estudo-de-blues
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
O BLUES NA GUITARRA<br />
Celso Gomes<br />
Semog Edições
Semog Edições<br />
NA GUITARRA<br />
Vol. I<br />
2008 – Varginha-MG – Brasil<br />
Blues na Guitarra vol.1 by Celso Augusto dos Santos Gomes is licensed un<strong>de</strong>r<br />
a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Vedada a Criação <strong>de</strong> Obras Derivadas 2.5 Brasil License.<br />
O BLUES NA GUITARRA – CELSO GOMES | 2
SOBRE O AUTOR<br />
Celso Gomes<br />
(Celso Augusto dos Santos Gomes)<br />
Guitarrista e Violonista, iniciou seus <strong>estudo</strong>s em violão<br />
erudito na escola <strong>de</strong> música Maestro Marcelo Pompeu <strong>de</strong><br />
Campanha-MG e no Conservatório Estadual <strong>de</strong> Música <strong>de</strong><br />
Varginha – MG. Tocou em várias bandas e acompanhou<br />
também artistas na região do Sul <strong>de</strong> Minas.<br />
É Bacharel em guitarra pela Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Artes Alcântara Machado -<br />
FAAM-UniFMU (São Paulo-SP), on<strong>de</strong> foi orientado pelos professores <strong>de</strong><br />
guitarra Marcelo Gomes (Grupo Terra Brasil) e Paulo Tiné (Também<br />
professor da Faculda<strong>de</strong> Santa Marcelina-SP), na faculda<strong>de</strong> <strong>estudo</strong>u <strong>de</strong>ntre<br />
outras, as matérias <strong>de</strong> contraponto, harmonia (com Marisa Ramires),<br />
linguagem instrumental e improvisação (arranjo), prática <strong>de</strong> conjunto e<br />
percepção.<br />
Concluiu o curso <strong>de</strong> Licenciatura em música - habilitação em guitarra<br />
por meio <strong>de</strong> complementação pedagógica pela Universida<strong>de</strong> do Vale do Rio<br />
Ver<strong>de</strong> (UninCor - Três Corações-MG).<br />
É Pós-Graduado em psicopedagogia pela Universida<strong>de</strong> Castelo Branco<br />
(RJ)/ IESD (PR) e em Docência na EaD pelo Centro Universitário do Sul <strong>de</strong><br />
Minas (UNIS-MG) on<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolveu trabalhos nas áreas da pedagogia e da<br />
música.<br />
É professor <strong>de</strong> guitarra e violão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1995 e trabalhou na Escola<br />
Consonante <strong>de</strong> Música (Três Corações-MG), no Estúdio Meyer Escola <strong>de</strong><br />
Música em São Paulo, e atualmente é professor <strong>de</strong> Música popular e<br />
folclórica, prática <strong>de</strong> conjunto (com ênfase em improvisação) e guitarra no 1 o<br />
e 2 o graus no Conservatório Estadual <strong>de</strong> Música <strong>de</strong> Varginha on<strong>de</strong> implantou<br />
o curso <strong>de</strong> guitarra em 1999 além <strong>de</strong> ministrar aulas particulares. Atua<br />
também como professor/tutor universitário no Centro Universitário do Sul <strong>de</strong><br />
Minas (UNIS-MG).<br />
Atualmente faz parte dos quartetos instrumentais JAZZMIN e ARROIO,<br />
ambas <strong>de</strong> Jazz, música brasileira e fusion; e está em pré-produção <strong>de</strong> seu<br />
novo CD – Brazuca.<br />
Site: www.celsogomes.com.br<br />
O BLUES NA GUITARRA – CELSO GOMES | 3
ÍNDICE<br />
GRADE __________________________________________________ 5<br />
