03.03.2017 Views

Tita50 Versão Final(1)

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

TITA


PAI, TITA<br />

ESTE LIVRO É PARA SI<br />

Este livro é em nome de muitas pessoas que gostam do pai...que se cruzaram com o pai nos 50<br />

anos da sua vida.<br />

Este livro tem incríveis historias de vida, testemunhos de amor, amizade, partilha, alegrias.<br />

Este livro é sobre o pai, e é seu.<br />

Resultado de páginas de vida, que ao longo dos seus 50 anos, construíu.<br />

Este livro é só mais uma prova, da pessoa grande e especial que é.<br />

OBRIGADO PAI...OBRIGADO TITA.<br />

Seguramente que a vida sem si, seria muito mais chata , difícil e menos divertida.<br />

Que venham muitos mais, ao nosso lado.<br />

Carmen, Pakito, Victoria, Lourenço, Teresinha, Mariana BC, mãe, pai, Lor, Jinja, Bita, Mariana G, Rosarinho, Matilde ES, Joana Bragança,<br />

Carmen O, Mariana O, Luis O, Luiza Galindo, Inês, Francisco, Zeca, Jota, Carmen Galindo, Carlos PA, Maria, Isabelinha, Lourenço<br />

Afilhado, Helena, Francisco ( Nugget), Maria TAlves, Maria Pina, Duarte V, Manel Barros, Joana S S, Tó Rosinha, Rosi, Francisquinho.,<br />

Pedro Patrocinio, Inês R.


TITA<br />

a Criança Encantadora...


...Ó Tita!...Ó Tita!...<br />

Ainda ontem, loiro-branco, hoje já não.<br />

- "Se eu chesse lâmpada não achendia"<br />

- "Ó mãe, a mana não está a respirar"<br />

Foi a difeteria da Bita diagnosticada!<br />

..."Ó que linda que a mãe está!"...<br />

O Tita, o meu filho.<br />

O meu filho é uma lâmpada! Acesa, presente, uma chama numa família<br />

alargada,que o reconhece, o festeja e também na sua luz, se ilumina...<br />

O Tito! O meu filho<br />

Neste ano de 2017<br />

Com todo o Amor<br />

da sua Mãe


O meu afilhado faz 50 anos!<br />

Eu detesto escrever, falar dos meus sentimentos por escrito. Vou<br />

fazer um esforço.<br />

Quando o Tita nasceu, eu tinha 15 anos e estava muito ansiosa –<br />

gostava imenso de bebés e sabia que iria poder tomar conta dele<br />

imensas vezes. Ele não queria nascer – fez-se esperar!<br />

Na primeira vez que fui à maternidade ver o bebé que tinha acabado<br />

de nascer, pedi para lhe pegar e foi nessa altura, muito contente com<br />

ele ao colo, que os tios me perguntaram se eu gostaria de ser a sua<br />

madrinha. Fiquei felicíssima.<br />

Gosto de ver como construiu uma família numerosa, em todos<br />

os sentidos, filhos e mulheres, todos amigos e unidos. Gosto<br />

de como tem sido lutador e tem conseguido ultrapassar, com<br />

um sentido prático muito pessoal, as dificuldades que a vida<br />

lhe tem apresentado. Gosto de perceber que o Tita é afinal<br />

um sentimental.<br />

E finalmente, para o inspirar na forma como pode ainda<br />

encontrar sentidos vários para a vida, deixo-lhe um poema<br />

que adoro e me tem acompanhado:<br />

Saía do colégio, direita para casa da avó, onde a Tia João passou o<br />

primeiro mês de vida do Tita, para estar com ele. Passava horas a<br />

olhar para o berço, via-o dormir, as mãozinhas, os sorrisos e só queria<br />

que ele gemesse para ter uma razão para lhe pegar.<br />

Foi assim que acompanhei os primeiros anos da sua vida. Sempre que<br />

podia ia brincar com o Tita ou passear com o Tita que era uma jóia,<br />

muito espertinho, muito independente, mas também com o seu génio.<br />

Em Cascais, na casa da avó M.ª Helena, havia umas grades para<br />

impedir os pequeninos que não sabiam nadar de ir para a zona da<br />

piscina. O Lourenço e o Jinjão passavam entre as grades, mas o Tita<br />

não conseguia por causa da cabeça. Os mais velhos irritavam-no e<br />

chamavam-lhe cabeçudo o que o irritava imenso, ia aos arames e<br />

fartava-se de chorar…<br />

Veio o 25 de Abril e afastámo-nos um bocado. Eu fui para fora<br />

durante uns anos e quando voltei as minhas opções de vida não eram<br />

muito consensuais. A convivência sofreu e não contribui de forma<br />

activa para a sua formação moral, humana, e muito menos cristã,<br />

como era suposto uma madrinha fazer, mas a imensa ternura que<br />

sempre senti pelo meu afilhado não se desvaneceu.


Ítaca ,<br />

Konstantin Kavafis<br />

Quando começares a tua viagem para Ítaca,<br />

reza para que o caminho seja longo,<br />

cheio de aventura e de conhecimento.<br />

Não temas monstros como os Ciclopes ou o zangado Poseidon:<br />

Nunca os encontrarás no teu caminho<br />

enquanto mantiveres o teu espírito elevado,<br />

enquanto uma rara excitação agitar o teu espírito e o teu corpo.<br />

Nunca encontrarás os Ciclopes ou outros monstros<br />

a não ser que os tragas contigo dentro da tua alma,<br />

a não ser que a tua alma os crie em frente a ti.<br />

Deseja que o caminho seja bem longo<br />

para que hajam muitas manhãs de verão em que,<br />

com quanto prazer, com tanta alegria,<br />

entres em portos que vês pela primeira vez;<br />

Para que possas parar em postos de comércio fenícios<br />

para comprar coisas finas, madrepérola, coral e âmbar,<br />

e perfumes sensuais de todos os tipos -<br />

tantos quantos puderes encontrar;<br />

e para que possas visitar muitas cidades egípcias<br />

e aprender e continuar sempre a aprender com os seus escolares.<br />

Tem sempre Ítaca na tua mente.<br />

Chegar lá é o teu destino.<br />

Mas não te apresses absolutamente nada na tua viagem.<br />

Será melhor que ela dure muitos anos<br />

para que sejas velho quando chegares à ilha,<br />

rico com tudo o que encontraste no caminho,<br />

sem esperares que Ítaca te traga riquezas.<br />

Ítaca deu-te a tua bela viagem.<br />

Sem ela não terias sequer partido.<br />

Não tem mais nada a dar-te.<br />

E, sábio como te terás tornado,<br />

tão cheio de sabedoria e experiência,<br />

já terás percebido, à chegada, o que significa uma Ítaca.


TITA<br />

o Adolescente Terrível...


Foi no verão de 1980 que conheci o Tita, eu com 13 anos uma verdadeira teen e verdadeira beta de Cascais, aterrei em<br />

pleno julho na Prainha para passar uns dias com as minhas primas Vaz Pinto. Eramos um grupo enorme de miúdas e a<br />

sensação do momento era um tal de Tita, uma brasa, olhos grandes esverdeados, alto, loiro, pouco cuidado com a imagem<br />

mas todas nós de coração partido por ele.<br />

Só sei que passados uns dias da minha chegada, estávamos os dois a "casar" numa cerimónia nos jardins da piscina da<br />

Prainha, em que tudo foi pensado e preparado ao pormenor pelos nossos amigos. Na altura quem celebrou dita cerimónia<br />

foi o André Luiz Gomes, que uns anos mais tarde acabou por ser padrinho do meu casamento, a vida tem destas boas<br />

coicidências.<br />

Foi o chamado amor à primeira vista e foi o primeiro/a namorado/a para ambos. Falar sobre o Tita desses anos é muito<br />

fácil, porque ele era de facto um miúdo muito engraçado e cheio de ideias. Lembro-me das idas dele a minha casa em<br />

Cascais, vinha sempre na sua mota (uma boss toda partida) e vinha sempre com um gelado Santini na mão, chegava<br />

sempre nas horas das refeições mas nunca se sentava à mesa.<br />

Vou contar uma história que descreve bem o coração de ouro do Tita e claro a loucura que lhe era característica: com 17<br />

anos fui viver para Londres, e um dia recebo uma carta, um postal dos CTT com a seguinte mensagem:<br />

"Minha cavalgadura, tem que estar no Hotel Kensignton in, na Crowed Road, às 2h30, vá sozinha, não quero que ninguém<br />

veja o presente... assinado cavaleiro negro".<br />

Ele próprio em pessoa!!<br />

Só ele sabe o que teve que passar para poder arranjar uma autorização de saída do país (era ainda menor, 17 anos) e<br />

tudo sem os seus pais saberem...<br />

Se tivesse que resumir em poucas palavras diria um Louco Coração de Ouro.<br />

Um grande beijinho e parabéns desta amiga emigra... E viva à colheita de 67!<br />

Matilde


Acerca do meu querido filho Tita<br />

Começando pelo nome: Tita. A Mãe e eu, quando casámos, decidimos que nenhum dos filhos que viéssemos a ter teria alcunha, pelo que seriam<br />

sempre conhecidos pelo nome próprio. O resultado foi brilhante: Lor, Ginjão (com a alternativa Ginja), Tita e Bita. Caraças, Isto é que foi<br />

acertar, hein ?<br />

O Tita ainda beneficiava do diminutivo “Titinha”, usado pela Mãe em ocasiões muito específicas como eram certo tipo de ralhetes em que o<br />

chamava com pretensa severidade “Titinha venha à Mãe !” e depois o ralhete.<br />

Poderá pensar-se que seria normal a Mãe usar também o diminutivo em tom de ternura nos primeiros meses, mas isso não foi possível. É que a<br />

criaturinha assim que abriu os olhos, o que fez poucos segundos depois de ser dado à luz, começou a berrar que nem um chibo. E, qual letra de<br />

cambio a 90 dias, berrou estentoreamente durante três meses, só se calando para mamar e, às vezes, dormir. Mas dormia pouco e chorava muito.<br />

É certo que no pouco tempo que dormia, era amoroso de se ver. Mas acordado mal se notava tal coisa dada a boca abertíssima, que necessitava<br />

para berrar. A situação foi-se agravando, sobretudo para a Mãe que estava em casa com ele, eu ia para o escritório e por isso, folgava. A Mãe ia<br />

definhando.<br />

O dr. Salsicha, ou seja o Manuel Abecassis, pediatra que atendeu todos os nossos filhos, opinava que o menino era saudável e se chorava 20 horas<br />

por dia era por ter mau feitio. Instado a que exercesse a sua arte de Hipócrates, lá debitou uma receita, dêem-lhe uma aspinfantil . Ou deitemno<br />

fora. Ao fim de muitos muitos dias, às duas ou três da madrugada, a Mãe, desesperada e com o infante berrando ao colo, ao pé duma janela<br />

do quarto aberta, disse baixinho (mas eu ouvi) : o aspinfantil não resultou, se calhar a alternativa …é que começo a perceber as mães que atiram<br />

os filhos pela janela. Eu não fiquei muito alarmado mas à cautela fechei a janela.<br />

Nas férias de Verão íamos em Julho para a casa dos avós João e Helena em Cascais, eu vinha todos os dias para Lisboa porque só tirávamos<br />

férias em conjunto a partir de meados de Setembro, regressando a Lisboa em Outubro para o começo das aulas na escola Avé Maria. Nos<br />

primeiros anos fomos para a Praia da Luz que nessa altura tinha muito poucas casas e arrendávamos uma casa mesmo junto à praia, descia-se da<br />

casa logo para a areia. Feita por um inglês, chamava-se Casa Oleander. Mais tarde também arrendámos outra, a Casa Figueira (sic, sem a<br />

proposição “de”). O Tita e os manos às vezes iam ao “monte dos caracóis” apanhar os gastrópodes, aliás, ninguém os queria comer pelo que<br />

organizavam corridas de caracóis. Era uma actividade muito tranquila e o Tita tentava incentivar o seu atleta empurrando-o com um pauzinho e<br />

chamando-lhe nomes. Ao fim de uns tempos maçaram-se e acabaram com as corridas de caracóis.<br />

Depois a avó Maria João arranjou lindamente uma casa na Meia-Praia, nos terrenos duma sociedade que o avô Lourenço dirigia chamada Palmares<br />

– Companhia de Empreendimentos Turísticos de Lagos. A casa tinha uma vista fantástica sobre a ria de Alvor, ficava ao pé do campo de golfe e<br />

tinha uma grande eira à frente pelo que lhe pusemos o nome de Casa da Eira. Também tinha uma linda piscina redonda para a qual íamos para<br />

dessalgar depois da praia, uma praia maravilhosa e deserta.<br />

Aí o Tita, lembrando-se das insossas corridas de caracóis passou a fazê-las com “tipos-gajos“, nome com que baptizou os velozes escaravelhos de<br />

areia que apanhava na praia. Resolvido o problema da lentidão dos atletas com os tipos-gajos, nasceu outro problema: os corredores não atinavam<br />

com a direcção da meta, viravam para a esquerda ou para a direita e alguns, coisa que irritava sobremaneira o mister, invertiam o sentido da<br />

marcha. Por isso os manos desinteressaram-se desta actividade mas o Tita continuou, sozinho, gamado nos tipos-gajos, passando a coleccioná-los<br />

num boião de vidro.


