TURIMAGAZINE Nº 1 2017
Informação Turística de Cabo Verde
Informação Turística de Cabo Verde
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AVALIAÇÃO DE CABO VERDE NA ECONOMIA MUNDIAL<br />
Março de <strong>2017</strong> - <strong>Nº</strong> 1<br />
Melia Llana Beach Resort<br />
Uma pérola na Ilha do Sal<br />
POTENCIAR O TURISMO<br />
NAS ILHAS DO SUL<br />
REVISÃO DA POLÍTICA<br />
INDUSTRIAL<br />
MEDIDAS SOBRE O<br />
TURISMO DE NATUREZA<br />
PAICV LOUROS PELO<br />
AUMENTO DE HÓSPEDES<br />
ANA LIMA BARBER<br />
NOVA IMAGEM DA<br />
CABO VERDE TRADEINVEST
OPINIÃO<br />
<strong>TURIMAGAZINE</strong> - MARÇO <strong>2017</strong> 2<br />
José Almada Dias<br />
In Expresso das Ilhas de<br />
21 de Dezembro 2016<br />
O FUTURO DO TURISMO EM<br />
DEBATE<br />
Equívocos, milhões, ovos de ouro e<br />
diamantes (I)<br />
Realizou-se na cidade da Praia, entre os dias 5 e 7 de Dezembro de 2016, o VII EITU,<br />
ou seja, o sétimo Encontro Internacional de Turismo, organizado pela Câmara de<br />
Turismo de Cabo Verde (CTCV) em parceria com o Governo de Cabo Verde.<br />
Como anunciado, foram 3 dias de intensos debates e muitas comunicações de elevada<br />
qualidade, feitas por oradores nacionais e estrangeiros. A opinião unânime é de que este<br />
foi o melhor EITU, tanto pela qualidade das apresentações e debates, como pela enorme<br />
participação, não faltando alunos de licenciaturas em Turismo de universidades da capital.<br />
Uma nota digna de realce foi a notória presença de membros do Governo, algo que nos<br />
anos anteriores nem sempre aconteceu, e o alto patrocínio do senhor Presidente da República,<br />
um habitué destes encontros.<br />
O EITU começou com o pé direito, com duas importantes intervenções feitas pelo senhor<br />
Presidente da República e pelo novo ministro da Economia, que tutela o turismo. Intervenções<br />
incisivas e muito aplaudidas, que deram o mote para os muitos questionamentos<br />
que se ouviram durante os 3 dias.<br />
De realçar também a participação online de algumas ilhas e da diáspora. E foi da diáspora<br />
que veio a pergunta mais curta, mas mais incisiva, já no último dia. Em directo da cidade<br />
da Amadora, em Portugal, um assistente perguntou simplesmente: “Que turismo para<br />
Cabo Verde?” Após 3 dias de comunicações e debates, esta simples pergunta pareceu ter<br />
tido o condão de, por momentos, gelar aquela sala repleta.<br />
Instado a responder, o presidente da Câmara de Turismo de Cabo Verde, Gualberto do<br />
Rosário Almada, fez uma pequena intervenção, cujo conteúdo pode ser resumido na frase<br />
seguinte: “O turismo para Cabo Verde deve ser aquele que, em primeiro lugar, sirva os<br />
cabo-verdianos e as suas aspirações de desenvolvimento económico, social e ambiental, e<br />
de construção de uma sociedade inclusiva”. A sala pareceu respirar de alívio, seguindo-se<br />
intervenções de apoio, como a do ex-governante António Correia e Silva, que afirmou<br />
que, de todas as intervenções, esta tinha sido a cereja em cima do bolo.<br />
Naquele momento, o pensamento fugiu-me para os milhares de cabo-verdianos que, saídos<br />
das várias ilhas deste país, migraram para as ilhas com turismo, Sal e Boa Vista, perseguindo<br />
o sonho de uma vida melhor e que hoje vivem em bairros de barracas, ou seja,<br />
em piores condições de vida do que as que tinham. E não pude deixar de ligar isso aos<br />
elogios feitos a esses mesmos trabalhadores, ao seu bom desempenho, à boa disposição e<br />
simpatia que têm para com os turistas. Passar a viver numa barraca na sua própria terra<br />
e ainda ter que sorrir no trabalho é dose! E fiquei a pensar o que sentiriam ao ouvir dizer<br />
que o turismo na terra deles deve ser, em primeiro lugar, para os beneficiar...<br />
Mas, adelante, que temos muito para escrever sobre este memorável encontro...<br />
Comecemos pelos equívocos, seguindo a ordem do título desta crónica. Algo que me<br />
deixou estupefacto durante o EITU foi a confusão de conceitos acerca do turismo que
3 <strong>TURIMAGAZINE</strong> - MARÇO <strong>2017</strong><br />
OPINIÃO<br />
ainda existe por cá. Escolhi algumas, as mais corriqueiras,<br />
para uma breve análise. Turismo de sol e praia tem de ser<br />
desenvolvido com turismo massificado.<br />
É preciso começar pela quantidade para depois se atingir a<br />
qualidade. Turismo de sol e praia é o futuro de Cabo Verde.<br />
O all-inclusive foi um mal necessário em Cabo Verde.<br />
Autênticas preciosidades! Principiemos pela primeira, apesar<br />
de todas estarem relativamente interligadas. Começa a<br />
fazer escola entre nós a ideia de que o produto turístico sol<br />
e praia tem de andar de mãos dadas com a massificação do<br />
turismo. Vamos, então, ver alguns exemplos para ver se é<br />
verdade.<br />
Em primeiro lugar, convém definir primeiro o que é turismo<br />
de massas. A democratização do fenómeno turístico,<br />
devido ao efeito combinado do abaixamento do custo<br />
das viagens com o aumento do nível de vida das pessoas<br />
nos países mais desenvolvidos, levou ao aparecimento da<br />
massificação das viagens e do turismo, antes privilégio das<br />
classes mais abastadas. Significa isto pessoas a viajarem em<br />
grandes números para grandes hotéis, com um mínimo de<br />
interacção com a realidade local.<br />
As empresas que se dedicam a este tipo de turismo escolhem<br />
como estratégia o que Michael Porter chamou de<br />
“estratégia de liderança de custos”, o que significa, de uma<br />
forma simplificada, apostar em custos baixos para poder<br />
praticar preços baixos. Permitam-me partilhar um quadro<br />
que uso com os meus alunos de Estratégia Empresarial,<br />
onde estão representadas as chamadas Estratégias Genéricas<br />
de Porter, aplicáveis a qualquer indústria, incluindo o<br />
sector das viagens e turismo.<br />
Sem sairmos de África, e olhando para realidades similares<br />
às nossas, comecemos pelos arquipélagos crioulos e<br />
independentes das Seychelles e das Maurícias. São destinos<br />
tropicais de sol e praia, mas não permitem (nem nunca<br />
permitiram) o turismo de massas. Como outras ilhas<br />
crioulas das Caraíbas, privilegiaram desde o início um turismo<br />
baseado numa estratégia de “foco” nos mercados de<br />
alta gama (upmarket).<br />
Seychelles says no to mass tourism, not now, not ever!<br />
(https://wolfganghthome.wordpress.com/2016/09/08/seychelles-says-no-to-mass-tourism-not-now-not-ever/)<br />
A internet é realmente uma ferramenta maravilhosa. Com<br />
um simples click, qualquer um tem acesso a esta extraordinária<br />
mensagem proferida no passado mês de Setembro<br />
por um pequeno país africano e crioulo, cujo turismo é liderado<br />
pelo poderoso ministro do Turismo e da Cultura,<br />
Alain St. Ange. Um homem com quem eu e os restantes<br />
membros da comitiva que foi às Seychelles tivemos o privilégio<br />
de privar e trabalhar, constatando a enorme paixão<br />
que este carismático ministro, que foi hoteleiro toda a vida,<br />
coloca no desempenho das suas altas funções.<br />
O turismo das Seychelles é baseado em sol e praia! Mas<br />
nunca teve nem terá turismo de massas!<br />
A nação cabo-verdiana gastou milhares de contos para ir<br />
estudar a experiência das ilhas Seychelles, consideradas um<br />
dos melhores exemplos de turismo sustentável do mundo.<br />
Levámos uma enorme delegação chefiada pelo nosso Presidente<br />
da República. Tivemos uma indescritível recepção,<br />
e os nossos primos crioulos colocaram ao nosso dispor, durante<br />
uma semana, todos os serviços ligados ao turismo e<br />
mostraram todos os segredos do seu sucesso.<br />
Vantagem competitiva<br />
Custos baixos<br />
Diferenciação<br />
Mercado amplo Liderança de custos Diferenciação<br />
Âmbito competitivo Mercado restrito Foco (Foco com custos<br />
baixos) (Foco com diferenciação)<br />
Como enquadraríamos o turismo de Cabo Verde neste<br />
quadro? Na Liderança de Custos, naturalmente. A diferenciação<br />
e o foco dão muito mais trabalho.<br />
Mas para desenvolver o turismo de sol e praia tem de ser<br />
assim? Vamos analisar outros arquipélagos que nos precederam<br />
no desenvolvimento turístico.<br />
O que é que aprendemos nas Seychelles que estamos a aplicar<br />
em Cabo Verde? Que eu saiba, nada! Pior, continuamos<br />
a seguir o caminho inverso do que vimos e devíamos ter<br />
aprendido.<br />
Mais uma vez, fazem-se viagens, gasta-se imenso dinheiro<br />
e depois não há o devido seguimento. Uma triste sina desta<br />
nação.
OPINIÃO<br />
<strong>TURIMAGAZINE</strong> - MARÇO <strong>2017</strong> 4<br />
Temos, definitivamente, de ter a nível nacional um organismo<br />
que estude e acumule conhecimento sobre o turismo,<br />
caso contrário não há follow-up de nada.<br />
As Seychelles dependem do turismo, mas mantêm o rácio<br />
turistas/habitantes em 3 turistas/habitante. Para isso, colocaram<br />
há uns anos uma moratória na construção de grandes<br />
hotéis! Tanto a ilha do Sal como a da Boa Vista, com<br />
muito menos população residente, já recebem quase tantos<br />
turistas como esse país irmão africano, o mais rico e desenvolvido<br />
do nosso continente. Mantendo uma baixíssima<br />
densidade turística, dizendo NÃO ao turismo de massas e<br />
à modalidade hoteleira do all-inclusive desde que ascenderam<br />
à independência em 1976, as Seychelles conseguiram<br />
atingir um nível de desenvolvimento de país desenvolvido,<br />
sem desemprego e banindo a pobreza desde 1997.<br />
Um pouco mais a sul, o também turístico, crioulo e africano<br />
arquipélago das Maurícias possui uma população de<br />
cerca de 1,3 milhões de pessoas e recebe anualmente um<br />
pouco menos do que a sua população.<br />
Portanto, não foi preciso sairmos do nosso continente para<br />
desmontar a afirmação de que o turismo de sol e praia tem<br />
de ser desenvolvido com massificação.<br />
O quadro seguinte (dados de 2015) mostra-nos algo de que<br />
já falámos aqui anteriormente e que iremos abordar nas<br />
próximas crónicas: os países que desenvolveram um turismo<br />
menos massificado, com menor densidade, são hoje os<br />
que criaram mais riqueza.<br />
dos exemplos mais conhecidos deste tipo de turismo são<br />
as ilhas Canárias, o Sul de Espanha e Maiorca, com um<br />
modelo baseado na massificação e exploração do território<br />
até à exaustão. Hoje, a maioria desses destinos estão arrependidos<br />
da opção que tomaram e tentam a todo o custo<br />
requalificar o seu turismo.<br />
De modo que repetir esses erros em pleno século XXI,<br />
importando esse modelo para atender aos interesses dos<br />
grandes operadores turísticos que ficaram sem os seus destinos<br />
habituais, é no mínimo inqualificável...<br />
Defender que o turismo de sol e praia tem de estar atrelado<br />
à quantidade só pode ser por duas razões: por falta de conhecimento<br />
(o que é desculpável) ou por má-fé (o que não<br />
é desculpável). O que também já não é aceitável é depois de<br />
duas décadas de desenvolvimento turístico ainda estarmos<br />
com essa confusão de conceitos dentro de um EITU, onde<br />
supostamente estavam presentes pessoas informadas sobre<br />
um sector que todos os governos dizem, também há duas<br />
décadas, ser estratégico para Cabo Verde. O que não seria<br />
se não fosse estratégico...<br />
Continuaremos em próximas crónicas a dar o nosso contributo<br />
para este necessário e urgente debate. Iremos viajar<br />
para outros arquipélagos crioulos e turísticos, e continuar<br />
a analisar mais afirmações que começam a enraizar-se por<br />
cá.<br />
Desejo a toda a nação verdiana e aos que vivem e convivem<br />
connosco um Feliz Natal, numa quadra que, normalmente,<br />
População Turistas/ano Turistas/habitantes PIB per capita PPP ($US)<br />
Seychelles 93.186 276.233 3,0 26.300<br />
Maurícias 1.348.242 1.151.723 0,9 19.500<br />
Cabo Verde 553.452 569.387 1,0 6.522<br />
Sal 33.747 246.157 7,3 7.068<br />
Boa Vista 14.451 181.771 12,6 8.819<br />
Fonte: CIA WorldFactBook; INE; Banco Mundial<br />
Pelo quadro também podemos verificar por onde já andam,<br />
em termos de massificação do turismo, as nossas<br />
martirizadas ilhas do Sal e da Boa Vista.<br />
O turismo de massas não é nenhuma fatalidade nem nenhuma<br />
obrigatoriedade; é uma opção que países e regiões<br />
fazem, normalmente por falta de visão estratégica e planeamento,<br />
andando a reboque dos interesses corporativos<br />
dos grandes operadores turísticos que apostam nesse<br />
tipo de negócio. Floresceu muito nas décadas de 60/70 do<br />
século passado, quando as preocupações ambientais e de<br />
desenvolvimento sustentado ainda nem existiam. Alguns<br />
nos ilumina, e faz vir ao de cima o que de melhor os seres<br />
humanos têm: a solidariedade com o próximo.<br />
Eu, da minha parte, dedico o meu pensamento aos milhares<br />
de cabo-verdianos que vivem nas barracas das ilhas do<br />
Sal e da Boa Vista, vítimas dos erros que esta nação, de<br />
forma incompreensível, teima em importar e repetir.<br />
Que <strong>2017</strong> seja o ano em que, finalmente, se comece a adoptar<br />
políticas que coloquem o interesse de Cabo Verde e dos<br />
cabo-verdianos em primeiro plano.
5 <strong>TURIMAGAZINE</strong> - MARÇO <strong>2017</strong><br />
DESTAQUE<br />
CABO VERDE<br />
quer potenciar turismo<br />
nas ilhas do Sul<br />
O<br />
turismo cabo-verdiano tem de mostrar ao mundo<br />
que há mais destinos para além das ilhas do Sal e da<br />
Boa Vista, defendeu o vice-presidente da Câmara<br />
de Turismo. Santiago, Maio, Fogo e Brava devem, por isso,<br />
assumir-se como os pontos de interesse em Cabo Verde.<br />
Eugénio Inocêncio defendeu que, num médio prazo, o país<br />
pode vir a receber, por ano, cerca de 4 milhões de turistas.<br />
“Presentemente, o Sal e a Boavista estão a operar na escala<br />
dos milhares, enquanto o Fogo e Santo Antão estão a operar<br />
na escala das centenas e o Maio, nas dezenas”, explica o<br />
vice-presidente da Câmara de Turismo.<br />
Mas, concluído esse processo de transformação, “a que não<br />
é dissociável a requalificação do turismo do Sal e da Boavista”<br />
Cabo Verde pode apontar “num cenário de médio<br />
prazo” a um total de 4 milhões de turistas/ano. “Com a seguinte<br />
repartição: 1 milhão para o conjunto Sal/Boavista. 1<br />
Milhão para o conjunto S. Vicente/Santo Antão/S. Nicolau.<br />
2 Milhões para o conjunto Santiago/Maio/Fogo/Brava”.<br />
Atingir esse valor implica, no entanto, que haja, entre as<br />
ilhas, uma articulação que fará com que “as escalas se cruzem<br />
num intricado harmonioso de objectivos e de oferta<br />
de experiências, que corresponde à chamada unificação do<br />
mercado nacional”. Um mercado que é “constituído por diferentes<br />
experiências e ofertas”.<br />
GOVERNO<br />
apresentou candidatura<br />
de Cabo Verde como<br />
membro executivo da<br />
OMT<br />
Cabo Verde vai candidatar-se a membro executivo da Organização<br />
Mundial de Turismo (OMT), cuja eleição será<br />
realizada no mês de Setembro, no Qatar.<br />
A proposta foi apresentada pelo ministro da Economia e<br />
Emprego, José da Silva Gonçalves, na última reunião do<br />
Conselho de Ministros de Cabo Verde, que decidiu avançar<br />
com esta candidatura.<br />
Esta intenção do executivo cabo-verdiano em avançar com<br />
a iniciativa foi divulgada à imprensa por José da Silva Gonçalves,<br />
à margem do encontro que o seu ministério manteve<br />
com a Câmara de Turismo de Cabo Verde, para dar sequência<br />
ao memorando de entendimento assinado com o<br />
Governo, no decorrer do 7.º Encontro Internacional sobre<br />
o Turismo (EITU), que decorreu na capital cabo-verdiana<br />
em Dezembro. «Esperamos ter o mesmo resultado e sucesso<br />
de quando fomos eleitos membro do conselho executivo<br />
da ICAO durante a assembleia-geral daquela organização<br />
que decorreu em Montreal (Canadá) no passado mês de<br />
Setembro», disse o ministro.<br />
O ministro da Economia e Emprego reuniu-se recentemente<br />
com o secretário-geral da OMT, o jordano Taleb<br />
Rifai, na sede da organização em Madrid (Espanha), onde<br />
prometeu maior envolvimento do arquipélago nas atividades<br />
desta agência especializada das Nações Unidas e a<br />
principal organização internacional no campo do turismo,<br />
destinada à promoção e ao desenvolvimento do sector.
