Revista GBC Brasil - Ed. 12
A revista oficial do Green Building Council Brasil, traz sempre informações e conteúdos sobre o mercado da construção sustentável
A revista oficial do Green Building Council Brasil, traz sempre informações e conteúdos sobre o mercado da construção sustentável
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
G R E E N B U I L D I N G C O U N C I L<br />
REVISTA<br />
<strong>GBC</strong>BRASIL<br />
CONSTRUINDO UM FUTURO SUSTENTÁVEL<br />
ANO4 / Nº<strong>12</strong> / 2017<br />
CITI CENTER<br />
UM DOS EDIFÍCIOS MAIS ICÔNICOS<br />
DE SÃO PAULO SE RENOVA COM<br />
LEED SILVER EB O+M<br />
DOSSIÊ ESPECIAL<br />
LEED EB O+M:<br />
CONSTRUÇÕES<br />
EXISTENTES<br />
TORNAM-SE<br />
SUSTENTÁVEIS<br />
Comitê <strong>GBC</strong> <strong>Brasil</strong> integra<br />
Programa Global com<br />
foco em NET Zero<br />
Normas de conservação<br />
da água em discussão na<br />
ABNT<br />
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA<br />
E ILUMINAÇÃO:<br />
Cases e soluções<br />
VIBEDITORA
Garanta sua presença<br />
na edição de 2017!<br />
EDIÇÃO<br />
COMEMORATIVA<br />
10 ANOS DE<br />
<strong>GBC</strong> BRASIL<br />
08 A 10<br />
AGOSTO<br />
2017<br />
SP EXPO EXHIBITION &<br />
CONVENTION CENTER<br />
SÃO PAULO - SP<br />
A GREENBUILDING BRASIL CONFERÊNCIA<br />
INTERNACIONAL E EXPO:<br />
9É o principal evento da construção sustentável na América<br />
Latina e um dos principais do segmento no mundo.<br />
9É o mais forte e abrangente encontro para os setores de<br />
Arquitetura, Construção e Design<br />
9Reúne mais de 14 mil profissionais dos setores relacionados<br />
9Sua conferência traz uma ampla disseminação de práticas<br />
inovadoras e casos de sucesso, através de apresentações<br />
de renomados especialistas nacionais e internacionais.<br />
9Oferece uma ampla gama de serviços,<br />
negócios e networking.<br />
Mais informações e inscrições:<br />
greenbuilding@informa.com<br />
www.expogbcbrasil.org.br<br />
PATROCÍNIO DIAMANTE<br />
PATROCÍNIO PLATINA<br />
PATROCÍNIO OURO<br />
APOIO ESPECIAL<br />
REALIZAÇÃO<br />
ORGANIZAÇÃO<br />
PATROCÍNIO PRATA<br />
PATROCÍNIO BRONZE
<strong>Ed</strong>itorial<br />
Um ano especial para<br />
não perder de vista<br />
O ano que se iniciou apresenta-se com boas perspectivas<br />
de retomada da economia, e tudo que isso impacta<br />
nos setores produtivos da construção, em especial, na<br />
construção sustentável. O momento é de plantar para<br />
colhermos num futuro próximo.<br />
O ano também marca a trajetória de 10 anos do <strong>GBC</strong> no<br />
<strong>Brasil</strong>. Por isso, estamos trabalhando a todo vapor nas<br />
edições de 2017 e, em especial, na edição comemorativa<br />
do Anuário <strong>GBC</strong> 2017, que marcará ainda os 10 anos<br />
das certificações LEED no país. Com quase 400 edificações<br />
certificadas desde 2007, mais de 60% delas nos<br />
últimos 3 anos, o <strong>Brasil</strong> tem se consolidado como um<br />
dos países mais atuantes no movimento da construção<br />
sustentável no mundo.<br />
Esta edição apresenta uma das certificações que tem<br />
crescido também nos últimos anos, o LEED EB O+M,<br />
responsável pela transformação e adaptacão de grandes<br />
edifícios icônicos rumo à sustentabilidade de suas<br />
operações e manutenção, garantindo um novo horizonte<br />
de economia e gestão destes empreendimentos. Alguns<br />
destes exemplos são elencados nesta edição.<br />
Além disso, apresentamos um especial sobre eficiência<br />
energética e iluminação, e novos rumos na questão dos<br />
edifícios NET Zero.<br />
Um boa leitura a todos!<br />
LUIZ FERNANDO SAMPAIO<br />
DIRETOR EXECUTIVO<br />
VIB Comunicação e <strong>Ed</strong>itora<br />
© Bianca Wendhausen<br />
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO<br />
Presidente <strong>GBC</strong> <strong>Brasil</strong><br />
<strong>Ed</strong>uardo Eleutério<br />
Diretor Executivo Isover, Saint Gobain<br />
Vice Presidente <strong>GBC</strong> <strong>Brasil</strong><br />
Antonio Lacerda<br />
Senior Vice Presidente, BASF<br />
1º Secretário <strong>GBC</strong> <strong>Brasil</strong><br />
Ernesto Ghini<br />
Diretor Geral, Honeywell<br />
2º Secretário <strong>GBC</strong> <strong>Brasil</strong><br />
Marcos Bensoussan<br />
Sócio Presidente, Setri<br />
MEMBROS DO CONSELHO<br />
Martín Andrés Jaco<br />
CEO, BR Properties<br />
Celina Antunes<br />
CEO América Latina, Cushman & Wakefield<br />
Hilton Rejman<br />
Diretor de Incorporações, Cyrela Commercial<br />
Properties<br />
William Ribeiro<br />
Diretor Comercial, Daikin<br />
Raul Penteado<br />
Presidente, Deca<br />
Fabian Gil<br />
Presidente América Latina, Dow<br />
<strong>Ed</strong>o Rocha<br />
Sócio Proprietário & CEO, <strong>Ed</strong>o Rocha Arquitetura<br />
Maurício Parolin Russomanno<br />
CCO - Chief Commercial Office, Votorantim<br />
Manoel Gameiro<br />
Ex Presidente <strong>GBC</strong> <strong>Brasil</strong><br />
José Moulin Netto<br />
Ex Presidente <strong>GBC</strong> <strong>Brasil</strong><br />
CEO Green Building Council <strong>Brasil</strong><br />
Felipe Faria<br />
VIBEDITORA<br />
DIRETOR EXECUTIVO<br />
Luiz Sampaio<br />
lfsampaio@vibcom.com.br<br />
REDAÇÃO<br />
Paulo Dias - MTb 82002/SP<br />
Taís Cruz<br />
redacao@vibcom.com.br/ press@vibcom.com.br<br />
COMERCIAL: comercial@vibcom.com.br<br />
FINANCEIRO: adm@vibcom.com.br<br />
DESIGN GRÁFICO E EDITORIAL,<br />
REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO<br />
VIB COMUNICAÇÃO E EDITORA<br />
Av. Morumbi, 8411 - conj 31<br />
Brooklin - São Paulo - SP<br />
CEP 04703-004<br />
RESPONSÁVEL DO <strong>GBC</strong><br />
Maíra Macedo<br />
ASSINATURAS E CONTATOS:<br />
Tel: 11 5078 6109<br />
email: assinaturas@gbcbrasil.org.br<br />
Capa: <strong>Ed</strong>ifício Citi Center - São Paulo.<br />
Divulgação Citibank<br />
revistagbcbrasil.com.br fev-mar/17<br />
3
índice<br />
G R E E N B U I L D I N G C O U N C I L<br />
REVISTA<br />
<strong>GBC</strong>BRASIL<br />
CONSTRUINDO UM FUTURO SUSTENTÁVEL ANO 4 / Nº<strong>12</strong> / 2017<br />
EDITORIAL............................................................. > 3<br />
COLUNA <strong>GBC</strong>........................................................ > 6<br />
GREEN PAGES<br />
SCOT HORST...................................> 8<br />
COLUNA CBIC..................................................... > <strong>12</strong><br />
PROJETO DESTAQUE...........................> 14<br />
NORMAS DE CONSERVAÇAO DA ÁGUA.......... > 18<br />
ESPECIAL LEED EB O+M<br />
ESPECIALISTAS E CASES........................................... .> 20<br />
CONSTRUINDO HISTÓRIA.................................. > 26<br />
CERTIFICAÇÃO ENERGÉTICA DE PORTFOLIOS... > 28<br />
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E ILUMINAÇÃO<br />
RUMOS NO BRASIL.................................................... > 30<br />
MITSIDI................................................................. > 36<br />
COMFORT LUX.................................................... > 40<br />
AGENDA <strong>GBC</strong> MAR/ABR 2017........................... > 43<br />
GREEN PEOPLE................................................... > 44<br />
VISÃO GLOBAL.................................................... > 46<br />
COMITÊ NET ZERO............................................ > 48<br />
NET ZERO NO BRASIL................................................ > 50<br />
SOLUÇÕES SUSTENTÁVEIS................................ > 56<br />
INOVAÇÃO - EVENTO DAIKIN.......................... > 58<br />
4 fev-mar/17 rev/gbc/br
coluna gbc<br />
Mercado da eficiência<br />
energética em edificações<br />
existentes e renováveis.<br />
Atento às discussões mundiais voltadas<br />
a eficiência energética e energias limpas,<br />
desenvolveremos atividades para acelerar<br />
o desenvolvimento deste mercado.<br />
Eficiência energética e energia limpa são temas de<br />
relevância mundial quando o assunto desenvolvimento<br />
sustentável. Seguindo nossos compromissos<br />
no COP Paris, o Green Building Council <strong>Brasil</strong>,<br />
com o suporte do Instituto Clima e Sociedade,<br />
lançará um novo Comitê Técnico para criar uma<br />
certificação complementar sobre autossuficiência energética em<br />
construções.<br />
O objetivo é acelerar o mercado de eficiência energética em<br />
edificações e promover o conceito de Net Zero Energy Building<br />
(autossuficiência em energia) nas edificações novas até 2030 e<br />
em todas as edificações até 2050. Com isso, contribuiremos com<br />
a redução das 84 GTon de emissões até 2050, o suficiente para<br />
manter o aquecimento global em 1,5ºC.<br />
Nossa expectativa é lançar a primeira versão deste protocolo<br />
de certificação ainda no ano de 2017. São diversos os empreendimentos<br />
no <strong>Brasil</strong> que alinham excelente desempenho relacionado<br />
a eficiência energética com geração de energia renovável, buscando<br />
a eficiência.<br />
Outro protagonismo do <strong>GBC</strong> <strong>Brasil</strong> no suporte ao mercado<br />
de renováveis é o Alternative Compliance Path que criamos<br />
substituindo a certificação Green E pelo Selo Energias Renováveis<br />
da ABEEÓLICA e ABREGEL, concedido pelo Instituto Totum. Ano<br />
passado, cerca de 90% dos RECs comercializados foram vendidos<br />
a edificações LEED.<br />
Recentemente, divulgamos via Face Live, um dos nossos<br />
projetos CASA na modalidade multifamiliar vertical (pioneiro / piloto),<br />
o edifício do Membro Montage que planeja ser o primeiro<br />
empreendimento a constituir uma sociedade solar conforme a<br />
nova regulamentação da ANEEL. Todos proprietários de unidades<br />
serão quotistas de uma usina de geração fotovoltaica e receberão<br />
uma quantidade de energia elétrica suficiente ao consumo mensal,<br />
podendo compensar a fração residual.<br />
Em termos de projetos de eficiência energética em edificações,<br />
usamos como um dos parâmetros de quantificação da nossa<br />
presença no mercado, a certificação LEED EB O+M (para edificações<br />
existentes). Ano passado tivemos um aumento de 30%<br />
dos projetos e celebramos a certificação de edificações icônicas<br />
como a sede do BNDES no Rio de Janeiro, a sede do Citibank<br />
em São Paulo e o Sincredi de Porto Alegre, certificado no nível<br />
Platinum.<br />
Esta edição da revista também aborda a plataforma de benchmark<br />
ARC, criada para suportar nossos esforços de garantir um<br />
excelente desempenho das edificações certificadas LEED, além<br />
de despontar como uma nova ferramenta de engajamento a edificações<br />
existentes, em escala, ao nosso movimento de green building<br />
e certificação.<br />
Junto ao Ministério do Meio Ambiente, segue a agenda anual<br />
de treinamentos e acreditação profissional sobre ferramentas de<br />
medição e verificação, auxílio no entendimento e uso dos principais<br />
mecanismos de financiamento e garantia para projetos de eficiência<br />
energética. Concomitantemente aos mecanismos existentes, notamos<br />
maior movimentação das instituições financeiras na criação de<br />
produtos para o mercado de eficiência energética em edificações.<br />
Por fim, agradecemos o ininterrupto suporte que recebemos<br />
de todos os nossos Membros e exaltamos a participação no envio<br />
de propostas às sessões técnicas para o Greenbuilding <strong>Brasil</strong><br />
Conferência Internacional e Expo, dias 08 a 10 de Agosto de 2017.<br />
Tivemos o recorde de envio de propostas, foram 173 propostas<br />
sendo 115 completas.<br />
FELIPE FARIA,<br />
CEO Green Building Council <strong>Brasil</strong><br />
Presidente Comitê de Networking das Américas do World <strong>GBC</strong><br />
6 fev-mar/17 rev/gbc/br
coluna gbc<br />
revistagbcbrasil.com.br 7<br />
fev-mar/17
inovação<br />
GREEN PAGES<br />
©Mari Queiroz<br />
Plataforma ARC<br />
Ao longo das duas últimas décadas, o United<br />
States Green Building Council (US<strong>GBC</strong>) e<br />
a Green Business Certification, Inc. (<strong>GBC</strong>I)<br />
reuniram mais dados e informações sobre<br />
edifícios e negócios do que qualquer outra<br />
organização no mundo. Juntos, US<strong>GBC</strong><br />
e <strong>GBC</strong>I criaram uma plataforma de<br />
engajamento que transformou o ambiente<br />
construído. Agora, imagine esta plataforma<br />
combinada com dados, mobilidade e as<br />
tecnologias mais disruptivas no horizonte.<br />
A Arc Skoru Inc., como a organização<br />
é oficialmente reconhecida, criada pela<br />
<strong>GBC</strong>I para tornar as visões do US<strong>GBC</strong>, do<br />
<strong>GBC</strong>I e dos seus parceiros uma realidade<br />
ligando pessoas de todo o mundo a ações<br />
e inspirando-as a tomarem as decisões<br />
mais bem informadas. Isso capacita as<br />
pessoas a se conectar e colaborar para uma<br />
qualidade de vida coletiva superior. O Arc<br />
Skoru é o local ideal para rastrear todas as<br />
inspirações, conexões e ações relacionadas à<br />
sustentabilidade do nosso ambiente construído.<br />
ENTREVISTA<br />
Scot Horst<br />
CEO da Arc Skoru Inc.<br />
A plataforma ARC permite aos usuários medir<br />
o desempenho, fazer melhorias e benchmark<br />
comparando a outros projetos. ARC é um<br />
complemento ao LEED e outros sistemas<br />
de classificação de edifícios verdes, padrões,<br />
protocolos e diretrizes e permite que edifícios<br />
e espaços comparem métricas de desempenho<br />
e conectem essas métricas para estratégias<br />
de construção verde. ARC permite melhorias<br />
incrementais e pode colocar um projeto no<br />
caminho certo para a certificação LEED ou<br />
outra certificação do sistema de classificação.<br />
8 fev-mar/17 rev/gbc/br
inovação<br />
revistagbcbrasil.com.br fev-mar/17<br />
9
inovação<br />
GREEN PAGES<br />
Quais são os principais benefícios e<br />
oportunidades de benchmarking e medição<br />
de desempenho através do sistema<br />
ARC? Como a plataforma pode apoiar as<br />
decisões dos investidores, gestores de<br />
facilities e proprietários de edifícios?<br />
Scot Horst. ARC é uma plataforma digital<br />
de última geração que permite que qualquer<br />
tipo de projeto, construção, comunidade ou<br />
cidade inicie imediatamente a gravação de<br />
seus dados de desempenho e obtenha uma<br />
pontuação desse desempenho. Esses dados<br />
criam uma pontuação holística ao rastrear a<br />
atividade em energia, água, resíduos, transporte<br />
e experiência humana. O desempenho<br />
de benchmarking é vital para qualquer projeto<br />
e ajuda os gerentes a ver como eles se comparam<br />
aos outros localmente, regionalmente e<br />
globalmente. Ao conectar todas essas ações<br />
em um só lugar, a ARC fornece transparência<br />
para que investidores, proprietários e gerentes<br />
possam garantir que seus esforços estão promovendo<br />
mudanças significativas.<br />
Como a plataforma ARC pode ser usada<br />
em conexão com diferentes sistemas de<br />
construção sustentável? E os edifícios<br />
não certificados?<br />
SH. A plataforma permite que qualquer projeto<br />
introduza seus dados no ARC e receba<br />
uma pontuação de desempenho. Os projetos<br />
podem se comparar com outros no mercado,<br />
identificar novas oportunidades de melhoria<br />
incremental e verificar o desempenho em<br />
uma base anual. O ARC fornece um ponto de<br />
entrada imediata, não importa onde eles estão<br />
em sua jornada de sustentabilidade. Imediatamente<br />
eles podem começar a identificar<br />
etapas que os colocarão no caminho para<br />
uma certificação LEED ou outra certificação<br />
<strong>GBC</strong>I. Os projetos também podem escolher<br />
simplesmente usar o ARC para acompanhar<br />
o progresso até que sintam que estão prontos<br />
para começar a trabalhar para a certificação.<br />
É possível usar a plataforma ARC como<br />
uma maneira de melhorar a saúde, bem-<br />
-estar e produtividade dos ocupantes dos<br />
edifícios?<br />
SH. Uma das cinco principais categorias rastreadas<br />
no ARC é a da Experiência Humana.<br />
Quando você está olhando para o desempenho<br />
de um edifício e se é um espaço saudável,<br />
você tem que considerar como ele está contribuindo<br />
para a qualidade de vida dos ocupantes.<br />
O LEED faz isso na seção de Qualidade<br />
Ambiental Interior. O ARC rastreia o desempenho<br />
dessa seção.<br />
Você pode ver uma conexão entre a implementação<br />
da plataforma ARC e os esforços<br />
para acelerar o mercado de eficiência<br />
energética no estoque de prédios existentes<br />
que o World <strong>GBC</strong> e seus membros<br />
comprometeram-se durante a COP Paris?<br />
SH. Sem dúvida, melhorar a eficiência energética<br />
e o desempenho dos edifícios existentes é<br />
fundamental para mover o mercado. O futuro<br />
do movimento de construção sustentável dependerá<br />
da interconexão entre sustentabilidade,<br />
mobilidade, tecnologia e dados. O ARC é o<br />
veículo que criará essa transformação.<br />
Quando você olha para o futuro, como os<br />
sistemas de inovações como o ARC podem<br />
ajudar a acelerar o crescimento da<br />
economia verde ou iniciativas de cidades<br />
sustentáveis?<br />
SH. Proprietários e gerentes que se comprometem<br />
com melhorias incrementais e contínuas<br />
darão forma a um ambiente construído<br />
mais habitável, eficiente em termos de recursos<br />
e fiscalmente responsável. O ARC oferece<br />
uma maneira de tornar esse trabalho mais<br />
fácil e mais impactante. Ele ajuda a revelar a<br />
próxima oportunidade e permite que os edifícios<br />
em qualquer dos extremos do espectro<br />
possam participar. Quando ligamos todas essas<br />
ações, nos tornamos parte de uma mudança<br />
evolutiva que tem o poder de transformar<br />
comunidades, bairros, cidades e além.<br />
Quantos metros quadrados estão compartilhando<br />
dados através do ARC e quais<br />
são os objetivos para os próximos anos?<br />
SH. Atualmente, há projetos em mais de 20<br />
países rastreando o desempenho através do<br />
ARC e outros mais se juntando a cada dia. O<br />
objetivo é ter todos os edifícios dentro da plataforma<br />
ARC. Quanto mais projetos de acompanhamento<br />
e ações de conexão, melhor para<br />
todos. Enquanto olhamos para o futuro, o ARC<br />
ajudará a definir o que vem a seguir. Ao acompanhar<br />
novas estratégias e ideias, os projetos<br />
estão redefinindo o que significa ser um alto<br />
desempenho. O mercado já está se transformando<br />
e estes dados estão direcionando<br />
essa mudança.<br />
10 fev-mar/17 rev/gbc/br
Anuário <strong>GBC</strong> 2017<br />
10 Anos LEED no <strong>Brasil</strong><br />
A edição 2017 do Anuário de Certificações <strong>GBC</strong><br />
<strong>Brasil</strong> será uma <strong>Ed</strong>ição Comemorativa dos 10<br />
anos de certificações LEED no <strong>Brasil</strong> e também<br />
dos 10 Anos do <strong>GBC</strong> <strong>Brasil</strong>.<br />
Reunirá informações completas e detalhadas sobre<br />
todos empreendimentos certificados desde<br />
2007, bem como dados e estatísticas sobre os<br />
selos LEED, tipologias, classificação. Além da<br />
opinião de especialistas e profissionais sobre os<br />
rumos do mercado da construção sustentável.<br />
E o exclusivo Guia de fornecedores de soluções<br />
sustentáveis que contribuem para a certificação<br />
dos projetos.<br />
Imagem ilustrativa<br />
EDIÇÃO<br />
COMEMORATIVA<br />
Não perca essa oportunidade de destacar a sua empresa no principal<br />
veículo de informação da construção sustentável!<br />
Invista certo: garanta o seu espaço na publicação<br />
oficial do Green Building Council <strong>Brasil</strong>.<br />
11 5078 6109 | revistagbc@gbcbrasil.org.br<br />
Lançamento<br />
Agosto/2017<br />
Você já pode reservar o seu exemplar.<br />
Ligue para 11 5078 6109 e saiba como<br />
receber seu Anuário em primeira mão.<br />
Valor especial de pré-lançamento.<br />
www.revistagbcbrasil.com.br<br />
VIBEDITORA
Coluna CBIC<br />
©Divulgação CBIC<br />
O Futuro do Mercado<br />
Imobiliário<br />
Celso Petrucci<br />
Economista-chefe do Secovi-<br />
SP, membro da Comissão da<br />
Indústria Imobiliária da CBIC,<br />
especializado em crédito<br />
imobiliário e mercado<br />
Perspectivas à luz dos novos rumos da economia<br />
A<br />
o final de janeiro de 2017, pensando neste artigo que<br />
trata do mercado imobiliário que esperamos para este<br />
ano, imaginei o quanto é difícil fazer qualquer previsão<br />
neste País, pois ainda existem “fantasmas” rondando<br />
nossa política e a economia, sem dúvida nenhuma, o<br />
principal deles se chama Operação Lava Jato.<br />
Deixando de lado esse fato, me socorri da memória recente, relembrando<br />
o caminho que a indústria da construção civil imobiliária<br />
percorreu nos últimos 15 anos. No início do século XXI (2001/2004)<br />
praticamente não existia financiamento imobiliário, porque os bancos<br />
usavam as prerrogativas possíveis para não correr riscos e para melhorar<br />
a rentabilidade dos seus acionistas, com a não aplicação dos<br />
recursos da caderneta de poupança. O ano de 2004 foi auspicioso<br />
para o nosso mercado com a aprovação da Lei 10.931/04, verdadeira<br />
colcha de retalhos, que dispôs um marco regulatório para o setor<br />
imobiliário por meio da criação do Patrimônio de Afetação, do Regime<br />