Uma vez demos um grande almoço junto à piscina, com muitos convidados. Eu vinha de Lisboa no Piper CS - ALR mas cheguei um pouco atrasado<br />

pelo que ao passar por cima da piscina para que o snr. José Quinteiro Fernandes, nosso chauffer ( aliás “motorista” depois do dia fatídico cuja<br />

data prefiro não mencionar ) fosse, como estava estabelecido, buscar-me à pista junto à capela de Nossa Senhora dos Aflitos, pistinha de escasso<br />

comprimento e péssimas aproximações, o que, segundo o Zé Vaz Pinto que comigo mandou alizar os seus 480 metros, se quadrava com o nome da<br />

capela : aflitos.<br />

Ao chegar à piscina da Casa da Eira soube que o Titinha estivera a ponto de fenecer no fundo da piscina, não fora o Ginja se ter apercebido da sua<br />

localização e, muito aflito, ter gritado para a Mãe “O Mãe o mano está deitado no fundo da piscina a deitar bolhas de ar pela boca ! ” A Mãe, cheia<br />

de amor materno plenamente justificado por o Titinha ter parado de chorar à quase três anos, horrorizada atirou-se à água vestida por não ter<br />

ainda posto o fato de banho, e resgatou o infante que arrotou ruidosamente e começou a rir, o que entusiasmou os convidados que irromperam<br />

numa grande salva de palmas.<br />

E assim o Titinha foi singrando na vida, desembaraçadamente. Uma vez, tinha já nove anos, foi preciso ele tirar a cédula pessoa, uma espécie de<br />

BI de segunda, pois este só se podia ter a partir dos doze anos. Esse documento de identificação era passado pelo Governo Civil, neste caso de<br />

Lisboa. A Mãe escreveu umas linhas à Minhana, dona, directora e enérgica manda-chuva da Escola Avé Maria, para deixar sair o Titinha mais cedo<br />

para ele ir tratar da cédula. A Minhana era rija mas achou que era uma loucura mandar uma criancinha, naquela idade, ir sozinha ao Governo Civil<br />

tratar da cédula. Penso que a Mãe aldrabou a Minhana não recordo como, mas o certo é que o Titinha lá foi sozinho, tratou do que tinha a tratar e<br />

voltou são e salvo como nós, Pais, não duvidávamos que voltaria. E com a cédula. Dois ou três anos mais tarde ele e um amigo – o grande amigo que<br />

todos os meninos têm numa certa idade – foram expedidos para o Alcaide sozinhos, claro. Que tivessem atentos e saíssem na estação do Alcaide<br />

onde o bom Zé Maria, nosso caseiro e um grande homem de pequena estatura, estaria à espera deles para, na caixa do tractor, os levar para casa.<br />

Telefonema do Zé Maria, senhor D. Lourenço, os meninos não vieram, pois não ? Vieram sim, ou antes, foram. Não saíram na estação ? Uiá senhor<br />

D. Lourenço, nada não, por onde andarão os meninos Ai Jajuge, por onde andarão ? Eu não sabia por onde andariam mas suspeitei que se teriam<br />

distraído e por isso tinham varado a estação do Alcaide. Mas onde estariam, em que estação teriam desembarcado, Donas, Fundão, Belmonte,<br />

Maçainhas, Covilhã ? Mais não podia ser porque nessa altura o término da linha era na Covilhã. Ou teriam desembarcado antes do Alcaide, o que<br />

não era provável, mas com o Titinha nunca se sabia… Telefonei para a CP, não deixei de referir que era filho e neto de médicos da CP, que tinha<br />

grande amor aos comboios, mas que não achava normal que um filho e o amigo tivessem sublimado ( vejam na Wikipédia o que é sublimar ) algures<br />

na linha da Beira-Baixa. Uma hora depois telefonaram da CP, sim tinham adormecido e só acordaram quando o comboio parou mesmo, na Covilhã.<br />

Estavam num café ao pé da estação muito entusiasmados a jogar matraquilhos com a canalha<br />

( na Beira-Baixa “canalha” quer dizer “putos” ) indígena enquanto esperavam que o comboio<br />

invertesse a marcha para embarcarem de volta para o Alcaide. Telefonema para o Zé Maria<br />

ficar descansado e de novo ir à estação para os arrecadar. Uiá senhor D.Lourenço, que xusto<br />

ganhei hoje com os meninos ! Outra prestação interessante lançou o desembaraçado Titinha<br />

no plano internacional, vejamos como. Estava ele interno num colégio de padres em Portalegre<br />

quando me telefonou o responsável pelos internos perguntando se autorizávamos que ele<br />

saísse por uma tarde na companhia de um amigo para irem a uma corrida de toiros em<br />

Badajoz, não muito longe de Portalegre. Surpreendidos, pois desconhecíamos o pendor<br />

tauromáquico do Titinha, demos autorização. À noite telefonou-nos o mesmo padre, aflito,<br />

resfolgando ao telefone, dizendo que o jovem não tinha regressado, ai que preocupação, por<br />

onde andará, ter-lhe-á acontecido alguma coisa ? No dia seguinte de manhã, um Domingo, a<br />

Mãe teve uma suspeita, o Benfica ia jogar na Luz, seria que…? Pega no telefone, liga para o<br />

grande amigo do Tita e nem lhe pergunta por ele, só lhe diz se vais com o Tita ver o Benfica,<br />

diz-lhe que telefone aos Pais.


Amigo titubeante logo conhecedor da marosca e talvez conivente, balbucia ai os tios já sabem, eu não queria mas ele disse que me dava<br />

porrada, ai que grande problema… Confirmámos que estava vivo e não em Badajoz mas sim em Lisboa. Mas telefonema, zero. No dia seguinte<br />

novo telefonema ao amigo, cadé o Tita, o amigo engasgado, não sei dele mas ele não está cá, ó tio ele disse que me batia se eu chibasse,<br />

parece que foi para fora…mas fora como, onde e porquê ? Então a Mãe telefonou para a Matilde, por quem o desaparecido nutria uma forte<br />

afeição. A menina Matilde ? A menina não está cá, está em Londres em casa da senhora D. Ticas e do senhor dr. Duro. Será possível que o<br />

puto tenha aldrabado padres e Pais, prometido porrada ao amigo para o ajudar na manobra e voado para Londres par ir ter com a Matilde ?<br />

E como pôde embarcar sem autorização paternal se era menor ? Aí telefonei para Londres, atendeu o telefone a Ticas, pus uma voz macia e<br />

nem perguntei pelo Tita, pedi se o chamava ao telefone, ó Lourenço não lhe rales, há lá coisa mais gira que fugir do colégio e voar para o<br />

estrangeiro para ir ter com a sua amada ? Bingo, em cheio, o Titinha localizado ! Eu pensei que talvez houvesse coisa mais gira, mas não me<br />

ocorrendo qual, prometi só ralhar um bocadinho. Tita ao telefone, nem ralhei nada, não se ralha ao telefone, só ordenei que voltasse<br />

imediatamente no primeiro avião do dia seguinte, ó Pai mas o meu bilhete de volta é para daqui dois dias e é dos baratinhos não dá para<br />

trocar, compre outro só de vinda, ó pai é caríssimo nem tenho dinheiro que chegue, chame o Duro, o Duro emprestou o dinheiro, e no dia<br />

seguinte o Titinha voltou a Lisboa de cabeça baixa, sem ter tido tempo para gozar da façanha mas, entre os amigos e mesmo os pais deles,<br />

aureolado como um heróizinho , pois tinha enganado os padres do colégio, mais os Pais, tinha ido ao derby do Benfica, conseguido embarcar<br />

no avião sem licença dos progenitores e assim surpreender – seguramente muito – a jovem que amava. Tentámos um equilíbrio entre o<br />

zangado e, discretamente, alguma graça pela desenvoltura do jovem apaixonado. Mais ou menos com essa idade foi com o Henrique Balsemão<br />

para um campo de férias em casa do diabo mais velho, na Escócia, onde só foi aceite por os manos Lor e Ginja lá terem ido também. Avião<br />

até Londres, comboio (ou avião) até Glasgow, de lá num comboiozinho de via reduzida até Fot William e depois de autocarro até Malaig<br />

terrinha debruçada sobre um Loch qualquer onde os meteram numa canoa e que remassem até ao campo de férias. Durote, o Tita que conte<br />

mais da estadia. À vinda na passagem por Londres ainda foram mirones a ver passar um cortejo com a Rainha Elizabeth que festejava o seu<br />

não sei quantos anos de entronização.<br />

Um pouco mais tarde o Tita veio pedir aos Pais se podia ir a África na motorizada nova que substituía a até então fiel Boss Casal, feita em<br />

Águeda, veículo simples e robusto que dispunha não de uma mas de duas mudanças, arranca em primeira e trafega em segunda. A África ?<br />

Sim com o Lourenço Sottomayor, ele na Boss (claro!) e o Titinha na motorizada nova, com mais mudanças. Fiquei na dúvida se devia autorizar<br />

pois receava que se vencer o Sahara na motorizada nova não seria fácil, na fiel mas idosa Boss seria muito problemático. Depois apercebime<br />

que queriam ir fazer surf , o que me surpreendeu. Explicação: a África almejada era um Club Med próximo de Ceuta, claro que sim, vão<br />

com Deus e voltem com Aláh . Foram, surfaram voltaram, mas ambos montados na motorizada nova, que embora unipessoal aguentou com os<br />

dois pois a Boss foi abandonada num café em Alcalá de los Gazules, em plena Serra de Ronda, com o motorzinho gripadíssimo, coitadinha.<br />

Um aspecto que quero lembrar é ser o Titinha um trabalhador incansável e esforçado com veia de “empreendor” (palavra irritante por ter<br />

origem abrilina), mas como é empresário de uma “pequena ou média empresa” ainda se safa das diatribes de Jerónimo que, aliás, são um<br />

encanto fazendo-nos voltar aos inolvidáveis tempos do PREC. Aqui quero deixar registado o meu ( e seguramente também da Mãe ) muito<br />

apreço pelo muito que tem trabalhado e conseguido à custa de preocupações e canseiras, parabéns Titinha, bravo, não esmoreça que vale a<br />

pena todo o seu esforço. Que mais apresenta o Titinha a assinalar ? Pois uma importante, é no plano sentimental: três noras e uma<br />

namorada a sério é um palmarés muito apreciável. O próprio Titinha o reconhece, aliás como me dizia uma vez, ó Pai, eu sou o único dos seus<br />

filhos que o brindou (sic) com três noras e, ainda por cima, noras de quem o Pai muito gosta e que gostam de si ! E, só à minha, conta com<br />

cinco netos, e os netos são a alegria dos Avós – ou não ?


É verdade, Titinha, não só quanto às noras de quem gosto muito e que me retribuem o gostar, mas também quanto aos cinco netos,<br />

amorosííííííííííssimos, que são todo o meu enlevo. Porém as noras, sogras e filha, apresentavam um probleminha que o Titinha, sempre lesto,<br />

resolveu por mim, vejamos como: segunda nora, Mariana, filha de Cármen. Filha deles, Cármen. Terceira nora, Cármen, filha de Mariana. E, para<br />

que não haja dúvida, agora a namorada Mariana ( nem ousei perguntar o nome da Mãe ). Claro que eu me baralhava muitas vezes ao perguntar<br />

ao Tita por elas, mas uma vez, o Titinha, com o costumado desembaraço obtemperou ó Pai, não se preocupe, pergunte apenas como estão as<br />

Cármens e as Marianas.<br />

Não quero finalizar estas palavrinhas sem referir a alegria de ele ter brindado os Avós com cinco netos amorosos, que são o nosso enlevo (esta<br />

é bonita, hein?) o Lourenção, a Cármen e o Pakito (atenção ao k) a Vitória e a Terezinha (vulgo Tere). Que Deus os proteja e lhe dê uma longa e<br />

feliz vida.<br />

E mais nada, que esta já vai longa. Um beijão e a bênção do seu Pai,<br />

Lourenço António


TITA<br />

o Desportista...


O TENISTA das pernas bonitas


O jogador de RUGBY que deixou um legado


O FUTEBOLISTA


O SNOWBORDISTA radical ,<br />

que canta pelas pistas


O KITESURFISTA


O PESCADOR de Pampos


A ADRENALINA está-lhe no sangue


A BICLA


O GOLFISTA do hole in one


TITA<br />

o Irmão Zão...


Não consigo escrever “umas linhas” sobre o Tita ou sobre o Jinja. E ainda menos sobre apenas um deles. São “os manos” e sendo bem distintos, misturam-se<br />

nas minhas memórias de toda a vida. Apesar de eu ter sido um péssimo irmão mais velho (pior para o Jinja do que para o Tita que me aturou menos, graças á<br />

diferença de idade) lembro-me de milhares episódios a maior parte dos quais não têm qualquer interesse para terceiros. E apesar de terem correspondido a<br />

vivências que nos marcaram, algumas estruturantes, não são facilmente transmissíveis.<br />

Para me escapar à fúria dos meus sobrinhos e de umas tantas cunhadas, vou despejar sem ordem de importância uma série de memórias que me vêm á cabeça<br />

ao tentar olhar para trás.<br />

A memória mais antiga que julgo ter de ambos, é do dia em que soube que o Tita havia de nascer. Lembro-me de estarmos na Calçada das Necessidades onde<br />

vivíamos,quando soube. Lembro-me de o Jinja estar por perto e julgo que comecei logo a fazer “cenas canalhas”. Julgo que tive logo direito a um bufardo da<br />

mãe. Associada a essa memória está outra da mesma altura em que os nossos pais tentaram substituir uma criada de que o Jinja e eu gostávamos. Depois de<br />

passarmos o dia inteiro a fazer birra sentados debaixo de uma mesa, alguém desistiu e a criada foi-se embora. Durou um dia.<br />

Lembro-me de quando o Tita nasceu – não tenho a certeza absoluta de me lembrar mesmo ou de ter reconstituído algumas cenas por me terem sido contadas.<br />

Nasceu na maternidade do Avô Fernando e eu lembro-me me abeirar do berço com o Jinja. A minha mãe diz que assim que o vi vomitei, tal a ciumeira! Não<br />

posso contestar. Não me lembro, graças a Deus. Que eu era um “filhinho mais velho”, intratável e um tiranete até bastante tarde para com o Jinja, e menos<br />

frequentemente com o Tita, lembro-me muito bem, e tenho pena de ter sido assim. Mas daí a vomitar…<br />

A memória seguinte é de uma baby sitter ou enfermeira chamada Elizabeth que tomava conta do Tita, bébé, em casa da avó Isabel na Rua do Sacramento,<br />

onde vivemos uns tempos até nos mudarmos para a “casa nova” na Rua Ribeiro Sanches, 49. E Lembro-me de o Tita berrar ininterruptamente durante meses,<br />

até que um dia se calou e passou a ser uma paz de alma. Ao longo dos anos lembro-me de ouvir a mãe dizer que esse período da vida do Tita a fez compreender<br />

a situação daquelas mães que em desespero, atiram com os filhos pela janela. Pensando um pouco melhor no assunto, acho a coisa um bocado violenta. Talvez se<br />

referisse apenas às mães que esbofeteiam os filhos freneticamente. Mas por qualquer motivo a ideia de defenestração está-me associada a esse tema.<br />

Eu penso que o Jinja e eu funcionávamos muito em parelha e o Tita era o irmão mais novo de ambos. O Jinja fazia tudo aquilo que eu fazia mas com três anos<br />

de avanço que é a nossa diferença de idade. Quando eu fazia ski com 10 anos de idade nas férias que passámos na Quinta da Comenda em Setúbal, quem me<br />

puxava era o Jinja…que tinha 7!<br />

O Tita era de um outro clube. Quando andávamos de carrinho de golfe na Aroeira, um dos carros era do Mim, o outro do Jinja e o outro meu. O Tita ainda não<br />

fazia parte do clube dos mais velhos. Quando vinha, era a reboque. Claro que provavelmente não era bem assim, tanto mais que durante muitos anos, o Jinja e<br />

o Tita dormiram no mesmo quarto e eu é que dormia á parte. Além de que têm 2 anos certos de diferença enquanto eu tenho 3 anos e 2 meses para o Jinja.<br />

Visto do meu ponto de vista, era o Tita que era mais distante. Mas quem está na posição de charneira é o Jinja por isso só ele é que pode saber se era mesmo<br />

assim.<br />

Aliás, vem-me agora á cabeça uma cena recorrente entre o Jinja e o Tita e que me passava completamente ao lado. Iam jogar pingpong a casa dos Ameais na<br />

Rua da Arriaga. Ao fim de duas horas voltavam, semi esfalfados, depois de o Tita ter ganho 20 jogos e o Jinja 3. E tudo o que se ouvia era o Jinja com uma<br />

vez muito calma a explicar ao Tita que “você não tem, mas não tem a noção do que é jogar pingpong! Aquilo que você faz é sovar a bola! Nem sabe pegar na<br />

raquete como deve ser…”. E o Tita de cabeça perdida tentava fazer vingar a frieza dos números, sem qualquer sucesso. No dia seguinte, lá saíam os dois<br />

novamente, com o Jinja a dizer que lhe ia dar uma tareia e que lhe ia ensinar como é que se joga pingpong, repetindo-se no fim do jogo tanto o marcador como<br />

a discussão da véspera.<br />

Também tenho a ideia de que o Tita era mais independente dos irmãos e mesmo dos pais, do que o Jinja e eu. Até fisicamente o Tita era o mais exótico de<br />

todos nós. Muito loiro e cabeçudo, parecia um calimero, com uma voz um pouco cava e regra geral, “do contra”.<br />

