentro do universo de<br />

Energia e PIUP: Transportes, Geração de Energia<br />

Elétrica, Indústria e Produção de Combustíveis.<br />

Para cada um destes, buscou-se mostrar a<br />

importância relativa do segmento no conjunto<br />

das emissões nacionais, os perfis de emissão<br />

por tipo de atividade ou outros detalhamentos<br />

encontrados, e questões a respeito do futuro<br />

dessas emissões.<br />

Este documento apresenta ainda uma<br />

interpretação das metas propostas na pretendida<br />

contribuição nacionalmente determinada (iNDC)<br />

brasileira voltadas para os setores de Energia e<br />

de PIUP e procura contextualizá-las em relação<br />

às emissões históricas de <strong>GEE</strong> e às projeções<br />

de emissões do Plano Decenal de Expansão de<br />

Energia 2024 (EPE/MME, 2015).<br />

Este documento foi, assim, estruturado em seis<br />

capítulos. O primeiro traz um panorama geral das<br />

emissões dos setores de Energia e PIUP, inserindoas<br />

no contexto das emissões totais no país. Os<br />

capítulos 2, 3, 4 e 5, respectivamente, analisam<br />

os quatro segmentos mais emissores dentro do<br />

universo de Energia e PIUP, incluindo algumas<br />

discussões quanto à situação atual e tendências<br />

para o futuro. E o capítulo 6 traz considerações a<br />

respeito da iNDC do Brasil.<br />

7


De acordo com as estimativas do SEEG, o Setor de<br />

Energia foi o que apresentou a maior taxa média de<br />

crescimento anual no período entre 1990 e 2014.<br />

As emissões do setor partiram de um patamar de<br />

189,7 milhões de toneladas de dióxido de carbono<br />

equivalente (CO 2<br />

e) em 1990 para 479,1 milhões<br />

de toneladas em 2014, superando as emissões da<br />

Agropecuária e se consolidando como o segundo<br />

setor mais emissor, atrás apenas de Mudança de<br />

Uso da Terra, como mostra o Gráfico 1.<br />

Já as emissões por Processos Industriais e Uso<br />

de Produto (PIUP) possuem uma consistente<br />

taxa média de crescimento anual entre 1990 e<br />

2014 (2,9% ao ano).<br />

Em conjunto, as emissões de todo o Setor de<br />

Energia e de PIUP foram responsáveis por 580,3<br />

MtCO 2<br />

e em 2014, representando 31,4% das<br />

emissões nacionais.<br />

2. <strong>EMISSÕES</strong> <strong>DE</strong> <strong>GEE</strong> <strong>DO</strong>S<br />

GRÁFICO 1<br />

Emissões brasileiras de <strong>GEE</strong> por setor (1990-2014)<br />

<strong>SETOR</strong>ES <strong>DE</strong> <strong>ENERGIA</strong> E <strong>DE</strong><br />

<strong>PROCESSOS</strong> <strong>INDUSTRIAIS</strong><br />

E <strong>USO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PRODUTOS</strong><br />

Milhões de toneladas de CO 2<br />

e<br />

4000<br />

3500<br />

3000<br />

2500<br />

2000<br />

1500<br />

1000<br />

500<br />

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014<br />

Total (TCAC=0,5%)<br />

Mudança de Uso da Terra (TCAC=-1,3%)<br />

Energia (TCAC=3,9%)<br />

Agropecuária (TCAC=1,6%)<br />

Processos Industriais (TCAC=2,9%)<br />

Resíduos (TCAC=3,9%)<br />

66%<br />

1+3+18+12+66 4+5+23+26+42<br />

1%<br />

3%<br />

18%<br />

42%<br />

1990 2014<br />

12%<br />

4% 5%<br />

26%<br />

23%<br />

9


O forte crescimento das emissões do Setor de<br />

Energia, aliado ao decréscimo das taxas de<br />

desmatamento na Amazônia, fator este que tem<br />

reduzido as emissões oriundas da Mudança de<br />

Uso da Terra, modificou significativamente a<br />

participação de cada setor no total das emissões<br />

GRÁFICO 2<br />

Emissões brasileiras de <strong>GEE</strong> por setor (2004-2014)<br />

brasileiras nos últimos anos, em especial a partir<br />

de 2004, ano em que as emissões associadas à<br />

Mudança de Uso da Terra atingiram seu máximo.<br />

O Setor de Energia, que representava apenas<br />

7,9% das emissões em 2004, passou para 26,0%<br />

em 2014 (ver Gráfico 2).<br />

GRÁFICO 3<br />

Oferta interna bruta de energia no Brasil por fonte primária<br />

Mtep<br />

140<br />

120<br />

100<br />

80<br />

Participação nas emissões de CO 2<br />

e<br />

80%<br />

70%<br />

60%<br />

50%<br />

40%<br />

30%<br />

20%<br />

10%<br />

79%<br />

70%<br />

68%<br />

49%<br />

44%<br />

42%<br />

24%<br />

46%24%<br />

26%<br />

22%<br />

23%<br />

22%<br />

23%<br />

20%<br />

14%<br />

10%<br />

13% 14% 11%<br />

8%<br />

5% 6% 5% 5%<br />

2% 3% 3%<br />

1% 2% 2%<br />

3% 3% 3% 4%<br />

60<br />

40<br />

20<br />

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014<br />

Petróleo e Derivados Carvão Mineral Urânio<br />

Biomassa Outras Não Renováveis Gás Natural<br />

Hidráulica<br />

Eólica<br />

2004<br />

2006 2008 2010 2012 2013 2014<br />

Mudança de Uso da Terra Energia Agropecuária Processos Industriais Resíduos<br />

2.1<br />

A MATRIZ ENERGÉTICA<br />

BRASILEIRA<br />

Ao longo do período 1990-2014, a oferta interna<br />

bruta de energia no Brasil passou de 67 milhões<br />

de toneladas equivalentes de petróleo (Mtep)<br />

para 142 Mtep, como mostra o Gráfico 3. Notase<br />

a predominância das fontes de energia de<br />

10<br />

origem fóssil na matriz energética, e também seu<br />

crescimento relativo, aumentando de 51% em 1990<br />

para 59% em 2014. Destaca-se o petróleo como a<br />

fonte primária mais importante, representando 39%<br />

de toda a energia ofertada em 2014.<br />

3%<br />

41+35+3+14+7 39+28+14+11+6+1+1<br />

14%<br />

35%<br />

Não por acaso, dentre as fontes primárias de<br />

energia, o petróleo destacou-se também como<br />

principal fonte de emissões, respondendo por<br />

71% das emissões de CO 2<br />

e em 2014, conforme<br />

7%<br />

41%<br />

Fonte: Elaboração própria a partir de BEN 2015, Ano-base 2014 (MME/EPE)<br />

11%<br />

1990 2014<br />

14%<br />

6%<br />

28%<br />

1%<br />

1%<br />

39%<br />

pode ser visto no Gráfico 4. Cabe ainda destacar<br />

o aumento da participação do gás natural como<br />

fonte de emissões, passando de 3% em 1990<br />

para 17% das emissões de CO 2<br />

e em 2014.<br />

11


GRÁFICO 4<br />

Emissões de <strong>GEE</strong> do Setor de Energia por fonte primária<br />

Neste aspecto, é importante notar uma<br />

particularidade do Brasil em relação à média<br />

mundial - enquanto aqui o petróleo é, de longe,<br />

o principal responsável pelas emissões, o<br />

carvão mineral é a principal fonte no mundo,<br />

conforme mostra o Gráfico 5.<br />

600<br />

500<br />

GRÁFICO 5<br />

Perfil de emissões de CO 2<br />

pela queima de combustíveis no Brasil e no mundo em 2013,<br />

por fonte primária de energia.<br />

Milhões de toneladas de CO 2<br />

e<br />

400<br />

300<br />

200<br />

100<br />

70+16+14<br />

14%<br />

34+20+46<br />

70%<br />

16% Brasil*<br />

2013<br />

Mundo<br />

2013<br />

1990<br />

1991<br />

1992<br />

1993<br />

1994<br />

1995<br />

1996<br />

1997<br />

1998<br />

1999<br />

2000<br />

2001<br />

2002<br />

2003<br />

2004<br />

2005<br />

2006<br />

2007<br />

2008<br />

2009<br />

2010<br />

2011<br />

2012<br />

2013<br />

2014<br />

46% 20%<br />

34%<br />

Produção e Consumo de Petróleo Produção e Consumo de Gás Natural Consumo de Biomassa*<br />

Extração de Petróleo e Gás Natural Produção e Consumo de Carvão Mineral Outros**<br />

Petróleo Carvão Mineral Gás Natural<br />

82%<br />

1+1+6+7+3+82<br />

1%<br />

1%<br />

6%<br />

7%<br />

3%<br />

71%1+2+3+6+17+71<br />

1%<br />

1990 2014<br />

2%<br />

3%<br />

6%<br />

17%<br />

*Os valores brasileiros foram obtidos da IEA e diferem dos reportados pelo SEEG, pois, na indústria, estão incluídas as emissões geradas no uso de combustíveis como termoredutores<br />

na produção de metais. No SEEG, essas emissões são contabilizadas em Processos Industriais conforme recomendado pelo IPCC.<br />

Fonte: Elaboração própria a partir de IEA 2015<br />

A pequena importância do carvão mineral<br />

nas emissões de CO 2<br />

no Brasil deve-se,<br />

fundamentalmente, à predominância da<br />

hidroeletricidade no sistema elétrico brasileiro,<br />

enquanto no mundo predominam as termelétricas<br />

a carvão. Consequentemente as emissões<br />

associadas ao transporte apresentam-se<br />

relativamente mais importantes no Brasil do que<br />

no restante do mundo, como mostra o Gráfico 6.<br />

*As emissões de CO 2<br />

e geradas pelo consumo de biomassa correspondem às emissões de CH 4<br />

e N 2<br />

O (as emissões líquidas de CO 2<br />

desses combustíveis são consideradas nula).<br />

**Tratam-se das emissões de CH 4<br />

e N 2<br />

O das misturas de gasolina automotiva com etanol anidro (gasolina C) e de diesel mineral com biodiesel (óleo diesel).<br />

12<br />

13


1+6+11+13+5+19<br />

4+5+12+17+16<br />

GRÁFICO 6<br />

Perfil de emissões de CO 2<br />

pela queima de combustíveis no Brasil e no mundo em 2013, por segmento.<br />

GRÁFICO 7<br />

Emissões de <strong>GEE</strong> do Setor de Energia por segmento de atividade<br />

17%<br />

6%<br />

46+22+17+6+9 23+19+42+5+11<br />

22%<br />

9%<br />

Brasil<br />

2013<br />

46%<br />

Transportes Industrial Geração de<br />

Eletricidade<br />

*Os valores brasileiros foram obtidos da IEA e diferem dos reportados pelo SEEG, pois, na indústria, estão incluídas as emissões geradas no uso de combustíveis como termoredutores<br />

na produção de metais. No SEEG, essas emissões são contabilizadas em Processos Industriais conforme recomendado pelo IPCC.<br />

Fonte: Elaboração própria a partir de IEA 2015<br />

5%<br />

42%<br />

11%<br />

Produção de<br />

Combustíveis<br />

Mundo<br />

2013<br />

Outros<br />

23%<br />

19%<br />

Milhões de toneladas de CO 2<br />

e<br />

250<br />

200<br />

150<br />

100<br />

50<br />

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014<br />

45+<br />

45%<br />

11%<br />

13%<br />

5%<br />

19%<br />

6%<br />

1%<br />

46+<br />

5% 4%<br />

12%<br />

46%<br />

1990 2014<br />

17%<br />

16%<br />

Transportes<br />

Insdustrial<br />

Comercial<br />

Residencial<br />

Público<br />

Agropecuário<br />

Geração de Eletricidade<br />

Produção de Combustível<br />

O perfil de emissões de <strong>GEE</strong> do Setor de Energia<br />

está assim diretamente relacionado ao uso de<br />

combustíveis fósseis no país, cuja principal<br />

destinação, em 2014, foi o transporte (40,1%),<br />

seguido pelo setor industrial (19,5%), pela geração<br />

de energia elétrica (17,4%) e pela produção de<br />

combustíveis (setor energético) (6,8%). Os demais<br />

setores respondem, no conjunto, pela parcela<br />

restante (MME/EPE, 2015). O Gráfico 7 mostra<br />

a evolução destes segmentos de atividade nas<br />

emissões do Setor de Energia no Brasil.<br />

É nítido o papel majoritário dos transportes nas<br />

emissões do Setor de Energia brasileiro durante<br />

todo o período analisado, porém cabe destacar<br />

o crescente papel da geração de eletricidade<br />

que, em 2014, foi responsável por 57% das<br />

emissões adicionadas.<br />

14<br />

O Gráfico 8 apresenta as emissões adicionais<br />

entre os segmentos de atividade, tomando como<br />

base o ano de 2013. Nota-se que os principais<br />

responsáveis pelo aumento foram a geração<br />

de eletricidade, o segmento de transportes e a<br />

produção de combustíveis.<br />

Cabe ainda destacar a importância das emissões<br />

decorrentes das atividades necessárias para<br />

ofertar energia – plataformas de extração de<br />

gás natural e petróleo, refinarias, destilarias<br />

de álcool, usinas termelétricas, etc. Somadas,<br />

estas emissões representaram 28,6% das<br />

emissões totais do setor de Energia em 2014.<br />

Entre 2013 e 2014 o conjunto dessas emissões<br />

aumentou 16,1% (19,0 MtCO 2<br />

e), sendo<br />

responsável por aproximadamente 70% das<br />

emissões adicionadas em 2014.<br />

GRÁFICO 8<br />

Variações das emissões de <strong>GEE</strong> no Setor de Energia entre 2013 e 2014 por segmento de atividade<br />

Milhões de toneladas de CO 2<br />

e<br />

adicionadas em 2014<br />

20<br />

15<br />

10<br />

5<br />

15,47<br />

Geração de<br />

Eletricidade<br />

6,24<br />

Transportes<br />

3,52<br />

Produção de<br />

Combustíveis<br />

0,92<br />

0,73 0,37 -0,06<br />

Industrial Agropecuário Residencial Comercial<br />

15


2.2<br />

INDÚSTRIA: <strong>EMISSÕES</strong> PELA<br />

QUEIMA <strong>DE</strong> COMBUSTÍVEIS<br />

E POR <strong>PROCESSOS</strong><br />

<strong>INDUSTRIAIS</strong> E <strong>USO</strong><br />

<strong>DE</strong> <strong>PRODUTOS</strong><br />

FIGURA 1<br />

Emissões de <strong>GEE</strong> em 2014: Setor de Energia e Processos Industriais<br />

Carvão Mineral<br />

Gás Natural<br />

Fugitivas<br />

Petróleo e Gás Natual<br />

Petróleo<br />

Gasolina C<br />

e Óleo Diesel<br />

Biomassa<br />

Processos<br />

Industriais<br />

28,8 Mt<br />

82,8t Mt<br />

10,7 Mt<br />

339,4 Mt<br />

5,9 Mt<br />

11,5 Mt<br />

101,4 Mt<br />

5%<br />

17,4% 2% 1% 58,5% 1,9% 14,3%<br />

3,3% 4,6% 9,5%<br />

30,5%<br />

14,3%<br />

38%<br />

220,5 Mt<br />

82 Mt<br />

177,1 Mt<br />

55,2 Mt<br />

26,4 Mt<br />

19,1 Mt<br />

Transporte<br />

Geração de E.E.<br />

Indústria<br />

Produção de<br />

Combustíveis<br />

Resid, Com. e Púb.<br />

Agropecuário<br />

580,3 MtCO 2<br />

e Total<br />

Para estimar as emissões de <strong>GEE</strong> no SEEG,<br />

foram adotadas as metodologias definidas<br />

pelo Painel Intergovernamental sobre<br />

Mudanças Climáticas (IPCC). Uma das<br />

preocupações constantes na elaboração de<br />

inventários de emissões de <strong>GEE</strong> é evitar a<br />

dupla contagem das emissões, por isso, no<br />

caso das emissões associadas à indústria,<br />

calculam-se separadamente: (i) aquelas que<br />

ocorrem por processos de transformação<br />

química e/ou física de materiais, (ii) aquelas<br />

que ocorrem pela queima de combustíveis 1 e<br />

(iii) aquelas que ocorrem pela disposição de<br />

resíduos. Essas 3 classes de emissões são<br />

contempladas em “setores IPCC” distintos,<br />

quais sejam: (i) Processos Industriais e<br />

Uso de Produtos - PIUP, (ii) Energia e (iii)<br />

Resíduos, respectivamente.<br />

Se somadas as emissões industriais pela<br />

queima de combustíveis com as originadas da<br />

transformação química e/ou física de materiais<br />

na indústria, esse segmento passa a ser<br />

responsável por 30,5% das emissões de CO 2<br />

e<br />

em 2014 do total de Energia e PIUP, conforme<br />

a Figura 1 ilustra. Tal figura ilustra também o<br />

quadro geral de emissões de <strong>GEE</strong> dos setores<br />

de Energia e PIUP, com destaque para as<br />

fontes primárias de energia e os segmentos de<br />

atividade responsáveis pelas emissões.<br />

1. As emissões pela queima de combustíveis podem ainda ser desagregadas em 2 grupos: (i) consumo final energético (força motriz, calor de processo, aquecimento direto ou iluminação) e (ii) geração de eletricidade.<br />

16<br />

2.3<br />

ALOCAÇÃO DAS <strong>EMISSÕES</strong><br />

NAS UNIDA<strong>DE</strong>S DA FE<strong>DE</strong>RAÇÃO<br />

Desde a sua segunda versão, o SEEG apresenta<br />

a distribuição das emissões estimadas a nível<br />

nacional entre as unidades da federação, usandose<br />

de uma metodologia que considera dados oficiais<br />

disponíveis em instituições de abrangência nacional.<br />

Nesta versão atual houve aprimoramento incluindo<br />

a alocação de parte das emissões associadas ao<br />

consumo de gás natural e à produção de ferrogusa,<br />

aço e ferroligas. Como na versão anterior do<br />

SEEG, foram assumidas hipóteses simplificadoras,<br />

17


mas ainda assim uma parcela significativa das<br />

emissões nacionais não pôde ser alocada por falta<br />

de informações confiáveis. Não se tratou, portanto,<br />

de um esforço de inventariar as emissões a partir<br />

de informações oficias de cada UF, de modo que<br />

a comparação entre os resultados gerados por<br />

esta metodologia e os resultados de inventários<br />

oficiais das UFs deve ser feita com muita cautela.<br />

No entanto, como muitas UFs ainda não dispõem<br />

de inventários, o SEEG pode trazer informações<br />

valiosas, tanto pelos resultados que puderam ser<br />

gerados quanto pelas dificuldades metodológicas<br />

e lacunas de dados que o procedimento de<br />

alocação de emissões por UF apontou.<br />

A Figura 2 representa a distribuição das emissões<br />

do Setor de Energia e de Processos Industriais e<br />

Uso de Produtos alocadas nas UFs e a parcela de<br />

emissões que não pode ser alocada por falta de<br />

informações mais confiáveis.<br />

FIGURA 2<br />

Emissões de <strong>GEE</strong> nos setores de Energia em PIUP em 2014 alocadas nas Unidades da Federação<br />

3. <strong>EMISSÕES</strong> <strong>DE</strong> <strong>GEE</strong><br />

RR<br />

AP<br />

DA ATIVIDA<strong>DE</strong><br />

AC<br />

AM<br />

RO<br />

MT<br />

PA<br />

TO<br />

MA<br />

PI<br />

BA<br />

CE<br />

RN<br />

PB<br />

PE<br />

AL<br />

SE<br />

<strong>DE</strong> TRANSPORTES<br />

GO<br />

DF<br />

MS<br />

MG<br />

ES<br />

NA<br />

Não Alocado<br />

SP<br />

RJ<br />

48.000<br />

PR<br />

Processos Industriais<br />

Energia<br />

RS<br />

SC<br />

18


Nos últimos dez anos, o segmento de<br />

transportes foi o que apresentou as mais<br />

elevadas taxas de crescimento do consumo<br />

de energia – 5,6% a.a. entre 2004 e 2014. Vale<br />

destacar que o perfil de demanda de energia<br />

GRÁFICO 9<br />

Evolução do consumo de energia no setor Transportes<br />

40<br />

35<br />

neste setor é caracterizado pela predominância<br />

do modal rodoviário, que respondeu por 93% do<br />

consumo em 2014, e pela pesada dependência<br />

do petróleo (80% do consumo em 2014)<br />

conforme mostra o Gráfico 9.<br />

FIGURA 3<br />

Diagrama de Sankey das emissões de <strong>GEE</strong> dos Transportes em 2014<br />

Energia<br />

Primária<br />

Petróleo<br />

210,4 Mt 95,4%<br />

Energia<br />

Secundária<br />

Óleo<br />

Combustível<br />

Diesel<br />

Mineral<br />

3,7 Mt 1,7%<br />

120,9 Mt 54,9%<br />

Hidroviário*<br />

Ferroviário<br />

Modal<br />

4,8 Mt 2,2%<br />

3,3 Mt 1,5%<br />

Categoria<br />

Embarcações<br />

Locomotivas<br />

Caminhões<br />

4,8 Mt<br />

2,2%<br />

3,3 Mt<br />

1,5%<br />

88,6 Mt<br />

40,2%<br />

Função<br />

Carga<br />

111 Mt 50,3%<br />

Mtep<br />

30<br />

25<br />

20<br />

15<br />

10<br />

5<br />

Gás Natural<br />

Gasolina C e<br />

Óleo Diesel<br />

3.8 Mt 1,7%<br />

3,2 Mt 2,5%<br />

Gasolina<br />

Automotiva<br />

Querosene<br />

de Aviação<br />

74,5 Mt 33,8%<br />

11 Mt 5%<br />

Rodoviário<br />

Aéreo<br />

201,2 Mt 91,2%<br />

11 Mt 5,1%<br />

Ônibus<br />

Com.<br />

Leves<br />

Auto<br />

Moto<br />

Aero<br />

22,8 Mt<br />

10,3%<br />

14,2 Mt<br />

6,5%<br />

69,2 Mt<br />

31,4%<br />

6,1 Mt<br />

2,9%<br />

11 Mt<br />

5,1%<br />

Passageiros<br />

109,5 Mt 49,7%<br />

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014<br />

220,5 MtCO 2<br />

e** Total<br />

Óleo Combustível<br />

Eletricidade<br />

Gasolina de Aviação<br />

Etanol<br />

Querosene de Aviação<br />

Gás Natural Seco<br />

Diesel Mineral<br />

Gasolina Automotiva<br />

Biodiesel<br />

Fonte: Elaborado a partir de BEN 2015, Ano-Base 2014 (MME/EPE,2015)<br />

As emissões de <strong>GEE</strong> refletem este comportamento<br />

do consumo energético, passando de 84,9 milhões<br />

de toneladas em 1990 para 220,5 milhões em<br />

2014. No entanto, entre 2013 a 2014, enquanto o<br />

aumento no consumo energético foi de 6,5%, as<br />

emissões cresceram apenas 2,9%, decorrência<br />

do aumento da participação das fontes renováveis<br />

na matriz de consumo de energia na atividade de<br />

transportes no período (de 16,9% para 17,6%) 2 .<br />

93+2+4+1<br />

Tomando-se como referência o ano de 2014,<br />

nota-se um leve predomínio das emissões<br />

oriundas do transporte de cargas – 50,3%<br />

– sobre o de passageiros. No que se refere<br />

à desagregação das emissões por categoria<br />

de veículos, destacam-se os caminhões<br />

(40,2%) e os automóveis (31,4%), como<br />

mostra a Figura 3.<br />

2. Além do aumento da participação do etanol hidratado, o teor de etanol anidro na mistura com a gasolina automotiva passou de 23,4% para 24,8%, entre 2013 e 2014. No mesmo período, o<br />

teor de biodiesel na mistura com o diesel mineral também aumentou: de 5,0% para 5,7% (porcentagens em volume).<br />

