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2<br />
Jornal do Estado,<br />
POUSO ALEGRE, 02 A 04 DE DEZEMBRO DE 2016<br />
Opinião<br />
Erros na gestão lulopetista<br />
devolvem milhões à pobreza<br />
O PT sempre<br />
propagandeou com insistência<br />
os avanços sociais em seu<br />
período de poder. A ponto<br />
de, no discurso oficial, apagar<br />
o passado, como se nada<br />
houvesse sido conquistado<br />
neste campo antes de janeiro<br />
de 2003, quando Lula tomou<br />
posse para o primeiro<br />
mandato.<br />
Nenhuma palavra,<br />
nenhum linha sequer foi dita<br />
e escrita em pronunciamentos<br />
e documentos petistas<br />
sobre a participação do<br />
PSDB no lançamento de<br />
programas sociais baseados<br />
em contrapartidas dos<br />
beneficiários (manter filhos na<br />
escola, visitar regularmente<br />
postos de saúde). Vem daí a<br />
origem do Bolsa Família.<br />
O primeiro governo<br />
Lula consolidou diversos<br />
programas, ampliou-os, e<br />
ainda teve o bom senso de<br />
manter a política econômica<br />
de FH. Com isso, estabilizou<br />
a economia, ao conter a crise<br />
deflagrada pela desconfiança<br />
gerada na própria ascensão<br />
de Lula na campanha de<br />
2002, e assim garantiu as<br />
condições macroeconômicas<br />
para continuar com uma ativa<br />
política de combate à pobreza.<br />
O Bolsa Família revelouse<br />
eficiente cabo eleitoral<br />
lulopetista nas regiões pobres,<br />
reforçando a imagem cultivada<br />
pelo partido de “defensor dos<br />
pobres”. Mas a equivocada<br />
mudança de eixo na política<br />
econômica, mais visível a<br />
partir do segundo mandato<br />
de Lula, sob influência da<br />
ministra-chefe da Casa Civil,<br />
Dilma Rousseff, dilapidaria<br />
esse patrimônio político do<br />
partido, ao jogar o país na<br />
mais profunda recessão da<br />
sua história, cujas principais<br />
vítimas são mais de 12 milhões<br />
de desempregados. O PT, de<br />
“pai dos pobres”, passou a<br />
gerar pobreza, numa trapaça<br />
da História.<br />
Cálculos feitos pelo<br />
diretor da FGV Social, Marcelo<br />
Neri, com base na Pesquisa<br />
Nacional por Amostra de<br />
NÚMEROS<br />
29%<br />
No terceiro trimestre deste ano, a economia brasileira seguiu em queda. De acordo<br />
com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno<br />
Bruto (PIB) recuou 0,8% em relação ao trimestre anterior. É a sétima queda seguida<br />
nessa comparação.<br />
R$ 2,187 bi<br />
Domicílios (Pnad) referente a<br />
2015, divulgada pelo IBGE na<br />
semana passada, deu números<br />
a este dramático retrocesso.<br />
A recessão do ano<br />
passado, de 3,8%, devolveu<br />
de volta à pobreza 3,6 milhões<br />
de pessoas. Até então, desde<br />
2004 a parcela de pobres na<br />
população vinha encolhendo a<br />
uma média anual de 10%. E 2004<br />
é o ano em que se confirma<br />
a retomada de expansão da<br />
economia e o Brasil começa a<br />
se beneficiar da onda mundial<br />
de crescimento sincronizado,<br />
em especial da expansão da<br />
China.<br />
Os governos petistas<br />
passaram a usufruir daqueles<br />
bons tempos como se não<br />
houvesse amanhã. Havia,<br />
e os erros cometidos pela<br />
“desenvolvimentista” Dilma<br />
na reação aos efeitos da<br />
crise mundial agravada pelo<br />
estouro da bolha financeira<br />
e imobiliária nos Estados<br />
Unidos, em 2008/2009,<br />
empurraram a economia<br />
para o chão e deram fôlego<br />