A nossa mãe certamente referirá que ao ir ver as luzes de Natal ao Chiado pela primeira vez na vida, ao ser perguntado se estava a gostar, terá respondido:<br />

“se eu cesse lâmpada não acendia”.<br />

Lembro-me de discussões entre o Tita – que mal sabia falar – e os pais, que eu não sei como começavam mas eram uns autênticos braços de ferro entre dois<br />

adultos e um bébé. Julgo que houve mais do que um, mas aquele de que me lembro ou o estereótipo acabou mais ou menos assim:<br />

Tita – eu não gosto dos pais e vou fugir.<br />

Pais – o menino não vai nada fugir porque os pais não deixam e não tem como fugir (qualquer coisa deste género)<br />

Tita - …mas eu roubo o carro do pai e fujo.<br />

Pais – mas o pai vai atrás de si noutro carro e apanha-o.<br />

Tita – mas eu roubo o avião do pai e fujo para o Algarve (julgo que foi na fase da Casa da Eira).<br />

Pais – mas os pais agarram-no antes e não deixam…(já não sei exactamente que sevícias exerceriam mas eram de monta! E o gajo, aguentava-se…)


Lembro-me que a coisa eternizava-se e o Tita levava muito tempo a vergar. Tenho a ideia de ter havido casos em que chegou a haver a<br />

ameaça da utilização de armas de fogo. Mas também pode ser má memória da minha parte.<br />

Na escola Avé Maria, ameaçou uma professora de a mandar á Minhana (directora) naquilo que foi o início de uma carreira académica que<br />

julgo nunca ter recuperado completamente de tão turbulento arranque.<br />

O Jinja e eu lembramo-nos de cenas ocorridas com o Tita de que provavelmente ele não se lembra, como um estaladão que levou do Pai uma<br />

vez que decidiu pedir água á Conceição Gorda, em termos um pouco dramáticos demais: “Dê-me água mulher!!!”.<br />

Isto passou-se numa casa em que passámos parte de um verão em Lagos, onde o Jinja e eu tínhamos camas e o Tita ficou num “col-chão”,<br />

pronunciado assim pelo Jinja e por mim que nos rebolávamos a rir, achando-nos a maior graça! Quando os pais nos disseram para por a<br />

roupa em cima das camas, atirámos com as roupas do Tita para o “col-Chão”. Tenho a ideia de tudo isto ter também acabado com uns<br />

tabefes, não sem antes apanharmos mais uma barrigada de riso em causa própria e a expensas do Tita.<br />

Noutro género, lembro-me estarmos a passar o verão na Casa da Eira na Meia-Praia e termos descido á ria para ir andar num barquilho a<br />

remos que nos tinham dado. Quem pintou o barco foi o Mim (primo) e eu, provavelmente com o Jinja a ajudar. Não sei por que carga de<br />

água quisemos chamar “Pinguim” ao barco mas quando começamos a escrever o nome enganámo-nos e quando demos por isso, era<br />

irrecuperável. Ficou “Pigói”. O Tita enterrou-se no lodo do lado Oeste da Ria que era muito lamacento e detestou aquilo. No dia seguinte<br />

quando quisemos ir á Ria, recusou-se a voltar á “praia noja”! Um ser sensível, afinal!


A coroa de glória e a prova derradeira – e uma das últimas também - da extrema sensibilidade da criança, ocorreu quanto estávamos na Aroeira,<br />

amuados, ao percebermos que os pais tinham vendido a Casa da Eira e já não voltaríamos a passar lá férias. Reza a lenda que perante a violência da<br />

tensão entre o Jinja, eu (e possivelmente o Mim e a Vicky), e os pais, o Tita resolveu intervir para tentar apaziguar, dizendo: “Vocês não percebem<br />

nada! Não foram os pais que venderam; foram os outros que compraram!”. Tudo isto é muito pouco verosímil mas a mãe já nos contou isto tantas<br />

vezes que é incontornável. A ter acontecido, foi em 1971/2 por isso o Tita tinha 4 ou 5 anos…e que se saiba, foi a primeira e a última vez quet entou<br />

apaziguar alguma situação de tensão!<br />

Sobre a resistência do Tita às situações de tensão, lembrei-me muitos anos mais tarde, quando ia eu com a Piedade, a Maria e o Lourenção no nosso<br />

carro, a descer da A5 para a Ponte Sobre o Tejo, com o carro pela berma e com as portas abertas, para não deixar passar aqueles espertinhos que<br />

fingem que vão para a Av. De Ceuta e á última hora metem para a ponte á nossa frente. O nível de tensão era assustador e previa-se o confronto<br />

físico para qualquer momento com o tipo do carro que vinha mesmo atrás de nós. Ouve-se a voz do Lourenção lá de trás, talvez até com algum<br />

enfado: “se fosse o meu pai já lhe tinha ido bater!”<br />

Fomos fazer ski a Gstaad no Natal onde o tita fez<br />

mais ski a descer a escada lá de casa do que na neve,<br />

julgo eu, passámos as férias do carnaval em Cabo<br />

Verde para onde viajámos os três vestidos de igual e<br />

com umas caças de lã que nos picavam<br />

horrorosamente, e e em Bissau, onde fomos á procura<br />

de um stand da Honda com o Tita a reboque, com uma<br />

cabaça enfiada na cabeça a fazer de chapéu.<br />

Na viagem entre a Praia e Bissau, o Pai tentou atirarme<br />

um pãozinho que aterrou no chá de uma senhora<br />

que ficou indignada e a quem o Pai não foi capaz de<br />

convencer que não era um selvagem, indigno de andar<br />

de avião como as pessoas.<br />

Em Abril de 1974 andámos por Angola onde sentámos o Tita em cima de uma zebrapequena que apanhamos pela cauda a correr pelo deserto, para<br />

grande desgosto de ambos, e depois de anos de manifestações, comícios e toda uma adolescência, não sei bem como, estava eu já casado e com a<br />

Maria Auitanascida (nome dado pelo Jinja pela maneira como a Maria corria com a cabeça para a frente quando era bébé) e em vez de um irmão<br />

praticamente da minha idade, passei a ter dois. O Jinja foi estudar para a América, a Bita continuava 9 anos mais nova do que eu durante boa parte<br />

do ano e o irmão que estava á mão era o Tita.<br />

Quando comecei a fazer windsurf, com um bacalhau que o Joaquim Luis Gomes me emprestou durante uns tempos, oTita andava entusiasmado com o<br />

nosso Hobie Cat e claro está que achava o windsurf um desporto de atrasados mentais. Um dia, aparece-me a fazer windsurf “moderno”. Aquilo sim,<br />

era desporto! Lá passámos nós a fazer windsurf, mas desta vez com o Tita como “mais velho” e comigo a aprender, como de resto já tinha<br />

acontecido com o Jinja quando me ensinou a fazer surf.


Os laços e complementaridades foram-se reforçando através de filhos,<br />

sobrinhos e cunhadas. O Lourenção vinha passar alguns dias de férias<br />

connosco, porque sim – e porque sempre era uns dias que passava numa<br />

casa de tios mais velhos e menos barulhentos e podia moer o juízo á<br />

Piedade que sempre foi um dos seus passatempos favoritos – e a Maria<br />

ia passar uns dias á Arrifana com o Tita, julgo que fascinada com uma<br />

data da tios e sobrinhos, todos ao molho como se fossem mais ou menos<br />

da mesma idade.<br />

Em contrapartida, se a Maria era tão sisuda que o Tita chegou a<br />

telefonar-me da Arrifana, aflito com o permanente silêncio dela (que<br />

adorava lá estar), o Lourenção, pelo menos em duas ocasiões pediu<br />

autorização para gritar! Just like that! Uma vez foi em Porto Covo, na<br />

viagem de volta para Lisboa em que depois de sair do carro perguntou:<br />

“Tio. Posso gritar e dar uns saltos?”. E lá gritou e saltou durante um<br />

bocado. Dessa temos umas fotografias! Outra vez foi na auto-estrada<br />

A2 a caminho do Algarve. Ia comigo e com o Pingo no carro e às tantas,<br />

poisou “A Bola” que ia a ler e disse: “Tio. Não aguento mais! Tenho que<br />

dar um grito! Posso abrir a janela e gritar lá para fora?”. E assim fez!<br />

Muito extraordinário!<br />

O meu pessimismo ou fatalismo em determinadas fases da minha vida<br />

foi alternadamente confrontado e amparado pelo inabalável optimismo<br />

do Tita, para quem Lisboa era a melhor cidade do Mundo, a nossa<br />

família era a melhor família do Mundo, os nossos amigos os melhores<br />

amigos do mundo, os nossos pais os melhores pais do mundo, e por aí<br />

fora. Deu-me muito jeito em várias ocasiões.<br />

Não vale a pena romancear muito o discurso. Contamos uns com os<br />

outros como sempre contámos e nisso ser o Tita, o Jinja ou a Bita, vai<br />

dar ao mesmo. E por extensão com os filhos, maridos, mulheres e<br />

amigos uns dos outros.<br />

Jacta Est Fabula, e depois deste esforço de memória lembrei-me<br />

finalmente de uma prova inequívoca da extrema sensibilidade do Tita!<br />

Com lágrimas e tudo! E não me refiro á sua neo-sensibilidade! Isto tem<br />

décadas. A nossa avó Helena com quem estivemos a passar a Páscoa em<br />

Luanda em 1974, bazou para Madrid e daí para Petrópolis em meados ou<br />

finais de 1974. Um dia voltou, lá para 1977 ou quando muito 78 suponho<br />

eu, e bateu-nos á porta. Quando entrou, o sensível do Tita viu-a, correu<br />

para ela e agarrou-se-lhe a soluçar! É quase embaraçoso, hem?


Com cerca de 15 anos o meu irmão Tita encetou a sua descoberta do Mundo para além da nossa Rua Ribeiro Sanches (essa ele<br />

já conhecia desde pelo menos os 3 anos de idade quando foi apanhado pelo leiteiro, de madrugada, a sair de casa sonâmbulo).<br />

Antes de encetar cada nova excursão o Tita juntava, previamente, os necessários apetrechos para qualquer situação que<br />

viesse a surgir. Esses apetrechos eram essencialmente dois:<br />

1 - um amigo<br />

2 - uma motorizada Casal Boss de duas velocidades<br />

E com este conjunto de ferramentas o Tita lançava-se às mais audaciosas aventuras em viagens de alcance ibérico.<br />

Vindo ele e seu amigo do Alcaide para Lisboa numa dessas viagens e como o frio apertasse inclementemente - ou não fosse o<br />

pino do Inverno - e, a meio do caminho, decidiram parar para descansar e aquecer. Sem sentir as mãos de tão frias pediram,<br />

num café onde entraram, se lhes davam água quente para molhar as mãos. O rude homem do café não os levou a sério e nem se<br />

sentiu minimamente condescendente com a sua situação.<br />

Isso irritou o Tita, claro.<br />

Não sendo, já nessa altura , pessoa fácil de ouvir um não o Tita imediatamente pediu vários galões, muito quentes. O que o<br />

rude homem do café não podia recusar. Quando vieram os galões o Tita e amigo, testemunhados pelo rude homem do café e<br />

perante a sua estupefacção, despejaram os galões nas mãos e sorriram provocatoriamente em sinalização de vitória.<br />

Histórias destas há em abundância... elas ilustram bem quem é o Tita!<br />

Um beijinho,<br />

Jinja


Não faço ideia do que dizer do Titinha...<br />

É o meu irmão logo a seguir a mim, aquele com quem mais "vivi" inclusivamente a dividir o quarto em criança.<br />

Um verdadeiro pesadelo!!! tinha medo dele. Discutiamos até para vêr quem apagava a luz.<br />

Devo dizer que nessa altura eu odiava-o! Mesmo! Batia-me e nunca me deixava brincar com ele.<br />

Lembro-me de ficar feliz quando ele saiu da escola Avé Maria e finalmente eu fiquei sozinha sem o tita a controlar-me.<br />

Lembro-me também de cair de umas escadas a pique (do sotão) porque estava a gamar-lhe autocolantes do PSD (tinha-lhe pedido<br />

e ele não me deu nem 1). Chamaram-me para jantar, senti passos nas escadas e apavorada atirei-me lá de cima deixando o meu<br />

braço em V. Gesso 1 mês.<br />

Como apanhava em casa (dele), dava na escola. Eu precisava de bater em alguém!<br />

Eu e a Maria Barreto, partilhávamos as mesmas experiências e angustias...eu apanhava do tita, ela apanhava do Paulo (devo dizer<br />

que o Paulo era mais violento, eu tinha pena dela, imaginem), então as duas cheias de raiva, chegávamos à escola e ia tudo a heito!<br />

Fomos crescendo e ele deixou de me bater. Foi bom. Ufa!<br />

Na realidade, tendo idades próximas nunca saimos juntos nem tinhamos amigos em comum...(salvo os gémeos Pinto Basto e os<br />

Cunhas!).<br />

A vida foi andando e cada um foi fazendo a sua vida.<br />

Ele casou, eu casei, ele casou, eu tive filhos, ele casou novamente e bla bla bla...até que...<br />

Agora vêm a parte lamecha!!! sim, ela existe!<br />

A primeira vez que senti diferença na nossa relação, foi quando fiquei à espera da Leonor...foi numa sexta feira à noite que recebi<br />

a noticia, telefonei à minha mãe a contar. No sábado apareceram TODOS os Belos no Porto e no Domingo apareceram todos os<br />

ALMEIDAS. Fiquei verdadeiramente sensibilizada com a rapidez e disponibilidade com que todos atuaram para me fazer<br />

companhia naqueles dias. Vieram apenas para chorar comigo. Nem falámos do assunto, simplesmente estavam comigo. Nada havia a<br />

dizer...as palavras não saiam.<br />

Depois durante os primeiros tempos toda a família deu-me todo o apoio à sua maneira, mas um dia tive um telefonema especial do<br />

Tita que nunca me irei esquecer!!! NUNCA!<br />

Naquele seu ar de quem não quer ser lamecha, a disfarçar o tom de voz, a despachar a conversa, disse-me coisas que ainda hoje<br />

ao escrever este testemunho veêm-me as lágrimas aos olhos. Disse-me o que mais ninguém me disse e fiquei tão tranquila de<br />

alguém me dizer isto. Foram palavras mágicas que ainda hoje as guardo.


Então apercebi-me...o Tita é efetivamente e sem qualquer tipo de dúvida UM HOMEM SENSÍVEL!!!<br />

Nestes últimos anos ele tem sido íman da família.<br />

Ele junta toda a gente, desafia todos para programas, é o núcleo dos Almeida.<br />

Sem o Tita não sei como estaríamos todos nos últimos natais, pascoas, etc...<br />

Querido mano Tita,<br />

É com muito orgulho que o tenho como meu irmão e que sei que estará sempre presente quando for<br />

preciso! Sei que mesmo "brutalhada" tem o maior coração de manteiga que existe.<br />

Sabia que em muitas coisas me identifico consigo? Não me deem álcool mas sim uma<br />

lata de leite condensado nestlé, ou um milka de avelãs inteiras? Sou feliz!<br />

Não me levem a bares e boites cheias de música péssima e todos aos berros para falar,<br />

bora jogar uma cartada em casa? sou feliz! Estas são apenas algumas...<br />

Para terminar,<br />

quero deixar-lhe um enorme beijinho de parabéns,<br />

que seja feliz fazendo os outros felizes!!!<br />

Bita


TITA<br />

o Marido Neo Sensível...


