Lucenildo escreve uma nova hist?ria no semi?rido
Lucenildo de Sousa Borges tem apenas 13 anos e estuda na Escola Municipal Liberato Vieira, localizada no povoado Brejo da Fortaleza, h 15 km do municpio de Ipiranga do Piau. O adolescente j referncia na regio onde mora porque comeou h alguns meses a cultivar plantas e hortalias no seu quintal. Primeiro foi somente para consumo familiar, agora ele vende o excedente nos povoados Malhada do Brejo e Macaba.
Lucenildo de Sousa Borges tem apenas 13 anos e estuda na Escola Municipal Liberato Vieira, localizada no
povoado Brejo da Fortaleza, h 15 km do municpio de Ipiranga do Piau. O adolescente j referncia na regio
onde mora porque comeou h alguns meses a cultivar plantas e hortalias no seu quintal. Primeiro foi somente
para consumo familiar, agora ele vende o excedente nos povoados Malhada do Brejo e Macaba.
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A<strong>no</strong> 10 • nº 2196<br />
Novembro /2016<br />
Ipiranga do Piauí<br />
Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas<br />
LUCENILDO ESCREVE UMA NOVA HISTÓRIA NO SEMIÁRIDO<br />
<strong>Lucenildo</strong> de Sousa Borges tem apenas 13 a<strong>no</strong>s e estuda na Escola Municipal Liberato Vieira, localizada <strong>no</strong><br />
povoado Brejo da Fortaleza, há 15 km do município de Ipiranga do Piauí. O adolescente já é referência na região<br />
onde mora porque começou há alguns meses a cultivar plantas e hortaliças <strong>no</strong> seu quintal. Primeiro foi somente<br />
para consumo familiar, agora ele vende o excedente <strong>no</strong>s povoados Malhada do Brejo e Macaúba.<br />
O garoto conta como começou a pensar <strong>no</strong> seu quintal produtivo na escola: “Quando fizemos a cisterna na<br />
minha casa comecei a tentar fazer a minha horta, com o mate<strong>ria</strong>l que recebemos. Devido à localização tive<br />
alg<strong>uma</strong>s tentativas que não deram certo, mas quando a diretora Reginalda, minha diretora, me orientou, ela me<br />
deu <strong>uma</strong> cartinha sobre manejo da água, segui passo a passo e tudo que não entendia eu perguntava, assim fiz<br />
um cultivo de horta que tem tomate, cheiro verde, pimentão, pimentinha de cheiro e pepi<strong>no</strong> utilizando a<br />
irrigação alternativa do Canteiro Econômico”, explica.<br />
Além do canteiro, o adolescente faz a multiplicação de sementes crioulas consideradas já extintas na região. Ele<br />
planta <strong>no</strong> seu quintal, faz a seleção da semente e repassa para o banco de sementes da escola. Com c<strong>ria</strong>tividade<br />
e determinação ele promove alg<strong>uma</strong>s melho<strong>ria</strong>s <strong>no</strong> quintal produtivo da sua família. <strong>Lucenildo</strong> construiu com o<br />
pai, um galinheiro, o viveiro de mudas, e criou o sistema de sombreamento alternativo para canteiros.<br />
Filho de Dona Telma e de Seu Lindomar, <strong>Lucenildo</strong> tem mais três irmão, vai à escola todos os dias, participa das<br />
atividades e conta que os professores são grandes incentivadores, além de seu pai que recebe suas ideias <strong><strong>no</strong>va</strong>s<br />
e ajuda a colocar em prática.<br />
Seu Lindomar, o pai, conta que aprende muito com o filho, ele diz que não usa mais vene<strong>no</strong> e que passou a<br />
preservar o meio ambiente para poder usar por mais tempo sua terra. A orientação contextualizada de<br />
convivência com <strong>semi</strong>á<strong>rido</strong> que os filhos recebem na escola ajuda a família e a comunidade. Para o agricultor a<br />
escola não ensina só a ler e <strong>escreve</strong>r, mas vai além disso, ensina como viver melhor <strong>no</strong> ambiente em que<br />
vivemos.<br />
O adolescente mostra sua horta com orgulho
Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Articulação Semiá<strong>rido</strong> Brasileiro – Piauí<br />
Educação diferenciada<br />
A Escola Municipal Liberato Vieira, onde <strong>Lucenildo</strong> estuda desenvolve práticas educativas contextualizadas num<br />
processo pedagógico que envolve a participação da comunidade na busca de alternativas para os problemas<br />
locais e, neste sentido, a escola desenvolve ações educativas a partir de três instrumentos pedagógicos: horta<br />
escolar, viveiro de mudas e banco de sementes crioulas. A partir da integração das atividades escolares e outros<br />
processos de formação extra-classe, tais como os intercâmbios e as oficinas técnicas sobre temas ligados à<br />
agroecologia, já é possível perceber os resultados sociais que interferem positivamente na dimensão ecológica<br />
e ambiental da comunidade Brejo da Fortaleza e comunidades vizinhas.<br />
“A diferença dessa forma de educação é a mudança que gera nas c<strong>ria</strong>nças e adolescentes, com o envolvimento<br />
da família <strong>no</strong> aprendizado, <strong>no</strong> cuidado com meio ambiente. Existe um conceito de educação contextualizada<br />
que incentiva a convivência com Semiá<strong>rido</strong> gerando melhor alimentação e <strong>uma</strong> eco<strong>no</strong>mia gerada do trabalho”,<br />
explica Reginalda, diretora da escola Liberato Vieira.<br />
Canteiro econômico<br />
A família de <strong>Lucenildo</strong><br />
<strong>Lucenildo</strong> com sua diretora Reginalda<br />
Horta da Escola<br />
Plantação de macaxeira<br />
Plantação de Pepi<strong>no</strong><br />
Escola Municipal Liberato Vieira<br />
Realização<br />
Apoio<br />
DE PAULO TARSO<br />
DE<br />
OLA ESC<br />
FORMAÇÃO<br />
F<br />
UND<br />
.<br />
EM<br />
A 0<br />
AD 5<br />
0<br />
2.1<br />
9<br />
94