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Yama & Niyama_ O que seria o “Thelemita ideal”_ _ Teoria da Conspiração

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16/01/2017 <strong>Yama</strong> & <strong>Niyama</strong>: O <strong>que</strong> <strong>seria</strong> o <strong>“Thelemita</strong> <strong>ideal”</strong>? | <strong>Teoria</strong> <strong>da</strong> <strong>Conspiração</strong><br />

<strong>Yama</strong> & <strong>Niyama</strong>: O <strong>que</strong> <strong>seria</strong> o <strong>“Thelemita</strong> <strong>ideal”</strong>?<br />

deldebbio | 28 de dezembro de 2016<br />

Texto original de IAO131<br />

Tradução Mago implacável<br />

O <strong>que</strong> é um <strong>“Thelemita</strong> <strong>ideal”</strong>? Simples: Não existe algo como <strong>“Thelemita</strong> <strong>ideal”</strong>. A Lei de Thelema é “Faça o <strong>que</strong> tu<br />

Queres”, o <strong>que</strong> significa <strong>que</strong> ca<strong>da</strong> indivíduo é soberano. Todo Homem e to<strong>da</strong> Mulher tem sua própria Lei individual, sua<br />

Vontade única e particular. Como diria William Blake, “Uma Lei para o Leão e para o Boi é Opressão”.<br />

O Fato de “não há Lei senão Faça o <strong>que</strong> tu <strong>que</strong>res” (Liber Al III: 60) é precisamente o motivo de não haver um ideal<br />

padrão ou universal. Ca<strong>da</strong> indivíduo tem a sua própria Vontade, e ca<strong>da</strong> Lei deve ter seu “<strong>ideal”</strong> próprio e único. Sobre o<br />

fato de não existir esse padrão ou ideal universal Crowley escreve:<br />

“O <strong>que</strong> se faz necessário não é a busca por um ideal fantástico, profun<strong>da</strong>mente desajustado às nossas necessi<strong>da</strong>des<br />

reais, mas para descobrir a real natureza dessas necessi<strong>da</strong>des, para preenchê­las, e gozar com elas” – Magick Without<br />

Tears, Capítulo 8.<br />

“Saibas, o meu filho, <strong>que</strong> to<strong>da</strong>s as Leis, todos os Sistemas, todos os Costumes, todos os Ideais e Padrões <strong>que</strong> tendem<br />

a produzir Uniformi<strong>da</strong>de, estando diretamente em Oposição com a Natureza <strong>da</strong> Vontade de mu<strong>da</strong>r e desenvolver<br />

através <strong>da</strong> Varie<strong>da</strong>de, está amaldiçoado” Liber Aleph capítulo 31: ‘De Lege Motus’.<br />

“Ca<strong>da</strong> criança deverá desenvolver sua própria Individuali<strong>da</strong>de, e Vontade, independente de Ideais alienantes. (…)<br />

Permita <strong>que</strong> as crianças edu<strong>que</strong>m a si mesmas a [ou para] serem elas mesmas. A<strong>que</strong>les <strong>que</strong> as treinam para seguir<br />

padrões as aleijam e as deforma. Ideais alheios impõem perversões parasíticas. (…) Padrões de educação, ideias de<br />

Certo e Errado, convenções, credos, códigos estaguinam a Humani<strong>da</strong>de” ­”On the Education of Children”.<br />

Poderia ser argumentado <strong>que</strong> Thelema é um “ideal universal” em si. Que Thelema é uma Lei universal quando “Faça o<br />

<strong>que</strong> tu <strong>que</strong>res” afirma <strong>que</strong> ca<strong>da</strong> indivíduo deve encontrar sua Vontade única e pessoal, sua Lei particular. O ideal<br />

universal é, portanto, <strong>que</strong> não há um Ideal universal: ca<strong>da</strong> um deve “descobrir a ver<strong>da</strong>deira natureza de suas<br />

necessi<strong>da</strong>des reais, para preenchê­las e gozar com elas”. O único absoluto é <strong>que</strong> não há absoluto e a única constante é<br />

a mu<strong>da</strong>nça.<br />

De certa forma, nós podemos dizer <strong>que</strong> o <strong>“Thelemita</strong> <strong>ideal”</strong> é a<strong>que</strong>le <strong>que</strong> faz a sua Ver<strong>da</strong>deira Vontade e deixa os outros<br />

fazerem as suas Ver<strong>da</strong>deiras Vontades. Esse <strong>“Thelemita</strong> <strong>ideal”</strong> segue sua própria Lei enquanto os outros seguem suas<br />

próprias e diferentes Leis; não há ideais universais­ nem de “o <strong>que</strong> é melhor” ou “o <strong>que</strong> é absolutamente Certo e Errado”<br />

ou, além disso. Isso é às vezes chamado de “<strong>Yama</strong> e <strong>Niyama</strong> <strong>da</strong> Thelema”.<br />

