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PROGRAMA TUTORIA<br />
cultura de aprendizagem<br />
COLABORATIVA
PROGRAMA TUTORIA<br />
cultura de aprendizagem<br />
COLABORATIVA
SUMÁRIO<br />
PÁGINAS . 12-18<br />
Por Rodnilson Luiz Ferreira<br />
PÁGINAS . 12-18<br />
2Plano de formação:<br />
Protocolo para o processo de autoavaliação com o tutorado<br />
PÁGINAS . 12-18<br />
Por Rodnilson Luiz Ferreira<br />
3A importância do registro: Diário de Bordo<br />
Por Maria Luiza Ramos<br />
4A condução do processo de feedback<br />
Por Fabile Andréa Scorciapino<br />
PÁGINAS . 12-18<br />
PÁGINAS . 12-18<br />
5O que fazer quando o tutorado desmarca as sessões<br />
frequentemente?<br />
Por Rodnilson Luiz Ferreira<br />
PÁGINAS . 12-18
6Como ajudar um Tutorado a enfrentar seus medos?<br />
Por Vera Zanardi<br />
7A estratégia de observação de sala de aula e a importância da<br />
prática do registro<br />
Por Fabile Andréa Scorciapino<br />
8Feedback: navegando em outros mares<br />
Por Rodnilson Luiz Ferreira<br />
PÁGINAS . 12-18<br />
PÁGINAS . 12-18<br />
PÁGINAS . 12-18<br />
9Como trabalhar a tutoria a partir de uma “Sessão Gravada”<br />
Por Maria Luiza Ramos<br />
PÁGINAS . 12-18<br />
10<br />
Como ajudar o tutorado a rever uma prática de sucesso<br />
PÁGINAS . 12-18<br />
Por Marcia Rejane Martins da Silva Brito<br />
Bibliografia<br />
Equipe Alley<br />
PÁGINAS . 12-18<br />
PÁGINAS . 12-18
APRESENTAÇÃO
O Programa <strong>Tutoria</strong>, uma iniciativa do Itaú Social e gestão técnica da Alley Consulting, tem<br />
como objetivo fortalecer a atuação dos dirigentes das escolas públicas brasileiras.<br />
O trabalho apresentado aqui tem o propósito de disseminar as práticas de sucesso de tutoria<br />
observadas ao longo da execução do Programa, em 2015, no Centro de Capacitação dos<br />
Profissionais da Educação (CECAPE), da Secretaria Municipal de Educação de São Caetano do<br />
Sul, São Paulo e nas Secretarias Municipais de Educação de Anicuns e de Trindade, em Goiás.<br />
Essas práticas de sucesso viabilizam a troca e o compartilhamento de informações,<br />
conhecimentos e vivências entre os tutores da Alley, ao mesmo tempo em que valorizam as<br />
boas experiências ao reconhecer iniciativas e contribuições individuais de aprendizagem<br />
para aprimorar a gestão do sistema de ensino.<br />
Ao adotar uma metodologia de formação em serviço, baseada em estratégias facilitadoras<br />
e orientadoras, a tutoria parte de um diagnóstico elaborado entre tutor e tutorado que leva à<br />
construção de um plano de formação compartilhado para o tutorado, apoiado em competências<br />
a serem aprimoradas.<br />
A metodologia prevê, por meio se sessões de formação em serviço, a problematização de temas<br />
essenciais que levam o tutorado a refletir e, ele próprio, encontrar o caminho para adoção de<br />
formas mais eficazes de aprendizagem.<br />
As vivências aqui relatadas se afinam com o contexto dos atuais desafios educacionais,<br />
destacando a importância da tutoria na formação continuada de gestores escolares e<br />
professores no aperfeiçoamento da atuação profissional e contribuição para melhoria da<br />
aprendizagem dos alunos.<br />
Esperamos que esse trabalho possa contribuir para a ressignificação dos conhecimentos<br />
existentes e desperte novas práticas pedagógicas. Que seja, efetivamente, um apoio à gestão<br />
educacional.<br />
Ana Beatriz Patrício, Cândia Sevilhano e Glaucia Carmona<br />
Consultoras da Alley Consulting<br />
A Alley Consulting é gestora técnica do Programa <strong>Tutoria</strong> da Fundação Itaú Social e<br />
responsável pela sua implementação na rede de ensino da Secretaria de Educação de<br />
São Caetano do Sul, São Paulo, e nas redes de ensino das Secretarias de Educação dos<br />
municípios de Anicuns, Catalão, Goianésia e Trindade, Goiás, e no Órgão Central da<br />
Secretaria de Educação, Cultura e Esporte de Goiás.
1<br />
PROCEDIMENTO DE TUTORIA:<br />
UM OLHAR FORMATIVO PARA<br />
O ANTES DA FORMAÇÃO DE<br />
ADULTOS<br />
Por Rodnilson Luiz Ferreira1<br />
1 Tutor Pedagógico e de Área da Alley Consulting.
INTRODUÇÃO<br />
Este texto faz uma reflexão sobre o procedimento de<br />
tutoria. Como o processo formativo via tutoria acontece<br />
na prática de forma a garantir o ANTES/DURANTE/DEPOIS.<br />
A relevância desse estudo justificase<br />
pela possibilidade de contribuição<br />
com os novos tutores introduzidos<br />
no Programa <strong>Tutoria</strong> da Fundação<br />
Itaú Social, permitindo ampliar o<br />
conhecimento em relação à formação<br />
continuada com um olhar formativo<br />
para o ANTES.<br />
É imprescindível assegurar<br />
o ANTES/DURANTE/DEPOIS nas<br />
sessões de tutoria. E como se dá cada<br />
procedimento? O antes é o momento<br />
que tutor e tutorado pensam juntos o<br />
planejamento, negociando sentidos<br />
para a ação formativa in loco. No<br />
durante, o tutor observa a prática<br />
com uma marcação de observáveis<br />
negociada e pautada no Plano de<br />
Formação. Por fim, o depois (feedback)<br />
é o espaço privilegiado para o tutor<br />
promover a reflexão do tutorado a<br />
partir das negociações realizadas no<br />
antes e das evidências percebidas na<br />
observação da prática.<br />
Esse trabalho tem por objetivo<br />
definir o método de tutoria sob a<br />
perspectiva, principalmente, da<br />
Academia de Liderança de Nova Iorque<br />
e, mais especificamente, debater como<br />
o ANTES é um procedimento de grande<br />
importância na formação do tutorado,<br />
na ação formativa in loco e no feedback.<br />
Vamos refletir sobre esse<br />
fenômeno na formação continuada,<br />
destacando os ganhos e os desafios<br />
enfrentados no preparo e na execução<br />
do ANTES, propondo essa abordagem<br />
como necessária em toda sessão de<br />
tutoria.<br />
O trabalho está dividido em duas<br />
partes: na primeira, a discussão do<br />
contexto/problema enfrentado no<br />
processo formativo; na segunda, as<br />
estratégias e resultados alcançados. O
texto permite ampliar e ressignificar o<br />
olhar do leitor em relação ao processo<br />
formativo no âmbito educacional e na<br />
formação continuada via tutoria.<br />
O conteúdo toma como<br />
pressuposto básico que, entre as<br />
várias práticas formativas, a tutoria é<br />
considerada uma ação complementar<br />
na formação de adultos.<br />
Como os adultos aprendem? Discutir a<br />
formação de adultos alcança dimensão<br />
nacional e envolve o poder público<br />
e instituições não governamentais.<br />
Entendendo que é dever do poder<br />
público garantir essa política, a Alley<br />
Consulting e o Itaú Social concebem<br />
que o fio condutor para discutir a<br />
formação de adultos está pautado na<br />
reflexão da prática do outro.<br />
Um caminho para garantir esse<br />
procedimento na formação de adultos<br />
é compreender que a sala de aula é<br />
o espaço privilegiado para que, de<br />
fato, aconteça a formação do adulto<br />
professor e do adulto gestor escolar.<br />
Sobre a questão da formação<br />
continuada via tutoria, o Guia de <strong>Tutoria</strong><br />
da Fundação Itaú Social (p.7) afirma que<br />
A tutoria privilegia o cotidiano da<br />
escola e o fazer dos profissionais para<br />
a realização da formação continuada.<br />
Complementar a outros tipos de<br />
formação, ao longo da trajetória<br />
profissional, acontece na prática, a<br />
partir da reflexão sobre a prática, para<br />
a mudança da prática.<br />
Sem dúvida, é preciso investir e<br />
acreditar nesse processo de formação<br />
continuada via tutoria além de<br />
formações baseadas em oficinas e<br />
reuniões centralizadas.<br />
Feita a exposição teórica sobre a
concepção da formação continuada<br />
via tutoria, o texto fará uma reflexão<br />
sobre o ANTES como parte essencial<br />
nas sessões de tutoria.<br />
Dos três momentos existentes<br />
no procedimento de tutoria, o ANTES<br />
é um passo tão importante quanto<br />
à observação da prática do tutorado<br />
(DURANTE) e do feedback (DEPOIS).<br />
Nas experiências da Alley, no Programa<br />
<strong>Tutoria</strong> em praças como São Caetano<br />
do Sul e Goiás, percebe-se que o ANTES<br />
é compreendido de maneira distinta e<br />
complementar nas fases de diagnóstico<br />
e de formação do tutorado.<br />
O que difere o ANTES em cada<br />
situação? Na fase de diagnóstico,<br />
esse momento é usado para garantir<br />
algumas ações, buscando entender as<br />
intencionalidades do tutorado sobre:<br />
planejamento, objetivos e resultados<br />
esperados, estratégias que utilizará para<br />
alcance dos objetivos e dos resultados<br />
esperados e negociação de áreas que<br />
o tutorado gostaria de ser observado<br />
pelo tutor.<br />
Já na fase de formação, na qual o<br />
tutorado tem o seu Plano de Formação<br />
construído, mantêm-se os mesmos<br />
passos da fase de diagnóstico, porém,<br />
extrapolando a intencionalidade do<br />
tutor de entender o planejamento,<br />
objetivos, resultados, estratégias e<br />
negociação de áreas observadas,<br />
também planejar e desenvolver os<br />
comportamentos priorizados no<br />
documento. Significa vivenciar a ação<br />
formativa antes que ela aconteça,<br />
problematizando os comportamentos<br />
que estarão em jogo e preparando<br />
o tutorado para os desafios que ele<br />
poderá encontrar na formação in loco.
