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EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO<br />
Nova formação docente para a<br />
reconfiguração da Prática Pedagógica<br />
Ana Lídia Cardoso do Nascimento<br />
Organizadora
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO<br />
Nova formação docente para a<br />
reconfiguração da prática pedagógica
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO<br />
Nova formação docente para a<br />
reconfiguração da prática pedagógica<br />
Ana Lídia Cardoso do Nascimento<br />
Organizadora<br />
Belém<br />
2014
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO<br />
MINISTRO: José Henrique Paim Fernandes<br />
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA<br />
REITOR: Sueo Numazawa<br />
VICE-REITOR: Paulo de Jesus Santos<br />
COMISSÃO EDITORIAL<br />
Gracialda Costa Ferreira<br />
Israel Hidenburgo Aniceto Cintra<br />
Maria Cristina Man<strong>no</strong><br />
Moacir Cerqueira da Silva<br />
Sérgio Antonio Lopes de Gusmão<br />
EQUIPE EDITORIAL<br />
Heliana Brasil<br />
Inácia Faro Libonati<br />
Priscila do Rosário Monteiro<br />
Ricardo Bezerra Sampaio<br />
CAPA<br />
Edinamar Andrade Corrêa<br />
PROJETO GRÁFICO<br />
José Cardoso<br />
ENDEREÇO<br />
Av. Tancredo Neves, 2501<br />
Cep: 66077-530 – Terra Firme<br />
Email: editora@ufra.edu.br<br />
Educação inclusiva <strong>no</strong> <strong>RENAFOR</strong>: Nova formação docente para a reconfiguração da<br />
prática pedagógica / Ana Lídia Cardoso do Nascimento (organizadora). – Belém:<br />
Universidade Federal Rural da Amazônia, 2014.<br />
115 p.:il.<br />
ISBN 978-85-7295-086-2<br />
1.Educação inclusiva. 2.Práticas pedagógicas. I. Nascimento, Ana Lídia Cardoso do.<br />
II. Título<br />
CDD 371.9
AUTORES<br />
ADRIANA FERREIRA DE SOUSA<br />
ALCIVANE MERGULHÃO<br />
ALDENORA DO SOCORRO SILVA DE OLIVEIRA CRAVO<br />
ANA NICE LIMA RODRIGUES<br />
ANA LÍDIA CARDOSO DO NASCIMENTO (Organizadora)<br />
ANDRÉA MARIA FERREIRA DE OLIVEIRA<br />
ÂNGELA MARIA DO SOCORRO MARGALHO FERREIRA<br />
ANTONIO HÉLIO DA CUNHA FIGUEIREDO<br />
ANTONIO HELIO LIMA DO NASCIMENTO<br />
AMIRALDO BENEDITO CARVALHO DA COSTA<br />
AUREA NICE RODRIGUES OLIVA<br />
BRUNO ANDRADE DE SOUZA<br />
CAMILA SILVANA FARIAS DA SILVA<br />
CÉLIA PERPÉTUA BAIA DOS SANTOS<br />
CILENE SILVA DE CARVALHO<br />
CLÁUDIA CRISTINA DE SOUSA DE MELO<br />
DIANA CRISTO<br />
ELCILENE MEDEIROS LOPES<br />
EDMILSON RAIMUNDO LIMA DE SOUSA<br />
ERIKA GREICE DIAS DA SILVA<br />
FÁTIMA HELENA CARVALHO DE AVIZ RODRIGUES<br />
FERNANDA REGINA SILVA DE AVIZ<br />
IRENE MARIA DOS SANTOS ALMEIDA<br />
JANICY DA SILVA COSTA<br />
JEYZA LOBATO DOS SANTOS<br />
JORGE FERNANDO LOBATO SARGES<br />
KÁTIA GEANE PIRES COSTA<br />
KÁTIA REGINA PEREIRA DE AGUIAR<br />
LÍLIAN SOUZA DA SILVA<br />
MARIA ALEXANDRINA RODRIGUES RIBEIRO
MARIA CLEYCE SILVA DE LIMA<br />
MARIA EDILEUSA BRITO<br />
MARIA DA CONCEIÇÃO DA SILVA LOBATO<br />
MARIA DE NAZARÉ RAIOL DE OLIVEIRA<br />
MARIA DO SOCORRO DA COSTA DOS SANTOS<br />
MARIA DO SOCORRO LOBATO CARDOSO<br />
MARIA EDINELZA BITENCOURT DE SOUSA<br />
MARIA HELENA SANTOS<br />
MARIA LÚCIA COSTA DA SILVA<br />
MARIA LÚCIA SANTOS E SILVA<br />
MARIA TEREZA DOS SANTOS TORRES TORRES<br />
MARILENE NEGRÃO DOS SANTOS<br />
MARÍLIA DE NAZARÉ PINHEIRO<br />
MARINELZA DOS SANTOS SILVA<br />
NAZARÉ DO SOCORRO BITENCOURT VIEGAS<br />
NAZARÉ MALCHER<br />
NAZARÉ PEDRO<br />
RAIMUNDA CARDOSO RIBEIRO<br />
REGINA CLAUDIA ALVES OLIVEIRA<br />
RITA DE CÁSSIA RODRIGUES DE ABREU<br />
ROSA MARIA BRITO FERREIRA<br />
ROSANGELA FERNANDES BORGES CARDOSO<br />
SARLENE DE OLIVEIRA BORCEM<br />
TELMA SUELI FRAGOSO<br />
THAISE DE NAZARÉ OLIVEIRA MAGALHÃES<br />
VANDA ROSA REIS TAVARES<br />
WALDIR SANCHO DE OLIVEIRA<br />
WÂNIA PERPÉTUA DE JESUS REIS TAVARES
AGRADECIMENTOS<br />
Agradecemos às formadoras Cláudia Cristina de Sousa de Melo,<br />
Rejane Costa dos Reis e Mônica de Nazaré Carvalho, que trabalharam<br />
co<strong>no</strong>sco <strong>no</strong>s polos de Igarapé-Açu, Abaetetuba e Augusto Corrêa,<br />
respectivamente, e foram as grandes incentivadoras dos professores<br />
cursistas na produção de artigos para compor este livro, oportunizando aos<br />
mesmos a possibilidade de expressar suas práticas teórico-metodológicas<br />
<strong>no</strong> traalo com o alu<strong>no</strong> com deficincia
SUMÁRIO<br />
PREFÁCIO ................................................................................................................. 11<br />
APRESENTAÇÃO ...................................................................................................13<br />
INTRODUÇÃO ........................................................................................................15<br />
1 BREVE PANORAMA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO<br />
BRASIL E NO ESTADO DO PARÁ ..................................................................17<br />
2 EXPERIÊNCIAS COMO EDUCADORES DE PESSOAS<br />
COM DEFICIÊNCIA E A CONTRIBUIÇÃO DO CURSO DE<br />
FORMAÇÃO CONTINUADA .............................................................................27<br />
3 O TRABALHO COM EDUCAÇÃO INCLUSIVA EM IGARAPÉ-<br />
AÇU (PA): ESTUDOS DE CASO A PARTIR DA ANAMNESE E<br />
AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA .................................................................71<br />
3.1 O caso Ana Karina: relato de um caso de uma criança com altas<br />
habilidades/superdotação ........................................................................76<br />
3.2 Relato de caso de deficiência visual (cegueira) ..................................80<br />
3.2.1 Planejamento semestral multidisciplinar: língua portuguesa,<br />
matemtica istria geografia cincias arte e educação fsica ............................85<br />
3.2.2 Planejamento para sala multidisciplinar ..........................................................87<br />
4 SUGESTÕES DE MATERIAL DIDÁTICO E UTILIZAÇÃO DE<br />
RECURSOS VINCULADOS À PROPOSTA DE ADAPTAÇÕES<br />
CURRICULARES ...................................................................................................89<br />
4.1 Contas para enfiar ................................................................................89<br />
4.2 Roleta da leitura ..................................................................................93<br />
4.3 Multiplicação em pizza ......................................................................95<br />
4.4 Bingo de formas geométricas .............................................................97<br />
4.5 Vaivém e cartelas ............................................................................... 100<br />
4.6 Toca do ratinho ................................................................................ 102<br />
4.7 Dominó de texturas ........................................................................... 104<br />
4.8 Encaixe divertido .............................................................................. 105<br />
4.9 Jogo de boliche com copos descartáveis: trabalhando a adição ....... 107<br />
4.10 Gavetas de numerais e quantidades ................................................ 109<br />
4.11 Trabalhando com a matemática .......................................................111<br />
4.12 Dominó de retalhos ..........................................................................112<br />
REFERÊNCIAS ....................................................................................................114
PREFÁCIO<br />
A educação inclusiva constitui-se em paradigma educacional<br />
fundamentado na concepção de direitos huma<strong>no</strong>s, que conjuga igualdade<br />
e diferença como valores indissociáveis, e que avança em relação à ideia de<br />
equidade formal ao contextualizar as circunstâncias históricas da produção<br />
da exclusão dentro e fora da escola.<br />
À luz desse pressuposto, na perspectiva inclusiva, a educação especial<br />
é compreendida como modalidade transversal desde a educação infantil à<br />
educação superior. Neste processo são repensadas as práticas educacionais<br />
concebidas a partir de um padrão de estudante, de professor, de currículo e<br />
de gestão redefinindo a organiação das condiçes de infraestrutura escolar<br />
e dos recursos pedagógicos fundamentados na concepção de desenho<br />
universal.<br />
Compreendendo a formação continuada como força motriz <strong>no</strong><br />
processo de construção dos sistemas educacionais inclusivos propese<br />
a formação continuada de professores na educação especial <strong>no</strong> âmbito da<br />
Rede Nacional de Formação ontinuada dos rofissionais do agistrio da<br />
Educação Básica Pública – <strong>RENAFOR</strong>, ancorada nas diretrizes da Política<br />
Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação <strong>Inclusiva</strong>.<br />
Em sintonia com o <strong>no</strong>vo paradigma, a presente obra compartilha a<br />
enriquecedora experiência pedagógica construída durante a implementação<br />
dos cursos de formação continuada ofertados pela Universidade Federal Rural<br />
da Amazônia - UFRA, na área de educação inclusiva, realizados em parceria<br />
com a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e<br />
nclusão do inistrio da Educação EAE<br />
A partir do repensar do fazer pedagógico do professor atuante na sala<br />
de aula, essa publicação apresenta estratégias pedagógicas e metodológicas,<br />
elaboradas pelos professores cursistas, com o intuito de contribuir com<br />
a construção de práticas pedagógicas inclusivas e subsidiar a formação<br />
permanente, com foco <strong>no</strong> desenvolvimento inclusivo dos sistemas de ensi<strong>no</strong>.
Destaca-se, na presente obra, a importância do compartilhamento<br />
das eperincias significativas de formação ratificandose o entendimento<br />
de que a permanente elaboração colaborativa constitui-se em potencial<br />
altamente transformador das práticas e da gestão pedagógica, tanto <strong>no</strong><br />
âmbito da educação básica quanto na educação superior.<br />
Profa. Martinha Clarete Dutra dos Santos<br />
iretora de olticas da Educação EspecialEAE
APRESENTAÇÃO<br />
O livro “Educação <strong>Inclusiva</strong> <strong>no</strong> <strong>RENAFOR</strong>. Nova formação<br />
docente para a reconfiguração da rtica edaggica apresenta<br />
os resultados do trabalho realizado por meio da Rede Nacional de<br />
Formação Continuada – <strong>RENAFOR</strong>-SECADI-MEC em parceria com<br />
a Universidade Federal Rural da Amazônia na realização de cursos na<br />
rea da nclusão igital e de acesso s tec<strong>no</strong>logias assistivas Esta uma<br />
produção pioneira para a UFRA, uma vez que as publicações voltadas<br />
para os deates da educação sica ainda não compem a realidade de<br />
sua produção cientfica portanto uma grata satisfação apresentar uma<br />
ora ue deate discute e reete sore a prtica pedaggica do professor<br />
da escola plica epondo o olar do profissional de educação ue<br />
lauta com pessoas com deficincia e a demonstração da grandiosidade e<br />
valoriação do traalo com esse carter considerando ue são falas sore<br />
a sua vivncia e a contriuição dos cursos para a meloria de sua prtica<br />
pedaggica<br />
A ora pautase <strong>no</strong> carter didtico pedaggico e metodolgico<br />
<strong>no</strong> ue se refere sua utiliação com o plico de desti<strong>no</strong> com contedos<br />
prprios ue estão <strong>no</strong>rteados por teorias ue tm discutido sore a<br />
Educação nclusiva garantindo a ampliação do aprendiado do leitor<br />
ua relevncia incide <strong>no</strong>s aspectos i<strong>no</strong>vadores ue visam contriuição<br />
para o avanço do conhecimento, indicando que o trabalho com pessoas<br />
possuidoras de deficincia algo possvel e ue pode ser etremamente rico<br />
para o professor e, sobretudo, indicando o caminho de que as diferenças<br />
eistem e ue possvel conviver com elas tornando essa convivncia<br />
cada ve mais praerosa e apta produção de conecimentos<br />
rof ueo Numaaa<br />
Reitor da UFRA
INTRODUÇÃO<br />
A discussão sobre a Educação <strong>Inclusiva</strong> tem se constituído como<br />
um desafio para as escolas. O trabalho educacional é tarefa árdua e impõe<br />
uma série de fatores sem os quais não se alcança qualidade. Alguns fatores<br />
que contribuem para essa qualidade são a compreensão do que é educar<br />
e o contexto educacional, assim como de aspectos sociais, políticos,<br />
econômicos, biológicos e culturais. Além da existência de uma estrutura<br />
física e operacional adequada para a realização dos processos educativos<br />
e criação de condições para que o professor se atualize constantemente e<br />
esteja apto a enfrentar os problemas típicos ao trabalho pedagógico.<br />
O Ministério da Educação (MEC), enquanto órgão gestor<br />
das políticas educacionais, por intermédio da Diretora de Políticas de<br />
Educação Especial (DPEE/SECADI), tem implementado políticas que<br />
possibilitam o alcance das demandas supramencionadas. Tais políticas<br />
existem com o sentido de atender o que prescreve a Lei de Diretrizes<br />
e Bases da Educação Nacional (LDB), Nº 9394/96, dispondo quanto à<br />
educação especial em seu capítulo V, art. 58, enquanto “modalidade de<br />
educação escolar, oferecida, preferencialmente, na rede regular de ensi<strong>no</strong><br />
para educandos portadores de necessidades especiais.” A partir da LDB<br />
são criados os mecanismos estratégicos para a execução desta política,<br />
são elas: a aprovação do Decreto 3.298/1999, que dispõe sobre a Política<br />
Nacional para a Integração de Pessoas Portadoras de Deficiência e a<br />
Resolução CNE/CEB Nº 17/2001, que institui as Diretrizes Nacionais<br />
para a educação especial. Estes dois instrumentos de efetivação das <strong>no</strong>rmas<br />
que regulam o tratamento a ser dado à pessoa com deficiência destacam<br />
a importância da formação continuada dos profissionais de educação<br />
que trabalham com este público: “Garantir formação e qualificação de<br />
professores de nível médio e superior para a educação especial, de técnicos<br />
de nível médio e superior especializados na habilitação e reabilitação, e de<br />
instrutores e professores para formação profissional (Brasil, 1999, p. 14)”.<br />
A Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), desde 2011,<br />
tem ofertado em parceria com a Rede Nacional de Formação Continuada<br />
(<strong>RENAFOR</strong>) cursos na área de Inclusão Digital e Recursos de Tec<strong>no</strong>logia<br />
Assistiva, com os cursos “Acessibilidade Digital, Práticas Pedagógicas”
e “Tec<strong>no</strong>lógicas em Educação <strong>Inclusiva</strong>: Atendimento Educacional<br />
Especializado”. Os cursos foram estruturados por meio de uma dinâmica<br />
de funcionamento semipresencial, sendo 20% da carga horária à distância<br />
e 80% presencial. A carga horária destinada à modalidade a distância é<br />
preenchida através da utilização da plataforma moodle, que se constitui<br />
em um ambiente de aprendizagem e que contribui para que os professores<br />
cursistas se apropriem desta estratégia e comecem a utilizar os mecanismos<br />
de aprendizagem que compõem a plataforma. No a<strong>no</strong> de 2012, a UFRA<br />
contou com 13 municípios paraenses (Belém, Capitão Poço, Castanhal,<br />
Augusto Corrêa, Abaetetuba, Igarapé-Açu, Santarém, Dom Eliseu,<br />
Paragominas, Marabá, Tomé-Açu, Salvaterra e Altamira) como polos para<br />
realização do curso.<br />
Apresenta-se, aqui, a descrição do trabalho realizado <strong>no</strong>s<br />
municípios-polos Augusto Corrêa e Igarapé-Açu, onde foi realizado o<br />
curso de Atendimento Educacional Especializado (doravante AEE), e<br />
Abaetetuba, onde se ofertou o curso de práticas pedagógicas. Logo, são<br />
objetivos deste livro: 1) apresentar a contribuição dos cursos de formação<br />
continuada, considerando que a intenção dos cursos é ressignificar o fazer<br />
cotidia<strong>no</strong> do professor atuante na sala de aula; 2) apresentar os resultados<br />
destes cursos e seu significado para a prática; 3) sugerir estratégias<br />
pedagógicas e metodológicas que facilitem o trabalho do profissional<br />
da educação que atua com os portadores de deficiências; e 4) registrar<br />
e divulgar os resultados dos cursos ofertados e de que maneira eles têm<br />
contribuído para a melhoria da educação básica <strong>no</strong> estado do Pará.<br />
O primeiro capítulo apresenta uma breve descrição do pa<strong>no</strong>rama do<br />
trabalho desenvolvido na Educação <strong>Inclusiva</strong>, os registros dos professores<br />
cursistas sobre a contribuição do curso de aperfeiçoamento, bem como<br />
depoimentos sobre a realização do trabalho com Pla<strong>no</strong> de Atendimento<br />
Educacional Individual desenvolvido <strong>no</strong> curso de AEE <strong>no</strong>s municípios de<br />
Igarapé-Açu e Augusto Corrêa. O segundo apresenta algumas sugestões<br />
de materiais didáticos e utilização de recursos que foram elaborados pelos<br />
professores cursistas <strong>no</strong> desenvolvimento das atividades <strong>no</strong> município de<br />
Abaetetuba, visando contribuir para a práxis de outros professores que<br />
atuam na área de Educação Especial.