INTRODUÇÃO ____________________________________________ 6<br />
A ORIGEM _______________________________________________ 7<br />
ALGUNS ÍCONES _________________________________________ 7<br />
A PRONÚNCIA ____________________________________________ 9<br />
A FORMA MUSICAL_______________________________________ 10<br />
ACOMPANHAMENTO _____________________________________ 13<br />
ACORDES ______________________________________________ 15<br />
LEVADAS ______________________________________________ 16<br />
COMPINGS _____________________________________________ 17<br />
ACORDES NO BLUES _____________________________________ 16<br />
ESTRUTURA MELÓDICA __________________________________ 19<br />
PENTA BLUES ___________________________________________ 21<br />
PENTA BLUES + BLUE NOTE 9ª AUM.________________________ 22<br />
PENTA BLUES + BLUE NOTE 6ª M. __________________________ 23<br />
PENTA BLUES + BLUE NOTE 4ª AUM.________________________ 24<br />
EXERCÍCIOS DE TRANSCRIÇÃO____________________________ 25<br />
PLAY-ALONG DA MÚSICA SCHOOL BLUES ___________________ 29<br />
FRASES ________________________________________________ 30<br />
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ______________________________ 33<br />
O BLUES NA GUITARRA – CELSO GOMES | 4
GRADE<br />
Neste livro usaremos a gra<strong>de</strong> para representar as escalas, modos e<br />
arpejos. Este é um sistema <strong>de</strong> notação que simboliza a imagem do braço da<br />
guitarra. Existem diversas formas <strong>de</strong> abordar esta representação, porém neste<br />
livro, usaremos estes dois sistemas da seguinte maneira:<br />
1. Como se a guitarra estivesse em suas mãos, como você olha para ela.<br />
2. Como se a guitarra estivesse em <strong>de</strong> pé .<br />
O BLUES NA GUITARRA – CELSO GOMES | 5
INTRODUÇÃO<br />
.<br />
Olá, tudo bem?<br />
Seja bem vindo ao <strong>estudo</strong> do Blues na guitarra!<br />
Com o intuito <strong>de</strong> estudar este importante estilo musical, que veio a<br />
influenciar vários outros estilos, acabei compilando algumas idéias que aqui<br />
estão.<br />
Este livro, no entanto, <strong>de</strong>stina-se ao entendimento e a prática <strong>de</strong><br />
elementos musicais para a performance do <strong>blues</strong> e <strong>de</strong> suas possíveis<br />
aplicações em outros tantos estilos musicais <strong>de</strong> música popular.<br />
Aqui se encontram alguns exemplos <strong>de</strong> escalas, acor<strong>de</strong>s, frases e<br />
acompanhamentos que po<strong>de</strong>mos usar como ponto <strong>de</strong> partida para tocarmos e<br />
improvisarmos em músicas no estilo <strong>blues</strong> e em outros estilos <strong>de</strong>rivados.<br />
Porém, o fato <strong>de</strong> se po<strong>de</strong>r improvisar <strong>de</strong> forma elementar, como<br />
característico nesse estilo, vem <strong>de</strong>monstrar que o <strong>estudo</strong> do <strong>blues</strong> é um<br />
recurso importante para a prática improvisacional, comum no Jazz e na Música<br />
Brasileira e em outros estilos, como o rock por exemplo.<br />
Este trabalho faz parte das referências bibliográficas dos cursos <strong>de</strong><br />
guitarra e estruturação musical que ministro. É <strong>de</strong> suma importância que não<br />