DESTAQUE<br />
<strong>TURIMAGAZINE</strong> - MARÇO <strong>2017</strong> 6<br />
JORGE SPENCER<br />
LIMA<br />
defendeu revisão da<br />
política industrial de<br />
Cabo Verde<br />
O<br />
presidente da Câmara de Comércio, Indústria e<br />
Serviços de Sotavento (CCISS), Jorge Spencer Lima<br />
defendeu na Cidade da Praia, a necessidade de revisão<br />
da política industrial em Cabo Verde, “evitando a concentração<br />
no sector do turismo”.<br />
Jorge Spencer Lima falava, na cidade da Praia, no final do<br />
encontro com a Confederação Cabo-verdiana dos Sindicatos<br />
Livres (CCSL) para debater as eventuais oportunidades<br />
de consensos sobre o ambiente laboral no país.<br />
“Cabo Verde não pode continuar eternamente na base de<br />
uma monocultura do turismo”, disse.<br />
O presidente da CCISS sublinhou que é importante que se<br />
consolide o sector do turismo, mas também é preciso que<br />
se reposicione em relação as outras áreas.<br />
“Ultimamente só se fala do turismo. Temos de contrabalançar<br />
para que um dia não fiquemos indefesos. A monocultura<br />
do turismo é um perigo e já vimos exemplos de<br />
outras paragens”, alertou.<br />
Destacando a importância da industrialização do país, Jorge<br />
Spencer Lima disse que há já alguma sensibilidade da<br />
parte do Governo nesse sentido e que já começou as negociações<br />
com o executivo no sentido da revisão da política<br />
industrial, visando investir e incentivar a criação de novas<br />
indústrias e a consolidação das existentes.<br />
Inforpress<br />
GOVERNO<br />
anunciou medidas<br />
concretas para<br />
desenvolver o turismo<br />
rural e de natureza<br />
O<br />
Governo vai criar uma legislação apropriada, atribuir<br />
benefícios e incentivos e dar utilidade turística<br />
às pequenas estruturas. A garantia foi dada pelo<br />
Ministro da Economia e Emprego, José Gonçalves, que<br />
falava durante a abertura da mesa redonda sobre turismo<br />
rural e de natureza em Santo Antão.<br />
Segundo o governante essa legislação é uma das “medidas<br />
concretas” que o Governo pretende tomar para desenvolver<br />
o turismo rural e de natureza. De acordo com a sua<br />
intervenção, José Gonçalves dá o exemplo de Santo Antão,<br />
onde há pequenas estruturas, aquém do patamar mínimo<br />
exigido para a utilidade turística.<br />
Pretende-se criar um referencial legislativo e regulamentar,<br />
para permitir a entrada de pequenos operadores, desde que<br />
reúnem as condições mínimas exigidas. Portanto, acrescentou<br />
o Ministro da Economia, que a lei orçamental de<br />
<strong>2017</strong> dá grande primazia às pequenas e médias empresas.<br />
E afirmou que o turismo não tem merecido, na sua óptica,<br />
a atenção e o respeito que lhe cabe, entretanto anunciou a<br />
criação do instituto do turismo, que englobaria a inspecção-geral<br />
dos jogos, para melhor desenvolver o sector.<br />
As autarquias de Santo Antão posicionam-se como parceiras<br />
do Estado na realização do evento e realçaram a importância<br />
do certame para a definição de estratégias para<br />
estimular essa vertente do turismo na ilha das montanhas.<br />
E segundo o presidente da Câmara Municipal da Ribeira<br />
Grande, Orlando Delgado, o diagnóstico já está feito e agora<br />
são necessárias ações concretas.
7 <strong>TURIMAGAZINE</strong> - MARÇO <strong>2017</strong><br />
DESTAQUE<br />
INE<br />
Cabo Verde recebeu mais<br />
de 644 mil turistas em<br />
2016<br />
Segundo os dados das Estatísticas de Turismo, Cabo<br />
Verde recebeu mais de 644 mil turistas em 2016, número<br />
que representa um acréscimo de 13,2% face ao<br />
contabilizado um ano antes, relativas ao quarto trimestre e<br />
ao ano de 2016 divulgadas pelo Instituto Nacional de Estatística<br />
(INE).<br />
O número de dormidas registadas nos estabelecimentos<br />
hoteleiros ao longo do ano atingiram 4,09 milhões, mais<br />
10,3% do que em 2015, informou ainda o INE, que acrescentou<br />
terem sido os turistas do Reino Unido aqueles que<br />
permaneceram mais tempo no arquipélago, com uma estadia<br />
média de 9,1 noites.<br />
A ilha do Sal foi a mais procurada pelos turistas, representando<br />
cerca de 45,6% das entradas nos estabelecimentos<br />
hoteleiros, seguindo-se a da Boavista, com 31,6%.<br />
O Reino Unido (20,5%) foi o principal país emissor de<br />
turistas, seguindo-se a Alemanha com 11,1%, Portugal e<br />
França em situação de igualdade com 10,1%.<br />
Os hotéis foram os estabelecimentos hoteleiros com maior<br />
taxa de ocupação – com 64% – seguindo-se os aldeamentos<br />
turísticos e as pousadas com 36% e 24%, respectivamente.<br />
No quarto trimestre de 2016 Cabo Verde recebeu 182,7 mil<br />
turistas, mais 13,9% em termos homólogos, que deram origem<br />
a mais de 1,1 milhões de dormidas, com uma estadia<br />
média de 6 noites.<br />
PAICV<br />
chamou a si louros pelo<br />
aumento de hóspedes em<br />
Cabo Verde<br />
O<br />
Partido Africano para Independência de Cabo Verde<br />
(PAICV) considerou que os resultados positivos<br />
alcançados no sector do turismo “são resultados da<br />
política e da estratégia adoptadas pelo anterior governo”,<br />
sustentado pelo partido. A força política reagiu recentemente<br />
na cidade da Praia, aos últimos números do INE.<br />
O secretário-geral do PAICV, Julião Varela comentou o<br />
mais recente relatório do Instituto Nacional de Estatísticas<br />
(INE), que destaca que o sector da hotelaria recebeu, em<br />
2016, mais de 644 mil hóspedes, um aumento de 13,2% em<br />
relação a 2015.<br />
“Efectivamente, os números não surgiram de geração espontânea”,<br />
disse.<br />
O partido justifica o crescimento do número de hóspedes<br />
com medidas de promoção de investimento no país que,<br />
acrescenta, vieram reconfirmar as apostas “certeiras” no<br />
sector.<br />
“Os números revelados pelo INE são, na sua essência,<br />
resultado de uma visão clara e estratégica de desenvolvimento<br />
e de muitos anos de trabalho protagonizado pelos<br />
cabo-verdianos, sob a liderança dos governos do PAICV”,<br />
afirmou.<br />
Segundo Julião Varela, o PAICV congratula-se com o facto<br />
de Cabo Verde ser conhecido como um dos principais destinos<br />
turísticos mundiais e “orgulha-se de, enquanto governo,<br />
ter assumido como um dos objectivos estratégicos<br />
colocar o País no mapa turístico mundial”.<br />
Inforpress
DESTAQUE<br />
<strong>TURIMAGAZINE</strong> - MARÇO <strong>2017</strong> 8<br />
PROJETOS MACAROFOOD<br />
E MARISCOMAC<br />
preparam livros de receitas cabo-verdianas de peixe<br />
e marisco<br />
Na Cidade da Praia, foram apresentados no dia 30 de<br />
Março os projetos Macarofood e Mariscomac que<br />
estão a preparar dois livros de receitas tradicionais<br />
e criativas de pratos cabo-verdianos de peixes e mariscos<br />
com o objectivo de valorizar a gastronomia nacional.<br />
Estes dois projetos de desenvolvimento de condições técnico-científicas,<br />
formação, transferência de tecnologia e<br />
conhecimento, apontam para o fomento, a exploração e<br />
comercialização sustentável de mariscos na Macaronésia,<br />
no âmbito da cooperação territorial com os países da Macaronésia<br />
(MAC – 2014-2020) da União Europeia (UE).<br />
Em termos de produtos finais, José António Gonzalez<br />
adiantou que os projectos vão deixar dois grandes livros de<br />
receitas da cozinha cabo-verdiana.<br />
“O Macarofood e Mariscomac são dois projectos do apoio<br />
do reforço das Pequenas e Médias Empresas (PME) da fileira<br />
das pescas e estão orçados em cerca de 121 milhões<br />
de escudos. Desse valor 60 por cento vai ser investido em<br />
cabo Verde.<br />
O primeiro projeto vai centralizar-se nas receitas criativas<br />
e inovadoras. Cozinha mais de vanguarda e mais de difusão<br />
e o segundo vai se centrar nas receitas tradicionais de<br />
Cabo Verde. Ambos os projetos serão editados em livros,<br />
em formato digital e papel, além do modo de preparo, vão<br />
apresentar um bloco técnico de valorização das matérias<br />
-primas, do valor nutricional e as informações de sustentabilidade<br />
das espécies.<br />
Os projectos contam com as parcerias do Instituto Nacional<br />
de Desenvolvimento das Pescas (INDP), da Universidade<br />
de Cabo Verde (Uni-CV), da Agência para o Desenvolvimento<br />
Empresarial e Inovação (ADEI) e da Escola de<br />
Hotelaria e Turismo de Cabo Verde e estão enquadrados<br />
no programa de cooperação territorial MAC 2014-2020 da<br />
UE, com a duração de três de anos, que deverão estar concluídos<br />
em 2019.<br />
Diretor: Carlos Miranda – Editor: Carlos Morgado - Publicidade: Sara Cristina<br />
Administração, Publicidade e assinaturas: Av. de S. Vicente – 7002 Praia – Cabo Verde<br />
Produção Gráfica: HostKriolo - Telefone. 9119177 – 2629020<br />
Email: cmorgado@turimagazine.com - carlos@hostkriolo.cv<br />
Revista Mensal com distribuição Digital - Propriedade: HostKriolo
9 <strong>TURIMAGAZINE</strong> - MARÇO <strong>2017</strong><br />
HOTELARIA<br />
A OFERTA TURISTÍCA<br />
de Cabo Verde de 1999 a 2015<br />
De acordo com o Instituto de estatística de Cabo Verde de<br />
1999 a 2015 houve uma grande evolução nos estabelecimentos<br />
hoteleiros e na sua capacidade de alojamento.<br />
De 79 unidades hoteleiras em 1999, o país possui hoje quase<br />
o triplo do que existia em 1999. Portanto a oferta turística<br />
aumentou quer na capacidade de alojamento, como na<br />
capacidade de atendimento ao serviço hoteleiro. Os números<br />
dos quartos duplicaram em 2015 para 10.626 e 18.055<br />
para o número de camas.<br />
O pessoal de serviço em 1999 era de 1.561 e em 2015 passou<br />
para 4.081 e a estadia média dos hóspedes passou de<br />
4.4 para 6.3. Cada ano surgem novos investimentos estrangeiros<br />
nas ilhas da Boa Vista e Sal.<br />
Cabo Verde em 2015 recebeu 569.387 turistas. Portanto<br />
cada vez mais o governo deve investir no turismo e deve<br />
possibilitar a entrada de investimentos estrangeiro, sem<br />
burocracias e como também devem incentivar os empresários<br />
nacionais em investir no turismo interno.<br />
Segundo dados do INE, até 2005, as grandes unidades<br />
hoteleiras resultaram-se de investimentos estrangeiro, de<br />
capitais italianos e portugueses, espanhóis e canarinos. Só<br />
em 2006 surgiram os capitais britânicos, em parceria com<br />
empresários cabo-verdianos com a finalidade de construção<br />
de resorts de luxo. Mas nem tudo foram mar de rosas,<br />
dado que muitos desses empreendimentos que deviam<br />
estar operacionais em 2010, a maioria, não chegou a ser<br />
concluídos derivado de vários factores, tais como a especulação<br />
a crise mundial de 2008.<br />
Em 2011/2012 houve o retorno a normalidade de investimento<br />
por parte dos investidores britânicos que gradualmente<br />
foram surgindo,tais como as marcas Hilton e Meliã<br />
e o Grupo Riu. Todo este investimento hoteleiro acentuou<br />
nas ilhas da Boa Vista e Sal.<br />
Os pequenos empresários cabo-verdianos investiam nos<br />
estabelecimentos de pequeno porte com 20 a 30 quartos,<br />
oferecendo a morabeza dessas ilhas plantado no oceano<br />
atlântico, dando o conhecimento e tradições com vantagem<br />
para a economia local. Esses pequenos empresários<br />
cabo-verdianos, apostaram-se na restauração, artesanato e<br />
na animação cultural.<br />
Chegou o momento de o Governo alargar a sua visão do<br />
turismo selectivo, gerador de rendimentos em sintonia<br />
com o meio ambiente. Exige-se uma boa qualificação dos<br />
agentes turísticos e hoteleiros e a formação hoteleira deve<br />
ser alargada a todas as ilhas criando competências necessárias<br />
para um turismo de qualidade e de excelência.<br />
PRIMEIRO-MINISTRO<br />
considerou o emprendimento KK importante para o<br />
país<br />
particular, porque está orientado para um segmento do turismo<br />
muito específico e importante, porque o pais precisa<br />
deste tipo de oferta que ira permitir que a cidade seja apetrechada,<br />
por hotéis de cinco estrelas ou centros de conferências<br />
e de convenções.<br />
No final da cerimónia da apresentação pública do<br />
projecto do empreendimento turístico KK, Ulisses<br />
Correia e Silva disse que este emprendimento<br />
representa muito para Cabo Verde e cidade da Praia, em<br />
O empreendimento KK Hotelaria & Turismo e gerido por<br />
Eurostar Hotels, do grupo Hotusa, será construído na zona<br />
marginal de Quebra Canela, na cidade da Praia, e irá combinar<br />
hotelaria, comércio, habitação e deverá ser executado<br />
num prazo de 36 meses, com terá duas torres, uma com<br />
um Busines Hotel de cinco estrelas e outra com apartamentos<br />
para fins turísticos. A sua construção está prevista<br />
para Novembro de <strong>2017</strong>.
HOTELARIA<br />
<strong>TURIMAGAZINE</strong> - MARÇO <strong>2017</strong> 10<br />
GRUPO RIU<br />
anunciou a construção do<br />
quinto hotel<br />
Depois de onze anos de ascenção hoteleira em Cabo,<br />
o Grupo Riu anunciou recentemente a construçãodo<br />
quinto hotel no pais, na ilha da Boa Vista, a partir<br />
deste ano, orçado em 80 milhões de euros. Para além<br />
deste investimento, gastou cerca de 37 milhões de euros na<br />
remodelação dos seus resorts na ilha do Sal.<br />
O grupo está sólido em Cabo Verde e cada vez mais está a<br />
provar a sua permanência, porque acredita em Cabo Verde<br />
como destino turístico de qualidade.<br />
O Grupo Riu apostou no país por causa desses factores e<br />
aposta na inovação ano após ano na melhor oferta possível,<br />
com mais quartos, bares, restaurantes gourmet construidos<br />
de raiz, mais infraestruturas de lazer, piscinas climatizadas,<br />
ampliação do espaço infantil, um spa completamente renovado<br />
que inclui banhos turcos, serviço de massagens,<br />
jacuzzi, todos concebidos para atrair um público quer estrangeiro<br />
ou nacional mais selecto e exigente.<br />
É notório que o sector do turismo em Cabo Verde está<br />
a tornar-se cada vez mais competitivo e os hóspedes são<br />
mais exigentes e a intenção do Grupo Riu e de ultrapassar<br />
as expectativas dos clientes, tentando cada dia fazer melhor,<br />
ter presente os erros cometidos e possibilitar a melhor<br />
correção, tornando o destino turístico cabo-verdiano mais<br />
apetecível.<br />
De facto, Cabo Verde é um país que os investidores estrangeiros<br />
podem investir porque há garantia da estabilidade<br />
governativa, clima excepcional e a simpatia do povo caboverdiano.<br />
O grupo Riu detém neste momento quatro hotéis em Cabo<br />
Verde. Na ilha da Boa Vista, o hotel Riu Touareg que foi<br />
remodelado e agora oferece mais 300 quartos. Para além<br />
desta unidade, na Ilha das dunas existe também o Karamboa,<br />
e o Palace Cabo Verde e o Club Funaná, na ilha do<br />
Sal. O quinto hotel chamar-se-á o Riu Palace Cabo Verde,<br />
na Ilha das Dunas.