1<br />
BREVE<br />
PANORAMA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA<br />
NO BRASIL E NO ESTADO DO PARÁ<br />
Ana Lídia C. do Nascimento<br />
Mestre em Planejamento do Desenvolvimento. Prof. Assistente da<br />
UFRA<br />
Edmilson Raimundo Lima de Sousa<br />
Graduação em Psicologia pela UFPA. Pós-Graduação em Educação<br />
Especial (FACEL-PR). Professor em Educação Especial e Inclusão<br />
(COEES-SEDUC).<br />
Breve histórico da inclusão<br />
As práticas da inclusão escolar só começaram a ser pensadas a partir<br />
do século XX, com inquietações que ocorreram <strong>no</strong> mundo inteiro referente<br />
às políticas públicas adotadas <strong>no</strong>s chamados países globais. No artigo<br />
“Caminhos da inclusão: breve histórico”, Abenhaim (2005) mostra que o<br />
fim do sculo passado foi marcado por discusses mundiais em relação<br />
à globalização, já que a interdependência das nações aumentou em várias<br />
dimenses <strong>no</strong>s aspectos econmico cientfico cultural poltico e amiental<br />
Por consequência disso, a aproximação entre os povos foi necessária, mas<br />
eram evidentes as dificuldades de relacionamento diante da diversidade de<br />
pensamento.<br />
iante dessa realidade e uscando minimiar os conitos entre<br />
os povos, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e<br />
Tec<strong>no</strong>logia (UNESCO) determi<strong>no</strong>u a educação como eixo articulador<br />
do desenvolvimento e decidiu assumir como prioridade a universalização
18<br />
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
da educação básica e uma política de educação para a paz. Os principais<br />
problemas foram encontrados <strong>no</strong>s países em desenvolvimento, como <strong>no</strong><br />
caso do rasil ue as estatsticas apontavam as dificuldades na educação<br />
básica e a baixa qualidade escolar.<br />
em a NEO realiou a primeira ação a fim de deater<br />
esses problemas: a Conferência Mundial sobre Educação para Todos, que<br />
estabeleceu seis metas mundiais para a educação. Entre elas estão a expansão<br />
e melhoria da educação, ampliação da alfabetização de jovens e adultos, e a<br />
garantia de acesso das mi<strong>no</strong>rias sociais à educação primária universal e de<br />
boa qualidade.<br />
Foi ainda a partir deste ponto que o conceito de inclusão começou a<br />
ser tratado na maioria das escolas. Abenhaim (2005) relata os desdobramentos<br />
dessa primeira conferência sobre educação:<br />
A conferência Mundial sobre Educação para Todos<br />
gerou, em <strong>no</strong>vembro de 1991, a conferência Geral da<br />
UNESCO, quando se decidiu convocar uma comissão<br />
internacional encarregada de reetir sore educar<br />
e aprender <strong>no</strong> século XXI. Em março de 1993, um<br />
a<strong>no</strong> e uatro meses depois foi oficialmente criada<br />
a Comissão Internacional sobre Educação para o<br />
Século XXI, presidida por Jacques Delors. Essa<br />
omissão teve a missão de estudar e reetir sore<br />
os desafios para a educação e apresentar sugestes e<br />
recomendações em forma de relatório, para, a partir<br />
dele, serem desenvolvidas as políticas públicas e<br />
as práticas educativas, <strong>no</strong>tadamente <strong>no</strong>s países em<br />
desenvolvimento. (ABENHAIM; p. 40, 41; 2005).<br />
Neste mesmo período – década de 90 – começou um movimento<br />
mundial importante em favor das pessoas com eficincia e Necessidades<br />
Especiais. Era um movimento em que se propunha a inclusão social das<br />
pessoas de uma maneira i<strong>no</strong>vadora, já que, então, não era satisfatória<br />
a tentativa de integração que estava sendo feita nas escolas. Foi com a<br />
intenção de explicitar melhor o tema e efetivar políticas de inclusão para
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
as Pessoas com Necessidades Especiais que representantes de 92 gover<strong>no</strong>s<br />
e 25 organizações internacionais realizaram a Conferência Mundial sobre<br />
Necessidades Educacionais Especiais, na cidade de Salamanca, Espanha,<br />
entre os dias 7 e 10 de junho de 1994.<br />
Se antes as políticas públicas eram voltadas para a segregação e<br />
eclusão das pessoas com eficincia e Necessidades Especiais nesse<br />
momento esses paradigmas são quebrados e se estabelecem <strong>no</strong>vos caminhos<br />
para um outro modelo, que previa o desenvolvimento das potencialidades<br />
dessas pessoas através da inclusão <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> educacional regular. Desse<br />
modo, foi elaborado um importante documento internacional que dava<br />
conta dessas <strong>no</strong>vas diretrizes:<br />
A eclaração de alamanca como ficou sendo <strong>no</strong>meada<br />
essa onferncia ratificava o compromisso com a Educação para odos<br />
e apontava para a necessidade de todas as pessoas, inclusive aquelas com<br />
necessidades educativas especiais, estarem incluídas <strong>no</strong> sistema comum de<br />
educação. (ABENHAIM, p. 42, 2005).<br />
Educação inclusiva <strong>no</strong> Pará<br />
O atendimento educacional a pessoas com eficincia e com<br />
Necessidades Especiais iniciou-se <strong>no</strong> Pará <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s 50, pelas escolas do<br />
poder público e iniciativa privada, com o objetivo de atender pessoas cegas,<br />
surdas e com retardo mental. No Pará, o principal agente de políticas de<br />
desenvolvimento da Educação Especial é a Secretaria Estadual de Educação.<br />
O artigo “A educação <strong>no</strong> Estado do Pará e as perspectivas de inclusão: análise<br />
de uma trajetória histórica”, de Almeida e Tavares Neto (2005), indica que<br />
as primeiras iniciativas da Educação Especial, em Belém do Pará, ocorreram<br />
entre 1953 e 1972.<br />
Em meados da década de 50, foram criados em Belém dois cursos<br />
de especialização ofertados para docentes da rede pública e estadual: o<br />
“Curso de Educação de professores e Inspetor na Educação de Cegos”,<br />
realizado <strong>no</strong> Instituto Benjamin Constant, e “Orientação Psicopedagógica<br />
em eficincia ental realiado na ociedade estaloi do rasil Esse<br />
foi o começo da preocupação com as pessoas com deficincia e necessidades<br />
19
20<br />
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
especiais, preocupação que deu lugar à ação com a construção de outros<br />
polos de apoio, como a Escola de Cegos <strong>no</strong> Pará e a Escola de Surdos <strong>no</strong><br />
ar assim como maior enfoue para a Educação para eficientes entais<br />
e a criação da Assessoria de Educação Especial.<br />
Em 1955, começou a funcionar a Escola de Cegos do Pará, com o<br />
propósito de oferecer escolaridade de nível primário para as pessoas com<br />
deficincia visual A partir de de outuro de a escola passou a ser<br />
chamada de Escola José Álvares de Azevedo, em homenagem ao primeiro<br />
cego rasileiro ue foi estudar raille na França em foi dado incio<br />
à criação da Escola de Surdos do Pará. O <strong>no</strong>me dado à escola, Professor<br />
Astério de Campos, foi uma homenagem ao professor do Instituto Nacional<br />
de Educação dos Surdos, grande <strong>no</strong>me na educação de surdos do país. Ainda<br />
sem instalaçes prprias a escola passou a funcionar em com duas<br />
salas <strong>no</strong> Grupo Escolar Serra Freire. Logo depois foi vinculada à Secretaria<br />
de Educação do Estado Apenas em foi inaugurada a sede prpria do<br />
instituto e incio foram criados cursos de capacitação para profissionais<br />
na rea especifica de deficincia auditiva e em foi inaugurado o etor<br />
Auditivo, para complementar o atendimento e proporcionar um apoio mais<br />
adequado a essas pessoas.<br />
No ue concerne Educação para os eficientes ntelectuais a<br />
presidente da Sociedade Paraense de Educação, professora Hilda Vieira, em<br />
parceria com outra professora especialiada em educação para deficientes<br />
intelectuais, começou os atendimentos nessa área. Desta forma, tiveram<br />
início o planejamento e a sistematização das atividades.<br />
Posteriormente, a Fundação Pestalozzi do Pará, desligando-se<br />
da Sociedade Paraense de Educação e tornando-se autô<strong>no</strong>ma, recebeu o<br />
<strong>no</strong>me de Escola Lourenço Filho, com atendimento ainda voltado às pessoas<br />
com deficincia intelectual aos moldes do traalo desenvolvido pela<br />
Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e outras entidades<br />
de atendimento especializado conveniadas com a Secretaria Estadual de<br />
Educação.<br />
om o oetivo de minimiar as dificuldades das pessoas com<br />
eficincia e Necessidades Especiais nas escolas de ensi<strong>no</strong> regular foi
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
criada em a Assessoria de Educação Especial tendo por atriuição<br />
coordenar as atividades técnicas e administrativas dos serviços de Educação<br />
Especial <strong>no</strong> Estado do Pará. Em 1971, a Assessoria foi subdividida em<br />
erviço de Educação nas reas de eficincia ental isual e Auditiva<br />
Por conseguinte, em 1972, foi criado o Centro de Educação Especial do<br />
Pará (CEDESP), órgão gerenciador da política desenvolvida <strong>no</strong> Estado<br />
que tinha como base as Diretrizes Nacionais, responsáveis por direcionar<br />
e ampliar as ações da educação especial. Ainda em 1972, os Institutos José<br />
Álvares de Azevedo e Astério de Campos transformaram-se em Unidades<br />
de Ensi<strong>no</strong> Especializado. Tão logo, em 1973, o CEDESP deu início ao<br />
processo de interiorização da Educação Especial, com o intuito de levar<br />
esses benefícios aos demais municípios do Pará. Assim, deu-se a criação das<br />
Unidades Especializadas (UEES) de Santarém (José Tadeu Bastos), Santa<br />
Izabel do Pará (Geovanni Emmi), Santo Antonio do Tauá (Marli Almeida<br />
Fontenelle) e as UEES de Abaetetuba e de Icoaraci, dentre outros serviços<br />
especializados <strong>no</strong>s demais municípios. Em Belém, também foi criada a<br />
Unidade Técnica Yolanda Martins e Silva, em 1979, com o atendimento<br />
voltado ao treinamento profissional de alu<strong>no</strong>s com deficincia intelectual<br />
Em 1980, o Ministério da Educação elaborou um pla<strong>no</strong><br />
de<strong>no</strong>minado “Educação Especial – Nova Proposta”, que apresentava<br />
propostas de <strong>no</strong>rteamento para a Educação Especial <strong>no</strong> âmbito da<br />
participação <strong>no</strong>rmaliação interioriação e simplificação assim como<br />
estabelecia diretrizes básicas para o encaminhamento político da Educação<br />
Especial. Neste momento, o CEDESP direcio<strong>no</strong>u suas forças <strong>no</strong> sentido<br />
de concretizar esses princípios, facilitando a participação desse segmento da<br />
sociedade <strong>no</strong>s programas realizados pelo órgão. A partir de 1989, o Centro<br />
de Educação Especial passara a se chamar de Departamento de Educação<br />
Especial (DEES), vinculado à Secretaria de Estado de Educação, atuando<br />
na coordenação de todos os serviços da Educação Especial, como classes<br />
especiais e/ou unidades especializadas.<br />
21
22<br />
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
educação especial e as inuências do paradigma da inclusão<br />
O a<strong>no</strong> de 1990 inicia com mudanças <strong>no</strong> Estado do Pará. O DEES<br />
elege <strong>no</strong>vas prioridades: descentralização e interiorização dos serviços,<br />
elaboração de uma política integrada e a busca por um referencial teórico<br />
e metodológico que subsidiasse o atendimento de todos os programas<br />
educacionais. Em decorrência disto, foi formado o grupo de currículo<br />
do EE composto por profissionais da rea e representantes de cada<br />
categoria de deficincia e necessidades especiais O oetivo do grupo era<br />
analisar o currículo e as metodologias existentes e propor alternativas de<br />
atuação.<br />
Em 1994, com a Declaração de Salamanca (Espanha), o DEES<br />
passou a promover a reestruturação de suas atividades com vistas a se<br />
adequar ao <strong>no</strong>vo e emergente paradigma de inclusão com ações na área<br />
de Avaliação e iagnstico formando tamm <strong>no</strong>vos profissionais para<br />
atuação nas escolas regulares.<br />
A partir de o EEE passou a financiar açes<br />
voltadas para a construção de uma escola inclusiva, desenvolvendo ações<br />
como formaçãocapacitação de profissionais da educação auisição de<br />
material didático e elaboração de estudos e pesquisas em educação especial,<br />
além da publicação de materiais informativos. Desde então iniciou-se o<br />
processo de inclusão educacional <strong>no</strong> município de Belém. No a<strong>no</strong> de<br />
2004, com a reestruturação do orga<strong>no</strong>grama da SEDUC, o DEES passou<br />
a se chamar Coordenadoria de Educação Especial (COEES). De 2004 a<br />
em parceria com o EEE foram criados respectivamente<br />
o entro de apacitação de rofissionais da Educação e Atendimento <br />
Pessoa com Surdez (CAS) e o Núcleo de Atividades de Altas Habilidades<br />
e Superdotação (NAAHS), voltado ao atendimento de alu<strong>no</strong>s com altas<br />
habilidades e superdotados e que atende, desde 1989, com um programa<br />
para superdotados.<br />
Com o advento, em 2008, da Política Nacional de Educação Especial<br />
na Perspectiva da Inclusão, que implementou o Atendimento Educacional<br />
Especialiado AEE para alu<strong>no</strong>s com deficincia transtor<strong>no</strong>s gloais
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
do desenvolvimento e altas habilidades / superdotados, é que foi criado<br />
o Núcleo de Atendimento Educacional Especializado aos Transtor<strong>no</strong>s<br />
Globais do Desenvolvimento (NATEE), com o apoio da SEDUC/COEES<br />
e que atende alu<strong>no</strong>s Autistas desde 1989 com o Programa de Distúrbios<br />
de onduta e Atendimento sicopedaggico Em foi oficialiado o<br />
Núcleo de Atendimento Educacional Hospitalar e Domiciliar Especializado<br />
(NAEHDES), iniciativa que já vinha atendendo <strong>no</strong> Hospital Ophir Loyola<br />
desde 2003. Também em 2011 foi criado pela COEES o Laboratório de<br />
Pesquisas Educacionais para a Diversidade e Inclusão (LAPEDI), que<br />
deu continuidade aos serviços do Laboratório de Pesquisas em Educação<br />
Especial, setor da COEES que organizou o I Seminário Sobre Experiências<br />
de Inclusão Social e Educacional em Necessidades Especiais. Em 2012, o<br />
LAPEDI promoveu ações comemorativas alusivas aos 40 a<strong>no</strong>s da COEES.<br />
Essas ações propagavam uma política efetiva de educação inclusiva na<br />
Região Metropolitana de Belém e demais municípios do estado e tentavam<br />
sensibilizar diretores de diversas escolas quanto à importância da inclusão<br />
educacional e social.<br />
Ainda em 2011, com a reestruturação do MEC/SEESP, que passou a<br />
ser Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão<br />
(MEC/SECADI), composta pela Diretoria de Políticas, Alfabetização e<br />
Educação de Jovens e Adultos (responsável pela alfabetização e pela EJA),<br />
Diretoria de Políticas de Direitos Huma<strong>no</strong>s e Cidadania (educação em Direitos<br />
Huma<strong>no</strong>s, Educação Ambiental e Acompanhamento da Inclusão Escolar),<br />
Diretoria de Políticas de Educação do Campo e Diversidade (Educação do<br />
Campo, Educação Indígena, Educação para as Relações Etnicorraciais),<br />
e pela Diretoria de Políticas de Educação Especial para Estudantes com<br />
eficincia ranstor<strong>no</strong>s loais do esenvolvimento e Altas ailidades<br />
Superdotação. Com a criação e implantação desta última diretoria percebese<br />
uma abertura para implementação de ações institucionais direcionadas à<br />
Educação Especial entro dessa <strong>no</strong>va configuração a FRA de maneira<br />
i<strong>no</strong>vadora e visando contribuir com a implementação da política de inclusão<br />
<strong>no</strong> cenrio amanico vem promovendo oportunidades de reeão e<br />
implementação da política de acessibilidade, oferecendo, desde 2011, em<br />
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EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
parceria com a Rede Nacional de Formação Continuada (<strong>RENAFOR</strong>),<br />
COEES/Secretaria de Estado de Educação e Secretarias Municipais de<br />
Educação, cursos na área da Inclusão Digital e de acesso às tec<strong>no</strong>logias<br />
assistivas. São eles: Práticas Pedagógicas e Tec<strong>no</strong>lógicas em Educação<br />
<strong>Inclusiva</strong>, Atendimento Educacional Especializado (AEE) e Acessibilidade<br />
Digital. Esses cursos têm como público-alvo os professores que trabalham<br />
com alu<strong>no</strong>s deficientes mas tamm oportunia aos mesmos um <strong>no</strong>vo<br />
olar ueles ue aparentemente não possuem deficincia<br />
egundo antoan a inclusão impe uma mudança de atitude<br />
educacional pois não se limita ueles ue apresentam deficincias mas se<br />
estende a ualuer alu<strong>no</strong> ue manifeste dificuldades na escola alcançando<br />
inclusive os professores e demais profissionais envolvidos <strong>no</strong> processo e<br />
contribuindo para o seu crescimento e desenvolvimento. Os professores<br />
que fazem o curso trabalham em Salas de Recursos Multifuncionais (SMF),<br />
bem como com os que atuam em classe regular.<br />
O movimento de inclusão de alu<strong>no</strong>s com deficincia e necessidades<br />
educacionais especiais <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> regular tem sido um movimento crescente<br />
na educação Ainda de acordo com antoan esse modelo de<br />
inclusão é um processo que se baseia, fundamentalmente, <strong>no</strong> modelo<br />
social da deficincia ue prescreve o entendimento da deficincia como<br />
parte da composição de um mosaico social, enfatiza a relação sujeito/<br />
meio e usca dados significativos ue contriuam para o planeamento e a<br />
implementação de programas educacionais eficaes A meta desse processo<br />
é não deixar ninguém de fora do sistema escolar; e este deverá adaptarse<br />
às particularidades de todos os alu<strong>no</strong>s para concretizar a metáfora do<br />
caleidoscópio – pois, “se retiram pedaços dele (caleidoscópio), o desenho se<br />
torna me<strong>no</strong>s compleo me<strong>no</strong>s rico ANOAN <br />
É importante partir do princípio de que a inclusão de todos, na<br />
escola independentemente de seu talento ou de sua deficincia revestese<br />
em benefícios para os alu<strong>no</strong>s, para os professores e para a sociedade em geral.<br />
O contato das crianças entre si reforça atitudes positivas, sensibilizandoas,<br />
tornando-as mais compreensivas, ensinando-as a respeitar as diferenças<br />
e a amadurecer odas as crianças sem distinção podem eneficiarse das<br />
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EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
experiências obtidas <strong>no</strong> ambiente educacional. Elas aprendem como atuar e<br />
interagir com os seus pares <strong>no</strong> mundo “real”.<br />
Do mesmo modo, o benefício maior para os professores é a<br />
coparticipação na transformação da escola, através do apoio mútuo e do<br />
aprimoramento das ailidades profissionais As vantagens e enefcios<br />
desse trabalho de inserção podem ser observados através do enriquecimento<br />
e desenvolvimento do ambiente escolar e de todos que dele fazem parte.<br />
Para considerar uma proposta de escola inclusiva, é preciso pensar<br />
como os professores devem ser efetivamente capacitados para transformar<br />
sua prática educativa. A política de inclusão escolar, diferentemente da<br />
política de integração, coloca a responsabilidade da adaptação na escola<br />
não <strong>no</strong> alu<strong>no</strong>, o que implica um total remanejamento e reestruturação<br />
da dinâmica da escola para atender a todos, sem distinção. Na escola<br />
inclusiva, deve haver planejamento individualizado e suporte na Sala de<br />
Recursos Multifuncional, onde é realizado o Atendimento Educacional<br />
Especializado (AEE).<br />
Mantoan (1987, 1991), defende a inclusão total, de forma irrestrita,<br />
para todos: “é preciso respeitar os educandos em sua individualidade para<br />
não condenar uma parte deles ao fracasso e às categorias especiais de<br />
ensi<strong>no</strong>”. Assim, defende-se uma educação mais justa, objetivando uma<br />
pedagogia concentrada <strong>no</strong> alu<strong>no</strong>, baseada em suas habilidades, e não em<br />
suas deficincias e ue incorpore conceitos como interdisciplinaridade<br />
individualização, colaboração e conscientização/sensibilização, facilitando<br />
a inserção dos alu<strong>no</strong>s que apresentem necessidades especiais na escola e<br />
configurando uma eperincia positiva para todos<br />
As escolas ue ainda não estão atendendo alu<strong>no</strong>s com deficincia<br />
em suas turmas de ensi<strong>no</strong> regular se ustificam na maioria das vees com<br />
o despreparo dos seus professores para esse fim Eistem tamm as ue<br />
questionam os benefícios que esses alu<strong>no</strong>s poderão tirar da <strong>no</strong>va situação,<br />
especialmente os casos mais graves, pois estes não teriam condições<br />
de acompanhar os avanços dos demais colegas e seriam ainda mais<br />
marginalizados e discriminados do que nas classes e escolas especiais.<br />
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EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
Em sistemas educacionais inclusivos, que preparam os alu<strong>no</strong>s para<br />
a cidadania e visam o seu ple<strong>no</strong> desenvolvimento huma<strong>no</strong>, como quer a<br />
onstituição Federal art os alu<strong>no</strong>s com deficincias não precisariam e<br />
não deveriam estar mais fora das classes comuns das escolas de ensi<strong>no</strong> regular<br />
de Educação Básica e Ensi<strong>no</strong> Superior. Assim sendo, <strong>no</strong> intuito de entender<br />
melhor o que a inclusão representa na educação escolar de todo e qualquer<br />
alu<strong>no</strong> especialmente para os ue tm deficincias preciso esclarecer o ue<br />
as escolas comuns que adotam o paradigma inclusivo defendem e priorizam.<br />
Assim, iniciativas como a da Universidade Federal Rural da Amazônia, em<br />
parceria com outros etores da ociedade são relevantes pois configuram<br />
um grande avanço que visa universalizar o acesso, a permanência e o<br />
prosseguimento da escolaridade a todos os estudantes.
2<br />
EXPERIÊNCIAS<br />
COMO EDUCADORES DE<br />
PESSOAS COM DEFICIÊNCIA E A CONTRIBUIÇÃO<br />
DO CURSO DE FORMAÇÃO CONTINUADA<br />
Percebo a cada dia que sou capaz de vencer, não apenas<br />
pelas minhas próprias forças, mas com ajuda de Deus<br />
primeiramente e com todos de minha família que não<br />
me viram como doente e sim como um ser que poderia<br />
alcançar seu sonho apesar de minhas limitações; eles são<br />
minha audição e eu sou deles o prêmio da experiência.<br />
Fico feliz em compartilhar meu exemplo de vida com<br />
outras pessoas.<br />
Leiliane Santos Ferreira<br />
eficiente auditiva<br />
Adriana Ferreira de Sousa<br />
Graduada em Letras, especialista em Gestão e Docência do Ensi<strong>no</strong> Superior.<br />
Profª. da Rede Municipal de Augusto Corrêa.<br />
Relatar minha experiência como professora da Sala de Recurso<br />
ultifuncional R me fa voltar <strong>no</strong> tempo e lemrar ue convivi durante<br />
toda minha vida com três pessoas muito especiais que marcaram minha<br />
traetria profissional ou fila de uma ecelente muler professora criativa<br />
e um pai maraviloso contador de istrias pai de uatro filos um deles<br />
deficiente auditivo: a segunda fila camada eiliane mas conecida por<br />
todos como Leila. Minha irmã, até ter <strong>no</strong>ve a<strong>no</strong>s, não frequentou a sala de
28<br />
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
aula em virtude do despreparo dos professores. Porém, devido à insistência<br />
da aluna para ir à escola, sua mãe, como educadora, tomou a decisão de<br />
alfabetizá-la matriculando-a na turma em que lecionava.<br />
A menina inicialmente se comunicava por meio de desenhos, gestos<br />
e leitura labial, fatores importantes, como relatado pela mãe-professora, para<br />
o início de sua aprendizagem.<br />
A mãe criava recursos visuais variados para ajudar na alfabetização<br />
de sua fila: as letras eram sempre apresentadas com dese<strong>no</strong>s e istrias<br />
criadas por ela para melhor assimilação do conteúdo, tanto pelos outros<br />
alu<strong>no</strong>s da turma quanto por Leila. Ela avançou muito rápido e surpreendeu<br />
a todos da escola. Aprendeu a ler com rapidez, a aluna era fascinada por<br />
leitura; amava ler, principalmente jornal. Com método bastante lúdico, sua<br />
mãe lhe ajudou a desenvolver a fala.<br />
Após a alfabetização da aluna, os professores, orientados pela mãe<br />
da Leila, receberam-na e surpreenderam-se com sua inteligência. Sua terceira<br />
irmã desenista nata ue usava suas ailidades para audar a irmã deficiente<br />
por estar na mesma série, foi orientada por sua mãe a acompanhá-la em sala<br />
de aula. O que muito chamou a atenção dos professores que a recebiam<br />
foi o fato da deficincia não atrapalar na leitura e compreensão de tetos<br />
apesar de mais da metade de sua audição ser totalmente comprometida.<br />
Eles atribuíam esse fator à excelente alfabetização que a aluna recebeu e à<br />
paixão pela leitura, além das histórias que seu pai lhe contava.<br />
A aluna Leila termi<strong>no</strong>u o Ensi<strong>no</strong> Fundamental e Médio e foi morar<br />
comigo Adriana, atual professora da sala de recurso, que residia <strong>no</strong> Amapá<br />
há alguns a<strong>no</strong>s. Conhecedora da habilidade de minha irmã lhe inscrevi <strong>no</strong><br />
processo seletivo da escola ndido ortinari escola de Arte do Amap Ela<br />
passou, e hoje cursa o sétimo semestre do curso. Inscrevi-lhe ainda <strong>no</strong> Exame<br />
Nacional do Ensi<strong>no</strong> dio ENE e <strong>no</strong> processo seletivo da niversidade<br />
Federal do Amap NFA <strong>no</strong> curso de Artes isuais aps a inscrição<br />
comecei a lhe ensinar técnicas de redação em casa e, para minha surpresa, ela<br />
tirou cem pontos na redação do ENEM, além de passar em oitavo lugar <strong>no</strong><br />
vestiular da NFA valido ressaltar ue eila ga<strong>no</strong>u um concurso de<br />
coreografia e teve seus dese<strong>no</strong>s epostos em uma emissora de tv local<br />
Faer mina irmã encarar esses desafios não foi fcil pois ela<br />
afirmava ue não seria capa de passar em nenuma dessas provas
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
reeo talve por ver o seu so<strong>no</strong> frustrado uando pediu a mim ue<br />