Há 29 anos...


...nos dias de hoje...<br />

Querida Tita, muitos beijinhos de parabéns! 50 anos!!!<br />

Obrigada por me teres dado o nosso querido filho Lourenço, um grande orgulho<br />

de filho para nós os dois!<br />

Desejo te coisas ótimas para os próximos 50 anos!<br />

Beijinhos<br />

Joana


Bem dita a hora que o Tita resolveu dar duas pêras ao Farinhas, no estúdio da minha mãe …<br />

Sem essas duas pêras, o Tita não teria ido à rua das Taipas pedir desculpa à minha mãe de fato e gravata (inédito) e eu não teria reparado nele.<br />

Rebelde como eu era, estava perante a ‘fórmula ‘ perfeita : rapaz bem parecido, de olhos bonitos e meigos, bem educado e de boas famílias…<br />

MAS, muito rufias, com um filho pequenino lindo, e acabadinho de se separar…<br />

BINGO- aqui estava um belo de um desafio para a Galindo. Desafio esse que dura até aos dias de hoje, ao ver reflectido nos nossos filhos,<br />

tanto do Tita. : ))<br />

Falar do Tita , pode ser fácil. É quase certo que neste livro o gabarão da sua originalidade, do seu sentido do humor desarmante, a sua alegria,<br />

o bom desportista que é, determinação…<br />

Mas falar do Tita, como os meus olhos o vêem- dificilmente conseguirei fazer jus por palavras neste livro. Há tanto de especial no Tita!<br />

Há tantos momentos. ..Há tantos sentimentos... Há tantas emoções…<br />

O Tita tem o um lugar bem definido e conquistado no meu coração.<br />

Não só por ser o pai do meus filhos e ter-me dado o que mais valioso tenho na vida, mas sobretudo porque ao longo destes 25 anos, consigo ver<br />

nele o que, às vezes, só alguns conseguem ver. A sua sensibilidade, tão única. Que juntamente com a sua generosidade, autenticidade, e valores<br />

‘certos’ da vida- me fazem ter a certeza, que os meus filhos têm o melhor pai que lhes podia dar.<br />

Muita gente sente ‘inveja’ desta nossa relação, questionando o modelo, estranhando o formato…e sobre isso, tenho pouco a acrescentar.<br />

Apenas que viver a vida pelo coração, é isto mesmo.<br />

O Tita faz e sempre fará parte do meu propósito de vida.<br />

Tentar proteger e fazer quem eu mais gosto- Feliz.<br />

(…)<br />

Querido Tita, não sei como se sente nesta idade tão marcante, mas só pode estar feliz com tudo aquilo que já viveu e construiu…<br />

Mesmo nas adversidades, sempre soube para que lado fica o que é mais importante para si: Ou seus filhos, a sua família, os seus amigos.<br />

Sei que também faço parte desse seu mundo, embora não saiba qual o melhor ‘parentesco’ a atribuir, se Ex ( tem muitas) , amiga ( Talvez, mas<br />

não chega) , família ( também, mas não só) , mãe dos filhos ( sim, mas há mais 3) …hum!!!. Nenhum deles reflecte bem a forma como me faz<br />

sentir.<br />

PRIVELIGIADA! Talvez seja esta a palavra.<br />

Que venham os próximos 50 de ‘mãos dadas’, a ver os nossos filhos crescer, os netos nascer… pequenos ‘Instantes’, que na soma dos dias nos<br />

farão dizer:<br />

VALEU A PENA.<br />

Gosto muito de si,<br />

Calimero<br />

PS- Definição de Privilegiada no dicionário- "Bem ou coisa que poucos têm acesso. "


Uiiiiiii.......<br />

São tantas as emoções que surjem que decididamente te posso denominar o "furacão" da minha vida. Uma<br />

entrada de rompante na minha existência mas pela calada, como alias é característico teu, com essa carinha<br />

de anjinho consegues por tudo num alvoroço com um simples olhar ;) Iniciamos uma viagem intensa e<br />

alucinante, com uma vida cheia de recordações e momentos inesquecíveis. Mas sobretudo criamos uma família<br />

para a vida. Longe da vista mas perto do coração para sempre. Venham mais 50 querido Tuliusd :)<br />

Beijinhos mil<br />

da tua bruxinha


TITA<br />

o Pai Único...


Querido Pai,<br />

Muitos parabéns por este excelente e único dia. 50 anos é muito tempo, mas, tendo em conta que fazemos apenas 20 anos de diferença,<br />

por vezes fico com a divertida sensação que o tempo passou a correr para o Pai, que eu acompanhei e que conheço todo este excelente<br />

percurso de meio século de existência que o Pai já leva, repleto de coisas boas!<br />

O balanço de vida é muito positivo, assim como as recordações, que são fantásticas e inúmeras: algumas delas irrepetíveis, tais como os<br />

nossos jogos de futebol no jardim da casa da Rua Ribeiro Sanches, os vários anos que partilhámos o quarto nessa mesma casa, as idas<br />

constantes, imagine-se, ao gigantesco e colossal antigo Estádio da Luz para ver o Benfica jogar, os anos em que me ia levar e buscar ao<br />

CDUL para que eu pudesse jogar Rugby, o Natal em que me ofereceu a primeira mota que tive, a Suzuki Katana ou as constantes<br />

temporadas que passámos no Alcaide e que sempre me fizeram tão bem. Mas existem também recordações muito boas e facilmente<br />

repetíveis tais como as nossas idas à neve – foi o Pai que me levou a primeira vez à neve, mais concretamente a Val Thorens, tinha eu 8<br />

anos e talvez por isso, nunca larguei o snowboard, mesmo depois de ter experimentado o ski – as nossas férias na Arrifana e na Prainha,<br />

assim como os sucessivos nascimentos de irmãos e crianças que nos deixaram e continuam a dar tanta alegria.<br />

Independentemente das boas lembranças que referi e mais importante do que qualquer outra coisa, devo realçar o óptimo Pai que tenho<br />

tido, sempre presente nos bons momentos e também nos menos bons, quando o apoio é mais necessário. O Pai sempre me transmitiu bons<br />

valores e princípios; ensinamentos que tenho procurado pôr em prática ao longo da minha vida e também transmiti-los a quem precisar.<br />

Os elogios ao Pai são constantes por parte de todos, nomeadamente da Família. Não há ninguém que coloque em causa as qualidades do<br />

Tita, sejam elas enquanto Pai, Filho, Tio, Irmão, Amigo, Homem etc. Não se duvida da admirável pessoa e do grande ser humano que é.<br />

Todos estes atributos são complementados com um feitio ligeiramente irascível que, de vez em quando, faz lembrar a conduta de<br />

amabilidade que o Obelix tem para com os soldados romanos. Porém, creio que essa irascibilidade mais não é do que uma demonstração<br />

de afecto para com as pessoas confrontadas.<br />

Poderia continuar a identificar qualidades, episódios e acontecimentos que engradecem o Pai mas penso que será melhor guarda-los para<br />

outras oportunidades. Após meio século de existência, espero que continue a ter e dar motivos de alegria a todos e ao próprio claro<br />

está; que as diversas qualidades sejam exacerbadas e que os pequenos defeitos, características inerentes a todas as pessoas, sejam<br />

cada vez menos, corrigidos e menorizados. Que os próximos 50 anos sejam ainda melhores que aqueles que agora terminam.<br />

É o meu grande desejo para o melhor Pai do mundo.<br />

Muitos beijinhos e um abraço,<br />

Lourenço


Querido pai,<br />

Infelizmente não herdei a capacidade de escrita do pai, nem a facilidade de exprimir sentimentos da mãe, o que torna o meu<br />

trabalho de escrever um texto de 50 anos para o pai um desafio, mas vou tentar:<br />

Há tanta coisa por dizer que nem sei por onde começar. Talvez comece por lhe contar um facto curioso e desconhecido. Desde<br />

sempre que o meu objetivo em tudo o que faço era ser mais parecida com o pai (porque com a mãe já sou muito). No sentido de<br />

humor, nos valores, na alegria de viver, na não superficialidade, na maneira como relativiza tudo... Entre outros. O meu objetivo<br />

era tornar-me um bocadinho mais como o pai. Mas agora que eu e os manos começamos a fazer o seu livro, e fomos lendo e<br />

relendo os textos que as pessoas nos enviavam, realizei que apenas conhecia o pai como pai, e não como pessoa. E que bonita<br />

surpresa foi conhecer o António Almeida, a pessoa. Desde o início deste livro que já não quero só a sua alegria, sentido de humor<br />

e valores. Quero a sua amizade, a sua camaradagem, a sua loucura, o seu otimismo, a sua humildade, a sua sensibilidade, a sua<br />

força... Quero um bocadinho de tudo, pois se daqui a uns anos eu me tornar numa mulher e mãe com todas estas características<br />

que o pai tem como homem e pai, tenho a certeza que vou ser a pessoa mais feliz e amada do mundo, tal e qual o pai.<br />

Em segundo lugar queria agradecer-lhe a si, por me ter dado o privilégio de ter crescido de baixo das asas de um pai e duma<br />

mãe, tão presentes, com tanto amor para dar, loucos e loucamente apaixonados pelos filhos. Tudo o que sou e que um dia serei,<br />

se Deus quiser, devo-vos a vocês que nas vossas diversas e extensas diferenças me transmitiram os mesmos valores e princípios<br />

que vão fazer de mim e dos meus irmãos (e nestes irmãos incluo a Mariana e o Luís) grandes homens e mulheres, sendo o Manão<br />

já um grande homem.<br />

Por último e não menos importante quero-lhe contar um segredo que se calhar é capaz de ser o meu único segredo que ninguém<br />

sabe. Existem 3 razões pela qual eu sou fanática pelo Benfica:<br />

A minha clara e óbvia paixão pelo futebol;<br />

O meu gosto em ganhar (daí ser benfiquista);<br />

E o facto de ser um grande elo de união entre mim e o pai, sendo esta a maior razão e a mais importante :)<br />

Parabéns querido pai, que as próximas 5 décadas tragam coisas ainda melhores que estas primeiras!<br />

Carmen filha (à que deixar explícito)


Querido paizão,<br />

Então muitos parabéns por este meio século de vida! Com tanta dieta, com certeza cá estará pra celebrar o pleno ;) !<br />

Consigo aprendi, consigo conquistei, consigo apanhei, consigo chorei, consigo celebrei e mais importante consigo cresci. E<br />

isto foi só em 17 anos, que venham muitos mais... Agora tenho uns agradecimentos, 5 pra ser mais específico, porque 5 é o<br />

primeiro número de 50, o que não significa absolutamente nada...<br />

Obrigado por me ensinar a ser sempre humilde.<br />

Obrigado por me bater até eu aprender.<br />

Obrigado por trabalhar para que tenhamos tudo o que teve e não teve.<br />

Obrigado por me ensinar juntamente com o rugby os valores para crescer, e estar lá sempre seja pra puxar pra cima ou<br />

pra congratular.<br />

Obrigado por ser do Benfica.<br />

Continue a ser o nosso exemplo de pessoa, a pôr sempre o bem estar dos outros em primeiro lugar, que é o que faz do pai<br />

uma pessoa espetacular.<br />

Grande beijinho de parabéns,<br />

Pakito.<br />

P.S:E obrigado pelas suas dietas(fazem-me rir bastante).


O meu pai, o meu pai é...<br />

o meu pai, mais especificamente é o António Almeida, é o Tita, é um homem de 5 filhos de idades entre os 29aos<br />

5 anos, é um jogador de golf, é o que transporta toda a gente de um lado para o outro numa carrinha de raptos,<br />

o melhor anfitrião de AIRB&B, o melhor domador de cães, é um homem de saúde, é um homem que adora a<br />

família, é um homem que é adorado por esta, é um homem de Carmen's e Mariana's e não esquecendo Paco's, um<br />

homem com 101 defeitos e 1001 qualidades, um homem com um humor descomunal, um homem do Benfica, um<br />

homem que vive a vida à sua forma, um homem que ao longo destes 50 anos conseguiu sempre por todos à sua<br />

volta com um sorriso na cara mesmo quando estamos com aquela "cara de parvos", mas pronto, tenho 13 anos e<br />

as palavras que conheço são poucas para explicar quem é o meu pai, e muito menos para explicarem o quanto o<br />

admiro.<br />

O maior beijinho do mundo para o meu pai!<br />

O melhor pai de todos! Que venham mais 50 perto de si!<br />

Filha preferida (Victor)


TITA<br />

a 'Chama' da família...


Já lá vão 50 Titão!! Desde já queria agradecerlhe<br />

por tudo, desde as sessões de pancada com<br />

iogurtes a voar, até me ter trazido para LIsboa,<br />

me ter posto no rugby, ter-me feito mais<br />

benfiquista do que já era, etc! Por tanto, muitos<br />

parabéns e que venham mais 50 porque isto ainda<br />

mal começou!<br />

Muitos beijinhos!<br />

Luís Roberto


Querido Tio Tita,<br />

50 já não é brincadeira!<br />

Se há coisa na vida pela qual estou agradecida é<br />

pelas nossas vidas se terem cruzado. Nunca teria<br />

vindo viver para Lisboa; nunca teria tido que subir<br />

150 degraus para chegar a casa (pelo que continuaria<br />

uma gorda cheia de sopa); nunca teria ido à neve;<br />

nunca teria tido mais quatro irmãos, pelo que nunca<br />

teria feito metade das asneiras, consequentemente<br />

não teria metade da diversão; nunca teria tido a<br />

minha Tere; nunca teria apanhado com manteiga/<br />

loiça nos cornos, ou com iogurte no cabelo acabado<br />

de lavar; nunca teria ido para a Arrifana; nunca viria<br />

a saber que é possível empacotar 10 pessoas num<br />

carro Lisboa-Algarve e chegarmos lá vivos; não teria<br />

vivido 1/10 das minhas aventuras; não teria 1/10 das<br />

histórias para contar; nunca teria aprendido que não<br />

é o sangue que define família nem nunca teria ganho<br />

uma família para a vida.<br />

Enfim, se o Tio Tita não tivesse entrado na minha<br />

vida, eu não era eu!<br />

Muitos parabéns Tio Tita, que continuemos na vida<br />

um do outro nos próximos 50! E nos a seguir. E nos a<br />

seguir.<br />

Um grande beijinho desta "filha" que o adora,<br />

Mariana.