¹ CONTEXTUALIZAÇÃO<br />
Para entendimento do potencial formativo do ANTES, o<br />
estudo focará em um tutorado que traz na sua rotina de trabalho as<br />
seguintes ações: formador em oficinas com professores, elaborador<br />
da avaliação externa da Secretaria de Educação, discussão dos<br />
dados da avaliação externa, atendimento ao professor a partir da<br />
demanda da unidade escolar, com o objetivo de observar a aula e<br />
dar feedback ao profissional e parecer à equipe gestora.<br />
Em quatro meses do Programa <strong>Tutoria</strong>, ficou evidente a<br />
necessidade de repensar o papel de formador nas unidades<br />
escolares. Após um processo de reflexão e análise de resultado das<br />
ações, observou-se que o trabalho desenvolvido pelo formador<br />
está pautado no fazer pelo outro e não com o outro. Dessa<br />
forma, o tutorado passa a ter o papel de tutor de coordenadores<br />
pedagógicos, desenvolvendo a liderança desses profissionais que,<br />
por princípio, são os responsáveis pela formação de professores.<br />
Esse novo olhar formativo provoca uma nova reflexão:<br />
que ganhos o tutor da secretaria teria no desenvolvimento da<br />
ação formativa individualizada, considerando que o tutorado<br />
customiza os dados das avaliações externas com os seus tutorados<br />
(coordenadores pedagógicos)?<br />
O desafio enfrentado está pautado na resistência do tutor<br />
da secretaria em relação ao novo papel de formador, já que ainda<br />
hesitava sobre a nova função desempenhada e faltava afinidade<br />
no desenvolvimento da ação formativa.<br />
Sendo assim, o tutor/Alley lança mão do ANTES com uma<br />
sessão de tutoria de formação baseada nos comportamentos<br />
do Plano de Formação, a fim de preparar o tutorado para a ação<br />
formativa in loco com o coordenador pedagógico.<br />
T<br />
s
² ESTRATÉGIAS/RESULTADOS<br />
1º<br />
Resgate dos<br />
comportamentos do<br />
Plano de Formação<br />
e do percurso<br />
formativo realizado<br />
até o momento<br />
10º<br />
roca de e-mails entre<br />
tutor e tutorado, com<br />
problematizações,<br />
obre o planejamento<br />
da ação formativa<br />
que será<br />
desenvolvida in loco<br />
2º<br />
Escuta ativa sobre<br />
os desafios e ganhos<br />
na execução da ação<br />
formativa<br />
Negociação em<br />
relação a ações de<br />
referência e/ou<br />
compartilhadas entre<br />
tutor e tutorado na<br />
ação formativa in loco<br />
3º<br />
Levando em consideração os<br />
comportamentos do Plano de<br />
Formação e atentos aos desafios<br />
apresentados, foram desenvolvidas<br />
as seguintes estratégias e ações<br />
para o desenvolvimento do<br />
tutorado na ação formativa in loco.<br />
9º<br />
Questionamentos<br />
que levaram o<br />
tutorado à reflexão 4º<br />
e tomada de<br />
consciência Leitura e análise de<br />
estudo de caso que<br />
tratasse do assunto a<br />
ser abordado na ação<br />
formativa in loco<br />
8º<br />
Uso do procedimento<br />
de tutoria Role Play<br />
com a intenção de<br />
preparar o tutorado<br />
para a ação formativa<br />
in loco, com trocas de<br />
papéis entre tutor e<br />
tutorado<br />
7º<br />
Vivência da ação<br />
formativa com o<br />
tutorado<br />
5º<br />
Leitura de Contexto<br />
sobre a unidade<br />
escolar pautada em<br />
evidências<br />
6º<br />
Evidências da prática<br />
do coordenador<br />
pedagógico, ou seja,<br />
como lida e qual sua<br />
relação com os dados<br />
da unidade escolar<br />
Dentre as estratégias e ações elencadas, a quarta,<br />
sétima e oitava foram fundamentais para garantir<br />
o processo formativo do ANTES, no preparo e<br />
formação do tutorado.<br />
Em relação aos resultados da sessão de<br />
tutoria, o tutorado se viu mais preparado e<br />
confiante para a ação formativa in loco, isto é,<br />
com condições para problematizar as demandas<br />
trazidas pelo coordenador pedagógico.
CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />
É importante apontar, por meio da tutoria, que a formação<br />
continuada de adultos se torna mais eficiente a partir da reflexão<br />
da prática, garantindo o olhar formativo do ANTES/DURANTE/<br />
DEPOIS.<br />
Nesse trabalho, percebe-se que o ANTES é tão importante<br />
quanto o DURANTE e o DEPOIS nas sessões de tutoria.<br />
Numa visão ampla, destaca-se que o diferencial do processo<br />
de formação continuada via tutoria é a observação da prática,<br />
acreditando que é no dia a dia que as demandas formativas<br />
surgem. Diante de uma intencionalidade formativa, o ANTES é um<br />
caminho assertivo na formação do adulto, que busca desenvolver<br />
os comportamentos elencados no Plano de Formação, ajudando<br />
o tutorado a prever dificuldades e obstáculos e se preparar para<br />
enfrentá-los com equilíbrio e firmeza de propósitos na ação in loco.
2<br />
PLANO DE FORMAÇÃO:<br />
PROTOCOLO PARA O PROCESSO<br />
DE AUTOAVALIAÇÃO COM O<br />
TUTORADO<br />
Por Rodnilson Luiz Ferreira1<br />
1 Tutor Pedagógico e de Área da Alley Consulting.
INTRODUÇÃO<br />
Este texto faz uma reflexão sobre o diagnóstico e o plano<br />
de formação, analisados como elementos norteadores<br />
no processo formativo via tutoria. Mais especificamente,<br />
um debate da sessão de tutoria para avaliar, a partir das<br />
metas e objetivos definidos, o desenvolvimento dos<br />
comportamentos trabalhados.<br />
O diagnóstico é a fase em que o tutor faz uma “fotografia” do<br />
tutorado, identificando as fortalezas e os pontos de melhoria.<br />
O plano de formação é um instrumento vivo, pautado em<br />
competências e construído em uma sessão de tutoria compartilhada<br />
entre tutor e tutorado, que serve de referência para avaliar os<br />
avanços, os desafios do trabalho desenvolvido e a autoavaliação<br />
do tutorado.<br />
Sobre o diagnóstico e o plano de formação, o Guia de <strong>Tutoria</strong><br />
da Fundação Itaú Social (pág.15) afirma que:<br />
O plano de formação precisa focar em algumas<br />
áreas mais prioritárias do diagnóstico. Enquanto<br />
o diagnóstico olha todas as áreas possíveis, o<br />
plano de formação vai exigir escolhas, prazos e<br />
combinados entre tutor e tutorado.<br />
A autoavaliação do tutorado é um processo constante nas<br />
sessões de formação, pois é o motor na tutoria. A garantia dessa<br />
conversa formativa entre tutor e tutorado retroalimenta o trabalho<br />
desenvolvido entre ambos.
¹ CONTEXTUALIZAÇÃO<br />
Esse trabalho fará uma discussão do passo a passo de uma<br />
sessão de tutoria para a autoavaliação do tutorado, após um<br />
período de desenvolvimento do plano de formação.<br />
O protocolo buscará formalizar a sessão de formação para<br />
autoavaliação, tendo como objetivo nortear o momento em que<br />
tutor e tutorado discutirão o plano de formação, de modo que esse<br />
instrumento possa subsidiar a construção de um novo documento<br />
ou manutenção do mesmo, porém com foco em outras ações<br />
formativas.<br />
² ESTRATÉGIAS/RESULTADOS<br />
ANTES<br />
PLANEJAMENTO DO TUTOR<br />
● Estudo e análise do registro do<br />
processo formativo do tutorado.<br />
● Estudo e análise do plano<br />
de formação do tutorado.
DURANTE<br />
SESSÃO DE TUTORIA<br />
● Sessão de tutoria individual e<br />
centralizada<br />
● Balanço do processo formativo<br />
protagonizado pelo tutorado<br />
nas sessões de tutoria in loco e<br />
na formação centralizada, por<br />
meio do resgate de evidências<br />
coletadas e do foco formativo<br />
desenvolvido até o momento.<br />
É uma ação compartilhada,<br />
podendo tutor e tutorado<br />
trazerem os dados de baixa<br />
inferência (evidências) dos<br />
comportamentos.<br />
● Escuta ativa em relação às<br />
falas do tutorado sobre as<br />
experiências vividas no papel<br />
de formador antes de fazer<br />
parte do Programa <strong>Tutoria</strong>,<br />
estabelecendo um comparativo<br />
do que era, já fazia e como está<br />
agora.<br />
● Apresentação dos objetivos da<br />
sessão de formação, enfatizando<br />
os princípios da formação<br />
continuada via tutoria,<br />
fundamentais na construção<br />
e autoavaliação do plano de<br />
formação: corresponsabilidade,<br />
customização e transparência.<br />
● Questionamento em relação à<br />
nota inicial dada pelo tutorado,<br />
retificando ou ratificando a<br />
citação do início da sessão,<br />
após o balanço do processo<br />
formativo.<br />
● Identificação das<br />
oportunidades de<br />
desenvolvimento diante dos<br />
comportamentos.<br />
● Estabelecimento de<br />
combinados para a próxima<br />
sessão de tutoria, com foco<br />
nos novos comportamentos<br />
ou em novas ações para<br />
aprimoramento dos<br />
comportamentos.<br />
● Negociação com o tutorado<br />
sobre como será a sessão de<br />
tutoria, fazendo a avaliação<br />
individual ou geral dos<br />
comportamentos do plano de<br />
formação. Nesse momento, o<br />
tutorado atribuirá uma nota de<br />
0 a 10, verificando o que a nota<br />
representa; se uma nota abaixo<br />
das expectativas; se acima, de<br />
que ponto o tutorado partiu.<br />
● Caso o tutorado atribua uma<br />
nota inferior às expetativas do<br />
tutor, sugerir que o tutorado<br />
traga experiências vividas no<br />
papel de formador antes de<br />
fazer parte do Programa <strong>Tutoria</strong>.<br />
● Verificação da tomada de<br />
consciência com relação aos<br />
indicadores de mudança de<br />
prática presentes no repertório<br />
do tutorado, propostos pela<br />
Secretaria de Educação e pelo<br />
Programa <strong>Tutoria</strong> da Fundação<br />
Itaú Social.<br />
DEPOIS<br />
ENCAMINHAMENTOS DA SESSÃO D ETUTORIA<br />
● Tutor e tutorado ajustarão<br />
o plano de formação a<br />
partir da sessão de tutoria,<br />
compartilhando o documento<br />
em relação a escolhas, prazos e<br />
combinados.
Pensando nas estratégias e ações propostas no protocolo,<br />
nenhum passo sobrepõe o outro. Trata-se de um protocolo<br />
e não de uma receita a ser seguida em todas as situações e<br />
contextos. O tutor pode contribuir com outros momentos que<br />
transforme a sessão de tutoria em um campo de reflexão para<br />
tornar o plano de formação mais eficaz e eficiente no trabalho<br />
com o seu tutorado.<br />
Os resultados esperados e alcançados, com a prerrogativa<br />
do protocolo acima, são a clareza do tutorado em relação a<br />
autoformação e um novo olhar para sua prática como formador<br />
a partir do Programa <strong>Tutoria</strong>.<br />
CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />
É importante apontar, por meio desse protocolo, que a<br />
tematização do plano de formação à luz dos princípios de tutoria,<br />
como a corresponsabilização, a customização e a transparência, é<br />
uma ferramenta com a qual se terá contato permanente em todas<br />
as sessões de tutoria. Significa que nas sessões o documento<br />
será manuseado, consultado e/ou alterado de modo que seja um<br />
elemento vivo no processo de formação.<br />
Diante do estudo realizado pelos tutores Alley, ratifica-se que<br />
a metodologia formativa via tutoria prevê que um profissional<br />
nunca está pronto; pode sempre aperfeiçoar a sua prática por<br />
meio da ação formativa intencional e planejada de um par mais<br />
experiente.
