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Educacão Inclusiva no RENAFOR

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EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO<br />

Nova formação docente para a<br />

reconfiguração da Prática Pedagógica<br />

Ana Lídia Cardoso do Nascimento<br />

Organizadora


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO<br />

Nova formação docente para a<br />

reconfiguração da prática pedagógica


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO<br />

Nova formação docente para a<br />

reconfiguração da prática pedagógica<br />

Ana Lídia Cardoso do Nascimento<br />

Organizadora<br />

Belém<br />

2014


MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO<br />

MINISTRO: José Henrique Paim Fernandes<br />

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA<br />

REITOR: Sueo Numazawa<br />

VICE-REITOR: Paulo de Jesus Santos<br />

COMISSÃO EDITORIAL<br />

Gracialda Costa Ferreira<br />

Israel Hidenburgo Aniceto Cintra<br />

Maria Cristina Man<strong>no</strong><br />

Moacir Cerqueira da Silva<br />

Sérgio Antonio Lopes de Gusmão<br />

EQUIPE EDITORIAL<br />

Heliana Brasil<br />

Inácia Faro Libonati<br />

Priscila do Rosário Monteiro<br />

Ricardo Bezerra Sampaio<br />

CAPA<br />

Edinamar Andrade Corrêa<br />

PROJETO GRÁFICO<br />

José Cardoso<br />

ENDEREÇO<br />

Av. Tancredo Neves, 2501<br />

Cep: 66077-530 – Terra Firme<br />

Email: editora@ufra.edu.br<br />

Educação inclusiva <strong>no</strong> <strong>RENAFOR</strong>: Nova formação docente para a reconfiguração da<br />

prática pedagógica / Ana Lídia Cardoso do Nascimento (organizadora). – Belém:<br />

Universidade Federal Rural da Amazônia, 2014.<br />

115 p.:il.<br />

ISBN 978-85-7295-086-2<br />

1.Educação inclusiva. 2.Práticas pedagógicas. I. Nascimento, Ana Lídia Cardoso do.<br />

II. Título<br />

CDD 371.9


AUTORES<br />

ADRIANA FERREIRA DE SOUSA<br />

ALCIVANE MERGULHÃO<br />

ALDENORA DO SOCORRO SILVA DE OLIVEIRA CRAVO<br />

ANA NICE LIMA RODRIGUES<br />

ANA LÍDIA CARDOSO DO NASCIMENTO (Organizadora)<br />

ANDRÉA MARIA FERREIRA DE OLIVEIRA<br />

ÂNGELA MARIA DO SOCORRO MARGALHO FERREIRA<br />

ANTONIO HÉLIO DA CUNHA FIGUEIREDO<br />

ANTONIO HELIO LIMA DO NASCIMENTO<br />

AMIRALDO BENEDITO CARVALHO DA COSTA<br />

AUREA NICE RODRIGUES OLIVA<br />

BRUNO ANDRADE DE SOUZA<br />

CAMILA SILVANA FARIAS DA SILVA<br />

CÉLIA PERPÉTUA BAIA DOS SANTOS<br />

CILENE SILVA DE CARVALHO<br />

CLÁUDIA CRISTINA DE SOUSA DE MELO<br />

DIANA CRISTO<br />

ELCILENE MEDEIROS LOPES<br />

EDMILSON RAIMUNDO LIMA DE SOUSA<br />

ERIKA GREICE DIAS DA SILVA<br />

FÁTIMA HELENA CARVALHO DE AVIZ RODRIGUES<br />

FERNANDA REGINA SILVA DE AVIZ<br />

IRENE MARIA DOS SANTOS ALMEIDA<br />

JANICY DA SILVA COSTA<br />

JEYZA LOBATO DOS SANTOS<br />

JORGE FERNANDO LOBATO SARGES<br />

KÁTIA GEANE PIRES COSTA<br />

KÁTIA REGINA PEREIRA DE AGUIAR<br />

LÍLIAN SOUZA DA SILVA<br />

MARIA ALEXANDRINA RODRIGUES RIBEIRO


MARIA CLEYCE SILVA DE LIMA<br />

MARIA EDILEUSA BRITO<br />

MARIA DA CONCEIÇÃO DA SILVA LOBATO<br />

MARIA DE NAZARÉ RAIOL DE OLIVEIRA<br />

MARIA DO SOCORRO DA COSTA DOS SANTOS<br />

MARIA DO SOCORRO LOBATO CARDOSO<br />

MARIA EDINELZA BITENCOURT DE SOUSA<br />

MARIA HELENA SANTOS<br />

MARIA LÚCIA COSTA DA SILVA<br />

MARIA LÚCIA SANTOS E SILVA<br />

MARIA TEREZA DOS SANTOS TORRES TORRES<br />

MARILENE NEGRÃO DOS SANTOS<br />

MARÍLIA DE NAZARÉ PINHEIRO<br />

MARINELZA DOS SANTOS SILVA<br />

NAZARÉ DO SOCORRO BITENCOURT VIEGAS<br />

NAZARÉ MALCHER<br />

NAZARÉ PEDRO<br />

RAIMUNDA CARDOSO RIBEIRO<br />

REGINA CLAUDIA ALVES OLIVEIRA<br />

RITA DE CÁSSIA RODRIGUES DE ABREU<br />

ROSA MARIA BRITO FERREIRA<br />

ROSANGELA FERNANDES BORGES CARDOSO<br />

SARLENE DE OLIVEIRA BORCEM<br />

TELMA SUELI FRAGOSO<br />

THAISE DE NAZARÉ OLIVEIRA MAGALHÃES<br />

VANDA ROSA REIS TAVARES<br />

WALDIR SANCHO DE OLIVEIRA<br />

WÂNIA PERPÉTUA DE JESUS REIS TAVARES


AGRADECIMENTOS<br />

Agradecemos às formadoras Cláudia Cristina de Sousa de Melo,<br />

Rejane Costa dos Reis e Mônica de Nazaré Carvalho, que trabalharam<br />

co<strong>no</strong>sco <strong>no</strong>s polos de Igarapé-Açu, Abaetetuba e Augusto Corrêa,<br />

respectivamente, e foram as grandes incentivadoras dos professores<br />

cursistas na produção de artigos para compor este livro, oportunizando aos<br />

mesmos a possibilidade de expressar suas práticas teórico-metodológicas<br />

<strong>no</strong> traalo com o alu<strong>no</strong> com deficincia


SUMÁRIO<br />

PREFÁCIO ................................................................................................................. 11<br />

APRESENTAÇÃO ...................................................................................................13<br />

INTRODUÇÃO ........................................................................................................15<br />

1 BREVE PANORAMA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO<br />

BRASIL E NO ESTADO DO PARÁ ..................................................................17<br />

2 EXPERIÊNCIAS COMO EDUCADORES DE PESSOAS<br />

COM DEFICIÊNCIA E A CONTRIBUIÇÃO DO CURSO DE<br />

FORMAÇÃO CONTINUADA .............................................................................27<br />

3 O TRABALHO COM EDUCAÇÃO INCLUSIVA EM IGARAPÉ-<br />

AÇU (PA): ESTUDOS DE CASO A PARTIR DA ANAMNESE E<br />

AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA .................................................................71<br />

3.1 O caso Ana Karina: relato de um caso de uma criança com altas<br />

habilidades/superdotação ........................................................................76<br />

3.2 Relato de caso de deficiência visual (cegueira) ..................................80<br />

3.2.1 Planejamento semestral multidisciplinar: língua portuguesa,<br />

matemtica istria geografia cincias arte e educação fsica ............................85<br />

3.2.2 Planejamento para sala multidisciplinar ..........................................................87<br />

4 SUGESTÕES DE MATERIAL DIDÁTICO E UTILIZAÇÃO DE<br />

RECURSOS VINCULADOS À PROPOSTA DE ADAPTAÇÕES<br />

CURRICULARES ...................................................................................................89<br />

4.1 Contas para enfiar ................................................................................89<br />

4.2 Roleta da leitura ..................................................................................93<br />

4.3 Multiplicação em pizza ......................................................................95<br />

4.4 Bingo de formas geométricas .............................................................97<br />

4.5 Vaivém e cartelas ............................................................................... 100<br />

4.6 Toca do ratinho ................................................................................ 102<br />

4.7 Dominó de texturas ........................................................................... 104<br />

4.8 Encaixe divertido .............................................................................. 105<br />

4.9 Jogo de boliche com copos descartáveis: trabalhando a adição ....... 107<br />

4.10 Gavetas de numerais e quantidades ................................................ 109<br />

4.11 Trabalhando com a matemática .......................................................111<br />

4.12 Dominó de retalhos ..........................................................................112<br />

REFERÊNCIAS ....................................................................................................114


PREFÁCIO<br />

A educação inclusiva constitui-se em paradigma educacional<br />

fundamentado na concepção de direitos huma<strong>no</strong>s, que conjuga igualdade<br />

e diferença como valores indissociáveis, e que avança em relação à ideia de<br />

equidade formal ao contextualizar as circunstâncias históricas da produção<br />

da exclusão dentro e fora da escola.<br />

À luz desse pressuposto, na perspectiva inclusiva, a educação especial<br />

é compreendida como modalidade transversal desde a educação infantil à<br />

educação superior. Neste processo são repensadas as práticas educacionais<br />

concebidas a partir de um padrão de estudante, de professor, de currículo e<br />

de gestão redefinindo a organiação das condiçes de infraestrutura escolar<br />

e dos recursos pedagógicos fundamentados na concepção de desenho<br />

universal.<br />

Compreendendo a formação continuada como força motriz <strong>no</strong><br />

processo de construção dos sistemas educacionais inclusivos propese<br />

a formação continuada de professores na educação especial <strong>no</strong> âmbito da<br />

Rede Nacional de Formação ontinuada dos rofissionais do agistrio da<br />

Educação Básica Pública – <strong>RENAFOR</strong>, ancorada nas diretrizes da Política<br />

Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação <strong>Inclusiva</strong>.<br />

Em sintonia com o <strong>no</strong>vo paradigma, a presente obra compartilha a<br />

enriquecedora experiência pedagógica construída durante a implementação<br />

dos cursos de formação continuada ofertados pela Universidade Federal Rural<br />

da Amazônia - UFRA, na área de educação inclusiva, realizados em parceria<br />

com a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e<br />

nclusão do inistrio da Educação EAE<br />

A partir do repensar do fazer pedagógico do professor atuante na sala<br />

de aula, essa publicação apresenta estratégias pedagógicas e metodológicas,<br />

elaboradas pelos professores cursistas, com o intuito de contribuir com<br />

a construção de práticas pedagógicas inclusivas e subsidiar a formação<br />

permanente, com foco <strong>no</strong> desenvolvimento inclusivo dos sistemas de ensi<strong>no</strong>.


Destaca-se, na presente obra, a importância do compartilhamento<br />

das eperincias significativas de formação ratificandose o entendimento<br />

de que a permanente elaboração colaborativa constitui-se em potencial<br />

altamente transformador das práticas e da gestão pedagógica, tanto <strong>no</strong><br />

âmbito da educação básica quanto na educação superior.<br />

Profa. Martinha Clarete Dutra dos Santos<br />

iretora de olticas da Educação EspecialEAE


APRESENTAÇÃO<br />

O livro “Educação <strong>Inclusiva</strong> <strong>no</strong> <strong>RENAFOR</strong>. Nova formação<br />

docente para a reconfiguração da rtica edaggica apresenta<br />

os resultados do trabalho realizado por meio da Rede Nacional de<br />

Formação Continuada – <strong>RENAFOR</strong>-SECADI-MEC em parceria com<br />

a Universidade Federal Rural da Amazônia na realização de cursos na<br />

rea da nclusão igital e de acesso s tec<strong>no</strong>logias assistivas Esta uma<br />

produção pioneira para a UFRA, uma vez que as publicações voltadas<br />

para os deates da educação sica ainda não compem a realidade de<br />

sua produção cientfica portanto uma grata satisfação apresentar uma<br />

ora ue deate discute e reete sore a prtica pedaggica do professor<br />

da escola plica epondo o olar do profissional de educação ue<br />

lauta com pessoas com deficincia e a demonstração da grandiosidade e<br />

valoriação do traalo com esse carter considerando ue são falas sore<br />

a sua vivncia e a contriuição dos cursos para a meloria de sua prtica<br />

pedaggica<br />

A ora pautase <strong>no</strong> carter didtico pedaggico e metodolgico<br />

<strong>no</strong> ue se refere sua utiliação com o plico de desti<strong>no</strong> com contedos<br />

prprios ue estão <strong>no</strong>rteados por teorias ue tm discutido sore a<br />

Educação nclusiva garantindo a ampliação do aprendiado do leitor<br />

ua relevncia incide <strong>no</strong>s aspectos i<strong>no</strong>vadores ue visam contriuição<br />

para o avanço do conhecimento, indicando que o trabalho com pessoas<br />

possuidoras de deficincia algo possvel e ue pode ser etremamente rico<br />

para o professor e, sobretudo, indicando o caminho de que as diferenças<br />

eistem e ue possvel conviver com elas tornando essa convivncia<br />

cada ve mais praerosa e apta produção de conecimentos<br />

rof ueo Numaaa<br />

Reitor da UFRA


INTRODUÇÃO<br />

A discussão sobre a Educação <strong>Inclusiva</strong> tem se constituído como<br />

um desafio para as escolas. O trabalho educacional é tarefa árdua e impõe<br />

uma série de fatores sem os quais não se alcança qualidade. Alguns fatores<br />

que contribuem para essa qualidade são a compreensão do que é educar<br />

e o contexto educacional, assim como de aspectos sociais, políticos,<br />

econômicos, biológicos e culturais. Além da existência de uma estrutura<br />

física e operacional adequada para a realização dos processos educativos<br />

e criação de condições para que o professor se atualize constantemente e<br />

esteja apto a enfrentar os problemas típicos ao trabalho pedagógico.<br />

O Ministério da Educação (MEC), enquanto órgão gestor<br />

das políticas educacionais, por intermédio da Diretora de Políticas de<br />

Educação Especial (DPEE/SECADI), tem implementado políticas que<br />

possibilitam o alcance das demandas supramencionadas. Tais políticas<br />

existem com o sentido de atender o que prescreve a Lei de Diretrizes<br />

e Bases da Educação Nacional (LDB), Nº 9394/96, dispondo quanto à<br />

educação especial em seu capítulo V, art. 58, enquanto “modalidade de<br />

educação escolar, oferecida, preferencialmente, na rede regular de ensi<strong>no</strong><br />

para educandos portadores de necessidades especiais.” A partir da LDB<br />

são criados os mecanismos estratégicos para a execução desta política,<br />

são elas: a aprovação do Decreto 3.298/1999, que dispõe sobre a Política<br />

Nacional para a Integração de Pessoas Portadoras de Deficiência e a<br />

Resolução CNE/CEB Nº 17/2001, que institui as Diretrizes Nacionais<br />

para a educação especial. Estes dois instrumentos de efetivação das <strong>no</strong>rmas<br />

que regulam o tratamento a ser dado à pessoa com deficiência destacam<br />

a importância da formação continuada dos profissionais de educação<br />

que trabalham com este público: “Garantir formação e qualificação de<br />

professores de nível médio e superior para a educação especial, de técnicos<br />

de nível médio e superior especializados na habilitação e reabilitação, e de<br />

instrutores e professores para formação profissional (Brasil, 1999, p. 14)”.<br />

A Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), desde 2011,<br />

tem ofertado em parceria com a Rede Nacional de Formação Continuada<br />

(<strong>RENAFOR</strong>) cursos na área de Inclusão Digital e Recursos de Tec<strong>no</strong>logia<br />

Assistiva, com os cursos “Acessibilidade Digital, Práticas Pedagógicas”


e “Tec<strong>no</strong>lógicas em Educação <strong>Inclusiva</strong>: Atendimento Educacional<br />

Especializado”. Os cursos foram estruturados por meio de uma dinâmica<br />

de funcionamento semipresencial, sendo 20% da carga horária à distância<br />

e 80% presencial. A carga horária destinada à modalidade a distância é<br />

preenchida através da utilização da plataforma moodle, que se constitui<br />

em um ambiente de aprendizagem e que contribui para que os professores<br />

cursistas se apropriem desta estratégia e comecem a utilizar os mecanismos<br />

de aprendizagem que compõem a plataforma. No a<strong>no</strong> de 2012, a UFRA<br />

contou com 13 municípios paraenses (Belém, Capitão Poço, Castanhal,<br />

Augusto Corrêa, Abaetetuba, Igarapé-Açu, Santarém, Dom Eliseu,<br />

Paragominas, Marabá, Tomé-Açu, Salvaterra e Altamira) como polos para<br />

realização do curso.<br />

Apresenta-se, aqui, a descrição do trabalho realizado <strong>no</strong>s<br />

municípios-polos Augusto Corrêa e Igarapé-Açu, onde foi realizado o<br />

curso de Atendimento Educacional Especializado (doravante AEE), e<br />

Abaetetuba, onde se ofertou o curso de práticas pedagógicas. Logo, são<br />

objetivos deste livro: 1) apresentar a contribuição dos cursos de formação<br />

continuada, considerando que a intenção dos cursos é ressignificar o fazer<br />

cotidia<strong>no</strong> do professor atuante na sala de aula; 2) apresentar os resultados<br />

destes cursos e seu significado para a prática; 3) sugerir estratégias<br />

pedagógicas e metodológicas que facilitem o trabalho do profissional<br />

da educação que atua com os portadores de deficiências; e 4) registrar<br />

e divulgar os resultados dos cursos ofertados e de que maneira eles têm<br />

contribuído para a melhoria da educação básica <strong>no</strong> estado do Pará.<br />

O primeiro capítulo apresenta uma breve descrição do pa<strong>no</strong>rama do<br />

trabalho desenvolvido na Educação <strong>Inclusiva</strong>, os registros dos professores<br />

cursistas sobre a contribuição do curso de aperfeiçoamento, bem como<br />

depoimentos sobre a realização do trabalho com Pla<strong>no</strong> de Atendimento<br />

Educacional Individual desenvolvido <strong>no</strong> curso de AEE <strong>no</strong>s municípios de<br />

Igarapé-Açu e Augusto Corrêa. O segundo apresenta algumas sugestões<br />

de materiais didáticos e utilização de recursos que foram elaborados pelos<br />

professores cursistas <strong>no</strong> desenvolvimento das atividades <strong>no</strong> município de<br />

Abaetetuba, visando contribuir para a práxis de outros professores que<br />

atuam na área de Educação Especial.


1<br />

BREVE<br />

PANORAMA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA<br />

NO BRASIL E NO ESTADO DO PARÁ<br />

Ana Lídia C. do Nascimento<br />

Mestre em Planejamento do Desenvolvimento. Prof. Assistente da<br />

UFRA<br />

Edmilson Raimundo Lima de Sousa<br />

Graduação em Psicologia pela UFPA. Pós-Graduação em Educação<br />

Especial (FACEL-PR). Professor em Educação Especial e Inclusão<br />

(COEES-SEDUC).<br />

Breve histórico da inclusão<br />

As práticas da inclusão escolar só começaram a ser pensadas a partir<br />

do século XX, com inquietações que ocorreram <strong>no</strong> mundo inteiro referente<br />

às políticas públicas adotadas <strong>no</strong>s chamados países globais. No artigo<br />

“Caminhos da inclusão: breve histórico”, Abenhaim (2005) mostra que o<br />

fim do sculo passado foi marcado por discusses mundiais em relação<br />

à globalização, já que a interdependência das nações aumentou em várias<br />

dimenses <strong>no</strong>s aspectos econmico cientfico cultural poltico e amiental<br />

Por consequência disso, a aproximação entre os povos foi necessária, mas<br />

eram evidentes as dificuldades de relacionamento diante da diversidade de<br />

pensamento.<br />

iante dessa realidade e uscando minimiar os conitos entre<br />

os povos, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e<br />

Tec<strong>no</strong>logia (UNESCO) determi<strong>no</strong>u a educação como eixo articulador<br />

do desenvolvimento e decidiu assumir como prioridade a universalização


18<br />

EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

da educação básica e uma política de educação para a paz. Os principais<br />

problemas foram encontrados <strong>no</strong>s países em desenvolvimento, como <strong>no</strong><br />

caso do rasil ue as estatsticas apontavam as dificuldades na educação<br />

básica e a baixa qualidade escolar.<br />

em a NEO realiou a primeira ação a fim de deater<br />

esses problemas: a Conferência Mundial sobre Educação para Todos, que<br />

estabeleceu seis metas mundiais para a educação. Entre elas estão a expansão<br />

e melhoria da educação, ampliação da alfabetização de jovens e adultos, e a<br />

garantia de acesso das mi<strong>no</strong>rias sociais à educação primária universal e de<br />

boa qualidade.<br />

Foi ainda a partir deste ponto que o conceito de inclusão começou a<br />

ser tratado na maioria das escolas. Abenhaim (2005) relata os desdobramentos<br />

dessa primeira conferência sobre educação:<br />

A conferência Mundial sobre Educação para Todos<br />

gerou, em <strong>no</strong>vembro de 1991, a conferência Geral da<br />

UNESCO, quando se decidiu convocar uma comissão<br />

internacional encarregada de reetir sore educar<br />

e aprender <strong>no</strong> século XXI. Em março de 1993, um<br />

a<strong>no</strong> e uatro meses depois foi oficialmente criada<br />

a Comissão Internacional sobre Educação para o<br />

Século XXI, presidida por Jacques Delors. Essa<br />

omissão teve a missão de estudar e reetir sore<br />

os desafios para a educação e apresentar sugestes e<br />

recomendações em forma de relatório, para, a partir<br />

dele, serem desenvolvidas as políticas públicas e<br />

as práticas educativas, <strong>no</strong>tadamente <strong>no</strong>s países em<br />

desenvolvimento. (ABENHAIM; p. 40, 41; 2005).<br />

Neste mesmo período – década de 90 – começou um movimento<br />

mundial importante em favor das pessoas com eficincia e Necessidades<br />

Especiais. Era um movimento em que se propunha a inclusão social das<br />

pessoas de uma maneira i<strong>no</strong>vadora, já que, então, não era satisfatória<br />

a tentativa de integração que estava sendo feita nas escolas. Foi com a<br />

intenção de explicitar melhor o tema e efetivar políticas de inclusão para


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

as Pessoas com Necessidades Especiais que representantes de 92 gover<strong>no</strong>s<br />

e 25 organizações internacionais realizaram a Conferência Mundial sobre<br />

Necessidades Educacionais Especiais, na cidade de Salamanca, Espanha,<br />

entre os dias 7 e 10 de junho de 1994.<br />

Se antes as políticas públicas eram voltadas para a segregação e<br />

eclusão das pessoas com eficincia e Necessidades Especiais nesse<br />

momento esses paradigmas são quebrados e se estabelecem <strong>no</strong>vos caminhos<br />

para um outro modelo, que previa o desenvolvimento das potencialidades<br />

dessas pessoas através da inclusão <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> educacional regular. Desse<br />

modo, foi elaborado um importante documento internacional que dava<br />

conta dessas <strong>no</strong>vas diretrizes:<br />

A eclaração de alamanca como ficou sendo <strong>no</strong>meada<br />

essa onferncia ratificava o compromisso com a Educação para odos<br />

e apontava para a necessidade de todas as pessoas, inclusive aquelas com<br />

necessidades educativas especiais, estarem incluídas <strong>no</strong> sistema comum de<br />

educação. (ABENHAIM, p. 42, 2005).<br />

Educação inclusiva <strong>no</strong> Pará<br />

O atendimento educacional a pessoas com eficincia e com<br />

Necessidades Especiais iniciou-se <strong>no</strong> Pará <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s 50, pelas escolas do<br />

poder público e iniciativa privada, com o objetivo de atender pessoas cegas,<br />

surdas e com retardo mental. No Pará, o principal agente de políticas de<br />

desenvolvimento da Educação Especial é a Secretaria Estadual de Educação.<br />

O artigo “A educação <strong>no</strong> Estado do Pará e as perspectivas de inclusão: análise<br />

de uma trajetória histórica”, de Almeida e Tavares Neto (2005), indica que<br />

as primeiras iniciativas da Educação Especial, em Belém do Pará, ocorreram<br />

entre 1953 e 1972.<br />

Em meados da década de 50, foram criados em Belém dois cursos<br />

de especialização ofertados para docentes da rede pública e estadual: o<br />

“Curso de Educação de professores e Inspetor na Educação de Cegos”,<br />

realizado <strong>no</strong> Instituto Benjamin Constant, e “Orientação Psicopedagógica<br />

em eficincia ental realiado na ociedade estaloi do rasil Esse<br />

foi o começo da preocupação com as pessoas com deficincia e necessidades<br />

19


20<br />

EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

especiais, preocupação que deu lugar à ação com a construção de outros<br />

polos de apoio, como a Escola de Cegos <strong>no</strong> Pará e a Escola de Surdos <strong>no</strong><br />

ar assim como maior enfoue para a Educação para eficientes entais<br />

e a criação da Assessoria de Educação Especial.<br />

Em 1955, começou a funcionar a Escola de Cegos do Pará, com o<br />

propósito de oferecer escolaridade de nível primário para as pessoas com<br />

deficincia visual A partir de de outuro de a escola passou a ser<br />

chamada de Escola José Álvares de Azevedo, em homenagem ao primeiro<br />

cego rasileiro ue foi estudar raille na França em foi dado incio<br />

à criação da Escola de Surdos do Pará. O <strong>no</strong>me dado à escola, Professor<br />

