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PERU:Final

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turismo<br />

REVISTA VERSATILLE<br />

Passear pela orla de bicicleta, que pode ser alugada com facilidade<br />

na região, também rende boa diversão. Já o Parque<br />

del Amor mostra-se convidativo a uma parada, com seus<br />

mosaicos coloridos — que lembram o Parque Güell, de Gaudí,<br />

em Barcelona — e casais apaixonados que ali se instalam<br />

para namorar e curtir o pôr do sol. Inaugurado em 14 de<br />

fevereiro de 1993, Dia dos Namorados, tem como destaque<br />

a escultura El Beso, do artista peruano Victor Delfin. Para os<br />

mais corajosos, voos de paraglider partem logo ali ao lado.<br />

Se a fome bater, siga para o festejado La Rosa Náutica, restaurante<br />

instalado em um imenso píer sobre o Pacífico. Não deixe<br />

a oportunidade passar e inclua no pedido o famoso ceviche, ou<br />

cebiche, prato tradicional que traz um misto de peixes picados<br />

em cubos e frutos do mar marinado em limão, azeite, cebola,<br />

diferentes grãos de milho e outros temperos da região. Depois<br />

de experimentá-lo fica fácil entender por que a iguaria ganhou<br />

um dia especial para ser festejado, o dia 28 de junho. Mas faça<br />

como os peruanos: peça o seu no almoço, quando os peixes e<br />

demais ingredientes estão fresquinhos.<br />

A batata — ou simplesmente “papa” — é outro item bastante<br />

incorporado à vida dos peruanos. Cultivadas há milhares<br />

de anos, o país orgulha-se de ter uma infinita variedade do<br />

tubérculo. Não estranhe, portanto, se, em algum momento<br />

da viagem, escutar a frase “coma lo que coma, coma lo con<br />

papa”. Pura verdade! De um jeito ou de outro, com certeza<br />

elas aparecerão nas refeições. E sempre deliciosas!<br />

Em pouco tempo o visitante perceberá<br />

que o Peru está repleto de tentações culinárias.<br />

Um mix saboroso das tradições e<br />

influências recebido dos imigrantes que<br />

por lá fincaram pé: tem a culinária chifa,<br />

de influência chinesa, a criolla, dos andinos,<br />

e a nikkei, dos imigrantes japoneses.<br />

Um dos principais responsáveis por aglutinar<br />

essas influências e levá-las mundo<br />

afora é Gastón Acurio, maior nome da<br />

cozinha peruana contemporânea. Para<br />

os desavisados, é ele o homem à frente<br />

do Astrid y Gastón, eleito o melhor restaurante<br />

da América Latina, em 2014, pela revista<br />

Restaurant. O cara é um mestre!<br />

PITADAS DE HISTÓRIA — Visitar o<br />

Centro Histórico de Lima, declarado<br />

Patrimônio Cultural da Humanidade<br />

pela Unesco, é entrar em contato<br />

com os períodos pré-hispânico, colonial<br />

e contemporâneo. Inicie pela<br />

Praça das Armas e siga direto à Catedral<br />

de Lima, prédio de estilo barroco<br />

levantado em 1535. Terremotos e<br />

guerras renderam algumas reformas,<br />

Fotos Divulgação<br />

mas a construção ainda mantém o bambu, a madeira e<br />

o gesso, que dão sustentação e flexibilidade à sua estrutura.<br />

Na basílica encontram-se os restos mortais do conquistador<br />

espanhol Francisco Pizarro, que ocupam uma<br />

capela toda feita de mármore. O Museu de Arte Religiosa,<br />

com sua impressionante coleção de escultura e quadros<br />

de obras sacras, também está ali, assim como a imensa<br />

biblioteca, que conta com cerca de 25 mil volumes.<br />

Junto à Plaza Mayor é possível apreciar o Palácio do Governo,<br />

popularmente chamado de Casa de Pizarro, sede e residência<br />

dos governantes peruanos desde 1938. Tem, ainda, o<br />

Palacio Arzobispal, morada do arcebispo de Lima, reconstruída<br />

em 1924 e dona de uma fachada com sacadas em estilo<br />

mourisco, o Convento de Santo Domingo, onde foi fundada,<br />

em 1551, a Universidad Nacional Mayor de San Marcos, a<br />

primeira universidade da América do Sul. Saindo da região<br />

central está o bairro de Pueblo Libre. É onde está o Museu<br />

Larco Herrera, um dos mais importantes da cidade.<br />

Conhecido por seu grande acervo de peças mochica, civilização<br />

pré-incaica que viveu no norte do país, está instalado em um<br />

casarão colonial do século 17 e construído sobre uma pirâmide.<br />

Tem exposição permanente de artefatos de guerra, joias — de<br />

ouro e prata — e cerâmicas, totalizando um acervo com mais<br />

de 45 mil peças. Fundado por Rafael Larco Hoyle (1901-1966), é<br />

