Trabalho-de-Prótese-1
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Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Alfenas<br />
Disciplina: <strong>Prótese</strong>, Órteses e Tecnologias Assistivas.<br />
Discentes: Isadora Amatto, Júlia Anciães, Sabrina Rosse<br />
RELATÓRIO<br />
CASO CLÍNICO<br />
Manoelina F. <strong>de</strong> Carvalho, 82 anos, 84kg, resi<strong>de</strong>nte em Alfenas. Dona<br />
<strong>de</strong> casa, divorciada, relata não ter estudado. Iniciou o tratamento <strong>de</strong> fisioterapia<br />
na Clínica Escola da UNIFAL-MG em 08/2016 com diagnóstico clínico <strong>de</strong> AVE,<br />
queixas <strong>de</strong> dor nas pernas e medo <strong>de</strong> cair.<br />
Conforme a ficha <strong>de</strong> Avaliação Fisioterapêutica há 7 anos a paciente<br />
referiu dor <strong>de</strong> cabeça e aperto no peito, nesse momento caiu e não conseguiu<br />
se levantar <strong>de</strong>vido a uma sensação <strong>de</strong> fraqueza. Então foi ao hospital, on<strong>de</strong><br />
ficou internada por 8 dias, e realizou exames que diagnosticaram o AVE.<br />
Depois do ocorrido, quando já estava em casa, MCF relatou algias no corpo e<br />
perda <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> do lado esquerdo que foi recuperada 6 meses após.<br />
Apesar disso, ela ainda sente o membro acometido rígido durante o sono e dor<br />
<strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> (EVA) 10 no mesmo.<br />
A paciente informou também apresentar doença visual, hipertensão<br />
arterial, taquicardia, hipotireoidismo, urgência urinária, má circulação em<br />
membros inferiores. Manoelina não possui uma alimentação balanceada, não<br />
pratica ativida<strong>de</strong> física, não apresenta distúrbios do sono e dorme em <strong>de</strong>cúbito<br />
lateral direito.<br />
Medicamentos em uso Omeprazol, Domperidona, Losartana, Puran T4.<br />
Ao Exame Físico foram observados: membro esquerdo em flexão <strong>de</strong><br />
joelho e quadril, pele ressecada com manchas, varizes e e<strong>de</strong>ma. O dispositivo<br />
auxiliar utilizado para <strong>de</strong>ambular é o andador. A marcha da paciente tem como<br />
característica a flexão plantar com <strong>de</strong>scarga <strong>de</strong> peso em antepé, sem apoio <strong>de</strong><br />
calcâneo. As sensibilida<strong>de</strong>s tátil, térmica e dolorosa foram encontradas<br />
preservadas. Na avaliação funcional Manoelina apresentou dificulda<strong>de</strong>s<br />
somente nos movimentos <strong>de</strong> oponência na mão esquerda.
No teste <strong>de</strong> Postura e Equilíbrio Estático o resultado foi ruim para<br />
bipe<strong>de</strong>stação e no Dinâmico a maioria das mudanças <strong>de</strong> <strong>de</strong>cúbitos/posições foi<br />
feita com auxílio. Apresentou reações <strong>de</strong> endireitamento e proteção em<br />
<strong>de</strong>cúbito lateral e bipe<strong>de</strong>stação. No teste <strong>de</strong> força muscular a terapeuta<br />
encontrou grau 4 em: adução <strong>de</strong> quadril bilateral, flexão plantar e <strong>de</strong> quadril no<br />
membro inferior esquerdo, adução e abdução <strong>de</strong> ombro bilateral e flexão <strong>de</strong><br />
ombro esquerdo. Foi observada rigi<strong>de</strong>z articular em quadril e o tônus muscular<br />
foi classificado como eutônico.<br />
Os objetivos e condutas conforme o prontuário:<br />
OBJETIVOS<br />
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Reduzir dor em quadril esquerdo e ombro direito;<br />
Estimular dissociação <strong>de</strong> cinturas escapular e pélvica;<br />
Treinar marcha;<br />
Evitar quedas;<br />
Ganhar força muscular em membros superiores;<br />
Melhorar postura;<br />
Treinar assentar e levantar;<br />