Especial Tributário, da Consolidação da Alienação Fiduciária e da Retificação<br />
Administrativa de Áreas, somente lembrando dos principais<br />
pontos.<br />
Também, nossa economia no primeiro governo Lula, atravessava<br />
um período de crescimento constante, altamente influenciado pela<br />
economia mundial, forte elevação dos preços de commodities agrícolas<br />
e minerais e demanda da China. De 2005 a 2007, mais de 20<br />
incorporadoras imobiliárias, empresas de intermediação e shopping<br />
centers, abriram seu capital obtendo êxito na captação de recursos<br />
do mercado de capitais, iniciando um processo alucinante de nacionalização<br />
e interiorização do mercado imobiliário. Este processo foi<br />
logo interrompido no segundo semestre de 2008, após a quebra do<br />
Leman Brothers e de inúmeros bancos na América e na Europa.<br />
Foi quando surgiu, em 2009, o programa Minha Casa Minha Vida,<br />
verdadeira alavanca do mercado imobiliário dos últimos oito anos. As<br />
empresas do segmento imobiliário, de todos os portes, passaram a<br />
desenvolver produtos destinados às diversas faixas do programa e o<br />
mercado imobiliário deslanchou em 2010, enquanto o PIB do <strong>Brasil</strong><br />
cresceu 7,5% e foram criados mais de 2,2 milhões de novos empregos<br />
com carteira assinada, segundo dados do CAGED.<br />
Costumo afirmar que o MCMV à época, mereceu nota 10, isto por<br />
que o governo, ao debater a criação do programa, solicitou aos interlocutores<br />
públicos e privados que “não inventassem a roda” e<br />
simplesmente adequassem as linhas de financiamento existentes às<br />
necessidades das classes de renda mais baixa. Assim foi feito e ainda<br />
em 2009, mas principalmente a partir de 2010, o mercado imobiliário<br />
teve no MCMV um potencializador sem precedentes para o desenvolvimento<br />
de todas as faixas de imóveis ofertados no País.<br />
Pena que o governo, como sempre acontece, é demorado na adequação<br />
dos parâmetros do programa que foram revistos, pela pri-<br />
<strong>12</strong> fev-mar/17 rev/gbc/br
Câmara <strong>Brasil</strong>eira da Indústria da Construção<br />
meira vez somente em 20<strong>12</strong>, daí uma nota 8 para a segunda fase do<br />
MCMV. Já em 2015, no lançamento da fase 3 do programa, a nota é<br />
6, esclarecendo aos mais afoitos que as notas não se referem absolutamente<br />
à altíssima importância que o programa tem para o mercado<br />
imobiliário, e sim à aderência de seus parâmetros (preços, subsídios<br />
e renda familiar) à demanda, que era quase perfeita em 2009 e foi<br />
reduzindo o poder de compra das famílias no decorrer dos anos.<br />
De qualquer forma o programa Minha Casa Minha Vida contratou até<br />
2016 aproximadamente 4,5 milhões de unidades das quais mais de<br />
3,1 milhões já haviam sido entregues e promete, em 2017, contratar<br />
mais de 500mil unidades em suas diversas faixas, o que por si só, dá<br />
a dimensão de sua importância para os incorporadores imobiliários e<br />
construtores de todos os tamanhos, mormente àqueles de médio e<br />
pequeno portes.<br />
Agora, falando sobre crédito imobiliário, que até 2013 teve período de<br />
crescimento exponencial e atingiu seu pico em 2013 com mais de 1<br />
milhão de operações/ano. Em 2014 o crescimento estabilizou e nos<br />
anos seguintes experimentou sensível redução em suas operações,<br />
mormente àquelas financiadas pela caderneta de poupança. Se em<br />
2013 o Sistema Financeiro da Habitação, composto pelos recursos<br />
do FGTS e do SBPE chegaram a financiar mais de R$150bilhões,<br />
em 2016 segundo dados disponíveis, o crédito imobiliário consumiu<br />
R$111bilhões.<br />
Mesmo assim, esses números só foram possíveis, porque o FGTS<br />
apesar dos ataques sofridos de todos os lados, a partir de 2015 vem<br />
aplicando em Habitação Popular recursos acima dos valores financiados<br />
pela caderneta de poupança. Não foram poucas as iniciativas do<br />
Conselho Curador do FGTS em socorro da construção civil imobiliária,<br />
com decisões que atenuaram as dificuldades de demanda que o<br />
segmento atravessou a partir de 2014.<br />
Sem medo de errar e antes de passar a tratar do futuro, cabe aqui<br />
uma afirmativa: o Sistema Financeiro do País, seus fundos (FGTS e<br />
SBPE) e seus agentes financeiros, continuam tendo uma saúde invejável<br />
em termos de retorno e de qualidade da carteira, o que resulta<br />
em baixos níveis de inadimplência. Hoje o crédito imobiliário concedido<br />
às pessoas físicas é o maior e melhor entre todas modalidades<br />
disponíveis no Sistema Financeiro Nacional. Não encontraremos em<br />
outros países sistema de crédito imobiliário mais saudável que o nosso,<br />
mesmo considerando que nossa economia desce ladeira abaixo<br />
há três anos.<br />
O mercado imobiliário, como o restante dos segmentos, tem forte<br />
correlação com as idas e vindas da economia e com a variação do<br />
PIB do País e, sendo assim, após atingir seu auge entre os anos de<br />
20<strong>12</strong>/2013, vem diminuindo sua oferta desde 2014 e, provavelmente<br />
tenha atingido o “fundo do poço” no ano passado. Segundo dados<br />
coletados pela Comissão da Indústria Imobiliária da CBIC até setembro<br />
passado, nos maiores mercados do <strong>Brasil</strong> a queda dos lançamentos<br />
em unidades atingia 31% em relação ao ano anterior e as<br />
vendas 15% na mesma comparação.<br />
Porém, temos motivos para acreditar em uma melhora a partir de<br />
2017, se considerarmos pelo menos o seguinte: i – o novo governo,<br />
além de conseguir aprovar o teto dos gastos públicos pelos próximos<br />
20 anos, encaminhou ao Congresso Nacional a tão sonhada reforma<br />
da previdência e outras medidas de impacto, devolvendo parte da<br />
confiança dos empresários e da população em geral; ii – a inflação<br />
está sob controle, fechou 2016 próximo do teto da meta e tende à<br />
meta de 4,5% no final de 2017. Como efeito direto, os juros de longo<br />
prazo caíram perto de 30% em relação às taxas praticadas no ano<br />
passado e continuarão nesta tendência de queda; iii – a meta da taxa<br />
Selic para o final do ano é de 10% (pouco para mais ou pouco para<br />
menos), o que devolverá atratividade às cadernetas de poupança,<br />
injetará recursos nos financiamentos do SFH e promoverá, novamente,<br />
redução nas taxas de juros como ocorrido na década passada;<br />
e iv – para o segundo semestre está prevista a redução da taxa de<br />
desemprego e, se tudo correr como esperado, as empresas voltarão<br />
a contratar.<br />
Além disso, o governo Temer entendeu desde seu início, a importância<br />
que a construção civil imobiliária tem na geração do emprego, da<br />
renda e de tributos e prepara para este mês de fevereiro uma série<br />
de medidas de incentivo para o setor, das quais destacamos, mais<br />
uma vez, a necessária adequação dos parâmetros (preços, subsídios<br />
e renda familiar) praticados nas faixas 1 e meio, 2 e 3 do programa<br />
Minha Casa Minha Vida. Novamente contaremos com a alavancagem<br />
do programa para retomarmos o mercado imobiliário. Também, já<br />
sentimos o retorno dos compradores de imóveis destinados às classes<br />
média alta e alta em algumas cidades brasileiras, tendência quer<br />
deve crescer junto com a queda da taxa SELIC e a, mesmo que vagarosa,<br />
melhoria da economia.<br />
Porém, há muito o que fazer no ambiente de negócios para o setor<br />
imobiliário. Vimos trabalhando, incansavelmente, com governo e órgãos<br />
de defesa do consumidor para estancar um dos legados mais<br />
nefastos desta queda recente do mercado imobiliário: os distratos.<br />
Nossos compromissos de venda e compra, apesar de irretratáveis e<br />
irrevogáveis, graças as decisões impensadas dos juízos de primeira<br />
instância, se tornaram verdadeiras opções de compra, sem que para<br />
tanto os compradores paguem algum preço para ter esta opção.<br />
Outra preocupação são recentes decisões em todas as instâncias,<br />
sobre o rito da execução extrajudicial da alienação fiduciária, colocando<br />
em risco a solidez deste instituto. O País tem de preservar e<br />
aprimorar a alienação fiduciária enquanto garantia imobiliária, evitando<br />
assim que ocorra com ela o mesmo que aconteceu com a garantia<br />
hipotecária em décadas passadas e que resultou na concessão de<br />
crédito imobiliário nos mais baixos níveis desde sua criação em 1964.<br />
Estamos trabalhando este tema, juntamente com o governo federal e<br />
a Abecip.<br />
Finalizando, estou otimista com a retomada do mercado imobiliário<br />
a partir de 2017. Nada comparado com a velocidade que tivemos<br />
no passado, porém, a oferta deverá crescer em torno de 10% a 15%<br />
neste ano no decorrer dos trimestres. Mais do que isso, as empresas<br />
da construção civil imobiliária já se mostraram preparadas e prontas<br />
para enfrentar um crescimento sustentável nos próximos dez anos,<br />
pois sem dúvida nenhuma, teremos demanda de 15 milhões de novos<br />
domicílios até 2025 e um déficit habitacional de mais de seis milhões<br />
de unidades a ser combatido.<br />
revistagbcbrasil.com.br 13<br />
fev-mar/17
projeto em destaque<br />
Fotos: Divulgação Citibank<br />
Citi Center:<br />
exemplo de que<br />
edifícios mais<br />
antigos também<br />
podem se tornar<br />
sustentáveis<br />
Por Paulo DIas<br />
Localizado na Av. Paulista, coração financeiro da cidade de São<br />
Paulo, o edifício Citi Center foi projetado pelo renomado arquiteto<br />
Gian Carlo Gasperini e abriga a sede do Citi no <strong>Brasil</strong>. Inaugurado<br />
há 30 anos, o edifício de 20 andares e pouco mais de 40<br />
mil m² de área passou recentemente por uma série de mudanças<br />
que lhe renderam a certificação LEED EB O+M na categoria Silver.<br />
O Citi Center é o primeiro edifício da avenida a recebê-la.<br />
Tais mudanças vinham de encontro aos anseios e políticas da empresa:<br />
modernizar sua sede brasileira, tornando-a mais eficiente e sustentável,<br />
além de melhor para os colaboradores e usuários do edifício. A consultoria<br />
para obtenção da certificação ficou a cargo do CTE (Centro Tecnológico<br />
de <strong>Ed</strong>ificações).<br />
Wagner Oliveira, gerente de sustentabilidade do CTE, explica que “muitas<br />
alterações tiveram que ser realizadas para alcançar as melhores posições<br />
em operações sustentáveis. Sendo assim, o sistema de automação<br />
foi totalmente adaptado e atualizado para controlar suas novas tecnologias<br />
e preparado para futuras melhorias”.<br />
14 fev-mar/17 rev/gbc/br
projeto em destaque<br />
Inaugurado em 1986, o prédio onde funciona a sede do Citi<br />
no <strong>Brasil</strong> conquistou o LEED EB O+M e é a prova de que<br />
nem só edifícios mais novos podem se beneficiar com as mudanças<br />
promovidas pela certificação.<br />
Uma característica interessante do projeto foi o aproveitamento do espaço<br />
do terraço para a implantação de um telhado verde onde foram<br />
plantadas espécies nativas da Mata Atlântica. De acordo com o projeto,<br />
um dos principais objetivos da iniciativa foi “revitalizar e preservar o centro<br />
de concreto endurecido da cidade mais populosa da América Latina”.<br />
Por estar localizado numa região com altos índices de água de superfície,<br />
foi instalado no local um sistema de bombeamento que mantém o<br />
subterrâneo do edifício seco, o que reduziu drasticamente o impacto que<br />
esse corpo d’água causava à construção. A água retirada é tratada e<br />
usada para demandas rotineiras do Citi Center como limpeza, por exemplo.<br />
Outra medida que buscou a economia de água foi a instalação de<br />
redutores nos banheiros, visando diminuir o fluxo de água e, consequentemente,<br />
economizando. As mudanças implementadas conseguiram reduzir<br />
em 30,84% o consumo de água no edifício.<br />
A coleta seletiva foi implantada nas dependências do edifício visando o<br />
descarte correto de resíduos. Houve também um trabalho para que se<br />
encontrasse uma maneira correta de descartá-los: a equipe de manutenção<br />
do edifício deslocou alguns funcionários para analisar os resíduos e<br />
garantir que todo material que puder ser reciclado fosse encaminhado<br />
corretamente para as instalações de reciclagem. O edifício calcula que<br />
47% dos resíduos gerados estão aptos a ser encaminhados à reciclagem,<br />
o que reduziu bastante a quantidade de dejetos enviados a aterros<br />
sanitários.<br />
Por fim, com o intuito de reduzir a utilização de energia elétrica e melhorar<br />
a eficiência energética, a equipe de engenharia e operação realizou<br />
diversas atividades, como utilização de lâmpadas Led e conscientização<br />
quanto ao uso racional de energia. Além disso, como parte das exigências<br />
para a certificação LEED, uma auditoria energética Lv.2 de ASHRAE<br />
foi contratada e, a partir de seu trabalho, continuam sendo identificadas<br />
novas oportunidades de melhoria da eficiência energética. Os resultados<br />
já são sentidos: redução de 30% do consumo de energia se comparado<br />
a antes das mudanças para a certificação.<br />
Todos os esforços já descritos fizeram com que o edifício conquistasse 4<br />
pontos (dos 6 possíveis) no quesito “Inovação em Operação” do LEED.<br />
No total, foram 51 pontos alcançados, garantindo ao empreendimento a<br />
revistagbcbrasil.com.br 15<br />
fev-mar/17
projeto em destaque<br />
certificação LEED na categoria Silver em dezembro de 2016. “A certificação<br />
do Citi Center tem uma importância grande para nós, pois se trata<br />
de um prédio bastante complexo, o que exigiu tempo e muitas mudanças<br />
para a obtenção do LEED”, conclui Wagner Oliveira.<br />
O Citi Center é o primeiro edifício do Citibank na America Latina a receber<br />
a certificação LEED EB O+M. “A conquista da certificação LEED<br />
EB O+M demonstra o compromisso do Citi em gerir os recursos de forma<br />
eficiente, reduzindo o impacto de suas operações”, explica Ricardo<br />
Avancini, responsável pela área de gestão patrimonial e engenharia do<br />
Citi <strong>Brasil</strong>. “Desde que foi inaugurado em 1987, o Citi Center é um dos<br />
edifícios mais icônicos, modernos e funcionais da Av. Paulista e estamos<br />
investindo constantemente nas melhores práticas em manutenção predial<br />
para manter essa condição”, completa.<br />
Fotos: Divulgação Citibank<br />
Projeto:<br />
Citi Center<br />
Localização:<br />
São Paulo - SP<br />
Proprietário:<br />
Citibank<br />
Área construída:<br />
40.161 m²<br />
Data da Certificação:<br />
13/<strong>12</strong>/2016<br />
Sistema e Nível da Certificação:<br />
LEED EB O+M - Silver<br />
Arquitetura:<br />
Aflalo/Gasperini<br />
Consultoria de sustentabilidade:<br />
CTE<br />
Elétrica:<br />
Haluz Engenharia LTDA.<br />
Hidráulica:<br />
CTI Instalações e Serviços<br />
Ar Condicionado (Projeto/Construção):<br />
Heating Cooling<br />
Ar Condicionado (As-Built):<br />
L&M Engenharia<br />
Luminotécnica:<br />
2PRB Arquitetos Associados<br />
Paisagismo:<br />
Iris Paisagismo<br />
Redução de 30,84% no consumo<br />
de água no edifício<br />
47% dos resíduos gerados são<br />
encaminhados à reciclagem<br />
Redução de 30% do consumo de<br />
energia total no edifício<br />
Telhado verde com espécies nativas<br />
da Mata Atlântica<br />
16 fev-mar/17 rev/gbc/br
projeto em destaque<br />
revistagbcbrasil.com.br 17<br />
fev-mar/17
políticas públicas<br />
ABNT CRIA COMISSÃO<br />
PARA NORMATIZAR O USO<br />
EFICIENTE DA ÁGUA<br />
Por Taís Cruz<br />
Mais de 70% da superfície do Planeta Terra é coberta por<br />
água. Apesar disso, 96% desse total é de água salgada,<br />
ou seja, imprópria para consumo. Do que resta, mais de<br />
1% está congelado. Esses dados são importantes para<br />
que se reflita o quão precioso é esse líquido. O <strong>Brasil</strong> é<br />
um país repleto de recursos hídricos, cerca de <strong>12</strong>% das<br />
reservas de água doce do mundo estão em território nacional. Apesar disso,<br />
devido ao tamanho do país diferentes climas e ecossistemas encontram-se<br />
no mesmo território. Grande parte dessa água está em determinadas partes<br />
do país. É comum que muitas cidades enfrentem períodos de estiagem e<br />
seca, ou que essa seca se estenda para locais que normalmente recebem<br />
chuva abundante, como o vivido pela região Sudeste em 2015.<br />
Por isso, toda ação de conscientização quanto ao uso racional dos recursos<br />
hídricos é bem-vinda. Com o objetivo de promover o uso apropriado<br />
desses recursos em edificações, em dezembro de 2016 foi criada a Comissão<br />
de Estudo de Conservação de Água em <strong>Ed</strong>ificações. A Comissão<br />
vai elaborar normas para a conservação de água, visando maior eficiência.<br />
Serão elaboradas duas normas: a de conservação de água em edificações,<br />
que vai elaborar diversas ações para o uso eficiente da água e o uso de<br />
fontes alternativas, e a segunda se refere ao uso fontes alternativas de água<br />
não potável em edificações, como a adoção de critérios na adesão de fontes<br />
alternativas não potáveis.<br />
Em 2005, foi lançado um manual com orientações de como o reuso de água<br />
deve ser feito para servir de base às construtoras, mas ainda sem regulamentação<br />
obrigatórias. Com a crise hídrica de 2015 o assunto voltou a ser<br />
fortemente discutido. “A grande motivação para a criação da Comissão de<br />
Estudo de Conservação de Água foi a lacuna técnica, que explicasse como<br />
fazer da forma certa e para que os nossos estudos possam servir de embasamento<br />
para as legislações e normas futuras, porque muitas das existentes<br />
estão incorretas”, afirma Lilian Sarrouf, coordenadora do COMASP<br />
– Comitê do Meio Ambiente, Segurança e Produtividade do SindusConSP.<br />
“Temos visto que os movimentos de construções sustentáveis e as certificações<br />
estão induzindo para que se pense na questão da água. Percebemos<br />
também que na busca da certificação havia edifícios que estavam sen-<br />
18 fev-mar/17 rev/gbc/br
políticas públicas<br />
Fotos: Divulgação <strong>GBC</strong> <strong>Brasil</strong><br />
Fotos: Divulgação <strong>GBC</strong> <strong>Brasil</strong><br />
Virgínia Sodré - Infinitytech<br />
Lilian Sarrouf - SindusconSP<br />
do obrigados a fazerem o reuso de água e<br />
fontes alternativa, mas eram iniciativas muito<br />
pontuais. Só que faltava uma regulamentação<br />
técnica, tem essa lacuna na ABNT, não<br />
existe uma norma técnica esclarecendo o<br />
que é reuso de água, quando é viável ou<br />
não”, diz Lilian<br />
As normas vão tratar da terminologia, requisitos,<br />
procedimentos, diretrizes, projetos,<br />
execução, manutenção e operação. Serão<br />
elaboradas duas normas: a de conservação<br />
de água em edificações e a de uso de fontes<br />
alternativas de água não potável em edificações.<br />
Elas deverão ser aplicadas em edificações<br />
residenciais e/ou comerciais urbanas,<br />
sejam novas ou existentes.<br />
Segundo Virgínia Dias de Azevedo, diretora<br />
técnica da Infinitytech Engenharia e Meio<br />
Ambiente, as normas de conservação de<br />
água deverão ser incorporadas desde o<br />
projeto de novas construções. “Temos que<br />
começar a pensar no projeto de conservação<br />
de água no nascimento do edifício, trazendo<br />
uma visão integrada da conservação<br />
em todas as disciplinas correlatas. O projeto<br />
de hidráulica precisa considerar a regionalidade<br />
da edificação, o perfil do usuário, os<br />
acessos para manutenção/operação adequada,<br />
as interferências existentes, com o<br />
levantamento do maior número de informações<br />
possíveis para uma boa caracterização<br />
hídrica da edificação, após esta análise partimos<br />
para a elaboração do balanço hídrico<br />
da edificação, avaliando as demandas e<br />
ofertas de água existente, avaliando a partir<br />
dos aspectos técnicos e econômicos as<br />
possíveis ações de conservação a serem<br />
implantadas”.<br />
Em linhas gerais, são diversos fatores envolvidos<br />
com a conservação que vão desde os<br />
projetistas das edificações até o usuário final.<br />
Para alcançar este objetivo é de fundamental<br />
importância que todas as etapas da construção<br />
da edificação estejam alinhadas com<br />
o conceito de conservação de água: desde<br />
a concepção do projeto, especificação dos<br />
equipamentos a serem implantados, como<br />
também todos os critérios de execução e da<br />
operação/manutenção da edificação.<br />
A conscientização e monitoramento do uso<br />
próprio da água também é um fator de extrema<br />
importância para evitar desperdícios.<br />
“É de importância fundamental que os gestores<br />
e usuários conheçam com maior grau<br />
de precisão o consumo de água nas edificações,<br />
o levantamento dos indicadores de<br />
consumo, a implantação da medição individualizada<br />
e detecção de pontos críticos<br />
devem preceder a adoção das ações de<br />
conservação de água, direcionando-as, permitindo<br />
o acompanhamento da eficácia das<br />
ações”, afirma Virgínia.<br />
Os benefícios da adoção das normas de conservação<br />
de água devem ser avaliados a partir de<br />
um estudo das características hídricas de cada<br />
edificação para que se chegue ao conhecimento<br />