lhe inscrevesse <strong>no</strong> processo seletivo de uma determinada escola de língua<br />
estrangeira do Amapá. Convicta de que tirou a pontuação necessária para<br />
passar, entristeceu-se ao saber pelos funcionários que não poderia estudar<br />
na instituição por não aver profissionais preparados para le acompanar<br />
nas aulas. Daquele dia em diante, a jovem decidiu não fazer mais nenhuma<br />
prova se inscrevendo como deficiente isso <strong>no</strong>s surpreendeu mais ainda<br />
ao sabermos de sua colocação em outros exames. Esta experiência foi o<br />
principal incentivo para eu trabalhar com esse público.<br />
Concluída minha Graduação em Letras, Pós-Graduação em Gestão<br />
e Docência do Ensi<strong>no</strong> Superior e um curso em Libras, retornei ao Município<br />
de Augusto orra especificamente ila de erimirim onde nasci A<br />
escola da vila recebeu recursos do gover<strong>no</strong> para implantação da SRM, mas<br />
não avia profissionais ualificados para eecutar o traalar omo tina<br />
um curso em educação especial, os gestores me viram como a pessoa ideal<br />
para assumir tal função importante ressaltar ue os gestores dessa escola<br />
são minha mãe, grande defensora da inclusão, e meu irmão, desenhista e<br />
poeta que desenvolve excelentes projetos na comunidade – ele, inclusive, é o<br />
melhor amigo de Leila; os dois costumavam descer à praia que se avizinhava<br />
à <strong>no</strong>ssa casa toda manhã para desenhar na areia.<br />
A princpio encarei a proposta como um grande desafio e temi não<br />
saber atender a esses alu<strong>no</strong>s, mas com a experiência que já tinha, aceitei a<br />
proposta li os fascculos enviados escola sore as deficincias solicitei o<br />
número de alu<strong>no</strong>s que a escola atendia e qual o público. Com os dados em<br />
mãos procurei conhecer e conversar com os professores, alu<strong>no</strong>s e famílias<br />
dos mesmos; só a partir dessas informações é que dei início ao atendimento,<br />
porém as dúvidas ainda persistiam. As coordenadoras do projeto, satisfeitas<br />
com meu trabalho, informaram-me sobre o curso do <strong>RENAFOR</strong>. Confesso<br />
ue fiuei astante animada com a ideia de conecer mais o proeto e poder<br />
ajudar a escola, a comunidade e principalmente os alu<strong>no</strong>s, mostrando a<br />
eles ue suas deficincias não os impediriam de conuistar o seu espaço<br />
na sociedade. No entanto, iniciaria o mestrado em julho fora do país, mês<br />
em que o curso do <strong>RENAFOR</strong> teria seu início. A princípio relutei, mas vi<br />
29
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
em cada alu<strong>no</strong> a mesma força de vencer que a jovem Leila tem, o desejo de<br />
ter seu sonho reconhecido pela sociedade. Mas como poderia ajudá-los se<br />
pouco sabia sobre esse público? Desisti do mestrado e resolvi fazer o curso<br />
para motivar meus alu<strong>no</strong>s.<br />
As teorias repassadas <strong>no</strong> curso legitimavam minha prática e<br />
traziam <strong>no</strong>vos conhecimentos sobre a SRM. Além disso, permitiu que <strong>no</strong>s<br />
tornássemos defensores ainda mais ferrenhos da inclusão, uma vez que os<br />
relatos dos professores demonstravam que os alu<strong>no</strong>s eram, sim, capazes<br />
de se desenvolver. A cada aula, os relatos dos professores me inspiravam a<br />
repensar meu ofcio pois o curso traalou <strong>no</strong>ssas dificuldades atravs dos<br />
diálogos em sala, mostrando-<strong>no</strong>s metodologias adequadas para esse tipo de<br />
prática educacional. Finalizei o curso com orgulho, convicta do potencial<br />
dos meus alu<strong>no</strong>s e que o trabalho conjunto entre escola, comunidade e<br />
família faz toda diferença. A professora do curso expôs o conteúdo com<br />
maestria ao apresentar os fascículos de forma dinâmica e com seriedade, seu<br />
exemplo <strong>no</strong>s enriqueceu e <strong>no</strong>s deixou com vontade de darmos continuidade<br />
à <strong>no</strong>ssa própria formação e enfrentarmos ideias contrárias à inclusão.<br />
Como professora defensora da inclusão, termi<strong>no</strong> esse relato dizendo<br />
que reformulei algumas concepções, analisei paradigmas que a sociedade<br />
<strong>no</strong>s impõe e, com meu exemplo de vida, desejo que os leitores dessa<br />
experiência percebam que o trabalho conjunto faz toda diferença. A jovem<br />
Leila venceu muitas barreiras impostas pelo preconceito com ajuda de todos<br />
da família, e tem convicção que há muito mais a enfrentar, pois é senso<br />
comum acreditar que pessoas com necessidades especiais não tem nenhum<br />
potencial a ser desenvolvido. Com exemplos vivos podemos mudar esse<br />
uadro e com ousadia conuistar o reconecimento dos deficientes ue<br />
têm suas limitações, mas que também têm capacidades e potencialidades.<br />
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EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
Andréa Maria Ferreira de Oliveira<br />
Graduada em História. Profª da Rede Municipal de Augusto Corrêa.<br />
Meu <strong>no</strong>me é Andréa, moro em Augusto Corrêa há 43 a<strong>no</strong>s,<br />
professora há 20 a<strong>no</strong>s <strong>no</strong>s municípios de Bragança, Tracuateua e Augusto<br />
Corrêa. Sou formada em magistério, Graduada em História, especialista<br />
em Neuropsicopedagogia e em Libras. Também sou Intérprete de Libras<br />
e mestranda em Ciências da Educação.<br />
niciei minas atividades com alu<strong>no</strong>s portadores de deficincia<br />
em um centro de atendimento educacional especializado <strong>no</strong> município de<br />
Augusto orra a<strong>no</strong> de No primeiro dia de aula senti muita dificuldade<br />
em me comunicar com a turma, interagir, e até mesmo em repassar as<br />
atividades pois cada alu<strong>no</strong> tina suas especificidades e limitaçes ercei<br />
então, que aqueles alu<strong>no</strong>s precisavam de algo diferente para superar todas<br />
as dificuldades ue <strong>no</strong>s envolviam iante das oservaçes feitas <strong>no</strong><br />
decorrer das aulas percei ue a dificuldade maior era a de ensinar esses<br />
alu<strong>no</strong>s, pois eu estava perdida e não me sentia preparada para atender suas<br />
necessidades; então analisei o caso e logo comuniquei à direção do centro<br />
que eu iria me capacitar. Procurei fazer vários cursos de aperfeiçoamento<br />
voltados à Libras e ao método Braille.<br />
Após três a<strong>no</strong>s de capacitação na área da educação especial me<br />
senti mais segura para ensinar alu<strong>no</strong>s com deficincia No a<strong>no</strong> de <br />
fui contratada pelo Gover<strong>no</strong> do Estado para trabalhar em uma sala de<br />
recursos multifuncionais <strong>no</strong> município de Augusto Corrêa. Confesso que<br />
foi a eperincia mais emocionante da mina vida pessoal e profissional<br />
Atualmente me sinto uma educadora realizada por ver resultados positivos<br />
alcançados pela minha força de vontade de vencer e buscar conhecimentos<br />
que me mantêm forte e feliz por fazer parte das lutas e conquistas <strong>no</strong><br />
processo educacional e até mesmo pessoal desses alu<strong>no</strong>s especiais em<br />
minha vida.<br />
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EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
O curso foi para mim um tesouro que possibilitou a preparação<br />
necessria para atuar <strong>no</strong> Atendimento Educacional Especialiado AEE<br />
tornando-me uma protagonista responsável pelo processo educacional e<br />
pessoal dos alu<strong>no</strong>s atendidos pelo AEE Este curso me fe reetir sore<br />
todos os benefícios que ganhei enquanto educadora compromissada com<br />
a vida educacional e pessoal dos alu<strong>no</strong>s com deficincia e tamm com a<br />
família, que é a maior aliada da escola. Gostaria de agradecer à professora<br />
Mônica Carvalho, que <strong>no</strong>s passou conhecimentos com muita propriedade<br />
e responsabilidade.<br />
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EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
Antonio Hélio da Cunha Figueiredo<br />
Graduado em Pedagogia. Coordenador pedagógico do município de<br />
Tracuateua.<br />
Chamo-me Antônio Hélio da Cunha Figueiredo, sou formado em<br />
pedagogia e exerço a função de Coordenador Pedagógico <strong>no</strong> município<br />
de Tracuateua. Tenho um semestre de exercício e, <strong>no</strong> polo onde trabalho,<br />
deparei-me com alguns casos de alu<strong>no</strong>s que pertenceram ao público alvo<br />
do AEE o ue representou um grande desafio <strong>no</strong> eerccio de mina<br />
função.<br />
Assim que fui informado do curso, cuidei de fazer minha inscrição<br />
para concorrer a uma vaga. Por felicidade do desti<strong>no</strong> fui contemplado e,<br />
ao chegar ao curso, logo na primeira aula, observei algo muito <strong>no</strong>vo para<br />
a minha formação. Esta primeira aula tratava sobre a organização da Sala<br />
de Recurso ultifuncional R eu at então não estava familiariado<br />
com essa <strong>no</strong>menclatura. Ao orientar sobre essa organização da SRM,<br />
a professora passou a falar sobre as atribuições e procedimentos do<br />
profissional ue atende as crianças em um espaço tão importante para o<br />
desenvolvimento educacional e social delas. Aos poucos fui me encontrando<br />
e me apaixonando por essa modalidade da educação. As aulas eram bastante<br />
dinâmicas e <strong>no</strong>s apresentavam situações reais da Educação Especial. Com<br />
esse caráter prático, teve-se bastante suporte para proporcionar uma<br />
maturidade na avaliação dos casos e os procedimentos necessários para um<br />
adequado atendimento ao público alvo da Sala de Recursos.<br />
m fator ue contriuiu muito para o ito das atividades foi o<br />
fato de vários cursistas já possuírem experiências em SRM. Em suma, o<br />
curso proporcio<strong>no</strong>u um estudo teórico em conjunto com os exemplos<br />
vivenciados na prtica desses profissionais <strong>no</strong> então papel de alu<strong>no</strong>s om<br />
isso, não só <strong>no</strong> momento da aula propriamente dita, mas até nas conversas<br />
paralelas, em momentos de intervalo, se tinha oportunidade de adquirir<br />
aprendizado acerca do assunto, haja vista a relevante vivência destes com<br />
o AEE.<br />
33
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
Tive a oportunidade de estudar diversos casos, cada um com<br />
sua peculiaridade <strong>no</strong> ue di respeito s deficincias e as formas de<br />
lidar com as mesmas. Confesso que me via, muitas vezes, dividindo o<br />
espaço com a insegurança e, nas mais variadas situações, pude detectar<br />
um complemento a mais na aprendizagem para que pudesse, a partir de<br />
então, ter suporte para a realização do meu trabalho com alu<strong>no</strong>s que se<br />
enquadram <strong>no</strong>s referidos casos. A professora que ministrou o curso é um<br />
exemplo de que algumas limitações não são motivos de estagnação, e é<br />
baseado neste pensamento que vejo a grande relevância deste curso para<br />
a mina vida profissional uando me deparar com os casos eistentes<br />
em meu polo de trabalho, certamente não vou cair em desespero, como<br />
outrora acontecia com etrema constncia fato ue não saio desta<br />
etapa como especialista em AEE, entretanto, vejo-me com uma gama de<br />
conhecimento que servirá não somente para o exercício de minha função,<br />
mas para a minha vida.<br />
34
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
Antônio Hélio Lima do Nascimento<br />
Profº. da Rede Municipal de Augusto Corrêa. Possui apenas o ensi<strong>no</strong> médio.<br />
Ao fazer a retrospectiva sobre os momentos de discussões e<br />
debates, pesquisas, estudos, seminários, interação entre professor e<br />
alu<strong>no</strong>s <strong>no</strong>s trabalhos de classe realizados na sala de aula <strong>no</strong> curso do AEE<br />
foi possível compreender, entre outros fatores, que ao longo do tempo<br />
sempre ouve grandes conitos de pensamentos e ideias na sociedade em<br />
que vivemos. E isto causou muitas mudanças em <strong>no</strong>sso meio, por conta<br />
das <strong>no</strong>ssas diferenças de ser, de pensar, agir e se posicionar em virtude da<br />
<strong>no</strong>ssa vivência e conivência com o outro <strong>no</strong> meio social.<br />
Sendo assim, a escola, enquanto instituição educacional inserida<br />
nesse amiente de constantes transformaçes tamm se modificou ao<br />
longo de sua história principalmente acerca de suas concepções de ensi<strong>no</strong><br />
aprendiagem ue outrora eram ecludentes com o sueito deficiente<br />
Nos dias de oe demonstramse avanços importantes e significativos<br />
em relação a esse público devido à evolução e compreensão de <strong>no</strong>vas<br />
perspectivas de ensi<strong>no</strong> E portanto o padrão definido sore certas atitudes<br />
e metodologias didáticas tradicionais já não é bem vindo à atualidade e,<br />
muito me<strong>no</strong>s, utilizadas pelos professores, que adotam <strong>no</strong>vos métodos de<br />
educar através das tec<strong>no</strong>logias, atividades e recursos lúdicos.<br />
A partir dessas reees e anlises não dvida de ue por um<br />
longo período da <strong>no</strong>ssa história foi sustentado fortemente o entendimento<br />
de ue alu<strong>no</strong>s deficientes deveriam estudar em salas de aula separadas<br />
próprias para as suas necessidades educativas, excluídos por “todos’’ por<br />
não se enquadrarem nas exigências estabelecidas pela política de ensi<strong>no</strong> do<br />
seu tempo, sem oportunidade de contato e interação com aqueles que não<br />
tinham “problemas”.<br />
Hoje vivemos em <strong>no</strong>vos tempos, num contexto social histórico<br />
diferente, e sabe-se que a escola tem se posicionado contrariamente <strong>no</strong><br />
ue di respeito marginaliação de alu<strong>no</strong>s com deficincia na escola<br />
35
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
regular. Mesmo não tendo apoio necessário de entidades governamentais,<br />
a escola tem tentado, com muito esforço, juntamente com seus professores<br />
e demais funcionários, se ajustar diante de circunstâncias dessa natureza<br />
para não correr o risco de cometer injustiças que ponham à margem o seu<br />
alunado, principalmente os com necessidades especiais.<br />
A questão da inclusão é muito debatida. E, por certo, falta muito<br />
para nós alcançarmos condições ideais para a educação inclusiva em<br />
<strong>no</strong>sso país, visto que não basta apenas a criação de leis e decretos ou a<br />
escola matricular alu<strong>no</strong>s com deficincia ara ue sea de fato realiada<br />
a verdadeira inclusão, temos que <strong>no</strong> mínimo atender às necessidades<br />
básicas educacionais desses discentes; porém, infelizmente, ainda não há<br />
professores e escolas totalmente preparadas para receber essa demanda,<br />
principalmente por conta do descaso das políticas públicas.<br />
Sendo assim, falta capacitação ao educador, adequação do espaço<br />
físico e recursos metodológicos que atendam às necessidades, por<br />
exemplo, de discentes de cadeira de rodas, cegos, surdos e demais casos.<br />
ão muitos os entraves ue impossiilitam o profissional de realiar um<br />
traalo satisfatrio com alu<strong>no</strong>s deficientes ortanto ao ter realiado<br />
como professor-alu<strong>no</strong>, as etapas deste curso de formação coordenado<br />
pela FRA <strong>no</strong> municpio de Augusto orra <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de conclu ue<br />
este curso de educação inclusiva foi muito importante e será muito válido<br />
e gratificante para o enriuecimento dos meus conecimentos e certa<br />
forma, esse estudo ajudará bastante <strong>no</strong> meu ofício, pois, inúmeras vezes,<br />
deparei-me com casos de alu<strong>no</strong>s com necessidades especiais em turmas do<br />
ensi<strong>no</strong> regular e observei que a ausência de conhecimento técnico e teórico<br />
sempre me impediu de desempenar um traalo eficiente onfesso ue<br />
há muito almejava um curso como este, e espero outra oportunidade como<br />
esta para o aprimoramento de minha formação enquanto docente atuante<br />
<strong>no</strong> Atendimento Educacional Especializado.<br />
36
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
Camila Silvana Farias da Silva<br />
Graduanda em Pedagogia. Profª. da Rede Municipal de Augusto Corrêa.<br />
uando eu era criança gostava de rincar de escola Ao terminar o<br />
ensi<strong>no</strong> fundamental já sabia que queria cursar o ensi<strong>no</strong> <strong>no</strong>rmal para lecionar<br />
de 1ª a 4ª série. Hoje faço Graduação em Pedagogia. Em 2005, concluí<br />
o ensi<strong>no</strong> <strong>no</strong>rmal e <strong>no</strong> mesmo a<strong>no</strong> comecei a trabalhar como professora<br />
auxiliar <strong>no</strong> município de Augusto Corrêa. No a<strong>no</strong> de 2006, assumi uma<br />
turma de srie ue arigava trs crianças com deficincia auditiva e foi<br />
uma experiência muito boa. Inicialmente <strong>no</strong>s comunicávamos através de<br />
bilhetes, elas não faziam leitura labial e traziam alguns sinais de casa que<br />
eu não conseguia acompanhar; na época, eu estava começando a estudar<br />
a linguagem de sinais para entendlas No final do a<strong>no</strong> de conclu o<br />
curso de libras.<br />
Estive ausente da sala de aula por quatro a<strong>no</strong>s, retornei em<br />
2011para trabalhar com turmas do 5º ao 9º a<strong>no</strong> na escola Matilde Teixeira<br />
de Assis. Em 2012, assumi a turma do 3º a<strong>no</strong> também na escola Matilde<br />
eieira e dentre os alu<strong>no</strong>s est arissa ue apresenta deficincia mltipla<br />
comprovada por laudo mdico uma situação muito <strong>no</strong>va e delicada para<br />
mim; a aluna, <strong>no</strong> entanto, é muito carinhosa e parceira <strong>no</strong> momento das<br />
atividades.<br />
O curso de AEE veio <strong>no</strong>s proporcionar uma <strong>no</strong>va dinâmica de<br />
traalo dentro do campo da educação especial vlido elencar ue o<br />
AEE é uma formação para toda a vida, porém temos que <strong>no</strong>s dedicar e fazer<br />
as coisas acontecerem naturalmente. Nos estudos e discussões realizadas<br />
em sala, percebemos que ainda existem diversos equívocos relacionados<br />
pessoa com deficincia tanto por parte do prprio profissional de<br />
educação uanto da sociedade comum ouvirmos as pessoas faendo<br />
referncia a pessoas com deficincia como auele meni<strong>no</strong> doenti<strong>no</strong><br />
e outros enunciados preconceituosos. Nesse sentido, o AEE tem tentado<br />
desconstruir as fronteiras impostas entre alu<strong>no</strong>s sem deficincia e os ue<br />
possuem algum tipo de deficincia<br />
37
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
O AEE ampliou o meu conhecimento e fortaleceu a ideia de<br />
conscientizar a comunidade escolar e a sociedade de que toda pessoa com<br />
deficincia tem direitos e deveres porue são pessoas iguais a ns O curso<br />
também <strong>no</strong>s deu a oportunidade de conhecer casos diferentes do <strong>no</strong>sso<br />
cotidia<strong>no</strong> Eemplo claro a prpria professora responsvel pelo curso:<br />
rofessora nica não desanimou diante das dificuldades ue apareceram<br />
<strong>no</strong> início de sua cegueira, ela mostrou que pode ver sim, usando outros<br />
meios de visão que, como ela mesma diz, “são segredos de cego”.<br />
O curso respondeu a muitas questões pendentes <strong>no</strong> que diz respeito<br />
mina prtica pedaggica aa vista ue te<strong>no</strong> uma aluna com deficincia<br />
múltipla, o aporte teórico-metodológico oferecido pelo <strong>RENAFOR</strong> me<br />
ajudou a harmonizar a aluna com os demais colegas de sala, fez com que<br />
ela melhorasse seu desempenho nas atividades propostas, na interação, na<br />
própria comunicação com as professoras – tanto da sala regular quanto da<br />
sala de recursos multifuncionais.<br />
Ao concluir o curso pude perceber o tempo que perdi não dando<br />
importância para a educação especial, eu estava “cega” e a professora<br />
Mônica me fez enxergar o correto em relação a diversas situações que já<br />
ocorreram em minha vida. Como disse <strong>no</strong> início do curso, pretendo fazer<br />
uma especialização em educação especial e continuar meus estudos sempre<br />
a enfatizando, pois precisamos lutar por inclusão de verdade <strong>no</strong> meio<br />
educacional inclusão ue não fiue s <strong>no</strong> papel<br />
Precisamos capacitar os <strong>no</strong>ssos professores para falar com os<br />
alu<strong>no</strong>s tidos como <strong>no</strong>rmais e discutir sobre inclusão, fazer com que<br />
tenham opiniões próprias e conhecimento da educação em geral livre de<br />
preconceitos. Dentro dessa perspectiva, não podemos <strong>no</strong>s esquecer dos<br />
pais e sua importncia imprescindvel ue eles tamm assumam a luta<br />
em favor da inclusão de seus filos<br />
38
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
Elcilene Medeiros Lopes<br />
Profª. da Rede Municipal de Augusto Corrêa. Graduada em Pedagogia.<br />
A minha trajetória como professora <strong>no</strong> contexto da oferta de<br />
Atendimento Educacional Especializado iniciou em 2011. Baseados nas<br />
orientaçes do E implantamos eu e uma euipe de profissionais da<br />
educação a ala de Recurso ultifuncional R na EEF rof<br />
Carmem Dilce Gomes de Assunção, localizada <strong>no</strong> município de Augusto<br />
orra na ual estão regularmente matriculados alu<strong>no</strong>s com deficincia<br />
intelectual auditiva visual e mltipla Encontramos dificuldades em realiar<br />
este trabalho, pois não tínhamos experiência e formação para atender às<br />
necessidades especficas destes alu<strong>no</strong>s uscamos algumas informaçes<br />
a partir de leituras, que subsidiaram o desenvolvimento do trabalho, mas<br />
que, pela extensão e complexidade das temáticas com as quais estávamos<br />
lidando não foram suficientes para sanar as dvidas ue surgiram ao longo<br />
deste processo o ue dificultou a efetivação do atendimento<br />
Ao analisar as contribuições do “Curso de Aperfeiçoamento<br />
Atendimento Educacional Especialiado verifico ue ele me proporcio<strong>no</strong>u<br />
embasamento teórico e prático acerca da temática, bem como fomentou<br />
reees discusses e trocas de eperincias com todos os participantes A<br />
análise dos estudos de caso apresentados durante os encontros me deu base<br />
para a elaboração de pla<strong>no</strong>s de atendimento para os alu<strong>no</strong>s com necessidades<br />
educacionais especiais, com o intuito de favorecer a inclusão dos mesmos<br />
através do AEE na sala comum.<br />
Este curso foi relevante, pois abordou também os aspectos legais<br />
da inclusão e a atuação do professor do AEE, conscientizando-me da<br />
importncia da interação e colaoração de todos os profissionais da escola<br />
neste processo. Outro aspecto positivo foram as abordagens das áreas<br />
especficas de deficincia e dos transtor<strong>no</strong>s gloais de desenvolvimento<br />
pois possiilitaram reees ue me levaram a elaorar metodologias e<br />
estratégias pedagógicas articuladas com os professores da sala comum,<br />
profissionais da sade assistncia e famlia para ue untos possamos<br />
contribuir para uma educação de fato inclusiva.<br />
39
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
Fátima Helena Carvalho de Aviz Rodrigues<br />
Graduada em Pedagogia e Letras. Profª. da Rede Municipal de Tracuateua.<br />
Sou Fátima Helena Carvalho de Aviz Rodrigues, Graduada em<br />
edagogia A e etras FA e com sraduação em estão<br />
Escolar, entre outros cursos de aperfeiçoamento na área educacional. Atuo<br />
como docente na Rede Municipal de ensi<strong>no</strong> <strong>no</strong>s municípios de Bragança<br />
e racuateua otivada tamm pelo fato de ter <strong>no</strong>tado as dificuldades<br />
que os professores apresentam em desenvolver recursos pedagógicos que<br />
facilitem o processo de aprendiagem de alu<strong>no</strong>s com deficincia meu<br />
objetivo, ao participar do curso oferecido pelo <strong>RENAFOR</strong>, foi adquirir<br />
mais conecimentos e contriuir de maneira mais significativa para com a<br />
aprendizagem desses alu<strong>no</strong>s.<br />
Ao longo de toda minha prática pedagógica sempre senti<br />
dificuldades em desenvolver determinadas atividades na classe por não<br />
ter o suporte necessrio para o aprendiado de crianças com deficincia<br />
essa forma o processo de ensi<strong>no</strong>aprendiagem com esses alu<strong>no</strong>s ficava<br />
prejudicado e eu, enquanto professora, me sentia incapaz de realizar<br />
ualuer tarefa minimamente significativa para eles<br />
Como sujeito participante desse processo não posso me isolar e<br />
me<strong>no</strong>s ainda guardar informações tão preciosas quanto as que tenho agora.<br />
ortanto posso afirmar ue este curso fe contriuiçes significativas ao<br />
meu trabalho, dando subsídio à minha prática e me fazendo ter consciência<br />
de que devo compartilhar esses saberes com a comunidade escolar e<br />
famílias dos discentes. Tais informações, sem dúvida, colaborarão para um<br />
processo educacional me<strong>no</strong>s excludente e mais huma<strong>no</strong> e também farão<br />
com que promovamos de fato o exercício da cidadania.<br />
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EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
Fernanda Regina Silva de Aviz<br />
Graduada em Pedagogia. Profª. da Rede Municipal de Tracuateua.<br />
A educação inclusiva ocupa os cenários de debate neste século.<br />
Embora isso aconteça, o que percebemos é que ainda existem problemas<br />
na efetivação da lei que garante o atendimento na escola comum para a<br />
pessoa com deficincia asos de discriminação com pessoas deficientes são<br />
presenciados cotidianamente. Embora não seja um problema tão <strong>no</strong>vo, o<br />
que se evidencia é o descaso <strong>no</strong> atendimento, descompromisso por parte<br />
de autoridades e ig<strong>no</strong>rância sobre a temática – que é sempre colocada em<br />
segundo pla<strong>no</strong>.<br />
iante disso parece oportu<strong>no</strong> ue profissionais da escola esteam<br />
engajados em melhorar sua prática pedagógica para com essa modalidade<br />
de ensi<strong>no</strong>, fazendo-se necessário buscar formação inicial e continuada.<br />
endo assim posso afirmar ue este curso troue grandes contriuiçes <br />
mina atuação profissional aa vista a necessidade de entender uestes<br />
referentes ao atendimento em ala de Recursos ultifuncionais F para<br />