Meu querido Tita,<br />

Meu querido marido da minha melhor amiga...<br />

Meu querido melhor amigo do meu marido...<br />

Meu querido cunhado, pai dos meus queridos sobrinhos,<br />

Meu querido GRANDE amigo Tita ... esta grande amizade foi o que ganhei com o facto de entrares na minha vida por todos os<br />

lados.<br />

É que tinha mesmo que ser!<br />

Já lá vão mais de 25 anos desta tua presença na minha vida, uma longa amizade em diferentes papéis mas sempre com o mesmo<br />

conteúdo...<br />

Consistente e persuasivo nas convicções,<br />

detentor de um humor desarmante,<br />

com uma opinião oposta sempre em busca de uma fervorosa discussão,<br />

dotado para o desporto sem exclusividade a nenhum,<br />

indumentária caracteristicamente out fashion que até consegue ficar in, de tamanho flutuante derivado a recorrentes e<br />

inconsistentes dietas, alternando entre água e sumo de laranja um Santini não lhe escapa, da prancha de bodyboard, da<br />

fotocópia<br />

ao vinil, a impressão digital é determinada e empenhada,<br />

com intolerância crónica à espécie taxista dá uso ao robusto físico,<br />

um filho adorado sempre dedicado,<br />

várias vezes marido, sempre de coração exclusivo de cada vez ,<br />

um pai de extremosas manifestações carinhosas, resultando em cinco rijos filhos, preparados para tudo,<br />

de integridade e honestidade exemplar, com os valores certos, assim é um pai tão espetacular,<br />

o brutamontes mais sensível que conheço,<br />

... assim é o meu querido amigo Tita.<br />

Sê feliz e sempre por perto.<br />

Um grande beijinho de Parabéns,<br />

Luiza


Querido Tio,<br />

Um grande beijinho de Parabéns!<br />

Espero que os próximos 50 anos tragam ao Tio tudo o que mais deseja e que possamos, todos juntos, festejar muitos<br />

mais dias como este.<br />

Não posso deixar de agradecer ao Tio o apoio e carinho constantes e o fazer-me sentir que tenho mais um Pai,<br />

sempre a olhar por nós.<br />

Muitos beijinhos,<br />

Inês<br />

Querido Tio,<br />

Eu só queria desejar ao tio uns bons 50 anos e que os próximos 50 também sejam muito bons. Queria também agradecer ao tio<br />

toda a ajuda que me deu.<br />

Muitos beijinhos,<br />

Francisco


Tita, um rapaz prendado,<br />

Generoso e amigo do amigo.<br />

É uma honra ser teu cunhado,<br />

Sabes que podes contar sempre comigo.<br />

Zeca


António Almeida.<br />

Sensível ou não?... Eis a questão!... mas sem dúvida um BFF<br />

Camarada, companheiro, palhaço, amigo e muitas outras…<br />

Quando a tua filha Carmen, muito querida como sempre, nos pediu para escrever “Qualquer coisa sobre o pai, assim mais sensível, que é para<br />

fazer o livro dos 50 anos dele”, eu só pensei na quantidade de pessoas que deviam admirar a tua sensibilidade: Pensei invariavelmente nos<br />

taxistas, pensei no caddy master de Ribagolfe quando nos disse que tínhamos que nos ir embora porque já era tarde (ia ficando com um drive<br />

cravado no crânio), pensei nas discussões nos jogos de futebol da escola, pensei no Palmeiro, no Folque, enfim… achei que não era esse o tom que<br />

devia dar a esta minha reflexão.<br />

Prefiro debruçar-me sobre a nossa amizade de longa data e sobre alguns factos curiosos que nos fazem sem duvida BFFs:<br />

Começando pelo primeiro: 19 de Novembro de 1983. Lembras-te? Cheias de Cascais. Ias de mota para Lisboa com o Carlitos num temporal como<br />

não se via à muito (Uma loucura com outro louco). Acabaram os dois refugiados na Av. Saboia 1341. Já sabia quem tu eras, da Marinha e do<br />

Rugby, mas estava longe de ser teu amigo, a partir daí começamos a dar-nos regularmente.<br />

Ao longo destes anos desenvolveu-se entre nós uma cumplicidade que não tenho com muitas mais pessoas. Com grande enfoque na asneira e<br />

coisas inesperadas. Quando um de nós diz “embora”, o outro não pensa; vai!. Depois logo se vê como lá chegar e enfrentar as adversidades.<br />

Lembro-me um dia que estava em Roma no meu cantinho e tu apareceste e disseste: “Pá, embora a Florença ver o Benfica?”. Arrancamos, sem<br />

bilhete, sem nada, chegamos ao intervalo, vimos a segunda parte e dois golos do Nuno Gomes, e depois seguimos como quem não quer a coisa para<br />

“uma estância qualquer dos Alpes” – sem destino nem alojamento nem nada planeado! Isto só podia acontecer contigo!<br />

Outro facto que nos une: acho que te apesentei ou senão, muito perto disso, as mães de todos os teus filhos. E tu também. Não me<br />

apresentaste, mas foste cúmplice da minha relação com a mãe dos meus. Fomos cunhados, compadres, padrinhos cruzados, etc…<br />

Poderia continuar com os inúmeros desportos que fizemos juntos, ou por iniciativa de um ou do outro, ou de centenas de outras loucuras que<br />

partilhamos, mas acima de tudo, e aí é que se vê a nossa amizade, quando estamos com algum problema, temos sempre a certeza que podemos<br />

contar um com o outro.<br />

Camarada, companheiro, palhaço, amigo, vais para os 50, e eu lá estarei dentro de 5 meses. Um grande abraço de parabéns de parabéns por este<br />

dia, e que continues sempre o mesmo Tita, que a malta gosta muito.<br />

PS: podias era mudar para o Sporting, para evitar algumas discussões…<br />

Jota


Meio século de vida.<br />

Tita<br />

Não vou falar do meu genro que teve o privilégio de se casar com a<br />

minha magnífica filha Mariana.<br />

Nem mesmo do pai de 3 dos meus 8 fantásticos netos,<br />

Menos ainda do "chato" fanático da bola e demais desportos.<br />

E de certeza absoluta que não será nem do homem trabalhador é<br />

sonhador que tem feito um pouco de tudo na vida menos ficar parado,<br />

Até que podia falar do amigo de toda a vida que nunca me deixou ficar<br />

mal,<br />

O problema é que para falar dele haveria tanto a dizer, a começar pelo<br />

rancho de filhos que fez em 3 mães destintas de quem é um óptimo pai<br />

e um razoável ex e a acabar no aventureiro que parece nada temer,<br />

quando na realidade não passa de um falso duro com coração de<br />

manteiga derretida.<br />

Falar do Tita é para mim uma tarefa impossível, pois seria como ter que<br />

falar de mim próprio, pois ele só faz-me lembrar alguém de quem eu<br />

tanto gosto, ou seja de mim próprio quando tive a idade dele.<br />

PARABÉNS TITA !<br />

Carlos Paço D'Arcos


Tita de "mi corazon", estás e estarás sempre comigo<br />

meu querido genro que eu tanto gosto. De facto, tens<br />

mais jeito para as sogras do que para as tuas<br />

esposas, e ainda por cima casaste à séria. Agora fica<br />

sossegado com esta Mariana, com quem vais ficar<br />

para sempre, muito querida que ela é. Deixa-te estar<br />

quieto, e pensa no bem estar dela também.<br />

Muitos parabéns pelo meio século, apartir de agora é<br />

sempre a somar muito rápido.<br />

Beijos grandes da sogrita<br />

Carmen


Querido tio Tita,<br />

Não sou dada a estes textos mas não queria deixar<br />

de dar umas palavrinhas. Deixo histórias para os que<br />

as sabem melhor, e fico-me por um ou outro<br />

agradecimento: começo, naturalmente, pela paixão<br />

pelo nosso Benfica, que passou categoricamente<br />

para os sobrinhos como eu, pela forma mais<br />

acertada de lidar com certas e determinadas<br />

pessoas como agentes da autoridade e taxistas: da<br />

forma mais abrutalhada possível.<br />

E finalmente um pouco mais sensível, por juntar<br />

tantas vezes a família nos verões da Arrifana com<br />

os primos todos que todos nos lembramos, dos<br />

jantares de Natal e Páscoa que dão tanto trabalho<br />

mas são sempre tão bons e até os convites para<br />

jogos aí em casa!<br />

Obrigada!<br />

Muitos beijinhos e parabéns!<br />

Isabelinha


Querido tio Tita,<br />

Foi-me pedido para escrever alguma coisa querida e simpática<br />

sobre o tio. E eu até poderia cumprir com o tema maaas...<br />

escolhi não o fazer. Tenho medo que o livro fique demasiado<br />

simpático e não mostre o outro lado do tio. Prefiro contar a<br />

história de quando num Benfica-Setúbal, ainda no antigo<br />

Estádio da Luz, o Tio Tita desafiou um polícia que não nos<br />

deixava ver o jogo porque estava à frente, colocando-se no<br />

meio metro de espaço que existia entre o polícia e a grade. A<br />

isso seguiram-se 30 segundos de enorme tensão em que o<br />

polícia bafejava na nuca do tio estupefacto com a situação.<br />

Mas a verdade é que resultou porque a multidão ficou ao<br />

rubro e o polícia acabou por sair dali derrotado!<br />

Lembro-me também de uma vez no Cais do Sodré em que,<br />

depois de uma habitual zanga com um taxista, o taxista<br />

arranca com um ar feroz (porque estava com clientes) e diz<br />

"agora não posso, mas encontramos-nos daqui a meia hora<br />

aqui!! Vem cá ter!". O tio, que claramente tem uma vida mais<br />

ocupada que o taxista, não quis esperar essa meia hora para<br />

lhe dar um exerto, sendo que por isso perseguiu o taxista por<br />

Lisboa fora insultando-o até enventualmente se fartar e<br />

seguir caminho. Tudo isto são momentos que fizeram a minha<br />

infância mais feliz! Obrigada tio!<br />

Grande beijinho do seu afilhado.<br />

Lourenço


Tio Tita- aquele tio que tem sempre uma piada pronta para pôr a família inteira a rir!!<br />

Tio, muitos parabéns por estes 50 anos, espero que tenha um dia ótimo e... que venham mais 50!!!<br />

Um grande beijinho da sua sobrinha ,<br />

Helena.


Obrigado querido tio por, entre tantas outras coisas:<br />

- me permitir dizer, com orgulho, que vi várias<br />

vezes o Benfica jogar no velhinho estádio;<br />

- por me ensinar que a melhor reacção contra um<br />

insolente homem de bigode é ameaçar que lhe arranco o<br />

mesmo;<br />

- por inúmeras férias em neve e praia;<br />

- por, quando eu caí das cadeirinhas em Val Thorens<br />

(loser) se ter atirado para me salvar, o que lhe valeu<br />

uns raspanetes dos técnicos porque, ao invés da minha<br />

queda que foi inócua, o salto do tio agitou fortemente<br />

toda a estrutura das cadeirinhas;<br />

- me ter ensinado que a vida é melhor se vivida na<br />

parte superior da escala dos decibéis e que, quando<br />

provocados – nomeadamente por taxistas ou policias –,<br />

devemos responder sempre com emoção e intensidade.<br />

Maria Sobrinha


Singularidade é a palavra que mais associo ao Tio Tita.<br />

Não conhecia, e ainda não conheço, ninguém com um feitio<br />

tão próprio como o Tio. Ao principio estranha-se a não<br />

filtragem das palavras mas não se demora a valorizar a<br />

honestidade que nem sempre é o que se quer ouvir mas é<br />

quase sempre o que se precisa de ouvir.<br />

Não posso dizer que conheço o Tio Tita há muito tempo, e<br />

pela natureza da nossa relação até seria expectável que a<br />

mesma fosse de mera cortesia. Felizmente, não foi isso<br />

que aconteceu, desde sempre que me inclui como se fosse<br />

familia e desde sempre que fomentou uma relação de<br />

amizade que eu nunca pensei possível.<br />

A incompreensão pelo crioulo da Maria não é a única<br />

característica que partilhamos. Temos um gosto pela<br />

discussão que nos faz dialogar até a exaustão de<br />

argumentos, e dos outros membros familiares que nos<br />

ouvem. Discutimos desde um fora-de-jogo no futebol á<br />

crise energética mundial num tumulto de argumentos e<br />

contra-argumentos que quando permite determinar um<br />

vencedor, esse foi certamente o Tio Tita. Construímos<br />

uma relação de amizade independente do maior factor que<br />

nos une, a filha Carmen, e que certamente se prolongará<br />

muitos anos!<br />

Um abraço,<br />

Francisco ou "Nugget"


Comecei a conhecer o Tita da melhor forma possível que é como quem diz através da Mariana.<br />

Pela emoção e carinho com que falava do pai dos seus filhos, cedo percebi tratar-se de uma pessoa muito especial. Com o Tita e com a<br />

sua forma descontraída de lidar com algumas situações, tenho aprendido muito! Deixo aqui um pequeno exemplo de um diálogo a que<br />

assisti entre ele e a Mariana acerca de um assunto qualquer, de importância “vital” para ela e talvez nem tanto assim para ele…<br />

- Porque é que não respondeu ou fez caso da mensagem que lhe enviei? (tom de voz tentando parecer controlada porém com oscilações<br />

de timbre denunciando grande impaciência e irritação…)<br />

- Já lhe disse várias vezes que só consigo ler as 2 primeiras linhas das suas mensagens… Se me manda um xarope como é costume, é<br />

natural que não veja (tom de voz calmo e descontraído, fruto de muito treino golfístico de abstração de fenómenos perturbadores em<br />

redor…).<br />

Como diria o Pakito, “Ganda Boss!”<br />

Esta sua naturalidade e espontaneidade, é uma característica que se percebe e aprecia melhor quando se vê a relação extraordinária<br />

que tem com os seus filhos (vários), ex-mulheres (várias) e amigos de uma vida inteira. Se a coisa correr bem, espero poder vir a<br />

tornar-me um desses amigos de longa data. E se a Mariana continuar a organizar aniversários familiares, livros de aniversários,<br />

efemérides várias, incluindo a partir de agora netos desse grande pólo magnético Galindo, então deverei poder partilhar mais algum<br />

espaço do universo do Tita que já vai sendo um bocadinho também meu. Mas como ele diria numa expressão muito típica sua,<br />

“Só um bocadiiiiinhooo”…<br />

Grande abraço<br />

Pedro


TITA<br />

o Amigo Autêntico...


