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Revista High Voltage-07-OKK

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<strong>07</strong>


Edição - <strong>07</strong><br />

<strong>07</strong><br />

revistahighvoltage.com.br<br />

www.facebook.com/revistahighvoltage<br />

revistahighvoltage2016@gmail.com


Capa<br />

Foto: Pedro Nossol<br />

Modelo: Angela Borges<br />

Expediente<br />

Mario Bagger - Criação / Design<br />

Stúdio Design feito lá em casa.<br />

Gabriel Azuaga Barbosa<br />

Desenvolvimento de Web Site.<br />

gabrielweb7.com.br<br />

Colaboradores<br />

Carlos Zambrotti<br />

Guga Griebeler<br />

Pedro Nossol<br />

Rogerio Rocha<br />

Daio Hofmann<br />

Parceiros<br />

Mustang Sally<br />

Club 1903 Motorcycles<br />

Legend Motors<br />

SurvivorS<br />

Dog’s Garage<br />

Todo texto ou imagem publicados, ou são de domínio<br />

público ou são utilizados com permissão do autor.<br />

O conteúdo de anúncios, textos e imagens são responsabilidade<br />

de seus autores - a <strong>High</strong> <strong>Voltage</strong> não faz revisão<br />

e nem exerce censura sobre os mesmos.


Anunciar na<br />

<strong>Revista</strong> <strong>High</strong> <strong>Voltage</strong><br />

é 2 palito.<br />

Envie um email para:<br />

revistahighvoltage2016@gmail.com<br />

que entraremos em contato.


PEDRO NOSSOL<br />

É com grande satisfação que apresento o projeto<br />

O ENCONTRO DAS MÁQUINAS 2017,<br />

nessa edição, uma parceria entre eu, PEDRO<br />

NOSSOL e o grande customizador de motos<br />

CELIO DOBRUCKI.<br />

As fotos vão ser publicadas a partir da edição<br />

de fevereiro aqui na <strong>Revista</strong> <strong>High</strong> <strong>Voltage</strong>.<br />

Dessa vez, fotografei belas modelos representando<br />

algumas etapas da restauração de uma<br />

clássica Harley Davidson Shovel Head dos<br />

anos 70 feita especialmente para esse editorial.<br />

Para inaugurar, começamos com a bela<br />

Angela Borges Wellness.<br />

Facebook da Angela:<br />

ANGELA.L.BORGES<br />

WWW.CELIOMOTORCYCLES.COM.BR<br />

WWW.PEDRONOSSOL.COM.BR


® by Pedro Nossol


® by Pedro Nossol


® by Pedro Nossol


® by Pedro Nossol


Iº UfoCycle.<br />

Um evento de<br />

outro planeta.<br />

O Primeiro evento da <strong>Revista</strong> <strong>High</strong> <strong>Voltage</strong>, em Abril de 2017. Em Curitiba.<br />

Sairemos de moto, acamparemos uma noite, e se dermos sorte faremos contato<br />

com visitantes de outras galáxias. Somente para os fortes. Fique ligado!


WHAT<br />

THE<br />

FUCK?


Paul Aparecido,<br />

Biker de internet e modinha.


Os Pilotos<br />

PLUNCT<br />

PLACT<br />

ZUM!<br />

Não vão a lugar nenhum.<br />

Eles não se conhecem mas poderiam ser<br />

todos do mesmo Motogrupo. Vamos falar<br />

daqueles que não vão a lugar nenhum:<br />

OS PLUNCT PLACT ZUM!


Dizem que a moto, principalmente as<br />

custom, são ótimas ferramentas para fazer<br />

amizades e conhecer gente nova.<br />

Mas para que isso aconteça o cidadão<br />

deve rodar, aí que começa o problema...<br />

Os PLUNC PLACT ZUM são seres muito<br />

animados, pode marcar uma estrada que<br />

eles serão os primeiros a confirmar!<br />

Porém, no dia de colocar a moto no asfalto<br />

os participantes desta vasta agremiação<br />

desaparecem e só as desculpas estarão<br />

presentes no ponto de encontro.<br />

Nas fotos da viagem só o photoshop poderá<br />

incluí-los.<br />

Antíteses dos arroz de festa, (outro grupo<br />

que abordaremos mais tarde) os PLUNCT<br />

PLACT ZUM raramente são vistos em público<br />

e mesmo assim se quase que obrigados<br />

ou em habitat "caseiros".<br />

Se fazem parte de algum MC, lá estarão<br />

e somente lá, caso contrário estarão estacionados<br />

em algum Dealer aos sábados<br />

ou fielmente no mesmo "point".


