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Revista Prevenção 1ª Edição

Setembro de 2016

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SETEMBRO DE 2016 – <strong>Edição</strong> I – Ano I<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Prevenção</strong><br />

<strong>Revista</strong> trimestral sobre Segurança e Saúde do Trabalho<br />

Diretor: Victor de Souza Barbosa<br />

Sede: Rua Maria de Freitas Leite, S/N, Bairro: Outra Banda –<br />

Maranguape- CE<br />

CEP: 61942-150<br />

Fone: (85) 98815-0509<br />

https://www.facebook.com/revistaprevencao<br />

E-mail: contatoinova386@gmail.com<br />

Editora: Inova Publicações Editoriais<br />

Textos: Daniele Silva Rodrigues e Johnnys de Carvalho<br />

Colunistas: Salete Romero e Mardônio Andrade<br />

Capa, ilustrações e edição de arte: Victor de Souza Barbosa<br />

PUBLICIDADE: Viação Penha, CEED cursos, Fred Wash dedetização,<br />

Escola Técnica de Maracanaú e A2 Segurança e Saúde<br />

no Trabalho.<br />

ASSINATURA: Trimestral, de forma gratuita, através da página<br />

no Facebook: https://www.facebook.com/revistaprevencao<br />

A <strong>Revista</strong> <strong>Prevenção</strong> não se responsabiliza por opiniões expostas<br />

em artigos assinados, sendo estes de responsabilidade de<br />

seus autores. Reprodução de artigos somente com a autorização<br />

do editor<br />

ENTREVISTAS<br />

Os desafios de uma técnica em segurança de trabalho no<br />

canteiro de obras - página: 4<br />

A técnica de segurança Laura Pimentel, fala sobre sua carreira<br />

e os desafios enfrentados.<br />

Uma nova gestão e um sorriso pela luta! - página: 12<br />

Rosendo Neto, presidente do Sintest-CE, fala sobre os desafios<br />

de estar em frente ao sindicato.<br />

Sérgio Maia - Página: 22<br />

O experiente técnico em segurança, Sérgio Maia, fala à<br />

respeito de sua carreira e da responsabilidade de um Tst nas<br />

empresas.<br />

ARTIGOS<br />

Não basta ser motorista, tem que saber dirigir com segurança!<br />

Página: 8<br />

A palestrante e consultora especializada em Psicologia e segurança,<br />

Salete Romero, fala sobre os erros mais comuns dos<br />

condutores.<br />

O mercado para estágios de segurança do trabalho -<br />

Página: 28<br />

Mardônio Andrade, técnico de segurança do trabalho e CEO<br />

da empresa A2 Segurança e Saúde no Trabalho, fala sobre o<br />

mercado atual para estagiários na área de segurança.<br />

Nossa <strong>Revista</strong><br />

É com muita satisfação que a INOVA Publicações Editoriais,<br />

lança no mercado a <strong>Revista</strong> <strong>Prevenção</strong>.<br />

Nossa revista tem periodicidade trimestral, voltada para o mercado<br />

de Segurança do trabalho e tem como objetivo informar sobre<br />

Segurança, Saúde Ocupacional e Meio Ambiente de Trabalho.<br />

Nosso público alvo, são os técnicos de segurança, médicos, enfermeiros,<br />

engenheiros de segurança do trabalho, trazendo notícias,<br />

entrevistas e reportagens sobre o assunto e suas especialidades.<br />

Nossa distribuição ocorrerá em Fortaleza e regiões metropolitanas<br />

(Aquiraz, Caucaia, Chorozinho, Eusébio, Guaiuba, Horizonte,<br />

Itaitinga, Maracanaú, Maranguape, Pacajus, Pacatuba e São<br />

Gonçalo do Amarante), Complexo Portuário do Pecém, Sobral,<br />

Juazeiro do Norte e toda região do Cariri, chegando ao mercado<br />

cearense com foco na troca de experiências sobre o segmento<br />

e orientar quanto a diversos assuntos deste segmento.<br />

Seções<br />

Categoria 3<br />

Emprego 10<br />

Fiscalização 16<br />

Invesmentos 18<br />

Fique ligado 20<br />

Pensamento Tst’s 21<br />

Você sabia? 25<br />

Whatsapp 26<br />

A importância da segurança no dia a dia 29<br />

Medicina do trabalho 30<br />

De olho na Segurança 32<br />

NR’s atualizadas 33<br />

Profissionais proficientes 34<br />

Qualidade dos cursos técnicos de SST 35


CATEGORIA<br />

A importância do Técnico de Segurança<br />

do Trabalho<br />

O<br />

profissional Técnico de Segurança no trabalho é o<br />

responsável pelo uso dos procedimentos adequados<br />

e seguros na hora de executar tarefas e atividades<br />

que uma empresa exige. A maior preocupação do<br />

profissional é cuidar do trabalhador, sempre alerta para que<br />

ele esteja fazendo o bom uso de meios que o permitam trabalhar<br />

com segurança dentro do ambiente de trabalho e repassando<br />

orientações aos empresários para que trabalhem<br />

dentro daquilo que a lei exige, cumprindo Normas e Leis.<br />

O responsável pela segurança na empresa sugere, aponta, relata,<br />

avalia e investiga os possíveis pontos em que possa ocorrer algum<br />

acidente ou prevenir para que o desastre maior não aconteça.<br />

O profissional é o elo de ligação entre o trabalhador e empregador<br />

quando o assunto é segurança no trabalho, possuindo então um<br />

perfil de liderança, sociabilidade, comunicação, iniciativa e ética.<br />

O Técnico de Segurança do Trabalho possui grande responsabilidade<br />

dentro da empresa pelo fato de seu trabalho estar<br />

ligado diretamente ao trabalhador como ser humano. A ineficiência<br />

e omissão destes profissionais pode acarretar em acidentes<br />

de forma geral, pode deixar o empregador desguarnecido<br />

de informações que possam lhe levar ao pagamento de multas<br />

quando aplicadas pelos Fiscais do MTPS e ainda trazer<br />

consequências drásticas ao próprio profissional TST, no caso<br />

com a perda do seu registro que lhe é emitido pelo MTPS.<br />

Algumas das rotinas do Técnico de<br />

Segurança do Trabalho<br />

Esse profissional acumula algumas funções, desde a administração<br />

do setor até o acompanhamento em testes de segurança<br />

que ocorrem na empresa. Conheça algumas:<br />

1-Elabora e corrige as normas internas da empresa, a partir<br />

da análise de condições da empresa e suas probabilidades<br />

de riscos. Além de planejar e programar os serviços de higiene<br />

e segurança para erradicar e minimizar os riscos.<br />

2-Administra a área de segurança e proteção da empresa,<br />

consultando o estoque de materiais e instrumentos disponíveis<br />

para uma futura reposição e racionalização dos iguais.<br />

3-Cria procedimentos de segurança da empresa, além de<br />

orientar os subordinados para o cumprimento exemplar do<br />

que foi proposto com o intuito de prevenir os riscos.<br />

4-Acompanha as inspeções de segurança dos equipamentos<br />

contra incêndio, junto com empresas especializadas.<br />

5-Auxilia junto com a CIPA (Comissão Interna de <strong>Prevenção</strong><br />

de Acidentes), prestando a devida assessoria a partir da<br />

legislação vigente.<br />

6-Orienta, fiscaliza e treina quanto ao uso de equipamentos<br />

que garantem a proteção individual que ocorre com acompanhamento<br />

e distribuição racional.<br />

Jair Antonino da Silva, Técnico de Segurança<br />

do Trabalho, natural da cidade de<br />

Maranguape-ce, 31 anos, atuando há 5<br />

anos na área da construção civil, atualmente<br />

reside na cidade de Tijucas do Sul<br />

no Paraná.<br />

Janaina Barros de Oliveira, Técnica de Segurança<br />

do Trabalho, natural da cidade de<br />

Fortaleza-ce, 23 anos, atuando há 1 ano e<br />

2 meses na área da construção civil.<br />

Dayane Cristina Vieira dos Santos, Técnica<br />

de Segurança do Trabalho, natural<br />

da cidade de Fortaleza-ce, 26 anos,<br />

atuando há 4 meses na área da aviação<br />

no Aeroporto Internacional Pinto Martins.<br />

REVISTA PREVENÇÃO ٣


ENTREVISTA<br />

Para você o que é a<br />

Segurança do Trabalho?<br />

A segurança do trabalho gira em torno de<br />

tudo na minha vida. Segurança não é só<br />

chamar atenção, é um modo de vida que<br />

você precisa incorporar, dar o exemplo.<br />

Segurança é orientar, escutar o problema<br />

do colaborador, tem que ser psicólogo,<br />

orientador, médico e socorrista, além de<br />

técnico. Muitas vezes você precisa ouvir<br />

o lado do trabalhador, saber a necessidade<br />

que ele passa. Depois que você ouve,<br />

consegue saber se o equipamento que ele<br />

usa é o adequado, se está causando desconforto,<br />

se precisa adaptar. Segurança é<br />

saber observar o ambiente e criticar para<br />

tornar melhor a vida do trabalhador em relação<br />

aos riscos em que ele está exposto.<br />

Os desafios de uma Técnica em Segurança<br />

do Trabalho no canteiro de obras<br />

Laura Pimentel trabalha como Técnica em Segurança do Trabalho desde<br />

2010, de lá pra cá já passou por grandes empresas e hoje faz parte da<br />

Construtora Colmeia. Em entrevista ela conta como a profissão mudou nestes<br />

seis anos, quem lhe incentivou, além de contar como lida com preconceitos<br />

por ser uma mulher em um ambiente denominado masculino, que nem o<br />

da construção civil. Os desafios da mulher acontecem em todas as profissões,<br />

mesmo em épocas de empoderamento, mas Laura não parece se<br />

abalar, construiu sua carreira dentro da área que desejava, sempre buscando<br />

se aperfeiçoar e amadurecer de modo que isso reflita no seu trabalho.<br />

Como você começou e se interessou em ser técnica em segurança<br />

de trabalho?<br />

Antes de trabalhar como técnica em segurança eu trabalhava em um escritório,<br />

fazia curso durante a noite e durante o dia eu trabalhava. Tive contato com um amigo<br />

que trabalhava como técnico em segurança e achava interessante, conversei<br />

com ele e fui procurar mais. Conheci um professor que me ajudou muito, Mardonio<br />

Andrade, e através dele fui procurar mais sobre a área, fiz curso de NR10, NR12<br />

e Emergencista, fui me aprofundando e interessando, além de ir atrás do estágio.<br />

O professor Mardônio Andrade, poderia ser considerado seu<br />

maior incenvador?<br />

Sim, ele me incentivou bastante. Além do Davi Lopes, um profissional amigo<br />

meu, com o qual eu tive o primeiro contato e conhecimento da área. Depois<br />

fiz o curso e conheci o Mardônio. Eu fazia o curso, gostava e não<br />

levava tão a sério. Um dia o Mardônio conversou comigo e disse que se eu quisesse<br />

ter sucesso eu precisava correr atrás porque eu tinha potencial, foi uma<br />

sacolejada, a partir daí que levei mais a sério. Os dois foram os que mais incentivaram,<br />