3<br />
IMPORTÂNCIA DO REGISTRO<br />
“DIÁRIO DE BORDO”<br />
Por Maria Luiza Ramos1<br />
1 Tutora Pedagógica e de Área da Alley Consulting
INTRODUÇÃO<br />
O registro é um recurso importante para assegurar a<br />
sistematização de uma prática, de um programa, de um<br />
plano ou de um projeto. Também, é um instrumento que<br />
serve como memória, não uma simples memória, mas um<br />
registro que permite entender o processo e viabiliza uma<br />
reflexão sobre o ocorrido.<br />
A falta de registro compromete a sustentabilidade dessa<br />
experiência, já que os acontecimentos ficam na memória de cada<br />
participante e sabemos que a história pessoal passa por filtros<br />
emocionais que comprometem sua objetividade.<br />
Ao escrever uma prática, revisitamos a vivência, organizamos<br />
e articulamos o pensamento, o que nos leva a dialogar com esse<br />
experimento. O ato de escrever exige uma tomada de decisão<br />
e disciplina. Precisamos decidir o que é relevante registrar e ser<br />
disciplinado no relato.<br />
O registro das ações de um programa ou de um projeto<br />
tem dupla função. De um lado, permite seu acompanhamento<br />
e avaliação; de outro, constitui a memória e sistematização do<br />
conhecimento construído ao longo de sua duração.<br />
Outro ponto importante do registro é que ele permite ao<br />
outro conhecer a história de um projeto, de uma instituição, de<br />
uma pessoa. Com isso, é possível contar tudo o que aconteceu em<br />
determinado período.<br />
No programa de <strong>Tutoria</strong> desenvolvido pela Alley Consulting<br />
em parceria com a Fundação Itaú Social, os registros das sessões<br />
de tutoria são realizados nos Diários de Bordo.
DIÁRIO DE BORDO<br />
É um documento em que os tutores registram as sessões<br />
de tutoria realizadas com seus tutorados. Serve para registrar a<br />
ação passo a passo, tornando possível a retomada do caminho<br />
percorrido. É uma ferramenta de trabalho que pode ser utilizada<br />
para diversas funções:<br />
• Resgate do processo formativo das sessões anteriores, garantindo<br />
que a memória não escape.<br />
• Autoavaliação e autoaprendizagem do tutor.<br />
• Ampliação do conhecimento e monitoramento do processo.<br />
• Construção do legado de desenvolvimento do tutor e tutorado.<br />
Para que o Diário de Bordo seja uma fonte de aprendizagem,<br />
é importante observar:<br />
• O registro deve apresentar evidências e informações de baixa<br />
inferência.<br />
• Ser objetivo.<br />
• Identificar as pessoas participantes na sessão de tutoria.<br />
• Registrar as perguntas que conduzem a sessão, os avanços percebidos<br />
no tutorado, os combinados e os encaminhamentos para a sequência do<br />
processo de tutoria
Dessa forma, um Diário de Bordo bem estruturado<br />
apresenta um breve histórico contextualizando a sessão de<br />
tutoria realizada e, em seguida, descreve como se desenrola<br />
os diversos momentos da sessão, que pode ser uma conversa<br />
reflexiva entre tutor e tutorado ou uma observação de uma<br />
ação do tutorado.<br />
ETAPAS<br />
ANTES<br />
No espaço denominado antes, o registro deve prever que<br />
tutor e tutorado se encontraram para:<br />
• Levantar e alinhar<br />
os objetivos e resultados<br />
esperados pelo tutorado com a<br />
sessão de tutoria.<br />
• Negociar com o tutorado<br />
as áreas que gostaria de contar<br />
com a observação do tutor.<br />
• Definir estratégias que<br />
o tutorado usará na sessão<br />
de tutoria para alcance dos<br />
objetivos e resultados.<br />
• Vivenciar a sessão<br />
de tutoria fazendo uso<br />
do procedimento de Role<br />
Play, um estudo de caso e<br />
outras estratégias a serviço<br />
do desenvolvimento de<br />
comportamentos do tutorado<br />
para execução da sessão<br />
formativa in loco.<br />
• Retomar o plano<br />
de formação do tutorado,<br />
atrelando a ação formativa<br />
com os comportamentos que<br />
estão sendo trabalhados e<br />
os indicadores de mudança<br />
de prática dos envolvidos no<br />
Programa <strong>Tutoria</strong>.
DURANTE<br />
Em seguida, são registradas as informações sobre o que<br />
ocorreu durante a sessão – os dados observados, as falas ou<br />
questões estratégicas que foram realizadas durante a sessão de<br />
tutoria para avanço da formação do tutorado; as evidências que<br />
serão objeto de reflexão no momento posterior ao feedback.<br />
DEPOIS<br />
Outro espaço de registro da sessão de tutoria a constar no<br />
Diário de Bordo é o feedback depois da ação. É o relato de como<br />
o tutor levou o tutorado a refletir sobre o que ocorreu na sessão, a<br />
partir da autoavaliação relativa ao seu desempenho e evidências,<br />
informação que pauta o Plano de Formação do tutorado.<br />
Finalmente, o registro dos avanços do tutorado e dos<br />
combinados e encaminhamentos serve para acompanhamento e<br />
avaliação.<br />
Com esses elementos, o Diário de Bordo propicia ao tutor<br />
uma revisão de todo o processo, sempre com a perspectiva de<br />
formação do tutorado.<br />
A Alley mantém um espaço virtual como repositório de<br />
todos os Diários de Bordo, que podem ser acessados pelos tutores<br />
e gestores do Programa, constituindo-se, desta maneira, um<br />
instrumento de monitoria do processo de aprendizagem como<br />
memória viva.
4<br />
A CONDUÇÃO DO PROCESO DE<br />
FEEDBACK<br />
Por Fabile Scorciapino1<br />
1 Tutora Pedagógica e de Área da Alley Consulting
INTRODUÇÃO<br />
O feedback está pressente no trabalho diário de tutoria.<br />
Trata-se de uma conversa pautada pela observação e<br />
coleta de evidências observadas ou obtidas pelo tutor e/ou<br />
tutorado que subsidia um processo de reflexão, facilitando<br />
a compreensão de como as ações afetam o resultado. A<br />
troca de feedback propicia o encaminhamento de ações<br />
para o aprimoramento da prática.<br />
São muitas as finalidades que envolvem o feedback no<br />
contexto de tutoria, além das características que devem assegurar<br />
que o processo seja objetivo, significativo, estratégico, oportuno<br />
e honesto.<br />
Dar e receber feedback expressa uma grande dedicação do<br />
tutor, tanto em questões para explorar e compreender inquietações<br />
do tutorado, quanto na recomendação das melhores técnicas ou<br />
estratégias a serem adotadas no processo.<br />
Questionamentos e inquietação<br />
O que torna o ato de transmitir feedback difícil para você?<br />
O que o incomoda? O que você sabe sobre o modelo mental<br />
do seu tutorado? Quais são seus modelos mentais? Você está<br />
fazendo suposições com base no que sabe sobre o tutorado<br />
profissionalmente ou pessoalmente? São exemplos que ilustram<br />
a inquietação.<br />
Frente a esse desafio, a questão principal é: como conseguir<br />
que o tutorado chegue a um processo de reflexão durante o<br />
feedback?<br />
Para que isso aconteça, é necessário que o tutor garanta<br />
alguns passos.
É por meio da observação do tutorado, em suas práticas<br />
diárias, que o tutor consegue realizar um diagnóstico mais<br />
apurado sobre as áreas prioritárias a serem trabalhadas e, a<br />
partir daí, elaborar, em conjunto com o tutorado, o Plano de<br />
Formação.<br />
Colocar o Plano de Formação em prática exige esforços,<br />
tanto do tutor, quanto do tutorado, uma vez que ele é<br />
instrumento vivo e de referência para se avaliar os avanços<br />
e os desafios do trabalho de tutoria. O feedback viabiliza a<br />
análise desse processo e, consequentemente, seus avanços e<br />
resultados.<br />
1º<br />
PASSO<br />
Antes da observação da prática, é imprescindível que o tutor<br />
garanta uma conversa prévia de alinhamento para estabelecimento<br />
de pré-combinados com o tutorado sobre o que vai ser observado,<br />
por que e para quê, visto que o foco combinado previamente<br />
permitirá que tutor e tutorado se vejam no processo de feedback.<br />
Foco e acordos estabelecidos antecipadamente e observação da<br />
prática do tutorado realizada, é chegada a hora de pensar o que<br />
irá guiar o feedback.<br />
A prática compartilhada nesse relato foi realizada com o<br />
intuito de solucionar a questão relacionada à postura adotada<br />
pelo tutorado no momento do feedback. O tutor deu um feedback<br />
estratégico, onde as ações foram pensadas, selecionadas e<br />
priorizadas a partir do foco estabelecido, do contexto e da abertura<br />
do tutorado para receber e aceitar as informações. Nesse sentido,<br />
vale destacar que o feedback precisou de um recorte, visto que<br />
não seria eficaz detalhar muitas áreas de uma única vez.<br />
Com o intuito de criar um espaço para que o tutorado<br />
refletisse sobre as consequências de suas ações e comportamentos,<br />
conscientes ou não, o primeiro passo foi resgatar o foco<br />
anteriormente acordado, recuperando o objetivo da sessão.
2º<br />
PASSO<br />
A partir da retomada, o tutorado foi orientado a pensar sobre<br />
o percurso trilhado por ele durante o feedback que possibilitou o<br />
alcance do objetivo proposto, de preferência, trazendo evidências<br />
que constatassem o percurso relatado. É relevante ressaltar o<br />
quanto a estratégia apontada colabora para que o tutorado se<br />
veja na ação, uma vez que ao ser desafiado a relembrar suas ações<br />
e a refletir no modo como conduziu o processo, automaticamente<br />
o tutorado reflete sobre sua postura, pois não só retoma a “ação”,<br />
como também a “reação” que vem do outro.<br />
3º<br />
PASSO<br />
O confronto de observações de baixa inferência e de evidências<br />
(falas ou ações) entre tutor e tutorado é muito importante nesse<br />
momento, uma vez que possibilita o despertar de um olhar<br />
de estranhamento do tutorado sobre a postura adotada em<br />
determinados momentos do processo de feedback.<br />
A percepção do tutorado em relação a sua performance na<br />
ação é fator primordial para o seu desenvolvimento. Após refletir<br />
sobre o seu percurso, questionar como se viu na ação, é essencial<br />
para entender como o tutorado reconhece o seu desenvolvimento<br />
ao longo das sessões de tutoria.
4º<br />
PASSO<br />
Esse é um ponto importante que marca o feedback<br />
como uma via de mão dupla. Quando o tutorado menciona<br />
sua visão em relação ao processo, é possível captar aberturas<br />
de entendimento conceituais ou até mesmo desconfortos<br />
em relação aos comportamentos trabalhados no Plano de<br />
Formação. Concentrando-se na fala do tutorado e focando no<br />
seu desenvolvimento, o tutor poderá buscar novas estratégias ou<br />
melhorias em sua própria atuação.<br />
5º<br />
PASSO<br />
No encerramento da sessão, após registrar o percurso do<br />
tutorado e resgatar o que ficou de importante no acompanhamento,<br />
perguntar sobre os avanços possíveis no seu desempenho e se há<br />
oportunidade de crescimento.<br />
Esse é um momento crucial para reflexão do tutorado, já que<br />
a partir da percepção sobre sua própria atuação, é possível fazêlo<br />
perceber que o feedback é um processo contínuo, dinâmico e<br />
recíproco, e que não está limitado a um período de tempo fixo,<br />
mas que resulta em aprendizagem aplicável.