a demanda que as escolas têm.<br />
E quando falo isso, pontuo que, mesmo atuando fora dessas salas,<br />
mina ocupação profissional necessita de orientação e conecimentos<br />
para lidar com alu<strong>no</strong>s com deficincia A escola um espaço ue necessita<br />
que todos trabalhem de forma colaborativa (<strong>no</strong> meu caso, como atuo na<br />
coordenação pedaggica mais ainda visto ue somos responsveis pela<br />
orientação a professores, alu<strong>no</strong>s, e demais funcionários da escola.<br />
uitas vees fiuei sem saer o ue faer diante de uma pessoa com<br />
deficincia e o curso me proporcio<strong>no</strong>u conecimentos tericos e prticos<br />
para enfrentar o medo e a insegurança diante desse desafio ortanto ele me<br />
trouxe <strong>no</strong>vos conhecimentos, ajudou-me a desconstruir mitos e criar <strong>no</strong>vas<br />
possiilidades de ensi<strong>no</strong> na mina atuação profissional osso finaliar<br />
citando que, embora não esteja na sala de recurso multifuncional, o meu<br />
traalo com os profissionais dessa sala fundamental para assegurar o<br />
direito ue as pessoas com deficincia tm: uma educação de ualidade<br />
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EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
Kátia Regina Pereira de Aguiar<br />
Graduada em Pedagogia. Profª. da Rede Municipal de Augusto Corrêa.<br />
Sou professora, formada em Pedagogia e Graduada em<br />
Psicopedagogia e Educação <strong>Inclusiva</strong> pelo Instituto Superior Francisca<strong>no</strong><br />
do Estado do Maranhão, concluinte do Curso de Especialização de<br />
Educação nfantil pela niversidade Federal do ar raalo em dois<br />
municípios diferentes, executando funções diferentes. Em Bragança, exerço<br />
a função de professora de Educação Infantil, e <strong>no</strong> município de Augusto<br />
Corrêa atuo com Atendimento Educacional Especializado, assumindo<br />
a função de coordenadora pedagógica de um Centro de Atendimento<br />
Educacional Especializado, referência <strong>no</strong> município em apoio às pessoas<br />
com deficincia<br />
De família carente, não tive exemplos de pessoas que concluíssem<br />
seus estudos. Dediquei-me a estudar e, mesmo em processo de construção<br />
de família, com casamento e gravidez, não interrompi meus estudos.<br />
Acreditava ue meu futuro profissional e pessoal dependia de meu<br />
empe<strong>no</strong> e dedicação uando iniciei mina raduação em edagogia<br />
iniciei também meus estudos na área de Educação Especial; logo <strong>no</strong><br />
primeiro a<strong>no</strong> de estudo comecei a estagiar em uma escola regular que<br />
atendia alu<strong>no</strong>s com deficincia Na poca não se falava em poltica<br />
de inclusão e as pessoas com deficincias eram matriculadas na rede<br />
regular somente se tivessem uma deficincia muito leve sem grandes<br />
comprometimentos.<br />
Ao concluir meu curso de graduação, já tinha quatro a<strong>no</strong>s de<br />
estágio na área da educação especial. À época, optei por elaborar uma<br />
mo<strong>no</strong>grafia nesta rea com o tema A participação da famlia <strong>no</strong> processo<br />
de inclusão do alu<strong>no</strong> com surdez <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> regular” e tive a oportunidade<br />
de experienciar, de perto, o envolvimento das famílias <strong>no</strong> processo de<br />
inclusão de seus filos com deficincia <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> regular Este estudo me<br />
revelou muito do que hoje são fatores essenciais para a inclusão. Continuei<br />
trabalhando e estudando quando surgiu a oportunidade de realizar uma<br />
Pós-Graduação na área de Psicopedagogia, com ênfase em Educação<br />
<strong>Inclusiva</strong>. Tive de ampliar mais ainda meu leque de conhecimentos e mais<br />
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EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
uma vez optei por fazer um trabalho de conclusão de curso com foco na<br />
inclusão de alu<strong>no</strong>s com deficincia<br />
Hoje sou concluinte do curso de Pós-Graduação em Educação<br />
nfantil pela niversidade Federal do ar e mais uma ve dei<br />
prosseguimento à minha formação na área de Educação Especial, minha<br />
paião enuanto educadora Estou finaliando mina mo<strong>no</strong>grafia com o<br />
tema A inclusão da criança com deficincia na educação infantil: vivncias<br />
descoertas e desafios concluindo dessa forma mais uma etapa de meus<br />
estudos. Assim como <strong>no</strong> curso de AEE, tenho a oportunidade de relatar,<br />
na mo<strong>no</strong>grafia as minas eperincias enuanto educadora infantil ue<br />
traala com trs alu<strong>no</strong>s com deficincia ue inclusive são oe sueitos<br />
participantes de mina pesuisa para a produção da mo<strong>no</strong>grafia<br />
Foi entrelaçando os estudos mina vida profissional ue<br />
construí minha vida enquanto educadora e vivenciei uma década de lutas<br />
das pessoas com deficincia pelo direito a um ensi<strong>no</strong> de ualidade numa<br />
escola que abarque e saiba lidar com a peculiaridade desse público. Luta<br />
ue significa antes de tudo a usca incessante pelo direito de garantir a<br />
educação para todos.<br />
Iniciei como professora de Educação Física, com crianças do<br />
primeiro ao quinto a<strong>no</strong> do Ensi<strong>no</strong> Fundamental. Tive oportunidade<br />
de experienciar disciplinas de quinto ao oitavo a<strong>no</strong>, de artes a estudos<br />
amanicos e neste perodo pude traalar com ovens com deficincia<br />
nas turmas em que lecionava. A última experiência antes de adentrar na<br />
Educação Especial foi com a educação de ovens e adultos EA perodo<br />
em que aprendi coisas muito boas. Nesse espaço, tive oportunidade de<br />
conhecer diversas histórias de vida de pessoas que buscavam, entre o<br />
trabalho e a família, terminarem seus estudos. A partir deste momento, pedi<br />
para ser remaneada para uma nidade de Educação Especial EE ue<br />
havia <strong>no</strong> município. Foi uma experiência única em minha vida, pois meu<br />
so<strong>no</strong> era ser funcionria dauela unidade uando consegui ingressar pela<br />
primeira vez naquele ambiente, a sensação que me acompanhou não foi de<br />
alegria, foi de medo. Apesar da Educação Especial não ser uma realidade<br />
estranha para mim, aquele era um ambiente somente de pessoas com<br />
deficincia um amiente envolto em superstiçes criadas pelos prprios<br />
sujeitos que vivenciavam a educação especial e conceituavam as pessoas<br />
com deficincia como agressivas loucas e outros termos do gnero<br />
43
44<br />
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
Adaptarme uele amiente de traalo foi um grande desafio ao<br />
meu percurso profissional mas aos poucos fui me despindo do medo de<br />
ser agredida por algum alu<strong>no</strong> por eemplo e o espaço antes destinado a<br />
esse sentimento foi preenchido pelo carinho e amor aos alu<strong>no</strong>s. Ali, vivi<br />
as eperincias mais significativas na rea da educação especial e ns<br />
professores, desenvolvemos ações e trabalhos brilhantes com <strong>no</strong>ssos<br />
alu<strong>no</strong>s omo a nidade era um rgão regido pela ecretaria unicipal<br />
de Educação, nós seguíamos as mesmas diretrizes das demais escolas do<br />
município e desenvolvíamos eventos como Feira Pedagógica, Semana da<br />
Famlia e da nclusão emana da eitura ramos destaue <strong>no</strong> desfile do<br />
dia 7 de Setembro. Todas estas experiências faziam com que <strong>no</strong>ssos alu<strong>no</strong>s<br />
vivenciassem uma educação digna as a eles estava faltando o principal: a<br />
inclusão <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> regular, que não acontecia àquela altura.<br />
Como coordenadora de Educação Especial do município <strong>no</strong> a<strong>no</strong><br />
de 2008, tive a oportunidade de conhecer a realidade de todo o município<br />
de Augusto Corrêa. Conheci cada escola em cada localidade e pude montar<br />
uma estimativa de uantos alu<strong>no</strong>s com deficincia estavam estudando<br />
nesses espaços. Infelizmente, a inclusão destes alu<strong>no</strong>s <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> regular<br />
não era de fato exercida porque o município não dispunha dos recursos<br />
necessários para atender à demanda. Ainda assim, mesmo com todas as<br />
dificuldades referentes principalmente formação de profissionais e<br />
falta de recursos – e sem a oferta de AEE, o município sempre se destacou<br />
pelo traalo ue a nidade na ual traalei desenvolvia omeçamos<br />
aos poucos a ser contemplados com R A EE receeu a primeira<br />
sala de recursos do município, e eu fui a primeira professora a atender<br />
oito alu<strong>no</strong>s que já estudavam na escola regular e eram antes atendidos pela<br />
nidade <strong>no</strong> contratur<strong>no</strong><br />
uando começamos a participar das primeiras formaçes e<br />
encontros sobre AEE, começamos também a desenvolver o trabalho com<br />
os alu<strong>no</strong>s, e, <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 2010, o prefeito assi<strong>no</strong>u o decreto mudando <strong>no</strong>me<br />
da EE para entro de Atendimento Educacional Especialiado arilene<br />
Nascimento da Silva, hoje conhecido como CAEE.<br />
Com esta mudança, tivemos que reestruturar todas as ações do<br />
AEE A primeira mudança foi a inclusão dos alu<strong>no</strong>s com deficincia em<br />
escolas regulares Esta foi uma eperincia nica em mina vida profissional<br />
pois estava diante de uma demanda de setenta alu<strong>no</strong>s. As escolas tiveram<br />
um impacto muito grande com esta decisão e, assim como elas, as famílias
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
também. Aceitar esta mudança foi uma tarefa que demandou muita<br />
conversa com familiares e gestores de escolas, pois esse processo ainda não<br />
fazia parte da rotina do <strong>no</strong>sso sistema de ensi<strong>no</strong>.<br />
Hoje, dois a<strong>no</strong>s depois, o município de Augusto Corrêa desenvolve<br />
um traalo significativo na rea da inclusão da pessoa com deficincia<br />
Contamos com várias salas de recurso, tanto na sede quanto <strong>no</strong> interior,<br />
temos o privilégio de termos professores atuando nestes espaços e<br />
desenvolvendo trabalhos nas salas das escolas regulares e nas salas de<br />
recursos. Esses professores estão recebendo formação continuada, assim<br />
como apoio e acompanhamento <strong>no</strong> CAEE. Estamos buscando elevar o<br />
trabalho na área da inclusão dentro do <strong>no</strong>sso município, e temos também<br />
a certeza de que <strong>no</strong>ssas experiências são válidas e precisam ser conhecidas<br />
por outras pessoas.<br />
O curso de Atendimento Educacional Especializado serviu não<br />
somente como espaço de aprendizagem e conhecimento, mas como uma<br />
maneira de avaliar se o trabalho que desenvolvo como coordenadora do<br />
entro de Atendimento Educacional Especialiado realmente eficiente<br />
A cada módulo, a cada slide apresentado pela professora, eu me via<br />
reetindo sore minas prticas e me uestionava se o traalo ue estou<br />
desenvolvendo se configura de fato como inclusivo ina satisfação maior<br />
é poder estar compartilhando do mesmo espaço com alu<strong>no</strong>s de realidades<br />
tão distintas da minha e constatar que o trabalho que hoje desenvolvemos<br />
está dentro do estabelecido pelas políticas de inclusão.<br />
ou uma professora ue tem orgulo de sua profissão pois<br />
eperimentar tantas mudanças e desafios me fe crescer enuanto pessoa<br />
ei ue este curso não ser o final de meus estudos pois apesar de não<br />
ter <strong>no</strong> momento possibilidades de avançar, tenho <strong>no</strong> horizonte a vontade<br />
de levar minhas experiências e o resultado de meus estudos na área da<br />
educação especial para uma tese de mestrado e doutorado.<br />
Finalizo meu relato dizendo que falar de inclusão, ou vivenciar a<br />
luta pela inclusão da pessoa com deficincia não se configura como uma<br />
tarefa fácil. A inclusão é uma busca que requer esforço, estudo e, acima de<br />
tudo, amor. Para os que não acreditam que dependemos do amor para lutar<br />
por uma causa <strong>no</strong>re posso afirmar ue parte de minas conuistas se deve<br />
a meus estudos, mas uma outra parte ao amor que tenho pela educação<br />
especial e ue não me deiou desistir diante de tantos conitos e desafios<br />
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EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
Kátia Geane Pires Costa<br />
Graduada em Pedagogia. Profª. da Rede Municipal de Augusto Corrêa.<br />
No decorrer da mina traetria profissional tive vrias<br />
eperincias significativas nicialmente traalei com turma especial e<br />
depois com turmas multisseriadas, das séries iniciais e educação infantil;<br />
<strong>no</strong> entanto identifiueime mais com a educação especial esde <br />
ao ficar responsvel por uma turma especial em ue os alu<strong>no</strong>s eram<br />
atendidos somente em um orrio e com currculo especfico percei os<br />
potenciais que estavam sendo desperdiçados naquela turma. Porém, para<br />
ue realiasse um traalo eficiente dependia do envolvimento familiar e<br />
as crianças de suporte emocional e educacional. Por isso, resolvi conhecer<br />
e desenvolver um trabalho mais detalhado e aprofundado fazendo<br />
Graduação em Pedagogia e especialização em Psicopedagogia e Educação<br />
<strong>Inclusiva</strong>. Cursos, encontros e conferências que estivessem relacionados ao<br />
processo de educação especial tamm fieram parte de mina formação<br />
A mina usca por aprimoramento profissional para traalar com os<br />
alu<strong>no</strong>s atendidos pelo AEE foi constante. Sempre busquei me inserir <strong>no</strong><br />
mundo desses alu<strong>no</strong>s, tentando participar da vida social e pessoal deles e<br />
incentivando-os também a se socializar com os alu<strong>no</strong>s das salas de aulas<br />
regulares – o que era efetuado através da participação dos alu<strong>no</strong>s atendidos<br />
pelo AEE em atividades extracurriculares e feiras pedagógicas realizadas<br />
pela escola.<br />
uando por lei a inclusão se oficialiou a usca continuou para<br />
realiar um traalo efica e com retor<strong>no</strong> significativo odo a<strong>no</strong> vrias<br />
mudanças eram feitas, cada coordenador que ocupava o cargo tinha uma<br />
ideia diferente e nós não conseguíamos criar um método uniforme de<br />
execução das atividades. Foram inúmeras as tentativas e mudanças para dar<br />
conta de um traalo eficiente e completo do ponto de vista pedaggico<br />
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EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
O município foi contemplado, <strong>no</strong> a<strong>no</strong> seguinte, com várias salas<br />
de recursos, dando início ao AEE. Por ainda não termos um espaço<br />
exclusivo para a sala de recurso em <strong>no</strong>ssa escola, foi feita uma adaptação<br />
na brinquedoteca. Nesse espaço, trabalhava com doze pessoas com<br />
deficincias de naturea fsicointelectual e auditiva ara organiar o<br />
traalo criamos um cro<strong>no</strong>grama de atendimento para os alu<strong>no</strong>s: eles<br />
frequentam a sala uma vez na semana por duas horas, o que equivale há<br />
dois dias <strong>no</strong> contratur<strong>no</strong>. Os outros dois dias são destinados às visitas nas<br />
escolas para orientar, assessorar e ouvir os professores. As sextas-feiras<br />
são destinadas ao planejamento e elaboração de recursos e ações e visitas<br />
domiciliares às famílias dos alu<strong>no</strong>s atendidos. Auxiliamos <strong>no</strong> sentido de<br />
levar sugestões de recursos para as atividades de classe e articular este<br />
trabalho com o professor da sala regular; além disso, também temos<br />
parceria com psiclogo fo<strong>no</strong>audilogo fisioterapeuta e dentista<br />
Apesar de ter participado de vários cursos, e mediante todo<br />
o traalo ue vina desenvolvendo eu ainda tina dificuldade em<br />
diferenciar deficincia intelectual de dificuldade de aprendiagem<br />
Desta forma, o curso de aperfeiçoamento em AEE veio contribuir<br />
para o preenchimento destas lacunas, aprimorando minha formação e<br />
me audando a compreender melor certas deficincias principalmente<br />
a intelectual Esta alis s vees confundida com a dificuldade de<br />
aprendizagem, que é um atraso <strong>no</strong> processo de aprendizagem por algum<br />
motivo psicolgico or sua ve o dficit intelectual um preuo das<br />
funçes cognitivas do crero nesse tipo de deficincia o crero processa<br />
informações de uma maneira diferente e em um tempo que os cientistas<br />
ainda não conseguiram definir<br />
Compreender e conviver diariamente com as mudanças constantes<br />
que se perfazem todos os dias, tanto <strong>no</strong> atendimento do AEE quanto na<br />
sala regular, é uma missão difícil, uma vez que se trata de uma experiência<br />
que gera dúvidas e angústias para quem vive o processo de inclusão.<br />
47
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
rocurando ser sempre evel <strong>no</strong> assessoramento visitas e organiação de<br />
recursos adaptados, fazemos um trabalho bastante organizado e centrado<br />
<strong>no</strong> aprendizado dos alu<strong>no</strong>s, auxiliando os professores <strong>no</strong> uso desses<br />
recursos e contribuindo para o desenvolvimento dos alu<strong>no</strong>s portadores<br />
de deficincia<br />
O resultado que buscávamos se concretizou <strong>no</strong> momento da<br />
avaliação desses alu<strong>no</strong>s. A avaliação negativa que anteriormente se fazia<br />
deles, principalmente por conta do não aproveitamento de suas habilidades<br />
e competências, deu lugar a resultados muito bons. Apesar de obedecer ao<br />
sistema que exige <strong>no</strong>tas, conseguimos organizar estratégias de avaliação<br />
ue realmente aproveitassem o potencial dos alu<strong>no</strong>s com deficincia e<br />
que, principalmente, não os nivelasse por baixo. Também oferecemos<br />
auxílio aos professores na organização de atividades, seleção de recursos e<br />
adaptações de atividades avaliativas.<br />
A organização e assessoramento dos professores resultou <strong>no</strong><br />
bom desempenho dos alu<strong>no</strong>s, tendo os mesmos sido avaliados por seus<br />
próprios méritos. Ressalto que houve um trabalho colaborativo com os<br />
professores das salas regulares, que aceitaram ajudar <strong>no</strong> progresso dos<br />
alu<strong>no</strong>s a partir de estratégias pensadas para suprir suas necessidades.<br />
Diante da gama de conhecimentos que <strong>no</strong>s foi apresentada <strong>no</strong><br />
curso ofertado pelo <strong>RENAFOR</strong> gostaria de epressar uão significativa<br />
foi essa experiência para mim. O conhecimento que <strong>no</strong>s foi apresentado<br />
já serviu, de imediato, para a implementação de algumas ações na escola<br />
onde trabalho, tal qual a elaboração dos projetos da “Semana da Inclusão”<br />
e o “Pla<strong>no</strong> de Ação do Espaço da SRM”.<br />
48
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
Maria Edileusa Brito<br />
Graduada em Pedagogia. Profª. da Rede Municipal de Augusto Corrêa<br />
Iniciei minha carreira como professora em 1987 na localidade do<br />
Recreio, <strong>no</strong> município de Augusto Corrêa, em uma classe multisseriada<br />
sendo professora e servente, pois eu era a única servidora da escola.<br />
Passado vários a<strong>no</strong>s trabalhando nessa localidade fui transferida para a<br />
sede, na escola São Miguel, que funcionava em regime de conveniado.<br />
Depois fui chamada à escola Matilde Teixeira para assumir uma turma que<br />
tinha trinta alu<strong>no</strong>s. Dentre os trinta, cinco tinham necessidades especiais.<br />
A inclusão de alu<strong>no</strong>s com deficincias o oetivo da educação<br />
especial e um dos grandes desafios ue enfrentamos atualmente Ensinar<br />
crianças e ovens com necessidades especiais ainda um desafio para mim<br />
apesar de traalar como professora de a srie na Rede unicipal<br />
já há muito tempo.<br />
A educação especial na perspectiva da educação inclusiva implica uma<br />
transformação na formação de professores, que necessitam de conhecimentos<br />
próprios do Atendimento Educacional Especializado. Não são poucos os<br />
conhecimentos que os professores devem ter para atuar <strong>no</strong> AEE, pois as<br />
demandas são diferentes e a todo momento <strong>no</strong>vas metodologias de trabalho<br />
são desenvolvidas. Por isso, julgo que minha participação nesse curso foi<br />
muito gratificante e importante para aprofundar os meus conecimentos<br />
e me atualizar nas práticas relacionadas ao AEE. A formação continuada<br />
só tem sentido quando está atrelada à prática escolar; essa formação <strong>no</strong>s<br />
possibilita criar estratégias de atuação com base nas <strong>no</strong>ssas experiências e<br />
<strong>no</strong>s <strong>no</strong>ssos conhecimentos, prezando pela competência, responsabilidade e<br />
excelência <strong>no</strong> trabalho e convivência com essas crianças tão especiais.<br />
49
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
Maria Lúcia Costa da Silva<br />
Graduada em Pedagogia. Profª. da Rede Municipal de Augusto Corrêa<br />
A educação escolar é um direito ao qual todos os alu<strong>no</strong>s com<br />
deficincia devem ter acesso como orienta a eclaração de alamanca<br />
Espanha, elaborada em 1994, na Conferência Mundial sobre Educação<br />
Especial da NEO ue defende uma sociedade igualitria<br />
independente de uaisuer dificuldades ou diferenças ue os indivduos<br />
possam apresentar.<br />
artindo dessa perspectiva posso afirmar ue os alu<strong>no</strong>s com<br />
deficincia precisam ser vistos como seres capaes de desenvolver suas<br />
aptides e ailidades a fim de poder contriuir com o tecido social<br />
m dos grandes prolemas ue as pessoas com deficincia <strong>no</strong> pas<br />
enfrentam envolve a aceitação pelos colegas na sala de aula e, muitas<br />
vezes, pelo professor ou equipe escolar, uma vez que vivemos em um país<br />
culturalmente despreparado para conviver harmoniosamente <strong>no</strong> mesmo<br />
espaço com pessoas deficientes A aceitação na sala de aula ou mesmo<br />
na escola tem sido o principal desafio dos alu<strong>no</strong>s com deficincia e em<br />
especial ao educador ue por vees encontra srias dificuldades para<br />
desenvolver uma didática compatível com o ritmo de aprendizagem deste<br />
alu<strong>no</strong>.<br />
Em 1992, iniciei minhas atividades em uma turma de Educação<br />
Infantil na Escola Cenecista Professor Paixão, <strong>no</strong> município de Bragança.<br />
Com algum conhecimento adquirido <strong>no</strong> Ensi<strong>no</strong> Médio Magistério<br />
desenvolvi minhas atividades trabalhando conjuntamente com outra<br />
professora, esta já com bastante conhecimento e experiência, e que me<br />
serviu como uma espcie de conseleira at o final do a<strong>no</strong> letivo Em <br />
assumi uma turma de 2ª série, recebendo apoio e orientação de outros<br />
profissionais mais ualificados Em fui transferida para a Escola<br />
Heraldo da Silva Fonseca, onde atuo até hoje. Foi nesta escola que tive<br />
o primeiro contato com alu<strong>no</strong>s especiais, pois lá funcionavam as classes<br />
50
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
especial e inclusiva. Este momento foi decisivo para mim em relação à<br />
Educação Especial, pois me deparei com uma turma de 30 alu<strong>no</strong>s, dentre<br />
os uais cinco apresentavam deficincia mental oe conecida como<br />
dficit intelectual Neste perodo não possua nenum conecimento<br />
sore Educação Especial acreditava ue crianças com deficincia mental<br />
eram “doidas” e não tinham capacidade de aprender.<br />
As dificuldades iniciais foram superadas rapidamente pois<br />
os alu<strong>no</strong>s, que vinham se preparando para serem incluídos nas classes<br />
regulares, já dominavam <strong>no</strong>ções básicas referentes às modalidades de<br />
leitura e escrita. Estávamos, na realidade, apenas dando continuidade ao<br />
processo de ensi<strong>no</strong>aprendiagem A dificuldade maior foi com relação<br />
socialiação: alguns alu<strong>no</strong>s eram agressivos alm de estarem em idade<br />
mais avançada se comparados s demais crianças o ue dificultou astante<br />
a inter-relação com os colegas de sala.<br />
Em relação à prática de ensi<strong>no</strong>, a orientação repassada a mim pela<br />
professora da classe especial foi de que os conteúdos seriam os mesmos<br />
para todos os alu<strong>no</strong>s. A diferença estava na metodologia a ser aplicada e a<br />
atenção a ser dada aos alu<strong>no</strong>s especiais – em face, principalmente, das suas<br />
limitaçes e dificuldades Ao final do a<strong>no</strong> letivo os alu<strong>no</strong>s especiais apesar de<br />
desenvolverem a aprendizagem em um processo mais lento, surpreenderam<br />
e passaram de a<strong>no</strong>, dando continuidade aos estudos <strong>no</strong>rmalmente.<br />
Após adquirir <strong>no</strong>vos conhecimentos com o quarto módulo deste<br />
curso passei a uestionar: ser ue aueles alu<strong>no</strong>s tinam realmente uma<br />
deficincia ou eram apenas alu<strong>no</strong>s com dficit de aprendiagem Na poca<br />
busquei esclarecer tal dúvida, mas por falta de conhecimento não consegui<br />
as respostas adequadas. Posteriormente, percebi que somente com o<br />
conecimento aduirido neste curso poderia reconecer tais deficincias e<br />
evitar julgamentos errôneos.<br />
Em o desafio foi maior e mais amedrontador epareime<br />
com uma turma de 3ª série composta por trinta alu<strong>no</strong>s, cinco deles com<br />
dficit auditivo ina sensação foi de medo por não saer ensinlos e<br />
nem o que ensinar. Ao buscar apoio na direção da escola, fui informada<br />
apenas ue era preciso saer aceitar as crianças com deficincia alm de<br />
51
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
“fazer cursos e mais cursos”. Eu esperava contar com o apoio de outras<br />
professoras mais ualificadas a lidar com as demandas desse plico mas<br />
não o recebi. Passei, então, a aplicar aos alu<strong>no</strong>s com DA o mesmo conteúdo<br />
aplicado aos demais alu<strong>no</strong>s, sem fazer distinção. Infelizmente esta prática<br />
não funcio<strong>no</strong>u muito bem. Fez-se necessária a aplicação de <strong>no</strong>vos métodos<br />
e estratégias.<br />
Inicialmente, os alu<strong>no</strong>s foram colocados ao lado de alu<strong>no</strong>s ouvintes<br />
para desenvolver as atividades e faer o trei<strong>no</strong> ortogrfico amm não deu<br />
