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Revista Segunda Guerra Brasil 02

Revista virtual sobre a Segunda Guerra Mundial Você pode encontrar o PDF no site www.segundaguerrabrasil.com.br com o custo de R$ 3,00

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Veja: Sr. Orpheu Bertelli - Um Veterano da 1º ELO<br />

<strong>Revista</strong><br />

<strong>Segunda</strong> <strong>Guerra</strong><br />

Nº <strong>02</strong> - 08/2016<br />

Pilotos Paraguaios<br />

Servindo na FAB durante a<br />

SEgunda guerra<br />

<strong>Brasil</strong><br />

Também nesse número: Hobby, Filmes e Livros<br />

Theo Nau - A História de<br />

um Piloto Alemão


Sua loja de plastimodelismo on-line<br />

http://www.plastickits.com.br


80 Anos dos Jogos<br />

Olimpicos de Berlim -<br />

1936


Onde o esporte venceu<br />

o preconceito...


Esse é um projeto de revista para o site<br />

HTTP://WWW.SEGUNDAGUERRABRASIL.COM.BR<br />

<strong>Revista</strong> Nº<strong>02</strong> - 08/2016<br />

Edição: Ricardo Lavecchia<br />

Colaboração:<br />

Adriano Oliveira<br />

Anderson Subtil<br />

André Luiz<br />

Fernando Zavarelli<br />

Victor Oliveira<br />

Carlos A. Campestrini<br />

A ideia do site e da revista é contar a história da <strong>Segunda</strong><br />

<strong>Guerra</strong> Mundial com histórias pouco conhecidas e divulgadas,<br />

iremos das ênfase para a participação dos países das Américas<br />

no conflito. Na medida do possível iremos postar artigos<br />

relacionados a defesa de cada país, também falaremos<br />

sobres seus veteranos, voluntários, economia e política em<br />

tempos de guerra e tudo mais que abordar o tema.<br />

Aos amigos que estão lendo essa revista numero dois, só tenho<br />

a agradecer pela força e incentivo.<br />

Também agradeço aos Amigos Paulo Kasseb, Ricardo Motta,<br />

Antonio Luiz Sapienza Francchia entre outros.<br />

Agradeço a minha familia pelo apoio.<br />

Lembrando que esse trabalho não é profissional, e sim amador,<br />

mesmo sem conhecimento de regras ortográficas, gramaticais,<br />

gráficas e etc... faço por amor a história e para manter<br />

a chama da nossa Força Expedicionária <strong>Brasil</strong>eira (FEB) viva.<br />

De antemão peço desculpas pelos erros e espero por criticas,<br />

sugestões e elogios se tiver algum claro.<br />

Ricardo Lavecchia<br />

Indice<br />

RL<br />

Artes<br />

Produções<br />

rlartes@gmail.com<br />

A Relação entre a FEB e a Batalha das Ardenas.pag.03<br />

Theo Nau - Leutnant.............................................pag.09<br />

Pilotos Paraguaios Servindo na FAB....................pag.17<br />

O Nazismo e suas Teorias....................................pag.23<br />

Vargas Nose Arts..................................................pag.25<br />

Mil cairão ao teu lado mas tu não será atingido...pag.27<br />

Nove dias comendo marmelada...........................pag.29<br />

Dones e 3D...........................................................pag.31<br />

Kits em resina.......................................................pag.35<br />

Filme: Admiral Yamamoto.....................................pag.37<br />

Livro: Operação <strong>Brasil</strong>..........................................pag.38<br />

Pag. 01


Tenente Coronel Nero Moura<br />

comandante do Senta a Pua<br />

durante a <strong>Segunda</strong> <strong>Guerra</strong><br />

Mundial


A relação entre a FEB e a Batalha das Ardenas<br />

A 1º DIE como peça fundamental no grande quebra-cabeça da Vitória Aliada na<br />

<strong>Segunda</strong> <strong>Guerra</strong> – Uma visão militar.<br />

Por Adriano Oliveira<br />

Conhecendo um<br />

pouco de História<br />

do <strong>Brasil</strong>, é possível<br />

ao menos saber que<br />

o <strong>Brasil</strong> participou da vitória<br />

aliada na <strong>Segunda</strong><br />

<strong>Guerra</strong> Mundial. Só que,<br />

para conhecer a verdadeira<br />

participação da Força<br />

Expedicionária <strong>Brasil</strong>eira,<br />

principalmente para a nossa<br />

cultura de ensino atual,<br />

somente o que se aprende<br />

nas escolas infelizmente<br />

não é o suficiente,<br />

pois a brilhante participação<br />

de nossos pracinhas<br />

é, quando muito, apenas<br />

citada nas salas de aula,<br />

quando não muitas vezes<br />

de maneira pejorativa, até<br />

mesmo como se fosse<br />

uma participação vergonhosa.<br />

Ao longo de mais<br />

de setenta anos após o<br />

fim da <strong>Segunda</strong> <strong>Guerra</strong><br />

a participação brasileira<br />

não vem sendo cultuada<br />

ou até mesmo lembrada<br />

como deveria ser.<br />

O objetivo desta análise<br />

é dar uma visão do ponto<br />

de vista militar, e não<br />

político, da contribuição<br />

fundamental da FEB não<br />

somente na Campanha<br />

Pag. 03<br />

da Itália, como também<br />

na Campanha do Teatro<br />

de Operações da Europa<br />

Ocidental. Analisemos<br />

este Teatro de Operações<br />

como um todo, como um<br />

grande quebra-cabeça,<br />

daqueles de quinhentas<br />

peças. Chamemos este<br />

de “O Quebra-cabeça da<br />

Vitória”.<br />

Como a maioria dos<br />

quebra-cabeças, o mais<br />

importante está no centro.<br />

Consideremos a Alemanha<br />

como a paisagem<br />

principal do nosso jogo,<br />

obviamente, onde se pretende<br />

estampar seu mapa


com a vitória, cobrindo o<br />

fundo obscuro da destruição<br />

e da tirania com peças<br />

que conduzam à paz.<br />

O <strong>Brasil</strong> iniciou sua participação<br />

efetiva em combate<br />

em setembro de<br />

1944. Nessa mesma época<br />

os russos avançavam<br />

pelo leste e os aliados<br />

ocidentais, após o grande<br />

sucesso do desembarque<br />

no Dia D, avançavam<br />

pela França, comprimindo<br />

a Wehrmacht para dentro<br />

da Alemanha. Durante<br />

esse avanço uma situação<br />

particular tentava<br />

frear o sucesso aliado.<br />

Os britânicos e americanos,<br />

assim como o mundo,<br />

pretendiam dar um fim<br />

à guerra até o Natal. Os<br />

alemães, porém, resistiam<br />

em entregar alguns<br />

pontos de extrema importância<br />

para o avanço: os<br />

portos, principalmente o<br />

de Roterdã e Antuérpia,<br />

muito próximos da Alemanha.<br />

Os suprimentos eram<br />

trazidos da Normandia, de<br />

uma distância muito extensa<br />

da linha de frente,<br />

para suprir os principais<br />

Grupos de Exército, o 21º,<br />

de Montgomery, e o 12º,<br />

de Bradley. Em setembro<br />

de 1944 uma operação<br />

ousada, a Market-Garden,<br />

teve a fracassada tentativa<br />

de avançar da França<br />

à Holanda, desbordando<br />

a linha Sigfried, com o objetivo<br />

de atingir o coração<br />

industrial alemão ao norte,<br />

pelo Reno.<br />

Em dezembro de 1944,<br />

esses dois Grupos de<br />

Exército, mais o 6º, de<br />

Devers, estavam dispostos<br />

desde a Holanda até<br />

os Vosges, cadeia montanhosa<br />

no nordeste francês,<br />

tendo praticamente a<br />

Linha Sigfried como limite.<br />

Quando tudo já indicava<br />

que a derrota nazista era<br />

certa, a Alemanha desferiu<br />

seu último grande golpe<br />

contra os aliados, na<br />

Batalha das Ardenas (ou<br />

do Bulge). Concentrando<br />

uma força gigantesca, se<br />

comparada com as condições<br />

em que a Wehrmacht<br />

se encontrava na<br />

ocasião, e com seus melhores<br />

e mais habilidosos<br />

generais, o plano era<br />

atravessar a floresta das<br />

Ardenas, na Bélgica, com<br />

três exércitos, o 5º Panzer,<br />

de Manteuffel, o 6º<br />

Pag. 04<br />

Panzer, de Dietrich, e o 7º<br />

Exército, de Brandenberger.<br />

Num golpe rápido, o<br />

objetivo de atingir Antuérpia,<br />

separando assim o<br />

21º e 12º Grupos, capturando<br />

as principais rotas<br />

logísticas dos aliados.<br />

O resultado dessa batalha<br />

se resumiu na vitória<br />

aliada, a um preço muito<br />

alto. Foi a maior batalha<br />

travada pelos americanos<br />

durante a guerra, e onde<br />

se teve o maior número<br />

de baixas para os Estados<br />

Unidos em tão pouco<br />

tempo, mais de 89.000<br />

homens, entre mortos, feridos,<br />

capturados e desaparecidos.<br />

A Batalha das Ardenas<br />

foi travada entre 16 de<br />

dezembro de 1944 e 25<br />

de janeiro de 1945, coincidentemente<br />

no período<br />

em que os nossos pracinhas<br />

combatiam bravamente<br />

nos Apeninos. Os<br />

Estados Unidos empregaram<br />

naquela batalha cerca<br />

de 30 divisões; a Grã-<br />

-Bretanha, pelo menos<br />

cinco. Através da literatura<br />

sobre a batalha, também<br />

mostrada no cinema, em<br />

documentários e em uma<br />

famosa e espetacular série<br />

americana, pode-se<br />

constatar a participação<br />

heroica da 101st Airborne<br />

Division, a 101ª Divisão<br />

Paraquedista, que a duras<br />

penas conseguiu, mesmo<br />

depois de isolada, defen-


Força Expedidionária <strong>Brasil</strong>eira<br />

em Montese<br />

der a posição americana<br />

em Bastogne, na Bélgica,<br />

cercada pelas tropas do<br />

5º Exército Panzer, do habilidoso<br />

Gen Manteuffel.<br />

O cerco foi desfeito em<br />

Pag. 05<br />

26 de dezembro, após a<br />

junção feita pela 4ª Divisão<br />

Blindada Americana,<br />

pertencente ao III Corpo,<br />

do 3º Exército do General<br />

Patton.


