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LOCAL<br />

Em visita ao Brasil, presidente mundial do grupo esteve na planta de Pouso Alegre<br />

e reafirmou importância estratégica do empreendimento para expansão da XCMG<br />

no mercado latino. Unidade brasileira deve fechar ano com crescimento<br />

Crise econômica não altera<br />

ambições globais da XCMG<br />

Da redação<br />

jornaldoestado@gmail.com<br />

O presidente mundial da<br />

XCMG, Wang Min, reconheceu<br />

que o momento econômico<br />

no Brasil e no mundo não é<br />

dos melhores, mas mantém a<br />

expectativa de que o cenário<br />

melhore a partir de 2018. O<br />

revés, porém, não afeta os<br />

planos da multinacional para<br />

o Brasil e a América Latina. A<br />

planta da fabricante chinesa<br />

de máquinas em Pouso Alegre<br />

segue sendo a âncora do<br />

grupo para expansão no continente,<br />

na ambiciosa estratégia<br />

de internacionalização<br />

que pretende colocar a XCMG<br />

entre as três maiores fabricantes<br />

de máquinas pesadas para<br />

construção em todo o globo.<br />

A análise e as perspectivas<br />

do grupo foram reveladas<br />

à imprensa na manhã<br />

do sábado (22), durante a<br />

visita de Wang Min à planta<br />

de Pouso Alegre. O presidente<br />

da XCMG e sua comitiva cumpriram<br />

uma série de compromissos<br />

no Brasil. Na segundafeira<br />

(24), se reuniram com<br />

o presidente da República,<br />

Michel Temer, em Brasília.<br />

Ao presidente, Min apresentou<br />

propostas do grupo para<br />

construir trechos da Ferrovia<br />

Integração do Centro-Oeste.<br />

O presidente mundial da XCMG, Wang Min, conversa com os colaboradores<br />

A ferrovia se desenvolve<br />

nos estados de Goiás, Mato<br />

Grosso e Rondônia, ligando<br />

os municípios de Uruaçu<br />

(GO) e Vilhena (RO). É parte<br />

de um projeto que pretende<br />

facilitar a ligação entre os<br />

oceanos Atlântico, no Brasil,<br />

e Pacífico, no Peru, propiciando<br />

alternativas para o escoamento<br />

de grãos e minérios.<br />

“Nossa função não é só<br />

fabricar e vender máquinas.<br />

Nós vamos dar uma solução<br />

para resolver exatamente os<br />

desafios que o Brasil precisa<br />

enfrentar na infraestrutura.<br />

Já apresentamos alguns projetos<br />

para o senhor presidente,<br />

nos quais nós poderíamos<br />

investir e trabalhar<br />

junto ao governo brasileiro<br />

para melhorar a infraestrutura”,<br />

explicou Wang Min.<br />

A XCMG aposta na parceria<br />

com o poder público<br />

brasileiro em grandes projetos<br />

de infraestrutura para<br />

ampliar sua produção. O<br />

grupo está na ponta de uma<br />

das estratégias chinesas para<br />

expandir as relações de indústria<br />

e comércio com o Brasil.<br />

Pouso Alegre foi cogitada recentemente<br />

para sediar um<br />

complexo industrial daquele<br />

país em um futuro próximo,<br />

projeto que seguiria o modelo<br />

de implantação da XCMG.<br />

A concretização dos novos<br />

investimentos, no entanto,<br />

dependem de arranjos estratégicos<br />

entre os dois países.<br />

TOP 3<br />

Em sua passagem por<br />

Pouso Alegre, Wang Min deixou<br />

clara a importância da<br />

planta local para as aspirações<br />

globais da XCMG. O grupo<br />

encerrou o ano de 2016 como<br />

maior empresa de seu segmento<br />

na China e 9º maior do<br />

mundo. Até 2020, espera estar<br />

na quinta posição para chegar<br />

em 2025 como terceiro maior<br />

do planeta. “Com isso, estou<br />

somando os esforços de todo<br />

grupo, inclusive o da planta<br />

brasileira, que é fundamental<br />

na estratégia de internacionalização<br />

da XCMG”, avaliou o<br />

presidente, que projetou novas<br />

contratações e lançamentos<br />

de novos produtos para<br />

que a empresa consiga atingir<br />

o crescimento pretendido.<br />

Atualmente, a planta de<br />