Sobre o Tita<br />

Quando conheci o Tita o que mais me chamou a<br />

atenção foi o seu sentido de humor desprendido.<br />

Esse humor é a expressão máxima da sua<br />

personalidade (um humor bocadinho blasé).<br />

O Tita tem o dom de ser prestável, é uma óptima<br />

companhia, um pai intenso, é generoso e<br />

intimista. São qualidades.<br />

É também combativo nas discussões, o que o<br />

torna uma pessoa animada quando defende os<br />

seus pontos de vista.<br />

Parabéns Tita, foste sempre uma óptima<br />

surpresa para quem se cruzou contigo nestes 50<br />

anos, e eu não sou excepção.<br />

Um beijo<br />

Maria


Titinha:<br />

Devo ser das MULHERES que HÁ MAIS TEMPO passa férias contigo na Arrifana!!!!<br />

E disputo este pódio, com o resto das mulheres da minha familia e com a Sara Nobrega….<br />

Muito peixe e muito polvo nos passou pelo bico, poucos Dons rodrigos e, se calhar, na tua expetativa….. poucas tartes de<br />

maçã!!!!<br />

Mas de facto já somos um bocadinho familia….Adoro os teus filhos que vão passando lá por casa e, embora haja alguma<br />

dificuldade em organizar o tal jantar anual da Arrifana, não deixo de ter em casa bastantes sinais da tua existência. Cerca<br />

de 18 impressões de diferentes perspetivas da pedra da Agulha, em todos os tipos de materiais existentes, diferentes<br />

tamanhos e feitios. Falta-nos a colcha, a cortina do duche, as canecas, almofadas do sofá e pouco mais.<br />

Um enorme beijinho de parabéns.<br />

Maria Pina


Conheço o Tita há muitos anos, mas não dúvida que nos tornámos mais amigos desde que passamos férias juntos na Arrifana, já lá vão 20 anos!<br />

Neste sítio da Costa Vicentina tão agreste e bonito onde tudo é genuíno, tem dado para ver toda a simplicidade, generosidade, condição física (<br />

as actividades são mais que muitas), amizade e brutalidade do nosso amigo Tita!<br />

Têm sido férias muito bem passadas e apesar de não estarmos juntos tantas vezes, o resto do ano, as férias na Arrifana precisam da presença<br />

do Tita. Os miúdos, o Alves, o Pina, a minha Maria, a minha Sogra, todos perguntam quando vem o Tita?<br />

Mas como já estamos a ficar “ginjas” podemos falar com este ar saudoso e lembrar as memórias passadas, pois é isso mesmo que se faz nestas<br />

ocasiões:<br />

Um colega pede uma ajudazinha num teste de matemática, até aqui tudo ok, mas como é que o homem vem cá fora, em pleno pateo do liceu Pedro<br />

Nunes, com uma camisa antiga com colarinhos bicudos, cheio de tinta nas mãos e na camisa, pois rebentou uma caneta de tinta permanente para<br />

poder vir cá fora trazer o enunciado do teste!!<br />

Quem é o único gajo que se conhece que vai para as aulas de condução ( E. P. Campos na Álvares Cabral, não é em Freixo de Espada à Cinta!) a<br />

guiar o seu próprio carro, com a maior descrição, pois o carro só ia todo forrado com cartazes do CDS, do saudoso Lucas Pires (1985)?!<br />

Impossível esquecer a minha primeira viagem à neve, Serra Nevada 1988, em que saímos de Lisboa no carro do Pai dele, um Lancia Prisma novinho<br />

em folha, que já em Espanha conseguiu fugir a 2 motas da policia! apesar das insistentes ofensas gestuais que eu e o Lemos íamos fazendo.<br />

Nessa mesma viagem de registar com muito agrado as constantes agressões entre nós ( Barreto, Mini, Tita , Lemos e eu) com os “bastones”<br />

durante as descidas das pistas! Claro que não nos podemos esquecer do dia em que o Tita ficou de arrumar a cozinha do apartamento em<br />

Pradollano, que repentinamente estava impecável, pois o homem mandou talheres e pratos pela janela para a neve!<br />

Alcaide! Outro local emblemático e de muitas lembranças com certeza para o nosso amigo, mas há que realçar a forma polida e suave com que o<br />

nosso amigo, retirou a Maria Avilez do seu Peugeot 205 e foi ele a guiar o carro dela para nos despacharmos e ultrapassou um jeep da GNR que<br />

veio atrás de nós! Já sem falar na destruição da sala e do Pedro Lemos, após ter dado 3 ou 4 bombadas num extintor que lá existia, tendo<br />

deixado tudo branco e o Lemos sem ver durante 2 horas!<br />

Na Arrifana dedicou-se a todo o tipo de desportos náuticos, que motivava a vinda de um reboque e até às vezes a carrinha da empresa com um<br />

empregado, para levar mercadoria! A caça submarina nunca foi o seu forte mas era persistente apesar dos enjoos monumentais que o “mandavam”<br />

para terra onde se desfazia em vómito! Com o barco do Ginja íamos a todo lado, sobretudo para apanhar percebes e passámos belas tardes na<br />

Pedra D’Agulha, para onde chegávamos a ir nove pessoas no barco de 3,9mts com o motor de 20cv ( lebre /tartaruga)!<br />

Lembrar também que conseguiu levar uma miúda à noite no barco, para irmos fazer caça submarina! A casa que alugava com o Francisquinho ( o<br />

Palácio!) estava sempre aberta para todos e belos jantares que lá se fizeram! A assar pampos e mandar as espinhas para o outro lado do muro!<br />

Mais recentemente os jantares com o Sr. Padre Campôa , sempre animados a apaziguadores, sem esquecer evidentemente a gaivota que depois<br />

comemos!<br />

Recordo também os jogos de futebol na praia com o Tita e o Pina em grande plano<br />

Foi o único que foi a Moledo enfrentar as invernias, com grande alegria pois o tempo de praia é curto!<br />

Enfim, uma vida cheia de histórias e muito animada!<br />

Parabéns colega, um grande abraço<br />

Duarte vilarinho


Querido Tita<br />

Vou ser uma voz dissidente.<br />

Não concordo nada com o que os teus amigos mais antigos (e que te conhecem certamente melhor do que eu) têm andado a dizer de ti,<br />

designadamente no que toca à tua insensibilidade.<br />

Porventura, os comentários que li no chorrilho de sms trocados desde o início de Fevereiro, até coincidem com a imagem que, meio a<br />

brincar, meio fruto do teu temperamento temperamental, tu próprio manténs em manter, passo os pleonasmos.<br />

Primeiro, nunca te vi nem ouvi perder o Norte. No meio das gritarias e espalhafato das discussões, há sempre coerência, e alguma<br />

razoabilidade, nos argumentos que utilizas, e verdadeiro discernimento entre o caminho certo e o errado, independentemente das<br />

escolhas feitas.<br />

Se calhar foi mera coincidência, mas quero manter esta ideia de ti.<br />

Depois manifestações de sensibilidade e ternura também já vi muitas, especialmente, claro, com as crianças. Não me esqueço da ternura<br />

com que te vi pentear e fazer trancinhas à Vitória em Pedras del Rei e das festinhas que lhe fazias quando ela, literalmente dormia, na<br />

praia, em cima da tua barriga.<br />

E atenções com os amigos também, assim como palavras de conforto ou de incentivo.<br />

Abrutalhado, sim, e depois? Também não tenho queixas, porque não me senti “agredida”.<br />

Por outro lado, para quem ainda só faz 50 anos, tens muita obra feita, aliás, muito bem feita! 5 filhos fantásticos, muitíssimo bem<br />

educados, responsáveis, bons estudantes (um já é DOUTOR!), alegres, simpáticos e que … te adoram MESMO, “apesar de tudo”.<br />

Pois eu também gosto muito de ti e considero-me sortuda por seres amigo do Manel, e agora (de há uns anos para cá) também meu, e de<br />

poder estar contigo nesta data tão importante.<br />

<strong>Final</strong>mente, a nossa filha já achou que “Palhaço” era um apelido teu, mais tarde concluiu que tu eras palhaço, porque uma vez te atiraste<br />

para dentro da piscina vestido, e agora, quando o Manel se despede de ti ao telefone, depois de desligar e ter dito Almeida, ela conclui …<br />

“palhaço”. Ou seja, ela também gosta muito de ti!<br />

PARABÉNS E CONTINUA A SER COMO ÉS!!!!<br />

Muitos beijinhos Joana Saraiva e Sousa


Pedem os teus queridos filhos que escreva um texto lamechas e sensível<br />

para evocar a nossa amizade ao longo destes.anos<br />

Empreitada difícil.<br />

Podia comentar a “estória” do campeonato de iniciados de rugby que<br />

ganhámos ao CDUL em que conseguimos parar o Almeida (Lomu da altura).<br />

Mas ia ser pouco sensível e muito lamechas porque ainda me lembro das<br />

dores que tive no corpo na semana seguinte<br />

Ou mais tarde em juvenis, referir a sensibilidade com que num campo de<br />

rugby, ainda como meu adversário, gozaste comigo enquanto corrias mais<br />

rápido à minha frente. Isso podia ser desagradável.<br />

Mas desse tempo o que mais me recordo eram as idas para o EUL no carro<br />

do Eng. Pinto Magalhães, e os fantásticos almoços/lanches no saudoso<br />

Apolo 70, em que passados os jogos, mantinha-se uma amizade<br />

inquebrável.<br />

Mais recentemente e mantendo o espirito sensível e lamecha, evocar os<br />

magníficos serões de bridge, onde tu como homem profundamente<br />

sensível e delicado foste carinhosamente chamado de TULIUS<br />

DETRITUS<br />

Sensibilidades e lamechices à parte e porque não faço ideia o espaço que<br />

tenho para escrever, devo dizer Almeida, amigo, companheiro, palhaço<br />

desta vida, que tem sido um privilégio esta amizade. Soubesses tu jogar<br />

bridge e era quase perfeito.<br />

Testemunhar no meio das aventuras e desventuras desta vida, a tua<br />

amizade (o Grácio, onde quer que esteja é meu testemunho), a tua<br />

capacidade para amar o próximo (podia fazer a graça dos casamentos mas<br />

não faço) e a tua alegria de viver contagiante, são um conforto e<br />

segurança. Os teus amigos podem contar contigo.<br />

A prova do que digo são os teus filhos e nos fantásticos homens e<br />

mulheres que se estão a transformar, com a também decisiva ajuda das<br />

mães. A certeza do teu bom caminho está na amizade e carinho que com<br />

todas mantiveste (mérito também das ex. que eu cá não quero ferir<br />

susceptibilidades). Absolutamente exemplar.<br />

Por ultimo e porque estes são os primeiros, deixo um enorme beijinho de<br />

parabéns aos teus pais. Queridos Tios Maria João e Lourenço, que<br />

enorme orgulho na família fantástica que construíram.<br />

Que Deus vos proteja e Abençoe<br />

Manuel Barros<br />

1


Querido Titas<br />

Mil parabéns! Não posso nem imaginar que você faz 50 anos!!!!<br />

Você é uma excelente pessoa, brutamontes e desbocado, é certo, mas isso<br />

não tem qualquer importância. Na verdade, tem até a maior graça.<br />

Recordo e guardo inúmeras ocasiões em que a sua gentileza me tocou. Por<br />

exemplo, quando eu fui operada, há mais de 20 anos, e estava convosco na<br />

Prainha, bastante infeliz, você, com a Mariana, na altura ainda sua namorada,<br />

insistia comigo para vos acompanhar à piscina, o que era, sem dúvida, para<br />

ambos, uma “seca”. Não me esqueço.<br />

E das vezes que acompanhou o Tó nas suas diversas desventuras<br />

acrobáticas. Também não esqueço.<br />

E também dezenas de dias e noites divertidas, em Lisboa, quando o<br />

Lourenção inaugurou a nossa piscininha, quase sem água, os jogos e a<br />

invariável gritaria, em Castelo de Bode, na Prainha, na neve....<br />

Aqui vão muitos, muitos parabéns e um enorme beijo, com muita amizade, da<br />

Rosi


Titas faz 50 anos! Fantástico.<br />

Parabéns Tita!<br />

Conheci este rapazinho, tinha ele 9 ou 10 anos, quando passávamos uns dias de férias, algures em Lagos, com a Maria João e o Lourenço.<br />

Criança loira e encantadora, embora de perto já os olhos denunciassem uns pensamentos rebuscados em planeamento.<br />

Nós, Almeidas, Rosi e eu, temos pequenas histórias de vida que encheriam livros. Desde a Maria João no meu gabinete no Ministério da<br />

Habitação, onde estava ou ia toda a gente e onde decorriam peripécias divertidas rigorosamente todos os dias na década de 70, até aos<br />

dias mais recentes.<br />

A Maria João desenhou a lápis e em papel comum a belíssima vista desse gabinete sobre a Praça Marquês de Pombal e Av.Fontes Pereira de<br />

Melo. Chamou-lhe “In memoriam” dedicou, assinou e datou, 18-2-77. Íamos a pouco mais de meio caminho do Programa Car.<br />

Depois, embora nos fôssemos vendo antes pelas relações com o Lor e com o Jinja, comecei a dar-me mais com o Tita por volta de 1990 por<br />

via do windsurf e do snowboard e, mais tarde, também por causa do bridge.<br />

Tardes absolutamente inesquecíveis de nortada no canto Sudeste da parte de fora da entrada da Ria do Alvor, habitualmente a 3, Lor,<br />

Titas e eu. Bordos “que será bom ter pudor de contar seja a quem for”, como diria José Régio. O Tita sempre com desprezo pela utilidade<br />

das bolinas, coisa que manteve no kiteboard. Anos e anos a fio. O Windsurf chegou, ali e na minha opinião, a um dos seus pontos mais altos.<br />

O Tita também participou naquelas tardes de Bugio quando tivémos hora Europeia. Saíamos da água às 10:30 pm ou mais, para chegar a casa<br />

à ½ noite, depois de ripar em águas lisas no meio de bancos de areia e mar no horizonte em dias de trabalho em Lisboa. Um luxo<br />

indescritível. Naqueles 2 anos de vento foram viagens diárias ao paraíso.<br />

Uma vez fomos passar uns dias ou uma semana ao Hotel Bel Horizon em Val Thorens. Titas, Pedro Norton e eu. Era um hotel onde eu ia<br />

todos os anos, ou mais de uma vez por ano. Conhecia os donos anteriores e os da altura, Nadine e Antoine. Oferecera-lhes uma grande<br />

bandeira portuguesa e uma garrafa de cristal da Atlantis para Whiskey. Eles tinham vindo a Portugal porque nos conheceram. Marcava<br />

directamente naquele hotel com 31 quartos e com o melhor restaurante do sítio, onde tinha preços especiais. É claro que também conhecia<br />

os melhores guias de Val Thorens. O Tita, o Pedro e o seu monoski deram cabo do meu nome naquela terra. Ele foi uma avalanche que tapou<br />

um caminho, o meu snowboard parado apoiado à frente e atrás mas com um vazio por debaixo em todo o meio, fiz um pouco de snowboard<br />

numa placa deslizante, o Guia aos gritos; o Tita e o Pedro comeram o gelado todo do restaurante, num mesmo jantar, em doses sucessivas,<br />

com o dono, Senhor Antoine Desvallées com o mais amarelo dos sorrisos a perguntar se queriam mais; etc.<br />

Um dia estava em Barcelona em trabalho e sobrou-me tempo. Resolvi alugar um carro e ir a Baqueira 2 dias. Telefonei ao Tita e disse-lhe.<br />

Ele respondeu em linguagem habitual que eu aqui traduzo em portugês normal: “Era o faltava!, vais para o snowboard e eu fico em Lisboa.<br />

Nem pensar! Vou falar com a minha namorada e vou já a caminho. Marca para nós, depois telefono”. Assim foi. Simpaticamente, tive a<br />

companhia da Mariana e do Tita. Às tantas, quando estávamos parados no topo de uma encruzilhada, passava uma senhora, devagar e<br />

espantada, que, abanando a mão em frente do nariz, perante o espesso cheiro fedorento emanado pelo Tita, dizia, “quê têfo” (não sei como<br />

se escreve). A Mariana exclamava, TIITA! Este, impávido, resolveu seguir, deixando atrás de si um rasto bem visível de fedor, como se de<br />

uma banda desenhada se tratasse.