profundo das necessidades dessa construção,<br />
para assim desenhar quais são as alternativas e<br />
soluções que podem ser tomadas.<br />
“Após uma análise completa da edificação,<br />
precisamos ter um raio-X da situação real da<br />
edificação, ou seja, precisamos realizar uma<br />
boa caracterização hídrica desta edificação,<br />
para estudarmos as demandas e ofertas na<br />
edificação, com a elaboração do balanço<br />
hídrico conseguiremos definir quais são as<br />
possíveis alternativas a serem adotadas.<br />
A escolha de qualquer alternativa deve ser<br />
embasada sempre em critérios técnicos e<br />
económicos. O objetivo principal das normas<br />
é dar orientação técnica para que todos<br />
os cuidados e critérios de projeto sejam seguidos,<br />
visando acima de tudo a proteção e<br />
preservação da saúde do usuário do sistema<br />
de água”.<br />
Não podemos esquecer que estamos lidando<br />
com algo que interfere diretamente na<br />
saúde das pessoas, incluindo atividades<br />
de higiene pessoal, limpeza da edificação e<br />
outros serviços específicos como irrigação<br />
e o sistema de refrigeração. Dessa forma, a<br />
análise do benefício econômico deve levar<br />
em consideração todos esses aspectos.<br />
A comissão é composta pelo SindusConSP,<br />
ABNT CB002, <strong>GBC</strong> <strong>Brasil</strong>, Abrasip, Abrinstal,<br />
Anamaco, CBCS, CBIC, SECOVI SP, pelas<br />
empresas Docol, Duratex/Deca, Pinasant,<br />
Setri, Tecnisa, Trisul e Tesis (Organismos<br />
de Avaliação da Conformidade), além de diversos<br />
estudiosos.<br />
revistagbcbrasil.com.br 19<br />
fev-mar/17
DOSSIÊ TIPOLOGIAS<br />
DOSSIÊ ESPECIAL<br />
LEED EB O+M<br />
©Divulgação Tishman Speyer<br />
20 fev-mar/17 rev/gbc/br
DOSSIÊ TIPOLOGIAS<br />
COMO CONSTRUÇÕES<br />
JÁ EXISTENTES TAMBÉM<br />
PODEM SE TORNAR<br />
SUSTENTÁVEIS<br />
Mercado está cada vez mais entendendo a importância e as<br />
vantagens de readequar prédios existentes dentro dos padrões<br />
de sustentabilidade e eficiência do LEED<br />
Por Paulo Dias<br />
Dentre todas as categorias de LEED, uma vem se destacando no mercado brasileiro.<br />
Trata-se do LEED EB O+M, que certifica a operação e manutenção de<br />
edifícios existentes. Em tempos de crise, o mercado imobiliário é um dos que mais<br />
sofrem consequências. Diante de um cenário desses, a reforma e readequação<br />
de ambientes já existentes toma força e o LEED EB O+M têm se mostrado como<br />
uma ótima alternativa esse momento.<br />
O LEED EB O+M foi criado justamente para destacar edifícios que passaram por readequações<br />
visando deixá-los mais sustentáveis. “O EB O+M foi criado para que os potenciais e as premissas<br />
de um edifício sustentável pudessem ser aplicados à edificações já existentes”, explica João<br />
Vieira, gerente sênior de Construção e Sustentabilidade da Cushman & Wakefield. Essa categoria<br />
de LEED só permite a certificação do prédio como um todo, não apenas andares ou escritórios<br />
revistagbcbrasil.com.br 21<br />
fev-mar/17
DOSSIÊ TIPOLOGIAS<br />
EED EB O+M<br />
específicos. João ressalta ainda outra questão<br />
importante: “Uma das condicionantes pra que<br />
haja certificação LEED EB O+M é o fato de<br />
esse edifício precisa estar com pelo menos<br />
metade de sua capacidade locada”, explica.<br />
Consultorias especializadas, como a Cushman<br />
& Wakefield, têm notado o aumento da<br />
procura por esse tipo de LEED. João explica<br />
que o mercado busca essa certificação “porque<br />
sabe que isso se desdobra não só na<br />
questão ambiental, mas também em termos<br />
de economia de operação. O LEED acaba<br />
sendo um diferencial num mercado que está<br />
cada vez mais difícil. Nesse cenário, quem tem<br />
certificação sai na frente".<br />
Como fazer<br />
Wagner Oliveira, gerente de sustentabilidade da<br />
consultoria CTE diz que o primeiro passo para<br />
a obtenção da certificação LEED EB O+M é a<br />
avaliação do edifício. “Esse diagnóstico permite<br />
avaliar o que precisará ser mexido na infraestrutura<br />
e o que precisará ser mudado nos procedimentos<br />
operacionais”, explica. João Vieira<br />
complementa que, quando a consultoria para<br />
a obtenção do LEED é feita, a primeira coisa<br />
analisada são os dados históricos de operação<br />
e manutenção, porque a partir daí é que<br />
são propostas as melhorias. “Prédios que não<br />
possuem esses registros tornam o processo de<br />
certificação muito mais difícil”, complementa.<br />
David Douek, diretor de desenvolvimento da<br />
OTEC, faz uma analogia interessante sobre o<br />
início do processo de implementação do LEED<br />
EB O+M. “Costumo comparar a certificação<br />
EB O+M com um transatlântico em movimento:<br />
o navio já está navegando numa determinada<br />
direção e tem gente a bordo. Quando<br />
você decide certificar um edifício já existente<br />
é como se estivesse dizendo que quer levar<br />
esse navio para a rota da sustentabilidade.<br />
Nesse caso, a primeira coisa que deve se perguntar<br />
é: quais critérios de sustentabilidade já<br />
tenho intrínsecos ao meu dia a dia da operação.<br />
Nisso você descobre que pode ser que<br />
já tenha alguns, pode ser que já tenha quase<br />
todos e pode ser que não tenha nenhum”.<br />
Expor quais são as principais mudanças que<br />
um edifício precisa fazer para se adequar ao<br />
que é requerido para a certificação é compli-<br />
cado, conforme explica João Viera, pois depende<br />
muito da época da construção do edifício.<br />
Segundo ele, “em prédios mais modernos<br />
é natural que o investimento seja menor e direcionado<br />
a itens pontuais. Já em edifícios mais<br />
antigos, da década de 1980-90 o investimento<br />
terá que ser muito maior porque provavelmente<br />
será necessário requalificar todas as instalações”.<br />
Wagner comenta que “praticamente<br />
100% dos prédios precisam mudar os procedimentos<br />
porque as políticas de manutenção<br />
geralmente não contemplam boa parte dos<br />
requisitos obrigatórios para a certificação”.<br />
De modo geral, especialistas avaliam que o<br />
sistema de ar condicionado, o sistema elétrico<br />
e todas as questões envolvendo os recursos<br />
hídricos são os itens mais comuns que precisam<br />
de ajustes, em maior ou menor grau. “Às<br />
vezes é necessário realizar ajustes que o prédio<br />
não tem e que precisam ser feitos por conta<br />
da certificação. Tais procedimentos são definidos<br />
a partir de pesquisa. Dimensão de área<br />
externa, criação de uma política de controle de<br />
gestão de água e de energia são os ajustes<br />
mais comuns. Destaque para a questão da<br />
energia. A auditoria de energia é um item obrigatório<br />
e é bastante determinante para o resultado<br />
da certificação”, explica Wagner.<br />
Preocupação com o depois<br />
Como o próprio nome já diz, o LEED EB O+M<br />
certifica não só a readequação do edifício, mas<br />
também sua manutenção. Essa é uma questão<br />
crucial, não só nessa categoria de LEED,<br />
mas também em todas as demais. “Nos preocupamos<br />
demais com projeto e construção –<br />
e claro que são etapas fundamentais – mas a<br />
operação é a questão mais importante de um<br />
edifício, independentemente de se buscar ou<br />
não uma certificação. É importante que essa<br />
manutenção seja feita com atenção detalhada<br />
a cada um dos itens condicionantes à certificação”,<br />
ressalta João Vieira.<br />
Por se tratar de uma certificação que também<br />
analisa a operação e manutenção, o LEED EB<br />
O+M tem validade de cinco anos e, após esse<br />
período, o edifício precisa passar por uma recertificação.<br />
“Quando você concede um LEED<br />
EB O+M, você está certificando um determinado<br />
período de tempo. É o retrato da análise<br />
de um determinado período, e espera-se que<br />
os edifícios mantenham a excelência de operação<br />
e manutenção ao longo do tempo, por<br />
isso há a necessidade dessa recertificação”,<br />
explica David Douek.<br />
Buscar uma certificação LEED resulta primeiramente<br />
em benefícios ao meio ambiente. Mas<br />
não é só isso. Os benefícios econômicos também<br />
se manifestam rapidamente e tendem a<br />
ser duradouros. Wagner Oliveira diz que, após<br />
as realizações do que é requerido para a certificação,<br />
“a diminuição do consumo de energia<br />
pode variar de 10 a 15%. Já a redução no consumo<br />
de água pode chegar a 30% dependendo<br />
do projeto”. Além de tudo isso, o prédio em<br />
si se valoriza muito após a certificação, agregando<br />
valor de locação e venda. “O LEED EB<br />
O+M traz ao proprietário a oportunidade de<br />
encontrar soluções”, conclui Wagner.<br />
O caso de sucesso do BNDES<br />
A sede do Banco Nacional de Desenvolvimento<br />
Econômico e Social (BNDES) fica localizada<br />
na cidade do Rio de Janeiro. O prédio foi construído<br />
nos anos 1970 e inaugurado em 1982.<br />
Em 2016 recebeu certificação LEED EB O+M,<br />
graças a uma ampla reforma que deu mais eficiência<br />
e sustentabilidade ao edifício.<br />
Com consultoria da OTEC, o edifício buscou<br />
atender a todos os requisitos necessários para<br />
a certificação, tanto os obrigatórios quanto os<br />
que geram crédito. Gabriele Paladino Rosa,<br />
consultora do departamento de edifícios existentes<br />
da OTEC, explica que o BNDES “implantou<br />
todos os requistos, com exceção da política<br />
de torre de resfriamento, porque não existe uma<br />
torre dessas lá. O banco tinha um interesse<br />
muito grande em realmente diminuir o impacto<br />
que o edifício causava ao meio ambiente e melhorar<br />
a eficiência em setores como compras<br />
sustentáveis e gerenciamento de resíduos”.<br />
Em relação ao sistema energético, já haviam<br />
sensores de iluminação instalados nos<br />
banheiros. As luzes não ficavam permanentemente<br />
ligadas, o que representa uma significativa<br />
economia. Visando ainda maior eficiência,<br />
as lâmpadas convencionais do prédio<br />
foram todas substituídas por lâmpadas Led.<br />
“Outra questão que fez com que aumentasse<br />
a eficiência do local foi o isolamento dos<br />
22 fev-mar/17 rev/gbc/br
DOSSIÊ TIPOLOGIAS<br />
©John Durant<br />
©Divulgação<br />
©Divulgação: BNDES<br />
©Divulgação: Tishman Speyer<br />
©Divulgação: Berrini 500<br />
Faria Lima 3500<br />
Sede BNDES Berrini 500<br />
O exemplo do Berrini 500<br />
Localizado próximo à marginal do rio Pinheiros,<br />
em São Paulo, o Berrini 500 é um edifício<br />
projetado pelo arquiteto Ruy Ohtake para a<br />
XPar Empreendimentos e Participações. Com<br />
consultoria da Cushman & Wakefield, o edifício<br />
recebeu a certificação LEED EB O+M no<br />
nível Gold, por sua eficiência sustentável. Mesmo<br />
antes de ser certificado, o prédio já foi pensado<br />
para ser o mais eficiente possível, o que<br />
facilitou o processo de certificação. João Vieira,<br />
gerente sênior de Construção e Sustentabilidade<br />
da Cushman & Wakefield, explica que o<br />
Berrini 500 já era um prédio relativamente moderno<br />
e que “o trabalho lá se concentrou mais<br />
na questão da eficiência energética, com novos<br />
equipamentos, iluminação led, melhorias<br />
no sistema de ar-condicionado para promover<br />
uma melhor qualidade do ar e a implantação<br />
de um sistema de reuso da água”.<br />
Construído numa área de aproximadamente<br />
27.883 m², o edifício possui 18 pavimentos e<br />
é locado, dentre outras empresas, pela pródutos.<br />
Além disso, foi feita a implantação de<br />
um sistema de automação para o controle da<br />
temperatura interna e externa. Esse sistema<br />
serve para controlar de forma mais eficiente a<br />
funcionalidade do sistema de ar condicionado<br />
do edifício”, comenta Gabriele.<br />
Outros destaques da reforma do edifício BN-<br />
DES foram: a modernização da subestação de<br />
energia, dos elevadores e da central de água<br />
gelada; a implantação de torneiras eletrônicas<br />
com redutores de fluxo nos banheiros; a<br />
colocação de um sistema automático de irrigação<br />
dos jardins. Além disso, foi implantado<br />
um telhado verde no edifício, o que ajudou a<br />
diminuir a temperatura interna do ambiente.<br />
A ampla área verde no entorno do prédio do<br />
BNDES, com cerca de 8000 m² de fauna e flora<br />
preservadas, também ajuda no bem-estar<br />
dos usuários do edifício e contou pontos para<br />
a certificação.<br />
Não bastou apenas reformar o prédio, também<br />
foi preciso trabalhar a conscientização<br />
dos usuários do mesmo. Para tanto, foram<br />
implantadas medidas para fazer com que os<br />
colaboradores usassem mais o transporte público,<br />
evitando os automóveis. “A localização<br />
do edifício, próximo a linhas de metrô e a uma<br />
avenida movimentada e com vários pontos de<br />
ônibus, também foi um diferencial que ajudou<br />
nesse processo”, ressalta Gabriele.<br />
Gabriele Rosa conclui dizendo que, quando se<br />
trata de uma certificação que atesta a excelência<br />
da Operação e Manutenção, é muito importante<br />
o engajamento de todas as equipes e<br />
empresas que trabalham junto com o edifício<br />
que será certificado (empresas de limpeza, de<br />
transporte de resíduos, de controle de pragas,<br />
etc). Esse trabalho coletivo é decisivo porque,<br />
segundo ela, “os processos de operação e<br />
manutenção englobam todas essas equipes e<br />
o comprometimento delas com a certificação<br />
é algo fundamental para o resultado final. Tal<br />
comprometimento foi muito bem aceito no edifício<br />
do BNDES”.<br />
pria Cushman & Wakefield, que concentra sua<br />
sede brasileira no local.<br />
Para a implantação do LEED, as principais<br />
mudanças foram: a redução de mais de 40%<br />
no consumo de água potável para louças e<br />
metais sanitários. Troca de torneiras dos lavatórios,<br />
válvulas dos mictórios e dos vasos sanitários,<br />
colocando válvulas e torneiras novas,<br />
mais eficientes na liberação da água. Também<br />
foi criado um sistema de captação de água da<br />
chuva, que supre 100% da necessidade do<br />
condomínio no que diz respeito à irrigação.<br />
Além disso, foi feita a implantação de iluminação<br />
Led nos halls dos elevadores, além de terem<br />
sido instalados sensores de presença. O<br />
sistema de ar condicionado é controlado por<br />
termostato em cada uma das VAV (Volume de<br />
Ar Variável), garantindo uma temperatura interna<br />
agradável a todos.<br />
Outros detalhes interessantes do projeto são: o<br />
paisagismo do Berrini 500 foi elaborado apenas<br />
com espécies nativas, reduzindo a necessidade<br />
de irrigação. Os resíduos gerados no prédio<br />
são separados em recicláveis e não recicláveis,<br />
sendo que os recicláveis são encaminhados<br />
para uma cooperativa que dá a destinação<br />
adequada a eles. Além do mais, o edifício se<br />
localiza numa região com ampla oferta de<br />
transporte público, o que incentiva os usuários<br />
do local a optarem por esse tipo de transporte.<br />
Pesquisas internas indicam que 60% dos usuários<br />
que trabalham no prédio já utilizam o transporte<br />
público para acessar o local.<br />
revistagbcbrasil.com.br 23<br />
fev-mar/17
DOSSIÊ TIPOLOGIAS<br />
EED EB O+M<br />
Porque procurar a certificação<br />
O edifício Berrini 500 mostra como a implementação<br />
das diretrizes do LEED EB O+M<br />
traz muitos benefícios não só a prédios antigos,<br />
mas também a prédios mais novos.<br />
Sempre há o que melhorar visando de deixar o<br />
edifício mais eficiente e sustentável. Procurar a<br />
certificação LEED mostra isso.<br />
David Douek conclui que “empresas que se<br />
mobilizaram para introduzir os processos de<br />
certificação LEED EB O+M encontraram inúmeras<br />
oportunidades de redução do custo<br />
operacional, melhorias de processo e oportunidades<br />
de eficiência. Isso sem falar nas melhorias<br />
da imagem coorporativa – tanto interna<br />
quanto externa. O processo LEED, seja para<br />
edifícios não certificados durante a fase de<br />
projeto e obra, seja pra edifícios certificados<br />
nessa fase, traz inúmeras vantagens e realmente<br />
favorece qualquer organização que estiver<br />
atenta a esses cuidados”.<br />
Faria Lima 3500: um edifício<br />
triplamente certificado<br />
Considerado um dos mais modernos e arrojados<br />
edifícios de São Paulo, o FL 3500 desponta<br />
como exemplo de beleza, engenharia e<br />
sustentabilidade.<br />
Quem passa pela Avenida Faria Lima, uma<br />
das mais movimentadas da cidade de São<br />
Paulo, nota o prédio de longe. Estamos falando<br />
do edifício Faria Lima 3500 (ou FL 3500),<br />
edifício de arquitetura arrojada, todo em vidro,<br />
que é locado inteiramente pelo banco Itaú e<br />
lhe serve de sede. Com altos padrões de operação<br />
e manutenção, o prédio recebeu, em<br />
2016, a certificação LEED EB O+M.<br />
Inaugurado em 20<strong>12</strong>, o FL 3500 foi classificado<br />
como AAA (triple A), sendo considerado<br />
um dos melhores e mais inteligentes edifícios<br />
da capital Paulista. O empreendimento construído<br />
pela Tishman Speyer, em parceria com<br />
a KOM Arquitetura, tem cerca de 25 mil m² e<br />
cinco pavimentos. Foi certificado LEED Core &<br />
Shell (que certifica o entorno de edificações),<br />
LEED Commercial Interior (pelo interior do edifício)<br />
e mais recentemente LEED EB O+M, por<br />
sua excelência em operação e manutenção.<br />
O fato de se tratar de um edifício novo e já anteriormente<br />
certificado tornou mais fácil a obtenção<br />
da certificação LEED EB O+M, o que<br />
não significa dizer que foi um processo simples.<br />
Em relação ao sistema hídrico do edifício,<br />
o projeto explica que foi feita “a instalação de<br />
arejadores de torneiras de menor vazão e uso<br />
de água não potável para descargas, oriunda<br />
da condensação do ar condicionado e da captação<br />
pluvial”. Essas medidas possibilitaram<br />
uma redução de quase 66% no uso de água<br />
potável pelo edifício.<br />
Mais de 90 % das lâmpadas usadas na iluminação<br />
do FL 3500 são lâmpadas Led. Além<br />
disso, por ter sido projetado com amplas<br />
janelas e fachada toda em vidro, o edifício<br />
aproveita iluminação natural. Sem contar que<br />
foi instalado um sistema de automação da iluminação<br />
e do ar condicionado, possibilitando<br />
acionamento e desligamento dos mesmos de<br />
forma totalmente automática. Praticamente todos<br />
os equipamentos instalados nas dependências<br />
do edifício possuem o Selo Energy<br />
Star, que atesta baixo consumo de energia.<br />
Toda essa preocupação com eficiência energética<br />
possibilitou que o edifico consuma 31%<br />
menos energia do que gastaria sem essas<br />
medidas. Como parte das exigências para a<br />
certificação LEED, uma auditoria energética<br />
Lv.2 de ASHRAE foi contratada para identificar<br />
novas oportunidades que visam a melhoria da<br />
eficiência energética.<br />
A preocupação com o descarte consciente<br />
de resíduos se reflete em números: graças a<br />
um trabalho de coleta seletiva e triagem, 100%<br />
dos resíduos não orgânicos gerados pelo edifício<br />
são encaminhados para a reciclagem. Os<br />
resíduos orgânicos são encaminhados para<br />
aterros sanitários.<br />
Com todas essas medidas, o edifício FL 3500<br />
conseguiu atingir 62 pontos, lhe garantindo<br />
a certificação LEED na categoria Gold, em<br />
agosto de 2016. Destaque para os itens “Uso<br />
Racional da Água”, que atingiu 13 de 14 pontos<br />
possíveis e “Inovação em Operação”, que<br />
conquistou 5 dos 6 pontos possíveis.<br />
A consultoria ficou a cargo do CTE. “O interessante<br />
desse edifício é que estamos falando<br />
de um espaço com tripla certificação. Esse é<br />
um caso em que se percebem os benefícios<br />
somados dessas três certificações, resultando<br />
em um prédio altamente eficiente e muito bem<br />
operado”, analisa Wagner Oliveira, gerente de<br />
sustentabilidade do CTE.<br />
David Douek<br />
João Vieria<br />
Wagner Oliveira<br />
© Divulgação Cushman ©Divulgação OTEC<br />
© Divulgação CTE<br />
24 fev-mar/17 rev/gbc/br
CONSTRUINDO HISTÓRIA<br />
Presidente da Método Potencial<br />
Engenharia<br />
© Divulgação Método Potencial<br />
O modo como enxergamos<br />
o mundo a nossa volta mudou.<br />
A necessidade de um comportamento<br />
sustentável é marcante<br />
nos mais diversos setores de<br />
nossa sociedade. As pessoas<br />
em seu dia a dia e as empresas<br />
em seus negócios têm pensado,<br />
discutido e apresentado<br />
soluções para uma coexistência<br />
inteligente e harmoniosa com o<br />
meio ambiente. Tratar o assunto<br />
apenas como mais um diferencial<br />
competitivo é uma atitude superficial<br />
que trará, a seu tempo,<br />
resultados não eficazes.<br />
Dispensar inteiramente esta<br />
visão de curto prazo extremamente<br />
comum nas empresas<br />
é um grande desafio. Desafio<br />
este que vai além de questões<br />
técnicas, pois a maior barreira<br />
a ser vencida é a cultural; afinal<br />
é muito mais fácil assimilar uma<br />
nova técnica que um novo valor.<br />
Pensar diferente é preparar os<br />
primeiros passos para uma nova<br />
ação. Acredito que é responsabilidade<br />
das entidades públicas<br />