Astério de Campos, foi uma homenagem ao professor do Instituto Nacional<br />

de Educação dos Surdos, grande <strong>no</strong>me na educação de surdos do país. Ainda<br />

sem instalaçes prprias a escola passou a funcionar em com duas<br />

salas <strong>no</strong> Grupo Escolar Serra Freire. Logo depois foi vinculada à Secretaria<br />

de Educação do Estado Apenas em foi inaugurada a sede prpria do<br />

instituto e incio foram criados cursos de capacitação para profissionais<br />

na rea especifica de deficincia auditiva e em foi inaugurado o etor<br />

Auditivo, para complementar o atendimento e proporcionar um apoio mais<br />

adequado a essas pessoas.<br />

No ue concerne Educação para os eficientes ntelectuais a<br />

presidente da Sociedade Paraense de Educação, professora Hilda Vieira, em<br />

parceria com outra professora especialiada em educação para deficientes<br />

intelectuais, começou os atendimentos nessa área. Desta forma, tiveram<br />

início o planejamento e a sistematização das atividades.<br />

Posteriormente, a Fundação Pestalozzi do Pará, desligando-se<br />

da Sociedade Paraense de Educação e tornando-se autô<strong>no</strong>ma, recebeu o<br />

<strong>no</strong>me de Escola Lourenço Filho, com atendimento ainda voltado às pessoas<br />

com deficincia intelectual aos moldes do traalo desenvolvido pela<br />

Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e outras entidades<br />

de atendimento especializado conveniadas com a Secretaria Estadual de<br />

Educação.<br />

om o oetivo de minimiar as dificuldades das pessoas com<br />

eficincia e Necessidades Especiais nas escolas de ensi<strong>no</strong> regular foi


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

criada em a Assessoria de Educação Especial tendo por atriuição<br />

coordenar as atividades técnicas e administrativas dos serviços de Educação<br />

Especial <strong>no</strong> Estado do Pará. Em 1971, a Assessoria foi subdividida em<br />

erviço de Educação nas reas de eficincia ental isual e Auditiva<br />

Por conseguinte, em 1972, foi criado o Centro de Educação Especial do<br />

Pará (CEDESP), órgão gerenciador da política desenvolvida <strong>no</strong> Estado<br />

que tinha como base as Diretrizes Nacionais, responsáveis por direcionar<br />

e ampliar as ações da educação especial. Ainda em 1972, os Institutos José<br />

Álvares de Azevedo e Astério de Campos transformaram-se em Unidades<br />

de Ensi<strong>no</strong> Especializado. Tão logo, em 1973, o CEDESP deu início ao<br />

processo de interiorização da Educação Especial, com o intuito de levar<br />

esses benefícios aos demais municípios do Pará. Assim, deu-se a criação das<br />

Unidades Especializadas (UEES) de Santarém (José Tadeu Bastos), Santa<br />

Izabel do Pará (Geovanni Emmi), Santo Antonio do Tauá (Marli Almeida<br />

Fontenelle) e as UEES de Abaetetuba e de Icoaraci, dentre outros serviços<br />

especializados <strong>no</strong>s demais municípios. Em Belém, também foi criada a<br />

Unidade Técnica Yolanda Martins e Silva, em 1979, com o atendimento<br />

voltado ao treinamento profissional de alu<strong>no</strong>s com deficincia intelectual<br />

Em 1980, o Ministério da Educação elaborou um pla<strong>no</strong><br />

de<strong>no</strong>minado “Educação Especial – Nova Proposta”, que apresentava<br />

propostas de <strong>no</strong>rteamento para a Educação Especial <strong>no</strong> âmbito da<br />

participação <strong>no</strong>rmaliação interioriação e simplificação assim como<br />

estabelecia diretrizes básicas para o encaminhamento político da Educação<br />

Especial. Neste momento, o CEDESP direcio<strong>no</strong>u suas forças <strong>no</strong> sentido<br />

de concretizar esses princípios, facilitando a participação desse segmento da<br />

sociedade <strong>no</strong>s programas realizados pelo órgão. A partir de 1989, o Centro<br />

de Educação Especial passara a se chamar de Departamento de Educação<br />

Especial (DEES), vinculado à Secretaria de Estado de Educação, atuando<br />

na coordenação de todos os serviços da Educação Especial, como classes<br />

especiais e/ou unidades especializadas.<br />

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22<br />

EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

educação especial e as inuências do paradigma da inclusão<br />

O a<strong>no</strong> de 1990 inicia com mudanças <strong>no</strong> Estado do Pará. O DEES<br />

elege <strong>no</strong>vas prioridades: descentralização e interiorização dos serviços,<br />

elaboração de uma política integrada e a busca por um referencial teórico<br />

e metodológico que subsidiasse o atendimento de todos os programas<br />

educacionais. Em decorrência disto, foi formado o grupo de currículo<br />

do EE composto por profissionais da rea e representantes de cada<br />

categoria de deficincia e necessidades especiais O oetivo do grupo era<br />

analisar o currículo e as metodologias existentes e propor alternativas de<br />

atuação.<br />

Em 1994, com a Declaração de Salamanca (Espanha), o DEES<br />

passou a promover a reestruturação de suas atividades com vistas a se<br />

adequar ao <strong>no</strong>vo e emergente paradigma de inclusão com ações na área<br />

de Avaliação e iagnstico formando tamm <strong>no</strong>vos profissionais para<br />

atuação nas escolas regulares.<br />

A partir de o EEE passou a financiar açes<br />

voltadas para a construção de uma escola inclusiva, desenvolvendo ações<br />

como formaçãocapacitação de profissionais da educação auisição de<br />

material didático e elaboração de estudos e pesquisas em educação especial,<br />

além da publicação de materiais informativos. Desde então iniciou-se o<br />

processo de inclusão educacional <strong>no</strong> município de Belém. No a<strong>no</strong> de<br />

2004, com a reestruturação do orga<strong>no</strong>grama da SEDUC, o DEES passou<br />

a se chamar Coordenadoria de Educação Especial (COEES). De 2004 a<br />

em parceria com o EEE foram criados respectivamente<br />

o entro de apacitação de rofissionais da Educação e Atendimento <br />

Pessoa com Surdez (CAS) e o Núcleo de Atividades de Altas Habilidades<br />

e Superdotação (NAAHS), voltado ao atendimento de alu<strong>no</strong>s com altas<br />

habilidades e superdotados e que atende, desde 1989, com um programa<br />

para superdotados.<br />

Com o advento, em 2008, da Política Nacional de Educação Especial<br />

na Perspectiva da Inclusão, que implementou o Atendimento Educacional<br />

Especialiado AEE para alu<strong>no</strong>s com deficincia transtor<strong>no</strong>s gloais


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

do desenvolvimento e altas habilidades / superdotados, é que foi criado<br />

o Núcleo de Atendimento Educacional Especializado aos Transtor<strong>no</strong>s<br />

Globais do Desenvolvimento (NATEE), com o apoio da SEDUC/COEES<br />

e que atende alu<strong>no</strong>s Autistas desde 1989 com o Programa de Distúrbios<br />

de onduta e Atendimento sicopedaggico Em foi oficialiado o<br />

Núcleo de Atendimento Educacional Hospitalar e Domiciliar Especializado<br />

(NAEHDES), iniciativa que já vinha atendendo <strong>no</strong> Hospital Ophir Loyola<br />

desde 2003. Também em 2011 foi criado pela COEES o Laboratório de<br />

Pesquisas Educacionais para a Diversidade e Inclusão (LAPEDI), que<br />

deu continuidade aos serviços do Laboratório de Pesquisas em Educação<br />

Especial, setor da COEES que organizou o I Seminário Sobre Experiências<br />

de Inclusão Social e Educacional em Necessidades Especiais. Em 2012, o<br />

LAPEDI promoveu ações comemorativas alusivas aos 40 a<strong>no</strong>s da COEES.<br />

Essas ações propagavam uma política efetiva de educação inclusiva na<br />

Região Metropolitana de Belém e demais municípios do estado e tentavam<br />

sensibilizar diretores de diversas escolas quanto à importância da inclusão<br />

educacional e social.<br />

Ainda em 2011, com a reestruturação do MEC/SEESP, que passou a<br />

ser Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão<br />

(MEC/SECADI), composta pela Diretoria de Políticas, Alfabetização e<br />

Educação de Jovens e Adultos (responsável pela alfabetização e pela EJA),<br />

Diretoria de Políticas de Direitos Huma<strong>no</strong>s e Cidadania (educação em Direitos<br />

Huma<strong>no</strong>s, Educação Ambiental e Acompanhamento da Inclusão Escolar),<br />

Diretoria de Políticas de Educação do Campo e Diversidade (Educação do<br />

Campo, Educação Indígena, Educação para as Relações Etnicorraciais),<br />

e pela Diretoria de Políticas de Educação Especial para Estudantes com<br />

eficincia ranstor<strong>no</strong>s loais do esenvolvimento e Altas ailidades<br />

Superdotação. Com a criação e implantação desta última diretoria percebese<br />

uma abertura para implementação de ações institucionais direcionadas à<br />

Educação Especial entro dessa <strong>no</strong>va configuração a FRA de maneira<br />

i<strong>no</strong>vadora e visando contribuir com a implementação da política de inclusão<br />

<strong>no</strong> cenrio amanico vem promovendo oportunidades de reeão e<br />

implementação da política de acessibilidade, oferecendo, desde 2011, em<br />

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EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

parceria com a Rede Nacional de Formação Continuada (<strong>RENAFOR</strong>),<br />

COEES/Secretaria de Estado de Educação e Secretarias Municipais de<br />

Educação, cursos na área da Inclusão Digital e de acesso às tec<strong>no</strong>logias<br />

assistivas. São eles: Práticas Pedagógicas e Tec<strong>no</strong>lógicas em Educação<br />

<strong>Inclusiva</strong>, Atendimento Educacional Especializado (AEE) e Acessibilidade<br />

Digital. Esses cursos têm como público-alvo os professores que trabalham<br />

com alu<strong>no</strong>s deficientes mas tamm oportunia aos mesmos um <strong>no</strong>vo<br />

olar ueles ue aparentemente não possuem deficincia<br />

egundo antoan a inclusão impe uma mudança de atitude<br />

educacional pois não se limita ueles ue apresentam deficincias mas se<br />

estende a ualuer alu<strong>no</strong> ue manifeste dificuldades na escola alcançando<br />

inclusive os professores e demais profissionais envolvidos <strong>no</strong> processo e<br />

contribuindo para o seu crescimento e desenvolvimento. Os professores<br />

que fazem o curso trabalham em Salas de Recursos Multifuncionais (SMF),<br />

bem como com os que atuam em classe regular.<br />

O movimento de inclusão de alu<strong>no</strong>s com deficincia e necessidades<br />

educacionais especiais <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> regular tem sido um movimento crescente<br />

na educação Ainda de acordo com antoan esse modelo de<br />

inclusão é um processo que se baseia, fundamentalmente, <strong>no</strong> modelo<br />

social da deficincia ue prescreve o entendimento da deficincia como<br />

parte da composição de um mosaico social, enfatiza a relação sujeito/<br />

meio e usca dados significativos ue contriuam para o planeamento e a<br />

implementação de programas educacionais eficaes A meta desse processo<br />

é não deixar ninguém de fora do sistema escolar; e este deverá adaptarse<br />

às particularidades de todos os alu<strong>no</strong>s para concretizar a metáfora do<br />

caleidoscópio – pois, “se retiram pedaços dele (caleidoscópio), o desenho se<br />

torna me<strong>no</strong>s compleo me<strong>no</strong>s rico ANOAN <br />

É importante partir do princípio de que a inclusão de todos, na<br />

escola independentemente de seu talento ou de sua deficincia revestese<br />

em benefícios para os alu<strong>no</strong>s, para os professores e para a sociedade em geral.<br />

O contato das crianças entre si reforça atitudes positivas, sensibilizandoas,<br />

tornando-as mais compreensivas, ensinando-as a respeitar as diferenças<br />

e a amadurecer odas as crianças sem distinção podem eneficiarse das<br />

24


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

experiências obtidas <strong>no</strong> ambiente educacional. Elas aprendem como atuar e<br />

interagir com os seus pares <strong>no</strong> mundo “real”.<br />

Do mesmo modo, o benefício maior para os professores é a<br />

coparticipação na transformação da escola, através do apoio mútuo e do<br />

aprimoramento das ailidades profissionais As vantagens e enefcios<br />

desse trabalho de inserção podem ser observados através do enriquecimento<br />

e desenvolvimento do ambiente escolar e de todos que dele fazem parte.<br />

Para considerar uma proposta de escola inclusiva, é preciso pensar<br />

como os professores devem ser efetivamente capacitados para transformar<br />

sua prática educativa. A política de inclusão escolar, diferentemente da<br />

política de integração, coloca a responsabilidade da adaptação na escola<br />

não <strong>no</strong> alu<strong>no</strong>, o que implica um total remanejamento e reestruturação<br />

da dinâmica da escola para atender a todos, sem distinção. Na escola<br />

inclusiva, deve haver planejamento individualizado e suporte na Sala de<br />

Recursos Multifuncional, onde é realizado o Atendimento Educacional<br />

Especializado (AEE).<br />

Mantoan (1987, 1991), defende a inclusão total, de forma irrestrita,<br />

para todos: “é preciso respeitar os educandos em sua individualidade para<br />

não condenar uma parte deles ao fracasso e às categorias especiais de<br />

ensi<strong>no</strong>”. Assim, defende-se uma educação mais justa, objetivando uma<br />

pedagogia concentrada <strong>no</strong> alu<strong>no</strong>, baseada em suas habilidades, e não em<br />

suas deficincias e ue incorpore conceitos como interdisciplinaridade<br />

individualização, colaboração e conscientização/sensibilização, facilitando<br />

a inserção dos alu<strong>no</strong>s que apresentem necessidades especiais na escola e<br />

configurando uma eperincia positiva para todos<br />

As escolas ue ainda não estão atendendo alu<strong>no</strong>s com deficincia<br />

em suas turmas de ensi<strong>no</strong> regular se ustificam na maioria das vees com<br />

o despreparo dos seus professores para esse fim Eistem tamm as ue<br />

questionam os benefícios que esses alu<strong>no</strong>s poderão tirar da <strong>no</strong>va situação,<br />

especialmente os casos mais graves, pois estes não teriam condições<br />

de acompanhar os avanços dos demais colegas e seriam ainda mais<br />

marginalizados e discriminados do que nas classes e escolas especiais.<br />

25


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

Em sistemas educacionais inclusivos, que preparam os alu<strong>no</strong>s para<br />

a cidadania e visam o seu ple<strong>no</strong> desenvolvimento huma<strong>no</strong>, como quer a<br />

onstituição Federal art os alu<strong>no</strong>s com deficincias não precisariam e<br />

não deveriam estar mais fora das classes comuns das escolas de ensi<strong>no</strong> regular<br />

de Educação Básica e Ensi<strong>no</strong> Superior. Assim sendo, <strong>no</strong> intuito de entender<br />

melhor o que a inclusão representa na educação escolar de todo e qualquer<br />

alu<strong>no</strong> especialmente para os ue tm deficincias preciso esclarecer o ue<br />

as escolas comuns que adotam o paradigma inclusivo defendem e priorizam.<br />

Assim, iniciativas como a da Universidade Federal Rural da Amazônia, em<br />

parceria com outros etores da ociedade são relevantes pois configuram<br />

um grande avanço que visa universalizar o acesso, a permanência e o<br />

prosseguimento da escolaridade a todos os estudantes.


2<br />

EXPERIÊNCIAS<br />

COMO EDUCADORES DE<br />

PESSOAS COM DEFICIÊNCIA E A CONTRIBUIÇÃO<br />

DO CURSO DE FORMAÇÃO CONTINUADA<br />

Percebo a cada dia que sou capaz de vencer, não apenas<br />

pelas minhas próprias forças, mas com ajuda de Deus<br />

primeiramente e com todos de minha família que não<br />

me viram como doente e sim como um ser que poderia<br />

alcançar seu sonho apesar de minhas limitações; eles são<br />

minha audição e eu sou deles o prêmio da experiência.<br />

Fico feliz em compartilhar meu exemplo de vida com<br />

outras pessoas.<br />

Leiliane Santos Ferreira<br />

eficiente auditiva<br />

Adriana Ferreira de Sousa<br />

Graduada em Letras, especialista em Gestão e Docência do Ensi<strong>no</strong> Superior.<br />

Profª. da Rede Municipal de Augusto Corrêa.<br />

Relatar minha experiência como professora da Sala de Recurso<br />

ultifuncional R me fa voltar <strong>no</strong> tempo e lemrar ue convivi durante<br />

toda minha vida com três pessoas muito especiais que marcaram minha<br />

traetria profissional ou fila de uma ecelente muler professora criativa<br />

e um pai maraviloso contador de istrias pai de uatro filos um deles<br />

deficiente auditivo: a segunda fila camada eiliane mas conecida por<br />

todos como Leila. Minha irmã, até ter <strong>no</strong>ve a<strong>no</strong>s, não frequentou a sala de


28<br />

EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

aula em virtude do despreparo dos professores. Porém, devido à insistência<br />

da aluna para ir à escola, sua mãe, como educadora, tomou a decisão de<br />

alfabetizá-la matriculando-a na turma em que lecionava.<br />

A menina inicialmente se comunicava por meio de desenhos, gestos<br />

e leitura labial, fatores importantes, como relatado pela mãe-professora, para<br />

o início de sua aprendizagem.<br />

A mãe criava recursos visuais variados para ajudar na alfabetização<br />

de sua fila: as letras eram sempre apresentadas com dese<strong>no</strong>s e istrias<br />

criadas por ela para melhor assimilação do conteúdo, tanto pelos outros<br />

alu<strong>no</strong>s da turma quanto por Leila. Ela avançou muito rápido e surpreendeu<br />

a todos da escola. Aprendeu a ler com rapidez, a aluna era fascinada por<br />

leitura; amava ler, principalmente jornal. Com método bastante lúdico, sua<br />

mãe lhe ajudou a desenvolver a fala.<br />

Após a alfabetização da aluna, os professores, orientados pela mãe<br />

da Leila, receberam-na e surpreenderam-se com sua inteligência. Sua terceira<br />

irmã desenista nata ue usava suas ailidades para audar a irmã deficiente<br />

por estar na mesma série, foi orientada por sua mãe a acompanhá-la em sala<br />

de aula. O que muito chamou a atenção dos professores que a recebiam<br />

foi o fato da deficincia não atrapalar na leitura e compreensão de tetos<br />

apesar de mais da metade de sua audição ser totalmente comprometida.<br />

Eles atribuíam esse fator à excelente alfabetização que a aluna recebeu e à<br />

paixão pela leitura, além das histórias que seu pai lhe contava.<br />

A aluna Leila termi<strong>no</strong>u o Ensi<strong>no</strong> Fundamental e Médio e foi morar<br />

comigo Adriana, atual professora da sala de recurso, que residia <strong>no</strong> Amapá<br />

há alguns a<strong>no</strong>s. Conhecedora da habilidade de minha irmã lhe inscrevi <strong>no</strong><br />

processo seletivo da escola ndido ortinari escola de Arte do Amap Ela<br />

passou, e hoje cursa o sétimo semestre do curso. Inscrevi-lhe ainda <strong>no</strong> Exame<br />

Nacional do Ensi<strong>no</strong> dio ENE e <strong>no</strong> processo seletivo da niversidade<br />

Federal do Amap NFA <strong>no</strong> curso de Artes isuais aps a inscrição<br />

comecei a lhe ensinar técnicas de redação em casa e, para minha surpresa, ela<br />

tirou cem pontos na redação do ENEM, além de passar em oitavo lugar <strong>no</strong><br />

vestiular da NFA valido ressaltar ue eila ga<strong>no</strong>u um concurso de<br />

coreografia e teve seus dese<strong>no</strong>s epostos em uma emissora de tv local<br />

Faer mina irmã encarar esses desafios não foi fcil pois ela<br />

afirmava ue não seria capa de passar em nenuma dessas provas


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

reeo talve por ver o seu so<strong>no</strong> frustrado uando pediu a mim ue<br />

lhe inscrevesse <strong>no</strong> processo seletivo de uma determinada escola de língua<br />

estrangeira do Amapá. Convicta de que tirou a pontuação necessária para<br />

passar, entristeceu-se ao saber pelos funcionários que não poderia estudar<br />

na instituição por não aver profissionais preparados para le acompanar<br />

nas aulas. Daquele dia em diante, a jovem decidiu não fazer mais nenhuma<br />

prova se inscrevendo como deficiente isso <strong>no</strong>s surpreendeu mais ainda<br />

ao sabermos de sua colocação em outros exames. Esta experiência foi o<br />

principal incentivo para eu trabalhar com esse público.<br />

Concluída minha Graduação em Letras, Pós-Graduação em Gestão<br />

e Docência do Ensi<strong>no</strong> Superior e um curso em Libras, retornei ao Município<br />

de Augusto orra especificamente ila de erimirim onde nasci A<br />

escola da vila recebeu recursos do gover<strong>no</strong> para implantação da SRM, mas<br />

não avia profissionais ualificados para eecutar o traalar omo tina<br />

um curso em educação especial, os gestores me viram como a pessoa ideal<br />

para assumir tal função importante ressaltar ue os gestores dessa escola<br />

são minha mãe, grande defensora da inclusão, e meu irmão, desenhista e<br />

poeta que desenvolve excelentes projetos na comunidade – ele, inclusive, é o<br />

melhor amigo de Leila; os dois costumavam descer à praia que se avizinhava<br />

à <strong>no</strong>ssa casa toda manhã para desenhar na areia.<br />

A princpio encarei a proposta como um grande desafio e temi não<br />

saber atender a esses alu<strong>no</strong>s, mas com a experiência que já tinha, aceitei a<br />

proposta li os fascculos enviados escola sore as deficincias solicitei o<br />

número de alu<strong>no</strong>s que a escola atendia e qual o público. Com os dados em<br />

mãos procurei conhecer e conversar com os professores, alu<strong>no</strong>s e famílias<br />

dos mesmos; só a partir dessas informações é que dei início ao atendimento,<br />

porém as dúvidas ainda persistiam. As coordenadoras do projeto, satisfeitas<br />

com meu trabalho, informaram-me sobre o curso do <strong>RENAFOR</strong>. Confesso<br />

ue fiuei astante animada com a ideia de conecer mais o proeto e poder<br />

ajudar a escola, a comunidade e principalmente os alu<strong>no</strong>s, mostrando a<br />

eles ue suas deficincias não os impediriam de conuistar o seu espaço<br />

na sociedade. No entanto, iniciaria o mestrado em julho fora do país, mês<br />

em que o curso do <strong>RENAFOR</strong> teria seu início. A princípio relutei, mas vi<br />

29


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

em cada alu<strong>no</strong> a mesma força de vencer que a jovem Leila tem, o desejo de<br />

ter seu sonho reconhecido pela sociedade. Mas como poderia ajudá-los se<br />

pouco sabia sobre esse público? Desisti do mestrado e resolvi fazer o curso<br />

para motivar meus alu<strong>no</strong>s.<br />

As teorias repassadas <strong>no</strong> curso legitimavam minha prática e<br />

traziam <strong>no</strong>vos conhecimentos sobre a SRM. Além disso, permitiu que <strong>no</strong>s<br />

tornássemos defensores ainda mais ferrenhos da inclusão, uma vez que os<br />

relatos dos professores demonstravam que os alu<strong>no</strong>s eram, sim, capazes<br />

de se desenvolver. A cada aula, os relatos dos professores me inspiravam a<br />

repensar meu ofcio pois o curso traalou <strong>no</strong>ssas dificuldades atravs dos<br />

diálogos em sala, mostrando-<strong>no</strong>s metodologias adequadas para esse tipo de<br />

prática educacional. Finalizei o curso com orgulho, convicta do potencial<br />

dos meus alu<strong>no</strong>s e que o trabalho conjunto entre escola, comunidade e<br />

família faz toda diferença. A professora do curso expôs o conteúdo com<br />

maestria ao apresentar os fascículos de forma dinâmica e com seriedade, seu<br />

exemplo <strong>no</strong>s enriqueceu e <strong>no</strong>s deixou com vontade de darmos continuidade<br />

à <strong>no</strong>ssa própria formação e enfrentarmos ideias contrárias à inclusão.<br />

Como professora defensora da inclusão, termi<strong>no</strong> esse relato dizendo<br />

que reformulei algumas concepções, analisei paradigmas que a sociedade<br />

<strong>no</strong>s impõe e, com meu exemplo de vida, desejo que os leitores dessa<br />

experiência percebam que o trabalho conjunto faz toda diferença. A jovem<br />

Leila venceu muitas barreiras impostas pelo preconceito com ajuda de todos<br />

da família, e tem convicção que há muito mais a enfrentar, pois é senso<br />

comum acreditar que pessoas com necessidades especiais não tem nenhum<br />

potencial a ser desenvolvido. Com exemplos vivos podemos mudar esse<br />

uadro e com ousadia conuistar o reconecimento dos deficientes ue<br />

têm suas limitações, mas que também têm capacidades e potencialidades.<br />

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EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