5<br />
SESSÕES<br />
O QUE FAZER QUANDO O<br />
TUTORADO DESMARCA<br />
FREQUENTEMENTE?<br />
Por Maria Luiza Ramos1<br />
1 Tutora Pedagógica e de Área da Alley Consulting
O tutorado iniciou o processo revelando seu entusiasmado<br />
a dinâmica,, afirmando que a metodologia o ajudaria a<br />
refletir sobre sua prática profissional e permitiria realizar<br />
a transformações que desejava.<br />
Após algumas sessões, começou a desmarcar os encontros<br />
com o tutor, sob a alegação de ter recebido muitas tarefas de seu<br />
chefe, que exigiam tempo e dedicação.<br />
Diante da situação, o tutor fez uma análise da situação<br />
considerando vários aspectos:<br />
• Qual o real motivo dos frequentes adiamentos das sessões?<br />
• O que de fato estaria acontecendo?<br />
• Por que o tutorado estaria fugindo das sessões?<br />
• Os obstáculos seriam desculpas verdadeiras?<br />
• O tutorado estaria resistindo inconscientemente ao processo de<br />
tutoria?<br />
Analisando as sessões anteriores, o tutor percebeu a<br />
importância de conversar com o tutorado e fazê-lo refletir sobre<br />
suas atitudes.
Nessa sessão, o tutor relembrou ao tutorado as perspectivas<br />
futuras, quantas sessões deveriam ser realizadas para concretizar<br />
seu plano de formação, quando acordou um cronograma com as<br />
futuras sessões.<br />
O tutorado comprometeu-se a cumprir a agenda e o processo<br />
foi retomado conforme o combinado.Passado determinado tempo,<br />
o tutorado voltou a desmarcar os compromissos de tutoria, com<br />
o mesmo argumento. O tutor o chamou para uma nova sessão,<br />
agora, com o intuito claro de descobrir o real motivo da atitude<br />
que se repetia.<br />
Durante a sessão, o tutorado foi convidado a refletir sobre a<br />
situação a partir das seguintes perguntas:<br />
• O que ele pensava a respeito da tutoria?<br />
• Como se sentia no processo de tutoria?<br />
• Que sentido a tutoria fazia para ele?<br />
• Poderia identificar algum benefício do processo de tutoria em sua<br />
prática profissional?<br />
• Quais as consequências dos constantes adiamentos das sessões?<br />
• O que desejava obter como resultado de seu plano de formação?
Após as reflexões, o tutorado<br />
manifestou disposição para rever sua<br />
atitude. O tutor pediu que relacionasse<br />
suas funçõesa fim de identificar a<br />
posição que a tutoria ocupava na sua<br />
vida.<br />
Foram elencadas mais de 10<br />
funções atribuídas pela chefia, entre<br />
elas, a tutoria. No passo seguinte, o<br />
tutorado organizou as funções por<br />
ordem de importância e identificou as<br />
que poderia delegar.<br />
Nessa lista, a tutoria foi colocada<br />
em primeiro lugar , sinalizando que ele<br />
estava realmente disposto a priorizá-la<br />
no seu dia a dia.<br />
A partir daí, o tutorado passou a<br />
cumprir a agenda combinada com o<br />
tutor, envolvendo-se fortemente com<br />
as atividades propostas em seu plano<br />
de formação.<br />
Esse é apenas um exemplo, mas,<br />
sabemos, comum em situações que<br />
indicam resistência inconsciente ao<br />
processo de tutoria. O que levaria<br />
um tutorado que se diz aderente<br />
à tutoria a resistir consciente ou<br />
inconscientemente a esse processo?<br />
Vale lembrar, que a tutoria é uma<br />
metodologia de formação em serviço<br />
que leva à tomada de consciência da<br />
prática do tutorado, e tem o propósito<br />
de provocar mudanças dessa prática em<br />
busca do aperfeiçoamento profissional.<br />
A tomada de consciência é um<br />
processo complexo que reúne “a<br />
vontade de saber com a de não saber”,<br />
segundo Perrenoud . Segundo o autor<br />
“a tomada de consciência apresenta<br />
riscos”, dos quais o mais simples é o da<br />
desorganização da ação feita no “piloto<br />
automático”.<br />
A mudança de hábito conduz<br />
o indivíduo a uma situação<br />
desconfortável, inerente à tomada de<br />
consciência do seu modo de agir. É um<br />
processo doloroso, pois pode rebater<br />
em conteúdos pessoais que não<br />
querem ser vistos nem admitidos pelo<br />
indivíduo.
Para Perrenoud, o custo da tomada de consciência é maior<br />
nas profissões humanistas, uma vez que lidam “com o poder, a<br />
crueldade, a tolerância, a paciência, a preocupação consigo mesmo<br />
e com o outro, a relação com o saber...” Esse trabalho pressupõe<br />
uma relação do indivíduo com sua vida, com sua identidade.<br />
O autor propõe a postura reflexiva, em que se reconhece o<br />
custo/benefício da mudança como o caminho para que o indivíduo<br />
se disponha a enfrentar o desconforto da tomada de consciência.<br />
Após a tomada de consciência de seu modo de agir, o desejo<br />
de mudança resulta da insatisfação do indivíduo em relação a<br />
algum aspecto de sua prática. Para além da prática profissional, a<br />
mudança mexe com aspectos pessoais que envolvem um conjunto<br />
de sentimentos ligados à sua forma de ser no mundo, autoconfiança,<br />
amor próprio, o sentido de seu trabalho e de sua vida.<br />
Concluindo, vale destacar os passos percorridos pelo tutor<br />
que levaram à mudança do comportamento do tutorado e seu<br />
engajamento no processo de tutoria:<br />
• Entendimento de como o tutorado funcionava. Para isso, foi necessário<br />
observação precisa e análise das evidências compiladas no decorrer das<br />
sessões de tutoria.<br />
• Reflexões em conjunto com o tutorado a respeito do sentido de seu<br />
trabalho como formador e a oportunidade e preparação que a tutoria<br />
proporciona<br />
• Persistência na manutenção do vínculo com o tutorado<br />
• Busca de brechas na agenda do tutorado para abrir espaço para as<br />
sessões de tutoria<br />
• Respeito aos limites do tutorado em relação ao seu processo de<br />
mudanças
6<br />
COMO AJUDAR O TUTORADO A<br />
ENFRENTAR SEUS MEDOS<br />
Por Vera Lucia Teixeira Gomes Zanardi1<br />
1 Tutora Pedagógica e de Área da Alley Consulting
O feedback é uma das estratégias utilizadas no Programa<br />
<strong>Tutoria</strong>. Permite refletir, dar suporte e avaliar uma ação,<br />
de forma a despertar elementos que auxiliem novos<br />
pensamentos e sirvam para ajustar o processo de<br />
aprendizagem. Muitas vezes, se faz necessário tocar<br />
em pontos de imprecisão ou divergência estimulando<br />
reflexões e indagações.<br />
Como agir diante de uma situação<br />
onde um tutorado, após uma sessão<br />
de observação em sala de aula, não<br />
consegue realizar o feedback com<br />
a professora, tendo vivido outros<br />
momentos em que a estratégia foi<br />
utilizada com sucesso?<br />
Em alguns momentos, é preciso<br />
investigar os motivos pelos quais um<br />
tutorado não consegue efetivar uma<br />
determinada ação. A situação foi a<br />
seguinte: durante a sessão, em um<br />
processo de feedback, a tutora constata<br />
que a tutorada não realizou o feedback<br />
por “medo” de magoar a professora. A<br />
sessão aconteceu na escola, e a tutorada<br />
já tinha feito o levantamento de<br />
evidências. Seu objetivo era observar a<br />
professora em sala e apurar evidências<br />
para entender suas dificuldades, na<br />
escola e nas aulas.<br />
A tutorada já tinha estado na<br />
escola algumas vezes, conversado com<br />
a Diretora, Coordenadora e grupo de<br />
professores, incluindo a professora<br />
observada. A observação em sala de<br />
aula e o feedback seria a última etapa<br />
do diagnóstico, no qual a tutorada teria<br />
as evidências coletadas para a conversa.<br />
Após a realização do combinado entre<br />
elas, seria traçado um plano de ação<br />
para auxiliar a professora nas suas<br />
relações.<br />
No término da aula, ao invés de<br />
realizar o feedback com a professora,<br />
a tutorada manteve uma conversa<br />
investigativa como se estivesse<br />
iniciando o processo, buscando<br />
evidências sobre a situação. A conversa<br />
não provocou reflexões sobre a ação e<br />
não teve desdobramentos.
O desafio da tutora era descobrir a razão pela qual a<br />
tutorada não tinha realizado o feedback e prepará-la para que<br />
retornasse à escola e fizesse o feedback com a professora.<br />
O PASSO A PASSO PARA VENCER O DESAFIO<br />
Entender as razões pelas quais a tutorada não conseguiu realizar o<br />
feedback.<br />
1º<br />
PASSO<br />
Durante o feedback, a tutorada relatou que seu marido tinha passado por uma situação<br />
constrangedora na escola que lecionava.<br />
Sugeri que falasse um pouco sobre esse episódio. A tutorada relatou então que o coordenador<br />
da escola em que seu marido trabalhava, solicitou, em uma reunião com o diretor, que ele e mais dois<br />
professores dessem uma aula. Ao final, o coordenador deu um feedback expondo os pontos negativos<br />
das aulas observadas. Esse comportamento o deixou arrasado. Ao chegar em casa e saber do ocorrido,<br />
a tutorada disse ao marido que tinha sido um parecer e não um feedback: “esse coordenador precisava<br />
passar pela tutoria para, de fato, saber o que é um feedback”. Quando perguntei se isso a tinha afetado,<br />
disse: “não esqueci do episódio; isso me tirou o sono por alguns dias”.<br />
2º<br />
PASSO<br />
Explorar o sentimento da tutorada ao receber meus feedbacks.<br />
Após algumas perguntas investigativas, pude perceber que a tutorada se sentia bem com os meus<br />
feedbacks. “Se os meus feedbacks não te causam mal-estar, o que eles têm de diferente?”, questionei. E<br />
ela claramente, diferenciou um feedback de um parecer: em um parecer, a pessoa fala o que pensa que<br />
deveria ser mudado ou aponta o que faria; diferentemente de fazer a pessoa pensar na ação, indica os<br />
erros. E, completou, que os meus questionamentos sempre a levaram a pensar nas suas ações, no que<br />
poderia fazer diferente.<br />
Perguntei, então, se era possível realizar um feedback com a professora sem causar esse<br />
desconforto? “Penso que sim”, respondeu. “Você tem ideia de como isso poderia ser feito?”, questionei.<br />
“Preciso de ajuda para me fortalecer e buscar um caminho”, revelou.<br />
3º<br />
PASSO<br />
Refletir sobre a observação.<br />
Perguntei a ela se tinha algo a falar sobre a aula da professora. A tutorada elencou vários pontos<br />
anotados durante a observação da aula; olhamos cada um e, juntas, tratamos os itens.<br />
Em alguns momentos, percebi inferências, e trabalhei as observações da tutorada. Identificamos quais<br />
eram, de fato, as atitudes da professora que evidenciavam sua prática. Por fim, questionei se essas<br />
evidências poderiam ser trabalhadas no feedback. A tutorada concordou.