Façamos agora uma<br />

cronologia inversa das<br />

posições aliadas, a partir<br />

da dramática situação em<br />

que se encontrava a 101st<br />

Airborne Division. Ela pertencia<br />

ao XVIII Corpo Aeroterrestre,<br />

subordinada<br />

ao 1º Exército, do General<br />

Hodges.<br />

Como já citado, o 3º<br />

Exército, de Patton, que<br />

fazia parte do 12º Grupo<br />

de Exércitos de Bradley,<br />

encontrava-se disposto<br />

ao longo da linha Sigfried,<br />

mais ao sul da floresta das<br />

Ardenas e do ataque principal,<br />

contra o 1º Exército.<br />

Cumprindo a ordem de<br />

socorrer a 101st A.D., Patton<br />

deslocou a 4ª Divisão<br />

Blindada para Bastogne.<br />

O tempo não estava favorável<br />

aos americanos e a<br />

4th Armoured Division encontrou<br />

um caminho turbulento<br />

até seu objetivo.<br />

O 3º Exército de Patton<br />

tinha como limite, ao sul,<br />

o 7º Ex, do General Patch,<br />

composto pelos XV<br />

e VI Corpos de Exército<br />

(durante o “resgate” de<br />

Bastogne, o 7º Exército<br />

passou a ficar em reserva,<br />

em condições de ser<br />

empregado ao norte).<br />

Chegamos ao VI Corpo<br />

de Exército, uma ligação<br />

importante para o objetivo<br />

deste texto. Anteriormente,<br />

o VI Corpo, assim<br />

como outras divisões aliadas,<br />

tinha sido empregado<br />

na Operação Dragão, que<br />

consistiu no desembarque<br />

aliado no sul da França,<br />

em agosto de1944. Este<br />

corpo, após a tomada da<br />

França meridional, par-<br />

Pag. 06<br />

tiu para o norte, conquistando<br />

terreno juntamente<br />

com outros corpos de<br />

exército, expulsando mais<br />

de 230.000 alemães de<br />

território francês, estes<br />

últimos conseguindo se<br />

retirar organizadamente<br />

e se recompondo em<br />

seguida. Após a trágica,<br />

mas vitoriosa campanha<br />

das Ardenas, o 7º Exército<br />

prosseguiu, durante os<br />

primeiros meses de 1945,<br />

na ultrapassagem da Linha<br />

Sigfried e conquista<br />

de importantes territórios<br />

da Alemanha e Áustria durante<br />

os primeiros meses<br />

de 1945, até atravessar a<br />

Suíça e fazer contato, em<br />

4 de maio, com o 5º Exército<br />

Americano na Itália,<br />

na ocasião sob comando<br />

do Gen Truscott, já que o<br />

Gen Mark Clark passara a<br />

comandar o 15º Grupo de<br />

Exércitos na Itália.<br />

Por que falar sobre o VI<br />

Corpo de Exército Americano<br />

nesta explanação<br />

sobre a FEB? O VI Corpo<br />

era composto por tropas<br />

experientes, vindo originariamente<br />

de combates na<br />

África e, o mais importante,<br />

e que interessa a nós<br />

brasileiros, passando a<br />

combater em importantes<br />

batalhas como Salerno e<br />

Anzio, na Itália. Subordinado<br />

ao V Exército Americano,<br />

então sob o comando<br />

do General Mark Clark,<br />

aquele mesmo com o qual


faria um triunfante contato<br />

novamente ao final<br />

da campanha na Europa,<br />

combateu no flanco oeste<br />

do V Ex até a tomada da<br />

decisão de que comporia a<br />

força de invasão do sul da<br />

França, a partir de agosto<br />

de 1944. Os Corpos de<br />

Exército não tinham uma<br />

formação fixa. As Divisões<br />

do VI Corpo, assim como<br />

outras que combatiam na<br />

Itália, passaram a compor<br />

outros importantes<br />

Corpos de Exército, que<br />

combateriam pela França,<br />

nas Ardenas e em território<br />

alemão. Ao serem designados<br />

para o desembarque<br />

no sul da França,<br />

era necessário que fossem<br />

substituídos, pois os<br />

combates na Itália continuavam<br />

e os alemães,<br />

formavam uma nova linha<br />

defensiva nos Apeninos, a<br />

Linha Gótica, num terreno<br />

montanhoso que facilitaria<br />

os defensores e previsivelmente<br />

faria a Campanha<br />

da Itália ter um indesejado<br />

componente, a Batalha de<br />

Atrito, onde seriam empregadas<br />

inúmeras forças<br />

num terreno de difícil progressão,<br />

com grande probabilidade<br />

de muitas baixas.<br />

Os alemães, porém,<br />

sabiam da importância da<br />

manutenção da frente Italiana,<br />

pois se tratava de<br />

um último obstáculo antes<br />

dos Alpes. Outro importante<br />

fator era a quantidade<br />

de forças aliadas<br />

que estavam empregadas<br />

na Itália, o equivalente<br />

a 20 divisões. Se os alemães<br />

perdessem a guerra<br />

na Itália, essas divisões<br />

poderiam ser realocadas<br />

para uma futura invasão<br />

à Alemanha, quer pelo<br />

Reno, ao norte, quer pela<br />

transposição da linha Sigfried.<br />

Ao longo da progressão<br />

ao norte não somente as<br />

divisões pertencentes ao<br />

VI corpo, mas a formação<br />

aliada como um todo na<br />

linha Gótica sofreu modificações<br />

com a introdução<br />

de novas divisões ao<br />

combate, como a 1ª D.I<br />

E. da FEB, que passou<br />

a compor o IV Corpo de<br />

Exército, comandado pelo<br />

Pag. 07<br />

Gen Crittemberger. De<br />

novembro de 1944 até<br />

o fim da Campanha da<br />

Itália, combateram lado<br />

a lado, ao longo da Linha<br />

Gótica, divisões<br />

de diversas nacionalidades<br />

– brasileira, indiana,<br />

sul-africana, polonesa,<br />

neozelandesa,<br />

francesa, canadense,<br />

britânica e americana –<br />

além de grupos menores,<br />

mas com a mesma<br />

importância, brigada judaica,<br />

grupos italianos<br />

de libertação e outros.<br />

Ao todo foram 20 divisões<br />

aliadas combatendo<br />

de novembro de<br />

1944 a maio de 1945,<br />

contra 25 divisões alemãs.<br />

A Batalha das Arde-


nas, citada no início do<br />

texto, foi a última tentativa<br />

da Wermacht de dar<br />

uma sobrevida na frente<br />

ocidental. Apesar de as<br />

forças aliadas não estarem<br />

maciçamente dispostas<br />

no ponto de ruptura<br />

de sua linha defensiva,<br />

no leste da Bélgica, permitindo<br />

um avanço inicial<br />

devastador por parte do<br />

exército alemão, a disposição<br />

dos 21º e 12º e 6º<br />

Grupos de Exército, de<br />

Montgomery, Bradley e<br />

Devers, respectivamente,<br />

dispostos desde a Holanda<br />

até os Vosges, ao<br />

longo da Linha Sigfried,<br />

permitiu um rápido deslocamento<br />

das divisões<br />

que partiriam em socorro<br />

à 28ª Divisão de Infantaria<br />

americana, inicialmente, e<br />

à heroica 101st Airborne<br />

Division americana. Não<br />

fosse a grande concentração<br />

das divisões aliadas,<br />

provavelmente o socorro<br />

prestado pelo 3º Exército<br />

Americano do General<br />

Patton seria retardado ou<br />

tardio demais. Não fosse<br />

a presença “ombro a ombro”<br />

do 6º Grupo de Exércitos,<br />

do qual fazia parte<br />

o 7º Exército Americano,<br />

e dentro deste, o 6º Corpo<br />

de Exército Americano<br />

e outros corpos, os quais<br />

formados também por divisões<br />

oriundas da Frente<br />

Italiana, dentre outras, o<br />

desfecho das Ardenas seria<br />

outro, muito provavelmente<br />

com um maior número<br />

de baixas pelo lado<br />

dos aliados.<br />

Dentre outros fatores,<br />

a importância das forças<br />

multinacionais (entre elas<br />

a FEB) que combatiam<br />

na Itália manteve ocupadas<br />

cerca de 25 divisões<br />

da Wehrmacht, impedindo<br />

que essas reforçassem a<br />

frente ao longo da linha<br />

Sigfried, e possibilitou o<br />

contra-ataque aliado, culminando<br />

com a invasão<br />

da Alemanha e a junção<br />

com o Exército Vermelho<br />

em abril de 1945 e o fim da<br />

guerra. Quanto à Batalha<br />

das Ardenas, certamente<br />

se a Alemanha tivesse à<br />

sua disposição pelo menos<br />

vinte das vinte e cinco<br />

divisões que combatiam<br />

simultaneamente na Itália,<br />

o desfecho dessa batalha<br />

seria outro, pois, da mesma<br />

forma que essas divisões<br />

mantiveram muito<br />

bem ocupadas as 20 divisões<br />

aliadas na Linha Gótica,<br />

pelo menos poderiam<br />

fazer o mesmo com as do<br />

3º Exército de Patton, ou<br />

com qualquer outro ao<br />

longo da Linha Sigfried.<br />

Conclui-se que se não<br />

existisse a participação da<br />

FEB, assim como a dos<br />

exércitos indianos, canadenses,<br />

sul-africanos,<br />

neozelandeses, dentre<br />

outros, na frente italiana,<br />

certamente o desfecho da<br />

Batalha das Ardenas, ou<br />

até mesmo de outra frente<br />

onde poderiam ser empregadas<br />

as 25 divisões<br />

alemãs da Linha Gótica<br />

poderia ter sido outro, certamente<br />

com a perda de<br />

muito mais soldados do<br />

que foi na frente italiana.<br />

*Adriano Oliveira é militar<br />

da reserva, Mestre<br />

em Operações Militares e<br />

criador do site Destino <strong>Segunda</strong><br />

<strong>Guerra</strong>.