Nós emprestamos os termos “<strong>Yama</strong>” e “<strong>Niyama</strong>” do sistema Hindu do Raja Yoga como explicado, entre outros lugares,<br />

no clássico tratado de Patanjali intitulado “Yogasutras”. <strong>Yama</strong> e <strong>Niyama</strong> são palavras <strong>que</strong> representam coisas opostas,<br />

semelhantes a “Não deves” (<strong>Yama</strong>) e “Deves” (<strong>Niyama</strong>). Infelizmente, traduzi­las para o inglês (ou português) não é<br />

fácil, mas seu sentido no contexto de Thelema fica claro com uma pe<strong>que</strong>na explicação.<br />

O <strong>Yama</strong> de Thelema é ter a autodisciplina de encontrar a própria Vontade e de realizar (ou fazer) a própria Vontade.<br />

Como é dito “Não tens nenhum outro direito <strong>que</strong> não fazer tua vontade” (Liber Al, I:42). O <strong>Niyama</strong> de Thelema é cui<strong>da</strong>r<br />

de suas próprias coisas ou, em outras palavras, permitir <strong>que</strong> os outros encontrem suas próprias Vontades. O <strong>Niyama</strong> é<br />

estender a mesma liber<strong>da</strong>de de fazer sua própria Vontade <strong>que</strong> você corretamente assume para si a todos os outros<br />

indivíduos. Resumindo:<br />

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16/01/2017 <strong>Yama</strong> & <strong>Niyama</strong>: O <strong>que</strong> <strong>seria</strong> o <strong>“Thelemita</strong> <strong>ideal”</strong>? | <strong>Teoria</strong> <strong>da</strong> <strong>Conspiração</strong><br />

A <strong>Yama</strong> de Thelema: Faça o <strong>que</strong> tu <strong>que</strong>res há de ser tudo <strong>da</strong> lei. Não há direito além de faça o <strong>que</strong> tu <strong>que</strong>res<br />

A <strong>Niyama</strong> de Thelema: Mind your own business (nota <strong>da</strong> tradução: equivalente a: Cuide de sua vi<strong>da</strong>, mas no literal<br />

<strong>seria</strong> Se preocupe com suas tarefas)<br />

<strong>Yama</strong>: Crowley menciona <strong>que</strong> <strong>Yama</strong> significa algo similar a “controle” ou “a palavra ‘inibição’ como usa<strong>da</strong> pelos<br />

biólogos”. Basicamente, <strong>Yama</strong> significa a autodisciplina de se manter na “trilha” ou no “caminho” de sua Ver<strong>da</strong>deira<br />

Vontade e não desviar dela (e). “Não há direito mas apenas faça o <strong>que</strong> tu <strong>que</strong>res” (liber Al, I:42) explicita <strong>que</strong> você está,<br />

por definição, fora do seu único direito quando se desvia de seu Caminho. Isso re<strong>que</strong>r uma autodisciplina de manter­se<br />

fiel a sua própria Lei. Como Crowley escreve “O <strong>que</strong> é ver<strong>da</strong>deiro para ca<strong>da</strong> Escola é igualmente ver<strong>da</strong>de para ca<strong>da</strong><br />

indivíduo. Sucesso na vi<strong>da</strong>, com base na Lei de Thelema, implica autodisciplina severa”. Crowley nos dá um resumo<br />

sucinto de <strong>Yama</strong> <strong>da</strong> Thelema quando escreve:<br />

“Eu desejaria reforçar mais uma vez <strong>que</strong> nenhuma <strong>que</strong>stão de certo e errado entra em nossos problemas. Mas na<br />

estratosfera é ‘certo’ para um homem ser selado numa vestimenta resistente a pressão e eletricamente a<strong>que</strong>ci<strong>da</strong>, com<br />

um suprimento de oxigênio, Enquanto em outros lugares <strong>seria</strong> errado ele usá­la se estivesse correndo três milhas num<br />

esporte de verão em Tanezrouft. Esse é o fosso <strong>que</strong> to<strong>da</strong>s os grandes professores <strong>da</strong>s religiões já caíram, e eu tenho<br />

certeza <strong>que</strong> vocês estão olhando avi<strong>da</strong>mente para mim na esperança <strong>que</strong> eu faça o mesmo. Mas não! Há um princípio<br />