seja a única fonte <strong>de</strong> pesquisa, pois é apenas um referencial.<br />
Então mãos a obra e não se esqueça: pesquise, faça aulas, estu<strong>de</strong><br />
teoria, harmonia, troque idéias com amigos, tire músicas <strong>de</strong> ouvido, pratique,<br />
pratique, pratique e divirta-se, isto torna tudo mais eficaz.<br />
Um gran<strong>de</strong> e forte abraço!<br />
CELSO GOMES<br />
O BLUES NA GUITARRA – CELSO GOMES | 6
A ORIGEM<br />
Os escravos africanos, levados para os Estados Unidos, cantavam um<br />
tipo <strong>de</strong> música que <strong>de</strong> certa forma servia para aliviar sentimentos como a<br />
tristeza, a sauda<strong>de</strong> e o cansaço causados pelos trabalhos forçados nas<br />
lavouras <strong>de</strong> algodão. Esse tipo <strong>de</strong> manifestação, chamada <strong>de</strong> worksongs, foi o<br />
que po<strong>de</strong>mos enten<strong>de</strong>r como a origem <strong>de</strong>ssa maneira <strong>de</strong> se cantar que mais<br />
tar<strong>de</strong> se transformaria no que conhecemos por Blues .<br />
Assim o Blues surge como uma expressão cultural que se caracteriza<br />
por uma simplicida<strong>de</strong>, poesia, humor e ironia.<br />
Como po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>duzir, pela sua origem, a <strong>de</strong>finição do termo Blues<br />
mostra muito do sentimento e do estado <strong>de</strong> espírito<br />
dos seus criadores. Essa expressão – Blues – ficou<br />
popular, contudo, <strong>de</strong>pois da Guerra Civil Americana,<br />
quando passou a ser vista como um meio <strong>de</strong><br />
significar o estado <strong>de</strong> espírito da população afroamericana<br />
frente aos problemas que enfrentavam<br />
com o final da guerra.<br />
Este estilo <strong>de</strong> música, que veio a influenciar o Jazz, o Rock, o Gospel, o<br />
Funk e muitos outros, é além <strong>de</strong> tudo um excelente exercício <strong>de</strong> improvisação<br />
com musicalida<strong>de</strong> e “feeling”.<br />
ALGUNS ÍCONES<br />
Robert Johnson<br />
Este que foi consi<strong>de</strong>rado um marco do <strong>blues</strong>,<br />
modificou o estilo <strong>de</strong> execução, empregando mais<br />
técnica, frases mais elaboradas e maior ênfase no<br />
uso das cordas graves para criar um ritmo regular.<br />
Johnson influenciou Elmore James e Muddy Waters,<br />
e o <strong>blues</strong> elétrico <strong>de</strong> Chicago na década <strong>de</strong> 1950 foi<br />
criado em torno do estilo <strong>de</strong> Johnson. Há uma linha<br />
direta <strong>de</strong> influência entre a obra <strong>de</strong> Johnson e o<br />
Rock and Roll que se tornaria popular no pós<br />
segunda guerra mundial .<br />
Anos após sua morte, o grupo <strong>de</strong> admiradores <strong>de</strong> Johnson cresceu e<br />
inclui gra<strong>de</strong>s nomes da guitarra rock como Keith Richards e Eric Clapton.<br />
O BLUES NA GUITARRA – CELSO GOMES | 7
Muddy Waters<br />
Nascido em Rolling Fork, Mississippi, Waters começou a gravar em<br />
1940. Ele mudaria-se mais tar<strong>de</strong> para Chicago, Illinois, on<strong>de</strong> trocou o violão<br />
pela guitarra elétrica. Sua popularida<strong>de</strong> começou a crescer entre os músicos<br />
negros, e isso o permitiu passar a se apresentar em clubes <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />
movimento. A técnica <strong>de</strong> Waters é fortemente<br />
característica <strong>de</strong>vido a seu uso do sli<strong>de</strong> (botle neck) na<br />
guitarra.<br />
Suas primeiras gravações pela Chess<br />
Records apresentavam Waters na guitarra e nos<br />
vocais apoiado por um violoncelo. Posteriormente, ele<br />
adicionaria uma seção rítmica e a gaita <strong>de</strong> Little<br />
Walter, inventando a formação clássica <strong>de</strong> Chicago <strong>blues</strong>.<br />
Com sua voz profunda, rica, uma personalida<strong>de</strong><br />
carismática e o apoio <strong>de</strong> excelentes músicos, Waters<br />
rapidamente tornou-se a figura mais famosa do Chicago<br />
Blues. Até mesmo B. B. King referiria-se a ele mais tar<strong>de</strong><br />
como o “Chefe <strong>de</strong> Chicago”. Suas bandas eram um<br />
“quem é quem” dos músicos <strong>de</strong> Chicago <strong>blues</strong>: Little<br />
Walter, Big Walter Horton, James Cotton, Junior Wells,<br />
Willie Dixon, Otis Spann, Pinetop Perkins, Buddy Guy, e daí em diante.<br />
B.B. King<br />
É um dos mais reconhecidos guitarristas <strong>de</strong> Blues da atualida<strong>de</strong>. Por<br />
vezes, referido como o Rei do Blues. É bastante<br />
apreciado por seus solos, nos quais, ao contrário <strong>de</strong><br />
muitos guitarristas, prefere usar poucas notas. Certa<br />
vez, B.B King teria dito: "posso fazer uma nota valer<br />
por mil". B. B. King começou a tocar na rua para<br />
ganhar alguns trocados, ainda em sua cida<strong>de</strong> natal. No<br />
ano <strong>de</strong> 1947, partia para Memphis, no Tenessee,<br />
apenas com sua guitarra e $2,50 dóláres.<br />
Conhecido também por seu vibrato King em 1970, alcançava as paradas<br />
<strong>de</strong> sucesso com a música, The Thrill is Gone.<br />
BB king era consi<strong>de</strong>rado o melhor guitarrista a do mundo por Jimi Hendrix.<br />
O BLUES NA GUITARRA – CELSO GOMES | 8
A PRONÚNCIA<br />
Criada pelos escravos norte americanos nas plantações <strong>de</strong> algodão, o<br />
<strong>blues</strong> é um tipo <strong>de</strong> música que tem um sotaque, ou seja, um swing próprio.<br />
Construído em compasso quatro por quatro é caracterizado pela execução <strong>de</strong><br />
colcheias, da seguinte forma:<br />
Execução:<br />
Porém anota-se na pauta assim:<br />
A esta interpretação dá-se o nome <strong>de</strong> Swing feel ou triplet feel<br />
(sentimento triplo). Porém na maior parte dos casos damos o nome <strong>de</strong><br />
pronúncia <strong>blues</strong>, a esta articulação da colcheia.<br />
Escrita<br />
Execução<br />
O <strong>blues</strong> po<strong>de</strong> ainda ser escrito em compasso composto, ou seja, em<br />
doze por oito. Dessa forma não existe a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> anotá-lo com o “triplet<br />
feel”, on<strong>de</strong> temos, contudo, as seguintes formas básicas <strong>de</strong> anotação:<br />
ou<br />
O BLUES NA GUITARRA – CELSO GOMES | 9
A FORMA MUSICAL<br />
A forma musical mais comum do <strong>blues</strong> é o <strong>de</strong> 12 compassos, que se<br />
cristalizou com a idéia dos três versos, cada verso com quatro compassos.<br />
Primeiro verso po<strong>de</strong> ser construído por duas progressões:<br />
