27.03.2017 Views

Revista GBC Brasil - Ed. 12

A revista oficial do Green Building Council Brasil, traz sempre informações e conteúdos sobre o mercado da construção sustentável

A revista oficial do Green Building Council Brasil, traz sempre informações e conteúdos sobre o mercado da construção sustentável

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

G R E E N B U I L D I N G C O U N C I L<br />

REVISTA<br />

<strong>GBC</strong>BRASIL<br />

CONSTRUINDO UM FUTURO SUSTENTÁVEL<br />

ANO4 / Nº<strong>12</strong> / 2017<br />

CITI CENTER<br />

UM DOS EDIFÍCIOS MAIS ICÔNICOS<br />

DE SÃO PAULO SE RENOVA COM<br />

LEED SILVER EB O+M<br />

DOSSIÊ ESPECIAL<br />

LEED EB O+M:<br />

CONSTRUÇÕES<br />

EXISTENTES<br />

TORNAM-SE<br />

SUSTENTÁVEIS<br />

Comitê <strong>GBC</strong> <strong>Brasil</strong> integra<br />

Programa Global com<br />

foco em NET Zero<br />

Normas de conservação<br />

da água em discussão na<br />

ABNT<br />

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA<br />

E ILUMINAÇÃO:<br />

Cases e soluções<br />

VIBEDITORA


Garanta sua presença<br />

na edição de 2017!<br />

EDIÇÃO<br />

COMEMORATIVA<br />

10 ANOS DE<br />

<strong>GBC</strong> BRASIL<br />

08 A 10<br />

AGOSTO<br />

2017<br />

SP EXPO EXHIBITION &<br />

CONVENTION CENTER<br />

SÃO PAULO - SP<br />

A GREENBUILDING BRASIL CONFERÊNCIA<br />

INTERNACIONAL E EXPO:<br />

9É o principal evento da construção sustentável na América<br />

Latina e um dos principais do segmento no mundo.<br />

9É o mais forte e abrangente encontro para os setores de<br />

Arquitetura, Construção e Design<br />

9Reúne mais de 14 mil profissionais dos setores relacionados<br />

9Sua conferência traz uma ampla disseminação de práticas<br />

inovadoras e casos de sucesso, através de apresentações<br />

de renomados especialistas nacionais e internacionais.<br />

9Oferece uma ampla gama de serviços,<br />

negócios e networking.<br />

Mais informações e inscrições:<br />

greenbuilding@informa.com<br />

www.expogbcbrasil.org.br<br />

PATROCÍNIO DIAMANTE<br />

PATROCÍNIO PLATINA<br />

PATROCÍNIO OURO<br />

APOIO ESPECIAL<br />

REALIZAÇÃO<br />

ORGANIZAÇÃO<br />

PATROCÍNIO PRATA<br />

PATROCÍNIO BRONZE


<strong>Ed</strong>itorial<br />

Um ano especial para<br />

não perder de vista<br />

O ano que se iniciou apresenta-se com boas perspectivas<br />

de retomada da economia, e tudo que isso impacta<br />

nos setores produtivos da construção, em especial, na<br />

construção sustentável. O momento é de plantar para<br />

colhermos num futuro próximo.<br />

O ano também marca a trajetória de 10 anos do <strong>GBC</strong> no<br />

<strong>Brasil</strong>. Por isso, estamos trabalhando a todo vapor nas<br />

edições de 2017 e, em especial, na edição comemorativa<br />

do Anuário <strong>GBC</strong> 2017, que marcará ainda os 10 anos<br />

das certificações LEED no país. Com quase 400 edificações<br />

certificadas desde 2007, mais de 60% delas nos<br />

últimos 3 anos, o <strong>Brasil</strong> tem se consolidado como um<br />

dos países mais atuantes no movimento da construção<br />

sustentável no mundo.<br />

Esta edição apresenta uma das certificações que tem<br />

crescido também nos últimos anos, o LEED EB O+M,<br />

responsável pela transformação e adaptacão de grandes<br />

edifícios icônicos rumo à sustentabilidade de suas<br />

operações e manutenção, garantindo um novo horizonte<br />

de economia e gestão destes empreendimentos. Alguns<br />

destes exemplos são elencados nesta edição.<br />

Além disso, apresentamos um especial sobre eficiência<br />

energética e iluminação, e novos rumos na questão dos<br />

edifícios NET Zero.<br />

Um boa leitura a todos!<br />

LUIZ FERNANDO SAMPAIO<br />

DIRETOR EXECUTIVO<br />

VIB Comunicação e <strong>Ed</strong>itora<br />

© Bianca Wendhausen<br />

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO<br />

Presidente <strong>GBC</strong> <strong>Brasil</strong><br />

<strong>Ed</strong>uardo Eleutério<br />

Diretor Executivo Isover, Saint Gobain<br />

Vice Presidente <strong>GBC</strong> <strong>Brasil</strong><br />

Antonio Lacerda<br />

Senior Vice Presidente, BASF<br />

1º Secretário <strong>GBC</strong> <strong>Brasil</strong><br />

Ernesto Ghini<br />

Diretor Geral, Honeywell<br />

2º Secretário <strong>GBC</strong> <strong>Brasil</strong><br />

Marcos Bensoussan<br />

Sócio Presidente, Setri<br />

MEMBROS DO CONSELHO<br />

Martín Andrés Jaco<br />

CEO, BR Properties<br />

Celina Antunes<br />

CEO América Latina, Cushman & Wakefield<br />

Hilton Rejman<br />

Diretor de Incorporações, Cyrela Commercial<br />

Properties<br />

William Ribeiro<br />

Diretor Comercial, Daikin<br />

Raul Penteado<br />

Presidente, Deca<br />

Fabian Gil<br />

Presidente América Latina, Dow<br />

<strong>Ed</strong>o Rocha<br />

Sócio Proprietário & CEO, <strong>Ed</strong>o Rocha Arquitetura<br />

Maurício Parolin Russomanno<br />

CCO - Chief Commercial Office, Votorantim<br />

Manoel Gameiro<br />

Ex Presidente <strong>GBC</strong> <strong>Brasil</strong><br />

José Moulin Netto<br />

Ex Presidente <strong>GBC</strong> <strong>Brasil</strong><br />

CEO Green Building Council <strong>Brasil</strong><br />

Felipe Faria<br />

VIBEDITORA<br />

DIRETOR EXECUTIVO<br />

Luiz Sampaio<br />

lfsampaio@vibcom.com.br<br />

REDAÇÃO<br />

Paulo Dias - MTb 82002/SP<br />

Taís Cruz<br />

redacao@vibcom.com.br/ press@vibcom.com.br<br />

COMERCIAL: comercial@vibcom.com.br<br />

FINANCEIRO: adm@vibcom.com.br<br />

DESIGN GRÁFICO E EDITORIAL,<br />

REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO<br />

VIB COMUNICAÇÃO E EDITORA<br />

Av. Morumbi, 8411 - conj 31<br />

Brooklin - São Paulo - SP<br />

CEP 04703-004<br />

RESPONSÁVEL DO <strong>GBC</strong><br />

Maíra Macedo<br />

ASSINATURAS E CONTATOS:<br />

Tel: 11 5078 6109<br />

email: assinaturas@gbcbrasil.org.br<br />

Capa: <strong>Ed</strong>ifício Citi Center - São Paulo.<br />

Divulgação Citibank<br />

revistagbcbrasil.com.br fev-mar/17<br />

3


índice<br />

G R E E N B U I L D I N G C O U N C I L<br />

REVISTA<br />

<strong>GBC</strong>BRASIL<br />

CONSTRUINDO UM FUTURO SUSTENTÁVEL ANO 4 / Nº<strong>12</strong> / 2017<br />

EDITORIAL............................................................. > 3<br />

COLUNA <strong>GBC</strong>........................................................ > 6<br />

GREEN PAGES<br />

SCOT HORST...................................> 8<br />

COLUNA CBIC..................................................... > <strong>12</strong><br />

PROJETO DESTAQUE...........................> 14<br />

NORMAS DE CONSERVAÇAO DA ÁGUA.......... > 18<br />

ESPECIAL LEED EB O+M<br />

ESPECIALISTAS E CASES........................................... .> 20<br />

CONSTRUINDO HISTÓRIA.................................. > 26<br />

CERTIFICAÇÃO ENERGÉTICA DE PORTFOLIOS... > 28<br />

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E ILUMINAÇÃO<br />

RUMOS NO BRASIL.................................................... > 30<br />

MITSIDI................................................................. > 36<br />

COMFORT LUX.................................................... > 40<br />

AGENDA <strong>GBC</strong> MAR/ABR 2017........................... > 43<br />

GREEN PEOPLE................................................... > 44<br />

VISÃO GLOBAL.................................................... > 46<br />

COMITÊ NET ZERO............................................ > 48<br />

NET ZERO NO BRASIL................................................ > 50<br />

SOLUÇÕES SUSTENTÁVEIS................................ > 56<br />

INOVAÇÃO - EVENTO DAIKIN.......................... > 58<br />

4 fev-mar/17 rev/gbc/br


coluna gbc<br />

Mercado da eficiência<br />

energética em edificações<br />

existentes e renováveis.<br />

Atento às discussões mundiais voltadas<br />

a eficiência energética e energias limpas,<br />

desenvolveremos atividades para acelerar<br />

o desenvolvimento deste mercado.<br />

Eficiência energética e energia limpa são temas de<br />

relevância mundial quando o assunto desenvolvimento<br />

sustentável. Seguindo nossos compromissos<br />

no COP Paris, o Green Building Council <strong>Brasil</strong>,<br />

com o suporte do Instituto Clima e Sociedade,<br />

lançará um novo Comitê Técnico para criar uma<br />

certificação complementar sobre autossuficiência energética em<br />

construções.<br />

O objetivo é acelerar o mercado de eficiência energética em<br />

edificações e promover o conceito de Net Zero Energy Building<br />

(autossuficiência em energia) nas edificações novas até 2030 e<br />

em todas as edificações até 2050. Com isso, contribuiremos com<br />

a redução das 84 GTon de emissões até 2050, o suficiente para<br />

manter o aquecimento global em 1,5ºC.<br />

Nossa expectativa é lançar a primeira versão deste protocolo<br />

de certificação ainda no ano de 2017. São diversos os empreendimentos<br />

no <strong>Brasil</strong> que alinham excelente desempenho relacionado<br />

a eficiência energética com geração de energia renovável, buscando<br />

a eficiência.<br />

Outro protagonismo do <strong>GBC</strong> <strong>Brasil</strong> no suporte ao mercado<br />

de renováveis é o Alternative Compliance Path que criamos<br />

substituindo a certificação Green E pelo Selo Energias Renováveis<br />

da ABEEÓLICA e ABREGEL, concedido pelo Instituto Totum. Ano<br />

passado, cerca de 90% dos RECs comercializados foram vendidos<br />

a edificações LEED.<br />

Recentemente, divulgamos via Face Live, um dos nossos<br />

projetos CASA na modalidade multifamiliar vertical (pioneiro / piloto),<br />

o edifício do Membro Montage que planeja ser o primeiro<br />

empreendimento a constituir uma sociedade solar conforme a<br />

nova regulamentação da ANEEL. Todos proprietários de unidades<br />

serão quotistas de uma usina de geração fotovoltaica e receberão<br />

uma quantidade de energia elétrica suficiente ao consumo mensal,<br />

podendo compensar a fração residual.<br />

Em termos de projetos de eficiência energética em edificações,<br />

usamos como um dos parâmetros de quantificação da nossa<br />

presença no mercado, a certificação LEED EB O+M (para edificações<br />

existentes). Ano passado tivemos um aumento de 30%<br />

dos projetos e celebramos a certificação de edificações icônicas<br />

como a sede do BNDES no Rio de Janeiro, a sede do Citibank<br />

em São Paulo e o Sincredi de Porto Alegre, certificado no nível<br />

Platinum.<br />

Esta edição da revista também aborda a plataforma de benchmark<br />

ARC, criada para suportar nossos esforços de garantir um<br />

excelente desempenho das edificações certificadas LEED, além<br />

de despontar como uma nova ferramenta de engajamento a edificações<br />

existentes, em escala, ao nosso movimento de green building<br />

e certificação.<br />

Junto ao Ministério do Meio Ambiente, segue a agenda anual<br />

de treinamentos e acreditação profissional sobre ferramentas de<br />

medição e verificação, auxílio no entendimento e uso dos principais<br />

mecanismos de financiamento e garantia para projetos de eficiência<br />

energética. Concomitantemente aos mecanismos existentes, notamos<br />

maior movimentação das instituições financeiras na criação de<br />

produtos para o mercado de eficiência energética em edificações.<br />

Por fim, agradecemos o ininterrupto suporte que recebemos<br />

de todos os nossos Membros e exaltamos a participação no envio<br />

de propostas às sessões técnicas para o Greenbuilding <strong>Brasil</strong><br />

Conferência Internacional e Expo, dias 08 a 10 de Agosto de 2017.<br />

Tivemos o recorde de envio de propostas, foram 173 propostas<br />

sendo 115 completas.<br />

FELIPE FARIA,<br />

CEO Green Building Council <strong>Brasil</strong><br />

Presidente Comitê de Networking das Américas do World <strong>GBC</strong><br />

6 fev-mar/17 rev/gbc/br


coluna gbc<br />

revistagbcbrasil.com.br 7<br />

fev-mar/17


inovação<br />

GREEN PAGES<br />

©Mari Queiroz<br />

Plataforma ARC<br />

Ao longo das duas últimas décadas, o United<br />

States Green Building Council (US<strong>GBC</strong>) e<br />

a Green Business Certification, Inc. (<strong>GBC</strong>I)<br />

reuniram mais dados e informações sobre<br />

edifícios e negócios do que qualquer outra<br />

organização no mundo. Juntos, US<strong>GBC</strong><br />

e <strong>GBC</strong>I criaram uma plataforma de<br />

engajamento que transformou o ambiente<br />

construído. Agora, imagine esta plataforma<br />

combinada com dados, mobilidade e as<br />

tecnologias mais disruptivas no horizonte.<br />

A Arc Skoru Inc., como a organização<br />

é oficialmente reconhecida, criada pela<br />

<strong>GBC</strong>I para tornar as visões do US<strong>GBC</strong>, do<br />

<strong>GBC</strong>I e dos seus parceiros uma realidade<br />

ligando pessoas de todo o mundo a ações<br />

e inspirando-as a tomarem as decisões<br />

mais bem informadas. Isso capacita as<br />

pessoas a se conectar e colaborar para uma<br />

qualidade de vida coletiva superior. O Arc<br />

Skoru é o local ideal para rastrear todas as<br />

inspirações, conexões e ações relacionadas à<br />

sustentabilidade do nosso ambiente construído.<br />

ENTREVISTA<br />

Scot Horst<br />

CEO da Arc Skoru Inc.<br />

A plataforma ARC permite aos usuários medir<br />

o desempenho, fazer melhorias e benchmark<br />

comparando a outros projetos. ARC é um<br />

complemento ao LEED e outros sistemas<br />

de classificação de edifícios verdes, padrões,<br />

protocolos e diretrizes e permite que edifícios<br />

e espaços comparem métricas de desempenho<br />

e conectem essas métricas para estratégias<br />

de construção verde. ARC permite melhorias<br />

incrementais e pode colocar um projeto no<br />

caminho certo para a certificação LEED ou<br />

outra certificação do sistema de classificação.<br />

8 fev-mar/17 rev/gbc/br


inovação<br />

revistagbcbrasil.com.br fev-mar/17<br />

9


inovação<br />

GREEN PAGES<br />

Quais são os principais benefícios e<br />

oportunidades de benchmarking e medição<br />

de desempenho através do sistema<br />

ARC? Como a plataforma pode apoiar as<br />

decisões dos investidores, gestores de<br />

facilities e proprietários de edifícios?<br />

Scot Horst. ARC é uma plataforma digital<br />

de última geração que permite que qualquer<br />

tipo de projeto, construção, comunidade ou<br />

cidade inicie imediatamente a gravação de<br />

seus dados de desempenho e obtenha uma<br />

pontuação desse desempenho. Esses dados<br />

criam uma pontuação holística ao rastrear a<br />

atividade em energia, água, resíduos, transporte<br />

e experiência humana. O desempenho<br />

de benchmarking é vital para qualquer projeto<br />

e ajuda os gerentes a ver como eles se comparam<br />

aos outros localmente, regionalmente e<br />

globalmente. Ao conectar todas essas ações<br />

em um só lugar, a ARC fornece transparência<br />

para que investidores, proprietários e gerentes<br />

possam garantir que seus esforços estão promovendo<br />

mudanças significativas.<br />

Como a plataforma ARC pode ser usada<br />

em conexão com diferentes sistemas de<br />

construção sustentável? E os edifícios<br />

não certificados?<br />

SH. A plataforma permite que qualquer projeto<br />

introduza seus dados no ARC e receba<br />

uma pontuação de desempenho. Os projetos<br />

podem se comparar com outros no mercado,<br />

identificar novas oportunidades de melhoria<br />

incremental e verificar o desempenho em<br />

uma base anual. O ARC fornece um ponto de<br />

entrada imediata, não importa onde eles estão<br />

em sua jornada de sustentabilidade. Imediatamente<br />

eles podem começar a identificar<br />

etapas que os colocarão no caminho para<br />

uma certificação LEED ou outra certificação<br />

<strong>GBC</strong>I. Os projetos também podem escolher<br />

simplesmente usar o ARC para acompanhar<br />

o progresso até que sintam que estão prontos<br />

para começar a trabalhar para a certificação.<br />

É possível usar a plataforma ARC como<br />

uma maneira de melhorar a saúde, bem-<br />

-estar e produtividade dos ocupantes dos<br />

edifícios?<br />

SH. Uma das cinco principais categorias rastreadas<br />

no ARC é a da Experiência Humana.<br />

Quando você está olhando para o desempenho<br />

de um edifício e se é um espaço saudável,<br />

você tem que considerar como ele está contribuindo<br />

para a qualidade de vida dos ocupantes.<br />

O LEED faz isso na seção de Qualidade<br />

Ambiental Interior. O ARC rastreia o desempenho<br />

dessa seção.<br />

Você pode ver uma conexão entre a implementação<br />

da plataforma ARC e os esforços<br />

para acelerar o mercado de eficiência<br />

energética no estoque de prédios existentes<br />

que o World <strong>GBC</strong> e seus membros<br />

comprometeram-se durante a COP Paris?<br />

SH. Sem dúvida, melhorar a eficiência energética<br />

e o desempenho dos edifícios existentes é<br />

fundamental para mover o mercado. O futuro<br />

do movimento de construção sustentável dependerá<br />

da interconexão entre sustentabilidade,<br />

mobilidade, tecnologia e dados. O ARC é o<br />

veículo que criará essa transformação.<br />

Quando você olha para o futuro, como os<br />

sistemas de inovações como o ARC podem<br />

ajudar a acelerar o crescimento da<br />

economia verde ou iniciativas de cidades<br />

sustentáveis?<br />

SH. Proprietários e gerentes que se comprometem<br />

com melhorias incrementais e contínuas<br />

darão forma a um ambiente construído<br />

mais habitável, eficiente em termos de recursos<br />

e fiscalmente responsável. O ARC oferece<br />

uma maneira de tornar esse trabalho mais<br />

fácil e mais impactante. Ele ajuda a revelar a<br />

próxima oportunidade e permite que os edifícios<br />

em qualquer dos extremos do espectro<br />

possam participar. Quando ligamos todas essas<br />

ações, nos tornamos parte de uma mudança<br />

evolutiva que tem o poder de transformar<br />

comunidades, bairros, cidades e além.<br />

Quantos metros quadrados estão compartilhando<br />

dados através do ARC e quais<br />

são os objetivos para os próximos anos?<br />

SH. Atualmente, há projetos em mais de 20<br />

países rastreando o desempenho através do<br />

ARC e outros mais se juntando a cada dia. O<br />

objetivo é ter todos os edifícios dentro da plataforma<br />

ARC. Quanto mais projetos de acompanhamento<br />

e ações de conexão, melhor para<br />

todos. Enquanto olhamos para o futuro, o ARC<br />

ajudará a definir o que vem a seguir. Ao acompanhar<br />

novas estratégias e ideias, os projetos<br />

estão redefinindo o que significa ser um alto<br />

desempenho. O mercado já está se transformando<br />

e estes dados estão direcionando<br />

essa mudança.<br />

10 fev-mar/17 rev/gbc/br


Anuário <strong>GBC</strong> 2017<br />

10 Anos LEED no <strong>Brasil</strong><br />

A edição 2017 do Anuário de Certificações <strong>GBC</strong><br />

<strong>Brasil</strong> será uma <strong>Ed</strong>ição Comemorativa dos 10<br />

anos de certificações LEED no <strong>Brasil</strong> e também<br />

dos 10 Anos do <strong>GBC</strong> <strong>Brasil</strong>.<br />

Reunirá informações completas e detalhadas sobre<br />

todos empreendimentos certificados desde<br />

2007, bem como dados e estatísticas sobre os<br />

selos LEED, tipologias, classificação. Além da<br />

opinião de especialistas e profissionais sobre os<br />

rumos do mercado da construção sustentável.<br />

E o exclusivo Guia de fornecedores de soluções<br />

sustentáveis que contribuem para a certificação<br />

dos projetos.<br />

Imagem ilustrativa<br />

EDIÇÃO<br />

COMEMORATIVA<br />

Não perca essa oportunidade de destacar a sua empresa no principal<br />

veículo de informação da construção sustentável!<br />

Invista certo: garanta o seu espaço na publicação<br />

oficial do Green Building Council <strong>Brasil</strong>.<br />

11 5078 6109 | revistagbc@gbcbrasil.org.br<br />

Lançamento<br />

Agosto/2017<br />

Você já pode reservar o seu exemplar.<br />

Ligue para 11 5078 6109 e saiba como<br />

receber seu Anuário em primeira mão.<br />

Valor especial de pré-lançamento.<br />

www.revistagbcbrasil.com.br<br />

VIBEDITORA


Coluna CBIC<br />

©Divulgação CBIC<br />

O Futuro do Mercado<br />

Imobiliário<br />

Celso Petrucci<br />

Economista-chefe do Secovi-<br />

SP, membro da Comissão da<br />

Indústria Imobiliária da CBIC,<br />

especializado em crédito<br />

imobiliário e mercado<br />

Perspectivas à luz dos novos rumos da economia<br />

A<br />

o final de janeiro de 2017, pensando neste artigo que<br />

trata do mercado imobiliário que esperamos para este<br />

ano, imaginei o quanto é difícil fazer qualquer previsão<br />

neste País, pois ainda existem “fantasmas” rondando<br />

nossa política e a economia, sem dúvida nenhuma, o<br />

principal deles se chama Operação Lava Jato.<br />

Deixando de lado esse fato, me socorri da memória recente, relembrando<br />

o caminho que a indústria da construção civil imobiliária<br />

percorreu nos últimos 15 anos. No início do século XXI (2001/2004)<br />

praticamente não existia financiamento imobiliário, porque os bancos<br />

usavam as prerrogativas possíveis para não correr riscos e para melhorar<br />

a rentabilidade dos seus acionistas, com a não aplicação dos<br />

recursos da caderneta de poupança. O ano de 2004 foi auspicioso<br />

para o nosso mercado com a aprovação da Lei 10.931/04, verdadeira<br />

colcha de retalhos, que dispôs um marco regulatório para o setor<br />

imobiliário por meio da criação do Patrimônio de Afetação, do Regime<br />

Especial Tributário, da Consolidação da Alienação Fiduciária e da Retificação<br />