O Davi me inspirando e o Mardônio por me encaminhar na profissão.<br />

Qual sua opinião sobre a área de<br />

segurança para a mulher?<br />

Hoje em dia o mercado está um pouco<br />

mais fácil para a mulher, tem engenheiro<br />

que procura profissional do sexo feminino<br />

por ser mais criteriosa, apesar de ainda<br />

haver muito preconceito dentro da área.<br />

Quando eu comecei, essa área ainda era<br />

um ambiente muito masculino, eu enfrentava<br />

muito problema com trabalhador que<br />

não queria receber orientação de mulher,<br />

que dizia: “ah, eu não vou ser mandado<br />

por mulher”, “ah, não vou fazer isso porque<br />

foi uma mulher que disse”. Porque<br />

infelizmente nosso público, da construção<br />

civil, ainda é um pouco ignorante, no<br />

sentido de falta de conhecimento. Muitos<br />

ainda tem essa visão de não querer ser<br />

mandado por mulher, às vezes por ser<br />

uma mulher mais nova, que tem a idade<br />

da filha deles ou pelo simples fato de ser<br />

uma mulher. No começo eu sentia um<br />

preconceito muito grande, levei alguns<br />

‘nãos’, mas hoje posso dizer que a tendência<br />

é melhorar, o que não significa<br />

que as barreiras ainda não continuem.<br />

Na sua opinião, hoje em dia<br />

existem mais oportunidades para<br />

mulheres nesse mercado?<br />

Ainda existe o preconceito por ser uma<br />

área masculina, as direções preferem<br />

homens. Já fui para entrevistas de emprego<br />

que ouvi “Ah não, gostei de você<br />

mas é mulher”. Mas a partir do momento<br />

que você busca se qualificar,<br />

٤ REVISTA PREVENÇÃO


que mostra o seu diferencial e<br />

que a questão de gênero é irrelevante<br />

diante da sua qualificação<br />

profissional, eu acredito<br />

que o mercado vai expandindo.<br />

Com quantos trabalhadores<br />

você já chegou a<br />

lidar dentro do canteiro<br />

de obras?<br />

Na primeira empresa já<br />

cheguei a trabalhar com<br />

300 funcionários, o mesmo<br />

número da Colmeia.<br />

Você já sofreu preconceito dentro<br />

da área?<br />

Já sofri preconceito de trabalhador. Ele estava<br />

em determinada situação trabalhando<br />

em altura e precisava estar acoplado,<br />

usar cinto e fui conversar com ele que disse<br />

que não ia me ouvir, porque não ia perder<br />

o tempo dele ouvindo uma mulher falando.<br />

E como você contornou a<br />

situação?<br />

Eu tive o apoio da administração e do<br />

mestre (de obra). Eu vi que indo conversar<br />

com ele de uma forma legal não deu<br />

certo então entrei em contato com o mestre<br />

que me ajudou, juntos conversamos<br />

com o trabalhador, que foi punido. Aos<br />

poucos fui trabalhando com ele que essa<br />

questão de segurança tem que ser feita<br />

não porque sou mulher e ele homem, mas<br />

sim pelo bem dele e consegui contornar a<br />

situação. Depois ele foi me ouvindo e consegui<br />

ter um bom relacionamento com ele.<br />

Você está na profissão desde<br />

2010, o que mudou de lá para<br />

cá?<br />

Eu amadureci muito, eu era uma pessoa<br />

difícil de lidar, eu queria que as coisas<br />

acontecessem e hoje você vê que existem<br />

formas melhores de caminhar, há<br />

“o caminho das pedras” como dizem, e<br />

quando você amadurece o seu lado profissional<br />

amadurece junto. Meu primeiro<br />

emprego foi muito difícil, ainda tinha muita<br />

gente que não queria trabalhar com<br />

mulher. Lembro do primeiro mestre de<br />

obras com quem trabalhei, o Mairton, me<br />

ajudou muito em relação a isso, sempre<br />

me apoiava. De lá pra cá eu fui evoluindo<br />

em saber lidar com o trabalhador e fazer<br />

a segurança acontecer. As normas também<br />

vão evoluindo, hoje em dia existe<br />

a NR35, que tem especificação em trabalho<br />

na altura e quando acontecia um<br />

acidente era mais grave, não existiam<br />

equipamentos que hoje existem. Hoje em<br />

dia através da NR35 existe talabarte com<br />

abs, com elástico, em Y, em I e naquele<br />

tempo era só o antigo canarinho com a<br />

corda azul, o trabalhador caia e se quebrava<br />

todo. Hoje ele possui um sistema<br />

de amortecimento, algo que melhora para<br />

gente como profissional também, até para<br />

o socorro que prestamos para a pessoa.<br />

A questão de segurança do trabalho, se<br />

renova muito, hoje há uma maior cobrança<br />

da NR12, a segurança do trabalho em<br />

LAURA PIMENTEL<br />

máquinas e equipamentos, e a<br />

partir do momento que é mais<br />

cobrado você tem força para<br />

que aquilo aconteça porque<br />

você sabe que vai ser cobrado<br />

do outro lado. Tem empresas<br />

que fazem segurança porque<br />

é obrigatório por lei e existem<br />

empresas que entendem<br />

que segurança é um investimento<br />

e não um desperdício.<br />

Você já sofreu algum<br />

po de assédio dentro<br />

do ambiente de trabalho?<br />

As vezes tem coisas que você escuta e<br />

deixa passar para evitar uma situação<br />

e as vezes você responde. O assédio<br />

acontece e você tem que saber lidar<br />

com ele, infelizmente acontece em todas<br />

as áreas e não somente na minha.<br />

Como é sua relação com os<br />

trabalhadores?<br />

Posso dizer que em 90% é boa, não dá<br />

pra ser 100%. Mas tenho um bom relacionamento<br />

com os colaboradores, a<br />

gente se ajuda. Posso dizer que é determinante<br />

na postura que a administração<br />

interna tem em relação aos colaboradores.<br />

Nossa administração é muito unida,<br />

sou muito apoiada, é muito importante<br />

na minha área. O técnico em segurança<br />

que não tem apoio do engenheiro,<br />

do mestre ou dos encarregados não faz<br />

nada. Nosso papel é orientar, a gente não<br />

pega no martelo e faz, a gente diz o que<br />

melhorar, o resto da administração é que<br />

faz o negócio rodar. A união e o respaldo<br />

que o engenheiro me dá é decisivo<br />

no meu trabalho diário, isso torna meu<br />

relacionamento melhor com os colaboradores,<br />

pois eles nos enxergam unificados.<br />

REVISTA PREVENÇÃO ٥


ENTREVISTA<br />

Essa união é dicil de acontecer<br />

ou também exisu nas outras<br />

empresas em que você trabalhou?<br />

Sou uma pessoa um pouco difícil de<br />

lidar, mas no modo geral eu tive um bom<br />

relacionamento, só não tive com uma<br />

engenheira, que era mulher, e tínhamos<br />

muito conflito.<br />

Como você vê a empresa lidando<br />

com o SESMT?<br />

A nossa empresa leva a sério, nos reunimos<br />

mensalmente. O SESMT da empresa<br />

é formado por mim, além de três<br />

técnicos. Nos reunimos e analisamos o<br />

que deu certo e errado no mês, o que um<br />

fez e pode ser copiado em outra obra,<br />

a gente é levado muito a sério em relação<br />

as questões de segurança. Trabalhamos<br />

com o sistema QuizQuality , que<br />

me permite fiscalizar o canteiro sem de<br />

PAS (Plano de Ação de Segurança).<br />

Como funciona o PAS?<br />

É uma ação para sair do papel. Identifico<br />

o problema, faço o registro fotográfico,<br />

sugiro uma solução, dou prazo<br />

e nomeio um responsável por isso. O<br />

PAS vem dando muito certo, graças ao<br />

QuizQuality que informatizou as fiscalizações,<br />

ele transforma as NRs em um<br />

questionário e vou respondendo como<br />

forma de facilitar o serviço de fiscalização.<br />

Como é alinhar seu nome ao da<br />

Colmeia, que possui décadas de<br />

história?<br />

Foi ótimo ingressar, me tornar uma ‘abelha’<br />

(nome dado a quem trabalha na empresa),<br />

trabalho na Colmeia há 3 anos e<br />

cheguei aqui ‘verde’. Era acostumada a<br />

trabalhar de uma outra forma, a Colmeia<br />

veio para inovar em relação a segurança<br />

e a minha carreira. Eu conheci o Quiz-<br />

Quality aqui na Colmeia, até então trabalhava<br />

no canteiro com pranchetas e<br />

muitas folhas. Eu entrei na Colmeia nesse<br />

processo de mudança para o QuizQuality,<br />

o que me trouxe um crescimento profissional<br />

estrondoso. Na implantação consegui<br />

muitos contatos e vários profissionais<br />

vieram na empresa para poder conhecer<br />

o sistema, que é a tendência para a segu<br />

٦ REVISTA PREVENÇÃO<br />

rança do trabalho se informatizar, e aliar<br />

meu nome com esse time, que foi pioneiro,<br />

para mim foi de grande crescimento<br />

profissional e muito importante. Eu cheguei<br />

na Colmeia e era acostumada a bater<br />

de frente com os mestres mas percebi<br />

que aqui era um time, todos trabalham<br />

em parceria, o que representa um salto<br />

para o meu crescimento profissional.<br />

Você já trabalhou em outras<br />

empresas do ramo da construção<br />

civil como a CHC, Época e MRV,<br />

você sempre pensou em estar<br />

dentro da área da construção<br />

civil para aplicar o seu conhecimento?<br />

Eu comecei a procurar vaga na área antes<br />

de me formar, nunca quis indústria.<br />

Sempre busquei a construção civil, desde<br />

quando comecei a realizar pesquisas,<br />

busquei saber como funcionava a<br />

rotina e também realizava visita técnica.<br />

Mas por que a construção civil e<br />

não uma indústria, por exemplo?<br />

Há uma grande diferença do técnico da<br />

indústria para o da construção civil. O<br />

técnico da construção civil sabe caminhar<br />

melhor por todos os aspectos da profissão,<br />

por ser um ambiente dinâmico, você<br />

vê um pouco de tudo. Não que a indústria<br />

não seja diversificada, na construção o<br />

que rege é o PCMAT (Programa de Condições<br />

e Meio Ambiente de Trabalho) e na<br />

indústria o PPRA (Programa de <strong>Prevenção</strong><br />

de Riscos Ambientais), mas podemos<br />

ver que na obra há uma maior aplicação<br />

do conjunto das normas como o trabalho<br />

em altura, máquinas e equipamentos,<br />

área de vivência, você vê a norma no<br />

seu dia-a-dia de uma forma mais vívida<br />

do que na indústria, na minha opinião.<br />

Quais suas metas na profissionais?<br />

O que você deseja alcançar<br />

que ainda não realizou?<br />

Eu iniciei um curso de engenharia de produção,<br />

mas pretendo voltar. Quero me<br />

especializar em segurança do trabalho<br />

e infelizmente em Fortaleza ainda não<br />

existe um curso superior de Segurança<br />

no trabalho. Para você ser um engenheiro<br />

de segurança no trabalho, é preciso fazer<br />

uma engenharia para se especializar. Até<br />

existe o curso de tecnólogo de Segurança<br />

no Trabalho, mas ainda não há credibilidade,<br />

vou sempre baixando algum<br />

conteúdo pela internet. Você tem que ser<br />

desenrolado, saber conversar e questionar,<br />

o conhecimento é importante para<br />

ter propriedade porque tudo que vem<br />

da segurança é questionado, qualquer<br />

medida para se tomar é questionada,<br />

então você precisa estar por dentro para<br />

saber criticar e responder. Então o conhecimento<br />

das normas e a forma de tratar<br />

as pessoas formam um bom técnico.<br />

Nossa administração é muito<br />

unida, sou muito apoiada, é<br />

muito importante na minha área.<br />

O técnico em segurança que<br />

não tem apoio do engenheiro,<br />

do mestre ou dos encarregados<br />

“não faz nada


LAURA PIMENTEL<br />

O que é necessário para ser uma boa técnica?<br />

Quando fazemos o curso de segurança, saimos iludidos, costumamos pensar que é tudo lindo, que a lei vai será<br />

aplicada a tudo e quando chegamos na obra é como se ‘estourássemos um balão’, você vê a realidade. Para ser um bom<br />

técnico é necessário estudar, é importante se atualizar, porque o manual de normas vai sempre se atualizando, por isso desisti<br />

de comprar, vou sempre baixando pela internet.<br />

Uma dica aos novos profissionais que pretendem entrar na área<br />

O mercado está passando por uma fase complicada devido a crise no país. Mas a dica é não ter medo, mesmo<br />

sabendo que existe a possibilidade de levar um ‘não’. Ter consciência da responsabilidade porque muita gente tem a visão<br />

de que um técnico de segurança do trabalho não faz nada, fica só na mesa e não é bem assim, temos uma responsabilidade<br />

para carregar. Saber andar de mãos dadas com o setor da administração, ter essa parceria com o engenheiro e mestre de<br />

obras é um ponto chave.<br />

Jogo Rápido<br />

Mulher na Obra – Um olhar criterioso<br />

SESMT – Importante para o bom<br />

funcionamento de uma obra<br />

de grande porte<br />

Massa trabalhadora –<br />

A base, todos estamos<br />

trabalhando em torno<br />

deles.<br />

Sindicado do TSTs –<br />

Um sonho que pode<br />

ser possível tornar<br />

realidade<br />

Acidente nas Obras –<br />

Pode ser evitado<br />

Construtora Colmeia –<br />

Excelência<br />

Fiscalização do MTE – Necessário para<br />

a evolução da segurança<br />

Selos de qualidade das Construtoras –<br />

Cerficação do nosso bom trabalho<br />

<strong>Prevenção</strong> – Orientação e treinamento<br />

“<br />

A partir do momento que<br />

você busca se qualificar,<br />

que mostra o seu<br />

diferencial e que a<br />

questão de gênero é<br />

irrelevante diante da<br />

sua qualificação profissional,<br />

eu acredito que o<br />

mercado vai expandindo.<br />

REVISTA PREVENÇÃO ٧


PAPO<br />

RETO<br />

Não basta ser motorista,<br />

tem que saber dirigir com<br />

segurança!<br />

Antes de repetir o clichê de que há uma “indústria de multas”, é preciso se dar conta de que o que a<br />

alimenta é de fato, uma oferta muito grande de atitudes inadequadas de condutores.<br />

Mesmo conhecendo as regras, quantas vezes já fizemos aquela<br />

conversão proibida e não recebemos nenhuma multa?<br />

Aquele sinal vermelho ultrapassado perto de casa. Desde<br />

que não haja fiscalização e o caminho esteja aparentemente<br />

livre, lá vamos nós para mais uma infração invisível.<br />

Antes de repetir o clichê de que há uma “indústria de multas”,<br />

é preciso se dar conta de que o que a alimenta é de fato, uma<br />

oferta muito grande de atitudes inadequadas de condutores.<br />

Salete<br />

Romero<br />

Palestrante, Consultora Especialista<br />

em Psicologia e Segurança<br />

no Trânsito<br />

Autora do Livro:<br />

Erros Bem-Intencionados...no<br />

Trânsito - O que todo motorista<br />

precisa saber!...Mas acredita que<br />

já sabe!<br />

Atitudes essas que, por vários anos (principalmente antes do Código Transito<br />

Brasileiro — CTB/1998) muitas vezes não tiveram punição e, dessa<br />

forma, contribuíram para um comportamento inadequado e repetitivo,<br />

como que se tornando “natural”, quase que cultural em “burlar” as regras.<br />

Como uma atitude natural — já fazendo parte de nossa cultura em<br />

burlar as regras — porque todos sempre fazem ou sempre fizeram — fica<br />

um questionamento quando essa atitude até então “aceita” seja agora repreendida;<br />

principalmente dessa forma: multa — autuação — dinheiro.<br />

Essas atitudes que nos acostumamos a tomar sem nenhum comprometimento,<br />

sem nenhum dano, nem sempre são contempladas com<br />

uma punição e, quando são, ela ocorre em razão de uma atitude errada<br />

frente a uma regra que está ali por algum motivo. A questão é<br />

tão grave que o motorista defensivo ou o pedestre mais consciente de<br />

sua fragilidade no trânsito, costuma olhar antes para confirmar se os<br />

veículos realmente pararam naquele cruzamento no momento em que<br />

o semáforo está vermelho, para então seguirem mesmo na sua preferencial,<br />

mas nem sempre com sensação de que estão em segurança.<br />

De certa forma, devido à observação desse tipo de desvio em toda parte,<br />

nos acostumamos a imaginar que o outro não irá respeitar as regras e<br />

por isso, nós acabamos aceitando o errado para nos defendermos de acidentes,<br />

muitas vezes abrimos mão de nossa preferencial, para estabelecer<br />

segurança em relação ao outro. Esse agora passa à ser o nosso dever!<br />

٨ REVISTA PREVENÇÃO


A engenharia de tráfego, em qualquer lugar do mundo,<br />

tem a mesma preocupação quando marca um local<br />

com um tipo de sinalização: a fluidez ou a segurança.<br />

Estamos falando de pequenas ações, que ao nosso ver,<br />

de imediato, nos dão uma impressão que não irão trazer<br />

nenhuma consequência... Mas sabemos que transitar<br />

em velocidade maior que a permitida, ultrapassar em<br />

locais proibidos, deixar de usar o cinto de segurança<br />

ou o capacete são atitudes comuns em locais onde sabemos<br />

que não há fiscalização e por isso, continuamos<br />

fazendo. Isso tudo acontece porque as regras existem,<br />

mas não há condição viável de fiscalizar o cumprimento<br />

de todas elas. Isso tudo está tão naturalizado em nosso<br />

comportamento, que aquele que obedece as regras<br />

de trânsito, com efeito, costuma se sentir inadequado,<br />

mesmo errado, porque tudo o que enxerga a sua volta<br />

são pessoas desrespeitando códigos simples de segurança.<br />

Isso vale pra você que ao trafegar em velocidade<br />

média, ouve buzinas intermináveis atrás de si e aos jovens<br />

que são ridicularizados quando usam o capacete<br />

em um domingo à tarde ensolarado junto aos amigos.<br />

Há uma espécie de ditadura do erro para a qual não<br />

devemos nos curvar. Uma atitude inadequada de um motorista<br />

é capaz de promover a repetição do mesmo ato<br />

em outros e a coisa vai se alastrando em níveis perigosos.<br />

É preciso muita segurança de espírito para saber que<br />

está dirigindo da maneira certa, mesmo quando todos<br />

lá fora andam descumprindo as regras. Importante perceber<br />

aqui, caro leitor, que provavelmente muitas vezes<br />

fui influenciada pelo outro condutor quando ouvi uma<br />

buzina, ou uma pressão de velocidade do veículo que está<br />

atrás de mim, ou quando parada no congestionamento vi<br />

outro condutor indo pelo acostamento. Ora, se eu já fui<br />

influenciada por outros condutores a fazer o que sei que<br />

não era o correto ( já que sou habilitada e conheço as<br />

regras de segurança no trânsito) significa então que uma<br />

atitude inadequada minha pode influenciar a atitude do<br />

outro em fazer coisas inadequadas ou inseguras. E necessitamos<br />

prestar atenção nisso e não nos deixar levar pela<br />

pressão que outros condutores fazem quando estão junto<br />

à nós, pois, caso ocorra um acidente comigo em função<br />

de me deixar levar por esta pressão, o mais provável<br />

é que este outro não assuma a sua responsabilidade.


EMPREGO<br />

A crise nos grandes pólos industriais do Ceará<br />

A região metropolitana sofre com a falta de oportunidades de trabalho<br />

Em entrevista à revista <strong>Prevenção</strong>, os encarregados<br />

do Sine-Idt de Maranguape,<br />

Amanda Nojoza e José Maria falam sobre<br />

a crise e as consequências no mercado<br />

de trabalho, comentam sobre como a crise<br />

tem afetado o nosso país, a forma que<br />

tem atingido a empregabilidade na região<br />

metropolitana de Fortaleza e nos dão dicas<br />

de quais são as melhores maneiras para<br />

os candidatos se capacitarem para conquistar<br />

uma vaga, o perfil profissional que<br />

as empresas tem buscado e muito mais.<br />

A crise econômica no país tem afetado diversos<br />

setores, em alguns foram reduzidas<br />

as ofertas de emprego e segundo Amanda<br />

Nojoza, houve redução na área de calçados,<br />

“No momento as empresas não estão<br />

contratando, fazem até seleção, mas infelizmente<br />

fui informada que não teremos<br />

contratação ainda nesse mês de Agosto”.<br />

Também nos informou que uma empresa,<br />

ligada ao setor vestuário, que fica localizada<br />

no Maracanaú, também solicita a parceria<br />

do Sine Maranguape para as contratações,<br />

“Foram feitas várias seleções, em<br />

torno de umas cinquenta pessoas, mas<br />

entrei em contato para saber se estavam<br />

precisando de mais funcionários e me deparei<br />

com um quadro muito ruim, sendo informada<br />

que a empresa estava trabalhando<br />

com banco de horas, quer dizer, que<br />

ontem a empresa não funcionou, somente<br />

para o pessoal do Recursos Humanos”<br />

Diante desta crise, ultimamente<br />

as empresas estão solicitando colaboradores,<br />

fazendo entrevistas, mas as contratações<br />

acabam não acontecendo.<br />

SINE-IDT registra aumento na procura de empregos e redução na oferta de vagas<br />