Andréa Maria Ferreira de Oliveira<br />

Graduada em História. Profª da Rede Municipal de Augusto Corrêa.<br />

Meu <strong>no</strong>me é Andréa, moro em Augusto Corrêa há 43 a<strong>no</strong>s,<br />

professora há 20 a<strong>no</strong>s <strong>no</strong>s municípios de Bragança, Tracuateua e Augusto<br />

Corrêa. Sou formada em magistério, Graduada em História, especialista<br />

em Neuropsicopedagogia e em Libras. Também sou Intérprete de Libras<br />

e mestranda em Ciências da Educação.<br />

niciei minas atividades com alu<strong>no</strong>s portadores de deficincia<br />

em um centro de atendimento educacional especializado <strong>no</strong> município de<br />

Augusto orra a<strong>no</strong> de No primeiro dia de aula senti muita dificuldade<br />

em me comunicar com a turma, interagir, e até mesmo em repassar as<br />

atividades pois cada alu<strong>no</strong> tina suas especificidades e limitaçes ercei<br />

então, que aqueles alu<strong>no</strong>s precisavam de algo diferente para superar todas<br />

as dificuldades ue <strong>no</strong>s envolviam iante das oservaçes feitas <strong>no</strong><br />

decorrer das aulas percei ue a dificuldade maior era a de ensinar esses<br />

alu<strong>no</strong>s, pois eu estava perdida e não me sentia preparada para atender suas<br />

necessidades; então analisei o caso e logo comuniquei à direção do centro<br />

que eu iria me capacitar. Procurei fazer vários cursos de aperfeiçoamento<br />

voltados à Libras e ao método Braille.<br />

Após três a<strong>no</strong>s de capacitação na área da educação especial me<br />

senti mais segura para ensinar alu<strong>no</strong>s com deficincia No a<strong>no</strong> de <br />

fui contratada pelo Gover<strong>no</strong> do Estado para trabalhar em uma sala de<br />

recursos multifuncionais <strong>no</strong> município de Augusto Corrêa. Confesso que<br />

foi a eperincia mais emocionante da mina vida pessoal e profissional<br />

Atualmente me sinto uma educadora realizada por ver resultados positivos<br />

alcançados pela minha força de vontade de vencer e buscar conhecimentos<br />

que me mantêm forte e feliz por fazer parte das lutas e conquistas <strong>no</strong><br />

processo educacional e até mesmo pessoal desses alu<strong>no</strong>s especiais em<br />

minha vida.<br />

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EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

O curso foi para mim um tesouro que possibilitou a preparação<br />

necessria para atuar <strong>no</strong> Atendimento Educacional Especialiado AEE<br />

tornando-me uma protagonista responsável pelo processo educacional e<br />

pessoal dos alu<strong>no</strong>s atendidos pelo AEE Este curso me fe reetir sore<br />

todos os benefícios que ganhei enquanto educadora compromissada com<br />

a vida educacional e pessoal dos alu<strong>no</strong>s com deficincia e tamm com a<br />

família, que é a maior aliada da escola. Gostaria de agradecer à professora<br />

Mônica Carvalho, que <strong>no</strong>s passou conhecimentos com muita propriedade<br />

e responsabilidade.<br />

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EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

Antonio Hélio da Cunha Figueiredo<br />

Graduado em Pedagogia. Coordenador pedagógico do município de<br />

Tracuateua.<br />

Chamo-me Antônio Hélio da Cunha Figueiredo, sou formado em<br />

pedagogia e exerço a função de Coordenador Pedagógico <strong>no</strong> município<br />

de Tracuateua. Tenho um semestre de exercício e, <strong>no</strong> polo onde trabalho,<br />

deparei-me com alguns casos de alu<strong>no</strong>s que pertenceram ao público alvo<br />

do AEE o ue representou um grande desafio <strong>no</strong> eerccio de mina<br />

função.<br />

Assim que fui informado do curso, cuidei de fazer minha inscrição<br />

para concorrer a uma vaga. Por felicidade do desti<strong>no</strong> fui contemplado e,<br />

ao chegar ao curso, logo na primeira aula, observei algo muito <strong>no</strong>vo para<br />

a minha formação. Esta primeira aula tratava sobre a organização da Sala<br />

de Recurso ultifuncional R eu at então não estava familiariado<br />

com essa <strong>no</strong>menclatura. Ao orientar sobre essa organização da SRM,<br />

a professora passou a falar sobre as atribuições e procedimentos do<br />

profissional ue atende as crianças em um espaço tão importante para o<br />

desenvolvimento educacional e social delas. Aos poucos fui me encontrando<br />

e me apaixonando por essa modalidade da educação. As aulas eram bastante<br />

dinâmicas e <strong>no</strong>s apresentavam situações reais da Educação Especial. Com<br />

esse caráter prático, teve-se bastante suporte para proporcionar uma<br />

maturidade na avaliação dos casos e os procedimentos necessários para um<br />

adequado atendimento ao público alvo da Sala de Recursos.<br />

m fator ue contriuiu muito para o ito das atividades foi o<br />

fato de vários cursistas já possuírem experiências em SRM. Em suma, o<br />

curso proporcio<strong>no</strong>u um estudo teórico em conjunto com os exemplos<br />

vivenciados na prtica desses profissionais <strong>no</strong> então papel de alu<strong>no</strong>s om<br />

isso, não só <strong>no</strong> momento da aula propriamente dita, mas até nas conversas<br />

paralelas, em momentos de intervalo, se tinha oportunidade de adquirir<br />

aprendizado acerca do assunto, haja vista a relevante vivência destes com<br />

o AEE.<br />

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EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

Tive a oportunidade de estudar diversos casos, cada um com<br />

sua peculiaridade <strong>no</strong> ue di respeito s deficincias e as formas de<br />

lidar com as mesmas. Confesso que me via, muitas vezes, dividindo o<br />

espaço com a insegurança e, nas mais variadas situações, pude detectar<br />

um complemento a mais na aprendizagem para que pudesse, a partir de<br />

então, ter suporte para a realização do meu trabalho com alu<strong>no</strong>s que se<br />

enquadram <strong>no</strong>s referidos casos. A professora que ministrou o curso é um<br />

exemplo de que algumas limitações não são motivos de estagnação, e é<br />

baseado neste pensamento que vejo a grande relevância deste curso para<br />

a mina vida profissional uando me deparar com os casos eistentes<br />

em meu polo de trabalho, certamente não vou cair em desespero, como<br />

outrora acontecia com etrema constncia fato ue não saio desta<br />

etapa como especialista em AEE, entretanto, vejo-me com uma gama de<br />

conhecimento que servirá não somente para o exercício de minha função,<br />

mas para a minha vida.<br />

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EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

Antônio Hélio Lima do Nascimento<br />

Profº. da Rede Municipal de Augusto Corrêa. Possui apenas o ensi<strong>no</strong> médio.<br />

Ao fazer a retrospectiva sobre os momentos de discussões e<br />

debates, pesquisas, estudos, seminários, interação entre professor e<br />

alu<strong>no</strong>s <strong>no</strong>s trabalhos de classe realizados na sala de aula <strong>no</strong> curso do AEE<br />

foi possível compreender, entre outros fatores, que ao longo do tempo<br />

sempre ouve grandes conitos de pensamentos e ideias na sociedade em<br />

que vivemos. E isto causou muitas mudanças em <strong>no</strong>sso meio, por conta<br />

das <strong>no</strong>ssas diferenças de ser, de pensar, agir e se posicionar em virtude da<br />

<strong>no</strong>ssa vivência e conivência com o outro <strong>no</strong> meio social.<br />

Sendo assim, a escola, enquanto instituição educacional inserida<br />

nesse amiente de constantes transformaçes tamm se modificou ao<br />

longo de sua história principalmente acerca de suas concepções de ensi<strong>no</strong><br />

aprendiagem ue outrora eram ecludentes com o sueito deficiente<br />

Nos dias de oe demonstramse avanços importantes e significativos<br />

em relação a esse público devido à evolução e compreensão de <strong>no</strong>vas<br />

perspectivas de ensi<strong>no</strong> E portanto o padrão definido sore certas atitudes<br />

e metodologias didáticas tradicionais já não é bem vindo à atualidade e,<br />

muito me<strong>no</strong>s, utilizadas pelos professores, que adotam <strong>no</strong>vos métodos de<br />

educar através das tec<strong>no</strong>logias, atividades e recursos lúdicos.<br />

A partir dessas reees e anlises não dvida de ue por um<br />

longo período da <strong>no</strong>ssa história foi sustentado fortemente o entendimento<br />

de ue alu<strong>no</strong>s deficientes deveriam estudar em salas de aula separadas<br />

próprias para as suas necessidades educativas, excluídos por “todos’’ por<br />

não se enquadrarem nas exigências estabelecidas pela política de ensi<strong>no</strong> do<br />

seu tempo, sem oportunidade de contato e interação com aqueles que não<br />

tinham “problemas”.<br />

Hoje vivemos em <strong>no</strong>vos tempos, num contexto social histórico<br />

diferente, e sabe-se que a escola tem se posicionado contrariamente <strong>no</strong><br />

ue di respeito marginaliação de alu<strong>no</strong>s com deficincia na escola<br />

35


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

regular. Mesmo não tendo apoio necessário de entidades governamentais,<br />

a escola tem tentado, com muito esforço, juntamente com seus professores<br />

e demais funcionários, se ajustar diante de circunstâncias dessa natureza<br />

para não correr o risco de cometer injustiças que ponham à margem o seu<br />

alunado, principalmente os com necessidades especiais.<br />

A questão da inclusão é muito debatida. E, por certo, falta muito<br />

para nós alcançarmos condições ideais para a educação inclusiva em<br />

<strong>no</strong>sso país, visto que não basta apenas a criação de leis e decretos ou a<br />

escola matricular alu<strong>no</strong>s com deficincia ara ue sea de fato realiada<br />

a verdadeira inclusão, temos que <strong>no</strong> mínimo atender às necessidades<br />

básicas educacionais desses discentes; porém, infelizmente, ainda não há<br />

professores e escolas totalmente preparadas para receber essa demanda,<br />

principalmente por conta do descaso das políticas públicas.<br />

Sendo assim, falta capacitação ao educador, adequação do espaço<br />

físico e recursos metodológicos que atendam às necessidades, por<br />

exemplo, de discentes de cadeira de rodas, cegos, surdos e demais casos.<br />

ão muitos os entraves ue impossiilitam o profissional de realiar um<br />

traalo satisfatrio com alu<strong>no</strong>s deficientes ortanto ao ter realiado<br />

como professor-alu<strong>no</strong>, as etapas deste curso de formação coordenado<br />

pela FRA <strong>no</strong> municpio de Augusto orra <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de conclu ue<br />

este curso de educação inclusiva foi muito importante e será muito válido<br />

e gratificante para o enriuecimento dos meus conecimentos e certa<br />

forma, esse estudo ajudará bastante <strong>no</strong> meu ofício, pois, inúmeras vezes,<br />

deparei-me com casos de alu<strong>no</strong>s com necessidades especiais em turmas do<br />

ensi<strong>no</strong> regular e observei que a ausência de conhecimento técnico e teórico<br />

sempre me impediu de desempenar um traalo eficiente onfesso ue<br />

há muito almejava um curso como este, e espero outra oportunidade como<br />

esta para o aprimoramento de minha formação enquanto docente atuante<br />

<strong>no</strong> Atendimento Educacional Especializado.<br />

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EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

Camila Silvana Farias da Silva<br />

Graduanda em Pedagogia. Profª. da Rede Municipal de Augusto Corrêa.<br />

uando eu era criança gostava de rincar de escola Ao terminar o<br />

ensi<strong>no</strong> fundamental já sabia que queria cursar o ensi<strong>no</strong> <strong>no</strong>rmal para lecionar<br />

de 1ª a 4ª série. Hoje faço Graduação em Pedagogia. Em 2005, concluí<br />

o ensi<strong>no</strong> <strong>no</strong>rmal e <strong>no</strong> mesmo a<strong>no</strong> comecei a trabalhar como professora<br />

auxiliar <strong>no</strong> município de Augusto Corrêa. No a<strong>no</strong> de 2006, assumi uma<br />

turma de srie ue arigava trs crianças com deficincia auditiva e foi<br />

uma experiência muito boa. Inicialmente <strong>no</strong>s comunicávamos através de<br />

bilhetes, elas não faziam leitura labial e traziam alguns sinais de casa que<br />

eu não conseguia acompanhar; na época, eu estava começando a estudar<br />

a linguagem de sinais para entendlas No final do a<strong>no</strong> de conclu o<br />

curso de libras.<br />

Estive ausente da sala de aula por quatro a<strong>no</strong>s, retornei em<br />

2011para trabalhar com turmas do 5º ao 9º a<strong>no</strong> na escola Matilde Teixeira<br />

de Assis. Em 2012, assumi a turma do 3º a<strong>no</strong> também na escola Matilde<br />

eieira e dentre os alu<strong>no</strong>s est arissa ue apresenta deficincia mltipla<br />

comprovada por laudo mdico uma situação muito <strong>no</strong>va e delicada para<br />

mim; a aluna, <strong>no</strong> entanto, é muito carinhosa e parceira <strong>no</strong> momento das<br />

atividades.<br />

O curso de AEE veio <strong>no</strong>s proporcionar uma <strong>no</strong>va dinâmica de<br />

traalo dentro do campo da educação especial vlido elencar ue o<br />

AEE é uma formação para toda a vida, porém temos que <strong>no</strong>s dedicar e fazer<br />

as coisas acontecerem naturalmente. Nos estudos e discussões realizadas<br />

em sala, percebemos que ainda existem diversos equívocos relacionados<br />

pessoa com deficincia tanto por parte do prprio profissional de<br />

educação uanto da sociedade comum ouvirmos as pessoas faendo<br />

referncia a pessoas com deficincia como auele meni<strong>no</strong> doenti<strong>no</strong><br />

e outros enunciados preconceituosos. Nesse sentido, o AEE tem tentado<br />

desconstruir as fronteiras impostas entre alu<strong>no</strong>s sem deficincia e os ue<br />

possuem algum tipo de deficincia<br />

37


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

O AEE ampliou o meu conhecimento e fortaleceu a ideia de<br />

conscientizar a comunidade escolar e a sociedade de que toda pessoa com<br />

deficincia tem direitos e deveres porue são pessoas iguais a ns O curso<br />

também <strong>no</strong>s deu a oportunidade de conhecer casos diferentes do <strong>no</strong>sso<br />

cotidia<strong>no</strong> Eemplo claro a prpria professora responsvel pelo curso:<br />

rofessora nica não desanimou diante das dificuldades ue apareceram<br />

<strong>no</strong> início de sua cegueira, ela mostrou que pode ver sim, usando outros<br />

meios de visão que, como ela mesma diz, “são segredos de cego”.<br />

O curso respondeu a muitas questões pendentes <strong>no</strong> que diz respeito<br />

mina prtica pedaggica aa vista ue te<strong>no</strong> uma aluna com deficincia<br />

múltipla, o aporte teórico-metodológico oferecido pelo <strong>RENAFOR</strong> me<br />

ajudou a harmonizar a aluna com os demais colegas de sala, fez com que<br />

ela melhorasse seu desempenho nas atividades propostas, na interação, na<br />

própria comunicação com as professoras – tanto da sala regular quanto da<br />

sala de recursos multifuncionais.<br />

Ao concluir o curso pude perceber o tempo que perdi não dando<br />

importância para a educação especial, eu estava “cega” e a professora<br />

Mônica me fez enxergar o correto em relação a diversas situações que já<br />

ocorreram em minha vida. Como disse <strong>no</strong> início do curso, pretendo fazer<br />

uma especialização em educação especial e continuar meus estudos sempre<br />

a enfatizando, pois precisamos lutar por inclusão de verdade <strong>no</strong> meio<br />

educacional inclusão ue não fiue s <strong>no</strong> papel<br />

Precisamos capacitar os <strong>no</strong>ssos professores para falar com os<br />

alu<strong>no</strong>s tidos como <strong>no</strong>rmais e discutir sobre inclusão, fazer com que<br />

tenham opiniões próprias e conhecimento da educação em geral livre de<br />

preconceitos. Dentro dessa perspectiva, não podemos <strong>no</strong>s esquecer dos<br />

pais e sua importncia imprescindvel ue eles tamm assumam a luta<br />

em favor da inclusão de seus filos<br />

38


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

Elcilene Medeiros Lopes<br />

Profª. da Rede Municipal de Augusto Corrêa. Graduada em Pedagogia.<br />

A minha trajetória como professora <strong>no</strong> contexto da oferta de<br />

Atendimento Educacional Especializado iniciou em 2011. Baseados nas<br />

orientaçes do E implantamos eu e uma euipe de profissionais da<br />

educação a ala de Recurso ultifuncional R na EEF rof<br />

Carmem Dilce Gomes de Assunção, localizada <strong>no</strong> município de Augusto<br />

orra na ual estão regularmente matriculados alu<strong>no</strong>s com deficincia<br />

intelectual auditiva visual e mltipla Encontramos dificuldades em realiar<br />

este trabalho, pois não tínhamos experiência e formação para atender às<br />

necessidades especficas destes alu<strong>no</strong>s uscamos algumas informaçes<br />

a partir de leituras, que subsidiaram o desenvolvimento do trabalho, mas<br />

que, pela extensão e complexidade das temáticas com as quais estávamos<br />

lidando não foram suficientes para sanar as dvidas ue surgiram ao longo<br />

deste processo o ue dificultou a efetivação do atendimento<br />

Ao analisar as contribuições do “Curso de Aperfeiçoamento<br />

Atendimento Educacional Especialiado verifico ue ele me proporcio<strong>no</strong>u<br />

embasamento teórico e prático acerca da temática, bem como fomentou<br />

reees discusses e trocas de eperincias com todos os participantes A<br />

análise dos estudos de caso apresentados durante os encontros me deu base<br />

para a elaboração de pla<strong>no</strong>s de atendimento para os alu<strong>no</strong>s com necessidades<br />

educacionais especiais, com o intuito de favorecer a inclusão dos mesmos<br />

através do AEE na sala comum.<br />

Este curso foi relevante, pois abordou também os aspectos legais<br />

da inclusão e a atuação do professor do AEE, conscientizando-me da<br />

importncia da interação e colaoração de todos os profissionais da escola<br />

neste processo. Outro aspecto positivo foram as abordagens das áreas<br />

especficas de deficincia e dos transtor<strong>no</strong>s gloais de desenvolvimento<br />

pois possiilitaram reees ue me levaram a elaorar metodologias e<br />

estratégias pedagógicas articuladas com os professores da sala comum,<br />

profissionais da sade assistncia e famlia para ue untos possamos<br />

contribuir para uma educação de fato inclusiva.<br />

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EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

Fátima Helena Carvalho de Aviz Rodrigues<br />

Graduada em Pedagogia e Letras. Profª. da Rede Municipal de Tracuateua.<br />

Sou Fátima Helena Carvalho de Aviz Rodrigues, Graduada em<br />

edagogia A e etras FA e com sraduação em estão<br />

Escolar, entre outros cursos de aperfeiçoamento na área educacional. Atuo<br />

como docente na Rede Municipal de ensi<strong>no</strong> <strong>no</strong>s municípios de Bragança<br />

e racuateua otivada tamm pelo fato de ter <strong>no</strong>tado as dificuldades<br />

que os professores apresentam em desenvolver recursos pedagógicos que<br />

facilitem o processo de aprendiagem de alu<strong>no</strong>s com deficincia meu<br />

objetivo, ao participar do curso oferecido pelo <strong>RENAFOR</strong>, foi adquirir<br />

mais conecimentos e contriuir de maneira mais significativa para com a<br />

aprendizagem desses alu<strong>no</strong>s.<br />

Ao longo de toda minha prática pedagógica sempre senti<br />

dificuldades em desenvolver determinadas atividades na classe por não<br />

ter o suporte necessrio para o aprendiado de crianças com deficincia<br />

essa forma o processo de ensi<strong>no</strong>aprendiagem com esses alu<strong>no</strong>s ficava<br />

prejudicado e eu, enquanto professora, me sentia incapaz de realizar<br />

ualuer tarefa minimamente significativa para eles<br />

Como sujeito participante desse processo não posso me isolar e<br />

me<strong>no</strong>s ainda guardar informações tão preciosas quanto as que tenho agora.<br />

ortanto posso afirmar ue este curso fe contriuiçes significativas ao<br />

meu trabalho, dando subsídio à minha prática e me fazendo ter consciência<br />

de que devo compartilhar esses saberes com a comunidade escolar e<br />

famílias dos discentes. Tais informações, sem dúvida, colaborarão para um<br />

processo educacional me<strong>no</strong>s excludente e mais huma<strong>no</strong> e também farão<br />

com que promovamos de fato o exercício da cidadania.<br />

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EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

Fernanda Regina Silva de Aviz<br />

Graduada em Pedagogia. Profª. da Rede Municipal de Tracuateua.<br />

A educação inclusiva ocupa os cenários de debate neste século.<br />

Embora isso aconteça, o que percebemos é que ainda existem problemas<br />

na efetivação da lei que garante o atendimento na escola comum para a<br />

pessoa com deficincia asos de discriminação com pessoas deficientes são<br />

presenciados cotidianamente. Embora não seja um problema tão <strong>no</strong>vo, o<br />

que se evidencia é o descaso <strong>no</strong> atendimento, descompromisso por parte<br />

de autoridades e ig<strong>no</strong>rância sobre a temática – que é sempre colocada em<br />

segundo pla<strong>no</strong>.<br />

iante disso parece oportu<strong>no</strong> ue profissionais da escola esteam<br />

engajados em melhorar sua prática pedagógica para com essa modalidade<br />

de ensi<strong>no</strong>, fazendo-se necessário buscar formação inicial e continuada.<br />

endo assim posso afirmar ue este curso troue grandes contriuiçes <br />

mina atuação profissional aa vista a necessidade de entender uestes<br />

referentes ao atendimento em ala de Recursos ultifuncionais F para<br />

a demanda que as escolas têm.<br />

E quando falo isso, pontuo que, mesmo atuando fora dessas salas,<br />

mina ocupação profissional necessita de orientação e conecimentos<br />

para lidar com alu<strong>no</strong>s com deficincia A escola um espaço ue necessita<br />

que todos trabalhem de forma colaborativa (<strong>no</strong> meu caso, como atuo na<br />

coordenação pedaggica mais ainda visto ue somos responsveis pela<br />

orientação a professores, alu<strong>no</strong>s, e demais funcionários da escola.<br />

uitas vees fiuei sem saer o ue faer diante de uma pessoa com<br />

deficincia e o curso me proporcio<strong>no</strong>u conecimentos tericos e prticos<br />

para enfrentar o medo e a insegurança diante desse desafio ortanto ele me<br />

trouxe <strong>no</strong>vos conhecimentos, ajudou-me a desconstruir mitos e criar <strong>no</strong>vas<br />

possiilidades de ensi<strong>no</strong> na mina atuação profissional osso finaliar<br />

citando que, embora não esteja na sala de recurso multifuncional, o meu<br />

traalo com os profissionais dessa sala fundamental para assegurar o<br />

direito ue as pessoas com deficincia tm: uma educação de ualidade<br />

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EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

Kátia Regina Pereira de Aguiar<br />

Graduada em Pedagogia. Profª. da Rede Municipal de Augusto Corrêa.<br />

Sou professora, formada em Pedagogia e Graduada em<br />

Psicopedagogia e Educação <strong>Inclusiva</strong> pelo Instituto Superior Francisca<strong>no</strong><br />

do Estado do Maranhão, concluinte do Curso de Especialização de<br />

Educação nfantil pela niversidade Federal do ar raalo em dois<br />

municípios diferentes, executando funções diferentes. Em Bragança, exerço<br />

a função de professora de Educação Infantil, e <strong>no</strong> município de Augusto<br />

Corrêa atuo com Atendimento Educacional Especializado, assumindo<br />

a função de coordenadora pedagógica de um Centro de Atendimento<br />

Educacional Especializado, referência <strong>no</strong> município em apoio às pessoas<br />

com deficincia<br />

De família carente, não tive exemplos de pessoas que concluíssem<br />

seus estudos. Dediquei-me a estudar e, mesmo em processo de construção<br />

de família, com casamento e gravidez, não interrompi meus estudos.<br />

Acreditava ue meu futuro profissional e pessoal dependia de meu<br />

empe<strong>no</strong> e dedicação uando iniciei mina raduação em edagogia<br />

iniciei também meus estudos na área de Educação Especial; logo <strong>no</strong><br />

primeiro a<strong>no</strong> de estudo comecei a estagiar em uma escola regular que<br />

atendia alu<strong>no</strong>s com deficincia Na poca não se falava em poltica<br />

de inclusão e as pessoas com deficincias eram matriculadas na rede<br />

regular somente se tivessem uma deficincia muito leve sem grandes<br />

comprometimentos.<br />

Ao concluir meu curso de graduação, já tinha quatro a<strong>no</strong>s de<br />

estágio na área da educação especial. À época, optei por elaborar uma<br />

mo<strong>no</strong>grafia nesta rea com o tema A participação da famlia <strong>no</strong> processo<br />

de inclusão do alu<strong>no</strong> com surdez <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> regular” e tive a oportunidade<br />

de experienciar, de perto, o envolvimento das famílias <strong>no</strong> processo de<br />

inclusão de seus filos com deficincia <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> regular Este estudo me<br />

revelou muito do que hoje são fatores essenciais para a inclusão. Continuei<br />

trabalhando e estudando quando surgiu a oportunidade de realizar uma<br />

Pós-Graduação na área de Psicopedagogia, com ênfase em Educação<br />

<strong>Inclusiva</strong>. Tive de ampliar mais ainda meu leque de conhecimentos e mais<br />