Theo Nau<br />

Leutnant<br />

(1925 – 2013)<br />

Por Anderson Subtil<br />

Theo Nau nasceu<br />

no dia 4 de dezembro<br />

de 1925 em<br />

Koblenz, uma cidade de<br />

mais de dois mil anos, localizada<br />

na confluência<br />

dos rios Mosela e Reno,<br />

92 quilômetros a sudoeste<br />

de Colônia. A região<br />

é mundialmente conhecida<br />

como produtora de<br />

excelentes vinhos e sua<br />

família ganhava a vida tocando<br />

um pequeno estabelecimento<br />

que fabricava<br />

e comercializava vinho<br />

e conhaque.<br />

Como era tradicional na<br />

Alemanha nazista, fazia<br />

parte da formação dos jovens<br />

do sexo masculino<br />

intensa prática esportiva<br />

e atividades relacionadas<br />

de alguma forma com a<br />

vida militar, sendo um dos<br />

mais importantes os inúmeros<br />

Segelfluglehrgang<br />

(Clubes de Voo a Vela) espalhados<br />

por todo o país,<br />

uma maneira barata e eficiente<br />

de formar uma motivada<br />

reserva de aviadores<br />

para a Luftwaffe. Theo<br />

ingressou em um desses<br />

clubes em 1940, durante<br />

as férias escolares, logo<br />

obtendo a qualificação<br />

básica de piloto de planadores,<br />

ou “A” Prüfung.<br />

Nos dois anos seguintes,<br />

adquiriu os posteriores “B”<br />

e “C” Prüfung, finalmente<br />

ganhando suas asas de<br />

Piloto de Planador, ou Luftahrerscheins<br />

Klasse 1,<br />

em 1943, quando já participava<br />

do Reichsarbeitsdienst<br />

(Serviço Nacional<br />

Pag. 09<br />

de Trabalho). Obrigatório<br />

para todos que terminavam<br />

o colegial, este serviço<br />

antecedia e preparava<br />

para o alistamento na<br />

Wehrmacht (Forças Armadas).<br />

Em idade militar, Theo<br />

Nau sabia que seria convocado<br />

de qualquer maneira<br />

para a guerra e se<br />

antecipou, voluntarian-


do-se para o treinamento<br />

na Luftwaffe. Após a<br />

apresentação, foi enviado<br />

ao 4º. Aubild.Bataillon<br />

für Offiziersanwärter em<br />

Oschatz/Sachsen, onde<br />

recebeu treinamento militar<br />

elementar durante<br />

cerca de um mês, antes<br />

de seguir para uma Unteroffizierlehrgangs<br />

(Escola<br />

de Suboficiais). A próxima<br />

etapa foi o ingresso<br />

em uma Luftkriegschule<br />

(Escola Aérea), para efetivamente<br />

iniciar o adestramento<br />

como oficial e<br />

aviador.<br />

Nau formou-se na Escola<br />

Aérea em julho de 1944,<br />

sendo promovido a Fähnenjunker-Unteroffizier<br />

e enviado ao Jagdgeschwader<br />

112 para iniciar o<br />

adestramento operacional<br />

em caças monomotores.<br />

Terminaria seu treinamento<br />

no Ergänzungsjagdgruppe<br />

West em Stagard/<br />

Pomeronia. O JG 112 era<br />

uma unidade de formação<br />

para novos caçadores,<br />

originalmente formada<br />

para conversão de ex-pilotos<br />

de bombardeiros e<br />

Zerstörer. Já o EJGr West<br />

era um Gruppe de instrução<br />

avançada subordinado<br />

ao comando leste da<br />

Luftwaffe, destinado a dar<br />

experiência operacional<br />

aos jovens pilotos saídos<br />

do treinamento. Como<br />

unidades desse tipo estavam<br />

na prática sob<br />

controle dos comandantes<br />

locais das Luftflotten,<br />

muitas vezes seus alunos<br />

eram requisitados sem terem<br />

sequer terminado sua<br />

qualificação.<br />

O leitor mais atento e<br />

conhecedor da história<br />

da Luftwaffe deve ter notado<br />

que o treinamento<br />

de Theo Nau foi bastante<br />

abreviado se comparado<br />

aos dos pilotos alemães<br />

do início da guerra. O fato<br />

é que até 1943, ano em<br />

que a Alemanha passou a<br />

defensiva em quase todas<br />

Pag. 10<br />

as frentes, os aviadores<br />

alemães tinham um minucioso<br />

treinamento que<br />

durava cerca de dois anos<br />

e compreendia vôos nas<br />

mais diferentes situações<br />

e em vários tipos de aeronaves.<br />

Depois de 1943,<br />

entretanto, os efetivos<br />

das escolas de pilotagem<br />

foram sendo progressivamente<br />

transferidas à linha<br />

de frente, a fim de cobrir<br />

os claros deixados pelas<br />

grandes perdas sofridas<br />

nos sucessivos revezes<br />

na Rússia e África do Nor-


te, o que provocou um<br />

verdadeiro colapso no sistema<br />

de treinamento e levou<br />

o Auto-Comando a revê-lo,<br />

tornando este bem<br />

mais rápido e simplificado,<br />

mesmo por que a prioridade<br />

em aeronaves e combustível<br />

era dos esquadrões<br />

operacionais. Como<br />

resultado, em meados de<br />

1944, os novatos caçadores<br />

alemães chegavam a<br />

seus esquadrões com um<br />

máximo de 112 horas de<br />

instrução aérea, enquanto<br />

do lado Aliado, britânicos<br />

e americanos tinham acumulado<br />

na mesma situação<br />

360 e 400 horas respectivamente.<br />

A PRIMEIRA VITÓRIA<br />

Pag. 11<br />

Em novembro de 1944,<br />

o Fänrich Theo Nau foi<br />

finalmente transferido a<br />

uma unidade de linha de<br />

frente, o II./JG 11, mais<br />

precisamente o 7. Staffel<br />

(7./JG11), então baseado<br />

em Wunstorf/Hannover,<br />

mas logo depois<br />

movido para Zellhausen,<br />

próximo a Frankfurt. Formado<br />

a partir de unidades<br />

transferidas do JG 1,<br />

oJagdgeschwader 11 foi<br />

posto em atividade especialmente<br />

para combater<br />

os bombardeiros americanos<br />

que atacavam as<br />

grandes cidades alemãs<br />

durante o dia. Seu Kommodore<br />

nesta altura era<br />

o Major Günther Specht,<br />

um veterano piloto de<br />

Zertörer, detentor da Ritterkreuz<br />

(Cruz de Cavaleiro)<br />

e um dos principais<br />

destruidores de bombardeiros<br />

quadrimotores da<br />

Luftwaffe, com mais de<br />

quinze B-17 e B-24 derrubados.<br />

Já o Kommandeur<br />

do II./JG 11 era o Hauptmann<br />

Karl Leohard e seu<br />

superior imediato – Staffelkapitän<br />

do 7./JG 11 – o<br />

Leutnant Richard Franz,<br />

um dos sobreviventes da<br />

formação original do Sturmstaffel<br />

1. Franz sobreviveu<br />

à guerra e depois de<br />

seu cativeiro na União Soviética<br />

ingressou na nova<br />

Luftwaffe da Alemanha<br />

Ocidental. Passou para a<br />

reserva em 1980, como<br />

Oberstleutnant.<br />

Na época da chegada<br />

de Nau, o JG 11 passava<br />

por um período de reposição<br />

das pesadas perdas<br />

em aviões e pilotos sofridas<br />

sobre a Holanda em<br />

outubro. Logo, no entanto,<br />

foi lançado novamente<br />

em combate para dar<br />

cobertura às forças que<br />

participavam da Ofensiva<br />

das Ardenas, a derradeira<br />

operação ofensiva<br />

dos alemães na II <strong>Guerra</strong><br />

Mundial, iniciada em 16<br />

de dezembro de 1944.<br />

Algum tempo depois, na<br />

manhã do dia 23, cerca de<br />

45 pilotos do II./JG 11,entre<br />

os quais Theo Nau,<br />

decolaram de Strausberg,<br />

12 quilômetros a<br />

leste de Berlim, e levaram


seus Messerschmitt Me-<br />

-109G-14/AS para uma<br />

patrulha sobre a região<br />

de Bastogne, na Bélgica,<br />

sendo dirigidos pelo controle<br />

de terra contra uma<br />

formação de 30 bombardeiros<br />

bimotores Martin<br />

B-26 Marauders da USA-<br />

AF (U.S. Army Air Force)<br />

sem nenhuma escolta de<br />

caças, que foram efetivamente<br />

alcançados sobre<br />

Eifel, já na Alemanha. No<br />

ferrenho combate que se<br />

seguiu, Nau engajou um<br />

dos bimotores norte-americanos,<br />

como ele próprio<br />

me contou por e-mail algum<br />

tempo atrás: “…Ataquei<br />

o B-26 pela traseira,<br />

a uns 200 metros, com todas<br />

minhas armas disparando.<br />

Devo ter atingido<br />

de imediato o artilheiro de<br />

cauda, pois a posição parou<br />

de atirar contra mim.<br />

Meus projéteis atingiram o<br />

motor direito, provocando<br />

um incêndio e a queda do<br />

avião. Seus restos só foram<br />

encontrados a alguns<br />

anos atrás em uma floresta<br />

da região.” O bombardeiro<br />

por ele atingido<br />

foi um dos sete abatidos<br />

durante este combate.<br />

O preço pago pelos alemães,<br />

entretanto, foi alto:<br />

seis caças derrubados pelos<br />

artilheiros americanos,<br />

um piloto morto, dois desaparecidos<br />

e outros dois<br />

com sérios ferimentos.<br />

As perdas alemãs podem<br />

ser explicadas pelo fato<br />

de que a grande maioria<br />

dos pilotos era constituída<br />

de novatos inexperientes,<br />

inclusive o próprio Nau.<br />

Além disso, o B-26 Marauder<br />

era tido como um<br />

adversário temível para<br />

os caças alemães, devido<br />

a sua manobrabilidade,<br />

velocidade, forte blindagem<br />

e nutrido arsenal<br />

defensivo. Seja como for,<br />

menos de uma hora mais<br />

tarde, outro grupo do II./<br />

JG 11 atacou outra formação<br />

com aproximadamente<br />

60 B-26, derrubando 18<br />

deles, contra a perda de<br />

cinco Focke-Wulf FW-190<br />

e três pilotos. A ocasião<br />

da primeira vitória aérea<br />

de Theo Nau foi também<br />

a última grande intervenção<br />

de vulto do JG 11 na<br />

frente ocidental da Defesa<br />

do Reich. De acordo com<br />

o livro “The B-26 Marauder<br />

Units of the Eighth<br />

and Ninth Air Forces” de<br />

Pag. 12


Jerry Scutts (Osprey Publishing),<br />

neste dia bem<br />

mais de 600 bombardeiros<br />

médios Marauders e<br />

A-20 Havocs estiveram<br />

envolvidos em inúmeras<br />

missões contra os alemães,<br />

sofrendo pesadas<br />

perdas. Ainda segundo<br />

este livro, a vítima de Nau<br />

teria sido uma aeronave<br />

do 397th Bomber Group,<br />

que reconhece a perda de<br />

24 Marauders no dia 23<br />

de dezembro.<br />

BODENPLATTE<br />

No final do outono de<br />

1944, a Alemanha encontrava-se<br />

cercada por<br />

britânicos e americanos<br />

na frente ocidental e pelos<br />

russos na oriental. Era<br />

evidente que os dias do<br />

Terceiro Reich estavam<br />

contados, mas as forças<br />

Aliadas tiveram que parar<br />

após as bem-sucedidas<br />

ofensivas de verão e Hitler<br />

achou que este era o<br />

momento de surpreender<br />

o inimigo com um ataque<br />

capaz de fazê-los recuar,<br />

dando tempo para a<br />

reorganização de suas<br />

defesas e para deter o<br />

fanático avanço dos russos<br />

pelo oriente. Foi então<br />

planejada a Operação<br />

Wacht am Rheim(Sentinelas<br />

do Reno), na qual<br />

uma força de 200 mil homens,<br />

incluindo sete Divisões<br />

Panzer, invadiriam<br />

o fraco setor americano<br />

nas Ardenas, abrindo caminho<br />

até o vital porto de<br />

abastecimento da Antuérpia.<br />

Para a ofensiva, a<br />

Luftwaffe reuniu o grosso<br />