Empresas de diversos setores procuram<br />

o Sine para contrações. “No caso de uma<br />

empresa do setor vestuário, viram uma<br />

demanda muito boa, só que de uma hora<br />

pra outra foi cancelada, teve processo<br />

seletivo, mas não houve contratação”<br />

Mesmo diante desta crise, existem setores<br />

que apresentam melhorias. Amanda<br />

informa que as melhores oportunidades<br />

tem ocorrido na área da construção civil,<br />

“Estamos trabalhando com uma empresa<br />

de engenharia, aqui de Maranguape, ela<br />

está realizando uma obra em Fortaleza,<br />

no bairro Jacarecanga e só solicitou funcionários<br />

que residem em Maranguape.<br />

Pela obra ser em Fortaleza, poderiam ter<br />

selecionado pessoas de lá para sair um<br />

custo menor, mas não, uma das exigências<br />

é a moradia aqui, o que achamos<br />

muito bom, inclusive, na quarta- feira<br />

passada tivemos uma seleção com mais<br />

de cinquenta homens, para as funções<br />

de auxiliar de carpinteiro, carpinteiro,<br />

ferreiro, auxiliar de ferreiro e servente”.<br />

A região metropolitana é composta por<br />

14 municípios (Caucaia, Maranguape,<br />

Pacatuba, Aquiraz, Maracanaú, Eusébio,<br />

Itaitinga, Guaiuba, Chorozinho, Pacajus,<br />

Horizonte, São Gonçalo do Amarante,<br />

Pindoretama e Cascável) e questionamos<br />

em qual desses municípios estariam sendo<br />

gerados um maior número de novos<br />

postos de trabalho.<br />

Segundo o Sr. José Maria, o município<br />

de Maracanaú tem sido o que mais<br />

oferece vagas, mas não por ter aumentado<br />

o fluxo e sim devido ser um polo<br />

industrial. Porém empresas de grande<br />

porte não tem realizado contratações.<br />

Neste atual momento, nenhum município<br />

da região metropolitana tem se destacado<br />

à nível de empregabilidade. “Ano passado<br />

tivemos um ano muito bom, em que<br />

conseguimos atingir todas as metas mas<br />

esse ano tem sido difícil”. Já Amanda Nojoza<br />

afirma que “Neste ano, a única meta<br />

que conseguimos atingir foi a do mês de<br />

Junho, que por sinal era uma meta baixa”.<br />

No caso dos técnicos de segurança do trabalho,<br />

questionamos se o mercado também<br />

está em queda para esse tipo de profissional<br />

e fomos informados que apenas<br />

uma empresa solicitou a contratação ao<br />

Sine de Maranguape. “Surgiu a vaga em<br />

uma empresa de eletrodomésticos, mas o<br />

processo não foi concluído junto ao Sine”.<br />

١٠ REVISTA PREVENÇÃO


Devido ao desemprego, uma das dúvidas<br />

mais frequentes é sobre qual perfil<br />

profissional as empresas tem buscado.<br />

O Sr. José Maria informa que “No momento<br />

atual tem sido para trabalho em<br />

produção e costureiras, pois na região<br />

existem muitas facções”. Mesmo Maranguape<br />

sendo uma das dez maiores<br />

economias do estado, por conta do atual<br />

momento, as vagas tiveram redução.<br />

Quando tratamos de idade, para as contratações<br />

que estão sendo realizadas,<br />

a faixa etária varia de vinte e dois à cinquenta<br />

anos. “No momento o maior interesse<br />

tem sido o Jovem-aprendiz, eles<br />

estão sendo contratados mais, porque<br />

não tem grande custo, quem paga é o<br />

estado e a demanda está muito grande<br />

também”. Afirma Amanda Nojosa.<br />

Todo o trabalhador precisa de dicas para<br />

buscar sua vaga, inclusive os Técnicos<br />

de Segurança do trabalho, o Sine informa<br />

que a qualificação sempre trará melhores<br />

oportunidades para os candidatos.<br />

Sabemos que um dos direitos do trabalhador<br />

é o seguro-desemprego e o Sine<br />

é um dos locais onde o trabalhador pode<br />

buscar o seu benefício, porém houve uma<br />

queda no recebimento este ano. O Sr.<br />

José Maria afirma que “Teve uma queda,<br />

atendíamos na faixa de trinta à trinta<br />

e cinco por dia e haviam dias em que as<br />

pessoas tinham que ir embora e voltar depois<br />

porque não conseguíamos atender,<br />

mas agora mesmo não está aparecendo.”<br />

Os encarregados do Sine - idt lembram<br />

que existe a questão do desemprego<br />

e também as alterações que<br />

ocorreram para receber o seguro, pois<br />

houve um aumento no tempo de serviço<br />

prestado para o recebimento.<br />

Amanda também informa, que nos últimos<br />

três meses percebe-se uma pequena<br />

melhoria no número de vagas em<br />

comparação ao início deste ano, mas<br />

nada comparado ao ano passado. “Antes<br />

aqui era lotado, estávamos ofertando<br />

muitas vagas, hoje pela manhã estava<br />

lotado, mas devido terem espalhado um<br />

boato de que tinham muitas vagas. Realmente<br />

houveram muitas, nessa parte da<br />

construção civil, houve um aumento, mas<br />

ao mesmo tempo uma grande queda também<br />

e agora que está começando a melhorar,<br />

porque é muita gente procurando<br />

nessa área, coisa que pra gente conseguir<br />

um servente, era difícil, há um, dois<br />

anos atrás. Hoje em dia não. Eu acho que<br />

tenho um envelope que deve estar chegando<br />

aos cem somente com currículos<br />

de servente, com diversas qualificações,<br />

pessoas que nem se enquadram no perfil<br />

da vaga. Até mesmo carpinteiros, pedreiros,<br />

não ficavam desempregados de jeito<br />

nenhum, não precisavam colocar currículo<br />

em nenhum lugar. Como a gente costuma<br />

dizer, costureira também não fica desempregada,<br />

tem facção em todo o canto,<br />

mas ultimamente não tem sido assim”.<br />

Os responsáveis pelo SINE dão dicas<br />

para os candidatos conseguirem seus<br />

empregos:<br />

“Escolaridade influencia muito, principalmente<br />

para os deficientes. Muitos<br />

deficientes não tem muita qualificação,<br />

não tem escolaridade e acham que devido<br />

ser uma obrigatoriedade da empresa,<br />

elas necessitam deles e acabam se<br />

acomodando por isso. Mas é necessária<br />

a qualificação, tem empresas, como o<br />

Senai, que irá abrir uma sede em Maranguape,<br />

que estava precisando de uma<br />

pessoa para o administrativo, deficiente e<br />

foi uma luta para encontrar, por que não<br />

tinha qualificação, muitas vezes existe a<br />

vaga, mas a pessoa não está no perfil.<br />

Fizemos uma seleção com três pessoas,<br />

para uma empresa no Maracanaú e não<br />

conseguimos preencher a vaga por falta<br />

de qualificação, muitas vezes os candidatos<br />

não tem estudo, estudando até a 5ª<br />

ou 6ª série, sendo que seria necessário<br />

ter no mínimo o primeiro grau completo,<br />

para eles que são homologados.”<br />

A cobrança de experiência que é um dos<br />

requisitos que a maioria dos candidatos<br />

reclama, persiste “Existe a cobrança<br />

de experiência, inclusive tivemos uma<br />

empresa que solicitou que o candidato<br />

deveria ter no mínimo três anos de<br />

experiência em determinadas empresas.<br />

Exigindo também a quantidade de<br />

filhos, idade, estado civil. As empresas<br />

estão visando a questão dos custos a<br />

mais, e no caso ter a qualificação e o<br />

tempo de serviço é muito bom, já pra<br />

não ser necessário ensinar a função”<br />

O Sine IDT utiliza os seguintes serviços<br />

para a divulgação das vagas existentes:<br />

“Divulgamos através de E-mails, rádio,<br />

nesse caso a rádio local Maranguape, com<br />

carro de som (Pedrinho do som). O site<br />

não costumamos usar muito. O Sine IDT<br />

trabalha com o MTE, que divulga as vagas,<br />

mas nós aqui dessa unidade, não temos<br />

muito contato com e-mail, divulgamos<br />

mais pelo boca a boca”. Informa Amanda.<br />

O trabalhador pode consultar a vaga<br />

em casa, pela internet, e em seguida<br />

se encaminhar ao Sine, solicitar<br />

a cartinha caso se enquadre na<br />

vaga oferecida e ir até a empresa.<br />

O site para consulta é o http://<br />

www.sineidt.org.br/Principal.aspx.<br />

O Sine de Maranguape funciona de Segunda<br />

à Sexta, das 08:00 às 17:00 horas.<br />

E em caso de dúvidas, entrar em<br />

contato pelo número (85) 3341-5958.<br />

REVISTA PREVENÇÃO ١١


ENTREVISTA<br />

Uma nova gestão e um sorriso pela luta<br />

O Sindicato dos Técnicos em Segurança do Trabalho do Ceará (SINTEST)<br />

passa por mudanças desde que a nova gestão assumiu seu papel. Rosendo<br />

Neto assumiu a presidência em Abril de 2015 e em entrevista para<br />

a <strong>Revista</strong> <strong>Prevenção</strong> afirma buscar mudanças para melhorias na área da<br />

segurança de trabalho. Além de acréscimos na comunicação do sindicato,<br />

para que os profissionais possam ser ouvidos, o presidente marca sua<br />

gestão com a desfiliação da Federação dos Trabalhadores Empregados<br />

e Empregadas no Comércio e Serviços do Estado do Ceará (Fetrace),<br />

para se filiar a Federação Nacional dos Técnicos de Segurança do Trabalho<br />

(Fenatest), buscando que a categoria tenha seu valor dentro do segmento<br />

da Federação que lhe pertence. O presidente também falou um<br />

pouco sobre a sua história e de oposições que ainda rondam sua gestão.<br />

É verdade que o SINTEST é o sindicato mais<br />

ango do Brasil neste segmento?<br />

O nosso sindicato, Sindicato dos Técnicos em Segurança<br />

de Trabalho do Ceará (SINTEST), foi o<br />

primeiro sindicato de técnicos em segurança do<br />

trabalho no Brasil, o percursor. A federação e outros sindicatos<br />

foram fundados cinco anos após nossa fundação.<br />

O SINTEST tem sede própria? Funciona em que<br />

horário?<br />

O SINTEST hoje tem sede própria, na rua Barão do Rio Branco,<br />

número 1.071, no Edifício Lobras, sala 713, funcionando de<br />

Segunda à Sexta de 13 às 18 horas, com atendimento em geral.<br />

Hoje o Ceará tem aproximadamente vinte mil profissionais.<br />

Como o sindicato pretende conseguir mais<br />

filiações e respeito da categoria?<br />

Com a nova diretoria do sindicato, assumida há pouco mais de<br />

um ano, nós estamos funcionando em todos os setores que o sindicato<br />

se propõe, para chamar todos os técnicos de segurança.<br />

Existe visita às escolas, trabalho de contato em palestras, eventos<br />

e principalmente o convite para o técnico participar das discussões.<br />

Isso tudo para os profissionais tomarem posse do que<br />

é deles, pois o Sindicato não é da direção e sim dos técnicos. Na<br />

verdade o Sindicato não é formado de paredes e sim de pessoas.<br />

Por que o técnico deve ser afiliado ao sindicato?<br />

O SINTEST na nossa administração, está abrindo as<br />

portas novamente para o Técnico em Segurança. A importância<br />

da filiação é o fortalecimento da categoria.<br />

As discussões tem aumentado, à fim de que possamos<br />

avançar nas conquistas pela categoria de Técnicos.<br />

Você é formado e sindicalizado há quantos<br />

anos?<br />

Sou formado há 10 anos e sindicalizado há 7 anos.<br />

Quantos associados existem hoje no SINTEST?<br />

Hoje possuímos 500 associados.<br />

“O Sindicato não é da direção e sim dos técnicos.<br />

Na verdade o Sindicato não é formado de paredes e<br />

sim de pessoas.<br />

١٢ REVISTA PREVENÇÃO


ROSENDO NETO<br />

Nesse primeiro ano de direção,<br />

houveram algumas mudanças.<br />

Percebe-se uma abertura para<br />

que os profissionais possam par-<br />

cipar ainda mais do sindicato,<br />

como se deu essa decisão?<br />

Quando assumimos o sindicato, vimos<br />

que questões administrativas não estavam<br />

atualizadas, como registro na<br />

Receita Federal e outras coisas. Nosso<br />

primeiro deslumbrar foi organizar administrativamente<br />

o sindicato, organizamos<br />

o registro da diretoria, atualização<br />

de endereço no site do MTE, Receita<br />

Federal, formalização na aquisição de<br />

funcionários para o Sindicato e vimos<br />

que o atendimento era muito importante.<br />

Quando assumimos havia muita reclamação<br />

da gestão passada, que as portas<br />

do sindicato estavam fechadas, telefone<br />

não atendia e o site era inoperante. Então<br />

fizemos um trabalho em cima desses<br />

fatores que estavam deficientes. O site<br />

foi uma ferramenta muito importante,<br />

hoje ele possui mais de 41 mil acessos<br />

e todos os passos que o sindicato dá<br />

são registrados lá. Tudo muito claro para<br />

que o técnico entenda. Outra coisa muito<br />

importante foi designar a secretária para<br />

que ela não deixe de responder e-mails,<br />

cobrando as respostas das perguntas<br />

que foram repassadas para a diretoria e<br />

presidente, assim as pessoas não ficam<br />

mais sem respostas das suas demandas.<br />

Houve também uma abertura<br />

de novos canais de comunicação,<br />

como as redes sociais e o<br />

próprio site, qual a importância<br />

de elementos assim para o bom<br />

andamento da organização?<br />

Hoje no mundo digital é muito importante<br />

para a imagem de uma empresa<br />

ou pessoa, que suas mídias sociais sejam<br />

atualizadas e principalmente tratratando<br />

tudo com respeito. Pedimos<br />

que nossas mídias sociais<br />

sejam respondidas, haja interação,<br />

porque quem está do outro<br />

lado precisa ser respondido. Hoje<br />

vemos que é importante para<br />

qualquer avanço e mobilização a<br />

alimentação dessas mídias, ainda<br />

tem a vantagem de ser mais<br />

barata e muitas vezes gratuita. O<br />

alcance é importante em virtude<br />

que o sindicato não tem recurso<br />

para outras mídias mais caras.<br />

O que você considera como maior avanço na sua gestão?<br />

Quando assumimos pensávamos em algo menor, a intenção era organizar e fazer<br />

funcionar, mas fomos avançando. O maior avanço aconteceu no dia 25 de Junho,<br />

pois o sindicato que historicamente estava filiado à Federação dos Trabalhadores<br />

Empregados e Empregadas no Comércio e Serviço do Estado do Ceará (Fetrace),<br />

uma federação que não se relaciona com nossa categoria, enquanto todos<br />

os sindicatos da categoria no Brasil estavam filiados à Federação Nacional dos<br />

Técnicos de Segurança do Trabalho (Fenatest) e por desejo da categoria conseguimos<br />

fazer essa assembleia para o processo de filiação ao Fenatest.<br />

Por que essa filiação é importante?<br />

A Federação do comércio tem seu valor de luta para o comerciário, não atende<br />

a especificidade da nossa categoria. E se filiar ao Fenatest é importante<br />

porque estamos nos filiando a quem entende o que precisamos para crescer<br />

no nosso ambiente de trabalho. Hoje estamos em um lugar que conhece<br />

as especificidades da nossa profissão e podemos avançar nas questões<br />

mais importantes para o desenvolvimento da categoria nacionalmente.<br />

Quais outros temas foram abordados nessa assembleia que ocorreu<br />

dia 25?<br />

A assembleia foi específica da desfiliação do Fetrace para a filiação ao Fenatest.<br />

Foi um momento histórico para o sindicato no Estado do Ceará, com a<br />

participação de aproximadamente cem trabalhadores, além da presença de sete<br />

sindicatos de outros estados nos apoiando e discutindo a importância do fortalecimento<br />

da nossa federação, para o crescimento da nossa categoria, deslumbrando<br />

o futuro, principalmente dos técnicos em segurança do trabalho.<br />

categoria.<br />

REVISTA PREVENÇÃO ١٣


ENTREVISTA<br />

Quem hoje é seu maior parceiro<br />

na gestão?<br />

É importante citar que o maior apoiador da<br />

nossa gestão é o técnico em segurança,<br />

de certa forma ele vinha desprestigiado<br />

pelo sindicato, pois era um local que teria<br />

que lhe representar e ele encontrava um<br />

vácuo. Hoje ele encontra na nossa gestão<br />

alguém que os escute, alguém que abre<br />

as portas para ouvi-los, então são nossos<br />

maiores apoiadores. Claro que temos<br />

pessoas importantes aqui na diretoria<br />

como a Marlize que é nossa secretária,<br />

Maciel que é um diretor ativo, além de outros<br />

diretores como o Reginaldo, Júlio Cesar,<br />

Aquileu, todos da diretoria para não<br />

esquecer ninguém e profissionais que<br />

trabalham em suas empresas mas não<br />

deixam de estar aqui. A diretoria é vasta e<br />

aqueles que não apoiavam estão entendendo<br />

que queremos renovar e fazer com<br />

que o sindicato funcione para a categoria.<br />

Você é professor na área, qual<br />

a diferença dos dois cargos para<br />

a sua vida pessoal? E como ser<br />

professor ajuda em presidir o<br />

sindicato?<br />

Ser professor foi onde nasceu tudo, eu<br />

estava em sala de aula e os alunos perguntavam<br />

sobre o Sindicato e às vezes<br />

eu não tinha o que dizer, não tinha como<br />

me informar, ia na sede e estava fechada.<br />

Então eu buscava muito pois sou inquieto<br />

e necessito saber o que está errado,<br />

caminhei até conseguir a confiança e<br />

ser presidente. Não há diferença, temos<br />

que estar preparados para mediar conflitos<br />

em todas as profissões. É como<br />

se um fosse a evolução do outro, o aluno<br />

que está em sala de aula vai ser o<br />

técnico de segurança e você deve estar<br />

preparado em qualquer instituição para<br />

mediar os conflitos que existem. Esses<br />

conflitos, que podem ser chamados de<br />

interesses e ideias, existem para serem<br />

levados para o bem comum da categoria.<br />

Então foi na sala de aula que<br />

nasceu a vontade de ser o presidente<br />

do Sindicato?<br />

Não foi algo pensado, foi uma construção,<br />

aconteceu com o tempo. Eu vinha<br />

para cá, participava de reuniões, fiquei<br />

três anos como diretor, aprendendo. E<br />

a gestão passada me perguntou se tinha<br />

interesse em ser presidente e confirmei.<br />

Lancei meu nome com chapa<br />

única e fui escolhido por aclamação.<br />

١٤ REVISTA PREVENÇÃO<br />

Você reforça não ser um “Sindicalista<br />

Profissional”, como isso<br />

ajuda na sua gestão e andamento<br />

do seu cargo?<br />

Eu não militava na vida sindical, possuo<br />

experiência no bairro que nasci, Pirambu.<br />

Tinha uma grande influência na área social,<br />

com experiência tanta na área social,<br />

como na cristã. Me deparei com uma nova<br />

realidade no sindicato e você precisa ser<br />

humilde para dizer que não possui experiência,<br />

mas que tem vontade de fazer. Na<br />

verdade, estamos cercados de pessoas<br />

que tem experiência e irão nos ajudar.<br />

Quando estamos em uma presidência<br />

somos um motivador da equipe, aquele<br />

que coloca a máquina para rodar. Essa<br />

definição de inexperiência me traz uma<br />

curiosidade para cada dia conhecer mais.<br />

Qual o maior desafio da sua<br />

gestão?<br />

Tentar avançar na credibilidade com a<br />

categoria. Recebemos o sindicato com<br />

uma categoria que não acreditava na<br />

gente, porque encontrava dificuldades,<br />

com portas fechadas, sem comunicação<br />

e hoje nosso maior desafio é mostrar que<br />

quem está aqui é outra gestão, uma outra<br />

diretoria que está buscando fazer coisas<br />

para a categoria. Hoje o sindicato funciona<br />

com funcionários, contas atualizadas<br />

no contador, uma assessoria jurídica com<br />

o Doutor Hugo Vitor, que atende toda Terça-feira<br />

de 13 às 18 horas. Conseguimos<br />

afiliar o sindicato ao Fenatest e estamos<br />

pensando nas convenções coletivas das<br />

categorias para o segundo semestre.<br />

das categorias para o segundo semestre.<br />

Quais as maiores dificuldades em<br />

estar a frente do sindicato?<br />

A luta é que a contribuição Sindical seja<br />

repassada para o nosso sindicato, porque<br />

muitas vezes a contribuição da categoria<br />

é repassada para outro, pelo fato de estarmos<br />

atuando em várias áreas, e isso<br />

enfraquece a nossa luta. Precisamos<br />

pagar água, luz, internet e outras despesas.<br />

Mas não são essas dificuldades<br />

que nos fazem baixar a cabeça. Estamos<br />

lutando para o aumento de arrecadação,<br />

que já cresceu 40%, mas ainda<br />

há um campo grande para ser trabalhado<br />

e estamos fazendo isso. Os desafios<br />

são grandes, mas há vontade de informar<br />

para categoria sobre elas e aceitar<br />

a ajuda, pois o sindicato está aberto.<br />

Quanto, em média, ganha um<br />

profissional da área? O sindicato<br />

vê a possibilidade de um piso<br />

salarial?<br />

Hoje nós temos uma situação muito difícil,<br />

alguns profissionais ganham um salário<br />

mínimo e outros ganham até seis salários.<br />

Para o sindicato tratar isso é muito<br />

complicado, o objetivo para o segundo<br />

semestre é fazer a proposta das convenções<br />

coletivas, visto que a categoria ainda<br />

não possui um piso salarial. Essa possibilidade<br />

nasce da união da categoria. Para<br />

aprovar piso salarial precisa juntar todo<br />

o Brasil, precisamos de votação, da política,<br />

dos deputados, ter uma base para<br />

isso. Temos um caminho árduo pela frente.<br />

Hoje os acordos e convenções coletivas<br />

são os remédios enquanto essa luta<br />

não sai. Estamos engrossando essa luta<br />

à fim de passarmos para a Federação.<br />

Qual a definição de Convenção<br />

Coleva e Acordo colevo?<br />

Acordo coletivo é quando você fecha<br />

uma proposta de salário e benefícios<br />

para a categoria com uma empresa. A<br />

convenção coletiva é quando você fecha<br />

esse mesmo acordo de salário, que<br />

possui seus valores por lei, quando são<br />

assinados e homologados, com outro<br />

sindicato, chamado de sindicato patronal.