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EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

uma vez optei por fazer um trabalho de conclusão de curso com foco na<br />

inclusão de alu<strong>no</strong>s com deficincia<br />

Hoje sou concluinte do curso de Pós-Graduação em Educação<br />

nfantil pela niversidade Federal do ar e mais uma ve dei<br />

prosseguimento à minha formação na área de Educação Especial, minha<br />

paião enuanto educadora Estou finaliando mina mo<strong>no</strong>grafia com o<br />

tema A inclusão da criança com deficincia na educação infantil: vivncias<br />

descoertas e desafios concluindo dessa forma mais uma etapa de meus<br />

estudos. Assim como <strong>no</strong> curso de AEE, tenho a oportunidade de relatar,<br />

na mo<strong>no</strong>grafia as minas eperincias enuanto educadora infantil ue<br />

traala com trs alu<strong>no</strong>s com deficincia ue inclusive são oe sueitos<br />

participantes de mina pesuisa para a produção da mo<strong>no</strong>grafia<br />

Foi entrelaçando os estudos mina vida profissional ue<br />

construí minha vida enquanto educadora e vivenciei uma década de lutas<br />

das pessoas com deficincia pelo direito a um ensi<strong>no</strong> de ualidade numa<br />

escola que abarque e saiba lidar com a peculiaridade desse público. Luta<br />

ue significa antes de tudo a usca incessante pelo direito de garantir a<br />

educação para todos.<br />

Iniciei como professora de Educação Física, com crianças do<br />

primeiro ao quinto a<strong>no</strong> do Ensi<strong>no</strong> Fundamental. Tive oportunidade<br />

de experienciar disciplinas de quinto ao oitavo a<strong>no</strong>, de artes a estudos<br />

amanicos e neste perodo pude traalar com ovens com deficincia<br />

nas turmas em que lecionava. A última experiência antes de adentrar na<br />

Educação Especial foi com a educação de ovens e adultos EA perodo<br />

em que aprendi coisas muito boas. Nesse espaço, tive oportunidade de<br />

conhecer diversas histórias de vida de pessoas que buscavam, entre o<br />

trabalho e a família, terminarem seus estudos. A partir deste momento, pedi<br />

para ser remaneada para uma nidade de Educação Especial EE ue<br />

havia <strong>no</strong> município. Foi uma experiência única em minha vida, pois meu<br />

so<strong>no</strong> era ser funcionria dauela unidade uando consegui ingressar pela<br />

primeira vez naquele ambiente, a sensação que me acompanhou não foi de<br />

alegria, foi de medo. Apesar da Educação Especial não ser uma realidade<br />

estranha para mim, aquele era um ambiente somente de pessoas com<br />

deficincia um amiente envolto em superstiçes criadas pelos prprios<br />

sujeitos que vivenciavam a educação especial e conceituavam as pessoas<br />

com deficincia como agressivas loucas e outros termos do gnero<br />

43


44<br />

EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

Adaptarme uele amiente de traalo foi um grande desafio ao<br />

meu percurso profissional mas aos poucos fui me despindo do medo de<br />

ser agredida por algum alu<strong>no</strong> por eemplo e o espaço antes destinado a<br />

esse sentimento foi preenchido pelo carinho e amor aos alu<strong>no</strong>s. Ali, vivi<br />

as eperincias mais significativas na rea da educação especial e ns<br />

professores, desenvolvemos ações e trabalhos brilhantes com <strong>no</strong>ssos<br />

alu<strong>no</strong>s omo a nidade era um rgão regido pela ecretaria unicipal<br />

de Educação, nós seguíamos as mesmas diretrizes das demais escolas do<br />

município e desenvolvíamos eventos como Feira Pedagógica, Semana da<br />

Famlia e da nclusão emana da eitura ramos destaue <strong>no</strong> desfile do<br />

dia 7 de Setembro. Todas estas experiências faziam com que <strong>no</strong>ssos alu<strong>no</strong>s<br />

vivenciassem uma educação digna as a eles estava faltando o principal: a<br />

inclusão <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> regular, que não acontecia àquela altura.<br />

Como coordenadora de Educação Especial do município <strong>no</strong> a<strong>no</strong><br />

de 2008, tive a oportunidade de conhecer a realidade de todo o município<br />

de Augusto Corrêa. Conheci cada escola em cada localidade e pude montar<br />

uma estimativa de uantos alu<strong>no</strong>s com deficincia estavam estudando<br />

nesses espaços. Infelizmente, a inclusão destes alu<strong>no</strong>s <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> regular<br />

não era de fato exercida porque o município não dispunha dos recursos<br />

necessários para atender à demanda. Ainda assim, mesmo com todas as<br />

dificuldades referentes principalmente formação de profissionais e<br />

falta de recursos – e sem a oferta de AEE, o município sempre se destacou<br />

pelo traalo ue a nidade na ual traalei desenvolvia omeçamos<br />

aos poucos a ser contemplados com R A EE receeu a primeira<br />

sala de recursos do município, e eu fui a primeira professora a atender<br />

oito alu<strong>no</strong>s que já estudavam na escola regular e eram antes atendidos pela<br />

nidade <strong>no</strong> contratur<strong>no</strong><br />

uando começamos a participar das primeiras formaçes e<br />

encontros sobre AEE, começamos também a desenvolver o trabalho com<br />

os alu<strong>no</strong>s, e, <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 2010, o prefeito assi<strong>no</strong>u o decreto mudando <strong>no</strong>me<br />

da EE para entro de Atendimento Educacional Especialiado arilene<br />

Nascimento da Silva, hoje conhecido como CAEE.<br />

Com esta mudança, tivemos que reestruturar todas as ações do<br />

AEE A primeira mudança foi a inclusão dos alu<strong>no</strong>s com deficincia em<br />

escolas regulares Esta foi uma eperincia nica em mina vida profissional<br />

pois estava diante de uma demanda de setenta alu<strong>no</strong>s. As escolas tiveram<br />

um impacto muito grande com esta decisão e, assim como elas, as famílias


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

também. Aceitar esta mudança foi uma tarefa que demandou muita<br />

conversa com familiares e gestores de escolas, pois esse processo ainda não<br />

fazia parte da rotina do <strong>no</strong>sso sistema de ensi<strong>no</strong>.<br />

Hoje, dois a<strong>no</strong>s depois, o município de Augusto Corrêa desenvolve<br />

um traalo significativo na rea da inclusão da pessoa com deficincia<br />

Contamos com várias salas de recurso, tanto na sede quanto <strong>no</strong> interior,<br />

temos o privilégio de termos professores atuando nestes espaços e<br />

desenvolvendo trabalhos nas salas das escolas regulares e nas salas de<br />

recursos. Esses professores estão recebendo formação continuada, assim<br />

como apoio e acompanhamento <strong>no</strong> CAEE. Estamos buscando elevar o<br />

trabalho na área da inclusão dentro do <strong>no</strong>sso município, e temos também<br />

a certeza de que <strong>no</strong>ssas experiências são válidas e precisam ser conhecidas<br />

por outras pessoas.<br />

O curso de Atendimento Educacional Especializado serviu não<br />

somente como espaço de aprendizagem e conhecimento, mas como uma<br />

maneira de avaliar se o trabalho que desenvolvo como coordenadora do<br />

entro de Atendimento Educacional Especialiado realmente eficiente<br />

A cada módulo, a cada slide apresentado pela professora, eu me via<br />

reetindo sore minas prticas e me uestionava se o traalo ue estou<br />

desenvolvendo se configura de fato como inclusivo ina satisfação maior<br />

é poder estar compartilhando do mesmo espaço com alu<strong>no</strong>s de realidades<br />

tão distintas da minha e constatar que o trabalho que hoje desenvolvemos<br />

está dentro do estabelecido pelas políticas de inclusão.<br />

ou uma professora ue tem orgulo de sua profissão pois<br />

eperimentar tantas mudanças e desafios me fe crescer enuanto pessoa<br />

ei ue este curso não ser o final de meus estudos pois apesar de não<br />

ter <strong>no</strong> momento possibilidades de avançar, tenho <strong>no</strong> horizonte a vontade<br />

de levar minhas experiências e o resultado de meus estudos na área da<br />

educação especial para uma tese de mestrado e doutorado.<br />

Finalizo meu relato dizendo que falar de inclusão, ou vivenciar a<br />

luta pela inclusão da pessoa com deficincia não se configura como uma<br />

tarefa fácil. A inclusão é uma busca que requer esforço, estudo e, acima de<br />

tudo, amor. Para os que não acreditam que dependemos do amor para lutar<br />

por uma causa <strong>no</strong>re posso afirmar ue parte de minas conuistas se deve<br />

a meus estudos, mas uma outra parte ao amor que tenho pela educação<br />

especial e ue não me deiou desistir diante de tantos conitos e desafios<br />

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EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

Kátia Geane Pires Costa<br />

Graduada em Pedagogia. Profª. da Rede Municipal de Augusto Corrêa.<br />

No decorrer da mina traetria profissional tive vrias<br />

eperincias significativas nicialmente traalei com turma especial e<br />

depois com turmas multisseriadas, das séries iniciais e educação infantil;<br />

<strong>no</strong> entanto identifiueime mais com a educação especial esde <br />

ao ficar responsvel por uma turma especial em ue os alu<strong>no</strong>s eram<br />

atendidos somente em um orrio e com currculo especfico percei os<br />

potenciais que estavam sendo desperdiçados naquela turma. Porém, para<br />

ue realiasse um traalo eficiente dependia do envolvimento familiar e<br />

as crianças de suporte emocional e educacional. Por isso, resolvi conhecer<br />

e desenvolver um trabalho mais detalhado e aprofundado fazendo<br />

Graduação em Pedagogia e especialização em Psicopedagogia e Educação<br />

<strong>Inclusiva</strong>. Cursos, encontros e conferências que estivessem relacionados ao<br />

processo de educação especial tamm fieram parte de mina formação<br />

A mina usca por aprimoramento profissional para traalar com os<br />

alu<strong>no</strong>s atendidos pelo AEE foi constante. Sempre busquei me inserir <strong>no</strong><br />

mundo desses alu<strong>no</strong>s, tentando participar da vida social e pessoal deles e<br />

incentivando-os também a se socializar com os alu<strong>no</strong>s das salas de aulas<br />

regulares – o que era efetuado através da participação dos alu<strong>no</strong>s atendidos<br />

pelo AEE em atividades extracurriculares e feiras pedagógicas realizadas<br />

pela escola.<br />

uando por lei a inclusão se oficialiou a usca continuou para<br />

realiar um traalo efica e com retor<strong>no</strong> significativo odo a<strong>no</strong> vrias<br />

mudanças eram feitas, cada coordenador que ocupava o cargo tinha uma<br />

ideia diferente e nós não conseguíamos criar um método uniforme de<br />

execução das atividades. Foram inúmeras as tentativas e mudanças para dar<br />

conta de um traalo eficiente e completo do ponto de vista pedaggico<br />

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EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

O município foi contemplado, <strong>no</strong> a<strong>no</strong> seguinte, com várias salas<br />

de recursos, dando início ao AEE. Por ainda não termos um espaço<br />

exclusivo para a sala de recurso em <strong>no</strong>ssa escola, foi feita uma adaptação<br />

na brinquedoteca. Nesse espaço, trabalhava com doze pessoas com<br />

deficincias de naturea fsicointelectual e auditiva ara organiar o<br />

traalo criamos um cro<strong>no</strong>grama de atendimento para os alu<strong>no</strong>s: eles<br />

frequentam a sala uma vez na semana por duas horas, o que equivale há<br />

dois dias <strong>no</strong> contratur<strong>no</strong>. Os outros dois dias são destinados às visitas nas<br />

escolas para orientar, assessorar e ouvir os professores. As sextas-feiras<br />

são destinadas ao planejamento e elaboração de recursos e ações e visitas<br />

domiciliares às famílias dos alu<strong>no</strong>s atendidos. Auxiliamos <strong>no</strong> sentido de<br />

levar sugestões de recursos para as atividades de classe e articular este<br />

trabalho com o professor da sala regular; além disso, também temos<br />

parceria com psiclogo fo<strong>no</strong>audilogo fisioterapeuta e dentista<br />

Apesar de ter participado de vários cursos, e mediante todo<br />

o traalo ue vina desenvolvendo eu ainda tina dificuldade em<br />

diferenciar deficincia intelectual de dificuldade de aprendiagem<br />

Desta forma, o curso de aperfeiçoamento em AEE veio contribuir<br />

para o preenchimento destas lacunas, aprimorando minha formação e<br />

me audando a compreender melor certas deficincias principalmente<br />

a intelectual Esta alis s vees confundida com a dificuldade de<br />

aprendizagem, que é um atraso <strong>no</strong> processo de aprendizagem por algum<br />

motivo psicolgico or sua ve o dficit intelectual um preuo das<br />

funçes cognitivas do crero nesse tipo de deficincia o crero processa<br />

informações de uma maneira diferente e em um tempo que os cientistas<br />

ainda não conseguiram definir<br />

Compreender e conviver diariamente com as mudanças constantes<br />

que se perfazem todos os dias, tanto <strong>no</strong> atendimento do AEE quanto na<br />

sala regular, é uma missão difícil, uma vez que se trata de uma experiência<br />

que gera dúvidas e angústias para quem vive o processo de inclusão.<br />

47


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

rocurando ser sempre evel <strong>no</strong> assessoramento visitas e organiação de<br />

recursos adaptados, fazemos um trabalho bastante organizado e centrado<br />

<strong>no</strong> aprendizado dos alu<strong>no</strong>s, auxiliando os professores <strong>no</strong> uso desses<br />

recursos e contribuindo para o desenvolvimento dos alu<strong>no</strong>s portadores<br />

de deficincia<br />

O resultado que buscávamos se concretizou <strong>no</strong> momento da<br />

avaliação desses alu<strong>no</strong>s. A avaliação negativa que anteriormente se fazia<br />

deles, principalmente por conta do não aproveitamento de suas habilidades<br />

e competências, deu lugar a resultados muito bons. Apesar de obedecer ao<br />

sistema que exige <strong>no</strong>tas, conseguimos organizar estratégias de avaliação<br />

ue realmente aproveitassem o potencial dos alu<strong>no</strong>s com deficincia e<br />

que, principalmente, não os nivelasse por baixo. Também oferecemos<br />

auxílio aos professores na organização de atividades, seleção de recursos e<br />

adaptações de atividades avaliativas.<br />

A organização e assessoramento dos professores resultou <strong>no</strong><br />

bom desempenho dos alu<strong>no</strong>s, tendo os mesmos sido avaliados por seus<br />

próprios méritos. Ressalto que houve um trabalho colaborativo com os<br />

professores das salas regulares, que aceitaram ajudar <strong>no</strong> progresso dos<br />

alu<strong>no</strong>s a partir de estratégias pensadas para suprir suas necessidades.<br />

Diante da gama de conhecimentos que <strong>no</strong>s foi apresentada <strong>no</strong><br />

curso ofertado pelo <strong>RENAFOR</strong> gostaria de epressar uão significativa<br />

foi essa experiência para mim. O conhecimento que <strong>no</strong>s foi apresentado<br />

já serviu, de imediato, para a implementação de algumas ações na escola<br />

onde trabalho, tal qual a elaboração dos projetos da “Semana da Inclusão”<br />

e o “Pla<strong>no</strong> de Ação do Espaço da SRM”.<br />

48


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

Maria Edileusa Brito<br />

Graduada em Pedagogia. Profª. da Rede Municipal de Augusto Corrêa<br />

Iniciei minha carreira como professora em 1987 na localidade do<br />

Recreio, <strong>no</strong> município de Augusto Corrêa, em uma classe multisseriada<br />

sendo professora e servente, pois eu era a única servidora da escola.<br />

Passado vários a<strong>no</strong>s trabalhando nessa localidade fui transferida para a<br />

sede, na escola São Miguel, que funcionava em regime de conveniado.<br />

Depois fui chamada à escola Matilde Teixeira para assumir uma turma que<br />

tinha trinta alu<strong>no</strong>s. Dentre os trinta, cinco tinham necessidades especiais.<br />

A inclusão de alu<strong>no</strong>s com deficincias o oetivo da educação<br />

especial e um dos grandes desafios ue enfrentamos atualmente Ensinar<br />

crianças e ovens com necessidades especiais ainda um desafio para mim<br />

apesar de traalar como professora de a srie na Rede unicipal<br />

já há muito tempo.<br />

A educação especial na perspectiva da educação inclusiva implica uma<br />

transformação na formação de professores, que necessitam de conhecimentos<br />

próprios do Atendimento Educacional Especializado. Não são poucos os<br />

conhecimentos que os professores devem ter para atuar <strong>no</strong> AEE, pois as<br />

demandas são diferentes e a todo momento <strong>no</strong>vas metodologias de trabalho<br />

são desenvolvidas. Por isso, julgo que minha participação nesse curso foi<br />

muito gratificante e importante para aprofundar os meus conecimentos<br />

e me atualizar nas práticas relacionadas ao AEE. A formação continuada<br />

só tem sentido quando está atrelada à prática escolar; essa formação <strong>no</strong>s<br />

possibilita criar estratégias de atuação com base nas <strong>no</strong>ssas experiências e<br />

<strong>no</strong>s <strong>no</strong>ssos conhecimentos, prezando pela competência, responsabilidade e<br />

excelência <strong>no</strong> trabalho e convivência com essas crianças tão especiais.<br />

49


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

Maria Lúcia Costa da Silva<br />

Graduada em Pedagogia. Profª. da Rede Municipal de Augusto Corrêa<br />

A educação escolar é um direito ao qual todos os alu<strong>no</strong>s com<br />

deficincia devem ter acesso como orienta a eclaração de alamanca<br />

Espanha, elaborada em 1994, na Conferência Mundial sobre Educação<br />

Especial da NEO ue defende uma sociedade igualitria<br />

independente de uaisuer dificuldades ou diferenças ue os indivduos<br />

possam apresentar.<br />

artindo dessa perspectiva posso afirmar ue os alu<strong>no</strong>s com<br />

deficincia precisam ser vistos como seres capaes de desenvolver suas<br />

aptides e ailidades a fim de poder contriuir com o tecido social<br />

m dos grandes prolemas ue as pessoas com deficincia <strong>no</strong> pas<br />

enfrentam envolve a aceitação pelos colegas na sala de aula e, muitas<br />

vezes, pelo professor ou equipe escolar, uma vez que vivemos em um país<br />

culturalmente despreparado para conviver harmoniosamente <strong>no</strong> mesmo<br />

espaço com pessoas deficientes A aceitação na sala de aula ou mesmo<br />

na escola tem sido o principal desafio dos alu<strong>no</strong>s com deficincia e em<br />

especial ao educador ue por vees encontra srias dificuldades para<br />

desenvolver uma didática compatível com o ritmo de aprendizagem deste<br />

alu<strong>no</strong>.<br />

Em 1992, iniciei minhas atividades em uma turma de Educação<br />

Infantil na Escola Cenecista Professor Paixão, <strong>no</strong> município de Bragança.<br />

Com algum conhecimento adquirido <strong>no</strong> Ensi<strong>no</strong> Médio Magistério<br />

desenvolvi minhas atividades trabalhando conjuntamente com outra<br />

professora, esta já com bastante conhecimento e experiência, e que me<br />

serviu como uma espcie de conseleira at o final do a<strong>no</strong> letivo Em <br />

assumi uma turma de 2ª série, recebendo apoio e orientação de outros<br />

profissionais mais ualificados Em fui transferida para a Escola<br />

Heraldo da Silva Fonseca, onde atuo até hoje. Foi nesta escola que tive<br />

o primeiro contato com alu<strong>no</strong>s especiais, pois lá funcionavam as classes<br />

50


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

especial e inclusiva. Este momento foi decisivo para mim em relação à<br />

Educação Especial, pois me deparei com uma turma de 30 alu<strong>no</strong>s, dentre<br />

os uais cinco apresentavam deficincia mental oe conecida como<br />

dficit intelectual Neste perodo não possua nenum conecimento<br />

sore Educação Especial acreditava ue crianças com deficincia mental<br />

eram “doidas” e não tinham capacidade de aprender.<br />

As dificuldades iniciais foram superadas rapidamente pois<br />

os alu<strong>no</strong>s, que vinham se preparando para serem incluídos nas classes<br />

regulares, já dominavam <strong>no</strong>ções básicas referentes às modalidades de<br />

leitura e escrita. Estávamos, na realidade, apenas dando continuidade ao<br />

processo de ensi<strong>no</strong>aprendiagem A dificuldade maior foi com relação<br />

socialiação: alguns alu<strong>no</strong>s eram agressivos alm de estarem em idade<br />

mais avançada se comparados s demais crianças o ue dificultou astante<br />

a inter-relação com os colegas de sala.<br />

Em relação à prática de ensi<strong>no</strong>, a orientação repassada a mim pela<br />

professora da classe especial foi de que os conteúdos seriam os mesmos<br />

para todos os alu<strong>no</strong>s. A diferença estava na metodologia a ser aplicada e a<br />

atenção a ser dada aos alu<strong>no</strong>s especiais – em face, principalmente, das suas<br />

limitaçes e dificuldades Ao final do a<strong>no</strong> letivo os alu<strong>no</strong>s especiais apesar de<br />

desenvolverem a aprendizagem em um processo mais lento, surpreenderam<br />

e passaram de a<strong>no</strong>, dando continuidade aos estudos <strong>no</strong>rmalmente.<br />

Após adquirir <strong>no</strong>vos conhecimentos com o quarto módulo deste<br />

curso passei a uestionar: ser ue aueles alu<strong>no</strong>s tinam realmente uma<br />

deficincia ou eram apenas alu<strong>no</strong>s com dficit de aprendiagem Na poca<br />

busquei esclarecer tal dúvida, mas por falta de conhecimento não consegui<br />

as respostas adequadas. Posteriormente, percebi que somente com o<br />

conecimento aduirido neste curso poderia reconecer tais deficincias e<br />

evitar julgamentos errôneos.<br />

Em o desafio foi maior e mais amedrontador epareime<br />

com uma turma de 3ª série composta por trinta alu<strong>no</strong>s, cinco deles com<br />

dficit auditivo ina sensação foi de medo por não saer ensinlos e<br />

nem o que ensinar. Ao buscar apoio na direção da escola, fui informada<br />

apenas ue era preciso saer aceitar as crianças com deficincia alm de<br />

51


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

“fazer cursos e mais cursos”. Eu esperava contar com o apoio de outras<br />

professoras mais ualificadas a lidar com as demandas desse plico mas<br />

não o recebi. Passei, então, a aplicar aos alu<strong>no</strong>s com DA o mesmo conteúdo<br />

aplicado aos demais alu<strong>no</strong>s, sem fazer distinção. Infelizmente esta prática<br />

não funcio<strong>no</strong>u muito bem. Fez-se necessária a aplicação de <strong>no</strong>vos métodos<br />

e estratégias.<br />

Inicialmente, os alu<strong>no</strong>s foram colocados ao lado de alu<strong>no</strong>s ouvintes<br />

para desenvolver as atividades e faer o trei<strong>no</strong> ortogrfico amm não deu<br />

certo, porque eles apenas copiavam as respostas já prontas pelos colegas.<br />

A fim de encontrar um mtodotcnica para ensinlos decidi pedir auda<br />

aos próprios alu<strong>no</strong>s com DA, pois, dentre eles, dois dominavam bem<br />

conhecimentos matemáticos e um conhecimentos de língua. Foi uma fase<br />

de aprendiado recproco: tanto eles se aperfeiçoavam e assimilavam em<br />

os conteúdos <strong>no</strong>vos quanto eu aprendia a aperfeiçoar <strong>no</strong>ssa comunicação.<br />

Entre erros e acertos o final foi positivo visto ue apenas um alu<strong>no</strong> foi<br />

reprovado.<br />

No a<strong>no</strong> de 1997, recebi em uma turma de 1ª série, duas alunas com<br />

diferentes graus de deficincia visual uma cega e a outra com aia visão<br />

Apesar da insegurança pela falta de conhecimento e por não acreditar que<br />

os alu<strong>no</strong>s com cegueira total pudessem aprender aceitei esse <strong>no</strong>vo desafio<br />

O traalo não foi fcil mas foi muito gratificante ue dessa ve pude<br />

contar com uma profissional da classe especial professora aria os<br />

Carvalho, que me deu o suporte necessário na adaptação dos materiais<br />

pedaggicos e na utiliação dos recursos Ao final do a<strong>no</strong> as estudantes<br />

com deficincia visual apesar de terem limitaçes aviam aduirido<br />

certa independência.<br />

A professora da classe especial mencionada anteriormente<br />

ministrava nas setasfeiras oficinas para todos os educadores das classes<br />

inclusivas Eram encontros com a finalidade de preparar os professores<br />

para desenvolver atividades paras as crianças com deficincia visual tais<br />

como adaptação de materiais de escritas de uso comum, ampliação das<br />

atividades, margeação de cader<strong>no</strong>, além de <strong>no</strong>s darem direcionamentos<br />

de como dispor os alu<strong>no</strong>s na sala de aula a fim de facilitar <strong>no</strong> caso dos<br />