20<br />

15%<br />

45+30+15+4+3+2+1<br />

4%<br />

30%<br />

3% 2% 1%<br />

2014<br />

45%<br />

93%<br />

Rodoviário<br />

Aéreo Ferroviário<br />

1%<br />

4% 1%<br />

Hidroviário<br />

*Uma parcela do uso de combustíveis em embarcações decorre do transporte de passageiros. Devido a ausência de informações fundamentadas e a sua pouca importância no<br />

conjunto das emissões, optou-se por alocar as emissões deste modal no transporte de carga.<br />

**Incluídas as emissões do consumo de álcool hidratado no transporte rodoviário que correspondem a 0,7Mt (0,3%) e as emissões do consumo de gasolina de aviação no<br />

transporte aéreo que correspondem a 0,2Mt (0,1%).<br />

3.1<br />

TRANSPORTE <strong>DE</strong> CARGAS<br />

O transporte de cargas no Brasil emitiu 111,0<br />

MtCO 2<br />

e em 2014, o que correspondeu a<br />

aproximadamente metade das emissões do<br />

segmento de transportes ou um quinto das<br />

emissões do universo dos setores de Energia<br />

e PIUP. A predominância do modal rodoviário<br />

no país, quando comparado a outros países de<br />

dimensões continentais (Gráfico 10), explica,<br />

em grande medida, a enorme importância<br />

que o óleo diesel tem no consumo energético<br />

dos transportes e nas emissões de <strong>GEE</strong><br />

relacionadas à energia, bem como a presença<br />

dos caminhões como principal fonte emissora,<br />

não apenas no segmento de transportes, mas<br />

no setor de Energia como um todo. Basta ver<br />

que as emissões dessa categoria de veículos<br />

21


no Brasil (88,6 MtCO 2<br />

e) são maiores, por<br />

exemplo, do que as emissões de toda a queima<br />

de combustíveis 3 no segmento industrial (76,0<br />

GRÁFICO 10<br />

Divisão modal no transporte de carga em países selecionados em 2005<br />

Participação dos modais no transporte de cargas<br />

100%<br />

90%<br />

80%<br />

70%<br />

60%<br />

50%<br />

40%<br />

30%<br />

20%<br />

10%<br />

Rússia<br />

Fonte: Elaborado a partir do PNLT (MT, 2009)<br />

O Gráfico 11 ilustra o fato de que o consumo de<br />

energia e as emissões de CO 2<br />

por quantidade de<br />

carga transportada (tep/tku e gCO 2<br />

/tku 4 ) são mais<br />

GRÁFICO 11<br />

Emissão específica de CO 2<br />

por modal de transporte de carga no Brasil<br />

120<br />

100<br />

101,2<br />

8%<br />

11%<br />

81%<br />

32%<br />

25%<br />

EUA<br />

43%<br />

11%<br />

43% 46%<br />

Canadá<br />

MtCO 2<br />

e) ou mesmo do que as emissões do<br />

conjunto de termelétricas em operação em<br />

2014 (82,0 MtCO 2<br />

e).<br />

53%<br />

4%<br />

43%<br />

Austrália<br />

58%<br />

17%<br />

25%<br />

Brasil<br />

Rodoviário<br />

Hidroviário<br />

Ferroviário<br />

elevados para o modal rodoviário, relativamente<br />

aos modos ferroviário e hidroviário.<br />

Nota-se, portanto, que a transferência modal no<br />

transporte regional de cargas, do modo rodoviário<br />

para modos menos intensivos em energia, pode ter<br />

um papel potencialmente destacado em mitigação<br />

de emissões de <strong>GEE</strong> 5 .<br />

Porém, considerando que o predomínio do modo<br />

rodoviário tende a ser mantido, a introdução de<br />

novas tecnologias veiculares para o aumento da<br />

eficiência energética de caminhões pode ter um<br />

papel importante na mitigação de emissões. Em tal<br />

sentido, ocorre já parcialmente certo movimento<br />

natural na oferta de caminhões mais econômicos,<br />

dada a competição entre fabricantes de veículos<br />

levando-se em conta que os gastos com combustíveis<br />

representam uma das parcelas mais relevantes nos<br />

3.2<br />

TRANSPORTE<br />

<strong>DE</strong> PASSAGEIROS<br />

custos dos transportadores. Em alguns países,<br />

no entanto, existem mecanismos regulatórios<br />

sobre a indústria automotiva, desenhados para<br />

estimular a introdução de tecnologias que tornem<br />

os veículos mais eficientes.<br />

A Agenda Estratégica do Setor Automotivo do<br />

Plano Brasil Maior (PBM), lançado em agosto de<br />

2011 (BRASIL, 2012), visando ao aumento da<br />

competitividade internacional do setor, mostra a<br />

intenção de elevar a eficiência energética no país,<br />

incluindo veículos pesados e leves. No entanto, até<br />

o presente momento, os desenvolvimentos do Plano<br />

apenas apresentaram regramentos relacionados<br />

à eficiência energética para os veículos leves<br />

comercializados no Brasil a partir de 2017.<br />

gCO 2<br />

/tku<br />

80<br />

60<br />

40<br />

20<br />

0<br />

Rodoviário<br />

23,3<br />

Ferroviário<br />

(exceto minério de ferro)<br />

Fonte: Elaborado a partir do PSTM (MT e MCID, 2013)<br />

gCO 2<br />

/tku = gramas de CO 2<br />

por tonelada-quilômetro útil<br />

20,0 13,8<br />

Navegação<br />

interior<br />

Cabotagem<br />

(exceto petróleo<br />

e gás natural)<br />

Modal de transporte e tipo de carga<br />

7,9 5,0<br />

Ferroviário<br />

(minério de ferro)<br />

Cabotagem<br />

(petróleo e gás<br />

natual)<br />

O transporte de passageiros apresentou um<br />

consumo total de 48,0 Mtep em 2014, dos quais<br />

36,0 Mtep corresponderam ao uso de combustíveis<br />

fósseis, o que levou à emissão de 109,5 MtCO 2<br />

e,<br />

representando 20,0% das emissões do universo<br />

dos setores de Energia e PIUP.<br />

No transporte de passageiros o modal rodoviário é<br />

predominante, respondendo, em 2014, por 89,8%<br />

das suas emissões de CO 2<br />

e (98,3 Mt). É digno<br />

de nota o acelerado ritmo de crescimento das<br />

emissões no período estudado, especialmente<br />

dos automóveis, como mostra o Gráfico 12. Não<br />

por acaso, em 2014, o transporte individual foi<br />

responsável por 76,8% das emissões associadas<br />

ao transporte rodoviário de passageiros.<br />

3. Já excluídas as emissões provenientes do uso de combustíveis como termo redutores na produção de metais, contabilizadas em PIUP.<br />

4. Tonelada-quilômetro útil (tku) é uma unidade de produção de transporte de carga que representa o deslocamento de uma tonelada de carga (sem contar a massa do veículo) na distância de um quilômetro.<br />

5. Deve-se salientar que projetos de ampliação da infraestrutura de transporte rodoviário, hidroviário e ferroviário podem impactar áreas florestais e gerar emissões relacionadas às mudanças do uso do solo.<br />

22<br />

23


23<br />

GRÁFICO 12<br />

Evolução das emissões de <strong>GEE</strong> no transporte rodoviário de passageiros<br />

Milhões de Toneladas de CO 2<br />

e<br />

120<br />

100<br />

80<br />

60<br />

40<br />

20<br />

1990<br />

1991<br />

1992<br />

1993<br />

1994<br />

1995<br />

1996<br />

1997<br />

1998<br />

1999<br />

2000<br />

2001<br />

2002<br />

Automóveis Ônibus Rodoviários Microônibus<br />

Motocicletas<br />

Ônibus Urbanos<br />

2003<br />

2004<br />

2005<br />

Fonte: Elaborado a partir do Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas por Veículos Automotores Rodoviários 2013, Ano-Base 2012 (MMA, 2014)<br />

2006<br />

2007<br />

2008<br />

2009<br />

2010<br />

2011<br />

2012<br />

2013<br />

2014<br />

4+17+3+6+70<br />

70%<br />

4%<br />

17%<br />

77+<br />

23%<br />

Transporte Coletivo<br />

3%<br />

77%<br />

Transporte Individual<br />

6%<br />

O Gráfico 13, ao apresentar uma evolução<br />

comparativa da intensidade de uso, medida<br />

em termos da distância anual percorrida pelas<br />

frotas de diferentes categorias de veículos,<br />

evidencia o crescente papel dos automóveis no<br />

deslocamento das pessoas e, por consequência,<br />

sua relevância como um dos principais vetores<br />

do crescimento sistemático das emissões de<br />

CO 2<br />

e no transporte de passageiros.<br />

O aumento do deslocamento por automóveis reflete<br />

o enriquecimento da população e a facilitação ao<br />

acesso à compra de veículos, mas aponta para<br />

um problema estrutural da mobilidade urbana nas<br />

cidades brasileiras. As administrações municipais,<br />

estaduais e federal, em geral, planejam suas<br />

intervenções para recepcionar uma frota crescente<br />

600<br />

de automóveis e promover sua circulação 6 , em<br />

detrimento da priorização do transporte público.<br />

O transporte público nas grandes cidades<br />

brasileiras não vem acompanhando esse ritmo<br />

dos deslocamentos realizados por automóveis,<br />

o que pode ser confirmado quando se observa a<br />

evolução do número de passageiros transportados<br />

mensalmente por ônibus urbanos comparativamente<br />

à evolução da população residente. Tomando-se<br />

como referência as cidades de Belo Horizonte,<br />

Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Porto Alegre, Recife,<br />

Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo, nota-se, pelo<br />

Gráfico 14, que, entre 1994 e 2014, o número de<br />

passageiros transportados por ônibus reduziu-se<br />

em 20% enquanto a população dessas cidades<br />

cresceu no mesmo período.<br />

GRÁFICO 14<br />

Evolução comparativa da população residente e do número de passageiros transportados por ônibus nas<br />

maiores capitais brasileiras - 1994 a 2014<br />

O ritmo acelerado de crescimento do consumo<br />

de energia e de emissões de <strong>GEE</strong> no transporte<br />

de passageiros, a partir de 2009, pode ser<br />

explicado por dois fatores principais: (i) o uso<br />

GRÁFICO 13<br />

Evolução da intensidade de uso da frota de veículos no transporte de passageiros<br />

600<br />

cada vez mais intensivo do transporte individual<br />

quando comparado com o transporte público e (ii)<br />

a redução da participação relativa do etanol no<br />

transporte individual motorizado.<br />

Passageiros mensais (milhões)<br />

500<br />

400<br />

300<br />

200<br />

100<br />

1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2011 2013 2014<br />

Billhões de quilômetros<br />

500<br />

400<br />

300<br />

200<br />

100<br />

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014<br />

Automóveis Motocicletas Ônibus<br />

A série histórica refere-se ao número de passageiros transportados no mês de Abril no sistema de transporte público de ônibus em Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Goiânia,<br />

Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.<br />

(Fonte: Anuário NTU, 2014)<br />

A manutenção desta tendência deverá levar ao<br />

agravamento das más condições de mobilidade já<br />

presentes nas grandes cidades brasileiras – elevados<br />

tempos de deslocamento, violência no trânsito, baixa<br />

qualidade e alto custo de acesso ao transporte público,<br />

etc. –, além de contribuir, é claro, para o aumento das<br />

emissões de <strong>GEE</strong> e de poluentes tóxicos.<br />

No entanto, no período mais recente (2012-<br />

2014), o aumento de mais de 15% na<br />

quilometragem percorrida (Gráfico 13), não se<br />

reflete integralmente nas emissões de <strong>GEE</strong>, que<br />

aumentaram apenas 4,5%. Responde a isso<br />

o aumento do consumo de etanol hidratado e<br />

anidro pelos automóveis.<br />

Fonte: Elaborado a partir do Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas por Veículos Automotores Rodoviários 2013, Ano-Base 2012 (MMA, 2014)<br />

6. Historicamente, a malha viária urbana evoluiu na direção de priorizar o transporte individual motorizado em detrimento de outros meios de locomoção (transporte público e não motorizado).<br />

24<br />

25


O Brasil é reconhecido mundialmente pelo consumo<br />

de etanol hidratado, cuja experiência de uso foi bemsucedida<br />

durante a década de 1980 e a primeira<br />

metade da década de 1990 com o Programa Nacional<br />

do Álcool (Pró-Álcool). Com o advento dos veículos<br />

bicombustíveis (flex fuel) em 2003, o consumo<br />

de etanol hidratado passou a crescer a taxas<br />

mais elevadas, batendo recordes históricos,<br />

cujo ápice se deu em 2009.<br />

No entanto, no período de 2009 a 2012, o etanol<br />

hidratado perdeu competitividade em relação à<br />

gasolina C. Este fenômeno deveu-se a um conjunto<br />

de fatores, como uma maior vantagem aos usineiros<br />

em se produzir e vender açúcar em detrimento do<br />

etanol, baixos níveis de investimento nos meios<br />

de produção de açúcar e álcool, variações na<br />

produtividade agrícola e a competitividade do<br />

preço da gasolina ofertada nos postos de revenda.<br />

O Gráfico 15 mostra que a participação do etanol<br />

no consumo energético do transporte rodoviário de<br />

passageiros passou de 33,2% em 2009 para 22,1%<br />

em 2012 e 26,2% em 2014.<br />

Ao que parece, medidas recentes, tais como reajustes<br />

nas taxas incidentes sobre os preços da gasolina, o<br />

aumento da porcentagem obrigatória de etanol anidro<br />

na gasolina C e a recuperação das lavouras de cana,<br />

dentre outros fatores, têm provocado efeitos positivos<br />

na competitividade do etanol em relação à gasolina.<br />

Conforme evidencia o mesmo Gráfico 15, no período<br />

de 2012 a 2014, o consumo do etanol anidro cresceu<br />

40,9% e do hidratado 22,5%, totalizando um aumento<br />

do consumo total de etanol de 30,3%.<br />

A trajetória do etanol entre 2012 e 2014<br />

sinaliza o impacto que este combustível tem<br />

nas emissões do transporte de passageiros.<br />

O Plano Decenal de Expansão de Energia<br />

2024 (P<strong>DE</strong>) projeta que a demanda energética<br />

por etanol (somados o etanol hidratado e o<br />

etanol anidro a ser consumido na mistura<br />

com gasolina automotiva 7 ) no Brasil crescerá<br />

GRÁFICO 16<br />

Evolução histórica e projeção da demanda por combustíveis do transporte individual rodoviário 8<br />

30<br />

25<br />

em torno de 61%, passando dos atuais 25,0<br />

bilhões de litros para 40,2 bilhões em 2024.<br />

Já a demanda por gasolina automotiva está<br />

projetada para crescer aproximadamente<br />

10%, variando dos 33,4 bilhões de litros<br />

consumidos em 2014 para 36,8 bilhões em<br />

2024. O Gráfico 16 representa as projeções<br />

apresentadas no P<strong>DE</strong> 2024 para a evolução<br />

da demanda desses dois combustíveis.<br />

GRÁFICO 15<br />

Evolução do consumo de combustíveis no transporte de passageiros<br />

Milhares de tep<br />

20<br />

15<br />

30<br />

10<br />

25<br />

5<br />

1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020<br />

20<br />

Mtep<br />

15<br />

10<br />

34+66 58+42<br />

66% 34% 42%<br />

58%<br />

2014 2024<br />

Etanol Total (BEN 2015)<br />

Etanol Total (P<strong>DE</strong> 2024)<br />

Gasolina Automotiva (BEN 2015)<br />

Etanol (P<strong>DE</strong> 2024)<br />

5<br />

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014<br />

Fonte: BEN 2015, Ano-base 2014 e P<strong>DE</strong> 2024<br />

52%<br />

1+17+4+26+52<br />

1%<br />

17%<br />

4%<br />

26%<br />

Gasolina A<br />

Etanol<br />

GNV<br />

Diesel Mineral<br />

Biodiesel<br />

A reversão desse cenário impõe o desafio de se<br />

avançar na adoção de um conjunto de medidas<br />

que, ao mesmo tempo em que reduza as emissões<br />

de <strong>GEE</strong>, amplie a acessibilidade das pessoas às<br />

oportunidades que as cidades oferecem. Em linhas<br />

gerais, pode-se afirmar que existem duas grandes<br />

rotas complementares: (i) inovações tecnológicas nos<br />

veículos, (ii) evitar viagens por transporte individual<br />

ou transferi-las para os modos de transporte<br />

público coletivo e para os não motorizados. A<br />

seguir serão discutidas as perspectivas atuais<br />

que temos para cada uma das rotas.<br />

Fonte: Elaborado a partir do Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas por Veículos Automotores Rodoviários 2013, Ano-Base 2012 (MMA, 2014)<br />

7. O P<strong>DE</strong> 2024 assume que o teor de etanol anidro na mistura com gasolina automotiva será algo entre 25 e 27% em 2015 e igual a 27% no restante do período (porcentagens em volume).<br />

8. Etanol total se refere à soma entre etanol hidratado e etanol anidro.<br />

26<br />

27


I. INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS<br />

NOS VEÍCULOS<br />

No Brasil, as iniciativas governamentais para<br />

solucionar os principais problemas ambientais<br />

associadas ao transporte têm focado as<br />

inovações tecnológicas dos veículos. Desde a<br />

década de 70, com a criação do Pró-Álcool, o<br />

país tem ofertado etanol – anidro e hidratado<br />

- para o uso em automóveis e conta com um<br />

programa de controle de poluição veicular – o<br />

Programa de Controle da Poluição do Ar por<br />

Veículos Automotores (PROCONVE).<br />

Mais recentemente, em 2012, o Governo Federal<br />

estabeleceu o Programa de Incentivo à Inovação<br />

Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva<br />

de Veículos Automotores (INOVAR AUTO), que é<br />

um regime fiscal diferenciado para montadoras<br />

que cumprirem um conjunto de requisitos, dentre<br />

os quais, o atingimento de metas de eficiência<br />

energética para veículos leves até 2017. Além<br />

disso, também têm sido propostos incentivos para<br />

automóveis híbridos e elétricos.<br />

Estas várias iniciativas contribuem inegavelmente<br />

para a redução das emissões de poluentes tóxicos<br />

e de <strong>GEE</strong> lançados pelos veículos e precisam ser<br />

mantidas. No entanto, não se pode negar que as<br />

ações têm sido orientadas predominantemente<br />

para os automóveis, enquanto os ônibus urbanos<br />

continuam fortemente dependentes do óleo<br />

diesel como fonte de energia. E, caso os esforços<br />

governamentais para promover combustíveis<br />

renováveis e, mais recentemente, eficiência<br />

energética continuem orientados exclusivamente<br />

para o transporte individual, poderemos, num futuro<br />

próximo, estar diante de um conflito: escolher<br />

locomover-se individualmente (automóveis e<br />

motos), e não utilizar-se do transporte coletivo<br />

(ônibus), continuará produzindo as maiores e mais<br />

indesejáveis externalidades 9 para a vida social<br />

em aglomerados urbanos, no entanto acarretará<br />

menores emissões de <strong>GEE</strong>.<br />

A esse respeito, cabe citar o caso do município de<br />

São Paulo que vem realizando, desde 2009, uma<br />

série de experimentos utilizando veículos com<br />

diferentes tecnologias de modo a substituir parte do<br />

óleo diesel no transporte por ônibus (Tabela 1) 10 .<br />

A frota de ônibus urbanos em São Paulo é da ordem de<br />

15 mil veículos, sendo ainda inexpressiva a substituição<br />

por alternativas tecnológicas que não usem diesel fóssil.<br />

Enquanto o uso do diesel já se apresenta consolidado<br />

nos ônibus, o alto custo e a insegurança na oferta de<br />

determinados combustíveis (caso do etanol aditivado e<br />

do diesel de cana), o aumento no custo de manutenção<br />

e operação dos veículos, a menor autonomia (caso do<br />

etanol), a baixa qualidade do combustível (muitas vezes<br />

relatada em relação ao biodiesel), o alto investimento<br />

para infraestrutura (caso do trólebus) e a não existência<br />

de um mercado para veículos usados com tecnologia<br />

dedicada a determinado combustível (caso do etanol)<br />

são barreiras à entrada destas tecnologias alternativas.<br />

Há assim que se atentar para o potencial de ocorrência<br />

de conflitos entre as iniciativas pró-clima e outros<br />

aspectos de interesse público. Ao se prever medidas<br />

alternativas para substituição dos combustíveis no<br />

transporte público coletivo, é preciso atentar para os<br />

potenciais efeitos sobre os custos de operação desse<br />

sistema e seus impactos sobre as tarifas cobradas.<br />

Corre-se o risco aí de promover um transporte público<br />

com menor emissão de <strong>GEE</strong>, porém menos acessível.<br />

Para tanto, são necessários o desenho e a implantação<br />

de instrumentos de política pública que busquem<br />

o incentivo à utilização de outras fontes de energia<br />

para o transporte coletivo ao mesmo tempo em que<br />

assegurem os aspectos de qualidade operacional dos<br />

serviços de ônibus e considerem a modicidade tarifária.<br />

II. EVITAR VIAGENS <strong>DO</strong> MO<strong>DO</strong><br />

INDIVIDUAL MOTORIZA<strong>DO</strong> OU<br />

TRANSFERI-LAS PARA MO<strong>DO</strong>S<br />

<strong>DE</strong> TRANSPORTE PÚBLICO<br />

COLETIVO E NÃO MOTORIZA<strong>DO</strong>S<br />

A transferência modal do modo individual motorizado<br />

para modos de transporte público e não motorizados<br />

pode ser promovida de duas formas principais e<br />

complementares - (i) a ampliação da oferta e<br />

melhoria da qualidade do transporte público coletivo<br />

e da infraestrutura para modais não motorizados<br />

TABELA 01<br />

Número de ônibus do transporte público no Município de São Paulo substituídos por diferentes<br />

tecnologias entre 2009 e 2014<br />

Ano Trólebus Híbridos Etanol B20 AMD10<br />

GRÁFICO 17<br />

Influência das condições operacionais dos ônibus nas emissões e consumo de combustível<br />

100%<br />

2009<br />

105<br />

13<br />

0<br />

5<br />

0<br />

80%<br />

2010<br />

190<br />

14<br />

0<br />

5<br />

0<br />

Manhattan<br />

2011<br />

190<br />

0<br />

60<br />

1200<br />

160<br />

60%<br />

Orange Country<br />

2012<br />

2013<br />

190<br />

192<br />

100<br />

13<br />

105<br />

60<br />

1200<br />

1200<br />

469<br />

295<br />

40%<br />

Expresso<br />

2014<br />

201<br />

0<br />

59<br />

0<br />

395<br />

20%<br />

9. As externalidades são custos ou benefícios que uma dada atividade impõe a outros agentes sem que a valoração desses custos ou benefícios esteja devidamente incorporada ao preço da atividade<br />

original. Os custos sociais (externalidades) associados ao uso do automóvel referem-se a acidentes, poluição do ar, custos com a perda de tempo, consumo excessivo de áreas públicas destinadas à<br />

expansão viária e aos estacionamentos públicos, fragmentação do espaço urbano, consumo de energia e outros problemas decorrentes do excesso de tráfego urbano (Gomide, 2011)<br />