à inflação, de volta aos dois<br />
dígitos.<br />
Esses 3,6 milhões<br />
despachados para estratos<br />
sociais mais baixos elevaram<br />
a pobreza em 19,33%, e a<br />
miséria, condição para a qual<br />
foram 2,7 milhões, expandiuse<br />
em 23,4%, abrangendo 2,9%<br />
da população.<br />
Os números são<br />
drásticos e tudo ainda deve<br />
piorar, porque este ano, 2016,<br />
ainda será de recessão na<br />
faixa dos 3%. Vale lembrar<br />
que os erros cometidos, por<br />
voluntarismo ideológico —<br />
resumidos no atropelamento<br />
da Lei de Responsabilidade<br />
Fiscal —, foram justificados<br />
pela suposta proteção<br />
aos pobres. Uma lição da<br />
tragédia é que sem equilíbrio<br />
macroeconômico nada de<br />
positivo é possível fazer.<br />
Muito menos ajudar os pobres.<br />
Resulta no contrário.<br />
Editorial O Globo<br />
Em um ano, o desmatamento da Amazônia aumentou 29% , de acordo<br />
com a estimativa do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). No<br />
período de agosto de 2015 a julho deste ano, uma área de 7.989 km2 foi<br />
removida da cobertura da floresta por corte raso. A marca de 7.000 km2<br />
devastados não era atingida desde 2010.<br />
0,8%<br />
A empresa italiana Enel foi a única a apresentar proposta no leilão de<br />
privatização da distribuidora de eletricidade goiana Celg-D, da Eletrobras.<br />
A empresa ofereceu R$ 2,187 bilhões por 95% das ações da distribuidora<br />
goiana, um ágio de 28%<br />
Jornal do Estado<br />
Um jornal para um novo tempo<br />
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Imagem da semana<br />
Ponto de Vista<br />
Governo Temer atrás de uma<br />
agenda positiva<br />
Pode haver quem<br />
veja por trás da sucessão<br />
de problemas internos no<br />
governo Temer um mau<br />
alinhamento dos astros,<br />
uma trapaça do destino. A<br />
saída de seis ministros em<br />
seis meses não é mesmo fato<br />
trivial. Tampouco o pano<br />
de fundo ético por trás de<br />
algumas demissões. Entre<br />
elas, a destituição do senador<br />
Romero Jucá (PMDB-RR), do<br />
Planejamento, por ter sido<br />
gravado em conspiração<br />
contra a Lava-Jato, a primeira<br />
defenestração da série; e as<br />
duas últimas, de Marcelo<br />
Calero, ministro da Cultura,<br />
devido a pressões do colega<br />
Geddel Vieira, da poderosa<br />
Secretaria de Governo, para<br />
que resolvesse um problema<br />
privado seu no Iphan, e por<br />
isso ele também terminou<br />
fulminado pelo escândalo<br />
que patrocinou.<br />
Só mesmo a total<br />
ausência de senso de<br />
responsabilidade pública<br />
faz um ministro jogar o<br />
peso do cargo na liberação<br />
de um projeto imobiliário<br />
visivelmente irregular,<br />
numa área tombada pelo<br />
patrimônio histórico em<br />
Salvador. A história ganhou<br />
fermento, porque Calero<br />
saiu atirando.<br />
Contra Geddel, contra<br />
Eliseu Padilha, ministro da<br />
Casa Civil, e até o presidente<br />
Temer, responsabilizado por<br />
Calero por tentar que o ainda<br />
ministro montasse com a<br />
Advocacia Geral da União<br />
(AGU) uma “chicana”, a fim<br />
de atender o político baiano.<br />
Para tornar tudo ainda<br />
mais tenso, o ex-ministro<br />
da Cultura admite ter feito<br />
gravações de conversas.<br />
Com o presidente, teria<br />
gravado o telefonema<br />
protocolar da entrega do<br />
cargo.<br />
Na realidade, o<br />
governo não colhe efeitos<br />
do zodíaco ou de uma<br />