11 <strong>TURIMAGAZINE</strong> - MARÇO <strong>2017</strong><br />
HOTELARIA<br />
GRUPO CHINÊS<br />
investe na Boa Vista<br />
PRIMEIRO CASINO<br />
em Cabo Verde<br />
O<br />
primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, testemunhou<br />
no dia 16 de Março, na ilha do Sal, a inauguração<br />
do primeiro casino do país, denominado<br />
Royal Casino, instalado no Holtel Hilton, na Avenida dos<br />
Hotéis, na cidade turística de Santa Maria.<br />
A<br />
Bucan Construções e Imobiliária, vai iniciar a construção<br />
de um empreendimento hoteleiro em Lacacão<br />
- dentro da Zona de Desenvolvimento Turístico<br />
Integrado (ZDTI) de Santa Mónica este projecto poderá<br />
abrir as portas de Cabo Verde e da ilha da Boa Vista para<br />
mais intervenções desse importante grupo chinês, bem<br />
como de outros investidores.<br />
O grupo Bucan e a Cabo Verde Management assinaram<br />
um contrato de construção com a China National Complete<br />
Plant Import & Export Corporation para a edificação<br />
deste empreendimento, que terá 1150 quartos e será gerido<br />
pela cadeia hoteleira espanhola Barceló Hotels & Resorts<br />
e estima-se um investimento na ordem de 122 milhões de<br />
euros.<br />
Aberto ao público desde Dezembro de 2016, o Royal Casino,<br />
cujo valor de investimento é de cinco milhões de euros,<br />
mas com um projecto global envolveu cerca de 66 milhões<br />
de euros, emprega mais de 80 pessoas, na sua maioria cabo-verdianas<br />
que receberam formação na área dos jogos<br />
do azar ou da fortuna.<br />
O início da primeira fase do projecto está agendado para<br />
Abril de <strong>2017</strong> e durará cerca de 24 meses. O lote de terreno<br />
(urbanização Lacacão) de 700 hectares foi disponibilizado<br />
em parceria com a Sociedade Turístico Integrado de Boa<br />
Vista e Maio ao consórcio chinês em 2008.<br />
Segundo o documento “Convenção de Estabelecimento”, o<br />
projecto implica um investimento orçado em 600 milhões<br />
de euros, prevendo-se a aplicação de 40 milhões de euros<br />
em infra-estruturas básicas, para além de investimentos<br />
em produção e distribuição de energia e água, recolha e<br />
tratamento de águas residuais e construção de estradas na<br />
Boa Vista. E durante o seu funcionamento a “Urbanização<br />
Lacacão”, empregará cerca de 22.500 pessoas, entre empregos<br />
directos e indirectos.<br />
Dado a envergadura deste investimento, o Estado de Cabo<br />
Verde decidiu atribuir todos os incentivos previstos na legislação<br />
nacional. Em permuta, o investidor comprometeu-se<br />
a construir vias de acesso, arruamentos, redes colectivas<br />
de água, saneamento básico, tratamento de águas<br />
residuais, entre outras obras.<br />
O contrato assinado em 2013, no Sal, com o governo do<br />
PAICV na pessoa do então Ministro de Economia Humberto<br />
Brito e o representante da Royal Casino, Jacques Monier,<br />
permitiu a esta empresa à exploração de jogos por um<br />
período de 25 anos em Cabo Verde, sendo sete em regime<br />
de exclusividade.<br />
Estiveram presentes na inauguração, entre outras personalidades,<br />
a presidente do PAICV, Janira Hopffer Almada.
HOTELARIA<br />
LLANA BEACH HOTEL<br />
Uma pérola na Ilha do Sal<br />
<strong>TURIMAGAZINE</strong> - MARÇO <strong>2017</strong> 12<br />
Nasceu recentemente na ilha do Sal, Cabo Verde o<br />
terceiro projeto de desenvolvimento na Ilha do Sal<br />
do The Resort Group PLC (TRG), o Llana Beach<br />
Hotel que conta com 601 suites de uma beleza, graciosidade<br />
deslumbrante e muita sofisticação nas suas linhas que<br />
orientaram a construção das suites, umas com vista para<br />
o mar e outras para com a passagem direta para a piscina.<br />
Este empreendimento turístico e hoteleiro<br />
situa-se nas areias brancas da ZDTI do Algodoeiro,<br />
oferecendo felicidade total e relax.<br />
Os hóspedes podem optar por ficar em um dos dois<br />
hotéis exclusivos para adultos, Sensimar Cabo Verde,<br />
operado pela TUI, ou no MÉLIA Llana Beach Hotel.<br />
de euros no Bikini Beach. Estes dois empreendimentos turísticos<br />
têm a capacidade de acolher 43.873 turistas por ano.<br />
Têm uma área ocupacional de 75 mil metros quadrados. Com<br />
sete piscinas, discotecas, sportbar, cinco restaurantes, ginásio,<br />
cibercafé, pavilhão de casamento, salas de reuniões, desportos<br />
náuticos, sala para teatro, e os demais equipamentos.<br />
The Resort Group PLC é atualmente, o maior investidor<br />
do turismo imobiliário em Cabo Verde.<br />
O grupo tem sede em Gibraltar e escritórios de representação<br />
no Reino Unido e em Cabo Verde.<br />
Estas duas unidades hoteleiras oferecem uma gama impressionante<br />
de suites de hotel, piscinas tropicais e spa. O<br />
serviço é eficiente, discreto e de uma simpatia imbatível,<br />
os restaurantes são elegantes e as instalações requintadas,<br />
inspiradas no design sofisticado e minimalista nórdico,<br />
tendo como fundo um cenário de praias e jardins tropicais.<br />
Nasceu o sonho do visionário CEO e fundador<br />
do Resort Group, PLC, Rob Jarrett, o homem<br />
que acreditou em Cabo Verde e reafirmou o compromisso<br />
de investir 1,5 milhões de euros no país.<br />
A empresa do Rob Jarrett investiu neste projecto 70 milhões<br />
de euros no desenvolvimento dos dois hotéis e mais 3 milhões
13 <strong>TURIMAGAZINE</strong> - MARÇO <strong>2017</strong><br />
HOTELARIA<br />
MAIO VERDE GUEST HOUSE<br />
Um novo conceito de turismo na Ilha do Maio<br />
Antes de vos apresentar Maio Verde Guest House,<br />
um conceito de turismo de relaxe na Ilha do Maio,<br />
não podemos deixar de descrever este paraíso tropical<br />
plantado em pleno oceano atlântico a poucas horas<br />
de europa, apelidada de Ilha de tranquilidade, onde reina a<br />
calma, a hospitalidade e a bondade do seu povo.<br />
De resto o país Cabo Verde oferece um clima de tipo tropical,<br />
fresco e seco e o sol presente todo o ano. A temperatura<br />
do mar oscila entre o 23º graus no inverno e 26º grau<br />
no verão. A praia da Ilha de Maio, de várias dezenas de<br />
quilómetros, todos de areia branca e todas absolutamente<br />
desertas, o turismo nesta ilha ainda é virgem porque foi<br />
esquecido no tempo em detrimento das praias das Ilhas de<br />
Boavista e Sal.<br />
A capital da Ilha do Maio, é a cidade do Porto Inglês com a<br />
sua famosa igreja do século XIX, o Forte de São José desenvolvido<br />
para combater os ataques dos piratas ou as Salinas,<br />
famosa desde o século XVI. Atualmente a Ilha conta com<br />
pouco mais de 7.000 habitantes, na sua maioria pescadores<br />
e agricultores.
HOTELARIA<br />
<strong>TURIMAGAZINE</strong> - MARÇO <strong>2017</strong> 14<br />
Se quiser conhecer a ilha do Maio ou desfrutar das suas<br />
férias ou ainda ter um fim-de-semana de relax, Maio Verde<br />
Guest House, proporciona-lhe uma estadia deslumbrante<br />
para qualquer das alternativas que pretender.<br />
O empreendimento turístico Maio Verde Guest House, tem<br />
6 quartos mobilados, 1 sala de repouso equipada, 1 lounge,<br />
1 cozinha equipada, vários terraços. O visitante pode desfrutar<br />
o pequeno-almoço servido no terraço. Tem serviço<br />
Maio Verde Guest House, é uma bonita propriedade de 300<br />
m2, situada sobre uma falésia, com uma vista panorâmica<br />
sobre o oceano atlântico, onde poderá contemplar toda esta<br />
magnitude oceânica a partir da piscina de beiral infinito.<br />
A casa oferece quartos equipados, todos com vista para<br />
o mar e um terraço privado. Tudo isso permite que tenha<br />
momentos inesquecíveis de convívios e de bem-estar<br />
acompanhado da melodia marinha das ondas. No rés-dochão<br />
pode contemplar a partir de um grande terraço e de<br />
um grande salão uma vista de 360º sobre a vila e o mar.<br />
de lavandaria e serviço de atendimento 24 horas. Ainda<br />
podemos encontrar nesta unidade hoteleira camas individuais,<br />
camas de casal grandes, redes em todas as janelas,<br />
frigorífico, congelador, máquina de café, churrasqueira,<br />
forno, placas térmicas, microondas, vários sofás (interior,<br />
exterior), TV HD de ecrã plano com leitor de DVD, hi-fi,<br />
Wifi privado e equipamento de desporto.<br />
A casa é para não fumadores. Os animais de estimação<br />
são proibidos e não é aconselhável a hospedagem e não é<br />
adequada para crianças com idade inferior por causa da
15 <strong>TURIMAGAZINE</strong> - MARÇO <strong>2017</strong><br />
HOTELARIA<br />
piscina.<br />
Maio Verde Guest House, por se situar na Ilha do Maio, é<br />
um lugar de calmaria e serenidade que permitirá que recarregue<br />
as suas baterias depois de uma semana de stress<br />
laboral.<br />
Restauração<br />
CERTIFICAÇÃO<br />
de produtos<br />
agro-alimentares<br />
A<br />
Incubadora de Agronegócios de Santo Antão<br />
(IASA) promoveu na Ribeira Grande, uma formação<br />
de cinco dias, em "certificação de produtos<br />
agro-alimentares – grogue", destinada a empreendedores,<br />
agricultores/produtores e micro e pequenos empresários.<br />
A ideia é capacitar, pelo menos, 30 empreendedores/produtores,<br />
micro e pequenos empresários e seus funcionários,<br />
de toda Ilha de Santo Antão, sobre o processo de<br />
certificação de produtos agro-alimentares, com enfoque<br />
específico no grogue, e “dissipar todas as dúvidas quanto a<br />
lei, os requisitos, entre outros”.<br />
Trata-se de uma actividade que se enquadra no âmbito<br />
do Programa Academia MPME, criada pela ADEI, com<br />
o objectivo de “reforçar a capacidade empreendedora e as<br />
competências técnicas e de gestão das micros, pequenas e<br />
medias empresas”, mediante a realização de acções de formação.<br />
A realização desta formação surge da constatação de que<br />
“a aguardente de cana-de-açúcar é uma das bebidas alcoólicas<br />
mais populares em Cabo Verde” e, embora o seu consumo<br />
tenha sido cada vez mais frequente e precoce no seio<br />
da população, “grande parte dos consumidores possuem<br />
ainda pouca informação sobre as suas características”.<br />
“Em Cabo Verde são notórias as consequências nefastas do<br />
uso abusivo da aguardente de cana-de-açúcar, devido ao<br />
seu fácil acesso e preço baixo, entre os consumidores” diz<br />
a nota explicativa do projecto, a que a Inforpress teve acesso,<br />
destacando “a dependência química, que compromete<br />
o normal funcionamento do sistema nervoso e funções<br />
cognitivas”.<br />
Foi por isso, adianta o documento, que este assunto foi colocado<br />
“na linha da frente das preocupações das autoridades<br />
competentes, que desenvolveram legislação específica”<br />
para “estabelecer os requisitos segundo os quais se deve<br />
produzir a aguardente de cana-de-açúcar” como forma de<br />
“diminuir riscos para a saúde derivados do seu consumo e<br />
alcançar a segurança sanitária do produto”.<br />
Maio Verde Guest House, é o local ideal para passar a<br />
passagem de ano de forma diferente com os amigos mais<br />
chegados ou a família, porque proporciona o bem estar e a<br />
calmaria do mar e uma paisagem fantástica.
TRANSPORTES<br />
<strong>TURIMAGAZINE</strong> - MARÇO <strong>2017</strong> 16<br />
CABO VERDE E ESPANHA<br />
em parceria nos transportes aéreos e marítimos<br />
Cabo Verde e Espanha assinaram recentemente parcerias<br />
nos transportes aéreos e marítimos, com vista<br />
a melhoria dos portos e aeroportos do país, nomeadamente<br />
nas vertentes de planificação, certificação, supervisão,<br />
manutenção e exploração dessas infra-estruturas, e<br />
ainda na regulação e gestão do sector, bem como a promoção<br />
do tráfego de cruzeiros.<br />
Para o efeito esteve recentemente em Madrid/Espanha, o<br />
Ministro da Economia e do Emprego, José Gonçalves, que<br />
representou também Cabo Verde, como país observador<br />
na XX Conferência Ibero Americana de Ministros e Empresários<br />
de Turismo.<br />
ATLANTUR<br />
leva turismo de montanha à feira de especialidade<br />
A<br />
feira de turismo de natureza e de caminhada foi realizada<br />
no mês de Março em França. A Atlantur,<br />
agência de Viagens e Turismo do Porto Novo, Santo<br />
Antão, promoveu o turismo de Montanha neste evento. Os<br />
custos da participação, orçado em mais de seis mil euros,<br />
um custo elevado mas que valeu a pena, segundo a gerente<br />
da agência, Sandra Pereira, que sublinhou a importância<br />
de mostrar que em Santo Antão, no Fogo, São Nicolau e<br />
Brava, existem agências de viagens que podem promover e<br />
realizar este tipo de atividades.<br />
Essas ilhas têm a capacidade, através das suas agências de<br />
viagens de organizar circuitos que podem ser vendidos aos<br />
operadores estrangeiros, que por sua vez podem vender a<br />
oferta turística de Santo Antão nesta vertente do turismo.<br />
Esta iniciativa de participar no evento feira do turismo de<br />
natureza e de caminhada, foi da Agência Atlantur com as<br />
parcerias da Cabetur, do Fogo e as agências do grupo Terra<br />
Sab.
