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MAIS | Especial<br />
gestação. O Thiago não queria<br />
me contar com medo da minha<br />
reação. As enfermeiras também<br />
acharam que eu ia me jogar no<br />
chão e chorar, pelo contrário, para<br />
mim foi normal, super tranquilo”,<br />
disse a mamãe Cintia.<br />
Até os oito meses, Isis não<br />
fazia absolutamente nada. “A Isis<br />
foi diagnosticada com defeito do<br />
septo atrioventricular. No começo,<br />
foi muito difícil, ela mamava cinco<br />
minutos e parava dez, por conta do<br />
problema cardíaco. Ela foi operada<br />
em março de 2013 no hospital<br />
Beneficência Portuguesa. Foram as<br />
cinco horas e meia mais aterrorizantes<br />
da minha vida. Agora, ela<br />
fará acompanhamento até os quinze<br />
anos, uma vez ao ano”, afirmou.<br />
O papai Thiago esteve sempre<br />
presente em todos os momentos.<br />
”Depois da alta, em junho,<br />
continuamos com uma sequência<br />
de exames e visitas ao médico. O<br />
Thiago ficava com as nossas meninas<br />
para que eu pudesse ir com a<br />
Isis em todas as consultas. Sempre<br />
muito preocupado e atencioso com<br />
as nossas filhas”, disse Cintia.<br />
Com cerca de um ano e meio,<br />
Isis começou a frequentar a Associação<br />
de Pais e Amigos dos<br />
Excepcionais (APAE), onde fez tratamento<br />
com fonoaudióloga, fisioterapeuta,<br />
terapeuta educacional<br />
e ecoterapia. “Foi aí que começou<br />
o desenvolvimento, em um ano de<br />
tratamento, a Isis começou a andar<br />
e falar as primeiras palavras, como<br />
“teteo” (mamadeira), mamãe e<br />
papai”, disse Cintia.<br />
Desde o início, as irmãs Samatha<br />
e Natasha sempre estiveram<br />
ao lado dos pais para ajudar nos<br />
cuidados com a pequena Isis. “Elas<br />
são<br />
muito<br />
unidas,<br />
vivem<br />
grudadas.<br />
Brincam juntas,<br />
se divertem e às vezes<br />
brigam, como toda irmã<br />
(risos). Eu nunca fiz diferença entre<br />
elas. Se você tratar diferente, com<br />
certeza a criança será diferente. Os<br />
pais de crianças com Down tem<br />
que incentivar, brincar e educar<br />
da mesma forma. Ser mãe de uma<br />
Down nunca foi um bicho de sete<br />
cabeças, às vezes é mais fácil lidar<br />
com eles do que com as ditas “normais”,<br />
afirmou.<br />
As irmãs também não veem diferença<br />
no convívio com Isis. “Ela é<br />
uma criança como qualquer outra,<br />
a gente brinca o tempo todo. Estamos<br />
sempre juntas e sempre ajudamos<br />
a cuidar dela”, relataram.<br />
Cada indivíduo tem as suas<br />
características de acordo com a<br />
família e o ambiente em que está<br />
inserido, e com a nossa pequena<br />
Isis não é diferente. “A Isis faz tudo<br />
e mais um pouco. É extremamente<br />
inteligente, reconhece todos que<br />
convivem com ela, é extrovertida<br />
e tira sarro de todo mundo (risos).<br />
Vai a todos os lugares com a gente,<br />
inclusive nas convenções de tatuagem.<br />
Todos que se aproximam<br />
se<br />
encantam,<br />
e ela<br />
também se encanta<br />
com todos. Quanto mais estimulada,<br />
mais ativa e desenvolvida a<br />
criança com Down fica. Ela joga no<br />
computador, celular, assiste galinha<br />
pintadinha, patati patata, escuta<br />
rock e toca bateria. Cada dia uma<br />
nova descoberta e uma nova aventura”,<br />
disse a mamãe Cintia.<br />
Desde que descobriu a Síndrome<br />
da filha, Cintia vem estudando<br />
e se especializando no assunto.<br />
“Tudo que é relacionado à Síndrome<br />
de Down eu vou pesquisando,<br />
estudando. Sou “fuçada” mesmo.<br />
Faço parte de um grupo no whats<br />
app, o “Juntos Somos Mais Fortes”,<br />
onde eu e mais trinta mamães de<br />
Down trocamos experiências, informações<br />
sobre exames, médicos,<br />
nos ajudamos e fazemos corrente<br />
de orações. Além do grupo, mantenho<br />
contato com todas as mães<br />
que conheci na UTI”, relatou.<br />
Quem conhece a pequena Isis,<br />
logo se encanta. A menina de apenas<br />
quatro anos, surpreende pela<br />
alegria, estripulias e peripécias,<br />
tanto que a mamãe Cintia montou<br />
44 | Dezembro de 2016 | MAIS<br />
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