Administrativa de Áreas, somente lembrando dos principais<br />

pontos.<br />

Também, nossa economia no primeiro governo Lula, atravessava<br />

um período de crescimento constante, altamente influenciado pela<br />

economia mundial, forte elevação dos preços de commodities agrícolas<br />

e minerais e demanda da China. De 2005 a 2007, mais de 20<br />

incorporadoras imobiliárias, empresas de intermediação e shopping<br />

centers, abriram seu capital obtendo êxito na captação de recursos<br />

do mercado de capitais, iniciando um processo alucinante de nacionalização<br />

e interiorização do mercado imobiliário. Este processo foi<br />

logo interrompido no segundo semestre de 2008, após a quebra do<br />

Leman Brothers e de inúmeros bancos na América e na Europa.<br />

Foi quando surgiu, em 2009, o programa Minha Casa Minha Vida,<br />

verdadeira alavanca do mercado imobiliário dos últimos oito anos. As<br />

empresas do segmento imobiliário, de todos os portes, passaram a<br />

desenvolver produtos destinados às diversas faixas do programa e o<br />

mercado imobiliário deslanchou em 2010, enquanto o PIB do <strong>Brasil</strong><br />

cresceu 7,5% e foram criados mais de 2,2 milhões de novos empregos<br />

com carteira assinada, segundo dados do CAGED.<br />

Costumo afirmar que o MCMV à época, mereceu nota 10, isto por<br />

que o governo, ao debater a criação do programa, solicitou aos interlocutores<br />

públicos e privados que “não inventassem a roda” e<br />

simplesmente adequassem as linhas de financiamento existentes às<br />

necessidades das classes de renda mais baixa. Assim foi feito e ainda<br />

em 2009, mas principalmente a partir de 2010, o mercado imobiliário<br />

teve no MCMV um potencializador sem precedentes para o desenvolvimento<br />

de todas as faixas de imóveis ofertados no País.<br />

Pena que o governo, como sempre acontece, é demorado na adequação<br />

dos parâmetros do programa que foram revistos, pela pri-<br />

<strong>12</strong> fev-mar/17 rev/gbc/br


Câmara <strong>Brasil</strong>eira da Indústria da Construção<br />

meira vez somente em 20<strong>12</strong>, daí uma nota 8 para a segunda fase do<br />

MCMV. Já em 2015, no lançamento da fase 3 do programa, a nota é<br />

6, esclarecendo aos mais afoitos que as notas não se referem absolutamente<br />

à altíssima importância que o programa tem para o mercado<br />

imobiliário, e sim à aderência de seus parâmetros (preços, subsídios<br />

e renda familiar) à demanda, que era quase perfeita em 2009 e foi<br />

reduzindo o poder de compra das famílias no decorrer dos anos.<br />

De qualquer forma o programa Minha Casa Minha Vida contratou até<br />

2016 aproximadamente 4,5 milhões de unidades das quais mais de<br />

3,1 milhões já haviam sido entregues e promete, em 2017, contratar<br />

mais de 500mil unidades em suas diversas faixas, o que por si só, dá<br />

a dimensão de sua importância para os incorporadores imobiliários e<br />

construtores de todos os tamanhos, mormente àqueles de médio e<br />

pequeno portes.<br />

Agora, falando sobre crédito imobiliário, que até 2013 teve período de<br />

crescimento exponencial e atingiu seu pico em 2013 com mais de 1<br />

milhão de operações/ano. Em 2014 o crescimento estabilizou e nos<br />

anos seguintes experimentou sensível redução em suas operações,<br />

mormente àquelas financiadas pela caderneta de poupança. Se em<br />

2013 o Sistema Financeiro da Habitação, composto pelos recursos<br />

do FGTS e do SBPE chegaram a financiar mais de R$150bilhões,<br />

em 2016 segundo dados disponíveis, o crédito imobiliário consumiu<br />

R$111bilhões.<br />

Mesmo assim, esses números só foram possíveis, porque o FGTS<br />

apesar dos ataques sofridos de todos os lados, a partir de 2015 vem<br />

aplicando em Habitação Popular recursos acima dos valores financiados<br />

pela caderneta de poupança. Não foram poucas as iniciativas do<br />

Conselho Curador do FGTS em socorro da construção civil imobiliária,<br />

com decisões que atenuaram as dificuldades de demanda que o<br />

segmento atravessou a partir de 2014.<br />

Sem medo de errar e antes de passar a tratar do futuro, cabe aqui<br />

uma afirmativa: o Sistema Financeiro do País, seus fundos (FGTS e<br />

SBPE) e seus agentes financeiros, continuam tendo uma saúde invejável<br />

em termos de retorno e de qualidade da carteira, o que resulta<br />

em baixos níveis de inadimplência. Hoje o crédito imobiliário concedido<br />

às pessoas físicas é o maior e melhor entre todas modalidades<br />

disponíveis no Sistema Financeiro Nacional. Não encontraremos em<br />

outros países sistema de crédito imobiliário mais saudável que o nosso,<br />

mesmo considerando que nossa economia desce ladeira abaixo<br />

há três anos.<br />

O mercado imobiliário, como o restante dos segmentos, tem forte<br />

correlação com as idas e vindas da economia e com a variação do<br />

PIB do País e, sendo assim, após atingir seu auge entre os anos de<br />

20<strong>12</strong>/2013, vem diminuindo sua oferta desde 2014 e, provavelmente<br />

tenha atingido o “fundo do poço” no ano passado. Segundo dados<br />

coletados pela Comissão da Indústria Imobiliária da CBIC até setembro<br />

passado, nos maiores mercados do <strong>Brasil</strong> a queda dos lançamentos<br />

em unidades atingia 31% em relação ao ano anterior e as<br />

vendas 15% na mesma comparação.<br />

Porém, temos motivos para acreditar em uma melhora a partir de<br />

2017, se considerarmos pelo menos o seguinte: i – o novo governo,<br />

além de conseguir aprovar o teto dos gastos públicos pelos próximos<br />

20 anos, encaminhou ao Congresso Nacional a tão sonhada reforma<br />

da previdência e outras medidas de impacto, devolvendo parte da<br />

confiança dos empresários e da população em geral; ii – a inflação<br />

está sob controle, fechou 2016 próximo do teto da meta e tende à<br />

meta de 4,5% no final de 2017. Como efeito direto, os juros de longo<br />

prazo caíram perto de 30% em relação às taxas praticadas no ano<br />

passado e continuarão nesta tendência de queda; iii – a meta da taxa<br />

Selic para o final do ano é de 10% (pouco para mais ou pouco para<br />

menos), o que devolverá atratividade às cadernetas de poupança,<br />

injetará recursos nos financiamentos do SFH e promoverá, novamente,<br />

redução nas taxas de juros como ocorrido na década passada;<br />

e iv – para o segundo semestre está prevista a redução da taxa de<br />

desemprego e, se tudo correr como esperado, as empresas voltarão<br />

a contratar.<br />

Além disso, o governo Temer entendeu desde seu início, a importância<br />

que a construção civil imobiliária tem na geração do emprego, da<br />

renda e de tributos e prepara para este mês de fevereiro uma série<br />

de medidas de incentivo para o setor, das quais destacamos, mais<br />

uma vez, a necessária adequação dos parâmetros (preços, subsídios<br />

e renda familiar) praticados nas faixas 1 e meio, 2 e 3 do programa<br />

Minha Casa Minha Vida. Novamente contaremos com a alavancagem<br />

do programa para retomarmos o mercado imobiliário. Também, já<br />

sentimos o retorno dos compradores de imóveis destinados às classes<br />

média alta e alta em algumas cidades brasileiras, tendência quer<br />

deve crescer junto com a queda da taxa SELIC e a, mesmo que vagarosa,<br />

melhoria da economia.<br />

Porém, há muito o que fazer no ambiente de negócios para o setor<br />

imobiliário. Vimos trabalhando, incansavelmente, com governo e órgãos<br />

de defesa do consumidor para estancar um dos legados mais<br />

nefastos desta queda recente do mercado imobiliário: os distratos.<br />

Nossos compromissos de venda e compra, apesar de irretratáveis e<br />

irrevogáveis, graças as decisões impensadas dos juízos de primeira<br />

instância, se tornaram verdadeiras opções de compra, sem que para<br />

tanto os compradores paguem algum preço para ter esta opção.<br />

Outra preocupação são recentes decisões em todas as instâncias,<br />

sobre o rito da execução extrajudicial da alienação fiduciária, colocando<br />

em risco a solidez deste instituto. O País tem de preservar e<br />

aprimorar a alienação fiduciária enquanto garantia imobiliária, evitando<br />

assim que ocorra com ela o mesmo que aconteceu com a garantia<br />

hipotecária em décadas passadas e que resultou na concessão de<br />

crédito imobiliário nos mais baixos níveis desde sua criação em 1964.<br />

Estamos trabalhando este tema, juntamente com o governo federal e<br />

a Abecip.<br />

Finalizando, estou otimista com a retomada do mercado imobiliário<br />

a partir de 2017. Nada comparado com a velocidade que tivemos<br />

no passado, porém, a oferta deverá crescer em torno de 10% a 15%<br />

neste ano no decorrer dos trimestres. Mais do que isso, as empresas<br />

da construção civil imobiliária já se mostraram preparadas e prontas<br />

para enfrentar um crescimento sustentável nos próximos dez anos,<br />

pois sem dúvida nenhuma, teremos demanda de 15 milhões de novos<br />

domicílios até 2025 e um déficit habitacional de mais de seis milhões<br />

de unidades a ser combatido.<br />

revistagbcbrasil.com.br 13<br />

fev-mar/17


projeto em destaque<br />

Fotos: Divulgação Citibank<br />

Citi Center:<br />

exemplo de que<br />

edifícios mais<br />

antigos também<br />

podem se tornar<br />

sustentáveis<br />

Por Paulo DIas<br />

Localizado na Av. Paulista, coração financeiro da cidade de São<br />

Paulo, o edifício Citi Center foi projetado pelo renomado arquiteto<br />

Gian Carlo Gasperini e abriga a sede do Citi no <strong>Brasil</strong>. Inaugurado<br />

há 30 anos, o edifício de 20 andares e pouco mais de 40<br />

mil m² de área passou recentemente por uma série de mudanças<br />

que lhe renderam a certificação LEED EB O+M na categoria Silver.<br />

O Citi Center é o primeiro edifício da avenida a recebê-la.<br />

Tais mudanças vinham de encontro aos anseios e políticas da empresa:<br />

modernizar sua sede brasileira, tornando-a mais eficiente e sustentável,<br />

além de melhor para os colaboradores e usuários do edifício. A consultoria<br />

para obtenção da certificação ficou a cargo do CTE (Centro Tecnológico<br />

de <strong>Ed</strong>ificações).<br />

Wagner Oliveira, gerente de sustentabilidade do CTE, explica que “muitas<br />

alterações tiveram que ser realizadas para alcançar as melhores posições<br />

em operações sustentáveis. Sendo assim, o sistema de automação<br />

foi totalmente adaptado e atualizado para controlar suas novas tecnologias<br />

e preparado para futuras melhorias”.<br />

14 fev-mar/17 rev/gbc/br


projeto em destaque<br />

Inaugurado em 1986, o prédio onde funciona a sede do Citi<br />

no <strong>Brasil</strong> conquistou o LEED EB O+M e é a prova de que<br />

nem só edifícios mais novos podem se beneficiar com as mudanças<br />

promovidas pela certificação.<br />

Uma característica interessante do projeto foi o aproveitamento do espaço<br />

do terraço para a implantação de um telhado verde onde foram<br />

plantadas espécies nativas da Mata Atlântica. De acordo com o projeto,<br />

um dos principais objetivos da iniciativa foi “revitalizar e preservar o centro<br />

de concreto endurecido da cidade mais populosa da América Latina”.<br />

Por estar localizado numa região com altos índices de água de superfície,<br />

foi instalado no local um sistema de bombeamento que mantém o<br />

subterrâneo do edifício seco, o que reduziu drasticamente o impacto que<br />

esse corpo d’água causava à construção. A água retirada é tratada e<br />

usada para demandas rotineiras do Citi Center como limpeza, por exemplo.<br />

Outra medida que buscou a economia de água foi a instalação de<br />

redutores nos banheiros, visando diminuir o fluxo de água e, consequentemente,<br />

economizando. As mudanças implementadas conseguiram reduzir<br />

em 30,84% o consumo de água no edifício.<br />

A coleta seletiva foi implantada nas dependências do edifício visando o<br />

descarte correto de resíduos. Houve também um trabalho para que se<br />

encontrasse uma maneira correta de descartá-los: a equipe de manutenção<br />

do edifício deslocou alguns funcionários para analisar os resíduos e<br />

garantir que todo material que puder ser reciclado fosse encaminhado<br />

corretamente para as instalações de reciclagem. O edifício calcula que<br />

47% dos resíduos gerados estão aptos a ser encaminhados à reciclagem,<br />

o que reduziu bastante a quantidade de dejetos enviados a aterros<br />

sanitários.<br />

Por fim, com o intuito de reduzir a utilização de energia elétrica e melhorar<br />

a eficiência energética, a equipe de engenharia e operação realizou<br />

diversas atividades, como utilização de lâmpadas Led e conscientização<br />

quanto ao uso racional de energia. Além disso, como parte das exigências<br />

para a certificação LEED, uma auditoria energética Lv.2 de ASHRAE<br />

foi contratada e, a partir de seu trabalho, continuam sendo identificadas<br />

novas oportunidades de melhoria da eficiência energética. Os resultados<br />

já são sentidos: redução de 30% do consumo de energia se comparado<br />

a antes das mudanças para a certificação.<br />

Todos os esforços já descritos fizeram com que o edifício conquistasse 4<br />

pontos (dos 6 possíveis) no quesito “Inovação em Operação” do LEED.<br />

No total, foram 51 pontos alcançados, garantindo ao empreendimento a<br />

revistagbcbrasil.com.br 15<br />

fev-mar/17


projeto em destaque<br />

certificação LEED na categoria Silver em dezembro de 2016. “A certificação<br />

do Citi Center tem uma importância grande para nós, pois se trata<br />

de um prédio bastante complexo, o que exigiu tempo e muitas mudanças<br />

para a obtenção do LEED”, conclui Wagner Oliveira.<br />

O Citi Center é o primeiro edifício do Citibank na America Latina a receber<br />

a certificação LEED EB O+M. “A conquista da certificação LEED<br />

EB O+M demonstra o compromisso do Citi em gerir os recursos de forma<br />

eficiente, reduzindo o impacto de suas operações”, explica Ricardo<br />

Avancini, responsável pela área de gestão patrimonial e engenharia do<br />

Citi <strong>Brasil</strong>. “Desde que foi inaugurado em 1987, o Citi Center é um dos<br />

edifícios mais icônicos, modernos e funcionais da Av. Paulista e estamos<br />

investindo constantemente nas melhores práticas em manutenção predial<br />

para manter essa condição”, completa.<br />

Fotos: Divulgação Citibank<br />

Projeto:<br />

Citi Center<br />

Localização:<br />

São Paulo - SP<br />

Proprietário:<br />

Citibank<br />

Área construída:<br />

40.161 m²<br />

Data da Certificação:<br />

13/<strong>12</strong>/2016<br />

Sistema e Nível da Certificação:<br />

LEED EB O+M - Silver<br />

Arquitetura:<br />

Aflalo/Gasperini<br />

Consultoria de sustentabilidade:<br />

CTE<br />

Elétrica:<br />

Haluz Engenharia LTDA.<br />

Hidráulica:<br />

CTI Instalações e Serviços<br />

Ar Condicionado (Projeto/Construção):<br />

Heating Cooling<br />

Ar Condicionado (As-Built):<br />

L&M Engenharia<br />

Luminotécnica:<br />

2PRB Arquitetos Associados<br />

Paisagismo:<br />

Iris Paisagismo<br />

Redução de 30,84% no consumo<br />

de água no edifício<br />

47% dos resíduos gerados são<br />

encaminhados à reciclagem<br />

Redução de 30% do consumo de<br />

energia total no edifício<br />

Telhado verde com espécies nativas<br />

da Mata Atlântica<br />

16 fev-mar/17 rev/gbc/br


projeto em destaque<br />

revistagbcbrasil.com.br 17<br />

fev-mar/17


políticas públicas<br />

ABNT CRIA COMISSÃO<br />

PARA NORMATIZAR O USO<br />

EFICIENTE DA ÁGUA<br />

Por Taís Cruz<br />

Mais de 70% da superfície do Planeta Terra é coberta por<br />

água. Apesar disso, 96% desse total é de água salgada,<br />

ou seja, imprópria para consumo. Do que resta, mais de<br />

1% está congelado. Esses dados são importantes para<br />

que se reflita o quão precioso é esse líquido. O <strong>Brasil</strong> é<br />

um país repleto de recursos hídricos, cerca de <strong>12</strong>% das<br />

reservas de água doce do mundo estão em território nacional. Apesar disso,<br />

devido ao tamanho do país diferentes climas e ecossistemas encontram-se<br />

no mesmo território. Grande parte dessa água está em determinadas partes<br />

do país. É comum que muitas cidades enfrentem períodos de estiagem e<br />

seca, ou que essa seca se estenda para locais que normalmente recebem<br />

chuva abundante, como o vivido pela região Sudeste em 2015.<br />

Por isso, toda ação de conscientização quanto ao uso racional dos recursos<br />

hídricos é bem-vinda. Com o objetivo de promover o uso apropriado<br />

desses recursos em edificações, em dezembro de 2016 foi criada a Comissão<br />

de Estudo de Conservação de Água em <strong>Ed</strong>ificações. A Comissão<br />

vai elaborar normas para a conservação de água, visando maior eficiência.<br />

Serão elaboradas duas normas: a de conservação de água em edificações,<br />

que vai elaborar diversas ações para o uso eficiente da água e o uso de<br />

fontes alternativas, e a segunda se refere ao uso fontes alternativas de água<br />

não potável em edificações, como a adoção de critérios na adesão de fontes<br />

alternativas não potáveis.<br />

Em 2005, foi lançado um manual com orientações de como o reuso de água<br />

deve ser feito para servir de base às construtoras, mas ainda sem regulamentação<br />

obrigatórias. Com a crise hídrica de 2015 o assunto voltou a ser<br />

fortemente discutido. “A grande motivação para a criação da Comissão de<br />

Estudo de Conservação de Água foi a lacuna técnica, que explicasse como<br />

fazer da forma certa e para que os nossos estudos possam servir de embasamento<br />

para as legislações e normas futuras, porque muitas das existentes<br />

estão incorretas”, afirma Lilian Sarrouf, coordenadora do COMASP<br />

– Comitê do Meio Ambiente, Segurança e Produtividade do SindusConSP.<br />

“Temos visto que os movimentos de construções sustentáveis e as certificações<br />

estão induzindo para que se pense na questão da água. Percebemos<br />

também que na busca da certificação havia edifícios que estavam sen-<br />

18 fev-mar/17 rev/gbc/br


políticas públicas<br />

Fotos: Divulgação <strong>GBC</strong> <strong>Brasil</strong><br />

Fotos: Divulgação <strong>GBC</strong> <strong>Brasil</strong><br />

Virgínia Sodré - Infinitytech<br />

Lilian Sarrouf - SindusconSP<br />

do obrigados a fazerem o reuso de água e<br />

fontes alternativa, mas eram iniciativas muito<br />

pontuais. Só que faltava uma regulamentação<br />

técnica, tem essa lacuna na ABNT, não<br />

existe uma norma técnica esclarecendo o<br />

que é reuso de água, quando é viável ou<br />

não”, diz Lilian<br />

As normas vão tratar da terminologia, requisitos,<br />

procedimentos, diretrizes, projetos,<br />

execução, manutenção e operação. Serão<br />

elaboradas duas normas: a de conservação<br />

de água em edificações e a de uso de fontes<br />

alternativas de água não potável em edificações.<br />

Elas deverão ser aplicadas em edificações<br />

residenciais e/ou comerciais urbanas,<br />

sejam novas ou existentes.<br />

Segundo Virgínia Dias de Azevedo, diretora<br />

técnica da Infinitytech Engenharia e Meio<br />

Ambiente, as normas de conservação de<br />

água deverão ser incorporadas desde o<br />

projeto de novas construções. “Temos que<br />

começar a pensar no projeto de conservação<br />

de água no nascimento do edifício, trazendo<br />

uma visão integrada da conservação<br />

em todas as disciplinas correlatas. O projeto<br />

de hidráulica precisa considerar a regionalidade<br />

da edificação, o perfil do usuário, os<br />

acessos para manutenção/operação adequada,<br />

as interferências existentes, com o<br />

levantamento do maior número de informações<br />

possíveis para uma boa caracterização<br />

hídrica da edificação, após esta análise partimos<br />

para a elaboração do balanço hídrico<br />

da edificação, avaliando as demandas e<br />

ofertas de água existente, avaliando a partir<br />

dos aspectos técnicos e econômicos as<br />

possíveis ações de conservação a serem<br />

implantadas”.<br />

Em linhas gerais, são diversos fatores envolvidos<br />

com a conservação que vão desde os<br />

projetistas das edificações até o usuário final.<br />

Para alcançar este objetivo é de fundamental<br />

importância que todas as etapas da construção<br />

da edificação estejam alinhadas com<br />

o conceito de conservação de água: desde<br />

a concepção do projeto, especificação dos<br />

equipamentos a serem implantados, como<br />

também todos os critérios de execução e da<br />

operação/manutenção da edificação.<br />

A conscientização e monitoramento do uso<br />

próprio da água também é um fator de extrema<br />

importância para evitar desperdícios.<br />

“É de importância fundamental que os gestores<br />

e usuários conheçam com maior grau<br />

de precisão o consumo de água nas edificações,<br />

o levantamento dos indicadores de<br />

consumo, a implantação da medição individualizada<br />

e detecção de pontos críticos<br />

devem preceder a adoção das ações de<br />

conservação de água, direcionando-as, permitindo<br />

o acompanhamento da eficácia das<br />

ações”, afirma Virgínia.<br />

Os benefícios da adoção das normas de conservação<br />

de água devem ser avaliados a partir de<br />

um estudo das características hídricas de cada<br />

edificação para que se chegue ao conhecimento<br />

profundo das necessidades dessa construção,<br />

para assim desenhar quais são as alternativas e<br />

soluções que podem ser tomadas.<br />

“Após uma análise completa da edificação,<br />

precisamos ter um raio-X da situação real da<br />

edificação, ou seja, precisamos realizar uma<br />

boa caracterização hídrica desta edificação,<br />

para estudarmos as demandas e ofertas na<br />

edificação, com a elaboração do balanço<br />

hídrico conseguiremos definir quais são as<br />

possíveis alternativas a serem adotadas.<br />

A escolha de qualquer alternativa deve ser<br />

embasada sempre em critérios técnicos e<br />

económicos. O objetivo principal das normas<br />

é dar orientação técnica para que todos<br />

os cuidados e critérios de projeto sejam seguidos,<br />

visando acima de tudo a proteção e<br />

preservação da saúde do usuário do sistema<br />

de água”.<br />

Não podemos esquecer que estamos lidando<br />

com algo que interfere diretamente na<br />

saúde das pessoas, incluindo atividades<br />

de higiene pessoal, limpeza da edificação e<br />

outros serviços específicos como irrigação<br />

e o sistema de refrigeração. Dessa forma, a<br />

análise do benefício econômico deve levar<br />

em consideração todos esses aspectos.<br />

A comissão é composta pelo SindusConSP,<br />

ABNT CB002, <strong>GBC</strong> <strong>Brasil</strong>, Abrasip, Abrinstal,<br />