17<br />
<strong>TURIMAGAZINE</strong> - MARÇO <strong>2017</strong><br />
TRANSPORTES<br />
Aviação<br />
TAP<br />
anunciou novos destinos<br />
e frequência para verão de<br />
<strong>2017</strong><br />
A<br />
Transportadora Aérea Portuguesa (TAP) acabou de<br />
anunciar novos destinos e frequência da sua rede<br />
de aeronaves para o período de verão, que decorre<br />
de 26 de Março a 28 de Outubro deste ano, abrangendo não<br />
só Cabo Verde, como também Portugal, África e Américas.<br />
Em comunicado, a TAP Portugal informou que, entre as<br />
novidades agora introduzidas face ao verão de <strong>2017</strong>, destacam-se<br />
o aumento da operação para Cabo Verde (Sal, São<br />
Vicente, Santiago e Boavista), com mais voos para cada um<br />
dos destinos - 18 semanais entre 26 de Março e 30 de Maio<br />
e de 31 de Maio a 27 de Setembro, outros 22 voos semanais<br />
que decorrem de 28 Setembro a 28 de Outubro deste ano.<br />
Além destes, estão programadas outras ligações imediatas<br />
para outros continentes, passando a ter 48 voos para Europa,<br />
9 internos (Portugal), 17 para África, 4 para EUA, 10<br />
para Brasil, 1 para Venezuela e 1 para Canadá<br />
O documento faz saber que, entre Junho e Julho, a TAP<br />
Portugal vai também disponibilizar mais 9 destinos com ligações<br />
à Cabo Verde via Lisboa para Las Palmas, Budapest,<br />
Colónia e Abidjan.<br />
ASemana<br />
OS TRANSPORTES AÉREOS<br />
estão muito melhores do que há 11 meses<br />
Segundo o ministro da<br />
Economia, José Gonçalves,<br />
os transportes<br />
aéreos estão “muito melhores”<br />
do que há onze meses<br />
e que o navio Praia d’Aguada<br />
retomará, em Abril, as<br />
suas viagens pelos mares de<br />
Cabo Verde.<br />
O governante fez estas revelações<br />
durante a interpelação<br />
ao Governo sobre a política<br />
de transportes no país,<br />
agendada a pedido do grupo<br />
parlamentar do Partido<br />
Africano da Independência<br />
de Cabo Verde (PAICV).<br />
José Gonçalves, anunciou<br />
ainda, que até finais de<br />
Maio o catamaran Crioula<br />
voltará a fazer ligações inter<br />
-ilhas, depois de uma “grande<br />
reparação” nos estaleiros<br />
navais de São Vicente.<br />
Quanto à viagem de reinauguração<br />
do Praia d’Aguada,<br />
o ministro disse que vai ser<br />
na linha marítima São Vicente<br />
e São Nicolau e que<br />
ele próprio fará parte da lista<br />
dos passageiros.<br />
Relativamente aos transportes<br />
aéreos, anunciou que<br />
está em curso um “plano de<br />
emergência” para a recuperação<br />
da companhia aérea<br />
de bandeira, a TACV-CA-<br />
BO VERDE AIRLINES e<br />
que vem sendo implementado<br />
com “bons resultados<br />
desde Julho de 2016”.<br />
Garantiu que a actual direcção<br />
dos TACV já reduziu o<br />
défice operacional em “mais<br />
de 40 por cento”, e que comparativamente<br />
a 2015, em<br />
2016 a transportadora aérea<br />
nacional registou um “crescimento<br />
global” do número<br />
de passageiros em “quase 25<br />
mil”, o que representa um<br />
“aumento de 4 por cento do<br />
volume de tráfego de passageiros”.<br />
Os gastos globais no exercício,<br />
de acordo com o ministro,<br />
registaram uma redução<br />
em cerca de 25 por<br />
cento, assim como o défice<br />
operacional em “mais de 40<br />
por cento”.<br />
Comunicou à plenária que<br />
está em curso uma “negociação<br />
prolongada” com<br />
um parceiro de Cabo Verde<br />
para assegurar um Boeing-737,<br />
em condições comerciais<br />
“muito favoráveis”<br />
e que o aparelho poderá integrar<br />
a frota dos TACV no<br />
“mês de Julho próximo”.<br />
Para José Gonçalves, a anterior<br />
gestão da transportadora<br />
aérea nacional foi um<br />
“verdadeiro desastre”.<br />
O ministro da Economia informou<br />
aos deputados que<br />
o país já dispõe do sistema<br />
de navegação por satélite, o<br />
qual vai resolver o problema<br />
de navegação aérea nos<br />
aeroportos de São Vicente e<br />
Boa Vista durante o período<br />
de bruma seca.<br />
Inforpress
TRANSPORTES<br />
<strong>TURIMAGAZINE</strong> - MARÇO <strong>2017</strong> 18<br />
Aviação<br />
MOVIMENTO<br />
de passageiros nos aeroportos de Cabo Verde cresceu<br />
Os aeroportos de Cabo Verde registaram em 2016 um<br />
crescimento de 11,5 por cento no número de passageiros<br />
e de 9,1 por cento no movimento de aviões<br />
relativamente ao ano anterior, segundo dados da ASA.<br />
Segundo o boletim estatístico da ASA - Aeroportos e Segurança<br />
Aérea, empresa de gestão aérea, durante o ano de<br />
2016 passaram pelos aeroportos de Cabo Verde um total<br />
de 2.215.892 passageiros, refletindo um crescimento de<br />
11,5%, em relação ao ano anterior.<br />
cento, no mesmo período, o que a ASA justifica "em grande<br />
parte com as obras de remodelação" que está a sofrer.<br />
No mesmo período, a ASA registou um total de 30.209<br />
movimentos de aeronaves, mais 2.519 do que no mesmo<br />
período do ano anterior, o que representa um crescimento<br />
de 9,1% no número de voos que passaram por Cabo Verde.<br />
O aumento de passageiros verificou-se nos sete aeroportos<br />
cabo-verdianos, tendo o aeroporto internacional Amílcar<br />
Cabral, na ilha do Sal, o mais movimentado do país, registado<br />
um aumento de mais de 22% de passageiros internacionais.<br />
Em segundo lugar ficou o aeroporto internacional Aristides<br />
Pereira, na ilha da Boavista, que registou um aumento<br />
de 9,5%, sobretudo passageiros vindos das principais cidades<br />
europeias emissoras de turistas para Cabo Verde.<br />
A Thomson Fly, Tap Air Portugal e Tui Fly Netherlands foram<br />
as operadoras que mais contribuíram para o aumento<br />
de passageiros nos aeroportos de Cabo Verde.<br />
O aeroporto internacional Nelson Mandela, na capital cabo-verdiana,<br />
registou, por seu lado, um decréscimo no número<br />
de passageiros internacionais na ordem dos 4,1 por<br />
O crescimento dos movimentos de aeronaves registouse<br />
tanto a nível nacional (+6,8%), como internacional<br />
(+11,7%), quando comparado com igual período de 2015.<br />
O aeroporto internacional Amílcar Cabral, na ilha do Sal, é<br />
o que detém o maior peso nos movimentos internacionais<br />
(53%), enquanto o aeroporto internacional Nelson Mandela,<br />
na cidade da Praia, ilha de Santiago, tem o maior peso<br />
nos voos domésticos (35%).<br />
Em termos do número de voos, os aeroportos do Sal, Boavista<br />
e cidade da Praia registaram aumentos a nível internacional<br />
de 18,6%, 10,3% e 1,2%, respetivamente.<br />
A nível interno, as variações mais positivas no número<br />
de aeronaves registaram-se nos aeroportos internacionais<br />
Nelson Mandela, na cidade da Praia, e Cesária Évora, na<br />
ilha de São Vicente, e no aeroporto de São Nicolau, com<br />
aumentos de 14,8%, 12,3% e 22,8%, respetivamente.<br />
Os aeroportos internacionais Amílcar Cabral, no Sal, e<br />
Aristides Pereira, na Boavista, e o aeroporto do Fogo viram<br />
o movimento doméstico de aeronaves decair 1,0%, 0,1% e<br />
11,1% respetivamente.<br />
O volume de carga transportada pelos aeroportos de Cabo<br />
Verde em 2016 caiu em média 3,3 por cento, penalizada<br />
pela quebra de 17,2% registada no transporte de carga a<br />
nível interno, verificada em todos os aeroportos nacionais.<br />
Notícias ao minuto
19<br />
<strong>TURIMAGAZINE</strong> - MARÇO <strong>2017</strong><br />
TRANSPORTES<br />
Aviação<br />
TRANSPORTADORAS<br />
aéreas multadas pela<br />
Comissão Europeia<br />
A<br />
Comissão Europeia confirmou em meados de Março,<br />
a decisão tomada em 2010 de multar em 776<br />
milhões de euros 11 transportadoras aéreas de carga<br />
por cartelização de preços. A decisão inicial, de novembro<br />
de 2010, tinha sido anulada em dezembro de 2015 pelo<br />
Tribunal de Justiça da União Europeia por um erro processual,<br />
entretanto corrigido.<br />
Das 11 transportadoras multadas – Air Canada, Air France<br />
-KLM, British Airways, Cargolux, Cathay Pacific Airways,<br />
Japan Airlines, LAN Chile, Martinair, Qantas, SAS e Singapore<br />
Airlines — a francesa recebeu a fatia mais pesada (182<br />
milhões de euros), seguindo-se a holandesa KLM (127 milhões),<br />
o que faz ascender a 310 milhões a sanção imposta<br />
ao grupo.<br />
A britânica British Airways foi multada em 104 milhões<br />
de euros. Inicialmente, eram 12 as transportadoras aéreas<br />
visadas no processo, mas a Lufthansa e a sua subsidiária<br />
Swiss International Air Lines receberam imunidade total<br />
por terem colaborado com a investigação.<br />
Dinheiro Vivo<br />
EMIRATES<br />
abandonou o pódio<br />
Após cinco anos no primeiro lugar do ranking, a<br />
Emirates abandonou o pódio. Em novembro do<br />
ano passado, o investidor Warren Buffet anunciou<br />
um investimento que surpreendeu meio mundo. Depois de<br />
anos a classificar o setor da aviação como uma “armadilha<br />
mortal para os investidores, o “oráculo de Omaha” apostou<br />
mais de mil milhões de euros em quatro companhias<br />
aéreas norte-americanas: American Airlines, United, Delta<br />
e Southwest.<br />
O investimento saiu certeiro. Segundo o ranking anual da<br />
Brand Finance que elenca as companhias aéreas mais valiosas<br />
do mundo, entre as cinco primeiras posições estão<br />
as quatro norte-americanas. A companhia mais valiosa do<br />
mundo é a Americna Airlines, avaliada em 9 811 milhões<br />
de dólares, um aumento de 59% face ao ano passado. Recupera<br />
o lugar que tinha perdido em 2007.<br />
No segundo posto surge a Delta Airlines, que com um crescimento<br />
de 47% está hoje avaliada em 9 232 mil milhões de<br />
dólares. Os Estados Unidos fazem o pleno no pódio com a<br />
United Airlines. Cresceu 60% e vale 7 161 mil milhões de<br />
dólares. No total, as sete companhias norte-americanas que<br />
integram o rating aumentaram a sua pontuação em 68%.<br />
A maior perdedora do ano é a Emirates. A gigante dos Emirados<br />
Árabes Unidos ocupou o primeiro lugar do ranking<br />
nos últimos cinco anos, mas a perda de 21% do valor no último<br />
ano levou a que caísse para a quarta posição, com um<br />
valor de 6,08 mil milhões de dólares. Os lucros do primeiro<br />
semestre da companhia caíram 75%.<br />
A queda do preço do petróleo, que por norma beneficia<br />
o setor, tem o efeito inverso nos países árabes, resultando<br />
numa acentuada queda da procura no mercado doméstico.<br />
A companhia conseguiu manter, porém, o rating máximo<br />
AAA. Nos dez primeiros lugares contam-se ainda três<br />
companhias chinesas: China Southern, China Eastern e<br />
Air China.<br />
A British Airways é a única companhia europeia entre os<br />
dez primeiros, com um valor de 3 708 mil milhões de dólares.<br />
O Japão fecha a lista com a companhia ANA. A avaliação<br />
da Brand Finance é feito com base em fatores como<br />
os lucros ou a reputação da marca. Segundo o estudo, a<br />
companhia mais reconhecida e com passageiros mais fiéis<br />
é a russa Aeroloft, devido ao peso que tem no mercado doméstico.<br />
Dinheiro Vivo
CRUZEIROS<br />
TURISMO<br />
DE CRUZEIRO<br />
que oferta podemos<br />
complementar?<br />
O<br />
mercado do turismo do cruzeiro em Cabo Verde<br />
não pode e nem deve ser de atracagem dos grandes<br />
navios de turistas com a finalidade de simplesmente<br />
conhecer o arquipélago.<br />
<strong>TURIMAGAZINE</strong> - MARÇO <strong>2017</strong> 20<br />
ILHA DE SANTIAGO<br />
já tem a sua comunidade<br />
de cruzeiros<br />
O Turismo de Cruzeiro requer uma atenção especial do governo,<br />
na medida que este setor turístico tem condições de<br />
trazer para o país benefícios sustentáveis à economia e ao<br />
desenvolvimento das ilhas cabo-verdianas.<br />
Por isso, temos que oferecer ao turista de cruzeiros muito<br />
mais do que andamos a oferecer e por isso, temos que criar<br />
outras ofertas que complementam este segmento turístico<br />
de acordo com as especificidades de cada ilha que compõem<br />
este pais. Cabo Verde necessita de melhorar a oferta<br />
turística para o turista que visita o país através do turismo<br />
de cruzeiro, dado o crescimento do tráfego internacional,<br />
sobretudo no corredor do Atlântico.<br />
Se conseguirmos oferecer a esses turistas na sua pequena<br />
estadia, produtos de qualidade e diferenciados e uma animação<br />
turística de excelência, o país poderá representar<br />
uma alternativa à Madeira e Canárias no tráfego de cruzeiros<br />
de médio percurso, regionais e transatlânticos, porque<br />
o país apresenta excelentes condições naturais para o<br />
desenvolvimento do turismo de cruzeiro, para além da sua<br />
situação geográfica, pode oferecer turismo de montanha,<br />
de praia, animação turística nocturna, boa gastronomia e<br />
um clima agradável e está dotado de infraestruturas hoteleiras<br />
capazes de oferecer um excelente serviço ao visitante<br />
do cruzeiro.<br />
É necessário criar um pacote diferenciado de acordo cm<br />
as potencialidades de cada ilha para atrair turistas para o<br />
paí e aumentar assim a frequência da escala dos navios nos<br />
portos cabo-verdianos.<br />
A<br />
ilha de Santiago já com a sua Comunidade Caboverdiana<br />
de Cruzeiro - Santiago (3C-S). A Associação<br />
foi constituída na cidade da Praia, onde também,<br />
foram eleitos os seus órgãos sociais.<br />
Segundo a presidente eleita da 3C-S, Conceição Monteiro,<br />
a comunidade vai trabalhar para o aumento das escalas<br />
nos portos de Cabo Verde, mais concretamente no Porto<br />
da Praia, tendo como objectivo da associação a promoção<br />
do destino Santiago, junto dos operadores de turismo do<br />
cruzeiro, e, também trazer mais barcos, para fazer escala<br />
em Cabo Verde.<br />
Conceição Monteiro afirma que vão preparar a partir de<br />
agora os produtos turísticos direccionados para este mercado.<br />
“Isto será um trabalho que terá que ser feito por todos<br />
os operadores turísticos de Cabo Verde, com envolvimento<br />
das Câmaras Municipais de Santiago”.<br />
E referiu também que a Enapor é o principal parceiro neste<br />
processo, pois “são eles que recebem os barcos e, todos nós,<br />
temos que estar organizados, desde os taxistas, autocarros,<br />
restaurantes e hotéis”.<br />
Outro elemento de vital importância para este negócio de<br />
cruzeiros são os guias turísticos. Portanto a comunidade<br />
tem que investir nesses agentes turísticos, para podermos<br />
ter um turismo de qualidade. E ainda vai apostar nas excursões<br />
para turistas e na animação turística, cultural e na<br />
nossa gastronomia.<br />
A 3C-S é uma Associação sem fins lucrativos, dotada de<br />
autonomia administrativa e financeira, e tem como objectivo<br />
promover o mercado da ilha de Santiago, nacional e<br />
regional (CEDEAO) como potencial destino de cruzeiros.
21 <strong>TURIMAGAZINE</strong> - MARÇO <strong>2017</strong><br />
CRUZEIROS<br />
CABO VERDE<br />
na 33ª edição da SeatradeCruise Global<br />
O presidente do Conselho<br />
de Administração da<br />
Enapor, Jorge Pimenta<br />
Maurício, encabeçou uma<br />
delegação cabo-verdiana<br />
que participou, na Florida<br />
(EUA), na 33ª edição da Seatrade<br />
Cruise Global.<br />
Tratou-se da maior feira de<br />
cruzeiros do mundo, que<br />
reuniu empresas e instituições<br />
“relevantes” no sector<br />
do turismo de cruzeiro e<br />
uma “excelente oportunidade”<br />
de fazer contactos para<br />
o desenvolvimento do negócio.<br />
Desta vez, e como forma<br />
de potenciar este negócio,<br />
os portos nacionais associaram-se<br />
à Cruise In the<br />
Atlantic Islands, que integra<br />
as ilhas da Madeira, Açores<br />
e Las Palmas, Tenerife<br />
e Cabo Verde, já que, apontou<br />
a mesma fonte, a promoção<br />
conjunta do destino<br />
faz parte da estratégia de<br />
desenvolvimento.<br />
“O que faz sentido, porque<br />
o negócio de cruzeiros fazse<br />
em todo o mundo, com<br />
base em regiões e itinerários<br />
próprios dos países que<br />
compõem as regiões”, sintetizou<br />
Pimenta Maurício.<br />
É que, explicou, este tipo<br />
de promoção encerra vantagens<br />
como notoriedade<br />
para os países que recebem<br />
o turismo de cruzeiro, imagem<br />
de marca do destino,<br />
poder de lobby, alargamento<br />
da network, conhecimento<br />
e seguimento de novas<br />
tendências do negócio e<br />
partilha de custo de promoção<br />
e consequente redução<br />
dos mesmos.<br />
Durante o ano de 2016,<br />
Cabo Verde recebeu nos<br />
seus portos 77.423 passageiros<br />
e 127 escalas de navios.<br />
O porto que possui maior<br />
movimento é o Porto Grande,<br />
em São Vicente, com<br />
48.627 passageiros e 56<br />
escalas, mas os restantes<br />
portos, segundo dados da<br />
Enapor, tem vindo a registar<br />
um aumento nas diversas<br />
escalas e passageiros que<br />
recebem.<br />
A participação de Cabo<br />
Verde no Seatrade Cruise<br />
Global enquadrou-se na<br />
política de expansão do turismo<br />
de cruzeiro e objectivou<br />
aumentar o número de<br />
Cruzeiros nos portos nacionais,<br />
atraindo turistas para<br />
o arquipélago, aumentar a<br />
frequência com que os navios<br />
escalam os portos, potenciar<br />
os diversos portos<br />
como escala para navios de<br />
cruzeiros e contribuir para<br />
o desenvolvimento económico<br />
do país.<br />
Para além do presidente<br />
da Enapor, a comitiva cabo-verdiana<br />
ao Seatrade<br />
Cruise Global de Florida<br />
incluia ainda a presidente<br />
da Associação da 3C-Santiago,<br />
Conceição Monteiro,<br />
e a vereadora do pelouro<br />
da Cultura, Economia Criativa,<br />
Empreendedorismo,<br />
Modernização e Reforma<br />
Administrativa da Câmara<br />
Municipal da Praia, Débora<br />
Sanches.<br />
Inforpress
REGIÕES<br />
ILHA DO SAL<br />
destino turístico de<br />
qualidade<br />
Nesta rubrica pretendemos destacar todas as ilhas<br />
de Cabo Verde, mostrando o seu potencial turístico,<br />
mesmo as que não possuem condições de turismo de<br />
praia. Todas as ilhas têm a sua particularidade turística e é<br />
por isso que não devemos enveredar por um turismo de massas<br />
dado a dimensão do país, escassez de recursos e a fragilidade<br />
ecológica.<br />
Nesta edição vamos debruçar sobre a ilha do Sal, promovendo<br />
as suas potencialidades e a sua oferta turística assente<br />
no turismo de praia, derivado do sol, do clima temperado,<br />
considerado um dos melhores do mundo, as praias de<br />
areias douradas e finas, o mar cristalino e pela simpatia das<br />
suas gentes. Portanto a ilha do Sal reúne condições propícias<br />
para o turismo balnear durante todo o ano.<br />
A vila de Santa Maria, dotada de uma praia de 8 Km, com<br />
uma via rápida para o efeito, possui locais de visita como as<br />
Salinas de Pedra Lume no interior da cratera de um vulcão<br />
extinto, onde a água é vinte vezes mais salgada do que o<br />
<strong>TURIMAGAZINE</strong> - MARÇO <strong>2017</strong> 22<br />
mar e sem o risco de se ir ao fundo.<br />
Outro ponto de interesse turístico é a Buracona, piscinas<br />
naturais que se formaram à força da natureza, através da<br />
água do mar na rocha vulcânica que forma um buraco de<br />
vários metros de profundidade na qual os raios de sol incidem<br />
pelas 11 horas formando um olho azul lindíssimo,<br />
um verdadeiro fenómeno natural. Há possibilidades de<br />
mergulho no Olho d´água onde a visão ainda é mais surpreendente.<br />
Para completar a oferta turística, o Sal oferece uma boa<br />
restauração com pratos típicos como a Cachupa (à base de<br />
carnes -frango, vaca, porco e enchidos- e legumes -milho,<br />
feijão, couve e batata), Lagosta e delícias do mar em espetadas<br />
e nas caldeiradas de peixe, agradáveis bares, pubs e<br />
discotecas para além da biodiversidade da sua fauna marítima,<br />
aves migratórias e residentes.<br />
A pesca desportiva e o mergulho são outras ofertas desta<br />
ilha assolada pelos ventos e a mais plana do arquipélago de<br />
Cabo Verde, apesar da sua origem vulcânica.<br />
Por fim, existem outras ofertas periódicas, tais como as festividades<br />
de cariz religioso e musical, o Festival Musical da<br />
Praia de Santa Maria e as romarias de Santa Cruz, Santo<br />
António, Santa Ana e a Nossa senhora de Piedade. Devido<br />
ao boom turístico era necessário a construção de um<br />
hospital, que foi concluído em 2010 com capacidade de 50<br />
camas, 1 bloco operatório e banco de urgências.<br />
Em termos de unidades hoteleiras, até 2015 existiam 8.898<br />
camas com capacidade de alojamento de 11.164 hóspedes.