certo, porque eles apenas copiavam as respostas já prontas pelos colegas.<br />
A fim de encontrar um mtodotcnica para ensinlos decidi pedir auda<br />
aos próprios alu<strong>no</strong>s com DA, pois, dentre eles, dois dominavam bem<br />
conhecimentos matemáticos e um conhecimentos de língua. Foi uma fase<br />
de aprendiado recproco: tanto eles se aperfeiçoavam e assimilavam em<br />
os conteúdos <strong>no</strong>vos quanto eu aprendia a aperfeiçoar <strong>no</strong>ssa comunicação.<br />
Entre erros e acertos o final foi positivo visto ue apenas um alu<strong>no</strong> foi<br />
reprovado.<br />
No a<strong>no</strong> de 1997, recebi em uma turma de 1ª série, duas alunas com<br />
diferentes graus de deficincia visual uma cega e a outra com aia visão<br />
Apesar da insegurança pela falta de conhecimento e por não acreditar que<br />
os alu<strong>no</strong>s com cegueira total pudessem aprender aceitei esse <strong>no</strong>vo desafio<br />
O traalo não foi fcil mas foi muito gratificante ue dessa ve pude<br />
contar com uma profissional da classe especial professora aria os<br />
Carvalho, que me deu o suporte necessário na adaptação dos materiais<br />
pedaggicos e na utiliação dos recursos Ao final do a<strong>no</strong> as estudantes<br />
com deficincia visual apesar de terem limitaçes aviam aduirido<br />
certa independência.<br />
A professora da classe especial mencionada anteriormente<br />
ministrava nas setasfeiras oficinas para todos os educadores das classes<br />
inclusivas Eram encontros com a finalidade de preparar os professores<br />
para desenvolver atividades paras as crianças com deficincia visual tais<br />
como adaptação de materiais de escritas de uso comum, ampliação das<br />
atividades, margeação de cader<strong>no</strong>, além de <strong>no</strong>s darem direcionamentos<br />
de como dispor os alu<strong>no</strong>s na sala de aula a fim de facilitar <strong>no</strong> caso dos<br />
52
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
alu<strong>no</strong>s com baixa visão, a visualização e escrituração. Também foram<br />
ensinadas algumas técnicas de orientação e mobilidade, trei<strong>no</strong> sensorial<br />
e perceptível, utilização da reglete, máquina de Braille e uso do sorobã,<br />
bem como treinamento para do uso da bengala e desenvolvimento de<br />
atividades cotidianas.<br />
Atualmente, em face desta experiência, acredito na possibilidade<br />
de aprendiagem das crianças com deficincia visual tamm graças ao<br />
grande exemplo da professora Mônica Carvalho, responsável pelo curso<br />
de Atendimento Educacional Especialiado e deficiente visual No mdulo<br />
III, quando a professora Mônica apresentou os recursos para trabalhar com<br />
um deficiente visual depareime com uma <strong>no</strong>va eperincia: ao me colocar<br />
<strong>no</strong> lugar de um deficiente visual usando uma mscara ue me impedia de<br />
energar e uma engala pude sentir as dificuldades e limitaçes de um<br />
deficiente visual A partir desta eperincia percei a importncia de me<br />
capacitar ainda mais, muito embora acredite que o conhecimento advindo<br />
dos cursos de capacitação só trará um resultado efetivo se o professor tiver<br />
a sensiilidade de se colocar <strong>no</strong> lugar do alu<strong>no</strong> deficiente<br />
Em outra ocasião, aquela mesma turma de 1ª série também recebeu<br />
duas alunas com deficincia mental Aps o primeiro semestre percei ue<br />
as duas tinam apenas um dficit de aprendiagem ou sea aprendiam de<br />
maneira mais lenta que as outras crianças. Posteriormente, vi que as meninas<br />
não avançavam <strong>no</strong> estudo simplesmente por negligncia dos profissionais<br />
da escola regular ma das vrias estratgias ue utiliei para alfaetiar as<br />
alunas foi dividir a turma em grupos de trabalho de cinco alu<strong>no</strong>s e assentálas<br />
em grupos onde houvesse crianças que se destacavam na aprendizagem.<br />
Relacionando a atividade que desenvolvia na época com o conhecimento<br />
adquirido posteriormente neste curso, pude perceber que desenvolvia uma<br />
atividade colaborativa, envolvendo as alunas em atividades com outras<br />
crianças e facilitando, dessa maneira, a construção do conhecimento.<br />
endo por fim dar continuidade a esta prtica solicitei diretora<br />
que eu continuasse acompanhando a turma <strong>no</strong> a<strong>no</strong> seguinte. Solicitamos a<br />
presença da família na escola e esclarecemos que o avanço das alunas para<br />
a série subsequente seria feita com o meu acompanhamento. Esse último<br />
53
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
aspecto foi, inclusive, ressaltado durante este curso quando se tratou da<br />
importância do trabalho articulado com a família.<br />
Desenvolvi atividades com classes inclusivas até 2008, mas não<br />
aceitava trabalhar na classe especial. No entanto, por motivos pessoais, cedi, e<br />
em fui lotada na classe especial com alu<strong>no</strong>s com deficincia intelectual<br />
Em face da formação em Pedagogia e do trabalho com alu<strong>no</strong>s especiais com<br />
dficit intelectual usuei me especialiar em Neuropsicopedagogia com<br />
ênfase na Educação Especial.<br />
Em 2011, as classes especiais foram extintas na escola onde atuava.<br />
A chegada de recursos do MEC propiciou a organização da Sala de Recurso<br />
Multifuncional e os quatro professores desta classe foram lotados neste<br />
<strong>no</strong>vo espaço. Isto fez com que eu me sentisse mais uma vez despreparada<br />
para atuar com a <strong>no</strong>va estrutura da educação especial, pois, <strong>no</strong>vamente,<br />
não havia recebido nenhum treinamento ou orientação.<br />
Embora tenha buscado acompanhar as mudanças através de<br />
pesquisas via internet e de duas capacitações, percebi que estas não<br />
foram suficientes para suprir minas necessidades porue eu não tina o<br />
conhecimento da organização e do atendimento da SRM, conhecimento<br />
este que só adquiri em 2012, com este curso. Esta experiência foi de suma<br />
importncia para o meu crescimento pessoal e profissional a partir dela<br />
sintome mais capacitada a lidar com as especificidades do meu traalo e<br />
a contriuir de maneira significativa ao desenvolvimento de meus alu<strong>no</strong>s<br />
54
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
Maria do Socorro da Costa dos Santos<br />
Possui o ensi<strong>no</strong> médio. Profª. da Rede Municipal de Tracuateua.<br />
Durante 15 a<strong>no</strong>s de trajetória como professora já atuei em quase<br />
todas as modalidades de ensi<strong>no</strong>: EA ultissrie Ensi<strong>no</strong> nfantil e sries<br />
regulares do Ensi<strong>no</strong> Fundamental. Ao longo dessa experiência, tive a<br />
oportunidade de trabalhar com alu<strong>no</strong>s com necessidades especiais das mais<br />
variadas. Sempre tive a boa vontade de contribuir para a aprendizagem<br />
dessas crianças e fi o ue estava dentro das minas possiilidades<br />
mas faltava o essencial: o conecimento principalmente terico sore<br />
necessidades especiais. Sempre que havia <strong>no</strong> município algum curso<br />
voltado à formação voltada para a inclusão, eu me esforçava para participar.<br />
Entre esses cursos, participei de alguns seminários e também de um curso<br />
de formação em Libras.<br />
No a<strong>no</strong> de 2012, fui transferida para uma sala multifuncional na sede<br />
do município de Tracuateua, e quando tive conhecimento do <strong>RENAFOR</strong>,<br />
curso ofertado pela fra <strong>no</strong> municpio de Augusto orrea não esitei<br />
em me inscrever e fiuei muito feli por ser selecionada uando as aulas<br />
iniciaram eu tive certeza de que o curso seria uma grande contribuição<br />
para minha prática docente; principalmente por conta das incertezas que<br />
tinha em relação à minha atuação <strong>no</strong> AEE.<br />
O curso de educação inclusiva foi de grande valia, pois serviu como<br />
instrumento de reeão sore a mina prtica e me audou a compreender<br />
meu papel <strong>no</strong> processo de inclusão e as especificidades de cada uma das<br />
deficincias com as uais me deparei ao longo de mina carreira anto a<br />
formação presencial uanto as leituras complementares fascculos foram<br />
fontes riquíssimas de informações que só vieram somar.<br />
Todos os módulos foram importantíssimos, desde os que<br />
trataram da legislação que embasa e ampara a educação inclusiva, aos que<br />
trataram do funcionamento do AEE de suas especificidades: demandas<br />
responsabilidades, metodologias, bem como o processo de avaliação de<br />
55
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
cada caso Enfim o curso veio esclarecer minas dvidas e me <strong>no</strong>rtear<br />
além de me sensibilizar ainda mais com a educação especial. Com esta<br />
formação eu tive a oportunidade de aprender a ser mais humana, ter mais<br />
responsabilidades, tanto como professora de sala de recursos quanto como<br />
professora de sala comum.<br />
A partir de agora eu tenho ferramentas para melhorar a minha<br />
prática docente e contribuir um pouco mais com o processo de inclusão <strong>no</strong><br />
município em que resido ou para onde eu for. Estarei sempre atenta e mais<br />
consciente do meu dever como educadora, pois quem teve a oportunidade<br />
de ter como ministrante a professora Mônica Carvalho, terá sempre um<br />
motivo para ousar, para persistir e para querer ser melhor.<br />
56
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
Marinelza dos Santos Silva<br />
Profª. da Rede Municipal de Augusto Corrêa. Cursando Pedagogia.<br />
A vida <strong>no</strong>s impe grandes desafios esteam eles <strong>no</strong> mito<br />
profissional ou pessoal Ela <strong>no</strong>s mostra ue cada eperincia <strong>no</strong>s coloca<br />
frente a <strong>no</strong>vas descobertas e, acima de tudo, <strong>no</strong>s faz fortes para vivermos<br />
<strong>no</strong>vos momentos, para vencermos <strong>no</strong>vas batalhas.<br />
Em 2008, tive a oportunidade de trabalhar com alu<strong>no</strong>s especiais.<br />
onfesso ue foi um grande desafio Encontrei um pouco de dificuldade <strong>no</strong><br />
incio por me sentir um tanto insegura mas fiuei feli por esse momento<br />
e pelo enriquecimento que ele me trouxe. A partir dessas experiências,<br />
passei a repensar minha prática pedagógica, aprendi a ver essas crianças<br />
com outro olar a valoriar mais cada palavra e gesto delas Enfim tudo<br />
isso contribuiu para aprimorar minha prática docente.<br />
Em outubro de 2011, recebi a <strong>no</strong>tícia que iria atender alu<strong>no</strong>s<br />
com deficincia na sala multifuncional confesso ue me senti gratificada<br />
mas, ao atuar na turma tive receio, porque era totalmente diferente da<br />
experiência pela qual passei anteriormente. Fiquei perdida, não sabia o<br />
que fazer. No decorrer do curso de formação para professores, as coisas<br />
começaram ficar esclarecidas sore a atuação <strong>no</strong> AEE e isso favoreceu<br />
minha compreensão das ações promovidas dentro da Sala de Recursos<br />
Multifuncionais. Como sabemos, a educação é um processo de ensi<strong>no</strong>aprendizagem<br />
e uma troca de saberes constante – tanto dos que transmitem<br />
quanto dos que recebem. E isso só se torna possível a partir do momento<br />
em ue o educador interage com os sueitos a partir dessa interação ue<br />
o educador aprende também e passa a ter a responsabilidade de contribuir<br />
de forma significativa <strong>no</strong> processo de ensi<strong>no</strong>aprendiagem dos alu<strong>no</strong>s<br />
uanto ao curso de formação do AEE posso dier ue foi muito<br />
importante, pois contribuiu muito para minha prática. Pude perceber<br />
57
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
uma grande participação dos cursistas nas atividades orientadas. Gostei<br />
bastante deste curso e pretendo fazer muitos outros. Em relação à<br />
metodologia adorei a forma com a ual a professora conduiu o curso:<br />
sempre dinâmica, ela procurava sempre enfatizar a realidade de cada<br />
cursista de maneira que cada um entendesse e participasse das atividades<br />
propostas ale ressaltar ue o curso veio fortalecer e aprimorar meus<br />
conecimentos e contriuir para meu desenvolvimento profissional e<br />
pedagógico.<br />
58
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
Regina Cláudia Alves Oliveira<br />
Profª. da Rede Municipal de Augusto Corrêa. Graduada em Pedagogia.<br />
niciei mina vida profissional <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de traalando com<br />
Educação Especial <strong>no</strong> Centro de Atendimento Marilene Nascimento,<br />
localizado <strong>no</strong> município de Augusto Corrêa. De início, não tive muitos<br />
direcionamentos de como desenvolver um bom trabalho com os alu<strong>no</strong>s,<br />
até porque passamos por várias mudanças durante esse a<strong>no</strong> <strong>no</strong> Centro de<br />
Atendimento Educacional Especialiado AEE As deficincias eram<br />
diversificadas e traalvamos com um pla<strong>no</strong> de aula uniforme o ue<br />
dificultava o desenvolvimento de um om traalo pude encontrar<br />
a maneira eata de traalar com cada deficincia com a eperincia<br />
cotidiana.<br />
Nesse mesmo perodo outro tipo de atendimento surgiu: os alu<strong>no</strong>s<br />
passaram a ser integrados a programas de ensi<strong>no</strong>. A cada quarenta e cinco<br />
minutos eles passavam por um determinado programa: Atividade da<br />
ida Aut<strong>no</strong>ma sicomotricidade nformtica e iras As dificuldades<br />
eram muitas, porém procurei superá-las buscando informações através da<br />
internet, livros e cursos realizados pela SEMED de meu município. A<br />
partir dessas informaçes meu olar foi sendo modificado e as dificuldades<br />
iniciais amenizadas.<br />
uando estvamos acostumados com os programas de<br />
atendimento, surge um <strong>no</strong>vo modelo de atendimento, o AEE. Foi uma<br />
mudança extremamente positiva e que fez com que a maioria dos <strong>no</strong>ssos<br />
alu<strong>no</strong>s do CAEE fosse incluída nas salas de aulas regulares. O Atendimento<br />
Educacional Especializado ofertado na escola regular ainda é algo <strong>no</strong>vo para<br />
<strong>no</strong>ssa vida profissional e o curso ofertado pelo <strong>RENAFOR</strong> <strong>no</strong>s possiilitou<br />
ainda mais subsídios para melhorar o atendimento na Sala de Recurso<br />
Multifuncional.<br />
Os módulos foram enriquecedores, dando-<strong>no</strong>s oportunidade de<br />
conhecer melhor o AEE. Através deles pudemos diferenciar o que é e para<br />
59
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
quem é o AEE, qual o papel do professor da SRM, como atuar e quais<br />
enefcios o AEE promove na vida do alu<strong>no</strong> com deficincia Enfim todo<br />
um conjunto de fatores que se intercalam para a realização do atendimento<br />
educacional especializado.<br />
A partir das informações fornecidas pelo curso, procurarei melhorar<br />
mina prtica profissional ara se oter sucesso em uaisuer mitos<br />
da vida profissional necessrio primeiro ue aa força de vontade e<br />
gosto pelo ue se fa necessrio tamm uscar constantemente <strong>no</strong>vos<br />
conecimentos para ue saiamos lidar com certos prolemas e conitos<br />
que são típicos do trabalho com Educação <strong>Inclusiva</strong>.<br />
Portanto, o curso <strong>no</strong>s mostrou esse caminho e elencou pontos<br />
absolutamente necessários para se trabalhar efetivamente na sala de recurso<br />
com o AEE, além de ter <strong>no</strong>s dado possibilidades para criar e desenvolver<br />
estratégias que favoreçam o crescimento cognitivo e social da pessoa<br />
com deficincia No municpio de Augusto orra esse tipo de traalo<br />
tem se consolidado e isso reeo da preocupação com a formação dos<br />
professores ue atuam <strong>no</strong> atendimento a pessoas com deficincia<br />
60
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
Rosa Maria Brito Ferreira<br />
Profª. da Rede Municipal de Augusto Corrêa. Possui o Ensi<strong>no</strong> Fundamental.<br />
e acordo com anlises e reees sore as eperincias<br />
vivenciadas por mim <strong>no</strong> cotidia<strong>no</strong> de sala, compreendo que o professor<br />
deve ser ualificado ter o saer pedaggico e o compromisso com o<br />
processo de ensi<strong>no</strong>-aprendizagem – já que a docência é uma atividade<br />
profissional complea ue eige saeres diversificados Nessa perspectiva<br />
enfatio ue o ito do profissional depende de sua capacidade para<br />
manejar a complexidade e resolver problemas práticos, através da<br />
integração inteligente e criativa do conhecimento.<br />
Ao reetir sore mina traetria como profissional recordo<br />
me ue enfrentei muitas dificuldades e grandes desafios mas com força<br />
de vontade, criatividade e conhecimento, obtive êxito. Também é válido<br />
citar que durante os a<strong>no</strong>s de exercício da função de professora não tive o<br />
privilégio de trabalhar com crianças que possuem necessidades educativas<br />
especiais, porém vivencio a situação na escola onde trabalho com colegas<br />
que desenvolvem essa missão, bastante árdua, por sinal. Devido a diversos<br />
fatores, e por não ter assistência ou parceria do professor do AEE, que,<br />
por vezes, age de forma equivocada, a missão de meus colegas se torna<br />
ainda mais complicada e laboriosa.<br />
vlido registrar ue ter ingressado em um curso de<br />
aperfeiçoamento em AEE é a realização de um dos meus objetivos em<br />
relação à docência, logo será sempre por mim lembrado por ter me<br />
proporcionado um vasto conhecimento referente à educação especial e<br />
despertado um grande compromisso de contribuir com meus alu<strong>no</strong>s.<br />
Diante dos conhecimentos apreendidos <strong>no</strong> decorrer do<br />
curso constatei ue o AEE tem como função identificar elaorar e<br />
organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as<br />
barreiras para a plena participação dos alu<strong>no</strong>s, considerando suas<br />
61
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
necessidades especficas Este atendimento visa complementar a<br />
formação dos alu<strong>no</strong>s com vistas à auto<strong>no</strong>mia e independência na escola e<br />
fora dela.<br />
ortanto ratifico ue este curso troue contriuiçes valiosas ue<br />
esclareceram muitas dúvidas em relação ao papel dos professores do AEE e<br />
outros aspectos importantes para o bom desenvolvimento da aprendizagem<br />
dos alu<strong>no</strong>s com deficincia Em suma importante considerar ue o curso<br />
despertou-me o desejo de contribuir mais com esse processo de ensi<strong>no</strong> e<br />
formação de pessoas com necessidades especiais.<br />
62
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
Rosângela Fernandes Borges Cardoso<br />
Profª. da Rede Municipal de Bragança. Graduada em Pedagogia, especialista<br />
em Pedagogia <strong>Inclusiva</strong>.<br />
O curso de AEE foi de grande importância em minha formação,<br />
pois a partir do conecimento das deficincias passei a compreender<br />
melhor as necessidades dos alu<strong>no</strong>s atendidos na sala multifuncional. As<br />
experiências relatadas pelos professores presentes <strong>no</strong> curso foram também<br />
de grande contriuição: percei ue não estava soina em algumas<br />
dificuldades A partir das orientaçes dadas pela professora ministrante<br />
do curso ficou mais claro como deveramos elaorar estratgias para<br />
desenvolver com <strong>no</strong>ssos alu<strong>no</strong>s na sala do AEE.<br />
A participação dos professores, para mim, foi de grande valia.<br />
Foram vários os depoimentos de <strong>no</strong>s deixar em lágrimas e também <strong>no</strong>s<br />
fortalecer. Também percebi o quanto é importante conhecer a fundo as<br />
deficincias com as uais traalamos<br />
As exposições de trabalhos em grupos de diferentes municípios<br />
foram muito positivas, pois foram excelentes momentos de interação entre<br />
os professores. Na discussão entre os grupos, a principal problemática<br />
fazia referência ao método de avaliação do alu<strong>no</strong> especial, e, de forma<br />
mais especfica do alu<strong>no</strong> com dficit intelectual A discussão <strong>no</strong>s levou<br />
a reetir sore como estamos traalando com este alunado em sala de<br />
aula. A professora ministrante esclareceu a necessidade de utilizarmos os<br />
jogos pedagógicos como principal ferramenta metodológica para o êxito<br />
na inclusão dos alu<strong>no</strong>s com dficit intelectual e a formação oferecida pela<br />
FRA <strong>no</strong>s deu grande aperfeiçoamento para o traalo ue desenvolvemos<br />
em <strong>no</strong>sso município.<br />
63
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
Vanda Rosa Reis Tavares<br />
Profª. da Rede Municipal de Bragança. Graduada em Matemática.<br />
Iniciei minhas atividades <strong>no</strong> magistério em 1989, nas escolas André<br />
Alves Nova Olinda enedito ardoso de Atade Aturia e Emilia<strong>no</strong><br />
icanço da osta Ara <strong>no</strong> municpio de Augusto orra como professora<br />
contratada do ensi<strong>no</strong> médio nas cadeiras de matemática e física. Atuei<br />
durante dois a<strong>no</strong>s nestas comunidades depois fiei endereço profissional<br />
somente na Comunidade de Araí, onde atuei nas áreas de biologia, química<br />
e ciências <strong>no</strong> Ensi<strong>no</strong> Fundamental. Durante este período não tive nenhum<br />
alu<strong>no</strong> com deficincia<br />
Somente em 2008 recebi pela primeira vez um alu<strong>no</strong> com<br />
deficincia visual em ter <strong>no</strong>ção de como traalar com este alu<strong>no</strong> acaei<br />
por ficar apreensiva e angustiada com uma situação ue me era at então<br />
totalmente atpica Apesar das dificuldades comecei a procurar auda da<br />
própria mãe, que me orientou a respeito da situação do alu<strong>no</strong>. Ele tinha<br />
que usar um cader<strong>no</strong> apropriado, suas canetas tinham que ser porosas, de<br />
cores escuras e a escrituração deveria ser graúda e em forma de bastões,<br />
além de necessitar também do auxílio de uma lupa para ler. Estes materiais<br />
eram enviados pela secretaria de educação do município, mas não eram<br />
suficientes para o a<strong>no</strong> todo om a dificuldade do alu<strong>no</strong> de copiar do<br />
quadro, cheguei inúmeras vezes, a fazê-lo eu mesma; depois, percebi que<br />
estava fazendo a coisa errada e passei a contar com o apoio de um servidor<br />
que, às vezes, me ajudava ditando próximo ao alu<strong>no</strong> o que estava escrito<br />
na lousa. Foi só com o passar do tempo que comecei a entender melhor as<br />
formas de como trabalhar com ele.<br />
Suas atividades avaliativas eram impressas em letras grandes,<br />
porém sem diferenciá-las das que os outros alu<strong>no</strong>s da turma faziam. Ele<br />
possui uma grande capacidade de memorização, e, dessa forma, conseguia<br />
se sobressair na modalidade oral. Gabriel, hoje, está na oitava série – que<br />
corresponde ao 9º a<strong>no</strong> – e a maioria de seus professores não está fazendo<br />
o acompanhamento necessário.<br />
64
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
Em 2009, deixei a Escola Emilia<strong>no</strong> Picanço da Costa e assumi a<br />
direção da Escola rofessor irglio orra ue traala com o ensi<strong>no</strong><br />
infantil e fundamental me<strong>no</strong>r. Esta última atende aproximadamente doze<br />
crianças com necessidades especiais. No entanto, somente quatro dessas<br />
crianças apresentam laudos médicos comprovando suas necessidades.<br />
Atualmente exerço minhas atividades na sala de informática, que<br />
revemente ir arigar a ala de Recurso ultifuncional R para<br />
atender a essas crianças.<br />
uando fui informada do curso de Atendimento Educacional<br />
Especialiado AEE oferecido pelo <strong>RENAFOR</strong>FRA interesseime<br />
em fazer a inscrição devido à necessidade de conhecer melhor a forma de<br />
se trabalhar com essas crianças. As vivências que tive durante o tempo de<br />
serviço <strong>no</strong> municpio me fieram almear este curso aa vista ue <strong>no</strong>ssa<br />
escola dever estar preparada para lidar com alu<strong>no</strong>s deficientes<br />
om o intuito de romper paradigmas e redefinlos e tendo em vista<br />
a inclusão, <strong>no</strong>vas políticas de ensi<strong>no</strong> têm fortalecido a educação inclusiva.<br />
ma das i<strong>no</strong>vaçes traidas pelas olticas Nacionais de Educação Especial<br />
e o AEE, foi a elaboração e organização de recursos pedagógicos de<br />
acessibilidade que eliminem as barreiras impostas por <strong>no</strong>ssa sociedade às<br />
pessoas com necessidades especiais. As discussões que tivemos durante o<br />
curso <strong>no</strong>s levaram a reetir sore os desafios impostos pelo cotidia<strong>no</strong> da<br />
sala de aula e sobre o conhecimento que se constituirá a partir de <strong>no</strong>sso<br />
comprometimento e firmea em lidar com as prolemticas tpicas da<br />
educação de pessoas com deficincia<br />
Almejando <strong>no</strong>vas perspectivas de melhoria da educação brasileira,<br />
nesta caminhada a favor de uma escola para todos, precisamos ser ousados<br />
e coerentes em <strong>no</strong>ssos posicionamentos. Mediante todas as informações<br />
acumuladas, relatos de professores experientes e elaboração de pla<strong>no</strong>s de<br />
aula e recursos pedaggicos posso afirmar ue o curso contriuiu deveras<br />
ao meu aprendiado e aperfeiçoamento profissional e conseuentemente<br />
também será imensa contribuição aos meus alu<strong>no</strong>s.<br />
65
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
Waldir Sancho de Oliveira<br />
Profº. da Rede Municipal de Augusto Corrêa. Possui o Ensi<strong>no</strong> Médio.<br />
Este escrito tem por objetivo relatar um pouco de minha<br />
experiência como professor de turma regular. Sempre recebi alu<strong>no</strong>s com<br />
deficincia nas turmas com as uais traalei entretanto na maioria<br />
das vezes, trabalhava de forma inadequada por não ter conhecimento<br />
e embasamento teórico para desenvolver um trabalho que realmente<br />
interessasse aos alu<strong>no</strong>s e correspondesse às expectativas prescritas pelos<br />
documentos oficiais ue dão conta da educação especial orm aps o<br />
térmi<strong>no</strong> do curso em Atendimento Educacional Especializado, posso<br />
afirmar ue agora te<strong>no</strong> outra visão sore o traalo com esse plico<br />
Durante as discussões houve o reconhecimento da importância do<br />
curso à <strong>no</strong>ssa prática, pois, a partir das bases estabelecidas (por sinal, com<br />