Anamaco, CBCS, CBIC, SECOVI SP, pelas<br />

empresas Docol, Duratex/Deca, Pinasant,<br />

Setri, Tecnisa, Trisul e Tesis (Organismos<br />

de Avaliação da Conformidade), além de diversos<br />

estudiosos.<br />

revistagbcbrasil.com.br 19<br />

fev-mar/17


DOSSIÊ TIPOLOGIAS<br />

DOSSIÊ ESPECIAL<br />

LEED EB O+M<br />

©Divulgação Tishman Speyer<br />

20 fev-mar/17 rev/gbc/br


DOSSIÊ TIPOLOGIAS<br />

COMO CONSTRUÇÕES<br />

JÁ EXISTENTES TAMBÉM<br />

PODEM SE TORNAR<br />

SUSTENTÁVEIS<br />

Mercado está cada vez mais entendendo a importância e as<br />

vantagens de readequar prédios existentes dentro dos padrões<br />

de sustentabilidade e eficiência do LEED<br />

Por Paulo Dias<br />

Dentre todas as categorias de LEED, uma vem se destacando no mercado brasileiro.<br />

Trata-se do LEED EB O+M, que certifica a operação e manutenção de<br />

edifícios existentes. Em tempos de crise, o mercado imobiliário é um dos que mais<br />

sofrem consequências. Diante de um cenário desses, a reforma e readequação<br />

de ambientes já existentes toma força e o LEED EB O+M têm se mostrado como<br />

uma ótima alternativa esse momento.<br />

O LEED EB O+M foi criado justamente para destacar edifícios que passaram por readequações<br />

visando deixá-los mais sustentáveis. “O EB O+M foi criado para que os potenciais e as premissas<br />

de um edifício sustentável pudessem ser aplicados à edificações já existentes”, explica João<br />

Vieira, gerente sênior de Construção e Sustentabilidade da Cushman & Wakefield. Essa categoria<br />

de LEED só permite a certificação do prédio como um todo, não apenas andares ou escritórios<br />