conhecido, também, por abrigar a maior coleção de cerâmica<br />

erótica do mundo. São vasos, jarras e outros artefatos com representações<br />

de cenas de sexo explícito. O mais legal é que o<br />

museu proporciona ao visitante a oportunidade de vasculhar o<br />

depósito. Coisa típica de Indiana Jones!<br />

OUTROS DESTINOS — Paracas é um lugar especial e é bom<br />

ficar preparado para ser surpreendido. Está na costa sul do<br />

Peru, a 250 km da capital. São cerca de quatro horas de viagem.<br />

Apesar de manter as características de uma vila de<br />

pescadores, existem ótimas opções de hotéis — como o<br />

excelente Aranwa Paracas Resort & Spa — para os viajantes.<br />

Para explorar a região, tire a parte da manhã para conhecer<br />

as Ilhas Ballestas. É preciso reservar uma lancha no pequeno<br />

porto. Só não esqueça dos itens essenciais: protetor solar,<br />

óculos de sol, capa de chuva ou um chapéu.<br />

Ao avançar mar adentro, as surpresas começam a surgir. A primeira<br />

delas: o Candelabro, um impressionante desenho esculpido<br />

sobre uma duna de areia na Baía de Paracas. Para alguns, o<br />

geoglifo — que tem aproximadamente 180 m de comprimento<br />

e uns 60 cm de profundidade — mais parece um cacto, para<br />

outros, um castiçal ou até mesmo um tridente… É ver para crer!<br />

Mais adiante, outras surpresas: um arquipélago de formações<br />

rochosas impressionantes, onde habitam inúmeros animais.<br />

São focas, leões-marinhos, lontras, pinguins de Humboldt (sim,<br />

aqueles do filme Happy Feet), golfinhos, tartarugas marinhas<br />

e mais de 200 espécies de aves, entre elas pelicanos, atobás e<br />

gaivotas. Todos vivendo em perfeita harmonia nesse verdadeiro<br />

santuário. Como o local pertence a uma área de proteção ambiental<br />

nacional, apenas podem ser acessadas por pesquisadores<br />

e coletores de guano (coco das aves), que, de tempos em<br />

tempos é retirado e usado como fertilizante.<br />

Na parte da tarde, aventure-se pelo deserto<br />

de Paracas. Para os desavisados,<br />

Paracas, em quéchua, dialeto oficial dos<br />

incas, significa “chuva de areia”. Diversas<br />

agências garantem passeios pelas dunas<br />

com veículos 4x4 ou buggy. É diversão<br />

garantida e tudo começa ao responder<br />

à questão feita pelo piloto: “com ou sem<br />

emoção?”. Pronto! O veículo arranca<br />

rumo ao interior do deserto, na velocidade<br />

máxima, e a sensação é a de participar<br />

de um rally, seu coração vai a mil...<br />

Depois de tantas emoções, é hora de<br />

sentar nas areias e curtir o magnífico pôr<br />

do sol. Coisa de cinema!<br />

A pedida para o dia seguinte é conhecer<br />

as Linhas de Nasca. São enormes<br />

desenhos feitos no deserto pelo povo<br />

de Nasca, civilização pré-incaica que<br />

viveu na região sul do Peru por mais<br />

de 800 anos até sumir em 600 d.C. Para<br />

apreciar as intrigantes gravuras, é preciso<br />

seguir até o aeroporto da cidade<br />

de Pisco. Sim, a única maneira de ver as<br />

figuras é em pequenos aviões. É aconselhável<br />

não ingerir alimentos antes de<br />

partir, uma vez que o piloto faz incríveis<br />

“acrobacias” para que todos os passageiros<br />

vejam os desenhos no solo.<br />

Descoberta em 1927 por pilotos de uma<br />

companhia aérea peruana começou a<br />

fazer a rota Lima-Arequipa, os enigmáticos<br />

desenhos estão espalhados por<br />

uma área de 500 km² no deserto de Ica.<br />

São mais de 13 mil traços que formam<br />

centenas de figuras geométricas, como<br />

triângulos e quadrados, e outras de animais,<br />

como baleia, macaco, aranha e<br />

colibri. O que isso tudo significa? Bem,<br />

a teoria mais aceita é de que as linhas<br />

apontavam para um gigantesco sistema<br />

subterrâneo de água, outros afirmam<br />

que os desenhos formam um calendário<br />

astronômico. Sem dúvida, é um dos<br />

grandes mistérios da humanidade.<br />

OUTRAS PAISAGENS — A cosmopolita<br />

Cusco está a 60 minutos de avião<br />

de Lima. Pedaço vivo da história antiga,<br />

foi a capital do Império Inca e é<br />

considerada Patrimônio Cultural da<br />

Humanidade. Com voos que partem<br />

a todo instante, o local fica encravado<br />

a 3.400 metros de altitude na região<br />

dos Andes. Mas lembre-se: por estar<br />

nas cordilheiras, talvez você sinta o<br />

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