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6 Folha povoitauna.com Geral Itaúna | Sábado, 28 de janeiro de 2017 | Edição 1225 Até os 67 anos Itaunenses morrem mais cedo Números do Cartório de Registro Civil mostram que população vive menos do que a média do Brasil. Óbitos crescem 13% Na última semana a FOLHA publicou parte dos dados reunidos pelo Cartório de Registro Civil de Itaúna a respeito das pessoas que nasceram e morreram no ano de 2016. Como foi divulgado, 1.050 crianças vieram ao mundo em Itaúna no último ano (sendo 537 homens e 513 mulheres), representando diminuição nos nascimentos pelo terceiro ano consecutivo - 1.084 em 2015 e 1.105 em 2014. O mês com mais nascimentos foi abril, com 109 novas crianças na cidade; e o menor em agosto, com 66. Também foram citados os falecimentos do último ano, que somaram 700 mortos (367 foram homens e 333 mulheres). Uma média de 58 por mês; sendo que maio foi o mês com maior número de óbitos, 77, e fevereiro o menor, com 45. Um acréscimo de 13%, percentual considerado expressivo pelo Cartório, levandose em conta os números anuais registrados anteriormente. Entre as mortes, destaca-se a idade média dos itaunense, que é de 67 anos e nove meses, que, apesar de ter aumentado em relação aos anos anteriores, ainda é significativamente menor do que a expectativa de vida do brasileiro nascido em 2015, que passou a ser de 75,5 anos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, divulgados em 1º de dezembro do último ano. O aumento é notado desde 2010, registrando queda apenas no ano de 2012. Em 2015, a idade média das pessoas falecidas em Itaúna era de 67,10 anos; em 2014, de 66,08; em 2013, de 64,95; em 2012, de 61,64; em 2011, de 63,80; e em 2010, de 62,60. Em contrapartida, aumentou também o índice médio de mortalidade infantil, crianças de até um ano de idade mortas para cada mil nascidas vivas, subindo de 3,69 crianças em 2015 para 7,62 em 2016, aumento de 65% do ano de 2015 para o ano passado. O total de crianças de até cinco anos também aumentou, passando dos cinco que eram mantidos desde 2014 para oito falecidas. Chama atenção ainda que 5,14% (36 pessoas) dos falecidos tinham idade de até 30 anos. Enquanto a maioria dos falecidos, 25,29%, assim 177 mortos tinham entre 80 e 90 anos; seguido de 20,71% (145) dos falecidos que tinham idade entre 70 e 80 anos (124); 17,71% (98) de 60 a 70 anos; 14% (46) de 50 a 60 anos; e 6,57% (27) de 30 a 40 anos. E faleceram 47 idosos com idade entre 90 e 100 anos, 6,71%.
Itaúna | Sábado, 28 de janeiro de 2017 | Edição 1225 Folha EntrEvISta geral Folha povoitauna.com 7 Pela primeira vez à frente da Câmara e em seu segundo mandato como vereador, Márcio Gonçalves Pinto, mais conhecido como Marcinho Hakuna, quer ser um presidente mais acessível e participativo. Marcinho defende ainda que um novo modelo de gestão seja criado, acompanhando as melhorias pretendidas na Prefeitura, para realizar mudanças que vão aprimorar o funcionamento administrativo da Casa para todas as legislaturas. FOLHA DO POVO – Quais as diferenças entre ser apenas vereador e acumular a função de presidente? Já sentiu alguma diferença? MARCINHO HAKUNA – Com certeza. Você precisa entender que você está vereador e também representa uma instituição. Embora as pessoas já tenham se acostumado com a liberdade de você ser um vereador e ser mais acessível, como presidente é diferente. Apenas como vereador você é menos cuidadoso; como presidente a responsabilidade é maior. FOLHA – Quais as principais dificuldades na Câmara hoje? MARCINHO – A Câmara precisa de uma normatização de processos. Temos dificuldades em realizar tarefas fáceis, precisa de um manual de procedimentos, com normas para serem seguidas em cada ação, pois existem decisões que demandam uma série de cuidados, como processos licitatórios. Deveria ter normas e não tem. (...) Já que a Prefeitura terá um novo modelo de gestão, a Câmara também