10. Trólebus são ônibus conectados à rede aérea de distribuição de energia, ou seja, veículos movidos por tração elétrica. Os ônibus híbridos em circulação no município de São Paulo são<br />

veículos que funcionam com dois motores: um elétrico e outro a óleo diesel. Além disso, esses veículos armazenam energia elétrica em baterias quando os freios são acionados. B20 se refere a ônibus<br />

que circulam com uma mistura de diesel mineral e biodiesel contendo 20% de biodiesel, em volume. AMD10 se refere a ônibus que circulam com uma mistura de diesel mineral e diesel de cana-deaçúcar<br />

contendo 10% de diesel de cana-de-açúcar em volume.<br />

CO HC NOx MP2,5 Consumo<br />

ISSRC<br />

Fonte: Relatório Técnico N° 91.377-205 - Ensaios Comparativos de Ônibus Urbanos (IPT, 2007)<br />

Consumo<br />

IPT<br />

28<br />

29


(metrô, BRT, faixas exclusivas de ônibus, terminais<br />

de integração, vias cicláveis, calçadas, etc.), e (ii) a<br />

adoção de instrumentos que desestimulem o uso do<br />

transporte individual motorizado.<br />

A ampliação da oferta e melhoria da qualidade do<br />

transporte público passa pela melhoria da fluidez<br />

dos ônibus no sistema viário. A implantação de<br />

corredores de ônibus, por exemplo, resulta em<br />

economia de tempo para os seus passageiros,<br />

reduz o custo operacional e promove redução de<br />

emissões. Com relação às emissões há um grande<br />

potencial de economia de energia e de redução<br />

de emissões associado à melhoria das condições<br />

operacionais dos ônibus urbanos.<br />

na divisão modal de viagens, estas medidas<br />

devem vir acompanhadas de um conjunto<br />

de ações para desestimular o uso do<br />

transporte individual motorizado, combinando<br />

instrumentos regulatórios e econômicos,<br />

conforme as necessidades e metas das políticas<br />

locais de mobilidade e de meio ambiente.<br />

Estes instrumentos envolvem, por exemplo, a<br />

redução da capacidade viária para o tráfego<br />

geral; redução das vagas de estacionamento<br />

ou elevação dos preços cobrados; implantação<br />

de rodízio de placas; cobrança de taxa pelo uso<br />

da via em áreas congestionadas; taxação de veículos<br />

que apresentam maiores níveis de emissões de<br />

poluentes atmosféricos, dentre outros.<br />

GRÁFICO 18<br />

Consumo de gasolina C e etanol hidratado por automóveis e de óleo diesel por ônibus na hora-pico<br />

simulados pelo PlanMob BH<br />

Milhares de litros<br />

200<br />

180<br />

160<br />

140<br />

120<br />

100<br />

80<br />

60<br />

40<br />

20<br />

Gasolina C (automóveis)<br />

2008 2014 2020<br />

-21%<br />

-33%<br />

Cenário Tendencial<br />

Copa 2014 + RI<br />

Copa 2014 + IP<br />

O Gráfico 17 compara as emissões e o consumo<br />

de combustível num ônibus operando numa<br />

condição de tráfego mais congestionado e<br />

típico de uma grande cidade (ciclo “Manhattan”)<br />

contra condições de fluidez aprimoradas:<br />

• No ciclo “Orange County”, que simula<br />

faixa exclusiva de ônibus, há redução da ordem<br />

de 20% no consumo de combustível, de 38%<br />

nas emissões de CO e HC, de 26% de NOx e de<br />

44% de material particulado.<br />

• No ciclo “Expresso”, que simula a<br />

condição de operação similar à de um BRT,<br />

há redução da ordem de 52% no consumo de<br />

combustível, de 74% nas emissões de CO,<br />

de 46% de HC, de 57% de NOx e de material<br />

particulado.<br />

No entanto, a experiência tem mostrado que<br />

as necessárias medidas para a ampliação da<br />

oferta e melhoria da qualidade do transporte<br />

público são, via de regra, insuficientes para<br />

impactar significativamente na divisão modal<br />

do transporte de passageiros numa cidade.<br />

Para diminuir a participação dos automóveis<br />

Como um exemplo de redução de emissões<br />

de poluentes locais e <strong>GEE</strong> decorrentes de<br />

investimentos na ampliação e qualificação<br />

do transporte público e dos transportes não<br />

motorizados, bem como de reformas planejadas<br />

no uso do solo orientadas para o transporte<br />

de pessoas, pode-se citar o caso do Plano de<br />

Mobilidade Urbana de Belo Horizonte (PlanMob-<br />

BH) 11 . A partir deste plano, foi estimada a<br />

redução de emissões caso as medidas nele<br />

previstas sejam implementadas (BHTrans,<br />

IEMA, 2014). Dentre as medidas, destaca-se a<br />

implantação, até 2020, de uma rede de BRTs,<br />

a expansão da rede de metrô, a implantação<br />

de uma rede cicloviária e a adoção de<br />

instrumentos de desestímulo ao uso do<br />

transporte individual 12 . Uma vez implantadas,<br />

estas medidas impactariam a divisão modal<br />

da cidade e, portanto, a intensidade de uso<br />

dos veículos, principalmente reduzindo as<br />

viagens por automóvel. As estimativas de<br />

emissões apontam, em 2020, uma redução<br />

de aproximadamente 29% nas emissões de<br />

<strong>GEE</strong> na hora-pico-manhã 13 em 2020, o que<br />

representaria uma estabilização relativa das<br />

emissões ao nível de 2008 (Gráfico 18).<br />

11. O ͞Plano Estratégico de Belo Horizonte 2030, a cidade que queremos͟ foi lançado em 2009 e atualizado em 2013.<br />

12. No plano, a abrangência dos investimentos foi condicionada a dois cenários: investimentos restritos (IR) ou investimentos plenos (IP), conforme a disponibilidade de recursos no seu horizonte de<br />

implementação, por parte da administração municipal.<br />

13. Hora-pico-manhã é o período de uma hora durante o período matutino no qual se concentra o maior número de viagens realizadas pelas pessoas numa cidade, havendo consequentemente<br />

a maior demanda pelo uso do espaço viário. É um conceito usado nos estudos de planejamento de transporte.<br />

70<br />

60<br />

50<br />

-21%<br />

-33%<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

2008 2014 2020<br />

Óleo Diesel (ônibus)<br />

60<br />

50<br />

40<br />

-14%<br />

-18%<br />

30<br />

20<br />

10<br />

2008 2014 2020<br />

Fonte: Estimativa de emissões atmosféricas do Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte (IEMA/BHTrans, 2014)<br />

Milhares de litros<br />

Milhares de litros<br />

Etanol Hidratado (automóveis)<br />

Cenário Tendencial<br />

Copa 2014 + RI<br />

Copa 2014 + IP<br />

Cenário Tendencial<br />

Copa 2014 + RI<br />

Copa 2014 + IP<br />

30<br />

31


Em 2015, como parte da plataforma SEEG, foi<br />

lançado o SEEG Monitor Elétrico, uma ferramenta<br />

desenvolvida pelo IEMA e pelo Greenpeace, em<br />

parceria com o Observatório do Clima, que reporta<br />

a geração de eletricidade no Sistema Interligado<br />

Nacional (SIN) 14 e estima as emissões de gases de<br />

efeito estufa associadas, por tipo de geração e por<br />

fonte energética, com atualização diária.<br />

No SEEG Monitor Elétrico, as estimativas de<br />

emissões de <strong>GEE</strong> são realizadas a partir dos<br />

dados de geração de eletricidade da ONS, dos<br />

dados de consumo de combustível nas usinas<br />

termelétricas e da metodologia do SEEG. No<br />

momento da elaboração deste documento, foi<br />

possível consolidar as informações de geração<br />

de eletricidade e emissões de <strong>GEE</strong>, diariamente,<br />

até junho de 2016.<br />

O presente capítulo baseia-se, assim, tanto<br />

nos resultados do SEEG quanto nos do<br />

SEEG Monitor Elétrico, de modo a permitir<br />

uma discussão a partir das mais recentes<br />

tendências mostradas pelos dados.<br />

4. <strong>EMISSÕES</strong> <strong>DE</strong> <strong>GEE</strong><br />

NA GERAÇÃO <strong>DE</strong><br />

<strong>ENERGIA</strong> ELÉTRICA<br />

4.1<br />

EVOLUÇÃO RECENTE<br />

DAS <strong>EMISSÕES</strong> <strong>DE</strong> <strong>GEE</strong><br />

NA GERAÇÃO <strong>DE</strong> <strong>ENERGIA</strong><br />

ELÉTRICA<br />

A demanda de eletricidade no Brasil mais<br />

que dobrou entre 1990 e 2014 (Gráfico 19).<br />

Apesar de uma relativa estabilidade 15 nos<br />

últimos 5 anos, o segmento industrial continua<br />

responsável pela maior parte do consumo de<br />

energia elétrica no país, respondendo, em<br />

2014, por 41% do consumo total, seguido pelo<br />

segmento residencial, com 24%. Este último<br />

vem crescendo consistentemente nos últimos<br />

10 anos a uma taxa média de 5,3% ao ano.<br />

14. Ainda que parte da geração de eletricidade no país ocorra fora do SIN, a geração contabilizada pelo Monitor Elétrico foi representativa de mais de 90% do total nacional reportado pelo<br />

BEN para 2014. A geração de eletricidade no SIN não contempla aquela gerada nos sistemas isolados, nas unidades de autoprodução não conectadas ao SIN (indústrias com usinas de geração<br />

de eletricidade próprias, por exemplo) e nos sistemas de geração distribuída, que inclui os de micro e mini geração (painéis fotovoltaicos instalados pelos próprios consumidores, por exemplo).<br />

15. Chama atenção a queda do crescimento da demanda de energia elétrica: 3,6% entre 2012 e 2013 e 2,9% entre 2013 e 2014, o que foi provocado principalmente pela redução do consumo<br />

industrial. Este fato é corroborado pela desaceleração da atividade econômica em 2014, período em que a taxa de crescimento do PIB praticamente manteve-se estagnada em 0,1%.<br />

33


GRÁFICO 19<br />

Evolução da demanda de energia elétrica por segmento de consumo<br />

TWh<br />

600<br />

500<br />

400<br />

300<br />

24%41+24+16+8+4+5+2<br />

41% 16%<br />

2014<br />

2% 5%<br />

8%<br />

4%<br />

Apesar de as usinas hidrelétricas serem as maiores<br />

responsáveis, de longe, pelo atendimento desta<br />

demanda, a geração termelétrica a partir de combustíveis<br />

fósseis tem, desde 2000, aumentado sua participação<br />

GRÁFICO 21<br />

Evolução da participação percentual das fontes primárias na geração de EE.<br />

100%<br />

na geração elétrica, passando de 8,8% para 24,3%.<br />

Quanto à hidroeletricidade, é notória a queda de sua<br />

participação, variando de 87,2% em 2000 para 63,2%<br />

em 2014. É o que mostra o Gráfico 21.<br />

200<br />

100<br />

Fonte: Elaborado a partir do BEN 2015, Ano-Base 2014 (EPE, 2015)<br />

*Geração Pública de Eletricidade corresponde ao consumo de eletricidade nas Centrais Elétricas de Serviço Público, segundo classificação do BEN.<br />

O histórico mais recente da geração de energia<br />

elétrica pode ser observado no Gráfico 20,<br />

restringindo-se à geração do SIN, mas avançando<br />

até os dias atuais. Nele, as barras inferiores<br />

(vermelho escuro) correspondem à geração de<br />

eletricidade contabilizada pelo Monitor Elétrico<br />

entre janeiro e junho e as barras superiores<br />

(vermelho claro) entre julho e dezembro, donde<br />

pode-se inferir que, caso a geração no segundo<br />

semestre repita o desempenho dos últimos anos,<br />

GRÁFICO 20<br />

Evolução anual da geração de eletricidade no SIN<br />

Geração de Eletricidade no SIN (TWh)<br />

1990<br />

1991<br />

600<br />

500<br />

400<br />

300<br />

200<br />

100<br />

1992<br />

1993<br />

1994<br />

1995<br />

1996<br />

16. Base de dados disponível em: http://monitoreletrico.seeg.eco.br/database/download<br />

1997<br />

1998<br />

1999<br />

2000<br />

2001<br />

2002<br />

Transportes<br />

Industrial<br />

Agropecuário<br />

Residencial<br />

Público<br />

Comercial<br />

Produção de Combustíveis<br />

Geração Pública de Eletricidade*<br />

a geração total de 2016 também será muito<br />

próxima a dos dois anos anteriores.<br />

Dessa forma, a tendência de queda na taxa de<br />

crescimento da demanda ocorrida em 2013 e em<br />

2014 (Gráfico 19) deve permanecer em 2015 e<br />

2016, é possível que haja estagnação ou retração<br />

do consumo de eletricidade no período, fato<br />

diretamente vinculado à desaceleração econômica<br />

dos anos mais recentes.<br />

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016<br />

Fonte: Elaborado a partir da base de dados do SEEG Monitor Elétrico 16<br />

34<br />

2003<br />

2004<br />

2005<br />

2006<br />

2007<br />

2008<br />

2009<br />

2010<br />

2011<br />

2012<br />

2013<br />

2014<br />

Jan-Jun<br />

Jul-Dez<br />

Geração de Eletricidade (TWh)<br />

90%<br />

80%<br />

70%<br />

60%<br />

50%<br />

40%<br />

30%<br />

20%<br />

10%<br />

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014<br />

Hidráulica<br />

Fósseis<br />

1+2+4+93<br />

Outras Renováveis<br />

Nuclear<br />

2%<br />

1%<br />

3%<br />

4%<br />

3+10+24+63<br />

10%<br />

93%<br />

63%<br />

24%<br />

1990 2014<br />

Fonte: Elaborado a partir do BEN 2015, Ano-Base 2014 (EPE, 2015)<br />

Note-se, no Gráfico 22, que a geração não hídrica<br />

no período esteve alicerçada, basicamente,<br />

no uso de combustíveis fósseis – gás natural,<br />

petróleo e carvão mineral – os quais, em 2014,<br />

representaram 66,0% de toda a geração nãohídrica,<br />

seguido pela biomassa (21,3%), nuclear<br />

(7,1%) e eólica (5,6%). Entre 2012 e 2014, a<br />

geração de eletricidade a partir de combustíveis<br />

fósseis passou de 80,8 TWh para 143,3 TWh, um<br />

crescimento de 77,4%.<br />

35


GRÁFICO 22<br />

Evolução da geração de eletricidade de origem não hídrica, por fonte<br />

GRÁFICO 23<br />

Emissões de <strong>GEE</strong> na geração de eletricidade, por fonte primária<br />

45<br />

90<br />

40<br />

80<br />

70<br />

60<br />

50<br />

Milhões de toneladas de CO 2<br />

e<br />

35<br />

30<br />

25<br />

20<br />

15<br />

10<br />

TWh<br />

40<br />

5<br />

30<br />

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014<br />

20<br />

10<br />

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014<br />

37%<br />

21+17+12+7+6+37<br />

6%<br />

7%<br />

2014<br />

12%<br />

21%<br />

17%<br />

Eólica<br />

Nuclear<br />

Biomassa<br />

Gás Natural<br />

Carvão<br />

Petróleo<br />

21%<br />

49+29+21+1<br />

29%<br />

Ao detalhar a geração por usinas térmicas a<br />

combustível fóssil para cada fonte primária de<br />

energia, é possível constatar que, entre 2014 e<br />

1%<br />

2014<br />

Gás Natural<br />

Petróleo<br />

Carvão Mineral<br />

Biomassa<br />

2015, o despacho para as três fontes se manteve<br />

praticamente constante no SIN, isso pode ser<br />

constatado no Gráfico 24.<br />

GRÁFICO 24<br />

Evolução anual da geração de eletricidade no SIN em usinas térmicas a combustível fóssil por fonte<br />

primária de energia<br />

49%<br />

Gás Natural Petróleo Carvão Mineral<br />

Fonte: Elaborado a partir do BEN 2015, Ano-Base 2014 (EPE, 2015)<br />

Em decorrência do aumento da participação<br />

da termeletricidade a combustível fóssil, as<br />

emissões de <strong>GEE</strong> na geração de eletricidade<br />

aumentaram mais de nove vezes entre 1990<br />

(8,6 MtCO 2<br />

e) e 2014 (82,0 MtCO 2<br />

e), ano em<br />

que as suas emissões atingiram seu patamar<br />

mais elevado, representando 17% do Setor<br />

de Energia e passando a ser o segundo maior<br />

emissor, depois dos Transportes. Em 2014, das<br />

emissões decorrentes da geração termelétrica,<br />

aquelas provenientes do uso de gás natural<br />

corresponderam a 49%, contra 29% das emissões<br />

de derivados de petróleo e 21% do uso de carvão<br />

mineral e derivados (Gráfico 23).<br />

Geração de Eletricidade no SIN (TWh)<br />

70<br />

60<br />

50<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

0<br />

2009<br />

2010<br />

2011<br />

2012<br />

2013<br />

2014<br />

2015<br />

2016<br />

Jan-Jun<br />

Jul-Dez<br />

Fonte: Elaborado a partir da base de dados do SEEG Monitor Elétrico<br />

2009<br />

2010<br />

2011<br />

2012<br />

2013<br />

2014<br />

2015<br />

2016<br />

Jan-Jun<br />

Jul-Dez<br />

2009<br />

2010<br />

2011<br />

2012<br />

2013<br />

2014<br />

2015<br />

2016<br />

Jan-Jun<br />

Jul-Dez<br />

36<br />

37


Ainda no Gráfico 24, cabe destacar que no primeiro<br />

semestre de 2016 houve expressiva redução na<br />

geração por gás natural (-43,4%) e derivados de<br />

petróleo (-66,5%) quando comparado ao mesmo<br />

período em 2015. Já, no que diz respeito às usinas<br />

movidas a carvão mineral e derivados, a geração<br />

se manteve praticamente constante (-4,9%),<br />

fato condizente com a maior inflexibilidade 17 das<br />

usinas que fazem uso dessas fontes energéticas.<br />

No Gráfico 25, a seguir, é apresentada a evolução<br />

mensal das emissões de <strong>GEE</strong> provenientes da<br />

geração de eletricidade do SIN entre janeiro de<br />

2009 e junho de 2016. No período após 2014,<br />

é possível constatar que até o fim do primeiro<br />

quadrimestre de 2015, as emissões se mantiveram<br />

no mesmo patamar das emissões de 2014, porém,<br />

a partir de maio de 2015, inicia-se uma trajetória<br />

descendente das emissões mensais, atingindo<br />

seu mínimo em maio de 2016, mês em que as<br />

emissões alcançaram o patamar mais baixo<br />

desde setembro de 2012, devido à redução da<br />

geração de eletricidade por usinas térmicas a<br />

combustíveis fósseis.<br />

Cabe ainda destacar que a evolução das<br />

emissões por fonte primária de energia segue<br />

a mesma tendência da geração por cada uma<br />

dessas fontes. Entre janeiro de 2015 e junho<br />

de 2016, as emissões mensais em usinas a gás<br />

natural diminuíram 54,6% e as a derivados de<br />

petróleo diminuíram 84,6%, por outro lado, as<br />

emissões em usinas a carvão mineral diminuíram<br />

apenas 7,8%, esse comportamento específico<br />

das usinas a carvão mineral é condizente com<br />

a evolução da geração por esse tipo de usina<br />

apresentada no Gráfico 24.<br />

Apesar da maior participação do gás natural nas<br />

emissões de <strong>GEE</strong> pela geração de eletricidade,<br />

cabe destacar que, por unidade de energia<br />

produzida, as fontes de energia mais emissoras<br />

são os derivados de petróleo e o carvão mineral<br />

e derivados. O Gráfico 26 18 , a seguir, apresenta o<br />

fator de emissão para cada fonte em termos de<br />

toneladas de CO 2<br />

e por GWh de energia elétrica<br />

produzida em 2014. Esse fator de emissão<br />

pode ser avaliado como indicador da eficiência,<br />

em termos de emissões de <strong>GEE</strong>, da geração de<br />

eletricidade por cada uma das fontes fósseis.<br />

GRÁFICO 25<br />

Evolução mensal das emissões de <strong>GEE</strong> associadas à geração de eletricidade no SIN por fonte<br />

primária de energia<br />

GRÁFICO 26<br />

Fator de emissão de <strong>GEE</strong> na geração de eletricidade por fonte primária fóssil em 2014<br />

8<br />

7<br />

Carvão Mineral<br />

666,83<br />

Milhões de toneladas de CO 2<br />

e<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

Petróleo<br />

Gás Natural<br />

490,13<br />

673,07<br />

1<br />

100 200 300 400 500 600 700<br />

Toneladas de CO 2<br />

e por GWh de eletricidade produzido (tCO 2<br />

e/GWh)<br />

jan mar mai set nov jan mar mai set nov jan mar mai set nov jan mar mai set nov jan mar mai set nov jan mar mai set nov jan mar mai set nov jan mar mai<br />

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016<br />

Fonte: Elaborado a partir da base de dados do SEEG Monitor Elétrico<br />

Total Gás Natural Carvão Mineral Petróleo<br />

Comparativamente a outros países, as emissões<br />

brasileiras associadas à geração de energia elétrica<br />

ainda se mantêm bastante mais baixas, mas já<br />

dão sinais de que lentamente podem caminhar<br />

em direção a uma matriz com maior participação<br />

de combustíveis fósseis. O Gráfico 27 mostra as<br />

emissões de CO 2<br />

pela queima de combustíveis para<br />

a geração de energia elétrica e o total de energia<br />

elétrica gerada nos 50 países mais emissores<br />

considerando apenas o Setor de Energia.<br />

17. A inflexibilidade termoelétrica representa a parcela mínima que uma usina termoelétrica deve gerar de eletricidade (limitação operativa de geração mínima). Esta restrição está principalmente<br />

relacionada aos contratos de fornecimento de combustível (aquisição obrigatória firmada em contrato) ou restrições técnicas relacionadas às tecnologias de geração ou processos internos da<br />

usina. Estas inflexibilidades são consideradas pelo Operador Nacional do Sistema (ONS) no processo de planejamento de operação do SIN, ou seja, a parcela inflexível destas usinas é constantemente<br />

despachada para atender a demanda do sistema.<br />

38<br />

18. O fator de emissão correspondente ao consumo de biomassa nas usinas térmicas não foi apresentado no gráfico uma vez que o valor é significantemente menor, 11,07 tCO2e/GWh, pois, pela<br />

metodologia recomendada pelo IPCC, são consideradas apenas as emissões de CH4 e N2O.<br />

39


GRÁFICO 27<br />

Emissões e energia elétrica gerada dos 50 países mais emissores do Setor de Energia<br />