4º<br />
PASSO<br />
Selecionar evidências relevantes a serem trabalhadas<br />
Analisamos as evidências e decidimos as que seriam trabalhadas com a professora.feedback. A<br />
tutorada concordou.<br />
5º<br />
PASSO<br />
Ajudar a tutorada a elaborar perguntas que poderiam levar a professora<br />
a refletir sobre sua prática.<br />
Destacar a escuta ativa, que dá o direcionamento da conversa no decorrer do feedback.<br />
6º<br />
PASSO<br />
Realizar um role play com a tutorada<br />
A tutora como professora no início e depois, inverter os papéis.<br />
Analisar o role play.<br />
7º<br />
PASSO<br />
Ao discutir como foi a experiência do role play para a tutorada, ela relatou que viver os dois papéis<br />
foi importante, que a fortaleceu para a ação. Continuamos a conversa sobre a importância de conter o<br />
ímpeto de julgar e interpretar; entender como o outro nos vê e estar atento a ele, facilita a nossa ação.<br />
Fazer role play permite que o tutorado se coloque no lugar do outro; possibilita a experimentação de<br />
novos comportamentos.<br />
8º<br />
PASSO<br />
Realizar a ação.<br />
A ação foi realizada com sucesso. Após esse episódio, a tutorada passou por vários feedbacks e<br />
evoluiu a cada sessão. A escolha pelo role play permitiu explorar possibilidades de decisões e resultados.<br />
Ao trabalhar, “vencer o medo” da tutorada, pude refletir sobre minha própria escolha com relação a<br />
eficiência da técnica adotada. Sempre que tenho oportunidade, lanço mão desse recurso.
7<br />
A ESTRATÉGIA DE OBSERVAÇÃO<br />
DE SALA DE AULA E A<br />
IMPORTÂNCIA DA PRÁTICA DO<br />
REGISTRO<br />
Por Fabile Scorciapino1<br />
1 Tutor Pedagógico e de Área da Alley Consulting.
INTRODUÇÃO<br />
Sala de aula é um lugar de muitos aprendizados visto<br />
que, a partir do que acontece dentro dela, a equipe<br />
gestora poderá detectar demandas de formação<br />
continuada para o corpo docente.<br />
O procedimento da observação em sala de aula,<br />
prevista no Programa <strong>Tutoria</strong>, visa identificar, junto<br />
aos professores, as principais dificuldades do processo<br />
de ensino e aprendizagem, e ajudá-los a trabalhar de<br />
maneira personalizada com seus alunos. Seu objetivo,<br />
enquanto prática colaborativa, é qualificar a ação do<br />
professor em serviço, provocando estímulos para ele<br />
exercitar o planejamento e a gestão das aulas. O olhar<br />
focado do tutor, nesse momento, é imprescindível<br />
para gerar reflexão no professor, de forma a colaborar<br />
com uma eventual mudança de prática.<br />
No Programa <strong>Tutoria</strong>, a observação em sala de<br />
aula envolve a equipe gestora e os professores com o<br />
propósito de garantir e melhorar a aprendizagem dos<br />
alunos, e criar uma rede colaborativa de aprendizagem.
PARA QUE ESTE PROCEDIMENTO SEJA EFICAZ<br />
E PROMOVA MUDANÇA DE PRÁTICA, É<br />
IMPRESCINDÍVEL GARANTIR ALGUMAS ETAPAS:<br />
• A conversa preliminar com o professor deve ser esclarecedora; a<br />
forma como o propósito da ação for comunicada define a receptividade<br />
do docente em abrir a sala de aula.<br />
• Antes da observação, é importante verificar se existe um planejamento<br />
de aula a ser considerado.<br />
• Garantir o alinhamento, entre os envolvidos, dos pontos a serem<br />
observados, ou seja, das prioridades do momento.<br />
• Certificar-se do entendimento do professor sobre o processo que<br />
envolve a aplicação do procedimento “observação de sala de aula”.<br />
• É importante que os envolvidos se preparem para esse momento.<br />
• É imprescindível fazer um registro das observações; os dados<br />
coletados devem respaldar o feedback.<br />
• Garantir que o feedback seja realizado, preferencialmente, após a<br />
observação; é o momento de discutir os pontos observados de acordo<br />
com o pré-estabelecido e, assim, contribuir para uma eventual mudança<br />
na prática pedagógica.<br />
Nessa sessão, o tutor relembrou ao tutorado as perspectivas futuras, quantas<br />
sessões deveriam ser realizadas para concretizar seu plano de formação, quando<br />
acordou um cronograma com as futuras sessões.<br />
O tutorado comprometeu-se a cumprir a agenda e o processo foi retomado<br />
conforme o combinado.
O registro é peça-chave no procedimento da observação de sala de aula;<br />
no entanto fazer apontamentos não é tarefa fácil. Inconscientemente, o ser<br />
humano tende a capturar informações que ajudam a confirmar o seu “préconceito”,<br />
relegando informações divergentes.<br />
Ao ler o registro de duas pessoas sobre uma mesma situação, é comum se<br />
deparar com descrições distintas; cada uma seleciona informações e detalhes<br />
específicos, evidenciando os respectivos modelos mentais.<br />
Os modelos mentais definem a capacidade de ação e reação diante das situações,<br />
das mais simples às mais complexas, ou seja, definem o comportamento. Estão<br />
intrinsecamente ligados às vivências, crenças e valores.<br />
Registrar uma situação com base em evidências, sem deixar que os modelos<br />
mentais prevaleçam, é imperativo no Programa <strong>Tutoria</strong>. Partindo desse<br />
pressuposto, uma sessão coletiva de tutoria foi cuidadosamente planejada<br />
para que os tutorados pudessem direcionar o olhar para os indícios durante a<br />
observação em sala de aula.<br />
CONFIRA OS RESULTADOS:<br />
A sessão foi baseada na observação de uma aula fictícia<br />
extraída de trechos do filme “O Menino Maluquinho”. Em dupla,<br />
e sob gestão do tutor, os tutorados foram convidados a fazer um<br />
registro esquemático com foco na ação da professora. O registro<br />
esquemático é o conjunto das ideias mais importantes, expressas<br />
em frases curtas.<br />
Após observação da aula e leitura silenciosa do registro<br />
esquemático, os tutorados fizeram um registro descritivo,<br />
indicando a ocorrência dos fatos da situação observada de forma<br />
objetiva e com o eixo na ação da professora.<br />
Os tutorados foram orientados a trocar os registros uns com<br />
os outros, com o propósito de identificar palavras e expressões que<br />
denotassem julgamentos, avaliações, inferências ou impressões,
ao invés de fatos.<br />
Analisando os apontamentos e destaques feitos pelo colega, o<br />
tutorado pode identificar o quanto as palavras e termos registrados<br />
estavam relacionados à sua interpretação ou o como agiria diante<br />
da situação. Pode perceber que não havia relatado evidências<br />
relacionadas ao foco da observação: a ação da professora.<br />
Ao discutir coletivamente as palavras e termos utilizados<br />
para descrever a aula observada, os tutorados foram impelidos à<br />
reflexão sobre a importância de manter o foco combinado durante<br />
a observação em sala de aula. Além disso, a não julgar nenhuma<br />
ação antes de compreendê-la.<br />
Para concluir a sessão, os tutorados fizeram um registro coletivo da aula<br />
observada com foco na ação da professora, relatando apenas as evidências.<br />
Ou melhor, descreveram as atitudes da professora, sem emitir julgamento ou<br />
opiniões sobre o que deveria ter feito.
FEEDBACK<br />
8NAVEGANDO POR OUTROS MARES<br />
Por Rodnilson Luiz Ferreira1<br />
1 Tutor Pedagógica e de Área da Alley Consulting
INTRODUÇÃO<br />
“Por mares nunca de antes navegados<br />
Passaram ainda além da Taprobana,<br />
Em perigos e guerras esforçados<br />
Mais do que prometia a força humana,<br />
E entre gente remota edificaram<br />
Novo Reino, que tanto sublimaram; [...]”.<br />
Luís Vaz de Camões<br />
No Canto I, da obra Os Lusíadas,<br />
Luís de Camões, maior poeta da língua<br />
portuguesa, diz “Por mares nunca de<br />
antes navegados” essa célebre frase. E<br />
é nessa concepção que o tutor precisa<br />
lançar mão no momento formativo<br />
com o seu tutorado.<br />
Entende-se que a tutoria,<br />
metodologia de formação em serviço,<br />
se constitui de protocolos, princípios,<br />
estratégias, comportamentos e<br />
competências específicos. Mas o tutor<br />
formador precisa ousar nos caminhos<br />
planejados para formar o tutorado,<br />
respeitando o tempo e estilo de<br />
aprendizagem de cada um de seus<br />
formandos.<br />
Diante desse presente exposto,<br />
este texto visa a uma reflexão acerca<br />
do feedback, mais especificamente,<br />
discutir as diversas estratégias ou<br />
possibilidades para se iniciar esse pilar<br />
na formação de adultos sob a luz da<br />
metodologia de formação em serviço.<br />
Placco (2015, p. 54) nos diz que<br />
a metacognição é uma “atividade em<br />
que os processos mentais – percepção,<br />
observação, atenção, memorização,<br />
pensamento, reflexão, compreensão,<br />
apreensão, entre outros – se constituem<br />
em objeto de reflexão”. E que há<br />
uma relação entre metacognição e a<br />
aprendizagem do adulto, ou seja, “A<br />
metacognição é fundamental para essa<br />
aprendizagem, pois, ao compreender<br />
como aprende, o adulto poderá<br />
regular esse processo, ampliando-o<br />
e aprofundando-o de maneira a<br />
identificar a lógica de seu pensar e de<br />
seu aprender” (Placco, 2015: 53).<br />
Que estratégias ou possibilidades<br />
são essas? Existe uma receita ou<br />
protocolo? Há um caminho mais<br />
assertivo ou preponderante a seguir?
Esses questionamentos nos instigam na função de tutor na formação<br />
de um adulto a partir do desenvolvimento de comportamentos<br />
e competências a serviço da mudança de prática. Dar e receber<br />
feedback representa uma grande dedicação por parte do formador.<br />
Tanto nas questões que envolvem explorar e compreender algumas<br />
inquietações: O que torna o ato desse diálogo formativo difícil para<br />
você? O que o incomoda? O que você sabe sobre o modelo mental<br />
de seu tutorado? Quais são os seus modelos mentais? Você está<br />
fazendo suposições com base naquilo que sabe sobre o tutorado<br />
profissionalmente ou pessoalmente? Evidências ou inferências?<br />
Ou como nas melhores estratégias e possibilidades para se utilizar<br />
nesse momento a serviço da formação do outro.<br />
Como nos diz Camões “Por mares nunca de antes navegado”,<br />
o tutor precisa ousar, compreender que não existe apenas um<br />
caminho a ser trilhado, estar inteiro na sessão de tutoria para<br />
que lance mão de novas estratégias ou possibilidades, ou seja,<br />
oportunizando-se navegar por outros mares.<br />
CONTEXTUALIZAÇÃO<br />
Diante do presente exposto, o trabalho fará uma discussão<br />
acerca de algumas possibilidades e estratégias na condução do<br />
feedback, com a intencionalidade e clareza na promoção de um<br />
diálogo reflexivo entre tutor e tutorado.<br />
Esta discussão não tem como pressuposto apresentar uma<br />
receita ou passo a passo acerca desse motor da formação em<br />
serviço, mas propiciar um espaço de reflexão entre o formador<br />
de formadores, buscando fortalecer e ressignificar a prática desse<br />
profissional. Dessa forma, o campo a seguir trará possibilidades<br />
na condução de um feedback, ou seja, que pode ser, acontecer ou<br />
praticar, mas que é possível, desde que o tutor se atente ao estilo<br />
de aprendizagem de seu tutorado.