De outra vez estava o Tita em Munique numa Feira e pretendia ir fazer snowboard ali por perto. Estando eu em Düsseldorf e conhecendo a zona<br />

sugeri-lhe ir lá ter. Não existiam ainda auto-estradas e, por isso, a opção era fácil. Alugar um carro em Munique, ir por Garmisch-Partenkirchen,<br />

Áustria e virar à direita na estrada principal para Bregenz. As estâncias de ski aparecem à esquerda e à direita na estrada. É só escolher. Ou então<br />

continuar e ir para a Suíça. Hesitámos em St.Anton e, logo a seguir, o Tita disse, “olha aqui um nome que aposto que a Rosi não conhece!” Telefonou e<br />

perguntou. “Rosi, diga lá se sabe o nome de uma cidade austríaca que só tem uma vogal?” E a Rosi respondeu: “ah, sei muito bem, Ischgl”. Depois dos<br />

beijjinhos foram os maiores impropérios: “Não é possível!!!”cobras e lagartos e por aí fora.<br />

E assim fomos a Ischgl, onde estive pela 1ª vez. Ischgl é um sítio especial. Para além de ser Áustria e, por isso, divertido, tem um domínio grande e<br />

bom, misturado com a Suíça. Tem, sobretudo, um fim de dia alucinante numa pista inclinada de pendente constante muito larga, sempre arranjada,<br />

suficiente para umas habilidades, a qual termina em frente a um bar com o comprimento da largura da pista e do hotel de 5* em frente, Hotel<br />

Elizabeth. Neste bar estão 100 a 200 pessoas a beber e aos gritos a ver quem chega na tal pista e, depois, a aplaudir as meninas que dançam em<br />

bikini no meio do fogo em cima do longuíssimo balcão. O Tita e eu estivemos num belo hotel de 4* que devia ser antigo visto que o quarto tinha um<br />

quarto de banho muito comprido com a banheira e chuveiro ao fundo. Quando nos instalámos o Tita pareceu preparar um banho pois ouvia-se a água a<br />

correr na banheira. Ele entretanto deitou-se a ver televisão. Eu dormitei. Às tantas ele levantou-se, deu um grito e deitou-se para o chão a rir<br />

desbragadamente. Eu olhei para a porta do quarto de banho e vi espuma de banho até ao tecto. Aflito, comecei a avisar, Tita, Tita. Sou mais pessoa<br />

para actuar do que para rir. No entanto, o riso pegou-se-me e não conseguia parar. O Tita entrou a rir e desapareceu naquele nebuloso quarto de<br />

banho, conseguiu fechar a torneira de água, abrir a válvula da banheira e resolver a bagunçada com o requerido tempo e paciência. Passados uns dias<br />

ainda fomos a Verbier, o meu local preferido na Suíça. Não me lembro em que aeroporto deixámos o carro que alugámos, que também não me lembro<br />

qual foi.<br />

Quando nós estávamos em férias de Verão na Praínha, habitualmente estava o Tita na Arrifana. Tal não impedia que nos juntássemos para jogar<br />

bridge, jantar, windsurfar, ou fazer qualquer outra coisa. Por exemplo, dar uma volta de avião. Num determinado ano, tinha eu feito a adaptação ao<br />

avião C-172 RG do qual havia um disponível para aluguer em Portimão, sugeri darmos uma volta pois dava-me jeito fazer umas horas de vôo. É um avião<br />

que recolhe o trem, tem o hélice com passo variável e um motor com 180 cv. No dia em que fomos voar estavam 45⁰C e um vento Sul com 1 Nó. Ou<br />

seja, as piores condições possíveis. A somar a isto as asas estavam a abarrotar de combustível. Depois da verificação pedi para retirarem metade do<br />

combustível pois a pista era curta e eu levava o avião cheio com 2 pessoas pesadas, na altura o Tita e o Miguel Grácio. O Manel Barros e eu ainda não<br />

o éramos. O instrutor técnico do avião foi chamado e veio falar comigo. Disse-me que eu estava enganado. Os 180 cv eram mais que suficientes.<br />

Mesmo sem vento, na ponta da pista com o motor no máximo, largava os travões na direcção da Ria e nao teria problemas. Se não tivesse havido um<br />

acidente mortal com um push-pull espanhol, também de 4 lugares, 3 meses antes naquela mesma pista e direcção, teríamos sido nós. O meu avião não<br />

queria sair do chão já depois de ter passado o ponto de não poder abortar a descolagem, Por isso, com a responsabilidade de 3 vidas, entre elas a do<br />

Tita, à minha direita, toquei muitíssimo levemente 2 ou 3 vezes na manche para subir, o que fez soar umas espécies de perdas roufenhas. No fim do<br />

asfalto não tive alternativa senão subir mais. Soou mais perda mas subi o suficiente para passar com o trem por cima do arame farpado do limite da<br />

vala. A seguir, com o credo na boca, recolhi o trem. Depois fomos subindo devagarinho, regularizei o passo do hélice e fizémos um vôo normal até ao<br />

Atlântico.<br />

Quando voltámos a torre disse-me para eu aterrar pelo lado de Portimão, coisa que nunca deveria ter feito dado o vento estar quase nulo de Sul e<br />

dado que aquela torre não funcionar na altura senão como uma ajuda indicativa. Eu não tinha falado nos problemas da descolagem porque não queria<br />

fazê-lo durante o vôo em frente aos passageiros. A 1ª tentativa de aterragem foi borregada por estar demasiado alto. Na 2ª tentativa, embora com<br />

tempo, atirei com o avião para cima da pista e voltei para trás logo que pude, não fosse acontecer outro surpreendente “mal-estar” . Depois de o<br />

arrumar na placa fui ter com o tal instrutor responsável pelo avião e disse-lhe o que pensava acerca dele. Esse avião e o mesmo instrutor caíram numa<br />

manobra no Aeródromo de Portimão a rebocar manga publicitária poucas semanas depois.


Noutras férias o Tita estava com uma valentíssima dor de garganta. Não falava e não queria saber de coisa alguma. Não sendo ele pessoa para<br />

coisas daquele género, entendi que nao me parecia normal. Por isso, propus ao Lor levar o Tita a Lisboa num avião que eu tinha levado para férias<br />

para o Algarve, vindo ele, Lor, comigo. Assim, e combinados com a Maria João e Lourenço que nos esperavam em Tires, levámos o Tita de Portimão<br />

para Cascais num vôo que ele, atrás, nem sentiu. Julgo que não sabia se ia de avião ou se estava a nadar no mar. Era o que aparentava. Depois<br />

disso, enquanto o Tita penava o início da sua cura em Lisboa, o Lor e eu fizémos um vôo espantoso disfarçadamente a 700 pés até Sagres, seguido<br />

de 1000 pés até à Penina. Viémos a saber que, de facto, o Tita não estava bem.<br />

As histórias passam-se em férias ou fora delas. Contudo, escrevo “ao correr da pena”, sem cronologia temporal, e, pelos vistos, estou<br />

sistematicamente a lembrar-me de férias. De novo em Baqueira, desta vez estavam também o Tita e o Lourenção, para além de umas dezenas de<br />

Sampaio Nunes e outros amigos, por mero acaso. Vomitei várias vezes num Sábado, sentindo uma dor na barriga. No Domingo passou a um ardor.<br />

À tarde resolvi passar pelo hotel e ir ao hospital de la Viella já com estojo de barba e dentes. Lá disse que tinha uma apendicite com infecção.<br />

Chamaram uma médica que, com uma eco, diagnosticou uma grande infecção na vesícula com o resto escondido. Resultado, noite no hospital e<br />

operação de manhã cedo com autorização para operarem o que fosse necessário. Era uma peritonite aguda segundo me disse o chefe do grupo dos<br />

4, 2 médicos e 2 enfermeiros que me operaram e que passaram a visitar-me diariamente, perfilados, cedo pela manhã, com 2 perguntas.<br />

Entretanto o Tita foi a Barcelona buscar a Rosi que estava em Bruxelas e só soube desta aventura já depois de operado. Para além disso e a meu<br />

pedido, ele e o Lourenção ficaram 10 dias em vez da semana prevista para poder conduzir o meu carro até Lisboa, para a Rosi e eu podermos<br />

viajar 1.200 km depois de uma situação cirúrgica complicada.<br />

O médico, tal como a gente daquelas bandas, falava Aranês misturado com Catalão e Castelhano. Na 1ª manhã em que a Rosi lá esteve, assistiu às<br />

2 perguntas matinais. Médico: “cácas?” Eu: “cácas não”. Médico: “e pêdos?” Eu: “hum,..., pêdos, (abanei a mão)”. Rosi: “Oh TÓÓ!!!” Os 4 e eu:<br />

“gargalhadas”. Eu já lhes explicara qual o estranho efeito das 2 palavras em Língua Portuguesa. Também já tinha dito ao médico que ele tinha<br />

empurrado as tripas todas à pressa para caberem na barriga, que estava inchadíssima, logo quando nos conhecemos. Ficou aflito e tentou explicar<br />

antes de me rir e dizer-lhe que conhecia a intervenção e estava a gozar com ele. Era boa onda.<br />

O Tita casou 3 vezes. Eu também. Ele variou . Eu não. Ele parece continuar. Eu fico-me por aqui. Eu<br />

fui um dos Padrinhos do seu Casamento com a Mariana. Todos os seus casamentos foram abençoados.<br />

Este com 3 filhos. Sorte a do Tita que faz 50 anos e tem 5 filhos. Da minha parte tenho o maior<br />

orgulho em ter sido um dos Padrinhos do Casamento do Tita com a Mariana. Quem me desafiou para<br />

escrever este texto foi a Carmen, sua filha. Parabéns aos 5 filhos do Tita pelo aniversário do Pai!<br />

Então e o Tita que socou e pontapeou violentamente uma máquina de bebidas no Ginásio Clube<br />

Português em frente a uma data de gente até esta lhe dar o que ele queria e depois veio ter comigo<br />

muito calmamente, sendo que eu era Presidente não poderia tolerar semelhante comportamento?<br />

Há uns anos largos inscrevemo-nos num grupo que programava fazer uma kiteboard trip<br />

pelas praias do Ceará no Norte do Brasil em buggies, de Cumbuco a Jericoacoara.<br />

Em Cumbuco, a 40 km de Fortaleza, numa baía de 20 km, o Tita continuava a não gostar<br />

de bolinar. Um dia desaparecera a Norte.


Eu e outro fomos de buggy à sua procura. Uns km adiante dormia debaixo de uma palmeira e noutra jazia o kite com os fios<br />

enrolados à sua volta. Após uma troca de impropérios da nossa parte, ele, muito calmo, disse, “porque é que havia de me<br />

chatear, alguém me vinha buscar de certeza”. Típico Titas dixit. Explicou então: “estava muito vento, deixei o kite encostar<br />

àquela palmeira, depois corri à volta com toda a força para ver se conseguia enrolar os fios; a asa ficou ali e eu vim para aqui à<br />

espera”.<br />

Após 5 dias em Cumbuco zarpámos para Norte. Em Flexeiras, 110 km a Norte de Fortaleza, às 11 da manhã locais, tive um<br />

sério acidente e uma experiência, muito pessoal, que outras pessoas também já testemunharam. Não passei de Flexeiras.<br />

Acordei já a entrar em Fortaleza eram 5h da tarde numa espécie de ambulância com um amigo ao meu lado, com o conforto da<br />

minha mão direita entre as suas. Não sabia onde estava e não me foi fácil voltar. Deixaram-me num hospital confortável. A<br />

“ambulância” foi e bastante mais tarde apareceu o Tita para passar a noite comigo. Fiz análises e exames vários, Tacs e RMs.<br />

O Ortopedista principal disse-me que não poderia viajar tão cedo, questão que vim a resolver mais tarde. No dia seguinte<br />

acordei com a voz do Tita a dizer a alguém que “ele é mesmo assim, ...” e mais umas coisas que não me lembro. Sei que vi,<br />

espalhadas pela cama e pelo meu colo, as mais ordinárias fotografias pornográficas em revistas abertas em páginas<br />

indescritíveis. O Tita tinha ido à rua comprar 5 revistas hiper pornográficas que abriu e espalhou pela cama, dizendo a médicos<br />

ou enfermeiras que eu era maníaco daquilo. Logo ali, apesar de traumatismo craniano, rotura muscular transversal na coxa<br />

esquerda, 6 costelas partidas (uma das quais feriu o pulmão direito 1 mês e ½ depois), fiquei com um carimbo de velho<br />

maníaco pornográfico. Pedi ao Tita para me dar banho de chuveiro, ele disse que nem pensar! Depois de me darem doses<br />

cavalares de corticóides eu andei eufórico por todo lado, até embarcar no avião para Lisboa e, passada 1 semana, pesava<br />

mais 10 kg.<br />

Dei ao Tita o nickname Tullius por causa do bridge. Não apenas por ele discutir muito. Ele diz que não mas discute que se<br />

farta. E sempre do género Benfica. Das duas uma: ou tenho razão ou são os outros que não a têm. E o resto são tretas.<br />

Falando uma oitava acima sempre que “as razões” o exigiam, o Tita obrigava por vezes os outros a acompanharem o acorde.<br />

Não só discutia mas, bruto, também batia. Em mim, pelo menos. Anos antes lutava contra taxistas e até contra o seu próprio<br />

carro, primeiro apenas inanimado e inocente, depois já amachucado e infeliz.<br />

No bride, as coisas foram evoluindo de uma forma curiosa. Uma vez verifiquei que jogávamos de 5 e o Tita estava atrasado.<br />

Enquanto estivémos 4 a paz era total. O Tita chegou e sentou-se a assistir. Os outros 4 começaram a discutir e o Tita só se<br />

meteu depois. Isto veio a acontecer mais de uma vez. Ou seja, por vezes as discussões começavam sem o Tita, apenas na<br />

presença do Tita. O Tullius que já era Tullius por via do Tullius Detritus imaginado em La Zizanie por René Goscinny, ficou ainda<br />

mais Tullius.<br />

As histórias do bridge são mais do que muitas. E outras também. Lembro-me de muitas peripécias mas não pararia de<br />

escrever. Não gostaria que o português fossse corrigido mesmo que tenha erros pois não gosto do actual pato ortográfico.<br />

Prefiro pacto com laranja.<br />

Procurei fotografias mas, aparentemente, não nos fotografámos um ao outro. É uma pena não ter documentos que ilustrem<br />

cada uma destas, e doutras, passagens da vida.<br />

Parabéns Titas! Salvé Março 12, 2017!<br />

Tó Rosinha em Fev09 2017


GOSTO … e PRONTOS!<br />

Nas alturas de comemorações mais emblemáticas – normalmente quando os nossos amigos fazem datas redondas e nos é<br />

pedido para falar do menino dos anos - vamos à procura das grandes qualidades que tornam aquela pessoa tão especial para<br />

nós.<br />

E claro que que o meu amigo está carregadinho delas.<br />

Há pessoa mais autentica, genuína e verdadeira?! Até chateia J!<br />

Não é ele que entra sempre pela nossa casa a dentro com uma energia e uma alegria que a todos contagia? Tão bom!<br />

E o jeitão para o bridge? Sim admito … ele joga muuuuito melhor que eu! Depois há também aquela generosidade que tanto<br />

me encanta, que se for preciso vai ter connosco para mudar um pneu furado às 03h00 da matina e a 158 km de Lisboa … e o<br />

que dizer daquele lado mais infantil? Que afinal não é bem isso… é mais uma pureza que se manteve intocada e que a vida<br />

não “estragou” …<br />

A verdade é ele até podia não ter estas qualidades todas e eu<br />

continuaria a ser amiga dele. Porque eu GOSTO dele …e prontos!<br />

Não se explica. É assim. Não há nada que eu possa fazer!<br />

Parabéns querido amigo!<br />

Um enorme beijinho por estes 50’s e que sejas sempre muito feliz.<br />

Pilar


TITA – O “NEO SENSIVEL”<br />

Pedem os filhos do nosso cinquentenário amigo que recordemos algumas histórias ou episódios passados.<br />

Não sou um contador de histórias, nem especialmente dotado para essa arte, mas pela enorme amizade que tenho pelo meu querido amigo e pelos<br />

filhos, que tenho como se fossem meus, aqui deixo pequenos episódios que definem o nosso Tita.<br />

O “NEO-SENSIVEL”<br />

Algures numa fase pós-divorcio dum qualquer casamento, o Tita convencido da enorme injustiça que era alguém querer separar-se dum<br />

personagem tão bom, atento e cuidadoso com a sua cara metade, declarou numa conversa entre amigos que ele era mais do que sensível, era aquilo<br />

que se poderia chamar um “neo-sensivel”.<br />

O que caracterizava um “neo-sensivel” no meio da profunda discussão (como todos os assuntos com o Tita) a que o tema deu origem, perdeu-se na<br />

neblina do tempo.<br />

No entanto, nem a exaltação da sua profunda “neo-sensibilidade” foram suficientes para travar a enorme injustiça que estava a ser cometida.<br />

Certo de que tinha razão, e que o seu lado “neo-sensivel” estava apenas “ligeiramente” ofuscado por outros lados “menos sensíveis” da sua<br />

personalidade que estavam mais expostos, foi possível nessa fase conhecermos melhor essa sua faceta.<br />

E assim, durante alguns tempos foi possível conhecermos uma nova faceta do nosso querido amigo; ele foram programas culturais, vernissages,<br />

inaugurações, conversas impecáveis, amigas novas, jornalistas, actrizes, galeristas, leituras a dois de livros de poesia ou romances de Miguel<br />

Torga…<br />

Foi sob uma nova perspectiva com que passamos a olhar para o lado mais cultural e terno do nosso “amigo dos taxistas” .<br />

Claro que o termo “neo-sensivel” passou a fazer parte do léxico que caracteriza este nosso amigo, e inesgotável tema de referência nas conversas<br />

entre os amigos mais próximos.