de suas forças, totalizando<br />

2.460 aeronaves, e as<br />

fábricas de combustível<br />

conseguiram produzir o<br />

suficiente para mantê-los<br />

em operação pelo menos<br />

por um breve período. De<br />

acordo com o planejado,<br />

o principal papel caberia<br />

aos caças monomotores,<br />

que deveriam realizar ataques<br />

em larga escala contra<br />

os aeródromos Aliados<br />

na Holanda e na Bélgica e<br />

depois formar um cinturão<br />

defensivo sobre o campo<br />

de batalha, permitindo<br />

que os aviões de ataque e<br />

bombardeiros apoiassem<br />

sem oposição o avanço<br />

em terra.<br />

O forte nevoeiro sobre<br />

toda a região fez com que<br />

a ofensiva se iniciasse<br />

sem o planejado ataque<br />

contra os aeródromos<br />

Pag. 13


Aliados. As forças alemãs<br />

progrediam bem em terra<br />

e o ataque foi colocado em<br />

segundo plano por alguns<br />

dias. Contudo, por volta<br />

do Natal de 1944, os Aliados<br />

já haviam reagrupado<br />

suas tropas e passaram à<br />

ofensiva, espremendo os<br />

alemães em um bolsão.<br />

A Luftwaffe tentava desesperadamente<br />

garantir<br />

alguma defesa às forças<br />

cercadas, sofrendo pesadas<br />

perdas nesse processo.<br />

Por isso, foi com<br />

grande perplexidade que<br />

os comandantes das unidades<br />

de caça receberam<br />

a seguinte mensagem nos<br />

dias finais de 1944: “Executem<br />

Hermann 1.1.45,<br />

09:20 h”. Era o sinal para<br />

que preparassem seus<br />

Gruppen para a Operação<br />

Bodenplatte (Placa de Terra),<br />

o ataque em massa<br />

aos aeródromos Aliados.<br />

Nas bases alemãs, os pilotos<br />

e pessoal de terra<br />

receberam ordens de não<br />

consumirem álcool e se<br />

recolher as 19:30 hs. No<br />

final da madrugada do primeiro<br />

dia do novo ano, em<br />

Zellhausen, o Hauptmann<br />

Leonhard, reuniu os pilotos<br />

do II./JG 11 em uma<br />

escola primária nas proximidades<br />

e passou a todos<br />

os detalhes do alvo que<br />

caberia a eles atacar: a<br />

Base Aérea de Archen, a<br />

20 quilômetros de Maastricht,<br />

na Bélgica, sede de<br />

três Squadrons da RAF<br />

(Royal Air Force) e de<br />

dois Groups americanos,<br />

o 366th Fighter Group (P-<br />

47 Thunderbolt) e o 352nd<br />

Fighter Group (P-51 Mustang).<br />

Theo Nau e seus<br />

companheiros de Gruppe<br />

– totalizando 61 Me-109s<br />

e FW-190 – bem como o<br />

Stab e demais Gruppen<br />

do JG 11 partiram de suas<br />

bases por volta das oito da<br />

manhã, guiados por caças<br />

noturnos Junkers Ju 88,<br />

devendo estar sobre seu<br />

alvo as 09:30, pegando o<br />

inimigo em total surpresa.<br />

O que os pilotos da Luftwaffe<br />

não sabiam é que<br />

para aquela manhã estava<br />

programada a saída de<br />

uma esquadrilha do 390th<br />

Fighter Squadron em missão<br />

de caça-bombardeio,<br />

a qual seria protegida por<br />

12 Mustangs do 487th<br />

FG, sob comando do ás<br />

norte-americanoLieutnant-Colonel<br />

John C. Meyer.<br />

Quando o JG 11 chegou<br />

para atacar Archen, se deparou<br />

com os americanos<br />

já no ar e teve que travar<br />

com eles um feroz combate,<br />

onde 28 caças da<br />

Luftwaffe foram derrubados<br />

(alguns pela Artilharia<br />

Antiaérea). Os alemães<br />

por seu lado conseguiram<br />

apenas provocar danos<br />

moderados as instalações<br />

e aeronaves em terra,<br />

além de abater nove adversários,<br />

entre os quais<br />

Pag. 14<br />

um P-47D atingido por<br />

Theo Nau. Voando como<br />

ala no seu Me109G-14/<br />

AS “Gelbe 18″, ele teve<br />

que acompanhar seu líder<br />

e por isso não pode ver a<br />

queda do avião americano.<br />

Mas, de acordo com<br />

os registros da U.S. Army<br />

Air Force, sua segunda vitória<br />

pode ter sido sobre o<br />

2nd Lieutnant John Kennedy<br />

ou sobre o 1st Lieutnant<br />

John Feeney, ambos<br />

obrigados a uma aterragem<br />

forçada depois de<br />

terem seus Thunderbolts<br />

atingidos. Existe ainda a<br />

possibilidade da vítima ter<br />

sido o Flight Officer David<br />

Johnson Jr.; este, contudo,<br />

muito provavelmente<br />

foi abatido pelo Messerschmitt<br />

do Leutnant Walter<br />

Köhne.<br />

Dos 1035 aviões mobilizados<br />

para a Bodenplatte<br />

pela Luftwaffe, 280 foram<br />

perdidos. Seus ataques<br />

resultaram em 495 aeronaves<br />

Aliadas destruídas,<br />

as quais foram repostas<br />

em pouco tempo, juntamente<br />

com os pilotos mortos<br />

e feridos. Na Lutwaffe,<br />

porém, os 169 aviadores<br />

mortos, desaparecidos ou<br />

caídos prisioneiros e as<br />

preciosas aeronaves destruídas<br />

nunca poderiam<br />

ser repostos, fazendo<br />

com que os Aliados ampliassem<br />

ainda mais sua<br />

superioridade nos céus<br />

da Alemanha. Para o JG


11 o dia havia sido particularmente<br />

trágico, pois<br />

entre os mortos estavam<br />

seu Kommodore, o Major<br />

Specht, e vários de seus<br />

últimos ases, como o Lt.<br />

Alwin Dopper (37 vitórias)<br />

e o Hptm. Horsten Günther<br />

von Fassong (75 vitórias).<br />

ÚLTIMO COMBATE<br />

Os combates aéreos nos<br />

últimos meses da guerra<br />

sobre a Alemanha caracterizavam-se<br />

pela absoluta<br />

inferioridade da Luftwaffe<br />

frente aos Aliados. Foi<br />

o que ocorreu em 14 de<br />

janeiro de 1945. Naquele<br />

dia, Theo Nau conduziu<br />

o Me109G-14AS Werknr.<br />

785 971 “Gelbe 4″ em<br />

uma patrulha com outros<br />

24 caças do JG 11 sobre<br />

Heltersberg, arredores de<br />

Kaiserlautern. Ele lembra<br />

que era uma manhã muito<br />

gelada de inverno e o céu<br />

estava muito limpo, sem<br />

nenhuma nuvem, quando<br />

avistou um P-47D aparentemente<br />

solitário voando<br />

mais abaixo e imediatamente<br />

partiu para o ataque,<br />

ao que parece, surpreendendo<br />

o americano.<br />

O Thunderbolt começou a<br />

soltar um rastro de fumo<br />

negro e seu piloto começou<br />

a descer, parecendo<br />

tentar uma aterrissagem<br />

forçada. Nau começou a<br />

segui-lo para identificar o<br />

local de sua queda, mas<br />

só teve tempo de anotar a<br />

matrícula pintada na cauda,<br />

pois projeteis de outro<br />

P-47 golpearam sua aeronave.<br />

Ele ainda tentou evadir-se,<br />

mas o caça americano<br />

permaneceu em seu<br />

encalço e, após uns cinco<br />

minutos de perseguição,<br />

conseguiu atingir o motor<br />

do Messerschmitt. Com<br />

Pag.<br />

Pag.<br />

16<br />

15<br />

o avião condenado, Theo<br />

Nau apressou-se em saltar<br />

de pára-quedas a uma<br />

altitude de 800 metros.<br />

Mas, ao deixar o cockpit,<br />

bateu contra a deriva de<br />

seu aparelho, quebrando<br />

o braço direito. Apesar da<br />

fratura, Nau desceu em<br />

segurança e foi de imediato<br />

resgatado por infantes<br />

alemães. Um alto oficial


de artilharia da Werhmacht<br />

tratou de encaminhá-<br />

-lo rápido para um hospital<br />

militar e escreveu a<br />

sua mãe dizendo que ele<br />

estava bem.<br />

O piloto que derrubou<br />

Theo Nau era o Cpt. Joe<br />

Condner, do 365th Fighter<br />

Group, e sua vítima havia<br />

sido o P-47D “42-29301”,<br />

pilotado pelo 1st Lt. Roland<br />

C. Potter, integrante<br />

do 397th Fighter Squadrom<br />

(368th FG), que logrou<br />

realizar uma aterrisagem<br />

forçada em uma<br />

floresta próxima a Heltersberg.<br />

Ao que tudo indica,<br />

Potter conseguiu deixar<br />

os destroços do aparelho,<br />

mas devia estar muito ferido,<br />

pois seu cadáver foi<br />

encontrado recostado em<br />

uma árvore, com as seringas<br />

de morfina do kit<br />

de primeiros socorros esvaziadas<br />

no chão ao seu<br />

lado.<br />

Em maio de 1945, já<br />

nos últimos dias da guerra,<br />

Theo Nau saiu do hospital<br />

e foi designado para<br />

oJagdgeschwader 77, em<br />

Prossnitz, Tchecoslováquia<br />

(hoje na Eslováquia),<br />

sendo ainda promovido a<br />

Leutnant. Seu ultimo vôo<br />

no Me109 foi realizado<br />

em 8 de maio de 1945 até<br />

sua cidade natal, Koblenz,<br />

onde rendeu-se aos norte-<br />

-americanos. Por alguma<br />

razão, acabou entregue<br />

aos russos e levado a um<br />

campo de prisioneiros na<br />

União Soviética.<br />

Ao contrário do que<br />

ocorria nos campos mantidos<br />

pelos Aliados, onde<br />

as regras da Convenção<br />

de Genebra eram respeitadas<br />

e a Cruz Vermelha<br />

Internacional tinha autorização<br />

para assistir aos<br />

prisioneiros, os campos<br />

russos eram verdadeiras<br />

prisões de trabalho forçado,<br />

nas quais os prisioneiros,<br />

de forma geral em<br />

condições desumanas de<br />

sobrevivência, eram obrigados<br />

a trabalhar reconstruindo<br />

o que havia sido<br />

destruído pela guerra. Assim,<br />

tantos quanto puderam,<br />

fugiram dos russos<br />

e entregaram suas armas<br />

aos Aliados. Nau sabia<br />

que suas chances de sobrevivência<br />

eram poucas<br />

se permanecesse prisioneiro<br />

e, juntamente a dois<br />

outros pilotos, conseguiu<br />

fugir do campo onde estava<br />

internado, sobrevivendo<br />

e seguindo sempre<br />

pela floresta, até chegar à<br />

Áustria.<br />

Lá, eles conseguiram<br />

roupas civis e continuaram<br />

seu caminho até a Alemanha,<br />

encontrando o país já<br />

dividido entre as potências<br />

vencedoras do conflito recém-terminado.<br />

Theo não<br />

lembra o nome de seus<br />

companheiros nessa empreitada<br />

e jamais voltaria<br />

a vê-los novamente. Seu<br />

Pag.<br />

Pag.<br />

16<br />

17<br />

pai havia morrido em um<br />

bombardeio que destruiu<br />

sua casa e ele passou a<br />

cuidar dos negócios da família.<br />

Em 1948, mudou-se<br />

para a pequena Bacharach.<br />

Casou-se em 1951<br />

e teve dois filhos que lhe<br />

deram três netos. Continuou<br />

a voar como piloto<br />

privado até pelo menos os<br />

anos 1990. Mesmo depois<br />

de apasentado, continuou<br />

como presença frequente<br />

e figura de destaque nas<br />

reuniões anuais dos veteranos<br />

da Luftwaffe, tendo<br />

exercido a presidência da<br />

Associação de Veteranos<br />

do Jagdgerschwader 11<br />

até seu falecimento, em<br />

2013, devido a causas naturais<br />

Obs: O autor gostaria<br />

de agradecer ao Senhor<br />

Theo Nau que gentilmente<br />

passou as informações<br />

sobre sua participação<br />

na II <strong>Guerra</strong> Mundial e<br />

sobre seu Messerschmitt<br />

Me109G-14/AS, bem<br />

como muito ajudou no<br />

contato com outros veteranos<br />

alemães.


