?gua perto de casa garantindo a seguran?a alimentar e nutricional da fam?lia de Maria L?cia e Lu?s Ger?nimo
OS agricultores Maria Lcia e Lus Gernimo vivem com a filha mais nova no stio Audinho, em umbuzeiro - PB. Aps a cisterna de produo, do tipo enxurrada, o casal tem gua limpa e de qualidade para criar os animais, produzir hortalias, plantas medicinais e frutferas, garantindo a segurana alimentar e nutricional da famlia. Eles tambm guardam sementes de milho, feijo e jerimum e esperam ansiosamente pela chuva para comear a plantao.
OS agricultores Maria Lcia e Lus Gernimo vivem com a filha mais nova no stio Audinho, em umbuzeiro - PB. Aps a cisterna de produo, do tipo enxurrada, o casal tem gua limpa e de qualidade para criar os animais, produzir hortalias, plantas medicinais e frutferas, garantindo a segurana alimentar e nutricional da famlia. Eles tambm guardam sementes de milho, feijo e jerimum e esperam ansiosamente pela chuva para comear a plantao.
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Ano 10 • nº2193<br />
Dezembro/2016<br />
Umbuzeiro<br />
Á<strong>gua</strong> <strong>perto</strong> <strong>de</strong> <strong>casa</strong> <strong>garantindo</strong> a <strong>seguran</strong>ça <strong>alimentar</strong> e<br />
<strong>nutricional</strong> <strong>da</strong> <strong>fam</strong>í<strong>lia</strong> <strong>de</strong> <strong>Maria</strong> Lú<strong>cia</strong> e <strong>Lu</strong>ís <strong>Ger</strong>ô<strong>nimo</strong><br />
<strong>Maria</strong> Lú<strong>cia</strong> e <strong>Lu</strong>ís <strong>Ger</strong>ô<strong>nimo</strong> são <strong>casa</strong>dos há 37 anos.<br />
Os dois são filhos <strong>de</strong> agricultores e nasceram no<br />
município <strong>de</strong> Umbuzeiro, região do Agreste<br />
paraibano. Ela no sítio Quixaba e ele no sítio Salinas.<br />
Aos 15 anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>, eles se conheceram, na época,<br />
<strong>Lu</strong>ís <strong>Ger</strong>ô<strong>nimo</strong> já trabalhava com agricultura e, nas<br />
i<strong>da</strong>s e vin<strong>da</strong>s entre os sítios, se encontrava com<br />
<strong>Maria</strong>. Após um ano <strong>de</strong> namoro os dois se <strong>casa</strong>ram,<br />
passando a morar <strong>de</strong> favor em uma proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s<br />
redon<strong>de</strong>zas. Dois anos <strong>de</strong>pois, o <strong>casa</strong>l foi morar na<br />
proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> do pai <strong>de</strong> <strong>Maria</strong> Lú<strong>cia</strong>.<br />
Após cinco anos <strong>de</strong> <strong>casa</strong>dos e já com a primeira filha,<br />
Edileuza <strong>Maria</strong>, eles se mu<strong>da</strong>ram para o sítio<br />
Açudinho. A <strong>fam</strong>í<strong>lia</strong> conta que conseguiu comprar o terreno <strong>de</strong> um hectare com o dinheiro que<br />
ganhava <strong>da</strong> agricultura. Foi uma época muito difícil quando a gente comprou o terreno, na<br />
déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 80, mas com o lucro <strong>de</strong> dois sacos <strong>de</strong> feijão, umas cabras que a gente tinha e mais<br />
uns trabalhos que eu fiz a gente conseguiu comprar. Naquele tempo a gente ain<strong>da</strong> morava<br />
numa casinha <strong>de</strong> taipa, mas pelo menos era nossa, contou o agricultor.<br />
<strong>Maria</strong> Lú<strong>cia</strong> e <strong>Lu</strong>ís <strong>Ger</strong>ô<strong>nimo</strong> sempre trabalharam<br />
com roçados <strong>de</strong> fava, milho e feijão. Por um tempo<br />
criaram vacas, mas hoje se <strong>de</strong>dicam à criação <strong>de</strong><br />
pequenos animais. Depois <strong>de</strong> um ano morando<br />
nesse terreno a gente ven<strong>de</strong>u três vacas e começou a<br />
construir a nossa <strong>casa</strong>. Ela foi to<strong>da</strong> construí<strong>da</strong> a mão,<br />
até os tijolos a gente fez, eu e ele, sozinhos, mas<br />
graças a Deus terminamos e parece que foi ontem,<br />
disse <strong>Maria</strong> Lú<strong>cia</strong>. Nessa época o <strong>casa</strong>l já tinha três<br />
filhos, Edileuza <strong>Maria</strong>, hoje com 34 anos, Eduardo<br />
<strong>Ger</strong>ô<strong>nimo</strong>, 33 anos e Edilene <strong>Maria</strong>, 32 anos, todos<br />
os filhos trabalham com a agricultura e vivem<br />
atualmente no município <strong>de</strong> Umbuzeiro. O <strong>casa</strong>l<br />
mora apenas com a filha mais nova, Eduar<strong>da</strong> <strong>Maria</strong>,<br />
<strong>de</strong> 15 anos.<br />
Em 2003, a <strong>fam</strong>í<strong>lia</strong> acessou o Programa Bolsa <strong>fam</strong>í<strong>lia</strong> e foi benefi<strong>cia</strong><strong>da</strong> com a cisterna <strong>de</strong> á<strong>gua</strong> <strong>de</strong><br />
beber, através do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Combate a Fome e <strong>da</strong> Prefeitura <strong>de</strong><br />
Umbuzeiro. Com o tempo, as coisas melhoraram muito, hoje a gente tem a cisterna, o bolsa<br />
<strong>fam</strong>í<strong>lia</strong> e não precisamos pedir á<strong>gua</strong> a ninguém, nem viver <strong>de</strong> favor. Quando a primeira<br />
cisterna chegou, foi muito bom pra gente, porque o barreiro era muito distante. Depois <strong>da</strong><br />
cisterna a gente passou a pegar á<strong>gua</strong> só para os animais, contou a agricultora.
Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Á<strong>gua</strong>s Articulação Semiárido Brasileiro – Paraíba<br />
Através do Programa Uma Terra e Duas (P1+2), executado pelo Coletivo Regional <strong>da</strong>s<br />
Organizações <strong>da</strong> Agricultura Fami<strong>lia</strong>r, a <strong>fam</strong>í<strong>lia</strong> foi benefi<strong>cia</strong><strong>da</strong> com a cisterna <strong>de</strong> produção, do<br />
tipo enxurra<strong>da</strong>. A implementação foi construí<strong>da</strong> no mês <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2016 e já com a<br />
primeira á<strong>gua</strong>, o <strong>casa</strong>l começou a plantar algumas hortaliças e plantas medicinais. Na<br />
proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> tem alface, coentro, couve, cebola, cebolinha, berinjela, pimentão, pimenta,<br />
arru<strong>da</strong>, hortelã, alecrim e chia. Há também plantas frutíferas na proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>, como limão,<br />
goiaba e acerola. Apesar <strong>da</strong> pouca á<strong>gua</strong>, o <strong>casa</strong>l ain<strong>da</strong> cria nove galinhas, seis cabras, nove<br />
ovelhas e dois jumentos.<br />
A <strong>fam</strong>í<strong>lia</strong> também <strong>gua</strong>r<strong>da</strong> sementes <strong>de</strong> feijão pardo, milho e jerimum, que foram <strong>da</strong> colheita<br />
<strong>de</strong>ste ano, mas também tem as <strong>de</strong> feijão macassar, colhi<strong>da</strong> há 5 anos. Em um tempo <strong>de</strong> seca<br />
<strong>de</strong>sse que a gente está vivendo, a gente tem que se prevenir e <strong>gua</strong>r<strong>da</strong>r nossas sementes que é o<br />
nosso alimento e assim não precisar comprar.<br />
<strong>Maria</strong> Lú<strong>cia</strong> contou que apren<strong>de</strong>u muito com os cursos <strong>de</strong> <strong>Ger</strong>en<strong>cia</strong>mento <strong>de</strong> Á<strong>gua</strong> para<br />
Produção <strong>de</strong> Alimentos (GAPA) e Sistema Simplificado <strong>de</strong> Manejo <strong>de</strong> Á<strong>gua</strong> para Produção <strong>de</strong><br />
Alimentos (SISMA) do P1+2. Ela já utiliza as cinzas do seu fogão <strong>de</strong> lenha e coloca nas plantas e<br />
também apren<strong>de</strong>u a fazer alguns <strong>de</strong>fensivos naturais, como o <strong>de</strong> alho, fumo e folha <strong>de</strong> nim. A<br />
gente só usou veneno uma vez, pra tirar o mato, mas eu nunca mais vou fazer isso. Meu marido<br />
adoeceu por conta do veneno, mas hoje eu sei como a nossa saú<strong>de</strong> é prejudica<strong>da</strong>, afirmou a<br />
agricultora.<br />
Na divisão <strong>de</strong> tarefas, <strong>Maria</strong> Lú<strong>cia</strong> e <strong>Lu</strong>ís se divi<strong>de</strong>m em tudo, cui<strong>da</strong>m dos animais e também <strong>da</strong><br />
plantação, mas <strong>Lu</strong>ís ain<strong>da</strong> faz alguns serviços extras em outras comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s. A filha mais nova<br />
divi<strong>de</strong> com a mãe o serviço <strong>da</strong> <strong>casa</strong>. Os planos <strong>da</strong> <strong>fam</strong>í<strong>lia</strong> são esperar a chuva para po<strong>de</strong>r<br />
continuar criando seus animais, voltar a cultivar no roçado e amp<strong>lia</strong>r a produção <strong>de</strong> hortaliças.<br />
Com a chega<strong>da</strong> <strong>da</strong> cisterna <strong>de</strong> produção, <strong>Maria</strong> só compra na feira o tomate e o alho, o restante<br />
vem dos seus canteiros. Eles também cercaram o arredor <strong>da</strong> cisterna com tela, com isso eles<br />
vão po<strong>de</strong>r aumentar os canteiros e evitar que os animais entrem.<br />
Realização<br />
Apoio