Devido a falta de pó de rua no sangue,<br />

os PLUNC PLACT ZUM tem extrema dificuldade<br />

de existir em ambientes novos<br />

e desaparecem rapidamente quando expostos<br />

ao estresse da movimentação.<br />

Criaturas monótonas, não fazem uso de<br />

GPS ou mapas pois deles não precisam,<br />

suas rotas sempre são as mesmas.<br />

Outra característica interessante destes<br />

seres estacionários é que suas motos<br />

não pagam IPVA, mas de acordo com a<br />

lei federal do Mortran (Código de transito<br />

dos moribundos) de número 171.626<br />

todos os veículos dos PLUNC PLACT ZUM<br />

devem pagar IPTU mesmo.<br />

São pessoas inofensivas, de pressão arterial<br />

baixa e de metabolismo lento, logo,<br />

ao se deparar com um deles não os maltrate,<br />

só lamente e dê uma sacaneada...<br />

eles merecem.<br />

Paul Aparecido,<br />

Biker de internet e modinha.


PLUNCT<br />

PLACT<br />

ZUM!<br />

Não vai a lugar nenhum.


PARABÉNS<br />

PAULO<br />

HENRIQUE.<br />

Vencedor da Promoção!<br />

PILLOW TOBA<br />

MASTER<br />

HIGH VOLTAGE.<br />

Um lindo e inusitado assento sanitário<br />

customizado com "folha de ouro e pinstriping" para<br />

os verdadeiros Bikers.


"Gostaria de agradecer a <strong>Revista</strong> <strong>High</strong> <strong>Voltage</strong> por este prêmio. É algo<br />

que jamais esperava ser o ganhador, ainda mais com vasta divulgação<br />

que este verdadeiro canal do Motociclista possui. São muitos leitores e<br />

seguidores amantes do verdadeiro motociclismo. Quero registrar meu<br />

agradecimento ao Mario Bagger e o parabenizar pelo exímio e excelente<br />

trabalho em prol dos verdadeiros motociclistas".<br />

Paulo Henrique<br />

MC Bodes do Asfalto<br />

Facção Curitiba<br />

Momento da entrega do Prêmio. A Promoção obteve<br />

um total de 32.798 compartilhamentos. Para apenas 1<br />

ganhador. Foto Marcello Boschi. Sucesso Absoluto!!!