MtCO 2<br />

10.000<br />

1.000<br />

100<br />

10<br />

Emirados Árabes<br />

Cazaquistão<br />

Rep. Tcheca<br />

Austrália<br />

Iraque<br />

Indonésia<br />

Polônia<br />

Ucrânia<br />

Israel<br />

Malásia Tailândia<br />

Kuwait<br />

Turquia<br />

Egito<br />

Grécia<br />

Filipinas<br />

Uzbequistão<br />

Argentina<br />

Bielorrússia<br />

Vietnam<br />

Holanda<br />

Paquistão<br />

Chile Venezuela<br />

Omã<br />

Romênia Algéria<br />

Bélgica<br />

Catar Colômbia<br />

Nigéria<br />

Áustria<br />

1<br />

10 100<br />

TWh<br />

1.000 10.000<br />

Fonte: Elaboração própria a partir de dados do SEEG 2013 e da IEA (2013)<br />

Arábia Saudita<br />

África do Sul<br />

GRÁFICO 28<br />

Evolução anual da geração de eletricidade no SIN: usinas hidráulicas, térmicas a combustível fóssil e eólicas<br />

Rússia<br />

Coreia do Sul<br />

Taiwan<br />

Alemanha<br />

Reino Unido<br />

Itália<br />

México<br />

Canadá<br />

Brasil<br />

Espanha (1970-2014)<br />

França<br />

Japão<br />

Índia<br />

EUA<br />

China<br />

O Gráfico 28 detalha a geração de eletricidade<br />

por tipo de geração para o período entre 2009<br />

e 2016 para as usinas hidrelétricas, térmicas<br />

a combustível fóssil e eólicas no SIN. Nele,<br />

as barras inferiores (tonalidades escuras)<br />

representam a geração no primeiro semestre<br />

do ano e as barras superiores (tonalidades mais<br />

claras) representam a geração no segundo<br />

semestre.<br />

Vale ressaltar que, entre 2014 e 2015, as gerações<br />

em usinas hidráulicas e térmicas a combustível<br />

fóssil no SIN se mantiveram praticamente<br />

constantes, com ligeiras retrações (-2,7% e<br />

-5,9%, respectivamente), enquanto a geração<br />

eólica cresceu 120,4% no mesmo período (de 9,4<br />

para 20,8 TWh).<br />

Comparando o primeiro semestre de 2016 com o<br />

mesmo período de 2015, é importante destacar<br />

que a geração em usinas térmicas a combustível<br />

fóssil diminuiu em 40,8%. Por outro lado, a<br />

GRÁFICO 29<br />

Evolução anual das emissões de <strong>GEE</strong> associadas à geração de eletricidade no SIN<br />

80<br />

70<br />

geração hidráulica cresceu 10,6%. Já a geração<br />

eólica cresceu 39,5% no mesmo período.<br />

Esses aspectos revelados pelo Gráfico 28 apontam<br />

importantes tendências após 2014: o crescimento<br />

expressivo da geração eólica devido a entrada em<br />

operação de diversas usinas contratadas em anos<br />

anteriores, a diminuição do despacho térmico a<br />

combustíveis fósseis a partir de 2016 e o provável<br />

crescimento da geração de eletricidade em usinas<br />

hidrelétricas, visto a recuperação dos níveis dos<br />

reservatórios entre 2015 e 2016, fato que não<br />

ocorre desde o período entre 2010 e 2011.<br />

A evolução anual consolidada das emissões de<br />

<strong>GEE</strong> no SIN até o presente momento, desagregada<br />

por semestre, está representada no Gráfico<br />

29. Nele, é possível constatar a ligeira retração<br />

das emissões entre 2015 e 2014 (-6,6%) e<br />

a significativa redução das emissões quando<br />

comparando os primeiros semestres de 2015 e<br />

2016 (-39,0%).<br />

Hidráulica Combustíveis Fósseis Eólica<br />

60<br />

Geração de Eletricidade no SIN (TWh)<br />

500<br />

450<br />

400<br />

350<br />

300<br />

250<br />

200<br />

150<br />

100<br />

50<br />

0<br />

2009<br />

2010<br />

2011<br />

2012<br />

2013<br />

2014<br />

2015<br />

2016<br />

Geração de Eletricidade no SIN (TWh)<br />

140<br />

120<br />

100<br />

80<br />

60<br />

40<br />

20<br />

2009<br />

2010<br />

2011<br />

2012<br />

2013<br />

2014<br />

2015<br />

2016<br />

Geração de Eletricidade no SIN (TWh)<br />

Jan-Jun Jan-Jun Jan-Jun<br />

Jul-Dez Jul-Dez Jul-Dez<br />

25<br />

20<br />

15<br />

10<br />

5<br />

2009<br />

2010<br />

2011<br />

2012<br />

2013<br />

2014<br />

2015<br />

2016<br />

Milhões de toneladas de CO 2<br />

e<br />

50<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

0<br />

37<br />

30<br />

24<br />

19<br />

34<br />

36<br />

15<br />

27<br />

9<br />

22<br />

4<br />

6<br />

7<br />

7<br />

11<br />

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016<br />

Jan-Jun<br />

Jul-Dez<br />

Fonte: Elaborado a partir da base de dados do SEEG Monitor Elétrico<br />

Fonte: Elaborado a partir da base de dados do SEEG Monitor Elétrico<br />

40<br />

41


4.2<br />

OPERAÇÃO <strong>DO</strong> SISTEMA<br />

ELÉTRICO E ACIONAMENTO<br />

<strong>DE</strong> USINAS TERMELÉTRICAS<br />

O aumento das emissões de <strong>GEE</strong> pela queima<br />

de combustíveis na geração elétrica no ano de<br />

2014 teve como um de seus principais vetores<br />

o agravamento das condicionantes hidrológicas<br />

GRÁFICO 30<br />

Evolução mensal da energia natural afluente, por região<br />

já verificadas em 2013. Como demonstra o<br />

Gráfico 30, a energia natural afluente desse<br />

período ficou entre as mais baixas desde o<br />

início dos anos 2000.<br />

A diminuição da energia natural afluente 19 gera,<br />

como consequência, uma queda no volume dos<br />

reservatórios das hidrelétricas, a qual, significa<br />

GRÁFICO 31<br />

Evolução mensal da energia armazenada (hidroeletricidade), por região<br />

Eenergia Natural de Afluente (GWmed)<br />

2000<br />

1.800<br />

1.600<br />

1.400<br />

1.200<br />

1.000<br />

800<br />

600<br />

400<br />

200<br />

896<br />

665<br />

1146 1204<br />

Fonte: Elaboração própria a partir de dados do ONS (2015)<br />

1584<br />

1692<br />

1548<br />

SE S NE N<br />

menor energia armazenada na forma de água. É o<br />

que mostra o Gráfico 31.<br />

1702<br />

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014<br />

1539<br />

1806<br />

1573<br />

1817<br />

1511<br />

1296<br />

889<br />

Eenergia Natural de Afluente (GWmed)<br />

900<br />

800<br />

700<br />

600<br />

500<br />

400<br />

300<br />

200<br />

574<br />

464<br />

537 522<br />

671 674<br />

601<br />

683<br />

637<br />

769<br />

671<br />

815<br />

600<br />

684<br />

574<br />

Diante da diminuição momentânea da<br />

capacidade de geração hidrelétrica, a<br />

resposta dada pelo Operador Nacional do<br />

Sistema (ONS), entidade responsável pela<br />

gestão e operação do Sistema Interligado<br />

Nacional (SIN), foi o acionamento de usinas<br />

termelétricas, principalmente, mas não só, as<br />

que utilizam o gás natural.<br />

Conforme apresentado no Gráfico 21, o despacho<br />

das usinas termelétricas cresceu ainda mais no<br />

último ano, 22% entre 2014 (143 TWh) e 2013<br />

(117 TWh). Neste contexto, foi preciso, inclusive,<br />

acionar as térmicas mais onerosas ao sistema,<br />

as quais, em geral, são alimentadas por<br />

carvão mineral, por derivados de petróleo e<br />

por gás natural (este último, quando em ciclo<br />

aberto 20 ), aumentando os custos sistêmicos<br />

de geração e justificando, portanto, o aumento<br />

no consumo dos combustíveis acima listados 21 .<br />

100<br />

0<br />

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012<br />

2014<br />

Fonte: Elaboração própria a partir de dados do ONS (2015)<br />

42<br />

SE S NE N<br />

19. Mais informações sobre os conceitos de energia natural afluente e energia armazenada podem ser acessadas no relatório: Evolução das Emissões de Gases de Efeito Estufa no Brasil (1990-2013)<br />

Setor de Energia e Processos Industriais (IEMA, 2015)<br />

20. O ciclo Brayton de geração termoelétrica, comumente chamado de ciclo aberto, opera utilizando turbinas a gás nas quais a adição de calor ocorre à pressão constante. No seu funcionamento, o gás<br />

natural é injetado em uma câmara de combustão junto com ar comprimido e, após a queima desta mistura, os gases de combustão são direcionados para a turbina, acionando o movimento giratório das<br />

pás. Esta turbina é acoplada ao gerador elétrico onde a rotação de eixo se torna responsável pela produção de corrente elétrica. O ciclo se completa na atmosfera, de onde se extrai o ar necessário<br />

inicialmente nas câmaras de combustão e para onde os gases de exaustão da turbina são liberados. Estes sistemas de geração se destacam devido a facilidade de operação e rapidez de<br />

reposta ao despacho, sendo utilizadas majoritariamente em momentos que é necessário suprir demandas por eletricidade na ponta.<br />

21. Este é o caso, por exemplo, da Usina Termoelétrica de Uruguaiana que opera com gás natural em ciclo aberto. Situada na região sul do país, a usina que se encontrava parada até 2009, operou<br />

de maneira mais intensiva nos anos de 2012 a 2014 para fornecer eletricidade nos períodos de baixo armazenamento de água nos reservatórios do sistema. Enquanto outras usinas termoelétricas do<br />

sistema e também movidas a gás natural operam na faixa de custos de 150 R$/MWh, a Uruguaiana incorporou ao parque de geração nacional trazendo custos da ordem de 750 R$/MWh ao sistema.<br />

43


4.3<br />

EXPANSÃO DAS<br />

PARTICIPAÇÕES <strong>DE</strong> <strong>ENERGIA</strong><br />

EÓLICA, SOLAR E BIOMASSA<br />

NA MATRIZ ELÉTRICA<br />

5. <strong>EMISSÕES</strong> <strong>DE</strong> <strong>GEE</strong><br />

NA INDÚSTRIA: CONSUMO<br />

ENERGÉTICO <strong>DE</strong> COMBUSTÍVEIS,<br />

O comportamento do setor elétrico no ano de 2014<br />

traz outras informações relevantes, em especial no<br />

que diz respeito à evolução das participações de<br />

energia eólica, solar e biomassa (fontes renováveis<br />

não-hídricas) na matriz elétrica brasileira.<br />

Ainda que pequena em relação à geração<br />

elétrica total, a geração a partir de energia<br />

eólica, solar ou biomassa cresceu em relação a<br />

2013, principalmente pelo expressivo ganho de<br />

participação da geração térmica à biomassa e das<br />

usinas eólicas. Segundo o BEN 2015, Ano-base<br />

2014, a geração à base de biomassa cresceu de<br />

40,4 TWh para 46,2 TWh, um aumento de 14%, e<br />

a geração eólica subiu de 6,6 TWh para 12,2 TWh,<br />

ou seja, mais de 85,6% de aumento.<br />

A energia solar aproveitada para gerar energia<br />

elétrica de forma centralizada 22 devido à recente<br />

queda nos custos de instalação e operação das suas<br />

usinas, deve ampliar sua participação na geração<br />

nos próximos anos, visto a entrada em operação de<br />

usinas já contratadas nos últimos leilões de energia.<br />

Entretanto, é por meio da geração distribuída que<br />

a energia solar recebe protagonismo no cenário<br />

nacional. A geração distribuída de eletricidade foi<br />

recentemente regulamentada pela ANEEL em sua<br />

resolução 482/2012, crescendo significativamente<br />

entre os anos de 2013 e 2014. Enquanto em 2013,<br />

o Brasil contava com 55 sistemas instalados que<br />

juntos totalizavam aproximadamente 1700 kWp 23 ao<br />

final de 2014 estavam em operação 272 instalações<br />

totalizando 4605 kWp de potência (ANEEL, 2016) 24 .<br />

<strong>PROCESSOS</strong> <strong>INDUSTRIAIS</strong><br />

E <strong>USO</strong> <strong>DE</strong> <strong>PRODUTOS</strong><br />

22. A geração solar centralizada corresponde as usinas de geração de eletricidade de maior porte e majoritariamente controladas pelo ONS. Desde 2012, segundo a norma nº482 da ANEEL, tornou-se<br />

possível gerar eletricidade utilizando painéis fotovoltaicos também de forma descentralizada, por meio de centrais de mini e micro geração (menor porte), atendendo demandas de estabelecimentos<br />

residenciais, comerciais ou industriais, permitindo que o consumidor passe a gerar sua própria eletricidade por conversão solar. Mais detalhes sobre a resolução estão disponíveis em http://www2.aneel.<br />

gov.br/cedoc/ren2012482.pdf.<br />

23 O watt-pico é uma unidade de potência comumente associada à geração fotovoltaica, que corresponde a potência do sistema quando a radiação solar incidente equivale a 1000 W/m² e<br />

a temperatura ambiente é de 25°C.<br />

24 Não existem dados disponibilizados publicamente quanto a geração de eletricidade por estes agentes geradores distribuídos. O banco de dados da ANEEL disponibiliza uma lista de geradores<br />

registrados e as configurações técnicas de seus respectivos sistemas de geração. Dentre estas informações, encontra-se a potência do sistema, a qual dá uma ordem de grandeza da<br />

possibilidade de geração de eletricidade por meio desta fonte.<br />

44


Conforme explicado anteriormente, no caso das<br />

emissões associadas à indústria, calculamse<br />

separadamente: (i) aquelas que ocorrem<br />

por processos de transformação química e/ou<br />

física de materiais, (ii) aquelas que ocorrem<br />

pela queima de combustíveis e (iii) aquelas<br />

que ocorrem pela disposição de resíduos.<br />

Essas 3 classes de emissões são contempladas<br />

em “setores IPCC” distintos, quais sejam: (i)<br />

Processos Industriais e Uso de Produtos - PIUP,<br />

(ii) Energia e (iii) Resíduos, respectivamente.<br />

No entanto, se essa metodologia estabelece<br />

procedimentos cuidadosos na contabilização<br />

das emissões industriais, por outro lado<br />

os recortes por ela determinados não são<br />

suficientes para se estudar as tendências<br />

relativas às emissões industriais.<br />

De modo a construir um quadro abrangente<br />

das emissões industriais, e considerando-se<br />

que as emissões pela queima de combustíveis<br />

e as emissões por PIUP são intimamente<br />

relacionadas em diversos ramos industriais,<br />

este capítulo busca analisar o atual cenário<br />

das emissões brasileiras nas indústrias<br />

associadas a estas duas classes de emissões.<br />

Dessa forma, as emissões apresentadas aqui<br />

são aquelas contabilizadas nos “setores IPCC”<br />

de Energia e de PIUP 25 . Isso possibilita uma<br />

análise transversal das emissões com vistas<br />

à identificação de ações e políticas públicas<br />

efetivas para a gestão de emissões de <strong>GEE</strong>.<br />

Quanto aos PIUP, as emissões foram contabilizadas<br />

conforme os seguintes agrupamentos:<br />

• Produção de metais: produção de ferrogusa<br />

e aço, ferroligas, alumínio, magnésio e<br />

outros metais não-ferrosos;<br />

• Produtos minerais: produção de cal,<br />

cimento e vidro e consumo de barrilha;<br />

• Indústria química: produção de ácido<br />

adípico, ácido fosfórico, ácido nítrico, acrilonitrila,<br />

amônia, caprolactama, carbureto de cálcio, cloreto<br />

de vinila, eteno, metanol, negro-de-fumo, óxido<br />

de eteno, coque de petróleo calcinado e outros<br />

petroquímicos;<br />

• Emissões de hidrofluorcarbonos (HFCs);<br />

• Uso de hexafluoreto de enxofre (SF6)<br />

em equipamentos elétricos;<br />

• Uso não energético de combustíveis e<br />

uso de solventes.<br />

Já as emissões relacionadas à queima de<br />

combustíveis (consumo final energético e<br />

autoprodução de eletricidade) foram estimadas<br />

conforme a divisão de ramos industriais do<br />

Balanço Energético Nacional: Ferro-gusa e aço,<br />

Cimento, Química, Não ferrosos e outros da<br />

metalurgia, Mineração e pelotização, Alimentos<br />

e bebidas, Cerâmica, Papel e celulose, Têxtil,<br />

Ferro ligas e Outras indústrias.<br />

De modo a permitir uma análise conjunta das<br />

emissões, os processos industriais foram<br />

rearranjados nos ramos industriais do BEN<br />

conforme a Tabela 2 26 :<br />

TABELA 02<br />

Associação entre as categorias de processos industriais e os ramos industriais do BEN<br />

Processo Industrial<br />

(metodologia IPCC para PIUP)<br />

Produção de ferro-gusa e aço<br />

Produção de ferroligas<br />

Produção de alumínio<br />

Produção de magnésio<br />

Produção de outros metais não ferrosos<br />

Produção de cimento<br />

Indústria Química<br />

Produção de cal<br />

Produção de vidro<br />

Produção de barrilha<br />

Emissões de hidrofluorcarbonos<br />

Uso de SF6 em equipamentos elétricos<br />

Uso não energético de combustíveis e uso de solvente<br />

Somadas, as emissões decorrentes da queima<br />

de combustíveis e dos PIUP apresentaram um<br />

crescimento anual médio de 2,5% entre 1990 e<br />

2014 variando de 97 para 177 MtCO 2<br />

e, conforme<br />

ilustrado pelo Gráfico 32.<br />

Cabe destacar a queda pontual nas emissões em<br />

2009, decorrente da crise econômica mundial que<br />

ocasionou redução na produção física das principais<br />

indústrias de transformação (exceção feita ao<br />

cimento 27 ), e a estagnação das emissões totais nos<br />

Ramo Industrial<br />

(BEN)<br />

Ferro-gusa e aço<br />

Ferroligas<br />

Não ferrosos<br />

e outros<br />

da metalurgia<br />

Cimento<br />

Química<br />

Outras<br />

Indústrias<br />

últimos três anos, porém essa tendência não ocorre<br />

de forma homogênea em todos os ramos industriais,<br />

devendo ser analisada caso a caso.<br />

Em termos dos tipos de <strong>GEE</strong> direto inventariados –<br />

dióxido de carbono (CO 2<br />

), metano (CH 4<br />

), óxido nitroso<br />

(N 2<br />

O), perfluorcarbonos (PFCs), hidrofluorcarbonos<br />

(HFCs) e hexafluoreto de enxofre (SF 6<br />

) –, o CO 2<br />

é,<br />

de longe, o mais importante, representando 90,9%<br />

das emissões (comparados em termos de CO 2<br />

equivalente).<br />

25. As emissões associadas ao tratamento de efluentes industriais e à incineração de resíduos são analisadas no documento analítico do Setor de Resíduos do SEEG.<br />

26. A associação feita entre as categorias de PIUP do IPCC e os ramos industriais do BEN é uma aproximação, uma vez que parte dos processos industriais ocorre em mais de um dos ramos como o<br />

consumo de barrilha e as emissões de HFCs<br />

27. Por ser um produto de alto valor local e baixo valor de troca, o cimento restringe-se ao mercado doméstico, não configurando, portanto, uma mercadoria internacional.<br />

46<br />

47


GRÁFICO 32<br />

Emissões de <strong>GEE</strong> em atividades industriais por tipo de gás de efeito estufa<br />

GRÁFICO 33<br />

Emissões de <strong>GEE</strong> em atividades industriais por tipo de atividade<br />

Milhões de toneladas de CO 2<br />

e<br />

200<br />

180<br />

160<br />

140<br />

120<br />

100<br />

80<br />

60<br />

40<br />

7,8%<br />

+0,1% SF 6<br />

+0,2% N 2<br />

0<br />

+0,4% CO 2<br />

+0,5% CH 4<br />

91+9<br />

2014<br />

90,9%<br />

Milhões de toneladas de CO 2<br />

e<br />

120<br />

100<br />

80<br />

60<br />

40<br />

20<br />

0<br />

57%<br />

2014<br />

43+5743%<br />

Processos Industriais<br />

Consumo Final Energético<br />

20<br />

1990<br />

1991<br />

1992<br />

1993<br />

1994<br />

1995<br />

1996<br />

1997<br />

1998<br />

1999<br />

2000<br />

2001<br />

2002<br />

2003<br />

2004<br />

2005<br />

2006<br />

2007<br />

2008<br />

2009<br />

2010<br />

2011<br />

2012<br />

2013<br />

2014<br />

1990<br />

1991<br />

1992<br />

1993<br />

1994<br />

1995<br />

1996<br />

1997<br />

1998<br />

1999<br />

2000<br />

2001<br />

2002<br />

2003<br />

2004<br />

2005<br />

2006<br />

2007<br />

2008<br />

2009<br />

2010<br />

2011<br />

2012<br />

2013<br />

2014<br />

SF 6<br />

N 2<br />

0<br />

HFCs CO 2<br />

PFCs CH 4<br />

Vale ressaltar as reduções nas seguintes emissões:<br />

• N 2<br />

O: decorrentes da implantação de<br />

medidas localizadas de controle de emissões na<br />

produção dos ácidos nítrico e adípico, a partir da<br />

segunda metade da década de 2000;<br />

• PFCs: decorrentes de medidas de redução<br />

do chamado “efeito anódico”, fenômeno que diminui<br />

a eficiência da produção de alumínio metálico;<br />

• SF 6<br />

: ocasionadas pela substituição desse<br />

gás por dióxido de enxofre (SO 2<br />

) na proteção do<br />

magnésio líquido no processo produtivo desse metal.<br />

Cabe ainda destacar o aumento significativo das<br />

emissões de hidrofluorcarbonos utilizados em<br />

equipamentos de refrigeração ou como gás em<br />

aerossóis, porém ressalta-se que este dado deve<br />

ser interpretado considerando-se que as emissões<br />

de HFCs foram calculadas segundo o método das<br />

emissões potenciais 28 . O aumento das emissões<br />

desses gases é decorrente do uso de HFCs como<br />

substitutos dos gases controlados pelo Protocolo<br />

de Montreal (CFCs e HCFCs).<br />

O Gráfico 33 apresenta a evolução das emissões<br />

de <strong>GEE</strong> nas atividades industriais por tipo de<br />

atividade. Durante o período analisado, a maior<br />

parte das emissões associadas às atividades<br />

industriais é proveniente de processos industriais<br />

(101,5 MtCO 2<br />

e em 2014), seguida das emissões<br />

decorrentes do consumo final energético de<br />

combustíveis (76,0 MtCO 2<br />

e em 2014).<br />

Quanto à matriz energética da indústria, cabe<br />

pontuar a grande participação histórica da<br />

biomassa nesse setor, constituindo a metade da<br />

matriz em 2014 (Gráfico 34). Alguns destaques são<br />

o uso de bagaço de cana-de-açúcar na indústria<br />

de alimentos e bebidas, o consumo de lixívia 29 e<br />

GRÁFICO 34<br />

Consumo de energia em atividades industriais por fonte primária<br />

Mtep<br />

40<br />

35<br />

30<br />

25<br />

20<br />

15<br />

10<br />

5<br />

1990<br />

1991<br />

1992<br />

1993<br />

1994<br />

Biomassa<br />

1995<br />

1996<br />

1997<br />

1998<br />

1999<br />

2000<br />

2001<br />

Gás Natural<br />

2002<br />

2003<br />

2004<br />

2005<br />

2006<br />

Carvão Mineral<br />

de lenha na indústria de papel e celulose (apenas<br />

esses três consumos somados representaram<br />

38,1% (26,6 Mtep) do consumo de combustíveis<br />

na indústria em 2014), além da presença da lenha<br />

e do carvão vegetal como fontes complementares<br />

de energia em ramos da metalurgia e siderurgia.<br />

2007<br />

2008<br />

2009<br />

2010<br />

2011<br />

2012<br />

2013<br />

2014<br />

Petróleo<br />

14%<br />

50+17+14+19<br />

19%<br />

17%<br />

2014<br />

50%<br />

28. A estimativa de emissões de HFCs a partir do método de emissões potenciais considera que as emissões ocorreriam no ano de importação do gás, e não conforme sua utilização ao longo<br />

dos anos. A descrição completa da metodologia utilizada é apresentada na Nota Metodológica do setor de PIUP no SEEG<br />