Qual o principal foco da sua gestão,<br />

hoje, visando o sindicato?<br />

O salário é um grande desafio de todo<br />

sindicato, que nasce para lutar pela categoria<br />

e melhorar suas condições e essas<br />

condições passam pela luta salarial. No<br />

segundo semestre e até o final de nossa<br />

gestão, em 2018, duas coisas tem um<br />

foco importante, que são a luta pelo<br />

conselho de classe que está caminhando<br />

bem em Brasília, estamos visitando os<br />

deputados federais, engrossando a voz<br />

e a questão do salário como as convenções<br />

coletivas. Visto que a questão<br />

salarial é de essencial importância para<br />

a manutenção da categoria. Você fica na<br />

categoria quando ganha bem, caso não<br />

ganhem as pessoas migram para outras.<br />

Quais as intenções para uma<br />

maior valorização do profissional?<br />

Valorizamos a categoria desde que abrimos<br />

as portas do sindicato, estamos chamando<br />

a responsabilidade para as lutas<br />

da categoria. Quando a sociedade civil,<br />

as empresas e os órgãos começarem a<br />

ver o sindicato como algo forte, que representa<br />

a categoria, poderemos avançar<br />

cada vez mais para defender o Técnico<br />

em Segurança, das questões básicas<br />

até as mais complicadas, principalmente<br />

com apoio jurídico e luta por benefícios,<br />

por defesa e possíveis assédios na<br />

empresa. Hoje tem empresa que contrata<br />

o técnico e não o deixa executar<br />

seu trabalho. Com essa credibilidade<br />

que buscamos alcançar, nós iremos<br />

conseguir defender esses direitos que<br />

são essenciais para a categoria.<br />

Qual a atuação hoje do Marvão?<br />

Hoje ele atua como diretor financeiro.<br />

Ele como ex-presidente ajuda e<br />

apoia a nova diretoria?<br />

Hoje ele é uma oposição. Na assembleia<br />

(do dia 25 de Junho) ele foi contra,<br />

mas estamos abertos para ouvir críticas<br />

e ter uma convivência harmônica com<br />

a oposição. Isso não vai nos intimidar<br />

a defender os técnicos em segurança,<br />

todos os sócios, os que não são sócios,<br />

alunos, não importa. Nós iremos<br />

fazer o trabalho para todos da profissão.<br />

Quais os planos para os próximos<br />

anos e o que você pretende<br />

disponibilizar para os associados<br />

até o fim da gestão?<br />

Uma das principais metas é colocar o<br />

sindicato no lugar que ele merece, um<br />

lugar de destaque. No próximo ano<br />

queremos uma maior representatividade<br />

dentro da categoria. Essa representatividade<br />

é importante, se o sindicato<br />

representar os trabalhadores, as outras<br />

coisas ele ganhará, virá com o tempo.<br />

ROSENDO NETO<br />

“<br />

Recebemos o sindicato com uma categoria<br />

que não acreditava na gente<br />

porque encontrava dificuldades, com<br />

portas fechadas, sem comunicação<br />

e hoje nosso maior desafio é mostrar<br />

para a categoria que quem está aqui<br />

é outra gestão, uma outra diretoria<br />

que está buscando fazer coisas para<br />

Jogo Rápido<br />

a categoria.<br />

O presidente Neto: Cara obstinado<br />

O professor Neto: Sonhador<br />

O SINTEST: Instituição importante<br />

A Marliza: Nossa secretária, fundamental<br />

Maciel: Braço direito<br />

A Diretoria Gestão 2015/2018:<br />

União<br />

A categoria TST: O sentido de tudo<br />

Segurança do trabalho: Essencial<br />

O Futuro do Sindicato: Representação<br />

da categoria<br />

REVISTA PREVENÇÃO ١٥


FISCALIZAÇÃO<br />

MTE multa Rio 2016 em R$315mil por empregados sem CLT na<br />

Vila Olímpica<br />

mete erros que não tornam mais possível<br />

a relação trabalhista com a empresa,<br />

como por exemplo, condutas desonestas,<br />

fraude, furto, violação de segredos<br />

da empresa, Desídia (repeção de faltas),<br />

embriaguez no expediente, entre outros.<br />

6-FÉRIAS REMUNERADAS<br />

Após um ano de trabalho, os empregados<br />

tem direito a 30 dias de férias remuneradas,<br />

no valor da remuneração mensal, aditada do<br />

adicional de 1/3. O pagamento deve ser realizado<br />

até dois dias antes do início das férias.<br />

Auditores do Ministério Público do Trabalho e Emprego, em vistoria na vila olímpica.<br />

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)<br />

fiscalizou em Julho, dia 27, as obras da<br />

Vila Olímpica e constatou a existência de<br />

funcionários sem carteira de trabalho assinada,<br />

contratos temporários e carga horária<br />

exaustiva. O valor da multa aplicada<br />

é de aproximadamente R$500 por funcionário,<br />

somando um valor de R$315 mil.<br />

A fiscalização, realizada através da Superintendência<br />

Regional do Trabalho,<br />

nas obras dos apartamentos que passam<br />

por reformas, aconteceu pela manhã<br />

do dia 27 e encontrou cerca de 630<br />

empregados sem qualquer tipo de contrato<br />

ou carteira assinada e com regime<br />

de trabalho que chegava a 23 horas.<br />

Foram encontradas, pelo MTE, folhas<br />

de ponto que marcavam horade entrada<br />

às 7 horas e saída às 6 horas<br />

e informações como “não dobrei”.<br />

Além das irregularidades apresentadas,<br />

o comitê também será autuado<br />

por embaraço fiscal devido não ter entregue<br />

documentos que comprovem<br />

a contratação dos funcionários, objetos<br />

solicitados diretamente no escritório<br />

do comitê no dia da fiscalização.<br />

O Comitê diz que “a atuação do Ministério<br />

Público sem a análise dos documentos<br />

descumpre um acordo firmado<br />

com a Rio 2016” e que a documentação<br />

será apresentada. Apesar da autuação,<br />

os trabalhadores continuaram<br />

trabalhando por não haver grave e iminente<br />

risco na situação de trabalho.<br />

١٦ REVISTA PREVENÇÃO<br />

DIREITOS QUE TODO<br />

TRABALHADOR DEVE SABER<br />

1-VALE TRANSPORTE<br />

Benecio que o empregador deve fornecer<br />

ao trabalhador para o seu deslocamento ao<br />

trabalho e do trabalho para a sua residência.<br />

Conforme lei 7.418 de Dezembro de 1985. Não<br />

faz parte da remuneração e não tem natureza<br />

salarial. É permido pela lei que o empregador<br />

efetue desconto salarial de até 6% (seis<br />

por cento) do salário básico do empregado.<br />

2-CARTEIRA ASSINADA<br />

Direito dos trabalhadores em geral,<br />

rurais, urbanos e doméscos.<br />

É o documento que registra a vida profissional<br />

do funcionário. Ficando registradas<br />

informações que garantem direitos como<br />

seguro-desemprego, aposentadoria e o FGTS<br />

(Fundo de Garana por Tempo de Serviço).<br />

3-VALE ALIMENTAÇÃO<br />

É um auxílio fornecido pela empresa aos seus<br />

funcionários, serve para a alimentaação,<br />

compras em supermercados, padarias e etc.<br />

Não é obrigatorio para as empresas,<br />

sendo facultavo o pagamento deste<br />

benecio. Conforme a CLT, o pagamento<br />

do vale alimentação não deve ultrapassar<br />

20% do salário do empregado.<br />

4-HORA EXTRA<br />

É o período em que o trabalhador excede<br />

a jornada habitual que consta em seu contrato<br />

de trabalho. Ela pode ocorrer antes do<br />

início do expediente, no intervalo, após o<br />

expediente ou em dias que não constam no<br />

contrato (Sábado, Domingo e feriados).<br />

5-DEMISSÃO POR JUSTA CAUSA<br />

Acontece quando o empregado co<br />

7-AVISO PRÉVIO<br />

É o comunicado da rescisão de contrato de<br />

trabalho. No momento em que o empregador<br />

ou trabalhador desejar rescindir o contrato<br />

de trabalho, deverá noficar a outra<br />

parte. Caso o empregado peça demissão e<br />

não cumpra o aviso de 30 dias, o empregador<br />

tem o direito de descontar o salário correspondente<br />

ao aviso das contas. Quando o trabalhador<br />

é demido, o período do aviso prévio<br />

deverá ser indenizado pelo empregador.<br />

Folha do ponto mostra carga horária abusiva,<br />

conforme Ministério público<br />

(Foto: Matheus Rodrigues -G1)<br />

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REVISTA PREVENÇÃO ١٧


INVESTIMENTOS<br />

Invesmentos em saúde e segurança no<br />

trabalho dão retorno posivo às empresas<br />

Pesquisa do SESI mostra que, na visão de 76,4% dos gestores, importância dada pela indústria brasileira ao tema crescerá nos<br />

próximos cinco anos. Para 13,2%, esta atenção deverá aumentar significativamente investimentos em saúde e segurança no<br />

trabalho.<br />

Pesquisa inédita do Serviço Social<br />

da Indústria (SESI) com 500(quinhentas)<br />

médias e grandes empresas<br />

mostra que, para 48% delas,<br />

ações para aumentar a segurança no<br />

ambiente laboral e promover a saúde de<br />

trabalhadores reduzem as faltas ao trabalho.<br />

Para 43,6%, esses programas aumentam<br />

a produtividade no chão de fábrica e<br />

34,8% apontam que essas ações reduzem<br />

custos. Por esses motivos, as empresas<br />

dão grande importância ao tema.<br />

No levantamento, realizado entre outubro<br />

de 2015 e fevereiro de 2016, 71,6% das<br />

indústrias afirmaram dar alta atenção à<br />

saúde e segurança dos trabalhadores.<br />

Além disso, na visão de 76,4% dos entrevistados,<br />

o grau de atenção da indústria<br />

brasileira ao tema deve aumentar nos<br />

próximos cinco anos – para 13,2%. A pesquisa<br />

mostra ainda que a alta importância<br />

dada ao tema está relacionada, sobretudo,<br />

à preocupação com o bem-estar do<br />

trabalhador, a maior conscientização das<br />

empresas e à prevenção de acidentes de<br />

trabalho. De acordo com o diretor de Operações<br />

do SESI, Marcos Tadeu de Siqueira,<br />

essa importância dada pelas empresas<br />

ao tema se reflete na redução dos acidentes<br />

e doenças do trabalho no Brasil.<br />

Dados do Ministério do Trabalho e Previdência<br />

Social, apontam que o número<br />

de acidentes de trabalho por grupo<br />

de 100 mil trabalhadores caiu mais de<br />

17% entre 2007 e 2013 – de 1.378, em<br />

2007, para 1.142, em 2013. “Os acidentes<br />

e doenças trazem grande variedade<br />

de despesas, desde custos médicos<br />

e indenizações aos trabalhadores, famílias<br />

até perda de produtividade e<br />

desgaste da imagem das empresas”.<br />

Promoção da Saúde<br />

A pesquisa mostra ainda que 60% das empresas dão grande importância a<br />

programas de promoção da saúde de trabalhadores, que vão além do cumprimento<br />

de requisitos legais. Entre as principais ações estão a gestão dos afastamentos<br />

por doenças, executada por 87,8% das indústrias, e o monitoramento<br />

de aspectos ergonômicos no ambiente de trabalho, feito por 84% dos empreendimentos.<br />

Exemplo de empresa que vai além das exigências legais quando<br />

o assunto é saúde e segurança no trabalho é a Coteminas, do setor têxtil.<br />

Nas unidades de João Pessoa e Campina Grande, com cerca de 4 mil funcionários,<br />

realiza desde 2009 diagnósticos para mapear as necessidades<br />

dos trabalhadores e planeja ações juntamente com o SESI para combater os<br />

principais problemas de saúde dos funcionários. Na primeira pesquisa, a indústria<br />

identificou mais fortemente problemas de obesidade, sedentarismo<br />

e uso de drogas. A partir daí, a Coteminas passou a desenvolver projeto de<br />

reeducação alimentar de trabalhadores e dependentes e reavaliou o próprio<br />

cardápio de refeições servidas nas fábricas com ajuda de nutricionistas.<br />

“Envolvemos a família nesse projeto porque muitas vezes as esposas são<br />

quem fazem a comida dos funcionários”, explica o gerente de Recursos Humanos<br />

e Gestão da Qualidade da empresa, Iran Cosme. Além disso, a empresa<br />

passou a intensificar campanhas de estímulo à prática esportiva e combate<br />

ao uso de drogas. “Hoje, as incidências de uso de cigarro e álcool entre os<br />

funcionários são mínimas e passamos agora a dar mais suporte aos familiares”,<br />

conta Cosme. Essas iniciativas contribuíram para a elevação do bem-<br />

-estar e melhoria da saúde dos trabalhadores. “Além da melhoria do ambiente<br />

de trabalho, com essas ações conseguimos reter talentos”, comemora.<br />

١٨ REVISTA PREVENÇÃO


Retorno Financeiro<br />

Outro exemplo de empresa que<br />

valoriza a saúde e segurança<br />

no trabalho é a fabricante<br />

de equipamentos Voith Hydro, de São<br />

Paulo, com cerca de 2 mil funcionários.<br />

Desde 2007, os líderes são capacitados<br />

em gestão da segurança no trabalho,supervisionam<br />

e orientam os trabalhadores<br />

para questões como uso de equipamentos<br />

de proteção individual (EPIs) e procedimentos<br />

de risco. “Por questões legais,<br />

muitas empresas têm especialistas em<br />

saúde e segurança<br />

no trabalho<br />

e a tendência<br />

é dos gestores<br />

passarem a responsabilidade<br />

total sobre a segurança<br />

dos trabalhadores<br />

a esses<br />

profissionais.<br />

Isso é pouco efetivo<br />

para empresas<br />

que buscam<br />

resultados nessa<br />

área”, destaca o<br />

gerente de Qualidade,Saúde<br />

e<br />

Segurança da<br />

Voith, Mauro Pires.<br />

Segundo ele, os chefes imediatos têm influência<br />

no comportamento dos trabalhadores<br />

e em considerar esses aspectos em<br />

avaliações de desempenho, por exemplo.<br />

Na Voith, aspectos de segurança dos<br />

trabalhadores são considerados no Programa<br />

de Participação nos lucros e resultados<br />

(PLR) “Essa valorização do tema<br />

provoca, inclusive, cobranças de uso de<br />

EPIs entre os próprios funcionários”, diz<br />

Pires. Em praticamente dez anos, a taxa<br />

de frequência de acidentes na empresa<br />

caiu de 25 para 2, por mil horas trabalhadas,<br />

dentro dos padrões mundiais<br />

de segurança. Em algumas unidades,<br />

não há mais registros de acidentes.<br />

“Isso contribuiu para que reduzíssemos,<br />

em algumas fábricas, o Fator Acidentário<br />

de <strong>Prevenção</strong> (FAT), de 3% sobre<br />

a folha de pagamento, para 1,8%, uma<br />

excelente economia”, declara Pires.<br />

Principais Desafios<br />

Além do setor de máquinas e equipamentos,<br />

outros setores industriais considerados<br />

no levantamento do SESI foram<br />

construção, instalação e manutenção,<br />

indústria metalúrgica, indústria alimentícia,<br />

vestuário, embalagens e plásticos,<br />

têxtil, papel e celulose, calçados, energia,<br />

madeireiro, bebidas, entre outros.<br />

Na visão das empresas, os aspectos<br />

da área de saúde e segurança que mais<br />

prejudicam a produtividade dos trabalhadores<br />

são acidentes e estresse no<br />

trabalho seguidos de doenças crônicas<br />

não-transmissí- veis, como problemas<br />

osteomusculares, pressão alta e diabetes.<br />

SERVIÇOS<br />

O SESI oferece soluções em saúde e segurança<br />

no trabalho e promoção da saúde<br />

adequadas à cada realidade empresarial.<br />

São serviços de consultoria<br />

que visam<br />

reduzir os custos<br />

das empresas, melhorar<br />

a saúde e o<br />

bem-estar de trabalhadores<br />

e aumentar<br />

a produtividade nas<br />

indústrias. Recentemente<br />

a instituição<br />

lançou o Programa<br />

SESI de Gestão do<br />

Absenteísmo em 15<br />

estados. A iniciativa<br />

envolve desde<br />

diagnóstico para<br />

entender as causas<br />

de afastamentos<br />

do trabalho à propostas de soluções,<br />

como criação e mudanças em políticas<br />

de SST da empresa e melhor gerenciamento<br />

de exigências legais para evitar<br />

custos adicionais com, por exemplo, o<br />

Fator Acidentário de <strong>Prevenção</strong> (FAP).<br />

REVISTA PREVENÇÃO ١٩


FIQUE LIGADO<br />

SESI é referência em serviços de saúde e<br />

segurança do trabalho<br />

Instituição foi apontada espontaneamente por 20,5% dos gestores empresariais, em levantamento<br />

