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Yama & Niyama_ O que seria o “Thelemita ideal”_ _ Teoria da Conspiração

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16/01/2017 <strong>Yama</strong> & <strong>Niyama</strong>: O <strong>que</strong> <strong>seria</strong> o <strong>“Thelemita</strong> <strong>ideal”</strong>? | <strong>Teoria</strong> <strong>da</strong> <strong>Conspiração</strong><br />

A <strong>Yama</strong> de Thelema: Faça o <strong>que</strong> tu <strong>que</strong>res há de ser tudo <strong>da</strong> lei. Não há direito além de faça o <strong>que</strong> tu <strong>que</strong>res<br />

A <strong>Niyama</strong> de Thelema: Mind your own business (nota <strong>da</strong> tradução: equivalente a: Cuide de sua vi<strong>da</strong>, mas no literal<br />

<strong>seria</strong> Se preocupe com suas tarefas)<br />

<strong>Yama</strong>: Crowley menciona <strong>que</strong> <strong>Yama</strong> significa algo similar a “controle” ou “a palavra ‘inibição’ como usa<strong>da</strong> pelos<br />

biólogos”. Basicamente, <strong>Yama</strong> significa a autodisciplina de se manter na “trilha” ou no “caminho” de sua Ver<strong>da</strong>deira<br />

Vontade e não desviar dela (e). “Não há direito mas apenas faça o <strong>que</strong> tu <strong>que</strong>res” (liber Al, I:42) explicita <strong>que</strong> você está,<br />

por definição, fora do seu único direito quando se desvia de seu Caminho. Isso re<strong>que</strong>r uma autodisciplina de manter­se<br />

fiel a sua própria Lei. Como Crowley escreve “O <strong>que</strong> é ver<strong>da</strong>deiro para ca<strong>da</strong> Escola é igualmente ver<strong>da</strong>de para ca<strong>da</strong><br />

indivíduo. Sucesso na vi<strong>da</strong>, com base na Lei de Thelema, implica autodisciplina severa”. Crowley nos dá um resumo<br />

sucinto de <strong>Yama</strong> <strong>da</strong> Thelema quando escreve:<br />

“Eu desejaria reforçar mais uma vez <strong>que</strong> nenhuma <strong>que</strong>stão de certo e errado entra em nossos problemas. Mas na<br />

estratosfera é ‘certo’ para um homem ser selado numa vestimenta resistente a pressão e eletricamente a<strong>que</strong>ci<strong>da</strong>, com<br />

um suprimento de oxigênio, Enquanto em outros lugares <strong>seria</strong> errado ele usá­la se estivesse correndo três milhas num<br />

esporte de verão em Tanezrouft. Esse é o fosso <strong>que</strong> to<strong>da</strong>s os grandes professores <strong>da</strong>s religiões já caíram, e eu tenho<br />

certeza <strong>que</strong> vocês estão olhando avi<strong>da</strong>mente para mim na esperança <strong>que</strong> eu faça o mesmo. Mas não! Há um princípio<br />

<strong>que</strong> nos carrega através de todos os conflitos referentes à conduta, por<strong>que</strong> é perfeitamente rígido e perfeitamente<br />

elástico – ‘Faça o <strong>que</strong> tu <strong>que</strong>res há de ser tudo <strong>da</strong> Lei’ Isso é <strong>Yama</strong>” – Eight Lectures on Yoga, “<strong>Yama</strong>”<br />

<strong>Niyama</strong>: Não há antônimo pra <strong>Yama</strong>, ou autodisciplina, <strong>que</strong> traduz adequa<strong>da</strong>mente o termo “<strong>Niyama</strong>”. Nós poderíamos<br />

dizer <strong>que</strong> o complementar de “autodisciplina” é, nesse caso, algo como “disciplina do outro”. Se <strong>Yama</strong> é a disciplina <strong>que</strong><br />

temos conosco para nos mantermos ver<strong>da</strong>deiros com a nossa Lei, Nyama é a disciplina <strong>que</strong> temos para com os outros,<br />

ao permitir <strong>que</strong> eles permaneçam ver<strong>da</strong>deiros em suas Leis. Essa “disciplina do outro” pode ser resumi<strong>da</strong> em “Cuide de<br />

sua vi<strong>da</strong>!”. Crowley versa exatamente isso em diversos lugares :<br />