52


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

alu<strong>no</strong>s com baixa visão, a visualização e escrituração. Também foram<br />

ensinadas algumas técnicas de orientação e mobilidade, trei<strong>no</strong> sensorial<br />

e perceptível, utilização da reglete, máquina de Braille e uso do sorobã,<br />

bem como treinamento para do uso da bengala e desenvolvimento de<br />

atividades cotidianas.<br />

Atualmente, em face desta experiência, acredito na possibilidade<br />

de aprendiagem das crianças com deficincia visual tamm graças ao<br />

grande exemplo da professora Mônica Carvalho, responsável pelo curso<br />

de Atendimento Educacional Especialiado e deficiente visual No mdulo<br />

III, quando a professora Mônica apresentou os recursos para trabalhar com<br />

um deficiente visual depareime com uma <strong>no</strong>va eperincia: ao me colocar<br />

<strong>no</strong> lugar de um deficiente visual usando uma mscara ue me impedia de<br />

energar e uma engala pude sentir as dificuldades e limitaçes de um<br />

deficiente visual A partir desta eperincia percei a importncia de me<br />

capacitar ainda mais, muito embora acredite que o conhecimento advindo<br />

dos cursos de capacitação só trará um resultado efetivo se o professor tiver<br />

a sensiilidade de se colocar <strong>no</strong> lugar do alu<strong>no</strong> deficiente<br />

Em outra ocasião, aquela mesma turma de 1ª série também recebeu<br />

duas alunas com deficincia mental Aps o primeiro semestre percei ue<br />

as duas tinam apenas um dficit de aprendiagem ou sea aprendiam de<br />

maneira mais lenta que as outras crianças. Posteriormente, vi que as meninas<br />

não avançavam <strong>no</strong> estudo simplesmente por negligncia dos profissionais<br />

da escola regular ma das vrias estratgias ue utiliei para alfaetiar as<br />

alunas foi dividir a turma em grupos de trabalho de cinco alu<strong>no</strong>s e assentálas<br />

em grupos onde houvesse crianças que se destacavam na aprendizagem.<br />

Relacionando a atividade que desenvolvia na época com o conhecimento<br />

adquirido posteriormente neste curso, pude perceber que desenvolvia uma<br />

atividade colaborativa, envolvendo as alunas em atividades com outras<br />

crianças e facilitando, dessa maneira, a construção do conhecimento.<br />

endo por fim dar continuidade a esta prtica solicitei diretora<br />

que eu continuasse acompanhando a turma <strong>no</strong> a<strong>no</strong> seguinte. Solicitamos a<br />

presença da família na escola e esclarecemos que o avanço das alunas para<br />

a série subsequente seria feita com o meu acompanhamento. Esse último<br />

53


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

aspecto foi, inclusive, ressaltado durante este curso quando se tratou da<br />

importância do trabalho articulado com a família.<br />

Desenvolvi atividades com classes inclusivas até 2008, mas não<br />

aceitava trabalhar na classe especial. No entanto, por motivos pessoais, cedi, e<br />

em fui lotada na classe especial com alu<strong>no</strong>s com deficincia intelectual<br />

Em face da formação em Pedagogia e do trabalho com alu<strong>no</strong>s especiais com<br />

dficit intelectual usuei me especialiar em Neuropsicopedagogia com<br />

ênfase na Educação Especial.<br />

Em 2011, as classes especiais foram extintas na escola onde atuava.<br />

A chegada de recursos do MEC propiciou a organização da Sala de Recurso<br />

Multifuncional e os quatro professores desta classe foram lotados neste<br />

<strong>no</strong>vo espaço. Isto fez com que eu me sentisse mais uma vez despreparada<br />

para atuar com a <strong>no</strong>va estrutura da educação especial, pois, <strong>no</strong>vamente,<br />

não havia recebido nenhum treinamento ou orientação.<br />

Embora tenha buscado acompanhar as mudanças através de<br />

pesquisas via internet e de duas capacitações, percebi que estas não<br />

foram suficientes para suprir minas necessidades porue eu não tina o<br />

conhecimento da organização e do atendimento da SRM, conhecimento<br />

este que só adquiri em 2012, com este curso. Esta experiência foi de suma<br />

importncia para o meu crescimento pessoal e profissional a partir dela<br />

sintome mais capacitada a lidar com as especificidades do meu traalo e<br />

a contriuir de maneira significativa ao desenvolvimento de meus alu<strong>no</strong>s<br />

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EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

Maria do Socorro da Costa dos Santos<br />

Possui o ensi<strong>no</strong> médio. Profª. da Rede Municipal de Tracuateua.<br />

Durante 15 a<strong>no</strong>s de trajetória como professora já atuei em quase<br />

todas as modalidades de ensi<strong>no</strong>: EA ultissrie Ensi<strong>no</strong> nfantil e sries<br />

regulares do Ensi<strong>no</strong> Fundamental. Ao longo dessa experiência, tive a<br />

oportunidade de trabalhar com alu<strong>no</strong>s com necessidades especiais das mais<br />

variadas. Sempre tive a boa vontade de contribuir para a aprendizagem<br />

dessas crianças e fi o ue estava dentro das minas possiilidades<br />

mas faltava o essencial: o conecimento principalmente terico sore<br />

necessidades especiais. Sempre que havia <strong>no</strong> município algum curso<br />

voltado à formação voltada para a inclusão, eu me esforçava para participar.<br />

Entre esses cursos, participei de alguns seminários e também de um curso<br />

de formação em Libras.<br />

No a<strong>no</strong> de 2012, fui transferida para uma sala multifuncional na sede<br />

do município de Tracuateua, e quando tive conhecimento do <strong>RENAFOR</strong>,<br />

curso ofertado pela fra <strong>no</strong> municpio de Augusto orrea não esitei<br />

em me inscrever e fiuei muito feli por ser selecionada uando as aulas<br />

iniciaram eu tive certeza de que o curso seria uma grande contribuição<br />

para minha prática docente; principalmente por conta das incertezas que<br />

tinha em relação à minha atuação <strong>no</strong> AEE.<br />

O curso de educação inclusiva foi de grande valia, pois serviu como<br />

instrumento de reeão sore a mina prtica e me audou a compreender<br />

meu papel <strong>no</strong> processo de inclusão e as especificidades de cada uma das<br />

deficincias com as uais me deparei ao longo de mina carreira anto a<br />

formação presencial uanto as leituras complementares fascculos foram<br />

fontes riquíssimas de informações que só vieram somar.<br />

Todos os módulos foram importantíssimos, desde os que<br />

trataram da legislação que embasa e ampara a educação inclusiva, aos que<br />

trataram do funcionamento do AEE de suas especificidades: demandas<br />

responsabilidades, metodologias, bem como o processo de avaliação de<br />

55


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

cada caso Enfim o curso veio esclarecer minas dvidas e me <strong>no</strong>rtear<br />

além de me sensibilizar ainda mais com a educação especial. Com esta<br />

formação eu tive a oportunidade de aprender a ser mais humana, ter mais<br />

responsabilidades, tanto como professora de sala de recursos quanto como<br />

professora de sala comum.<br />

A partir de agora eu tenho ferramentas para melhorar a minha<br />

prática docente e contribuir um pouco mais com o processo de inclusão <strong>no</strong><br />

município em que resido ou para onde eu for. Estarei sempre atenta e mais<br />

consciente do meu dever como educadora, pois quem teve a oportunidade<br />

de ter como ministrante a professora Mônica Carvalho, terá sempre um<br />

motivo para ousar, para persistir e para querer ser melhor.<br />

56


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

Marinelza dos Santos Silva<br />

Profª. da Rede Municipal de Augusto Corrêa. Cursando Pedagogia.<br />

A vida <strong>no</strong>s impe grandes desafios esteam eles <strong>no</strong> mito<br />

profissional ou pessoal Ela <strong>no</strong>s mostra ue cada eperincia <strong>no</strong>s coloca<br />

frente a <strong>no</strong>vas descobertas e, acima de tudo, <strong>no</strong>s faz fortes para vivermos<br />

<strong>no</strong>vos momentos, para vencermos <strong>no</strong>vas batalhas.<br />

Em 2008, tive a oportunidade de trabalhar com alu<strong>no</strong>s especiais.<br />

onfesso ue foi um grande desafio Encontrei um pouco de dificuldade <strong>no</strong><br />

incio por me sentir um tanto insegura mas fiuei feli por esse momento<br />

e pelo enriquecimento que ele me trouxe. A partir dessas experiências,<br />

passei a repensar minha prática pedagógica, aprendi a ver essas crianças<br />

com outro olar a valoriar mais cada palavra e gesto delas Enfim tudo<br />

isso contribuiu para aprimorar minha prática docente.<br />

Em outubro de 2011, recebi a <strong>no</strong>tícia que iria atender alu<strong>no</strong>s<br />

com deficincia na sala multifuncional confesso ue me senti gratificada<br />

mas, ao atuar na turma tive receio, porque era totalmente diferente da<br />

experiência pela qual passei anteriormente. Fiquei perdida, não sabia o<br />

que fazer. No decorrer do curso de formação para professores, as coisas<br />

começaram ficar esclarecidas sore a atuação <strong>no</strong> AEE e isso favoreceu<br />

minha compreensão das ações promovidas dentro da Sala de Recursos<br />

Multifuncionais. Como sabemos, a educação é um processo de ensi<strong>no</strong>aprendizagem<br />

e uma troca de saberes constante – tanto dos que transmitem<br />

quanto dos que recebem. E isso só se torna possível a partir do momento<br />

em ue o educador interage com os sueitos a partir dessa interação ue<br />

o educador aprende também e passa a ter a responsabilidade de contribuir<br />

de forma significativa <strong>no</strong> processo de ensi<strong>no</strong>aprendiagem dos alu<strong>no</strong>s<br />

uanto ao curso de formação do AEE posso dier ue foi muito<br />

importante, pois contribuiu muito para minha prática. Pude perceber<br />

57


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

uma grande participação dos cursistas nas atividades orientadas. Gostei<br />

bastante deste curso e pretendo fazer muitos outros. Em relação à<br />

metodologia adorei a forma com a ual a professora conduiu o curso:<br />

sempre dinâmica, ela procurava sempre enfatizar a realidade de cada<br />

cursista de maneira que cada um entendesse e participasse das atividades<br />

propostas ale ressaltar ue o curso veio fortalecer e aprimorar meus<br />

conecimentos e contriuir para meu desenvolvimento profissional e<br />

pedagógico.<br />

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EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

Regina Cláudia Alves Oliveira<br />

Profª. da Rede Municipal de Augusto Corrêa. Graduada em Pedagogia.<br />

niciei mina vida profissional <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de traalando com<br />

Educação Especial <strong>no</strong> Centro de Atendimento Marilene Nascimento,<br />

localizado <strong>no</strong> município de Augusto Corrêa. De início, não tive muitos<br />

direcionamentos de como desenvolver um bom trabalho com os alu<strong>no</strong>s,<br />

até porque passamos por várias mudanças durante esse a<strong>no</strong> <strong>no</strong> Centro de<br />

Atendimento Educacional Especialiado AEE As deficincias eram<br />

diversificadas e traalvamos com um pla<strong>no</strong> de aula uniforme o ue<br />

dificultava o desenvolvimento de um om traalo pude encontrar<br />

a maneira eata de traalar com cada deficincia com a eperincia<br />

cotidiana.<br />

Nesse mesmo perodo outro tipo de atendimento surgiu: os alu<strong>no</strong>s<br />

passaram a ser integrados a programas de ensi<strong>no</strong>. A cada quarenta e cinco<br />

minutos eles passavam por um determinado programa: Atividade da<br />

ida Aut<strong>no</strong>ma sicomotricidade nformtica e iras As dificuldades<br />

eram muitas, porém procurei superá-las buscando informações através da<br />

internet, livros e cursos realizados pela SEMED de meu município. A<br />

partir dessas informaçes meu olar foi sendo modificado e as dificuldades<br />

iniciais amenizadas.<br />

uando estvamos acostumados com os programas de<br />

atendimento, surge um <strong>no</strong>vo modelo de atendimento, o AEE. Foi uma<br />

mudança extremamente positiva e que fez com que a maioria dos <strong>no</strong>ssos<br />

alu<strong>no</strong>s do CAEE fosse incluída nas salas de aulas regulares. O Atendimento<br />

Educacional Especializado ofertado na escola regular ainda é algo <strong>no</strong>vo para<br />

<strong>no</strong>ssa vida profissional e o curso ofertado pelo <strong>RENAFOR</strong> <strong>no</strong>s possiilitou<br />

ainda mais subsídios para melhorar o atendimento na Sala de Recurso<br />

Multifuncional.<br />

Os módulos foram enriquecedores, dando-<strong>no</strong>s oportunidade de<br />

conhecer melhor o AEE. Através deles pudemos diferenciar o que é e para<br />

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EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

quem é o AEE, qual o papel do professor da SRM, como atuar e quais<br />

enefcios o AEE promove na vida do alu<strong>no</strong> com deficincia Enfim todo<br />

um conjunto de fatores que se intercalam para a realização do atendimento<br />

educacional especializado.<br />

A partir das informações fornecidas pelo curso, procurarei melhorar<br />

mina prtica profissional ara se oter sucesso em uaisuer mitos<br />

da vida profissional necessrio primeiro ue aa força de vontade e<br />

gosto pelo ue se fa necessrio tamm uscar constantemente <strong>no</strong>vos<br />

conecimentos para ue saiamos lidar com certos prolemas e conitos<br />

que são típicos do trabalho com Educação <strong>Inclusiva</strong>.<br />

Portanto, o curso <strong>no</strong>s mostrou esse caminho e elencou pontos<br />

absolutamente necessários para se trabalhar efetivamente na sala de recurso<br />

com o AEE, além de ter <strong>no</strong>s dado possibilidades para criar e desenvolver<br />

estratégias que favoreçam o crescimento cognitivo e social da pessoa<br />

com deficincia No municpio de Augusto orra esse tipo de traalo<br />

tem se consolidado e isso reeo da preocupação com a formação dos<br />

professores ue atuam <strong>no</strong> atendimento a pessoas com deficincia<br />

60


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

Rosa Maria Brito Ferreira<br />

Profª. da Rede Municipal de Augusto Corrêa. Possui o Ensi<strong>no</strong> Fundamental.<br />

e acordo com anlises e reees sore as eperincias<br />

vivenciadas por mim <strong>no</strong> cotidia<strong>no</strong> de sala, compreendo que o professor<br />

deve ser ualificado ter o saer pedaggico e o compromisso com o<br />

processo de ensi<strong>no</strong>-aprendizagem – já que a docência é uma atividade<br />

profissional complea ue eige saeres diversificados Nessa perspectiva<br />

enfatio ue o ito do profissional depende de sua capacidade para<br />

manejar a complexidade e resolver problemas práticos, através da<br />

integração inteligente e criativa do conhecimento.<br />

Ao reetir sore mina traetria como profissional recordo<br />

me ue enfrentei muitas dificuldades e grandes desafios mas com força<br />

de vontade, criatividade e conhecimento, obtive êxito. Também é válido<br />

citar que durante os a<strong>no</strong>s de exercício da função de professora não tive o<br />

privilégio de trabalhar com crianças que possuem necessidades educativas<br />

especiais, porém vivencio a situação na escola onde trabalho com colegas<br />

que desenvolvem essa missão, bastante árdua, por sinal. Devido a diversos<br />

fatores, e por não ter assistência ou parceria do professor do AEE, que,<br />

por vezes, age de forma equivocada, a missão de meus colegas se torna<br />

ainda mais complicada e laboriosa.<br />

vlido registrar ue ter ingressado em um curso de<br />

aperfeiçoamento em AEE é a realização de um dos meus objetivos em<br />

relação à docência, logo será sempre por mim lembrado por ter me<br />

proporcionado um vasto conhecimento referente à educação especial e<br />

despertado um grande compromisso de contribuir com meus alu<strong>no</strong>s.<br />

Diante dos conhecimentos apreendidos <strong>no</strong> decorrer do<br />

curso constatei ue o AEE tem como função identificar elaorar e<br />

organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as<br />

barreiras para a plena participação dos alu<strong>no</strong>s, considerando suas<br />

61


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

necessidades especficas Este atendimento visa complementar a<br />

formação dos alu<strong>no</strong>s com vistas à auto<strong>no</strong>mia e independência na escola e<br />

fora dela.<br />

ortanto ratifico ue este curso troue contriuiçes valiosas ue<br />

esclareceram muitas dúvidas em relação ao papel dos professores do AEE e<br />

outros aspectos importantes para o bom desenvolvimento da aprendizagem<br />

dos alu<strong>no</strong>s com deficincia Em suma importante considerar ue o curso<br />

despertou-me o desejo de contribuir mais com esse processo de ensi<strong>no</strong> e<br />

formação de pessoas com necessidades especiais.<br />

62


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

Rosângela Fernandes Borges Cardoso<br />

Profª. da Rede Municipal de Bragança. Graduada em Pedagogia, especialista<br />

em Pedagogia <strong>Inclusiva</strong>.<br />

O curso de AEE foi de grande importância em minha formação,<br />

pois a partir do conecimento das deficincias passei a compreender<br />

melhor as necessidades dos alu<strong>no</strong>s atendidos na sala multifuncional. As<br />

experiências relatadas pelos professores presentes <strong>no</strong> curso foram também<br />

de grande contriuição: percei ue não estava soina em algumas<br />

dificuldades A partir das orientaçes dadas pela professora ministrante<br />

do curso ficou mais claro como deveramos elaorar estratgias para<br />

desenvolver com <strong>no</strong>ssos alu<strong>no</strong>s na sala do AEE.<br />

A participação dos professores, para mim, foi de grande valia.<br />

Foram vários os depoimentos de <strong>no</strong>s deixar em lágrimas e também <strong>no</strong>s<br />

fortalecer. Também percebi o quanto é importante conhecer a fundo as<br />

deficincias com as uais traalamos<br />

As exposições de trabalhos em grupos de diferentes municípios<br />

foram muito positivas, pois foram excelentes momentos de interação entre<br />

os professores. Na discussão entre os grupos, a principal problemática<br />

fazia referência ao método de avaliação do alu<strong>no</strong> especial, e, de forma<br />

mais especfica do alu<strong>no</strong> com dficit intelectual A discussão <strong>no</strong>s levou<br />

a reetir sore como estamos traalando com este alunado em sala de<br />

aula. A professora ministrante esclareceu a necessidade de utilizarmos os<br />

jogos pedagógicos como principal ferramenta metodológica para o êxito<br />

na inclusão dos alu<strong>no</strong>s com dficit intelectual e a formação oferecida pela<br />

FRA <strong>no</strong>s deu grande aperfeiçoamento para o traalo ue desenvolvemos<br />

em <strong>no</strong>sso município.<br />

63


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

Vanda Rosa Reis Tavares<br />

Profª. da Rede Municipal de Bragança. Graduada em Matemática.<br />

Iniciei minhas atividades <strong>no</strong> magistério em 1989, nas escolas André<br />

Alves Nova Olinda enedito ardoso de Atade Aturia e Emilia<strong>no</strong><br />

icanço da osta Ara <strong>no</strong> municpio de Augusto orra como professora<br />

contratada do ensi<strong>no</strong> médio nas cadeiras de matemática e física. Atuei<br />

durante dois a<strong>no</strong>s nestas comunidades depois fiei endereço profissional<br />

somente na Comunidade de Araí, onde atuei nas áreas de biologia, química<br />

e ciências <strong>no</strong> Ensi<strong>no</strong> Fundamental. Durante este período não tive nenhum<br />

alu<strong>no</strong> com deficincia<br />

Somente em 2008 recebi pela primeira vez um alu<strong>no</strong> com<br />

deficincia visual em ter <strong>no</strong>ção de como traalar com este alu<strong>no</strong> acaei<br />

por ficar apreensiva e angustiada com uma situação ue me era at então<br />

totalmente atpica Apesar das dificuldades comecei a procurar auda da<br />

própria mãe, que me orientou a respeito da situação do alu<strong>no</strong>. Ele tinha<br />

que usar um cader<strong>no</strong> apropriado, suas canetas tinham que ser porosas, de<br />

cores escuras e a escrituração deveria ser graúda e em forma de bastões,<br />

além de necessitar também do auxílio de uma lupa para ler. Estes materiais<br />

eram enviados pela secretaria de educação do município, mas não eram<br />

suficientes para o a<strong>no</strong> todo om a dificuldade do alu<strong>no</strong> de copiar do<br />

quadro, cheguei inúmeras vezes, a fazê-lo eu mesma; depois, percebi que<br />

estava fazendo a coisa errada e passei a contar com o apoio de um servidor<br />

que, às vezes, me ajudava ditando próximo ao alu<strong>no</strong> o que estava escrito<br />

na lousa. Foi só com o passar do tempo que comecei a entender melhor as<br />

formas de como trabalhar com ele.<br />

Suas atividades avaliativas eram impressas em letras grandes,<br />

porém sem diferenciá-las das que os outros alu<strong>no</strong>s da turma faziam. Ele<br />

possui uma grande capacidade de memorização, e, dessa forma, conseguia<br />

se sobressair na modalidade oral. Gabriel, hoje, está na oitava série – que<br />

corresponde ao 9º a<strong>no</strong> – e a maioria de seus professores não está fazendo<br />

o acompanhamento necessário.<br />

64


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

Em 2009, deixei a Escola Emilia<strong>no</strong> Picanço da Costa e assumi a<br />

direção da Escola rofessor irglio orra ue traala com o ensi<strong>no</strong><br />

infantil e fundamental me<strong>no</strong>r. Esta última atende aproximadamente doze<br />

crianças com necessidades especiais. No entanto, somente quatro dessas<br />

crianças apresentam laudos médicos comprovando suas necessidades.<br />

Atualmente exerço minhas atividades na sala de informática, que<br />

revemente ir arigar a ala de Recurso ultifuncional R para<br />

atender a essas crianças.<br />

uando fui informada do curso de Atendimento Educacional<br />

Especialiado AEE oferecido pelo <strong>RENAFOR</strong>FRA interesseime<br />

em fazer a inscrição devido à necessidade de conhecer melhor a forma de<br />

se trabalhar com essas crianças. As vivências que tive durante o tempo de<br />

serviço <strong>no</strong> municpio me fieram almear este curso aa vista ue <strong>no</strong>ssa<br />

escola dever estar preparada para lidar com alu<strong>no</strong>s deficientes<br />

om o intuito de romper paradigmas e redefinlos e tendo em vista<br />

a inclusão, <strong>no</strong>vas políticas de ensi<strong>no</strong> têm fortalecido a educação inclusiva.<br />

ma das i<strong>no</strong>vaçes traidas pelas olticas Nacionais de Educação Especial<br />

e o AEE, foi a elaboração e organização de recursos pedagógicos de<br />

acessibilidade que eliminem as barreiras impostas por <strong>no</strong>ssa sociedade às<br />

pessoas com necessidades especiais. As discussões que tivemos durante o<br />

curso <strong>no</strong>s levaram a reetir sore os desafios impostos pelo cotidia<strong>no</strong> da<br />

sala de aula e sobre o conhecimento que se constituirá a partir de <strong>no</strong>sso<br />

comprometimento e firmea em lidar com as prolemticas tpicas da<br />

educação de pessoas com deficincia<br />

Almejando <strong>no</strong>vas perspectivas de melhoria da educação brasileira,<br />

nesta caminhada a favor de uma escola para todos, precisamos ser ousados<br />

e coerentes em <strong>no</strong>ssos posicionamentos. Mediante todas as informações<br />

acumuladas, relatos de professores experientes e elaboração de pla<strong>no</strong>s de<br />

aula e recursos pedaggicos posso afirmar ue o curso contriuiu deveras<br />

ao meu aprendiado e aperfeiçoamento profissional e conseuentemente<br />

também será imensa contribuição aos meus alu<strong>no</strong>s.<br />

65


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

Waldir Sancho de Oliveira<br />

Profº. da Rede Municipal de Augusto Corrêa. Possui o Ensi<strong>no</strong> Médio.<br />

Este escrito tem por objetivo relatar um pouco de minha<br />

experiência como professor de turma regular. Sempre recebi alu<strong>no</strong>s com<br />

deficincia nas turmas com as uais traalei entretanto na maioria<br />

das vezes, trabalhava de forma inadequada por não ter conhecimento<br />

e embasamento teórico para desenvolver um trabalho que realmente<br />

interessasse aos alu<strong>no</strong>s e correspondesse às expectativas prescritas pelos<br />

documentos oficiais ue dão conta da educação especial orm aps o<br />

térmi<strong>no</strong> do curso em Atendimento Educacional Especializado, posso<br />

afirmar ue agora te<strong>no</strong> outra visão sore o traalo com esse plico<br />