1- Slow change (troca lenta): todo construído sobre o acor<strong>de</strong> da Tônica (ex. Dó<br />
maior).<br />
2- Fast change (troca rápida): primeiro compasso com acor<strong>de</strong> <strong>de</strong> tônica,<br />
segundo com acor<strong>de</strong> <strong>de</strong> subdominante e terceiro e quarto novamente com o<br />
compasso <strong>de</strong> tônica. (ex. Dó maior).<br />
Segundo verso é dividido em: dois compassos para a subdominante e dois<br />
para a tônica. (ex. Dó maior).<br />
Terceiro verso po<strong>de</strong> ser construído por três progressões:<br />
1- Dominante nos dois primeiros compassos e tônica nos dois últimos. Essa<br />
forma é pouco usada hoje em dia, porém será utilizada para tocarmos <strong>blues</strong> <strong>de</strong><br />
raiz (ou folk<strong>blues</strong>):<br />
O BLUES NA GUITARRA – CELSO GOMES | 10
2- Dominante, subdominante e tônica. (ex. Dó maior).<br />
3- Dominante, subdominante, tônica e dominante. (ex. Dó maior).<br />
Turnaround - Ciclo Harmônico tocado para preparar a volta ao início do<br />
chorus.<br />
A estas combinações dos versos chamamos <strong>de</strong> chorus, que são tocados<br />
para a base da melodia principal (tema) e dos improvisos (secção <strong>de</strong><br />
improviso)<br />
Obs.: perceba que no final das faixas existe uma virada <strong>de</strong> bateria,<br />
usada para voltar ao início do chorus.<br />
Faixa 1 (ex. Dó maior).<br />
Slow change sem turnaround<br />
O BLUES NA GUITARRA – CELSO GOMES | 11
Slow change com Turnaround<br />
Faixa 2 (ex. Dó maior).<br />
Faixa 3 (ex. Dó maior).<br />
Fast change sem Turnaround<br />
Faixa 4 (ex. Dó maior).<br />
Fast change com Turnaround<br />
O BLUES NA GUITARRA – CELSO GOMES | 12
ACOMPANHAMENTO<br />
Tradicionalmente o <strong>blues</strong> é construído com acor<strong>de</strong>s com sétima menor,<br />
contrariando o campo harmônico maior.<br />
Campo harmônico maior:<br />
Po<strong>de</strong>mos assim relacionar as funções dos acor<strong>de</strong>s usados no <strong>blues</strong> com<br />
uma escada, on<strong>de</strong> a Tônica é o chão, a subdominante é o <strong>de</strong>grau do meio e a<br />
dominante é o <strong>de</strong>grau mais alto.<br />
Então o <strong>blues</strong> slow change com turnaround ficaria assim (ex. Dó maior):<br />
Como exercício construa o gráfico <strong>de</strong> outras possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> execução <strong>de</strong><br />
<strong>blues</strong>:<br />
slow change sem turnaround<br />
fast change com e sem turnaround<br />
fast e slow change com o último verso tipo folk <strong>blues</strong>.<br />
O BLUES NA GUITARRA – CELSO GOMES | 13
Dois dos tons mais usados na guitarra para tocar <strong>blues</strong> são o <strong>de</strong> mi<br />
maior e o <strong>de</strong> lá maior, como nos exemplo a seguir:<br />
Faixa 5 (mi maior)<br />
Faixa 6 (lá maior)<br />
Como exercício construa e pratique as seguintes possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> execução<br />
<strong>de</strong> <strong>blues</strong> nos tons <strong>de</strong> A e E:<br />
slow change sem turnaround<br />
fast change com turnaround<br />
fast change sem turnaround<br />
fast change com o último verso tipo folk <strong>blues</strong>.<br />