“Cuide <strong>da</strong> sua vi<strong>da</strong>! é a única regra suficiente.” – Magick without Tears, capítulo 15<br />

“Que tu saibas, ain<strong>da</strong>, meu <strong>que</strong>rido Filho, a Arte <strong>da</strong> Conduta correta com eles a <strong>que</strong>m <strong>da</strong>r­lhe­ei para a Iniciação. E a<br />

Regra portanto, é uma só Regra: Faça o <strong>que</strong> tu <strong>que</strong>res há de ser tudo <strong>da</strong> Lei. Observe­a constantemente para <strong>que</strong> ela<br />

não seja <strong>que</strong>bra<strong>da</strong>; especialmente a Sessão a seguir (se eu ousarei a falar) <strong>que</strong> será lido como Cuide <strong>da</strong> tua Vi<strong>da</strong>. Isso<br />

é de Aplicação igual a todos, e o mais perigoso dos Homens (ou Mulher, como também ocorre) ) é o Bisbilhoteiro. Oh<br />

quão envergonhados somos nós, e movidos pela Indignação, vendo os Pecados e Tolices dos nossos vizinhos!” – Liber<br />

Aleph, capítulo 96 “De discipulis Regendis<br />

“To<strong>da</strong> estrela tem a sua Natureza própria, e <strong>que</strong> é “Certa” pra ela. Nós não devemos ser missionários, com padrões<br />

ideias de vestimenta e moral, e tais ideias quadra<strong>da</strong>s. Nós devemos fazer o <strong>que</strong> <strong>que</strong>remos, e deixar os outros fazerem<br />

o <strong>que</strong> eles <strong>que</strong>rem. Nós somos infinitamente tolerantes, salvo à intolerância” – New comment to Liber Al, II:57<br />

“Se faz necessário <strong>que</strong> paremos, de uma vez por to<strong>da</strong>s, essa intromissão ignorante na vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s outras pessoas. Ca<strong>da</strong><br />

indivíduo deve ser deixado livre para seguir seu próprio caminho” – New comment pra Liber Al I:31<br />

O nome <strong>que</strong> Crowley dá para alguém <strong>que</strong> falha em manter o <strong>Niyama</strong> <strong>da</strong> Thelema é “bisbilhoteiro”. Um “bisbilhoteiro” é<br />

alguém <strong>que</strong> está preocupado com o <strong>que</strong> os outros estão fazendo, como os outros estão fazendo as coisas e porquê<br />

outras pessoas estão fazendo coisas. Um “bisbilhoteiro” está mais preocupado com a Ver<strong>da</strong>deira Vontade do outros do<br />

<strong>que</strong> com a sua própria. Eles estão indignados com os “pecados e tolices” de seus vizinhos ao invés de focados em si, e<br />

geralmente se intrometem na vi<strong>da</strong> dos outros. Um bisbilhoteiro, em resumo, não cui<strong>da</strong> <strong>da</strong> sua própria vi<strong>da</strong>.<br />