revistagbcbrasil.com.br 21<br />

fev-mar/17


DOSSIÊ TIPOLOGIAS<br />

EED EB O+M<br />

específicos. João ressalta ainda outra questão<br />

importante: “Uma das condicionantes pra que<br />

haja certificação LEED EB O+M é o fato de<br />

esse edifício precisa estar com pelo menos<br />

metade de sua capacidade locada”, explica.<br />

Consultorias especializadas, como a Cushman<br />

& Wakefield, têm notado o aumento da<br />

procura por esse tipo de LEED. João explica<br />

que o mercado busca essa certificação “porque<br />

sabe que isso se desdobra não só na<br />

questão ambiental, mas também em termos<br />

de economia de operação. O LEED acaba<br />

sendo um diferencial num mercado que está<br />

cada vez mais difícil. Nesse cenário, quem tem<br />

certificação sai na frente".<br />

Como fazer<br />

Wagner Oliveira, gerente de sustentabilidade da<br />

consultoria CTE diz que o primeiro passo para<br />

a obtenção da certificação LEED EB O+M é a<br />

avaliação do edifício. “Esse diagnóstico permite<br />

avaliar o que precisará ser mexido na infraestrutura<br />

e o que precisará ser mudado nos procedimentos<br />

operacionais”, explica. João Vieira<br />

complementa que, quando a consultoria para<br />

a obtenção do LEED é feita, a primeira coisa<br />

analisada são os dados históricos de operação<br />

e manutenção, porque a partir daí é que<br />

são propostas as melhorias. “Prédios que não<br />

possuem esses registros tornam o processo de<br />

certificação muito mais difícil”, complementa.<br />

David Douek, diretor de desenvolvimento da<br />

OTEC, faz uma analogia interessante sobre o<br />

início do processo de implementação do LEED<br />

EB O+M. “Costumo comparar a certificação<br />

EB O+M com um transatlântico em movimento:<br />

o navio já está navegando numa determinada<br />

direção e tem gente a bordo. Quando<br />

você decide certificar um edifício já existente<br />

é como se estivesse dizendo que quer levar<br />

esse navio para a rota da sustentabilidade.<br />

Nesse caso, a primeira coisa que deve se perguntar<br />

é: quais critérios de sustentabilidade já<br />

tenho intrínsecos ao meu dia a dia da operação.<br />

Nisso você descobre que pode ser que<br />

já tenha alguns, pode ser que já tenha quase<br />

todos e pode ser que não tenha nenhum”.<br />

Expor quais são as principais mudanças que<br />

um edifício precisa fazer para se adequar ao<br />

que é requerido para a certificação é compli-<br />

cado, conforme explica João Viera, pois depende<br />

muito da época da construção do edifício.<br />

Segundo ele, “em prédios mais modernos<br />

é natural que o investimento seja menor e direcionado<br />

a itens pontuais. Já em edifícios mais<br />

antigos, da década de 1980-90 o investimento<br />

terá que ser muito maior porque provavelmente<br />

será necessário requalificar todas as instalações”.<br />

Wagner comenta que “praticamente<br />

100% dos prédios precisam mudar os procedimentos<br />

porque as políticas de manutenção<br />

geralmente não contemplam boa parte dos<br />

requisitos obrigatórios para a certificação”.<br />

De modo geral, especialistas avaliam que o<br />

sistema de ar condicionado, o sistema elétrico<br />

e todas as questões envolvendo os recursos<br />

hídricos são os itens mais comuns que precisam<br />

de ajustes, em maior ou menor grau. “Às<br />

vezes é necessário realizar ajustes que o prédio<br />

não tem e que precisam ser feitos por conta<br />

da certificação. Tais procedimentos são definidos<br />

a partir de pesquisa. Dimensão de área<br />

externa, criação de uma política de controle de<br />

gestão de água e de energia são os ajustes<br />

mais comuns. Destaque para a questão da<br />

energia. A auditoria de energia é um item obrigatório<br />

e é bastante determinante para o resultado<br />

da certificação”, explica Wagner.<br />

Preocupação com o depois<br />

Como o próprio nome já diz, o LEED EB O+M<br />

certifica não só a readequação do edifício, mas<br />

também sua manutenção. Essa é uma questão<br />

crucial, não só nessa categoria de LEED,<br />

mas também em todas as demais. “Nos preocupamos<br />

demais com projeto e construção –<br />

e claro que são etapas fundamentais – mas a<br />

operação é a questão mais importante de um<br />

edifício, independentemente de se buscar ou<br />

não uma certificação. É importante que essa<br />

manutenção seja feita com atenção detalhada<br />

a cada um dos itens condicionantes à certificação”,<br />

ressalta João Vieira.<br />

Por se tratar de uma certificação que também<br />

analisa a operação e manutenção, o LEED EB<br />

O+M tem validade de cinco anos e, após esse<br />

período, o edifício precisa passar por uma recertificação.<br />

“Quando você concede um LEED<br />

EB O+M, você está certificando um determinado<br />

período de tempo. É o retrato da análise<br />

de um determinado período, e espera-se que<br />

os edifícios mantenham a excelência de operação<br />

e manutenção ao longo do tempo, por<br />

isso há a necessidade dessa recertificação”,<br />

explica David Douek.<br />

Buscar uma certificação LEED resulta primeiramente<br />

em benefícios ao meio ambiente. Mas<br />

não é só isso. Os benefícios econômicos também<br />

se manifestam rapidamente e tendem a<br />

ser duradouros. Wagner Oliveira diz que, após<br />

as realizações do que é requerido para a certificação,<br />

“a diminuição do consumo de energia<br />

pode variar de 10 a 15%. Já a redução no consumo<br />

de água pode chegar a 30% dependendo<br />

do projeto”. Além de tudo isso, o prédio em<br />

si se valoriza muito após a certificação, agregando<br />

valor de locação e venda. “O LEED EB<br />

O+M traz ao proprietário a oportunidade de<br />

encontrar soluções”, conclui Wagner.<br />

O caso de sucesso do BNDES<br />

A sede do Banco Nacional de Desenvolvimento<br />

Econômico e Social (BNDES) fica localizada<br />

na cidade do Rio de Janeiro. O prédio foi construído<br />

nos anos 1970 e inaugurado em 1982.<br />

Em 2016 recebeu certificação LEED EB O+M,<br />

graças a uma ampla reforma que deu mais eficiência<br />

e sustentabilidade ao edifício.<br />

Com consultoria da OTEC, o edifício buscou<br />

atender a todos os requisitos necessários para<br />

a certificação, tanto os obrigatórios quanto os<br />

que geram crédito. Gabriele Paladino Rosa,<br />

consultora do departamento de edifícios existentes<br />

da OTEC, explica que o BNDES “implantou<br />

todos os requistos, com exceção da política<br />

de torre de resfriamento, porque não existe uma<br />

torre dessas lá. O banco tinha um interesse<br />

muito grande em realmente diminuir o impacto<br />

que o edifício causava ao meio ambiente e melhorar<br />

a eficiência em setores como compras<br />

sustentáveis e gerenciamento de resíduos”.<br />

Em relação ao sistema energético, já haviam<br />

sensores de iluminação instalados nos<br />

banheiros. As luzes não ficavam permanentemente<br />

ligadas, o que representa uma significativa<br />

economia. Visando ainda maior eficiência,<br />

as lâmpadas convencionais do prédio<br />

foram todas substituídas por lâmpadas Led.<br />

“Outra questão que fez com que aumentasse<br />

a eficiência do local foi o isolamento dos<br />

22 fev-mar/17 rev/gbc/br


DOSSIÊ TIPOLOGIAS<br />

©John Durant<br />

©Divulgação<br />

©Divulgação: BNDES<br />

©Divulgação: Tishman Speyer<br />

©Divulgação: Berrini 500<br />

Faria Lima 3500<br />

Sede BNDES Berrini 500<br />

O exemplo do Berrini 500<br />

Localizado próximo à marginal do rio Pinheiros,<br />

em São Paulo, o Berrini 500 é um edifício<br />

projetado pelo arquiteto Ruy Ohtake para a<br />

XPar Empreendimentos e Participações. Com<br />

consultoria da Cushman & Wakefield, o edifício<br />

recebeu a certificação LEED EB O+M no<br />

nível Gold, por sua eficiência sustentável. Mesmo<br />

antes de ser certificado, o prédio já foi pensado<br />

para ser o mais eficiente possível, o que<br />

facilitou o processo de certificação. João Vieira,<br />

gerente sênior de Construção e Sustentabilidade<br />

da Cushman & Wakefield, explica que o<br />

Berrini 500 já era um prédio relativamente moderno<br />

e que “o trabalho lá se concentrou mais<br />

na questão da eficiência energética, com novos<br />

equipamentos, iluminação led, melhorias<br />

no sistema de ar-condicionado para promover<br />

uma melhor qualidade do ar e a implantação<br />

de um sistema de reuso da água”.<br />

Construído numa área de aproximadamente<br />

27.883 m², o edifício possui 18 pavimentos e<br />

é locado, dentre outras empresas, pela pródutos.<br />

Além disso, foi feita a implantação de<br />

um sistema de automação para o controle da<br />

temperatura interna e externa. Esse sistema<br />

serve para controlar de forma mais eficiente a<br />

funcionalidade do sistema de ar condicionado<br />

do edifício”, comenta Gabriele.<br />

Outros destaques da reforma do edifício BN-<br />

DES foram: a modernização da subestação de<br />

energia, dos elevadores e da central de água<br />

gelada; a implantação de torneiras eletrônicas<br />

com redutores de fluxo nos banheiros; a<br />

colocação de um sistema automático de irrigação<br />

dos jardins. Além disso, foi implantado<br />

um telhado verde no edifício, o que ajudou a<br />

diminuir a temperatura interna do ambiente.<br />

A ampla área verde no entorno do prédio do<br />

BNDES, com cerca de 8000 m² de fauna e flora<br />

preservadas, também ajuda no bem-estar<br />

dos usuários do edifício e contou pontos para<br />

a certificação.<br />

Não bastou apenas reformar o prédio, também<br />

foi preciso trabalhar a conscientização<br />

dos usuários do mesmo. Para tanto, foram<br />

implantadas medidas para fazer com que os<br />

colaboradores usassem mais o transporte público,<br />

evitando os automóveis. “A localização<br />

do edifício, próximo a linhas de metrô e a uma<br />

avenida movimentada e com vários pontos de<br />

ônibus, também foi um diferencial que ajudou<br />

nesse processo”, ressalta Gabriele.<br />

Gabriele Rosa conclui dizendo que, quando se<br />

trata de uma certificação que atesta a excelência<br />

da Operação e Manutenção, é muito importante<br />

o engajamento de todas as equipes e<br />

empresas que trabalham junto com o edifício<br />

que será certificado (empresas de limpeza, de<br />

transporte de resíduos, de controle de pragas,<br />

etc). Esse trabalho coletivo é decisivo porque,<br />

segundo ela, “os processos de operação e<br />

manutenção englobam todas essas equipes e<br />

o comprometimento delas com a certificação<br />

é algo fundamental para o resultado final. Tal<br />

comprometimento foi muito bem aceito no edifício<br />

do BNDES”.<br />

pria Cushman & Wakefield, que concentra sua<br />

sede brasileira no local.<br />

Para a implantação do LEED, as principais<br />

mudanças foram: a redução de mais de 40%<br />

no consumo de água potável para louças e<br />

metais sanitários. Troca de torneiras dos lavatórios,<br />

válvulas dos mictórios e dos vasos sanitários,<br />

colocando válvulas e torneiras novas,<br />

mais eficientes na liberação da água. Também<br />

foi criado um sistema de captação de água da<br />

chuva, que supre 100% da necessidade do<br />

condomínio no que diz respeito à irrigação.<br />

Além disso, foi feita a implantação de iluminação<br />

Led nos halls dos elevadores, além de terem<br />

sido instalados sensores de presença. O<br />

sistema de ar condicionado é controlado por<br />

termostato em cada uma das VAV (Volume de<br />

Ar Variável), garantindo uma temperatura interna<br />

agradável a todos.<br />

Outros detalhes interessantes do projeto são: o<br />

paisagismo do Berrini 500 foi elaborado apenas<br />

com espécies nativas, reduzindo a necessidade<br />

de irrigação. Os resíduos gerados no prédio<br />

são separados em recicláveis e não recicláveis,<br />

sendo que os recicláveis são encaminhados<br />

para uma cooperativa que dá a destinação<br />

adequada a eles. Além do mais, o edifício se<br />

localiza numa região com ampla oferta de<br />

transporte público, o que incentiva os usuários<br />

do local a optarem por esse tipo de transporte.<br />

Pesquisas internas indicam que 60% dos usuários<br />

que trabalham no prédio já utilizam o transporte<br />

público para acessar o local.<br />

revistagbcbrasil.com.br 23<br />

fev-mar/17


DOSSIÊ TIPOLOGIAS<br />

EED EB O+M<br />

Porque procurar a certificação<br />

O edifício Berrini 500 mostra como a implementação<br />

das diretrizes do LEED EB O+M<br />

traz muitos benefícios não só a prédios antigos,<br />

mas também a prédios mais novos.<br />

Sempre há o que melhorar visando de deixar o<br />

edifício mais eficiente e sustentável. Procurar a<br />

certificação LEED mostra isso.<br />

David Douek conclui que “empresas que se<br />

mobilizaram para introduzir os processos de<br />

certificação LEED EB O+M encontraram inúmeras<br />

oportunidades de redução do custo<br />

operacional, melhorias de processo e oportunidades<br />

de eficiência. Isso sem falar nas melhorias<br />

da imagem coorporativa – tanto interna<br />

quanto externa. O processo LEED, seja para<br />

edifícios não certificados durante a fase de<br />

projeto e obra, seja pra edifícios certificados<br />

nessa fase, traz inúmeras vantagens e realmente<br />

favorece qualquer organização que estiver<br />

atenta a esses cuidados”.<br />

Faria Lima 3500: um edifício<br />

triplamente certificado<br />

Considerado um dos mais modernos e arrojados<br />

edifícios de São Paulo, o FL 3500 desponta<br />

como exemplo de beleza, engenharia e<br />

sustentabilidade.<br />

Quem passa pela Avenida Faria Lima, uma<br />

das mais movimentadas da cidade de São<br />

Paulo, nota o prédio de longe. Estamos falando<br />

do edifício Faria Lima 3500 (ou FL 3500),<br />

edifício de arquitetura arrojada, todo em vidro,<br />

que é locado inteiramente pelo banco Itaú e<br />

lhe serve de sede. Com altos padrões de operação<br />

e manutenção, o prédio recebeu, em<br />

2016, a certificação LEED EB O+M.<br />

Inaugurado em 20<strong>12</strong>, o FL 3500 foi classificado<br />

como AAA (triple A), sendo considerado<br />

um dos melhores e mais inteligentes edifícios<br />

da capital Paulista. O empreendimento construído<br />

pela Tishman Speyer, em parceria com<br />

a KOM Arquitetura, tem cerca de 25 mil m² e<br />

cinco pavimentos. Foi certificado LEED Core &<br />

Shell (que certifica o entorno de edificações),<br />

LEED Commercial Interior (pelo interior do edifício)<br />

e mais recentemente LEED EB O+M, por<br />

sua excelência em operação e manutenção.<br />

O fato de se tratar de um edifício novo e já anteriormente<br />

certificado tornou mais fácil a obtenção<br />

da certificação LEED EB O+M, o que<br />

não significa dizer que foi um processo simples.<br />

Em relação ao sistema hídrico do edifício,<br />

o projeto explica que foi feita “a instalação de<br />

arejadores de torneiras de menor vazão e uso<br />

de água não potável para descargas, oriunda<br />

da condensação do ar condicionado e da captação<br />

pluvial”. Essas medidas possibilitaram<br />

uma redução de quase 66% no uso de água<br />

potável pelo edifício.<br />

Mais de 90 % das lâmpadas usadas na iluminação<br />

do FL 3500 são lâmpadas Led. Além<br />

disso, por ter sido projetado com amplas<br />

janelas e fachada toda em vidro, o edifício<br />

aproveita iluminação natural. Sem contar que<br />

foi instalado um sistema de automação da iluminação<br />

e do ar condicionado, possibilitando<br />

acionamento e desligamento dos mesmos de<br />

forma totalmente automática. Praticamente todos<br />

os equipamentos instalados nas dependências<br />

do edifício possuem o Selo Energy<br />

Star, que atesta baixo consumo de energia.<br />

Toda essa preocupação com eficiência energética<br />

possibilitou que o edifico consuma 31%<br />

menos energia do que gastaria sem essas<br />

medidas. Como parte das exigências para a<br />

certificação LEED, uma auditoria energética<br />

Lv.2 de ASHRAE foi contratada para identificar<br />

novas oportunidades que visam a melhoria da<br />

eficiência energética.<br />

A preocupação com o descarte consciente<br />

de resíduos se reflete em números: graças a<br />

um trabalho de coleta seletiva e triagem, 100%<br />

dos resíduos não orgânicos gerados pelo edifício<br />

são encaminhados para a reciclagem. Os<br />

resíduos orgânicos são encaminhados para<br />

aterros sanitários.<br />

Com todas essas medidas, o edifício FL 3500<br />

conseguiu atingir 62 pontos, lhe garantindo<br />

a certificação LEED na categoria Gold, em<br />

agosto de 2016. Destaque para os itens “Uso<br />

Racional da Água”, que atingiu 13 de 14 pontos<br />

possíveis e “Inovação em Operação”, que<br />

conquistou 5 dos 6 pontos possíveis.<br />

A consultoria ficou a cargo do CTE. “O interessante<br />

desse edifício é que estamos falando<br />

de um espaço com tripla certificação. Esse é<br />

um caso em que se percebem os benefícios<br />

somados dessas três certificações, resultando<br />

em um prédio altamente eficiente e muito bem<br />

operado”, analisa Wagner Oliveira, gerente de<br />

sustentabilidade do CTE.<br />

David Douek<br />

João Vieria<br />

Wagner Oliveira<br />

© Divulgação Cushman ©Divulgação OTEC<br />

© Divulgação CTE<br />

24 fev-mar/17 rev/gbc/br


CONSTRUINDO HISTÓRIA<br />

Presidente da Método Potencial<br />

Engenharia<br />

© Divulgação Método Potencial<br />

O modo como enxergamos<br />

o mundo a nossa volta mudou.<br />

A necessidade de um comportamento<br />

sustentável é marcante<br />

nos mais diversos setores de<br />

nossa sociedade. As pessoas<br />

em seu dia a dia e as empresas<br />

em seus negócios têm pensado,<br />

discutido e apresentado<br />

soluções para uma coexistência<br />

inteligente e harmoniosa com o<br />

meio ambiente. Tratar o assunto<br />

apenas como mais um diferencial<br />

competitivo é uma atitude superficial<br />

que trará, a seu tempo,<br />

resultados não eficazes.<br />

Dispensar inteiramente esta<br />

visão de curto prazo extremamente<br />

comum nas empresas<br />

é um grande desafio. Desafio<br />

este que vai além de questões<br />

técnicas, pois a maior barreira<br />

a ser vencida é a cultural; afinal<br />

é muito mais fácil assimilar uma<br />

nova técnica que um novo valor.<br />

Pensar diferente é preparar os<br />

primeiros passos para uma nova<br />

ação. Acredito que é responsabilidade<br />

das entidades públicas<br />

e privadas propor à sociedade<br />

mudanças reais de paradigmas<br />

quanto ao tema meio ambiente.<br />

Contribuir para a construção<br />

de uma nova visão sobre<br />

sustentabilidade sempre foi um<br />

dos princípios da Método Potencial<br />

Engenharia. Acreditamos<br />

que nossa influência pode ser<br />

exercida em diferentes níveis, a<br />

começar pelo nosso time, passando<br />

pelos projetos em que<br />

participamos, pelos parceiros,<br />

fornecedores, clientes, usuários<br />

finais de uma obra e até pela comunidade<br />

em seu entorno. Em<br />

nossas construções há esta relação<br />

de interação que nos permite<br />

transmitir valores socialmente<br />

orientados em diferentes níveis.<br />

Na década de 80, em uma iniciativa<br />

pioneira em nosso setor,<br />

lançamos o Projeto <strong>Ed</strong>ucar para<br />

o Amanhã, que promovia ações<br />

de alfabetização nos canteiros<br />

de nossas obras. Esta iniciativa<br />

prática promovia o bem-estar<br />

dos colaboradores melhorando<br />

sua confiança oferecendo-lhes<br />

a oportunidade de terem uma<br />

perspectiva melhor, pois este é o<br />

primeiro passo para que uma cultura<br />

seja mais bem assimilada.<br />

Após este período começamos<br />

a enxergar que a melhor oportunidade<br />

de agregar valor a uma<br />

obra era estar presente na elaboração<br />

de seu projeto. Desde<br />

então, para nós, não existe obra<br />

melhor que seu projeto. Otimizar<br />

recursos, fazer engenharia de valor,<br />

aplicar as melhores praticas<br />

de sustentabilidade entre outras<br />

ações do pré-obra foram incorporadas<br />

a nossa metodologia de<br />

trabalho. Desta fase em diante, a<br />

Método começou a se diferenciar<br />

no cenário nacional também no<br />

quesito da sustentabilidade.<br />

A partir do início do novo<br />

milênio trouxemos para o <strong>Brasil</strong> o<br />

conceito de <strong>Ed</strong>ifício Verde desenvolvido<br />

pelo United States Green<br />

Building Council. Fomos a primeira<br />

empresa nacional a participar<br />

d US<strong>GBC</strong>. Com isso, a companhia<br />

pode criar procedimentos<br />

que diminuíssem o impacto sobre<br />

o meio ambiente, priorizando<br />

e racionalizando o uso correto de<br />

insumos naturais nas construções.<br />

Em 2002 nos filiamos ao<br />

US<strong>GBC</strong> com acesso ao material<br />

LEED, que orienta, padroniza,<br />

mensura, classifica e certifica as<br />

obras Green Building. Seis anos<br />

depois nos tornamos um dos<br />

membros fundadores do Conselho<br />

<strong>Brasil</strong>eiro de Construção Sustentável<br />

e também do Green Building<br />

Council <strong>Brasil</strong>. Atualmente<br />

mantemos ativas nossas ações<br />

através da Método Green. Como<br />

participante ativa das discussões<br />

sobre meio ambiente no <strong>Brasil</strong>, a<br />

Método Green tem como objetivo,<br />

em todos os projetos com os<br />

quais se envolve, extrair, desde a<br />

fase de concepção do projeto, os<br />

26 fev-mar/17 rev/gbc/br


CONSTRUINDO HISTÓRIA<br />

A construção de uma nova visão<br />

sobre a sustentabilidade<br />

potenciais que garantam as melhores<br />

práticas do mercado em<br />

sustentabilidade.<br />

Esta unidade da empresa<br />

oferece alternativas aos clientes<br />

sem prejudicar a estética do<br />

projeto, sugerindo diferentes sistemas<br />

de ventilação, iluminação,<br />

reuso de água, troca de materiais,<br />

entre outros aspectos de projeto<br />

e especificação que tornam o<br />

empreendimento mais sustentável,<br />

focando tanto a economia na<br />

implantação da obra (alternativas<br />

construtivas econômicas) quanto<br />

a economia na operação dos<br />

edifícios. Estas propostas ainda<br />

facilitam a obtenção de certificação,<br />

mesmo que esta não seja a<br />

prioridade do projeto.<br />

Além disso, a Método possui<br />

a certificação ISO 14.001,<br />

garantindo que nossos canteiros<br />

de obra sigam todos os requisitos<br />

necessários relacionados ao<br />

cuidado com o meio ambiente<br />

no campo. Ampliamos e atualizamos<br />

nosso know how através de<br />

ações comerciais participando<br />

em comitês, congressos, eventos<br />

e treinamentos. Como pioneiros<br />

na tecnologia BIM (Building<br />

Information Modeling), buscamos<br />

também ferramentas modernas<br />

aplicadas ao processo de<br />

desenvolvimento dos projetos.<br />

Acredito que construir um legado<br />

é poder compartilhar valores com<br />

o mercado deixando nossa marca<br />

na história. Posso dizer que<br />

a Método Potencial Engenharia<br />

tem investido e se empenhado<br />

para manter este ideal.<br />

Como um exemplo do alinhamento<br />

de nossa metodologia<br />

de sustentabilidade, poderíamos<br />

citar diversos cases, porém a<br />

obra do Infinity Tower, edifício<br />

corporativo de alto padrão na região<br />

sul de São Paulo, é uma ótima<br />

referência de como a Método,<br />

em parceria com seus clientes, é<br />

capaz de proporcionar alternativas<br />

sustentáveis para soluções<br />

de projetos transformando as<br />

obras em marcos importantes.<br />

Neste empreendimento, o<br />

projeto original previa a especificação<br />

de uma grande parede em<br />

Cumaru no lobby. Realizamos<br />

um estudo aprofundado e propusemos<br />

ao cliente e à equipe de<br />

design a substituição do Cumaru<br />

por um painel de madeira de reflorestamento.<br />

Esta substituição<br />

garantiu a pontuação necessária<br />

para a certificação Leed Gold,<br />

sem abrir mão da qualidade e<br />

estética definidas pelo arquiteto.<br />

Independentemente da certificação,<br />

a Método busca estar em<br />

constante alinhamento com as<br />

melhores práticas de sustentabilidade<br />

na construção civil.<br />

Sabemos que não existem<br />

soluções definitivas para as diversas<br />

situações que nos são<br />

propostas no exercício de nossa<br />

função. Portanto continuaremos<br />

a explorar, a aprender e a melhorar<br />

sempre. Estarmos dispostos<br />

a romper com visões e metodologias<br />

obsoletas é a base para<br />

alcançarmos uma coexistência<br />

inteligente. Este é um princípio<br />

que permeia nossa estratégia e<br />

ações. A inovação, de fato, está<br />

em nosso DNA.<br />

Este tem sido um de nossos<br />

diferenciais neste setor extremamente<br />

concorrido e que lida<br />

diretamente com o bem-estar<br />

das pessoas na sociedade, pois,<br />

como indivíduos, passamos a<br />

maior parte de nossa vida em<br />

ambientes construídos, seja por<br />

lazer, estudo, trabalho ou moradia.<br />

Além disso, a construção<br />

civil é um dos segmentos que<br />

mais utilizam recursos naturais.<br />

Sob este panorama, inovar está<br />

intrinsecamente relacionado com<br />

a criação de soluções que, afinal,<br />

proporcionem menor impacto<br />

nos recursos naturais e que tragam<br />

bem-estar real às pessoas.<br />

Fazer do status quo é ser um<br />

agente de progresso, tanto para<br />

o setor quanto para a sociedade<br />

em geral. Em outras palavras, a<br />

inovação é uma ferramenta de<br />

construção da história. Temos<br />

alcançado êxito nessas esferas,<br />

porém ainda existem muitos outros<br />

aspectos a serem considerados<br />

quando se trata de coexistência<br />

inteligente. Empresas e<br />

estado ainda precisam dar muitos<br />

passos na mesma direção<br />

para que, complementando seus<br />

esforços, estejam cada vez mais<br />

perto de uma sociedade melhor.<br />

Sou otimista quanto ao futuro<br />

da construção sustentável no<br />

<strong>Brasil</strong>. Por mais que ainda tenhamos<br />

um longo caminho a trilhar,<br />

temos conquistado significativos<br />

avanços em prol deste tema tão<br />

indispensável atualmente. Ao<br />

longo de 43 anos de existência,<br />

a Método Potencial Engenharia<br />

tem feito sua parte em buscar<br />

soluções para agregar valor a<br />

sociedade respeitando o meio<br />

ambiente. Queremos continuar<br />

inovando por muito tempo. Hoje<br />

podemos ver os frutos das iniciativas<br />

tomadas há mais de 20<br />

anos atrás quando tudo o que<br />

atualmente é prática usual no<br />

mercado era visto como extremamente<br />

difícil e muitas vezes<br />

impossível de se realizar. Estes<br />

tais “impossíveis” continuam<br />

aparecendo e alguns deles dizem<br />

respeito à sustentabilidade.<br />

Portanto, acreditar que seu negócio<br />

pode ser socialmente orientado<br />

é o primeiro passo rumo ao<br />

futuro e a construção de uma história<br />

positiva. Aos novos players<br />

deste mercado, o meu recado é<br />

que todo legado começa com<br />

uma mudança de pensamento e<br />

que podem contar com o auxílio<br />

de parceiros como o <strong>GBC</strong> <strong>Brasil</strong><br />

para diversas iniciativas sustentáveis.<br />

revistagbcbrasil.com.br 27<br />

fev-mar/17


inovação<br />

CTE cria solução em<br />

consultoria para ajudar<br />

clientes a atingir eficiência<br />

energética de portfólios<br />

Por Paulo Dias<br />

ENTREVISTA<br />

Wagner<br />

Oliveira,<br />

CTE<br />

O<br />

CTE (Centro de Tecnologia de <strong>Ed</strong>ificações)<br />

passou a oferecer mais um serviço de consultoria<br />

a seus clientes. O foco dessa vez é a<br />

eficiência energética de portfólios (redes de<br />

estabelecimentos ou edifícios). Na entrevista<br />

abaixo Wagner Oliveira, gerente de sustentabilidade<br />

do CTE, fala um pouco mais sobre<br />

essa iniciativa e como ela pode beneficiar os clientes que buscam<br />

por economia e eficiência no consumo energético.<br />

Explique como é feita a consultoria com base na análise do<br />

portfólio de clientes.<br />

Wagner Oliveira. O trabalho consiste em um programa sistêmico<br />

de gestão energética, onde o portfólio é avaliado e segmentado<br />

em grupos e subgrupos que permita uma correlação entre<br />

os diferentes sites. Em redes de varejo, por exemplo, é possível<br />

realizar a uma segmentação por tipo de loja, metragem quadrada<br />

e localização em lojas rua ou shopping Center, já edifícios de<br />

escritório é possível adotar outras segmentações, tal como tipo<br />

de ar condicionado, idade do empreendimento, classificação do<br />

empreendimento (AAA, A, B), dentre outras.<br />

Com essa segmentação, conseguimos fazer um benchmarking<br />

desse portfólio, através de indicadores de consumo de energia<br />

por metro quadrado, ou outro indicador que faça sentido para<br />

aquele portfólio. Após a segmentação, realizamos avaliações<br />

amostrais deste agrupamento através de medições in loco.<br />

28 fev-mar/17 rev/gbc/br


inovação<br />

Como são feitas essas medições?<br />

WO. As medições são realizadas com o objetivo de identificar a<br />

representatividade de cada uso final no consumo total do site,<br />

ou seja, se o ar condicionado representa 30% ou 60% do consumo<br />

por exemplo.<br />

Com base nas medições, na avaliação dos perfis de uso dos<br />

sites e nas variáveis climáticas, como temperatura, umidade,<br />

horas de resfriamento, etc., é possível através de software on-<br />

-line identificar um perfil de consumo “ideal” para cada agrupamento,<br />

permitindo identificar os sites que apresentam consumo<br />

acima do ideal e focar esforços para tomada de ações corretivas,<br />

ou seja, montamos um benchmarking específico para cada<br />

portfólio do cliente.<br />

•<br />

•<br />

•<br />

O que é feito após o levantamento de dados e identificação<br />

de potenciais melhorias?<br />

WO. A partir do momento que os dados são levantados, encaixamos<br />

o empreendimento em um dos três patamares de<br />

consumo de energia: o típico (que é o aceitável), o ineficiente e<br />

o eficiente. Isso é importante porque o dono do portfólio pode<br />

analisar as unidades e, por exemplo, refletir que ao invés de<br />

uma ação geral, pode ir especificamente em um empreendimento<br />

[não eficiente] e realizar ações ali. Essas ações podem<br />

ser operacionais, substituição de tecnologia (em iluminação, no<br />

sistema de ar condicionado, etc) ou ainda outras medidas que<br />

sirvam para gerar resultados positivos.<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