slow change com o último verso tipo folk <strong>blues</strong>.<br />
Agora repita as possibilida<strong>de</strong>s acima em outros tons como, por exemplo, em G,<br />
Bb, F, Eb, <strong>de</strong>ntre outros <strong>de</strong> sua preferência.<br />
O BLUES NA GUITARRA – CELSO GOMES | 14
ACORDES<br />
Aqui, temos algumas sugestões <strong>de</strong> digitações <strong>de</strong> acor<strong>de</strong>s <strong>blues</strong> em Mi maior:<br />
6<br />
Obs.: As cordas com um “x” não <strong>de</strong>vem ser tocadas, ou seja, <strong>de</strong>vem ser<br />
abafadas.<br />
Como exercício pesquise e pratique outras digitações <strong>de</strong> acor<strong>de</strong>s para que<br />
você possa tocar <strong>blues</strong> em outras tonalida<strong>de</strong>s.<br />
O BLUES NA GUITARRA – CELSO GOMES | 15
LEVADAS<br />
Levadas são os ritmos que usamos no acompanhamento característico <strong>de</strong><br />
um estilo musical. No <strong>blues</strong> estas levadas respeitam ao triplet feel ou pronúncia<br />
<strong>blues</strong>:<br />
Levada 1<br />
(stop rhythm)<br />
Faixa 7 (<strong>blues</strong> em MI maior usando a levada 1)<br />
Levada 2<br />
Faixa 8 (<strong>blues</strong> em MI maior usando a levada 2)<br />
Levada 3<br />
Faixa 9 (<strong>blues</strong> em MI maior usando a levada 3)<br />
Levada 4<br />
Faixa 10 (<strong>blues</strong> em MI maior usando a levada 4)<br />
Levada 5<br />
Faixa 11 (<strong>blues</strong> em MI maior usando a levada 5)<br />
O BLUES NA GUITARRA – CELSO GOMES | 16
COMPINGS<br />
Exemplo 1a<br />
Exemplo 1b<br />
Exemplo 2a<br />
O BLUES NA GUITARRA – CELSO GOMES | 17
Exemplo 2b<br />
Exemplo 3a<br />
Exemplo 3b<br />
Faixa 12- Blues em mi maior usando exemplo 1a e 1b.<br />
Faixa 13- Blues em mi maior usando exemplos 2a e 2b.<br />
Faixa 14- Blues em mi maior usando exemplos 3a e 3b.<br />
O BLUES NA GUITARRA – CELSO GOMES | 18
ESTRUTURA MELÓDICA<br />
Na música africana, on<strong>de</strong> evi<strong>de</strong>ntemente encontram-se as raízes do<br />
Blues, a escala musical mais presente é a pentatônica (escala constituída por 5<br />
notas).<br />
Pentatônica menor- É idêntica a escala menor natural, porém sem o II<br />
e o VI graus, como mostrado no exemplo a seguir, no tom <strong>de</strong> lá menor.<br />
Tônica 3 a m 4J 5 a J 7 a m Tônica(8 a J)<br />
1 tom e ½ 1 tom 1 tom 1 tom e ½ 1 tom<br />
Quando se tentava executar as canções, cantadas com essa escala,<br />
acompanhando-as com instrumentos musicais europeus, construídos para o<br />
sistema diatônico, o conflito era inevitável. Tal conflito, supostamente, teria<br />
gerado o que hoje se conhece por blue notes, que são consi<strong>de</strong>radas uma<br />
tentativa dos músicos afro-americanos <strong>de</strong> tocar exatamente aquilo que<br />
cantavam.<br />
Tais blue notes são: a terça menor e a sexta maior “aumentadas em<br />
quase meio tom”, além da quarta aumentada usada como cromatismo entre a<br />
quarta justa e a quinta justa.<br />
(½ tom) (½ tom)<br />
3 a menor 6 a maior<br />
(aumentada em ½ tom) (aumentada em ½ tom)<br />
4 a aum.<br />
Obs.: A 3ª menor neste contexto soa como 9 a aum.<br />
O BLUES NA GUITARRA – CELSO GOMES | 19
Em um <strong>blues</strong>, por exemplo, no tom <strong>de</strong> A maior, é característico o uso da<br />