POSSIBILIDADES<br />
NA CONDUÇÃO DE UM<br />
FEEDBACK<br />
2ª Possibilidade: No procedimento de tutoria<br />
denominada de “antes”, o tutor negocia com<br />
o tutorado alguns passos do planejamento<br />
da sessão de tutoria (objetivos, resultados,<br />
estratégias e marcação de pontos a serem<br />
observados in loco) e inicia o processo reflexivo<br />
do feedback a partir desses elementos, pondo<br />
luz nas fortalezas do tutorado. Mesmo diante<br />
de uma área de melhoria, sempre percebemos<br />
pontos positivos em algum aspecto. Isso garante<br />
que o outro tenha ciência de seus pontos fortes<br />
em que se ancorar.<br />
4ª Possibilidade: Iniciar o processo reflexivo do<br />
feedback a partir do procedimento de tutoria<br />
(ANTES/DURANTE/DEPOIS), oportunizando<br />
ao tutorado uma reflexão acerca desses<br />
momentos. Exemplo: é uma possibilidade<br />
bastante assertiva quando o tutor tiver a<br />
intencionalidade de pensar com o tutorado<br />
o passo a passo de alguns procedimentos da<br />
tutoria: Caminhada Pedagógica e Observação<br />
de Práticas Pedagógicas.<br />
1ª Possibilidade: Esta é uma estratégia bastante<br />
utilizada no momento de dar um feedback. O<br />
tutorado contextualiza a sessão de tutoria , em<br />
seguida, reflete sobre os pontos positivos e<br />
pontos a serem desenvolvidos e termina com<br />
os combinados e encaminhamentos. Pode ser<br />
o procedimento mais usado, mas há outras<br />
possibilidades e veremos isso a seguir.<br />
3 ª Possibilidade: Iniciar o processo reflexivo<br />
do feedback a partir do que o tutorado<br />
percebe que fez bem, o que não fez conforme o<br />
planejado e na possibilidade da mesma sessão<br />
de tutoria, o que ele faria de diferente. Diante<br />
dessa estratégia pautada na autoavaliação e<br />
autorregulação, o tutor precisa estar muito<br />
atento e inteiro à resposta dada pelo tutorado,<br />
pois a percepção trazida será o foco do diálogo<br />
formativo.<br />
5ªPossibilidade: Outra possibilidade do<br />
processo reflexivo é trazer para a conversa<br />
os comportamentos priorizados no Plano de<br />
Formação do tutorado. Essa estratégia pode<br />
ser o ponto de partida ou de finalização desse<br />
momento, mas que em todas as sessões de<br />
feedback essa premissa precisa permear o<br />
diálogo entre tutor e tutorado, calibrando a<br />
autoavaliação inicial construída pelo tutorado<br />
acerca da matriz de comportamentos de um tutor.
CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />
E qual seria a contribuição da ousadia no desempenho da função<br />
de um tutor? O texto teve o propósito de trazer uma reflexão<br />
acerca de algumas possibilidades na condução de feedback,<br />
compreendendo que há outros caminhos para garantir esse<br />
momento de diálogo formativo entre tutor e tutorado. Ousar,<br />
mas sempre focado no outro e que as estratégias planejadas<br />
intencionalmente estão a serviço do crescimento profissional do<br />
adulto em formação.<br />
E como se permitir que tudo isso de fato ocorra? É preciso<br />
que o tutor esteja disposto, invista e se permita caminhar por<br />
outros caminhos. Valem ressaltar as duas estratégias formativas<br />
da metodologia de formação via tutoria: facilitadora e diretiva.<br />
Sabe-se que diferença do nosso trabalho com o de assessoria<br />
educacional é a busca constante pelo processo reflexivo que<br />
conduza à mudança de uma prática mais eficaz. Uma estratégia<br />
não sobrepõe à outra. Nas sessões de tutoria, o tutor faz uso de<br />
ambas com bom senso e fluidez ao lançar mão de uma ou outra,<br />
sempre a serviço do tutorado.<br />
Estudos e a prática no Programa <strong>Tutoria</strong> nos mostram<br />
que o processo de metacognição é central quando se trata da<br />
aprendizagem de adultos, isto é, possibilitar um espelho para<br />
que o outro se olhe a partir de sua prática. Dessa forma, o adulto<br />
tutorado toma consciência de seu pensar, de seu sentir, e de como<br />
pensa sobre esse pensar e sentir. Essa clareza, possibilita que o<br />
sujeito regule seu próprio processo de aprendizagem e, a partir<br />
daí, enxergue, perceba e invista em sua autoformação.<br />
Em síntese, essa metodologia traz como premissa o<br />
fortalecimento, o novo olhar, a negociação de significados e<br />
sentidos, a escuta ativa, estar inteiro, dar e receber feedback, a<br />
leitura de contexto, a observação da prática, foco, ser estratégico, a<br />
parceria, o protagonismo do tutorado entre outras ações essenciais<br />
na formação em serviço. Esses princípios só se constituem quando<br />
o tutor traz consigo a intencionalidade ao processo formativo,<br />
garantindo que as sessões de tutoria aconteçam de forma dialógica<br />
e dialética.
9<br />
COMO TRABALHAR A TUTORIA A<br />
PARTIR DE UMA<br />
“SESSÃO GRAVADA”<br />
Por Maria Luiza Ramos1<br />
1 Tutora Pedagógica e de Área da Alley Consulting
INTRODUÇÃO<br />
O tutor e o tutorado devem olhar a prática da tutoria como<br />
objeto de reflexão, com o intuito de promover avanços na<br />
formação do tutorado.<br />
Nessa perspectiva, a reflexão a posteriori, com o devido<br />
distanciamento do calor do momento, permite ao tutorado refletir<br />
sobre sua ação para compreender a situação vivenciada e aprender<br />
com ela. Trata-se, assim, de tematizar a prática.<br />
A tematização da prática é uma estratégia de formação potente,<br />
que implica em análise de experiências e situações vivenciadas<br />
que permitam a reflexão sobre a atuação do tutorado, de modo<br />
que possam gerar aprendizagens a serem utilizadas em situações<br />
futuras.<br />
Neste caso, o uso da gravação por voz ou vídeo constitui-se em<br />
recurso importante que permite ao tutorado revisitar sua prática,<br />
em atitude de observador de sua própria atuação. Na posição de<br />
observador de si mesmo, é mais fácil enxergar fatos que, durante<br />
a ação, passaram despercebidos.<br />
Ao se ouvir ou ver em ação, o tutorado pode refletir sobre<br />
o que aconteceu, o que fez ou deixou de fazer, bem como sobre<br />
os resultados de sua ação. Com isso, o tutorado pode fazer um<br />
balanço de suas intencionalidades em cada momento do seu<br />
fazer, identificar o que ele fez bem, refletir sobre o impacto de suas<br />
ações, sempre na perspectiva de se preparar para uma próxima<br />
vez. Dessa forma, a estratégia de uso de gravação oportuniza<br />
não só o olhar do tutor, mas também o olhar do tutorado sobre<br />
sua própria atuação, uma vez que permite rever trechos da ação,
sempre que é desejável um olhar mais atento a detalhes.<br />
Sendo a tutoria uma formação em serviço, sempre haverá uma<br />
próxima vez e, cada ação, deve ser compreendida dentro de um<br />
processo formativo do tutorado.<br />
Em duas experiências de sessões de tutoria de tematização<br />
da prática com uso de vídeos do tutorado em ação, foi possível<br />
exercitar a prática reflexiva em que o tutorado se coloca na posição<br />
de observador de si mesmo.<br />
Nessas sessões, tutor e tutorado assistiram aos vídeos gravados<br />
anteriormente durante uma ação, interrompendo a exibição em<br />
momentos estratégicos para analisarem a atividade do tutorado<br />
naquele ponto. Foram escolhidos para análise momentos que<br />
mereciam destaque porque o tutorado tinha se desempenhado<br />
muito bem, momentos que deveriam ser objeto de análise para<br />
entender sua intencionalidade ao agir de determinada forma e<br />
momentos em que o tutorado se percebia agindo em descompasso<br />
com os princípios da tutoria.<br />
SESSÃO1<br />
Em uma sessão de tutoria, o vídeo foi usado para tematizar a prática de um tutorado,<br />
com objetivo de analisar sua performance em que conduzia um encontro de formação<br />
coletiva, especificamente nos momentos de diálogo com os participantes, para que<br />
se percebesse o modo como fazia perguntas e a qualidade dessas perguntas. Assim,<br />
procurou-se identificar que tipos de perguntas eram feitas e o quanto elas levaram os<br />
participantes a refletirem sobre o conteúdo em estudo.<br />
Após a análise do vídeo, o tutorado avaliou que essa sessão foi muito rica. Ao se<br />
colocar como observador de si mesmo, pode perceber o quanto avançou nas habilidades<br />
de questionamentos e os pontos em que ainda precisava de atenção. A autoanálise lhe<br />
permitiu perceber onde poderia ter agido diferente, com mais perguntas instigantes<br />
e que poderiam ter potencializado a discussão. O tutorado avaliou que os dois pontos<br />
de vista sobre a ação – do tutor e do tutorado – ampliaram suas possibilidades de<br />
aprendizagem. Assim, sentia-se mais preparado para uma nova oportunidade em que<br />
teria que usar questionamentos reflexivos.
SESSÃO2<br />
A segunda sessão de tutoria com uso de vídeo para tematizar a prática seguiu o<br />
mesmo procedimento – paradas estratégicas durante a exibição do vídeo, para análise<br />
do desempenho do tutorado. Desta vez, o vídeo era de uma ação do tutorado em uma<br />
sessão de tutoria pedagógica com um diretor de escola.<br />
A intenção da análise era identificar o quanto o tutorado exercia a estratégia<br />
facilitadora, o quanto fazia perguntas que levassem o diretor a refletir sobre os resultados<br />
de avaliações externas da escola e a pensar em intervenções pedagógicas ou ações<br />
pedagógicas, ou seja, pensar em condições que promovessem a aprendizagem dos<br />
alunos. Para atingir esse intento, o tutorado deveria demonstrar que tinha escuta ativa e<br />
que usava de paráfrases, fazia perguntas esclarecedoras, investigativas e autênticas.<br />
Nessa sessão, o tutorado percebeu que, em alguns momentos, conseguiu reflexões<br />
significativas do diretor e que o fez pensar em algumas ações decorrentes da análise<br />
dos resultados de desempenho da escola estudados. Porém, em diversos momentos da<br />
sessão, o tutorado se percebeu agindo de maneira diferente da que havia se proposto,<br />
pois se viu analisando dados da escola no lugar do diretor. Ao ser perguntado sobre os<br />
motivos que o levaram a agir dessa forma, disse que não havia se dado conta de que<br />
agira assim e que só percebeu ao assistir ao vídeo.<br />
Essa experiência evidencia o quanto o vídeo potencializa a formação do tutorado,<br />
pois a imagem é um recurso mais forte do que a simples lembrança do ocorrido.<br />
Alguns desafios para realizar uma sessão para<br />
tematizar uma ação gravada é convencer o<br />
tutorado a se expor em vídeo ou áudio, pois,<br />
nem sempre ele se sente à vontade para isso.<br />
Outro ponto é o tutor e o tutorado terem<br />
habilidades para lidar com os equipamentos<br />
e com o material gravado.<br />
Vencer esses desafios é fonte de aprendizagem para tutor<br />
e tutorado e deve ser objeto de enfrentamento, pois, cada<br />
desafio vencido representa um passo adiante no processo de<br />
desenvolvimento de ambos.
