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A moça continuava tocando a vidinha. Trabalhando,<br />
estudando, passeando, saindo com os amigos, almoçando<br />
aos domingos com a tia Celina, tão bonita e querida de<br />
toda a família. É fácil adivinhar porque ela tinha esse<br />
nome. Para tia Celina, ela não era nem Pítica, nem<br />
Celininha, era Xarazinha. E a tia se lembrava da menininha<br />
com uma enorme ternura:<br />
– Ela era tão bonitinha, tão engraçadinha. Falante,<br />
cheia de histórias engraçadas. Tão alegre! Uma menininha<br />
incrível. Eu me lembro tão bem: era pequena, mas tinha<br />
tanta personalidade que todos acabavam fazendo o que<br />
ela queria... E estava sempre com aquela<br />
cachorrinha branca, para cima e<br />
para baixo.<br />
E tia Celina achava muito normal a menina<br />
conversar com a cachorrinha. É que ela também gostava<br />
muito de bicho. Sempre teve bicho em casa e sempre<br />
ajudou os gatos e cachorros de rua. Mal do nome,<br />
quem sabe, as duas Celinas sempre foram<br />
muito amigas dos bichos.<br />
– Tia, você acha que eu tinha muita imaginação,<br />
quando era pequena?<br />
– Toda criança tem muita imaginação, Xarazinha.<br />
Depois, vai perdendo isso com o tempo. Nesse<br />
mundo, os problemas práticos acabam ocupando tanto a<br />
nossa cabeça que deixam pouco espaço para coisas como<br />
a imaginação, a poesia, o sonho. E tudo isso é muito<br />
importante.<br />
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