EVENTO DA<br />

HARLEY DAVIDSON<br />

X<br />

EVENTO DE<br />

HARLEY DAVIDSON


A principio quem lê o titulo pode achar que é a mesma coisa, ou que<br />

uma simples vogal não pode causar grande diferença, ledo engano,<br />

pois esta simples vogal mudou todo o contexto do evento.<br />

Evento DA Harley Davidson, reduto dos “malvados de butique” e/ou dos<br />

“RPM – Roda Pelo Município”, é onde vão os motociclistas da moda ou<br />

os politicamente corretos, usam motocicletas com no máximo 01 ano<br />

de uso e com quilometragem abaixo de 02 dígitos, neste tipo de evento<br />

ter uma motocicleta antiga ou com mais de míseros 10.000 Km’s é<br />

uma vergonha e sinal de que você não é um “malvadão emergente”.<br />

O visual desta galera é impecável, cabelos bem cortados, barba feita<br />

e trajes onde desde a meia e a cueca são todos Harley Davidson, as<br />

camisetas já foram compradas puídas no colarinho e nas mangas, o<br />

jeans vem desfiado na barra para dar a aparência de usado, já as jaquetas<br />

e as botas estas foram engraxadas com cera não abrasiva e<br />

lustradas com panos de micro fibra que não riscam e retiram toda a<br />

gordura.<br />

Neste tipo de evento todos chegam fazendo cara de malvado e ficam<br />

comparando trajes e motocicletas e ganha quem tiver o traje mais caro<br />

e a motocicleta com maior numero de penduricalhos e vale de tudo<br />

desde bússolas, GPS, som ativado por controle de voz e até mesmo<br />

um alforge refrigerado. Após este glamoroso desfile a concessionária<br />

que promoveu o evento serve um saboroso coquetel, onde é servido<br />

água soborificada, suco de laranja coado, canapés feitos em pão de<br />

forma integral e salgados assados, pois fritura aumenta o colesterol.<br />

Em meio a toda esta bonita confraternização os “malvadões de butique”<br />

e os RPM’s trocam cartões de visita e marcam um saboroso jantar<br />

em um restaurante de comida japonesa, onde falarão de negócios<br />

e irão ficar chapadões com batida de saquê com Kiwi.<br />

Quanto a viagens, com esta galera não rola isso, quando muito um<br />

passeio organizado pela concessionária de no máximo 50 Km’s ida e<br />

volta e se chover no caminho mais da metade das motos retornam no<br />

furgão da concessionária e o proprietário vai fazer pelo menos 10 sessões<br />

de analise por sua moto ter molhado.


Quanto ao evento DE Harley Davidson, este tem uma pegada completamente<br />

diferente, é um verdadeiro encontro de amigos, onde não por<br />

raras vezes as pessoas não possuem Harley Davidson, neste tipo de<br />

evento o que vale é reencontrar um amigo que você não vê a anos,<br />

onde a satisfação não é a de comparar a motocicleta ou o traje usado<br />

e sim e sentar com o camarada em uma mesa ou ate mesmo em<br />

uma sarjeta e tomar um bom Jack, uma cerveja gelada, ouvir o bom<br />

e velho rock, onde uma banda cover possivelmente vai estar tocando<br />

uma musica de alguém que não esta mais entre nós e tudo isso é claro<br />

regado a fumaça de um bom churrasco.<br />

Neste tipo de evento a diversão já começa antes, na expectativa de<br />

quem se pode reencontrar, no preparativo da motocicleta afinal muitas<br />

delas são jovens senhoras, na separação de algumas ferramentas<br />

e de alguns “enforca gato”, afinal parar na estrada para apertar algum<br />

parafuso ou prender uma peça que soltou faz parte da viagem.<br />

Muitos nesta fase já passaram do ponto do “corpo bom aguenta bebida<br />

ruim” e estão na fase do “corpo ruim precisa de bebida boa”, logo<br />

a oportunidade de levar um bom whisky para beber com os amigos é<br />

a certeza de momentos de boas histórias do passado, bem como uma<br />

ótima oportunidade de naquele evento já marcar uma próxima viagem.<br />

Para esta galera boas e velhas histórias não faltam, onde de forma<br />

respeitosa e saudosista relembram de verdadeiros motoqueiros que<br />

hoje não se encontram mais entre nós, mas que deixaram seu legado<br />

e que inclusive muitos nunca chegaram a pilotar uma Harley Davidson,<br />

mas tinham o espírito biker em seu coração.<br />

Um evento DE Harley Davidson é quase um encontro de família, onde<br />

se tem churrasco, cerveja, whisky, rock e muita conversa, um local<br />

onde fará amigos para a vida inteira, pessoas que você não sabe a profissão,<br />

o tamanho da casa que mora ou quantos carros tem na garagem,<br />

mas que tem a certeza de que se passar por alguma dificuldade<br />

na estrada não será o furgão da concessionária que vai te socorrer e<br />

sim este amigo com sua caixa de ferramenta um pedaço de corda para<br />

te rebocar e uma bebida.<br />

Por Marcio Luiz Requejo


Fotos: Daio Hofmann


DODGE<br />

CHALLENGER<br />

by Legend Motors<br />

LEGENDMOTORS.COM.BR


Foto: Daio Hofmann


Foto: Daio Hofmann


Foto: Daio Hofmann


Foto: Daio Hofmann


LEGENDMOTORS.COM.BR<br />

Foto: Daio Hofmann


Fotos: Rogério Rocha


CHICA<br />

Uma Harley-Davidson<br />

Heritage de respeito.