Pilotos Paraguaios<br />

Servindo na FAB durante a SEgunda guerra<br />

Por: Anderson Subtil e Ricardo Lavecchia<br />

Apesar de sua boa atuação durante<br />

a <strong>Guerra</strong> do Chaco, contra<br />

a Bolívia (1932-1935), quando a<br />

<strong>Segunda</strong> <strong>Guerra</strong> Mundial começou na<br />

Europa, a Aviação Militar do Paraguai, a<br />

exemplo de suas congêneres nas Américas<br />

Central e do Sul, estava completamente<br />

obsoleta e reduzida quanto a seu<br />

equipamento. No final dos anos 1930,<br />

haviam sido adquiridas algumas aeronaves<br />

de concepção moderna, como cinco<br />

biplanos de caça Fiat C.R.32 e 3 aviões<br />

de ataque Caproni, mas a força carecia<br />

de pilotos e técnicos realmente treinados<br />

segundo padrões modernos. Assim,<br />

em 1939, com a criação da Arma Aérea<br />

dentro da organização do Exército Paraguaio,<br />

as autoridades de Assunção trataram<br />

de aproveitar a recente melhora<br />

das relações com o Estado Novo de Getúlio<br />

Vargas para buscar no <strong>Brasil</strong> a formação<br />

técnica e a profissionalização de<br />

que carecia a então Escuela de Aviacion<br />

de Ñu Guazú, em Luque.<br />

Por interferência direta do Mayor<br />

P.A.M. Pablo Stagni, comandante da<br />

Arma Aérea Paraguaia, envia-se, em<br />

janeiro de 1942, a chamada Misión de<br />

Estudios que deveria estagiar na Escola<br />

de Aeronáutica dos Afonsos, no Rio de<br />

Janeiro, junto a outras missões compostas<br />

por aviadores da Argentina, Uruguai<br />

e Venezuela.<br />

Como a ideia era a criação de uma moderna<br />

aviação militar no Paraguai, optou-se<br />

pelo envio de um grupo que mesclava<br />

cadetes e oficiais que já tinham o<br />

curso de piloto em Ñu Guazú, comandados<br />

pelo Teniente 2º P.A.M. Félix Zárate<br />

Monges (depois promovido a Teniente<br />

1º) e constituída pelos seguintes<br />

militares: Tte2º P.A.M. Ismael Florentín,<br />

Tte.2º P.A.M. José Duarte, Tte.2º P.A.M.<br />

Pedro Cataldo, Tte. 2º P.A.M. Epifanio<br />

Obando, Tte. 2º P.A.M. Julio De Filippis,<br />

Tte. 2º P.A.M. Eladio Velázquez, Cadete<br />

Horacio Acosta, Cadete Abraham Guibi<br />

Redes, Cadete Cesar Villalba, Cadete<br />

Eduardo Schussmuller, Cadete Eladio<br />

Zárate Barreto, alem de alguns técnicos<br />

de aviação; depois ainda complementados<br />

por dois aviadores navais, os Tte. 2º<br />

Damián Fretes Yodice e Pedro Nolasco<br />

Oviedo.<br />

Pag.17


O curso que tinha duração de dois<br />

anos, era bem semelhante ao ministrado<br />

aos cadetes brasileiros, onde eram<br />

concluídas uma etapa teórica e duas<br />

práticas (elementar e básico), com a<br />

realização de voos sobre a terra e mar.<br />

Nesses voos de prática, infelizmente<br />

os pilotos da deleção paraguaia sofreram<br />

três acidentes, sendo que dois resultaram<br />

em fatalidades, ambos no ano<br />

de 1943. O primeiro envolveu o cadete<br />

Eduardo Schussmuller que, provavelmente<br />

pilotando um T-6 Texan, caiu<br />

em alto mar, onde realizava acrobacias<br />

exigidas pelo curso, mesmo com todo<br />

esforço das forças navais e aéreas na<br />

busca de seu corpo, o mesmo nunca<br />

foi encontrado. Esse primeiro acidente<br />

causou muita comoção em todos os<br />

companheiros da delegação guarani.<br />

Por sua vez, o segundo acidente fatal<br />

ocorreu com o Teniente Julio De Filippis,<br />

quando o mesmo realizava um translado<br />

de instrução ao estado do Espírito<br />

Santo e foi pego em meio a uma tempestade.<br />

A aeronave não tinha rádio,<br />

mas, após algum tempo sem noticias, já<br />

se imaginava que o pior teria ocorrido.<br />

A FAB imediatamente iniciou as buscas;<br />

mas, depois três dias de intensas buscas<br />

por ar, chegou-se a conclusão que<br />

Coronel Aviador Henrrique R. Dyott<br />

Fontenele<br />

os ventos poderiam ter jogado a aeronave<br />

para as montanhas. O comando<br />

da Escola então montou uma equipe de<br />

busca, chefiada pelo capitão Villa Forte<br />

e acompanhado por sargentos e oficiais<br />

médicos. Junto, ia o paraguaio Teniente<br />

Pedro Nalesco Oviedo. O corpo do pilo-


Vultee PB-2 de instrução básica<br />

to acabou por ser encontrado no dia 23<br />

de abril de 1943, junto aos destroços de<br />

seu avião, sendo levado para o Campo<br />

dos Afonsos e, quatro dias depois, enviado<br />

de volta ao seu país para um enterro<br />

digno.<br />

O terceiro acidente, não obstante ter<br />

resultado somente em danos materiais,<br />

teve como protagonista o comandante<br />

da missão guarani, o já Capitán Zárate<br />

Monges e entrou para o folclore da Escola.<br />

Por conta do já intenso trafego aéreo<br />

sobre a cidade do Rio de Janeiro,<br />

Major Aviador Nelson Lavenere<br />

Wanderley<br />

Pag.19<br />

em meados de 1943, as práticas acrobáticas<br />

eram normalmente realizadas<br />

alguns quilômetros mar adentro. Em um<br />

desses voos rotineiros, Zárate Monges<br />

chegou à área especificada, a cerca de<br />

três mil metros de altitude, iniciando de<br />

pronto um looping, que seria seguido por<br />

um tonneau lento ascendente. Porem,<br />

logo que iniciou a subida, sentiu um golpe<br />

no motor, que imediatamente parou<br />

e começou a soltar fumaça e óleo, inclusive<br />

dentro do cockpit. A situação era<br />

desesperadora; mas, como ainda estava<br />

em boa altitude, conseguiu controlar<br />

o avião e entrou em contato com a torre<br />

de controle dos Afonsos que foi taxativa:<br />

“salte com seus paraquedas!” Como<br />

se encontrava voando em mar aberto e<br />

não divisava nenhuma embarcação nas<br />

proximidades que pudesse resgata-lo,<br />

Zárate resolve não acatar a ordem e<br />

mantém a aeronave no ar, seguindo em<br />

direção à costa carioca. Comunicou a<br />

decisão ao controle, que se limitou a adverti-lo:<br />

“Pode continuar, mas a responsabilidade<br />

é sua.” Mesmo sem motor e<br />

em chamas, Zárate Monges conseguiu<br />

aterrissar de barriga próximo à pista dos<br />

Afonsos, sendo ovacionado por seus camaradas.<br />

Mais tarde foi descoberto que<br />

um mecânico havia esquecido uma chave<br />

dentro do motor de sua aeronave. Algum<br />

tempo depois, a revista “Esquadrilha”,<br />

editada pelo Corpo de Cadetes da<br />

Escola de Aeronáutica, relata de forma


em humorada o incidente: “OLHA AI;<br />

O CÚMULO DA DISCIPLINA. O AVIÃO<br />

DO PILOTO PARAGUAIO PEGANDO<br />

FOGO E O CAMARADA AINDA SOLICI-<br />

TANDO PERMISSÃO DE ATERRAR!”<br />

Curiosamente, a presença dos paraguaios<br />

não é relatada na historiografia<br />

oficial da Força Aérea <strong>Brasil</strong>eira na <strong>Segunda</strong><br />

<strong>Guerra</strong> Mundial. Já de acordo<br />

com o publicado no país vizinho, em meados<br />

de agosto de 1943, os paraguaios<br />

terminaram o Curso de Aperfeiçoamento<br />

de Voo na Escola dos Afonsos com<br />

as melhores notas entre as delegações<br />

estrangeiras e, apesar de receberem<br />

ordens de voltar ao Paraguai, também<br />

foram convidados pelo Estado Maior<br />

da FAB para permanecerem no <strong>Brasil</strong> e<br />

ajudarem no patrulhamento do Atlântico<br />