e privadas propor à sociedade<br />
mudanças reais de paradigmas<br />
quanto ao tema meio ambiente.<br />
Contribuir para a construção<br />
de uma nova visão sobre<br />
sustentabilidade sempre foi um<br />
dos princípios da Método Potencial<br />
Engenharia. Acreditamos<br />
que nossa influência pode ser<br />
exercida em diferentes níveis, a<br />
começar pelo nosso time, passando<br />
pelos projetos em que<br />
participamos, pelos parceiros,<br />
fornecedores, clientes, usuários<br />
finais de uma obra e até pela comunidade<br />
em seu entorno. Em<br />
nossas construções há esta relação<br />
de interação que nos permite<br />
transmitir valores socialmente<br />
orientados em diferentes níveis.<br />
Na década de 80, em uma iniciativa<br />
pioneira em nosso setor,<br />
lançamos o Projeto <strong>Ed</strong>ucar para<br />
o Amanhã, que promovia ações<br />
de alfabetização nos canteiros<br />
de nossas obras. Esta iniciativa<br />
prática promovia o bem-estar<br />
dos colaboradores melhorando<br />
sua confiança oferecendo-lhes<br />
a oportunidade de terem uma<br />
perspectiva melhor, pois este é o<br />
primeiro passo para que uma cultura<br />
seja mais bem assimilada.<br />
Após este período começamos<br />
a enxergar que a melhor oportunidade<br />
de agregar valor a uma<br />
obra era estar presente na elaboração<br />
de seu projeto. Desde<br />
então, para nós, não existe obra<br />
melhor que seu projeto. Otimizar<br />
recursos, fazer engenharia de valor,<br />
aplicar as melhores praticas<br />
de sustentabilidade entre outras<br />
ações do pré-obra foram incorporadas<br />
a nossa metodologia de<br />
trabalho. Desta fase em diante, a<br />
Método começou a se diferenciar<br />
no cenário nacional também no<br />
quesito da sustentabilidade.<br />
A partir do início do novo<br />
milênio trouxemos para o <strong>Brasil</strong> o<br />
conceito de <strong>Ed</strong>ifício Verde desenvolvido<br />
pelo United States Green<br />
Building Council. Fomos a primeira<br />
empresa nacional a participar<br />
d US<strong>GBC</strong>. Com isso, a companhia<br />
pode criar procedimentos<br />
que diminuíssem o impacto sobre<br />
o meio ambiente, priorizando<br />
e racionalizando o uso correto de<br />
insumos naturais nas construções.<br />
Em 2002 nos filiamos ao<br />
US<strong>GBC</strong> com acesso ao material<br />
LEED, que orienta, padroniza,<br />
mensura, classifica e certifica as<br />
obras Green Building. Seis anos<br />
depois nos tornamos um dos<br />
membros fundadores do Conselho<br />
<strong>Brasil</strong>eiro de Construção Sustentável<br />
e também do Green Building<br />
Council <strong>Brasil</strong>. Atualmente<br />
mantemos ativas nossas ações<br />
através da Método Green. Como<br />
participante ativa das discussões<br />
sobre meio ambiente no <strong>Brasil</strong>, a<br />
Método Green tem como objetivo,<br />
em todos os projetos com os<br />
quais se envolve, extrair, desde a<br />
fase de concepção do projeto, os<br />
26 fev-mar/17 rev/gbc/br
CONSTRUINDO HISTÓRIA<br />
A construção de uma nova visão<br />
sobre a sustentabilidade<br />
potenciais que garantam as melhores<br />
práticas do mercado em<br />
sustentabilidade.<br />
Esta unidade da empresa<br />
oferece alternativas aos clientes<br />
sem prejudicar a estética do<br />
projeto, sugerindo diferentes sistemas<br />
de ventilação, iluminação,<br />
reuso de água, troca de materiais,<br />
entre outros aspectos de projeto<br />
e especificação que tornam o<br />
empreendimento mais sustentável,<br />
focando tanto a economia na<br />
implantação da obra (alternativas<br />
construtivas econômicas) quanto<br />
a economia na operação dos<br />
edifícios. Estas propostas ainda<br />
facilitam a obtenção de certificação,<br />
mesmo que esta não seja a<br />
prioridade do projeto.<br />
Além disso, a Método possui<br />
a certificação ISO 14.001,<br />
garantindo que nossos canteiros<br />
de obra sigam todos os requisitos<br />
necessários relacionados ao<br />
cuidado com o meio ambiente<br />
no campo. Ampliamos e atualizamos<br />
nosso know how através de<br />
ações comerciais participando<br />
em comitês, congressos, eventos<br />
e treinamentos. Como pioneiros<br />
na tecnologia BIM (Building<br />
Information Modeling), buscamos<br />
também ferramentas modernas<br />
aplicadas ao processo de<br />
desenvolvimento dos projetos.<br />
Acredito que construir um legado<br />
é poder compartilhar valores com<br />
o mercado deixando nossa marca<br />
na história. Posso dizer que<br />
a Método Potencial Engenharia<br />
tem investido e se empenhado<br />
para manter este ideal.<br />
Como um exemplo do alinhamento<br />
de nossa metodologia<br />
de sustentabilidade, poderíamos<br />
citar diversos cases, porém a<br />
obra do Infinity Tower, edifício<br />
corporativo de alto padrão na região<br />
sul de São Paulo, é uma ótima<br />
referência de como a Método,<br />
em parceria com seus clientes, é<br />
capaz de proporcionar alternativas<br />
sustentáveis para soluções<br />
de projetos transformando as<br />
obras em marcos importantes.<br />
Neste empreendimento, o<br />
projeto original previa a especificação<br />
de uma grande parede em<br />
Cumaru no lobby. Realizamos<br />
um estudo aprofundado e propusemos<br />
ao cliente e à equipe de<br />
design a substituição do Cumaru<br />
por um painel de madeira de reflorestamento.<br />
Esta substituição<br />
garantiu a pontuação necessária<br />
para a certificação Leed Gold,<br />
sem abrir mão da qualidade e<br />
estética definidas pelo arquiteto.<br />
Independentemente da certificação,<br />
a Método busca estar em<br />
constante alinhamento com as<br />
melhores práticas de sustentabilidade<br />
na construção civil.<br />
Sabemos que não existem<br />
soluções definitivas para as diversas<br />
situações que nos são<br />
propostas no exercício de nossa<br />
função. Portanto continuaremos<br />
a explorar, a aprender e a melhorar<br />
sempre. Estarmos dispostos<br />
a romper com visões e metodologias<br />
obsoletas é a base para<br />
alcançarmos uma coexistência<br />
inteligente. Este é um princípio<br />
que permeia nossa estratégia e<br />
ações. A inovação, de fato, está<br />
em nosso DNA.<br />
Este tem sido um de nossos<br />
diferenciais neste setor extremamente<br />
concorrido e que lida<br />
diretamente com o bem-estar<br />
das pessoas na sociedade, pois,<br />
como indivíduos, passamos a<br />
maior parte de nossa vida em<br />
ambientes construídos, seja por<br />
lazer, estudo, trabalho ou moradia.<br />
Além disso, a construção<br />
civil é um dos segmentos que<br />
mais utilizam recursos naturais.<br />
Sob este panorama, inovar está<br />
intrinsecamente relacionado com<br />
a criação de soluções que, afinal,<br />
proporcionem menor impacto<br />
nos recursos naturais e que tragam<br />
bem-estar real às pessoas.<br />
Fazer do status quo é ser um<br />
agente de progresso, tanto para<br />
o setor quanto para a sociedade<br />
em geral. Em outras palavras, a<br />
inovação é uma ferramenta de<br />
construção da história. Temos<br />
alcançado êxito nessas esferas,<br />
porém ainda existem muitos outros<br />
aspectos a serem considerados<br />
quando se trata de coexistência<br />
inteligente. Empresas e<br />
estado ainda precisam dar muitos<br />
passos na mesma direção<br />
para que, complementando seus<br />
esforços, estejam cada vez mais<br />
perto de uma sociedade melhor.<br />
Sou otimista quanto ao futuro<br />
da construção sustentável no<br />
<strong>Brasil</strong>. Por mais que ainda tenhamos<br />
um longo caminho a trilhar,<br />
temos conquistado significativos<br />
avanços em prol deste tema tão<br />
indispensável atualmente. Ao<br />
longo de 43 anos de existência,<br />
a Método Potencial Engenharia<br />
tem feito sua parte em buscar<br />
soluções para agregar valor a<br />
sociedade respeitando o meio<br />
ambiente. Queremos continuar<br />
inovando por muito tempo. Hoje<br />
podemos ver os frutos das iniciativas<br />
tomadas há mais de 20<br />
anos atrás quando tudo o que<br />
atualmente é prática usual no<br />
mercado era visto como extremamente<br />
difícil e muitas vezes<br />
impossível de se realizar. Estes<br />
tais “impossíveis” continuam<br />
aparecendo e alguns deles dizem<br />
respeito à sustentabilidade.<br />
Portanto, acreditar que seu negócio<br />
pode ser socialmente orientado<br />
é o primeiro passo rumo ao<br />
futuro e a construção de uma história<br />
positiva. Aos novos players<br />
deste mercado, o meu recado é<br />
que todo legado começa com<br />
uma mudança de pensamento e<br />
que podem contar com o auxílio<br />
de parceiros como o <strong>GBC</strong> <strong>Brasil</strong><br />
para diversas iniciativas sustentáveis.<br />
revistagbcbrasil.com.br 27<br />
fev-mar/17
inovação<br />
CTE cria solução em<br />
consultoria para ajudar<br />
clientes a atingir eficiência<br />
energética de portfólios<br />
Por Paulo Dias<br />
ENTREVISTA<br />
Wagner<br />
Oliveira,<br />
CTE<br />
O<br />
CTE (Centro de Tecnologia de <strong>Ed</strong>ificações)<br />
passou a oferecer mais um serviço de consultoria<br />
a seus clientes. O foco dessa vez é a<br />
eficiência energética de portfólios (redes de<br />
estabelecimentos ou edifícios). Na entrevista<br />
abaixo Wagner Oliveira, gerente de sustentabilidade<br />
do CTE, fala um pouco mais sobre<br />
essa iniciativa e como ela pode beneficiar os clientes que buscam<br />
por economia e eficiência no consumo energético.<br />
Explique como é feita a consultoria com base na análise do<br />
portfólio de clientes.<br />
Wagner Oliveira. O trabalho consiste em um programa sistêmico<br />
de gestão energética, onde o portfólio é avaliado e segmentado<br />
em grupos e subgrupos que permita uma correlação entre<br />
os diferentes sites. Em redes de varejo, por exemplo, é possível<br />
realizar a uma segmentação por tipo de loja, metragem quadrada<br />
e localização em lojas rua ou shopping Center, já edifícios de<br />
escritório é possível adotar outras segmentações, tal como tipo<br />
de ar condicionado, idade do empreendimento, classificação do<br />
empreendimento (AAA, A, B), dentre outras.<br />
Com essa segmentação, conseguimos fazer um benchmarking<br />
desse portfólio, através de indicadores de consumo de energia<br />
por metro quadrado, ou outro indicador que faça sentido para<br />
aquele portfólio. Após a segmentação, realizamos avaliações<br />
amostrais deste agrupamento através de medições in loco.<br />
28 fev-mar/17 rev/gbc/br
inovação<br />
Como são feitas essas medições?<br />
WO. As medições são realizadas com o objetivo de identificar a<br />
representatividade de cada uso final no consumo total do site,<br />
ou seja, se o ar condicionado representa 30% ou 60% do consumo<br />
por exemplo.<br />
Com base nas medições, na avaliação dos perfis de uso dos<br />
sites e nas variáveis climáticas, como temperatura, umidade,<br />
horas de resfriamento, etc., é possível através de software on-<br />
-line identificar um perfil de consumo “ideal” para cada agrupamento,<br />
permitindo identificar os sites que apresentam consumo<br />
acima do ideal e focar esforços para tomada de ações corretivas,<br />
ou seja, montamos um benchmarking específico para cada<br />
portfólio do cliente.<br />
•<br />
•<br />
•<br />
O que é feito após o levantamento de dados e identificação<br />
de potenciais melhorias?<br />
WO. A partir do momento que os dados são levantados, encaixamos<br />
o empreendimento em um dos três patamares de<br />
consumo de energia: o típico (que é o aceitável), o ineficiente e<br />
o eficiente. Isso é importante porque o dono do portfólio pode<br />
analisar as unidades e, por exemplo, refletir que ao invés de<br />
uma ação geral, pode ir especificamente em um empreendimento<br />
[não eficiente] e realizar ações ali. Essas ações podem<br />
ser operacionais, substituição de tecnologia (em iluminação, no<br />
sistema de ar condicionado, etc) ou ainda outras medidas que<br />
sirvam para gerar resultados positivos.<br />
•<br />
•<br />
•<br />
•<br />
Como é feita a manutenção e renovação desses dados coletados?<br />
WO. Além do processo inicial para fazer esse levantamento,<br />
que foi descrito acima, temos também um programa de monitoramento.<br />
São medidores instalados nas unidades que fazem<br />
esse monitoramento. Com um único equipamento conseguimos<br />
monitorar até 24 pontos de consumo. Com base nisso,<br />
conseguimos manter informações periódicas à disposição do<br />
cliente. Ele consegue ter acesso online a esses indicadores.<br />
Além disso, prestamos um serviço mensal de consultoria para<br />
apontar onde estão as distorções e assim evitar que ele continue<br />
consumindo energia desnecessariamente.<br />
•<br />
•<br />
•<br />
PRINCIPAIS CLIENTES E BENEFICIÁRIOS:<br />
Setor privado:<br />
Setor público:<br />
Pesquisa e desenvolvimento e cooperação internacional:<br />
revistagbcbrasil.com.br 29<br />
fev-mar/17
DOSSIÊ SOLUÇÕES<br />
GOVERNO E INICIATIVA<br />
PRIVADA UNIDOS<br />
EM BUSCA DE MAIOR<br />
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA<br />
No <strong>Brasil</strong>, o consumo de energia elétrica<br />
nas edificações residenciais, comerciais,<br />
de serviços e públicas é bastante<br />
significativo, correspondendo<br />
aproximadamente a metade do total<br />
da eletricidade consumida no país.<br />
Estudos mostram que o potencial de redução do<br />
consumo com medidas que visam utilizar a energia<br />
de forma mais consciente é enorme: 50% para novas<br />
edificações e 30% para aquelas que promoverem reformas<br />
que contemplem os conceitos de eficiência<br />
energética em edificações.<br />
30 fev-mar/17 rev/gbc/br
DOSSIÊ SOLUÇÕES<br />
©Acervo EY<br />
Por Taís Cruz<br />
São muitas as medidas que podem<br />
ser adotadas para atingir<br />
níveis satisfatórios de eficiência<br />
é preciso tomar uma série de<br />
medidas, e em diversos campos.<br />
Dentre essas estão os programas<br />
nacionais de promoção,<br />
treinamento e execução dessas<br />
medidas até as certificações,<br />
como o LEED, para as construções<br />
sustentáveis.<br />
A energia elétrica percorre um<br />
longo caminho desde a sua geração<br />
até o consumidor final. Grande<br />
parte dessa energia é desperdiçada<br />
tanto pelo mau uso<br />
quanto pela falta de planejamento<br />
e equipamentos adequados<br />
para a sua distribuição e uso. Por<br />
meio de medidas e estratégias é<br />
possível combater o desperdício.<br />
Ministério do Meio<br />
Ambiente e seu papel<br />
nas políticas públicas<br />
O Projeto de Transformação do<br />
Mercado para a Eficiência Energética<br />
no <strong>Brasil</strong> é um dos principais<br />
trabalhos da Secretaria de<br />
Mudanças Climáticas do Ministério<br />
do Meio Ambiente (MMA).<br />
Esse projeto tem como objetivo<br />
de incentivar o mercado de eficiência<br />
energética, especificamente<br />
em edificações públicas,<br />
comerciais e de serviços. O<br />
MMC é coordenador e executor<br />
de dois componentes desse projeto:<br />
a capacitação do mercado<br />
e incentivo de inclusão de requisitos<br />
de eficiência energética na<br />
administração pública.<br />
“Dentro dessas duas correntes<br />
a gente tem realizado uma série<br />
de trabalhos buscando identificar<br />
quais são os principais trabalhos<br />
do governo de mais eficácia no<br />
desempenho de suas atividades<br />
para que possamos apoia-<br />
-los. Cito como exemplos o PDE<br />
<strong>Ed</strong>ifica (programa brasileiro de<br />
eficiência energética em edificações)<br />
e o programa de eficiência<br />
energética da ANEEL, que é um<br />
dos principais recursos para eficiência<br />
energética hoje no <strong>Brasil</strong>.<br />
Nós temos uma série de capacitações<br />
que já foram realizadas<br />
e outras previstas para este ano<br />
sobre o programa de etiquetagem<br />
dos edifícios. Por conta do<br />
envolvimento nesses projetos<br />
nós temos concentrado as nos-<br />
revistagbcbrasil.com.br 31<br />
fev-mar/17
DOSSIÊ SOLUÇÕES<br />
eficiência energética<br />
O consumo irracional e o desperdício energético<br />
tem sido uma preocupação cada vez mais constante,<br />
ainda mais por conta do aumento do valor da<br />
conta de energia elétrica. Para buscar alternativas,<br />
diversas ações estão sendo fomentadas neste campo<br />
©Divulgação<br />
“TEMOS UMA SÉRIE DE<br />
CAPACITAÇÕES QUE JÁ<br />
FORAM REALIZADAS<br />
E OUTRAS PREVISTAS<br />
PARA ESTE ANO SOBRE<br />
O PROGRAMA DE<br />
ETIQUETAGEM DOS<br />
EDIFÍCIOS. POR CONTA<br />
DO ENVOLVIMENTO<br />
NESSES PROJETOS NÓS<br />
TEMOS CONCENTRADO<br />
AS NOSSAS<br />
CAPACITAÇÕES NESSA<br />
TEMÁTICA”<br />
Alexandra A. Maciel<br />
Ministério do Meio<br />
Ambiente<br />
sas capacitações nessa temática”,<br />
diz Alexandra Albuquerque<br />
Maciel, coordenadora de investigação<br />
de mudança do clima do<br />
Ministério do Meio Ambiente.<br />
Com o crescimento do setor<br />
energético inerente ao processo<br />
de desenvolvimento nacional e o<br />
fato de o setor de edificações responderem<br />
atualmente por mais<br />
de 40% do total da eletricidade<br />
consumida no <strong>Brasil</strong>, chegou-se à<br />
conclusão de que a promoção da<br />
eficiência energética em edificações<br />
é uma estratégia de relevância<br />
cada vez maior para a mitigação<br />
da mudança global do clima.<br />
Para isso foi criado o Projeto de<br />
Transformação do Mercado de<br />
Eficiência Energética no <strong>Brasil</strong>,<br />
apelidado de Projeto 3E, com o<br />
objetivo influenciar e desenvolver<br />
o mercado de eficiência energética<br />
em edificações comerciais<br />
e públicas, visando contribuir<br />
com a economia de até 106,7<br />
TWh de eletricidade nos próximos<br />
20 anos e com a redução<br />
de emissões de gases de efeito<br />
estufa em até 3 milhões de toneladas<br />
de dióxido de carbono.<br />
Os componentes necessários<br />
ao desenvolvimento do mercado<br />
de eficiência energética no<br />
<strong>Brasil</strong> considerados pelo projeto<br />
são: capacitação e sensibilização,<br />
promoção de eficiência<br />
energética em prédios públicos<br />
e o mecanismo de garantia para<br />
financiamento de projetos de eficiência<br />
energética.<br />
O próprio MMA passou a promover<br />
essas medidas dentro<br />
dos edifícios de órgãos públicos.<br />
“Contratamos o CBCS (Conselho<br />
<strong>Brasil</strong>eiro de Construção Sustentável)<br />
para realizar o Benchmarking<br />
Energético em <strong>Ed</strong>ificações<br />
para avaliar o consumo energético<br />
dos edifícios públicos,<br />
escritórios e edificações acima<br />
de 500 m². Esse trabalho está<br />
sendo importante para o governo<br />
para conseguirmos juntar os<br />
dados necessários para saber o<br />
quanto o governo consome de<br />
energia nos edifícios públicos e<br />
quais os principais usos energéticos<br />
no setor”, conta Alexandra.<br />
Plano Nacional de Eficiência<br />
Energética<br />
O Plano Nacional de Eficiência<br />
Energética (PNEf) estabelece<br />
diretrizes e projeções do consumo<br />
racional de energia elétrica<br />
para o período de 2010 a 2030.<br />
32 fev-mar/17 rev/gbc/br
DOSSIÊ SOLUÇÕES<br />
O Plano também traz estratégias<br />
de eficiência energética para os<br />
setores da indústria e de micro,<br />
pequenas e médias empresas,<br />
bem como para transportes,<br />
educação, prédios públicos, iluminação<br />
pública, saneamento e<br />
aquecimento solar de água. Estabelece<br />
as diretrizes no âmbito<br />
dos Programas Procel (Programa<br />
Nacional de Conservação<br />
de Energia Elétrica) e o CONPET<br />
(Programa Nacional de Racionalização<br />
do Uso dos Derivados do<br />
Petróleo e do Gás Natural). Uma<br />
das premissas e diretrizes básicas<br />
do plano, a meta de redução<br />
é de 10% do consumo de energia<br />
elétrica ao final de 2030.<br />
“O Plano Nacional de Eficiência<br />
Energética foi desenhado na forma<br />
de diretrizes. Sendo assim,<br />
de certa forma, ele cumpriu o seu<br />
papel. Na medida em que todos<br />
os entes do governo, que não são<br />
poucos, estão seguindo essas<br />
diretrizes. Nós identificamos que,<br />
pelo menos nove ministérios têm<br />
que alguma forma de atuação<br />
direta ou indireta na questão da<br />
eficiência energética. Além dos<br />
Ministérios, também os agentes<br />
coligados como a Agência Nacional<br />
de Energia Elétrica e a Agência<br />
Nacional do Petróleo. Essas<br />
agências promoveram e promovem<br />
a eficiência energética nos<br />
seus projetos e nas suas instituições<br />
usando o PNEf como norte”,<br />
explica Carlos Alexandre P. Pires<br />
- Diretor do Departamento de Desenvolvimento<br />
Energético.<br />
Do ponto de vista do MME a política<br />
pública nacional caminha<br />
para unificar os dois principais<br />
programas de eficiência energética,<br />
o Procel e CONTEP. “Nós<br />
estamos caminhando para uma<br />
mudança estrutural, relacionada<br />
à criação de uma sinergia entre<br />
esses dois planos, aproveitando<br />
o que cada um tem de melhor e<br />
uni-los, para que em curto e médio<br />
prazo nós consigamos atingir<br />
resultados otimizados tanto<br />
para a eletricidade quanto para<br />