Como é feita a manutenção e renovação desses dados coletados?<br />

WO. Além do processo inicial para fazer esse levantamento,<br />

que foi descrito acima, temos também um programa de monitoramento.<br />

São medidores instalados nas unidades que fazem<br />

esse monitoramento. Com um único equipamento conseguimos<br />

monitorar até 24 pontos de consumo. Com base nisso,<br />

conseguimos manter informações periódicas à disposição do<br />

cliente. Ele consegue ter acesso online a esses indicadores.<br />

Além disso, prestamos um serviço mensal de consultoria para<br />

apontar onde estão as distorções e assim evitar que ele continue<br />

consumindo energia desnecessariamente.<br />

•<br />

•<br />

•<br />

PRINCIPAIS CLIENTES E BENEFICIÁRIOS:<br />

Setor privado:<br />

Setor público:<br />

Pesquisa e desenvolvimento e cooperação internacional:<br />

revistagbcbrasil.com.br 29<br />

fev-mar/17


DOSSIÊ SOLUÇÕES<br />

GOVERNO E INICIATIVA<br />

PRIVADA UNIDOS<br />

EM BUSCA DE MAIOR<br />

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA<br />

No <strong>Brasil</strong>, o consumo de energia elétrica<br />

nas edificações residenciais, comerciais,<br />

de serviços e públicas é bastante<br />

significativo, correspondendo<br />

aproximadamente a metade do total<br />

da eletricidade consumida no país.<br />

Estudos mostram que o potencial de redução do<br />

consumo com medidas que visam utilizar a energia<br />

de forma mais consciente é enorme: 50% para novas<br />

edificações e 30% para aquelas que promoverem reformas<br />

que contemplem os conceitos de eficiência<br />

energética em edificações.<br />

30 fev-mar/17 rev/gbc/br


DOSSIÊ SOLUÇÕES<br />

©Acervo EY<br />

Por Taís Cruz<br />

São muitas as medidas que podem<br />

ser adotadas para atingir<br />

níveis satisfatórios de eficiência<br />

é preciso tomar uma série de<br />

medidas, e em diversos campos.<br />

Dentre essas estão os programas<br />

nacionais de promoção,<br />

treinamento e execução dessas<br />

medidas até as certificações,<br />

como o LEED, para as construções<br />

sustentáveis.<br />

A energia elétrica percorre um<br />

longo caminho desde a sua geração<br />

até o consumidor final. Grande<br />

parte dessa energia é desperdiçada<br />

tanto pelo mau uso<br />

quanto pela falta de planejamento<br />

e equipamentos adequados<br />

para a sua distribuição e uso. Por<br />

meio de medidas e estratégias é<br />

possível combater o desperdício.<br />

Ministério do Meio<br />

Ambiente e seu papel<br />

nas políticas públicas<br />

O Projeto de Transformação do<br />

Mercado para a Eficiência Energética<br />

no <strong>Brasil</strong> é um dos principais<br />

trabalhos da Secretaria de<br />

Mudanças Climáticas do Ministério<br />

do Meio Ambiente (MMA).<br />

Esse projeto tem como objetivo<br />

de incentivar o mercado de eficiência<br />

energética, especificamente<br />

em edificações públicas,<br />

comerciais e de serviços. O<br />

MMC é coordenador e executor<br />

de dois componentes desse projeto:<br />

a capacitação do mercado<br />

e incentivo de inclusão de requisitos<br />

de eficiência energética na<br />

administração pública.<br />

“Dentro dessas duas correntes<br />

a gente tem realizado uma série<br />

de trabalhos buscando identificar<br />

quais são os principais trabalhos<br />

do governo de mais eficácia no<br />

desempenho de suas atividades<br />

para que possamos apoia-<br />

-los. Cito como exemplos o PDE<br />

<strong>Ed</strong>ifica (programa brasileiro de<br />

eficiência energética em edificações)<br />

e o programa de eficiência<br />

energética da ANEEL, que é um<br />

dos principais recursos para eficiência<br />

energética hoje no <strong>Brasil</strong>.<br />

Nós temos uma série de capacitações<br />

que já foram realizadas<br />

e outras previstas para este ano<br />

sobre o programa de etiquetagem<br />

dos edifícios. Por conta do<br />

envolvimento nesses projetos<br />

nós temos concentrado as nos-<br />

revistagbcbrasil.com.br 31<br />

fev-mar/17


DOSSIÊ SOLUÇÕES<br />

eficiência energética<br />

O consumo irracional e o desperdício energético<br />

tem sido uma preocupação cada vez mais constante,<br />

ainda mais por conta do aumento do valor da<br />

conta de energia elétrica. Para buscar alternativas,<br />

diversas ações estão sendo fomentadas neste campo<br />

©Divulgação<br />

“TEMOS UMA SÉRIE DE<br />

CAPACITAÇÕES QUE JÁ<br />

FORAM REALIZADAS<br />

E OUTRAS PREVISTAS<br />

PARA ESTE ANO SOBRE<br />

O PROGRAMA DE<br />

ETIQUETAGEM DOS<br />

EDIFÍCIOS. POR CONTA<br />

DO ENVOLVIMENTO<br />

NESSES PROJETOS NÓS<br />

TEMOS CONCENTRADO<br />

AS NOSSAS<br />

CAPACITAÇÕES NESSA<br />

TEMÁTICA”<br />

Alexandra A. Maciel<br />

Ministério do Meio<br />

Ambiente<br />

sas capacitações nessa temática”,<br />

diz Alexandra Albuquerque<br />

Maciel, coordenadora de investigação<br />

de mudança do clima do<br />

Ministério do Meio Ambiente.<br />

Com o crescimento do setor<br />

energético inerente ao processo<br />

de desenvolvimento nacional e o<br />

fato de o setor de edificações responderem<br />

atualmente por mais<br />

de 40% do total da eletricidade<br />

consumida no <strong>Brasil</strong>, chegou-se à<br />

conclusão de que a promoção da<br />

eficiência energética em edificações<br />

é uma estratégia de relevância<br />

cada vez maior para a mitigação<br />

da mudança global do clima.<br />

Para isso foi criado o Projeto de<br />

Transformação do Mercado de<br />

Eficiência Energética no <strong>Brasil</strong>,<br />

apelidado de Projeto 3E, com o<br />

objetivo influenciar e desenvolver<br />

o mercado de eficiência energética<br />

em edificações comerciais<br />

e públicas, visando contribuir<br />

com a economia de até 106,7<br />

TWh de eletricidade nos próximos<br />

20 anos e com a redução<br />

de emissões de gases de efeito<br />

estufa em até 3 milhões de toneladas<br />

de dióxido de carbono.<br />

Os componentes necessários<br />

ao desenvolvimento do mercado<br />

de eficiência energética no<br />

<strong>Brasil</strong> considerados pelo projeto<br />

são: capacitação e sensibilização,<br />

promoção de eficiência<br />

energética em prédios públicos<br />

e o mecanismo de garantia para<br />

financiamento de projetos de eficiência<br />

energética.<br />

O próprio MMA passou a promover<br />

essas medidas dentro<br />

dos edifícios de órgãos públicos.<br />

“Contratamos o CBCS (Conselho<br />

<strong>Brasil</strong>eiro de Construção Sustentável)<br />

para realizar o Benchmarking<br />

Energético em <strong>Ed</strong>ificações<br />

para avaliar o consumo energético<br />

dos edifícios públicos,<br />

escritórios e edificações acima<br />

de 500 m². Esse trabalho está<br />

sendo importante para o governo<br />

para conseguirmos juntar os<br />

dados necessários para saber o<br />

quanto o governo consome de<br />

energia nos edifícios públicos e<br />

quais os principais usos energéticos<br />

no setor”, conta Alexandra.<br />

Plano Nacional de Eficiência<br />

Energética<br />

O Plano Nacional de Eficiência<br />

Energética (PNEf) estabelece<br />

diretrizes e projeções do consumo<br />

racional de energia elétrica<br />

para o período de 2010 a 2030.<br />

32 fev-mar/17 rev/gbc/br


DOSSIÊ SOLUÇÕES<br />

O Plano também traz estratégias<br />

de eficiência energética para os<br />

setores da indústria e de micro,<br />

pequenas e médias empresas,<br />

bem como para transportes,<br />

educação, prédios públicos, iluminação<br />

pública, saneamento e<br />

aquecimento solar de água. Estabelece<br />

as diretrizes no âmbito<br />

dos Programas Procel (Programa<br />

Nacional de Conservação<br />

de Energia Elétrica) e o CONPET<br />

(Programa Nacional de Racionalização<br />

do Uso dos Derivados do<br />

Petróleo e do Gás Natural). Uma<br />

das premissas e diretrizes básicas<br />

do plano, a meta de redução<br />

é de 10% do consumo de energia<br />

elétrica ao final de 2030.<br />

“O Plano Nacional de Eficiência<br />

Energética foi desenhado na forma<br />

de diretrizes. Sendo assim,<br />

de certa forma, ele cumpriu o seu<br />

papel. Na medida em que todos<br />

os entes do governo, que não são<br />

poucos, estão seguindo essas<br />

diretrizes. Nós identificamos que,<br />

pelo menos nove ministérios têm<br />

que alguma forma de atuação<br />

direta ou indireta na questão da<br />

eficiência energética. Além dos<br />

Ministérios, também os agentes<br />

coligados como a Agência Nacional<br />

de Energia Elétrica e a Agência<br />

Nacional do Petróleo. Essas<br />

agências promoveram e promovem<br />

a eficiência energética nos<br />

seus projetos e nas suas instituições<br />

usando o PNEf como norte”,<br />

explica Carlos Alexandre P. Pires<br />

- Diretor do Departamento de Desenvolvimento<br />

Energético.<br />

Do ponto de vista do MME a política<br />

pública nacional caminha<br />

para unificar os dois principais<br />

programas de eficiência energética,<br />

o Procel e CONTEP. “Nós<br />

estamos caminhando para uma<br />

mudança estrutural, relacionada<br />

à criação de uma sinergia entre<br />

esses dois planos, aproveitando<br />

o que cada um tem de melhor e<br />

uni-los, para que em curto e médio<br />

prazo nós consigamos atingir<br />

resultados otimizados tanto<br />

para a eletricidade quanto para<br />

petróleo e gás. A final de contas,<br />

energia é uma coisa só, do ponto<br />

de vista do planejamento”, afirma<br />

Carlos Alexandre.<br />

Procel <strong>Ed</strong>ifica<br />

O Procel <strong>Ed</strong>ifica – Programa Nacional<br />

de Eficiência Energética<br />

em <strong>Ed</strong>ificações atua há treze<br />

anos conjuntamente com o Ministério<br />

de Minas e Energia, Ministério<br />

das Cidades, entidades<br />

governamentais, centros acadêmicos,<br />

pesquisadores e o setor<br />

da construção civil, com o objetivo<br />

de incentivar a conservação<br />

e o uso eficiente dos recursos<br />

naturais (água, luz, ventilação<br />

etc.) nas edificações brasileiras,<br />

reduzindo o desperdício e os<br />

impactos sobre o meio ambiente.<br />

Com o objetivo de promover<br />

o uso racional de energia elétrica<br />

em edificações.<br />

Em busca da divulgação e da<br />

aplicação do conceito de eficiência<br />

energética, o Procel <strong>Ed</strong>ifica<br />

trabalha através de seis vertentes<br />

de atuação: Capacitação, Tecnologia,<br />

Disseminação, Regulamentação,<br />

Habitação, Eficiência<br />

Energética e Planejamento. Em<br />

maio do ano passado o programa<br />

obteve uma conquista importante<br />

através da Lei 13.280, que estabelece<br />

que 20% dos recursos previstos<br />

para a eficiência energética<br />

por parte das concessionárias de<br />

distribuição de energia elétrica sejam<br />

destinados ao Procel. Esses<br />

recursos garantem R$ <strong>12</strong>0 milhões<br />

por ano ao programa.<br />

Além do Procel <strong>Ed</strong>ifica, há também<br />

o Selo Procel <strong>Ed</strong>ificações<br />

estabelecido ha dois anos, que<br />

é um instrumento de adesão<br />

voluntária cujo objetivo principal<br />

é identificar as edificações que<br />

apresentem as melhores classificações<br />

de eficiência energética<br />

em uma dada categoria, motivando<br />

o mercado consumidor<br />

a adquirir e utilizar imóveis mais<br />

eficientes. Segundo a divulgação<br />

dos resultados do programa em<br />

2015, o Selo foi concedido para<br />

um total de 21 edificações construídas<br />

e 10 edificações na etapa<br />

de projeto.<br />

Benchmarks e desempenho<br />

energético de<br />

edificações<br />

Os benchmarks são indicadores<br />

que permitem comparar o<br />

desempenho energético de um<br />

edifício com a média do setor,<br />

eles são essenciais para o de-<br />

“ALÉM DOS<br />

MINISTÉRIOS,<br />

TAMBÉM OS AGENTES<br />

COLIGADOS COMO A<br />

AGÊNCIA NACIONAL DE<br />

ENERGIA ELÉTRICA E<br />

A AGÊNCIA NACIONAL<br />

DO PETRÓLEO.<br />

ESSAS AGÊNCIAS<br />

PROMOVERAM<br />

E PROMOVEM A<br />

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA<br />

NOS SEUS PROJETOS E<br />

NAS SUAS INSTITUIÇÕES<br />

USANDO O PNEF COMO<br />

NORTE”<br />

Carlos Alexandre<br />

P. Pires<br />

Ministério do Meio<br />

Ambiente<br />

©Divulgação<br />

revistagbcbrasil.com.br 33<br />

fev-mar/17


DOSSIÊ SOLUÇÕES<br />

ferença entre o consumo real<br />

em operação e o consumo que<br />

foi previsto. Essa diferença pode<br />

chegar a ser até 50% maior. Ou<br />

seja, edifícios que fizeram tudo<br />

certo e até foram certificados não<br />

estão atingindo o nível de eficiência<br />

energética necessário porque<br />

não tem o acompanhamento do<br />

desempenho energético na fase<br />

de operação”, afirma ainda <strong>Ed</strong>ward<br />

Borgstein.<br />

Os dados do benchmark e conhecimento<br />

gerado pelo CBCS<br />

servirão como base para a futura<br />

elaboração (pelo Procel) de<br />

etiquetas prediais que registrem<br />

o consumo real do edifício e o<br />

compare a indicadores apropriados,<br />

com o objetivo de classificar<br />

sua eficiência. A etiqueta<br />

estará alinhada com a etiquetagem<br />

atual do PBE edifica, a fim<br />

de facilitar a compreensão geral.<br />

Essas etiquetas são ferramentas<br />

mais eficazes para redução de<br />

consumo de energia no ambiente<br />

construído. Existem três tipos<br />

de etiqueta de nível de eficiência<br />

energética em edificações: a etiqueta<br />

de projeto, a etiqueta de<br />

edifício construído e a etiqueta<br />

de consumo em uso.<br />

“É essencial que uma ferramenta<br />

para medir, acompanhar e melhorar<br />

a eficiência energética real<br />

desses edifícios para diminuir a<br />

conta de energia. O que a gente<br />

quer reduzir é a conta de energia<br />

final do edifício, para isso a primeira<br />

etapa é criar um relatório<br />

e um banco de dados. O CBCS<br />

construiu ao longo dos anos um<br />

banco de dados de milhares de<br />

edifícios com seus consumos<br />

medidos e os descontos na coneficiência<br />

energética<br />

Imagem: Pixabay<br />

“É ESSENCIAL QUE UMA<br />

FERRAMENTA PARA<br />

MEDIR, ACOMPANHAR<br />

E MELHORAR A<br />

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA<br />

REAL DESSES EDIFÍCIOS<br />

PARA DIMINUIR A<br />

CONTA DE ENERGIA.<br />

O QUE A GENTE QUER<br />

REDUZIR É A CONTA<br />

DE ENERGIA FINAL DO<br />

EDIFÍCIO, PARA ISSO<br />

A PRIMEIRA ETAPA É<br />

CRIAR UM RELATÓRIO E<br />

UM BANCO DE DADOS.”<br />

<strong>Ed</strong>ward Borgstein<br />

Mitsidi<br />

©Divulgação Mitsidi<br />

senvolvimento de instrumentos<br />

para redução de consumo de<br />

energia, como etiquetas prediais<br />

de eficiência energética. “Para<br />

trabalhar com eficiência energética<br />

em edifícios existentes a<br />

primeira coisa que você precisa<br />

é uma forma de medir o que é eficiente<br />

que o que não é. Nenhum<br />

banco de dados e conhecimento<br />

sobre esse tipo de consumo<br />

existia. Então, começamos pela<br />

base vislumbrando futuras etapas.<br />

Esse documento é um trabalho<br />

de abrangência nacional<br />

de eficiência energética em edifícios<br />

existentes”, explica <strong>Ed</strong>ward<br />

Borgstein, voluntário no comitê<br />

temático de energia do CBCS –<br />

Conselho <strong>Brasil</strong>eiro de Construção<br />

Sustentável.<br />

“As informações sobre o consumo<br />

de um edifício em funcionamento<br />

é o que a gente chama<br />

de desempenho energético operacional.<br />

Isso é muito importante,<br />

se você analisar, que até em<br />

edifícios novos e certificados<br />

LEED, em muitos casos, há di-<br />

34 fev-mar/17 rev/gbc/br


DOSSIÊ SOLUÇÕES<br />

ta de energia de forma que fosse<br />

possível mapear o consumo real<br />

em determinada tipologia e situação<br />

de uso. A partir daí começamos<br />

a fazer as visitas técnicas<br />

e desenvolvemos uma metodologia<br />

de benchmark específica<br />

para o <strong>Brasil</strong> pegando os melhores<br />

exemplos de vários países<br />

onde isso está sendo feito. Com<br />

essa metodologia foi possível desenvolver<br />

ferramentas de avaliação<br />

de eficiência energética em<br />

edifícios”, explica <strong>Ed</strong>ward.<br />

O processo de etiquetagem<br />

operacional entrou no plano de<br />

atividades do Procel este ano,<br />

com base nos trabalhos realizados<br />

pelo CBCS. Diversos edifícios<br />

passaram por processos<br />

de benchmarking e avaliação de<br />

desempenho. Está sendo finalizado<br />

o desenvolvimento do projeto<br />

de benchmarks para prédios<br />

públicos. Em breve, pretende-se<br />

iniciar novo projeto com o desenvolvimento<br />

de indicadores para<br />

prédios residenciais.<br />

Possibilitando projetos<br />

sustentáveis<br />

Para que os projetos de eficiência<br />

energética possam sair do<br />

papel é preciso investimento<br />

financeiro. A Atla Consultoria é<br />

uma das empresas que viabiliza<br />

esse investimento, oferecendo<br />

aos clientes, parceiros e investidores<br />

estruturação financeira<br />

customizada para projetos nas<br />

áreas de energias renováveis, eficiência<br />

energética e cogeração<br />

de energia.<br />

“A Atla é uma empresa de consultoria<br />

financeira focada em projetos<br />

na área de energia. Somos<br />

especializados em captar recursos<br />

financeiros nessa área. E<br />

dentro desse escopo de especialização<br />

nós fomos contratados<br />

pelo Banco Interamericano de<br />

Desenvolvimento, para servir de<br />

instrumento que oferece garantia<br />

para projetos na área de eficiência<br />

energética e energias renováveis”,<br />

conta Álvaro Silveira, sócio<br />

e fundador da Atla Consultoria.<br />

Para que um projeto seja financiado<br />

tanto por bancos públicos<br />

ou privados, ou agências de fomento<br />

(como o BNDES), ou por<br />

qualquer entidade que tenha<br />

interesse de investir nessa obra<br />

que visa a redução do consumo<br />

de energia elétrica, a Atla atua<br />

como uma espécie de fiadora,<br />

concedendo uma carta similar a<br />

uma carta de fiança, que é uma<br />

garantia real considerada pelo<br />

Desenvolve São Paulo – Agência<br />

de Desenvolvimento Paulista<br />

é uma instituição financeira do<br />

Governo do Estado de São Paulo<br />

que oferece as melhores opções<br />

de financiamento para transformar<br />

o projeto de crescimento da<br />

sua empresa em realidade.<br />

A consultoria atua no <strong>Brasil</strong> há<br />

mais de sete anos junto a diversos<br />

parceiros e investidores para<br />

promover formas inovadoras<br />

de financiar projetos na área de<br />

energia e redução do impacto<br />

ambiental. Em 20<strong>12</strong> a empresa<br />

foi contratada pelo Banco Interamericano<br />

de Desenvolvimento<br />

(BID) como administrador exclusivo<br />

do Mecanismo de Garantia<br />

para Projetos de Eficiência Energética,<br />

atuando desde então<br />

como consultores para organismos<br />

multilaterais como o Banco<br />

Mundial, International Finance<br />

Corporation, GIZ, entre outros.<br />

“O Mecanismo e Garantia para<br />

Projetos de Eficiência Energética<br />

tem por objetivo apoiar as emissões<br />

de CO2 no <strong>Brasil</strong>. O Banco<br />

Interamericano de desenvolvimento<br />

através desse mecanismo<br />

procura tirar do papel boas ideias<br />

que tenham por objetivo reduzir<br />

essa carga de emissão de gás<br />

carbônico”, afirma Álvaro.<br />

O Shopping Pátio Paulista que<br />

recentemente substituiu o seu<br />

sistema de iluminação e climatização<br />

por equipamentos mais<br />

eficientes é um exemplo de projeto<br />

que a Atla tornou possível.<br />

Outro exemplo é o da Contax<br />

Center, empresa de Call Center,<br />

que também fez o retrofit de todo<br />

o seu sistema de climatização.<br />

Em edifícios como o da Contax<br />

que é ocupado 24 horas por dia,<br />

o retorno do investimento realizado<br />

é atingido muito mais rápido<br />

porque a diminuição do consumo<br />

impacta de forma mais efetiva<br />

ainda em edifícios ocupados<br />

por durante muito tempo.<br />

“O MECANISMO<br />

E GARANTIA<br />

PARA PROJETOS<br />

DE EFICIÊNCIA<br />

ENERGÉTICA TEM POR<br />

OBJETIVO APOIAR<br />

AS EMISSÕES DE CO2<br />

NO BRASIL. O BANCO<br />

INTERAMERICANO DE<br />

DESENVOLVIMENTO<br />

ATRAVÉS DESSE<br />

MECANISMO PROCURA<br />

TIRAR DO PAPEL BOAS<br />

IDEIAS QUE TENHAM<br />

POR OBJETIVO<br />

REDUZIR ESSA CARGA<br />

DE EMISSÃO DE GÁS<br />

CARBÔNICO”<br />

Álvaro Silveira<br />

Atla Consultoria<br />

©Divulgação Atla<br />

revistagbcbrasil.com.br 35<br />

fev-mar/17


DOSSIÊ SOLUÇÕES<br />

eficiência energética<br />

Mitsidi: em busca da<br />

eficiência energética<br />

sem se esquecer<br />

das pessoas e<br />

das necessidades<br />

específicas<br />

brasileiras<br />

Por Taís Cruz<br />

Com o ambicioso objetivo de<br />

transformar o setor energético<br />

no <strong>Brasil</strong>, a Mitsidi Projetos<br />

nasceu em 2014 em<br />

São Paulo da parceria entre<br />

especialistas de alto nível<br />

com diversas formações na área de energia.<br />

Desde então, a empresa tem crescido a cada<br />

projeto realizado com sucesso, mais convicta<br />

de seus objetivos.<br />

“A Mitsidi nasceu da necessidade de fazer<br />

uma transformação radical na forma que<br />

a sociedade usa a energia. O mercado de<br />

energia vem mudando muito nos últimos<br />

anos, cada vez mais se ouve falar de eficiência<br />

energética e redução de consumo, mas<br />

a maior parte das empresas que trabalham<br />

nesse ramo, trabalham com uma tecnologia<br />

específica. Com um olhar mais global, o nosso<br />

foco é analisar a edificação como um todo<br />

para identificar os melhores caminhos para a<br />

redução do consumo energético”, conta André<br />

de Dominicis – Diretor de Desenvolvimento<br />

da Mitsidi.<br />

Na busca incessante pela otimização de<br />

energia, a Mitsidi vai além de uma empresa<br />

de consultoria de eficiência energética devido<br />

à abrangência da sua atuação, que engloba<br />

desde a troca de um sensor de temperatura<br />

num edifício até o desenvolvimento de índices<br />

nacionais de consumo de energia nos<br />

setores público e privado.<br />

Por meio de grandes projetos de pesquisa,<br />

a Mitsidi vem ajudando a gerar novos conhecimentos<br />

para o país, o que é importante<br />

para aumentar a transparência e orientar nossas<br />

políticas públicas, visando à redução de<br />

energia em escala nacional que, por sua vez,<br />

Imagem: INEGI<br />

36 fev-mar/17 rev/gbc/br


DOSSIÊ SOLUÇÕES<br />

ajuda a evitar a construção de novas usinas<br />

de geração de energia. Por assumir um papel<br />

cada vez mais importante no debate nacional<br />

sobre o futuro do setor energético, a Mitsidi<br />

foi a única empresa privada de consultoria<br />

convidada a participar do recente seminário<br />

da Empresa de Pesquisa Energética (EPE)<br />

para desenvolver o Plano de Ação de Eficiência<br />

Energética do <strong>Brasil</strong>.<br />

“Diferente das outras consultorias, temos a<br />

ideia de ajudar o setor energético e também<br />

o setor da construção sustentável através de<br />

um olhar sistêmico e global, buscando as<br />

melhores oportunidades para cada cliente e<br />

trazendo a experiência do que já vem sendo<br />

feito no exterior para o <strong>Brasil</strong> deslanchar neste<br />

campo. A interação que temos com o setor<br />

público é uma das nossas propostas porque<br />

acreditamos que esse é o melhor jeito de tornar<br />

todos os sistemas energeticamente mais<br />

eficientes, em escala nacional”, diz Alexandre<br />

Schinazi, sócio e Diretor Técnico da Mitsidi.<br />

A diversidade na atuação da Mitsidi, em pesquisas,<br />

geração de conhecimento, consultoria<br />

prática e multiplicação através de treinamentos<br />

e cursos, é possível graças à equipe<br />

de ponta da empresa. Reunindo os melhores<br />

profissionais da área, a Mitsidi desenvolve soluções<br />

próprias e pensadas nas necessidades<br />

brasileiras, em um ambiente rico e multicultural<br />

que estimula o debate, a criatividade<br />

e o aprendizado constante. “Mesmo com<br />

todos esses projetos acontecendo ao mesmo<br />

tempo, nós nunca esquecemos o nosso<br />

objetivo que é a transformação radical na<br />

maneira de usar a energia,” garante <strong>Ed</strong>ward<br />

Borgstein, mestre em engenharia de energia<br />

em Cambridge e sócio-fundador da empresa.<br />

Sabendo que a transformação do setor energético<br />

não pode se limitar ao debate e à geração<br />

de conhecimento, o cerne da atuação<br />

da Mitsidi está na aplicação prática de suas<br />

experiências adquiridas <strong>Brasil</strong> afora em edifícios<br />

e indústrias, para reduzir o consumo de<br />

energia de seus clientes através de projetos<br />

de consultoria. Diferencia-se de outras empresas<br />

do ramo por não focar em uma solução<br />

tecnológica específica.<br />

Além disso, a Mitsidi tem uma grande preocupação<br />

com o bem-estar dos ocupantes<br />

das edificações. “Um dos pilares principais<br />

dos nossos projetos é enfatizar que a eficiência<br />

energética não é só reduzir o consumo<br />

de energia. A nossa preocupação principal<br />

é com as pessoas que estão nos prédios.<br />

Os prédios existem para fornecer condições<br />

para que as pessoas que estão dentro dele<br />

possam realizar as suas tarefas. Então, se<br />

o prédio não consegue oferecer conforto e<br />

boas condições para os usuários não dá para<br />

falar em eficiência”, afirma André.<br />

O mercado de energia<br />

Na última década houve uma grande evolução<br />

e crescimento dos mercados de energia<br />

no mundo, que estão se reorganizando em<br />

função do consumidor final. As energias renováveis,<br />

principalmente a fotovoltaica – que<br />

é a mais adequada à geração distribuída – e a<br />

eólica se expandiram muito.<br />

Até a forma de comprar energia vem se transformando<br />

na busca pela redução de custos<br />

energéticos: a migração de empresas para o<br />

Mercado Livre de energia atingiu níveis recordes<br />

em 2016, e inúmeras companhias procuram<br />

otimizar a contratação de energia junto<br />

às distribuidoras em função de seus perfis de<br />

consumo, mesmo estando no mercado cativo.<br />

Além disso, tecnologias mais eficientes e sistemas<br />

de monitoramento e controle cada vez<br />

mais inteligentes facilitam a gestão da energia<br />

por meio de conhecimento e automação,<br />

tanto em escala predial quanto municipal<br />

através de redes inteligentes.<br />

No entanto, para atingir os melhores resultados<br />

financeiros e ambientais, um aspecto<br />

crucial, mas frequentemente esquecido, é a<br />

otimização de processos. Antes de falar em<br />

tecnologias, automação, energias renováveis<br />

ou contratação de energia, é preciso eliminar<br />

as ineficiências no próprio uso da energia<br />

