Revista 2 edição - Sem sangria

Agricultura em Foco
Homeopatia na produção agrícola
João Schommer
Engenheiro Agrônomo
Supervisor Microrregional EmaterRS/Ascar
A
partir da modernização
da agricultura optamos
pelo sistema de produção
agrícola que segue
um princípio de morte a tudo aquilo
considerado prejudicial a produção.
Matamos as “invasoras”, as “pragas”,
os fungos e bactérias que causam
a “doença” nas plantas. Para
isto utilizamos de um vasto arsenal
de agrotóxicos (Herbicidas, Inseticidas,
fungicidas, carrapaticidas,
larvicidas, vermicidas) e outros
tantos “cidas causadores de Morte”.
Parece um contrassenso pensar em
produção de alimentos para a vida e
saúde utilizando produtos de morte,
não parece?
Nunca antes se debateu tanto
sobre o meio ambiente e sustentabilidade.
As graves alterações
climáticas como o efeito estufa,
diminuição da camada de ozônio,
degradação do solo, o desmatamento
e o consequente aquecimento
global indicam que o planeta será
alterado de tal forma que a vida,
a diversidade como a conhecemos
deixará de existir. A contaminação
dos lençóis freáticos, solo, o ar e os
alimentos por agrotóxicos e insumos
químicos, tem sido percebida
pelo alto índice de doenças degenerativas,
como câncer, Alzheimer,
mal de Parkinson entre outras, que
segundo diversos trabalhos científicos,
indicam uma relação com o
uso de agrotóxicos. Não preciso estar
em contato direto com os agrotóxicos
para termos a nossa saúde
prejudicada por estes produtos,
pois estão presentes nos alimentos,
segundo relatório da ANVISA
de 2010 em 15 dos 20 alimentos
analisados, foram identificados
agrotóxicos ativos e prejudiciais à
saúde humana. Além do consumo
nos alimentos contaminados, estamos
absorvendo pequenas doses
diárias presentes no ar que respiramos.
Todos os agrotóxicos são voláteis
e se espalham pelas correntes
de ar, basta prestar atenção a cheiro
sentido muitas vezes distante dos
locais de aplicação. As doses mínimas
de agrotóxicos agem como
hormônios, causando distúrbios
nos organismos vivos muitas vezes
induzindo ao aparecimento destas
doenças, muitos inseticidas agem
sobre sistema nervoso central, sendo
um dos fatores responsáveis por
desencadear quadros depressivos
nas pessoas, animais e plantas.
O estado do Rio grande do
Sul é um dos maiores consumidores
de agrotóxicos do país e a nossa
região, a Celeiro, registra o maior
índice de consumo no estado e também
assustam os elevados índices
de câncer e consumo de antidepressivos.
Precisamos rever nossos conceitos
de agricultura.
Existem outras formas de
produzir alimentos. A produção
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6 OUTUBRO 2016
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