petróleo e gás. A final de contas,<br />
energia é uma coisa só, do ponto<br />
de vista do planejamento”, afirma<br />
Carlos Alexandre.<br />
Procel <strong>Ed</strong>ifica<br />
O Procel <strong>Ed</strong>ifica – Programa Nacional<br />
de Eficiência Energética<br />
em <strong>Ed</strong>ificações atua há treze<br />
anos conjuntamente com o Ministério<br />
de Minas e Energia, Ministério<br />
das Cidades, entidades<br />
governamentais, centros acadêmicos,<br />
pesquisadores e o setor<br />
da construção civil, com o objetivo<br />
de incentivar a conservação<br />
e o uso eficiente dos recursos<br />
naturais (água, luz, ventilação<br />
etc.) nas edificações brasileiras,<br />
reduzindo o desperdício e os<br />
impactos sobre o meio ambiente.<br />
Com o objetivo de promover<br />
o uso racional de energia elétrica<br />
em edificações.<br />
Em busca da divulgação e da<br />
aplicação do conceito de eficiência<br />
energética, o Procel <strong>Ed</strong>ifica<br />
trabalha através de seis vertentes<br />
de atuação: Capacitação, Tecnologia,<br />
Disseminação, Regulamentação,<br />
Habitação, Eficiência<br />
Energética e Planejamento. Em<br />
maio do ano passado o programa<br />
obteve uma conquista importante<br />
através da Lei 13.280, que estabelece<br />
que 20% dos recursos previstos<br />
para a eficiência energética<br />
por parte das concessionárias de<br />
distribuição de energia elétrica sejam<br />
destinados ao Procel. Esses<br />
recursos garantem R$ <strong>12</strong>0 milhões<br />
por ano ao programa.<br />
Além do Procel <strong>Ed</strong>ifica, há também<br />
o Selo Procel <strong>Ed</strong>ificações<br />
estabelecido ha dois anos, que<br />
é um instrumento de adesão<br />
voluntária cujo objetivo principal<br />
é identificar as edificações que<br />
apresentem as melhores classificações<br />
de eficiência energética<br />
em uma dada categoria, motivando<br />
o mercado consumidor<br />
a adquirir e utilizar imóveis mais<br />
eficientes. Segundo a divulgação<br />
dos resultados do programa em<br />
2015, o Selo foi concedido para<br />
um total de 21 edificações construídas<br />
e 10 edificações na etapa<br />
de projeto.<br />
Benchmarks e desempenho<br />
energético de<br />
edificações<br />
Os benchmarks são indicadores<br />
que permitem comparar o<br />
desempenho energético de um<br />
edifício com a média do setor,<br />
eles são essenciais para o de-<br />
“ALÉM DOS<br />
MINISTÉRIOS,<br />
TAMBÉM OS AGENTES<br />
COLIGADOS COMO A<br />
AGÊNCIA NACIONAL DE<br />
ENERGIA ELÉTRICA E<br />
A AGÊNCIA NACIONAL<br />
DO PETRÓLEO.<br />
ESSAS AGÊNCIAS<br />
PROMOVERAM<br />
E PROMOVEM A<br />
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA<br />
NOS SEUS PROJETOS E<br />
NAS SUAS INSTITUIÇÕES<br />
USANDO O PNEF COMO<br />
NORTE”<br />
Carlos Alexandre<br />
P. Pires<br />
Ministério do Meio<br />
Ambiente<br />
©Divulgação<br />
revistagbcbrasil.com.br 33<br />
fev-mar/17
DOSSIÊ SOLUÇÕES<br />
ferença entre o consumo real<br />
em operação e o consumo que<br />
foi previsto. Essa diferença pode<br />
chegar a ser até 50% maior. Ou<br />
seja, edifícios que fizeram tudo<br />
certo e até foram certificados não<br />
estão atingindo o nível de eficiência<br />
energética necessário porque<br />
não tem o acompanhamento do<br />
desempenho energético na fase<br />
de operação”, afirma ainda <strong>Ed</strong>ward<br />
Borgstein.<br />
Os dados do benchmark e conhecimento<br />
gerado pelo CBCS<br />
servirão como base para a futura<br />
elaboração (pelo Procel) de<br />
etiquetas prediais que registrem<br />
o consumo real do edifício e o<br />
compare a indicadores apropriados,<br />
com o objetivo de classificar<br />
sua eficiência. A etiqueta<br />
estará alinhada com a etiquetagem<br />
atual do PBE edifica, a fim<br />
de facilitar a compreensão geral.<br />
Essas etiquetas são ferramentas<br />
mais eficazes para redução de<br />
consumo de energia no ambiente<br />
construído. Existem três tipos<br />
de etiqueta de nível de eficiência<br />
energética em edificações: a etiqueta<br />
de projeto, a etiqueta de<br />
edifício construído e a etiqueta<br />
de consumo em uso.<br />
“É essencial que uma ferramenta<br />
para medir, acompanhar e melhorar<br />
a eficiência energética real<br />
desses edifícios para diminuir a<br />
conta de energia. O que a gente<br />
quer reduzir é a conta de energia<br />
final do edifício, para isso a primeira<br />
etapa é criar um relatório<br />
e um banco de dados. O CBCS<br />
construiu ao longo dos anos um<br />
banco de dados de milhares de<br />
edifícios com seus consumos<br />
medidos e os descontos na coneficiência<br />
energética<br />
Imagem: Pixabay<br />
“É ESSENCIAL QUE UMA<br />
FERRAMENTA PARA<br />
MEDIR, ACOMPANHAR<br />
E MELHORAR A<br />
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA<br />
REAL DESSES EDIFÍCIOS<br />
PARA DIMINUIR A<br />
CONTA DE ENERGIA.<br />
O QUE A GENTE QUER<br />
REDUZIR É A CONTA<br />
DE ENERGIA FINAL DO<br />
EDIFÍCIO, PARA ISSO<br />
A PRIMEIRA ETAPA É<br />
CRIAR UM RELATÓRIO E<br />
UM BANCO DE DADOS.”<br />
<strong>Ed</strong>ward Borgstein<br />
Mitsidi<br />
©Divulgação Mitsidi<br />
senvolvimento de instrumentos<br />
para redução de consumo de<br />
energia, como etiquetas prediais<br />
de eficiência energética. “Para<br />
trabalhar com eficiência energética<br />
em edifícios existentes a<br />
primeira coisa que você precisa<br />
é uma forma de medir o que é eficiente<br />
que o que não é. Nenhum<br />
banco de dados e conhecimento<br />
sobre esse tipo de consumo<br />
existia. Então, começamos pela<br />
base vislumbrando futuras etapas.<br />
Esse documento é um trabalho<br />
de abrangência nacional<br />
de eficiência energética em edifícios<br />
existentes”, explica <strong>Ed</strong>ward<br />
Borgstein, voluntário no comitê<br />
temático de energia do CBCS –<br />
Conselho <strong>Brasil</strong>eiro de Construção<br />
Sustentável.<br />
“As informações sobre o consumo<br />
de um edifício em funcionamento<br />
é o que a gente chama<br />
de desempenho energético operacional.<br />
Isso é muito importante,<br />
se você analisar, que até em<br />
edifícios novos e certificados<br />
LEED, em muitos casos, há di-<br />
34 fev-mar/17 rev/gbc/br
DOSSIÊ SOLUÇÕES<br />
ta de energia de forma que fosse<br />
possível mapear o consumo real<br />
em determinada tipologia e situação<br />
de uso. A partir daí começamos<br />
a fazer as visitas técnicas<br />
e desenvolvemos uma metodologia<br />
de benchmark específica<br />
para o <strong>Brasil</strong> pegando os melhores<br />
exemplos de vários países<br />
onde isso está sendo feito. Com<br />
essa metodologia foi possível desenvolver<br />
ferramentas de avaliação<br />
de eficiência energética em<br />
edifícios”, explica <strong>Ed</strong>ward.<br />
O processo de etiquetagem<br />
operacional entrou no plano de<br />
atividades do Procel este ano,<br />
com base nos trabalhos realizados<br />
pelo CBCS. Diversos edifícios<br />
passaram por processos<br />
de benchmarking e avaliação de<br />
desempenho. Está sendo finalizado<br />
o desenvolvimento do projeto<br />
de benchmarks para prédios<br />
públicos. Em breve, pretende-se<br />
iniciar novo projeto com o desenvolvimento<br />
de indicadores para<br />
prédios residenciais.<br />
Possibilitando projetos<br />
sustentáveis<br />
Para que os projetos de eficiência<br />
energética possam sair do<br />
papel é preciso investimento<br />
financeiro. A Atla Consultoria é<br />
uma das empresas que viabiliza<br />
esse investimento, oferecendo<br />
aos clientes, parceiros e investidores<br />
estruturação financeira<br />
customizada para projetos nas<br />
áreas de energias renováveis, eficiência<br />
energética e cogeração<br />
de energia.<br />
“A Atla é uma empresa de consultoria<br />
financeira focada em projetos<br />
na área de energia. Somos<br />
especializados em captar recursos<br />
financeiros nessa área. E<br />
dentro desse escopo de especialização<br />
nós fomos contratados<br />
pelo Banco Interamericano de<br />
Desenvolvimento, para servir de<br />
instrumento que oferece garantia<br />
para projetos na área de eficiência<br />
energética e energias renováveis”,<br />
conta Álvaro Silveira, sócio<br />
e fundador da Atla Consultoria.<br />
Para que um projeto seja financiado<br />
tanto por bancos públicos<br />
ou privados, ou agências de fomento<br />
(como o BNDES), ou por<br />
qualquer entidade que tenha<br />
interesse de investir nessa obra<br />
que visa a redução do consumo<br />
de energia elétrica, a Atla atua<br />
como uma espécie de fiadora,<br />
concedendo uma carta similar a<br />
uma carta de fiança, que é uma<br />
garantia real considerada pelo<br />
Desenvolve São Paulo – Agência<br />
de Desenvolvimento Paulista<br />
é uma instituição financeira do<br />
Governo do Estado de São Paulo<br />
que oferece as melhores opções<br />
de financiamento para transformar<br />
o projeto de crescimento da<br />
sua empresa em realidade.<br />
A consultoria atua no <strong>Brasil</strong> há<br />
mais de sete anos junto a diversos<br />
parceiros e investidores para<br />
promover formas inovadoras<br />
de financiar projetos na área de<br />
energia e redução do impacto<br />
ambiental. Em 20<strong>12</strong> a empresa<br />
foi contratada pelo Banco Interamericano<br />
de Desenvolvimento<br />
(BID) como administrador exclusivo<br />
do Mecanismo de Garantia<br />
para Projetos de Eficiência Energética,<br />
atuando desde então<br />
como consultores para organismos<br />
multilaterais como o Banco<br />
Mundial, International Finance<br />
Corporation, GIZ, entre outros.<br />
“O Mecanismo e Garantia para<br />
Projetos de Eficiência Energética<br />
tem por objetivo apoiar as emissões<br />
de CO2 no <strong>Brasil</strong>. O Banco<br />
Interamericano de desenvolvimento<br />
através desse mecanismo<br />
procura tirar do papel boas ideias<br />
que tenham por objetivo reduzir<br />
essa carga de emissão de gás<br />
carbônico”, afirma Álvaro.<br />
O Shopping Pátio Paulista que<br />
recentemente substituiu o seu<br />
sistema de iluminação e climatização<br />
por equipamentos mais<br />
eficientes é um exemplo de projeto<br />
que a Atla tornou possível.<br />
Outro exemplo é o da Contax<br />
Center, empresa de Call Center,<br />
que também fez o retrofit de todo<br />
o seu sistema de climatização.<br />
Em edifícios como o da Contax<br />
que é ocupado 24 horas por dia,<br />
o retorno do investimento realizado<br />
é atingido muito mais rápido<br />
porque a diminuição do consumo<br />
impacta de forma mais efetiva<br />
ainda em edifícios ocupados<br />
por durante muito tempo.<br />
“O MECANISMO<br />
E GARANTIA<br />
PARA PROJETOS<br />
DE EFICIÊNCIA<br />
ENERGÉTICA TEM POR<br />
OBJETIVO APOIAR<br />
AS EMISSÕES DE CO2<br />
NO BRASIL. O BANCO<br />
INTERAMERICANO DE<br />
DESENVOLVIMENTO<br />
ATRAVÉS DESSE<br />
MECANISMO PROCURA<br />
TIRAR DO PAPEL BOAS<br />
IDEIAS QUE TENHAM<br />
POR OBJETIVO<br />
REDUZIR ESSA CARGA<br />
DE EMISSÃO DE GÁS<br />
CARBÔNICO”<br />
Álvaro Silveira<br />
Atla Consultoria<br />
©Divulgação Atla<br />
revistagbcbrasil.com.br 35<br />
fev-mar/17
DOSSIÊ SOLUÇÕES<br />
eficiência energética<br />
Mitsidi: em busca da<br />
eficiência energética<br />
sem se esquecer<br />
das pessoas e<br />
das necessidades<br />
específicas<br />
brasileiras<br />
Por Taís Cruz<br />
Com o ambicioso objetivo de<br />
transformar o setor energético<br />
no <strong>Brasil</strong>, a Mitsidi Projetos<br />
nasceu em 2014 em<br />
São Paulo da parceria entre<br />
especialistas de alto nível<br />
com diversas formações na área de energia.<br />
Desde então, a empresa tem crescido a cada<br />
projeto realizado com sucesso, mais convicta<br />
de seus objetivos.<br />
“A Mitsidi nasceu da necessidade de fazer<br />
uma transformação radical na forma que<br />
a sociedade usa a energia. O mercado de<br />
energia vem mudando muito nos últimos<br />
anos, cada vez mais se ouve falar de eficiência<br />
energética e redução de consumo, mas<br />
a maior parte das empresas que trabalham<br />
nesse ramo, trabalham com uma tecnologia<br />
específica. Com um olhar mais global, o nosso<br />
foco é analisar a edificação como um todo<br />
para identificar os melhores caminhos para a<br />
redução do consumo energético”, conta André<br />
de Dominicis – Diretor de Desenvolvimento<br />
da Mitsidi.<br />
Na busca incessante pela otimização de<br />
energia, a Mitsidi vai além de uma empresa<br />
de consultoria de eficiência energética devido<br />
à abrangência da sua atuação, que engloba<br />
desde a troca de um sensor de temperatura<br />
num edifício até o desenvolvimento de índices<br />
nacionais de consumo de energia nos<br />
setores público e privado.<br />
Por meio de grandes projetos de pesquisa,<br />
a Mitsidi vem ajudando a gerar novos conhecimentos<br />
para o país, o que é importante<br />
para aumentar a transparência e orientar nossas<br />
políticas públicas, visando à redução de<br />
energia em escala nacional que, por sua vez,<br />
Imagem: INEGI<br />
36 fev-mar/17 rev/gbc/br
DOSSIÊ SOLUÇÕES<br />
ajuda a evitar a construção de novas usinas<br />
de geração de energia. Por assumir um papel<br />
cada vez mais importante no debate nacional<br />
sobre o futuro do setor energético, a Mitsidi<br />
foi a única empresa privada de consultoria<br />
convidada a participar do recente seminário<br />
da Empresa de Pesquisa Energética (EPE)<br />
para desenvolver o Plano de Ação de Eficiência<br />
Energética do <strong>Brasil</strong>.<br />
“Diferente das outras consultorias, temos a<br />
ideia de ajudar o setor energético e também<br />
o setor da construção sustentável através de<br />
um olhar sistêmico e global, buscando as<br />
melhores oportunidades para cada cliente e<br />
trazendo a experiência do que já vem sendo<br />
feito no exterior para o <strong>Brasil</strong> deslanchar neste<br />
campo. A interação que temos com o setor<br />
público é uma das nossas propostas porque<br />
acreditamos que esse é o melhor jeito de tornar<br />
todos os sistemas energeticamente mais<br />
eficientes, em escala nacional”, diz Alexandre<br />
Schinazi, sócio e Diretor Técnico da Mitsidi.<br />
A diversidade na atuação da Mitsidi, em pesquisas,<br />
geração de conhecimento, consultoria<br />
prática e multiplicação através de treinamentos<br />
e cursos, é possível graças à equipe<br />
de ponta da empresa. Reunindo os melhores<br />
profissionais da área, a Mitsidi desenvolve soluções<br />
próprias e pensadas nas necessidades<br />
brasileiras, em um ambiente rico e multicultural<br />
que estimula o debate, a criatividade<br />
e o aprendizado constante. “Mesmo com<br />
todos esses projetos acontecendo ao mesmo<br />
tempo, nós nunca esquecemos o nosso<br />
objetivo que é a transformação radical na<br />
maneira de usar a energia,” garante <strong>Ed</strong>ward<br />
Borgstein, mestre em engenharia de energia<br />
em Cambridge e sócio-fundador da empresa.<br />
Sabendo que a transformação do setor energético<br />
não pode se limitar ao debate e à geração<br />
de conhecimento, o cerne da atuação<br />
da Mitsidi está na aplicação prática de suas<br />
experiências adquiridas <strong>Brasil</strong> afora em edifícios<br />
e indústrias, para reduzir o consumo de<br />
energia de seus clientes através de projetos<br />
de consultoria. Diferencia-se de outras empresas<br />
do ramo por não focar em uma solução<br />
tecnológica específica.<br />
Além disso, a Mitsidi tem uma grande preocupação<br />
com o bem-estar dos ocupantes<br />
das edificações. “Um dos pilares principais<br />
dos nossos projetos é enfatizar que a eficiência<br />
energética não é só reduzir o consumo<br />
de energia. A nossa preocupação principal<br />
é com as pessoas que estão nos prédios.<br />
Os prédios existem para fornecer condições<br />
para que as pessoas que estão dentro dele<br />
possam realizar as suas tarefas. Então, se<br />
o prédio não consegue oferecer conforto e<br />
boas condições para os usuários não dá para<br />
falar em eficiência”, afirma André.<br />
O mercado de energia<br />
Na última década houve uma grande evolução<br />
e crescimento dos mercados de energia<br />
no mundo, que estão se reorganizando em<br />
função do consumidor final. As energias renováveis,<br />
principalmente a fotovoltaica – que<br />
é a mais adequada à geração distribuída – e a<br />
eólica se expandiram muito.<br />
Até a forma de comprar energia vem se transformando<br />
na busca pela redução de custos<br />
energéticos: a migração de empresas para o<br />
Mercado Livre de energia atingiu níveis recordes<br />
em 2016, e inúmeras companhias procuram<br />
otimizar a contratação de energia junto<br />
às distribuidoras em função de seus perfis de<br />
consumo, mesmo estando no mercado cativo.<br />
Além disso, tecnologias mais eficientes e sistemas<br />
de monitoramento e controle cada vez<br />
mais inteligentes facilitam a gestão da energia<br />
por meio de conhecimento e automação,<br />
tanto em escala predial quanto municipal<br />
através de redes inteligentes.<br />
No entanto, para atingir os melhores resultados<br />
financeiros e ambientais, um aspecto<br />
crucial, mas frequentemente esquecido, é a<br />
otimização de processos. Antes de falar em<br />
tecnologias, automação, energias renováveis<br />
ou contratação de energia, é preciso eliminar<br />
as ineficiências no próprio uso da energia<br />
dentro do edifício ou indústria. Isso só é<br />
possível através de uma gestão energética<br />
integrada, com olhar global e sistêmico, que<br />
começa na concepção de um novo edifício<br />
e se estende por toda a sua vida útil na operação.<br />
Não é por acaso que quase 40% de<br />
todo o potencial de economia de energia já<br />
identificado pela Mitsidi para os seus clientes<br />
– montante que supera os R$ 8 milhões por<br />
ano – pode ser atingido por medidas de zero<br />
ou baixo custo.<br />
fonte: Mitsidi<br />
revistagbcbrasil.com.br 37<br />
fev-mar/17
DOSSIÊ SOLUÇÕES<br />
eficiência energética<br />
©Divulgação Mitsidi<br />
“EFICIÊNCIA<br />
ENERGÉTICA NÃO<br />
É APENAS UMA<br />
REDUÇÃO DE CUSTO,<br />
MAS A OTIMIZAÇÃO<br />
DOS RECURSOS<br />
GARANTINDO O<br />
CONFORTO DOS<br />
USUÁRIOS, ALÉM<br />
DA QUALIDADE E<br />
SEGURANÇA DOS<br />
SERVIÇOS PRESTADOS.”<br />
Rosane Fukuoka<br />
arquiteta e coordenadora<br />
de projetos<br />
na Mitsidi<br />
Gestão de energia – gerindo a redução<br />
de custo<br />
Todo programa de gestão de energia bem<br />
implementado começa com um diagnóstico<br />
energético completo das instalações, avaliando<br />
não apenas sistemas e equipamentos,<br />
mas também padrões de uso e operação. O<br />
resultado: uma análise profunda do uso de<br />
energia do edifício ou da corporação, servindo<br />
de pedra fundamental para a identificação<br />
de oportunidades de eficiência energética<br />
e financeira que abrangem todo o espectro<br />
energético.<br />
TIPOS DE MEDIDAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA<br />
COMUMENTE IDENTIFICADAS PELA MITSIDI<br />
Tecnologias<br />
Ar Condicionado<br />
Iluminação<br />
Cargas de tomada<br />
CPDs e Data Centers<br />
Automação<br />
Gestão<br />
Variadores de frequência<br />
Sensores<br />
Programação<br />
Monitoramento<br />
Estratégias operacionais<br />
Conscientização<br />
Contratação de energia Modelo tarifário<br />
Mercado Livre<br />
Energias renováveis Potencial solar fotovoltaico<br />
Por meio de planejamento e coordenação de<br />
estratégias de economia de energia o sucesso<br />
é atingido através de uma combinação de<br />
ações e fatores que compõem o programa de<br />
gestão energética, tais como: acompanhamento<br />
do consumo; planejamento e execução<br />
das medidas de eficiência energética identificadas;<br />
identificação de novas oportunidades;<br />
detecção de anomalias no consumo através<br />
de sistemas de monitoramento; criação e<br />
acompanhamento de indicadores de desempenho;<br />
e medição e verificação de economias.<br />
“O segredo é que a gestão de energia deve<br />
ser encarada como um projeto, composto<br />
de diversos sub-projetos”, revela Alexandre<br />
Schinazi. E acrescenta, “O mercado precisa<br />
aprender a diferenciar. Gerenciar não é<br />
entregar um relatório. A verdadeira gestão é<br />
complexa e requer grande dedicação, o que<br />
é algo que nós fazemos com prazer. O cliente<br />
frequentemente só percebe a diferença<br />
depois que realizamos um projeto piloto em<br />
conjunto”.<br />
Projeto integrado – otimizando<br />
desenhos e processos<br />
Além da gestão energética, a Mitsidi também<br />
auxilia equipes de projetos de novos empreendimentos,<br />
pois é na concepção e construção<br />
do prédio que se decidem os materiais, sistemas<br />
e equipamentos que o comporão e que,<br />
se bem operados, terão a possibilidade de<br />
facilitar a eficiência energética.<br />
É devido à importância dessa<br />
fase que a equipe de projetos<br />
da Mitsidi tem sido procurada<br />
com frequência para<br />
apoiar nesse desenvolvimento,<br />
através de sua expertise e<br />
da realização de simulações<br />
computacionais de energia e<br />
de conforto usando softwares<br />
especializados. Além disso, o<br />
trabalho de comissionamento<br />