Sul. Em uma entrevista, Zárate Monges<br />

relatou como o Comandante da Escola<br />

de Aeronáutica, o então Coronel Aviador<br />

Henrique Raymundo Dyott Fontenelle<br />

fez-lhe o convite: “Vocês terminaram o<br />

curso de forma brilhante, são pessoas<br />

muito boas, solidários, levam uma vida<br />

ordeira... Por que não aproveitam que<br />

estão aqui chegando modernos aviões<br />

norte-americanos e vocês estão em ótimas<br />

condições de seguir sua formação.<br />

Depois vocês voltam e, com nossa ajuda,<br />

criam uma aeronáutica moderna no<br />

Paraguai. Isto tudo sem nenhum custo<br />

para seu governo.”<br />

A proposta foi recebida com assombro<br />

Campo dos Afonsos<br />

pelo capitão paraguaio, o qual respondeu<br />

que a decisão de aceitar ou não o<br />

honroso convite não cabia a ele. Teria<br />

que comunica-la ao governo de seu<br />

país e que seria algo difícil, uma vez que<br />

não só o Paraguai era neutro no conflito<br />

mundial, como muitos dentro do governo<br />

e das Forças Armadas eram germanófilos.<br />

Mesmo assim, no dia seguinte, o<br />

jovem oficial paraguaio vai falar com seu<br />

embaixador no Rio de Janeiro, o General<br />

Juan Bautista Ayala, influente militar<br />

paraguaio, de destacada atuação durante<br />

a guerra com os bolivianos. Este,<br />

antevendo a grande oportunidade que<br />

se abria, lhe responde: “Bem capitão,<br />

todos os oficiais no comando de unidades<br />

importantes são “alemanistas”. No<br />

entanto, a maior parte deles também já<br />

esteve sob meu comando. Tenho suficiente<br />

influência moral sobre eles e vou<br />

convencê-los. Amanhã mesmo vou ao<br />

Paraguai tratar disso, este é um assunto<br />

que temos que resolver agora!”<br />

Alguns dias depois, o diplomata está<br />

T-6 para instrução avançada


Sr. Zálate Monges<br />

de retorno ao Rio, trazendo excelentes<br />

notícias. Como prometera, conseguiu<br />

convencer a cúpula militar guarani, incluindo<br />

o presidente (e General) Higinio<br />

Mariningo, a permitir a permanência no<br />

<strong>Brasil</strong> de seus oficiais e cadetes, agora<br />

promovidos a subtenentes. Os tramites<br />

visando a inclusão desses pilotos na<br />

FAB corre muito rapidamente, com os<br />

mesmos se dividindo em três grupos. O<br />

primeiro - composto pelo Tte.1º Eladio<br />

Velásquez, Sub. Tte. Abrahán Giubi Redes<br />

e o Sub. Tte. Eladio Zárate - permaneceu<br />

na Escola de Aeronáutica, a fim<br />

de ali conhecer os pormenores da instituição.<br />

Tal aperfeiçoamento se estendeu<br />

de 1º de setembro até 31 de dezembro<br />

de 1943. Ao mesmo tempo, um segundo<br />

grupo, constituído pelo Tte. 1º Ismael<br />

Florentín, Tte. 1º Epifanio Obando e<br />

o sub. Tte. Horacio Acosta Fernández,<br />

foi para a Base Aérea de Santa Cruz,<br />

onde aprenderiam a pilotar aeronaves<br />

de caça e ataque. Já o terceiro grupo,<br />

onde se encontravam Zálate Monges,<br />

o Tte. Frag. Pedro Nolasco Oviedo, os<br />

Ttes. José A. Duarte e Pedro Cataldo,<br />

estariam destinados à Base Aérea do<br />

Galeão, para estagiar tanto no Centro<br />

de Preparação de Oficiais da Reserva<br />

como na Escola de Especialistas e ainda<br />

realizar instrução operacional e depois<br />

voos de escolta de comboios navais nos<br />

hidroaviões PBY-5 Catalina do Grupo<br />

de Patrulha do Galeão, embora os paraguaios<br />

em Santa Cruz também tenham<br />

realizado patrulhas costeiras, usando a<br />

costa para se orientar. Algo interessante<br />

de se citar é que, apesar do nome, o<br />

Grupo de Patrulha não estava baseado<br />

no Galeão, mas sim no Calabouço (Santos-Dumont).<br />

Os quatro pilotos escalados no Galeão,<br />

faziam somente um ou no máximo dois<br />

voos por semana, atuando normalmente<br />

como segundo piloto, embora às vezes<br />

também fizessem às vezes de navegador,<br />

sempre registrados com nomes brasileiros,<br />

inventados geralmente na hora.<br />

Uma imposição do Governo Paraguaio<br />

para a participação de seus militares. O<br />

restante do tempo era gasto em voos de<br />

treinamento, aulas com os oficiais reservistas<br />

ou com os sargentos especialistas<br />

brasileiros.<br />

A escolta dos comboios que saiam ou<br />

passavam pelo Rio era algo bastante rotineiro<br />

e tedioso, sendo bastante raro o<br />

encontro com submarinos inimigos. Ficava-se,<br />

em média, cerca de dez horas<br />

sobrevoando o mar. Na direção norte,<br />

seguia-se até Caravelas, na Bahia. Já<br />

na direção oposta, os aviões seguiam<br />

até a altura do porto de Paranaguá, no<br />

litoral do Paraná. Ainda não havia radares<br />

de busca nas aeronaves e a identificação<br />

de possíveis alvos era feita atra-<br />

Pag.21


vés de contato visual. Não há registros<br />

de qualquer encontro de uma aeronave<br />

com tripulantes paraguaios e um submersível<br />

do Eixo, mas todos os aviadores<br />

guaranis destacados nas bases da<br />

FAB no Rio de Janeiro deviam entregar<br />

mensalmente relatórios ao embaixador<br />

e ao adido militar de seu país, relatando<br />

tudo que fosse de interesse.<br />

Após cerca de um ano atuando na<br />

defesa da costa brasileira, os dez paraguaios<br />

finalmente retornaram à Assunção,<br />

com a firme decisão de iniciar a<br />

modernização da Escuela de Aviación,<br />

o real objetivo dos que aqui estiveram<br />

- inclusive com um prometido auxílio<br />

brasileiro - mas encontraram grandes<br />

dificuldades, principalmente devido<br />

às diferenças ideológicas entre Zálate<br />

Monges e seus superiores. Como castigo,<br />

foi enviado a Pedro Juan Caballero,<br />

uma região então inóspita, onde chefiaria<br />

a construção de uma pista de aterrissagem.<br />

Somente retornou à capital em<br />

1946, quando foi nomeado ajudante do<br />

comandante da Arma Aérea. Nesse período,<br />

porém, as instituições paraguaias<br />

já estavam extremamente divididas e<br />

as Forças Armadas em total desordem,<br />

processo que culminaria na <strong>Guerra</strong> Civil<br />

de 1947, um conflito fratricida que matou<br />

mais de 30 mil paraguaios. Zálate Monges<br />

foi obrigado a se exilar na Argentina<br />

e abandonar a farda e nenhum dos dez<br />

paraguaios que atuaram na FAB foi reconhecido<br />

por seu próprio país. O único<br />

reconhecimento, ainda que tardio para a<br />

maioria, veio somente décadas depois,<br />

por parte do Comando da Força Aérea<br />

<strong>Brasil</strong>eira, que outorgou, aos 23 de outubro<br />

de 2004, a Medalha do Mérito Aeronáutico,<br />

no grau de Cavaleiros, aos<br />

veteranos ainda vivos na época - Capitán<br />

P.A.M. Félix Zárate Monges, Capitán<br />

P.A.M. José Duarte e o Tte. 1º Pedro Cataldo<br />

- na mesma ocasião, Zárate Monges<br />

ainda recebeu a Medalha da Vitória<br />

da Associação de Ex-combatentes do<br />

<strong>Brasil</strong>, outorgada por sua participação<br />

na <strong>Segunda</strong> <strong>Guerra</strong> Mundial.<br />

FONTE: MOTTA, RICARDO - Misión<br />

Aeronáutica Paraguaya de Especialización<br />

en Río de Janeiro y actuación en<br />

la Campaña Antisubmarina del Atlántico<br />

Sur (1.942 – 1.945)