Treinar pinça fina <strong>de</strong> membro superior esquerdo;<br />
Ganhar/manter amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> movimento global;<br />
Diminuir inchaço <strong>de</strong> membros inferiores;<br />
CONDUTAS<br />
<br />
<br />
Exercício <strong>de</strong> mobilização articular e <strong>de</strong>coaptação da articulação do<br />
quadril, mobilização escapular e <strong>de</strong>coaptação glenoumeral, exercícios<br />
associados com alongamento dos membros;<br />
Exercício <strong>de</strong> Kabat para dissociação <strong>de</strong> cinturas escapular e pélvica em<br />
<strong>de</strong>cúbito lateral e com progressão em se<strong>de</strong>stação, associado com<br />
exercício na bola com bastão;
Fortalecimento <strong>de</strong> tibial anterior com alongamento <strong>de</strong> tríceps sural, com<br />
treino <strong>de</strong> marcha em barra paralela com obstáculos, evoluindo para<br />
terrenos irregulares;<br />
Exercício estático e dinâmico <strong>de</strong> equilíbrio na bola suíça <strong>de</strong> frente ao<br />
espaldar;<br />
Fortalecimento <strong>de</strong> flexores e abdutores <strong>de</strong> ombro, primeiramente com<br />
ação da gravida<strong>de</strong> progredindo para uso <strong>de</strong> pesinhos;<br />
Alongamento ativo-assistido <strong>de</strong> coluna cervical e lombar;<br />
Realizar inicialmente exercícios facilitadores para sentar e levantar com<br />
auxílio <strong>de</strong> bola suíça (75cm);<br />
Exercícios em tábuas <strong>de</strong> AVD’s, bolinhas <strong>de</strong> gu<strong>de</strong> e tábuas <strong>de</strong> peças<br />
com encaixes;<br />
Alongamento ativo-assistido <strong>de</strong> musculatura global, se necessário<br />
passivo;<br />
Exercícios miolinfocinéticos <strong>de</strong> membros inferiores.<br />
PERSPECTIVA DA CIF<br />
Diante do caso clínico apresentado, nota-se que a paciente MFC<br />
po<strong>de</strong> ter dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> participação social, tanto por suas limitações<br />
físicas, quanto pelo uso do dispositivo <strong>de</strong> Tecnologia Assistiva que<br />
utiliza, no caso o andador.<br />
Estrutura e função do corpo – Ativida<strong>de</strong>s e participação: a<br />
presença <strong>de</strong> dor, doença visual, urgência urinária e marcha com
característica <strong>de</strong> flexão plantar são fatores que influenciam a<br />
participação social da paciente MFC, já que ela acaba privando-se <strong>de</strong><br />
certas ativida<strong>de</strong>s por sentir dor e dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> marcha, <strong>de</strong>stacando<br />
consequente falta <strong>de</strong> equilíbrio.<br />
Para auxiliar na dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>ambulação e na redução <strong>de</strong><br />
equilíbrio, MFC utiliza o Andador como um meio <strong>de</strong> Tecnologia Assistiva.<br />
Tal aparelho, apesar <strong>de</strong> ajudá-la em sua locomoção e também a realizar<br />
ativida<strong>de</strong>s que sem ele ela não po<strong>de</strong>ria fazer, proporcionando-lhe<br />
mobilida<strong>de</strong> e autonomia, é um dispositivo consi<strong>de</strong>ravelmente gran<strong>de</strong>,<br />
lento e que não proporciona muita agilida<strong>de</strong>. Apesar disso, diante das<br />
características apresentadas pela paciente, incluindo sua sua ida<strong>de</strong>, o<br />
andador po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado o melhor dispositivo a ser prescrito, e no<br />
caso mantido, para a paciente, por proporcionar-lhe maior estabilida<strong>de</strong>.<br />
RESENHA<br />
O artigo “Percepção <strong>de</strong> idosos sobre o uso <strong>de</strong> andador frontal-<br />
contribuições para os estudos <strong>de</strong> Tecnologias Assistivas e Design Ergonômico”