23 <strong>TURIMAGAZINE</strong> - MARÇO <strong>2017</strong><br />
REGIÕES<br />
FOGO<br />
pretende combater<br />
turismo sexual<br />
A Ilha do Fogo está a fazer uma experiência piloto com a<br />
criação do seu Código de Conduta para Combater o Turismo<br />
Sexual. A iniciativa enquadra-se no projecto de ecoturismo<br />
para a ilha (Fogo, Água, Terra e Ar –FATA).<br />
O projecto está a ser implementado em parceria com o<br />
Ministério da Justiça, Policia Nacional, Instituto Cabo-verdiano<br />
de Crianças e Adolescentes (ICCA) e Operadores<br />
Turísticos da ilha. Este código é destinado aos turistas, habitantes<br />
e operadores do sector e prende orientar e regular<br />
a ética de todos os agentes turisticos com o principal objetivo<br />
de combater o turismo sexual na camada juvenil.<br />
como um incentivo para se criar a Lei Base que regula esta<br />
matéria, sobretudo nas ilhas mais turísticas do país.<br />
Segundo relatos de agentes turisticos da Ilha, existem casos<br />
de turismo sexual, envolvendo principalmente imigrantes<br />
e menores, baseado em permutas por dinheiro, telemóveis<br />
de gama alta, entre outros ojectos de valor. Segundo Carla<br />
Cossu à comunicação social em Novembro de 2016, os<br />
educadores não transmitem os valores positivos para as<br />
filhas.<br />
Os promotores da iniciativa, pretendem mais tarde legalizar<br />
o código, mas para isso serão realizados vários inquéritos<br />
nas escolas, envolvendo professores, alunos, pais e<br />
encarregados da educação e sociedade civil, em geral. Para<br />
complementar a divulgação, a informação do projeto e a<br />
conscienlização da população, será produzido um vídeo<br />
sobre a urgência da mudança de mentalidade.<br />
A situação e insustentável a ponto de serem publicadas fotos<br />
e vídeos na internet, envolvendo menores do Fogo. E é<br />
por isso que a responsabilidade é grande e o projeto “Fogo,<br />
Água, Terra e Ar – FATA” gerido pela ONG Cospe, orçado<br />
em 63 mil contos pretende contribuir para o desenvolvimento<br />
do eco-turismo sustentável e solidário, valorizar e<br />
tutelar o património cultural, social e ambiental do Fogo.<br />
O turismo sexual é um problema real em Cabo Verde e a<br />
situação agrava-se ano após ano e ja em 2011, os Estados<br />
Unidos da América alertaram as autoridades cabo-verdianas<br />
para este fenómeno. No seu relatório sobre Direitos<br />
Humanos, o governo norte-americano referiu que o turismo<br />
sexual no arquipélago era um "problema crescente" e<br />
que a situação tende a agravar-se porque o país não dispõe<br />
de leis base para lidar com a questão.<br />
Pretendemos contatar Carla Cossu, representante da ONG<br />
Cospe de Cabo Verde no sentido de informar sobre a execussão<br />
do Código de Conduta para Combater o Turismo<br />
Sexual, que segundo este representante,o código vai servir
REGIÕES<br />
Santiago/Praia<br />
<strong>TURIMAGAZINE</strong> - MARÇO <strong>2017</strong> 24<br />
PROJETO INTEGRADO ILHÉU DE SANTA<br />
MARIA poderá atrair mais investimentos<br />
O<br />
embaixador da China<br />
em Cabo Verde<br />
afirmou que o projecto<br />
resort integrado ilhéu<br />
Santa Maria, avaliado em<br />
250 milhões de dólares, e<br />
que vai cobrir uma área<br />
aproximadamente de 153<br />
metros quadrados poderá<br />
atrair mais investimentos<br />
chineses e estrangeiros, mas<br />
caberá ao Governo criar e<br />
melhorar as condições de<br />
negócios.<br />
Segundo este representante<br />
do Governo Chinês em<br />
Cabo Verde, Du Xiaocong,<br />
“Uma das metas e dos objectivos<br />
de Cabo Verde é<br />
atrair mais investimentos<br />
estrangeiros no arquipélago,<br />
e para isso será necessário<br />
o Governo criar uma<br />
boa atmosfera de negócios<br />
que implica, criar e melhorar<br />
as leis, apostar na segurança<br />
da sociedade, melhor<br />
a qualidade de mão-de-obra,<br />
mas também promover<br />
outras medidas que tornam<br />
o país mais atractivo para<br />
investidores”.<br />
to privado em Cabo Verde,<br />
acredita que vai aumentar<br />
a capacidade de organizar<br />
e receber conferências e<br />
eventos internacionais, aumentar<br />
o número de turistas,<br />
melhorar a imagem da<br />
que recebeu brevemente<br />
arrancam a segunda fase”<br />
assegurou o embaixador,<br />
que se mostrou “muito feliz<br />
e satisfeito” por saber<br />
que investidores privados<br />
chineses têm apostado em<br />
ficações, infra-estruturas<br />
e equipamentos de acesso,<br />
circulação, alojamento e<br />
funcionalidade do resort<br />
destinado ao turismo de<br />
luxo e casino, sendo que<br />
abrange todo o ilhéu de<br />
Santa Maria, parte da praia<br />
da Gamboa em frente ao<br />
ilhéu e o espaço marítimo<br />
entre o ilhéu e a costa.<br />
Está previsto que o projeto<br />
venha a gerar 2100 postos<br />
de trabalho directos e receber<br />
diariamente 12 mil<br />
pessoas nos sectores do<br />
comércio, lazer, desporto e<br />
cultura.<br />
Em declarações à Inforpress,<br />
o diplomata disse que<br />
para além de trazer mais<br />
investimentos para o arquipélago,<br />
a estância turística<br />
no Ilhéu de Santa Maria vai<br />
permitir a criação de empregos,<br />
movimentar o mercado<br />
de construção civil, a<br />
economia, mas também fazer<br />
com que Cabo Verde se<br />
transforme numa plataforma<br />
internacional na região.<br />
Sendo o maior investimen-<br />
capital do país mas sobretudo<br />
atrair investimentos<br />
estrangeiros.<br />
“Neste momento as obras<br />
da primeira fase do projecto<br />
já estão concluídas e de<br />
acordo com as informações<br />
Cabo Verde, o que, no seu<br />
entender, demonstra que a<br />
cooperação e a economia<br />
comercial entre os dois países<br />
têm abrangido novas<br />
áreas e sectores.<br />
O projecto contempla edi-
25 <strong>TURIMAGAZINE</strong> - MARÇO <strong>2017</strong><br />
REGIÕES<br />
SANTO ANTÃO<br />
projeto turístico estimado<br />
em 55 mil contos<br />
"A ideia é ter recursos humanos altamente qualificados ao<br />
serviço do próprio desenvolvimento desta ilha", explicou<br />
este responsável, em declarações à Inforpress.<br />
Ainda no quadro da cooperação, existente há 18 anos, entre<br />
essa associação e o município do Porto Novo, a cooperação<br />
portuguesa já disponibilizou 150 mil euros (cerca de 16 mil<br />
contos) para a implementação da primeira fase do projecto<br />
integrado do Planalto Norte, interior deste concelho.<br />
Quinhentos mil euros (55 mil contos) é o montante<br />
de um projecto turístico, que começa a ser implementado<br />
em Santo Antão, a partir de meados de<br />
<strong>2017</strong>, com o financiamento da União Europeia, visando a<br />
valorização dos recursos endógenos.<br />
O projecto, que abarca ainda a vertente capacitação dos<br />
recursos humanos, foi submetido à União Europeia, para<br />
efeito de financiamento, pela Associação para a Defesa do<br />
Património de Mértola, Portugal, no quadro das relações<br />
de cooperação com o município do Porto Novo.<br />
Sobre o projecto, que tem ainda a parceria das Câmaras<br />
Municipais e associações locais de Santo Antão, o presidente<br />
da Associação para a Defesa do Património de Mértola,<br />
Jorge Revez, garantiu que está tudo bem encaminhado<br />
para a concretização, em breve, desse programa.<br />
O projecto, segundo o presidente da Associação para a Defesa<br />
do Património de Mértola, prevê, além da valorização<br />
dos recursos endógenos, a criação do primeiro doutoramento<br />
em turismo em Cabo Verde, virado para os quadros<br />
santantonenses.<br />
O projecto integrado do Planalto Norte, abarca as componentes<br />
água e energia eléctrica.<br />
Com esse projecto, que tem ainda como parceiros a Câmara<br />
Municipal do Porto Novo, o Ministério da Agricultura e<br />
Ambiente e as associações locais, o Planalto Norte passará,<br />
ainda em <strong>2017</strong>, a ter energia electriza durante 24 horas/dia,<br />
com a instalação de uma unidade fotovoltaica, explicou.<br />
Numa segunda fase, projecto privilegiará o abastecimento<br />
de água à essa comunidade, com cerca de 400 habitantes,<br />
um das mais afectadas pela seca no concelho do Porto<br />
Novo, onde as populações enfrentam, praticamente ao longo<br />
do ano, a penúria de água.<br />
O curso de doutoramento vai ser implementado, a partir<br />
do próximo ano lectivo, em parceria com o Instituto Superior<br />
de Ciências Económicas e Empresarias (ISCEE), no<br />
Mindelo, e com Faculdade da Economia da Universidade<br />
do Algarve, Portugal.
DESTINOS<br />
CABO VERDE<br />
cresce no turismo de<br />
montanha<br />
Cabo Verde é um arquipélago com potencial turístico<br />
devido a diversidade na composição geológica da<br />
sua estrutura. As dez ilhas oferecem um determinado<br />
tipo específico de turismo.<br />
Em relação as ilhas Fogo, Brava, Santo Antão, S. Vicente e<br />
S. Nicolau, o Turismo de Montanha crescem a um ritmo<br />
acelerado e segundo as estatísticas, dão mais recursos para<br />
Cabo Verde do que os outros segmentos do turismo.<br />
Quem visita essas ilhas, percebe que há muito para desenvolver<br />
nessas regiões, onde encontramos paisagens lindíssimas,<br />
paradisíacos, caminhos íngremes, curvas tortuosas,<br />
subidas e descidas que mexem com a condição física do turista<br />
de montanha. O ar puro do campo, da montanha e o<br />
silêncio da natureza fazem com que estes lugares se tornem<br />
privilegiados para quem goste do sossego, tranquilidade e<br />
repouso.<br />
<strong>TURIMAGAZINE</strong> - MARÇO <strong>2017</strong> 26<br />
Este tipo de turismo tem o seu público próprio e de faixa<br />
etária variável, onde se vê jovens e pessoas mais idosas<br />
que trocam o barulho das praias, o stress dos transportes<br />
e vivem com a natureza, sem poluição de espécie alguma.<br />
Cada vez mais este segmento do turismo está a cativar pessoas<br />
em todo o mundo, e Cabo Verde não é excepção.<br />
Quase em todas as ilhas de Cabo Verde se pode desenvolver<br />
o Turismo de Montanha, a excepção da Ilha de Maio,<br />
Boavista e Sal. A Ilha de Santiago, pode dizer-se que ainda<br />
é virgem nesse tipo de turismo, mas tem condições de albergar<br />
o turismo de Praia, da Montanha, de negócios por<br />
ser a capital do país e onde se congregam as grandes empresas<br />
nacionais e estrangeiras.<br />
Mas é necessário que sejam criadas e melhoradas em todas<br />
essas ilhas as condições para o Turismo de Montanha. O<br />
que se faz neste momento nas Ilhas do Fogo, Brava, Santo<br />
Antão, S.Vicente, São Nicolau é muito pouco para a sustentabilidade<br />
deste tipo de turismo. Existe um grande potencial<br />
para a oferta do turismo de montanha com qualidade,<br />
simplesmente é necessário planificar, estruturar todo cenário<br />
ambiental, paisagístico e arquitectónico, onde a cultura<br />
desses povos tem um papel importante no desenvolvimento<br />
do turismo de montanha.<br />
O país tem condições de oferecer aos turistas nacionais<br />
e estrangeiros, variada vertente do turismo; Turismo de<br />
Montanha, Turismo Balnear, Cruzeiros, Saúde, de Negócios,<br />
entre outros. De acordo com as estatísticas os turistas<br />
que praticam este tipo de turismo em Cabo Verde são das<br />
nacionalidades alemães e franceses, principalmente com as<br />
idades compreendidas entre os 50 e 80 anos que trocam a<br />
beleza imponente dos vales, os costumes dos locais, a gastronomia<br />
regional, quedas de águas, pequenos riachos entre<br />
as montanhas, em detrimento de sol, praia e o rebuliço<br />
dos mais jovens.<br />
É necessário o envolvimento<br />
das autarquias neste projeto<br />
em consonância com<br />
os agentes turísticos para a<br />
manutenção das habitações<br />
rústicas, caminhos paradisíacos<br />
e preservar os lugares<br />
simbólicos, como as igrejas,<br />
os miradouros, parques de<br />
merenda e acima de tudo o<br />
valor históricos desses lugares.<br />
O próprio Governo com<br />
os parceiros nacionais tem<br />
que pensar o que queremos<br />
para o Turismo em Cabo<br />
Verde.