Foto: Rogério Rocha


Pintura do<br />

Customizador<br />

Ricardo Capistrano<br />

Proprietário da<br />

Cabeça de Ferro<br />

Curitiba - PR.<br />

Foto: Rogério Rocha


Marcão e Lu.<br />

Foto: Rogério Rocha


Marcão disse que<br />

já rasgou o Dut.<br />

"É patrimônio da<br />

família".<br />

Foto: Rogério Rocha


Foto: Rogério Rocha


Foto: Rogério Rocha


Foto: Rogério Rocha


Foto: Rogério Rocha


Nilmar e Ely<br />

On the<br />

Road


Foto cedida gentilmente pela HT / MultiTours Moto Turismo.


Foto cedida gentilmente pela HT / MultiTours Moto Turismo.


Histórias reais<br />

PARTE - 2<br />

5 PAÍSES<br />

EM 18 DIAS<br />

BRASIL / PARAGUAY / ARGENTINA / CHILE / PERÚ<br />

Por Guga Griebeler


Atacama -<br />

Machu Pichu<br />

Acordamos ainda antes do sol nascer. Uma camada de gelo em cima<br />

das motos mostrava que a temperatura ainda estava abaixo de zero<br />

grau. Enquanto terminávamos de preparar as motos e nos agasalhar,<br />

os primeiros raios de sol começavam a refletir nos cromados de nossas<br />

máquinas.<br />

Saímos da pousada passando pelas ruas ainda desertas de São Pedro<br />

de Atacama em direção a estrada. O destino final do dia seria Arica, uma<br />

cidade chilena que faz fronteira com o Peru. Do outro lado, Tacna.


As ruas de chão batido ainda estavam úmidas do orvalho da noite e<br />

entre uma derrapada ou outra, logo nos vimos no asfalto. Mesmo na<br />

estrada pavimentada tínhamos que ter cuidado, pois só estaria seca<br />

e segura após o sol estar no alto derretendo por completo a fina camada<br />

de umidade sobre ela.<br />

Passamos por Calama, cidade onde descem os aviões daqueles que<br />

preferem vir ao deserto pelo ar. O rumo era sentido oeste, onde encontraríamos<br />

o oceano Pacífico na cidade de Tocopilla. A chegada foi<br />

emocionante e avistamos o mar do alto da cordilheira numa visão de<br />

tirar o fôlego. Fomos descendo pela estrada até chegarmos a costa<br />

onde paramos para abastecer e tomar nosso café da manhã.<br />

Após motos e motoqueiros abastecidos fomos pela famosa estrada<br />

Panamericana com o oceano a nossa esquerda e a cordilheira dos<br />

andes em sua magnitude a nossa direita.


Após vários kilometros de um visual incrível chegamos a cidade de Iquique,<br />

onde paramos para almoçar e curtir um belíssimo visual do mar.<br />

Para continuarmos nossa viagem, teríamos que subir uma enorme cordilheira<br />

que ficava atras da cidade. Quanto mais avançávamos mais estonteante<br />

era a vista. Uma enorme cidade abaixo de nós com a imensidão<br />

do oceano a frente... Chegou um momento em que já estávamos muito<br />

adentro da cordilheira e a paisagem do mar foi substituída por imensas<br />

montanhas com diferentes tonalidades de marrom e areia de ambos os<br />

lados. Seguimos adiante até em breve atingirmos nosso destino. A cidade<br />

de Arica. Como chegamos já no fim do dia, fomos direto para o hotel<br />

de onde somente sairíamos no dia seguinte rumo ao próximo destino:<br />

Arequipa, já em solo peruano.