<strong>que</strong> nos carrega através de todos os conflitos referentes à conduta, por<strong>que</strong> é perfeitamente rígido e perfeitamente<br />

elástico – ‘Faça o <strong>que</strong> tu <strong>que</strong>res há de ser tudo <strong>da</strong> Lei’ Isso é <strong>Yama</strong>” – Eight Lectures on Yoga, “<strong>Yama</strong>”<br />

<strong>Niyama</strong>: Não há antônimo pra <strong>Yama</strong>, ou autodisciplina, <strong>que</strong> traduz adequa<strong>da</strong>mente o termo “<strong>Niyama</strong>”. Nós poderíamos<br />

dizer <strong>que</strong> o complementar de “autodisciplina” é, nesse caso, algo como “disciplina do outro”. Se <strong>Yama</strong> é a disciplina <strong>que</strong><br />

temos conosco para nos mantermos ver<strong>da</strong>deiros com a nossa Lei, Nyama é a disciplina <strong>que</strong> temos para com os outros,<br />

ao permitir <strong>que</strong> eles permaneçam ver<strong>da</strong>deiros em suas Leis. Essa “disciplina do outro” pode ser resumi<strong>da</strong> em “Cuide de<br />

sua vi<strong>da</strong>!”. Crowley versa exatamente isso em diversos lugares :<br />

“Cuide <strong>da</strong> sua vi<strong>da</strong>! é a única regra suficiente.” – Magick without Tears, capítulo 15<br />

“Que tu saibas, ain<strong>da</strong>, meu <strong>que</strong>rido Filho, a Arte <strong>da</strong> Conduta correta com eles a <strong>que</strong>m <strong>da</strong>r­lhe­ei para a Iniciação. E a<br />

Regra portanto, é uma só Regra: Faça o <strong>que</strong> tu <strong>que</strong>res há de ser tudo <strong>da</strong> Lei. Observe­a constantemente para <strong>que</strong> ela<br />

não seja <strong>que</strong>bra<strong>da</strong>; especialmente a Sessão a seguir (se eu ousarei a falar) <strong>que</strong> será lido como Cuide <strong>da</strong> tua Vi<strong>da</strong>. Isso<br />

é de Aplicação igual a todos, e o mais perigoso dos Homens (ou Mulher, como também ocorre) ) é o Bisbilhoteiro. Oh<br />

quão envergonhados somos nós, e movidos pela Indignação, vendo os Pecados e Tolices dos nossos vizinhos!” – Liber<br />

Aleph, capítulo 96 “De discipulis Regendis<br />

“To<strong>da</strong> estrela tem a sua Natureza própria, e <strong>que</strong> é “Certa” pra ela. Nós não devemos ser missionários, com padrões<br />

ideias de vestimenta e moral, e tais ideias quadra<strong>da</strong>s. Nós devemos fazer o <strong>que</strong> <strong>que</strong>remos, e deixar os outros fazerem<br />

o <strong>que</strong> eles <strong>que</strong>rem. Nós somos infinitamente tolerantes, salvo à intolerância” – New comment to Liber Al, II:57<br />

“Se faz necessário <strong>que</strong> paremos, de uma vez por to<strong>da</strong>s, essa intromissão ignorante na vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s outras pessoas. Ca<strong>da</strong><br />

indivíduo deve ser deixado livre para seguir seu próprio caminho” – New comment pra Liber Al I:31<br />

O nome <strong>que</strong> Crowley dá para alguém <strong>que</strong> falha em manter o <strong>Niyama</strong> <strong>da</strong> Thelema é “bisbilhoteiro”. Um “bisbilhoteiro” é<br />

alguém <strong>que</strong> está preocupado com o <strong>que</strong> os outros estão fazendo, como os outros estão fazendo as coisas e porquê<br />

outras pessoas estão fazendo coisas. Um “bisbilhoteiro” está mais preocupado com a Ver<strong>da</strong>deira Vontade do outros do<br />

<strong>que</strong> com a sua própria. Eles estão indignados com os “pecados e tolices” de seus vizinhos ao invés de focados em si, e<br />

geralmente se intrometem na vi<strong>da</strong> dos outros. Um bisbilhoteiro, em resumo, não cui<strong>da</strong> <strong>da</strong> sua própria vi<strong>da</strong>.<br />