da FSB Pesquisa<br />

O Serviço Social da Indústria (SESI)<br />

é a instituição mais lembrada no<br />

Brasil quando o assunto é saúde<br />

e segurança do trabalho. É o que<br />

mostra estudo do Instituto FSB Pesquisa<br />

com 500 (quinhentas) médias<br />

e grandes empresas, feita entre Outubro<br />

de 2015 e Fevereiro de 2016.<br />

O SESI foi apontado espontaneamente<br />

como referência no tema por<br />

20,5% dos gestores entrevistados.<br />

De acordo com o diretor de Operações<br />

do SESI, Marcos Tadeu de<br />

Siqueira, esse resultado é fruto de<br />

trabalho da instituição que, há 70 anos,<br />

empenha-se em aumentar a competitividade<br />

e produtividade da indústria por meio<br />

da oferta de serviços de qualidade, em<br />

saúde e segurança no trabalho. “Nos últimos<br />

anos, estamos intensificando ainda<br />

mais essa linha de atuação, promovendo<br />

serviços de consultoria, cursos e treinamentos,<br />

avaliação do ambiente físico da<br />

empresa com identificação de situações<br />

de risco e elaboração de plano de ações<br />

com medidas para eliminar ou reduzir<br />

riscos de acidentes”, afirma Siqueira.<br />

Resultados<br />

Em 2015, o SESI atendeu mais de um<br />

milhão de trabalhadores em serviços de<br />

saúde, segurança e promoção da saúde.<br />

Entre os serviços nacionalmente prestados,<br />

estão consultorias em saúde e<br />

segurança do trabalho, campanha de<br />

vacinação e consultas médico-odontológicas.<br />

A instituição também desenvolve<br />

o Programa de Alimentação “Saudável<br />

na Indústria”, para promoção de<br />

práticas alimentares saudáveis entre<br />

trabalhadores e seus familiares. Em<br />

2015, aproximadamente 180 mil pessoas<br />

foram beneficiadas pela iniciativa.<br />

Em Março deste ano, foi lançado em 15<br />

estados o Programa SESI de Gestão do<br />

Absenteísmo. A iniciativa envolve desde<br />

diagnóstico para entender as causas<br />

de afastamentos do trabalho à propostas<br />

de soluções, como criação e mudan<br />

ças em políticas de saúde e segurança<br />

no trabalho e promoção da saúde.<br />

Educação<br />

Criado em 1º de julho de 1946, o SESI<br />

também oferece , desde o início, serviços<br />

de educação básica, educação<br />

de jovens e adultos e educação continuada<br />

para milhares de pessoas em<br />

todo o país. Só em 2015, foram realizadas<br />

mais de 371 mil matrículas em<br />

educação básica e quase 1,6 milhão de<br />

matrículas em educação continuada.<br />

Resultados<br />

749 unidades operacionais fixas<br />

423 unidades móveis<br />

SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO<br />

E PROMOÇÃO DA SAÚDE<br />

1.042.485 trabalhadores beneficiados<br />

2.595.489 consultas médicas realizadas<br />

3.072.856 procedimentos de reabilitação,<br />

enfermagem e odontologia<br />

998.611 doses de vacinas aplicadas em<br />

trabalhadores e dependentes<br />

EDUCAÇÃO<br />

371.336 matrículas em educação básica<br />

170.492 pessoas atendidas em educação<br />

de jovens e adultos<br />

31.096 matrículas no programa de educação<br />

básica articulado com a educação<br />

profissional<br />

1.586.667 matrículas em cursos de educação<br />

continuada<br />

6.035 crianças em creches<br />

٢٠ REVISTA PREVENÇÃO


PENSAMENTO TST’s<br />

“Trabalhe com segurança e terá sua vida sempre respeitada<br />

e intacta” Jair Antonino<br />

“Da natureza e da minha vida quero sempre cuidar, colocando<br />

trabalho seguro em primeiro lugar!” Ruthyelle Andrade<br />

“No trabalho não improvise, sua família não vai poder<br />

improvisar um pai!” Adriano Souza<br />

“Uma vida por outras vidas!” Luana Dorian Siqueira<br />

“Prevenindo hoje para colher o amanhã” Maciel Silva<br />

“Ser um Técnico em Segurança do Trabalho não tem<br />

preço, é muito mais que amor” Josenir Souza<br />

“Fazer segurança do trabalho não é proteger valores, é sim<br />

proteger a saúde e a vida do trabalhador” Mardônio Andrade<br />

“O sábio antevê o perigo e protegesse, mas os imprudentes<br />

passam e sofrem as consequências” Dayane Cristina<br />

“Não importa o que estejas fazendo, faça sempre com<br />

segurança, pois a alegria está na vida” Dayane Cristina<br />

“Segurança do trabalho é igual ao tempo.... Não para!”<br />

Marcelo Paixão<br />

“EPI no armário não protege operário!<br />

Dayane Cristina<br />

“Respeite a vida, trabalhe com segurança” Ireudo Junior<br />

“O ato de segurança não é aquele que se faz depois do<br />

acidente e sim o que se faz para que o mesmo não aconteça”<br />

Aroldo Pires<br />

“Não lamente o acidente que já ocorreu, comemore o acidente<br />

que você evitou” Dayane Cristina<br />

“Segurança do trabalho é igual ao tempo.... Não para!”<br />

Marcelo Paixão<br />

“Uma empresa com acidente zero, só depende de você!”<br />

Jair Antonino<br />

REVISTA PREVENÇÃO ٢١


SERGIO MAIA<br />

“<br />

O técnico também precisa fazer sua parte, se aprofundar,<br />

estudar, é o que faz a diferença na entrevista e na hora<br />

de trabalhar.<br />

A<br />

tuando há 14 anos no segmento de<br />

Segurança do Trabalho, Sergio Maia,<br />

atualmente faz parte do time da EU<br />

Montage, uma empresa Dinamarquesa<br />

com mais de 20 anos de atuação no<br />

mundo. O trabalho de Sérgio é coordenar quatro Técnicos em<br />

Segurança do Trabalho, além de ser o responsável da área.<br />

Maia tem formação pedagógica pela Universidade Estadual do<br />

Ceará (UECE) e também atua lecionando em instituições com<br />

cursos voltados para o segmento, além de ter sua própria<br />

assessoria, Sermatec, com trabalhos voltados para a Segurança<br />

do Trabalho.<br />

Ele traz para a entrevista sua bagagem com nomes como o da<br />

Coelce e experiências na área de energia elétrica e construção<br />

civil, além de energia eólica, falando de acidentes no trabalho,<br />

o papel do SESMT e a importância da profissão. Dicas para<br />

recém formados e a situação do ensino tecnológico na área<br />

da Segurança do Trabalho, também são pautas da entrevista.<br />

٢٢ REVISTA PREVENÇÃO


Há quanto tempo você é formado<br />

e atua em Segurança do<br />

Trabalho?<br />

Sou formado e atuo há 14 anos.<br />

Na sua vasta experiência neste<br />

segmento, o que mais lhe chamou<br />

a atenção para a Segurança<br />

do Trabalho?<br />

Em 2002, eu trabalhava em uma empresa<br />

de distribuição de chocolates e<br />

lá conheci uma pessoa que trabalhava<br />

na área de Segurança do Trabalho. Eu<br />

acompanhava, participava das reuniões<br />

e vi a importância do profissional<br />

prevencionista. Aquilo me mostrou que<br />

eu também poderia fazer parte desse<br />

time de profissionais. Em seguida iniciei<br />

o curso de Segurança o Trabalho.<br />

Qual foi sua primeira experiência<br />

profissional na área de<br />

Segurança do Trabalho?<br />

Foi na área elétrica, trabalhando para a<br />

Companhia Energética do Ceará, Coelce.<br />

Qual o papel do TST dentro de<br />

uma empresa?<br />

É um profissional em nível técnico com<br />

atribuições voltadas para as prevenções<br />

de acidentes, inclusive problemas<br />

relacionados ao comportamento,<br />

o psicológico, inserido no bojo da<br />

NR17 que versa sobre a questão de<br />

ergonomia. Hoje as empresas estão<br />

começando a observar o comportamento<br />

de profissionais administrativos<br />

e operacionais, no que diz respeito ao<br />

comportamento por diversos aspectos,<br />

como stress e cobrança pelas atividades<br />

e isso leva o trabalhador à problemas<br />

psicológicos, que são detectados<br />

também pelo técnico de segurança<br />

que atua dentro dessas empresas.<br />

Você gosta do que faz?<br />

Sem sombra de dúvida. Para mim foi uma excelente escolha, eu abri mão de outras<br />

profissões, sou especialista na área do meio ambiente, tenho formação<br />

pedagógica pela Universidade Estadual do Ceará (UECE). Minha área técnica<br />

é que me dá até hoje subsídio para manter meu padrão de vida, todas<br />

as coisas que obtive foram através da atividade de Segurança do Trabalho.<br />

Você também atua lecionando. Há quanto tempo?<br />

Sou professor desde 2006. Já lecionei no Senai da Barra do Ceará, atualmente leciono<br />

na Escola Técnica do Maracanaú, no curso de Segurança do Trabalho e na Escola<br />

Técnica Padrão, na Messejana, nos cursos de formação de Eletricista e de Eletrotécnica.<br />

Também ministro cursos de capacitação dentro da área de Segurança do Trabalho.<br />

Dentre tantos alunos que você ensinou, houveram destaques dentro<br />

da área?<br />

Tive a sorte de aproximadamente, 20% dos alunos terem êxito na sua atividade.<br />

Consegui inserir alguns no Mercado de Trabalho, inclusive no mercado<br />

eólico. Alguns dos técnicos que tem destaque no mercado são Wilton<br />

Viana, Sansão Pinto, Alex Pereira e Clenilson. Também tenho diversos<br />

amigos que tem outras profissões e atuam na área de Segurança do Trabalho.<br />

Você já formou e contribuiu de alguma forma para formação de<br />

vários profissionais neste segmento. Qual a sua opinião sobre essa<br />

polarização ocorrida nos úlmos anos e o consequente surgimento<br />

de tantas escolas de formação de Segurança do Trabalho?<br />

Seria interessante um acompanhamento mais preciso da formação desses novos<br />

profissionais. O que se vê é uma redução da carga horária, no que diz respeito ao<br />

conhecimento das disciplinas aplicadas. Quando alguns desses profissionais concluem<br />