precisa, talvez até primeiro do que a Administração Municipal (...) FOLHA – Qual a solução para isso? MARCINHO – Criar esse manual de procedimentos, de regras. Fui até a Fundação Dom Cabral com o prefeito Neider Moreira, também para isso. Já que a Prefeitura terá um novo modelo de gestão, a Câmara também precisa, talvez até primeiro do que a Administração Municipal, para estar preparada para votar leis que envolvem as mudanças. Precisamos achar um mecanismo que não interrompa o trabalho na Câmara. A cada nova legislatura demora-se uns três meses para recomeçar as atividades. FOLHA – Como presidente, você participa de três processos: o legislativo, o administrativo e o político. Como coordenar tudo? MARCINHO – Confesso que não tinha noção do consumo de tempo, como o tempo fica escasso, mas não me queixo, porque gosto de desafios, não que não seja gratificante. Acho que é preciso estabelecer parcerias com vereadores e ter pulso firme para fazer as medidas necessárias, pois muitos estão acostumados com o antigo modelo de gestão e terão que se adaptar. É preciso realizar uma série de medidas. FOLHA – Como você avalia a nova composição do Legislativo? MARCINHO – Acho que ainda é meio precoce para avaliar, pois não teve nada vultoso para discussão, notase que a Câmara está composta de forma harmônica, especialmente em questão de representatividade. Temos vereadores com pouco conteúdo intelectual e outros mais intelectuais; até os de pouca bagagem já demonstraram boa desenvoltura. FOLHA – Como você encontrou a Câmara? MARCINHO – Tirando essa parte da normatização dos procedimentos que citei, como primeira necessidade, a Casa veio com um comando muito bom, tanto da época do Lequinho quanto do último presidente, Francis Saldanha, o ponto de vista dos mesmos para administrar a Câmara, facilitou as coisas hoje. FOLHA – Desde que você assumiu como presidente, o que mudou na Casa? MARCINHO – O “approach” com os vereadores. Quero desmistificar a figura do presidente como alguém inacessível. Mas não que eu tivesse algum problema de acesso aos anteriores, só pretendo ficar mais acessível, receptivo e participativo, devido à experiência que já adquiri. FOLHA – Tem uma previsão de quanto será o valor do duodécimo repassado para as despesas da Câmara em 2017? MARCINHO – O valor é fixado sobre o orçamento previsto e acredito que deve ser de aproximadamente R$ 8 milhões. Márcio Gonçalves Pinto, o Marcinho Hakuna, presidente da Câmara FOLHA – Você pretende manter o sistema de economia de gastos criado por Francis Saldanha? MARCINHO – É preciso fazer um paralelo. Temos obrigações a cumprir que demandam gastos, como o TAC - Termo de Compromisso, firmado com o Ministério Público para fazer as obras de acessibilidade, exigências do Corpo de Bombeiros e melhorias no prédio da Câmara, cujo valor é de quase R$ 1 milhão. Por isso, preciso enxugar o orçamento, que hoje já está quase impossível de mexer, engessado. Vejo que a saída, por se tratar de um prédio do Município, é tentar economizar, devolver o dinheiro para a Prefeitura e pedir que a Administração Municipal faça as obras, uma vez que tem mais expertise e corpo técnico para tal. Lembrando que o TAC deveria ter sido cumprido na presidência do Lequinho e, depois, do Francis. (...) Temos vereadores com pouco conteúdo intelectual e outros mais intelectuais; até os de pouca bagagem já demonstraram boa desenvoltura. FOLHA – Você vai continuar priorizando licitações com empresários locais? MARCINHO – Com certeza. FOLHA – Os programas de interação com a comunidade, como o Momento Cívico, serão mantidos? MARCINHO – Estamos tentando fazer melhorias nos programas, avaliando quais ações trouxeram mais retorno para a população. Acho que o programa “+Gentileza –Violência”, por exemplo, é muito bom é precisa ter uma abrangência maior, incluindo Prefeitura e entidades como Universidade e CDE. Até mesmo usar a prerrogativa do programa em todas as ações