O Nazismo e suas Teorias<br />

Por André Luiz<br />

Antes de ler o Artigo<br />

quero deixar claro que<br />

não fazemos apologia<br />

ao nazismo nem facismo.<br />

Obrigado.<br />

O<br />

termo<br />

Nazismo<br />

denomina a política<br />

da ditadura que<br />

esteve no poder da Alemanha<br />

de 1933 a 1945,<br />

o chamado Terceiro Reich.<br />

O termo se origina do<br />

Partido Nacional Socialista<br />

dos Trabalhadores<br />

Alemães – em alemão:<br />

Nationalsozialistische<br />

Deutsche Arbeiterpartei,<br />

ou NSDAP. Do NSDAP<br />

surge o temo nazi ou nazista<br />

– de National Sozialist<br />

– para denominar seus<br />

partidários.<br />

Embora chamado de<br />

Partido Socialista, há controvérsias<br />

em aceitar que<br />

o nazismo tenha sido realmente<br />

socialista. Amparando<br />

essa afirmação<br />

está o fato que mostra<br />

uma resistência comunista<br />

e socialista ao nazismo<br />

antes da chegada de<br />

Adolf Hitler ao poder. E o<br />

próprio Hitler afirmou num<br />

de seus discursos, que o<br />

nacional-socialismo era<br />

socialista não na forma<br />

tradicional de socialismo,<br />

mas sim interpretando o<br />

socialismo como “exaltação<br />

do social”.O Nazismo<br />

construiu suas bases no<br />

Pangermanismo, no Nacionalismo,<br />

no Anti-semitismo,<br />

no Racionalismo e<br />

no Integralismo.<br />

Adolf Hitler fundamentou<br />

toda sua teoria política no<br />

que podemos chamar de<br />

a bíblia do nazismo, o livro<br />

Mein Kampf (Minha Luta).<br />

As Teorias<br />

Hitler criou as suas teorias<br />

políticas sob a observação<br />

cuidadosa das<br />

políticas do Império Austro-Húngaro.<br />

Ele nasceu<br />

como cidadão do Império<br />

e tinha a crença de que<br />

a sua diversidade étnica<br />

e lingüística teria o enfraquecido.<br />

A democra-<br />

Pag.23<br />

cia era, aos seus olhos,<br />

uma fonte de instabilidade,<br />

pois mantinha o poder<br />

nas mãos das minorias<br />

étnicas, que tinham incentivos<br />

para enfraquecer e<br />

desestabilizar ainda mais<br />

o Império. A ditadura seria,<br />

então, uma forma sensata<br />

de governo, que depositava<br />

o poder nas mãos de<br />

indivíduos restritos e intelectualmente<br />

favoráveis.<br />

O ponto chave da ideologia<br />

nacional-socialista<br />

é a raça. A teoria nazista<br />

afirma que a raça ariana<br />

é uma raça-mestra, superior<br />

a todas as outras.<br />

Outra tese é que uma nação<br />

é o ápice da criação<br />

de uma raça. Logo, as


grandes nações (literalmente,<br />

nações grandes)<br />

seriam criações de grandes<br />

raças. E essas grandes<br />

nações alcançam tal<br />

patamar por seu poderio<br />

militar e intelectual oriundo<br />

de culturas racionais e<br />

civilizadas, que, por sua<br />

vez, são criadas por raças<br />

com boa saúde natural e<br />

traços agressivos, inteligentes<br />

e corajosos.<br />

Em contrapartida, as nações<br />

mais fracas seriam<br />

aquelas criadas por raças<br />

impuras, isto é, que não<br />

contivesse a quase totalidade<br />

de indivíduos de origem<br />

única.<br />

Sob o ponto de vista<br />

nazista, um erro óbvio é<br />

permitir ou encorajar múltiplos<br />

idiomas dentro de<br />

uma nação. Esta crença<br />

foi que motivou os alemães<br />

a lutar pela unificação<br />

dos territórios dos povos<br />

de língua alemã.<br />

Nações as quais faltassem<br />

capacidade para defender<br />

as suas fronteiras,<br />

eram frutos da criação de<br />

raças fracas ou escravas.<br />

Assim, o nazismo defende<br />

que as raças escravas<br />

são menos dignas de<br />

existir do que as raças-<br />

-mestras. E no caso de<br />

uma raça-mestra necessitar<br />

de espaço para viver<br />

(Lebensraum), teria o direito<br />

de tomar o território<br />

das raças fracas para si.<br />

Raças sem pátria eram,<br />

portanto, taxadas de “raças<br />

parasíticas”. Quanto<br />

mais ricos fossem os<br />

membros da “raça parasítica”<br />

mais facilmente<br />

propagado seria o parasitismo.<br />

Uma raça-mestra<br />

podia, portanto, segundo<br />

a doutrina nazista, optar<br />

pela eliminação das “raças<br />

parasíticas” da sua<br />

pátria.<br />

Foi sob esta justificativa<br />

teórica que a opressão e<br />

eliminação dos judeus, ciganos,<br />

eslavos e homossexuais,<br />

se materializaram.<br />

As religiões que reconhecessem<br />

e ensinassem<br />

tais doutrinas eram as religiões<br />

“verdadeiras” ou<br />

“mestras”, pois criavam<br />

liderança por evitarem as<br />

“mentiras reconfortantes”.<br />

Aquelas que pregassem o<br />

amor e a tolerância, “em<br />

contradição com os fatos”,<br />

eram chamadas religiões<br />

“escravas” ou “falsas”.<br />

Os homens que aceitassem<br />

estas “verdades”<br />

eram considerados “líderes<br />

naturais”; os que as<br />

rejeitassem eram chamados<br />

“escravos naturais”.<br />

Embora raça fosse um fator<br />

crucial para o nazismo,<br />

suas raízes ideológicas<br />

iam um pouco mais afundo.<br />

Os nazistas buscavam<br />

legitimação em obras anteriores,<br />

particularmente<br />

numa leitura,<br />

por muitos considerada<br />

discutível, da<br />

tradição romântica<br />

do século XIX, em<br />

especial do pensamento<br />

de Friedrich<br />

Nietzsche sobre o<br />

desenvolvimento<br />

do homem em direção<br />

ao Übermensch.<br />

Pag.24


“Vargas Nose-arts”<br />

no Front Italiano<br />

POR ANDERSON SUBTIL<br />

O<br />

340th Bombardment<br />

Group<br />

norte-americano<br />

- 57th Bomb<br />

Wing da 12th Army Air<br />

Force - foi uma das principais<br />

e mais efetivas unidades<br />

ofensivas disponíveis<br />

aos Aliados durante<br />

a Campanha Italiana, na<br />

qual esteve do início ao<br />

fim, embora sua ficha de<br />

combate inclua ainda parte<br />

da Campanha da Tunísia,<br />

que durou até maio<br />

de 1943, e se estendeu<br />

também para objetivos na<br />

Bulgária, Albânia, Iugoslávia,<br />

Grécia, sul da França<br />

e Áustria. Sua campanha<br />

de maior vulto, porém,<br />

ocorreu nos últimos meses<br />

da guerra no Front<br />

Italiano, quando o grupo<br />

voou mais missões do que<br />

qualquer outra unidade de<br />

bombardeiro médio dos<br />

Aliados e colaborou decisivamente<br />

para o colapso<br />

da Linha Gótica, através<br />

de repetidos ataques a<br />

Pag.25<br />

entroncamento e linhas<br />

ferroviárias, rodovias, depósitos<br />

e colunas inimigas<br />

em retirada e concentrações<br />

de tropas. Nesse<br />

período, pelo menos algumas<br />

vezes, seus bimotores<br />

North-American B-25J<br />

Mitchell foram escoltados<br />

até os alvos pelos Thun-


derbolts do 1° Grupo de<br />

Aviação de Caça.<br />

Uma das unidades do<br />

Group, o 489th Bomb<br />

Squadron - baseado no<br />

Alesani Air Field, ao sul de<br />

Bastia, na costa leste da<br />

Córsega, uma ilha mediterrânea<br />

a oeste da Itália<br />

- além de seus feitos em<br />

combate, se notabilizou<br />

pelas incríveis “nose-arts”<br />

(literalmente artes de narizes),<br />

aplicadas a seus<br />

bombardeiros por artistas<br />

da própria unidade, na<br />

maioria reproduzindo as<br />

maravilhosas “pin-ups” do<br />

grande mestre ilustrador<br />

Alberto Vargas e eternizadas<br />

em raras fotografias<br />

coloridas.<br />

Nascido na cidade peruana<br />

de Arequipa, aos<br />

9 de dezembro de 1896,<br />

Joaquin Alberto Vargas y<br />

Chávez era filho de um famoso<br />

fotógrafo e estudou<br />

artes em Zurique e Genebra<br />

antes de se radicar<br />

em Nova Yorque, onde alcançou<br />

notável sucesso<br />

como ilustrador publicitário<br />

e de cartazes de teatro<br />

e cinema. Seu cartaz para<br />

o filme “The Sin of Nora<br />

Moran”, de 1933, mostrando<br />

a atriz Zita Johann<br />

seminua é frequentemente<br />

apontado como um dos<br />

maiores cartazes de filmes<br />

já feitos.<br />

Entre 1940 e 1946, Vargas<br />

realizou em torno de<br />

180 ilustrações para a famosa<br />

revista americana<br />

Esquire e tornou-se uma<br />

verdadeira celebridade<br />

entre os combatentes aliados.<br />

A maior parte de seus<br />

desenhos, uma mistura de<br />

pinceladas com aquarela<br />

e aerografia, foram reproduzidos<br />

em milhares de<br />

aviões de caças, tanques<br />

e principalmente bombardeiros.<br />

Após a guerra, Vargas se<br />

envolveu numa disputa jurídica<br />

com a Esquire, mas<br />

retornou a publicar no final<br />

dos anos 1950, dessa vez<br />