Pouso Alegre é a única que o<br />

grupo possui fora da China.<br />

Ela foi projetada para atender<br />

todo o mercado latino. Hoje,<br />

opera com 330 funcionários<br />

e capacidade de produzir até<br />

7 mil máquinas por ano. De<br />

sua linha de montagem, saem<br />

guindastes, carregadeiras, escavadeiras,<br />

motoniveladoras<br />

e rolos compactadores. Apesar<br />

da crise econômica que<br />

o país atravessa e, mesmo diante<br />

do revés no mercado de<br />

construção civil, a produção<br />

da planta deve ser ampliada<br />

em ao menos 1% este ano.<br />

A empresa<br />

O capital da Xuzhou<br />

Construction Machinery<br />

Group, a XCMG, pertence ao<br />

governo chinês. A sede do<br />

grupo está localizada na cidade<br />

de Xuzhou (a cerca de<br />

1 hora de voo de Xangai), na<br />

província de Jiangsu, na parte<br />

leste da China. A cidade concentra<br />

cerca de 25 fábricas<br />

dos diversos produtos fabricados<br />

pela XCMG voltados para<br />

a construção, além de abrigar<br />

o centro de desenvolvimento<br />

tecnológico do grupo.<br />

Os produtos da empresa são<br />

vendidos para mais de 130<br />

países e regiões do mundo.<br />

O presidente Mundial do Grupo XCMG, Wang Min, acompanhado<br />

do presidente mundial da XCMG, Wang Yansong, estiveram<br />

com o presidente da República do Brasil, Michel Temer<br />

Momento da chegada do presidente mundial da XCMG, Wang Min<br />

Jornal do Estado,<br />

POUSO ALEGRE, 27 A 30 DE OUTUBRO DE 2016<br />

3<br />

Cisamesp reúne prefeitos<br />

eleitos das cidades que<br />

formam o Consórcio<br />

Da redação<br />

jornaldoestado@gmail.com<br />

De cada 1 real investido<br />

no CISAMESP, 80 centavos são<br />

convertidos em serviços de<br />

saúde para os moradores dos<br />

31 municípios que compõem<br />

o Consórcio Intermunicipal<br />

de Saúde dos Municípios da<br />

Microrregião do Médio Sapucaí.<br />

Mesmo com o revés na<br />

arrecadação dos municípios,<br />

o Consórcio multiplicou por<br />

três o número de procedimentos<br />

ofertados desde 2012.<br />

As estatísticas são provas<br />

incontestáveis da eficiência<br />

do consórcio que se converteu<br />

no grande parceiro<br />

dos municípios para a média<br />

complexidade em saúde, categoria<br />

em que se enquadram<br />

exames e consultas especializadas,<br />

no setor que mais<br />

desafia os gestores públicos.<br />

A avaliação foi feita pelo<br />

presidente do CISAMESP, Carlos<br />

Augusto Tenório, e José<br />

Carlos, o secretário-executivo<br />

do Consórcio, para uma plateia<br />

de 31 prefeitos eleitos, na<br />

manhã desta quarta-feira (19),<br />

no auditório de um hotel da<br />

cidade. Os gestores presentes<br />

no encontro vão administrar<br />

as cidades que integram o consórcio<br />

a partir de 2017. Para<br />

muitos deles, foi o primeiro<br />

contato com a entidade, já<br />

que assumirão o executivo<br />

municipal pela primeira vez.<br />

Atual prefeito de Cachoeira<br />

de Minas, Carlos<br />

Augusto pregou a união e o<br />

compartilhamento de boas<br />

práticas como saída para que<br />

os municípios da região consigam<br />

oferecer serviços de<br />

saúde cada vez melhores aos<br />

seus moradores. Aos presentes,<br />

contou a história de um<br />

agricultor que compartilhava<br />

suas sementes de alta qualidade<br />

com as propriedades<br />

vizinhas. Questionado sobre<br />

a prática, ele esclareceu: “Se<br />

meus vizinhos também tiverem<br />

boas sementes, a polinização<br />

natural, que de uma maneira<br />

ou de outra vai cruzar o material<br />

genético da minha semente<br />

com a dos meus vizinhos, vai<br />

fazer com que eu tenha ainda<br />

melhores sementes, garantindo<br />

boas safras”, comparou.<br />

O vice-presidente do<br />

Consórcio, o prefeito reeleito<br />

de São Sebastião da Bela Vista,<br />

Augusto Hart Ferreira, também<br />