pentatônica <strong>de</strong> Lá menor (quando aplicada <strong>de</strong>sta maneira esta passa a se<br />
chamar “penta <strong>blues</strong>”), tendo como resultado os seguintes intervalos perante os<br />
acor<strong>de</strong>s usados:<br />
Sobre A7 (I7) - Fund.. 9 a aum. 4 a Justa 5 a Justa 7 a menor Fund.<br />
Sobre D7 (IV7)- 5 a Justa 7 a menor Fund.. 9 a maior 4 a Justa 5 a Justa<br />
Sobre E7 (V7) - 4 a Justa 13 a menor 7 a menor Fund. 9 a aum. 4 a Justa<br />
A seguir veremos exemplos <strong>de</strong> digitação da pentatônica e da penta<br />
<strong>blues</strong> para se tocar no tom <strong>de</strong> Lá maior, e na seqüência as blue-notes estarão<br />
assinaladas nesta mesma digitação.<br />
O BLUES NA GUITARRA – CELSO GOMES | 20
PENTA BLUES<br />
PENTA BLUES SEM BLUE NOTES<br />
Ex: Lá maior (<strong>blues</strong>)<br />
- Tônica (nota que dá nome a escala)<br />
O BLUES NA GUITARRA – CELSO GOMES | 21
PENTA BLUES + BLUE NOTE 9ª AUM.<br />
Com a Blue note - 3ª menor (com bend) = 9ª aumentada.<br />
Ex: Lá maior (<strong>blues</strong>)<br />
- Tônica (nota que dá nome a escala)<br />
- Dê um bend <strong>de</strong> meio tom nesta nota, para que esta soe Blue note.<br />
O BLUES NA GUITARRA – CELSO GOMES | 22
PENTA BLUES + BLUE NOTE 6ª M<br />
Blue note - 6ª maior (com bend) = 7ª menor abaixada<br />
Ex: Lá maior (<strong>blues</strong>).<br />
- Tônica (nota que dá nome a escala)<br />
- Dê um bend <strong>de</strong> meio tom nesta nota, para que esta soe Blue note.<br />
O BLUES NA GUITARRA – CELSO GOMES | 23
Com a blue note - 4ª aumentada<br />
Ex: Lá maior (<strong>blues</strong>)<br />
PENTA BLUES + BLUE NOTE 4ª AUM<br />
- Tônica (nota que dá nome a escala)<br />
- Esta blue note serve <strong>de</strong> passagem entre a 4ª e a 5ª nota da escala.<br />
O BLUES NA GUITARRA – CELSO GOMES | 24
EXERCÍCIOS<br />
A prática da transcrição, também chamada <strong>de</strong> “tirar <strong>de</strong> ouvido” é uma das<br />
formas mais eficazes <strong>de</strong> se <strong>de</strong>senvolver a musicalida<strong>de</strong> e a performance do músico<br />
em um <strong>de</strong>terminado estilo. Assim adquire-se <strong>de</strong>senvoltura para a improvisação,<br />
composição, acompanhamento e técnica <strong>de</strong> uma forma equilibrada, resultando<br />
freqüentemente em uma maneira natural <strong>de</strong> se tocar o instrumento.<br />
Então, tendo tudo isso em vista vamos agora transcrever as frases das faixas<br />
indicadas do CD <strong>de</strong>ste livro para as pautas abaixo. Todas as frases estão colocadas<br />
sobre um <strong>blues</strong> no tom <strong>de</strong> Mi maior, então lembre-se <strong>de</strong> ter em mente a penta <strong>blues</strong>,<br />
ou seja, a pentatônica <strong>de</strong> Mi menor com a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uso das blue notes.<br />
Faixa 15 – usando a 1ª região (da 14ª até a 17ª casa)<br />
Faixa 16 – usando a 1ª região (da 2ª até a 5ª casa)<br />
Faixa 17 – usando a 1ª região (da 2ª até a 5ª casa)<br />
O BLUES NA GUITARRA – CELSO GOMES | 25
Faixa 18 – usando a 2ª região (da 5ª até a 8ª casa)<br />
Faixa 19 – usando a 2ª região (da 5ª até a 8ª casa)<br />
Faixa 20 – usando a 2ª região (da 5ª até a 8ª casa)<br />
Faixa 21 – usando a 3ª região (da 8ª até a 10ª casa)<br />