maré de azar. Ele tem sido<br />
vítima é de sua origem: um<br />
grupo do PMDB associado<br />
ao lulopetismo desde o<br />
segundo governo Lula, e com<br />
o qual compartilhou usos<br />
e costumes desses tempos.<br />
Daí o avanço da Lava-Jato<br />
tanto preocupar o Planalto e<br />
cercanias.<br />
Por previsível, Temer<br />
deveria ter tomado certos<br />
cuidados na escolha<br />
dos ministros mais<br />
próximos. Resta agora<br />
tentar compensar os<br />
prejuízos já contabilizados<br />
e os que podem vir por<br />
aí com as delações de<br />
Marcelo Odebrecht e seus<br />
executivos. E as respostas<br />
não podem demorar, como<br />
tem acontecido.<br />
É urgente o governo,<br />
e não só ele, criar uma<br />
agenda positiva, para se<br />
contrapor ao vendaval de<br />
más notícias causadas por<br />
deslizes internos. A base<br />
do governo no Congresso<br />
precisa, também, participar<br />
desta missão.<br />
Nesse sentido, foi<br />
positiva a iniciativa de<br />
Temer e dos presidentes<br />
do Senado e da Câmara,<br />
senador Renan Calheiros<br />
(PMDB-AL) e deputado<br />
Rodrigo Maia (DEM-RJ), de,<br />
em entrevista no domingo,<br />
se comprometerem, em<br />
respeito “à voz das ruas”,<br />
a barrar qualquer tentativa<br />
de anistiar crimes eleitorais.<br />
Como a que se encontra<br />
Frases<br />
Tragédia<br />
Um acidente aéreo chocou o mundo nesta<br />
semana. O avião que levava a delegação<br />
da Chapecoense para Medellín, na<br />
Colômbia, caiu e deixou 71 mortos e seis<br />
feridos. Os motivos ainda são analisados<br />
pelos especialistas. O time embarcou para<br />
o País para disputar a primeira partida<br />
da final da Copa Sul-Americana, contra o<br />
Atlético Nacional. Além dos jogadores,<br />
no voo estavam jornalistas e equipe<br />
técnica. O Jornal do Estado presta suas<br />
condolências aos familiares.<br />
(ou se encontrava) em<br />
andamento na Câmara,<br />
no bojo do projeto<br />
anticorrupção formulado<br />
a partir de propostas<br />
encaminhadas pelo MP,<br />
com apoio de mais de dois<br />
milhões de assinaturas.<br />
É um passo na direção<br />
correta, em defesa de uma<br />
imagem minimamente<br />
respeitosa do Legislativo, em<br />
um momento de grave crise<br />
econômica, cuja solução<br />
passa pelo Congresso, com<br />
a aprovação da PEC do teto<br />
e da reforma da Previdência,<br />
para começar.<br />
Muita coisa séria está<br />
em jogo — por exemplo,<br />
recolocar no mercado de<br />
trabalho mais de 12 milhões<br />
de desempregados —, para<br />
que grupos de políticos<br />
manobrem no Congresso<br />
contra o desejo da sociedade<br />
de que a corrupção seja<br />
punida como deve ser.<br />
Desta agenda positiva<br />
precisa também fazer parte<br />
o adiamento do projeto<br />
contra abusos de autoridade<br />
posto para tramitar por<br />
Renan. A legislação sobre<br />
o tema é antiga e precisa<br />
ser atualizada, mas depois<br />
de ampla discussão. O<br />
momento é inadequado,<br />
por estar intoxicado pelas<br />
emoções desatadas na<br />
esteira da Lava-Jato. Nem<br />
Renan, com várias acusações<br />
enviadas ao Supremo e o<br />
risco iminente de ser réu<br />
em um desses processos,<br />
é o agente indicado a<br />
encaminhar propostas para<br />
conter juízes, promotores e<br />
policiais.<br />
Editorial O Globo<br />
“ ”<br />
A democracia depende de poderes fortes e independentes. O Judiciário é, por<br />