Todos nós somos bisbilhoteiros em algum grau quando impomos nossos padrões, expectativas, e ideais aos outros,<br />

sempre <strong>que</strong> pensamos <strong>que</strong> “sabemos o <strong>que</strong> é melhor” para qual<strong>que</strong>r um <strong>que</strong> não nós mesmos. Isso acontece em<br />

qual<strong>que</strong>r instância, desde a coisa mais mun<strong>da</strong>na e concreta, como criticar a escolha de vestiário do outro, às mais<br />

sutis, como esperar <strong>que</strong> o outro tivesse a mesma prática espiritual <strong>que</strong> você ou insistir <strong>que</strong> <strong>que</strong>m não acredita no<br />

mesmo <strong>que</strong> você acredita precisa ser “corrigido”.<br />

Quando colocado em prática, nós vemos rapi<strong>da</strong>mente <strong>que</strong> a <strong>Niyama</strong> <strong>da</strong> Thelema – <strong>que</strong> é cui<strong>da</strong>r <strong>da</strong> sua vi<strong>da</strong> e permitir<br />

<strong>que</strong> o outro cumpra sua Vontade – não é simplesmente uma passivi<strong>da</strong>de manca. Não é “arreganhar os dentes e<br />

aguentar”, o <strong>que</strong> implica <strong>que</strong> – lá no fundo – você não <strong>que</strong>r realmente <strong>que</strong> eles façam as suas respectivas Vontades<br />

(<strong>que</strong> dirá regozijar com isso!). O Nyama <strong>da</strong> Thelema é algo ativo, positivo: nós afirmamos ativamente o direito de todos<br />

os indivíduos a conhecer e fazer as suas Ver<strong>da</strong>deiras Vontades. Quando cumprimentamos um ao outro, olhamos<br />

destemi<strong>da</strong>mente um pro outro e dizemos, “Faça o <strong>que</strong> tu <strong>que</strong>res há de ser tudo <strong>da</strong> Lei”. Isso deveria ser dito para todos<br />

<strong>que</strong> você encontra; como Crowley escreve, “Veja, irmão, nós somos livres! Regozije comigo, irmã, não há lei além de<br />

Faça o <strong>que</strong> tu <strong>que</strong>res!”<br />

Alguns dizem <strong>que</strong> é necessário ter força para controlar tudo, mas é uma força muito maior para não <strong>que</strong>rer controlar a<br />

tudo e a todos. Esse é um sintoma de ser inseguro e ansioso, e desejo de ter o controle <strong>da</strong>s pessoas ao insistir <strong>que</strong> o<br />

seu caminho é o único caminho. Ou seja: Ser um bisbilhoteiro é um sintoma de fra<strong>que</strong>za e medo, ain<strong>da</strong> <strong>que</strong>,<br />

inevitavelmente, se mascare como “virtude” <strong>que</strong> essencialmente se apresenta como “saber o <strong>que</strong> é melhor” para alguém<br />

(imagine só “para todos os Thelemitas”!). É neste ponto <strong>que</strong> “compaixão” e “Altruísmo” e até mesmo “ensinamento”<br />

flertam com o reino dos tolos.<br />

Todos nós ouviremos inevitavelmente (ou provavelmente já ouvimos) algum Thelemita autodeclarado <strong>que</strong>stionar por <strong>que</strong><br />

os outros não fazem isso ou aquilo, insistindo <strong>que</strong> reclamam dos outros por<strong>que</strong> eles “realmente” se importam com a<br />

Thelema. Muitos de nós já caímos nestas garras (“Ah! Eu? Nunca!”… Sim, especialmente você). Esse “cui<strong>da</strong>do” – essa<br />

sua “causa nobre”­ não é na<strong>da</strong> além <strong>da</strong> deman<strong>da</strong> de seu lado bisbilhoteiro se fantasiando de “virtude”. Nós todos<br />

devemos nos lembrar de “Não cobrir seus vícios em palavras virtuosas” (Liber Al II:52). Esse “cui<strong>da</strong>do” basicamente se<br />

resume em insistir <strong>que</strong> todo mundo deve ter os mesmos valores <strong>que</strong> você, o <strong>que</strong> é exatamente o oposto de “Faça o <strong>que</strong><br />

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16/01/2017 <strong>Yama</strong> & <strong>Niyama</strong>: O <strong>que</strong> <strong>seria</strong> o <strong>“Thelemita</strong> <strong>ideal”</strong>? | <strong>Teoria</strong> <strong>da</strong> <strong>Conspiração</strong><br />

tu <strong>que</strong>res”. Se você se pegar perguntando, ou ouvir alguém perguntando, algo parecido com “Por<strong>que</strong> esta(s) pessoa(s)<br />

não pensa(m) <strong>que</strong> isso é importante?” A resposta mais provável é “Por<strong>que</strong> não é importante pra eles, nem precisa ser”…<br />

ou, mais precisamente, “Cui<strong>da</strong> <strong>da</strong> tua vi<strong>da</strong>”. Por isso <strong>que</strong> não existe <strong>“Thelemita</strong> Ideal”. É por isso <strong>que</strong> “Uma Lei pro Leão<br />

e pro Boi é Opressão”. Qual<strong>que</strong>r insistência contrário a isso levará à mesma armadilha do velho Aeon, a tirania de um<br />