27 <strong>TURIMAGAZINE</strong> - MARÇO <strong>2017</strong><br />
DESTINOS<br />
TUI<br />
põe o país no seu top3 de<br />
vendas de férias para<br />
o verão<br />
A ACADEMIA DESPORTO PARA TODOS tem por<br />
objectivo, entre outros:<br />
O ensino, a promoção da prática desportiva na sua variada<br />
vertente (Desporto regular e<br />
para Pessoas com deficiência, integração social das<br />
crianças e jovens em situação<br />
vulnerável) e a formação de quadros técnicos desportivos.<br />
De acordo com o seu Estatuto e o seu objeto, acaba de<br />
criar duas marcas que irão debruçar sobre a formação<br />
dos agentes desportivos e a realização dos eventos desportivos.<br />
Com a Turquia, que no Verão passado representou 8%<br />
das suas vendas nos mercados emissores, a manterse<br />
em queda, é graças à procura de Espanha, Grécia,<br />
Cabo Verde “e outros destinos” que o TUI, maior grupo<br />
europeu de organização e comercialização de viagens, se<br />
dá por satisfeito com o início das vendas para a época alta<br />
deste ano.<br />
A informação consta do balanço publicado em Fevereiro,<br />
no qual o TUI avisa que, porém, ainda se está numa fase<br />
muito inicial das vendas da época alta, no seu caso com<br />
35% da programação já vendida, registando um aumento<br />
das receitas em 9% e das reservas em 4%.<br />
“Como antecipado, as vendas reflectem um desvio da Turquia<br />
(que representou cerca de 8% das reservas do Verão<br />
2016 dos mercados emissores) para destinos alternativos”,<br />
lê-se no balanço, que especifica seguidamente que o desempenho<br />
tem sido propiciado pela rede hoteleira do grupo<br />
e de parceiros em Espanha, na Grécia, Cabo Verde e<br />
outros destinos.<br />
Festivais Desportivos<br />
Torneios Internacionais<br />
Gala Desportiva<br />
Eventos Desportivos<br />
Nâuticos<br />
Eventos Desportivos de<br />
cariz turísticos<br />
Workshops<br />
Conferências<br />
Manuais Técnicos<br />
Desportivos e Licenças<br />
Desportivas<br />
Planos Estratégicos e<br />
outros<br />
Regulamentos<br />
Desportivos<br />
Formação Técnica<br />
Desportiva<br />
Clínicas<br />
Relativamente às vendas da programação de Inverno, que<br />
estão a terminar, o balanço do TUI aponta também Cabo<br />
Verde como um dos destinos mais vendido pelas suas organizações<br />
no Reino Unido, que é o seu maior mercado<br />
emissor. Sobre os destinos mais procurados, a informação<br />
específica que no Reino Unido as reservas aumentaram<br />
“significativamente”, incluindo crescimentos da procura de<br />
destinos de longo curso e cruzeiros, bem como Canárias,<br />
Espanha [Continental] Cabo Verde e Chipre.<br />
Seminários<br />
Cursos de Monitores<br />
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Cabo Verde<br />
In Presstur
EVENTOS<br />
<strong>TURIMAGAZINE</strong> - MARÇO <strong>2017</strong> 28<br />
ITB<br />
Feira Internacional de<br />
Turismo de Berlin<br />
Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Moçambique, trouxeram<br />
"bons números" à Feira de Turismo de Berlim,<br />
a ITB. Esses países africanos vieram à Feira Internacional<br />
de Turismo de Berlim (ITB) à procura de novas perspectivas<br />
de negócios. O ano de 2016 não foi um ano mau, ora<br />
vejamos os produtos turísticos de destaque de cada deles. A<br />
ITB teve como país parceiro a BOSTWANA. Foi a primeira<br />
vez que um país da África Austral esteve sob os holofotes de<br />
um dos eventos internacionais mais importantes para o setor<br />
turístico.<br />
CABO VERDE<br />
Destino Alternativo<br />
De acordo com Carlos dos Anjos, diretor-geral da Direção<br />
Geral do Turismo e Transportes (DGTT) de Cabo Verde,<br />
o setor turístico cresceu 13% em 2016, embora tenham faltado<br />
camas para atender à procura dos visitantes, acrescentou<br />
que muitos turistas que antes iam para a Turquia,<br />
o Egito, a Tunísia e Marrocos procuram agora novos destinos,<br />
porque esses destinos tornaram-se inseguros.<br />
a construir hotéis no país. Isso é bom para o país.<br />
Este governante, explicou que com a mudança de Governo<br />
em 2016, a Cabo Verde Investimentos passou a chamar-se<br />
Cabo Verde TradeInvest e manteve a responsabilidade pelo<br />
comércio e investimentos no setor. Já a promoção do turismo<br />
é agora responsabilidade da Direção Geral do Turismo<br />
e Transportes (DGTT).<br />
Os problemas no norte de África fizeram com que vários<br />
grupos que antes não tinham investido em Cabo Verde -<br />
como o Hilton, o Radisson Blu e o Barceló - estejam agora
29 <strong>TURIMAGAZINE</strong> - MARÇO <strong>2017</strong><br />
EVENTOS<br />
MOÇAMBIQUE<br />
Turismo Ambiental<br />
S.TOMÉ E PRÍNCIPE<br />
Desempenho Turístico<br />
A Diretora do Turismo de S.Tomé e Príncipe, Miriam Daio<br />
disse que surpreendeu-se com o desempenho tutístico do<br />
seu país. Na altura da ITB, ainda não tinham sido contabilizadas<br />
o número de visitas que entraram em 2016.<br />
Segundo Nuno Fortes Técnico da Direção de Marketing<br />
do Instituto Nacional do Turismo (INATUR),um milhão<br />
e 600 mil turistas visitaram Moçambique no ano passado<br />
- entre 15% e 20% a mais do que em 2015. Muitos turistas<br />
continuam a dizer que um ponto alto da visita ao país é<br />
a possibilidade de mergulhar com animais marinhos gigantes,<br />
na província de Inhambane. Mas as populações de<br />
tubarões-baleia e mantas diminuíram nas últimas décadas<br />
- 79% e 88%, respetivamente, segundo a Associação moçambicana<br />
Megafauna Marinha divulgadas em 2015.<br />
Nuno Fortes não confirmou as estatísticas, divulgadas em<br />
2015, mas falou em ações de defesa dos animais e referiu<br />
que não consegue dizer que estão a sentir uma redução<br />
destas espécies, porque não tem dados específicos para lhe<br />
dizer isso. Mas garante que as ações de fiscalização e de<br />
preservação são cada vez mais intensas.E referiu que têm<br />
formado pessoas para que possam ser cada vez mais especializados<br />
neste tipo de fiscalização e acredita que terão<br />
bons resultados nessas ações que o Governo Moçambicano<br />
está a fazer.<br />
Para o Técnico da INATUR, a diminuição das populações<br />
dos animais poderia fazer com que menos turistas internacionais<br />
fossem até à região, mas afirmou que, os motivos<br />
que levaram à diminuição do turismo na zona, em anos<br />
anteriores a 2016, são outros. E enumera que uma das<br />
principais causas foi também a recessão económica internacional,<br />
porque se viu que em 2013, em 2014 e até meados<br />
de 2015, os nossos potenciais turistas viajaram cada<br />
vez menos. Depois, passou-se para o mundo uma imagem<br />
de Moçambique com uma certa instabilidade. Por isso o<br />
país fez um enorme esforço para explicar que esta instabilidade,<br />
se eventualmente aconteceu, foi em locais muito<br />
específicos.<br />
Segundo Miriam Daio, previam ter um aumento de cerca<br />
de quatro mil turistas, pretendia-se ultrapassar a fasquia<br />
dos 20 mil e aproximar-se dos 24 mil, mas tudo indica que<br />
atingiram os 30 mil. O interesse pelo país suscitou a entrada<br />
de um novo público que representa 20% dos visitantes.<br />
Entretanto sublinha, que o novo perfil são os expatriados<br />
que estão na costa africana. A nova escala da TAP, que para<br />
em Acra ,Gana, trouxe realmente uma nova clientela.<br />
A Diretora do Turismo de São Tomé e Príncipe diz que a<br />
capacidade de acolhimento chegou a ficar esgotada em alguns<br />
momentos, motivo pelo qual o país quer aumentar<br />
o número de camas. Atualmente, o S.Tomé tem cerca de<br />
1.400 camas e esperam ter mais cerca de 200 a 250 camas<br />
no final de <strong>2017</strong>. Em 2018, pretende-se pelo menos, conseguir<br />
ampliar novamente e ter mais 250 camas.
EVENTOS<br />
PERNAMBUCO<br />
Promoveu Roadshow<br />
Com o objetivo de capacitar agentes de viagens e divulgar<br />
o destino Pernambuco, a Secretaria de Turismo,<br />
Desporto e Lazer de Pernambuco, por meio da<br />
Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur), promoveu,<br />
o “Roadshow Pernambuco – Coração do Nordeste”,<br />
em Cabo Verde. A ação foi promovida em parceria com<br />
a companhia aérea TACV – Transportes Aéreos de Cabo<br />
Verde, que possui um voo direto ligando o Recife ao país<br />
africano.<br />
<strong>TURIMAGAZINE</strong> - MARÇO <strong>2017</strong> 30<br />
“Capacitações são de grande valia para promover e ajudar<br />
os agentes a vender mais e melhor destino Pernambuco.<br />
Por isso estamos realizando as apresentações em Cabo Verde,<br />
destino no qual contamos com voo direto desde 2015.<br />
A frequência é uma alternativa rápida para quem quer ir<br />
para Europa e África sem a necessidade de passar por outros<br />
aeroportos brasileiros. Estes continentes são mercados<br />
O evento foi realizado em forma de treinos nas cidades de<br />
Ilha de São Vicente e Cidade de Praia. Houve ainda uma<br />
capacitação dos destinos turísticos de Pernambuco, da<br />
cultura, da gastronomia e do turismo de saúde, de grande<br />
importância para os cabo-verdianos, além de fomentar<br />
o voo direto. Também ocorreu a distribuição de material<br />
promocional para cerca de 120 agentes.<br />
A ILHA DO MAIO<br />
participou no XVI Encontro das cidades<br />
da rede Cultural Sete Sóis e Sete Luas<br />
No Encontro das Cidades<br />
da Rede Cultural<br />
Sete Sóis Sete<br />
Luas, que decorreu no final<br />
do mês de Março em Ponte<br />
de Sôr, Portugal, o Município<br />
de Maio participou pela<br />
primeira vez.<br />
De acordo com o director<br />
cultural do festival Sete Sóis<br />
Sete Luas, Markos Abbondanza,<br />
a ilha representou<br />
na XVI edição do certame,<br />
com a sua gastronomia,<br />
através da chefe de cozinha<br />
do Centro do Maio, a “chef<br />
Su”.<br />
A representante da ilha foi<br />
escolhida num leque de<br />
formandas que saíram de<br />
várias acções de formação<br />
ministradas por especialistas<br />
que vieram da Europa<br />
para o efeito, durante as<br />
quais a formanda destacou-se<br />
como a que mais<br />
estava preparada para liderar<br />
o grupo e apresentar as<br />
potencialidades da Ilha no<br />
emissores fortes para o Estado e abrem novas oportunidades<br />
de negócios”, destacou o secretário Felipe Carreras.<br />
Pernambuco conta com ligação direta ao destino Cabo<br />
Verde, desde 2015, tornando o Recife conectado à mais um<br />
continente. A participação do Estado conta com a parceria<br />
do Consulado de Cabo Verde em Pernambuco, e do sindicado<br />
dos hospitais pernambucanos.<br />
ramo da gastronomia, tendo<br />
em conta a presença de<br />
representantes de 25 cidades<br />
de 13 países, nomeadamente<br />
Brasil, Cabo Verde,<br />
Croácia, Espanha, França,<br />
Grécia, Israel, Itália, Marrocos<br />
e Portugal.<br />
O evento contou com as<br />
presenças dos presidentes<br />
das câmaras municipais de<br />
todas as cidades integrantes<br />
da rede, bem como dos embaixadores<br />
dos respectivos<br />
países.<br />
A Rede Cultural Sete Sóis<br />
Sete Luas é composta por<br />
33 cidades de 13 países do<br />
mediterrâneo e mundo lusófono.<br />
Tem como principal<br />
objectivo promover o diálogo<br />
intercultural e divulgar<br />
a cultura e potencialidades<br />
das localidades/países participantes,<br />
que em conjunto<br />
promovem o Festival Sete<br />
Sóis Sete Luas.
31 <strong>TURIMAGAZINE</strong> - MARÇO <strong>2017</strong><br />
ENTREVISTA<br />
A NOVA VISÃO<br />
DE CABO VERDE TRADEINVEST<br />
Como Cabo Verde Trade Invest queremos trabalhar não só<br />
para trazermos os investimentos directos externos, que são<br />
importantes para o país e para alavancarmos a economia,<br />
que bem precisa, mas também para dotarmos as nossas<br />
empresas aqui em Cabo Verde de outras condições de trabalho.<br />
Estamos a falar de empresas que venham para fazer<br />
parcerias e trazer novos know how e experiências, algumas<br />
a título de parceiras, na parte financeira.<br />
Numa altura em que Cabo Verde TradeInvest apresentou<br />
no passado dia 27 de Março a sua logomarca e<br />
o novo website com o intuito de mudança de estratégia<br />
para atração de investimentos para o país e de criar uma<br />
dinâmica maior nas exportações de produtos de marca Cabo<br />
Verde e que tem a pretençãode estabelecer mecanismo de cooperação<br />
e diálogo privilegiado com o sector privado, poder<br />
local, com as diversas linhas ministeriais e com as representações<br />
dipomáticas e consulares de Cabo Verde, no estrangeiro,<br />
no quadro da diplomacia económica, não poderíamos deixar<br />
de publicar uma excelente entrevista da Presidente do Conselho<br />
da Administração, na recente edição da Feira Internacional<br />
de Cabo Verde (FIC), concedida ao Jornal Expresso das<br />
Ilhas.<br />
A responsável por esta instituição, mostrou claramente na<br />
entrevista, que Cabo Verde Tradeinvest quer ser um veículo<br />
privilegiado nas vertentes de facilitação e promoção de investimentos,<br />
exportações de bens e servicos, e pretende colocar o<br />
arquipélago entre os cinco melhores países de África em termos<br />
de ambiente de negócios e atração do investimento direto<br />
estrangeiro.<br />
Ora vejamos a entrevista da Ana Lima Barber sobre a mudança<br />
de visão de investimentos para Cabo Verde, que precisa<br />
de encontrar novas formas e novos argumentos para competir<br />
no mercado internacional, com base na qualidade, eficácia,<br />
eficiencia, alta produtividade na elevada capacidade<br />
inovadora.<br />
O que é que a Cabo Verde Trade Invest traz a esta edição da<br />
Feira Internacional de Cabo Verde?<br />
A Cabo Verde Trade Invest traz uma nova visão para o mercado<br />
cabo-verdiano. Visão a nível do investimento, visão<br />
do que é que nós podemos fazer e que temos oportunidade<br />
e capacidade para fazer. Cabo Verde tem grandes capacidades,<br />
grandes oportunidades de negócio, excelentes ilhas,<br />
com belezas únicas, e cada uma com a sua particularidade.<br />
Queremos trazer para cá novas tecnologias, porque temos<br />
essa capacidade em termos de recursos humanos, mas precisamos<br />
também de trabalhar com outro patamar. Quando<br />
queremos dinamizar a economia, que é um dos nossos objectivos,<br />
os vectores investimento e exportação são complementares<br />
para a economia do país.<br />
É importante que o país cresça e se desenvolva, mas é importante<br />
que tenhamos consciência que temos limitações,<br />
sim, mas a essas limitações temos de chamar desafios. Temos<br />
oportunidades, que as empresas internacionais podem<br />
perfeitamente servir e tornar esse desafio um novo<br />
patamar, ou seja, concretizar estas parcerias e ultrapassar<br />
estes desafios criando outro ambiente de negócios que permita<br />
fazer crescer os investimentos, as parcerias, as empresas<br />
a nível local criando um mercado em que, todos os que<br />
estejam cá, tenham a possibilidade de poderem crescer.<br />
A nossa função é muito importante. Trabalharemos como<br />
facilitador do investimento, como advogados do sector<br />
privado, das empresas, junto do governo, trabalharemos
ENTREVISTA<br />
<strong>TURIMAGAZINE</strong> - MARÇO <strong>2017</strong> 32<br />
para uma melhoria do ambiente de negócios, o que passará<br />
naturalmente por algumas propostas que podemos fazer<br />
ao governo para melhoria deste sector e por algumas alterações<br />
que podemos também propor como do código de<br />
benefícios fiscais, da lei do investimento, que estão neste<br />
momento a ser alterados.<br />
De acordo com o programa do governo que traça as linhas<br />
gerais essenciais para o país, são elas o turismo, as energias<br />
renováveis, as pescas, temos várias áreas que são importantíssimas<br />
para o desenvolvimento do país.<br />
Mas é preciso trabalhar cada uma delas, ter mais possibilidade<br />
de acesso a outros mercados que nos possam complementar.<br />
Vamos trabalhar no sentido de captar mais investimentos,<br />
trazer mais empresas estrangeiras, mostrar as<br />
nossas potencialidades, que são únicas, e, com esta nova<br />
visão, vamos ser mais agressivos no sentido de mostrar as<br />
oportunidades que nós temos com uma atitude diferente.<br />
Queremos ter uma atitude proactiva.<br />
Cabo Verde não aproveitou, até agora, acordos internacionais<br />
como o AGOA. Como é que a Cabo Verde Trade Invest<br />
pode alterar isso?<br />
Cabo Verde não aproveitou, mas Cabo Verde também não<br />
assinou o acordo AGOA. Nós assinamos recentemente, foi<br />
já com o novo conselho de administração da Cabo Verde<br />
Trade Invest. Assinamos o acordo há um mês atrás. Há<br />
muitas áreas que podem ser aproveitadas. Naturalmente<br />
que não me cabe a mim fazer juízo das políticas que foram<br />
feitas anteriormente. Trabalho com este governo e acho que<br />
este governo tem uma política diferente. Tem uma política<br />
mais virada para o sector empresarial. O sector privado,<br />
para este governo, é um sector prioritário. E nós abraçamos<br />
esta visão, porque é o sector privado que cria postos de trabalho.<br />
Se queremos ter mais postos de trabalho temos, naturalmente,<br />
de criar condições ao sector privado para que<br />
ele cresça e, com isso, possa dar mais e melhores postos de<br />
trabalho, mais qualificados e com outra qualidade.<br />
é que o AGOA serve? Estar no mercado do AGOA implica<br />
capacitar as empresas, implica que as empresas tenham<br />
condições, não só de produtos para exportar, mas também<br />
que tenham condições a nível de recursos humanos, a nível<br />
técnico, a nível de qualidade. Este acordo vai permitir trabalhar<br />
com as empresas, dar utensílios e materiais para que<br />
elas cresçam e tenham condições de ter um outro patamar<br />
de desenvolvimento.<br />
O que é que quero com o AGOA enquanto empresário?<br />
Naturalmente que não vou exportar todos os meus produtos,<br />
vou exportar produtos específicos. Produtos de nicho,<br />
produtos que o mercado dos Estados Unidos da América<br />
quer. Por exemplo, temos vários produtos que são taxados<br />
de diferente forma.<br />
O algodão não compensa exportar a partir de Cabo Verde,<br />
mas um sintético como o poliéster tem uma redução muito<br />
grande quando exportado para os EUA. Vamos criar condições<br />
para trazer cá as outras empresas que estão nesta<br />
área dos tecidos sintéticos e elas, em vez de exportarem da<br />
União Europeia, por exemplo, são empresas made in Cabo<br />
Verde que exportam de Cabo Verde. Isso compensa e muito.<br />
Do que é que estamos a falar? Estamos a falar de crescer<br />
aqui, de criar condições para que haja outras empresas,<br />
esta é a nossa função.<br />
Em relação ao próprio AGOA, podemos dizer que temos<br />
algumas limitações, não temos uma industrialização, não<br />
temos empresas em algumas áreas para exportar. Mas é<br />
importante pensarmos com uma visão diferente. Para que<br />
Promover Cabo Verde, trazer outras empresas internacionais<br />
a instalarem-se em Cabo Verde e a virar, no fundo,<br />
este mercado para os Estados Unidos. Cabo Verde está<br />
muito bem situado. Geograficamente está bem situado,<br />
tem estabilidade económica, tem estabilidade política, tem<br />
estabilidade social e isto são os factores básicos que permitem<br />
a qualquer investidor ter aqui o seu dinheiro estável,
33 <strong>TURIMAGAZINE</strong> - MARÇO <strong>2017</strong><br />
ENTREVISTA<br />
com confiança e que possa, a partir daqui, exportar.<br />
O investidor em Cabo Verde é um potencial exportador,<br />
porque o mercado é pequeno em termos de escala, mas é<br />
grande pelos mercados em que estamos inseridos e pelos<br />
acordos que Cabo Verde tem com os outros países. Isto significa<br />
que, trabalhando no sentido de as empresas virem<br />
para Cabo Verde, promovendo o país, havendo um bom<br />
ambiente de negócios, melhoria das condições para as empresas<br />
cá se instalarem criaremos um novo patamar.<br />
Na área da alta tecnologia, as pequenas e médias empresas<br />
têm condições para aqui se instalarem e depois exportarem<br />
para os EUA, exportarem para os países da CEDEAO,<br />
de que fazemos parte, a CPLP também. Podemos aqui tirar<br />
proveito do nosso factor plataforma e criar aqui vários<br />
hubs, várias empresas a nível da tecnologia, a nível das<br />
energias renováveis e poder depois exportar para os outros<br />
mercados.<br />
Exportar para os EUA com todas as condições com o acordo<br />
que nós temos. Exportar para a CEDEAO de que fazem<br />
parte 15 Estados de África, um mercado de 300 milhões<br />
de pessoas. Com todo o mercado, todos os acordos que<br />
nós temos estamos a falar de um total de mil milhões de<br />
consumidores. Mil milhões de consumidores é um mercado<br />
enorme que pode trazer e angariar muito mais empresas<br />
para se instalarem aqui e, com isso, poderem exportar<br />
connosco. Cabo Verde, definitivamente, estará num outro<br />
patamar.<br />
Ainda assim, há vários factores que têm impedido um maior<br />
investimento empresarial em Cabo Verde. Há a questão dos<br />
valores elevados da energia, da água, dos combustíveis e até<br />
mesmo dos problemas de segurança. Há ainda muito trabalho<br />
por fazer.<br />
É natural. Um país em desenvolvimento terá sempre trabalho.<br />
Estes são factores, podemos até chamar-lhes de condicionalismos,<br />
mas o governo está a trabalhar no sentido de<br />
os ultrapassar.<br />
E todos nós, cada um de nós, fará também a sua parte. Claro<br />
está que o factor custo da água e energia acaba por influir<br />
nas empresas, por influir na vida das pessoas. Mas isto<br />
é um desafio, isto é uma oportunidade para que as outras<br />
empresas vejam esta área como uma área de oportunidade.<br />
Fazemos as PPP, parcerias público-privadas, o governo<br />
está consciente de que esta é uma limitação mas que vai ser<br />
ultrapassada. Está a criar condições para que ela seja ultrapassada.<br />
Podemos falar de mais coisas, das ligações marítimas,<br />
o governo está a abrir possibilidades para que outras<br />
empresas possam entrar no mercado. Um país quando se<br />
está a desenvolver, tem desafios enormes. Mas os desafios<br />
de que estamos a falar hoje, não vão ser os desafios de que<br />
estaremos a falar daqui a cinco anos. Estaremos a falar de<br />
outros. Daqui a quatro ou cinco anos, a nível de turismo,<br />
teremos cerca de um milhão de turistas. Qual é o desafio<br />
que vamos ter nessa altura? Vamos ter o desafio de muitos<br />
mais hotéis a serem construídos, vamos ter o desafio de<br />
muito mais energia e água, vamos ter o desafio dos transportes<br />
marítimos e aéreos. Vamos ter desafios na área da<br />
alta tecnologia. Todos os desafios que temos agora vão dobrar.<br />
Temos que estar agora a preparar e a prevenir e temos<br />
de começar, desde já, a posicionar-nos, a mostrar desde já<br />
às outras empresas que isto vai acontecer.<br />
Vamos começar a posicionar-nos, desde já, para que estas<br />
áreas comecem a ter empresas com oportunidades de<br />
negócios. Isto é o que se chama de crescimento com planeamento.<br />
É preciso planear, é preciso ter um plano estratégico<br />
e esse plano estratégico tem de ser acompanhado<br />
de políticas. Nós faremos a nossa parte trazendo mais investimentos,<br />
mas estes investimentos serão em função do<br />
desenvolvimento de Cabo Verde. É importante, vai acontecer<br />
e nós vamos dar o salto. Um salto que nos vai permitir<br />
estar num outro patamar de desenvolvimento e ser reconhecidos<br />
a nível internacional.<br />
E digo mais, o que nós precisamos, a nível do turismo, queremos<br />
o turismo que temos, que é o nosso back bone, mas<br />
queremos também outros tipos de turismo. Não só de sol<br />
e mar. Queremos também o turismo de natureza, de eventos,<br />
o turismo náutico, o turismo de saúde. Queremos um<br />
turismo que nos traga mais marinas, mais iates. Queremos<br />
dar um salto no turismo para que este tenha uma abrangência<br />
muito maior e que nos permita trazer outro tipo de<br />
turistas. Mas isto não vai ser feito só a nível da capital, vai<br />
ser feito, também, a nível das outras ilhas que também têm<br />
de crescer e ser integradas e estamos a ter isso em conta.<br />
Com esta entrevista ficamos lúcidos da boa governação de<br />
excelência que o governo pretende implementar através de<br />
Cabo Verde Tradeinvest, promovendo a marca Cabo Verde e<br />
que possa captar investimentos direto estrangeiro, que possibilite<br />
o crescimento do PIB.