Após uma fronteira enroladíssima, cheia de burocracias, continuamos a<br />

viagem rumo ao destino do dia. Entre uma cordilheira e outra, resolvemos<br />

parar no meio de um vale ladeado por cordilheiras verdes maravilhosas<br />

numa cidade chamada Moquegua.<br />

Entramos na cidade e procuramos por um local onde pudéssemos abastecer<br />

nossas motos encontrando somente bem no meio da cidade que<br />

não era nem um pouco grande. Enquanto abastecíamos um motoqueiro<br />

surgiu do nada e entrou no posto com uma harley logo vindo em nossa<br />

direção para bater um papo. Ele era um morador local e depois de várias<br />

informações nos convidou para almoçarmos juntos num tradicional<br />

restaurante com uma comida típica do Peru que até então não tínhamos<br />

provado. Era o tal o Cuy.<br />

O seguimos por uma estrada que parecia ser uma espécie de rota turística<br />

do lugar até um restaurante com mais uma paisagem de tirar o<br />

fôlego no meio daquelas cordilheiras tão arborizadas.


Nosso amigo peruano se encarregou do cardápio e logo que chegou a<br />

comida, ficamos receosos mas também não faríamos nenhuma desfeita<br />

a nosso amigo. Então, comemos.... Uma experiência única que não foi<br />

mais repetida por toda a viagem... rsrsrsrs...<br />

Perdemos muito tempo no almoço o que nos prejudicou com o tempo.<br />

Já havia escurecido e pegamos um enorme trafego na rodovia que circundava<br />

Arequipa. Tivemos alguns sufocos mas acabamos conseguindo<br />

chegar a salvo na cidade e encontrar um bom hotel onde depois de mais<br />

um dia de muita estrada pudemos esticar nossos corpos e ter um ótimo<br />

descanso.<br />

Arequipa - Ayavari<br />

-Cusco<br />

Pense num dia com o maior número<br />

de contratempos possíveis...<br />

Esse foi o dia!<br />

Logo cedo saímos do hotel e o gps<br />

nos fez andar por horas em direção<br />

a uma belíssima montanha até que<br />

de repente acabou o asfalto e pela<br />

nossa frente um estrada com um<br />

tremendo areião impossível de tocar<br />

com as harleys. Após analisar<br />

o mapa físico, resolvemos voltar<br />

com a harleys e pegar uma estrada<br />

que contornava a montanha pelo outro lado. Como dividimos o grupo em<br />

dois, combinamos de nos encontrar numa cidadezinha alguns kilômetros<br />

a frente, onde as duas estradas se encontrariam. Seria uns 40 km<br />

pela areia e uns 90 km pelo asfalto.


Encontramos a estrada asfaltada e tudo ia bem até que fazendo<br />

uma curva na subida da cordilheira, minha moto pega uma<br />

poça o óleo e derrapa na pista. Nós dois fomos escorregando pelo<br />

chão até que nos separamos, ficando eu caído no meio do asfalto<br />

e a moto dentro da valeta lateral da estrada, feita para que a<br />

agua do degelo das montanhas não venham para o asfalto. Por<br />

sorte nada aconteceu comigo e conseguimos tirar a moto da valeta<br />

com pequenos estragos que não chegaram a estragar a viagem.<br />

A altitude passava dos 4.000 metros e nosso fôlego estava comprometido<br />

com a força que tivemos que fazer para trazer os mais de 400<br />

quilos de volta para a estrada. O clima estava tenso mas achei melhor<br />

continuarmos o mais rápido possível enquanto a adrenalina ainda estava<br />

alta.<br />

Chegamos no ponto de encontro e nada das duas big trails. Após uns<br />

15 minutos chegam elas com mais historias de quedas e dificuldades<br />

pela estrada que escolheram. Como não estavam com pneus apropriados,<br />

sofreram muito com as quedas e a força que tinham que fazer<br />

para ergues as motos naquela altitude.<br />

Passados os sustos, comemos um pouco de chocolate (a única coisa a<br />

venda no lugar de abastecimento) e fomos em direção a nossos destinos<br />

do dia: Lago Titicaca e depois, Cusco.<br />

Para chegar ao lago Titicaca, perdemos muito tempo passando por<br />

dentro de Juliaca, uma das cidades mais feias que vi no Peru (mal<br />

sabia ainda o que vinha pela frente) e fomos em direção a Puno, cidade<br />

que faz fronteira com a Bolívia ladeada pelo famoso lago Titicaca.<br />

Chegamos até o lago descendo pelas ruas de Puno e após algumas<br />

fotos e descanso, tomamos o rumo a Cusco.