grande competncia pela ministrante ariramse <strong>no</strong>vos oriontes para<br />
mim. Até então, eu tinha uma visão equivocada do trabalho em educação<br />
inclusiva, e a minha prática pedagógica não me satisfazia e tampouco<br />
supria as necessidades dos alu<strong>no</strong>s.<br />
Ao longo do meu percurso como docente, sempre recebi alu<strong>no</strong>s<br />
especiais, mas nunca com Síndrome de Down. Justamente neste a<strong>no</strong><br />
recei um alu<strong>no</strong> com esta deficincia Ele um alu<strong>no</strong> com uma sade<br />
muito comprometida tanto <strong>no</strong> aspecto cognitivo uanto motor: não<br />
fala, a coordenação motora está bastante comprometida e ele sempre se<br />
irrita com extrema facilidade. Entretanto, é uma criança muito afetiva,<br />
gosta de pintar, de estar presente em todas as atividades da sala de<br />
aula, com particular interesse nas aulas de dramatização, aulas-passeio,<br />
jogos, brincadeiras. Mesmo conhecendo suas características, não sabia<br />
como trabalhar com ele, não conhecia metodologias que facilitassem<br />
a sua compreensão enfim não tina conecimento de atividades ue<br />
pudessem aproveitar ao máximo as habilidades desse alu<strong>no</strong>.<br />
Ao fazer esse curso percebi o quanto estava desinformado<br />
e também o quanto minhas práticas eram incoerentes e lacunares.<br />
Foram momentos de grande aprendizado, em que consegui entender,<br />
por exemplo, o conceito de inclusão, o que me ajudou a desenvolver<br />
66
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
propostas de traalo com alu<strong>no</strong>s deficientes mais completas Esse curso<br />
me fez perceber a importância da interação do professor do AEE com<br />
o da classe regular; esse, aliás, foi um dos pontos que considerei mais<br />
importante ao ler o fascículo, porque, para haver um bom funcionamento<br />
das salas multifuncionais, é essencial a articulação entre escola comum e<br />
educação especial. São ações e responsabilidades compartilhadas. Para<br />
tanto, precisamos trabalhar de forma interdisciplinar e colaborativa,<br />
só assim conseguiremos atingir objetivos maiores e efetivar a inclusão<br />
das pessoas com deficincia na rede regular de ensi<strong>no</strong> O professor do<br />
AEE deve acompanhar a trajetória de seus alu<strong>no</strong>s <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> regular<br />
para que eles atuem com auto<strong>no</strong>mia na escola e em outros espaços de<br />
sua vida social.<br />
Além desses aprendizados, um outro ponto muito interessante e<br />
de suma importância é o AEE ser realizado na própria escola do alu<strong>no</strong>.<br />
Esse tópico me fez relembrar um depoimento feito pela mãe de um exalu<strong>no</strong><br />
quando dizia que a transferência do AEE para a própria escola o<br />
ajudou muito, principalmente na interação com outras crianças. Segundo<br />
ela, com o AEE na escola, o número de alu<strong>no</strong>s foi reduzido e isso fez<br />
com que ele participasse mais, pois com aquela redução, os professores<br />
passaram a se dedicar mais ao desenvolvimento de seu filo em resumo<br />
a interação o comportamento e o aprendiado de seu filo meloraram<br />
muito. Com esse depoimento, pode-se perceber o quanto o AEE cumpre<br />
um papel essencial na assistncia do alu<strong>no</strong> com deficincia amm<br />
acredito que quanto mais essa prática se estabelecer nas escolas regulares,<br />
tão maiores serão os enefcios para os alu<strong>no</strong>s deficientes<br />
Diante dos relatos apresentados pelos professores que participaram<br />
do curso, abre-se espaço para inferir que ainda existem educadores que<br />
reeitam ou discriminam alu<strong>no</strong>s por conta de suas deficincias A partir desse<br />
ponto de vista, acredito que todos nós necessitamos, fundamentalmente,<br />
<strong>no</strong>s conscientizar de que todos os alu<strong>no</strong>s, independentemente de suas<br />
peculiaridades, quando convivem e partilham dos mesmos espaços e<br />
atividades, contribuem para a construção de uma sociedade mais justa e<br />
solidária. Nessa perspectiva, entendo que só através da democratização<br />
da informação e da desconstrução de preconceitos relativos à educação<br />
inclusiva ue conseguiremos contriuir de forma efica para faer valer<br />
a educação como direito ple<strong>no</strong> de todo cidadão brasileiro.<br />
67
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
Wânia Perpétua de Jesus Reis Tavares<br />
Profª. da Rede Municipal de Augusto Corrêa. Cursando a Graduação em<br />
Pedagogia.<br />
Iniciei minhas atividades <strong>no</strong> magistério como professora contratada<br />
em 2007, na Escola Municipal de Educação Infantil e Ensi<strong>no</strong> Fundamental<br />
rof irglio orra na localidade de Ara municpio de Augusto orra<br />
atuando na Educação de Jovens e Adultos de 1ª e 2ª etapa. Após seis meses<br />
de trabalho, fui lotada na turma de educação infantil durante dois a<strong>no</strong>s, mas<br />
ainda não tina me deparado com nenum alu<strong>no</strong> com deficincia omente<br />
<strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 2010, quando passei <strong>no</strong> concurso para professora de 1ª a 4ª<br />
série e assumi as turmas do 4º ao 9º a<strong>no</strong>, foi que me deparei com o alu<strong>no</strong><br />
Fio unior de a<strong>no</strong>s ue apresentava deficincia intelectual Não eiste<br />
comprovação por laudo médico, mas suas atitudes o diferenciam dos outros.<br />
Preocupada, fui à direção da escola em busca de informações, que eram<br />
poucas e foram todas repassadas pelos familiares de Fábio Júnior. Durante o<br />
a<strong>no</strong>, observei que Fábio apresentava um comportamento agressivo e percebi<br />
que o restante da turma o temia por conta disso.<br />
Mesmo diante deste problema tentei fazer com que Fábio se<br />
relacionasse melhor com seus colegas através de atividades pedagógicas<br />
dinmicas ogos e rincadeiras pois essas atividades camavam sua<br />
atenção. Ele não conseguia copiar da lousa as tarefas diárias, <strong>no</strong> entanto,<br />
sabia escrever seu <strong>no</strong>me em letras bastão e se sobressaía nas aulas de arte,<br />
principalmente na pintura de desenho, colagens e recortes. Apesar de não<br />
saer lidar com alu<strong>no</strong>s deficientes prontifiueime em uscar materiais<br />
didáticos que fossem acessíveis a Fábio Júnior, uma das estratégias que<br />
utilizei para fazer com que ele não desistisse de estudar.<br />
Em 2011, devido ao pedido de transferência para sede do município<br />
de Augusto Corrêa, fui lotada na escola Matilde Teixeira de Assis nas<br />
turmas do 2º ao 9º a<strong>no</strong>, <strong>no</strong> 1º tur<strong>no</strong>. Fui lotada em uma turma com 28<br />
alu<strong>no</strong>s, entre eles estava a aluna Marizeli Reis de 23 a<strong>no</strong>s, que apresenta<br />
deficincia intelectual comprovada por laudo mdico Ela tem um om<br />
68
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
comportamento, é participativa, porém frequenta muito pouco as aulas<br />
devido ao acompanhamento que faz pelo Centro Marilene Nascimento e<br />
também por conta da idade avançada. Em alguns momentos, durante as<br />
aulas, Marizeli tinha crises espontâneas, o que me deixava assustada. Sem<br />
poder fazer alguma coisa para ajudá-la, procurei sua mãe para conversar a<br />
respeito da aluna. Após conhecê-la melhor tive que trabalhar com ela de<br />
forma diferenciada: atravs de pintura colagem recortes comparação e<br />
brincadeiras, Marizeli pôde se desenvolver e enxergar a sala de aula como<br />
um lugar prazeroso. Mas, apesar de todo meu esforço, ela ainda apresentava<br />
dificuldade em escrever seu <strong>no</strong>me oe arieli conta com o apoio da<br />
ala de Recurso ultifuncional R de <strong>no</strong>ssa escola<br />
uando me falaram do curso de Atendimento Educacional<br />
Especialiado ue me interessou por conta das dificuldades ue eu vina<br />
encontrando em atender alu<strong>no</strong>s com deficincia sentime astante instigada<br />
a participar. Porém, não fui selecionada logo de início; somente após a<br />
desistência de alguns professores tive a oportunidade de ingressar <strong>no</strong> curso.<br />
Tendo a educação inclusiva como foco romper paradigmas<br />
que sustentam o conservadorismo nas escolas, contestando o sistema<br />
educacional vigente em seus fundamentos e garantindo o direito à diferença,<br />
podemos discutir e reconstruir as práticas educativas e pedagógicas<br />
em tor<strong>no</strong> das pessoas com deficincias atravs do traalo coletivo<br />
Garantindo um ensi<strong>no</strong> diferente e prazeroso a esses alu<strong>no</strong>s, levando a<br />
uma mudança de atitude <strong>no</strong>s professores <strong>no</strong> ue se refere eiilidade<br />
diante das questões que surgem e dos conhecimentos que se constroem<br />
durante o desenvolvimento dos trabalhos. Trata-se de um processo ativo,<br />
cooperativo, integrado e interdisciplinar, como prevê a Política Nacional<br />
da Educação Especial em ue devemos ver ue antes da deficincia temos<br />
um ser huma<strong>no</strong>, com sua história de vida, sua individualidade, seus desejos<br />
e diferenças. O aprendizado vivenciado durante o curso através dos relatos<br />
e troca de experiências e elaboração de recursos e práticas pedagógicas me<br />
fez enxergar, através do conhecimento das capacidades e possibilidades de<br />
desenvolvimento das pessoas com deficincias vrias possiilidades<br />
69
3<br />
O<br />
TRABALHO COM EDUCAÇÃO INCLUSIVA EM<br />
IGARAPÉ-AÇU (PA): ESTUDOS DE CASO A PARTIR<br />
DA ANAMNESE E AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA<br />
Cláudia Cristina de Sousa de Melo<br />
Graduada em Licenciatura em Biologia, Profª. <strong>no</strong> pólo Igarapé-Açu.<br />
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9.394/96, art. 7º,<br />
regulamenta que o atendimento às pessoas com necessidades especiais<br />
deve ser realizado em classes comuns do ensi<strong>no</strong> regular, em qualquer etapa<br />
ou modalidade da educação básica. Este indicativo legal não deixa dúvidas<br />
quanto ao fato de que há obrigatoriedade, por parte das escolas, de oferecer<br />
esse atendimento escolar. Mesmo que não totalmente efetivada, a lei foi<br />
criada para garantir esse direito, o que já é um grande passo.<br />
Entre as queixas dos professores em relação à efetiva inclusão, a<br />
mais comum está relacionada à falta de informações para possibilitar o<br />
desenvolvimento de atividades que possam incluir a todos os educandos,<br />
garantindo o espaço comum da vida em sociedade, aceitação das<br />
diferenças individuais e esforço coletivo na equiparação de oportunidades<br />
de desenvolvimento com qualidade, em todas as dimensões da vida.<br />
Porém, a política educacional não tem assegurado na prática o<br />
sucesso da inclusão das pessoas com deficincia O tempo de efetivação da<br />
formação dos educadores em larga escala é recente em relação à legislação,<br />
ue incluiu todos os alu<strong>no</strong>s com deficincia em salas comuns sem as<br />
adequações necessárias para facilitar as ações de ensi<strong>no</strong> e aprendizagem.<br />
nfelimente ainda muitos profissionais da educação ue não veem
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
a inclusão como um grande benefício para os estudantes com ou sem<br />
deficincia A inclusão não eneficia somente a pessoa com deficincia<br />
mas torna toda a sociedade mais solidária, cooperativa e tolerante.<br />
Segundo Piaget 1 e Vygotsky 2 apud FAON p <br />
o conhecimento só é efetivado a partir da interação do sujeito com<br />
o seu meio mesmo ue aa a interferncia do potencial ereditrio<br />
do indivíduo, o objeto de conhecimento é incapaz de manifestar suas<br />
caractersticas sem a presença do sueito para reconeclas A presença<br />
da pessoa com deficincia <strong>no</strong> amiente escolar representa um avanço <strong>no</strong><br />
que se refere à democratização do ensi<strong>no</strong>, mas não garante a efetivação<br />
de uma política de inclusão, pois a ideia de inclusão vem acompanhada de<br />
uma série de atitudes que implicam em dar outra lógica para a escola. Uma<br />
dessas atitudes é repensar uma educação que minimize os mecanismos de<br />
exclusão, assegurando a todas as crianças o direito de aprender e dividir<br />
seus conhecimentos.<br />
É essencialmente um <strong>no</strong>vo paradigma que resgata a educação como<br />
em social e enfrenta as dificuldades da prtica escolar compreendendo a<br />
deficincia so uma <strong>no</strong>va perspectiva valoriando a pessoa do professor e<br />
sobretudo, a educação, implicando, portanto, todo o redimensionamento<br />
da escola. Deste modo, evidencia-se a questão da diversidade, que é<br />
considerada um valor essencial para a transformação das escolas, pois<br />
reconhecer e respeitar as diferenças ainda é exercício pouco praticado.<br />
Em vista disso, o ensi<strong>no</strong> deve ser adaptado às necessidades dos<br />
educandos ao invés de buscar a adaptação dos mesmos ao sistema vigente.<br />
No ue se refere ao desenvolvimento e ao ensi<strong>no</strong> aprendiagem,<br />
o ser huma<strong>no</strong> nasce apenas com recursos biológicos,<br />
mas com a convivncia social com seus valores e culturas<br />
esses recursos concretizam o processo de humanização<br />
de desenvolvimento uma<strong>no</strong> essencialmente possvel<br />
por meio do processo ensi<strong>no</strong> aprendizagem. Vygotsky 3<br />
apud E RAN <br />
1<br />
PIAGET, J. A Linguagem e o Pensamento da Criança. Trad.Manuel Campos. Rio de Janeiro: Fundo de<br />
Cultura, 1959.<br />
2<br />
O Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1991.<br />
3<br />
O A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos<br />
superiores Ed ão aulo : artins Fontes <br />
72
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
A palavracave para o sucesso da inclusão a eiilidade <br />
ue se ter eiilidade em relação aos ideais de alu<strong>no</strong>s ue traçamos ao<br />
longo da <strong>no</strong>ssa traetria ue se ter eiilidade curricular com intuito<br />
de contemplar todas as dificuldades e atender as diferenças A eiilidade<br />
organizacional implica combinar diferentes recursos e agrupamentos<br />
dentro da sala de aula em função do objetivo que <strong>no</strong>s propomos a cada<br />
momento.<br />
Na tentativa de garantir uma educação de ualidade segundo<br />
antoan a inclusão uestiona as polticas e a organiação da<br />
educação especial e regular, bem como tem por objetivo não deixar<br />
ningum fora do ensi<strong>no</strong> regular impulsionando as modificaçes na<br />
formação oferecida aos professores essa forma modificaçes foram<br />
necessárias para garantir a inclusão. Entre elas, a acessibilidade, que requeria<br />
modificaçes aruitetnicas e atitudinais ara tanto fundamental a<br />
formação dos profissionais ue atuam na rede de ensi<strong>no</strong> e ue estão em<br />
usca de conecimentos para a ampliação da oferta e da permanncia<br />
educacional das pessoas com deficincia em salas de aulas<br />
No estado do ar a FRA em parceria com a ecretaria de<br />
Educação do Estado do ar E e a ecretaria de Educação<br />
dos unicpios por meio da Rede Nacional de Formação ontinuada<br />
<strong>RENAFOR</strong> tem eecutado um traalo ue usca diminuir os reclamos<br />
da ausncia da implementação da oltica Nacional para a ntegração de<br />
essoas ortadoras de eficincia ecreto <br />
arantir formação e ualificação de professores de<br />
nível médio e superior para a educação especial, de<br />
técnicos de nível médio e superior especializado na<br />
habilitação e reabilitação, e de instrutores e professores<br />
para formação profissional RA p <br />
esde cursos de atendimento em AEE tm sido realiados<br />
nicialmente na capital elm e a partir de em outros municpios<br />
do Estado. A procura destes cursos pelos professores tem sido grande<br />
devido à implantação <strong>no</strong>s municípios, pelo Ministério de Educação, das<br />
73
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
salas multifuncionais Nesta proposta estes cursos estão sendo efetuados<br />
garantindo a potencialização da inclusão nas escolas e, sobretudo, a<br />
prtica vivenciada pelos professores O curso parte do cotidia<strong>no</strong> destes<br />
professores e da eperincia ue tm com alu<strong>no</strong>s com deficincia<br />
É importante ressaltar que o ofício de professor é tarefa que requer<br />
desafios dedicação e persistncia com a inclusão de educandos com diferentes<br />
características que necessitam de adaptações curriculares e metodológicas.<br />
Este trabalho tor<strong>no</strong>u-se mais laborioso, mudando bastante a rotina da sala de<br />
aula porm tais mudanças são necessrias e urgentes iante dessa reeão<br />
percebe-se que surge a busca de caminhos alternativos que possibilitem<br />
a superação de desafios impostos pelas mudanças sociais omo afirma<br />
mernn p preciso analisar o ue funciona o ue devemos<br />
abandonar, o que temos de desprender, o que é preciso construir de <strong>no</strong>vo ou<br />
reconstruir sobre o velho”.<br />
No municpio de garapAçu A <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de foram registrados<br />
alu<strong>no</strong>s com deficincia Ainda muitos não matriculados na escola<br />
havendo <strong>no</strong>ve escolas registradas, e apenas uma sala de recurso multifuncional<br />
para atender o municpio todo O nmero de pessoas com deficincia<br />
matriculadas não retrata a realidade, porque poucos estudantes foram avaliados<br />
e a maioria não tem laudo. Somente após a avaliação educacional, estão sendo<br />
identificados os casos de deficincias Em foram matriculados em <br />
escolas educandos com laudo mdico comprovando suas deficincias<br />
No grfico possvel oservar ue a maioria dos alu<strong>no</strong>s estão<br />
com laudo de deficincia intelectual os outros são referentes<br />
a pessoas com dificuldades de aprendiagem epilepsia e iperatividade<br />
Mesmo que o município já tivesse uma proposta consistente na educação<br />
especial, pautada, principalmente, na inclusão efetiva, ainda faltavam<br />
profissionais com formação adeuada para tornar mais consistente as<br />
avaliações educacionais e o atendimento educacional especializado.<br />
74
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
RELAÇÃO DE EDUCANDOS ATENDIDOS: DEPARTAMENTO DE<br />
ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO EM IGARAPÉ-AÇU - PA<br />
DI DA DV TGD DMU DF outros<br />
Série1; outros; 36; 36%<br />
Série1; DF; 9; 9%<br />
Série1; DMU; 4; 4%<br />
Série1; TGD; 2; 2%<br />
Série1; DV; 7; 7%<br />
Série1; DA; 7; 7%<br />
Série1; DI; 35; 35%<br />
Gráfico 1 – Educandos matriculados na sala regular e multifuncional das escolas de Igarapé-<br />
Açu ar deficincia intelectual A deficincia auditiva deficincia visual <br />
transtor<strong>no</strong> gloal do desenvolvimento deficincias mltiplas F deficincia fsica<br />
Diante dessa realidade, percebe-se que era grande a necessidade<br />
de formar professores para o AEE. Este curso ofertado pela UFRA teve<br />
como oetivo efetivar a formação profissional para o atendimento nas<br />
salas multifuncionais e <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> regular Especificamente ele se props a:<br />
criar uma proposta de identificação das deficincias a partir da avaliação<br />
inicial e redação do relatrio e sntese de avaliação proetar o pla<strong>no</strong> de<br />
atendimento educacional individual por bimestre dentro da proposta do<br />
proeto poltico pedaggico da escola e propor produção de material<br />
didático e utilização dos recursos da sala dentro da proposta de adaptações<br />
curriculares.<br />
O curso de Atendimento Educacional Especialiado teve como<br />
intuito demonstrar formas de identificação de educandos com deficincia<br />
intelectual deficincia fsica deficincias mltiplas altas ailidades<br />
superdotação e transtor<strong>no</strong> global do desenvolvimento. Além disso, o curso<br />
tamm se props a compor o relatrio e o pla<strong>no</strong> de atendimento educacional<br />
especializado, fundamentado <strong>no</strong> respeito dos limites e possibilidades das<br />
pessoas com deficincia e estruturação das atividades do professor como<br />
mediador de práticas educacionais inclusivas <strong>no</strong> cotidia<strong>no</strong> escolar.<br />
Em busca de viabilizar os objetivos a que se adéqua o leque de<br />
discussão dessas atividades, optou-se por realizar estudos de casos de alu<strong>no</strong>s<br />
que representam o público do AEE, constituindo uma investigação a partir<br />
da anamnese e avaliação psicopedagógica.<br />
75
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
3.1 caso na arina: relato de um caso de uma criança com altas<br />
habilidades/superdotação<br />
uem Ana arina<br />
Cláudia Cristina de Sousa de Melo<br />
Graduada em Licenciatura em Biologia, Profª. <strong>no</strong> pólo Igarapé-Açu.<br />
Erika Greice Dias da Silva<br />
Graduada em Pedagogia. Profª. da Rede Municipal de Igarapé-Açu.<br />
Janicy da Silva Costa<br />
Graduada em Licenciatura Plena em Pedagogia pela Universidade<br />
Estadual do Vale do Acaraú.<br />
Lílian Souza da Silva<br />
Graduada em História. Profª. da Rede Municipal de Igarapé-Açu.<br />
Maria Cleyce Silva de Lima<br />
Graduada em Pedagogia. Profª. da Rede Municipal de Igarapé-Açu.<br />
Sarlene de Oliveira Borcem<br />
Graduada em Biologia e Pedagogia. Profª. da Rede Municipal de<br />
Igarapé-Açu. Especialista em Educação Especial <strong>Inclusiva</strong>.<br />
Thaise de Nazaré Oliveira Magalhães<br />
Graduada em Pedagogia e Biologia. Profª. da Rede Municipal de<br />
Igarapé-Açu.<br />
Ana arina com seus a<strong>no</strong>s de idade consegue cativar o<br />
público em geral com suas habilidades: canta e dança muito bem. Assim<br />
sendo, mediante a observação de seus altos desempenhos motores e<br />
destaue frente ao grupo de dança rapide criatividade e concentração<br />
surgiu a necessidade de realiar uma avaliação psicopedaggica Os<br />
dados coletados são provenientes de investigações realizadas <strong>no</strong> período<br />
de a A avaliação iniciou <strong>no</strong> dia <br />
mediante uma entrevista inicial com os pais e levantamento de dados para<br />
compor a anamnese e avaliação psicopedagógica. Junto aos familiares<br />
foram coletados alguns dados referentes ao dia-a-dia da me<strong>no</strong>r em questão,<br />
bem como aspectos relevantes de cunho emocional, psicológico, social,<br />
linguístico e educacional, conforme relato a seguir:<br />
76
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
Condiçes pré peri e psnatal: gravidez sem nenhum tipo de problema<br />
de sade Nasceu de parto cesaria<strong>no</strong> em amiente ospitalar<br />
Doenças na família: alergia Renite aguda<br />
istria biomédica e queixas somáticas: apresenta boa saúde, sem<br />
doenças graves.<br />
Desenvolvimento psicomotor: sentou aos seis meses de idade, não<br />
engatinhou e começou a andar com 9 meses de vida. Tem bom desempenho<br />
motor nas atividades de correr, pular e de equilíbrio.<br />
Desenvolvimento da linguagem: o surgimento das primeiras palavras<br />
ocorreu aproximadamente com um a<strong>no</strong> e meio de idade, mas somente com<br />
pequenas palavras soltas, porém bem articuladas e de boa compreensão. A<br />
mãe relata ue nunca apresentou dificuldade na linguagem sempre falou<br />
sem grandes dificuldades<br />
Desenvolvimento escolar: conforme a genitora, com dois a<strong>no</strong>s a criança<br />
frequentou o educação infantil, com o objetivo de interação, pois é a única<br />
criança da casa. Seu desenvolvimento foi excelente tanto que a me<strong>no</strong>r foi<br />
avançada para série seguinte.<br />
Relacionamento com os membros da família: convive com a mãe, o<br />
pai e os avós mater<strong>no</strong>s, com os quais mantém uma boa relação afetiva.<br />
Interação social: tem boa interação com todos que se relaciona e cria<br />
amizades com facilidade.<br />
Organização e práticas de atitudes diárias: já consegue realizar algumas<br />
atividades cotidianas de alimentação, higiene e autocuidado, esperados<br />
para a faixa etária, tais como: escovar os dentes, alimentar-se sozinha e<br />
tomar banho, mas precisa de auxílio para se vestir.<br />
Alimentação: alimenta-se bem, conforme os hábitos da família e não<br />
apresenta seletividade quanto à sua alimentação.<br />
Higiene: precisa dos pais ou dos avós para orientar-se na realização de<br />
sua higiene diária.<br />
So<strong>no</strong>: apresenta so<strong>no</strong> tranquilo e sem alterações; costuma dormir após o<br />
almoço.<br />
77
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
A avaliação Psicopedagógica foi desenvolvida por equipe<br />
multiprofissional edagoga sicopedagogo ilogo e especialista em<br />
Educação Especial mediante uma conversa com os pais os professores<br />
e também observação do comportamento da criança <strong>no</strong> seu dia-a-dia,<br />
apresentaçes artsticas dança e canto realiadas em casa e ao plico<br />
o processo de identificação deve ser feito com o<br />
cruzamento de inúmeras informações, e devemos<br />
considerar que, para a descoberta de talentos, a<br />
princípio a contribuição mais importante vem dos<br />
professores e dos pais AAEA p<br />
Assim sendo verificouse ue <strong>no</strong> amiente familiar suas<br />
habilidades são mais estimuladas. Segundo relatos da mãe e da professora,<br />
a me<strong>no</strong>r se relaciona muito bem <strong>no</strong> ambiente escolar com os colegas<br />
e professores. Apresenta boa atenção e concentração nas atividades<br />
escolares, principalmente nas suas áreas de interesse. A criança tem<br />
excelente desenvolvimento cognitivo com habilidades e/ou capacidades<br />
acima da mdia em reas especficas e acordo com re e Freitas<br />
a capacidade especfica se refere possiilidade de construir<br />
conhecimentos e habilidades ou a capacidade de desempenho em uma ou<br />
mais reas especficas ou sea não em situaçes de teste mas em situação<br />
da vida real.<br />
Aspectos gerais<br />
A criança demonstra ser bastante afetiva e não apresenta<br />
nenuma dificuldade na fala emonstrou organiação de pensamento<br />
faz pronúncia de frases curtas, mantém a atenção e concentração nas<br />
atividades, principalmente na sua área de interesse, tem boa coordenação<br />
motora, conhece o esquema corporal, anda <strong>no</strong>rmalmente, consegue<br />
correr e pular sem cair, consegue montar quebra-cabeça e jogos de<br />
encaixes; demonstra certa auto<strong>no</strong>mia nas ações cotidianas, alimentandose<br />
sozinha e desenvolvendo atividades simples. Tem <strong>no</strong>ção de aspectos<br />
proprioceptivos; apresenta aspectos visuais <strong>no</strong>rmais.