Fonte: Elaboração própria a partir de BEN 2015, Ano-base 2014 (MME/EPE)<br />

29. Lixívia ou licor negro é um resíduo de significativo conteúdo energético, obtido como subproduto na indústria de papel e celulose na transformação de madeira em pasta de celulose.<br />

48<br />

49


SOBRE AS <strong>EMISSÕES</strong> RELACIONADAS À AUTOPRODUÇÃO E AO CONSUMO<br />

<strong>DE</strong> ELETRICIDA<strong>DE</strong> NA INDÚSTRIA<br />

Para uma avaliação mais abrangente do total de emissões que decorrem da atividade<br />

industrial, poderiam ainda ser consideradas as emissões oriundas da geração da<br />

energia elétrica consumidas pelas plantas industriais. A indústria foi responsável,<br />

no Brasil, em 2014, pelo consumo de 39% de toda eletricidade ofertada 30 , conforme<br />

apresentado no Gráfico 35.<br />

GRÁFICO 35<br />

Participação dos tipos de centrais na geração de eletricidade e dos segmentos<br />

de atividade econômica no consumo de eletricidade em 2014<br />

84+9+7 39+25+17+8+5+5+1<br />

2014<br />

9%<br />

7%<br />

Serviço Público<br />

Autoprodução<br />

Industrial<br />

Outras<br />

Autoproduções<br />

84%<br />

Fonte: Elaboração própria a partir de BEN 2015, Ano-base 2014 (MME/EPE)<br />

Público<br />

Agropecuária<br />

Transportes<br />

Comercial<br />

Residencial<br />

Industrial<br />

Geração Pública<br />

de Eletricidade<br />

Produção<br />

de Combustíveis<br />

De toda a eletricidade gerada em centrais elétricas autoprodutoras, 59,0% esteve<br />

associada à autoprodução industrial em 2014. Esse peso das atividades industriais<br />

no total da eletricidade gerada e consumida traz à tona a necessidade de uma nova<br />

forma de alocação das emissões associadas, especialmente por conta do crescimento<br />

da participação de fontes fósseis na matriz elétrica nacional, conforme apresentado no<br />

capítulo 3. No entanto, essa forma de alocação, que foge da classificação do IPCC, não<br />

será discutida no presente relatório.<br />

8%<br />

17%<br />

5% 5% 1%<br />

39%<br />

25%<br />

2014<br />

Olhando-se os ramos industriais responsáveis<br />

pelas parcelas mais significativas de emissões<br />

de <strong>GEE</strong>, o Gráfico 36 mostra que as indústrias<br />

de Ferro-gusa e Aço, Cimento e Química, juntos<br />

GRÁFICO 36<br />

Emissões de <strong>GEE</strong> em atividades industriais por ramo industrial<br />

Milhões de toneladas de CO 2<br />

e<br />

60<br />

50<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

1990<br />

1991<br />

1992<br />

1993<br />

1994<br />

1995<br />

1996<br />

1997<br />

As emissões de <strong>GEE</strong> por processos industriais estão<br />

intrínseca e diretamente relacionadas à produção<br />

física de cada um dos ramos de atividade em que<br />

elas ocorrem. É nas indústrias de transformação<br />

onde ocorrem as maiores emissões. Isso pode ser<br />

verificado pela comparação entre as emissões de<br />

<strong>GEE</strong> que estão mostradas no SEEG, onde a produção<br />

de metais e de cimento e a indústria química,<br />

somadas, respondem por praticamente por 70% do<br />

total das emissões industriais brasileiras (quando<br />

consideradas juntas as emissões por processos<br />

industriais e pela queima de combustíveis).<br />

1998<br />

1999<br />

2000<br />

2001<br />

2002<br />

2003<br />

2004<br />

2005<br />

2006<br />

2007<br />

responderam por cerca de 107 MtCO 2<br />

e em 2014,<br />

o que corresponde a mais de 60% das emissões<br />

associadas à atividade industrial.<br />

2008<br />

2009<br />

2010<br />

2011<br />

2012<br />

2013<br />

2014<br />

27+24+10+8+4+3+3+3+1+17<br />

24%<br />

27%<br />

2014<br />

10%<br />

17%<br />

8%<br />

Ferro-Gusa e Açoa<br />

Cimento<br />

Química<br />

Alimentos e Bebidas<br />

Papel e Celulose<br />

Cerâmica<br />

Ferro Ligas<br />

Têxtil<br />

Mineração e Pelotização<br />

Outras Indústrias<br />

Não Ferrosos e<br />

Outros da Metalurgia<br />

4%<br />

3%<br />

3%<br />

3%<br />

1%<br />

As emissões provenientes da queima de combustíveis<br />

e dos processos de transformação físico-químicas<br />

na indústria foram responsáveis por 11,4%<br />

das emissões brasileiras em 2014. A indústria,<br />

evidentemente, não é homogênea, abarcando uma<br />

grande variedade de ramos industriais, com perfis<br />

muito distintos de consumo de energia e emissões.<br />

As seções a seguir apresentam uma discussão<br />

acerca dos três ramos industriais com participação<br />

mais significativa nas emissões de <strong>GEE</strong>: ferro-gusa<br />

e aço, cimento e química.<br />

30. Inclui a geração de eletricidade em centrais de serviço público e em centrais autoprodutoras e a importação de eletricidade<br />

50<br />

51


5.1<br />

PRODUÇÃO <strong>DE</strong><br />

FERRO-GUSA E AÇO<br />

As emissões de <strong>GEE</strong> na indústria siderúrgica<br />

derivam diretamente de seu processo<br />

produtivo. O fundamento técnico do processo<br />

produtivo de todos os tipos de ferro e aço<br />

repousa na redução química 31 do minério de<br />

ferro, cujo processamento primário se dá nos<br />

chamados altos fornos 32 . O produto dessa<br />

etapa é denominado ferro-gusa, liga de ferrocarbono<br />

que ainda contém algumas impurezas<br />

a serem retiradas. A redução é feita com a<br />

presença de um combustível com elevado teor<br />

de carbono (carvão vegetal, carvão mineral,<br />

coque de petróleo ou coque de carvão mineral)<br />

juntamente ao minério 33 em um ambiente<br />

pobre em oxigênio, de forma que o carbono<br />

aí presente forma inicialmente monóxido de<br />

carbono (CO) e esse, então, liga-se ao oxigênio<br />

do minério liberando-se na forma de CO 2<br />

. Parte<br />

do carbono permanece no ferro-gusa (3% a<br />

5%), mas esse teor diminui na produção do<br />

aço para entre 0,15% a 1,4%, definindo o tipo<br />

e a qualidade do aço produzido.<br />

A emissão de CO 2<br />

pela reação química de<br />

redução dos óxidos de ferro contidos no minério<br />

é intrínseca à produção do ferro-gusa e do aço<br />

a partir do minério de ferro, podendo ser evitada<br />

com o uso de sucata de aço como matéria-prima<br />

(reciclagem do aço), que é sempre possível uma<br />

vez que não há limite teórico para o número<br />

de vezes que o aço pode retornar ao processo<br />

produtivo sem a perda de suas propriedades<br />

físicas e químicas. A reciclagem do aço é feita<br />

pelo seu derretimento (fusão) em fornos elétricos,<br />

onde pode ser necessária adição de ferro-gusa<br />

(tipicamente 30%) para homogeneizar o aço<br />

produzido dentro de uma especificação definida<br />

pelo seu uso. A reciclagem do aço implica,<br />

naturalmente, em significativa redução das<br />

emissões de <strong>GEE</strong> pelo processo industrial.<br />

Outra maneira de diminuir significativamente as<br />

emissões de <strong>GEE</strong> na produção do aço é utilizar<br />

carvão vegetal com origem em reflorestamentos.<br />

Nesse caso, o carbono presente no carvão<br />

vegetal, que será lançado à atmosfera na<br />

redução do minério de ferro, será compensado<br />

pelo crescimento das árvores plantadas para<br />

a produção do próprio carvão vegetal. A maior<br />

parte das siderúrgicas brasileiras, entretanto,<br />

utiliza um produto do carvão mineral – coque de<br />

carvão mineral 34 .<br />

Apesar da vantagem de redução de emissões de<br />

<strong>GEE</strong> da siderurgia a carvão vegetal, é preciso ter<br />

claro que altos fornos projetados para usarem<br />

combustíveis fósseis (coque de carvão mineral<br />

ou de petróleo) não podem ser simplesmente<br />

convertidos para o uso do carvão vegetal. O<br />

impedimento não está nas adaptações que<br />

seriam necessárias em sistemas auxiliares,<br />

como a alimentação de matérias primas, de<br />

injeção de ar e outras, mas na própria dimensão<br />

dos fornos. O fato físico que leva a essa diferença<br />

entre as rotas do coque e do carvão vegetal está<br />

na alta friabilidade 35 desse último. Ela resulta<br />

em dimensionamento para fornos mais baixos<br />

a carvão vegetal que os similares a coque de<br />

carvão mineral ou de petróleo. Isso porque é<br />

impossível produzir grandes alturas de carga,<br />

de minério de ferro e carvão vegetal, sem que o<br />

peso da coluna dessa matéria prima esmague o<br />

carvão vegetal na região próxima à base do forno<br />

(saída), o que impediria a redução completa do<br />

minério de ferro.<br />

O setor siderúrgico adota como iniciativa para<br />

contribuir para a redução das emissões de<br />

<strong>GEE</strong> o investimento em reflorestamentos para<br />

a produção de carvão vegetal 36 . No entanto,<br />

essa medida, embora importante, não ensejará<br />

a substituição do coque de carvão mineral ou<br />

de petróleo por carvão vegetal nas siderúrgicas<br />

existentes a combustíveis fósseis, pelo fato de<br />

a vida útil de qualquer alto forno ser bastante<br />

longa 37 . Além disso, toda linha de produção está<br />

ajustada à produtividade desse equipamento,<br />

sendo que sua substituição equivale a reprojetar<br />

todo o sistema produtivo.<br />

No Gráfico 37, são apresentadas as emissões<br />

de <strong>GEE</strong> associadas à produção de ferro-gusa<br />

e aço por tipo de emissão. Nele, é possível<br />

constatar que a maior parte das emissões está<br />

associada ao consumo de combustíveis termo<br />

redutores nos altos fornos - das 46,9 MtCO 2<br />

e<br />

emitidas em 2014, 87% estiveram associadas<br />

a essa atividade. Cabe destacar que, segundo<br />

a metodologia apresentada pelo IPCC, essas<br />

emissões são contabilizadas como PIUP, pois<br />

ainda que representem o uso de combustíveis,<br />

parte do carbono presente na fonte energética<br />

passa a ser incorporado pelo produto (ferrogusa).<br />

Os 13% restantes das emissões nacionais<br />

em 2014 foram compostos pelo consumo final<br />

energético de combustíveis em outras aplicações<br />

(12%) e pelo consumo de carbonatos fundentes<br />

– calcário e dolomita (1%).<br />

31. A redução química no processo produtivo do ferro-gusa e do aço é, simplificadamente, a retirada do elemento químico oxigênio (O). Na natureza, o oxigênio liga-se ao elemento metálico ferro, em<br />

diferentes proporções, formando os componentes dos diferentes tipos de minério de ferro.<br />

32. A grafia correta seria auto forno, por se tratar de um reator em que a produção de calor ocorre no seu interior, fluindo de dentro para fora. No ambiente industrial, entretanto, fala-se alto forno,<br />

certamente pelo fato de se tratarem de estruturas altas, atingindo 100 metros de altura.<br />

33. Numa carga de alto forno são também adicionados calcário e dolomita (CaCO3 e CaCO3.MgCO3) em proporções variáveis para a formação da chamada escória de alto forno que carrega<br />

outras impurezas do minério de ferro. Essa escória é importante na produção de cimento, como se verá no próximo item. A descarbonatação desses minerais nas elevadas temperaturas dos altos fornos<br />

também é fonte de emissões de CO2<br />

52<br />

34. Produto resultante do processo de coqueificação, em que o aquecimento por fonte de calor externa do carvão em fornos (reatores) num ambiente sem oxigênio retira os compostos orgânicos voláteis<br />

(condensados em alcatrão) e outras substâncias, para a obtenção de um sólido com alto teor de carbono (mais de 85%) quase similar ao carvão vegetal.<br />

35. Uma medida da facilidade com que um material se rompe quando submetido a um aumento de pressão em qualquer direção.<br />

36. Protocolo de Sustentabilidade do Carvão Vegetal, assinado entre siderúrgicas e o Governo Brasileiro, para que até 2016 todo carvão vegetal para produção própria de ferro gusa (2,4 milhões de toneladas)<br />

venha de reflorestamentos sustentáveis, próprios ou de terceiros. Segundo o Instituto Aço Brasil (IABr), em 2014, 93% do carvão vegetal utilizado para produção de aço no país foram supridos com<br />

madeira oriunda de florestas plantadas próprias ou de terceiros, em consonância com os requisitos legais.<br />

37. A rigor um alto forno pode nunca ser substituído, passando por reformas e retrofittings praticamente todos os anos<br />

53


GRÁFICO 37<br />

Emissões de <strong>GEE</strong> associadas à produção de ferro-gusa e aço por tipo de emissão<br />

Milhões de toneladas de CO2e (GWP)<br />

Milhões de toneladas de aço<br />

45<br />

40<br />

35<br />

30<br />

25<br />

20<br />

15<br />

10<br />

5<br />

O comportamento das emissões de CO 2<br />

e associadas<br />

à produção de ferro-gusa e aço é muito similar<br />

ao comportamento da própria produção de aço,<br />

conforme ilustrado pelo Gráfico 38. Além disso, o<br />

aço produzido no país é inteiramente proveniente de<br />

ferro-gusa produzido com combustíveis fósseis; já o<br />

ferro-gusa produzido a partir de carvão vegetal seria<br />

exportado ou usado nas indústrias de autopeças.<br />

Dessa forma, as emissões de CO 2<br />

e por conta da<br />

produção de ferro-gusa (como produto final) são<br />

apenas associadas a emissões de CH 4<br />

e N 2<br />

O, sendo<br />

estas muito menos significativas que as de CO 2<br />

.<br />

GRÁFICO 38<br />

Evolução das emissões de <strong>GEE</strong> associadas à produção de ferro-gusa e aço e produção física de aço<br />

40<br />

35<br />

30<br />

25<br />

20<br />

15<br />

10<br />

5<br />

1990<br />

1991<br />

1992<br />

1993<br />

1994<br />

1995<br />

1996<br />

1997<br />

Consumo de Combustíveis<br />

Redutores<br />

Queima de Combustíveis<br />

Consumo de Carbonatos<br />

Fundentes<br />

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014<br />

Fonte: Elaboração própria a partir de IABr e MME<br />

1998<br />

1999<br />

2000<br />

2001<br />

Produção física de aço<br />

2002<br />

2003<br />

2004<br />

2005<br />

2006<br />

2007<br />

2008<br />

2009<br />

Emissões de CO 2<br />

e<br />

2010<br />

2011<br />

2012<br />

2013<br />

2014<br />

1+87+12<br />

12%<br />

1%<br />

2014<br />

87%<br />

60<br />

50<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

Milhões de toneladas de CO2e<br />

5.2<br />

PRODUÇÃO<br />

<strong>DE</strong> CIMENTO<br />

As emissões de <strong>GEE</strong> por processo industrial<br />

na fabricação do cimento ocorrem na<br />

produção de sua principal matéria prima<br />

chamada clínquer. Esse componente resulta<br />

da calcinação do calcário e da dolomita,<br />

cujo principal componente é o carbonato de<br />

cálcio e associações (CaCO 3<br />

e CaMg(CO 3<br />

) 2<br />

,<br />

respectivamente). O aquecimento do calcário<br />

promove a reação química de decomposição<br />

térmica do carbonato de cálcio, dando como<br />

resultado a cal (CaO) e o dióxido de carbono (CO 2<br />

)<br />

que é liberado para a atmosfera. A calcinação<br />

ocorre em fornos onde também são adicionados<br />

argila e outros compostos e a massa resultante<br />

dessas reações é denominada clínquer, que é<br />

usado para produzir cimento pela adição de<br />

gesso (CaSO 4<br />

) e outras substâncias que podem<br />

conter metais e outros minerais. Em todo esse<br />

processo, há queima de combustível para o<br />

fornecimento de calor e consumo de energia<br />

elétrica para movimentar a massa que é levada<br />

aos fornos e dali para os demais processos de<br />

mistura, homogeneização e secagem.<br />

Os três tipos de cimento usados no mercado<br />

brasileiro – comum, siderúrgico e pozolânico<br />

– diferem pelo tipo de aditivo que é usado<br />

para sua fabricação. Na fabricação do cimento<br />

siderúrgico, é adicionada escória dos altos<br />

fornos, a qual traz ao cimento propriedades<br />

importantes para a construção de estruturas<br />

como viadutos, pontes ou portos. No cimento<br />

pozolânico, o principal aditivo é a cinza de<br />

usinas termoelétricas e de outras indústrias,<br />

cuja adição permite produzir um cimento com<br />

resistência mecânica e ao ataque da água<br />

e de organismos, propriedades físicas do<br />

cimento necessárias na construção de grandes<br />

barragens hidroelétricas. É possível assim notar<br />

que uma parte da indústria de cimento tem<br />

dependência de insumos com relação a outras<br />

atividades industriais.<br />

As emissões de <strong>GEE</strong> tem origem, portanto, no<br />

processo industrial e no uso de combustíveis<br />

para o aquecimento e secagem. O Gráfico 39<br />

aponta essas características das emissões<br />

associadas à produção de cimento, sendo que,<br />

das aproximadas 43 MtCO 2<br />

e emitidas em 2014,<br />

60% estão associados à produção de clínquer e<br />

40% à queima de combustíveis.<br />

54<br />

55


GRÁFICO 39<br />

Emissões de <strong>GEE</strong> associadas à produção de cimento, por fonte de emissão<br />

GRÁFICO 40<br />

Fator de emissão implícito da produção de cimento (tCO 2<br />

e/t cimento), por fonte de emissão<br />

30<br />

0.7<br />

25<br />

0,6<br />

Milhões de toneladas de CO2 e (GWP)<br />

20<br />

15<br />

10<br />

Fator de emissão implícito (tCO 2<br />

e/tcimento)<br />

0,5<br />

0,4<br />

0,3<br />

0,2<br />

5<br />

0,1<br />

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014<br />

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014<br />

Total Queima de Combustíveis Produção de Clínquer<br />

40%<br />

Fonte: Elaborado a partir de SNIC e MME (2015)<br />

60+40<br />

2014<br />

60%<br />

O Gráfico 40 a seguir apresenta a evolução<br />

das emissões de <strong>GEE</strong> por tonelada de cimento<br />

produzida. Nele, é possível constatar a queda<br />

desse índice no que diz respeito às emissões da<br />

produção de clínquer (redução de 14,7% entre<br />

1990 e 2014); resultado de otimizações locais do<br />

processo fabril, como a pré-calcinação e o uso de<br />

matérias primas provenientes de outros processos<br />

industriais – notadamente escória de siderúrgicas<br />

e cinzas de termoelétricas e de outros processos<br />

industriais – além do co-processamento de<br />

resíduos sólidos, como pneus, nos seus fornos.<br />

Produção de Clínquer<br />

Queima de Combustíveis<br />

Entretanto, ao se analisar o índice<br />

correspondente às emissões totais por<br />

tonelada de cimento produzida o mesmo<br />

comportamento não é observado, estando nos<br />

últimos dez anos oscilando em torno de um<br />

patamar relativamente constante. Isso pode ser<br />

explicado pela grande quantidade de fatores que<br />

influenciam esse índice, entre eles a variedade<br />

de fontes energéticas, de tipos de produto e de<br />

características locais de produção (tecnologia<br />

de aquecimento e eficiência energética dos<br />

equipamentos produtivos em geral).<br />

5.3<br />

INDÚSTRIA<br />

QUÍMICA<br />

O Gráfico 41 apresenta a evolução das emissões<br />

associadas à indústria química por classe de<br />

emissão. Em 2014, 16,8 MtCO 2<br />

e foram emitidas<br />

em atividades nesse ramo industrial; 79%<br />

relacionados ao consumo final energético de<br />

combustíveis e 21% aos processos produtivos<br />

das substâncias químicas.<br />

As emissões relacionadas às atividades da<br />

indústria química estimadas no setor de Processos<br />

Industriais são aquelas denominadas como<br />

emissões de processo, ou seja, os gases estimados<br />

são subprodutos dos processos de produção de<br />

outras substâncias químicas. Dessa forma, o<br />

comportamento das emissões refletirá diretamente,<br />

56<br />

57


ou quase, a produção física de cada uma dessas<br />

substâncias químicas.<br />

No entanto, a partir de 2007, essas emissões<br />

sofreram redução significativa, conforme<br />

apresentado no Gráfico 41. Essa redução foi<br />

provocada, principalmente, pela implantação de<br />

uma medida localizada de controle de emissões<br />

de N 2<br />

O na produção de ácido adípico, em cuja<br />

única planta industrial foi instalada uma unidade<br />

de decomposição térmica do óxido nitroso (N 2<br />

O)<br />

em nitrogênio (N 2<br />

), reduzindo drasticamente as<br />

emissões. Outras medidas localizadas de controle<br />

de emissões de <strong>GEE</strong> em plantas de produção<br />

de ácido nítrico a partir de 2007 também foram<br />

responsáveis por essa redução expressiva.<br />

GRÁFICO 41<br />

Emissões de <strong>GEE</strong> associadas à indústria química por tipo de emissão<br />