– que se inicia na concepção<br />
e só termina depois que todos<br />
os sistemas estão instalados e<br />
operantes – é outro papel desempenhado<br />
pela Mitsidi.<br />
Quanto à simulação energética,<br />
ela deve ser usada como uma ferramenta<br />
para a tomada de decisão na fase de projetos<br />
e auxiliar arquitetos e engenheiros na escolha<br />
da melhor solução construtiva e que reduza<br />
custos operacionais. Usar uma ferramenta<br />
tão poderosa como a simulação apenas para<br />
compliance (ou seja, para garantir aprovação<br />
em uma certificação) é um grande desperdício<br />
de tempo e dinheiro.<br />
38 fev-mar/17 rev/gbc/br
DOSSIÊ SOLUÇÕES<br />
Estudo de caso Decathlon<br />
Em 2016, a Decathlon procurou a Mitsidi para<br />
iniciar a implantação da gestão energética no<br />
<strong>Brasil</strong>, começando com cinco de suas lojas<br />
em três estados brasileiros. A Decathlon decidiu<br />
contratar o serviço completo, composto<br />
de diagnóstico, monitoramento e gestão, em<br />
linha com as melhores práticas internacionais.<br />
Um sistema de medição inovador foi<br />
instalado em cada loja, capaz de mensurar<br />
individualmente os consumos dos principais<br />
sistemas consumidores, como ar condicionado<br />
e iluminação, além do café, que é terceirizado.<br />
A Mitsidi realizou diagnósticos energéticos<br />
em todas as lojas a fim de construir uma compreensão<br />
completa de seu funcionamento e<br />
oportunidades de melhoria. Em poucos meses,<br />
através de análises detalhadas, o projeto<br />
já trouxe à equipe da Decathlon grandes revelações<br />
que ajudarão na redução do consumo,<br />
com 66 medidas de eficiência energética<br />
já identificadas, e promete trazer muito mais.<br />
Estudo de caso Johnson Controls<br />
A Mitsidi Projetos também desenvolveu uma<br />
parceria com a Johnson Controls, para, juntas,<br />
oferecerem serviços de gestão energética<br />
para edifícios. Especializada em tecnologia<br />
para sistemas de automação e controles,<br />
ar condicionado e refrigeração industrial, a<br />
Johnson Controls e seus equipamentos estão<br />
presentes em muitos prédios no <strong>Brasil</strong> e<br />
no exterior. Através da parceria, as duas empresas<br />
pretendem aliar os equipamentos e<br />
sistemas da Johnson Controls à inteligência<br />
e metodologias da Mitsidi Projetos para trazer<br />
a eficiência energética de forma abrangente e<br />
prática aos seus clientes.<br />
A parceria já surtiu efeito. Um projeto piloto<br />
implantado num complexo de cinco edifícios<br />
na Zona Sul de São Paulo identificou 37 medidas<br />
de eficiência energética, com potencial<br />
de economia de R$ 2,7 milhões por ano.<br />
Com população de <strong>12</strong>.000 funcionários num<br />
dia típico, o complexo mais parece um bairro,<br />
que, mesmo equipado com sistemas prediais<br />
modernos e de alta tecnologia, se beneficiará<br />
com o trabalho de gestão energética.<br />
Estudo de caso Pão de Açúcar<br />
Pensando em otimizar a construção de todas<br />
as suas lojas futuras através da melhoria de<br />
suas diretrizes de projeto e padrão construtivo,<br />
o Grupo Pão de Açúcar chamou a Mitsidi<br />
para avaliar o desempenho energético previsto<br />
para um supermercado piloto – a loja<br />
Sorocaba – através da análise detalhada de<br />
aspectos construtivos e operacionais de suas<br />
lojas existentes.<br />
Por meio de visitas técnicas, simulações termo<br />
energéticas e estudos profundos de engenharia,<br />
foi identificado potencial imediato<br />
de redução no consumo de eletricidade de<br />
44,4%, em relação às lojas existentes mais<br />
eficientes do Grupo, evitando gastos da ordem<br />
de R$ 330.000 por ano. O plano proposto<br />
de eficiência energética incluiu medidas<br />
relacionadas aos sistemas de ar condicionado,<br />
ventilação, frio alimentar, iluminação e<br />
água quente, com estratégias como sistemas<br />
economizadores, LED com dimmers e claraboias,<br />
alterações nos ciclos de refrigeração,<br />
antecâmaras, aquecimento solar de água,<br />
energia fotovoltaica, entre outros. O modelo<br />
também foi capaz de determinar as variações<br />
necessárias nas diferentes cidades brasileiras<br />
que compõem o plano de expansão do<br />
Pão de Açúcar, fornecendo diretrizes detalhadas<br />
para cada região para maximizar os<br />
ganhos da empresa.<br />
Modelo criado para as simulações de um supermercado<br />
Pão de Açúcar<br />
fonte: Mitsidi Imagem: site Mitsidi<br />
revistagbcbrasil.com.br 39<br />
fev-mar/17
DOSSIÊ SOLUÇÕES<br />
iluminação<br />
Comfort Lux:<br />
iluminação<br />
natural se<br />
destaca em<br />
projetos<br />
Em um país de dimensões continentais<br />
e com abundância de<br />
luz solar, é difícil entender porque<br />
essa riqueza natural ainda<br />
é tão pouco explorada. O que o<br />
mercado percebe, no entanto, é<br />
que aos poucos vão surgindo empresas que<br />
aprenderam a explorar o potencial dessa fonte<br />
natural de energia.<br />
É o caso da gaúcha Comfort Lux, com sede<br />
em Porto Alegre e atuação nacional, ela oferece<br />
desde 2008 soluções em iluminação<br />
natural através de sistemas de lentes prismáticas.<br />
Além de práticos, tais sistemas são<br />
ecologicamente corretos e vão ao encontro<br />
dos anseios de um número cada vez maior de<br />
empreendimentos que buscam por soluções<br />
sustentáveis nas demandas da construção.<br />
“A Comfort Lux surgiu para explorar o mercado<br />
nacional de iluminação natural prismática,<br />
que é uma solução mundialmente conhecida,<br />
principalmente nos Estados Unidos, mas que<br />
ainda não estava presente de forma efetiva<br />
no <strong>Brasil</strong>”, explica Luciano Langaro, que atua<br />
como diretor comercial da empresa. Os principais<br />
mercados de atuação da Comfort Lux são<br />
centros de distribuição, galpões, áreas industriais,<br />
supermercados e atacados.<br />
O passo a passo<br />
Por Paulo Dias<br />
Pensar num sistema de iluminação natural é<br />
mais complexo do que se imagina, isso porque<br />
cada empreendimento tem suas características<br />
próprias. Como estamos falando em luz natural,<br />
diversos fatores influenciam nos resultados,<br />
como localização e incidência de radiação, por<br />
exemplo. Langaro explica que, ao se pensar<br />
numa solução dessas, “a primeira etapa é fazer<br />
um projeto luminotécnico, um dimensionamento<br />
do sistema de iluminação natural atendendo<br />
as características construtivas dos prédios (largura,<br />
comprimento, altura) e determinando o<br />
nível de iluminância necessário”.<br />
Os projetos são desenvolvidos pelo setor de<br />
projetos da Comfort Lux e utilizam-se como<br />
base a norma 8995 da ABNT, que estabelece<br />
os diferentes níveis de iluminação necessários<br />
conforme o tipo de atividade do local. A<br />
tecnologia também ajuda na fase de projeto,<br />
a empresa utiliza um software que auxilia no<br />
dimensionamento do sistema de iluminação<br />
natural. “Inserimos no software as coordenadas<br />
geográficas da localidade do empreendimento.<br />
Com base nessas coordenadas de<br />
latitude e longitude ele nos fornece a radiação<br />
solar dos últimos 20 anos. Isso faz com que<br />
dois prédios com iguais características construtivas<br />
e mesmo nível de iluminância, mas<br />
situados em localidades distintas, tenham diferença<br />
no número de lentes prismáticas necessárias.<br />
Empreendimentos localizados no<br />
Sul do <strong>Brasil</strong>, por exemplo, tendem a ter um<br />
número maior de lentes que empreendimentos<br />
de mesmo porte localizados no Nordeste”,<br />
explana Langaro.<br />
40 fev-mar/17 rev/gbc/br
DOSSIÊ SOLUÇÕES<br />
Fotos: Divulgação Comfort Lux<br />
As soluções<br />
Os sistemas desenvolvidos pela Comfort Lux<br />
têm como premissa a utilização da luz natural,<br />
mesmo em dias nublados, para reduzir ao<br />
máximo o uso de luz elétrica nos empreendimentos.<br />
Como sabemos, existe uma gama de<br />
diferentes tipos de edificações. Por isso, a empresa<br />
desenvolveu soluções que se adéquam<br />
a cada necessidade específica.<br />
Comfort Lux Com Duto: são equipamentos<br />
desenvolvidos especialmente para iluminar<br />
locais com forro. Nesse sistema, lentes prismáticas<br />
colocadas no nível da cobertura captam a<br />
luz solar e a conduzem para o interior do equipamento.<br />
Em seguida, um duto de alta reflexão<br />
leva a iluminação até a segunda lente, instalada<br />
no forro. Cerca de 98% dos raios ultravioletas<br />
são filtrados nesse processo, graças aos prismas<br />
ópticos integrados às duas lentes que,<br />
além disso, também promovem a reflexão da<br />
radiação infravermelha. A iluminação é espalhada<br />
uniformemente por refração. Depois de instalado,<br />
esse sistema permite a iluminação do<br />
ambiente por uma média de 8 horas.<br />
Comfort Lux Sem Duto: esses equipamentos<br />
diferem do sistema com dutos, pois<br />
são pensados para ambientes sem forro.<br />
Nesse sistema, a captação da luz solar e sua<br />
condução para o interior do ambiente é feita<br />
por lentes duplas prismáticas posicionadas<br />
no nível da cobertura. Devido a utilização de<br />
lentes duplas, o calor natural da luz solar fica<br />
retido, não aquecendo o ambiente. A reflexão<br />
da radiação infravermelha e a filtragem de até<br />
98% dos raios ultravioleta também são realizadas<br />
pelos prismas óticos. Assim como no<br />
sistema que utiliza dutos para áreas com forro,<br />
com o sistema Comfort Lux Sem Duto é possível<br />
aproveitar, em média 8 horas por dia, a<br />
iluminação natural proporcionada pelas lentes<br />
prismáticas sem a necessidade de utilizar a<br />
iluminação artificial.<br />
Comfort Lux Série Línea: essa linha foi<br />
desenvolvida especialmente para prédios logísticos<br />
e industriais, sem forro e com pé direito<br />
alto. Captação e condução da luz solar são<br />
feitas através de lentes em policarbonato prismático<br />
posicionadas no nível da cobertura. Os<br />
equipamentos se adaptam facilmente ao tipo<br />
de telha, tornando a instalação e a manutenção<br />
simples, além disso, há baixa interferência<br />
na cobertura (cerca 3%). Assim como nos sistemas<br />
citados anteriormente, os prismas ópticos<br />
integrados às lentes fazem a filtragem de<br />
raios ultravioletas.<br />
Além desses sistemas de iluminação natural, a<br />
Comfort Lux desenvolveu dois produtos para<br />
atuar em conjunto a eles, formando um completo<br />
sistema de iluminação, mais eficiente e sustentável:<br />
o Sensor Lux e o Sistema LED Inteligente.<br />
O Sensor Lux foi criado para auxiliar no controle<br />
de uso da iluminação artificial. Ele realiza<br />
medições de iluminação em tempo real, emitindo<br />
alertas que mostram o momento certo<br />
para ligar ou desligar as luzes, permitindo que<br />
o local esteja sempre com a iluminância adequada.<br />
Já o Sistema LED Inteligente, foi desenvolvido<br />
para atuar especificamente junto ao<br />
uso de luminárias LED dimerizáveis, com ele<br />
é possível fazer a dimerização do sistema de<br />
iluminação LED. Funciona da seguinte forma:<br />
o sistema aciona automática e gradualmente<br />
as luminárias, controla o fluxo luminoso para<br />
compensar as variações da iluminação natural<br />
prismática. Desta forma, ao utilizar os<br />
dois sistemas, iluminação natural prismática<br />
e luminárias LED dimerizáveis associadas ao<br />
Sistema LED inteligente, é possível ter redução<br />
no consumo de energia elétrica, aumento na<br />
vida útil das luminárias LED, sustentabilidade<br />
ambiental e conforto visual. Esse sistema inteligente<br />
garante iluminação constante e totalmente<br />
independente da ação humana, com o<br />
máximo aproveitamento da luz solar e mínima<br />
utilização dos LEDs. “Isso significa dizer que<br />
as lâmpadas LED se ajustam conforme as necessidades,<br />
ou seja, é possível regular, com a<br />
ajuda do sensor, o fluxo luminoso desejado”,<br />
explica Luciano Langaro.<br />
revistagbcbrasil.com.br 41<br />
fev-mar/17
DOSSIÊ SOLUÇÕES<br />
iluminação<br />
©Divulgação Comfort Lux<br />
Luciano Langaro<br />
Luciano exemplifica a utilização desse sistema<br />
da seguinte maneira: “Vamos supor que elaboramos<br />
um projeto para um supermercado<br />
que especifique que o mesmo precisa ter 700<br />
lux de média [lux é a unidade de iluminamento<br />
e determina a incidência de fluxo luminoso<br />
numa superfície]. Nesse projeto estabelecemos<br />
que o local nunca pode ter menos de<br />
500 lux. Com o sistema integrado em pleno<br />
funcionamento, enquanto as lentes estiverem<br />
atendendo a demanda, as lâmpadas LED estarão<br />
apagadas. À medida que vai chegando<br />
o final do dia ou ficando escuro a ponto de<br />
não haver aquele mínimo que foi estipulado,<br />
o sistema aciona automaticamente as lâmpadas<br />
LED para completarem com a iluminação<br />
necessária”.<br />
A iluminação natural dos sistemas é garantida<br />
mesmo em dias nublados. Isso é possível<br />
porque “o cálculo luminotécnico realizado na<br />
fase de projeto permite que se tenha o máximo<br />
de aproveitamento da luz mesmo em dias nublados,<br />
pois o sistema já é pensado levando<br />
em conta dias assim”, esclarece Langaro. A<br />
combinação do sistema de iluminação natural<br />
com o sistema de LED Inteligente e luminárias<br />
LED dimerizáveis pode gerar uma economia<br />
de cerca de 60% do consumo energético dos<br />
edifícios. Em época de elevados custos da<br />
energia, esse número se mostra ainda mais<br />
expressivo e ajuda a entender porque cada<br />
vez mais empresas estão buscando soluções<br />
como as oferecidas pela Comfort Lux. “O<br />
preço da energia dobrou nos últimos anos. A<br />
julgar pelo cenário, acreditamos que vá ficar<br />
ainda mais caro. Dessa forma, é fácil entender<br />
porque os sistemas de iluminação natural são<br />
vantajosos e cada vez mais atrativos”, conclui<br />
Luciano Langaro.<br />
Lançamento: marca própria de luminárias<br />
LED dimerizáveis<br />
Atenta às demandas do mercado, a empresa<br />
está lançando sua marca própria de luminárias<br />
LED dimerizáveis, a Comfort LED, que traz<br />
modelos de luminárias LED para uso em áreas<br />
com pé direito a partir de 04 metros, como<br />
ambientes comerciais, industriais e logísticos.<br />
A marca também apresenta modelos específicos<br />
para áreas externas como estacionamentos<br />
e vias públicas. As luminárias Comfort LED<br />
são compostas de driver Mean Well dimerizável<br />
e LEDs de alto rendimento da Philips e LG.<br />
Com garantia de 05 anos e vida útil estimada<br />
em 50.000 horas, as luminárias Comfort LED<br />
também possuem certificações internacionais<br />
como UL, CB, CE-EMC, CE-LVD, CCC, FCC,<br />
DLC, TÜV, RoHS e LM79, além de estarem<br />
enquadradas na classe de proteção IP-67.<br />
A linha de luminárias Comfort LED apresenta<br />
baixíssimo ofuscamento, sendo ideal para<br />
áreas de intenso fluxo de pessoas e máquinas.<br />
Em áreas abastecidas por empilhadeiras, por<br />
exemplo, as luminárias Comfort LED facilitam<br />
a operação e garantem a fluidez do trabalho<br />
em todas as situações, atenuando o desconforto<br />
dos operadores.<br />
“Da mesma forma que fazemos com os sistemas<br />
de iluminação natural, criamos um projeto<br />
luminotécnico que atenda ao planejamento de<br />
iluminação mais adequado e melhor custo-benefício.<br />
Conforto visual, uniformidade de iluminação,<br />
nível de iluminância e ofuscamento são<br />
aspectos fundamentais para sua concepção.<br />
Os nossos, obedecem à Norma ABNT NBR<br />
8995 nos aspectos de nível iluminância (lux)<br />
e ofuscamento (UGR-Uniffied Glare Rating)”,<br />
finaliza Luciano.<br />
Fotos: Divulgação Comfort Lux<br />
42 fev-mar/17 rev/gbc/br
CURSO<br />
Próximos Cursos do <strong>GBC</strong> <strong>Brasil</strong><br />
Março<br />
LEED O+M<br />
Operação e Manutenção de<br />
<strong>Ed</strong>ifícios Existentes<br />
Referencial<br />
<strong>GBC</strong> <strong>Brasil</strong> Casa®<br />
Projeto Integrado<br />
LEED v4 e Referencial <strong>GBC</strong> <strong>Brasil</strong> Casa<br />
Paisagismo Sustentável<br />
na realidade <strong>Brasil</strong>eira<br />
Parceiro<br />
SP - 23 e 24/03 SP - 27 e 28/03<br />
RJ - 30 e 31/03 SP - 30 e 31/03<br />
Como se tornar um<br />
LEED GA<br />
(Green Associate)<br />
Patrocínio<br />
SP - 30 e 31/03<br />
Abril<br />
NOVO CURSO<br />
LEED BD+C<br />
Novas Construções e Envoltória<br />
LEED ND<br />
Bairros e Planejamento Urbano<br />
BIM (Building Information Modeling)<br />
aplicação à certificação LEED BD+C<br />
Paisagismo Sustentável<br />
na realidade <strong>Brasil</strong>eira<br />
Patrocínio<br />
Patrocínio<br />
Parceiro<br />
SP - 05 e 06/04<br />
SP - 18 e 19/04<br />
SP - 25 e 26/04<br />
RJ - 27 e 28/04<br />
Como se tornar um<br />
LEED GA<br />
(Green Associate)<br />
GO - 28 e 29/04<br />
Patrocínio<br />
Seu perfil e CV em nosso Site!<br />
Todos os alunos do <strong>GBC</strong> <strong>Brasil</strong> recebem um login e senha para criar um perfil dentro do nosso<br />
website. O perfil, que fica na área de "Envolvidos" contém foto, área de atuação, cursos<br />
realizados e link para o CV no Linkedin. Trata-se de uma excelente vitrine de profissionais<br />
engajados e capacitados.<br />
Inscreva-se pelo: gbcbrasil.org.br
Green People<br />
GREENPEOPLE<br />
Finalição das filmagens para uma<br />
das novidades que iremos lançar<br />
em breve para o mercado!<br />
<strong>GBC</strong> em Painel do<br />
Programa das Nações<br />
Unidas para o Meio<br />
Ambiente (PNUMA),<br />
junto ao INMETRO<br />
e Ministério do Meio<br />
Ambiente - Programa<br />
sobre Substâncias Químicas<br />
em Produtos<br />
Premiação Saint<br />
Gobain - CASA 01,<br />
Projeto Piloto do<br />
Referencial <strong>GBC</strong><br />
CASA, recebendo<br />
os prêmios de<br />
Sustentabilidade<br />
e na Categoria<br />
Residencial<br />
SETRI recebendo a placa<br />
da Certificação WELL -<br />
Marcos Bensoussan e<br />
Luiza Junqueira<br />
<strong>GBC</strong> <strong>Brasil</strong>, ABRALIMP e ABNT - elaborando<br />
o Workshop, que acontecerá<br />
em <strong>12</strong> de abril, sobre o segmento de<br />
Limpeza Verde e rotulação de produtos<br />
para edificações<br />
Treinamento da<br />
equipe de vendas<br />
do Projeto Piloto<br />
de Condomínios<br />
do Referencial<br />
CASA<br />
44 fev-mar/17 rev/gbc/br
Green People<br />
Treinamento na LG<br />
- Como se tornar<br />
um Profissional<br />
LEED GA<br />
Treinamento de<br />
Projeto Integrado com<br />
a professora Rosana<br />
Correa (Casa do<br />
Futuro)<br />
Yoshihiro Mineno<br />
(Diretor Executivo<br />
Daikin Japão),<br />
Felipe Faria (CEO<br />
<strong>GBC</strong> <strong>Brasil</strong>) e<br />
Tomoji Miki (Presidente<br />
Daikin <strong>Brasil</strong>)<br />
no evento com o<br />
CEO Mundial da<br />
Daikin<br />
<strong>GBC</strong> em Treinamento<br />
com a equipe de Vendas<br />
Montage Botafogo<br />
(piloto Condomínio da<br />
Certificação CASA)<br />
Palestra sobre Avaliação<br />
de Ciclo de Vida e<br />
Declaração Ambiental de<br />
Produto para os colaboradores<br />
da Marcetex.<br />
Finalição das<br />
filmagens<br />
para uma das<br />
novidades que<br />
iremos lançar<br />
em breve para<br />
o mercado!<br />
revistagbcbrasil.com.br 45<br />
fev-mar/17
visão global<br />
L<strong>GBC</strong>, o Green Building<br />
Council no Líbano<br />
Por Taís Cruz<br />
©AUB Líbano 2014<br />
Aram Yeretzian<br />
Presidente do L<strong>GBC</strong><br />
OLebanon Green Building<br />
Council (L<strong>GBC</strong>) é<br />
uma organização não<br />
governamental que tem<br />
realizado um trabalho<br />
essencial na mediação<br />
entre o poder público e<br />
a iniciativa privada no Líbano, na promoção,<br />
divulgação e apoio na implementação do<br />
conceito de construções de alto desempenho<br />
que operam de maneira ecológica. A organização<br />
sem fins lucrativos tem como objetivo<br />
de trabalhar pela promoção da sustentabilidade<br />
na indústria da construção, não só no<br />
Líbano, mas a nível mundial.<br />
Além disso, o L<strong>GBC</strong> promove uma plataforma<br />
para que os cidadãos se engajem em trabalhos<br />
voluntários voltados a valores sociais<br />
e metas cívicas em diversos campos como:<br />
ambiental, cultural, saúde e educação. A entidade<br />
se aventura em projetos que o setor público<br />
não pode investir, ou que não considera<br />
vantajoso o suficiente.<br />
O Líbano enfrenta uma necessidade urgente<br />
de aumentar o número de construções sustentáveis<br />
e que se preocupam com os impactos<br />
ambientais. Ações sérias tem sido tomadas<br />
para garantir que o futuro da construção<br />
no Líbano seja contemplado pelos princípios<br />
do desenvolvimento sustentável. O L<strong>GBC</strong><br />
foi criado com o objetivo de conduzir e guiar<br />
todas as grandes empresas nas áreas socioeconômica<br />
e legislativa, com o intuito de<br />
assegurar que esse objetivo seja alcançado.<br />
Considerando que o Green Building lidera<br />
a melhor gestão de recursos e eficiência<br />
energética, as implicações estratégicas que<br />