Todos nós somos bisbilhoteiros em algum grau quando impomos nossos padrões, expectativas, e ideais aos outros,<br />

sempre <strong>que</strong> pensamos <strong>que</strong> “sabemos o <strong>que</strong> é melhor” para qual<strong>que</strong>r um <strong>que</strong> não nós mesmos. Isso acontece em<br />

qual<strong>que</strong>r instância, desde a coisa mais mun<strong>da</strong>na e concreta, como criticar a escolha de vestiário do outro, às mais<br />

sutis, como esperar <strong>que</strong> o outro tivesse a mesma prática espiritual <strong>que</strong> você ou insistir <strong>que</strong> <strong>que</strong>m não acredita no<br />

mesmo <strong>que</strong> você acredita precisa ser “corrigido”.<br />

Quando colocado em prática, nós vemos rapi<strong>da</strong>mente <strong>que</strong> a <strong>Niyama</strong> <strong>da</strong> Thelema – <strong>que</strong> é cui<strong>da</strong>r <strong>da</strong> sua vi<strong>da</strong> e permitir<br />

<strong>que</strong> o outro cumpra sua Vontade – não é simplesmente uma passivi<strong>da</strong>de manca. Não é “arreganhar os dentes e<br />

aguentar”, o <strong>que</strong> implica <strong>que</strong> – lá no fundo – você não <strong>que</strong>r realmente <strong>que</strong> eles façam as suas respectivas Vontades<br />

(<strong>que</strong> dirá regozijar com isso!). O Nyama <strong>da</strong> Thelema é algo ativo, positivo: nós afirmamos ativamente o direito de todos<br />

os indivíduos a conhecer e fazer as suas Ver<strong>da</strong>deiras Vontades. Quando cumprimentamos um ao outro, olhamos<br />

destemi<strong>da</strong>mente um pro outro e dizemos, “Faça o <strong>que</strong> tu <strong>que</strong>res há de ser tudo <strong>da</strong> Lei”. Isso deveria ser dito para todos<br />

<strong>que</strong> você encontra; como Crowley escreve, “Veja, irmão, nós somos livres! Regozije comigo, irmã, não há lei além de<br />

Faça o <strong>que</strong> tu <strong>que</strong>res!”<br />

Alguns dizem <strong>que</strong> é necessário ter força para controlar tudo, mas é uma força muito maior para não <strong>que</strong>rer controlar a<br />

tudo e a todos. Esse é um sintoma de ser inseguro e ansioso, e desejo de ter o controle <strong>da</strong>s pessoas ao insistir <strong>que</strong> o<br />

seu caminho é o único caminho. Ou seja: Ser um bisbilhoteiro é um sintoma de fra<strong>que</strong>za e medo, ain<strong>da</strong> <strong>que</strong>,<br />

inevitavelmente, se mascare como “virtude” <strong>que</strong> essencialmente se apresenta como “saber o <strong>que</strong> é melhor” para alguém<br />

(imagine só “para todos os Thelemitas”!). É neste ponto <strong>que</strong> “compaixão” e “Altruísmo” e até mesmo “ensinamento”<br />

flertam com o reino dos tolos.<br />

Todos nós ouviremos inevitavelmente (ou provavelmente já ouvimos) algum Thelemita autodeclarado <strong>que</strong>stionar por <strong>que</strong><br />

os outros não fazem isso ou aquilo, insistindo <strong>que</strong> reclamam dos outros por<strong>que</strong> eles “realmente” se importam com a<br />

Thelema. Muitos de nós já caímos nestas garras (“Ah! Eu? Nunca!”… Sim, especialmente você). Esse “cui<strong>da</strong>do” – essa<br />

sua “causa nobre”­ não é na<strong>da</strong> além <strong>da</strong> deman<strong>da</strong> de seu lado bisbilhoteiro se fantasiando de “virtude”. Nós todos<br />

devemos nos lembrar de “Não cobrir seus vícios em palavras virtuosas” (Liber Al II:52). Esse “cui<strong>da</strong>do” basicamente se<br />

resume em insistir <strong>que</strong> todo mundo deve ter os mesmos valores <strong>que</strong> você, o <strong>que</strong> é exatamente o oposto de “Faça o <strong>que</strong><br />

http://www.deldebbio.com.br/2016/12/28/yama­niyama­o­<strong>que</strong>­<strong>seria</strong>­o­thelemita­ideal/#more­22944 2/3

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