dentro do edifício ou indústria. Isso só é<br />

possível através de uma gestão energética<br />

integrada, com olhar global e sistêmico, que<br />

começa na concepção de um novo edifício<br />

e se estende por toda a sua vida útil na operação.<br />

Não é por acaso que quase 40% de<br />

todo o potencial de economia de energia já<br />

identificado pela Mitsidi para os seus clientes<br />

– montante que supera os R$ 8 milhões por<br />

ano – pode ser atingido por medidas de zero<br />

ou baixo custo.<br />

fonte: Mitsidi<br />

revistagbcbrasil.com.br 37<br />

fev-mar/17


DOSSIÊ SOLUÇÕES<br />

eficiência energética<br />

©Divulgação Mitsidi<br />

“EFICIÊNCIA<br />

ENERGÉTICA NÃO<br />

É APENAS UMA<br />

REDUÇÃO DE CUSTO,<br />

MAS A OTIMIZAÇÃO<br />

DOS RECURSOS<br />

GARANTINDO O<br />

CONFORTO DOS<br />

USUÁRIOS, ALÉM<br />

DA QUALIDADE E<br />

SEGURANÇA DOS<br />

SERVIÇOS PRESTADOS.”<br />

Rosane Fukuoka<br />

arquiteta e coordenadora<br />

de projetos<br />

na Mitsidi<br />

Gestão de energia – gerindo a redução<br />

de custo<br />

Todo programa de gestão de energia bem<br />

implementado começa com um diagnóstico<br />

energético completo das instalações, avaliando<br />

não apenas sistemas e equipamentos,<br />

mas também padrões de uso e operação. O<br />

resultado: uma análise profunda do uso de<br />

energia do edifício ou da corporação, servindo<br />

de pedra fundamental para a identificação<br />

de oportunidades de eficiência energética<br />

e financeira que abrangem todo o espectro<br />

energético.<br />

TIPOS DE MEDIDAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA<br />

COMUMENTE IDENTIFICADAS PELA MITSIDI<br />

Tecnologias<br />

Ar Condicionado<br />

Iluminação<br />

Cargas de tomada<br />

CPDs e Data Centers<br />

Automação<br />

Gestão<br />

Variadores de frequência<br />

Sensores<br />

Programação<br />

Monitoramento<br />

Estratégias operacionais<br />

Conscientização<br />

Contratação de energia Modelo tarifário<br />

Mercado Livre<br />

Energias renováveis Potencial solar fotovoltaico<br />

Por meio de planejamento e coordenação de<br />

estratégias de economia de energia o sucesso<br />

é atingido através de uma combinação de<br />

ações e fatores que compõem o programa de<br />

gestão energética, tais como: acompanhamento<br />

do consumo; planejamento e execução<br />

das medidas de eficiência energética identificadas;<br />

identificação de novas oportunidades;<br />

detecção de anomalias no consumo através<br />

de sistemas de monitoramento; criação e<br />

acompanhamento de indicadores de desempenho;<br />

e medição e verificação de economias.<br />

“O segredo é que a gestão de energia deve<br />

ser encarada como um projeto, composto<br />

de diversos sub-projetos”, revela Alexandre<br />

Schinazi. E acrescenta, “O mercado precisa<br />

aprender a diferenciar. Gerenciar não é<br />

entregar um relatório. A verdadeira gestão é<br />

complexa e requer grande dedicação, o que<br />

é algo que nós fazemos com prazer. O cliente<br />

frequentemente só percebe a diferença<br />

depois que realizamos um projeto piloto em<br />

conjunto”.<br />

Projeto integrado – otimizando<br />

desenhos e processos<br />

Além da gestão energética, a Mitsidi também<br />

auxilia equipes de projetos de novos empreendimentos,<br />

pois é na concepção e construção<br />

do prédio que se decidem os materiais, sistemas<br />

e equipamentos que o comporão e que,<br />

se bem operados, terão a possibilidade de<br />

facilitar a eficiência energética.<br />

É devido à importância dessa<br />

fase que a equipe de projetos<br />

da Mitsidi tem sido procurada<br />

com frequência para<br />

apoiar nesse desenvolvimento,<br />

através de sua expertise e<br />

da realização de simulações<br />

computacionais de energia e<br />

de conforto usando softwares<br />

especializados. Além disso, o<br />

trabalho de comissionamento<br />

– que se inicia na concepção<br />

e só termina depois que todos<br />

os sistemas estão instalados e<br />

operantes – é outro papel desempenhado<br />

pela Mitsidi.<br />

Quanto à simulação energética,<br />

ela deve ser usada como uma ferramenta<br />

para a tomada de decisão na fase de projetos<br />

e auxiliar arquitetos e engenheiros na escolha<br />

da melhor solução construtiva e que reduza<br />

custos operacionais. Usar uma ferramenta<br />

tão poderosa como a simulação apenas para<br />

compliance (ou seja, para garantir aprovação<br />

em uma certificação) é um grande desperdício<br />

de tempo e dinheiro.<br />

38 fev-mar/17 rev/gbc/br


DOSSIÊ SOLUÇÕES<br />

Estudo de caso Decathlon<br />

Em 2016, a Decathlon procurou a Mitsidi para<br />

iniciar a implantação da gestão energética no<br />

<strong>Brasil</strong>, começando com cinco de suas lojas<br />

em três estados brasileiros. A Decathlon decidiu<br />

contratar o serviço completo, composto<br />

de diagnóstico, monitoramento e gestão, em<br />

linha com as melhores práticas internacionais.<br />

Um sistema de medição inovador foi<br />

instalado em cada loja, capaz de mensurar<br />

individualmente os consumos dos principais<br />

sistemas consumidores, como ar condicionado<br />

e iluminação, além do café, que é terceirizado.<br />

A Mitsidi realizou diagnósticos energéticos<br />

em todas as lojas a fim de construir uma compreensão<br />

completa de seu funcionamento e<br />

oportunidades de melhoria. Em poucos meses,<br />

através de análises detalhadas, o projeto<br />

já trouxe à equipe da Decathlon grandes revelações<br />

que ajudarão na redução do consumo,<br />

com 66 medidas de eficiência energética<br />

já identificadas, e promete trazer muito mais.<br />

Estudo de caso Johnson Controls<br />

A Mitsidi Projetos também desenvolveu uma<br />

parceria com a Johnson Controls, para, juntas,<br />

oferecerem serviços de gestão energética<br />

para edifícios. Especializada em tecnologia<br />

para sistemas de automação e controles,<br />

ar condicionado e refrigeração industrial, a<br />

Johnson Controls e seus equipamentos estão<br />

presentes em muitos prédios no <strong>Brasil</strong> e<br />

no exterior. Através da parceria, as duas empresas<br />

pretendem aliar os equipamentos e<br />

sistemas da Johnson Controls à inteligência<br />

e metodologias da Mitsidi Projetos para trazer<br />

a eficiência energética de forma abrangente e<br />

prática aos seus clientes.<br />

A parceria já surtiu efeito. Um projeto piloto<br />

implantado num complexo de cinco edifícios<br />

na Zona Sul de São Paulo identificou 37 medidas<br />

de eficiência energética, com potencial<br />

de economia de R$ 2,7 milhões por ano.<br />

Com população de <strong>12</strong>.000 funcionários num<br />

dia típico, o complexo mais parece um bairro,<br />

que, mesmo equipado com sistemas prediais<br />

modernos e de alta tecnologia, se beneficiará<br />

com o trabalho de gestão energética.<br />

Estudo de caso Pão de Açúcar<br />

Pensando em otimizar a construção de todas<br />

as suas lojas futuras através da melhoria de<br />

suas diretrizes de projeto e padrão construtivo,<br />

o Grupo Pão de Açúcar chamou a Mitsidi<br />

para avaliar o desempenho energético previsto<br />

para um supermercado piloto – a loja<br />

Sorocaba – através da análise detalhada de<br />

aspectos construtivos e operacionais de suas<br />

lojas existentes.<br />

Por meio de visitas técnicas, simulações termo<br />

energéticas e estudos profundos de engenharia,<br />

foi identificado potencial imediato<br />

de redução no consumo de eletricidade de<br />

44,4%, em relação às lojas existentes mais<br />

eficientes do Grupo, evitando gastos da ordem<br />

de R$ 330.000 por ano. O plano proposto<br />

de eficiência energética incluiu medidas<br />

relacionadas aos sistemas de ar condicionado,<br />

ventilação, frio alimentar, iluminação e<br />

água quente, com estratégias como sistemas<br />

economizadores, LED com dimmers e claraboias,<br />

alterações nos ciclos de refrigeração,<br />

antecâmaras, aquecimento solar de água,<br />

energia fotovoltaica, entre outros. O modelo<br />

também foi capaz de determinar as variações<br />

necessárias nas diferentes cidades brasileiras<br />

que compõem o plano de expansão do<br />

Pão de Açúcar, fornecendo diretrizes detalhadas<br />

para cada região para maximizar os<br />

ganhos da empresa.<br />

Modelo criado para as simulações de um supermercado<br />

Pão de Açúcar<br />

fonte: Mitsidi Imagem: site Mitsidi<br />

revistagbcbrasil.com.br 39<br />

fev-mar/17


DOSSIÊ SOLUÇÕES<br />

iluminação<br />

Comfort Lux:<br />

iluminação<br />

natural se<br />

destaca em<br />

projetos<br />

Em um país de dimensões continentais<br />

e com abundância de<br />

luz solar, é difícil entender porque<br />

essa riqueza natural ainda<br />

é tão pouco explorada. O que o<br />

mercado percebe, no entanto, é<br />

que aos poucos vão surgindo empresas que<br />

aprenderam a explorar o potencial dessa fonte<br />

natural de energia.<br />

É o caso da gaúcha Comfort Lux, com sede<br />

em Porto Alegre e atuação nacional, ela oferece<br />

desde 2008 soluções em iluminação<br />

natural através de sistemas de lentes prismáticas.<br />

Além de práticos, tais sistemas são<br />

ecologicamente corretos e vão ao encontro<br />

dos anseios de um número cada vez maior de<br />

empreendimentos que buscam por soluções<br />

sustentáveis nas demandas da construção.<br />

“A Comfort Lux surgiu para explorar o mercado<br />

nacional de iluminação natural prismática,<br />

que é uma solução mundialmente conhecida,<br />

principalmente nos Estados Unidos, mas que<br />

ainda não estava presente de forma efetiva<br />

no <strong>Brasil</strong>”, explica Luciano Langaro, que atua<br />

como diretor comercial da empresa. Os principais<br />

mercados de atuação da Comfort Lux são<br />

centros de distribuição, galpões, áreas industriais,<br />

supermercados e atacados.<br />

O passo a passo<br />

Por Paulo Dias<br />

Pensar num sistema de iluminação natural é<br />

mais complexo do que se imagina, isso porque<br />

cada empreendimento tem suas características<br />

próprias. Como estamos falando em luz natural,<br />

diversos fatores influenciam nos resultados,<br />

como localização e incidência de radiação, por<br />

exemplo. Langaro explica que, ao se pensar<br />

numa solução dessas, “a primeira etapa é fazer<br />

um projeto luminotécnico, um dimensionamento<br />

do sistema de iluminação natural atendendo<br />

as características construtivas dos prédios (largura,<br />

comprimento, altura) e determinando o<br />

nível de iluminância necessário”.<br />

Os projetos são desenvolvidos pelo setor de<br />

projetos da Comfort Lux e utilizam-se como<br />

base a norma 8995 da ABNT, que estabelece<br />

os diferentes níveis de iluminação necessários<br />

conforme o tipo de atividade do local. A<br />

tecnologia também ajuda na fase de projeto,<br />

a empresa utiliza um software que auxilia no<br />

dimensionamento do sistema de iluminação<br />

natural. “Inserimos no software as coordenadas<br />

geográficas da localidade do empreendimento.<br />

Com base nessas coordenadas de<br />

latitude e longitude ele nos fornece a radiação<br />

solar dos últimos 20 anos. Isso faz com que<br />

dois prédios com iguais características construtivas<br />

e mesmo nível de iluminância, mas<br />

situados em localidades distintas, tenham diferença<br />

no número de lentes prismáticas necessárias.<br />

Empreendimentos localizados no<br />

Sul do <strong>Brasil</strong>, por exemplo, tendem a ter um<br />

número maior de lentes que empreendimentos<br />

de mesmo porte localizados no Nordeste”,<br />

explana Langaro.<br />

40 fev-mar/17 rev/gbc/br


DOSSIÊ SOLUÇÕES<br />

Fotos: Divulgação Comfort Lux<br />

As soluções<br />

Os sistemas desenvolvidos pela Comfort Lux<br />

têm como premissa a utilização da luz natural,<br />

mesmo em dias nublados, para reduzir ao<br />

máximo o uso de luz elétrica nos empreendimentos.<br />

Como sabemos, existe uma gama de<br />

diferentes tipos de edificações. Por isso, a empresa<br />

desenvolveu soluções que se adéquam<br />

a cada necessidade específica.<br />

Comfort Lux Com Duto: são equipamentos<br />

desenvolvidos especialmente para iluminar<br />

locais com forro. Nesse sistema, lentes prismáticas<br />

colocadas no nível da cobertura captam a<br />

luz solar e a conduzem para o interior do equipamento.<br />

Em seguida, um duto de alta reflexão<br />

leva a iluminação até a segunda lente, instalada<br />

no forro. Cerca de 98% dos raios ultravioletas<br />

são filtrados nesse processo, graças aos prismas<br />

ópticos integrados às duas lentes que,<br />

além disso, também promovem a reflexão da<br />

radiação infravermelha. A iluminação é espalhada<br />

uniformemente por refração. Depois de instalado,<br />

esse sistema permite a iluminação do<br />

ambiente por uma média de 8 horas.<br />

Comfort Lux Sem Duto: esses equipamentos<br />

diferem do sistema com dutos, pois<br />

são pensados para ambientes sem forro.<br />

Nesse sistema, a captação da luz solar e sua<br />

condução para o interior do ambiente é feita<br />

por lentes duplas prismáticas posicionadas<br />

no nível da cobertura. Devido a utilização de<br />

lentes duplas, o calor natural da luz solar fica<br />

retido, não aquecendo o ambiente. A reflexão<br />

da radiação infravermelha e a filtragem de até<br />

98% dos raios ultravioleta também são realizadas<br />

pelos prismas óticos. Assim como no<br />

sistema que utiliza dutos para áreas com forro,<br />

com o sistema Comfort Lux Sem Duto é possível<br />

aproveitar, em média 8 horas por dia, a<br />

iluminação natural proporcionada pelas lentes<br />

prismáticas sem a necessidade de utilizar a<br />

iluminação artificial.<br />

Comfort Lux Série Línea: essa linha foi<br />

desenvolvida especialmente para prédios logísticos<br />

e industriais, sem forro e com pé direito<br />

alto. Captação e condução da luz solar são<br />

feitas através de lentes em policarbonato prismático<br />

posicionadas no nível da cobertura. Os<br />

equipamentos se adaptam facilmente ao tipo<br />

de telha, tornando a instalação e a manutenção<br />

simples, além disso, há baixa interferência<br />

na cobertura (cerca 3%). Assim como nos sistemas<br />

citados anteriormente, os prismas ópticos<br />

integrados às lentes fazem a filtragem de<br />

raios ultravioletas.<br />

Além desses sistemas de iluminação natural, a<br />

Comfort Lux desenvolveu dois produtos para<br />

atuar em conjunto a eles, formando um completo<br />

sistema de iluminação, mais eficiente e sustentável:<br />

o Sensor Lux e o Sistema LED Inteligente.<br />

O Sensor Lux foi criado para auxiliar no controle<br />

de uso da iluminação artificial. Ele realiza<br />

medições de iluminação em tempo real, emitindo<br />

alertas que mostram o momento certo<br />

para ligar ou desligar as luzes, permitindo que<br />

o local esteja sempre com a iluminância adequada.<br />

Já o Sistema LED Inteligente, foi desenvolvido<br />

para atuar especificamente junto ao<br />

uso de luminárias LED dimerizáveis, com ele<br />

é possível fazer a dimerização do sistema de<br />

iluminação LED. Funciona da seguinte forma:<br />

o sistema aciona automática e gradualmente<br />

as luminárias, controla o fluxo luminoso para<br />

compensar as variações da iluminação natural<br />

prismática. Desta forma, ao utilizar os<br />

dois sistemas, iluminação natural prismática<br />

e luminárias LED dimerizáveis associadas ao<br />

Sistema LED inteligente, é possível ter redução<br />

no consumo de energia elétrica, aumento na<br />

vida útil das luminárias LED, sustentabilidade<br />

ambiental e conforto visual. Esse sistema inteligente<br />

garante iluminação constante e totalmente<br />

independente da ação humana, com o<br />

máximo aproveitamento da luz solar e mínima<br />

utilização dos LEDs. “Isso significa dizer que<br />

as lâmpadas LED se ajustam conforme as necessidades,<br />

ou seja, é possível regular, com a<br />

ajuda do sensor, o fluxo luminoso desejado”,<br />

explica Luciano Langaro.<br />

revistagbcbrasil.com.br 41<br />

fev-mar/17


DOSSIÊ SOLUÇÕES<br />

iluminação<br />

©Divulgação Comfort Lux<br />

Luciano Langaro<br />

Luciano exemplifica a utilização desse sistema<br />

da seguinte maneira: “Vamos supor que elaboramos<br />

um projeto para um supermercado<br />

que especifique que o mesmo precisa ter 700<br />

lux de média [lux é a unidade de iluminamento<br />

e determina a incidência de fluxo luminoso<br />

numa superfície]. Nesse projeto estabelecemos<br />

que o local nunca pode ter menos de<br />

500 lux. Com o sistema integrado em pleno<br />

funcionamento, enquanto as lentes estiverem<br />

atendendo a demanda, as lâmpadas LED estarão<br />

apagadas. À medida que vai chegando<br />

o final do dia ou ficando escuro a ponto de<br />

não haver aquele mínimo que foi estipulado,<br />

o sistema aciona automaticamente as lâmpadas<br />

LED para completarem com a iluminação<br />

necessária”.<br />

A iluminação natural dos sistemas é garantida<br />

mesmo em dias nublados. Isso é possível<br />

porque “o cálculo luminotécnico realizado na<br />

fase de projeto permite que se tenha o máximo<br />

de aproveitamento da luz mesmo em dias nublados,<br />

pois o sistema já é pensado levando<br />

em conta dias assim”, esclarece Langaro. A<br />

combinação do sistema de iluminação natural<br />

com o sistema de LED Inteligente e luminárias<br />

LED dimerizáveis pode gerar uma economia<br />

de cerca de 60% do consumo energético dos<br />

edifícios. Em época de elevados custos da<br />

energia, esse número se mostra ainda mais<br />

expressivo e ajuda a entender porque cada<br />

vez mais empresas estão buscando soluções<br />

como as oferecidas pela Comfort Lux. “O<br />

preço da energia dobrou nos últimos anos. A<br />

julgar pelo cenário, acreditamos que vá ficar<br />

ainda mais caro. Dessa forma, é fácil entender<br />

porque os sistemas de iluminação natural são<br />

vantajosos e cada vez mais atrativos”, conclui<br />

Luciano Langaro.<br />

Lançamento: marca própria de luminárias<br />

LED dimerizáveis<br />

Atenta às demandas do mercado, a empresa<br />

está lançando sua marca própria de luminárias<br />

LED dimerizáveis, a Comfort LED, que traz<br />

modelos de luminárias LED para uso em áreas<br />

com pé direito a partir de 04 metros, como<br />

ambientes comerciais, industriais e logísticos.<br />

A marca também apresenta modelos específicos<br />

para áreas externas como estacionamentos<br />

e vias públicas. As luminárias Comfort LED<br />

são compostas de driver Mean Well dimerizável<br />

e LEDs de alto rendimento da Philips e LG.<br />

Com garantia de 05 anos e vida útil estimada<br />

em 50.000 horas, as luminárias Comfort LED<br />

também possuem certificações internacionais<br />

como UL, CB, CE-EMC, CE-LVD, CCC, FCC,<br />

DLC, TÜV, RoHS e LM79, além de estarem<br />

enquadradas na classe de proteção IP-67.<br />

A linha de luminárias Comfort LED apresenta<br />

baixíssimo ofuscamento, sendo ideal para<br />

áreas de intenso fluxo de pessoas e máquinas.<br />

Em áreas abastecidas por empilhadeiras, por<br />

exemplo, as luminárias Comfort LED facilitam<br />

a operação e garantem a fluidez do trabalho<br />

em todas as situações, atenuando o desconforto<br />

dos operadores.<br />

“Da mesma forma que fazemos com os sistemas<br />

de iluminação natural, criamos um projeto<br />

luminotécnico que atenda ao planejamento de<br />

iluminação mais adequado e melhor custo-benefício.<br />

Conforto visual, uniformidade de iluminação,<br />

nível de iluminância e ofuscamento são<br />

aspectos fundamentais para sua concepção.<br />

Os nossos, obedecem à Norma ABNT NBR<br />

8995 nos aspectos de nível iluminância (lux)<br />

e ofuscamento (UGR-Uniffied Glare Rating)”,<br />

finaliza Luciano.<br />

Fotos: Divulgação Comfort Lux<br />

42 fev-mar/17 rev/gbc/br


CURSO<br />

Próximos Cursos do <strong>GBC</strong> <strong>Brasil</strong><br />

Março<br />

LEED O+M<br />

Operação e Manutenção de<br />

<strong>Ed</strong>ifícios Existentes<br />

Referencial<br />

<strong>GBC</strong> <strong>Brasil</strong> Casa®<br />

Projeto Integrado<br />

LEED v4 e Referencial <strong>GBC</strong> <strong>Brasil</strong> Casa<br />

Paisagismo Sustentável<br />

na realidade <strong>Brasil</strong>eira<br />

Parceiro<br />

SP - 23 e 24/03 SP - 27 e 28/03<br />

RJ - 30 e 31/03 SP - 30 e 31/03<br />

Como se tornar um<br />

LEED GA<br />

(Green Associate)<br />

Patrocínio<br />

SP - 30 e 31/03<br />

Abril<br />

NOVO CURSO<br />

LEED BD+C<br />

Novas Construções e Envoltória<br />

LEED ND<br />

Bairros e Planejamento Urbano<br />

BIM (Building Information Modeling)<br />

aplicação à certificação LEED BD+C<br />

Paisagismo Sustentável<br />

na realidade <strong>Brasil</strong>eira<br />

Patrocínio<br />

Patrocínio<br />

Parceiro<br />

SP - 05 e 06/04<br />

SP - 18 e 19/04<br />

SP - 25 e 26/04<br />

RJ - 27 e 28/04<br />

Como se tornar um<br />

LEED GA<br />

(Green Associate)<br />

GO - 28 e 29/04<br />

Patrocínio<br />

Seu perfil e CV em nosso Site!<br />

Todos os alunos do <strong>GBC</strong> <strong>Brasil</strong> recebem um login e senha para criar um perfil dentro do nosso<br />

website. O perfil, que fica na área de "Envolvidos" contém foto, área de atuação, cursos<br />

realizados e link para o CV no Linkedin. Trata-se de uma excelente vitrine de profissionais<br />

engajados e capacitados.<br />

Inscreva-se pelo: gbcbrasil.org.br


Green People<br />

GREENPEOPLE<br />

Finalição das filmagens para uma<br />

das novidades que iremos lançar<br />

em breve para o mercado!<br />

<strong>GBC</strong> em Painel do<br />

Programa das Nações<br />

Unidas para o Meio<br />

Ambiente (PNUMA),<br />

junto ao INMETRO<br />

e Ministério do Meio<br />

Ambiente - Programa<br />

sobre Substâncias Químicas<br />

em Produtos<br />

Premiação Saint<br />

Gobain - CASA 01,<br />

Projeto Piloto do<br />

Referencial <strong>GBC</strong><br />

CASA, recebendo<br />

os prêmios de<br />

Sustentabilidade<br />

e na Categoria<br />

Residencial<br />

SETRI recebendo a placa<br />

da Certificação WELL -<br />

Marcos Bensoussan e<br />

Luiza Junqueira<br />

<strong>GBC</strong> <strong>Brasil</strong>, ABRALIMP e ABNT - elaborando<br />

o Workshop, que acontecerá<br />

em <strong>12</strong> de abril, sobre o segmento de<br />

Limpeza Verde e rotulação de produtos<br />

para edificações<br />

Treinamento da<br />

equipe de vendas<br />

do Projeto Piloto<br />

de Condomínios<br />

do Referencial<br />

CASA<br />

44 fev-mar/17 rev/gbc/br


Green People<br />

Treinamento na LG<br />

- Como se tornar<br />

um Profissional<br />

LEED GA<br />

Treinamento de<br />

Projeto Integrado com<br />

a professora Rosana<br />

Correa (Casa do<br />

Futuro)<br />

Yoshihiro Mineno<br />

(Diretor Executivo<br />

Daikin Japão),<br />

Felipe Faria (CEO<br />

<strong>GBC</strong> <strong>Brasil</strong>) e<br />

Tomoji Miki (Presidente<br />

Daikin <strong>Brasil</strong>)<br />

no evento com o<br />

CEO Mundial da<br />

Daikin<br />

<strong>GBC</strong> em Treinamento<br />

com a equipe de Vendas<br />

Montage Botafogo<br />

(piloto Condomínio da<br />

Certificação CASA)<br />

Palestra sobre Avaliação<br />

de Ciclo de Vida e<br />

Declaração Ambiental de<br />

Produto para os colaboradores<br />

da Marcetex.<br />

Finalição das<br />

filmagens<br />

para uma das<br />

novidades que<br />

iremos lançar<br />

em breve para<br />

o mercado!<br />

revistagbcbrasil.com.br 45<br />

fev-mar/17


visão global<br />

L<strong>GBC</strong>, o Green Building<br />

Council no Líbano<br />

Por Taís Cruz<br />

©AUB Líbano 2014<br />

Aram Yeretzian<br />

Presidente do L<strong>GBC</strong><br />

OLebanon Green Building<br />

Council (L<strong>GBC</strong>) é<br />

uma organização não<br />

governamental que tem<br />

realizado um trabalho<br />

essencial na mediação<br />

entre o poder público e<br />

a iniciativa privada no Líbano, na promoção,<br />

divulgação e apoio na implementação do<br />

conceito de construções de alto desempenho<br />

que operam de maneira ecológica. A organização<br />

sem fins lucrativos tem como objetivo<br />

de trabalhar pela promoção da sustentabilidade<br />

na indústria da construção, não só no<br />

Líbano, mas a nível mundial.<br />

Além disso, o L<strong>GBC</strong> promove uma plataforma<br />

para que os cidadãos se engajem em trabalhos<br />

voluntários voltados a valores sociais<br />

e metas cívicas em diversos campos como:<br />

ambiental, cultural, saúde e educação. A entidade<br />

se aventura em projetos que o setor público<br />

não pode investir, ou que não considera<br />

vantajoso o suficiente.<br />

O Líbano enfrenta uma necessidade urgente<br />

de aumentar o número de construções sustentáveis<br />

e que se preocupam com os impactos<br />

ambientais. Ações sérias tem sido tomadas<br />

para garantir que o futuro da construção<br />

no Líbano seja contemplado pelos princípios<br />

do desenvolvimento sustentável. O L<strong>GBC</strong><br />

foi criado com o objetivo de conduzir e guiar<br />

todas as grandes empresas nas áreas socioeconômica<br />

e legislativa, com o intuito de<br />

assegurar que esse objetivo seja alcançado.<br />

Considerando que o Green Building lidera<br />

a melhor gestão de recursos e eficiência<br />

energética, as implicações estratégicas que<br />

resultam nessas ações são imensuráveis, le-<br />

vando em consideração que o Líbano detém<br />

poucos recursos naturais em seu território, e<br />

ainda tem que lidar com decréscimo do capital<br />

natural, já escasso.<br />

O L<strong>GBC</strong> tem cinco comitês, nos quais os<br />

profissionais, em trabalho voluntário, podem<br />

contribuir, de acordo com as suas habilidades<br />

e interesse: Conscientização, <strong>Ed</strong>ucação<br />

e Treinamento, Eventos, Adesão e Técnica. O<br />

Comitê Técnico investiga, avalia, compreende<br />

a partir daí apresenta tecnologias sustentáveis<br />

para os membros do L<strong>GBC</strong> e ao público.<br />

Esse departamento foca na produção<br />

de atividades, serviços, equipamentos, padrões,<br />

sistemas de classificação e soluções<br />

que contribuem para iniciativas sustentáveis,<br />

medidas e iniciativas que resultarão em um<br />

impacto positivo para a construção.<br />

O Comitê de Eventos desenvolve, organiza<br />

e coordena uma série de seminários,<br />

workshops e eventos especiais regularmente.<br />

Já os de Conscientização, <strong>Ed</strong>ucação e<br />

Treinamento tem a missão de fomentar o<br />

conhecimento de conceitos gerais de sustentabilidade,<br />

construção sustentável e mostrar<br />

os seus impactos e benefícios na sociedade.<br />

The Green Demonstration Room<br />

Um dos principais projetos do L<strong>GBC</strong>, em parceria<br />

com o Ministério da <strong>Ed</strong>ucação e a Fundação<br />

Makhzoumi, é o The Green Demonstration<br />

Room. Consiste em um espaço localizado<br />

nas instalações do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento,<br />