resultam nessas ações são imensuráveis, le-<br />
vando em consideração que o Líbano detém<br />
poucos recursos naturais em seu território, e<br />
ainda tem que lidar com decréscimo do capital<br />
natural, já escasso.<br />
O L<strong>GBC</strong> tem cinco comitês, nos quais os<br />
profissionais, em trabalho voluntário, podem<br />
contribuir, de acordo com as suas habilidades<br />
e interesse: Conscientização, <strong>Ed</strong>ucação<br />
e Treinamento, Eventos, Adesão e Técnica. O<br />
Comitê Técnico investiga, avalia, compreende<br />
a partir daí apresenta tecnologias sustentáveis<br />
para os membros do L<strong>GBC</strong> e ao público.<br />
Esse departamento foca na produção<br />
de atividades, serviços, equipamentos, padrões,<br />
sistemas de classificação e soluções<br />
que contribuem para iniciativas sustentáveis,<br />
medidas e iniciativas que resultarão em um<br />
impacto positivo para a construção.<br />
O Comitê de Eventos desenvolve, organiza<br />
e coordena uma série de seminários,<br />
workshops e eventos especiais regularmente.<br />
Já os de Conscientização, <strong>Ed</strong>ucação e<br />
Treinamento tem a missão de fomentar o<br />
conhecimento de conceitos gerais de sustentabilidade,<br />
construção sustentável e mostrar<br />
os seus impactos e benefícios na sociedade.<br />
The Green Demonstration Room<br />
Um dos principais projetos do L<strong>GBC</strong>, em parceria<br />
com o Ministério da <strong>Ed</strong>ucação e a Fundação<br />
Makhzoumi, é o The Green Demonstration<br />
Room. Consiste em um espaço localizado<br />
nas instalações do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento,<br />
na cidade de Jounieh, onde<br />
estudantes de escolas públicas e privadas de<br />
todo o país podem visitar e entrar em contato<br />
com o conceito de construção sustentável, os<br />
46 fev-mar/17 rev/gbc/br
visão global<br />
princípios da eficiência energética, conservação<br />
de água, entre outros. O principal objetivo<br />
do projeto é difundir este conhecimento, além<br />
de introduzir o conceito de construção sustentável<br />
nas novas gerações.<br />
The Green Demonstration Room é a primeira<br />
experiência do tipo no Líbano, ocupando uma<br />
área de <strong>12</strong>0m² com ambientes internos e externos<br />
projetados para ensinar às crianças conhecimentos<br />
básicos de eficiência energética,<br />
conservação de água e outras questões ambientais.<br />
A área interna da exibição é dedicada<br />
a assuntos como água, economia de energia<br />
e fontes renováveis. A área externa conta com<br />
uma modelo funcional de uma casa abastecida<br />
apenas por fontes renováveis de energia,<br />
incluindo um painel fotovoltaico e uma pequena<br />
turbina eólica.<br />
O conceito fundamental dessa mostra é que<br />
as crianças tendem a se interessar mais em<br />
adquirir conhecimento quando eles são apresentados<br />
de uma forma divertida. A ideia é<br />
que elas possam interagir com os assuntos<br />
apresentados, como por exemplo, deixá-las<br />
fazer um experimento com diferentes gastos<br />
de energia causados por lâmpadas incandescentes<br />
ou com o ciclo da água. O grande<br />
intuito desse projeto é ajudar tanto crianças<br />
quanto professores a adquirir conhecimento<br />
sobre questões ambientais e sustentabilidade.<br />
Outro projeto de destaque é o CEDRO, Programa<br />
de Desenvolvimento das Nações<br />
Unidas, financiado pela União Europeia, em<br />
parceria com o Ministério da Energia e Água<br />
do Líbano. O foco é promover assistência ao<br />
governo do Líbano para o desenvolvimento e<br />
implantação nacional de uma estratégia de<br />
energia sustentável e planos de ação para<br />
minimizar as mudanças climáticas, fazendo<br />
com que o país se alinhe a sétima meta do<br />
Desenvolvimento do Milênio: atingir a sustentabilidade<br />
ambiental.<br />
ARZ Certification<br />
Construções sustentáveis não são uma novidade<br />
no Líbano. Muitas tecnologias sustentáveis<br />
como ventilação natural e coleta e<br />
armazenamento de água da chuva têm sido<br />
usados em edifícios residenciais do país. Entretanto,<br />
algumas dessas técnicas tradicionais<br />
são aplicadas apenas em construções<br />
modernas de edificações comerciais, e como<br />
em construções no mundo todos, os prédios<br />
comerciais do Líbano tem se tornado cada<br />
vez mais eficientes.<br />
O Sistema de Avaliação de Construção (ARZ)<br />
foi projetado para avaliar se os prédios comerciais<br />
do Líbano são confortáveis e, os locais<br />
de trabalho, saudáveis, e se eles estão<br />
tendo um consumo eficiente de energia elétrica<br />
e água, se estão gerando pouco impacto<br />
no ambiente natural. Além disso, estimula os<br />
donos de edifícios e os administradores dos<br />
empreendimentos a alcançarem o mais alto<br />
nível de certificação para atraírem inquilinos<br />
exigentes e clientes.<br />
O ARZ inclui uma lista de tecnologias, técnicas,<br />
procedimentos e níveis de consumo de<br />
energia que o L<strong>GBC</strong> espera ver em edifícios<br />
verdes. Um avaliador credenciado pelo L<strong>GBC</strong><br />
faz um inventário do consumo de energia e<br />
água, tecnologias, técnicas e procedimentos<br />
que são utilizados no edifício e, em seguida,<br />
pontua do edifício de acordo com o quão<br />
bem o inventário corresponde à lista de requisitos<br />
ARZ. O resultado desta avaliação gera<br />
um certificado emitido pelo L<strong>GBC</strong> que detalha<br />
o nível alcançado, além de um relatório<br />
de acompanhamento com recomendações<br />
sobre como o nível de classificação pode ser<br />
melhorado e uma placa a ser erguida nas instalações<br />
do edifício.<br />
O primeiro projeto certificado ARZ foi o <strong>Ed</strong>ifício<br />
Sede do Banco BLC, em Beirute, uma<br />
construção de 3.900 m2 que, por seu desempenho<br />
e critérios, obteve a classificação ARZ<br />
Bronze.<br />
O Líbano tem um meio ambiente peculiar que<br />
requer a criação de soluções próprias para a<br />
avaliação das construções. Para isso, o ARZ<br />
tem promovido padrões internacionais e ao<br />
mesmo tempo olhado para as especificidades<br />
libanesas.<br />
O L<strong>GBC</strong> está à disposição dos interessados<br />
em um ARZ para orientar e passar informações<br />
técnicas e referentes às etapas necessárias<br />
para a certificação, através do seu site:<br />
www.lebanon-gbc.org<br />
revistagbcbrasil.com.br 47<br />
fev-mar/17
net zero<br />
COMITÊ NET ZERO<br />
<strong>GBC</strong> BRASIL INTEGRA<br />
PROGRAMA GLOBAL E ESTUDA A<br />
CRIAÇÃO DE UMA CERTIFICAÇÃO<br />
PARA NET ZEROS<br />
Instituição está estruturando comitê que analisa a criação de<br />
uma certificação específica para edifícios Net Zero no país.<br />
Por Paulo Dias<br />
A<br />
tento ao crescimento tanto<br />
global quanto nacional dos<br />
edifícios Net Zero, o <strong>GBC</strong><br />
<strong>Brasil</strong> integra o Programa<br />
Global “Advancing Net Zero”,<br />
concebido para o cumprimento<br />
das metas do acordo<br />
da COP 21 (Paris), para a<br />
execução do comprometimento do World <strong>GBC</strong><br />
e 74 Green Building Councils, em conjunto<br />
com 27.000 empresas associadas. O objetivo<br />
do programa consiste em zerar as emissões<br />
de carbono na atmosfera oriundas do setor da<br />
construção civil até 2050, de forma que todas<br />
as novas edificações e grandes reformas se<br />
tornem Net Zero a partir de 2030, e 100% dos<br />
edifícios se tornem Net Zero até 2050.<br />
A implantação da meta se viabilizará por meio<br />
da criação de ferramentas de certificação para<br />
edificações Net Zero, a serem desenvolvidas<br />
pelo <strong>GBC</strong> <strong>Brasil</strong> e por nove outros países.<br />
Apesar da parceria entre os países e do apoio<br />
do W<strong>GBC</strong>, cada nação será responsável pela<br />
criação da sua própria ferramenta de acordo<br />
com as especificidades locais.<br />
Já estão abertas as inscrições para a<br />
participação no Comitê Técnico que irá<br />
desenvolver a Certificação Net Zero. Os<br />
membros do <strong>GBC</strong> interessados poderão<br />
ver mais detalhes no blog do <strong>GBC</strong> <strong>Brasil</strong>:<br />
blog.gbcbrasil.org.br<br />
Roberto Kishinami, coordenador de portfólio<br />
(energia elétrica) do ICS - Instituto Clima e Sociedade,<br />
fala sobre o que motivou a organização<br />
a apoiar a iniciativa do <strong>GBC</strong>. “A cidade é o<br />
lugar onde a maior parte das emissões ocorre<br />
e, nela, os edifícios têm um papel importante.<br />
Porque são fontes diretas de emissões, e<br />
também indiretas, ao induzirem maior ou menor<br />
uso de transporte privado, maior ou menor<br />
geração de resíduos líquidos e sólidos, de<br />
consumo de água etc. As emissões indiretas<br />
vem, em geral, do consumo de energia que,<br />
em parte, é suprida por combustíveis fósseis.<br />
Na construção do futuro desejado, expresso<br />
no Acordo de Paris da Convenção do Clima, a<br />
promoção de edifícios de emissão zero de gases<br />
de efeito estufa é um primeiro passo. Até a<br />
metade do presente século, entendemos que<br />
será preciso garantir que o ciclo de vida dos<br />
Roberto Kishinami<br />
materiais e insumos presentes nos edifícios<br />
estejam alinhados à emissão zero”, explica.<br />
Kishinami lembra ainda que “o esforço de promover<br />
emissões zero de gases de efeito estufa<br />
é feito em escala internacional. O instituto<br />
Clima e Sociedade é parte de uma família de<br />
organizações presentes nos Estados Unidos<br />
(Energy Foundation), Europa (European Climate<br />
Foundation), China (Energy Foundation<br />
China) e Índia (Shakti Foundation). Todos os<br />
membros dessa família estarão trabalhando<br />
junto aos respectivos <strong>GBC</strong> nessa mesma direção”,<br />
conclui.<br />
© Divulgação ICS<br />
48 fev-mar/17 rev/gbc/br
COMITÊ<br />
net zero<br />
NET ZERO<br />
NOVO COMITÊ<br />
NET ZERO BUILDING<br />
Apenas para<br />
Empresas Membro do<br />
<strong>GBC</strong> <strong>Brasil</strong><br />
Últimas reuniões de comitês:<br />
O <strong>GBC</strong> <strong>Brasil</strong> integra o Programa Global “Advancing Net Zero”,<br />
concebido para o cumprimento das metas do acordo da COP 21<br />
(Paris), para a execução do comprometimento do World <strong>GBC</strong> e 74<br />
Green Building Councils, em conjunto com 27.000 empresas<br />
associadas.<br />
O objetivo do programa consiste em zerar as emissões de<br />
carbono na atmosfera oriundas do setor da construção civil até<br />
2050, de forma que todas as novas edificações e grandes reformas<br />
se tornem Net Zero a partir de 2030, e 100% dos edifícios se<br />
tornem Net Zero até 2050. A implantação da meta se viabilizará<br />
por meio da criação de ferramentas de certificação para<br />
edificações Net Zero, a serem desenvolvidas pelo <strong>GBC</strong> <strong>Brasil</strong> e por<br />
nove outros países. Já estão abertas as inscrições para a<br />
participação no Comitê Técnico que irá desenvolver a Certificação<br />
Net Zero, os membros do <strong>GBC</strong> interessados poderão se inscrever.<br />
gbcbrasil.org.br<br />
revistagbcbrasil.com.br 49<br />
fev-mar/17
net zero<br />
© Divulgação Creche Hassis<br />
Creche Hassis<br />
NET ZERO<br />
REALIDADE MAIS VIÁVEL<br />
DO QUE SE IMAGINA<br />
<strong>Ed</strong>ifícios sustentáveis e autossuficientes<br />
nas questões energética e hídrica estão<br />
deixando de ser apenas sonho. Apesar<br />
de ainda ser pequeno, mercado cresce e<br />
conta com iniciativas que visam desenvolvê-lo.<br />
50 fev-mar/17 rev/gbc/br
net zero<br />
Por Paulo Dias<br />
À<br />
primeira vista, dar adeus<br />
à conta de luz ou de água<br />
parece um sonho distante.<br />
Mas essa já está sendo a<br />
realidade de cada vez mais<br />
edifícios no país. São os chamados<br />
Net Zero: edifícios<br />
inteligentes e eficientes que,<br />
graças a investimentos e visão de futuro, se<br />
tornaram autossustentáveis energética e/ou<br />
hidricamente. Engana-se quem pensa que<br />
esse é um processo viável apenas a edifícios.<br />
Os Net Zero têm se espalhado pelos mais diversos<br />
segmentos do mercado, se tornando<br />
mais acessíveis e economicamente atrativos<br />
inclusive para residências. Tanto é que o <strong>GBC</strong><br />
<strong>Brasil</strong>, atento à importância dessa iniciativa,<br />
se uniu a um programa global que visa zerar<br />
as emissões de carbono vindas do setor da<br />
construção civil. A organização, com o apoio<br />
do World Green Building Council e diversas<br />
outras instituições, pretende fazer com que todas<br />
as novas edificações e grandes reformas<br />
no país se tornem Net Zero, atingindo 100%<br />
desses segmentos até 2050 (saiba mais na<br />
página blog.gbcbrasil.org.br).<br />
Net Zero energia: o que é e<br />
como implantar<br />
É crescente o número de edifícios e residências<br />
brasileiros que estão descobrindo o quão<br />
vantajoso pode ser possuir um sistema local<br />
de geração de energia. Dados recentes da<br />
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel),<br />
destacaram que cerca de 7,5 mil unidades<br />
brasileiras são abastecidas por microgeração<br />
de energia fotovoltaica. Isso representa um aumento<br />
de cerca de 300% em relação a 2015,<br />
quando o <strong>Brasil</strong> registrava cerca de 1,8 mil<br />
dessas instalações.<br />
Esse maior acesso à energia renovável é um<br />
dos impulsionadores ao aumento do número<br />
de Net Zero Energia no <strong>Brasil</strong>. Márcio Takata,<br />
engenheiro e diretor da Enova Solar, explica<br />
que Net Zero Energia é um “conceito utilizado<br />
para edifícios (casas, edifícios comerciais ou industriais)<br />
no qual o balanço energético é zero.<br />
Isso quer dizer que toda a energia que é consumida<br />
no local é também gerada no local”.<br />
Embora a energia solar seja o meio mais comumente<br />
usado pelos Net Zero brasileiros,ele<br />
não é o único. Márcio lembra que, além da<br />
energia solar, “também pode-se criar um sistema<br />
de geração eólica, utilizando microturbinas<br />
eólicas, ou até uma usina que utiliza biomassa”.<br />
Tudo depende do tipo de edifício e das<br />
necessidades de seus ocupantes.<br />
A Enova Solar, empresa da qual Márcio é engenheiro<br />
e diretor, está localizada num edifício<br />
Net Zero Energia. “Aqui instalamos medidas de<br />
eficiência energética. Boa parte da iluminação<br />
é led. Fizemos também algumas adequações<br />
na parte de geração, instalamos uma usina solar<br />
com uma potência total de 3,5 quilowatts e<br />
com isso conseguimos ter um abatimento global<br />
da energia. Somos uma empresa com 10<br />
pessoas trabalhando e pagamos apenas 25<br />
reais de conta, que é a tarifa mínima”, explica.<br />
Estudar cuidadosamente cada caso é a chave<br />
para desenvolver um bom projeto Net Zero.<br />
Engana-se quem pensa que apenas instalar<br />
um sistema fotovoltaico já garante o fim dos<br />
problemas com o uso de energia elétrica. A<br />
questão o uso inteligente e eficiente da energia<br />
gerada por esse sistema é a chave para<br />
o sucesso de um sistema in loco de geração.<br />
Guido Petinelli, diretor da Petinelli Consultoria,<br />
exemplifica esse aspecto da seguinte maneira:<br />
“Se o prédio consegue se tornar mais eficiente<br />
a ponto de gastar metade da energia<br />
que antes gastava, por exemplo, significa que<br />
será necessário instalar um sistema de painéis<br />
com metade da capacidade do que seria<br />
necessário sem a eficiência energética. Isso<br />
torna a viabilidade muito mais próxima da realidade<br />
dos edifícios”, explica.<br />
A Petinelli, escritório de engenharia sustentável<br />
com sede em Curitiba, Paraná, é um dos<br />
maiores escritórios com experiência em Net<br />
Zero no país. A Creche Hassis (SC), o edifício<br />
Eurobussiness (PR) e a sede da RAC Engenharia<br />
(PR) são apenas alguns exemplos de<br />
edifícios Net Zero desenvolvidos pelo escritório.<br />
Ambos são, além de Net Zero, certificados<br />
LEED Platinum.<br />
Quanto custa?<br />
Um dos maiores mitos que rondam a questão<br />
da geração de energia in loco é que os custos<br />
serão altíssimos e inviáveis. “Energia renovável<br />
é um investimento cada vez mais atrativo,<br />
mas a sociedade ainda tem o pré-conceito<br />
de que se trata de algo caríssimo. Mas não é!<br />
Pelo contrário, é uma solução que faz bastante<br />
sentido para muitos perfis de edifícios”, explica<br />
Márcio Takata, da Enova Solar.<br />
É difícil prever quanto custará um sistema de<br />
geração de energia, já que isso depende de<br />
muitos fatores como quantidade de energia<br />
que precisará ser gerada, espaço disponível<br />
para instalação da estação de geração e tipo<br />
de tecnologia escolhida. Mesmo assim, Márcio<br />
Takata faz uma estimativa de gastos, baseada<br />
em sua experiência à frente da Enova<br />
Solar, referência na construção desses sistemas:<br />
“O investimento varia bastante, mas digamos<br />
que será a partir de R$18 mil. Uma residência<br />
padrão vai investir mais ou menos isso.<br />
Mas, à medida que falamos de residências ou<br />
edifícios maiores, o valor vai aumentando. Um<br />
edifício comercial, por exemplo, vai precisar<br />
investir algo em torno de R$70 mil. Esse investimento<br />
não está tão relacionado ao tamanho<br />
do edifício, mas sim ao consumo de energia.<br />
revistagbcbrasil.com.br fev-mar/17<br />
51
net zero<br />
© Divulgação Creche Hassis<br />
Creche Hassis<br />
Creche Hassis<br />
Por isso a importância de trabalhar a eficiência<br />
energética”, explica.<br />
Guido Petinelli exemplifica o investimento necessário<br />
somando-o ao valor da obra do edifício:<br />
“Dez anos atrás, falávamos que um prédio<br />
Net Zero poderia elevar entre 10 e 15% o custo<br />
de obra. Hoje em dia, essa porcentagem cai<br />
para no máximo 6% de custo adicional. Mas<br />
isso só será possível se eficiência energética<br />
e geração forem trabalhadas juntas e de uma<br />
maneira inteligente”.<br />
Tempo de retorno do investimento<br />
Estimar um prazo para o retorno do investimento<br />
também não é tarefa fácil. Márcio<br />
Takata elenca alguns fatores que condicionam<br />
essa estimativa:<br />
• Localidade onde o sistema será instalado:<br />
regiões onde a tarifa de energia é mais<br />
elevada em geral retornam o investimento<br />
mais rápido;<br />
• Clima local: regiões onde há maior<br />
radiação solar também retornam o investimento<br />
mais rapidamente. O princípio é básico:<br />
quanto mais sol, mais energia gerada e consequentemente<br />
mais economia;<br />
• Tipo de uso do edifício: uma instalação<br />
de baixa tensão (tipo residencial e comercial<br />
de baixo e médio porte), em geral terá um<br />
retorno mais rápido e atrativo. Já clientes industriais<br />
ou comerciais de grande porte terão<br />
um retorno um pouco mais demorado.<br />
Márcio conclui dizendo que “de um modo bastante<br />
generalizado, o retorno do investimento<br />
varia de 5 a <strong>12</strong> anos”.<br />
Creche Hassis: exemplo público<br />
de viabilidade<br />
Com cerca de <strong>12</strong>mil m², a Creche Hassis, em<br />
Florianópolis é um exemplo de como edifícios<br />
públicos também podem aproveitar dos benefícios<br />
das políticas Net Zero. Construída com<br />
recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento<br />
da <strong>Ed</strong>ucação (FNDE), a Creche é Net<br />
Zero energia graças a um sistema de geração<br />
de energia fotovoltaica instalado no telhado da<br />
instituição.<br />
O projeto, de autoria da Petinelli, foi inaugurado<br />
em março de 2015 e recebeu a certificação<br />
LEED Platinum. Ele possui dez salas de atividades,<br />
além de espaços com acessibilidade,<br />
um refeitório, bosques com espécies nativas,<br />
horta e um parque.<br />
O sistema de geração de energia instalado no<br />
local possibilita uma economia mensal de cer-<br />
ca de R$ 2 mil reais. A energia solar gerada no<br />
sistema da unidade também é utilizada para<br />
aquecer água potável, que vai para chuveiros,<br />
cozinha e lavanderia. A preocupação com o<br />
uso racional da água também se manifesta no<br />
sistema que capta água da chuva e a utiliza<br />
nas torneiras do jardim e nos vasos sanitários<br />
da creche.<br />
Por produzir mais energia do que gasta, a creche<br />
envia o excedente de energia para a rede<br />
pública de distribuição, em troca de créditos<br />
que poderão ser usados no abatimento de<br />
contas de energia de outros edifícios públicos<br />
da cidade.<br />
Esse procedimento, aliás, é adotado por<br />
muitas Net Zeros no país, já que a legislação<br />
brasileira permite essa troca de créditos entre<br />
microprodutores de energia e a rede pública<br />
de abastecimento elétrico. “É um projeto espetacular,<br />
especialmente por se tratar de um<br />
prédio público”, diz Guido Petinelli, salientando<br />
que instituições públicas também podem<br />
– e devem - investir em energia renovável.<br />
A Creche Hassis contou com investimento de<br />
cerca de R$ 4,4 milhões. Desses, R$ 2,5 milhões<br />
vieram do Governo Federal, sendo R$<br />
1,8 milhão do Fundo Nacional de Desenvolvimento<br />