“DA BOSS”<br />

Para quem não sabe é característica de família o gostar de fazer kilómetros.<br />

Seja na estrada, no mar ou no ar e adoram fazer kilómetros, de carro, mota, bicicleta, barco, windsurf, kyte ou qualquer outro veículo.<br />

O Tita, esse veloz motard, teve uma famosa Casal “B” “O” “S” “S” , com duas velocidades,”a primeira para baixo, o resto tudo para cima” com a<br />

qual fizemos infindáveis kilómetros a dois, sobretudo muito Cascais-Lisboa / Lisboa- Cascais.<br />

É difícil descrever o que era fazer Cascais – Lisboa, pela Marginal, a dois, sobretudo ás 3 , 4 ou 5 da manhã, com um frio de rachar, numa moto que<br />

não passava da segunda velocidade e dava uns fabulosos 60 km/h (?) e a fazer aquele (indescritível) som de “nnnnnnnnnnnnnnnn……….”<br />

ensurdecedor e sempre igual…<br />

Mas para o Tita kilómetros ou a Marginal eram um pormenor.<br />

Ficou célebre o dia da Missa do Papa João Paulo II no Parque Eduardo VII, (13 de Maio de 1982) em que inventando os mais variados pretextos, o<br />

nosso homem andou a fazer Lisboa-Cascais / Cascais- Lisboa, tendo atingido nesse dia a notável prestação de 8 idas e voltas entre Lisboa e<br />

Cascais.<br />

Mas se é difícil descrever as idas de Cascais- Lisboa- Cascais , ainda mais curiosa é a história do Tita, algures com 14/15(?) anos ter ido sozinho<br />

de BOSS para o Algarve e feito o percurso Lisboa – Prainha. São qualquer coisa como 8h em cima duma “maquina de lavar”.<br />

Ou a vinda desde o Fundão, na Serra da Gardunha, a Lisboa, na mesma BOSS, mas a dois, com o Carlitos, e em pleno Inverno. Só loucos!<br />

A acrescentar ainda ás aventuras na BOSS com o Carlitos; A Marginal assistiu a uma troca de condutor em andamento, para não pararem, nem<br />

perderem tempo, número digno de artistas de circo. Mas essa contaram eles que eu não vi!<br />

A seguir à BOSS veio uma “YAMAHA”, uma moto à séria, que andava e muito, e acabaram-se as aventuras na BOSS!<br />

“O TACHO VOADOR”<br />

Algures no tempo o Tita e eu alugámos um apartamento numa das torres da Praia da Rocha.<br />

O Tita ainda ia no seu primeiro casamento, o Lourenção era um bebé e eu um jovem despreocupado sem namoradas.<br />

O apartamento era no 13º andar e aconteceu por mais do que uma vez chegarmos ás tantas da manha e não termos elevador.<br />

No último dia no apartamento, por qualquer distracção idiota, deixámos queimar violentamente o arroz num um tacho, que ficou todo preto.<br />

O Tita, que andava irritado com os Senhores do apartamento, suponho que por mais uma vez estarmos sem elevador, num daqueles ataques de<br />

fúria que o caracterizam, não achou nada melhor que pegar no tacho e atirá-lo pela janela.<br />

Mas não foi levá-lo até à janela.<br />

Foi pegar no tacho que estava em cima do fogão e lançá-lo na direcção<br />

da janela aberta …<br />

do apartamento do 13º andar…<br />

sem fazermos ideia onde iria cair ou que estragos poderia causar.<br />

O tacho saiu a voar pela janela e caiu com estrondo de uma explosão<br />

num enorme terraço que havia no 1º piso, fragmentado em milhares<br />

de pedaços. Parecia uma bomba!<br />

Felizmente não havia ninguém por perto.<br />

Esta eu vi, ao vivo e a cores. Estava lá.


“DAS FÉRIAS”<br />

Passar férias com o Tita é uma alegria e uma festa.<br />

Tem sido sempre assim desde que nos conhecemos.<br />

E é assim desde a Prainha até à Arrifana, passando pelos vários casamentos,<br />

mulheres e também pelos muitos filhos (e enteados) que têm sido uma constante<br />

alegria e festa nas nossas férias e na nossa vida.<br />

Obrigado por isso Tita, mulheres e filhos!<br />

Recordo com especial saudade os anos em que alugámos a Casa da Torre, na Arrifana.<br />

Com a casa sempre cheia de gente, adolescentes a dormir no chão da sala, os infindáveis jogos de<br />

foot-volley, os gémeos de bóias de manhã à noite, e em que casa vazia queria dizer que eramos só<br />

11 para jantar.<br />

E a hora e meia de discussão, que (3 Copas ; Dobro) deram direito, debaixo do toldo do jardim<br />

da D. Ilda Lopes…<br />

Mas passar férias com o Tita (ou viver com) é também aceitar as coisas menos boas. Algumas<br />

coisas não vale a pena querer mudar.<br />

Quando casámos, expliquei à minha querida e muito organizada anglo-saxónica mulher que passar<br />

férias com o Tita implicava aceitar um conjunto de coisas com as quais não nos podíamos chatear<br />

senão estragaríamos as férias. As nossas e as dos outros.<br />

Era pegar ou largar.<br />

Uma dessas coisas era um certo grau de desarrumação, muito próprio do nosso amigo.<br />

Num dos anos que alugámos a Casa da Torre, no primeiro dia, o Tita deixou numa cadeira na<br />

varanda da entrada da casa uma t-shirt.<br />

Ficou no primeiro, ficou no segundo dia.<br />

Por caturreira ninguém a tirou ou arrumou. Nessa altura, resolvemos tirar uma fotografia e<br />

apostar quantos dias a t-shirt iria ficar ali sem ser arrumada.<br />

Não sei onde tenho a fotografia, ainda ando à procura dela, mas tenho-a guardada.<br />

Mas não é que a t-shirt ficou ali até ao fim das férias…<br />

Todo o santíssimo período das duas semanas de férias ? E o sacana nem se deu ao trabalho de<br />

reparar ou olhar para ver o que era durante 15 dias?<br />

E passava todos os dias pelo raios o parta da T-shirt!<br />

Bem hajas, amigo Tita.<br />

Cascais, 10 de Fevereiro de 2017<br />

Francisco Dória Nóbrega


Desde que sou gente, lembro-me da minha mãe contar a história da minha ida para a escola. Tinha 3 anos, era um<br />

“bicho-do-mato”, e a escola aterrorizava-me… Mas o fatídico dia chegou e lá fui, arrastada e em prantos, para o<br />

primeiro dia de aulas no colégio Avé Maria. Quando voltei para casa vinha entusiasmada e feliz, a contar que tinha um<br />

namorado: “Um namorado?!” – perguntou a minha mãe, e eu: “Sim, chama-se Tita. É o rapaz mais giro da aula. Não, da<br />

aula não, da escola toda! Disse que eu era linda e ficámos namorados”. E ela: “Então e as aulas? E os professores?”, e<br />

eu: “Ah, isso foi só mais ou menos…”<br />

Tenho a certeza que, pelo menos durante aqueles primeiros anos escolares até aí à 1ª ou 2ª classe, tu foste o meu<br />

maior (senão o único) interesse e motivação da minha vida académica J<br />

Mais tarde (com 15? 16 anos?) voltámos a ser namorados, desta vez numa versão mais “séria”, uma verdadeira paixão<br />

adolescente... Dizes que fui eu que te dei com os pés, mas eu não me lembro de nada disso; lembro-me que eras o<br />

namorado mais perfeito do mundo: maluco, encantador, divertido, um bom coração e, last but not least, lindooooooo!<br />

(E se fui mesmo eu que acabei com a coisa, então isso só prova que a adolescência é mesmo um período de estupidez e<br />

inconsciência…)<br />

Nenhum dos nossos namoros pegou, mas a amizade sim. Vemo-nos (muito) menos do que eu gostaria, mas sei que somos<br />

amigos de sempre, e para sempre.<br />

Parabéns meu querido Tita. Gosto muito de ti. Espero que sejas feliz por mais 50, sempre rodeado pela tua prole cada<br />

vez mais numerosa.<br />

Inez Ruela


TITA<br />

e os próximos 50...


Querido Tita,<br />

Os teus filhos e meus queridos “enteados” decidiram dar-te por altura dos teus 50 anos, um livro que reunísse testemunhos e<br />

fotografias alusivas a esta efeméride que é o teu meio século de existência.<br />

Ora bem, na realidade eu fui a última a chegar, conheço-te há muitos anos (temos grandes amigos comuns) e fomo-nos<br />

cruzando socialmente por aqui e por ali, mas na verdade nunca fomos íntimos, logo, esta é uma tarefa bem complicada.<br />

Feita a introdução, confesso que estive cerca de duas semanas a pensar no que poderia escrever, uma vez que foi pedido que<br />

o testemunho fosse de alguma forma “sensível” e de “nós” existirmos apenas há coisa de um ano.<br />

Como as histórias que já tenho não as posso ou devo pôr neste livro..., o melhor será mesmo falar sobre “nós” e explicar<br />

porque gosto tanto de ti.<br />

Cruzámo-nos completamente por acaso num jantar em casa de uma grande amiga comum pelo mês de Abril de 2016 e não mais<br />

nos largámos, fui eu que me cheguei à frente, claro está, senão em calhando ainda estava à espera JJJ, mas a verdade é que<br />

ainda bem que o fiz, se houve vez em que não me arrependo de ter sido voluntariosa, inconsequente e impulsiva, esta foi a<br />

vez!<br />

Somos muítissimo parecidos, não só em todos os valores e princípios que nos ensinaram, demonstraram e incutiram, mas na<br />

própria maneira de ser, pensar e agir.<br />

Achamos graça às mesmas coisas (parvoíces na sua maioria....), gostamos de fazer os mesmos programas (tirando a parte do<br />

desporto visual e/ou praticado, onde tu és um fuçanga e eu a própria do Koala e o facto de seres um Benfiquista medonho e<br />

eu uma linda e amorosa Leoa) e até no que não gostamos estamos na maioria de acordo.<br />

Mas passemos ao que interessa, a parte “sensível”.... És o “abrutalhado” mais querido e generoso que conheço, tens uma<br />

energia e uma capacidade de viver admiráveis e invejáveis, um coração gigante e um humor delirante, és exasperante, teimoso<br />

e arrogante (vou apanhar uma berdoada....) e por seres tudo isto ADORO-TE e espero do fundo do coração que vivas pelo<br />

menos mais 50 anos e comigo ao teu lado.<br />

Muitos Parabéns meu Amor<br />

Mariana<br />

P.S. O resto digo-te só a ti.


TITA<br />

o Tita...


To be continued...


"...Ó Tita!...Ó Tita!...<br />

Ainda ontem, loiro-branco, hoje já não.<br />

"Se eu chesse lampada não achendia"<br />

mãe<br />

."..a sensação do momento era um tal de Tita, uma brasa,<br />

olhos grandes esverdeados, alto, loiro, pouco cuidado<br />

com a imagem mas todas nós de coração partido por ele. "<br />

Matilde E S<br />

"Todos estes atributos são complementados com um feitio ligeiramente<br />

irascível que, de vez em quando, faz lembrar a conduta de amabilidade que o<br />

Obelix tem para com os soldados romanos. Porém, creio que essa irascibilidade<br />

mais não é do que uma demonstração de afecto para com as pessoas<br />

confrontadas. "<br />

Lorenção<br />

"Há pessoa mais autentica, genuína e verdadeira?! Até chateia !"<br />

Pilar Pizarro<br />

"Dei ao Tita o nickname Tullius por causa do bridge. Não apenas por ele<br />

discutir muito. Ele diz que não mas discute que se farta. E sempre do<br />

género Benfica. Das duas uma: ou tenho razão ou são os outros que não a<br />

têm."<br />

Tó Rosinha<br />

"Muita gente sente ‘inveja’ desta nossa relação, questionando o modelo,<br />

estranhando o formato…e sobre isso, tenho pouco a acrescentar. Apenas<br />

que viver a vida pelo coração, é isto mesmo.<br />

O Tita faz e sempre fará parte do meu propósito de vida."<br />

Mariana<br />

Fomos crescendo e ele deixou de me bater. Foi bom. Ufa!<br />

(...) Ele casou, eu casei, ele casou, eu tive filhos, ele casou novamente ...<br />

Bita<br />

"Dei ao Tita o nickname Tullius por causa do bridge. Não apenas por ele<br />

discutir muito. Ele diz que não mas discute que se farta. E sempre do<br />

género Benfica. Das duas uma: ou tenho razão ou são os outros que não a<br />

têm."<br />

Tó Rosinha<br />

"...O meu pessimismo ou fatalismo em determinadas fases da minha vida<br />

foi alternadamente confrontado e amparado pelo inabalável optimismo do<br />

Tita, para quem Lisboa era a melhor cidade do Mundo, a nossa família era<br />

a melhor família do Mundo, os nossos amigos os melhores amigos do<br />

mundo, os nossos pais os melhores pais do mundo, e por aí fora. Deu-me<br />

muito jeito em várias ocasiões. "<br />

Lor<br />

"Desde sempre que o meu objetivo em tudo o que faço era ser mais parecida<br />

com o pai ..."<br />

Carmen filha<br />

"...o brutamontes mais sensível que conheço, "<br />

Luiza<br />

"... por me ter ensinado que a vida é melhor se vivida na parte superior da<br />

escala dos decibéis e que, quando provocados – nomeadamente por taxistas ou<br />

policias –, devemos responder sempre com emoção e intensidade. "<br />

Maria<br />

..".o Tita convencido da enorme injustiça que era alguém querer separar-se<br />

dum personagem tão bom, atento e cuidadoso com a sua cara metade, declarou<br />

numa conversa entre amigos que ele era mais do que sensível, era aquilo que se<br />

poderia chamar um “neo-sensivel”. "<br />

Francisquinho<br />

"Devo ser das MULHERES que HÁ MAIS TEMPO passa férias contigo na<br />

Arrifana!!!! "<br />

Maria Pina<br />

"...espero do fundo do coração que vivas pelo menos mais 50 anos e comigo ao<br />

teu lado. "<br />

Mariana B C

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!