10PRÁTICA<br />
COMO AJUDAR O TUTORADO A<br />
REVER UMA<br />
DE SUCESSO<br />
Por Márcia Rejane Martins da Silva Brito1<br />
1 Tutora Pedagógica e de Área da Alley Consulting
INTRODUÇÃO<br />
No contexto do Acompanhamento Pedagógico, muitas<br />
vezes temos a necessidade de refletir a respeito da<br />
eficácia de uma prática bem-sucedida do tutorado. A<br />
grande questão é: “como provocar uma reflexão no outro<br />
quando sua crença de que tudo está perfeito e correto<br />
está consolidada? Quando não há razões para repensar a<br />
prática, porque já a considera eficaz? ”<br />
Essa reflexão se fez necessária, quando, percebemos que<br />
precisávamos repensar as pautas semanais, uma questão bem<br />
consolidada e respeitada pela equipe de tutoria. A prática<br />
realmente era muito eficaz, porém precisava ser reestruturada,<br />
já que a forma como estava sendo conduzida comprometia o<br />
caráter formativo da sessão de tutoria. Era uma iniciativa exitosa,<br />
pois permitia linearidade, equidade e coerência nas atividades<br />
propostas para a rede educacional. No entanto, o tempo era todo<br />
direcionado para as demandas e necessidades da secretaria e<br />
quando o gestor precisava de um alinhamento individual, ou<br />
apresentava uma demanda mais reflexiva das questões específicas<br />
da escola, acabava faltando tempo na pauta.
¹ CONTEXTUALIZAÇÃO<br />
Ao analisar as pautas, percebemos que, em sua maioria, os itens<br />
eram compostos de informes e comunicações que demandavam<br />
mais de 60% da sessão de tutoria, chegando, por vezes, a consumir<br />
todo o tempo da sessão.<br />
² COMO A QUESTÃO FOI PROBLEMATIZADA<br />
A questão acima foi apresentada e refletida exaustivamente<br />
com uma das líderes dos tutores e, em um primeiro momento, não<br />
obtivemos êxito na reflexão, já que não se tinha a percepção de que<br />
as ações desenvolvidas estavam mais no âmbito da informação e<br />
não da reflexão. Na verdade, havia um consenso de que o Tutor<br />
Pedagógico era a pessoa capaz de garantir a leitura e discussões<br />
das comunicações nas escolas. Dessa forma, a participação, adesão<br />
e cumprimento dos prazos nos projetos, programas e outras ações<br />
da Secretaria estavam garantidos.<br />
Uma intervenção estratégica favorecida por<br />
um momento que resultou em mudança de<br />
postura frente às pautas semanais.
A partir de uma demanda do Núcleo Pedagógico, de discutir e analisar<br />
os dados de desempenho dos alunos nas “avalições diagnósticas”, foi possível<br />
desenvolver um processo de reflexão respaldado em uma exigência prática que<br />
tirou a líder da zona de conforto, já que tinha uma pauta fechada para cumprir<br />
e mais uma demanda emergencial a ser trabalhada, em uma semana. Olhar<br />
para essa necessidade ajudou a avançar no sentido de elaboração de pautas<br />
semanais mais qualificadas e de caráter formativo.<br />
3<br />
O PASSO A PASSO ADOTADO PARA A<br />
INTERVENÇÃO ESTRATÉGICA<br />
1ª Passo: Levar a líder de tutoria a pensar e a refletir sobre as prioridades do núcleo pedagógico, da gestão escolar<br />
e do Tutor Pedagógico nas unidades educacionais. A necessidade local de discutir e analisar os resultados das<br />
avaliações externas aplicadas nas escolas possibilitou um momento favorável à aprendizagem, propicio à reflexão<br />
que levou a mudança. O primeiro aprendizado: “Qualquer mudança na cultura ou no comportamento do outro<br />
requer, como ponto de partida, uma necessidade real de sua prática”. O link da “necessidade emergencial’’ de<br />
realizar a análise dos dados de desempenho abriu portas para replanejar a prática da pauta fechada, tão defendida.<br />
2ª Passo: O Ponto de partida para a reflexão foi pensar como estruturar a pauta. A pauta atende às necessidades<br />
pedagógicas? A reflexão dos dados de desempenho dos alunos é essencial para êxito das próximas ações na<br />
Rede? Como podemos realinhar essa ação dentro da pauta? Essas análises e reflexões só foram possíveis porque<br />
a líder precisava ampliar a pauta e não tinha espaço. A necessidade viabilizou a reflexão da prática. Na primeira<br />
tentativa, as evidências levadas para a reflexão não foram suficientes para criar essa abertura, porque eram as<br />
minhas evidências cercadas de aspectos teóricos. Agora, a evidência de replanejar veio da necessidade real<br />
da líder, o que a fez olhar para a prática não como algo pronto, mas como passível de mudança qualificada. A<br />
necessidade gerou desconforto a ponto de favorecer a busca de ajuda e abertura de espaço para o replanejamento.<br />
Segundo aprendizado: Levar o outro a refletir sobre sua prática exige que ele tenha evidências claras de que algo<br />
não está se encaixando ou dando certo; só assim ele se abre para novas possibilidades.<br />
3ª Passo: Estar atenta ao momento certo e estratégico da reflexão. Isso é fundamental para a mudança da prática.<br />
A partir daí, as pautas passaram a garantir espaços reflexivos e, para isso, foi instituída uma reunião semanal,<br />
momento para os tutores colocarem as necessidades de estudo e reflexão levantadas nos acompanhamentos.<br />
Também, abrir a pauta para o gestor expor dúvidas e dificuldades da gestão, criando, assim, um espaço formativo<br />
para o tutor desenvolver com seus tutorados. Isso possibilitou identificar, a cada semana, reais necessidade de<br />
formação dos Diretores, o que contribuiu significativamente para a melhoria da liderança escolar.
CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />
A partir da reflexão sobre o contexto de realinhamento do<br />
foco pedagógico das ações de <strong>Tutoria</strong> e do estabelecimento de<br />
ações formativas como prioridade, as composições das pautas<br />
semanais ficaram mais sucintas e objetivas, proporcionando um<br />
espaço maior para as ações de formação em serviço.
BIBLIOGRAFIA
CITY, Elizabeth A. [et al.] Rodadas pedagógicas: como o trabalho em redes pode melhorar o<br />
ensino e a aprendizagem. Porto Alegre: Penso, 2014.<br />
CHARLOT, Bernard. O professor na sociedade contemporânea: um trabalhador da contradição.<br />
Revista da FAEEBA – Educação e Contemporaneidade, Salvador, v. 17, n. 30, p. 17-31, jul./dez.<br />
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DUBAR, C. A socialização: construção das identidades sociais e profissionais. São Paulo: Martins<br />
Fontes, 2005.<br />
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LIBÂNEO, José Carlos. O dualismo perverso da escola pública brasileira: escola do conhecimento<br />
para os ricos, escola do acolhimento social para os pobres. Educação e Pesquisa, São Paulo, v.<br />
38, n. 1, p. 13-28, 2012.<br />
MARCELO, C. e VAILLANT, D. Desarrollo profesional docente – Cómo se aprende a enseñar?.<br />
España: Narcea, S.A. de Ediciones, 2009.<br />
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Acesso em: 14/07/2015.<br />
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PLACCO, V.M.S.; SOUZA, V.L.T. (Org.) Aprendizagem do adulto professor. São Paulo: Edições<br />
Loyola, 2006.<br />
TANCREDI, R. P. Aprendizagem da docência e profissionalização: elementos de uma reflexão.<br />
São Carlos: EdUFSCar, 2009.<br />
SENGE, Peter. Escolas que aprendem: um guia da Quinta Disciplina para educadores, pais e<br />
todos que se interessam pela educação. Porto Alegre: Artmed, 2005.<br />
STONE, Douglas; PATTON, Bruce e HEEN, Sheila. Conversas Difíceis. – 10ed. – Rio de Janeiro:<br />
Elsevier, 2011.
EQUIPE ALLEY
EQUIPE GESTORA DA ALLEY<br />
ANA BEATRIZ PATRÍCIO – Executive Sênior Coach credenciada e certificada pelo ICI-<br />
Integraded Coaching Institute. Especializada em Executive Coaching, Career Coaching e<br />
Life Coaching, Mentoring e Desenvolvimento de Líderes. Graduada em Pedagogia pel a<br />
PUC-SP. Pós-graduada em Gestão do Conhecimento e Inteligência Empresarial pela UFRJ<br />
e em Administração de Organizações do Terceiro Setor pela FGV. Possui vasta experiência<br />
em RH, tendo ocupado cargos executivos em empresas de grande porte: executiva de<br />
RH e diretora da área de investimento social privado. Atuou como consultora sênior na<br />
divisão Coaching de renomada consultoria de RH, tendo apoiado o desenvolvimento de<br />
competências das equipes de instituições sociais, tais como: Fundação ARYMAX e Instituto<br />
BRAVA, além de outras empresas de grande porte. De 2015 a 2016, como sócia-consultora<br />
da ALLEY CONSULTING, atuou na Gestão Técnica do Programa <strong>Tutoria</strong> da Fundação Itaú<br />
social nas seguintes frentes: Secretarias Municipais de São Caetano do Sul (SP), Anicuns<br />
(GO), Catalão (GO), Goianésia (GO) e Trindade (GO) e Secretaria de Estado de Educação,<br />
Cultura e Esporte de Goiás.<br />
CÂNDIDA SEVILHANO – Pedagoga pela Universidade de Brasília (UNB-DF). Mestre em<br />
Administração de RH com foco em carreiras executivas (PUC-SP). Possui certificações pelo<br />
ICI (Integrated Coaching Institute): Coaching Integrado e Coaching nível Sênior e atua<br />
como coach desde 2009: Executive Coaching, Career Coaching e Life Coaching. Tem ampla<br />
experiência como consultora - treinamento e assessment center - e ocupou cargos de<br />
liderança em empresas de grande porte, além de experiência consistente como professora<br />
em todos os níveis, especialmente superior. Atuou como Gerente e Consultora Sênior na<br />
divisão coaching de renomada consultoria de RH, tendo apoiado o desenvolvimento de<br />
competências das equipes de instituições sociais, tais como: Fundação ARYMAX e Instituto<br />
BRAVA, além de outras empresas de grande porte. Atuou também em 2005 e 2016 no INSPER,<br />
tanto na equipe de admission quanto no Núcleo de Carreira e Desenvolvimento Profissional.<br />
De 2015 a 2016, como sócia-consultora da ALLEY CONSULTING, atuou na Gestão Técnica<br />
do Programa <strong>Tutoria</strong> da Fundação Itaú Social nas seguintes frentes: Secretarias Municipais<br />
de São Caetano do Sul (SP), Anicuns (GO), Catalão (GO), Goianésia (GO) e Trindade (GO) e<br />
Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esporte de Goiás.<br />
GLAUCIA CARMONA – Pedagoga, com especialização em Orientação Profissional<br />
(Fundação Santo André), Practitioner em PNL e pós-graduada em Gestão do Conhecimento<br />
e Inteligência Empresarial pela UFRJ. Possui vasta experiência executiva na área de RH<br />
em grandes empresas multinacionais: Educação Corporativa, e-learning, Gestão do<br />
Conhecimento, Avaliação de Desempenho e Gestão de Talentos. Como Consultora tem<br />
atuado em diversas empresas em projetos de endomarketing/comunicação, change<br />
management e gestão. Como sócia-consultora da ALLEY CONSULTING, tem atuado desde<br />
2011 em diversos projetos da Fundação Itaú Social: em São Paulo - Projeto de Competências<br />
para Tutor de Área, Tutor de Gestão Pedagógica e Coordenador de Pais; em Goiás - Projeto de<br />
Competências para Tutor Pedagógico e Diretor, e consultoria em R&S para Coordenadores<br />
de Pais; no Espírito Santo - Consultoria em R&S para Coordenadores de Pais. De 2015 a 2016<br />
atuou na Gestão Técnica do Programa <strong>Tutoria</strong> nas seguintes frentes: Secretarias Municipais<br />
de São Caetano do Sul (SP), Anicuns (GO), Catalão (GO), Goianésia (GO) e Trindade (GO) e<br />
Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esporte de Goiás.