na cidade de Jounieh, onde<br />

estudantes de escolas públicas e privadas de<br />

todo o país podem visitar e entrar em contato<br />

com o conceito de construção sustentável, os<br />

46 fev-mar/17 rev/gbc/br


visão global<br />

princípios da eficiência energética, conservação<br />

de água, entre outros. O principal objetivo<br />

do projeto é difundir este conhecimento, além<br />

de introduzir o conceito de construção sustentável<br />

nas novas gerações.<br />

The Green Demonstration Room é a primeira<br />

experiência do tipo no Líbano, ocupando uma<br />

área de <strong>12</strong>0m² com ambientes internos e externos<br />

projetados para ensinar às crianças conhecimentos<br />

básicos de eficiência energética,<br />

conservação de água e outras questões ambientais.<br />

A área interna da exibição é dedicada<br />

a assuntos como água, economia de energia<br />

e fontes renováveis. A área externa conta com<br />

uma modelo funcional de uma casa abastecida<br />

apenas por fontes renováveis de energia,<br />

incluindo um painel fotovoltaico e uma pequena<br />

turbina eólica.<br />

O conceito fundamental dessa mostra é que<br />

as crianças tendem a se interessar mais em<br />

adquirir conhecimento quando eles são apresentados<br />

de uma forma divertida. A ideia é<br />

que elas possam interagir com os assuntos<br />

apresentados, como por exemplo, deixá-las<br />

fazer um experimento com diferentes gastos<br />

de energia causados por lâmpadas incandescentes<br />

ou com o ciclo da água. O grande<br />

intuito desse projeto é ajudar tanto crianças<br />

quanto professores a adquirir conhecimento<br />

sobre questões ambientais e sustentabilidade.<br />

Outro projeto de destaque é o CEDRO, Programa<br />

de Desenvolvimento das Nações<br />

Unidas, financiado pela União Europeia, em<br />

parceria com o Ministério da Energia e Água<br />

do Líbano. O foco é promover assistência ao<br />

governo do Líbano para o desenvolvimento e<br />

implantação nacional de uma estratégia de<br />

energia sustentável e planos de ação para<br />

minimizar as mudanças climáticas, fazendo<br />

com que o país se alinhe a sétima meta do<br />

Desenvolvimento do Milênio: atingir a sustentabilidade<br />

ambiental.<br />

ARZ Certification<br />

Construções sustentáveis não são uma novidade<br />

no Líbano. Muitas tecnologias sustentáveis<br />

como ventilação natural e coleta e<br />

armazenamento de água da chuva têm sido<br />

usados em edifícios residenciais do país. Entretanto,<br />

algumas dessas técnicas tradicionais<br />

são aplicadas apenas em construções<br />

modernas de edificações comerciais, e como<br />

em construções no mundo todos, os prédios<br />

comerciais do Líbano tem se tornado cada<br />

vez mais eficientes.<br />

O Sistema de Avaliação de Construção (ARZ)<br />

foi projetado para avaliar se os prédios comerciais<br />

do Líbano são confortáveis e, os locais<br />

de trabalho, saudáveis, e se eles estão<br />

tendo um consumo eficiente de energia elétrica<br />

e água, se estão gerando pouco impacto<br />

no ambiente natural. Além disso, estimula os<br />

donos de edifícios e os administradores dos<br />

empreendimentos a alcançarem o mais alto<br />

nível de certificação para atraírem inquilinos<br />

exigentes e clientes.<br />

O ARZ inclui uma lista de tecnologias, técnicas,<br />

procedimentos e níveis de consumo de<br />

energia que o L<strong>GBC</strong> espera ver em edifícios<br />

verdes. Um avaliador credenciado pelo L<strong>GBC</strong><br />

faz um inventário do consumo de energia e<br />

água, tecnologias, técnicas e procedimentos<br />

que são utilizados no edifício e, em seguida,<br />

pontua do edifício de acordo com o quão<br />

bem o inventário corresponde à lista de requisitos<br />

ARZ. O resultado desta avaliação gera<br />

um certificado emitido pelo L<strong>GBC</strong> que detalha<br />

o nível alcançado, além de um relatório<br />

de acompanhamento com recomendações<br />

sobre como o nível de classificação pode ser<br />

melhorado e uma placa a ser erguida nas instalações<br />

do edifício.<br />

O primeiro projeto certificado ARZ foi o <strong>Ed</strong>ifício<br />

Sede do Banco BLC, em Beirute, uma<br />

construção de 3.900 m2 que, por seu desempenho<br />

e critérios, obteve a classificação ARZ<br />

Bronze.<br />

O Líbano tem um meio ambiente peculiar que<br />

requer a criação de soluções próprias para a<br />

avaliação das construções. Para isso, o ARZ<br />

tem promovido padrões internacionais e ao<br />

mesmo tempo olhado para as especificidades<br />

libanesas.<br />

O L<strong>GBC</strong> está à disposição dos interessados<br />

em um ARZ para orientar e passar informações<br />

técnicas e referentes às etapas necessárias<br />

para a certificação, através do seu site:<br />

www.lebanon-gbc.org<br />

revistagbcbrasil.com.br 47<br />

fev-mar/17


net zero<br />

COMITÊ NET ZERO<br />

<strong>GBC</strong> BRASIL INTEGRA<br />

PROGRAMA GLOBAL E ESTUDA A<br />

CRIAÇÃO DE UMA CERTIFICAÇÃO<br />

PARA NET ZEROS<br />

Instituição está estruturando comitê que analisa a criação de<br />

uma certificação específica para edifícios Net Zero no país.<br />

Por Paulo Dias<br />

A<br />

tento ao crescimento tanto<br />

global quanto nacional dos<br />

edifícios Net Zero, o <strong>GBC</strong><br />

<strong>Brasil</strong> integra o Programa<br />

Global “Advancing Net Zero”,<br />

concebido para o cumprimento<br />

das metas do acordo<br />

da COP 21 (Paris), para a<br />

execução do comprometimento do World <strong>GBC</strong><br />

e 74 Green Building Councils, em conjunto<br />

com 27.000 empresas associadas. O objetivo<br />

do programa consiste em zerar as emissões<br />

de carbono na atmosfera oriundas do setor da<br />

construção civil até 2050, de forma que todas<br />

as novas edificações e grandes reformas se<br />

tornem Net Zero a partir de 2030, e 100% dos<br />

edifícios se tornem Net Zero até 2050.<br />

A implantação da meta se viabilizará por meio<br />

da criação de ferramentas de certificação para<br />

edificações Net Zero, a serem desenvolvidas<br />

pelo <strong>GBC</strong> <strong>Brasil</strong> e por nove outros países.<br />

Apesar da parceria entre os países e do apoio<br />

do W<strong>GBC</strong>, cada nação será responsável pela<br />

criação da sua própria ferramenta de acordo<br />

com as especificidades locais.<br />

Já estão abertas as inscrições para a<br />

participação no Comitê Técnico que irá<br />

desenvolver a Certificação Net Zero. Os<br />

membros do <strong>GBC</strong> interessados poderão<br />

ver mais detalhes no blog do <strong>GBC</strong> <strong>Brasil</strong>:<br />

blog.gbcbrasil.org.br<br />

Roberto Kishinami, coordenador de portfólio<br />

(energia elétrica) do ICS - Instituto Clima e Sociedade,<br />

fala sobre o que motivou a organização<br />

a apoiar a iniciativa do <strong>GBC</strong>. “A cidade é o<br />

lugar onde a maior parte das emissões ocorre<br />

e, nela, os edifícios têm um papel importante.<br />

Porque são fontes diretas de emissões, e<br />

também indiretas, ao induzirem maior ou menor<br />

uso de transporte privado, maior ou menor<br />

geração de resíduos líquidos e sólidos, de<br />

consumo de água etc. As emissões indiretas<br />

vem, em geral, do consumo de energia que,<br />

em parte, é suprida por combustíveis fósseis.<br />

Na construção do futuro desejado, expresso<br />

no Acordo de Paris da Convenção do Clima, a<br />

promoção de edifícios de emissão zero de gases<br />

de efeito estufa é um primeiro passo. Até a<br />

metade do presente século, entendemos que<br />

será preciso garantir que o ciclo de vida dos<br />

Roberto Kishinami<br />

materiais e insumos presentes nos edifícios<br />

estejam alinhados à emissão zero”, explica.<br />

Kishinami lembra ainda que “o esforço de promover<br />

emissões zero de gases de efeito estufa<br />

é feito em escala internacional. O instituto<br />

Clima e Sociedade é parte de uma família de<br />

organizações presentes nos Estados Unidos<br />

(Energy Foundation), Europa (European Climate<br />

Foundation), China (Energy Foundation<br />

China) e Índia (Shakti Foundation). Todos os<br />

membros dessa família estarão trabalhando<br />

junto aos respectivos <strong>GBC</strong> nessa mesma direção”,<br />

conclui.<br />

© Divulgação ICS<br />

48 fev-mar/17 rev/gbc/br


COMITÊ<br />

net zero<br />

NET ZERO<br />

NOVO COMITÊ<br />

NET ZERO BUILDING<br />

Apenas para<br />

Empresas Membro do<br />

<strong>GBC</strong> <strong>Brasil</strong><br />

Últimas reuniões de comitês:<br />

O <strong>GBC</strong> <strong>Brasil</strong> integra o Programa Global “Advancing Net Zero”,<br />

concebido para o cumprimento das metas do acordo da COP 21<br />

(Paris), para a execução do comprometimento do World <strong>GBC</strong> e 74<br />

Green Building Councils, em conjunto com 27.000 empresas<br />

associadas.<br />

O objetivo do programa consiste em zerar as emissões de<br />

carbono na atmosfera oriundas do setor da construção civil até<br />

2050, de forma que todas as novas edificações e grandes reformas<br />

se tornem Net Zero a partir de 2030, e 100% dos edifícios se<br />

tornem Net Zero até 2050. A implantação da meta se viabilizará<br />

por meio da criação de ferramentas de certificação para<br />

edificações Net Zero, a serem desenvolvidas pelo <strong>GBC</strong> <strong>Brasil</strong> e por<br />

nove outros países. Já estão abertas as inscrições para a<br />

participação no Comitê Técnico que irá desenvolver a Certificação<br />

Net Zero, os membros do <strong>GBC</strong> interessados poderão se inscrever.<br />