único padrão ou ideal para to<strong>da</strong> humani<strong>da</strong>de, ao invés de multiplici<strong>da</strong>de de Leis, ca<strong>da</strong> uma alinha<strong>da</strong> com um indivíduo.<br />

De novo: A <strong>Niyama</strong> <strong>da</strong> Thelema não tem uma quali<strong>da</strong>de manca, passiva ou de “arreganhar os dentes e aguentar”. Ao<br />

contrário: ela pede uma quali<strong>da</strong>de ativa, quase viril, quando dizemos a qual<strong>que</strong>r indivíduo: “eu não sei qual é a sua<br />

Vontade, eu não sei qual o seu “bom” e “mau”, eu nem sei como a sua Vontade irá interagir e afetar a minha, mas eu te<br />

garanto <strong>que</strong> seu direito absoluto em fazer a sua Vontade assim como eu clamo igualmente o meu direito de fazer a<br />

minha Vontade”. Isso passa longe de algo passivo como “deixa acontecer naturalmente”; a <strong>Niyama</strong> de Thelema é uma<br />

afirmação ativa, um encorajamento entusiasmado, um alegre grito de guerra para <strong>que</strong> ca<strong>da</strong> homem e mulher possa<br />

descobrir sua real necessi<strong>da</strong>de, cumpri­la, e regozijar­se. Acreditar em algo diferente disso é a essência <strong>da</strong> tirania; agir<br />

de outra forma é a essência <strong>da</strong> opressão. Isso re<strong>que</strong>r a força de manter­se no meio <strong>da</strong> incerteza e <strong>da</strong> ambigui<strong>da</strong>de, de<br />

aceitar a varie<strong>da</strong>de e a diferença de estilo e opinião, em não saber “como as coisas deveriam ser” para todo mundo ou<br />

para qual<strong>que</strong>r pessoa. Qual<strong>que</strong>r preocupação no estilo “não fazendo as coisas do jeito certo” deveria ser um lembrete<br />

para todos nós re­focarmos na nossa Vontade: isso deveria ser um lembrete <strong>da</strong> <strong>Yama</strong> em permanecermos ver<strong>da</strong>deiros<br />

no nosso Caminho e <strong>da</strong> <strong>Niyama</strong> em afirmar o direito dos outros de serem ver<strong>da</strong>deiros em seus Caminhos.<br />

Essa é a simplici<strong>da</strong>de e a beleza <strong>da</strong> Lei de Thelema: não existem padrões absolutos ou um ideais universais. Todo<br />

homem e to<strong>da</strong> mulher têm o direito irrevogável e o dever de conhecer e fazer a sua Ver<strong>da</strong>deira Vontade. Ca<strong>da</strong> um tem<br />

seu próprio padrão e sua própria Lei. Qual<strong>que</strong>r ocorrência de impor sua Lei ao outro, ou alguém aceitar a Lei imposta por<br />

outrem, é uma distorção e deformi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> ver<strong>da</strong>deira natureza de uma estrela. É nosso <strong>Yama</strong> aderir a essa Lei de<br />

acordo com nossa Ver<strong>da</strong>deira Vontade, e é a nossa <strong>Niyama</strong> afirmar o direito de todos os outros indivíduos em aderirem<br />

à Lei de acordo com a Ver<strong>da</strong>deira Vontade deles. Essa é a real Liber<strong>da</strong>de, a perfeita ordem <strong>da</strong> Terra assim como as<br />

estrelas se movem na aparente perfeição nos Céus; é esse o motivo de nossa Lei de “faça o <strong>que</strong> tu <strong>que</strong>res” ser a Lei <strong>da</strong><br />

Liber<strong>da</strong>de em si<br />

Amor é a Lei, Amor sob vontade.<br />

Publicado originalmente em Iao 131: https://iao131.com/2013/06/09/yama­niyama­of­thelema­what­is­the­ideal­thelemite/<br />

http://www.deldebbio.com.br/2016/12/28/yama­niyama­o­<strong>que</strong>­<strong>seria</strong>­o­thelemita­ideal/#more­22944 3/3

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