EQUIPE DE TUTORES DA ALLEY<br />
RODNILSON LUIZ FERREIRA – Mestrando em Educação – Formação de Formadores pela<br />
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Pós-graduado com especialização<br />
em ensino de Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-<br />
SP). Graduado em Letras pela Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP-PR). Tem<br />
experiência de cerca de 15 anos como professor no Ensino Fundamental I, II e Ensino<br />
Médio, em escolas públicas e privadas. Trabalha com formação de gestores educacionais<br />
(técnicos de Secretarias de Educação, diretores escolares, coordenadores pedagógicos) e<br />
de professores desde 2009, tendo desenvolvido projetos na área da educação em parceria<br />
com instituições como Fundação Itaú Social e Instituto Fernand Braudel; e Secretarias de<br />
Educação dos Estados de Ceará, Goiás e São Paulo e dos Municípios de Belém-PA, Forquilha-<br />
CE, Goiânia-GO, Manaus-AM, Trindade-GO, dentre outros. Trabalha como formador na<br />
consultoria educacional Argento. Desde 2015, atua junto à Secretaria de Educação do<br />
Município de São Caetano do Sul (SP) como Tutor da Alley Consulting em parceria com a<br />
Fundação Itaú Social na implementação do Programa <strong>Tutoria</strong>.<br />
ANA BEATRIZ PATRÍCIO – Executive Sênior Coach credenciada e certificada pelo ICI-<br />
Integraded Coaching Institute. Especializada em Executive Coaching, Career Coaching e<br />
Life Coaching, Mentoring e Desenvolvimento de Líderes. Graduada em Pedagogia pel a<br />
PUC-SP. Pós-graduada em Gestão do Conhecimento e Inteligência Empresarial pela UFRJ<br />
e em Administração de Organizações do Terceiro Setor pela FGV. Possui vasta experiência<br />
em RH, tendo ocupado cargos executivos em empresas de grande porte: executiva de<br />
RH e diretora da área de investimento social privado. Atuou como consultora sênior na<br />
divisão Coaching de renomada consultoria de RH, tendo apoiado o desenvolvimento de<br />
competências das equipes de instituições sociais, tais como: Fundação ARYMAX e Instituto<br />
BRAVA, além de outras empresas de grande porte. De 2015 a 2016, como sócia-consultora<br />
da ALLEY CONSULTING, atuou na Gestão Técnica do Programa <strong>Tutoria</strong> da Fundação Itaú<br />
social nas seguintes frentes: Secretarias Municipais de São Caetano do Sul (SP), Anicuns<br />
(GO), Catalão (GO), Goianésia (GO) e Trindade (GO) e Secretaria de Estado de Educação,<br />
Cultura e Esporte de Goiás.<br />
FABILE SCORCIAPINO – Pedagoga e pós-graduada em Psicopedagogia pela Universidade<br />
Cidade de São Paulo e em Gestão e Currículo das Séries Inicias pelo Instituto Singularidades.<br />
Cerca de 16 anos de experiência na área da educação como professora e coordenadora<br />
pedagógica, envolvendo o setor público e privado e, na maior parte deles, atuando no<br />
Ensino Fundamental I. Participou de eventos e cursos para buscar referências de educação<br />
em outros lugares do mundo, como a VIII Conferência Latino-Americana de Educação<br />
Especial em Havana/Cuba, o Intercâmbio de Experiências da Red Solare em Aletéia/<br />
Buenos Aires e integrou o SITP (Swiss International Teachers’ Program) na Virginia Tech/<br />
Blacksburg. Trabalhou na Fundação Lemann com formação de professores e coordenou a<br />
implementação da Khan Academy em escolas públicas de diferentes estados do Brasil. É<br />
gerente de conteúdo do EduqMais na MGovBrasil. Desde 2015, atua junto à Secretaria de<br />
Educação do Município de São Caetano do Sul (SP) como Tutora da Alley Consulting em<br />
parceria com a Fundação Itaú Social na implementação do Programa <strong>Tutoria</strong>.
GLAUCIA CARMONA – Pedagoga, com especialização em Orientação Profissional<br />
(Fundação Santo André), Practitioner em PNL e pós-graduada em Gestão do Conhecimento<br />
e Inteligência Empresarial pela UFRJ. Possui vasta experiência executiva na área de RH<br />
em grandes empresas multinacionais: Educação Corporativa, e-learning, Gestão do<br />
Conhecimento, Avaliação de Desempenho e Gestão de Talentos. Como Consultora tem<br />
atuado em diversas empresas em projetos de endomarketing/comunicação, change<br />
management e gestão. Como sócia-consultora da ALLEY CONSULTING, tem atuado desde<br />
2011 em diversos projetos da Fundação Itaú Social: em São Paulo - Projeto de Competências<br />
para Tutor de Área, Tutor de Gestão Pedagógica e Coordenador de Pais; em Goiás - Projeto de<br />
Competências para Tutor Pedagógico e Diretor, e consultoria em R&S para Coordenadores<br />
de Pais; no Espírito Santo - Consultoria em R&S para Coordenadores de Pais. De 2015 a 2016<br />
atuou na Gestão Técnica do Programa <strong>Tutoria</strong> nas seguintes frentes: Secretarias Municipais<br />
de São Caetano do Sul (SP), Anicuns (GO), Catalão (GO), Goianésia (GO) e Trindade (GO) e<br />
Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esporte de Goiás.<br />
GLAUCIA CARMONA – – Pedagoga, com especialização em Orientação Profissional<br />
(Fundação Santo André), Practitioner em PNL e pós-graduada em Gestão do Conhecimento<br />
e Inteligência Empresarial pela UFRJ. Possui vasta experiência executiva na área de RH<br />
em grandes empresas multinacionais: Educação Corporativa, e-learning, Gestão do<br />
Conhecimento, Avaliação de Desempenho e Gestão de Talentos. Como Consultora tem<br />
atuado em diversas empresas em projetos de endomarketing/comunicação, change<br />
management e gestão. Como sócia-consultora da ALLEY CONSULTING, tem atuado desde<br />
2011 em diversos projetos da Fundação Itaú Social: em São Paulo - Projeto de Competências<br />
para Tutor de Área, Tutor de Gestão Pedagógica e Coordenador de Pais; em Goiás - Projeto de<br />
Competências para Tutor Pedagógico e Diretor, e consultoria em R&S para Coordenadores<br />
de Pais; no Espírito Santo - Consultoria em R&S para Coordenadores de Pais. De 2015 a 2016<br />
atuou na Gestão Técnica do Programa <strong>Tutoria</strong> nas seguintes frentes: Secretarias Municipais<br />
de São Caetano do Sul (SP), Anicuns (GO), Catalão (GO), Goianésia (GO) e Trindade (GO) e<br />
Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esporte de Goiás.<br />
GLAUCIA CARMONA – – Pedagoga, com especialização em Orientação Profissional<br />
(Fundação Santo André), Practitioner em PNL e pós-graduada em Gestão do Conhecimento<br />
e Inteligência Empresarial pela UFRJ. Possui vasta experiência executiva na área de RH<br />
em grandes empresas multinacionais: Educação Corporativa, e-learning, Gestão do<br />
Conhecimento, Avaliação de Desempenho e Gestão de Talentos. Como Consultora tem<br />
atuado em diversas empresas em projetos de endomarketing/comunicação, change<br />
management e gestão. Como sócia-consultora da ALLEY CONSULTING, tem atuado desde<br />
2011 em diversos projetos da Fundação Itaú Social: em São Paulo - Projeto de Competências<br />
para Tutor de Área, Tutor de Gestão Pedagógica e Coordenador de Pais; em Goiás - Projeto de<br />
Competências para Tutor Pedagógico e Diretor, e consultoria em R&S para Coordenadores<br />
de Pais; no Espírito Santo - Consultoria em R&S para Coordenadores de Pais. De 2015 a 2016<br />
atuou na Gestão Técnica do Programa <strong>Tutoria</strong> nas seguintes frentes: Secretarias Municipais<br />
de São Caetano do Sul (SP), Anicuns (GO), Catalão (GO), Goianésia (GO) e Trindade (GO) e<br />
Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esporte de Goiás.
MÁRCIA REJANE MARTINS DA SILVA BRITO – Especialista em Gestão Pública e Alfabetização<br />
Infantil pela Universidade Federal de Goiás (UFG/Goiás). Graduada em Pedagogia pela<br />
Universidade Federal de Goiás (UFG/Goiás). Na Secretaria de Estado da Educação de Goiás<br />
ingressou como professora efetiva, ocupando os cargos de professora dos anos iniciais,<br />
Coordenadora Pedagógica do Ensino Fundamental e Médio, Gerente de Ensino e Chefe do<br />
Núcleo de Formação dos Profissionais de Educação do Estado de Goiás. Na Secretaria de<br />
Educação do Município de Goiânia ingressou como professora efetiva, ocupando o cargo<br />
de professora dos Anos Iniciais, atuou como Coordenadora Pedagógica, Chefe da Divisão<br />
do Ensino Fundamental e Diretora do Departamento Pedagógico. Em 2014, participou<br />
de intercâmbio profissional nos Estados Unidos, em Harvard/Boston, onde conheceu<br />
escolas de referência do país e estudou o sistema educacional norte-americano. Trabalha<br />
com formação de gestores educacionais (técnicos de Secretarias de Educação, diretores<br />
escolares, coordenadores pedagógicos) e de professores desde 2006, tendo desenvolvido<br />
projetos na área da educação em parceria com universidades, consultorias e instituições<br />
como Fundação Itaú Social, Fundação Lemann e Secretarias de Educação dos Estados<br />
do Mato Grosso, Tocantins e Goiás e dos Municípios de Campos do Jordão-SP, Campina<br />
Grande-PA e Ipojuca-PE, dentre outros. Desde 2015, atua junto às Secretarias de Educação<br />
dos Municípios de Anicuns (GO), Catalão (GO), Goianésia (GO) e Trindade (GO) como Tutora<br />
Líder da Alley Consulting em parceria com a Fundação Itaú Social na implementação do<br />
Programa <strong>Tutoria</strong>.<br />
GISLAINE – TEXTO DESCRITIVO DA TUTORA AUSENTE