imposição constitucional, guarda da Constituição e garantidor da democracia.<br />
O Judiciário brasileiro vem cumprindo o seu papel. Pode-se tentar calar o juiz,<br />
mas nunca se conseguiu, nem se conseguirá, calar a Justiça.<br />
Presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça, ministra Carmen Lúcia<br />
No estado de exceção, você pode propor teste de integridade, fim de habeas<br />
corpus, validação de prova ilegal, validar o testemunho sob tortura, mas no estado<br />
democrático, não Então esse pacote estava fadado a receber o tratamento que<br />
recebeu da Câmara<br />
Presidente do Senado, Renan Calheiros<br />
“ ”<br />
Conexão<br />
geral<br />
260 mil brasileiros<br />
sabem que têm HIV e<br />
não se tratam<br />
O Ministério da Saúde<br />
informou que 260 mil<br />
pessoas sabem que<br />
estão infectadas pelo<br />
HIV no Brasil e não<br />
estão se tratando.<br />
Outras 112 mil têm o<br />
vírus e não sabem por<br />
não apresentarem os<br />
sintomas, de acordo<br />
com a estimativa do<br />
governo.<br />
De acordo com a<br />
diretora do Departamento<br />
de DST, Aids e<br />
Hepatites Virais, Adele<br />
Benzaken, essas pessoas<br />
que sabem que<br />
estão infectadas e não<br />
recebem o tratamento<br />
estão, em maior parte,<br />
em negação com<br />
relação ao vírus. Ou<br />
seja, não aceitam que<br />
podem desenvolver a<br />
doença.<br />
Opep fecha 1º acordo de<br />
corte de produção desde<br />
2008<br />
A Organização dos<br />
Países Exportadores<br />
de Petróleo (Opep)<br />
fechou seu primeiro<br />
acordo para corte de<br />
produção desde 2008.<br />
Segundo comunicado<br />
oficial da entidade,<br />
o nível de produção<br />
será reduzido dos<br />
atuais 33,6 milhões<br />
de barris diários para<br />
32,5 milhões - queda<br />
de 3,27%.O acordo<br />
está em linha com a<br />
proposta da Argélia.<br />
A decisão fez o preço<br />
do barril do petróleo<br />
disparar nesta quartafeira<br />
(30), assim como<br />
a cotação das petroleiras<br />
no mundo todo.<br />
A decisão é a primeira<br />
em oito anos e visa<br />
estimular a alta dos<br />
preços.O país que<br />
terá o maior corte,<br />
pelo acordo, será a<br />
Arábia Saudita, com<br />
redução de 486 mil<br />
barris por dia, seguido<br />
pelo Iraque, com 210<br />
mil barris a menos por<br />
dia.<br />
COPASA E COPANOR<br />
PROMOVEM MUTIRÃO<br />
DE NEGOCIAÇÃO DE<br />
DÉBITOS<br />
Com o objetivo de incentivar<br />
o pagamento<br />
das contas com mais<br />
de 45 dias em atraso,<br />
a Copasa e a Copanor<br />
lançam o mutirão de<br />
negociação de dívidas<br />
“Fique em Dia”,<br />
com vigência entre<br />
5 e 16 de dezembro<br />
de 2016, período em<br />
que serão realizadas<br />
negociações especiais<br />
com pessoas físicas e<br />
empresas que quiserem<br />
quitar ou parcelar<br />
seus débitos com até<br />
50% de desconto.<br />
Para negociar, os clientes<br />
deverão procurar<br />
uma das agências<br />
da Copasa, munidos<br />
de documento de identidade.<br />
Os endereços<br />
das agências estão<br />
nosite da Copasa<br />
(http://www.copasa.<br />
com.br/wps/portal/internet/agencia-virtual/<br />
mais-servicos/atendimento-informacoes/<br />
enderecos-agencias).<br />
Há também no site<br />
um simulador de<br />
negociação, para que<br />
os clientes possam decidir<br />
a melhor opção<br />
para cada caso(http://<br />
www.copasa.com.br/<br />
wps/portal/internet/<br />
agencia-virtual/maisservicos/atendimentoinformacoes/fique-emdia).