Durante as discussões houve o reconhecimento da importância do<br />

curso à <strong>no</strong>ssa prática, pois, a partir das bases estabelecidas (por sinal, com<br />

grande competncia pela ministrante ariramse <strong>no</strong>vos oriontes para<br />

mim. Até então, eu tinha uma visão equivocada do trabalho em educação<br />

inclusiva, e a minha prática pedagógica não me satisfazia e tampouco<br />

supria as necessidades dos alu<strong>no</strong>s.<br />

Ao longo do meu percurso como docente, sempre recebi alu<strong>no</strong>s<br />

especiais, mas nunca com Síndrome de Down. Justamente neste a<strong>no</strong><br />

recei um alu<strong>no</strong> com esta deficincia Ele um alu<strong>no</strong> com uma sade<br />

muito comprometida tanto <strong>no</strong> aspecto cognitivo uanto motor: não<br />

fala, a coordenação motora está bastante comprometida e ele sempre se<br />

irrita com extrema facilidade. Entretanto, é uma criança muito afetiva,<br />

gosta de pintar, de estar presente em todas as atividades da sala de<br />

aula, com particular interesse nas aulas de dramatização, aulas-passeio,<br />

jogos, brincadeiras. Mesmo conhecendo suas características, não sabia<br />

como trabalhar com ele, não conhecia metodologias que facilitassem<br />

a sua compreensão enfim não tina conecimento de atividades ue<br />

pudessem aproveitar ao máximo as habilidades desse alu<strong>no</strong>.<br />

Ao fazer esse curso percebi o quanto estava desinformado<br />

e também o quanto minhas práticas eram incoerentes e lacunares.<br />

Foram momentos de grande aprendizado, em que consegui entender,<br />

por exemplo, o conceito de inclusão, o que me ajudou a desenvolver<br />

66


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

propostas de traalo com alu<strong>no</strong>s deficientes mais completas Esse curso<br />

me fez perceber a importância da interação do professor do AEE com<br />

o da classe regular; esse, aliás, foi um dos pontos que considerei mais<br />

importante ao ler o fascículo, porque, para haver um bom funcionamento<br />

das salas multifuncionais, é essencial a articulação entre escola comum e<br />

educação especial. São ações e responsabilidades compartilhadas. Para<br />

tanto, precisamos trabalhar de forma interdisciplinar e colaborativa,<br />

só assim conseguiremos atingir objetivos maiores e efetivar a inclusão<br />

das pessoas com deficincia na rede regular de ensi<strong>no</strong> O professor do<br />

AEE deve acompanhar a trajetória de seus alu<strong>no</strong>s <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> regular<br />

para que eles atuem com auto<strong>no</strong>mia na escola e em outros espaços de<br />

sua vida social.<br />

Além desses aprendizados, um outro ponto muito interessante e<br />

de suma importância é o AEE ser realizado na própria escola do alu<strong>no</strong>.<br />

Esse tópico me fez relembrar um depoimento feito pela mãe de um exalu<strong>no</strong><br />

quando dizia que a transferência do AEE para a própria escola o<br />

ajudou muito, principalmente na interação com outras crianças. Segundo<br />

ela, com o AEE na escola, o número de alu<strong>no</strong>s foi reduzido e isso fez<br />

com que ele participasse mais, pois com aquela redução, os professores<br />

passaram a se dedicar mais ao desenvolvimento de seu filo em resumo<br />

a interação o comportamento e o aprendiado de seu filo meloraram<br />

muito. Com esse depoimento, pode-se perceber o quanto o AEE cumpre<br />

um papel essencial na assistncia do alu<strong>no</strong> com deficincia amm<br />

acredito que quanto mais essa prática se estabelecer nas escolas regulares,<br />

tão maiores serão os enefcios para os alu<strong>no</strong>s deficientes<br />

Diante dos relatos apresentados pelos professores que participaram<br />

do curso, abre-se espaço para inferir que ainda existem educadores que<br />

reeitam ou discriminam alu<strong>no</strong>s por conta de suas deficincias A partir desse<br />

ponto de vista, acredito que todos nós necessitamos, fundamentalmente,<br />

<strong>no</strong>s conscientizar de que todos os alu<strong>no</strong>s, independentemente de suas<br />

peculiaridades, quando convivem e partilham dos mesmos espaços e<br />

atividades, contribuem para a construção de uma sociedade mais justa e<br />

solidária. Nessa perspectiva, entendo que só através da democratização<br />

da informação e da desconstrução de preconceitos relativos à educação<br />

inclusiva ue conseguiremos contriuir de forma efica para faer valer<br />

a educação como direito ple<strong>no</strong> de todo cidadão brasileiro.<br />

67


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

Wânia Perpétua de Jesus Reis Tavares<br />

Profª. da Rede Municipal de Augusto Corrêa. Cursando a Graduação em<br />

Pedagogia.<br />

Iniciei minhas atividades <strong>no</strong> magistério como professora contratada<br />

em 2007, na Escola Municipal de Educação Infantil e Ensi<strong>no</strong> Fundamental<br />

rof irglio orra na localidade de Ara municpio de Augusto orra<br />

atuando na Educação de Jovens e Adultos de 1ª e 2ª etapa. Após seis meses<br />

de trabalho, fui lotada na turma de educação infantil durante dois a<strong>no</strong>s, mas<br />

ainda não tina me deparado com nenum alu<strong>no</strong> com deficincia omente<br />

<strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 2010, quando passei <strong>no</strong> concurso para professora de 1ª a 4ª<br />

série e assumi as turmas do 4º ao 9º a<strong>no</strong>, foi que me deparei com o alu<strong>no</strong><br />

Fio unior de a<strong>no</strong>s ue apresentava deficincia intelectual Não eiste<br />

comprovação por laudo médico, mas suas atitudes o diferenciam dos outros.<br />

Preocupada, fui à direção da escola em busca de informações, que eram<br />

poucas e foram todas repassadas pelos familiares de Fábio Júnior. Durante o<br />

a<strong>no</strong>, observei que Fábio apresentava um comportamento agressivo e percebi<br />

que o restante da turma o temia por conta disso.<br />

Mesmo diante deste problema tentei fazer com que Fábio se<br />

relacionasse melhor com seus colegas através de atividades pedagógicas<br />

dinmicas ogos e rincadeiras pois essas atividades camavam sua<br />

atenção. Ele não conseguia copiar da lousa as tarefas diárias, <strong>no</strong> entanto,<br />

sabia escrever seu <strong>no</strong>me em letras bastão e se sobressaía nas aulas de arte,<br />

principalmente na pintura de desenho, colagens e recortes. Apesar de não<br />

saer lidar com alu<strong>no</strong>s deficientes prontifiueime em uscar materiais<br />

didáticos que fossem acessíveis a Fábio Júnior, uma das estratégias que<br />

utilizei para fazer com que ele não desistisse de estudar.<br />

Em 2011, devido ao pedido de transferência para sede do município<br />

de Augusto Corrêa, fui lotada na escola Matilde Teixeira de Assis nas<br />

turmas do 2º ao 9º a<strong>no</strong>, <strong>no</strong> 1º tur<strong>no</strong>. Fui lotada em uma turma com 28<br />

alu<strong>no</strong>s, entre eles estava a aluna Marizeli Reis de 23 a<strong>no</strong>s, que apresenta<br />

deficincia intelectual comprovada por laudo mdico Ela tem um om<br />

68


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

comportamento, é participativa, porém frequenta muito pouco as aulas<br />

devido ao acompanhamento que faz pelo Centro Marilene Nascimento e<br />

também por conta da idade avançada. Em alguns momentos, durante as<br />

aulas, Marizeli tinha crises espontâneas, o que me deixava assustada. Sem<br />

poder fazer alguma coisa para ajudá-la, procurei sua mãe para conversar a<br />

respeito da aluna. Após conhecê-la melhor tive que trabalhar com ela de<br />

forma diferenciada: atravs de pintura colagem recortes comparação e<br />

brincadeiras, Marizeli pôde se desenvolver e enxergar a sala de aula como<br />

um lugar prazeroso. Mas, apesar de todo meu esforço, ela ainda apresentava<br />

dificuldade em escrever seu <strong>no</strong>me oe arieli conta com o apoio da<br />

ala de Recurso ultifuncional R de <strong>no</strong>ssa escola<br />

uando me falaram do curso de Atendimento Educacional<br />

Especialiado ue me interessou por conta das dificuldades ue eu vina<br />

encontrando em atender alu<strong>no</strong>s com deficincia sentime astante instigada<br />

a participar. Porém, não fui selecionada logo de início; somente após a<br />

desistência de alguns professores tive a oportunidade de ingressar <strong>no</strong> curso.<br />

Tendo a educação inclusiva como foco romper paradigmas<br />

que sustentam o conservadorismo nas escolas, contestando o sistema<br />

educacional vigente em seus fundamentos e garantindo o direito à diferença,<br />

podemos discutir e reconstruir as práticas educativas e pedagógicas<br />

em tor<strong>no</strong> das pessoas com deficincias atravs do traalo coletivo<br />

Garantindo um ensi<strong>no</strong> diferente e prazeroso a esses alu<strong>no</strong>s, levando a<br />

uma mudança de atitude <strong>no</strong>s professores <strong>no</strong> ue se refere eiilidade<br />

diante das questões que surgem e dos conhecimentos que se constroem<br />

durante o desenvolvimento dos trabalhos. Trata-se de um processo ativo,<br />

cooperativo, integrado e interdisciplinar, como prevê a Política Nacional<br />

da Educação Especial em ue devemos ver ue antes da deficincia temos<br />

um ser huma<strong>no</strong>, com sua história de vida, sua individualidade, seus desejos<br />

e diferenças. O aprendizado vivenciado durante o curso através dos relatos<br />

e troca de experiências e elaboração de recursos e práticas pedagógicas me<br />

fez enxergar, através do conhecimento das capacidades e possibilidades de<br />

desenvolvimento das pessoas com deficincias vrias possiilidades<br />

69


3<br />

O<br />

TRABALHO COM EDUCAÇÃO INCLUSIVA EM<br />

IGARAPÉ-AÇU (PA): ESTUDOS DE CASO A PARTIR<br />

DA ANAMNESE E AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA<br />

Cláudia Cristina de Sousa de Melo<br />

Graduada em Licenciatura em Biologia, Profª. <strong>no</strong> pólo Igarapé-Açu.<br />

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9.394/96, art. 7º,<br />

regulamenta que o atendimento às pessoas com necessidades especiais<br />

deve ser realizado em classes comuns do ensi<strong>no</strong> regular, em qualquer etapa<br />

ou modalidade da educação básica. Este indicativo legal não deixa dúvidas<br />

quanto ao fato de que há obrigatoriedade, por parte das escolas, de oferecer<br />

esse atendimento escolar. Mesmo que não totalmente efetivada, a lei foi<br />

criada para garantir esse direito, o que já é um grande passo.<br />

Entre as queixas dos professores em relação à efetiva inclusão, a<br />

mais comum está relacionada à falta de informações para possibilitar o<br />

desenvolvimento de atividades que possam incluir a todos os educandos,<br />

garantindo o espaço comum da vida em sociedade, aceitação das<br />

diferenças individuais e esforço coletivo na equiparação de oportunidades<br />

de desenvolvimento com qualidade, em todas as dimensões da vida.<br />

Porém, a política educacional não tem assegurado na prática o<br />

sucesso da inclusão das pessoas com deficincia O tempo de efetivação da<br />

formação dos educadores em larga escala é recente em relação à legislação,<br />

ue incluiu todos os alu<strong>no</strong>s com deficincia em salas comuns sem as<br />

adequações necessárias para facilitar as ações de ensi<strong>no</strong> e aprendizagem.<br />

nfelimente ainda muitos profissionais da educação ue não veem


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

a inclusão como um grande benefício para os estudantes com ou sem<br />

deficincia A inclusão não eneficia somente a pessoa com deficincia<br />

mas torna toda a sociedade mais solidária, cooperativa e tolerante.<br />

Segundo Piaget 1 e Vygotsky 2 apud FAON p <br />

o conhecimento só é efetivado a partir da interação do sujeito com<br />

o seu meio mesmo ue aa a interferncia do potencial ereditrio<br />

do indivíduo, o objeto de conhecimento é incapaz de manifestar suas<br />

caractersticas sem a presença do sueito para reconeclas A presença<br />

da pessoa com deficincia <strong>no</strong> amiente escolar representa um avanço <strong>no</strong><br />

que se refere à democratização do ensi<strong>no</strong>, mas não garante a efetivação<br />

de uma política de inclusão, pois a ideia de inclusão vem acompanhada de<br />

uma série de atitudes que implicam em dar outra lógica para a escola. Uma<br />

dessas atitudes é repensar uma educação que minimize os mecanismos de<br />

exclusão, assegurando a todas as crianças o direito de aprender e dividir<br />

seus conhecimentos.<br />

É essencialmente um <strong>no</strong>vo paradigma que resgata a educação como<br />

em social e enfrenta as dificuldades da prtica escolar compreendendo a<br />

deficincia so uma <strong>no</strong>va perspectiva valoriando a pessoa do professor e<br />

sobretudo, a educação, implicando, portanto, todo o redimensionamento<br />

da escola. Deste modo, evidencia-se a questão da diversidade, que é<br />

considerada um valor essencial para a transformação das escolas, pois<br />

reconhecer e respeitar as diferenças ainda é exercício pouco praticado.<br />

Em vista disso, o ensi<strong>no</strong> deve ser adaptado às necessidades dos<br />

educandos ao invés de buscar a adaptação dos mesmos ao sistema vigente.<br />

No ue se refere ao desenvolvimento e ao ensi<strong>no</strong> aprendiagem,<br />

o ser huma<strong>no</strong> nasce apenas com recursos biológicos,<br />

mas com a convivncia social com seus valores e culturas<br />

esses recursos concretizam o processo de humanização<br />

de desenvolvimento uma<strong>no</strong> essencialmente possvel<br />

por meio do processo ensi<strong>no</strong> aprendizagem. Vygotsky 3<br />

apud E RAN <br />

1<br />

PIAGET, J. A Linguagem e o Pensamento da Criança. Trad.Manuel Campos. Rio de Janeiro: Fundo de<br />

Cultura, 1959.<br />

2<br />

O Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1991.<br />

3<br />

O A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos<br />

superiores Ed ão aulo : artins Fontes <br />

72


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

A palavracave para o sucesso da inclusão a eiilidade <br />

ue se ter eiilidade em relação aos ideais de alu<strong>no</strong>s ue traçamos ao<br />

longo da <strong>no</strong>ssa traetria ue se ter eiilidade curricular com intuito<br />

de contemplar todas as dificuldades e atender as diferenças A eiilidade<br />

organizacional implica combinar diferentes recursos e agrupamentos<br />

dentro da sala de aula em função do objetivo que <strong>no</strong>s propomos a cada<br />

momento.<br />

Na tentativa de garantir uma educação de ualidade segundo<br />

antoan a inclusão uestiona as polticas e a organiação da<br />

educação especial e regular, bem como tem por objetivo não deixar<br />

ningum fora do ensi<strong>no</strong> regular impulsionando as modificaçes na<br />

formação oferecida aos professores essa forma modificaçes foram<br />

necessárias para garantir a inclusão. Entre elas, a acessibilidade, que requeria<br />

modificaçes aruitetnicas e atitudinais ara tanto fundamental a<br />

formação dos profissionais ue atuam na rede de ensi<strong>no</strong> e ue estão em<br />

usca de conecimentos para a ampliação da oferta e da permanncia<br />

educacional das pessoas com deficincia em salas de aulas<br />

No estado do ar a FRA em parceria com a ecretaria de<br />

Educação do Estado do ar E e a ecretaria de Educação<br />

dos unicpios por meio da Rede Nacional de Formação ontinuada<br />

<strong>RENAFOR</strong> tem eecutado um traalo ue usca diminuir os reclamos<br />

da ausncia da implementação da oltica Nacional para a ntegração de<br />

essoas ortadoras de eficincia ecreto <br />

arantir formação e ualificação de professores de<br />

nível médio e superior para a educação especial, de<br />

técnicos de nível médio e superior especializado na<br />

habilitação e reabilitação, e de instrutores e professores<br />

para formação profissional RA p <br />

esde cursos de atendimento em AEE tm sido realiados<br />

nicialmente na capital elm e a partir de em outros municpios<br />

do Estado. A procura destes cursos pelos professores tem sido grande<br />

devido à implantação <strong>no</strong>s municípios, pelo Ministério de Educação, das<br />

73


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

salas multifuncionais Nesta proposta estes cursos estão sendo efetuados<br />

garantindo a potencialização da inclusão nas escolas e, sobretudo, a<br />

prtica vivenciada pelos professores O curso parte do cotidia<strong>no</strong> destes<br />

professores e da eperincia ue tm com alu<strong>no</strong>s com deficincia<br />

É importante ressaltar que o ofício de professor é tarefa que requer<br />

desafios dedicação e persistncia com a inclusão de educandos com diferentes<br />

características que necessitam de adaptações curriculares e metodológicas.<br />

Este trabalho tor<strong>no</strong>u-se mais laborioso, mudando bastante a rotina da sala de<br />

aula porm tais mudanças são necessrias e urgentes iante dessa reeão<br />

percebe-se que surge a busca de caminhos alternativos que possibilitem<br />

a superação de desafios impostos pelas mudanças sociais omo afirma<br />

mernn p preciso analisar o ue funciona o ue devemos<br />

abandonar, o que temos de desprender, o que é preciso construir de <strong>no</strong>vo ou<br />

reconstruir sobre o velho”.<br />

No municpio de garapAçu A <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de foram registrados<br />

alu<strong>no</strong>s com deficincia Ainda muitos não matriculados na escola<br />

havendo <strong>no</strong>ve escolas registradas, e apenas uma sala de recurso multifuncional<br />

para atender o municpio todo O nmero de pessoas com deficincia<br />

matriculadas não retrata a realidade, porque poucos estudantes foram avaliados<br />

e a maioria não tem laudo. Somente após a avaliação educacional, estão sendo<br />

identificados os casos de deficincias Em foram matriculados em <br />

escolas educandos com laudo mdico comprovando suas deficincias<br />

No grfico possvel oservar ue a maioria dos alu<strong>no</strong>s estão<br />

com laudo de deficincia intelectual os outros são referentes<br />

a pessoas com dificuldades de aprendiagem epilepsia e iperatividade<br />

Mesmo que o município já tivesse uma proposta consistente na educação<br />

especial, pautada, principalmente, na inclusão efetiva, ainda faltavam<br />

profissionais com formação adeuada para tornar mais consistente as<br />

avaliações educacionais e o atendimento educacional especializado.<br />

74


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

RELAÇÃO DE EDUCANDOS ATENDIDOS: DEPARTAMENTO DE<br />

ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO EM IGARAPÉ-AÇU - PA<br />

DI DA DV TGD DMU DF outros<br />

Série1; outros; 36; 36%<br />

Série1; DF; 9; 9%<br />

Série1; DMU; 4; 4%<br />

Série1; TGD; 2; 2%<br />

Série1; DV; 7; 7%<br />

Série1; DA; 7; 7%<br />

Série1; DI; 35; 35%<br />

Gráfico 1 – Educandos matriculados na sala regular e multifuncional das escolas de Igarapé-<br />

Açu ar deficincia intelectual A deficincia auditiva deficincia visual <br />

transtor<strong>no</strong> gloal do desenvolvimento deficincias mltiplas F deficincia fsica<br />

Diante dessa realidade, percebe-se que era grande a necessidade<br />

de formar professores para o AEE. Este curso ofertado pela UFRA teve<br />

como oetivo efetivar a formação profissional para o atendimento nas<br />

salas multifuncionais e <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> regular Especificamente ele se props a:<br />

criar uma proposta de identificação das deficincias a partir da avaliação<br />

inicial e redação do relatrio e sntese de avaliação proetar o pla<strong>no</strong> de<br />

atendimento educacional individual por bimestre dentro da proposta do<br />

proeto poltico pedaggico da escola e propor produção de material<br />

didático e utilização dos recursos da sala dentro da proposta de adaptações<br />

curriculares.<br />

O curso de Atendimento Educacional Especialiado teve como<br />

intuito demonstrar formas de identificação de educandos com deficincia<br />

intelectual deficincia fsica deficincias mltiplas altas ailidades<br />

superdotação e transtor<strong>no</strong> global do desenvolvimento. Além disso, o curso<br />

tamm se props a compor o relatrio e o pla<strong>no</strong> de atendimento educacional<br />

especializado, fundamentado <strong>no</strong> respeito dos limites e possibilidades das<br />

pessoas com deficincia e estruturação das atividades do professor como<br />

mediador de práticas educacionais inclusivas <strong>no</strong> cotidia<strong>no</strong> escolar.<br />

Em busca de viabilizar os objetivos a que se adéqua o leque de<br />

discussão dessas atividades, optou-se por realizar estudos de casos de alu<strong>no</strong>s<br />

que representam o público do AEE, constituindo uma investigação a partir<br />

da anamnese e avaliação psicopedagógica.<br />

75


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

3.1 caso na arina: relato de um caso de uma criança com altas<br />

habilidades/superdotação<br />

uem Ana arina<br />

Cláudia Cristina de Sousa de Melo<br />

Graduada em Licenciatura em Biologia, Profª. <strong>no</strong> pólo Igarapé-Açu.<br />

Erika Greice Dias da Silva<br />

Graduada em Pedagogia. Profª. da Rede Municipal de Igarapé-Açu.<br />

Janicy da Silva Costa<br />

Graduada em Licenciatura Plena em Pedagogia pela Universidade<br />

Estadual do Vale do Acaraú.<br />

Lílian Souza da Silva<br />

Graduada em História. Profª. da Rede Municipal de Igarapé-Açu.<br />

Maria Cleyce Silva de Lima<br />

Graduada em Pedagogia. Profª. da Rede Municipal de Igarapé-Açu.<br />

Sarlene de Oliveira Borcem<br />

Graduada em Biologia e Pedagogia. Profª. da Rede Municipal de<br />

Igarapé-Açu. Especialista em Educação Especial <strong>Inclusiva</strong>.<br />

Thaise de Nazaré Oliveira Magalhães<br />

Graduada em Pedagogia e Biologia. Profª. da Rede Municipal de<br />

Igarapé-Açu.<br />

Ana arina com seus a<strong>no</strong>s de idade consegue cativar o<br />

público em geral com suas habilidades: canta e dança muito bem. Assim<br />

sendo, mediante a observação de seus altos desempenhos motores e<br />

destaue frente ao grupo de dança rapide criatividade e concentração<br />

surgiu a necessidade de realiar uma avaliação psicopedaggica Os<br />

dados coletados são provenientes de investigações realizadas <strong>no</strong> período<br />

de a A avaliação iniciou <strong>no</strong> dia <br />

mediante uma entrevista inicial com os pais e levantamento de dados para<br />

compor a anamnese e avaliação psicopedagógica. Junto aos familiares<br />

foram coletados alguns dados referentes ao dia-a-dia da me<strong>no</strong>r em questão,<br />

bem como aspectos relevantes de cunho emocional, psicológico, social,<br />

linguístico e educacional, conforme relato a seguir:<br />

76


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

Condiçes pré peri e psnatal: gravidez sem nenhum tipo de problema<br />

de sade Nasceu de parto cesaria<strong>no</strong> em amiente ospitalar<br />

Doenças na família: alergia Renite aguda<br />

istria biomédica e queixas somáticas: apresenta boa saúde, sem<br />

doenças graves.<br />

Desenvolvimento psicomotor: sentou aos seis meses de idade, não<br />

engatinhou e começou a andar com 9 meses de vida. Tem bom desempenho<br />

motor nas atividades de correr, pular e de equilíbrio.<br />

Desenvolvimento da linguagem: o surgimento das primeiras palavras<br />

ocorreu aproximadamente com um a<strong>no</strong> e meio de idade, mas somente com<br />

pequenas palavras soltas, porém bem articuladas e de boa compreensão. A<br />

mãe relata ue nunca apresentou dificuldade na linguagem sempre falou<br />

sem grandes dificuldades<br />

Desenvolvimento escolar: conforme a genitora, com dois a<strong>no</strong>s a criança<br />

frequentou o educação infantil, com o objetivo de interação, pois é a única<br />

criança da casa. Seu desenvolvimento foi excelente tanto que a me<strong>no</strong>r foi<br />

avançada para série seguinte.<br />

Relacionamento com os membros da família: convive com a mãe, o<br />

pai e os avós mater<strong>no</strong>s, com os quais mantém uma boa relação afetiva.<br />

Interação social: tem boa interação com todos que se relaciona e cria<br />

amizades com facilidade.<br />

Organização e práticas de atitudes diárias: já consegue realizar algumas<br />

atividades cotidianas de alimentação, higiene e autocuidado, esperados<br />

para a faixa etária, tais como: escovar os dentes, alimentar-se sozinha e<br />

tomar banho, mas precisa de auxílio para se vestir.<br />

Alimentação: alimenta-se bem, conforme os hábitos da família e não<br />

apresenta seletividade quanto à sua alimentação.<br />

Higiene: precisa dos pais ou dos avós para orientar-se na realização de<br />

sua higiene diária.<br />

So<strong>no</strong>: apresenta so<strong>no</strong> tranquilo e sem alterações; costuma dormir após o<br />

almoço.<br />

77


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

A avaliação Psicopedagógica foi desenvolvida por equipe<br />

multiprofissional edagoga sicopedagogo ilogo e especialista em<br />

Educação Especial mediante uma conversa com os pais os professores<br />

e também observação do comportamento da criança <strong>no</strong> seu dia-a-dia,<br />

apresentaçes artsticas dança e canto realiadas em casa e ao plico<br />

o processo de identificação deve ser feito com o<br />

cruzamento de inúmeras informações, e devemos<br />

considerar que, para a descoberta de talentos, a<br />

princípio a contribuição mais importante vem dos<br />

professores e dos pais AAEA p<br />

Assim sendo verificouse ue <strong>no</strong> amiente familiar suas<br />

habilidades são mais estimuladas. Segundo relatos da mãe e da professora,<br />

a me<strong>no</strong>r se relaciona muito bem <strong>no</strong> ambiente escolar com os colegas<br />

e professores. Apresenta boa atenção e concentração nas atividades<br />

escolares, principalmente nas suas áreas de interesse. A criança tem<br />

excelente desenvolvimento cognitivo com habilidades e/ou capacidades<br />

acima da mdia em reas especficas e acordo com re e Freitas<br />

a capacidade especfica se refere possiilidade de construir<br />

conhecimentos e habilidades ou a capacidade de desempenho em uma ou<br />

mais reas especficas ou sea não em situaçes de teste mas em situação<br />

da vida real.<br />

Aspectos gerais<br />

A criança demonstra ser bastante afetiva e não apresenta<br />

nenuma dificuldade na fala emonstrou organiação de pensamento<br />

faz pronúncia de frases curtas, mantém a atenção e concentração nas<br />

atividades, principalmente na sua área de interesse, tem boa coordenação<br />

motora, conhece o esquema corporal, anda <strong>no</strong>rmalmente, consegue<br />

correr e pular sem cair, consegue montar quebra-cabeça e jogos de<br />

encaixes; demonstra certa auto<strong>no</strong>mia nas ações cotidianas, alimentandose<br />

sozinha e desenvolvendo atividades simples. Tem <strong>no</strong>ção de aspectos<br />

proprioceptivos; apresenta aspectos visuais <strong>no</strong>rmais.