aborda sobre as consequências do envelhecimento, e analisa a percepção que<br />
os idosos usuários <strong>de</strong> andador frontal têm sobre o dispositivo. A pesquisa foi<br />
realizada com base nas experiências <strong>de</strong> sete idosos da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Arealva/SP.<br />
O envelhecimento é um tema que esta sendo muito discutido, já que a<br />
expectativa <strong>de</strong> vida só tem aumentado e a mortalida<strong>de</strong> e fecundida<strong>de</strong> vêm<br />
diminuindo. O processo <strong>de</strong> envelhecer trás alterações fisiológicas para o idoso,<br />
como por exemplo, a diminuição da ventilação pulmonar, comprometimento da<br />
força muscular, redução no número <strong>de</strong> neurônios, entre outros. Uma das<br />
principais consequências do envelhecimento é a diminuição da mobilida<strong>de</strong> que<br />
provoca alterações na marcha do idoso, essas alterações além <strong>de</strong> causarem<br />
limitações e diminuírem a autonomia, aumentam o risco <strong>de</strong> quedas, o que leva<br />
o idoso a precisar <strong>de</strong> ajuda <strong>de</strong> outras pessoas ou <strong>de</strong> algum dispositivo <strong>de</strong><br />
ajuda.<br />
Os dispositivos <strong>de</strong> auxílio são aqueles que alternam ou complementam a<br />
sua mobilida<strong>de</strong>, eles proporcionam in<strong>de</strong>pendência e autonomia para o<br />
indivíduo e possibilitam a realização das ativida<strong>de</strong>s diárias. Os andadores, foco<br />
<strong>de</strong>ste estudo, são usados para melhorar o equilíbrio, locomoção e alívio da<br />
sustentação do peso completa ou parcialmente <strong>de</strong> um membro inferior. A<br />
<strong>de</strong>scarga <strong>de</strong> peso é feita nos membros superiores aliviando a carga nos<br />
membros inferiores, o paciente precisa ter força nos MMSS e coor<strong>de</strong>nação<br />
para usar este dispositivo.<br />
Os idosos selecionados para a pesquisa eram todos acima <strong>de</strong> 60 anos e<br />
usuários <strong>de</strong> andador frontal, os que apresentaram déficit cognitivo e/ou<br />
<strong>de</strong>ficiência física e os que não aceitaram o Termo <strong>de</strong> Consentimento Livre e<br />
Esclarecido (TCLE) foram excluídos da pesquisa. A coleta <strong>de</strong> dados foi feita<br />
com um agendamento para visita individual <strong>de</strong> cada idoso, a entrevista foi feita<br />
por meio <strong>de</strong> um questionário elaborado e preenchido pelo pesquisador. Para<br />
análise <strong>de</strong> dados levou-se em consi<strong>de</strong>ração o número maior <strong>de</strong> respostas<br />
negativas e/ou positivas que eram relacionadas à percepção do idoso sobre a<br />
qualida<strong>de</strong> do dispositivo. A maioria dos usuários relatou facilida<strong>de</strong> na aquisição,<br />
adaptação e uso do aparelho, mesmo sem receberem orientações a<strong>de</strong>quadas<br />
<strong>de</strong> uso. Poucos receberam prescrição profissional, mas posteriormente<br />
procuraram um profissional habilitado para ajustarem o andador e se<br />
orientarem sobre a forma <strong>de</strong> uso correta.
O estudo constatou que 100% dos idosos usuários perceberam melhora<br />
na estabilida<strong>de</strong> e equilíbrio durante caminhadas, também <strong>de</strong>monstra que o<br />
andador aumenta a confiança e segurança do idoso com melhora da<br />
autoestima e das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> vida diária. O transporte dos andadores em<br />
carros foi visto <strong>de</strong> forma positiva, já que se dobram e cabem no porta-malas. A<br />
maior parte das queixas está relacionada com os ruídos do andador e as dores,<br />
principalmente em região lombar.