salientou a importância de os<br />

municípios adotarem políticas<br />

conjuntas de saúde e ressaltou<br />

o caráter democrático<br />

das decisões tomadas pelo<br />

CISAMESP, graças aos conselhos<br />

de prefeitos e fiscal,<br />

formados nas últimas gestões.<br />

“Juntos, somos mais fortes.<br />

Se trabalharmos unidos pela<br />

saúde, certamente poderemos<br />

melhorar a qualidade de vida<br />

da nossa população”, analisou.<br />

Um dos anfitriões do<br />

evento, o prefeito eleito de<br />

Pouso Alegre, Rafael Simões,<br />

declarou que sua gestão abrirá<br />

as portas para os municípios<br />

vizinhos, por entender que,<br />

como polo regional, a cidade<br />

deve atuar como indutora na<br />

oferta de serviços públicos<br />

e para o desenvolvimento<br />

econômico. Propôs que os<br />

municípios se unam na tarefa<br />

de buscar recursos junto aos<br />

governos federal e estadual. “O<br />

Sul de Minas precisa mostrar<br />

sua força. Se vamos à Brasília,<br />

vamos todos juntos cobrar e<br />

buscar investimentos. Se vamos<br />

a Belo Horizonte, façamos<br />

do mesmo modo”, considerou.<br />

Gestor da fundação mantenedora<br />

do Hospital das Clínicas<br />

Samuel Libânio (HCSL) nos<br />

últimos anos, Rafael Simões<br />

defendeu que o hospital tem<br />

papel crucial a desempenhar<br />

no atendimento dos serviços<br />

de média e alta complexidade<br />

para a região. Para tanto, anunciou<br />

que sua primeira medida<br />

à frente da Prefeitura será a<br />

desapropriação do Campo da<br />

Lema para ampliação do HCSL.<br />

Mas lembrou que será necessário<br />

buscar recursos junto<br />

à União e Estado para concretizar<br />

a medida. Mais uma vez<br />

propôs que a região se una<br />

em torno do objetivo comum.<br />

Balanço<br />

Ao longo de aproximadamente<br />

duas horas, os prefeitos<br />

eleitos conheceram<br />

os números do CISAMESP. O<br />

Consórcio atende hoje a uma<br />

população de 580 mil habitantes.<br />

Oferta 16 especialidades<br />

médicas, realiza cerca de 15<br />

modalidades de exames clínicos<br />

e outras 12 de exames por<br />

imagem. Diariamente, mais<br />

de 400 pacientes passam pelo<br />

Consórcio de saúde, sediado<br />

em Pouso Alegre. Tudo isso<br />

é feito com uma única fonte<br />

de recursos, 1% do FPM dos<br />

municípios consorciados.<br />

Mesmo em um ano difícil,<br />

com queda acentuada na arrecadação<br />

dos municípios, o<br />

CISAMESP conseguiu fazer o<br />

que parecia impossível, ampliou<br />

a oferta de serviços em<br />

saúde, embora sua receita<br />

tenha encolhido. Passou de<br />

58,2 mil exames, em 2015, para<br />

60,1 mil, em 2016. O número<br />

de consultas especializadas<br />

evoluíram de 64,8 mil para 72,1<br />

mil no mesmo período. Desde<br />

2012, o Consórcio ampliou em<br />

três vezes o número total de<br />

procedimentos ofertados, passando<br />

de 43,3 mil para 131,3 mil.<br />

Como tal feito foi possível?<br />

O secretário-executivo<br />

explica que a administração do<br />

consórcio é formada por um<br />

corpo de funcionários exclusivamente<br />

técnico. As decisões<br />

do Consórcio são delegadas<br />

a um conselho de prefeitos e<br />

outro fiscal, o que minimiza<br />

a possibilidade de erros. Há<br />

ainda o fato de o CISAMESP<br />

contar com prestadores de<br />

serviços que são remunerados<br />

por produção, eliminado a<br />

margem para serviços ociosos.<br />

Outra série de fatores,<br />

como marcação digital online<br />

de consultas e disponibilidade<br />

de procedimentos com maior<br />

demanda nos municípios,<br />

são os ingredientes da receita<br />

de gestão de sucesso<br />

do Consórcio, como avaliou<br />

José Carlos. Em 2015, o Consórcio<br />

completou 20 anos<br />

de prestação de serviços<br />

para a população regional.

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