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

Pla<strong>no</strong> de atendimento especializado<br />

Considerando as etapas de avaliação desenvolvidas com a criança<br />

pela Equipe Multidisciplinar (Pedagoga, Psicopedagogo, Biólogo e<br />

Especialista em Educação Especial presumese ue a mesma apresenta<br />

grande desenvolvimento na comunicação, tem facilidade em interagir <strong>no</strong><br />

meio social apenas fica um pouco retrada com o desconecido mas logo<br />

se adapta E vale destacar ue a me<strong>no</strong>r possui aptides especificamente<br />

voltadas para a dança e a msica Oservouse ue a aluna tem facilidade<br />

para assimilar os movimentos coreogrficos aprende com rapide<br />

somente observando, e também apresenta destreza na capacidade para<br />

memorizar a letra das músicas. Além disso, compreende e respeita o<br />

processo de organiação seuncia lgica dos movimentos <strong>no</strong> tempo<br />

espaço e ritmo, assim como demonstra ter <strong>no</strong>ção de dança como uma<br />

forma de comunicação, expressão e interpretação.<br />

Uma característica marcante da personalidade da criança é o<br />

seu comprometimento com a tarefa; é ansiosa, curiosa e não gosta de<br />

rotina ara aatella p tentar identificar superdotado<br />

é como tentar analisar uma sinfonia – somos cercados por um amplo<br />

espectro de ualidades e detales Nesse sentido para ue possamos<br />

elaborar um parecer mais preciso, faz-se necessário demasiado tempo:<br />

mínimo de 4 meses a <strong>no</strong> máximo 1 a<strong>no</strong>. Assim sendo, como não tivemos<br />

a oportunidade de realizar um maior acompanhamento, e apesar de<br />

ter identificado caractersticas relevantes de uma pessoa com altas<br />

ailidadesuperdotação consideramos ue precipitado afirmar ue<br />

a pequena possui superdotação. Com isso, apresentamos a proposta de<br />

encaminhar a criança para uma análise mais porme<strong>no</strong>rizada, ou seja, um<br />

acompanhamento psicopedagógico mais extenso.<br />

Percebemos também a necessidade dos pais receberem auxílio de<br />

como informar essas crianças de suas habilidades, vale ressaltar que, se<br />

elas forem informadas de forma errnea podem se sentir frustadas e at<br />

mesmo indiferentes em relação aos seus colegas, impedindo assim um<br />

bom desempenho em sua apredizagem. Com isso, <strong>no</strong>tamos a importância<br />

de se ter um Atendimento Educacional Especializado para se trabalhar<br />

79


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

com mais ito essa uestão e eplorar tamm o lado artstico ue de<br />

seu maior interesse.<br />

O alu<strong>no</strong> com altas ailidadessuperdotação necessita<br />

de encorajamento, apoio e incentivo como todos os<br />

demais orm devido s carncias atuais do sistema<br />

de ensi<strong>no</strong> regular, fazem-se necessárias alternativas<br />

diferenciadas para o atendimento desta pessoa.<br />

ERE FREA p<br />

Assim como todas as crianças tm seus interesses e afinidades<br />

especficas Ana arina se identificou com a dança e conclumos assim<br />

que ela necessita de um especialista em dança para avaliar suas habilidades<br />

e seu potencial. Portanto, é relevante que seja estimulado e valorizado<br />

seu potencial para que ela não se sinta desanimada ou tenha frustações<br />

futuras.<br />

3.2 Relato de caso de deficiência visual (cegueira)<br />

As melhores e mais belas coisas do<br />

mundo não podem ser vistas nem<br />

tocadas, mas o coração as sente.<br />

elen eller<br />

Alcivane Mergulhão<br />

Graduada em Pedagogia. Profª. da Rede Municipal de Igarapé-Açu.<br />

Diana Cristo<br />

Profª. da Rede Municipal de Igarapé-Açu.<br />

Maria Helena Santos<br />

Graduada em Pedagogia. Profª. da Rede Municipal de Igarapé-Açu.<br />

Nazaré Malcher<br />

Graduada em Pedagogia. Profª. da Rede Municipal de Igarapé-Açu.<br />

Nazaré Pedro<br />

Graduada em Pedagogia. Profª. da Rede Municipal de Igarapé-Açu.<br />

Telma Sueli Fragoso<br />

Graduada em Letras. Profª. da Rede Municipal de Igarapé-Açu.


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

A vida de Ruth<br />

Ana Rut tem a<strong>no</strong>s de idade reside com os seus pais fila<br />

caçula de uma família de 5 irmãos. Tivemos contato com Ana Ruth a<br />

partir de uma pesquisa para o curso de Atendimento Educacional<br />

Especializado, na qual deveríamos fazer uma avaliação psicopedagógica.<br />

Os dados coletados para compor o processo de avaliação psicopedaggica<br />

de Ana Ruth são provenientes de entrevistas e observações da aluna em<br />

seu espaço escolar regular, onde frequenta o 5º a<strong>no</strong> do ensi<strong>no</strong> fundamental<br />

<strong>no</strong> perodo vesperti<strong>no</strong> em uma escola do municpio de garapAçu A<br />

A avaliação iniciou <strong>no</strong> dia e constou de uma entrevista<br />

inicial com o responsável da me<strong>no</strong>r, seguido de relatos do corpo docente<br />

da referida escola, além de outros momentos de levantamentos de dados<br />

para compor a anamnese e mais observações da aluna em sua classe regular<br />

de ensi<strong>no</strong>. Junto aos familiares, foram levantados alguns dados referentes<br />

ao dia-a-dia da aluna em questão, bem como aspectos relevantes de cunho<br />

emocional, psicológico, social, linguagem, educacional, conforme relato<br />

abaixo:<br />

Condiçes pré peri e psnatal: gravidez de risco devido a idade<br />

da mãe a<strong>no</strong>s Nasceu aos meses de parto <strong>no</strong>rmal pesando g<br />

percorreu vários hospitais em busca de atendimento só conseguindo leito<br />

na aps do nascimento do e ue ficou por meses e dias<br />

internado, sem nenhum tipo de proteção na visão. Segundo Domingues<br />

p <br />

a cegueira congnita pode ser causada por leses ou<br />

enfermidades que comprometem as funções do globo<br />

ocular. Dentre as principais causas, destacam-se a<br />

reti<strong>no</strong>patia da prematuridade, a catarata, o glaucoma<br />

congnito e a atrofia do nervo ptico ratase<br />

de uma condição orgânica limitante que interfere<br />

significativamente <strong>no</strong> desenvolvimento infantil


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

Doenças na família: irmão com deficincia fsica congnita<br />

istria biomédica e queixas somáticas: segundo relato da mãe, a<br />

deficincia foi comprovada aos a<strong>no</strong>s de idade os mdicos relataram ue a<br />

deficincia irreversvel pois a retina dos dois olos avia estourado<br />

Desenvolvimento psicomotor: ela sentou com aproximadamente um<br />

a<strong>no</strong> de idade andou com a<strong>no</strong>s e meses egundo relato do professor<br />

de educação fisica ela apresenta uma leve dificuldade motora com<br />

dificuldades para correr pular e ter euilrio<br />

Desenvolvimento da linguagem: o surgimento das primeiras palavras<br />

ocorreu aproimadamente por volta de a<strong>no</strong> de idade Não apresenta<br />

dificuldades para se epressar<br />

Desenvolvimento escolar: a aluna frequenta a mesma escola desde os<br />

4 a<strong>no</strong>s de idade, seu desenvolvimento é satisfatório em todas as áreas de<br />

conhecimento, não tendo repetido nenhuma série.<br />

Relacionamento com os membros da família: ocorre <strong>no</strong>rmalmente<br />

dentro das condiçes ue o amiente prope Oedece s regras familiares<br />

mas se irrita com facilidade porque tem um temperamento muito forte.<br />

Interação social: interage <strong>no</strong>rmalmente <strong>no</strong>s diversos ambientes sociais<br />

ue freuenta famlia escola igrea etc<br />

Organização e práticas de atitudes diárias: desenvolve <strong>no</strong>rmalmente<br />

as atividades de higiene pessoal, alimenta-se sem auxílio de terceiros, vestese<br />

soina com dificuldades fora do amiente em ue vive s camina<br />

com a ajuda de um guia.<br />

So<strong>no</strong>: consegue dormir tranquilamente.<br />

Áreas de interesse e aptidões: brincar com outras crianças e com o<br />

celular.<br />

Condições educacionais<br />

A avaliação psicopedagógica foi desenvolvida por equipe<br />

multiprofissional pedagogos e professores de lnguas ue realiou<br />

observações do comportamento da criança nas atividades propostas. Foi<br />

verificada tamm a interação da me<strong>no</strong>r com os docentes e discentes da


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

turma regular que frequenta. Em caráter familiar a avaliação efetivou-se<br />

por meio de relato do responsável pela me<strong>no</strong>r.<br />

Na avaliação verificouse ue a aluna apresentou oa atenção<br />

concentração, memória e compreensão durante a realização de atividades<br />

propostas não apresentando dificuldades em nenuma rea de<br />

conhecimento, seguindo os comandos simples usando a audição e o tato.<br />

Mesmo não frequentando a escola regularmente, conhece quantidades,<br />

tamanho e posição, relações temporais, utiliza vocabulário matemático,<br />

possui raciocínio lógico, conhece as formas geométricas, letras maiúsculas<br />

e minúsculas, vogais e consoantes, forma palavras a partir das famílias<br />

silicas separa em slaas identifica encontros voclicos e consonantais<br />

forma e l peuenas palavras e frases formadas com alfaeto mvel l e<br />

interpreta peue<strong>no</strong>s tetos em oa discriminação auditiva No aspecto<br />

social é comunicativa, sociável e não demostra agressividade.<br />

Considerando as etapas de avaliação desenvolvidas com a educanda<br />

pela euipe multidisciplinar edagogos e professores de lnguas deste<br />

grupo de estudo concluiuse ue a mesma apresenta dificuldades na<br />

coordenação motora grossa e fina demostra pouca organiação do<br />

pensamento dificuldade de <strong>no</strong>ção de espaço e distncia perto e longe<br />

lateralidade alm de deficincia visual comprovada em laudo mdico e<br />

dificuldades motoras<br />

Sugestão de encaminhamentos:<br />

• Acompanamento sicopedaggico ala de AEE<br />

• Acompanhamento Psicológico;<br />

• Acompanhamento de Assistente Social;<br />

• Acompanhamento pela Unidade Especializada José Álvares de<br />

Aevedo EE<br />

ara Fraão e ereira p considerada deficiente visual<br />

a pessoa ue privada em parte segundo critrios prestaelecidos ou<br />

totalmente da capacidade de ver”.


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

Causas mais frequentes da deficiência visual (V)<br />

Fraão e ereira p consideram como causas mais<br />

freuentes da eficincia isual as seguintes:<br />

• Reti<strong>no</strong>patia da prematuridade: causada pela imaturidade da<br />

retina em decorrncia de parto prematuro ou de ecesso de<br />

oignio na incuadora<br />

• atarata congnita: em conseuncia de ruola ou de outras<br />

infecções durante a gestação;<br />

• Glaucoma: pode ser hereditário ou causado por infecções.<br />

ndicadores mais comuns que podem sugerir uma investigação<br />

oftalmolgica<br />

Aaio podemos verificar segundo Fraão e ereira p <br />

alguns indicadores que sugerem uma investigação oftalmológica <strong>no</strong> caso de<br />

<strong>no</strong>s defrontarmos com tais situações:<br />

• Nuseas dupla visão ou nvoas durante ou aps a leitura<br />

• Esfregar os olhos, franzir ou contrair o rosto quando se olham<br />

objetos distantes;<br />

• Excessiva cautela ao andar, correr raramente e tropeçar sem<br />

razão aparente;<br />

• Desatenção a<strong>no</strong>rmal durante realização de trabalhos escolares;<br />

• Pestanejar excessivamente, sobretudo durante a leitura;<br />

• Segurar habitualmente o livro muito perto, muito distante ou<br />

em outra posição enuanto se l<br />

• Inclinar a cabeça para um lado durante a leitura;<br />

• Capacidade de leitura por apenas um período curto de cada vez;<br />

• Fechar ou tampar um olho durante a leitura;<br />

• Algumas dicas de convivncia para a sala de aula<br />

• Sentar o alu<strong>no</strong> próximo à mesa do professor, para facilitar a<br />

comunicação e aprendizagem;<br />

• Ler as atividades escritas <strong>no</strong> quadro;<br />

• Atividades em grupo;<br />

• Ao se ausentar da sala de aula comunicar o alu<strong>no</strong>;<br />

• Adaptar o trabalho de acordo com a condição visual do alu<strong>no</strong>.


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

3.2.1 Planejamento semestral multidisciplinar: língua portuguesa,<br />

matemtica istria geografia cincias arte e educação fsica<br />

omo Ana Rut não possui dificuldade de aprendiagem<br />

sugerimos ue as atividades seam apenas adaptadas sua dificuldade<br />

visual da seguinte forma:<br />

Atividades orais e tteis associadas s eperincias de vida<br />

Recursos: alfabeto móvel, regletes, punção, células Braille, sorobã,<br />

máquina de escrever em Braille, material impresso em Braille, gravador, bola<br />

com guizo, tronco huma<strong>no</strong> desmontável, mapas em relevo, desenhador,<br />

livros adaptados e álbuns sensoriais, além de outros materiais didáticos<br />

que também são utilizados com crianças que enxergam, só que adaptados<br />

Figuras a <br />

Recursos pedaggicos<br />

igura 1 – Material didático em alto relevo.


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

Figura 2 – Mapa com materiais de diferentes texturas.<br />

Figura 3 – Cela de bolso


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

Figura 4 – Mapa em alto relevo sobre folha metálica.<br />

3.2.2 Planejamento para sala multidisciplinar<br />

Para a sala multidisciplinar, foram planejadas atividades sobre<br />

Braille para Ana Ruth em função do seu desconhecimento sobre esse<br />

sistema e Atividades de ida Aut<strong>no</strong>ma AA ou de orientação e<br />

mobilidade, conforme pla<strong>no</strong> a seguir organizado para o primeiro semestre<br />

de atendimento.<br />

MÊS DE MARÇO<br />

Braille: ensiná-la a escrita Braille, assim como a manusear<br />

instrumentos como reglete e punção e máquina de Braille.<br />

Atividades de ida Aut<strong>no</strong>ma AA<br />

Vestir-se e calçar-se: ensiná-la como se vestir e se calçar sem auxílio<br />

de terceiros.


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

MÊS DE ABRIL<br />

Braille: ensiná-la a escrita Braille, assim como a manusear<br />

instrumentos como reglete e punção e a máquina de Braille.<br />

Orientação e oilidade: andar em lina reta<br />

MÊS DE MAIO<br />

Braille: ensiná-la a escrita Braille, assim como a manusear<br />

instrumentos como reglete e punção e a máquina de Braille.<br />

Orientação e oilidade: andar com o aulio da engala em<br />

ambientes fechados.<br />

MÊS DE JUNHO<br />

Braille: ensiná-la a escrita Braille, assim como a manusear<br />

instrumentos como reglete e punção e a máquina de Braille.<br />

Orientação e oilidade: andar com o aulio da engala em<br />

ambiente exter<strong>no</strong>.


4<br />

SUGESTÕES<br />

DE MATERIAL DIDÁTICO E<br />

UTILIZAÇÃO DE RECURSOS VINCULADOS À<br />

PROPOSTA DE ADAPTAÇÕES CURRICULARES<br />

A apresentação das sugestões de material didático presentes neste<br />

capítulo foram trabalhados <strong>no</strong> polo de Abaetetuba, com o curso “Práticas<br />

Pedagógicas e Tec<strong>no</strong>lógicas em Educação <strong>Inclusiva</strong>”, sob a coordenação da<br />

formadora Rejane Reis. As atividades foram desenvolvidas considerando as<br />

eperincias com alu<strong>no</strong>s deficientes ue alguns professores possuam e<br />

consideraram exitosas; além do mais, essas atividades incentivavam a criação<br />

e recriação de recursos a partir das discusses em sala de aula e a identificação<br />

de possiilidades pedaggicas adeuadas s diferentes deficincias<br />

4.1 Contas para enfiar<br />

Alde<strong>no</strong>ra do Socorro Silva de Oliveira Cravo<br />

Especialista em psicopedagogia institucional – CESUPA<br />

Marilene Negrão dos Santos<br />

Profª. da Rede Municipal de Abaetetuba.<br />

ÁREA DO CONHECIMENTO: linguagem escrita e matemática<br />

SÉRIE: a partir do 3° a<strong>no</strong><br />

OBJETIVO: estimular e desenvolver a motricidade, a coordenação<br />

imanual recorte e enfiagem a atenção a concentração e a orientação<br />

espacial.


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

POSSIBILIDADES DE EXPLORAÇÃO<br />

Utilizar para auxílio prático na contagem matemática envolvendo<br />

as uatro operaçes<br />

Usar na resolução de problemas;<br />

sar como contas para enfiar em atividades artsticas e de colagem<br />

Fazer colares e pulseiras e outros.<br />

MATERIAIS NECESSÁRIOS<br />

Capas de revistas ou catálogos; Tiras de papéis; Lápis (ou agulha<br />

de tricô); Cola branca ou de isopor; Régua; Tesoura; Fio grosso de algodão<br />

ou lã (Figura 5).<br />

igura 5 – Material utilizado<br />

90


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

PASSO A PASSO:<br />

• As capas de revistas ou catlogos serão recortadas em tiras ue<br />

podem medir 1,5 cm de largura, terminando em ponta; ou do<br />

tama<strong>no</strong> ue voc preferir<br />

• As tiras serão enroladas uma a uma, em tor<strong>no</strong> de um lápis;<br />

inicie pela parte mais larga da tira. A ponta é colada e a peça é<br />

plastificada pela cola<br />

• om a uantidade de contas suficiente começa a fase da<br />

enfiagem <strong>no</strong> fio de algodão ou na lã para produção de colares<br />

ou pulseiras ou em fio de arantes<br />

• Para trabalhar a contagem com os alu<strong>no</strong>s você pode armazenar<br />

as contas em um pote plstico ou vidro para utiliação uando<br />

necessário (Figura 6).<br />

igura – Professoras confeccionando o material didático.<br />

91


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

Explorando o material didático: traalando contas de enfiar<br />

na matemática.<br />

Idade: a partir de 6 a<strong>no</strong>s.<br />

Distribua as folhas de capa de revistas ou catálogos, lápis, cola<br />

ranca ou de isopor rgua tesoura e fio grosso de algodão ou lã para os<br />

alu<strong>no</strong>s;<br />

Peça para eles recortarem as tiras seguindo as orientações dadas<br />

(tamanho das tiras);<br />

Dê as orientações para enrolar e colar;<br />

epois das contas feitas peça para ue comecem a parte da<br />

atividade para presentear as pessoas ue eles preferirem as para efeito<br />

de contagem dos nmeros solicite ue os alu<strong>no</strong>s pensem na idade de suas<br />

mães;<br />

olicite ue cada alu<strong>no</strong> separe o nmero de contas correspondente<br />

idade de sua mãe e enfie as contas faendo um colar<br />

Aps cada um concluir o seu presente peça ue eles apresentem<br />

o seu colar turma e epliuem com uantas contas cada um foi feito o<br />

ue ele pensou eatamente ao eecutar o colar e o ue diria a sua mãe <strong>no</strong><br />

momento da entrega (Figura 7).<br />

igura – Colares e pulseiras feitos de contas.<br />

92


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

utra forma de trabalhar a atividade com seus alu<strong>no</strong>s.<br />

eça aos alu<strong>no</strong>s ue confeccionem as contas para audar a<br />

desenvolver atividades de adição, subtração, multiplicação e divisão na<br />

prática, de acordo com as situações e problemas dados pelo professor.<br />

Você também pode trabalhar a adição e subtração com um alu<strong>no</strong> surdo.<br />

Para trabalhar com alu<strong>no</strong> surdo: distribua os materiais necessários<br />

confecção das contas e epliue em iras mostrando a ele como<br />

confeccionar as contas para ue o mesmo se solte e inia a timide ao<br />

mimo em seguida coloue as situaçes envolvendo os prolemas e<br />

oriente-o a resolvê-los utilizando as contas como auxílio.<br />

4.2 Roleta da leitura<br />

na ice ima Rodrigues<br />

Especialista em Metodologia do Ensi<strong>no</strong> da Educação Superior/<br />

UEPA. Pedagoga.<br />

urea ice Rodrigues liva<br />

Especialista em Educação Especial e <strong>Inclusiva</strong>. Pedagoga.<br />

ÁREA DO CONHECIMENTO: linguagem oral e escrita<br />

SÉRIE: 2º a<strong>no</strong> do ensi<strong>no</strong> fundamental<br />

OBJETIVO: desenvolver a leitura de peuenas palavras a oralidade das<br />

crianças e trabalhar sua atenção e concentração (Figura 8).<br />

MATERIAIS NECESSÁRIOS<br />

artolina papelão cola tesoura EA figuras diversas canetas<br />

coloridas, clips e canudinhos.<br />

DESENVOLVIMENTO - PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS<br />

Você pode iniciar a aula com uma música, de preferência com<br />

uma ue a classe coneça Em seguida relemre com as crianças algumas<br />

palavras já estudadas. Apresente as crianças o joguinho de leitura, dizendo<br />

ue nesta aula eles irão aprender a ler rincando com o ogo da roleta da<br />

leitura” (Figura 9).<br />

93


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

igura 8 Roleta das figuras<br />

igura 9 Roleta dos <strong>no</strong>mes das figuras<br />

Epliue aos alu<strong>no</strong>s ue o ogo ter as seguintes regras:<br />

• Serão formados dois grupos de crianças (grupo A e grupo B);<br />

• ada criança rodar a roleta dos dese<strong>no</strong>s tendo ue encontrar<br />

a palavra correspondente ao dese<strong>no</strong> ue a roleta indicar na<br />

roleta dos <strong>no</strong>mes;<br />

• Cada criança terá tempo de um minuto para encontrar a<br />

palavra caso não consiga ler passa a ve para a outra euipe<br />

• Aps a atividade com a roleta voc dever a<strong>no</strong>tar <strong>no</strong> uadro<br />

as palavras encontradas durante o ogo e pedir s crianças ue<br />

formem <strong>no</strong>vas palavras em seu cader<strong>no</strong>. No caso de haver<br />

algum alu<strong>no</strong> ue apresente dficit cognitivo esta atividade<br />

pode ser realizada da mesma maneira, porém deverá ser<br />

estimulada a cooperação dos colegas para ue o alu<strong>no</strong> possa<br />

realizar a atividade de leitura e participar juntamente com os<br />

demais alu<strong>no</strong>s da turma.<br />

94


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

4.3 ultiplicação em pia<br />

ngela aria do ocorro argalho erreira<br />

Graduanda em Sociologia. Profª. da Rede Municipal de Abaetetuba.<br />

Maria Lúcia Santos e Silva<br />

Graduada em Pedagogia. Profª. da Rede Municipal de Augusto<br />

Corrêa.<br />

ÁREA DO CONHECIMENTO: matemática<br />

SÉRIE: esta atividade poderá ser desenvolvida com alu<strong>no</strong>s de 2º ao 9º<br />

a<strong>no</strong> e com alu<strong>no</strong>s com deficincia fsica e visual<br />

