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Foz do Iguaçu, quarta-feira, 5 de abril de 2017<br />
POLÍTICA<br />
Nacional<br />
13<br />
Relator da PEC sobre reforma política<br />
apresenta parecer pela admissibilidade<br />
Se aprovada a admissibilidade da PEC na CCJ, será formada uma comissão especial para discutir os itens da proposta<br />
Yara Aquino<br />
Repórter da Agência Brasil<br />
O deputado Betinho<br />
Gomes (PSDB-PE), relator<br />
da Proposta de Emenda<br />
à Constituição (PEC)<br />
282/16, protocolou ontem<br />
(4), na Comissão de Constituição<br />
e Justiça da Câmara,<br />
parecer pela admissibilidade<br />
da proposta, que é<br />
originária do Senado e trata<br />
de reforma política.<br />
O texto estabelece cláusula<br />
de desempenho para<br />
as legendas e veda as coligações<br />
entre partidos<br />
nas eleições proporcionais,<br />
que são para deputado<br />
e vereador.<br />
"Instituir no Brasil<br />
uma cláusula de desempenho<br />
e o fim de coligação é<br />
essencial para ajustarmos<br />
nosso sistema político e<br />
dar mais solidez para que<br />
o cidadão, que faz a escolha<br />
dos seus representantes,<br />
tenha mais confiança<br />
neles e nos partidos<br />
políticos brasileiros", disse<br />
o relator.<br />
O parecer do deputado<br />
Betinho Gomes analisa<br />
apenas a constitucionalidade<br />
da PEC. Se aprovada<br />
a admissibilidade da<br />
PEC na CCJ, será formada<br />
uma comissão especial<br />
para discutir os itens<br />
da proposta.<br />
Pela cláusula de barreira,<br />
também conhecida<br />
com cláusula de desempenho,<br />
proposta na PEC, os<br />
partidos têm que alcançar<br />
Betinho Gomes: "Instituir no Brasil uma cláusula de desempenho e o fim de<br />
coligação é essencial para ajustarmos nosso sistema político e dar mais solidez para<br />
que o cidadão faça a escolha de seus representantes"<br />
3% dos votos nacionais<br />
válidos para ter acesso ao<br />
recurso do fundo partidário,<br />
tempo de TV e funcionar<br />
como bancada. O<br />
percentual passaria a valer<br />
a partir de 2022. Caso<br />
a PEC seja aprovada até<br />
outubro, as regras já passam<br />
a valer para as eleições<br />
de 2018, com o percentual<br />
de 2%.<br />
"É urgente que o Brasil<br />
possa fazer o ajuste no<br />
seu sistema político, porque,<br />
no formato que se<br />
encontra hoje, temos uma<br />
verdadeira farra da criação<br />
de partidos. Essa PEC<br />
ajudará a coibir a instituição<br />
de partidos no Brasil<br />
que, muitas vezes, não<br />
significam nada, apenas<br />
absorvem recursos públicos<br />
sem controle nenhum<br />
da própria Justiça Eleitoral",<br />
disse o deputado.<br />
Conforme o texto, os<br />
partidos que não atingirem<br />
a cláusula de desempenho<br />
poderão formar federações<br />
para ter direito ao<br />
funcionamento parlamentar,<br />
atuando com uma<br />
única identidade política.<br />
Assim, o bloco poderá ter<br />
funcionamento parlamentar,<br />
além de acesso às verbas<br />
partidárias e ao tempo<br />
de televisão.<br />
Pelas coligações em<br />
eleições proporcionais,<br />
como ocorrem hoje, os<br />
partidos formam alianças<br />
para eleger deputados e<br />
vereadores. Os votos obtidos<br />
pelas siglas são somados,<br />
sendo eleitos os<br />
candidatos mais votados<br />
da coligação. A PEC veda<br />
essas coligações a partir<br />
de 2020.<br />
A PEC é de autoria dos<br />
senadores Ricardo Ferraço<br />
(PSDB-ES) e Aécio<br />
Neves (PSDB-MG).<br />
Comissão Especial<br />
Segundo Betinho Gomes,<br />
a discussão da proposta<br />
de reforma política<br />
que vem do Senado não<br />
entra em conflito com os<br />
trabalhos da Comissão Especial<br />
de Reforma Política<br />
da Câmara. O deputado<br />
disse que a comissão especial<br />
trata de ações que dependem<br />
de leis infraconstitucionais,<br />
e a PEC vai<br />
criar uma organização a<br />
partir de regras que os partidos<br />
vão ter que seguir.<br />
"Dá para discutir paralelamente,<br />
elas [regras]<br />
não se conflitam, acho<br />
que até podem se complementar,<br />
a depender do relatório<br />
que virá", disse,<br />
referindo-se ao relatório<br />
do deputado Vicente Cândido<br />
(PT-SP), que deve<br />
ser apresentado hoje na<br />
Comissão Especial da Reforma<br />
Política.<br />
Foto: Alex Ferreira / Câmara dos Deputados<br />
Governo anuncia<br />
ações para aumentar<br />
competitividade da<br />
indústria de defesa<br />
O setor de defesa no Brasil deve ganhar<br />
incentivos governamentais para aumentar a<br />
competitividade e participação no mercado<br />
internacional, anunciou ontem (4) o ministro da<br />
Defesa, Raul Jungmann, na abertura da Feira<br />
Internacional de Defesa e Segurança LAAD.<br />
Segundo Jungmann, as ações vão incluir uma<br />
linha de crédito do Banco Nacional do<br />
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)<br />
para financiar países que comprem produtos da<br />
base industrial de defesa brasileira, instrumentos<br />
de seguro aos fabricantes nacionais e também um<br />
grupo na Câmara de Comércio Exterior (Camex)<br />
que tratará exclusivamente do setor. Os detalhes<br />
sobre as novas regras do financiamento serão<br />
divulgados pela presidente do BNDES, Maria<br />
Silvia Bastos Marques, em uma entrevista<br />
coletiva durante a tarde.<br />
"Precisamos dotar o setor de uma política<br />
específica, com instrumentos robustos, que<br />
confiram maior eficiência nas nossas relações<br />
comerciais", disse o ministro.<br />
Jungmann destacou que a indústria de defesa<br />
serviu de base para avanços tecnológicos na<br />
história como o GPS, o micro-ondas e o teflon e<br />
disse acreditar que o setor pode contribuir para<br />
que a economia cresça com mais força. Ele<br />
explicou que incentivos são necessários porque o<br />
mercado de defesa é assimétrico entre os países<br />
concorrentes e não conta com as mesmas regras<br />
que outros setores na Organização Mundial do<br />
Comércio (OMC).<br />
O ministro afirmou que as ações são conjuntas<br />
com a Camex, o BNDES e os ministérios da<br />
Fazenda, Relações Exteriores, Desenvolvimento,<br />
Indústria e Comércio Exterior, Ciência,<br />
Tecnologia, Inovações e Comunicações.<br />
(Agência Brasil)<br />
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