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
Pla<strong>no</strong> de atendimento especializado<br />
Considerando as etapas de avaliação desenvolvidas com a criança<br />
pela Equipe Multidisciplinar (Pedagoga, Psicopedagogo, Biólogo e<br />
Especialista em Educação Especial presumese ue a mesma apresenta<br />
grande desenvolvimento na comunicação, tem facilidade em interagir <strong>no</strong><br />
meio social apenas fica um pouco retrada com o desconecido mas logo<br />
se adapta E vale destacar ue a me<strong>no</strong>r possui aptides especificamente<br />
voltadas para a dança e a msica Oservouse ue a aluna tem facilidade<br />
para assimilar os movimentos coreogrficos aprende com rapide<br />
somente observando, e também apresenta destreza na capacidade para<br />
memorizar a letra das músicas. Além disso, compreende e respeita o<br />
processo de organiação seuncia lgica dos movimentos <strong>no</strong> tempo<br />
espaço e ritmo, assim como demonstra ter <strong>no</strong>ção de dança como uma<br />
forma de comunicação, expressão e interpretação.<br />
Uma característica marcante da personalidade da criança é o<br />
seu comprometimento com a tarefa; é ansiosa, curiosa e não gosta de<br />
rotina ara aatella p tentar identificar superdotado<br />
é como tentar analisar uma sinfonia – somos cercados por um amplo<br />
espectro de ualidades e detales Nesse sentido para ue possamos<br />
elaborar um parecer mais preciso, faz-se necessário demasiado tempo:<br />
mínimo de 4 meses a <strong>no</strong> máximo 1 a<strong>no</strong>. Assim sendo, como não tivemos<br />
a oportunidade de realizar um maior acompanhamento, e apesar de<br />
ter identificado caractersticas relevantes de uma pessoa com altas<br />
ailidadesuperdotação consideramos ue precipitado afirmar ue<br />
a pequena possui superdotação. Com isso, apresentamos a proposta de<br />
encaminhar a criança para uma análise mais porme<strong>no</strong>rizada, ou seja, um<br />
acompanhamento psicopedagógico mais extenso.<br />
Percebemos também a necessidade dos pais receberem auxílio de<br />
como informar essas crianças de suas habilidades, vale ressaltar que, se<br />
elas forem informadas de forma errnea podem se sentir frustadas e at<br />
mesmo indiferentes em relação aos seus colegas, impedindo assim um<br />
bom desempenho em sua apredizagem. Com isso, <strong>no</strong>tamos a importância<br />
de se ter um Atendimento Educacional Especializado para se trabalhar<br />
79
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
com mais ito essa uestão e eplorar tamm o lado artstico ue de<br />
seu maior interesse.<br />
O alu<strong>no</strong> com altas ailidadessuperdotação necessita<br />
de encorajamento, apoio e incentivo como todos os<br />
demais orm devido s carncias atuais do sistema<br />
de ensi<strong>no</strong> regular, fazem-se necessárias alternativas<br />
diferenciadas para o atendimento desta pessoa.<br />
ERE FREA p<br />
Assim como todas as crianças tm seus interesses e afinidades<br />
especficas Ana arina se identificou com a dança e conclumos assim<br />
que ela necessita de um especialista em dança para avaliar suas habilidades<br />
e seu potencial. Portanto, é relevante que seja estimulado e valorizado<br />
seu potencial para que ela não se sinta desanimada ou tenha frustações<br />
futuras.<br />
3.2 Relato de caso de deficiência visual (cegueira)<br />
As melhores e mais belas coisas do<br />
mundo não podem ser vistas nem<br />
tocadas, mas o coração as sente.<br />
elen eller<br />
Alcivane Mergulhão<br />
Graduada em Pedagogia. Profª. da Rede Municipal de Igarapé-Açu.<br />
Diana Cristo<br />
Profª. da Rede Municipal de Igarapé-Açu.<br />
Maria Helena Santos<br />
Graduada em Pedagogia. Profª. da Rede Municipal de Igarapé-Açu.<br />
Nazaré Malcher<br />
Graduada em Pedagogia. Profª. da Rede Municipal de Igarapé-Açu.<br />
Nazaré Pedro<br />
Graduada em Pedagogia. Profª. da Rede Municipal de Igarapé-Açu.<br />
Telma Sueli Fragoso<br />
Graduada em Letras. Profª. da Rede Municipal de Igarapé-Açu.
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
A vida de Ruth<br />
Ana Rut tem a<strong>no</strong>s de idade reside com os seus pais fila<br />
caçula de uma família de 5 irmãos. Tivemos contato com Ana Ruth a<br />
partir de uma pesquisa para o curso de Atendimento Educacional<br />
Especializado, na qual deveríamos fazer uma avaliação psicopedagógica.<br />
Os dados coletados para compor o processo de avaliação psicopedaggica<br />
de Ana Ruth são provenientes de entrevistas e observações da aluna em<br />
seu espaço escolar regular, onde frequenta o 5º a<strong>no</strong> do ensi<strong>no</strong> fundamental<br />
<strong>no</strong> perodo vesperti<strong>no</strong> em uma escola do municpio de garapAçu A<br />
A avaliação iniciou <strong>no</strong> dia e constou de uma entrevista<br />
inicial com o responsável da me<strong>no</strong>r, seguido de relatos do corpo docente<br />
da referida escola, além de outros momentos de levantamentos de dados<br />
para compor a anamnese e mais observações da aluna em sua classe regular<br />
de ensi<strong>no</strong>. Junto aos familiares, foram levantados alguns dados referentes<br />
ao dia-a-dia da aluna em questão, bem como aspectos relevantes de cunho<br />
emocional, psicológico, social, linguagem, educacional, conforme relato<br />
abaixo:<br />
Condiçes pré peri e psnatal: gravidez de risco devido a idade<br />
da mãe a<strong>no</strong>s Nasceu aos meses de parto <strong>no</strong>rmal pesando g<br />
percorreu vários hospitais em busca de atendimento só conseguindo leito<br />
na aps do nascimento do e ue ficou por meses e dias<br />
internado, sem nenhum tipo de proteção na visão. Segundo Domingues<br />
p <br />
a cegueira congnita pode ser causada por leses ou<br />
enfermidades que comprometem as funções do globo<br />
ocular. Dentre as principais causas, destacam-se a<br />
reti<strong>no</strong>patia da prematuridade, a catarata, o glaucoma<br />
congnito e a atrofia do nervo ptico ratase<br />
de uma condição orgânica limitante que interfere<br />
significativamente <strong>no</strong> desenvolvimento infantil
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
Doenças na família: irmão com deficincia fsica congnita<br />
istria biomédica e queixas somáticas: segundo relato da mãe, a<br />
deficincia foi comprovada aos a<strong>no</strong>s de idade os mdicos relataram ue a<br />
deficincia irreversvel pois a retina dos dois olos avia estourado<br />
Desenvolvimento psicomotor: ela sentou com aproximadamente um<br />
a<strong>no</strong> de idade andou com a<strong>no</strong>s e meses egundo relato do professor<br />
de educação fisica ela apresenta uma leve dificuldade motora com<br />
dificuldades para correr pular e ter euilrio<br />
Desenvolvimento da linguagem: o surgimento das primeiras palavras<br />
ocorreu aproimadamente por volta de a<strong>no</strong> de idade Não apresenta<br />
dificuldades para se epressar<br />
Desenvolvimento escolar: a aluna frequenta a mesma escola desde os<br />
4 a<strong>no</strong>s de idade, seu desenvolvimento é satisfatório em todas as áreas de<br />
conhecimento, não tendo repetido nenhuma série.<br />
Relacionamento com os membros da família: ocorre <strong>no</strong>rmalmente<br />
dentro das condiçes ue o amiente prope Oedece s regras familiares<br />
mas se irrita com facilidade porque tem um temperamento muito forte.<br />
Interação social: interage <strong>no</strong>rmalmente <strong>no</strong>s diversos ambientes sociais<br />
ue freuenta famlia escola igrea etc<br />
Organização e práticas de atitudes diárias: desenvolve <strong>no</strong>rmalmente<br />
as atividades de higiene pessoal, alimenta-se sem auxílio de terceiros, vestese<br />
soina com dificuldades fora do amiente em ue vive s camina<br />
com a ajuda de um guia.<br />
So<strong>no</strong>: consegue dormir tranquilamente.<br />
Áreas de interesse e aptidões: brincar com outras crianças e com o<br />
celular.<br />
Condições educacionais<br />
A avaliação psicopedagógica foi desenvolvida por equipe<br />
multiprofissional pedagogos e professores de lnguas ue realiou<br />
observações do comportamento da criança nas atividades propostas. Foi<br />
verificada tamm a interação da me<strong>no</strong>r com os docentes e discentes da
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
turma regular que frequenta. Em caráter familiar a avaliação efetivou-se<br />
por meio de relato do responsável pela me<strong>no</strong>r.<br />
Na avaliação verificouse ue a aluna apresentou oa atenção<br />
concentração, memória e compreensão durante a realização de atividades<br />
propostas não apresentando dificuldades em nenuma rea de<br />
conhecimento, seguindo os comandos simples usando a audição e o tato.<br />
Mesmo não frequentando a escola regularmente, conhece quantidades,<br />
tamanho e posição, relações temporais, utiliza vocabulário matemático,<br />
possui raciocínio lógico, conhece as formas geométricas, letras maiúsculas<br />
e minúsculas, vogais e consoantes, forma palavras a partir das famílias<br />
silicas separa em slaas identifica encontros voclicos e consonantais<br />
forma e l peuenas palavras e frases formadas com alfaeto mvel l e<br />
interpreta peue<strong>no</strong>s tetos em oa discriminação auditiva No aspecto<br />
social é comunicativa, sociável e não demostra agressividade.<br />
Considerando as etapas de avaliação desenvolvidas com a educanda<br />
pela euipe multidisciplinar edagogos e professores de lnguas deste<br />
grupo de estudo concluiuse ue a mesma apresenta dificuldades na<br />
coordenação motora grossa e fina demostra pouca organiação do<br />
pensamento dificuldade de <strong>no</strong>ção de espaço e distncia perto e longe<br />
lateralidade alm de deficincia visual comprovada em laudo mdico e<br />
dificuldades motoras<br />
Sugestão de encaminhamentos:<br />
• Acompanamento sicopedaggico ala de AEE<br />
• Acompanhamento Psicológico;<br />
• Acompanhamento de Assistente Social;<br />
• Acompanhamento pela Unidade Especializada José Álvares de<br />
Aevedo EE<br />
ara Fraão e ereira p considerada deficiente visual<br />
a pessoa ue privada em parte segundo critrios prestaelecidos ou<br />
totalmente da capacidade de ver”.
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
Causas mais frequentes da deficiência visual (V)<br />
Fraão e ereira p consideram como causas mais<br />
freuentes da eficincia isual as seguintes:<br />
• Reti<strong>no</strong>patia da prematuridade: causada pela imaturidade da<br />
retina em decorrncia de parto prematuro ou de ecesso de<br />
oignio na incuadora<br />
• atarata congnita: em conseuncia de ruola ou de outras<br />
infecções durante a gestação;<br />
• Glaucoma: pode ser hereditário ou causado por infecções.<br />
ndicadores mais comuns que podem sugerir uma investigação<br />
oftalmolgica<br />
Aaio podemos verificar segundo Fraão e ereira p <br />
alguns indicadores que sugerem uma investigação oftalmológica <strong>no</strong> caso de<br />
<strong>no</strong>s defrontarmos com tais situações:<br />
• Nuseas dupla visão ou nvoas durante ou aps a leitura<br />
• Esfregar os olhos, franzir ou contrair o rosto quando se olham<br />
objetos distantes;<br />
• Excessiva cautela ao andar, correr raramente e tropeçar sem<br />
razão aparente;<br />
• Desatenção a<strong>no</strong>rmal durante realização de trabalhos escolares;<br />
• Pestanejar excessivamente, sobretudo durante a leitura;<br />
• Segurar habitualmente o livro muito perto, muito distante ou<br />
em outra posição enuanto se l<br />
• Inclinar a cabeça para um lado durante a leitura;<br />
• Capacidade de leitura por apenas um período curto de cada vez;<br />
• Fechar ou tampar um olho durante a leitura;<br />
• Algumas dicas de convivncia para a sala de aula<br />
• Sentar o alu<strong>no</strong> próximo à mesa do professor, para facilitar a<br />
comunicação e aprendizagem;<br />
• Ler as atividades escritas <strong>no</strong> quadro;<br />
• Atividades em grupo;<br />
• Ao se ausentar da sala de aula comunicar o alu<strong>no</strong>;<br />
• Adaptar o trabalho de acordo com a condição visual do alu<strong>no</strong>.
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
3.2.1 Planejamento semestral multidisciplinar: língua portuguesa,<br />
matemtica istria geografia cincias arte e educação fsica<br />
omo Ana Rut não possui dificuldade de aprendiagem<br />
sugerimos ue as atividades seam apenas adaptadas sua dificuldade<br />
visual da seguinte forma:<br />
Atividades orais e tteis associadas s eperincias de vida<br />
Recursos: alfabeto móvel, regletes, punção, células Braille, sorobã,<br />
máquina de escrever em Braille, material impresso em Braille, gravador, bola<br />
com guizo, tronco huma<strong>no</strong> desmontável, mapas em relevo, desenhador,<br />
livros adaptados e álbuns sensoriais, além de outros materiais didáticos<br />
que também são utilizados com crianças que enxergam, só que adaptados<br />
Figuras a <br />
Recursos pedaggicos<br />
igura 1 – Material didático em alto relevo.
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
Figura 2 – Mapa com materiais de diferentes texturas.<br />
Figura 3 – Cela de bolso
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
Figura 4 – Mapa em alto relevo sobre folha metálica.<br />
3.2.2 Planejamento para sala multidisciplinar<br />
Para a sala multidisciplinar, foram planejadas atividades sobre<br />
Braille para Ana Ruth em função do seu desconhecimento sobre esse<br />
sistema e Atividades de ida Aut<strong>no</strong>ma AA ou de orientação e<br />
mobilidade, conforme pla<strong>no</strong> a seguir organizado para o primeiro semestre<br />
de atendimento.<br />
MÊS DE MARÇO<br />
Braille: ensiná-la a escrita Braille, assim como a manusear<br />
instrumentos como reglete e punção e máquina de Braille.<br />
Atividades de ida Aut<strong>no</strong>ma AA<br />
Vestir-se e calçar-se: ensiná-la como se vestir e se calçar sem auxílio<br />
de terceiros.
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
MÊS DE ABRIL<br />
Braille: ensiná-la a escrita Braille, assim como a manusear<br />
instrumentos como reglete e punção e a máquina de Braille.<br />
Orientação e oilidade: andar em lina reta<br />
MÊS DE MAIO<br />
Braille: ensiná-la a escrita Braille, assim como a manusear<br />
instrumentos como reglete e punção e a máquina de Braille.<br />
Orientação e oilidade: andar com o aulio da engala em<br />
ambientes fechados.<br />
MÊS DE JUNHO<br />
Braille: ensiná-la a escrita Braille, assim como a manusear<br />
instrumentos como reglete e punção e a máquina de Braille.<br />
Orientação e oilidade: andar com o aulio da engala em<br />
ambiente exter<strong>no</strong>.
4<br />
SUGESTÕES<br />
DE MATERIAL DIDÁTICO E<br />
UTILIZAÇÃO DE RECURSOS VINCULADOS À<br />
PROPOSTA DE ADAPTAÇÕES CURRICULARES<br />
A apresentação das sugestões de material didático presentes neste<br />
capítulo foram trabalhados <strong>no</strong> polo de Abaetetuba, com o curso “Práticas<br />
Pedagógicas e Tec<strong>no</strong>lógicas em Educação <strong>Inclusiva</strong>”, sob a coordenação da<br />
formadora Rejane Reis. As atividades foram desenvolvidas considerando as<br />
eperincias com alu<strong>no</strong>s deficientes ue alguns professores possuam e<br />
consideraram exitosas; além do mais, essas atividades incentivavam a criação<br />
e recriação de recursos a partir das discusses em sala de aula e a identificação<br />
de possiilidades pedaggicas adeuadas s diferentes deficincias<br />
4.1 Contas para enfiar<br />
Alde<strong>no</strong>ra do Socorro Silva de Oliveira Cravo<br />
Especialista em psicopedagogia institucional – CESUPA<br />
Marilene Negrão dos Santos<br />
Profª. da Rede Municipal de Abaetetuba.<br />
ÁREA DO CONHECIMENTO: linguagem escrita e matemática<br />
SÉRIE: a partir do 3° a<strong>no</strong><br />
OBJETIVO: estimular e desenvolver a motricidade, a coordenação<br />
imanual recorte e enfiagem a atenção a concentração e a orientação<br />
espacial.