o curso observamos que ficam a desejar nas entrevistas, conversamos com<br />

esses recém-formados e podemos ver que ainda possuem dúvidas em assuntos.<br />

JOGO RÁPIDO<br />

Segurança do Trabalho – Profissão<br />

que tem seu mérito<br />

Coelce – Exemplo de segurança<br />

EU Montage – Empresa excelente para<br />

trabalhar<br />

Alunos de Segurança do Trabalho –<br />

Minha cachaça<br />

Escola Técnica do Maracanaú – Aonde<br />

iniciei<br />

Sérgio Maia - Profissional que vivencia<br />

uma avidade que faz toda a diferença,<br />

a prevenção<br />

Acidente de Trabalho – Algo ruim<br />

Acidente Fatal – Sem palavras<br />

Vicente – Grande amigo e parceiro<br />

Amigos no Segmento - Vários<br />

Sintest - Importante<br />

REVISTA PREVENÇÃO ٢٣


SERGIO MAIA<br />

Como você vê o mercado<br />

de trabalho no ramo eólico<br />

para os TST’s iniciantes?<br />

As normas são as mesmas, a dificuldade<br />

é que alguns profissionais tem o<br />

impulso de entrar na área, mas não fazem<br />

o preparo prévio. Tudo que você vai<br />

fazer dentro do ramo profissional precisa<br />

ser observado. Vejo muitos profissionais<br />

que não se preparam para entrar no mer<br />

cado, é um mercado crescente e temos<br />

apenas 4% do potencial de instalação do<br />

setor eólico no nordeste. A previsão é que<br />

até 2030 estejamos atuando, os parques<br />

são montados e ainda há manutenções,<br />

não há redução de contratados.Os profissionais<br />

precisam se reciclar, se atualizar.<br />

Você é visto de outra forma quando<br />

se especializa dentro do segmento.<br />

Como você observa o papel da<br />

fiscalização do MTE junto as<br />

empresas?<br />

Por ser uma atividade nova e por grande<br />

parte ser desenvolvida em dunas,<br />

praias, áreas serranas e serrados,<br />

dificultam as ações do<br />

MTE. Há visita do Ministério,<br />

mas não é constante, eles<br />

solicitam as responsabilidades<br />

mas não com a periodicidade<br />

que deveriam.<br />

Como você vê o Surgimento<br />

de um veículo<br />

de comunicação voltado<br />

aos TST’s e Engenheiros<br />

de Segurança<br />

do Trabalho, picamente<br />

nordesno, com<br />

foco em especial ao<br />

Estado do Ceará?<br />

Eu acredito que toda situação e condição<br />

que venha para difundir e propagar<br />

o trabalho voltado para prevenção é de<br />

suma importância, é interessante que<br />

uma empresa se comprometa com o<br />

assunto. Todo dia é transmitido na TV<br />

os problemas de segurança pública,<br />

nem sempre o de segurança do trabalho.<br />

Até hoje confundem segurança do<br />

trabalho com segurança patrimonial.<br />

Qual dica você deixa aos novos<br />

formados que entram<br />

no mercado de trabalho?<br />

Os cursos técnicos na área não são<br />

iguais, o conselho que dou é que os alunos<br />

de qualquer curso, necessitam fazer<br />

sua parte, precisam abraçar o conhecimento<br />

e atividade que estão querendo<br />

levar para o futuro. Há muitas normas<br />

para aprender, é humanamente impossível,<br />

por exemplo, você discorrer sobre<br />

a NR18 em 40h/aula, além de prática,<br />

seminário, visita de campo e etc. Os<br />

alunos não querem mais comprar nem<br />

apostila, acham caro, eles precisam se<br />

debruçar. Há cursos que acontecem em<br />

cinco sábados e o aluno comparece a<br />

dois dias, como consegue aprender? Ele<br />

precisa ter conhecimento, se especializar.<br />

Quais dicas importantes você<br />

pode dar para quem pensa em<br />

trabalhar no ramo eólico?<br />

Se prepare no que diz respeito ao conhecimento<br />

das normas NR10, NR11,<br />

NR12, NR33, NR35, busque conhecer<br />

como se desenvolve a construção de<br />

um parque eólico, tipo de máquina e riscos<br />

presentes dentro da área de montagem.<br />

Os parques eólicos são grandes,<br />

possuem muita mata, houve o desmatamento<br />

e afeta a fauna, fazendo com<br />

que haja acidentes com animais peçonhentos,<br />

por estarem estressados. Se<br />

prepare, vá com calma, seja humilde para<br />

aprender e ouvir. Também é importante<br />

ter um inglês técnico, básico, pois tratamos<br />

com profissionais de outros países.<br />

Qual a expectava para a sua<br />

vida profissional?<br />

Além das duas profissões, eu tenho uma<br />

assessoria que presta serviço para outras<br />

empresas, a Sermatec, com palestras,<br />

treinamentos e outros serviços. Minha<br />

perspectiva é atuar somente no segmento<br />

de formação, com treinamentos e estender<br />

essa área para a comercialização de<br />

EPI. Isso acontece em todos os segmentos,<br />

mas quando se trata de profissionais<br />

da prevenção que vão buscar ações, que<br />

irão proteger o trabalhador, precisam estar<br />

preparados, pois as ações deles é que<br />

podem prevenir uma tragédia. Mas isso<br />

não irá acontecer de um dia para o outro,<br />

até porque só uma parte dos alunos<br />

vai ter êxito ou realmente atuar, pois alguns<br />

entram no curso por impulso ou por<br />

ter um conhecido que trabalha na área.<br />

Por que essa categoria não é tão<br />

reconhecida como deveria por<br />

patrões e empregados?<br />

Isso acontece em todos<br />

os segmentos, a área de<br />

segurança do trabalho por<br />

ter uma obrigatoriedade dimensionada<br />

na NR4, inclui<br />

esses profissionais por obrigação,<br />

mas o técnico precisa<br />

fazer a diferença dentro<br />

do seu segmento. O mercado<br />

é sazonal, mas mesmo<br />

nas baixas estações o<br />

profissional continua atuando.<br />

Eu vejo que o técnico<br />

também precisa fazer sua<br />

parte, se aprofundar, estudar,<br />

é o que faz a diferença<br />

na entrevista e na hora de trabalhar.<br />

Você por muitos anos já vem<br />

atuando no segmento de energias,<br />

trabalhou no sistema COEL-<br />

CE, em empresas como CAM Brasil<br />

e Proinco, hoje você está na EU<br />

Montage. Na sua opinião é mais fácil<br />

fazer segurança do trabalho no<br />

sistema Coelce ou no ramo eólico?<br />

A eletricidade se trata de um campo de<br />

٢٤ REVISTA PREVENÇÃO


isco e a Coelce é uma das Companhias<br />

que tiro o chapéu na área de Segurança,<br />

porque tudo que você for realizar em atividade<br />

operacional na Companhia existe<br />

um procedimento. O trabalhador só é matriculado<br />

para trabalhar no sistema depois<br />

que passa por todos os treinamentos, sem<br />

esses treinamentos ele não vai a campo.<br />

Então não é à toa que a Coelce, dentro<br />

das companhias em nível Brasil, é uma<br />

das empresas que tem o menor número<br />

de acidentes no trabalho. Tem ganhado<br />

diversos prêmios, foi agraciada com a medalha<br />

Eloy Chaves e isso vem porque a<br />

Coelce investiu bastante na própria Segurança<br />

do Trabalho com bons profissionais,<br />

realizando treinamentos, pois eles precisam<br />

se atualizar, se reciclar e estudar.<br />

E em comparação com a Construção<br />

Civil, qual o melhor ambiente<br />

para desempenhar com maior<br />

eficiência, o papel da segurança<br />

do trabalho?<br />

Isso acontece em todos os segmentos, a<br />

área de segurança do trabalho por ter uma<br />

obrigatoriedade dimensionada na NR4,<br />

inclui esses profissionais por obrigação,<br />

mas o técnico precisa fazer a diferença<br />

dentro do seu segmento. O mercado é sazonal,<br />

mas mesmo nas baixas estações o<br />

profissional continua atuando. Eu vejo que<br />

o técnico também precisa fazer sua parte,<br />

se aprofundar, estudar, é o que faz a diferença<br />

na entrevista e na hora de trabalhar.<br />

Já presenciou algum acidente de<br />

trabalho?<br />

Dentro da empresa que estou atualmente,<br />

a EU Montage, nunca tivemos um<br />

acidente de natureza grave ou fatal. Tivemos<br />

rotatividade de 400 funcionários,<br />

atuando em diversas cidades do país e<br />

não tivemos um fato do tipo. Posso dizer<br />

que continuo tendo sorte, sabemos que<br />

há fatalidades, infortúnios, mas sempre<br />

policiei para que nada de ruim acontecesse<br />

com os trabalhadores, pois tanto o<br />

trabalhador perde como a família, a sociedade<br />

e o governo que tem um trabalhador<br />

sequelado recebendo benefícios, além da<br />

baixa autoestima de quem se acidenta.<br />

Os primeiros aero geradores na região<br />

da Prainha e na sequência vieram outros,<br />

como a Suzlon que iniciou em 2007,<br />

quando já estávamos atuando em outros<br />

países na montagem de parque eólico.<br />

Fizemos essa parceria com a Suzlon para<br />

a construção dos parques da empresa<br />

A EU montage tem mais de 20<br />

anos de atuação no mundo todo,<br />

por que escolheu Fortaleza para<br />

se instalar como sede?<br />

Pela região ser propícia para instalações<br />

desses aero geradores. O Estado do Ceará<br />

é privilegiado pelos ventos e os primeiros<br />

investidores do Ceará, Wobben,<br />

que instalou os primeiros aero geradores<br />

na região da Prainha e na sequência<br />

vieram outros, como a Suzlon que iniciou<br />

em 2007 quando já estávamos atuando<br />

em outros países na montagem de<br />

parque eólico, fizemos essa parceria com<br />

a Suzlon para a construção dos parques<br />

da empresa<br />

Como a empresa vê o SESMT?<br />

Por se tratar de uma empresa que chegou<br />

com um conhecimento europeu, lá<br />

também existem os prevencionistas, então<br />

ela dá a devida importância e preza<br />

pelos profissionais, não é à toa que estou<br />

atuando na empresa desde 2011. Ela não<br />

mede esforços para contratar profissionais<br />

que atuam na área. Eu fico na maior<br />

parte do tempo na matriz, coordenando<br />

quatro profissionais, mas toda atividade<br />

que temos é acompanhada pelo técnico<br />

que é contratado pela EU Montage.<br />

Como é ter parte de sua responsabilidade<br />

na inspeção de trabalhos<br />

a 70 ou 80 metros de altura?<br />

Costumo ver que educamos mais dizendo<br />

não do que sim, não basta dizer não, você<br />

deve dar a justificativa. Quando você<br />

orienta e evidencia o trabalhador, tudo<br />

se torna mais fácil. Percebi que é mais<br />

fácil dentro de um segmento que exige<br />

normas rígidas do que atuar dentro de<br />

um segmento aonde as coisas são mais<br />

liberadas, quando se trata de proteção,<br />

prevenção e integridade para proteger<br />

o trabalhador, deve ser levado a sério.<br />

Há o trabalhador que só dá importância<br />

quando ele tem a real noção daquilo que<br />

foi repassado. Hoje vejo que o profissional<br />

da segurança não é mais visto como<br />

uma polícia, um fiscal que os trabalhadores<br />

tinham medo, hoje com o advento<br />

da tecnologia os representantes da<br />

CIPA se sentem envaidecidos por mandar<br />

registros do que acontece na obra.<br />

VOCÊ SABIA?<br />

INTERDIÇÃO X EMBARGO<br />

O embargo e a interdição são medidas<br />

adotadas de maneira urgente, a<br />

parr da constatação de situação de<br />

trabalho que possa caracterizar risco<br />

grave e iminente ao trabalhador.<br />

Conforme a NR 03, item 3.1.1, Conceitua-se<br />

grave e iminente risco, casos<br />

em que:<br />

“Toda condição ou situação de trabalho<br />

que possa causar acidente ou<br />

doença relacionada ao trabalho com<br />

lesão grave à integridade sica do<br />

trabalhador.”<br />

– O Embargo é aplicado somente em<br />

obras da construção civil, reforma,<br />

montagem, instalação e manutenção.<br />

– A Interdição é aplicada somente<br />

em máquinas, setores de serviços,<br />

equipamentos.<br />

Tanto o Embargo, como a interdição,<br />

podem ser de maneira total ou<br />

parcial.<br />

Primeiramente é necessária uma<br />

auditoria realizada no local, pelos<br />

Auditores do Trabalho, em seguida o<br />

laudo deverá ser encaminhado para<br />

a Delegacia Regional do Trabalho,<br />

onde o Delegado Regional do Trabalho,<br />

poderá decretar seu Embargo ou<br />

Interdição, após constatar a exposição<br />

dos trabalhadores em grave e iminente<br />

risco.<br />

Em seguida, os responsáveis pelo<br />

estabelecimento ou obra, serão<br />

informados à respeito dos riscos que<br />

seus funcionários estão expostos e<br />

deverão realizar a correção, porém<br />

os trabalhadores que forem realizar<br />

essas correções, devem estar com<br />

proteções adequadas.<br />

Durante a paralisação, referente ao<br />

Embargo ou Interdição, os trabalhadores<br />

devem receber seu salário, como<br />

se esvessem em exercício.<br />

REVISTA PREVENÇÃO ٢٥


Whatsapp<br />

Em nosso grupo de WhatsApp o administrador enviou a seguinte pergunta para os componentes: Gostaria<br />

de saber porque a categoria ainda é pouco privilegiada e reconhecida como peça fundamental nas empresas.<br />

E como vocês acham que os profissionais podem fazer para contribuir com a melhoria da categoria,<br />

mesmo com todos os problemas das empresas que “travam” direta e indiretamente o trabalho dos SESMT’s?<br />

Diversos técnicos da área de segurança deram suas opiniões a respeito do mercado atual e o que pode ser<br />

feito para a sua melhoria.<br />

Angélica Damasceno<br />

Domingos (26 anos,<br />

estudante do quarto semestre<br />

de Técnica de<br />

Segurança do Trabalho<br />

na Instituição Grau<br />

Técnico Montese)<br />

Também acho que<br />

nossa desvalorização,<br />

muitas das vezes se dá por conta da falta de<br />

informação e diálogo.<br />

Entramos em uma empresa não para pegar<br />

no pé ou fazer com o que o empregador gaste<br />

dinheiro, mais sim para salvar vidas, trazer uma<br />

melhoria e bem estar de todos que compõem e<br />

colaboram com a mesma.<br />

David Lopes (34 anos, Tecnólogo em<br />

Construção de Edifícios, Técnico de Segurança<br />

do Trabalho e Assessor Técnico em<br />

Brigada de Incêndio, atuando há 10 anos<br />

em segurança.)<br />

Acredito que exista um gargalo nas escolas<br />

profissionalizantes.<br />

Os profissionais saem mal formados e<br />

cheios de crenças limitantes, acreditando<br />

que a profissão é ruim, paga mal, não<br />

querem fazer nenhuma capacitação depois de dois anos de formados e<br />

ainda por cima consideram a profissão ruim.<br />

Acredito que temos que levar soluções eficazes, simples e com um custo<br />

razoável. Buscando capacitação sempre, mudança de crenças, visitas de<br />

benchmarking e a união da categoria.<br />

Laura<br />

Waldenia<br />

Gomes<br />

Pimentel<br />

(27 anos,<br />

Técnica de<br />

Segurança<br />

do Trabalho<br />

atuando a 7<br />

anos no mercado).<br />

Na minha opinião é porque o investimento<br />

feito em segurança (lembrando<br />

que as empresas são obrigadas a<br />

fazer tal investimento) geralmente não<br />

é visto de modo positivo.<br />

Realmente não é barato e a maior<br />

parte dos empregadores não observam<br />

o retorno (coisa que nós da área<br />

sabemos que é diário) infelizmente<br />

só se nota a segurança durante uma<br />

fiscalização ou quando ocorre um<br />

acidente.<br />

Josenir Alves de Souza<br />

(40 anos, Técnico de Segurança do Trabalho).<br />

Acredito que seja pela falta de Incentivo do próprio<br />

governo junto ao ministério do trabalho. Exigem muito<br />

das empresas, mas pra se fazer segurança, tem<br />

que existir profissionais motivados, e essa iniciativa<br />

deveria partir do próprio Ministério do trabalho, exigindo<br />

um piso salarial de respeito e não esse salário<br />

vergonhoso que recebemos.<br />

Jarella Acioli de Almeida (27 anos, Técnica de Segurança do Trabalho<br />

com 8 anos de formação, cursando na instituição FANOR o<br />

sétimo semestre de Engenharia civil)<br />

Em minha opinião são vários fatores como: falta de PROFIS-<br />

SIONAIS na área que comprem e vendam a idéia da segurança<br />

(quando aplicável), ou seja, aponte as deficiências e sugestões<br />

de melhoria, sejam coerentes nas solicitações abordando todos<br />

os pontos (negativos e positivos) e embasando os mesmos para<br />

adequação daquele problema. Existe a falta de habilidade no<br />

tratamento com os funcionários (são eles que justificam o nosso<br />

trabalho), Instituições que mascaram a verdadeira importância e<br />

sentido de acordarmos todos os dias e sairmos do nosso lar para<br />

cuidar de vários pais de família (olha só o tamanho da responsabilidade).<br />

Por nos desestimularmos com o primeiro problema que nos deparamos, em que não foi solucionado<br />

da forma que a lei manda e começarmos à achar que todos serão tratados assim e não<br />

darmos o poder de escolha para o empregador decidir.<br />

٢٦ REVISTA PREVENÇÃO


Mardônio Andrade (33 anos, Técnico de<br />

Segurança do Trabalho, Assessor Técnico<br />

em Brigadas de Incêndios, Gestor de SES-<br />

MT atuando a 8 anos no mercado).<br />

Dentre os vários pontos para a desvalorização,<br />

gostaria de enumerar aqueles que eu<br />

considero importantes:<br />

1 - Os profissionais de SST devem sim,<br />

serem bons vendedores do aspecto segurança do trabalho. Precisamos de<br />

profissionais que além de manterem suas rotinas diárias, sejam capazes de<br />

vender bem a idéia para ambos os lados (empregadores e empregados) à<br />

cerca da Segurança do Trabalho.<br />

2 - O sindicato vem apresentando evolução, mas me convenci que este sindicato<br />

só terá força, quando for reconhecido como tal por Tst’s e empresas.<br />

3 - O receio de muitos Tst’s de trabalhar em parceria com os fiscais, imaginam<br />

que os fiscais hajam contra o trabalho do Tst e enganam-se, afinal a fiscalização<br />

só ajuda.<br />

4 - Não existe um meio para o reconhecimento dos profissionais, nenhum tipo<br />

de mídia ou algo que reconheça e valorize os profissionais que temos. ( E olha<br />

que temos muitos).<br />

5 - As leis enrigessem mais não o tanto que deveriam. Quando a coisa aperta<br />

muito como foi o caso da NR12, a política entra em cena, os legisladores que<br />

muitas vezes escolhemos não são representantes dos interesses coletivos, do<br />

povo, mas sim representantes dos próprios interesses, basta observar que dos<br />

quase 513 deputados por baixo tem 400 empresários, estão muito mais preocupados<br />

com as penas que podem vir junto à empresa e fazem como fizerem<br />

na Nr citada, cancelam.<br />

6 - A formação dos Tst’s não tem uma base de aplicação, cada escola passa<br />

um projeto de formação diferente, com disciplinas muitas vezes que em nada<br />

ajudam a formação do profissional, contemplando apenas a carga horária e<br />

ainda colocam dentro de sala professores que não tem o mínimo de conhecimento<br />

para aplicação de conteúdo, que por muitas vezes necessita de vivência<br />

teórica e prática. Ex: Esta semana conheci um “professor” que dá aulas de<br />

primeiros socorros, sendo o mesmo Tst, sem formação na área de saúde e que<br />

nunca foi ao menos Tst , ou seja nunca trabalhou como tal.<br />

Obs.: Outro dia uma fiscal do MTE questionou em uma empresa que assessoramos,<br />

o porque de um Tst ter aplicado uma palestra sobre Dst e Aids, afirmando<br />

como podia um profissional que não estudou palestrar sobre esses temas...<br />

Em síntese estou há 8 anos no mercado sempre atuando, ao longo desses<br />

anos houve sim uma melhora silenciosa, os patrões tem ficado mais receosos<br />

com o aspecto Segurança e Saúde Ocupacional, a coisa parece que vem<br />

melhorando não dá forma que todos querem, mas vem melhorando, temos<br />

que entender é que jamais teremos regras, leis e políticos como na Europa ou<br />

mesmo nos Estados Unidos, portanto o que cabe é tentar cadenciar a situação,<br />

aceitando essas melhorias lentas.<br />

Só pra todos terem uma idéia, os políticos tentam desfazer as leis e os únicos<br />

profissionais que brigam pra que as mesmas fiquem de pé lá no congresso,<br />

são os auditores fiscais.<br />

Ireudo Almeida<br />

(25 anos Técnico<br />

de Segurança do<br />

Trabalho e Assessor<br />

Técnico<br />

em Brigadas de<br />

Incêndios).<br />

Eu acredito<br />

que a categoria<br />

é desvalorizada por conta de nós mesmos,<br />

devido a “necessidade”. Outrora, sabemos<br />

que a instituição que regulamenta nossa<br />

profissão MTE, falha conosco. Uma vez que<br />

somos funcionários do MTE, juntamente com<br />

a fiscalização dos serviços que as empresas<br />

prestam, era pra eles exigirem também a<br />

presença desses profissionais. Ou seja, não<br />

era para os auditores fiscalizarem somente as<br />

não conformidades das empresas e sim para<br />

exigirem nossa presença lá. Pois nós que nos<br />

responsabilizamos pelo andamento de segurança<br />

da empresa, dentre eles: fiscalização,<br />

emissão de documentos de SST, treinamentos,<br />

orientações, acompanhamento de<br />

atividades e demais afazeres. Sabemos que<br />

existe a distribuição dos profissionais pela NR,<br />

mas e as empresas que não se enquadram?<br />

Enfim, são vários pontos a serem analisados.<br />

O sindicato que era pra ajudar a alavancar a<br />

categoria, anda a passos curtos ainda.<br />

Embora temos ouvido algumas melhorias,<br />

sabemos que para ser um sindicato ativo e<br />

operante, é necessário mais empenho de<br />

quem está na frente dessa tarefa, que eu<br />

reconheço, não é fácil.<br />

Renata Pinheiro (28 anos, formada em Técnica de Segurança no Trabalho,<br />

atuando a 4 anos no mercado).<br />

Eu acredito que é por falta de fiscalização nas empresas. Se toda<br />

empresa, independente de grau de risco fosse obrigada à ter um técnico,<br />

as coisas seriam bem diferentes E se a fiscalização por parte do MTE<br />

e outros órgãos competentes fiscalizassem com mais rigor e com mais<br />

periodicidade, as empresas veriam a importância do nosso papel dentro<br />

delas, assim vindo a valorização que se precisa.<br />

REVISTA PREVENÇÃO ٢٧


O MERCADO PARA ESTÁGIOS DE SEGURANÇA DO TRABALHO<br />

Mais um dia de trabalho termina<br />

e novamente são inúmeros<br />

pedidos de estágio,<br />

tanto por e-mail, telefone ou<br />

por whatssap. São pedidos<br />

de futuros profissionais que<br />

estão iniciando seus cursos, em conclusão<br />

ou ainda aqueles que já concluíram a carga<br />

horária teórica. Fico perplexo com tantas<br />

pessoas em busca para tão pouca oferta e<br />

tantas escolas que nem mesmo chegam a<br />

preparar um núcleo de integração para estágio,<br />

parecendo que a formação do profissional<br />

é apenas um sub bruto de um bom negócio,<br />

no caso a venda de cursos técnicos.<br />

Esse “bom negócio” é considerado apenas<br />

para uma das partes, resultando, muitas vezes<br />

na formação de profissionais mal qualificados,<br />

que amontoam-se em busca da primeira oportunidade<br />

de estágio e consequentemente de<br />

emprego. O mercado está à cada dia mais<br />

exigente, em busca de profissionais que de<br />

alguma forma conseguiram escalar o grande<br />

muro que separa sala de aula da realidade.<br />

Daqui mais alguns instantes, outro quase<br />

profissional acabará desistindo, devido<br />

à grande concorrência, para uma escalada<br />

tão alta, em seguida tendo que<br />

enfrentar uma realidade ainda mais dura.<br />

A reação em cadeia é uma das responsáveis<br />

por acabar contribuindo para formação<br />

de tantos profissionais despreparados, que<br />

ainda tem dúvidas sobre muitas questões<br />

relacionadas ao dia a dia do TST, como<br />

por exemplo, a legislação de forma geral.<br />

Isso acaba contribuindo ainda mais para<br />

a tese de que no mundo da segurança do<br />

trabalho só ficam os melhores, os mais capacitados,<br />

com currículos mais bem elaborados<br />

e conhecimento mais aprofundado.<br />

Se o empresariado brasileiro soubesse que<br />

cultivar profissionais de segurança do trabalho<br />

em seus quadros é um ótimo negócio, tendo<br />

entre os benefícios uma grande economia,<br />

talvez desta maneira, conseguiríamos abrir as<br />

portas para estágios e vagas para profissionais.<br />

Entendo que isso é responsabilidade de<br />

muitos, dos profissionais que já estão no<br />

mercado, das escolas que deveriam fazer<br />

campanhas e apresenta-las as empresas,<br />

do poder público que pouco investe ou do<br />

próprio empresariado que não percebe ou<br />

percebeu ainda o tamanho da importância<br />

social e econômica para o seu negócio.<br />

Atualizado<br />

Inovador<br />

Criativo<br />

Comunicativo<br />

Proativo<br />

Para se conseguir um estágio nesse momento atual da crise é importante<br />

seguir as seguintes dicas:<br />

1-Ter um bom currículo, possuir capacitações voltadas para a área de atuação.<br />