Tudo parecia ir bem se não fosse por uma barricada policial onde nos<br />

pararam. Depois de horas discutindo sobre falta da apólice do seguro, tivemos<br />

que pagar uma "taxa" para liberação das motos e seguir viagem.<br />

Estávamos tão atrasado no horário que acabamos pegando uma bifurcação<br />

errada e lá se foram 40 km de ida e de volta para retomar o caminho<br />

certo rumo a Cusco.<br />

Começou a anoitecer e ainda estávamos a cerca de 200 km de Cusco<br />

quando paramos em um posto para abastecer. Enquanto discutíamos se<br />

tocaríamos adiante ou não, fomos pedir a opinião do frentista. Após ele<br />

nos contar que eram apenas duas cordilheiras, o que significaria pelo<br />

menos umas 4 horas, resolvemos procurar um lugar para dormir ali<br />

mesmo. Estávamos numa vila chamada Ayavari.<br />

Fomos rumo ao centro da vila para ver se no meio daqueles casebres e<br />

ruas de barro encontraríamos algum local para dormir. De repente che-


gamos a uma praça central ao lado de uma igreja belíssima onde acho<br />

que estava toda a população da vila reunida. Neste momento nos demos<br />

conta de que era domingo e o povo realmente estava reunido em uma<br />

espécie de celebração típica com uma festa na igreja e varias barracas<br />

de venda de produtos montadas ao redor.<br />

Quando entramos a população parecia que estava vendo extra terrestres.<br />

o silêncio imperou no local. Apenas o ronco dos motores de nossas<br />

motos se propagavam pelo ar. Ficamos apreensivos, mas logo tudo voltou<br />

ao normal. Parecia um minuto congelado no tempo. Paramos nossas<br />

motos e sentamos no banco da praça pensando onde poderíamos dormir<br />

aquela noite. Já estávamos dividindo os bancos quando de repente uma<br />

pessoa veio falar conosco para oferecer hospedagem. Não hesitamos e


mesmo tendo que dormir com as próprias roupas de viagem, conseguimos<br />

descansar um pouco.<br />

No dia seguinte, acordamos cedo e não perdemos tempo para deixar local<br />

e chegar ao nosso tão cobiçado destino. Cusco!<br />

Chegamos a Cusco ainda pela manhã e fomos direto procurar nosso hotel.<br />

Num local bem próximo ao centro, pudemos conhecer um pouco da<br />

culinária e história desta tão famosa cidade. É de lá que todos partem a<br />

caminho de Machu Pichu.


Como não podia ser diferente, no dia seguinte, as 5h da<br />

manhã saímos em direção a ferroviária, de onde pegaríamos<br />

o trem que nos levaria a Machu Pichu. depois<br />

de 3 horas de viagem chegamos ao pé de um dos mais<br />

famosos patrimônios históricos da humanidade e uma<br />

das maiores belezas já vista pela humanidade.<br />

Pegamos ainda um micro ônibus que depois de uns 10<br />

minutos nos deixou na porta de entrada de Machu Pichu.<br />

Não vou nem tentar dizer com palavras o que se sente ao<br />

pisar em seu solo. A energia é muito grande e somente<br />

estando lá é que se pode entender o que estou tentando<br />

dizer.<br />

Depois de algumas horas conhecendo o local, fizemos o<br />

caminho de volta até nosso hotel, onde teríamos uma excelente<br />

noite de sono e iniciaríamos nossa viagem rumo<br />

a fronteira do Brasil pelo Acre.<br />

Por Guga Griebeler<br />

Histórias reais


Na próxima edição, acompanhe<br />

A TERCEIRA PARTE desta viagem.


ABAN


A Arte dos<br />

DONADOS<br />

Moldados pelo tempo.


The End

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