OBJETIVO: possiilitar aos alu<strong>no</strong>s com deficincia fsica e visual o<br />

reconhecimento da multiplicação entre números a partir da troca do<br />

multiplicador central com vistas a proporcionar a montagem de operações<br />

sem ue sea necessrio o alu<strong>no</strong> armlas e copilas em papel<br />

MATERIAIS NECESSÁRIOS:<br />

Caixa para embalar pizza, EVA branco e vermelho, tampas de<br />

garrafa pet, tesoura, cola para isopor, papelão, caneta futura preta e tinta<br />

alto-relevo (Figura 10).<br />

igura 10 – Material para confecção da pizza.<br />

95


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

DESCRIÇÃO DO MATERIAL PEDAGÓGICO<br />

Confeccionado em papelão forrado com EVA de forma circular,<br />

com diâmetro de 35 cm e espessura de 1 cm, cortado em 10 fatias com<br />

números de 1 a 10 em EVA vermelho. No meio possui uma abertura<br />

tamm em forma de crculo na ual os multiplicadores podem ser<br />

trocados. O recurso é acompanhado de tampinhas de refrigerante pet com<br />

os numerais inscritos em forma de relevo ue serão utiliados para eiir<br />

o resultado da operação, permitindo o desenvolvimento da discriminação<br />

visual e discriminação ttil onfeccionado para alu<strong>no</strong>s com dificuldade de<br />

manuseio de lápis e papel (Figura 11).<br />

igura 11 – Multiplicação em pizza<br />

96


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

4.4 Bingo de formas geométricas<br />

Bru<strong>no</strong> ndrade de oua<br />

Especialista em Educação Matemática.<br />

Rita de Cássia Rodrigues de breu<br />

Especialista em Gestão Escolar.<br />

ÁREA DO CONHECIMENTO: linguagem matemática<br />

SÉRIE: a partir do 2º a<strong>no</strong> do ensi<strong>no</strong> fundamental<br />

OBJETIVO: possiilitar ue o alu<strong>no</strong> desenvolva a coordenação motora<br />

fina o raciocnio lgico a percepção a criatividade agilidade atenção e<br />

concentração, orientação espacial, espírito de cooperação e a socialização<br />

com os colegas e professor (Figura 12).<br />

EVA Cola Papelão Lápis<br />

igura 12 – Recursos utilizados para a construção do material didático<br />

97


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS<br />

Apresentar turma as uatro formas geomtricas e em seguida<br />

solicitar ue os alu<strong>no</strong>s oservem ao seu redor para tentar identificar na<br />

sala de aula oetos ue lemrem as formas em estudo<br />

aso prefira o professor poder apresentar um modelo pronto de<br />

algumas formas geométricas para iniciar as discussões com a turma.<br />

Aps um estudo sore as formas geomtricas solicitar ue os<br />

alu<strong>no</strong>s formem duplas para ue confeccionem os ingos das formas<br />

geométricas (Figura 13).<br />

Após a etapa da confecção do material concreto o professor deverá<br />

conversar com a turma sobre as regras.<br />

nformar ue cada forma geomtrica ter um valor crculo <br />

pontos uadrado pontos tringulo pontos<br />

igura 13 – Bingo de formas geométricas<br />

aso o professor prefira tamm poder traalar com as figuras<br />

geométricas em alto relevo e mostrar as cartelas aos alu<strong>no</strong>s trabalhando<br />

com os mesmos o ogo da memria eles terão ue memoriar o mimo<br />

possvel das figuras e completar as cartelas vence a euipe ue conseguir<br />

colocar o maior nmero de figuras <strong>no</strong>s lugares corretos em me<strong>no</strong>r tempo<br />

98


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

O professor tamm pode faer vrias figuras geomtricas vrios<br />

crculos uadrados tringulos e retngulos de cores diferentes aul<br />

amarelo vermelo verde rosa etc ada figura com suas respectivas<br />

cores, teria um valor, como por exemplo, o triângulo azul vale 10 pontos, o<br />

amarelo vale 5 pontos, o verde vale 3 pontos, e assim por diante (Figura 14).<br />

No caso da adição:<br />

o caso da subtração:<br />

igura 14 Eemplos de utiliação das figuras geomtricas<br />

valiação do processo da atividade com os alu<strong>no</strong>s<br />

O processo de avaliação será contínuo: a partir do momento da<br />

confecção da atividade até o seu térmi<strong>no</strong>. Será observado o desempenho do<br />

alu<strong>no</strong>, suas habilidades e suas limitações, levando em consideração fatores<br />

como interesse, participação, raciocínio lógico, cooperação, solidariedade,<br />

respeito mútuo, dinamismo, persistência, entre outros de cunho emocional,<br />

registrando, em seguida, todos os momentos relevantes, inclusive se<br />

o educando obteve êxito na atividade proposta, e, caso contrário, criar<br />

estratgias para envolver auele alu<strong>no</strong> de outra forma para ue o processo<br />

de ensi<strong>no</strong> e aprendizagem seja relevante a todos os envolvidos.<br />

99


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

4.5 Vaivém e cartelas<br />

Cilene ilva de Carvalho<br />

Graduanda do Curso de Língua Portuguesa - Parfor.<br />

Irene Maria dos Santos Almeida<br />

Graduada em Letras.<br />

ÁREA DO CONHECIMENTO: linguagem oral e escrita e matemática<br />

SÉRIE: a partir do 2º a<strong>no</strong> do ensi<strong>no</strong> fundamental<br />

OBJETIVO: trabalhar as disciplinas em todas as séries de forma<br />

ldica estimulando o raciocnio lgico e o traalo em euipe amm<br />

possibilitar, através de cartelas de perguntas, a averiguação do aprendizado<br />

da turma sobre os conteúdos trabalhados em sala de aula.<br />

Estimula: coordenação motora e <strong>no</strong>ções de alternância, distância e<br />

raciocínio lógico.<br />

Descrição: o vaivém é feito com garrafas plásticas descartáveis, cordão,<br />

argolas e durex.<br />

CONSTRUINDO O VAIVÉM<br />

Corte duas garrafas pet ao meio. Junte as partes superiores, cole<br />

com fita dure passe dois fios com m por dentro das garrafas e amarre<br />

as argolas nas uatro etremidades<br />

As cartelas são confeccionadas com papel A4 e caixas coloridas de<br />

sandálias, com cortes na vertical para o encaixe de perguntas e respostas,<br />

feitas <strong>no</strong> papel.<br />

O vaivm um ogo de duplas em ue a criança segura as<br />

extremidades do cordão e uma delas dá um impulso abrindo os braços,<br />

ogando o oeto para o outro ue repete a operação assim sucessivamente<br />

As cartelas na garrafa possibilitam aos professores trabalhar com<br />

os alu<strong>no</strong>s todas as disciplinas em ualuer srie<br />

100


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

om o rinuedo vaivm e cartelas ueremos não apenas suprir a<br />

sala de aula com <strong>no</strong>vo recurso ue possa enriuecer a prtica pedaggica<br />

mas soretudo reetir sore a importncia de uma teoriação dessa<br />

prática (Figura 15).<br />

igura 15 – Vaivém e cartelas<br />

DESENVOLVIMENTO<br />

ivida a turma em duas euipes e solicite ue um memro de<br />

amas euipes segurem nas argolas iniciando as perguntas ue serão<br />

feitas atravs das cartelas escolidas pelo alu<strong>no</strong> ue est segurando as<br />

argolas sendo o professor o mediador das perguntas e uem dar a cada<br />

participante dois minutos para responder. Após a resposta correta, o<br />

alu<strong>no</strong> dar o impulso <strong>no</strong> vaivm e entra outro memro da euipe e assim<br />

sucessivamente at cegar ao ltimo participante da euipe O alu<strong>no</strong><br />

ue não conseguir responder corretamente não poder dar o impulso<br />

<strong>no</strong> vaivém e continuar na brincadeira deixando sua cartela para ser usada<br />

<strong>no</strong>vamente <strong>no</strong> jogo.<br />

101


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

4. Toca do ratinho<br />

miraldo Benedito Carvalho da Costa<br />

Especialista em Sociologia da Educação Ambiental pela<br />

Universidade do Estado do Pará - UEPA.<br />

Jea obato dos antos<br />

Especialista em eografia da Amania: ociedade e estão dos<br />

Recursos Naturais - Faculdade Integrada Brasil Amazônia - FIBRA.<br />

ÁREA DO CONHECIMENTO: diversidade cultural<br />

SÉRIE: 2º a<strong>no</strong> do ensi<strong>no</strong> médio – alu<strong>no</strong>s com baixa visão<br />

OBJETIVO: estimular a motricidade fina a percepção visual e a <strong>no</strong>ção<br />

de uantidade<br />

PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS<br />

O jogo a ser confeccionado se chama “toca do ratinho” e é feito a<br />

partir de uma tampa grande e lisa de uma caixa grande (entre 60 x 40 cm)<br />

ue pode ser de uma caia de papel A ou Ofcio uma olina de gude<br />

peteca peuena seis potes de iogurtes: trs de uma cor e trs de outra<br />

podendo vir a ser pintados.<br />

olicite com antecedncia aos alu<strong>no</strong>s para ue providenciem<br />

todo o material necessrio a fim de ue untos professor e alu<strong>no</strong> possam<br />

trabalhar em sala de aula na confecção do objeto.<br />

Após esses arranjos, parta para a ação concreta da confecção do<br />

ogo conforme os seguintes passos: primeiro mostre ue preciso faer<br />

um corte em forma de toca <strong>no</strong>s potinhos de iogurtes de forma a permitir<br />

a passagem da olina de gude ou peteca depois informe ue preciso<br />

colar os potinhos <strong>no</strong> tabuleiro um ao lado do outro e em cores alternadas,<br />

prestando atenção para ue fiuem dispostos de um a seis sendo outra<br />

cor para os números ímpares e uma para os números pares, conforme<br />

demonstração <strong>no</strong> desenho (Figura 16).<br />

102


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

igura 1 – Toca do ratinho<br />

Após o térmi<strong>no</strong> desta etapa, parta para a brincadeira propriamente<br />

dita ue consiste em tentar colocar a olina de gude na toca do rati<strong>no</strong><br />

movendoa com os dedos oda ve ue algum conseguir gana ou<br />

converte os pontos de acordo com os nmeros especificados <strong>no</strong>s potes<br />

Esta atividade trabalha e estimula a coordenação motora e<br />

a percepção visual, além de ser um ótimo recurso <strong>no</strong> aprendizado das<br />

operações matemáticas, podendo ser trabalhada com alu<strong>no</strong>s de salas<br />

inclusivas.<br />

Avaliação: o processo avaliativo dever ser contnuo como reuerem os<br />

procedimentos pedagógicos, observando-se o interesse, a participação e<br />

as ailidades do alu<strong>no</strong> verificando se os mesmos otiveram itos ou<br />

apresentaram alguma dificuldade ue possa ser contornada para envolver<br />

incluir o alu<strong>no</strong> com deficincia<br />

103


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

4. omin de texturas<br />

aria lexandrina Rodrigues Ribeiro<br />

Graduada em Pedagogia. Profª. da Rede Municipal de Abaetetuba.<br />

Célia erpétua Baia dos antos<br />

Graduada em Pedagogia. Especialista em Psicopedagogia.Profª. da<br />

Rede Municipal de Abaetetuba.<br />

ÁREA DO CONHECIMENTO: linguagem escrita e matemática<br />

SÉRIE: a partir do 2º a<strong>no</strong> do ensi<strong>no</strong> fundamental – alu<strong>no</strong>s com baixa<br />

visão<br />

OBJETIVO: estimular a percepção tátil, numa antecipação do acesso ao<br />

sistema braile.<br />

MATERIAIS NECESSÁRIOS<br />

ia fina lia grossa arro EA com tetura algodão EA<br />

sem textura.<br />

Como Montar: confeccionar um dominó, conforme a ilustração<br />

(Figura 17), com diversas texturas e colar os materiais indicados.<br />

Metodologia: entregar para as crianças as peças e pedir para ue<br />

elas joguem como <strong>no</strong> dominó convencional, buscando combinar as diferentes<br />

texturas das peças.<br />

igura 1 – Dominó de texturas<br />

104


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

4.8 Encaixe divertido<br />

aria do ocorro obato Cardoso<br />

Especialista em Metodologia do Ensi<strong>no</strong> de Língua Portuguesa e<br />

Literatura.<br />

aria da Conceição da ilva obato<br />

Graduanda em Letras, habilitação em Língua Inglesa.<br />

ÁREA DO CONHECIMENTO: linguagem escrita e matemática.<br />

SÉRIE: a partir do 2º a<strong>no</strong> do ensi<strong>no</strong> fundamental, principalmente alu<strong>no</strong>s<br />

com baixa visão<br />

OBJETIVO: desenvolver a atenção e concentração; trabalhar o<br />

desenvolvimento da coordenação motora identificar vogais e consoantes<br />

contribuir <strong>no</strong> desenvolvimento da leitura (Figura 18).<br />

igura 18 – Encaixe divertido<br />

MATERIAIS NECESSÁRIOS<br />

opi<strong>no</strong>s de iogurte Recortes de figuras diferentes: Recortes de<br />

letras do alfabeto; Cola de isopor; Tesoura; Cuba de ovos.<br />

105


Como faer:<br />

EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

• esuisar e recortar figuras cuos <strong>no</strong>mes esteam compatveis<br />

com o nível de aprendizagem dos alu<strong>no</strong>s;<br />

• olar as figuras e as letras <strong>no</strong>s copi<strong>no</strong>s separados<br />

• Recortar letras ue formem os <strong>no</strong>mes das figuras e colar <strong>no</strong>s<br />

copinhos;<br />

• Utilizar os copinhos para realizar atividades de encaixe na cuba<br />

de ovos (Figura 19).<br />

igura 19 – Possibilidades de encaixe<br />

bservação:<br />

Conforme o desempenho dos alu<strong>no</strong>s, sugerimos o encaixe de mais<br />

uma cuba de ovos, para trabalhar palavras com maior número de sílabas.<br />

106


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

4.9 Jogo de boliche com copos descartáveis: trabalhando a adição<br />

aria Edinela Bitencourt de ousa<br />

Especialista em Psicopedagogia Insititucional, com habilitação em<br />

Educação Especial.<br />

aaré do ocorro Bitencourt Viegas<br />

Graduada em Psicopedagogia Insititucional, com habilitação em<br />

Educação Especial.<br />

ÁREA DO CONHECIMENTO: linguagem escrita e matemática.<br />

SÉRIE: a partir do 1º a<strong>no</strong> do ensi<strong>no</strong> fundamental<br />

OBJETIVO: estimular a motricidade, coordenação motora ampla,<br />

coordenação viso-motora, arremesso ao alvo, controle de força e direção,<br />

raciocínio lógico-matemático, concentração.<br />

MATERIAIS NECESSÁRIOS<br />

4 pares de meias; 54 copos descartáveis de tamanho médio; 1 folha<br />

de papel cartão preto; 2 folhas de papel chamex; 1 vidro de cola de isopor; 3<br />

bastões de cola de silicone; 1 uma caixa de sapato vazia; Canetas hidracolor<br />

para contor<strong>no</strong> fola de papel de presente rolo de fita crepe<br />

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS<br />

ividir a turma em duas euipes formando duas fileiras<br />

Explicar como acontecerá o jogo;<br />

Empilhar os copos formando um castelo;<br />

ogar como olice: cada ogador das euipes tem direito a faer<br />

um arremesso com a bola de meia, tentando derrubar todos os copos;<br />

ada ogador dever copiar os numerais ue estão afiados <strong>no</strong>s<br />

copos derrubados para posteriormente realizarem as adições desses<br />

numerais;<br />

encer o ogo uem otiver o maior nmero de pontos de acordo<br />

com os resultados das adições (Figura 20).<br />

107


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

igura 20 – Uso do jogo de boliche com copos descartáveis<br />

Flexibilização para o alu<strong>no</strong> surdo: o professor deverá fazer as<br />

orientações do jogo em Libras e usar cores de contrastes <strong>no</strong>s numerais para<br />

camar atenção do alu<strong>no</strong> evando em consideração o conecimento ue<br />

seu alu<strong>no</strong> surdo possui e, a partir de seu planejamento, deverá demonstrar<br />

através de gestos concretos como o jogo procederá.<br />

108


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

4.10 Gavetas de numerais e quantidades<br />

arlia de aaré inheiro<br />

Graduada em Letras.<br />

ÁREA DO CONHECIMENTO: matemática.<br />

SÉRIE: 3º a<strong>no</strong><br />

OBJETIVO: associar o numeral em raille uantidade correspondente<br />

além de proporcionar o treinamento dos números em Braille e percepção<br />

dos objetos.<br />

eficiência: cego/surdo-cego<br />

MATERIAIS NECESSÁRIOS<br />

Caixas de fósforos, papel colorido, EVA, papel cartão, sementes ou<br />

outros materiais peue<strong>no</strong>s e concretos grãos de feião milos pedrinas<br />

pérolas, miçangas...).<br />

Como faer:<br />

Selecionar caixas de fósforos; revestir com papel A4, de preferência<br />

colorido faer o marcador para posicionar de ue lado a caiina ser<br />

utiliada colar peue<strong>no</strong>s crculos de EA em pedaços de papel cartão para<br />

ue o alu<strong>no</strong> cego ou surdocego possa sentir o alto revelo e representar os<br />

numerais em Braille, as sementes ou outros objetos servem para conferir<br />

a uantidades<br />

109


tiliação:<br />

EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

• A atividade poderá ser realizada de maneira individual ou em<br />

grupo;<br />

• Você pode variar o material a ser utilizado na contagem;<br />

• oc pode identificar primeiro a representação dos numerais<br />

em Braille;<br />

• Realize a contagem retirando o material das gavetas das caixas<br />

de fsforos para ue o alu<strong>no</strong> percea ual o material usado<br />

para esta atividade;<br />

• Após o processo, esvaziar todas as gavetas das caixas e fazer<br />

a atividade de contagem guardar o material e a uantidade<br />

correspondente ao numeral expresso em Braille em cada<br />

gaveta da caixa de fósforos (Figura 21).<br />

igura 21 so das gavetas de numerais e uantidades<br />

110


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

4.11 Trabalhando com a matemática<br />

Raimunda Cardoso Ribeiro<br />

Licenciatura em Matemática/UFPA.<br />

aria de aaré Raiol de liveira<br />

raduanda em eografia arforFA<br />

ÁREA DO CONHECIMENTO: matemática - operações com radicais<br />

iguais: adição e subtração<br />

SÉRIE: 8º a<strong>no</strong><br />

OBJETIVO: facilitar ao deficiente visual ue não domina o raile a<br />

aprendizagem da adição e subtração de radicais iguais através do tato e da<br />

diferença de cores com material palpável feito de EVA.<br />

eficiência: visual (alu<strong>no</strong> cego ou com baixa visão).<br />

Desenvolvendo a atividade<br />

Com uma caneta ou lápis, traçar o símbolo dos radicais, dos<br />

algarismos, dos sinais de soma e subtração, do símbolo de associação<br />

(parênteses) e igualdade na folha de EVA branca ou outra cor.<br />

Recortar todo esse material com uma tesoura.<br />

Em uma folha de papel cartão vermelha ou outra cor diferente<br />

da cor do EVA colar os radicais, os algarismos, os sinais de soma e ou<br />

subtração, parênteses como mostra a Figura 22.<br />

igura 22 – Trabalhando com a matemática<br />

111


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

ossibilidades de exploração<br />

Revisão oral sobre a operação radiciação, estudada nas séries<br />

anteriores.<br />

Apresentar ao alu<strong>no</strong> todo o material confeccionado fazendo-o<br />

tocar.<br />

Falar sobre o assunto a ser estudado: adição e subtração de radicais<br />

iguais.<br />

Epor para o alu<strong>no</strong> o carta ue foi feito eplicando oralmente<br />

fazendo-o tocar em cada peça confeccionada: algarismos, sinais de + (mais)<br />

ou de – (me<strong>no</strong>s), radicais, parênteses e igualdade. Reforçar a explicação e<br />

fazer perguntas sobre o assunto explicado.<br />

4.12 omin de retalhos<br />

Jorge ernando obato arges<br />

Especialista em Educação Especial <strong>Inclusiva</strong>. Licenciado em<br />

Educação Artística, com habilitação em Artes Plásticas - UFPA.<br />

aria Terea dos antos Torres Torres<br />

Licenciada em Ciênciais Naturais - UFPA.<br />

ÁREA DO CONHECIMENTO: linguagem escrita e oral e raciocínio<br />

matemático.<br />

SÉRIE: a partir do 2º a<strong>no</strong> do ensi<strong>no</strong> fundamental<br />

OBJETIVOS: trabalhar a percepção visual, coordenação motora,<br />

raciocínio lógico, atenção e concentração.<br />

MATERIAIS NECESSÁRIOS<br />

Restos de tecidos de diversas estampas e texturas, linha, agulha,<br />

botões.<br />

O jogo pode ser utilizado na forma tradicional de um dominó,<br />

ou seja, distribuem-se as peças para cada alu<strong>no</strong> participante organizando<br />

a ordem de jogada. O objetivo, como <strong>no</strong> dominó tradicional, é formar os<br />

pares, combinando as estampas dos tecidos e encaixando os botões nas<br />

casas. Esta é uma ótima estratégia para trabalhar a coordenação motora<br />

(Figura 23).<br />

112


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

igura 23 – Dominó de retalhos<br />

O jogo pode ser utilizado também para se ensinar matemática<br />

como <strong>no</strong> exemplo a seguir:<br />

As peças do dominó poderão ser utilizadas para se trabalhar<br />

assuntos de matemtica como adição e sutração em ue se utilia as<br />

peças para aumentar ou diminuir a uantidade assim como descrito aaio<br />

unto com o alu<strong>no</strong> confira as peças do domin uma a uma<br />

Divida as peças com o alu<strong>no</strong> ou com os alu<strong>no</strong>s podendo envolver<br />

outros para se trabalhar a interação social;<br />

ergunte uantas peças cada um tem em mãos<br />

A partir da resposta dos alu<strong>no</strong>s retira-se ou acrescenta-se peças<br />

faendoos conferir <strong>no</strong>vamente uma a uma para saer a uantidade<br />

pedindo ue falem em vo alta o resultado<br />

ostrar sempre em um papel ou <strong>no</strong> uadro a representação do<br />

número do resultado (1, 2, 3, 4, etc..) sempre enfatizando a operação em<br />

uestão se adição ou sutração <br />

113


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

REFERÊNCIAS<br />

ABENHAIM, Evanir. Os Caminhos da Inclusão: breve histórico. In:<br />

MACHADO, Adriana; MARCONDES et al. Psicologia e Direitos<br />

uma<strong>no</strong>s: educação inclusiva, direitos huma<strong>no</strong>s na escola. São Paulo:<br />

Casa do Psicólogo, 2005.<br />

ALMEIDA, Rosângela da Silva ; TAVARES NETO, João Gomes. A<br />

educação <strong>no</strong> Estado do Pará e as perspectivas de inclusão: análise de uma<br />

trajetória histórica. Ver a Educação, Belém: v. 11, n.1 - 2, jan./ dez. 2005.<br />

BRASIL. Decreto nº 3.298 de 20 de dezembro de 1999. Dispõe<br />

sobre a oltica acional para a ntegração da essoa ortadora<br />

de eficiência consolida as <strong>no</strong>rmas de proteção e dá outras<br />

providências. 1999. Disponível em: Acesso em: 25 mai. 2012.<br />

DOMINGUES, Celma dos Anjos. Educação Especial na erspectiva<br />

da nclusão Escolar: os alu<strong>no</strong>s com deficincia visual: aia visão<br />

e cegueira. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação<br />

Especial; Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, 2010.<br />

FACION, José Raimundo. nclusão Escolar e suas mplicaçes. 2. ed.<br />

Curitiba: IBPEX, 2009.<br />

FRAZÃO, C. R.; PEREIRA, E. Formação de professores na perspectiva<br />

da educação inclusiva: deficincia visual e deficincia auditiva l:<br />

Secretaria Municipal de Educação/COEES, Prefeitura Municipal de<br />

Igarapé-Açu (PA), 2010.<br />

IMBERNÓN, F. ormação continuada de professores. Porto Alegre:<br />

Artmed, 2010.<br />

MANTOAN, M. T. E. nclusão escolar: O ue or u omo faer<br />

2. ed. São Paulo: Moderna, 2006.<br />

______. Educação dos deficientes mentais: o itinerário de uma<br />

experiência. 1987. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade<br />

Estadual de Campinas, São Paulo, 1987.<br />

114


EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO <strong>RENAFOR</strong><br />

ova formação docente para a reconfiguração da prática pedaggica<br />

______. solicitação do meio escolar e a construção das estruturas<br />

da inteligência <strong>no</strong> deficiente mental: uma interpretação fundamentada<br />

na teoria do conhecimento de Jean Piaget. 1991. Tese (Doutorado em<br />

Educação)- Universidade Estadual de Campinas, São Paulo, 1991.<br />

______. Como a escola pode tornarse inclusiva. Disponível em<br />

. Acesso em: 19 out. 2001.<br />

PÉREZ, Susana Graciela Pérez Barrera; FREITAS, Soraia Napoleão.<br />

ltas habilidadessuperdotação: respostas a 30 perguntas. Porto<br />

Alegre: Redes editora, 2011.<br />

E RAN A A inclusão de pessoas com deficincia<br />

mental: um processo em construção. emocratiar, Rio de Janeiro, v. 2,<br />

n. 2, mai./ago. 2008.<br />

SABATELLA, Maria Lucia Prado. Talento e superdotação: problema<br />

ou solução uritia: pe <br />

115


Publicação impressa na GTR Gráfica e Editora, em Belém-PA.<br />

Composição na tipologia Garamond. Miolo impresso em papel<br />

Couché 115 g/m² <strong>no</strong> miolo. Capa em Duo Design 300 g/m².

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