2-Ter vocação e gostar de segurança do trabalho.<br />

3-Ter boa apresentação, saber vender o profissional que você quer ser para<br />

aquela empresa<br />

4-Estar atento ao mercado, segmentos de trabalho, fazer networking.<br />

5-Estar disposto a aprender, sem esperar recompensa financeira de imediato<br />

6-Saber trabalhar em equipe.<br />

7-Estar acima da média no quesito conhecimento, diante aos seus colegas de<br />

sala.<br />

8-Entender que fazer segurança do trabalho não é fazer uma revolução e nem<br />

tão pouco impor regras, ao contrário disso, fazer segurança é orientar patrões e empregados<br />

9-Colocar em prática o que aprendeu em sala, por muitas vezes será quase<br />

impossível, não se frustre e busque alternativas.<br />

10-65% do que lhe foi ensinado em sala, foi feito de forma equivocada, não é<br />

aplicável ou está ultrapassado.<br />

Resumidamente, quando for possível, não deixe de participar de eventos,<br />

debates, cursos, palestras, seminários, visitas, grupos, redes sociais. Conhecimento não<br />

tem preço e nem volume. Quanto mais melhor!<br />

Mardônio Andrade de Sousa.<br />

-Técnico de Segurança do Trabalho e CEO da<br />

empresa A2 Segurança e Saúde no Trabalho<br />

mardonio_09@hotmail.com


a Importância da segurança<br />

no dia a dia<br />

No mundo em que vivemos uma das coisas que mais prezamos<br />

é a segurança. No dicionário encontramos o seguinte significado:<br />

1.ação ou efeito de tornar(-se) seguro; estabilidade, firmeza.<br />

2.estado, qualidade ou condição de quem ou do que<br />

está livre de perigos, incertezas, assegurado de danos<br />

e riscos eventuais; situação em que nada há a temer.<br />

Para que possamos viver da melhor maneira possível,<br />

precisamos nos sentirmos assegurados de qualquer<br />

tipo de risco, seguirmos com segurança, firmeza e estabilidade,<br />

tanto na vida pessoal como na profissional.<br />

A segurança está em todos os setores de uma organização,<br />

tanto de uma casa quanto no de uma nação.<br />

No âmbito militar, caracteriza-se como um conjunto de medidas<br />

tendo como objetivo a preservação da liberdade, combatendo<br />

qualquer manifestação que tente limitá-la, pretendendo<br />

defender o território ou o grupo que estão sendo ameaçados.<br />

Também existe o termo segurança nacional, onde encontramos<br />

os métodos para a defesa da integridade de uma nação.<br />

Profissionalmente falando, a palavra segurança também pode expressar<br />

uma pessoa que tem a função de garantir a proteção e o<br />

bom funcionamento das normas. E no caso, está pessoa pode ser<br />

representada através da figura do Técnico de segurança do trabalho.<br />

Essa é uma área que tem como principal função<br />

a criação e implementação de normas para a<br />

prevenção de acidentes dentro das organizações.<br />

Essas normas são essenciais para todo e qualquer tipo de<br />

indústria, à fim de proteger os funcionários, trazendo-lhes<br />

a segurança necessária para a execução de suas tarefas em<br />

diversas áreas, como em indústrias, em que o funcionário<br />

trabalha com materiais químicos, processos de produção<br />

potencialmente nocivos, na construção civil, em que corre<br />

riscos trabalhando em altura ou altas temperaturas e em<br />

setores administrativos, onde ocorre o esforço repetitivo.<br />

Pensando nesta categoria, criamos a <strong>Revista</strong> <strong>Prevenção</strong>, à<br />

fim de divulgar e esclarecer dúvidas sobre esta área tão importante<br />

para toda e qualquer instituição, além é claro de<br />

reconhecer empresas e profissionais que dão o seu melhor<br />

para garantir que acidentes e doenças não ocorram.<br />

Pretendemos repassar informações sobre Segurança, Saúde<br />

Ocupacional e Meio Ambiente de Trabalho. Tendo como público<br />

alvo os SESMT’s, Recursos Humanos, Engenheiros, Técnicos<br />

de Segurança do Trabalho, Médicos, Enfermeiros, Técnicos e<br />

Auxiliares de Enfermagem do Trabalho, trazendo notícias, entrevistas<br />

e reportagens sobre o assunto e suas especialidades.<br />

O tema segurança ultimamente tem sido muito abordado e as<br />

empresas tem começado a compreender a importância deste<br />

profissional, porém ainda existem muitas dúvidas sobre quais são<br />

realmente suas funções, as suas especialidades e sua formação.<br />

Este profissional é muito importante para o bom andamento<br />

do trabalho, assegurando a segurança dele e de toda a equipe.<br />

Atuante em todo tipo de empresa, tendo a definição<br />

da quantidade necessária no dimensionamento do<br />

SESMT, previsto na NR 4, em que é analisada a quantidade<br />

de funcionários e o grau de risco da empresa.<br />

A formação deste profissionais é de nível técnico, regulamentada<br />

pela Lei nº 7.410, de 27 de Novembro de 1985.<br />

Na descrição da profissão é o profissional que participa da elaboração<br />

e implementação de políticas de saúde e segurança no<br />

trabalho (SST), também responsáveis por realizar auditorias, avaliação<br />

e acompanhamento na área. Ajuda no controle de doenças,<br />

acidentes, melhorando a qualidade de vida e do meio ambiente.<br />

Gerenciam documentação de SST, desenvolvem ações educativas<br />

na área de segurança e saúde no trabalho, recomendam<br />

medidas de prevenção e controles de acidentes, entre outros.<br />

O Técnico de segurança no trabalho torna-se a ponte entre<br />

a diretoria e os funcionários, pois este profissional estará analisando<br />

as precisões dos trabalhadores e repassando para os<br />

responsáveis, à fim de realizar as alterações para a melhoria.<br />

É um cargo de muita responsabilidade e dificuldades muitas vezes<br />

aparecem, entre elas está o trabalho de convencer o empregador<br />

a investir na prevenção, pois quando falamos em investimentos,<br />

trata-se do lado financeiro e não são todas as empresas que querem<br />

investir em algo que ainda não aconteceu. O técnico também<br />

tem a grande dificuldade de convencer o funcionário de que ele<br />

é o maior responsável por sua segurança, por isso é importante<br />

que o mesmo tenha espaço para ministrar palestras de conscientização,<br />

sendo um é um processo contínuo de aprendizado.<br />

É necessário saber antecipar os riscos, tendo realmente<br />

uma visão de prevenção, visualizando o futuro e não<br />

se prendendo somente ao presente, precisando de inteligência<br />

para ultrapassar os obstáculos que irão surgir, sabendo<br />

colocar em prática o que se aprende em sala de aula, pois irá<br />

lidar com todos os tipos de pessoas, posições e opiniões diferentes<br />

e muitas vezes contrárias ao que é preciso ser feito.<br />

É um trabalho que demanda muita responsabilidade.<br />

Trabalhar com prevenção é estar vigilante,<br />

prestando atenção no ambiente, nas pessoas<br />

envolvidas e no processo de trabalho de forma geral.<br />

Prestar segurança é a arte de cuidar, proteger e guardar.<br />

Autor: Daniele Rodrigues<br />

REVISTA PREVENÇÃO ٢٩


MEDICINA DO TRABALHO<br />

A medicina do trabalho e a Companhia Siderúrgica do<br />

Pecém(CSP)<br />

Evenete Marson Santos é formada há quase<br />

25 anos em Medicina, natural de São Paulo.<br />

Estudou Clínica Médica por dois anos<br />

e após isso trabalhou com Auditoria em<br />

Saúde, à princípio não nha muita noção<br />

do que se tratava, mas a Auditoria despertou<br />

o interesse na área administrava,<br />

levando-a para Pós-Graduação em Administração<br />

Hospitalar, onde se descobriu na<br />

área administrava. Se especializou em<br />

Geriatria mas connuou trabalhando com<br />

Auditoria, Consultoria e Gestão de Saúde,<br />

o que considera o pilar para a preparação<br />

da carreira futura de Médica do Trabalho.<br />

Após a Geriatria venho a atuação como perita,<br />

à parr do convite de um colega que<br />

já era da área, iniciou então a perícia na<br />

área cível e na Jusça Federal, então venho<br />

o interesse para a área da Jusça Trabalhista,<br />

se especializando assim em Medicina<br />

do Trabalho, onde atua há seis anos.<br />

Evenete também é proprietária da Soberana<br />

Saúde Ocupacional, uma empresa que<br />

atua nas áreas de Auditoria, Consultoria e<br />

Gestão, desde 1997, oferecendo gestão das<br />

Normas Regulamentadoras, capacitação da<br />

equipe de segurança, diminuição de acidentes<br />

de trabalho, programas de gestão<br />

e conscienzação de saúde do trabalho,<br />

além de traçar o perfil saúde-doença de<br />

cada trabalhador no quesito consultoria.<br />

Já trabalhou na Dufry do Brasil, responsável<br />

pelos freeshops dos aeroportos de<br />

Guarulhos, Congonhas e Vira Corpus, com<br />

uma média de 1.500 funcionários. Também<br />

já atuou como Médica Examinadora,<br />

prestando serviço especializado com<br />

In Company, onde conseguiu aplicar o<br />

seu trabalho em uma variedade de locais.<br />

Já em Fortaleza a primeira empresa que<br />

trabalhou foi a Camed, depois na Indra,<br />

uma empresa espanhola que faz a terceirização<br />

dos tele operadores da Caixa<br />

Econômica Federal, área que já conhecia<br />

por se tratar de jovens na mesma faixa<br />

etária que atendia na Dufry. Em janeiro<br />

de 2015 é contratada para a Companhia<br />

Siderúrgica do Pecém, após quatro meses<br />

estava atuando em três empresas.<br />

٣٠ REVISTA PREVENÇÃO<br />

Medicina do Trabalho<br />

O principal motivo da mudança de São<br />

Paulo para Fortaleza foi a qualidade de vida.<br />

Após pesquisar cidades como Palmas, Campo<br />

Grande e Fortaleza, ficou deslumbrada<br />

com as características da capital cearense<br />

e principalmente com o Índice de Desenvolvimento<br />

Humano (IDH), que se deve no<br />

seu entendimento ao Porto do Pecém e ao<br />

Pólo Industrial de Maracanaú. A mobilidade<br />

para ir até o Pecém também agrada, sua<br />

viagem dura em torno de uma hora, duas<br />

horas a menos se comparada à São Paulo.<br />

Começou sua carreira em Fortaleza trabalhando<br />

na Camed como auditora, cargo que<br />

conseguiu após uma prévia visita a cidade e<br />

uma busca por empresas que poderiam lhe<br />

contratar. Mesmo sentindo que a cidade ainda<br />

tem uma cultura de contratação por indicação,<br />

ela não desistiu e fez as malas, se arriscou<br />

mesmo sabendo que seu salário seria inferior<br />

ao valor pago na capital paulista. Após um ano<br />

de Camed, ela entrou na Indra e desde 2015<br />

integra o quadro de funcionários da Companhia<br />

Siderúrgica do Pecém. Atualmente em<br />

fase de desmobilização, passando de 13 mil<br />

funcionários para 8 mil, número que ainda cairá<br />

para 3 mil até final de agosto por entrarem<br />

em fase de operação, o que demanda menos<br />

recurso humano do que a fase de construção.<br />

A rotina na Siderúrgica se divide em atendimento<br />

de consulta por demanda, quando o<br />

funcionário chega no posto de trabalho e passa<br />

mal, é levado para o ambulatório para ser<br />

avaliado, medicado e colocado em observação,<br />

se há melhora o profissional é liberado<br />

para o posto de trabalho, caso não, ocorre a<br />

condução para levá-lo embora, se for um caso<br />

grave há transferência com solicitação de<br />

ambulância e se for trauma há o atendimento<br />

no local. Há também a gestão do absenteísmo<br />

e recebimento da parte documental.<br />

Medicina do Trabalho<br />

Evenete acredita que o médico do trabalho<br />

é a intersecção entre o trabalhador, empregador,<br />

médico assistencial e até a Previdência<br />

Social, usando seus conhecimentos<br />

técnicos isento de qualquer parcialidade,<br />

podendo oferecer para todas as partes aquilo<br />

que há de melhor. Sendo assim se sente<br />

a vontade e procura atuar no dia-a-dia desmistificando<br />

a ideia de que tem que defender<br />

a empresa. Seu objetivo é defender o<br />

próprio CRM e o profissionalismo acima<br />

de qualquer coisa. “Meu carimbo pode ser<br />

só um carimbo para quem olha, mas minha<br />

vida profissional está ali” ressalta a doutora.<br />

O futuro do médico do trabalho, de acordo<br />

com Evenete, é que ele seja o profissional<br />

de confiança da empresa e do trabalhador e<br />

assim que ela procura trabalhar na sua rotina<br />

diária. Essa confiança também é adquirida<br />

através dos prontuários montados pela medicina<br />

do trabalho, o que na visão de Evenete,<br />

também como perita judicial, um documento<br />

vale mais que mil palavras e faz toda a diferença.<br />

Ela já presenciou casos em que a falta<br />

desses documentos ou uma documentação<br />

falha, conseguiu privilegiar o desprivilegiado<br />

e vice-versa. Zelar pela parte documental é<br />

essencial e que, segundo ela, muitos médicos<br />

ainda falham por não ter noção da importância<br />

de todos os documentos, desde um Atestado<br />

de Saúde Ocupacional (ASO) bem feito até<br />

atendimentos bem descritos no ambulatório,<br />

se possível digitado para evitar ilegibilidade.<br />

Sua experiência com saúde do trabalho sempre<br />

foi muito positiva, suas opiniões técnicas<br />

foram respeitadas e as solicitações atendidas,<br />

como abrir uma Comunicação de Acidente<br />

de Trabalho (CAT). Até hoje não passou por<br />

problemas relacionados às suas decisões,<br />

sempre esteve munida de documentos para<br />

se guardar profissionalmente, pois apesar de<br />

tudo, a empresa pode não querer respeitar sua<br />

decisão, o que pode ser descrito no prontuário<br />

que a sugestão correta foi solicitada.<br />

De acordo com a profissional, o médico do<br />

trabalho ainda precisa quebrar o paradigma<br />

em que o leigo o enxerga como “o médico<br />

que não quis fazer medicina” ou “o médico<br />

que não quer pôr a mão no funcionário e<br />

faz aquela consulta de cinco minutos”, uma<br />

cultura construída há anos. Ela acredita que<br />

isso ajuda o bom profissional, aquele que se<br />

sobressai no mercado fazendo o diferencial.<br />

Evenete se diz feliz com a carreira construída,<br />

pois ela procura fazer diferente e ainda<br />

alia sua experiência com o cargo de auditora,<br />

o que lhe dá um tino investigativo que se alinha<br />

ao bom senso e o conhecimento técnico.