gbcbrasil.org.br<br />

revistagbcbrasil.com.br 49<br />

fev-mar/17


net zero<br />

© Divulgação Creche Hassis<br />

Creche Hassis<br />

NET ZERO<br />

REALIDADE MAIS VIÁVEL<br />

DO QUE SE IMAGINA<br />

<strong>Ed</strong>ifícios sustentáveis e autossuficientes<br />

nas questões energética e hídrica estão<br />

deixando de ser apenas sonho. Apesar<br />

de ainda ser pequeno, mercado cresce e<br />

conta com iniciativas que visam desenvolvê-lo.<br />

50 fev-mar/17 rev/gbc/br


net zero<br />

Por Paulo Dias<br />

À<br />

primeira vista, dar adeus<br />

à conta de luz ou de água<br />

parece um sonho distante.<br />

Mas essa já está sendo a<br />

realidade de cada vez mais<br />

edifícios no país. São os chamados<br />

Net Zero: edifícios<br />

inteligentes e eficientes que,<br />

graças a investimentos e visão de futuro, se<br />

tornaram autossustentáveis energética e/ou<br />

hidricamente. Engana-se quem pensa que<br />

esse é um processo viável apenas a edifícios.<br />

Os Net Zero têm se espalhado pelos mais diversos<br />

segmentos do mercado, se tornando<br />

mais acessíveis e economicamente atrativos<br />

inclusive para residências. Tanto é que o <strong>GBC</strong><br />

<strong>Brasil</strong>, atento à importância dessa iniciativa,<br />

se uniu a um programa global que visa zerar<br />

as emissões de carbono vindas do setor da<br />

construção civil. A organização, com o apoio<br />

do World Green Building Council e diversas<br />

outras instituições, pretende fazer com que todas<br />

as novas edificações e grandes reformas<br />

no país se tornem Net Zero, atingindo 100%<br />

desses segmentos até 2050 (saiba mais na<br />

página blog.gbcbrasil.org.br).<br />

Net Zero energia: o que é e<br />

como implantar<br />

É crescente o número de edifícios e residências<br />

brasileiros que estão descobrindo o quão<br />

vantajoso pode ser possuir um sistema local<br />

de geração de energia. Dados recentes da<br />

Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel),<br />

destacaram que cerca de 7,5 mil unidades<br />

brasileiras são abastecidas por microgeração<br />

de energia fotovoltaica. Isso representa um aumento<br />

de cerca de 300% em relação a 2015,<br />

quando o <strong>Brasil</strong> registrava cerca de 1,8 mil<br />

dessas instalações.<br />

Esse maior acesso à energia renovável é um<br />

dos impulsionadores ao aumento do número<br />

de Net Zero Energia no <strong>Brasil</strong>. Márcio Takata,<br />

engenheiro e diretor da Enova Solar, explica<br />

que Net Zero Energia é um “conceito utilizado<br />

para edifícios (casas, edifícios comerciais ou industriais)<br />

no qual o balanço energético é zero.<br />

Isso quer dizer que toda a energia que é consumida<br />

no local é também gerada no local”.<br />

Embora a energia solar seja o meio mais comumente<br />

usado pelos Net Zero brasileiros,ele<br />

não é o único. Márcio lembra que, além da<br />

energia solar, “também pode-se criar um sistema<br />

de geração eólica, utilizando microturbinas<br />

eólicas, ou até uma usina que utiliza biomassa”.<br />

Tudo depende do tipo de edifício e das<br />

necessidades de seus ocupantes.<br />

A Enova Solar, empresa da qual Márcio é engenheiro<br />

e diretor, está localizada num edifício<br />

Net Zero Energia. “Aqui instalamos medidas de<br />

eficiência energética. Boa parte da iluminação<br />

é led. Fizemos também algumas adequações<br />

na parte de geração, instalamos uma usina solar<br />

com uma potência total de 3,5 quilowatts e<br />

com isso conseguimos ter um abatimento global<br />

da energia. Somos uma empresa com 10<br />

pessoas trabalhando e pagamos apenas 25<br />

reais de conta, que é a tarifa mínima”, explica.<br />

Estudar cuidadosamente cada caso é a chave<br />

para desenvolver um bom projeto Net Zero.<br />

Engana-se quem pensa que apenas instalar<br />

um sistema fotovoltaico já garante o fim dos<br />

problemas com o uso de energia elétrica. A<br />

questão o uso inteligente e eficiente da energia<br />

gerada por esse sistema é a chave para<br />

o sucesso de um sistema in loco de geração.<br />

Guido Petinelli, diretor da Petinelli Consultoria,<br />

exemplifica esse aspecto da seguinte maneira:<br />

“Se o prédio consegue se tornar mais eficiente<br />

a ponto de gastar metade da energia<br />

que antes gastava, por exemplo, significa que<br />

será necessário instalar um sistema de painéis<br />

com metade da capacidade do que seria<br />

necessário sem a eficiência energética. Isso<br />

torna a viabilidade muito mais próxima da realidade<br />

dos edifícios”, explica.<br />

A Petinelli, escritório de engenharia sustentável<br />

com sede em Curitiba, Paraná, é um dos<br />

maiores escritórios com experiência em Net<br />

Zero no país. A Creche Hassis (SC), o edifício<br />

Eurobussiness (PR) e a sede da RAC Engenharia<br />

(PR) são apenas alguns exemplos de<br />

edifícios Net Zero desenvolvidos pelo escritório.<br />

Ambos são, além de Net Zero, certificados<br />

LEED Platinum.<br />

Quanto custa?<br />

Um dos maiores mitos que rondam a questão<br />

da geração de energia in loco é que os custos<br />

serão altíssimos e inviáveis. “Energia renovável<br />

é um investimento cada vez mais atrativo,<br />

mas a sociedade ainda tem o pré-conceito<br />

de que se trata de algo caríssimo. Mas não é!<br />

Pelo contrário, é uma solução que faz bastante<br />

sentido para muitos perfis de edifícios”, explica<br />

Márcio Takata, da Enova Solar.<br />

É difícil prever quanto custará um sistema de<br />

geração de energia, já que isso depende de<br />

muitos fatores como quantidade de energia<br />

que precisará ser gerada, espaço disponível<br />

para instalação da estação de geração e tipo<br />

de tecnologia escolhida. Mesmo assim, Márcio<br />

Takata faz uma estimativa de gastos, baseada<br />

em sua experiência à frente da Enova<br />

Solar, referência na construção desses sistemas:<br />

“O investimento varia bastante, mas digamos<br />

que será a partir de R$18 mil. Uma residência<br />

padrão vai investir mais ou menos isso.<br />

Mas, à medida que falamos de residências ou<br />

edifícios maiores, o valor vai aumentando. Um<br />

edifício comercial, por exemplo, vai precisar<br />

investir algo em torno de R$70 mil. Esse investimento<br />

não está tão relacionado ao tamanho<br />

do edifício, mas sim ao consumo de energia.<br />

revistagbcbrasil.com.br fev-mar/17<br />

51


net zero<br />

© Divulgação Creche Hassis<br />

Creche Hassis<br />

Creche Hassis<br />

Por isso a importância de trabalhar a eficiência<br />

energética”, explica.<br />

Guido Petinelli exemplifica o investimento necessário<br />

somando-o ao valor da obra do edifício:<br />

“Dez anos atrás, falávamos que um prédio<br />

Net Zero poderia elevar entre 10 e 15% o custo<br />

de obra. Hoje em dia, essa porcentagem cai<br />

para no máximo 6% de custo adicional. Mas<br />

isso só será possível se eficiência energética<br />

e geração forem trabalhadas juntas e de uma<br />

maneira inteligente”.<br />

Tempo de retorno do investimento<br />

Estimar um prazo para o retorno do investimento<br />

também não é tarefa fácil. Márcio<br />

Takata elenca alguns fatores que condicionam<br />

essa estimativa:<br />

• Localidade onde o sistema será instalado:<br />

regiões onde a tarifa de energia é mais<br />

elevada em geral retornam o investimento<br />

mais rápido;<br />

• Clima local: regiões onde há maior<br />

radiação solar também retornam o investimento<br />

mais rapidamente. O princípio é básico:<br />

quanto mais sol, mais energia gerada e consequentemente<br />

mais economia;<br />

• Tipo de uso do edifício: uma instalação<br />

de baixa tensão (tipo residencial e comercial<br />

de baixo e médio porte), em geral terá um<br />

retorno mais rápido e atrativo. Já clientes industriais<br />

ou comerciais de grande porte terão<br />

um retorno um pouco mais demorado.<br />

Márcio conclui dizendo que “de um modo bastante<br />

generalizado, o retorno do investimento<br />

varia de 5 a <strong>12</strong> anos”.<br />

Creche Hassis: exemplo público<br />

de viabilidade<br />

Com cerca de <strong>12</strong>mil m², a Creche Hassis, em<br />

Florianópolis é um exemplo de como edifícios<br />

públicos também podem aproveitar dos benefícios<br />

das políticas Net Zero. Construída com<br />

recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento<br />

da <strong>Ed</strong>ucação (FNDE), a Creche é Net<br />

Zero energia graças a um sistema de geração<br />

de energia fotovoltaica instalado no telhado da<br />

instituição.<br />

O projeto, de autoria da Petinelli, foi inaugurado<br />

em março de 2015 e recebeu a certificação<br />

LEED Platinum. Ele possui dez salas de atividades,<br />

além de espaços com acessibilidade,<br />

um refeitório, bosques com espécies nativas,<br />

horta e um parque.<br />

O sistema de geração de energia instalado no<br />

local possibilita uma economia mensal de cer-<br />

ca de R$ 2 mil reais. A energia solar gerada no<br />

sistema da unidade também é utilizada para<br />

aquecer água potável, que vai para chuveiros,<br />

cozinha e lavanderia. A preocupação com o<br />

uso racional da água também se manifesta no<br />

sistema que capta água da chuva e a utiliza<br />

nas torneiras do jardim e nos vasos sanitários<br />

da creche.<br />

Por produzir mais energia do que gasta, a creche<br />

envia o excedente de energia para a rede<br />

pública de distribuição, em troca de créditos<br />

que poderão ser usados no abatimento de<br />

contas de energia de outros edifícios públicos<br />

da cidade.<br />

Esse procedimento, aliás, é adotado por<br />

muitas Net Zeros no país, já que a legislação<br />

brasileira permite essa troca de créditos entre<br />

microprodutores de energia e a rede pública<br />

de abastecimento elétrico. “É um projeto espetacular,<br />

especialmente por se tratar de um<br />

prédio público”, diz Guido Petinelli, salientando<br />

que instituições públicas também podem<br />

– e devem - investir em energia renovável.<br />

A Creche Hassis contou com investimento de<br />

cerca de R$ 4,4 milhões. Desses, R$ 2,5 milhões<br />

vieram do Governo Federal, sendo R$<br />

1,8 milhão do Fundo Nacional de Desenvolvimento<br />

da <strong>Ed</strong>ucação (FNDE) e R$ 695 mil do<br />

salário-educação. Também houve contribui-<br />

52 fev-mar/17 rev/gbc/br


Fotos:©Leonardo Finotti<br />

net zero<br />

©Divulgação Inova Solar<br />

© Divulgação Eurobusiness<br />

<strong>Ed</strong>ifício Eurobusiness<br />

ção do Banco Interamericano de Desenvolvimento,<br />

que investiu R$ 1,9 milhão.<br />

Net Zero Água: soluções simples<br />

e de grande impacto positivo<br />

Não há dúvidas de que a maioria dos que já<br />

ouviram falar em Net Zero associam o termo à<br />

geração de energia elétrica. O que muitos não<br />

sabem é que um edifício também pode ser Net<br />

Zero Água, e que esse tipo de empreendimento<br />

está crescendo no país. “Quando falamos<br />

em Net Zero água, falamos de empreendimentos<br />

que tem de cumprir dois critérios: o primeiro<br />

é não utilizar fontes convencionais de água,<br />

ou seja, não depender da concessionária para<br />

fornecer água potável ao edifício. O segundo<br />

é tratar o esgoto gerado pelo edifício, ou seja,<br />

nada do que é produzido de esgoto por esse<br />

edifício sai de suas dependências, tudo deve<br />

ser tratado ali mesmo”, explica Guido Petinelli.<br />

Para viabilizar um edifício Net Zero Água, o<br />

primeiro passo é buscar uma fonte hídrica alternativa,<br />

que pode ser captação de água da<br />

chuva ou extração de água de um poço autorizado,<br />

por exemplo. O empreendimento também<br />

precisará encontrar uma maneira de tratar<br />

o esgoto gerado. Isso poderá ser feito por<br />

meio de uma estação interna de tratamento ou<br />

através de um sistema simples que está cada<br />

vez mais popular: os Wetlands construídos.<br />

Wetlands são tanques de tratamento natural<br />

do esgoto (chamado de água negra). Basicamente<br />

são buracos, de cerca de 1 metro de<br />

profundidade, impermeabilizados com materiais<br />

geossintéticos e dotados de uma rede<br />

hidráulica e de um meio filtrante, geralmente<br />

brita ou seixo. Após a montagem, há um trabalho<br />

de paisagismo, integrando perfeitamente<br />

o wetland à paisagem do local. O esgoto<br />

tratado por um Wetland produz água que tem<br />

condições de reuso, podendo ser utilizada em<br />

irrigação de jardins e em lavagem de locais<br />

comuns, por exemplo.<br />

<strong>Ed</strong>ifício Eurobusiness: grandes<br />

empreendimentos também podem<br />

ser Net Zero água<br />

Construído sob consultoria da Petinelli, o edifício<br />

Eurobusiness está localizado em Curitiba,<br />

Paraná, e recebeu a certificação LEED Platinum,<br />

por sua alta eficiência e preocupação<br />

com questões ambientais. O que chama a<br />

atenção no empreendimento é que ele é Net<br />

Zero Água, ou seja, capta internamente toda<br />

a água que consome e trata o esgoto exce-<br />

“ENERGIA RENOVÁVEL<br />

É UM INVESTIMENTO<br />

CADA VEZ MAIS<br />

ATRATIVO, MAS A<br />

SOCIEDADE AINDA TEM<br />

O PRÉ-CONCEITO DE<br />

QUE SE TRATA DE ALGO<br />

CARÍSSIMO. MAS NÃO<br />

É! PELO CONTRÁRIO,<br />

É UMA SOLUÇÃO QUE<br />

FAZ BASTANTE SENTIDO<br />

PARA MUITOS PERFIS DE<br />

EDIFÍCIOS”<br />

Márcio Takata<br />

Inova Solar<br />

revistagbcbrasil.com.br 53<br />

fev-mar/17


net zero<br />

©Divulgação Petinelli<br />

Imagens: Divulgação CECAS<br />

Perspectiva <strong>Ed</strong>ifício CECAS-USP<br />

“A MAIOR PARTE DO<br />

MERCADO AINDA<br />

NÃO PERCEBEU QUE<br />

HOUVE UMA REDUÇÃO<br />

DRÁSTICA NO PREÇO<br />

DESSES EQUIPAMENTOS<br />

E QUE QUANDO A<br />

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA<br />

É BEM TRABALHADA<br />

E ALIADA A UM<br />

SISTEMA DE GERAÇÃO<br />

INTELIGENTE, O<br />

PERÍODO DE RETORNO<br />

[DO INVESTIMENTO] É<br />

RÁPIDO”<br />

Guido Petinelli<br />

Petinelli Inc<br />

dente. “O prédio é abastecido por um poço,<br />

que é devidamente homologado. Além disso,<br />

o edifício trata e filtra 100% do esgoto gerado<br />

num sistema in loco que aplica o conceito de<br />

Wetlands”, salienta Guido Petinelli.<br />

No projeto do edifício está especificado que “o<br />

sistema foi dimensionado para tratar 8m³ por<br />

dia e atende para água de reuso o CONAMA<br />

357 Classe1 e para água potável à Portaria<br />

2914 de 2011. Dessa forma, o balanço hídrico<br />

calculado entre demanda, geração e reuso<br />

de água qualificou o edifício como Net Zero<br />

Água, quando o edifício é autossuficiente hidricamente,<br />

com o abastecimento da concessionária<br />

pública somente para backup”.<br />

As adequações que o edifício Eurobusiness<br />

realizou em seu projeto para se tornar certificado<br />

LEED possibilitaram que o empreendimento<br />

consumisse 50% menos energia e 80% menos<br />

água (se comparado ao que um edifício<br />

comum de mesmo porte gastaria). O edifício<br />

alcançou 83 pontos na certificação LEED, lhe<br />

garantindo a categoria Platinum.<br />

O que falta para que Net Zeros<br />

cresçam ainda mais no país?<br />

Essa foi a pergunta feita tanto à Guido Petinelli<br />

quanto a Márcio Takata. E as respostas dos<br />

dois concordam num aspecto: falta derrubar<br />

a barreira do preconceito. “A maior parte do<br />

mercado ainda não percebeu que houve uma<br />

redução drástica no preço desses equipamentos<br />

e que quando a eficiência energética<br />

é bem trabalhada e aliada a um sistema de<br />

geração inteligente, o período de retorno [do<br />

investimento] é rápido”, explica Guido Petinelli.<br />

Takata salienta ainda outro ponto fundamental<br />

para o desenvolvimento dos Net Zero no<br />

<strong>Brasil</strong>: a necessidade de se criar programas<br />

públicos de financiamento. “O investimento<br />

inicial nesse tipo de tecnologia não é pequeno,<br />

afinal a maioria dos brasileiros não têm 20 mil<br />

reais imediatamente disponíveis para instalar<br />

um sistema de energia solar. Por isso, se houvesse<br />

uma linha de financiamento compatível<br />

com esse tipo de público, certamente muito<br />

mais gente optaria pela energia solar”.<br />

Ao regulamentar a microgeração de energia<br />

e o fornecimento de crédito a produtores<br />

que queiram “repassar” a energia excedente<br />

à rede elétrica pública, o governo sinaliza que<br />

pretende expandir essa tecnologia pelo país.<br />

A Aneel espera que a geração de energia, especialmente<br />

a solar, se torne cada vez mais<br />

acessível e projeta que no ano de 2024, mais<br />

de 1,2 milhão de consumidores passarão a<br />

produzir sua própria energia no <strong>Brasil</strong>, o que<br />

equivale a cerca de 4,5 gigawatts (GW) de potência<br />

instalada. Num país solar e de proporções<br />

continentais como o <strong>Brasil</strong>, há potencial<br />

para que esses números só aumentem.<br />

<strong>Ed</strong>ifício CECAS – um Net Zero<br />

na USP<br />

Dentro da Universidade de São Paulo um edifício<br />

em breve chamará a atenção. É o prédio<br />

do CECAS (Centro de Estudos do Clima e Ambientes<br />

Sustentáveis), que está sendo projetado<br />

para ser um Net Zero Energia. Com consultoria<br />

da OTEC, o edifício gerará 100% da<br />

54 fev-mar/17 rev/gbc/br


net zero<br />

Perspectiva <strong>Ed</strong>ifício CECAS-USP<br />

energia consumida em suas dependências.<br />

Toda a energia elétrica será gerada através de<br />

painéis fotovoltaicos instalados na cobertura<br />

do prédio e vidros fotovoltaicos instalados nas<br />

fachadas do mesmo.<br />

Como já se sabe, autossuficiência e uso consciente<br />

precisam andar juntos. Justamente por<br />

isso, o projeto se preocupa em reduzir ao má-<br />

ximo o consumo de energia, sem prejudicar<br />

o bom funcionamento do prédio. O arquiteto<br />

Marcelo de Andrade Romero explica que “a iluminação<br />

natural será potencializada por meio<br />

de espelhos solares externos que conduzem<br />

a luz natural difusa para dentro do edifício. A<br />

iluminação artificial será acionada somente<br />

quando os níveis de iluminância natural não<br />

atingem os níveis necessários preconizados<br />

pela norma brasileira”.<br />

Em termos de conforto térmico, optou-se por<br />

utilizar climatização somente nas três salas de<br />

conferencias e no auditório. O edifício contará<br />

com um sistema de geotermia que resfriará o<br />

ar exterior e o direcionará para dentro do mesmo.<br />

Além disso, o prédio do CECAS contará<br />

com dois elevadores eficientes. Com essas<br />

medidas, espera-se que o consumo enérgico<br />

total final do prédio será de 5kWh/m2 por mês,<br />

considerado um valor bastante baixo se comparado<br />

a edifícios com características semelhantes<br />

ao do CECAS.<br />

Quando finalizado, o prédio terá uma biblioteca,<br />

salas de aula, um auditório e diversos laboratórios<br />

com formato de escritório.<br />

A REVISTA<br />

OFICIAL DO<br />

<strong>GBC</strong> BRASIL.<br />

SÓ TEM UMA.<br />

ASSINATURAS<br />

A PARTIR DE<br />

3x R$ 49 ,90*<br />

Fique por dentro do melhor conteúdo da construção sustentável<br />

LIGUE E ASSINE: 11 5078 6109<br />

revistagbcbrasil.com.br *Assinatura Anual (6 edições): R$ 149,70. Para Assinatura Corporate (3 exemplares x 6 edições): R$ 299,70 ou 3x R$ 99,90<br />

fev-mar/17 55


MATERIAIS & TECNOLOGIA<br />

ILUMINAÇÃO<br />

Qualidade<br />

Gera<br />

Economia.<br />

©Divulgação<br />

A Inoveled é uma empresa que desde 2000 atua<br />

no mercado de tecnologia de lâmpadas LED,<br />

especializada em fabricações de lâmpadas e<br />

luminárias, sejam modelos padrão ou personalizadas,<br />

para assim atender a demanda do cliente.<br />

Com foco em comércios, rede de franquias,<br />

indústrias, fabricas e grandes empreendimentos<br />

que visam economia e sustentabilidade, com o<br />

LED reduzimos seu gasto com iluminação em<br />

até 80%.<br />

Como fabricante, buscamos a melhor matéria<br />

prima para o desenvolvimentos de nossos<br />

produtos. Estética, qualidade e eficiência são a<br />

base de nossos produtos, proporcionando mais<br />

eficiência energética com pouca manutenção,<br />

tornando o investimento ainda mais viável e positivo.<br />

Tudo com 3 anos de garantia.<br />

Quer saber quanto sua empresa vai economizar?<br />

Entre em contato e fazemos um estudo de<br />

PayBack para você.<br />

Conheça a Lutron<br />

A Lutron Electronics é líder mundial no desenvolvimento<br />

e fabricação de soluções para o<br />

controle da luz elétrica e natural em espaços<br />

residenciais e comerciais, sempre com foco na<br />

eficiência energética.<br />

A companhia possui mais de 2 mil patentes e<br />

fabrica mais de 15 mil produtos, oferecendo um<br />

grande portfólio de produtos para controle de<br />

iluminação que incluem sensores, atenuadores<br />

e interruptores de luz elétrica, sistemas de cortinas<br />

e persianas para o controle da luz solar e<br />

sistemas integrados.<br />

As soluções da Lutron controlam a iluminação<br />

de alguns dos espaços mais emblemáticos do<br />

planeta, como a Estátua da Liberdade nos Estados<br />

Unidos, o Museo Guggenheim na Espanha,<br />

a sede do Banco da China, entre outros.<br />

Além disso, os sistemas podem ser encontrados<br />

no edifício-sede da BBC, em Londres e<br />

nos escritórios da IBM e Microsoft nos Estados<br />

Unidos. No segmento residencial, destacamos<br />

o Castelo de Windsor, no Reino Unido, e a ala<br />

residencial da Casa Branca, em Washington.<br />

Lutron do <strong>Brasil</strong><br />

Av. Ibirapuera, 2064 - cj 72<br />

Indianópolis, São Paulo - SP<br />

Tel.: 11 3257-6745<br />

www.lutron.com<br />

56 fev-mar/17 rev/gbc/br


certificações<br />

USO RACIONAL DA ÁGUA<br />

25 formas de<br />

economizar água<br />

A partir desta edição, a Rain Bird, empresa líder<br />

mundial na fabricação e no fornecimento de produtos<br />

de irrigação e serviços correlatos, traz para<br />

você, leitor, dicas e sugestões para economizar<br />

água em sua residência, empresa, local de trabalho,<br />

etc. Confira as primeiras dicas:<br />

1. Inspeção do Sistema - Avalie o sistema e<br />

terreno identificando problemas e certifique que<br />

a irrigação automática está pronto para a próxima<br />

estação. Poucos passos para economizar<br />

água e evitar multas.<br />

2. Análise da conta de água - Observe a conta<br />

de água. Um pico pode indicar vazamentos desperdiçando<br />

milhões de litros ano. Um vazamento<br />

da espessura de uma moeda pode desperdiçar<br />

18 mil litros por mês! Eliminar vazamentos faz a<br />

grande diferença no consumo e conta de água.<br />

3. Auditoria Profissional - Um instalador local<br />

certificado pode avaliar o sistema. Se não conhece<br />

nenhum, a Rain Bird pode ajudar. Especialistas<br />

farão um orçamento dos benefícios da<br />

auditoria para escolher a melhor.<br />

4. Verificações mensais no sistema – Faça<br />

a manutenção durante toda a temporada, verificando<br />

rompimentos, vazamentos e danos uma<br />

vez por mês.<br />

5. Água pela manhã – Irrigar entre 5h e 10h da<br />

manhã , com sol fraco, ventos calmos e temperatura<br />

fria. A irrigação ao meio-dia é menos<br />

eficiente pela perda de água por evaporação e<br />

vento. A irrigação noturna também não é uma<br />

boa ideia e deixa folhas molhadas durante a noite,<br />

convite aos fungos. Irrigando pela manhã as<br />

folhas secam. Ajuste os relógios dos controladores<br />

Rain Bird para irrigar quando quiser.<br />

AR CONDICIONADO<br />

Novos compressores<br />

Danfoss Scroll<br />

aperfeiçoam eficiência<br />

em cargas parciais<br />

Impulsionadas pela necessidade global de reduzir<br />

as emissões de CO 2<br />

, novas legislações<br />

em todo o mundo estão exigindo sistemas de<br />

ar condicionado com mais eficiência energética,<br />

além de refrigerantes com GWP mais baixos.<br />

A extensa gama de compressores da Danfoss<br />

inclui agora o Danfoss Scroll com a tecnologia<br />

de Válvula Intermediária de Descarga (IDV) para<br />

oferecer benefícios e economias funcionais durante<br />

todo o ciclo de vida dos sistemas, desde<br />

os custos de desenvolvimento e operação até<br />

manutenção.<br />

Os compressores scroll Danfoss com IDVs têm<br />

capacidade de refrigeração de 7,5 a 40 toneladas<br />

e oferecem novos recursos que entregam a<br />

solução mais econômica para a próxima geração<br />

de rooftops e chillers com R-410A. Eles também<br />

serão qualificados para refrigerantes com<br />

GWP menor até o final de 2017 para atender as<br />

expectativas da transição para refrigerantes alternativos.<br />

A tecnologia IDV permite que o compressor evite<br />

perdas sobre compressão e, assim, trabalho<br />

extra pelo motor durante a operação de carga<br />

parcial - possibilitando que os compressores<br />

Danfoss Scroll DSH e DCJ economizem energia<br />

e melhorem a eficiência em carga parcial de 3%<br />

a 10% em configurações padrões.<br />

“Os compressores Danfoss Scroll com tecnologia<br />

IDV são compatíveis com as linhas Danfoss<br />

HCJ e SH, levando a mínimos redesenhos<br />

e custos”, explica Gustavo Asquino, gerente de<br />

desenvolvimento de negócios LAM da Danfoss.<br />

“Aproveitando a experiência da Danfoss com<br />

aplicações de rooftop, chiller e splits, os compressores<br />

Danfoss Scroll com IDVs são mais<br />

eficientes em cargas parciais e possuem um<br />

mapa operacional ampliado. São mais robustos<br />

e mais tolerantes a inversão de fase, além de serem<br />

equipados com válvula de bloqueio contra<br />

retorno de líquido e contar com o gerenciamento<br />

do óleo patenteado em aplicação manifold”,<br />

acrescenta.<br />

Benefícios dos compressores Danfoss Scroll<br />

com IDV<br />

- Proporciona maior eficiência de carga parcial<br />

por projeto;<br />

- A compatibilidade com versões anteriores<br />

reduz a complexidade e os custos de redesenho;<br />

- O mapa operacional ampliado permite uma<br />

utilização mais ampla em aplicações exigentes<br />

como, por exemplo, sistemas de resfriamento em<br />

TI, sistemas reversíveis, resfriamento de processo<br />

e recuperação de calor;<br />

- As combinações de manifold adicionais<br />

permitem maior flexibilidade de projeto;<br />

- Um novo nível de robustez do compressor e<br />

confiabilidade do sistema.<br />

Rain Bird <strong>Brasil</strong> Ltda<br />

Rua Marques Póvoa, 215<br />

Uberlândia - MG<br />

Tel.: 34 3221 8210<br />

www.rainbird.com.br<br />

revistagbcbrasil.com.br 57<br />

fev-mar/17


inovação<br />

Boas vindas do diretor executivo, Yoshihiro Minemo<br />

Evento Daikin para arquitetos e instaladores<br />

Daikin promove evento<br />

para instaladores,<br />

arquitetos e clientes e<br />

reforça compromisso com<br />

o mercado sustentável.<br />

No dia 1º de fevereiro de 2017,<br />

a Daikin, um dos maiores<br />

fabricantes globais de ar-<br />

-condicionado recepcionou<br />

instaladores de equipamentos<br />

residenciais e seus arquitetos<br />

parceiros, além de clientes finais corporativos<br />

que utilizam sistemas do tipo VRV<br />

(Volume de Refrigerante Variável, em inglês)<br />

no Show Room CA8A, em São Paulo. Estavam<br />

presentes importantes membros do grupo<br />

Daikin a nível internacional, juntamente a<br />

equipe do <strong>Brasil</strong> para o atendimento de cerca<br />

de 100 empresários e profissionais do setor.<br />

O evento foi dividido em dois momentos, sendo<br />

que no horário do almoço foram recebidos<br />

os instaladores e arquitetos, com a apresentação<br />

também do novo Show Room da<br />

Daikin. No período da noite, foram recepcionados<br />

clientes finais de sistema VRV. A empresa<br />

mostrou como seus produtos estão alinhados<br />

com o mercado crescente, apesar da<br />

crise, de edificações com certificação green<br />

Por Taís Cruz<br />

building. Para apresentar o mercado de certificações<br />

LEED, Felipe Faria, diretor executivo<br />

do Green Building Council <strong>Brasil</strong> (<strong>GBC</strong>) falou<br />

sobre a tendência de crescimento que esse<br />

mercado tem apresentado mesmo com as<br />

incertezas econômicas e políticas no <strong>Brasil</strong>.<br />

A preocupação com o meio ambiente, inovação<br />

tecnológica e economia de energia são<br />

marcas registradas da Daikin. Daí nasce a importância<br />

da parceria com o <strong>GBC</strong> em busca<br />

da eficiência energética. A sua linha de produtos<br />

são adequados à certificação LEED,<br />

como os resfriadores de líquido (chillers)<br />

com compressores exclusivos, desenvolvidos<br />

pela própria engenharia da Daikin, que<br />

utilizam mancais magnéticos (condensação<br />

a água) ou um único fuso e dois rotores satélites<br />

(condensação a ar) com alta eficiência<br />

energética.<br />

Para o presidente da Daikin no <strong>Brasil</strong>, Tomoji<br />

Miki, o compromisso com a sustentabilidade<br />

é fundamental. “Nós entendemos que o<br />

<strong>GBC</strong> tem o mesmo objetivo que a Daikin, que<br />

Fotos: ©Luciano Finotti (Every Fotos)<br />

Tomoji Miki, presidente da Daikin <strong>Brasil</strong>, Felipe Faria,<br />

diretor executivo do <strong>GBC</strong> <strong>Brasil</strong> e Yoshihiro Mineno,<br />

diretor executivo Operações Globais da Daikin<br />

estamos trabalhando visando a mesma finalidade.<br />

Por isso a nossa parceria é muito boa<br />

e é disso que precisamos. Se nós não criarmos<br />

um padrão que realmente traga melhor<br />

eficiência para a sociedade brasileira, estaremos<br />

andando na contramão da necessidade<br />

social do país”.<br />

Yoshihiro Mineno, diretor executivo sênior da<br />

Divisão de Operações Globais, também enfatiza:<br />

“Somos uma empresa global, com faturamento<br />

de 20 bilhões de dólares que investe<br />

em P&D e que está revolucionando o mercado<br />

mundial com soluções de alta eficiência<br />

e que estarão em breve disponíveis também<br />

no <strong>Brasil</strong>”. A Daikin quer crescer ainda mais<br />

no país, por isso trabalha com seriedade e<br />

compromisso para trazer a melhor solução<br />

disponível de ar-condicionado no mundo ao<br />

alcance dos brasileiros.<br />

Para Tomoji Miki, os instaladores, arquitetos<br />

e empresários puderam observar que<br />

as altas tecnologias agregadas a qualidade<br />

dos produtos irão garantir a satisfação do<br />

consumidor final. “Nós vemos que existem<br />

muitos equipamentos ultrapassados sendo<br />

utilizados no país e desejamos que, ao fazer<br />

o retrofit destes equipamentos, eles possam<br />

ser substituídos por um que realmente seja<br />

adequado a necessidade e traga a real eficiência<br />

energética desejada pelo cliente”,<br />

conclui Tomoji.<br />

58 fev-mar/17 rev/gbc/br


inovação<br />

revistagbcbrasil.com.br 59<br />

fev-mar/17


NÓS ACREDITAMOS QUE<br />

O CLIENTE<br />

DÁ PROPÓSITO A CADA INVESTIMENTO. A CADA PROPRIEDADE, UM<br />

SIGNIFICADO. E A CADA NEGÓCIO FECHADO, UM NOVO IMPULSO PARA<br />

ATINGIR OBJETIVOS AINDA MAIORES.<br />

Ativos imobiliários são bens poderosos. Eles ajudam a definir o negócio de uma empresa, o<br />

espírito de uma startup, os valores de um investidor. Nós somos mais de 43.000 colaboradores, em<br />

60 países, ajudando nossos clientes a colocarem ideias em prática nos mais diversos mercados,<br />

respeitando orçamentos, sem nunca falhar, em qualquer lugar do mundo e também no <strong>Brasil</strong>.<br />

CUSHMAN & WAKEFIELD, UMA LÍDER GLOBAL EM SERVIÇOS IMOBILIÁRIOS COMERCIAIS.<br />

O QUE PODEMOS FAZER POR VOCÊ?<br />

cushwakeaction.com.br / cushwake@sa.cushwake.com<br />

(11) 5501-5464<br />

IDEAS INTO ACTION

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!