governamentais, inserir o conceito nas ações. FOLHA – Por que foi feita a portaria que proíbe a entrada na Câmara fora do horário do expediente? Houve alguma situação inadequada? MARCINHO – É mais uma preocupação, porque se trata de um órgão público, onde lidamos com documentos importantes que não podem ser perdidos ou alterados. Permitir o acesso fora do horário comercial é correr um risco desnecessário. Os vereadores tinham acesso à Câmara antes, às vezes para resolver pequenos problemas, como mandar um e-mail, mas não é necessário, podem fazer no horário definido. FOLHA – Como já foi citado, você acompanhou reunião com a Fundação Dom Cabral para divulgar a situação da Prefeitura e planejar uma nova governança. Como a Câmara vai contribuir no processo? MARCINHO – A aplicabilidade de um novo modelo na Prefeitura depende de coordenar as ações com o Legislativo, ouso dizer, porque muito vai ser aproveitado na Câmara e também as mudanças serão aprovadas pela Casa. Seria interessante até fazer essas modificações primeiro na Câmara, ou de forma paralela, porque o vereador tem que entender como funciona a máquina pública para melhorar a dinâmica, assim como os servidores também precisam entender e abraçar. FOLHA – A Câmara tem problemas pontuais, como o controle do uso dos veículos pelos vereadores e as diárias, assim como a administração de gabinete. Você já tem planos para lidar com isso? MARCINHO – Em relação aos veículos, como o contrato para fornecimento de combustível está vencido, não estamos abastecendo os carros, quem quer usar vai arcar com os custos sem reembolso, por enquanto. De qualquer forma vamos precisar enxugar, como já disse, não só pelo TAC, mas pela situação da economia. Otimizar os recursos e o dinheiro público, ter responsabilidade. Alguns vereadores falam que o valor anual para diárias é aquém do necessário, mas eu não gastei nem R$ 4 mil em quatro anos e isso não atrapalhou em nada minha atuação. Vejo que uns têm formas diferentes de atuar, mas o dinheiro é público. FOLHA – O prefeito quer acabar com o modelo “toma lá da cá” de relacionar com os vereadores. Como você avalia? MARCINHO – Vejo com bons olhos. Como Neider afirma, ele foi forjado no Parlamento, que deveria ser o caminho de todos os políticos, atuar na comunidade, no Legislativo, para depois alçar novos voos. A Câmara pode ser participativa sem ser subserviente, existem outras formas de ser harmônica. FOLHA – Neider também disse que tem projetos que dependem do Legislativo. Acredita que é uma composição segura para isso? MARCINHO – Em todo começo de governo você entra em um terreno que não conhece e é preciso ter cuidados. A construção de uma parceria tem que ser saudável, firme e bem embasada. Problemas políticos não podem interferir no processo. FOLHA – Qual o seu ponto de vista sobre a construção do Centro Administrativo? MARCINHO – As pessoas interpretaram mal a minha ação contra a venda do prédio da Prefeitura. Eu sou contra a venda de qualquer patrimônio público e aquele não era o momento. Mas agora nós temos um fato, o imóvel foi vendido, a construção já é uma realidade e o valor está sendo pago em uma conta específica para a obra, o que aumenta ainda mais a responsabilidade de viabilizar o quanto antes o projeto. (...) Alguns vereadores falam que o valor anual para diárias é aquém do necessário, mas eu não gastei nem R$ 4 mil em quatro anos e isso não atrapalhou em nada minha atuação. FOLHA – Em sua opinião, quais os principais problemas que a Prefeitura deve resolver? MARCINHO – De infraestrutura. As ruas estão todas “detonadas”, arrisco afirmar que 90% da cidade precisa de intervenção séria. Leis precisam ser cumpridas, como a dos lotes vagos que não é levada a sério. Há problemas no trânsito, de acessibilidade, iluminação, que leva à insegurança, e de sinalização. A cidade vem parando no tempo, tem que voltar a crescer.
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