18<br />

16<br />

6. <strong>EMISSÕES</strong> <strong>DE</strong> <strong>GEE</strong><br />

Milhões de toneladas de CO2e (GWP)<br />

14<br />

12<br />

10<br />

8<br />

6<br />

4<br />

2<br />

NA PRODUÇÃO <strong>DE</strong><br />

COMBUSTÍVEIS<br />

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014<br />

21%<br />

79+21<br />

2014<br />

79%<br />

Queima de Combustíveis<br />

Processos Industriais<br />

Produção de Ácido Adípico<br />

58


O consumo energético na produção de<br />

combustíveis refere-se à “energia consumida nos<br />

centros de transformação e/ou nos processos<br />

de extração e transporte interno de produtos<br />

energéticos, na sua forma final” 38 . Enquadramse<br />

neste segmento as emissões associadas,<br />

por exemplo, ao consumo de combustível nas<br />

plataformas de extração de petróleo e gás<br />

natural e nas refinarias de petróleo, bem como ao<br />

consumo de bagaço-de-cana utilizado para prover<br />

energia para o funcionamento das utilidades das<br />

destilarias de álcool. Além das emissões pela<br />

queima dos combustíveis no segmento, são<br />

também nele alocadas as emissões fugitivas<br />

GRÁFICO 42<br />

Consumo de combustíveis na Produção de Combustíveis, por fonte primária<br />

14<br />

12<br />

10<br />

na extração de carvão mineral e na indústria de<br />

petróleo e gás natural e as emissões decorrentes<br />

do carvoejamento da lenha na produção de carvão<br />

vegetal.<br />

O Gráfico 42 mostra o consumo de combustíveis<br />

na Produção de Combustíveis segundo as<br />

fontes primárias de energia. É de se destacar<br />

a crescente participação do gás natural no<br />

período avaliado, saindo de 0,8 Mtep em 1990<br />

para 6,3 Mtep em 2014. A presença marcante<br />

da biomassa no segmento durante todo o escopo<br />

temporal analisado destaca a importância da<br />

indústria do álcool no país.<br />

No Gráfico 43 são apresentadas as evoluções dos<br />

consumos específicos das três atividades mais<br />

consumidoras de energia do segmento de “Produção<br />

de Combustíveis”: produção de álcool, exploração de<br />

petróleo e gás natural e refino de petróleo 39 . Nota-<br />

GRÁFICO 43<br />

Evolução do consumo específico de energia nas atividades da Produção de Combustíveis<br />

Consumo específico de energia<br />

1,4<br />

1,2<br />

1,0<br />

0,8<br />

0,6<br />

0,4<br />

se que a produção de álcool, ainda que consuma<br />

apenas energia renovável na forma de bagaço de<br />

cana, apresenta os maiores índices de consumo<br />

específico, o que explica o elevado consumo de<br />

biomassa apresentado no Gráfico 42.<br />

Mtep<br />

8<br />

0,2<br />

6<br />

4<br />

2<br />

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014<br />

Produção de Álcool Refino de Petróleo Exploração de Petróleo e Gás Natural<br />

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014<br />

29%<br />

7%<br />

61+7+29+3 54+27+18+1<br />

1990<br />

3%<br />

61%<br />

Fonte: Elaborado a partir do BEN 2015, Ano-Base 2014 (MME/EPE, 2015)<br />

27%<br />

18%<br />

1%<br />

2014<br />

54%<br />

Biomassa<br />

Gás Natural<br />

Petróleo<br />

Carvão Mineral<br />

Fonte: elaborado a partir de BEN 2015, Ano-base 2014 (MME/EPE, 2015)<br />

No que se refere às emissões de <strong>GEE</strong>, predominam<br />

as associadas à produção de combustíveis fósseis,<br />

em especial, ao refino de petróleo com 49% das<br />

emissões do segmento em 2014 (Gráfico 44), à<br />

extração de petróleo e gás natural (38% em 2014) e<br />

à produção de carvão mineral (6% em 2014), nesses<br />

valores estão somadas as emissões provenientes da<br />

queima de combustíveis e as emissões fugitivas.<br />

Um ponto importante a destacar é a notável<br />

predominância das atividades de exploração e<br />

produção de petróleo e gás natural nas emissões,<br />

respondendo, a grosso modo, por 90% das emissões<br />

da produção de combustíveis. Este fato não deve<br />

surpreender, dado que a indústria de extração e<br />

produção de petróleo e gás natural, além de produtora<br />

de energia, é também uma grande consumidora.<br />

38. De modo a facilitar a compreensão dos dados produzidos pelo SEEG, o termo ͞Setor Energético͟ utilizado pelo BEN para designar o segmento de atividade econômica responsável por esse consumo<br />

energético foi substituído por ͞Produção de Combustíveis͟. O único fluxo de consumo final energético apresentado no BEN como associado ao ͞Setor Energético͟ que não corresponderia a uma produção<br />

de combustíveis seria o autoconsumo de eletricidade em centrais elétricas, porém este não gera emissões atmosféricas.<br />

60<br />

39. As variáveis de consumo específico de energia foram estimadas como sendo a razão entre o consumo final energético apresentado pelo BEN nessas três atividades e os seguintes fluxos de energia: soma da<br />

produção de álcool anidro e hidratado, soma da produção de petróleo e gás natural úmido e soma dos produtos das refinarias brasileiras.<br />

61


Dito isto, é razoável supor que as grandes<br />

descobertas de petróleo e gás no mar (Pré-<br />

Sal), que colocam o Brasil na lista dos países<br />

com as maiores áreas de exploração do mundo,<br />

representará um grande desafio também em<br />

termos de mitigação das emissões de <strong>GEE</strong>.<br />

Algumas estimativas indicam que a quantidade<br />

de gás consumida para suportar as operações<br />

triplicará, passando de 2 para 6 bilhões de m³<br />

em 2035 (IEA, 2013). Além disso, o petróleo do<br />

Pré-Sal contém quantidades significativas de<br />

gás natural, contendo elevada porcentagem de<br />

CO 2<br />

associado. Existem incertezas em torno do<br />

volume de gás natural a ser usado para reinjeção<br />

no poço, de modo a manter a pressão da reserva<br />

em nível adequado. As opções para lidar com esse<br />

gás natural estão diretamente relacionadas ao<br />

lançamento de CO 2<br />

na atmosfera e à queima de<br />

gás no flare. Assim, o destino a ser dado ao CO 2<br />

contido no petróleo mineral ainda é incerto, mas,<br />

de qualquer modo, é possível que o segmento<br />

Produção de Combustíveis venha a aumentar sua<br />

participação nas emissões totais de <strong>GEE</strong>.<br />

7. CONSI<strong>DE</strong>RAÇÕES<br />

GRÁFICO 44<br />

Emissões de <strong>GEE</strong> na Produção de Combustíveis, por atividade<br />

SOBRE A PRETENDIDA<br />

30<br />

25<br />

CONTRIBUIÇÃO<br />

Milhões de toneladas de CO 2<br />

e<br />

20<br />

15<br />

10<br />

5<br />

NACIONALMENTE<br />

<strong>DE</strong>TERMINADA<br />

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014<br />

(INDC) <strong>DO</strong> BRASIL<br />

38%49+38+6+4+2+1<br />

6%<br />

4% 2% 1% 2014<br />

49%<br />

Refino de Petróleo<br />

Produção de Álcool<br />

Produção de Carvão Mineral<br />

Transporte de Gás Natural<br />

Exploração de Petróleo e Gás Natural<br />

Produção de Carvão Vegetal<br />

62


Na 21ª Conferência das Partes (COP21) da Convenção-<br />

Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima<br />

(CQNUMC), em dezembro de 2015, foi aprovado por 195<br />

países, incluindo o Brasil, um novo acordo internacional<br />

para reduzir emissões de gases de efeito estufa (<strong>GEE</strong>).<br />

Para o alcance do objetivo final do chamado Acordo<br />

de Paris, os governos construíram seus próprios<br />

compromissos por meio das chamadas Pretendidas<br />

Contribuições Nacionalmente Determinadas (iNDC) 40 . O<br />

Governo brasileiro submeteu sua iNDC em setembro de<br />

2015 ao Secretariado da CQNUMC onde é apresentada<br />

a seguinte meta geral de redução de emissões:<br />

“(...) o Brasil pretende comprometer-se a reduzir as<br />

emissões de gases de efeito estufa em 37% abaixo<br />

dos níveis de 2005, em 2025 e a reduzir as emissões<br />

de gases de efeito estufa em 43% abaixo dos níveis<br />

de 2005, em 2030” 41<br />

Além da meta geral, são também apresentadas<br />

metas setoriais específicas. Este capítulo<br />

tem como objetivo fazer uma interpretação<br />

das metas propostas na iNDC brasileira<br />

voltadas para os setores de Energia e de<br />

Processos Industriais e Uso de Produtos<br />

(PIUP) e contextualizá-las em relação às<br />

emissões históricas de <strong>GEE</strong> e às projeções<br />

de emissões do Plano Decenal de Expansão<br />

de Energia (P<strong>DE</strong>) 2024 (EPE/MME, 2015),<br />

que foi estabelecido como Plano Setorial de<br />

Energia para Mitigação de Mudança Climática<br />

pelo decreto regulamentador da Política<br />

Nacional de Mudanças Climáticas (PNMC).<br />

Além disso, serão discutidas brevemente<br />

algumas questões metodológicas relevantes<br />

na compreensão do processo de elaboração<br />

das metas propostas.<br />

“(...) Quantidade de Energia que se coloca à<br />

disposição do país para ser submetida aos<br />

Processos de Transformação e/ou Consumo<br />

Final. Corresponde à soma algébrica: Produção +<br />

Importação – Exportação ± Variação de Estoques –<br />

Não Aproveitadas – Reinjeções”.<br />

Em primeiro lugar, há uma meta de caráter amplo<br />

apresentada no documento que diz respeito à<br />

participação de todas as fontes renováveis na<br />

matriz energética brasileira:<br />

“(...) no setor da energia, alcançar uma participação<br />

estimada de 45% de energias renováveis na<br />

composição da matriz energética em 2030”.<br />

O Gráfico 45, a seguir, mostra a evolução histórica<br />

recente dessa participação conforme reportado<br />

pelo BEN, a participação estimada a partir do P<strong>DE</strong><br />

2024 (em 2019 e em 2024) e a meta proposta pela<br />

iNDC. Constata-se que a meta proposta na iNDC<br />

corresponde a valores já atingidos no passado<br />

recente, entre 2007 e 2009. No entanto, para que<br />

a meta seja alcançada, a tendência de queda das<br />

fontes renováveis observada nos últimos cinco<br />

anos, precisará ser revertida. Tal queda deveuse<br />

principalmente à redução da participação da<br />

energia hidráulica na geração de eletricidade,<br />

em detrimento do aumento da participação das<br />

usinas termelétricas a combustíveis fósseis ainda<br />

em um cenário de provável aumento da demanda<br />

por eletricidade (ver Capítulo 4).<br />

GRÁFICO 45<br />

Evolução histórica e meta iNDC da participação de fontes renováveis na matriz energética<br />

7.1<br />

METAS REFERENTES<br />

À OFERTA <strong>DE</strong> <strong>ENERGIA</strong><br />

Fontes renováveis na matriz energética (%)<br />

50%<br />

40%<br />

30%<br />

20%<br />

10%<br />

BEN<br />

39%<br />

P<strong>DE</strong> 2019<br />

45%<br />

P<strong>DE</strong> 2024<br />

45%<br />

2000 2005 2010 2015 2020 2025 2030<br />

Meta iNDC<br />

45%<br />

A iNDC determina como metas valores de<br />

participação de fontes energéticas na matriz<br />

energética brasileira. Entendeu-se aqui<br />

como participação na matriz energética a<br />

40. Sigla em inglês para ͞intended nationally determined contribution<br />

41. A iNDC brasileira pode ser acessada em: http://www.mma.gov.br/images/arquivo/80108/BRASIL%20iNDC%20portugues%20FINAL.pdf<br />

64<br />

porcentagem que cada fonte energética<br />

representa no total da Oferta Interna Bruta<br />

de energia, conforme descrita no BEN 2015,<br />

Ano-base 2014 (EPE/MME, 2015):<br />

Uma segunda meta apresentada na iNDC aponta<br />

para a participação das fontes renováveis nãohídricas<br />

na matriz energética:<br />

“(...) expandir o uso de fontes renováveis, além da<br />

energia hídrica, na matriz total de energia para uma<br />

participação de 28% a 33% até 2030”.<br />

O Gráfico 46 a seguir ilustra a evolução histórica<br />

e a meta proposta para essa participação. Nele,<br />

está representada a queda da participação da<br />

lenha e do carvão vegetal na matriz energética<br />

nos últimos anos e o elevado crescimento de<br />

outras fontes renováveis (eólica, solar e outras<br />

65


iomassas que não derivadas da cana-de-açúcar)<br />

previsto pelo P<strong>DE</strong> 2024 (em 2019 e em 2024).<br />

Nota-se que os níveis atuais de participações<br />

dessas fontes já estariam atendendo a meta<br />

apresentada, caso a meta fosse exigida<br />

para hoje. No entanto, para que a meta seja<br />

atingida em 2030, uma vez que as projeções do<br />

planejamento governamental apontam para o<br />

crescimento da oferta interna bruta de energia<br />

total, a oferta interna bruta das fontes<br />

renováveis não-hídricas deverá crescer<br />

pelo menos na mesma proporção que a<br />

energia total.<br />

GRÁFICO 46<br />

Evolução histórica e meta iNDC da participação de fontes renováveis não-hídricas na matriz energética<br />

A primeira dessas alternativas está descrita na<br />

medida “aumentar a participação de bioenergia<br />

sustentável na matriz energética brasileira para<br />

aproximadamente 18% até 2030”. Considerando<br />

“bioenergia sustentável” como sendo a energia<br />

GRÁFICO 47<br />

Evolução histórica e meta iNDC da participação de derivados da cana-de-açúcar<br />

e biodiesel na matriz energética<br />

associada ao biodiesel e aos derivados da canade-açúcar,<br />

é possível construir o Gráfico 47<br />

que representa a evolução histórica e a meta<br />

proposta para essa participação.<br />

Fontes renováveis não-hídricas na matriz energética (%)<br />

35%<br />

30%<br />

25%<br />

20%<br />

15%<br />

10%<br />

BEN<br />

28%<br />

P<strong>DE</strong> 2019<br />

31%<br />

P<strong>DE</strong> 2024<br />

32%<br />

Meta iNDC<br />

28-33%<br />

Bioenergia sustentável na matriz energética (%)<br />

25%<br />

20%<br />

15%<br />

10%<br />

5%<br />

BEN<br />

17%<br />

P<strong>DE</strong> 2019<br />

19% P<strong>DE</strong> 2024<br />

18% Meta iNDC<br />

18%<br />

5%<br />

2000 2005 2010 2015 2020 2025 2030<br />

2000 2005 2010 2015 2020 2025 2030<br />

Derivados da Cana<br />

Lenha e Carvão Vegetal<br />

Biodiesel<br />

As medidas listadas pela iNDC tendem a<br />

apontar duas alternativas principais, que<br />

serão explicadas abaixo, para que essas<br />

metas propostas sejam atingidas: o aumento<br />

66<br />

Derivados da Cana<br />

Outras Renováveis<br />

na participação do uso de bioenergia<br />

sustentável e da participação de fontes<br />

renováveis não-hídricas na matriz elétrica.<br />

É possível constatar que os níveis propostos<br />

pela meta já foram atingidos em 2009 e 2010<br />

e que, segundo as projeções apresentadas<br />

na última versão do P<strong>DE</strong>, essa meta já será<br />

alcançada em 2024 e a participação dessas<br />

fontes atingirá valores ainda maiores que os<br />

propostos pela meta em 2019.<br />

42. Documento disponível em: http://www.mma.gov.br/images/arquivos/clima/convencao/indc/Bases_elaboracao_iNDC.pdf<br />

O documento “Fundamentos para a elaboração<br />

da Pretendida Contribuição Nacionalmente<br />

Determinada (iNDC) do Brasil no contexto do<br />

Acordo de Paris sob a UNFCCC”, publicado no<br />

site do Ministério do Meio Ambiente (MMA) 42 ,<br />

explicita algumas premissas para a elaboração<br />

da iNDC brasileira e, nele, estão detalhadas<br />

67


metas específicas para o teor de biodiesel<br />

contido no óleo diesel e para a produção de<br />

etanol (anidro e hidratado): “biodiesel B7 em<br />

2025 e B10 em 2030” e “produção de etanol em<br />

2025: 45 bilhões de litros / Produção de etanol<br />

em 2030: 54 bilhões de litros”. O Gráfico 48 e<br />

o Gráfico 49 ilustram a evolução histórica desses<br />

parâmetros (biodiesel e etanol, respectivamente),<br />

os valores para eles previstos no P<strong>DE</strong> 2024 e as<br />

metas estabelecidas na iNDC, neles, é possível<br />

notar que as metas apresentadas são compatíveis<br />

com o planejamento energético governamental.<br />

A segunda alternativa pode ser sintetizada pela<br />

seguinte meta: “expandir o uso doméstico de fontes<br />

de energia não fóssil, aumentando a parcela de<br />

energias renováveis (além da energia hídrica) no<br />

fornecimento de energia elétrica para ao menos 23%<br />

até 2030”. Considerando como “energias renováveis<br />

(além da energia hídrica)” as fontes energéticas<br />

solar, eólica e biomassa, é possível apresentar no<br />

Gráfico 50 a comparação entre a evolução histórica,<br />

a projeção apresentada no P<strong>DE</strong> e a meta proposta<br />

pela iNDC para a participação dessas fontes, de<br />

forma similar aos gráficos anteriores.<br />

GRÁFICO 48<br />

Evolução histórica e meta iNDC do teor de biodiesel no óleo diesel<br />

GRÁFICO 50<br />

Evolução histórica e meta iNDC da participação de fontes renováveis não-hídricas na matriz elétrica<br />

Teor de biodiesel no óleo diesel (%)<br />

12%<br />

10%<br />

80%<br />

6%<br />

4%<br />

2%<br />

BEN<br />

5%<br />

P<strong>DE</strong> 2024<br />

7%<br />

2000 2005 2010 2015 2020 2025 2030<br />

Meta iNDC<br />

10%<br />

Fontes renováveis não-hídricas na matriz elétrica (%)<br />

25%<br />

20%<br />

15%<br />

10%<br />

5%<br />

0%<br />

BEN<br />

10%<br />

P<strong>DE</strong> 2024<br />

21%<br />

2000 2005 2010 2015 2020 2025 2030<br />

Meta iNDC<br />

23%<br />

GRÁFICO 49<br />

Evolução histórica e meta iNDC da produção de etanol<br />

Oferta de Etanol (milhões de litros)<br />

60<br />

50<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

BEN<br />

29ML<br />

P<strong>DE</strong> 2024<br />

44ML<br />

2000 2005 2010 2015 2020 2025 2030<br />

Meta iNDC<br />

54ML<br />

No Gráfico 50 é possível constatar a rápida evolução<br />

da geração de eletricidade por fontes não-hídricas<br />

nos últimos anos, isso se deveu, em grande parte, ao<br />

crescimento acelerado da geração por usinas eólicas<br />

e por usinas termoelétricas movidas a biomassa<br />

(em especial bagaço-de-cana e lixívia). Nota-se<br />

ainda que a meta proposta pela iNDC é coerente<br />

com a projeção apresentada no planejamento<br />

energético governamental (P<strong>DE</strong> 2024), entretanto,<br />

diferentemente dos documentos de planejamento<br />

apresentados em anos anteriores, as evoluções<br />

da capacidade instalada de geração solar, eólica<br />

e térmicas movidas a biomassa apresentam-se<br />

agregadas em um único valor anual. Dessa forma,<br />

a partir de documentos públicos oficiais não foi<br />

possível capturar a contribuição que o planejamento<br />

vislumbra no horizonte trabalhado para cada uma<br />

destas fontes individualmente e, também avaliar<br />

os resultados das políticas públicas de incentivo ao<br />

aumento de suas capacidades instaladas.<br />

A iNDC ainda aponta outra meta associada à geração<br />

de eletricidade no país: “alcançar 10% de ganhos de<br />

eficiência no setor elétrico até 2030”. Uma vez que<br />

o documento não explicita em qual das etapas da<br />

cadeia do setor elétrico essa meta se aplica (geração,<br />

transmissão, distribuição, consumo), assume-se que<br />

a meta se aplica a todos eles de forma conjunta.<br />

68<br />

69


7.2<br />

METAS REFERENTES A<br />

<strong>EMISSÕES</strong> (<strong>ENERGIA</strong> E PIUP)<br />

Em sua iNDC, o Governo brasileiro apresenta<br />

metas de redução de emissões com abrangência<br />

válida para “todo o território nacional, para o<br />

conjunto da economia, incluindo CO 2<br />

, CH 4<br />

, N 2<br />

O,<br />

perfluorcarbonos, hidrofluorcarbonos e SF 6<br />

”. No<br />

documento “Fundamentos para a elaboração<br />

da Pretendida Contribuição Nacionalmente<br />

Determinada (iNDC) do Brasil no contexto do Acordo<br />

de Paris sob a UNFCCC” as metas são detalhadas<br />

para cada um dos cinco setores cujas emissões<br />

são estimadas na “Terceira Comunicação Nacional<br />

do Brasil à Convenção-Quadro das Nações Unidas<br />

sobre Mudança do Clima” (MCTI, 2016).<br />

TABELA 3<br />

Histórico e metas de emissões de <strong>GEE</strong> apresentadas na iNDC brasileiras<br />

Esta seção discutirá as metas propostas<br />

para os setores de Energia e PIUP, tratará<br />

alguns aspectos metodológicos relevantes<br />

para a compreensão da meta proposta e<br />

ainda apresentará uma comparação entre a<br />

evolução histórica das emissões e a meta<br />

proposta pela iNDC brasileira.<br />

A Tabela 3, a seguir, apresenta o histórico e<br />

as metas publicadas pelo governo Brasileiro<br />

para as emissões associadas aos setores de<br />

Energia e PIUP e para as emissões totais.<br />

Emissões de <strong>GEE</strong> - GWP-100 (MtCO 2<br />

e) 1990 2005 2025 2030<br />

Energia<br />

PIUP<br />

Outros Setores<br />

194<br />

48<br />

1.194<br />

332<br />

77<br />

1.724<br />

598<br />

98<br />

650<br />

688<br />

99<br />

421<br />

Anterior à comparação dessas metas com a<br />

evolução histórica, é preciso apontar dois aspectos<br />

metodológicos relevantes na elaboração da<br />

estimativa apresentada.<br />

I. BASE METO<strong>DO</strong>LÓGICA<br />

EMPREGADA NAS ESTIMATIVAS<br />

As emissões históricas apresentadas pela iNDC<br />

(Tabela 3) para 2005 no Setor de Energia são<br />

idênticas àquelas reportadas pelo P<strong>DE</strong> 2024 (332<br />

MtCO 2<br />

e), cuja metodologia empregada é a das<br />

estimativas da 2ª Comunicação Nacional:<br />

“Tomando como base o segundo inventário brasileiro<br />

de emissões [286] 43 , o crescimento das emissões<br />

devido à produção e consumo de energia será de 76%<br />

entre 2005 e 2024. ”<br />

Dessa forma, ao se comparar a evolução histórica<br />

das emissões reportadas pelo SEEG (IEMA/OC)<br />

com os valores apresentados na iNDC, é preciso<br />

levar em conta que as metodologias empregadas<br />

na elaboração das estimativas são diferentes.<br />

Enquanto a metodologia empregada pelo SEEG é<br />

baseada naquela da 3ª Comunicação Nacional, o<br />

P<strong>DE</strong> e a iNDC baseiam-se na metodologia da 2ª<br />

Comunicação Nacional.<br />

Nos setores de Energia e PIUP as principais diferenças<br />

metodológicas entre a 2ª e a 3ª Comunicações<br />

Nacionais estão listadas a seguir:<br />

• Indústria Química e Consumo Final Não-<br />

Energético: na 2ª Comunicação Nacional parte<br />

das emissões da Indústria Química em PIUP era<br />

contabilizada também como Consumo Final Não-<br />

Energético no Setor de Energia. Na 3ª Comunicação<br />

Nacional essa dupla contagem foi eliminada e a<br />

categoria Consumo Final Não-Energético deixou de<br />

existir no Setor de Energia.<br />

• Produção de Metais: na 2ª Comunicação<br />

Nacional, dentre todo o consumo de combustíveis<br />

termo redutores 44 em fornos de produção de metais,<br />

apenas o consumo de coque de carvão mineral<br />

em Ferro-gusa e Aço era descontado do Setor de<br />

Energia e contabilizado em PIUP. Na 3ª Comunicação<br />

Nacional, todo esse consumo passou a ser<br />

contabilizado em PIUP e descontado do Setor de<br />

Energia nos subsetores Ferro-gusa e Aço, Ferroligas<br />

e Não Ferrosos e Outros da Metalurgia.<br />

Além dessas, a elaboração da 3ª Comunicação Nacional<br />

utilizou dados de atividade e fatores de emissão mais<br />

precisos do que os da 2ª Comunicação Nacional na<br />

elaboração das estimativas de emissões, acarretando<br />

em diferenças ao longo de toda a série histórica.<br />

II. MÉTRICA <strong>DE</strong> CO 2<br />

e<br />

EMPREGADA NAS ESTIMATIVAS<br />

Nas seções anteriores deste relatório, as<br />

emissões de CO 2<br />

e apresentadas foram estimadas<br />

a partir da métrica de Potencial de Aquecimento<br />

Global em 100 anos (GWP-100) usando valores<br />

do IPCC AR2. Na iNDC, utilizou-se o “Potencial<br />

de Aquecimento Global em 100 anos (GWP-100)<br />

usando valores do IPCC AR5”. Dessa forma,<br />

para que seja possível a comparação com a<br />

iNDC, nesta seção, os valores do SEEG adotarão<br />

a métrica GWP-100 do AR5.<br />

A Tabela 4 a seguir compara os fatores de conversão<br />

para os <strong>GEE</strong> direto nessas duas métricas.<br />

Emissões Totais<br />

1.436<br />

2.133<br />

1.346<br />

1.208<br />

43. Referência bibliográfica [286] do P<strong>DE</strong> 2024: ͞MCT- Ministério da Ciência e Tecnologia. 2ª Comunicação Nacional do Brasil à Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. 2010.<br />