Sesmt<br />

Na visão de Evenete, alguns engenheiros<br />

muitas vezes, não estão alinhados ao<br />

médico do trabalho e isso acaba afetando,<br />

principalmente, o trabalho do técnico de segurança<br />

que tem que navegar entre os dois<br />

na composição do SESMT. Em alguns casos<br />

a empresa toma a decisão de dar documentações<br />

como PCMSO, ASO e exames complementares<br />

para responsabilidade do engenheiro,<br />

o que acaba afetando o técnico de<br />

segurança. Quando o engenheiro não é muito<br />

parcial ou adepto da composição, ocorre do<br />

SESMT se dividir entre engenheiro e técnico,<br />

pelo fato do técnico ser mais próximo do<br />

engenheiro, e o médico do trabalho isolado.<br />

Em sua atuação na Companhia Siderúrgica do<br />

Pecém, ela possui uma relação excelente junto<br />

ao SESMT, trabalham em conjunto e com<br />

proximidade, o que ela acredita refletir nos funcionários.<br />

Há uma realização de Diálogo Diário<br />

de Segurança (DDS) conjunto em que um<br />

profissional participa do tema do outro, focando<br />

nas campanhas contra hipertensão, tabagismo,<br />

obesidade, imunização dos funcionários,<br />

conscientização de DST e uso de drogas.<br />

NR04<br />

A Norma Regulamentadora 4 (NR04) exige<br />

apenas um técnico de segurança do trabalho<br />

para empresas que possuam de 50 (cinquenta)<br />

à 100 (cem) trabalhadores. A NR citada só<br />

exige o profissional da enfermagem a partir de<br />

500 (quinhentos) funcionários, em empresas<br />

com grau de risco 1 e 2 (risco determinado<br />

à partir da classificação da atividade) o médico<br />

não precisa ser empregado e a carga<br />

horária mínima exigida é de três horas diárias.<br />

Sócia atuante da Associação Nacional de<br />

Medicina do Trabalho (ANAMT), Evenete<br />

acredita que a NR04, que se encontra em<br />

revisão pela própria Associação, é falha e desatualizada.<br />

Em cidades como São Paulo, por<br />

exemplo, fica impossível de atuar somente<br />

três horas e compor uma renda mensal satisfatória,<br />

para que isso aconteça o profissional<br />

deveria atuar em pelo menos três empresas,<br />

o que o trânsito da cidade paulista dificulta.<br />

O caso da enfermagem, de acordo com a<br />

doutora, deveria priorizar a vida do trabalhador,<br />

não importa quantos profissionais<br />

existam na empresa. O responsável pela<br />

saúde no caso de empresas que possuem<br />

menos de 500 (quinhentos) funcionários é<br />

o técnico de segurança, que apesar da formação<br />

não possui tanta familiaridade em<br />

conduzir essas questões.Quanto a falha<br />

apontada em não empregar um médico em<br />

empresas com nível de risco 1 e 2, abre espaço<br />

para a terceirização de empresas, que<br />

podem não ser idôneas, muitas vezes cobram<br />

a mensalidade e aparecem uma vez.<br />

no mês apenas para preencher o PCMSO, não<br />

tem um cuidado e acompanhamento direto.<br />

Atestado de saúde ocupacional<br />

O Atestado de Saúde Ocupacional (ASO) define<br />

se o funcionário tem condições ou não<br />

de realizar suas funções dentro da empresa.<br />

O atestado pode ser admissional, periódico,<br />

mudança de função, retorno ao trabalho e<br />

demissional, possui informações importantes<br />

como identificação do trabalhador e riscos<br />

que existem na execução de suas tarefas,<br />

além dos procedimentos médicos a que foi<br />

submetido, deixando o trabalhador e empresa<br />

cientes de sua atual condição. Normalmente<br />

o trabalhador mente em um ASO admissional,<br />

pela necessidade de ingressar no mercado de<br />

trabalho. De acordo com a doutora as companhias<br />

possuem ferramentas para evitar<br />

esse tipo de situação, o pré-ASO é adotado<br />

por ela dentro das empresas em que atua.<br />

O método consiste em uma entrevista de saúde<br />

que acontece na seleção de novos funcionários,com<br />

a presença de um psicólogo, em<br />

que os selecionados são inseridos em um auditório<br />

e acontece a orientação e identificação<br />

da médica do trabalho. É explicado que eles<br />

irão fazer exames em uma clínica terceirizada,<br />

mas há uma médica que irá acompanha-<br />

-los no dia-a-dia, que há uma necessidade de<br />

relatar doenças naquele instante, pois pode<br />

ocorrer uma realocação de uma vaga mais<br />

adequada sem que haja prejuízo para a saúde<br />

do funcionário. Essa orientação traz uma<br />

admissão mais assertiva e uma sinceridade<br />

maior dos funcionários. A triagem com esse<br />

método chega a reduzir 30% dos candidatos,<br />

o que ajuda também no absenteísmo.<br />

Absenteísmo<br />

A gestão do absenteísmo é feita a partir de<br />

cadastro de atestados em uma planilha que<br />

é analisada mensalmente a partir da Classificação<br />

Internacional de Doenças (CID) ou<br />

descritivo da doença, além de idade, função,<br />

tempo de serviço, máquina que ele opera,<br />

entre outros, além de uma conversa com o<br />

supervisor para a coleta de mais informações.<br />

O médico do trabalho deve ter o olho clínico<br />

para analisar as situações, acompanhar<br />

a doença do trabalhador e até orientar para<br />

troca de especialista. Outro método usado<br />

por Evenete é exigir atestados inicialmente<br />

do plano de saúde fornecido pela empresa,<br />

o que ajuda a evitar atestados médicos<br />

“graciosos” oriundos do serviço público que,<br />

na visão da doutora, não possui um comprometimento<br />

quanto ao paciente. Ela, junto<br />

com a empresa, solicita o atestado do plano<br />

de saúde em primeiro caso, de um outro<br />

médico e como última alternativa aceita o<br />

atestado do Serviço Público, meio de tornar<br />

o atestado um instrumento mais fidedigno.<br />

Na Companhia Siderúrgica do Pecém, os<br />

maiores problemas de afastamento vêm de<br />

problemas de coluna ou articulares, ergonomia<br />

e esforço. A prevenção ocorre, mas<br />

Evenete acredita que poderia ser evitado na<br />

hora da seleção, se acontecesse de forma<br />

mais criteriosa. Há um número considerável<br />

de funcionários com sobrepeso, hipertensos<br />

e diabéticos, doenças que acabam<br />

sobrecarregando o organismo e predispondo<br />

a obesidade, que acaba atrapalhando<br />

na ergonomia, além do sedentarismo.<br />

PCMSO<br />

O Programa de Controle Médico de Saúde<br />

Ocupacional (PCMSO) tem o objetivo de prevenir,<br />

monitorar e controlar possíveis danos à<br />

saúde e integridade do empregado, detectar<br />

riscos prévios, especialmente no que diz respeito<br />

as doenças relacionadas ao trabalho.<br />

O preenchimento dele acontece a partir do<br />

CNPJ e o Código Nacional da Atividade Empresarial<br />

(CNAE) que vai sinalizar os riscos<br />

da empresa. Dados como número de funcionários<br />

e funções também são exigidas<br />

no documento. O PCMSO é consequência<br />

de outro documento, o Programa de <strong>Prevenção</strong><br />

de Riscos Ambientais (PPRA) que<br />

vem da engenharia do trabalho. De acordo<br />

com Evenete, o PCMSO possui menos<br />

chances de erros pois vem do PPRA, onde<br />

o engenheiro faz a dosimetria e identifica<br />

tudo aquilo que vai ser usado no PCMSO.<br />

Hoje é normal vermos técnicos de segurança<br />

produzindo cursos para o preenchimento<br />

desses documentos. Para a doutora<br />

essa questão é um problema de educação<br />

no Brasil, algo pior do que podemos ver.<br />

Uma indústria universitária que visa o lucro<br />

e não qualidade, não é algo relacionado<br />

aos técnicos e esses profissionais acabam<br />

produzindo os cursos por uma questão<br />

de sobrevivência e não por agir de má fé.<br />

REVISTA PREVENÇÃO ٣١


DE OLHO NA SEGURANÇA<br />

No dia a dia dos Técnicos de segurança, acontecem muitas situações em que não são utilizados EPI’s e os equipamentos de<br />

segurança necessários para o bem-estar dos trabalhadores.<br />

Pensando nisso, lançamos em nossa página do Facebook a promoção “De olho na segurança” onde técnicos enviariam fotos<br />

para o nosso e-mail, de situações impróprias e concorreriam à um par de botinas.<br />

A técnica de segurança Maria Rosiane Alves, foi a nossa vencedora, enviando a foto abaixo, em que a atividade é realizada<br />

em condições perigosas, sem o uso dos Epis necessários, em uma altura superior à 2 metros, próximo à rede elétrica, sendo<br />

que o andaime não está amarrado e encontra-se apoiado sobre tijolos para nivelar a altura do piso. Um dos funcionários está<br />

posicionado em cima de uma escada, com postura inadequada, levantando pesos desproporcionais, além da falta do uso do<br />

capacete, talabarte, luvas e óculos de segurança.<br />

Agradecemos à nossa leitora pela participação e fiquem de olho nas irregularidades, buscando ambientes de trabalho<br />

mais seguros, evitando acidentes.<br />

٣٢ REVISTA PREVENÇÃO


NR’s Atualizadas<br />

Modificações foram publicadas no Diário Oficial da União no dia 02/05/2016<br />

Sete Normas Regulamentadoras (NRs) foram modificadas e as alterações publicadas no Diário Oficial da<br />

União (DOU) , entre elas: a NR 11 que trata do transporte e manuseio de materiais, a NR 12 que define medidas<br />

de prevenção na utilização de máquinas e equipamentos de todos os tipos, NR 22 que trata da saúde e<br />

segurança ocupacional da mineração e na NR 36 trata da saúde e segurança no setor de abate e processamento<br />

de carne e derivados.<br />

As alterações nas NRs foram definidas pela Comissão Tripartite Paritária Permanente (CTPP), coordenada<br />

pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS), por consenso entre governo, trabalhadores e empregadores.<br />

NR’s 04 e 10 - Tratam de serviços especializados em engenharia de segurança e em medicina de trabalho e segurança<br />

em instalações e serviços em eletricidade, respectivamente, ocorreram apenas ajustes na redação das normas.<br />

NR11 – Na norma que trata do<br />

transporte, armazenagem e manuseio<br />

de materiais, foi revisado todo<br />

o Anexo I, que trata do regulamento<br />

técnico de procedimentos para o<br />

manuseio de chapas de mármore,<br />

granito e outras rochas. O Anexo<br />

então vigente, não contempla os<br />

avanços tecnológicos recentemente<br />

implementados (como teares<br />

multifios) pelo setor, novas soluções<br />

desenvolvidas (como ovador<br />

de contêiner), não disciplinava<br />

carga horária e conteúdo mínimos<br />

para capacitação dos trabalhadores<br />

envolvidos nas operações<br />

de movimentação e manuseio de<br />

chapas de rochas ornamentais<br />

nem fazia referência ao manuseio<br />

de chapas fracionadas, frequente<br />

em marmorarias, dentre outros.<br />

NR12 – Define medidas de prevenção de acidentes e doenças do<br />

trabalho na utilização de máquinas e equipamentos em todas as atividades<br />

econômicas, inclui a possibilidade de adoção de soluções<br />

ainda não previstas pelo texto em vigor para a adequação das máquinas,<br />

facilitando o cumprimento das obrigações previstas na norma<br />

sem reduzir o nível de segurança oferecido aos trabalhadores.<br />

NR22 – Na NR que trata da segurança<br />

e saúde ocupacional na<br />

mineração, será incluída uma alínea<br />

que trata do estabelecimento<br />

de sistema que permita saber, com<br />

precisão em qualquer momento, os<br />

nomes de todas as pessoas que<br />

estão no subsolo, assim como a<br />

localização provável das mesmas.<br />

NR28 – Sobre fiscalização<br />

e penalidades foram atualizados<br />

códigos utilizados<br />

pela fiscalização do trabalho.<br />

NR36 – Na norma que trata<br />

da saúde e segurança no setor<br />

de abate e processamento de<br />

carnes e derivados, conhecida<br />

como NR de Frigoríficos, será<br />

acrescentado um anexo com<br />

requisitos específicos para três<br />

tipos de máquinas utilizadas no<br />

setor: máquina automática para<br />

descourear e retirar pele e película,<br />

máquina aberta para descourear<br />

e retirar pele e membrana e<br />

máquina de repasse de moela.<br />

Normas – A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) atribui ao MTPS a competência de estabelecer disposições<br />

complementares aos artigos sobre saúde e segurança, o que é feito por meio das Normas Regulamentadoras (NRs).<br />

As normas têm a função de estabelecer parâmetros de segurança em setores, equipamentos e funções específicas,<br />

porque cada profissão exige um cuidado próprio para resguardar a vida e integridade física da equipe e de terceiros.<br />

CTPP - A Comissão Tripartite Paritária Permanente foi instituída pela Portaria n.º 393, de<br />

09 de abril de 1996, com objetivo de revisar ou elaborar regulamentações na área de segurança<br />

e saúde no trabalho e de normas gerais relacionadas às condições de trabalho.<br />

Fonte: trabalho.gov.br<br />

http://trabalho.gov.br/noticias/3325-normas-regulamentadoras-sao-alteradas-para-garantir-a-seguranca-dos-trabalhadores<br />

REVISTA PREVENÇÃO ٣٣


PROFISSIONAIS PROFICIENTES<br />

Hoje pela manhã mais uma vez entro em um debate sobre o que vem a ser a tal proficiência adquirida, que se tornou famosa com o ponto da<br />

NR35, onde aponta para a questão de quem poderá ministrar treinamentos de trabalho em altura, por conta disso, até mesmo o MTE emitiu<br />

parecer, através da NR35 comentada e de forma técnica informou o que vem a ser a tal proficiência, o que ainda gera muitas dúvidas, que<br />

tentamos esclarecer todos os dias.<br />

Certo dia ouvi um Técnico de trabalho dizendo “Tenho um curso de 40 horas, sou proficiente”, está afirmação não o caracteriza no conceito<br />

legal, haja visto que proficiência vai além disso (daqui a pouco volto a este ponto).<br />

Muitas escolas e cursos prometem de forma indevida a tão famosa proficiência, vejamos por exemplo, duas questões:<br />

1-Curso de supervisor de trabalho em alturas.<br />

2-A carteirinha de supervisor de trabalho em alturas.<br />

Ambos são duas fantasias criadas para atrair ainda mais alunos desinformados, que não conhecem a fundo os parâmetros legais.<br />

Voltando a questão da proficiência, não será um curso com 40 ou 1.000 horas de carga horária, que irá nos gerar tal proficiência, no caso,<br />

ganhasse com vivência, experiências, cursos. Mas também é necessário haver junção de conhecimento teórico e prático, se não for dessa<br />

maneira, seria mais ou menos como a seguinte comparação: Um instrutor de auto escola que só dirigiu um carro nas aulas práticas e no teste<br />

prático no Detran, ensinando a dirigir, sendo que não tem experiência no volante.<br />

Alguém dirá: “Mas ele está habilitado!”. Mas o Detran verificará que não é o suficiente para exercer tal função.<br />

Surgem outras perguntas:<br />

- Mas como provar a tal proficiência?<br />

- Eu acompanhava os serviços em altura, possuo proficiência?<br />

- Fiz alguns cursos e trabalhava numa obra, nela acompanhava serviços em altura. Essa experiência serve?<br />

A resposta é simples: comprove seus cursos (através de certificados), suas experiências práticas (através da carteira de trabalho registrada)<br />

e também que apesar de ser TST e acompanhar as atividades de seu pessoal, também trabalhava fiscalizando em altura (através de uma<br />

declaração da empresa).<br />

Resumindo, técnicos de segurança proficientes são poucos, muitas vezes o curso é aplicado por dois profissionais, um da área de segurança<br />

do trabalho e o outro com proficiência comprovada em atividades de trabalho em altura.<br />

Pontos como esse nos trazem a grandes debates, mas sempre haverá o órgão regulador, no caso o MTE, que poderá esclarecer através dos<br />

fiscais. Devemos com isso repensar pontos e nos prepararmos para tais anúncios enganosos que vemos diariamente.<br />

Autor: Sr. Segurança do Trabalho<br />

٣٤ REVISTA PREVENÇÃO


QUALIDADE DOS CURSOS TÉCNICOS DE<br />

SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO<br />

Nos últimos 10 anos no Estado do Ceará, precisamente na Região Metropolitana de Fortaleza, ocorreu um verdadeiro “booomm”<br />

de escolas profissionalizantes, principalmente com a oferta do curso de Segurança do Trabalho.<br />

O curso que em 2006 era representado por 4 ou 5 escolas. Hoje em dia tem em média, aproximadamente 34 escolas, o que levou<br />

à uma verdadeira formação em massa de “Técnicos de segurança do trabalho”, porém de forma inversa, diminuíram as vagas no segmento,<br />

levando todos a uma série de questionamentos, entre eles, o que fica mais evidente é a qualidade destes cursos.<br />

Observar todos esses pontos nos faz refletir em diversas questões, por exemplo, se é possível um docente ou segurança do<br />

trabalho que nunca atuou direta ou indiretamente aplicar uma disciplina específica teórica. Se é possível discutir segurança do trabalho sem<br />

nunca ter vivenciado e porque os grandes profissionais do mercado, que já possuem experiência, não contribuem nas salas de aula. São<br />

diversas respostas, as soluções também são muitas, entre elas, algum meio de fiscalização.<br />

Como citado anteriormente, profissionais são formados as centenas, poucos conseguem estágio e muito menos entrar no mercado<br />

de trabalho.<br />

Voltando a questão da qualidade do ensino e estrutura dos cursos, é fator preponderante que uma “empresa escola”, quando se<br />

propõe a vender um curso técnico, possua estrutura mínima para atendimento da real necessidade de seus alunos. Não basta ter salas<br />

climatizadas, confortáveis e wi- fi, vai muito além disso. Posso afirmar que docentes bem preparados e com experiência são sempre necessários.<br />

A qualidade nesse tipo de ensino é notada em pouquíssimas “empresas escolas”. Mas existem locais melhores do que outros para<br />

se fazer esse curso, com toda certeza. Basta pesquisar com profissionais da área, que poderão indicar qual seria a melhor opção.<br />

Autor: Sr. Segurança do Trabalho<br />

REVISTA PREVENÇÃO ٣٥

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