da <strong>Ed</strong>ucação (FNDE) e R$ 695 mil do<br />
salário-educação. Também houve contribui-<br />
52 fev-mar/17 rev/gbc/br
Fotos:©Leonardo Finotti<br />
net zero<br />
©Divulgação Inova Solar<br />
© Divulgação Eurobusiness<br />
<strong>Ed</strong>ifício Eurobusiness<br />
ção do Banco Interamericano de Desenvolvimento,<br />
que investiu R$ 1,9 milhão.<br />
Net Zero Água: soluções simples<br />
e de grande impacto positivo<br />
Não há dúvidas de que a maioria dos que já<br />
ouviram falar em Net Zero associam o termo à<br />
geração de energia elétrica. O que muitos não<br />
sabem é que um edifício também pode ser Net<br />
Zero Água, e que esse tipo de empreendimento<br />
está crescendo no país. “Quando falamos<br />
em Net Zero água, falamos de empreendimentos<br />
que tem de cumprir dois critérios: o primeiro<br />
é não utilizar fontes convencionais de água,<br />
ou seja, não depender da concessionária para<br />
fornecer água potável ao edifício. O segundo<br />
é tratar o esgoto gerado pelo edifício, ou seja,<br />
nada do que é produzido de esgoto por esse<br />
edifício sai de suas dependências, tudo deve<br />
ser tratado ali mesmo”, explica Guido Petinelli.<br />
Para viabilizar um edifício Net Zero Água, o<br />
primeiro passo é buscar uma fonte hídrica alternativa,<br />
que pode ser captação de água da<br />
chuva ou extração de água de um poço autorizado,<br />
por exemplo. O empreendimento também<br />
precisará encontrar uma maneira de tratar<br />
o esgoto gerado. Isso poderá ser feito por<br />
meio de uma estação interna de tratamento ou<br />
através de um sistema simples que está cada<br />
vez mais popular: os Wetlands construídos.<br />
Wetlands são tanques de tratamento natural<br />
do esgoto (chamado de água negra). Basicamente<br />
são buracos, de cerca de 1 metro de<br />
profundidade, impermeabilizados com materiais<br />
geossintéticos e dotados de uma rede<br />
hidráulica e de um meio filtrante, geralmente<br />
brita ou seixo. Após a montagem, há um trabalho<br />
de paisagismo, integrando perfeitamente<br />
o wetland à paisagem do local. O esgoto<br />
tratado por um Wetland produz água que tem<br />
condições de reuso, podendo ser utilizada em<br />
irrigação de jardins e em lavagem de locais<br />
comuns, por exemplo.<br />
<strong>Ed</strong>ifício Eurobusiness: grandes<br />
empreendimentos também podem<br />
ser Net Zero água<br />
Construído sob consultoria da Petinelli, o edifício<br />
Eurobusiness está localizado em Curitiba,<br />
Paraná, e recebeu a certificação LEED Platinum,<br />
por sua alta eficiência e preocupação<br />
com questões ambientais. O que chama a<br />
atenção no empreendimento é que ele é Net<br />
Zero Água, ou seja, capta internamente toda<br />
a água que consome e trata o esgoto exce-<br />
“ENERGIA RENOVÁVEL<br />
É UM INVESTIMENTO<br />
CADA VEZ MAIS<br />
ATRATIVO, MAS A<br />
SOCIEDADE AINDA TEM<br />
O PRÉ-CONCEITO DE<br />
QUE SE TRATA DE ALGO<br />
CARÍSSIMO. MAS NÃO<br />
É! PELO CONTRÁRIO,<br />
É UMA SOLUÇÃO QUE<br />
FAZ BASTANTE SENTIDO<br />
PARA MUITOS PERFIS DE<br />
EDIFÍCIOS”<br />
Márcio Takata<br />
Inova Solar<br />
revistagbcbrasil.com.br 53<br />
fev-mar/17
net zero<br />
©Divulgação Petinelli<br />
Imagens: Divulgação CECAS<br />
Perspectiva <strong>Ed</strong>ifício CECAS-USP<br />
“A MAIOR PARTE DO<br />
MERCADO AINDA<br />
NÃO PERCEBEU QUE<br />
HOUVE UMA REDUÇÃO<br />
DRÁSTICA NO PREÇO<br />
DESSES EQUIPAMENTOS<br />
E QUE QUANDO A<br />
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA<br />
É BEM TRABALHADA<br />
E ALIADA A UM<br />
SISTEMA DE GERAÇÃO<br />
INTELIGENTE, O<br />
PERÍODO DE RETORNO<br />
[DO INVESTIMENTO] É<br />
RÁPIDO”<br />
Guido Petinelli<br />
Petinelli Inc<br />
dente. “O prédio é abastecido por um poço,<br />
que é devidamente homologado. Além disso,<br />
o edifício trata e filtra 100% do esgoto gerado<br />
num sistema in loco que aplica o conceito de<br />
Wetlands”, salienta Guido Petinelli.<br />
No projeto do edifício está especificado que “o<br />
sistema foi dimensionado para tratar 8m³ por<br />
dia e atende para água de reuso o CONAMA<br />
357 Classe1 e para água potável à Portaria<br />
2914 de 2011. Dessa forma, o balanço hídrico<br />
calculado entre demanda, geração e reuso<br />
de água qualificou o edifício como Net Zero<br />
Água, quando o edifício é autossuficiente hidricamente,<br />
com o abastecimento da concessionária<br />
pública somente para backup”.<br />
As adequações que o edifício Eurobusiness<br />
realizou em seu projeto para se tornar certificado<br />
LEED possibilitaram que o empreendimento<br />
consumisse 50% menos energia e 80% menos<br />
água (se comparado ao que um edifício<br />
comum de mesmo porte gastaria). O edifício<br />
alcançou 83 pontos na certificação LEED, lhe<br />
garantindo a categoria Platinum.<br />
O que falta para que Net Zeros<br />
cresçam ainda mais no país?<br />
Essa foi a pergunta feita tanto à Guido Petinelli<br />
quanto a Márcio Takata. E as respostas dos<br />
dois concordam num aspecto: falta derrubar<br />
a barreira do preconceito. “A maior parte do<br />
mercado ainda não percebeu que houve uma<br />
redução drástica no preço desses equipamentos<br />
e que quando a eficiência energética<br />
é bem trabalhada e aliada a um sistema de<br />
geração inteligente, o período de retorno [do<br />
investimento] é rápido”, explica Guido Petinelli.<br />
Takata salienta ainda outro ponto fundamental<br />
para o desenvolvimento dos Net Zero no<br />
<strong>Brasil</strong>: a necessidade de se criar programas<br />
públicos de financiamento. “O investimento<br />
inicial nesse tipo de tecnologia não é pequeno,<br />
afinal a maioria dos brasileiros não têm 20 mil<br />
reais imediatamente disponíveis para instalar<br />
um sistema de energia solar. Por isso, se houvesse<br />
uma linha de financiamento compatível<br />
com esse tipo de público, certamente muito<br />
mais gente optaria pela energia solar”.<br />
Ao regulamentar a microgeração de energia<br />
e o fornecimento de crédito a produtores<br />
que queiram “repassar” a energia excedente<br />
à rede elétrica pública, o governo sinaliza que<br />
pretende expandir essa tecnologia pelo país.<br />
A Aneel espera que a geração de energia, especialmente<br />
a solar, se torne cada vez mais<br />
acessível e projeta que no ano de 2024, mais<br />
de 1,2 milhão de consumidores passarão a<br />
produzir sua própria energia no <strong>Brasil</strong>, o que<br />
equivale a cerca de 4,5 gigawatts (GW) de potência<br />
instalada. Num país solar e de proporções<br />
continentais como o <strong>Brasil</strong>, há potencial<br />
para que esses números só aumentem.<br />
<strong>Ed</strong>ifício CECAS – um Net Zero<br />
na USP<br />
Dentro da Universidade de São Paulo um edifício<br />
em breve chamará a atenção. É o prédio<br />
do CECAS (Centro de Estudos do Clima e Ambientes<br />
Sustentáveis), que está sendo projetado<br />
para ser um Net Zero Energia. Com consultoria<br />
da OTEC, o edifício gerará 100% da<br />
54 fev-mar/17 rev/gbc/br
net zero<br />
Perspectiva <strong>Ed</strong>ifício CECAS-USP<br />
energia consumida em suas dependências.<br />
Toda a energia elétrica será gerada através de<br />
painéis fotovoltaicos instalados na cobertura<br />
do prédio e vidros fotovoltaicos instalados nas<br />
fachadas do mesmo.<br />
Como já se sabe, autossuficiência e uso consciente<br />
precisam andar juntos. Justamente por<br />
isso, o projeto se preocupa em reduzir ao má-<br />
ximo o consumo de energia, sem prejudicar<br />
o bom funcionamento do prédio. O arquiteto<br />
Marcelo de Andrade Romero explica que “a iluminação<br />
natural será potencializada por meio<br />
de espelhos solares externos que conduzem<br />
a luz natural difusa para dentro do edifício. A<br />
iluminação artificial será acionada somente<br />
quando os níveis de iluminância natural não<br />
atingem os níveis necessários preconizados<br />
pela norma brasileira”.<br />
Em termos de conforto térmico, optou-se por<br />
utilizar climatização somente nas três salas de<br />
conferencias e no auditório. O edifício contará<br />
com um sistema de geotermia que resfriará o<br />
ar exterior e o direcionará para dentro do mesmo.<br />
Além disso, o prédio do CECAS contará<br />
com dois elevadores eficientes. Com essas<br />
medidas, espera-se que o consumo enérgico<br />
total final do prédio será de 5kWh/m2 por mês,<br />
considerado um valor bastante baixo se comparado<br />
a edifícios com características semelhantes<br />
ao do CECAS.<br />
Quando finalizado, o prédio terá uma biblioteca,<br />
salas de aula, um auditório e diversos laboratórios<br />
com formato de escritório.<br />
A REVISTA<br />
OFICIAL DO<br />
<strong>GBC</strong> BRASIL.<br />
SÓ TEM UMA.<br />
ASSINATURAS<br />
A PARTIR DE<br />
3x R$ 49 ,90*<br />
Fique por dentro do melhor conteúdo da construção sustentável<br />
LIGUE E ASSINE: 11 5078 6109<br />
revistagbcbrasil.com.br *Assinatura Anual (6 edições): R$ 149,70. Para Assinatura Corporate (3 exemplares x 6 edições): R$ 299,70 ou 3x R$ 99,90<br />
fev-mar/17 55
MATERIAIS & TECNOLOGIA<br />
ILUMINAÇÃO<br />
Qualidade<br />
Gera<br />
Economia.<br />
©Divulgação<br />
A Inoveled é uma empresa que desde 2000 atua<br />
no mercado de tecnologia de lâmpadas LED,<br />
especializada em fabricações de lâmpadas e<br />
luminárias, sejam modelos padrão ou personalizadas,<br />
para assim atender a demanda do cliente.<br />
Com foco em comércios, rede de franquias,<br />
indústrias, fabricas e grandes empreendimentos<br />
que visam economia e sustentabilidade, com o<br />
LED reduzimos seu gasto com iluminação em<br />
até 80%.<br />
Como fabricante, buscamos a melhor matéria<br />
prima para o desenvolvimentos de nossos<br />
produtos. Estética, qualidade e eficiência são a<br />
base de nossos produtos, proporcionando mais<br />
eficiência energética com pouca manutenção,<br />
tornando o investimento ainda mais viável e positivo.<br />
Tudo com 3 anos de garantia.<br />
Quer saber quanto sua empresa vai economizar?<br />
Entre em contato e fazemos um estudo de<br />
PayBack para você.<br />
Conheça a Lutron<br />
A Lutron Electronics é líder mundial no desenvolvimento<br />
e fabricação de soluções para o<br />
controle da luz elétrica e natural em espaços<br />
residenciais e comerciais, sempre com foco na<br />
eficiência energética.<br />
A companhia possui mais de 2 mil patentes e<br />
fabrica mais de 15 mil produtos, oferecendo um<br />
grande portfólio de produtos para controle de<br />
iluminação que incluem sensores, atenuadores<br />
e interruptores de luz elétrica, sistemas de cortinas<br />
e persianas para o controle da luz solar e<br />
sistemas integrados.<br />
As soluções da Lutron controlam a iluminação<br />
de alguns dos espaços mais emblemáticos do<br />
planeta, como a Estátua da Liberdade nos Estados<br />
Unidos, o Museo Guggenheim na Espanha,<br />
a sede do Banco da China, entre outros.<br />
Além disso, os sistemas podem ser encontrados<br />
no edifício-sede da BBC, em Londres e<br />
nos escritórios da IBM e Microsoft nos Estados<br />
Unidos. No segmento residencial, destacamos<br />
o Castelo de Windsor, no Reino Unido, e a ala<br />
residencial da Casa Branca, em Washington.<br />
Lutron do <strong>Brasil</strong><br />
Av. Ibirapuera, 2064 - cj 72<br />
Indianópolis, São Paulo - SP<br />
Tel.: 11 3257-6745<br />
www.lutron.com<br />
56 fev-mar/17 rev/gbc/br
certificações<br />
USO RACIONAL DA ÁGUA<br />
25 formas de<br />
economizar água<br />
A partir desta edição, a Rain Bird, empresa líder<br />
mundial na fabricação e no fornecimento de produtos<br />
de irrigação e serviços correlatos, traz para<br />
você, leitor, dicas e sugestões para economizar<br />
água em sua residência, empresa, local de trabalho,<br />
etc. Confira as primeiras dicas:<br />
1. Inspeção do Sistema - Avalie o sistema e<br />
terreno identificando problemas e certifique que<br />
a irrigação automática está pronto para a próxima<br />
estação. Poucos passos para economizar<br />
água e evitar multas.<br />
2. Análise da conta de água - Observe a conta<br />
de água. Um pico pode indicar vazamentos desperdiçando<br />
milhões de litros ano. Um vazamento<br />
da espessura de uma moeda pode desperdiçar<br />
18 mil litros por mês! Eliminar vazamentos faz a<br />
grande diferença no consumo e conta de água.<br />
3. Auditoria Profissional - Um instalador local<br />
certificado pode avaliar o sistema. Se não conhece<br />
nenhum, a Rain Bird pode ajudar. Especialistas<br />
farão um orçamento dos benefícios da<br />
auditoria para escolher a melhor.<br />
4. Verificações mensais no sistema – Faça<br />
a manutenção durante toda a temporada, verificando<br />
rompimentos, vazamentos e danos uma<br />
vez por mês.<br />
5. Água pela manhã – Irrigar entre 5h e 10h da<br />
manhã , com sol fraco, ventos calmos e temperatura<br />
fria. A irrigação ao meio-dia é menos<br />
eficiente pela perda de água por evaporação e<br />
vento. A irrigação noturna também não é uma<br />
boa ideia e deixa folhas molhadas durante a noite,<br />
convite aos fungos. Irrigando pela manhã as<br />
folhas secam. Ajuste os relógios dos controladores<br />
Rain Bird para irrigar quando quiser.<br />
AR CONDICIONADO<br />
Novos compressores<br />
Danfoss Scroll<br />
aperfeiçoam eficiência<br />
em cargas parciais<br />
Impulsionadas pela necessidade global de reduzir<br />
as emissões de CO 2<br />
, novas legislações<br />
em todo o mundo estão exigindo sistemas de<br />
ar condicionado com mais eficiência energética,<br />
além de refrigerantes com GWP mais baixos.<br />
A extensa gama de compressores da Danfoss<br />
inclui agora o Danfoss Scroll com a tecnologia<br />
de Válvula Intermediária de Descarga (IDV) para<br />
oferecer benefícios e economias funcionais durante<br />
todo o ciclo de vida dos sistemas, desde<br />
os custos de desenvolvimento e operação até<br />
manutenção.<br />
Os compressores scroll Danfoss com IDVs têm<br />
capacidade de refrigeração de 7,5 a 40 toneladas<br />
e oferecem novos recursos que entregam a<br />
solução mais econômica para a próxima geração<br />
de rooftops e chillers com R-410A. Eles também<br />
serão qualificados para refrigerantes com<br />
GWP menor até o final de 2017 para atender as<br />
expectativas da transição para refrigerantes alternativos.<br />
A tecnologia IDV permite que o compressor evite<br />
perdas sobre compressão e, assim, trabalho<br />
extra pelo motor durante a operação de carga<br />
parcial - possibilitando que os compressores<br />
Danfoss Scroll DSH e DCJ economizem energia<br />
e melhorem a eficiência em carga parcial de 3%<br />
a 10% em configurações padrões.<br />
“Os compressores Danfoss Scroll com tecnologia<br />
IDV são compatíveis com as linhas Danfoss<br />
HCJ e SH, levando a mínimos redesenhos<br />
e custos”, explica Gustavo Asquino, gerente de<br />
desenvolvimento de negócios LAM da Danfoss.<br />
“Aproveitando a experiência da Danfoss com<br />
aplicações de rooftop, chiller e splits, os compressores<br />
Danfoss Scroll com IDVs são mais<br />
eficientes em cargas parciais e possuem um<br />
mapa operacional ampliado. São mais robustos<br />
e mais tolerantes a inversão de fase, além de serem<br />
equipados com válvula de bloqueio contra<br />
retorno de líquido e contar com o gerenciamento<br />
do óleo patenteado em aplicação manifold”,<br />
acrescenta.<br />
Benefícios dos compressores Danfoss Scroll<br />
com IDV<br />
- Proporciona maior eficiência de carga parcial<br />
por projeto;<br />
- A compatibilidade com versões anteriores<br />
reduz a complexidade e os custos de redesenho;<br />
- O mapa operacional ampliado permite uma<br />
utilização mais ampla em aplicações exigentes<br />
como, por exemplo, sistemas de resfriamento em<br />
TI, sistemas reversíveis, resfriamento de processo<br />
e recuperação de calor;<br />
- As combinações de manifold adicionais<br />
permitem maior flexibilidade de projeto;<br />
- Um novo nível de robustez do compressor e<br />
confiabilidade do sistema.<br />
Rain Bird <strong>Brasil</strong> Ltda<br />
Rua Marques Póvoa, 215<br />
Uberlândia - MG<br />
Tel.: 34 3221 8210<br />
www.rainbird.com.br<br />
revistagbcbrasil.com.br 57<br />
fev-mar/17
inovação<br />
Boas vindas do diretor executivo, Yoshihiro Minemo<br />
Evento Daikin para arquitetos e instaladores<br />
Daikin promove evento<br />
para instaladores,<br />
arquitetos e clientes e<br />
reforça compromisso com<br />
o mercado sustentável.<br />
No dia 1º de fevereiro de 2017,<br />
a Daikin, um dos maiores<br />
fabricantes globais de ar-<br />
-condicionado recepcionou<br />
instaladores de equipamentos<br />
residenciais e seus arquitetos<br />
parceiros, além de clientes finais corporativos<br />
que utilizam sistemas do tipo VRV<br />
(Volume de Refrigerante Variável, em inglês)<br />
no Show Room CA8A, em São Paulo. Estavam<br />
presentes importantes membros do grupo<br />
Daikin a nível internacional, juntamente a<br />
equipe do <strong>Brasil</strong> para o atendimento de cerca<br />
de 100 empresários e profissionais do setor.<br />
O evento foi dividido em dois momentos, sendo<br />
que no horário do almoço foram recebidos<br />
os instaladores e arquitetos, com a apresentação<br />
também do novo Show Room da<br />
Daikin. No período da noite, foram recepcionados<br />
clientes finais de sistema VRV. A empresa<br />
mostrou como seus produtos estão alinhados<br />
com o mercado crescente, apesar da<br />
crise, de edificações com certificação green<br />
Por Taís Cruz<br />
building. Para apresentar o mercado de certificações<br />
LEED, Felipe Faria, diretor executivo<br />
do Green Building Council <strong>Brasil</strong> (<strong>GBC</strong>) falou<br />
sobre a tendência de crescimento que esse<br />
mercado tem apresentado mesmo com as<br />
incertezas econômicas e políticas no <strong>Brasil</strong>.<br />
A preocupação com o meio ambiente, inovação<br />
tecnológica e economia de energia são<br />
marcas registradas da Daikin. Daí nasce a importância<br />
da parceria com o <strong>GBC</strong> em busca<br />
da eficiência energética. A sua linha de produtos<br />
são adequados à certificação LEED,<br />
como os resfriadores de líquido (chillers)<br />
com compressores exclusivos, desenvolvidos<br />
pela própria engenharia da Daikin, que<br />
utilizam mancais magnéticos (condensação<br />
a água) ou um único fuso e dois rotores satélites<br />
(condensação a ar) com alta eficiência<br />
energética.<br />
Para o presidente da Daikin no <strong>Brasil</strong>, Tomoji<br />
Miki, o compromisso com a sustentabilidade<br />
é fundamental. “Nós entendemos que o<br />
<strong>GBC</strong> tem o mesmo objetivo que a Daikin, que<br />
Fotos: ©Luciano Finotti (Every Fotos)<br />
Tomoji Miki, presidente da Daikin <strong>Brasil</strong>, Felipe Faria,<br />
diretor executivo do <strong>GBC</strong> <strong>Brasil</strong> e Yoshihiro Mineno,<br />
diretor executivo Operações Globais da Daikin<br />
estamos trabalhando visando a mesma finalidade.<br />
Por isso a nossa parceria é muito boa<br />
e é disso que precisamos. Se nós não criarmos<br />
um padrão que realmente traga melhor<br />
eficiência para a sociedade brasileira, estaremos<br />
andando na contramão da necessidade<br />
social do país”.<br />
Yoshihiro Mineno, diretor executivo sênior da<br />
Divisão de Operações Globais, também enfatiza:<br />
“Somos uma empresa global, com faturamento<br />
de 20 bilhões de dólares que investe<br />
em P&D e que está revolucionando o mercado<br />
mundial com soluções de alta eficiência<br />
e que estarão em breve disponíveis também<br />
no <strong>Brasil</strong>”. A Daikin quer crescer ainda mais<br />
no país, por isso trabalha com seriedade e<br />
compromisso para trazer a melhor solução<br />
disponível de ar-condicionado no mundo ao<br />
alcance dos brasileiros.<br />
Para Tomoji Miki, os instaladores, arquitetos<br />
e empresários puderam observar que<br />
as altas tecnologias agregadas a qualidade<br />
dos produtos irão garantir a satisfação do<br />
consumidor final. “Nós vemos que existem<br />
muitos equipamentos ultrapassados sendo<br />
utilizados no país e desejamos que, ao fazer<br />
o retrofit destes equipamentos, eles possam<br />
ser substituídos por um que realmente seja<br />
adequado a necessidade e traga a real eficiência<br />
energética desejada pelo cliente”,<br />
conclui Tomoji.<br />
58 fev-mar/17 rev/gbc/br
inovação<br />
revistagbcbrasil.com.br 59<br />
fev-mar/17
NÓS ACREDITAMOS QUE<br />
O CLIENTE<br />
DÁ PROPÓSITO A CADA INVESTIMENTO. A CADA PROPRIEDADE, UM<br />
SIGNIFICADO. E A CADA NEGÓCIO FECHADO, UM NOVO IMPULSO PARA<br />
ATINGIR OBJETIVOS AINDA MAIORES.<br />
Ativos imobiliários são bens poderosos. Eles ajudam a definir o negócio de uma empresa, o<br />
espírito de uma startup, os valores de um investidor. Nós somos mais de 43.000 colaboradores, em<br />
60 países, ajudando nossos clientes a colocarem ideias em prática nos mais diversos mercados,<br />
respeitando orçamentos, sem nunca falhar, em qualquer lugar do mundo e também no <strong>Brasil</strong>.<br />
CUSHMAN & WAKEFIELD, UMA LÍDER GLOBAL EM SERVIÇOS IMOBILIÁRIOS COMERCIAIS.<br />
O QUE PODEMOS FAZER POR VOCÊ?<br />
cushwakeaction.com.br / cushwake@sa.cushwake.com<br />
(11) 5501-5464<br />
IDEAS INTO ACTION