O BLUES NA GUITARRA – CELSO GOMES | 26
Faixa 22 – usando a 3ª região (da 8ª até a 10ª casa)<br />
Faixa 23 – usando a 3ª região (da 8ª até a 10ª casa)<br />
Faixa 24 – usando a 4ª região (da 9ª até a 12ª casa)<br />
Faixa 25 – usando a 4ª região (da 9ª até a 12ª casa)<br />
O BLUES NA GUITARRA – CELSO GOMES | 27
Faixa 26 – usando a 4ª região (da 9ª até a 12ª casa)<br />
Faixa 27 – usando a 5ª região (da 12ª até a 15ª casa)<br />
Faixa 28 – usando a 5ª região (da 12ª até a 15ª casa)<br />
Faixa 29 – usando a 5ª região (da 12ª até a 15ª casa)<br />
Outro exercício interessante para ser praticado, consiste na divisão <strong>de</strong>ssas<br />
frases em duas partes (antece<strong>de</strong>nte e conseqüente) para que assim possamos<br />
usar apenas uma <strong>de</strong>ssas partes, sendo que na outra improvisaríamos com a<br />
escala pertinente ao tom da música. Isso nos dá a habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aplicação dos<br />
elementos fraseológicos aqui estudados, para que <strong>de</strong>ssa forma possamos<br />
ampliar nosso vocabulário <strong>blues</strong>.<br />
O BLUES NA GUITARRA – CELSO GOMES | 28
PLAY-A-LONG<br />
Faixa 30 – School Blues – Com guitarra<br />
School Blues<br />
Celso Gomes<br />
Faixa 31 – Play-Back - School Blues – Sem guitarra<br />
Toque o <strong>blues</strong> – School <strong>blues</strong> e improvise usando os elementos<br />
estudados neste livro. Você <strong>de</strong>ve criar seus solos, ou seja, o seu estilo, para<br />
isso você não precisa, exatamente, usar as frases que foram transcritas aqui,<br />
mas sim fragmentos usados na sua constituição, bem como as blue notes, os<br />
compings e as levadas estudadas com este livro. Então improvise e crie suas<br />
frases escrevendo-as como forma <strong>de</strong> exercício e aprimoramento musical!<br />
O BLUES NA GUITARRA – CELSO GOMES | 29
FRASES<br />
Aqui estão as frases do CD para que você possa conferir suas transcrições.<br />
Faixa 15<br />
Faixa 16<br />
Faixa 17<br />
Faixa 18<br />
Faixa 19<br />
O BLUES NA GUITARRA – CELSO GOMES | 30
Faixa 20<br />
Faixa 21<br />
Faixa 22<br />
Faixa 23<br />
Faixa 24<br />
O BLUES NA GUITARRA – CELSO GOMES | 31
Faixa 25<br />
Faixa 26<br />
Faixa 27<br />
Faixa 28<br />
Faixa 29<br />
O BLUES NA GUITARRA – CELSO GOMES | 32
BIBLIOGRAFIA<br />
CHEDIACK, Almir. Harmonia & Improvisação. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Lumiar Editora,<br />
1986.<br />
FARIA, Nelson. Escalas,Arpejos e acor<strong>de</strong>s. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Lumiar Editora,<br />
1998.<br />
GAMBALE, Frank. Improvisation Mad Easier. Miami: Manhattan Music, 1997.<br />
GOMES. Celso A. S. Ca<strong>de</strong>rnos do Corso <strong>de</strong> Guitarra do Curso <strong>de</strong><br />
Bacharalado da FAAM. São Paulo: Manuscritos. 1999-2003.<br />
KOCH, Greg. Hal Leonard Guitar Method - Blues Guitar. Hal Leonard.<br />
MELLO, Mozart. Apostila <strong>de</strong> Apoio. São Paulo: Manuscritos, 1994.<br />
_______. Apostila da Ví<strong>de</strong>o Aula – Guitarra Fusion. São Paulo: Manuscrito,<br />
1994.<br />
PASS, Joe. Joe Pass Guitar Style, Waner Bros. Publications.<br />
SWANWICK, Keith. Ensinando Música Musicalmente. São Paulo: Mo<strong>de</strong>rna,<br />
2003.<br />
O BLUES NA GUITARRA – CELSO GOMES | 33