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
POSSIBILIDADES DE EXPLORAÇÃO<br />
Utilizar para auxílio prático na contagem matemática envolvendo<br />
as uatro operaçes<br />
Usar na resolução de problemas;<br />
sar como contas para enfiar em atividades artsticas e de colagem<br />
Fazer colares e pulseiras e outros.<br />
MATERIAIS NECESSÁRIOS<br />
Capas de revistas ou catálogos; Tiras de papéis; Lápis (ou agulha<br />
de tricô); Cola branca ou de isopor; Régua; Tesoura; Fio grosso de algodão<br />
ou lã (Figura 5).<br />
igura 5 – Material utilizado<br />
90
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
PASSO A PASSO:<br />
• As capas de revistas ou catlogos serão recortadas em tiras ue<br />
podem medir 1,5 cm de largura, terminando em ponta; ou do<br />
tama<strong>no</strong> ue voc preferir<br />
• As tiras serão enroladas uma a uma, em tor<strong>no</strong> de um lápis;<br />
inicie pela parte mais larga da tira. A ponta é colada e a peça é<br />
plastificada pela cola<br />
• om a uantidade de contas suficiente começa a fase da<br />
enfiagem <strong>no</strong> fio de algodão ou na lã para produção de colares<br />
ou pulseiras ou em fio de arantes<br />
• Para trabalhar a contagem com os alu<strong>no</strong>s você pode armazenar<br />
as contas em um pote plstico ou vidro para utiliação uando<br />
necessário (Figura 6).<br />
igura – Professoras confeccionando o material didático.<br />
91
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
Explorando o material didático: traalando contas de enfiar<br />
na matemática.<br />
Idade: a partir de 6 a<strong>no</strong>s.<br />
Distribua as folhas de capa de revistas ou catálogos, lápis, cola<br />
ranca ou de isopor rgua tesoura e fio grosso de algodão ou lã para os<br />
alu<strong>no</strong>s;<br />
Peça para eles recortarem as tiras seguindo as orientações dadas<br />
(tamanho das tiras);<br />
Dê as orientações para enrolar e colar;<br />
epois das contas feitas peça para ue comecem a parte da<br />
atividade para presentear as pessoas ue eles preferirem as para efeito<br />
de contagem dos nmeros solicite ue os alu<strong>no</strong>s pensem na idade de suas<br />
mães;<br />
olicite ue cada alu<strong>no</strong> separe o nmero de contas correspondente<br />
idade de sua mãe e enfie as contas faendo um colar<br />
Aps cada um concluir o seu presente peça ue eles apresentem<br />
o seu colar turma e epliuem com uantas contas cada um foi feito o<br />
ue ele pensou eatamente ao eecutar o colar e o ue diria a sua mãe <strong>no</strong><br />
momento da entrega (Figura 7).<br />
igura – Colares e pulseiras feitos de contas.<br />
92
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
utra forma de trabalhar a atividade com seus alu<strong>no</strong>s.<br />
eça aos alu<strong>no</strong>s ue confeccionem as contas para audar a<br />
desenvolver atividades de adição, subtração, multiplicação e divisão na<br />
prática, de acordo com as situações e problemas dados pelo professor.<br />
Você também pode trabalhar a adição e subtração com um alu<strong>no</strong> surdo.<br />
Para trabalhar com alu<strong>no</strong> surdo: distribua os materiais necessários<br />
confecção das contas e epliue em iras mostrando a ele como<br />
confeccionar as contas para ue o mesmo se solte e inia a timide ao<br />
mimo em seguida coloue as situaçes envolvendo os prolemas e<br />
oriente-o a resolvê-los utilizando as contas como auxílio.<br />
4.2 Roleta da leitura<br />
na ice ima Rodrigues<br />
Especialista em Metodologia do Ensi<strong>no</strong> da Educação Superior/<br />
UEPA. Pedagoga.<br />
urea ice Rodrigues liva<br />
Especialista em Educação Especial e <strong>Inclusiva</strong>. Pedagoga.<br />
ÁREA DO CONHECIMENTO: linguagem oral e escrita<br />
SÉRIE: 2º a<strong>no</strong> do ensi<strong>no</strong> fundamental<br />
OBJETIVO: desenvolver a leitura de peuenas palavras a oralidade das<br />
crianças e trabalhar sua atenção e concentração (Figura 8).<br />
MATERIAIS NECESSÁRIOS<br />
artolina papelão cola tesoura EA figuras diversas canetas<br />
coloridas, clips e canudinhos.<br />
DESENVOLVIMENTO - PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS<br />
Você pode iniciar a aula com uma música, de preferência com<br />
uma ue a classe coneça Em seguida relemre com as crianças algumas<br />
palavras já estudadas. Apresente as crianças o joguinho de leitura, dizendo<br />
ue nesta aula eles irão aprender a ler rincando com o ogo da roleta da<br />
leitura” (Figura 9).<br />
93
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
igura 8 Roleta das figuras<br />
igura 9 Roleta dos <strong>no</strong>mes das figuras<br />
Epliue aos alu<strong>no</strong>s ue o ogo ter as seguintes regras:<br />
• Serão formados dois grupos de crianças (grupo A e grupo B);<br />
• ada criança rodar a roleta dos dese<strong>no</strong>s tendo ue encontrar<br />
a palavra correspondente ao dese<strong>no</strong> ue a roleta indicar na<br />
roleta dos <strong>no</strong>mes;<br />
• Cada criança terá tempo de um minuto para encontrar a<br />
palavra caso não consiga ler passa a ve para a outra euipe<br />
• Aps a atividade com a roleta voc dever a<strong>no</strong>tar <strong>no</strong> uadro<br />
as palavras encontradas durante o ogo e pedir s crianças ue<br />
formem <strong>no</strong>vas palavras em seu cader<strong>no</strong>. No caso de haver<br />
algum alu<strong>no</strong> ue apresente dficit cognitivo esta atividade<br />
pode ser realizada da mesma maneira, porém deverá ser<br />
estimulada a cooperação dos colegas para ue o alu<strong>no</strong> possa<br />
realizar a atividade de leitura e participar juntamente com os<br />
demais alu<strong>no</strong>s da turma.<br />
94
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
4.3 ultiplicação em pia<br />
ngela aria do ocorro argalho erreira<br />
Graduanda em Sociologia. Profª. da Rede Municipal de Abaetetuba.<br />
Maria Lúcia Santos e Silva<br />
Graduada em Pedagogia. Profª. da Rede Municipal de Augusto<br />
Corrêa.<br />
ÁREA DO CONHECIMENTO: matemática<br />
SÉRIE: esta atividade poderá ser desenvolvida com alu<strong>no</strong>s de 2º ao 9º<br />
a<strong>no</strong> e com alu<strong>no</strong>s com deficincia fsica e visual<br />
OBJETIVO: possiilitar aos alu<strong>no</strong>s com deficincia fsica e visual o<br />
reconhecimento da multiplicação entre números a partir da troca do<br />
multiplicador central com vistas a proporcionar a montagem de operações<br />
sem ue sea necessrio o alu<strong>no</strong> armlas e copilas em papel<br />
MATERIAIS NECESSÁRIOS:<br />
Caixa para embalar pizza, EVA branco e vermelho, tampas de<br />
garrafa pet, tesoura, cola para isopor, papelão, caneta futura preta e tinta<br />
alto-relevo (Figura 10).<br />
igura 10 – Material para confecção da pizza.<br />
95
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
DESCRIÇÃO DO MATERIAL PEDAGÓGICO<br />
Confeccionado em papelão forrado com EVA de forma circular,<br />
com diâmetro de 35 cm e espessura de 1 cm, cortado em 10 fatias com<br />
números de 1 a 10 em EVA vermelho. No meio possui uma abertura<br />
tamm em forma de crculo na ual os multiplicadores podem ser<br />
trocados. O recurso é acompanhado de tampinhas de refrigerante pet com<br />
os numerais inscritos em forma de relevo ue serão utiliados para eiir<br />
o resultado da operação, permitindo o desenvolvimento da discriminação<br />
visual e discriminação ttil onfeccionado para alu<strong>no</strong>s com dificuldade de<br />
manuseio de lápis e papel (Figura 11).<br />
igura 11 – Multiplicação em pizza<br />
96
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
4.4 Bingo de formas geométricas<br />
Bru<strong>no</strong> ndrade de oua<br />
Especialista em Educação Matemática.<br />
Rita de Cássia Rodrigues de breu<br />
Especialista em Gestão Escolar.<br />
ÁREA DO CONHECIMENTO: linguagem matemática<br />
SÉRIE: a partir do 2º a<strong>no</strong> do ensi<strong>no</strong> fundamental<br />
OBJETIVO: possiilitar ue o alu<strong>no</strong> desenvolva a coordenação motora<br />
fina o raciocnio lgico a percepção a criatividade agilidade atenção e<br />
concentração, orientação espacial, espírito de cooperação e a socialização<br />
com os colegas e professor (Figura 12).<br />
EVA Cola Papelão Lápis<br />
igura 12 – Recursos utilizados para a construção do material didático<br />
97
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS<br />
Apresentar turma as uatro formas geomtricas e em seguida<br />
solicitar ue os alu<strong>no</strong>s oservem ao seu redor para tentar identificar na<br />
sala de aula oetos ue lemrem as formas em estudo<br />
aso prefira o professor poder apresentar um modelo pronto de<br />
algumas formas geométricas para iniciar as discussões com a turma.<br />
Aps um estudo sore as formas geomtricas solicitar ue os<br />
alu<strong>no</strong>s formem duplas para ue confeccionem os ingos das formas<br />
geométricas (Figura 13).<br />
Após a etapa da confecção do material concreto o professor deverá<br />
conversar com a turma sobre as regras.<br />
nformar ue cada forma geomtrica ter um valor crculo <br />
pontos uadrado pontos tringulo pontos<br />
igura 13 – Bingo de formas geométricas<br />
aso o professor prefira tamm poder traalar com as figuras<br />
geométricas em alto relevo e mostrar as cartelas aos alu<strong>no</strong>s trabalhando<br />
com os mesmos o ogo da memria eles terão ue memoriar o mimo<br />
possvel das figuras e completar as cartelas vence a euipe ue conseguir<br />
colocar o maior nmero de figuras <strong>no</strong>s lugares corretos em me<strong>no</strong>r tempo<br />
98
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
O professor tamm pode faer vrias figuras geomtricas vrios<br />
crculos uadrados tringulos e retngulos de cores diferentes aul<br />
amarelo vermelo verde rosa etc ada figura com suas respectivas<br />
cores, teria um valor, como por exemplo, o triângulo azul vale 10 pontos, o<br />
amarelo vale 5 pontos, o verde vale 3 pontos, e assim por diante (Figura 14).<br />
No caso da adição:<br />
o caso da subtração:<br />
igura 14 Eemplos de utiliação das figuras geomtricas<br />
valiação do processo da atividade com os alu<strong>no</strong>s<br />
O processo de avaliação será contínuo: a partir do momento da<br />
confecção da atividade até o seu térmi<strong>no</strong>. Será observado o desempenho do<br />
alu<strong>no</strong>, suas habilidades e suas limitações, levando em consideração fatores<br />
como interesse, participação, raciocínio lógico, cooperação, solidariedade,<br />
respeito mútuo, dinamismo, persistência, entre outros de cunho emocional,<br />
registrando, em seguida, todos os momentos relevantes, inclusive se<br />
o educando obteve êxito na atividade proposta, e, caso contrário, criar<br />
estratgias para envolver auele alu<strong>no</strong> de outra forma para ue o processo<br />
de ensi<strong>no</strong> e aprendizagem seja relevante a todos os envolvidos.<br />
99
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
4.5 Vaivém e cartelas<br />
Cilene ilva de Carvalho<br />
Graduanda do Curso de Língua Portuguesa - Parfor.<br />
Irene Maria dos Santos Almeida<br />
Graduada em Letras.<br />
ÁREA DO CONHECIMENTO: linguagem oral e escrita e matemática<br />
SÉRIE: a partir do 2º a<strong>no</strong> do ensi<strong>no</strong> fundamental<br />
OBJETIVO: trabalhar as disciplinas em todas as séries de forma<br />
ldica estimulando o raciocnio lgico e o traalo em euipe amm<br />
possibilitar, através de cartelas de perguntas, a averiguação do aprendizado<br />
da turma sobre os conteúdos trabalhados em sala de aula.<br />
Estimula: coordenação motora e <strong>no</strong>ções de alternância, distância e<br />
raciocínio lógico.<br />
Descrição: o vaivém é feito com garrafas plásticas descartáveis, cordão,<br />
argolas e durex.<br />
CONSTRUINDO O VAIVÉM<br />
Corte duas garrafas pet ao meio. Junte as partes superiores, cole<br />
com fita dure passe dois fios com m por dentro das garrafas e amarre<br />
as argolas nas uatro etremidades<br />
As cartelas são confeccionadas com papel A4 e caixas coloridas de<br />
sandálias, com cortes na vertical para o encaixe de perguntas e respostas,<br />
feitas <strong>no</strong> papel.<br />
O vaivm um ogo de duplas em ue a criança segura as<br />
extremidades do cordão e uma delas dá um impulso abrindo os braços,<br />
ogando o oeto para o outro ue repete a operação assim sucessivamente<br />
As cartelas na garrafa possibilitam aos professores trabalhar com<br />
os alu<strong>no</strong>s todas as disciplinas em ualuer srie<br />
100
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
om o rinuedo vaivm e cartelas ueremos não apenas suprir a<br />
sala de aula com <strong>no</strong>vo recurso ue possa enriuecer a prtica pedaggica<br />
mas soretudo reetir sore a importncia de uma teoriação dessa<br />
prática (Figura 15).<br />
igura 15 – Vaivém e cartelas<br />
DESENVOLVIMENTO<br />
ivida a turma em duas euipes e solicite ue um memro de<br />
amas euipes segurem nas argolas iniciando as perguntas ue serão<br />
feitas atravs das cartelas escolidas pelo alu<strong>no</strong> ue est segurando as<br />
argolas sendo o professor o mediador das perguntas e uem dar a cada<br />
participante dois minutos para responder. Após a resposta correta, o<br />
alu<strong>no</strong> dar o impulso <strong>no</strong> vaivm e entra outro memro da euipe e assim<br />
sucessivamente at cegar ao ltimo participante da euipe O alu<strong>no</strong><br />
ue não conseguir responder corretamente não poder dar o impulso<br />
<strong>no</strong> vaivém e continuar na brincadeira deixando sua cartela para ser usada<br />
<strong>no</strong>vamente <strong>no</strong> jogo.<br />
101
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
4. Toca do ratinho<br />
miraldo Benedito Carvalho da Costa<br />
Especialista em Sociologia da Educação Ambiental pela<br />
Universidade do Estado do Pará - UEPA.<br />
Jea obato dos antos<br />
Especialista em eografia da Amania: ociedade e estão dos<br />
Recursos Naturais - Faculdade Integrada Brasil Amazônia - FIBRA.<br />
ÁREA DO CONHECIMENTO: diversidade cultural<br />
SÉRIE: 2º a<strong>no</strong> do ensi<strong>no</strong> médio – alu<strong>no</strong>s com baixa visão<br />
OBJETIVO: estimular a motricidade fina a percepção visual e a <strong>no</strong>ção<br />
de uantidade<br />
PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS<br />
O jogo a ser confeccionado se chama “toca do ratinho” e é feito a<br />
partir de uma tampa grande e lisa de uma caixa grande (entre 60 x 40 cm)<br />
ue pode ser de uma caia de papel A ou Ofcio uma olina de gude<br />
peteca peuena seis potes de iogurtes: trs de uma cor e trs de outra<br />
podendo vir a ser pintados.<br />
olicite com antecedncia aos alu<strong>no</strong>s para ue providenciem<br />
todo o material necessrio a fim de ue untos professor e alu<strong>no</strong> possam<br />
trabalhar em sala de aula na confecção do objeto.<br />
Após esses arranjos, parta para a ação concreta da confecção do<br />
ogo conforme os seguintes passos: primeiro mostre ue preciso faer<br />
um corte em forma de toca <strong>no</strong>s potinhos de iogurtes de forma a permitir<br />
a passagem da olina de gude ou peteca depois informe ue preciso<br />
colar os potinhos <strong>no</strong> tabuleiro um ao lado do outro e em cores alternadas,<br />
prestando atenção para ue fiuem dispostos de um a seis sendo outra<br />
cor para os números ímpares e uma para os números pares, conforme<br />
demonstração <strong>no</strong> desenho (Figura 16).<br />
102
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
igura 1 – Toca do ratinho<br />
Após o térmi<strong>no</strong> desta etapa, parta para a brincadeira propriamente<br />
dita ue consiste em tentar colocar a olina de gude na toca do rati<strong>no</strong><br />
movendoa com os dedos oda ve ue algum conseguir gana ou<br />
converte os pontos de acordo com os nmeros especificados <strong>no</strong>s potes<br />
Esta atividade trabalha e estimula a coordenação motora e<br />
a percepção visual, além de ser um ótimo recurso <strong>no</strong> aprendizado das<br />
operações matemáticas, podendo ser trabalhada com alu<strong>no</strong>s de salas<br />
inclusivas.<br />
Avaliação: o processo avaliativo dever ser contnuo como reuerem os<br />
procedimentos pedagógicos, observando-se o interesse, a participação e<br />
as ailidades do alu<strong>no</strong> verificando se os mesmos otiveram itos ou<br />
apresentaram alguma dificuldade ue possa ser contornada para envolver<br />
incluir o alu<strong>no</strong> com deficincia<br />
103
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
4. omin de texturas<br />
aria lexandrina Rodrigues Ribeiro<br />
Graduada em Pedagogia. Profª. da Rede Municipal de Abaetetuba.<br />
Célia erpétua Baia dos antos<br />
Graduada em Pedagogia. Especialista em Psicopedagogia.Profª. da<br />
Rede Municipal de Abaetetuba.<br />
ÁREA DO CONHECIMENTO: linguagem escrita e matemática<br />
SÉRIE: a partir do 2º a<strong>no</strong> do ensi<strong>no</strong> fundamental – alu<strong>no</strong>s com baixa<br />
visão<br />
OBJETIVO: estimular a percepção tátil, numa antecipação do acesso ao<br />
sistema braile.<br />
MATERIAIS NECESSÁRIOS<br />
ia fina lia grossa arro EA com tetura algodão EA<br />
sem textura.<br />
Como Montar: confeccionar um dominó, conforme a ilustração<br />
(Figura 17), com diversas texturas e colar os materiais indicados.<br />
Metodologia: entregar para as crianças as peças e pedir para ue<br />
elas joguem como <strong>no</strong> dominó convencional, buscando combinar as diferentes<br />
texturas das peças.<br />
igura 1 – Dominó de texturas<br />
104
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
4.8 Encaixe divertido<br />
aria do ocorro obato Cardoso<br />
Especialista em Metodologia do Ensi<strong>no</strong> de Língua Portuguesa e<br />
Literatura.<br />
aria da Conceição da ilva obato<br />
Graduanda em Letras, habilitação em Língua Inglesa.<br />
ÁREA DO CONHECIMENTO: linguagem escrita e matemática.<br />
SÉRIE: a partir do 2º a<strong>no</strong> do ensi<strong>no</strong> fundamental, principalmente alu<strong>no</strong>s<br />
com baixa visão<br />
OBJETIVO: desenvolver a atenção e concentração; trabalhar o<br />
desenvolvimento da coordenação motora identificar vogais e consoantes<br />
contribuir <strong>no</strong> desenvolvimento da leitura (Figura 18).<br />
igura 18 – Encaixe divertido<br />
MATERIAIS NECESSÁRIOS<br />
opi<strong>no</strong>s de iogurte Recortes de figuras diferentes: Recortes de<br />
letras do alfabeto; Cola de isopor; Tesoura; Cuba de ovos.<br />
105
Como faer:<br />
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
• esuisar e recortar figuras cuos <strong>no</strong>mes esteam compatveis<br />
com o nível de aprendizagem dos alu<strong>no</strong>s;<br />
• olar as figuras e as letras <strong>no</strong>s copi<strong>no</strong>s separados<br />
• Recortar letras ue formem os <strong>no</strong>mes das figuras e colar <strong>no</strong>s<br />
copinhos;<br />
• Utilizar os copinhos para realizar atividades de encaixe na cuba<br />
de ovos (Figura 19).<br />
igura 19 – Possibilidades de encaixe<br />
bservação:<br />
Conforme o desempenho dos alu<strong>no</strong>s, sugerimos o encaixe de mais<br />
uma cuba de ovos, para trabalhar palavras com maior número de sílabas.<br />
106
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
4.9 Jogo de boliche com copos descartáveis: trabalhando a adição<br />
aria Edinela Bitencourt de ousa<br />
Especialista em Psicopedagogia Insititucional, com habilitação em<br />
Educação Especial.<br />
aaré do ocorro Bitencourt Viegas<br />
Graduada em Psicopedagogia Insititucional, com habilitação em<br />
Educação Especial.<br />
ÁREA DO CONHECIMENTO: linguagem escrita e matemática.<br />
SÉRIE: a partir do 1º a<strong>no</strong> do ensi<strong>no</strong> fundamental<br />
OBJETIVO: estimular a motricidade, coordenação motora ampla,<br />
coordenação viso-motora, arremesso ao alvo, controle de força e direção,<br />
raciocínio lógico-matemático, concentração.<br />
MATERIAIS NECESSÁRIOS<br />
4 pares de meias; 54 copos descartáveis de tamanho médio; 1 folha<br />
de papel cartão preto; 2 folhas de papel chamex; 1 vidro de cola de isopor; 3<br />
bastões de cola de silicone; 1 uma caixa de sapato vazia; Canetas hidracolor<br />
para contor<strong>no</strong> fola de papel de presente rolo de fita crepe<br />
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS<br />
ividir a turma em duas euipes formando duas fileiras<br />
Explicar como acontecerá o jogo;<br />
Empilhar os copos formando um castelo;<br />
ogar como olice: cada ogador das euipes tem direito a faer<br />
um arremesso com a bola de meia, tentando derrubar todos os copos;<br />
ada ogador dever copiar os numerais ue estão afiados <strong>no</strong>s<br />
copos derrubados para posteriormente realizarem as adições desses<br />
numerais;<br />
encer o ogo uem otiver o maior nmero de pontos de acordo<br />
com os resultados das adições (Figura 20).<br />
107
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
igura 20 – Uso do jogo de boliche com copos descartáveis<br />
Flexibilização para o alu<strong>no</strong> surdo: o professor deverá fazer as<br />
orientações do jogo em Libras e usar cores de contrastes <strong>no</strong>s numerais para<br />
camar atenção do alu<strong>no</strong> evando em consideração o conecimento ue<br />
seu alu<strong>no</strong> surdo possui e, a partir de seu planejamento, deverá demonstrar<br />
através de gestos concretos como o jogo procederá.<br />
108
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
4.10 Gavetas de numerais e quantidades<br />
arlia de aaré inheiro<br />
Graduada em Letras.<br />
ÁREA DO CONHECIMENTO: matemática.<br />
SÉRIE: 3º a<strong>no</strong><br />
OBJETIVO: associar o numeral em raille uantidade correspondente<br />
além de proporcionar o treinamento dos números em Braille e percepção<br />
dos objetos.<br />
eficiência: cego/surdo-cego<br />
MATERIAIS NECESSÁRIOS<br />
Caixas de fósforos, papel colorido, EVA, papel cartão, sementes ou<br />
outros materiais peue<strong>no</strong>s e concretos grãos de feião milos pedrinas<br />
pérolas, miçangas...).<br />
Como faer:<br />
Selecionar caixas de fósforos; revestir com papel A4, de preferência<br />
colorido faer o marcador para posicionar de ue lado a caiina ser<br />
utiliada colar peue<strong>no</strong>s crculos de EA em pedaços de papel cartão para<br />
ue o alu<strong>no</strong> cego ou surdocego possa sentir o alto revelo e representar os<br />
numerais em Braille, as sementes ou outros objetos servem para conferir<br />
a uantidades<br />
109
tiliação:<br />
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
• A atividade poderá ser realizada de maneira individual ou em<br />
grupo;<br />
• Você pode variar o material a ser utilizado na contagem;<br />
• oc pode identificar primeiro a representação dos numerais<br />
em Braille;<br />
• Realize a contagem retirando o material das gavetas das caixas<br />
de fsforos para ue o alu<strong>no</strong> percea ual o material usado<br />
para esta atividade;<br />
• Após o processo, esvaziar todas as gavetas das caixas e fazer<br />
a atividade de contagem guardar o material e a uantidade<br />
correspondente ao numeral expresso em Braille em cada<br />
gaveta da caixa de fósforos (Figura 21).<br />
igura 21 so das gavetas de numerais e uantidades<br />
110
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
4.11 Trabalhando com a matemática<br />
Raimunda Cardoso Ribeiro<br />
Licenciatura em Matemática/UFPA.<br />
aria de aaré Raiol de liveira<br />
raduanda em eografia arforFA<br />
ÁREA DO CONHECIMENTO: matemática - operações com radicais<br />
iguais: adição e subtração<br />
SÉRIE: 8º a<strong>no</strong><br />
OBJETIVO: facilitar ao deficiente visual ue não domina o raile a<br />
aprendizagem da adição e subtração de radicais iguais através do tato e da<br />
diferença de cores com material palpável feito de EVA.<br />
eficiência: visual (alu<strong>no</strong> cego ou com baixa visão).<br />
Desenvolvendo a atividade<br />
Com uma caneta ou lápis, traçar o símbolo dos radicais, dos<br />
algarismos, dos sinais de soma e subtração, do símbolo de associação<br />
(parênteses) e igualdade na folha de EVA branca ou outra cor.<br />
Recortar todo esse material com uma tesoura.<br />
Em uma folha de papel cartão vermelha ou outra cor diferente<br />
da cor do EVA colar os radicais, os algarismos, os sinais de soma e ou<br />
subtração, parênteses como mostra a Figura 22.<br />
igura 22 – Trabalhando com a matemática<br />
111
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
ossibilidades de exploração<br />
Revisão oral sobre a operação radiciação, estudada nas séries<br />
anteriores.<br />
Apresentar ao alu<strong>no</strong> todo o material confeccionado fazendo-o<br />
tocar.<br />
Falar sobre o assunto a ser estudado: adição e subtração de radicais<br />
iguais.<br />
Epor para o alu<strong>no</strong> o carta ue foi feito eplicando oralmente<br />
fazendo-o tocar em cada peça confeccionada: algarismos, sinais de + (mais)<br />
ou de – (me<strong>no</strong>s), radicais, parênteses e igualdade. Reforçar a explicação e<br />
fazer perguntas sobre o assunto explicado.<br />
4.12 omin de retalhos<br />
Jorge ernando obato arges<br />
Especialista em Educação Especial <strong>Inclusiva</strong>. Licenciado em<br />
Educação Artística, com habilitação em Artes Plásticas - UFPA.<br />
aria Terea dos antos Torres Torres<br />
Licenciada em Ciênciais Naturais - UFPA.<br />
ÁREA DO CONHECIMENTO: linguagem escrita e oral e raciocínio<br />
matemático.<br />
SÉRIE: a partir do 2º a<strong>no</strong> do ensi<strong>no</strong> fundamental<br />
OBJETIVOS: trabalhar a percepção visual, coordenação motora,<br />
raciocínio lógico, atenção e concentração.<br />
MATERIAIS NECESSÁRIOS<br />
Restos de tecidos de diversas estampas e texturas, linha, agulha,<br />
botões.<br />
O jogo pode ser utilizado na forma tradicional de um dominó,<br />
ou seja, distribuem-se as peças para cada alu<strong>no</strong> participante organizando<br />
a ordem de jogada. O objetivo, como <strong>no</strong> dominó tradicional, é formar os<br />
pares, combinando as estampas dos tecidos e encaixando os botões nas<br />
casas. Esta é uma ótima estratégia para trabalhar a coordenação motora<br />
(Figura 23).<br />
112
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
igura 23 – Dominó de retalhos<br />
O jogo pode ser utilizado também para se ensinar matemática<br />
como <strong>no</strong> exemplo a seguir:<br />
As peças do dominó poderão ser utilizadas para se trabalhar<br />
assuntos de matemtica como adição e sutração em ue se utilia as<br />
peças para aumentar ou diminuir a uantidade assim como descrito aaio<br />
unto com o alu<strong>no</strong> confira as peças do domin uma a uma<br />
Divida as peças com o alu<strong>no</strong> ou com os alu<strong>no</strong>s podendo envolver<br />
outros para se trabalhar a interação social;<br />
ergunte uantas peças cada um tem em mãos<br />
A partir da resposta dos alu<strong>no</strong>s retira-se ou acrescenta-se peças<br />
faendoos conferir <strong>no</strong>vamente uma a uma para saer a uantidade<br />
pedindo ue falem em vo alta o resultado<br />
ostrar sempre em um papel ou <strong>no</strong> uadro a representação do<br />
número do resultado (1, 2, 3, 4, etc..) sempre enfatizando a operação em<br />
uestão se adição ou sutração <br />
113
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />
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MANTOAN, M. T. E. nclusão escolar: O ue or u omo faer<br />
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EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />
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Publicação impressa na GTR Gráfica e Editora, em Belém-PA.<br />
Composição na tipologia Garamond. Miolo impresso em papel<br />
Couché 115 g/m² <strong>no</strong> miolo. Capa em Duo Design 300 g/m².