44 Carvão vapor 5900, carvão vapor 6000, carvão vegetal, coque de carvão mineral e coque de petróleo são considerados combustíveis termo redutores pela 3ª Comunicação Nacional. Esses combustíveis são<br />

utilizados em fornos de produção de metais atuando simultaneamente como fornecedores de energia e como agentes redutores nas reações de oxirredução dos minérios.<br />

70<br />

71


TABELA 4<br />

Fatores de conversão para as métricas GWP-100 do AR2 e do AR5<br />

Gás GWP-100 AR2 GWP-100 AR5<br />

CO 2<br />

1<br />

CH 4<br />

N 2<br />

0<br />

HFC-23<br />

HFC-32<br />

HFC-125<br />

HFC-134a<br />

HFC-143a<br />

HFC-152a<br />

CF 4<br />

C 2<br />

F 6<br />

S F6<br />

21<br />

310<br />

11.700<br />

650<br />

2.800<br />

1.300<br />

3.800<br />

140<br />

6.500<br />

9.200<br />

23.900<br />

Na plataforma do SEEG, é possível obter as emissões<br />

de CO 2<br />

e estimadas por três métricas distintas: GWP-<br />

100 do AR2 e do AR5 e GTP-100 (Potencial de<br />

Temperatura Global em 100 anos) do AR5.<br />

Tendo em vista essas diferenças, é possível se<br />

observar a comparação entre a evolução histórica<br />

das emissões (SEEG) em termos de CO 2<br />

e (utilizando<br />

1<br />

28<br />

265<br />

12.400<br />

677<br />

3.170<br />

1.300<br />

4.800<br />

138<br />

6.630<br />

11.100<br />

23.500<br />

a métrica GWP-100 do AR5) e as projeções<br />

apresentadas na iNDC. Conforme exposto<br />

anteriormente, é mais apropriado comparar as<br />

emissões somadas entre os setores de Energia<br />

e PIUP, dessa forma, possíveis diferenças<br />

metodológicas entre a alocação das emissões<br />

nesses setores serão diminuídas. O Gráfico 51<br />

apresenta essa comparação.<br />

GRÁFICO 51<br />

Evolução histórica e meta iNDC das emissões de CO 2<br />

e (GWP-100 AR5) nos setores de Energia e PIUP<br />

Uma vez que as metas de emissões de <strong>GEE</strong><br />

apresentadas pela iNDC e pela PNMC e as projeções<br />

apresentadas pelo P<strong>DE</strong> 2024 fizeram uso das<br />

bases metodológicas da 2ª Comunicação Nacional<br />

e a PNMC apresenta resultados agrupados para<br />

Processos Industriais e Tratamento de Resíduos, há<br />

uma significativa dificuldade de comparação entre<br />

essas metas e projeções e as emissões históricas<br />

estimadas pela 3ª Comunicação Nacional. Sendo<br />

assim, revisões da iNDC, da PNMC e do P<strong>DE</strong>, de modo<br />

a aplicar as bases metodológicas mais atuais nas<br />

estimativas de emissões se tornam interessantes.<br />

Cabe ainda ressaltar que os documentos publicados<br />

não permitem acessar as premissas assumidas na<br />

construção das metas relacionadas a Processos<br />

Industriais e Uso de Produtos da iNDC o que prejudica<br />

tanto a comparação com as emissões históricas<br />

quanto a análise da viabilidade da meta.<br />

Em 2015, como contribuição para o processo<br />

de construção da proposta brasileira de iNDC, o<br />

Observatório do Clima (OC) lançou uma proposta de<br />

meta de limitar a 1 GtCO 2<br />

e as emissões do Brasil<br />

em 2030. Em um documento técnico publicado em<br />

conjunto a essa proposta de iNDC, algumas premissas<br />

associadas ao setor de energia foram adotadas: (i)<br />

atingir 106 GW de capacidade instalada de usinas<br />

eólicas, solares e de usinas térmicas a biomassa; (ii)<br />

congelamento da expansão das usinas térmicas a<br />

carvão, óleo diesel e óleo combustível em 2015; (iii)<br />

elevar a 60% a participação do etanol no consumo<br />

de combustíveis de veículos flexfuel; (iv) ampliação<br />

da mistura de biodiesel para B20 (mistura de diesel<br />

mineral e biodiesel contendo 20% de biodiesel, em<br />

volume) entre outros.<br />

A proposta do OC empregou as bases metodológicas<br />

da 3ª Comunicação Nacional nos setores de Energia<br />

e Processos Industriais e Uso de Produtos e utilizou<br />

a métrica de Potencial de Aquecimento Global em<br />

100 anos (GWP-100) usando valores do IPCC AR2.<br />

A Tabela 5 apresenta as metas publicadas pelo OC<br />

em 2015 e a revisão dessas metas empregando a<br />

métrica de Potencial de Aquecimento Global em 100<br />

anos (GWP-100) usando valores do IPCC AR5.<br />

TABELA 5<br />

Emissões de <strong>GEE</strong> segundo a iNDC proposta pelo OC – estimativas originais e revisadas<br />

Emissões de <strong>GEE</strong> - GWP-100 (MtCO 2<br />

e) 2030 2030<br />

iNDC OC (publicada em 2015) iNDC OC revisada<br />

900<br />

800<br />

Energia<br />

617<br />

619<br />

700<br />

PIUP<br />

123<br />

124<br />

600<br />

500<br />

SEEG<br />

Outros Setores<br />

260<br />

200<br />

400<br />

300<br />

iNDC-BR<br />

Emissões Totais<br />

1.000<br />

943<br />

200<br />

100<br />

1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020 2025 2030<br />

A Tabela 5 apresenta metas de emissões líquidas e<br />

as emissões associadas à Mudança de Uso da Terra,<br />

contidas em outros setores, não consideraram as<br />

remoções pelo crescimento de florestas em áreas<br />

protegidas. Mais informações a respeito dessas<br />

metas podem ser obtidas no Relatório Analítico<br />

Síntese disponível em<br />

72<br />

73


CONSI<strong>DE</strong>RAÇÕES<br />

FINAIS<br />

As emissões associadas aos setores de Energia<br />

e Processos Industriais e Uso de Produtos (PIUP)<br />

apresentam-se crescendo sustentadamente<br />

desde 1970. Juntas, as emissões desses setores<br />

cresceram mais de 140% entre 1990 e 2014.<br />

A queda nas taxas de desmatamento a partir<br />

de 2005, combinada com tal crescimento<br />

sustentado dos setores de Energia e PIUP, fez<br />

com que estes dois setores somados passassem<br />

a figurar com destaque no quadro brasileiro de<br />

emissões, chegando a representar 31% das<br />

emissões brasileiras em 2014. Caso os níveis<br />

de desmatamento sejam mantidos ou reduzidos<br />

nos próximos anos, a tendência é que esses<br />

setores passem a representar a maior parcela<br />

das emissões nacionais.<br />

O documento analisou a trajetória histórica dos<br />

maiores segmentos emissores em Energia e<br />

PIUP – transporte, atividade industrial, geração<br />

de eletricidade e produção de combustíveis –,<br />

com destaque para as fontes de emissão mais<br />

proeminentes e seus comportamentos recentes.<br />

Existem, no entanto, sinais de desaceleração<br />

das emissões desses setores. A desaceleração<br />

econômica pode reduzir a demanda por energia<br />

em geral. No setor elétrico, espera-se uma<br />

menor participação das usinas termelétricas<br />

a combustível fóssil conforme as condições<br />

hidrológicas voltem a patamares mais<br />

favoráveis - desde 2012 não foram capazes<br />

de abastecer os reservatórios hidrelétricos em<br />

níveis regulares, tendência que já passou a<br />

ser revertida em 2015 –, permitindo priorizar<br />

a oferta de energia elétrica gerada a partir da<br />

energia hidráulica. Além disso, entre 2015 e<br />

2020, devem entrar em operação centenas de<br />

geradores eólicos contratados nos últimos anos<br />

e as primeiras usinas solares.<br />

No setor de transporte o aumento da oferta de<br />

etanol hidratado e o aumento da mistura de<br />

etanol na gasolina podem reduzir o consumo de<br />

gasolina. As emissões associadas à atividade<br />

industrial têm se mantido estáveis desde 2011,<br />

muito por conta da redução no crescimento<br />

da indústria siderúrgica, em decorrência da<br />

desaceleração econômica chinesa, principal<br />

mercado do aço.<br />

A partir do panorama de emissões explorado<br />

neste relatório, e considerando as intenções<br />

e potencialidades do país de contribuir para<br />

a mitigação das emissões de <strong>GEE</strong>, pode-se<br />

concluir que diversas possibilidades técnicas se<br />

apresentam interessantes de serem estudadas.<br />

A opção por modos de transporte mais eficientes,<br />

a expansão da geração elétrica a partir de energia<br />

solar, eólica e de biomassa, a substituição de<br />

combustíveis fósseis por biocombustíveis ou<br />

sistemas elétricos (combinados com a geração<br />

elétrica de baixo impacto ambiental), a redução<br />

de perdas energéticas e materiais e o reuso de<br />

materiais na indústria, a adoção de tecnologias<br />

de captura e armazenamento de gás carbônico,<br />

são algumas das soluções para as quais as<br />

políticas públicas, buscando desenvolvimento<br />

sem comprometer a qualidade ambiental,<br />

podem se atentar.<br />

75


BHTrans e IEMA, Estimativa de redução das emissões atmosféricas resultante da implantação do Plano de<br />

Mobilidade Urbana de Belo Horizonte, 2014.<br />

BRASIL, Pretendida Contribuição Nacional Determinada para Consecução do Objetivo da Convenção-Quadro<br />

das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. Brasília: República Federativa do Brasil, 2015.<br />

BRASIL, Fundamentos para a elaboração da Pretendida Contribuição Nacionalmente Determinada (iNDC) do<br />

Brasil no contexto do Acordo de Paris sob a UNFCCC. Brasília: República Federativa do Brasil, 2015.<br />

GOMI<strong>DE</strong>, A., MORATO, R. Instrumentos de desestímulo ao uso do transporte individual motorizado: lições e<br />

recomendações. São Paulo: Instituto de Energia e Meio Ambiente, 2011. (Série temas em debate)<br />

IEA. World Energy Outlook 2014. International Energy Agency, 2015.<br />

REFERÊNCIAS<br />

IPT - INSTITUTO <strong>DE</strong> PESQUISAS TECNOLÓGICAS (2007). Relatório Técnico N° 91.377-205 - Ensaios<br />

Comparativos de Ônibus Urbanos. São Paulo, 2007.<br />

MMA – MINISTÉRIO <strong>DO</strong> MEIO AMBIENTE (2013). Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas por Veículos<br />

Automotores Rodoviários 2013, Ano-Base 2012. Brasília, 2013.<br />

MME/EPE – MINISTÉRIO <strong>DE</strong> MINAS E <strong>ENERGIA</strong> / EMPRESA <strong>DE</strong> PESQUISA ENERGÉTICA. Balanço Energético<br />

Nacional 2015, Ano-base 2014. Brasília: Empresa de Pesquisa Energética, 2015.<br />

MME/EPE – MINISTÉRIO <strong>DE</strong> MINAS E <strong>ENERGIA</strong> / EMPRESA <strong>DE</strong> PESQUISA ENERGÉTICA. Plano Decenal de<br />

Expansão de Energia 2024. Brasília: Ministério de Minas e Energia e Empresa de Pesquisa Energética, 2015.<br />

MT – MINISTÉRIO <strong>DO</strong>S TRANPORTES, PORTOS E AVIAÇÃO CIVIL. Plano Nacional de Logística e Transporte.<br />

Brasília: Ministério dos Transportes, 2009.<br />

MT e MCID - MINISTÉRIO <strong>DO</strong>S TRANPORTES E MINISTÉRIO DAS CIDA<strong>DE</strong>S. Plano Setorial de Transporte e<br />

de Mobilidade Urbana para Mitigação e Adaptação à Mudança do Clima (PSTM). Brasília: Ministério dos<br />

Transportes e Ministério das Cidades (coord.), 2013.<br />

NTU. Anuário NTU: 2014-2015. Brasília: Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos, 2015.<br />

77


ONS. Operador Nacional do Sistema. Disponível em: http://www.ons.org.br/home/. Acesso em 21 jul 2016.<br />

SEEG. Sistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa. Disponível em: http://www.seeg.eco.br.<br />

Acesso em 21 jul 2016<br />

SEEG Monitor Elétrico. Sistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa – Monitor Elétrico.<br />

Disponível em: http://monitoreletrico.seeg.eco.br/. Acesso em 21 jul 2016<br />

SMT. Planilhas Tarifárias do Sistema de Transporte Coletivo Urbano. Disponíveis em http://www.prefeitura.<br />

sp.gov.br/cidade/secretarias/transportes/acesso_a_informacao. Acesso em abril de 2015<br />

SMT. Relatórios e Planilhas de Custos. Disponíveis em http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/<br />

transportes/institucional/sptrans. Acesso em abril de 2015<br />

SPTrans/SMT. Programa Ecofrota – Sustentabilidade na Gestão do Transporte. São Paulo: São Paulo Transportes, 2012<br />

78<br />

79


ANEXOS


ANEXO 1<br />

Emissões de CO 2<br />

e (em toneladas) nos setores de Energia e Processos Industriais e Uso<br />

de Produtos entre 1970 e 1985<br />

ANOS<br />

1970 1971 1972 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985<br />

Energia<br />

98.785<br />

109.134<br />

117.366<br />

134.652<br />

145.194<br />

152.064<br />

165.011<br />

167.479<br />

179.635<br />

188.425<br />

185.392<br />

176.359<br />

175.079<br />

163.061<br />

161.476<br />

168.364<br />

Emissões Fugitivas<br />

2.264<br />

2.525<br />

3.030<br />

3.525<br />

4.427<br />

4.454<br />

5.079<br />

5.582<br />

6.489<br />

6.997<br />

7.086<br />

7.341<br />

7.911<br />

8.331<br />

9.675<br />

10.178<br />

Produção de Combustíveis<br />

2.264<br />

2.525<br />

3.030<br />

3.525<br />

4.427<br />

4.454<br />

5.079<br />

5.582<br />

6.489<br />

6.997<br />

7.086<br />

7.341<br />

7.911<br />

8.331<br />

9.675<br />

10.178<br />

Emissões pela Queima de Combustíveis<br />

96.521<br />

106.609<br />

114.336<br />

131.127<br />

140.767<br />

147.610<br />

159.932<br />

161.897<br />

173.147<br />

181.428<br />

178.307<br />

169.018<br />

167.168<br />

154.730<br />

151.801<br />

158.186<br />

Agropecuário<br />

2.821<br />

3.236<br />

3.818<br />

4.565<br />

4.857<br />

5.187<br />

5.756<br />

6.294<br />

6.341<br />

7.403<br />

8.374<br />

8.131<br />

8.328<br />

8.762<br />

9.024<br />

10.303<br />

Comercial<br />

666<br />

709<br />

782<br />

837<br />

892<br />

943<br />

1.015<br />

1.051<br />

1.096<br />

1.181<br />

1.271<br />

1.335<br />

1.326<br />

1.224<br />

925<br />

1.042<br />

Geração de Eletricidade (Serviço Público)<br />

4.484<br />

6.069<br />

4.547<br />

4.982<br />

4.143<br />

4.110<br />

3.924<br />

4.688<br />

6.860<br />

5.828<br />

5.426<br />

6.684<br />

5.651<br />

4.678<br />

5.069<br />

6.126<br />

Industrial<br />

20.240<br />

23.555<br />

25.603<br />

30.882<br />

33.923<br />

35.940<br />

42.095<br />

44.967<br />

48.513<br />

52.012<br />

52.441<br />

42.789<br />

41.712<br />

35.171<br />

31.922<br />

32.765<br />

Produção de Combustíveis<br />

4.721<br />

5.496<br />

6.082<br />

7.342<br />

8.665<br />

9.257<br />

9.597<br />

9.932<br />

10.634<br />

11.445<br />

11.590<br />

10.950<br />

11.281<br />

12.018<br />

13.026<br />

13.634<br />

Público<br />

303<br />

398<br />

493<br />

575<br />

541<br />

621<br />

631<br />

526<br />

604<br />

635<br />

803<br />

570<br />

606<br />

615<br />

566<br />

569<br />

Residencial<br />

23.162<br />

23.330<br />

23.646<br />

23.794<br />

23.679<br />

23.354<br />

23.402<br />

22.823<br />

22.463<br />

22.853<br />

22.788<br />

22.746<br />

22.054<br />

21.428<br />

21.493<br />

21.341<br />

Transportes<br />

40.123<br />

43.817<br />

49.366<br />

58.150<br />

64.067<br />

68.196<br />

73.512<br />

71.616<br />

76.635<br />

80.070<br />

75.612<br />

75.813<br />

76.211<br />

70.833<br />

69.776<br />

72.406<br />

Processos Industriais<br />

13.796<br />

14.447<br />

16.371<br />

17.947<br />

19.547<br />

21.918<br />

25.333<br />

30.110<br />

33.168<br />

36.632<br />

38.731<br />

34.926<br />

36.136<br />

37.765<br />

42.207<br />

46.109<br />

Emissões de HFCs<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

82<br />

83


ANOS<br />

1970 1971 1972 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985<br />

Indústria Química<br />

2.225<br />

2.426<br />

3.054<br />

3.397<br />

4.004<br />

4.069<br />

5.161<br />

5.442<br />

5.803<br />

6.030<br />

6.283<br />

5.958<br />

6.194<br />

6.976<br />

6.354<br />

6.100<br />

Produção de Ácido Adípico<br />

1.925<br />

1.896<br />

2.402<br />

2.566<br />

2.904<br />

2.999<br />

4.027<br />

4.307<br />

4.491<br />

4.524<br />

4.456<br />

4.219<br />

4.295<br />

4.567<br />

3.618<br />

3.178<br />

Produção de Ácido Fosfórico<br />

26<br />

27<br />

28<br />

30<br />

31<br />

32<br />

34<br />

36<br />

37<br />

39<br />

41<br />

43<br />

45<br />

47<br />

49<br />

52<br />

Produção de Ácido Nítrico<br />

115<br />

178<br />

260<br />

357<br />

494<br />

471<br />

531<br />

485<br />

502<br />

492<br />

541<br />

496<br />

438<br />

457<br />

506<br />

519<br />

Produção de Acrilonitrila<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

1<br />

12<br />

13<br />

13<br />

14<br />

16<br />

17<br />

Produção de Amônia<br />

42<br />

190<br />

214<br />

261<br />

340<br />

299<br />

258<br />

269<br />

378<br />

495<br />

648<br />

676<br />

847<br />

1.320<br />

1.562<br />

1.691<br />

Produção de Caprolactama<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

5<br />

38<br />

54<br />

65<br />

49<br />

62<br />

67<br />

79<br />

79<br />

Produção de Carbureto de Cálcio<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Produção de Cloreto de Vinila<br />

14<br />

14<br />

14<br />

25<br />

28<br />

30<br />

28<br />

32<br />

31<br />

39<br />

76<br />

68<br />

85<br />

83<br />

89<br />

95<br />

Produção de Coque de Petróleo Calcinado<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

2<br />

Produção de Eteno<br />

1<br />

1<br />

5<br />

14<br />

17<br />

19<br />

23<br />

23<br />

26<br />

41<br />

46<br />

47<br />

55<br />

75<br />

82<br />

84<br />

Produção de Metanol<br />

5<br />

7<br />

11<br />

15<br />

17<br />

10<br />

23<br />

26<br />

30<br />

34<br />

40<br />

38<br />

40<br />

43<br />

43<br />

49<br />

Produção de Negro-de-fumo<br />

98<br />

112<br />

120<br />

128<br />

157<br />

193<br />

221<br />

242<br />

250<br />

263<br />

296<br />

250<br />

243<br />

243<br />

229<br />

251<br />

Produção de Óxido de Eteno<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

17<br />

15<br />

16<br />

17<br />

20<br />

49<br />

63<br />

58<br />

69<br />

60<br />

80<br />

82<br />

Produção de Metais<br />

6.181<br />

6.225<br />

6.816<br />

7.099<br />

7.385<br />

8.907<br />

10.147<br />

13.334<br />

14.709<br />

16.877<br />

17.673<br />

14.763<br />

15.861<br />

18.730<br />

24.282<br />

27.194<br />

Produção de Alumínio<br />

254<br />

365<br />

441<br />

505<br />

513<br />

548<br />

629<br />

755<br />

817<br />

1.076<br />

1.178<br />

1.159<br />

1.334<br />

1.753<br />

1.975<br />

2.342<br />

Produção de Ferro Gusa e Aço<br />

5.728<br />

5.713<br />

6.203<br />

6.314<br />

6.548<br />

7.993<br />

9.142<br />

11.907<br />

12.821<br />

14.730<br />

15.421<br />

12.947<br />

13.824<br />

16.302<br />

21.409<br />

23.741<br />

Produção de Ferroligas<br />

11<br />

12<br />

13<br />

101<br />

111<br />

130<br />

154<br />

183<br />

214<br />

222<br />

286<br />

172<br />

164<br />

171<br />

198<br />

220<br />

Produção de Magnésio<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Produção de Outros Não-Ferrosos<br />