TECNOLOGIA<br />
<strong>TURIMAGAZINE</strong> - MARÇO <strong>2017</strong> 34<br />
AKON<br />
pretende investir nas áreas de energias renováveis,<br />
tecnologia e turismo<br />
A empresa, que atua nos setores das telecomunicações,<br />
energias renováveis, novas tecnologias, indústria alimentar,<br />
transporte e educação, conta com 17 sucursais em<br />
países como Senegal, Mali, Burkina Faso, Serra Leoa,<br />
Guiné-Conacri, Benim, Nigéria, República Democrática<br />
do Congo, Congo, Gabão, África do Sul, Namíbia, Quénia<br />
e Marrocos.<br />
Akon e Samba Bathily estiveram em Cabo Verde a convite<br />
da empresa cabo-verdiana IHABA, que se dedica à incubação<br />
de ideias, tendo já identificado as ‘startups’ (empresas<br />
em início de atividade) Bonako (jogos, vídeo e aplicações)<br />
e 238CV (plataforma de promoção turística de Cabo Verde)<br />
como “investimentos de interesse”. Segundo Akon, o<br />
grupo pretende investir em cabo Verde porque é um país<br />
amistoso, livre de ameaças e de conflitos. A sua beleza é<br />
comparável a qualquer ilha, das Maldivas às Bahamas ou<br />
ao Havai.<br />
O<br />
músico norte-americano de origem senegalesa<br />
Akon e o empresário maliano Samba Bathily estiveram<br />
numa "visita exploratória" à Cabo Verde para<br />
identificar as oportunidades de investimento nas áreas das<br />
energias renováveis, tecnologias e turismo.<br />
Norte-americano de ascendência senegalesa, Aliaume Damala<br />
Badara Akon Thiam, mais conhecido como Akon, é<br />
cantor de R&B e hip pop, rapper, compositor e produtor<br />
musical. Com Samba Bathily, fundou em 2014, o programa<br />
“Akon Ilumina África”, que visa fornecer energia, através<br />
da instalação de míni-redes solares, às populações.<br />
Considerado um dos 100 mais influentes empresários africanos,<br />
natural do Mali, Samba Bathily é presidente do Conselho<br />
de Administração da empresa Africa Development<br />
Solutions, que emprega mais de 700 trabalhadores e realiza<br />
um volume de negócios anual de mais de 178 milhões de<br />
dólares (cerca de 167,5 milhões de euros, ao câmbio atual).<br />
É um bom ponto de partida para construir algo”, disse o<br />
músico. A aposta prioritária é o investimento nas energias<br />
renováveis, através da construção de míni-redes solares.<br />
O mentor do “Akon Ilumina África” adiantou que a implantação<br />
do projeto em Cabo Verde será feita num modelo<br />
de parceria público-privada e que já decorrem conversações<br />
com o Governo cabo-verdiano. Explicou ainda que<br />
a visita servirá para identificar um local adequado para a<br />
instalação da primeira míni-rede solar, adiantando que o<br />
objetivo é instalar 15 mil em toda a região da África Ocidental.<br />
Lusa
35 <strong>TURIMAGAZINE</strong> - MARÇO <strong>2017</strong><br />
BOA GOVERNANÇA<br />
AVALIAÇÃO<br />
de Cabo Verde na economia mundial<br />
O<br />
objectivo do Governo é colocar Cabo Verde numa<br />
posição privilegiada da economia mundial. Recentemente,<br />
de acordo com relatório do Banco Mundial<br />
num total de 190 economias avaliadas, o país ocupa<br />
agora a 129ª posição e segundo os responsáveis do governo,<br />
esta descida fica a dever-se, entre outros factores, à introdução<br />
de novos parâmetros de avaliação.<br />
O Governo traçou a meta do top50, mas ainda há um longo<br />
caminho a percorrer para atingir esse objetivo.<br />
No que diz respeito aos países da CPLP, Cabo Verde, num<br />
total de cinco países avaliados, ficou na terceira posição<br />
atrás de Portugal e Brasil. Ainda, o relatório do Banco<br />
Mundial referiu que a única medida reformista no ambiente<br />
de negócios introduzida até então, foi a introdução do<br />
subsídio de desemprego, uma medida que não foi suficiente<br />
para travar a descida do país perdendo três lugares, 126º<br />
em 2016 para 129º em <strong>2017</strong>.<br />
Segundo o primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva à imprensa<br />
nacional, (Expresso das Ilhas) “Cabo Verde tem a<br />
oportunidade de se afirmar como um país estável, seguro,<br />
útil e confiável nas relações internacionais e regionais e nas<br />
relações com os investidores”. Para o governante cabo-verdiano,<br />
o país precisa também de valorizar a sua “localização<br />
geoestratégica em termos económicos e de segurança”.<br />
“Nem do ponto de vista económico, nem do ponto de vista<br />
de segurança, conseguiremos dar saltos se o país não estiver<br />
inserido ou integrado em regiões dinâmicas e se não<br />
potencializar a sua integração na região da CEDEAO”.<br />
Entretanto reforçou a ideia de valorização da posição<br />
geoestratégica de Cabo Verde, o turismo assume, segundo<br />
o Primeiro-ministro, um papel fundamental ao ser o<br />
principal motor da economia cabo-verdiana. “O turismo<br />
insere-se no âmbito da mesma estratégia de valorização<br />
da localização geoestratégica em termos económicos e de<br />
segurança. É o principal foco da nossa economia. É o sector<br />
que melhor irá permitir alcançar a dimensão mínima<br />
óptima do mercado para o desenvolvimento de actividades<br />
empresariais”.<br />
E para finalizar a sua intervenção na abertura da cerimónia<br />
de apresentação dos dados relativos a este ano, afirmou que<br />
para que isto aconteça, Cabo Verde tem de se afirmar como<br />
um país “aberto ao mundo, que se distingue pela qualidade<br />
da sua democracia e das suas instituições, pela excelência<br />
do seu capital humano e pela confiança nas relações com os<br />
parceiros e com os investidores”. Mas também, este processo<br />
tem que passar pelo papel que a administração pública<br />
desempenha, o Estado a assumir um papel “eficiente, efectivo<br />
e parceiro” que aposte na “rapidez e oportunidade da<br />
Justiça comercial, económica, fiscal e executiva” e que também<br />
classifique “a regulação técnica e económica; os recursos<br />
humanos” que introduza “eficácia e flexibilidade no<br />
mercado de trabalho; novos mecanismos e instrumentos<br />
de financiamento de empresas; competitividade e eficiência<br />
fiscal; sistemas de transportes que agregam o mercado<br />
nacional; eficiência e racionalidade energética e da água” e<br />
a qualificação das cidades.
BOA GOVERNANÇA<br />
<strong>TURIMAGAZINE</strong> - MARÇO <strong>2017</strong> 36<br />
Índice da economia na governação<br />
Posto isto, pretendemos situar Cabo Verde no mundo em<br />
relação aos outros países no que diz respeito aos direitos de<br />
propriedade, eficácia e integridade judicial, impostos que<br />
se aplicam aos cidadãos, gastos do governo, imposto sobre a<br />
saúde, liberdade nos negócios, a taxa de desemprego, liberdade<br />
no trabalho, a liberdade no comércio, as possibilidades de<br />
investimento e por fim a liberdade financeira. Nesta primeira<br />
edição da revista Turimagazine, vamos comparar Cabo Verde<br />
com outro país africano, a Seychelles, também uma ilha voltada<br />
para a indústria de pesca e do turismo, segundo os dados<br />
da HERITAGE ORG.<br />
No entanto, as forças institucionais, incluindo um poder<br />
judicial independente e do governo transparente, não foram<br />
acompanhadas de um compromisso para a boa gestão<br />
das finanças públicas. Em matéria de saúde fiscal, o país<br />
tem sido minado por níveis relativamente de altos gastos<br />
do governo e dos défices. Com a dívida pública atingindo<br />
um nível igual e superior a cem por cento do PIB, reduzindo<br />
o défice crónico. Esta matéria precisa de ser considerada<br />
uma prioridade máxima.<br />
CABO VERDE<br />
Cabo Verde tem beneficiado moderadamente e mantido a<br />
estabilidade monetária a um nível relativamente elevado<br />
de abertura de mercado, o que facilita o envolvimento com<br />
o mundo através do comércio e investimento. O arquipélago<br />
beneficia de economia substancial, de um quadro jurídico<br />
sólido e transparente que institucionaliza e apoia o<br />
estado de direito.<br />
Cabo Verde é um país estável, multipartidário, da democracia<br />
parlamentar. As ilhas têm poucos recursos naturais.<br />
Os serviços dominam a economia e a maioria dos alimentos<br />
do país é importado. A população da diáspora é maior<br />
do que a população nacional.<br />
A propriedade privada é razoavelmente bem protegida.<br />
Em 2016, o governo fez as transferências de propriedade<br />
menos dispendiosa baixando o imposto de registo de propriedade.<br />
O poder judiciário é constitucionalmente independente<br />
e de um modo geral respeitados, mas o sistema
56.9<br />
( ▼ DOWN 9.6 POINTS )<br />
37 <strong>TURIMAGAZINE</strong> - MARÇO <strong>2017</strong><br />
BOA GOVERNANÇA<br />
judiciário é ineficiente e com atrasos significativos na resolução<br />
dos processos. Em relação às outras nações africanas,<br />
Cabo Verde tem níveis relativamente elevados de transparência<br />
e níveis relativamente baixos de<br />
0<br />
corrupção.<br />
O ambiente geral das empresas tem de se tornar mais eficiente.<br />
O processo para o lançamento de um negócio terá<br />
acordo com as condições de mercado.<br />
BACKGROUND: Cabo Verde is a stable, multi-party parliamentary democracy. President Jorge Carlos Fonseca,<br />
the chief of state since 2011, appointed Ulisses Correia e Silva as prime minister after his Movement<br />
que ser mais rápido e requisitos de licenciamento são menos<br />
onerosos. Apesar dos esforços para a reforma do mer-<br />
for Democracy party won the March 2016 parliamentary election. The Cabo Verde islands have few natural<br />
resources. Services dominate the economy, and most of the country’s food is imported. Cabo Verde’s<br />
expatriate population is larger than its domestic population. Ongoing economic reforms are intended to<br />
boost foreign investment and diversify the economy.<br />
cado de trabalho, a taxa de desemprego permanece persistentemente<br />
elevado. O mercado determina a maioria dos<br />
preços. O estado subsidia o abastecimento de electricidade<br />
50 60<br />
70<br />
80<br />
100<br />
e água, mas os subsídios para a propriedade do Estado,<br />
companhia aérea deficitária, foram reduzidos em 2016.<br />
A taxa de imposto sobre o rendimento 55.0 pessoal é superior<br />
60.9<br />
a 35%, e a parte superior do imposto<br />
REGIONAL<br />
sobre<br />
AVERAGE<br />
as sociedades O comércio é moderadamente<br />
WORLD<br />
importante<br />
AVERAGE<br />
para Cabo Verde<br />
da economia europeia e o valor das exportações e im-<br />
é de 25 por cento. Outros impostos (SUB-SAHARAN incluem AFRICA um REGION) imposto<br />
sobre o valor acrescentado. A carga fiscal global é igual a portações em conjunto equivalem a 38% do PIB. A média<br />
18,0 por cento do total da renda interna. Os gastos do governo<br />
atingiram NOTABLE 31,2 por SUCCESSES: cento da produção total (PIB) CONCERNS: ao rifárias têm sido reduzidas OVERALL e investidores SCORE CHANGE nacionais e es-<br />
da tarifa da taxa aplicada é de 10,9%. As barreiras não ta-<br />
longo dos Monetary últimos Stability, três anos Tax Policy, e os défices and orçamentais Fiscal Health têm and Labor trangeiros Freedom são geralmente tratadas SINCE de 2013: igual modo ao abrigo<br />
em média 7,0% Investment do PIB. Freedom A dívida pública é equivalente a da lei. O número de empréstimos –6.8 insolventes no sistema<br />
119,3% do PIB.<br />
bancário diminuiu. O crédito é geralmente atribuído de<br />
FREEDOM TREND<br />
QUICK FACTS<br />
80<br />
70<br />
60<br />
50<br />
40<br />
POPULATION:<br />
0.5 million<br />
GDP (PPP):<br />
$3.4 billion<br />
1.8% growth in 2015<br />
5-year compound<br />
annual growth 1.9%<br />
$6,522 per capita<br />
UNEMPLOYMENT:<br />
10.8%<br />
INFLATION (CPI):<br />
0.1%<br />
FDI INFLOW:<br />
$94.9 million<br />
PUBLIC DEBT:<br />
119.3% of GDP<br />
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 <strong>2017</strong><br />
2015 data unless otherwise noted. Data compiled as of September 2016<br />
360 <strong>2017</strong> Index of Economic Freedom
BACKGROUND: The Seychelles People’s Progressive Front, now known as the People’s Party, has ruled<br />
the archipelago country of Seychelles since 1977 when France-Albert René seized power in a bloodless<br />
coup. In 2004, René ceded power to Vice President James Michel. Michel was elected to five-year terms<br />
BOA GOVERNANÇA<br />
<strong>TURIMAGAZINE</strong> - MARÇO <strong>2017</strong> 38<br />
SEYCHELLES<br />
cluindo hipotecas e agravamentos. O Banco Mundial em<br />
2016 numa pesquisa de 189 países, classificou Seychelles de<br />
alto índice de registo de imóveis. O poder judiciário é independente<br />
e bem capacitados no tratamento especial nos<br />
tribunais. Uma falta de transparência permite a corrupção<br />
na privatização e outros programas do governo.<br />
A taxa de imposto sobre o rendimento pessoal é de 15 por<br />
cento. A taxa de imposto sobre as empresas é de 33%. Outros<br />
impostos incluem um imposto sobre veículos e um<br />
imposto sobre o valor acrescentado. A carga fiscal global<br />
SEYCHELLES<br />
é igual a 28,4 por cento do total da renda interna. Os gastos<br />
do governo atingiram 34,7 por cento da produção total<br />
R<br />
eforms of the Seychelles (PIB) ao longo economy’s dos últimos evolving três anos entrepreneurial<br />
e os excedentes orçamentais<br />
têm em média 2,0 por cento do PIB. A dívida<br />
framework have focused on improving overall regulatory<br />
efficiency. The government has previously implemented major<br />
pública é equivalente a 68,1% do PIB.<br />
tax reforms, cutting and simplifying personal and corporate<br />
taxes. Although privatization has been slow, efforts to enhance<br />
transparency and improve the governance of state-owned<br />
enterprises have continued. Additional regulatory reform will be<br />
As reformas<br />
WORLD RANK:<br />
das Seychelles<br />
REGIONAL RANK:<br />
estão em evolução, critical da to economia improving competitiveness.<br />
do quadro 85empresarial 7têm focado na melhoria Undermining da eficiência<br />
geral regulamentar. O governo tem ronment, implementado however, an-<br />
is a lack of commitment to open-market<br />
the gains from an improved regulatory envi-<br />
ECONOMIC FREEDOM STATUS:<br />
teriormente grandes reformas fiscais, corte policies e simplificando that continues to hold back dynamic growth in trade<br />
MODERATELY FREE<br />
os impostos pessoais e corporativos. Embora and investment. a privatização Institutional weaknesses stemming from an<br />
tem sido lenta, esforços para aumentar inefficient a transparência legal e framework and pervasive corruption severely<br />
melhorar a governação das empresas estatais hamper continuaram. the emergence Em termos of a de dynamic investimentos private ainda sector existe beyond uma burocracia<br />
considerável e de barreiras processuais para potenciais<br />
the<br />
tourism sector.<br />
A reforma regulamentar adicional será fundamental para a<br />
melhoria ECONOMIC da competitividade.<br />
empresários. O mercado de trabalho formal não é plenamente<br />
desenvolvido e a ineficácia do sector público repre-<br />
FREEDOM SCORE<br />
A abrir os ganhos provenientes de um ambiente regulamentar<br />
de melhor, porém, a falta de compromisso com as<br />
senta cerca de quarenta por cento do total do emprego. A<br />
companhia aérea estatal adicionada a novos destinos em<br />
políticas de mercado aberto continua a travar o crescimento<br />
dinâmico do comércio e investimento. Fragilidades ins-<br />
2015, apesar de 61.8<br />
uma subvenção do governo, a Seychelles<br />
( ▼ DOWN 0.4 POINT )<br />
Transportes Públicos Corporation registou grandes perdas<br />
titucionais decorrentes de um deficiente quadro jurídico<br />
de exploração em 2015.<br />
e corrupção generalizada dificultam consideravelmente a<br />
0<br />
50 60<br />
70<br />
80<br />
100<br />
emergência de um sector privado dinâmico para além do<br />
O comércio é extremamente importante para a economia<br />
das Seychelles; o valor das exportações e importações<br />
sector do turismo.<br />
Seychelles goza de um ambiente económico<br />
55.0<br />
relativamente somadas em conjunto é igual<br />
60.9<br />
a 181% do PIB. Seychelles<br />
REGIONAL AVERAGE<br />
WORLD AVERAGE<br />
estável, com o lucrativo das indústrias (SUB-SAHARAN da pesca AFRICA e REGION) do turismo.<br />
Em Julho de 2015, o Banco Mundial classificou Seyvestimentos<br />
estrangeiros em alguns setores da economia<br />
aderiu à Organização Mundial do Comércio em 2015. Inchelles<br />
como um país de "alto rendimento".<br />
são restritos. O sector bancário consiste tanto de propriedade<br />
Freedom, do Estado and e de instituições SINCE financeiras 2013: estrangeiras.<br />
NOTABLE SUCCESSES:<br />
CONCERNS:<br />
OVERALL SCORE CHANGE<br />
Fiscal Policy, Trade Freedom, and Rule of Law, Financial<br />
Os tribunais impõem Monetary interesses Stability em bens imobiliários, Investment in- Opções Freedom de financiamento limitado +6.9para o sector privado<br />
minam o desenvolvimento empresarial.<br />
FREEDOM TREND<br />
QUICK FACTS<br />
80<br />
70<br />
60<br />
50<br />
40<br />
POPULATION:<br />
0.1 million<br />
GDP (PPP):<br />
$2.4 billion<br />
4.4% growth in 2015<br />
5-year compound<br />
annual growth 4.9%<br />
$26,277 per capita<br />
UNEMPLOYMENT:<br />
n/a<br />
INFLATION (CPI):<br />
4.0%<br />
FDI INFLOW:<br />
$194.5 million<br />
PUBLIC DEBT:<br />
68.1% of GDP<br />
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 <strong>2017</strong><br />
2015 data unless otherwise noted. Data compiled as of September 2016
39 <strong>TURIMAGAZINE</strong> - MARÇO <strong>2017</strong><br />
INTERNACIONAL<br />
GUINÉ BISSAU<br />
elimina vistos para atrair turistas portugueses<br />
Acabar com a necessidade de vistos é uma medida<br />
que o Governo da Guiné-Bissau prepara a curto<br />
prazo para incentivar a ida de turistas de Portugal.<br />
A decisão foi tomada na sequência da primeira visita de<br />
operadores turísticos portugueses à Guiné, que decorreu<br />
recentemente, promovida pela transportadora Euroatlantic,<br />
onde participaram a Viagens Abreu, Solférias, Soltrópico,<br />
Sonhando, Clube Viajar, You e Across, que representam<br />
80% do mercado a nível nacional — com vista à montagem<br />
de programas de férias já em <strong>2017</strong>.<br />
“Os portugueses são aqui muito bem recebidos e vão sentir-se<br />
em casa”, garantiu Fernando Vaz, ministro do Turismo<br />
da Guiné-Bissau, aos operadores portugueses, frisando<br />
que “Portugal está quase em África, a menos de quatro horas<br />
de voo da Guiné, e queremos que seja um interlocutor<br />
nosso para outros países europeus, tal como foi para Cabo<br />
Verde”.<br />
A aposta está sobretudo no arquipélago de Bijagós, um<br />
santuário natural com 88 ilhas repleto de vida selvagem,<br />
onde é possível avistar os únicos hipopótamos de água salgada<br />
—, mas ainda desconhecido para os hoteleiros portu-<br />
no “turismo de saudade”, a pensar nos “milhares de portugueses<br />
que passaram na Guiné durante a guerra e gostariam<br />
de revisitar os locais onde estiveram”. Garante que<br />
o país está “de braços abertos” ao investimento português,<br />
oferecendo “condições únicas no mundo”, como isenção<br />
de impostos por cinco anos (ver caixa) e bancos recetivos<br />
a apoiar investimentos, mas onde há ainda muito por fazer.<br />
“A imagem que se tem da Guiné lá fora é um pouco<br />
assustadora para quem não conhece e não corresponde à<br />
realidade.<br />
É um país onde aconteceram sucessivos golpes de Estado<br />
e projetou-se uma imagem negativa. Mas aqui as pessoas<br />
podem andar 24 horas em segurança”, salienta.<br />
O arquipélago de Bijagós tem vindo a ser descoberto sobretudo<br />
por investidores franceses, como Solange Morin,<br />
dona do hotel de referência na ilha de Rubane, o Ponta<br />
Anchaca, que assegura o transporte de turistas em avião<br />
privado.<br />
gueses. “Acredito que seja no futuro um grande destino turístico,<br />
dado que o mundo procura hoje este tipo de sítios”,<br />
salienta Fernando Vaz, referindo que a mira também está<br />
Também o guineense Adelino Dakosta, lutador medalhado<br />
nos Estados Unidos e detentor da rede de ginásios Punch
INTERNACIONAL<br />
<strong>TURIMAGAZINE</strong> - MARÇO <strong>2017</strong> 40<br />
em Nova Iorque, decidiu avançar com investimentos hoteleiros<br />
na ilha de Bubaque, com o objetivo de ajudar a sua<br />
terra. “Estamos num espaço que é protegido pela UNES-<br />
CO, o arquipélago de Bijagós continua a ser de pura natureza,<br />
o que está a faltar no mundo existe aqui”, afirma<br />
Adelino Dakosta no seu hotel junto à praia, finalizado no<br />
ano passado, que também inclui uma zona de acampamento<br />
com arte africana ao ar livre. Os clientes atuais são<br />
A proposta do ministro do Turismo em avançar com a<br />
isenção de vistos de curta duração para incentivar a vinda<br />
de turistas é bem acolhida por José Mário Vaz, Presidente<br />
da Guiné-Bissau. “Vamos trabalhar nisso e estamos abertos<br />
a ver as facilidades que podemos colocar ao turismo de<br />
Portugal, pois a economia da Guiné tem muito a ganhar”,<br />
salientou José Mário Vaz ao receber os operadores turísticos<br />
portugueses. “Sei que Cabo Verde atingiu o nível que<br />
atingiu graças a esses operadores, por isso é tão importante<br />
a sua presença na Guiné-Bissau.” Frisando que “o facto de<br />
termos condições excelentes e um paraíso como os Bijagós<br />
não é condição sine qua non para o sucesso do turismo na<br />
Guiné-Bissau”, o Presidente da República enfatizou que a<br />
“formação profissional é de uma importância enorme para<br />
os guineenses, e por isso eu peço: ajudem a criar valor e<br />
também a formar a nossa gente”.<br />
Flamingos na Ilha dos Bijagós<br />
sobretudo pessoas ligadas a ONG (Organizações Não-Governamentais),<br />
mas a meta é trazer gente até dos Estados<br />
Unidos. “Trazer as pessoas aqui é dar-lhes ouro. Se formos<br />
a ver bem, o atraso da Guiné pode ser hoje a sua principal<br />
vantagem. Graças a Deus, o mundo está hoje sensível a<br />
proteger espaços assim.”<br />
O que a Guiné oferece aos investidores<br />
• Isenção de impostos nos primeiros cinco anos de investimento.<br />
• Exportação de capitais pode ir até 90%, apenas 10% dos lucros<br />
terão de ficar na Guiné.<br />
• Capital das empresas pode ser 100% estrangeiro, sem necessidade<br />
de parceiro local.<br />
• Investidores serão ressarcidos por um seguro do Banco<br />
Mundial em caso de conflito na Guiné que ponha em causa<br />
os seus investimentos.<br />
Piroga Guineense<br />
Conceição Antunes<br />
Praia de areia branca - Bijagós
41<br />
<strong>TURIMAGAZINE</strong> - MARÇO <strong>2017</strong><br />
TURISMO PORTUGUÊS<br />
para Cabo Verde caiu ligeiramente em 2016,<br />
com alta em São Vicente e queda na Boa Vista<br />
O<br />
turismo português em Cabo Verde medido pelo<br />
número de dormidas na hotelaria do país decresceu<br />
1,5% no ano passado, com as variações extremas a<br />
ocorrerem nas ilhas de São Vicente e da Boavista, a primeira<br />
com um aumento em 19,5% e a segunda com uma queda<br />
em 11,5%. Dados do INE de Cabo Verde recolhidos pelo<br />
PressTUR permitiram verificar que, globalmente, a queda<br />
das dormidas se deu, porém, pela queda do tempo médio<br />
de permanência dos turistas portugueses, que baixou em<br />
média 5,9%, para 4,9 noites, porque no ano passado até<br />
chegaram mais portugueses aos estabelecimentos de alojamento<br />
turístico cabo-verdianos, compreendendo desde a<br />
hotéis, pensões e pousadas a hotéis-apartamentos, aldeamentos<br />
turísticos e residenciais.<br />
Os alojamentos turísticos cabo-verdianos receberam no<br />
ano passado um total de 64.899 hóspedes residentes em<br />
Portugal, o que representou um aumento em 4,7% ou 2,9<br />
mil face a 2015.A queda da estada média, porém, acarretou<br />
que o total de dormidas, que foi de 318.095, ficasse 1,5% ou<br />
4,8 mil abaixo do ano anterior.<br />
A análise realizada pelo PressTUR permitu concluir que<br />
esta queda se concentrou principalmente na ilha da Boavista,<br />
onde o mercado português mais ‘sofre’ quando não<br />
reserva cedo, pois a procura dos grandes emissores europeus<br />
é grande e feita com antecipação. No ano passado, o<br />
alojamento turístico da Boavista recebeu 14.083 hóspedes<br />
residentes em Portugal que realizaram 98.904 pernoitas, a<br />
uma média de 7,02 noites por turista.<br />
A Boavista foi, assim, a ilha com a estada média dos portugueses<br />
mais elevada do ano e praticamente idêntica à de<br />
2015 (-0,3%), mas com queda do número de hóspedes em<br />
11,2% ou 1,7 mil e do número de dormidas em 11,5% ou<br />
12,8 mil. Esta queda foi o que determinou a queda média<br />
do turismo português em Cabo Verde em 2016, pois, de<br />
resto, na ilha líder em turismo, que é o Sal, as tendências<br />
foram de crescimento, à excepção da estada média, embora<br />
duas das suas maiores unidades (os RIU) tivessem estado<br />
encerrados para remodelação em boa parte do ano. O alojamento<br />
turístico do Sal teve no ano passado um aumento<br />
em 16,3% ou 3,4 mil hóspedes residentes em Portugal, totalizando<br />
24.275, mas uma forte queda da estada média,<br />
em 12,1%, para 6,38 noites, acarretou que esse crescimento<br />
em número de turistas resultasse num aumento em apenas<br />
2,3% ou 3,5 mil dormidas, para 154.918.<br />
Esse foi ainda assim o maior aumento do ano, embora ‘o<br />
mais chamativo’ tenha sido os +19,5% de dormidas de residentes<br />
em Portugal no alojamento turístico da ilha de São<br />
Vicente, que significou mais 2,4 mil, para 15.031, em resultado<br />
de um aumento do número de hóspedes em 8,7% ou<br />
cerca de 280, para 3.487, e uma subida da estada média em<br />
9,9%, para 4,31 noites.<br />
A ilha de Santiago, onde fica a capital e onde se concentram,<br />
portanto, as viagens de negócios e políticas, manteve-se,<br />
porém, a 2ª principal em número de hóspedes residentes<br />
em Portugal, com 21.970, e a 3ª em dormidas, com<br />
44.224. Face a 2015, o número de turistas portugueses no<br />
alojamento turístico da ilha de Santiago aumentou 3,9% ou<br />
cerca de 830, o que, ampliado por um aumento da estada<br />
média em 3,3%, para 2,01 noites, resultou num aumento<br />
das dormidas em 7,3% ou cerca de três mil.<br />
No conjunto das restantes ilhas de Cabo Verde, a tendência<br />
em 2016 foi de aumento do número de turistas portugueses,<br />
com uma subida do número de hóspedes no<br />
alojamento turístico em 19% ou cerca de 170, para 1.084,<br />
mas queda forte das dormidas, em 16,6% ou cerca de mil,<br />
para 5.018, por uma acentuada queda da estada média, que<br />
baixou 29,9%, para 4,63 noites. Os dados do INE de Cabo<br />
Verde indicam que o alojamento turístico do país recebeu<br />
644.429 hóspedes no ano passado, que, com uma estada<br />
média de 6,35 noites, realizaram um total de 4,09 milhões<br />
de dormidas. Os britânicos foram os mais numerosos, representando<br />
20,5% dos hóspedes, seguidos pelos alemães,<br />
com 11,1%, portugueses e franceses, cada qual com 10,1%,<br />
belgas + holandeses, com 9,7%, e italianos, com 7,6%.<br />
Em número de dormidas, a liderança dos britânicos é ainda<br />
mais notória, atingindo 30% do total de pernoitas, seguindo-se<br />
então os alemães, com 12,9%, belgas + holandeses,<br />
com 11,7%, franceses, com 8%, portugueses, com 7,8%, e<br />
italianos, com 6,3%.
Maio Verde<br />
Guest house<br />
Requinte e bem-estar<br />
Maio Verde Guest House, é uma bonita propriedade de 300<br />
m2, situada sobre uma falésia, com uma vista panorâmica sobre<br />
o oceano atlântico, onde poderá contemplar toda esta magnitude<br />
oceânica a partir da piscina de beiral infinito.<br />
A casa oferece quartos equipados, todos com vista para o mar<br />
e um terraço privado. Tudo isso permite que tenha momentos<br />
inesquecíveis de convívios e de bem-estar acompanhado da melodia<br />
marinha das ondas. No rés-do-chão pode contemplar a<br />
partir de um grande terraço e de um grande salão uma vista de<br />
360º sobre a vila e o mar.<br />
6 quartos mobilados com cama de casal e individual<br />
1 Sala de repouso<br />
1 Lounge<br />
1 Cozinha totalmente equipada<br />
Vários terraços<br />
Serviço de pequeno almoço no terraço<br />
Lavandaria<br />
Serviço permanete 24 horas<br />
Frigorífico<br />
TV HD com leitor de DVD<br />
Wifi privado<br />
Equipamentos de desporto<br />
Informações e Reservas:<br />
Tel.: +238 356 17 93 / 974 84 86<br />
Site: www.maioverdeguesthouse.com<br />
Email: info@maioverdeguesthouse.com<br />
Reservas: reservas@maioverdeguesthouse.com