188<br />

135<br />

159<br />

179<br />

213<br />

236<br />

221<br />

488<br />

857<br />

849<br />

789<br />

486<br />

539<br />

505<br />

701<br />

891<br />

Produtos Minerais<br />

5.391<br />

5.796<br />

6.501<br />

7.452<br />

8.158<br />

8.942<br />

10.025<br />

11.335<br />

12.656<br />

13.725<br />

14.774<br />

14.205<br />

14.081<br />

12.059<br />

11.570<br />

12.361<br />

Consumo de Barrilha<br />

47<br />

63<br />

62<br />

74<br />

82<br />

87<br />

92<br />

118<br />

126<br />

133<br />

157<br />

121<br />

124<br />

113<br />

89<br />

120<br />

Produção de Cal<br />

1.460<br />

1.505<br />

1.535<br />

1.610<br />

1.655<br />

1.655<br />

1.701<br />

2.137<br />

2.558<br />

2.905<br />

2.935<br />

2.890<br />

2.935<br />

2.965<br />

3.085<br />

3.356<br />

Produção de Cimento<br />

3.853<br />

4.195<br />

4.871<br />

5.734<br />

6.385<br />

7.163<br />

8.194<br />

9.040<br />

9.930<br />

10.645<br />

11.637<br />

11.149<br />

10.975<br />

8.931<br />

8.344<br />

8.831<br />

Produção de Vidro<br />

31<br />

32<br />

33<br />

35<br />

36<br />

37<br />

39<br />

40<br />

41<br />

43<br />

45<br />

46<br />

48<br />

50<br />

52<br />

54<br />

Uso de SF6<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Equipamentos Elétricos<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Uso Não-Energético de Combustíveis e Uso de Solventes<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

454<br />

Consumo Final Não Energético<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

454<br />

TOTAL<br />

112.581 123.581 133.737 152.599 164.741 173.982 190.343 197.589 212.804 225.057 224.123 211.285 211.214 200.826 203.682 214.473


ANEXO 2<br />

Emissões de CO 2<br />

e (em toneladas) nos setores de Energia e Processos Industriais e<br />

Uso de Produtos entre 1986 e 2000<br />

ANOS<br />

1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000<br />

Energia<br />

186.532<br />

189.317<br />

190.309<br />

192.800<br />

189.686<br />

194.992<br />

198.764<br />

203.904<br />

212.399<br />

228.455<br />

246.652<br />

262.262<br />

270.858<br />

281.441<br />

288.097<br />

Emissões Fugitivas<br />

10.436<br />

10.239<br />

10.496<br />

10.283<br />

9.471<br />

9.362<br />

9.248<br />

9.457<br />

9.823<br />

9.331<br />

9.424<br />

10.434<br />

11.468<br />

12.300<br />

13.270<br />

Produção de Combustíveis<br />

10.436<br />

10.239<br />

10.496<br />

10.283<br />

9.471<br />

9.362<br />

9.248<br />

9.457<br />

9.823<br />

9.331<br />

9.424<br />

10.434<br />

11.468<br />

12.300<br />

13.270<br />

Emissões pela Queima de Combustíveis<br />

176.095<br />

179.078<br />

179.812<br />

182.518<br />

180.215<br />

185.630<br />

189.516<br />

194.447<br />

202.576<br />

219.124<br />

237.227<br />

251.828<br />

259.390<br />

269.141<br />

274.827<br />

Agropecuário<br />

10.148<br />

10.977<br />

11.405<br />

11.963<br />

10.809<br />

11.165<br />

11.408<br />

12.530<br />

13.204<br />

14.136<br />

14.739<br />

15.296<br />

14.602<br />

15.189<br />

14.720<br />

Comercial<br />

1.242<br />

1.275<br />

1.576<br />

1.863<br />

2.190<br />

2.043<br />

2.089<br />

1.660<br />

1.676<br />

1.669<br />

1.712<br />

1.816<br />

1.936<br />

2.075<br />

2.310<br />

Geração de Eletricidade (Serviço Público)<br />

12.051<br />

9.844<br />

8.501<br />

8.070<br />

6.265<br />

7.180<br />

7.842<br />

6.881<br />

7.538<br />

9.125<br />

10.162<br />

11.970<br />

12.450<br />

19.282<br />

19.135<br />

Industrial<br />

36.549<br />

40.005<br />

40.366<br />

39.803<br />

37.643<br />

39.531<br />

41.033<br />

41.702<br />

42.714<br />

46.639<br />

52.175<br />

55.019<br />

55.636<br />

59.749<br />

63.295<br />

Produção de Combustíveis<br />

14.525<br />

15.449<br />

15.608<br />

15.675<br />

16.175<br />

14.284<br />

14.642<br />

15.749<br />

16.389<br />

15.930<br />

17.032<br />

18.935<br />

19.113<br />

18.784<br />

20.281<br />

Público<br />

456<br />

741<br />

1.137<br />

474<br />

517<br />

532<br />

512<br />

895<br />

1.995<br />

2.114<br />

1.522<br />

1.651<br />

1.854<br />

2.426<br />

2.131<br />

Residencial<br />

20.958<br />

22.009<br />

22.273<br />

22.248<br />

21.666<br />

22.012<br />

22.519<br />

22.119<br />

21.911<br />

22.014<br />

22.536<br />

22.629<br />

22.845<br />

23.379<br />

23.567<br />

Transportes<br />

80.166<br />

78.778<br />

78.946<br />

82.422<br />

84.950<br />

88.882<br />

89.470<br />

92.910<br />

97.148<br />

107.497<br />

117.350<br />

124.511<br />

130.955<br />

128.257<br />

129.387<br />

Processos Industriais<br />

48.866<br />

52.293<br />

55.594<br />

55.789<br />

51.497<br />

58.049<br />

56.524<br />

61.079<br />

61.820<br />

65.204<br />

68.100<br />

69.709<br />

73.065<br />

73.496<br />

76.412<br />

Emissões de HFCs<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

1.408<br />

1.611<br />

1.925<br />

2.037<br />

2.011<br />

2.168<br />

2.673<br />

2.550<br />

2.252<br />

3.607<br />

2.270<br />

86<br />

87


ANOS<br />

1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000<br />

Indústria Química<br />

6.586<br />

6.572<br />

6.485<br />

6.750<br />

5.798<br />

6.445<br />

6.200<br />

7.554<br />

7.663<br />

8.095<br />

6.909<br />

6.602<br />

8.668<br />

8.922<br />

8.984<br />

Produção de Ácido Adípico<br />

3.699<br />

3.505<br />

3.436<br />

3.511<br />

2.675<br />

3.488<br />

3.227<br />

4.290<br />

4.337<br />

4.675<br />

3.478<br />

2.995<br />

5.193<br />

5.152<br />

5.428<br />

Produção de Ácido Fosfórico<br />

54<br />

57<br />

59<br />

62<br />

62<br />

72<br />

62<br />

75<br />

87<br />

86<br />

84<br />

94<br />

97<br />

96<br />

104<br />

Produção de Ácido Nítrico<br />

555<br />

580<br />

551<br />

612<br />

561<br />

598<br />

586<br />

620<br />

623<br />

636<br />

642<br />

657<br />

639<br />

639<br />

648<br />

Produção de Acrilonitrila<br />

16<br />

18<br />

18<br />

18<br />

18<br />

15<br />

18<br />

18<br />

18<br />

19<br />

19<br />

21<br />

15<br />

19<br />

21<br />

Produção de Amônia<br />

1.579<br />

1.704<br />

1.677<br />

1.753<br />

1.683<br />

1.478<br />

1.516<br />

1.684<br />

1.689<br />

1.785<br />

1.754<br />

1.829<br />

1.718<br />

1.943<br />

1.663<br />

Produção de Caprolactama<br />

88<br />

100<br />

96<br />

103<br />

78<br />

88<br />

78<br />

95<br />

95<br />

98<br />

102<br />

104<br />

80<br />

94<br />

104<br />

Produção de Carbureto de Cálcio<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

4<br />

23<br />

32<br />

25<br />

40<br />

51<br />

Produção de Cloreto de Vinila<br />

96<br />

102<br />

113<br />

147<br />

141<br />

98<br />

98<br />

112<br />

121<br />

115<br />

128<br />

123<br />

122<br />

125<br />

125<br />

Produção de Coque de Petróleo Calcinado<br />

2<br />

2<br />

2<br />

2<br />

2<br />

3<br />

3<br />

3<br />

3<br />

3<br />

3<br />

3<br />

3<br />

3<br />

3<br />

Produção de Eteno<br />

85<br />

90<br />

93<br />

96<br />

97<br />

94<br />

97<br />

111<br />

123<br />

122<br />

121<br />

138<br />

146<br />

156<br />

170<br />

Produção de Metanol<br />

53<br />

53<br />

53<br />

51<br />

53<br />

65<br />

64<br />

70<br />

70<br />

65<br />

71<br />

71<br />

66<br />

68<br />

67<br />

Produção de Negro-de-fumo<br />

276<br />

284<br />

304<br />

311<br />

355<br />

363<br />

371<br />

393<br />

407<br />

399<br />

402<br />

414<br />

420<br />

441<br />

457<br />

Produção de Óxido de Eteno<br />

83<br />

76<br />

82<br />

83<br />

71<br />

84<br />

80<br />

83<br />

91<br />

90<br />

83<br />

122<br />

144<br />

146<br />

143<br />

Produção de Metais<br />

27.508<br />

30.752<br />

34.130<br />

33.680<br />

28.764<br />

33.697<br />

34.029<br />

36.366<br />

37.232<br />

38.487<br />

39.571<br />

40.099<br />

40.965<br />

39.278<br />

43.148<br />

Produção de Alumínio<br />

3.154<br />

3.485<br />

3.604<br />

3.658<br />

3.824<br />

4.387<br />

4.592<br />

4.386<br />

4.311<br />

4.195<br />

4.157<br />

3.440<br />

3.647<br />

3.534<br />

3.180<br />

Produção de Ferro Gusa e Aço<br />

23.892<br />

26.654<br />

29.921<br />

29.382<br />

24.028<br />

28.467<br />

28.560<br />

30.296<br />

31.487<br />

32.408<br />

33.018<br />

34.999<br />

35.656<br />

34.048<br />

37.896<br />

Produção de Ferroligas<br />

241<br />

227<br />

256<br />

300<br />

197<br />

229<br />

290<br />

304<br />

277<br />

301<br />

368<br />

258<br />

619<br />

554<br />

632<br />

Produção de Magnésio<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

168<br />

168<br />

203<br />

293<br />

287<br />

293<br />

282<br />

369<br />

293<br />

284<br />

299<br />

Produção de Outros Não-Ferrosos<br />

221<br />

387<br />

350<br />

340<br />

547<br />

445<br />

384<br />

1.088<br />

870<br />

1.289<br />

1.746<br />

1.032<br />

749<br />

857<br />

1.142<br />

Produtos Minerais<br />

14.323<br />

14.569<br />

14.599<br />

14.952<br />

14.998<br />

15.788<br />

13.932<br />

14.650<br />

14.424<br />

15.942<br />

18.411<br />

19.899<br />

20.619<br />

21.104<br />

21.386<br />

Consumo de Barrilha<br />

147<br />

196<br />

178<br />

200<br />

182<br />

191<br />

166<br />

187<br />

187<br />

247<br />

215<br />

224<br />

233<br />

233<br />

243<br />

Produção de Cal<br />

3.311<br />

3.416<br />

3.522<br />

3.597<br />

3.687<br />

3.754<br />

3.947<br />

4.240<br />

4.097<br />

4.103<br />

4.247<br />

4.337<br />

4.140<br />

4.351<br />

5.007<br />

Produção de Cimento<br />

10.809<br />

10.899<br />

10.840<br />

11.093<br />

11.062<br />

11.776<br />

9.770<br />

10.164<br />

10.086<br />

11.528<br />

13.884<br />

15.267<br />

16.175<br />

16.439<br />

16.047<br />

Produção de Vidro<br />

56<br />

58<br />

60<br />

62<br />

67<br />

67<br />

49<br />

58<br />

53<br />

64<br />

65<br />

71<br />

71<br />

81<br />

89<br />

Uso de SF6<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

100<br />

96<br />

96<br />

96<br />

98<br />

98<br />

98<br />

100<br />

112<br />

117<br />

120<br />

Equipamentos Elétricos<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

100<br />

96<br />

96<br />

96<br />

98<br />

98<br />

98<br />

100<br />

112<br />

117<br />

120<br />

Uso Não-Energético de Combustíveis e Uso de Solventes<br />

449<br />

400<br />

380<br />

407<br />

428<br />

412<br />

342<br />

377<br />

393<br />

414<br />

437<br />

459<br />

450<br />

468<br />

505<br />

Consumo Final Não Energético<br />

449<br />

400<br />

380<br />

407<br />

428<br />

412<br />

342<br />

377<br />

393<br />

414<br />

437<br />

459<br />

450<br />

468<br />

505<br />

TOTAL<br />

235.397 241.610 245.903 248.590 241.183 253.041 255.288 264.982 274.219 293.659 314.752 331.971 343.924 354.937 364.510


ANEXO 3<br />

Emissões de CO 2<br />

e (em toneladas) nos setores de Energia e Processos Industriais e<br />

Uso de Produtos entre 2001 e 2014<br />

ANOS<br />

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014<br />

Energia<br />

297.490<br />

294.747<br />

287.785<br />

303.350<br />

313.391<br />

317.538<br />

331.539<br />

349.744<br />

337.366<br />

368.139<br />

381.952<br />

417.818<br />

451.958<br />

479.138<br />

Emissões Fugitivas<br />

14.678<br />

14.023<br />

13.501<br />

13.684<br />

18.273<br />

16.486<br />

17.070<br />

17.891<br />

23.564<br />

19.078<br />

17.619<br />

18.769<br />

21.954<br />

23.110<br />

Produção de Combustíveis<br />

14.678<br />

14.023<br />

13.501<br />

13.684<br />

18.273<br />

16.486<br />

17.070<br />

17.891<br />

23.564<br />

19.078<br />

17.619<br />

18.769<br />

21.954<br />

23.110<br />

Emissões pela Queima de Combustíveis<br />

282.812<br />

280.723<br />

274.284<br />

289.665<br />

295.118<br />

301.052<br />

314.469<br />

331.853<br />

313.802<br />

349.060<br />

364.333<br />

399.050<br />

430.004<br />

456.028<br />

Agropecuário<br />

16.130<br />

15.821<br />

15.930<br />

15.743<br />

15.671<br />

15.855<br />

16.857<br />

17.869<br />

16.987<br />

17.312<br />

16.725<br />

17.354<br />

18.338<br />

19.084<br />

Comercial<br />

2.466<br />

2.752<br />

2.048<br />

2.196<br />

2.108<br />

2.161<br />

2.240<br />

2.100<br />

1.681<br />

1.655<br />

1.817<br />

2.058<br />

2.015<br />

2.008<br />

Geração de Eletricidade (Serviço Público)<br />

21.693<br />

17.200<br />

16.133<br />

20.377<br />

21.000<br />

20.755<br />

19.472<br />

26.496<br />

16.458<br />

26.458<br />

20.068<br />

34.857<br />

55.928<br />

70.649<br />

Industrial<br />

62.794<br />

63.608<br />

61.352<br />

62.243<br />

64.700<br />

66.648<br />

73.118<br />

73.657<br />

69.193<br />

73.788<br />

79.040<br />

78.718<br />

78.435<br />

79.802<br />

Produção de Combustíveis<br />

21.679<br />

20.955<br />

22.077<br />

23.741<br />

25.344<br />

25.783<br />

26.859<br />

29.094<br />

29.208<br />

30.688<br />

31.463<br />

32.858<br />

36.506<br />

39.104<br />

Público<br />

2.189<br />

2.226<br />

1.889<br />

1.912<br />

1.763<br />

1.705<br />

1.845<br />

1.674<br />

1.711<br />

1.231<br />

1.337<br />

917<br />

928<br />

910<br />

Residencial<br />

23.879<br />

24.077<br />

23.228<br />

23.667<br />

23.548<br />

23.608<br />

23.688<br />

24.001<br />

24.058<br />

24.317<br />

23.827<br />

23.906<br />

23.600<br />

23.972<br />

Transportes<br />

131.982<br />

134.083<br />

131.628<br />

139.788<br />

140.985<br />

144.537<br />

150.390<br />

156.962<br />

154.505<br />

173.611<br />

190.057<br />

208.380<br />

214.255<br />

220.499<br />

Processos Industriais<br />

73.740<br />

78.060<br />

79.158<br />

84.170<br />

83.310<br />

83.501<br />

86.065<br />

85.452<br />

77.372<br />

94.630<br />

100.643<br />

100.834<br />

99.306<br />

101.149<br />

Emissões de HFCs<br />

3.630<br />

3.718<br />

4.204<br />

4.365<br />

5.993<br />

6.072<br />

9.266<br />

6.537<br />

8.960<br />

12.392<br />

11.165<br />

12.006<br />

12.847<br />

13.689<br />

90<br />

91


ANOS<br />

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014<br />

Indústria Química<br />

7.531<br />

8.971<br />

8.679<br />

11.231<br />

10.228<br />

10.970<br />

4.231<br />

3.964<br />

3.295<br />

3.521<br />

3.751<br />

3.481<br />

3.515<br />

3.515<br />

Produção de Ácido Adípico<br />

4.309<br />

5.518<br />

5.019<br />

7.279<br />

6.290<br />

6.916<br />

177<br />

115<br />

43<br />

40<br />

40<br />

40<br />

40<br />

40<br />

Produção de Ácido Fosfórico<br />

106<br />

112<br />

123<br />

125<br />

124<br />

107<br />

121<br />

114<br />

98<br />

112<br />

107<br />

90<br />

90<br />

90<br />

Produção de Ácido Nítrico<br />

639<br />

663<br />

663<br />

685<br />

694<br />

682<br />

642<br />

490<br />

245<br />

248<br />

243<br />

237<br />

227<br />

227<br />

Produção de Acrilonitrila<br />

18<br />

19<br />

18<br />

20<br />

18<br />

20<br />

21<br />

16<br />

20<br />

22<br />

22<br />

22<br />

22<br />

22<br />

Produção de Amônia<br />

1.396<br />

1.567<br />

1.690<br />

1.934<br />

1.922<br />

1.968<br />

1.866<br />

1.811<br />

1.576<br />

1.739<br />

1.995<br />

1.758<br />

1.805<br />

1.805<br />

Produção de Caprolactama<br />

90<br />

107<br />

91<br />

94<br />

92<br />

84<br />

92<br />

103<br />

25<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Produção de Carbureto de Cálcio<br />

42<br />

54<br />

49<br />

41<br />

35<br />

46<br />

41<br />

43<br />

41<br />

42<br />

42<br />

42<br />

42<br />

42<br />

Produção de Cloreto de Vinila<br />

111<br />

115<br />

167<br />

173<br />

179<br />

203<br />

202<br />

199<br />

202<br />

214<br />

206<br />

206<br />

206<br />

206<br />

Produção de Coque de Petróleo Calcinado<br />

2<br />

2<br />

2<br />

3<br />

3<br />

3<br />

4<br />

3<br />

4<br />

5<br />

5<br />

5<br />

5<br />

5<br />

Produção de Eteno<br />

159<br />

156<br />

167<br />

175<br />

175<br />

239<br />

245<br />

221<br />

235<br />

229<br />

218<br />

222<br />

236<br />

236<br />

Produção de Metanol<br />

76<br />

76<br />

76<br />

86<br />

76<br />

87<br />

74<br />

68<br />

34<br />

65<br />

67<br />

53<br />

36<br />

36<br />

Produção de Negro-de-fumo<br />

429<br />

442<br />

457<br />

451<br />

454<br />

454<br />

573<br />

632<br />

624<br />

648<br />

648<br />

648<br />

648<br />

648<br />

Produção de Óxido de Eteno<br />

155<br />

140<br />

157<br />

165<br />

166<br />

162<br />

173<br />

149<br />

148<br />

157<br />

157<br />

157<br />

157<br />

157<br />

Produção de Metais<br />

41.618<br />

45.053<br />

47.182<br />

48.829<br />

46.350<br />

44.591<br />

48.567<br />

49.056<br />

39.894<br />

50.130<br />

54.876<br />

52.724<br />

49.646<br />

50.389<br />

Produção de Alumínio<br />

2.708<br />

3.171<br />

3.269<br />

3.387<br />

3.373<br />

3.534<br />

3.591<br />

3.580<br />

3.137<br />

3.101<br />

2.863<br />

2.886<br />

2.606<br />

1.906<br />

Produção de Ferro Gusa e Aço<br />

36.979<br />

39.816<br />

41.280<br />

42.685<br />

40.118<br />

38.107<br />

41.582<br />

42.299<br />

33.875<br />

41.876<br />

45.364<br />

43.289<br />

40.634<br />

41.804<br />

Produção de Ferroligas<br />

656<br />

639<br />

1.041<br />

1.049<br />

1.044<br />

1.055<br />

1.197<br />

1.264<br />

1.108<br />

1.298<br />

1.165<br />

1.137<br />

1.044<br />

972<br />

Produção de Magnésio<br />

275<br />

343<br />

406<br />

468<br />

529<br />

602<br />

715<br />

724<br />

423<br />

95<br />

92<br />

92<br />

92<br />

92<br />

Produção de Outros Não-Ferrosos<br />

1.000<br />

1.084<br />

1.186<br />

1.239<br />

1.286<br />

1.294<br />

1.481<br />

1.189<br />

1.351<br />

3.760<br />

5.392<br />

5.320<br />

5.271<br />

5.615<br />

Produtos Minerais<br />

20.386<br />

19.624<br />

18.457<br />

19.086<br />

20.068<br />

21.255<br />

23.297<br />

25.032<br />

24.512<br />

27.747<br />

29.922<br />

31.751<br />

32.330<br />

32.687<br />

Consumo de Barrilha<br />

259<br />

176<br />

196<br />

196<br />

248<br />

308<br />

333<br />

357<br />

320<br />

396<br />

375<br />

441<br />

430<br />

430<br />

Produção de Cal<br />

4.809<br />

4.955<br />

5.062<br />

5.504<br />

5.355<br />

5.408<br />

5.665<br />

5.689<br />

5.059<br />

5.949<br />

6.335<br />

6.401<br />

6.482<br />

6.482<br />

Produção de Cimento<br />

15.227<br />

14.390<br />

13.096<br />

13.273<br />

14.349<br />

15.440<br />

17.200<br />

18.884<br />

19.031<br />

21.288<br />

23.080<br />

24.778<br />

25.286<br />

25.643<br />

Produção de Vidro<br />

90<br />

103<br />

103<br />

113<br />

116<br />

99<br />

99<br />

102<br />

103<br />

114<br />

132<br />

132<br />

132<br />

132<br />

Uso de SF6<br />

122<br />

127<br />

134<br />

143<br />

146<br />

153<br />

158<br />

165<br />

170<br />

177<br />

186<br />

192<br />

199<br />

205<br />

Equipamentos Elétricos<br />

122<br />

127<br />

134<br />

143<br />

146<br />

153<br />

158<br />

165<br />

170<br />

177<br />

186<br />

192<br />

199<br />

205<br />

Uso Não-Energético de Combustíveis e Uso de Solventes<br />

453<br />

567<br />

502<br />

515<br />

525<br />

461<br />

548<br />

698<br />

541<br />

663<br />

744<br />

679<br />

769<br />

665<br />

Consumo Final Não Energético<br />

453<br />

567<br />

502<br />

515<br />

525<br />

461<br />

548<br />

698<br />

541<br />

663<br />

744<br />

679<br />

769<br />

665<br />

TOTAL<br />

371.230 372.806 366.943 387.519 396.700 401.039 417.604 435.196 414.737 462.769 482.595 518.652 551.264 580.287


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