na revista Playboy, onde<br />

permaneceu por 16 anos.<br />

Pag.26<br />

Vargas abandonou os<br />

pincéis em 1974, ano da<br />

morte de Anne Mae, sua<br />

esposa e maior modelo na<br />

juventude. Ele morreu depois<br />

de um acidente vascular<br />

cerebral em 30 de<br />

Dezembro de 1982, com<br />

86 anos de idade.<br />

As fotos coloridas mostradas<br />

aqui são parte<br />

da coleção do veterano<br />

Quentin C. Kaiser e estão<br />

também na galeria do site<br />

The 489th Bombardment<br />

Squadron on Corsica:<br />

http://www.warwingsart.<br />

com/12thAirForce/page.<br />

html


Mil cairão ao teu lado mas<br />

tu não será atingido<br />

POR VICTOR OLIVEIRA<br />

A<br />

guerra é algo que<br />

mexe com todos os<br />

sentidos do soldado,<br />

distante da família e de<br />

seus entes queridos, a fé<br />

no retorno e o apelo a proteção<br />

faz com que cada<br />

combatente tenha uma ligação<br />

direta com Deus. A<br />

trincheira se transforma e<br />

não serve apenas de bloqueio<br />

a fogo inimigo, mas<br />

sim a um confessionário<br />

em meio á investida adversária.<br />

A guerra não foi feita por<br />

Deus, isso é unanimidade<br />

entre todos independentemente<br />

de sua opção religiosa,<br />

porém, ela foi descrita<br />

na bíblia e ao logo<br />

da história esteve sempre<br />

presente.<br />

Muitas histórias de quem<br />

viveu os horrores do<br />

front nos mostra grandes<br />

exemplos de crença e<br />

descrença. Um dos maiores<br />

ícones de prova de fé<br />

foi Franz Hasel, um evangélico<br />

que não abandonou<br />

seus hábitos religiosos<br />

mesmo sendo convocado<br />

para o Exército de Hitler<br />

em plena <strong>Segunda</strong> <strong>Guerra</strong><br />

Mundial.<br />

Franz Hasel fez parte da<br />

Companhia Pioneira 699,<br />

onde a mesma construía<br />

pontes nas linhas de frente.<br />

Atuou nas grandes investidas<br />

da Alemanha,<br />

dentre elas a França e a<br />

Rússia.<br />

Sua crença colocada em<br />

prática o fez jogar sua<br />

Pag.27<br />

arma em um rio e utilizar<br />

uma réplica por toda guerra,<br />

por suas palavras ele<br />

disse que não poderia sujar<br />

de sangue suas mãos<br />

e essa decisão de se livrar<br />

da arma foi para que<br />

tivesse a certeza que não<br />

poderia matar ninguém.<br />

Dentre outras façanhas,<br />

guardou todos os sábados<br />

no período que esteve<br />

no conflito. Dê uma forma<br />

ou de outra ele não fazia<br />

nenhuma ordem no qual<br />

era solicitado para que<br />

seu voto e crença fossem<br />

mantido.<br />

Mas nem todos se apegam<br />

a Deus em tempos<br />

de sofrimento, uma carta<br />

de um filho de um sacerdote<br />

alemão é grande


exemplo disso. O soldado<br />

que esteve em Stalingrado<br />

corresponde ao pai<br />

com palavras firmes e de<br />

protesto a existência de<br />

Deus.<br />

“... Pai querido, o senhor<br />

me levou adiante, não tive<br />

mãe más o senhor me<br />

ensinou a colocar Deus<br />

nos meus olhos e coração,<br />

preste bem atenção<br />

em minhas palavras pois<br />

podem ser as últimas. Eu<br />

busquei Deus em cada<br />

cratera de obuses, em<br />

cada casa destruída, em<br />

cada esquina, em meus<br />

companheiros quando estávamos<br />

na trincheira e<br />

até no céu. Deus não se<br />

mostrou enquanto meu<br />

coração gritava. As casas<br />

foram destruídas, meus<br />

companheiros foram covardes<br />

e valentes como<br />

eu, a irá e o assassinato<br />

estava presente na terra.<br />

Bombas caiam do céu...<br />

Más Deus não estava alí.<br />

Não pai, Deus não existe,<br />

se puder escrever outra<br />

vez direi que é terrível<br />

e isso não mudará. E se<br />

existir um Deus, será apenas<br />

aí com você, dentro<br />

do livro e nas orações e<br />

canções dos hinos mas<br />

não em Stalingrado.”<br />

Em um campo de concentração<br />

foi encontrado<br />

centenas de apelos e escritos<br />

nas paredes feitos<br />

pelos prisioneiros Judeus.<br />

Um deles ganhou grande<br />

Franz Hasel na segunda guerra.<br />

notoriedade e visibilidade<br />

mundial.<br />

“ Se existe um Deus, ele<br />

vai implorar meu perdão”.<br />

Como tudo na vida podemos<br />

escolher qual caminho<br />

seguir, na guerra<br />

não é diferente, muitos se<br />

apegaram em Deus e outros<br />

o culparam por suas<br />

experiências.<br />

Pag.28


Nove dias Comendo Marmelada<br />

- Sr. Opheu Bertelli<br />

Por Ricardo Lavecchia<br />

Durante a campanha brasileira<br />

na Itália, a Força Expedicionária<br />

<strong>Brasil</strong>eira tinha em seu comando<br />

uma unidade da FAB que eram<br />

os olhos avançados para a Artilharia<br />

<strong>Brasil</strong>eira e estava sob o comando do<br />

General Oswaldo Cordeiro de Farias,<br />

era a Primeira Esquadrilha de Ligação<br />

e Observação, ou somente 1º ELO, seu<br />

comandante era o Major Aviador João<br />

Afonso Fabrício Belloc.<br />

A ELO voava os pequenos, sensíveis e<br />

desarmados Piper L-4H, com a tripulação<br />

de um piloto da FAB e um Observador<br />

da FEB.<br />

Pouco conhecida assim como toda a<br />

participação brasileira no conflito e bem<br />

menos comentada, teve uma participação<br />

importante para a artilharia. Suas<br />

histórias e relatos não são expostos<br />

com tanta frequência em livros, revistas,<br />

jornais e internet, deixando ainda<br />

mais no anonimato os feitos desses<br />

Pag.29<br />

heróis. Mas conseguimos um relato do<br />

veterano Orpheu Bertelli, infelizmente já<br />

falecido, mas que uns anos atrás contou<br />

essa interessante história.<br />

Sr. Bertelli nascido no Bairro do Bom<br />

Retiro em SP em 1924, mas radicado<br />

na cidade de São Caetano do Sul-SP.<br />

Apresentou-se como voluntário a FAB<br />

e FEB em especial na 1ºELO em 1944<br />

se não me engano. Lembra que a viajem<br />

para a Itália durou 18 dias, quando<br />

chegou ao porto de Nápoles embarcaram<br />

nas barcaças de tropa para Livorno,<br />

onde tinham caminhões esperando<br />

para leva-los para o Campo di San<br />

Rossore.<br />

As histórias do Sr. Bertelli são inúmeras,<br />

ele se lembra da visita ao Vaticano,


da pobreza e entre outras, mas uma<br />

das mais interessantes é a narrada<br />

abaixo.<br />

Nove Dias Comendo Marmelada<br />

O Sr. Bertelli conta que em uma ordem<br />

do comandante para mudar o campo de<br />

aviação para um leito seco de um rio.<br />

Foi feito um comboio para o transporte<br />

de material sobressalente, mas no<br />

segundo dia ficaram ilhados por alemães,<br />

eles tinham um jipe e uma barraca<br />

onde ficaram instalados, mas sem<br />

mantimentos, a não ser um engradado<br />

de marmelada, foi sua alimentação e de<br />

seu companheiro Admétrio Dechatinet,<br />

durante os nove dias.<br />

Lembra também que um dos momentos<br />

mais difíceis entre vários nessa aventura,<br />

foi quando Admétrio saiu à noite em<br />

busca de comida, que não encontrou,<br />

na escuridão, Sr. Orpheu precisava<br />

descobrir se o amigo ou alemão, poderia<br />

ter atirado no seu companheiro.<br />

Quando foram resgatados, ele se lembra<br />

de que estavam como trapo por<br />

conta da falta de alimentação e higiene<br />

necessária.


Drones e 3D<br />

Por Carlos Augusto Campestrini<br />

Espaço Fox-hole, por dentro<br />

da <strong>Segunda</strong> <strong>Guerra</strong><br />

Fox-hole (ou toca de raposa) era<br />

o nome dado para as pequenas<br />

trincheiras cavadas na <strong>Segunda</strong><br />

<strong>Guerra</strong>. Estar em um fox-hole significava<br />

estar nas barbas do inimigo e nos<br />

limites da chamada terra de ninguém.<br />

Nesses abrigos os soldados vigiavam,<br />

descansavam, combatiam, reliam cartas<br />

de casa e sonhavam com o fim da luta.<br />

Muita informação passava por um fox-<br />

-hole e histórias eram ali feitas. São esses<br />

os motivos pelos quais escolhi esse<br />

nome para a minha coluna no Jornal A<br />

Gazeta em São Bento do Sul, Santa Catarina.<br />

O Espaço Fox-hole está sendo<br />

publicado há três anos, quinzenalmente,<br />

às quintas feiras. Abordando sempre a<br />

<strong>Segunda</strong> <strong>Guerra</strong>, com grande variação<br />

de assuntos, em uma linguagem leve<br />

para um público interessado, mas não<br />

especializado.<br />

Drones<br />

Temos uma visão de que todas as tecnologias<br />

usadas atualmente e em larga<br />

escala são invenções recentes. Um<br />

exemplo? Os drones. Hoje podem ser<br />

adquiridos e usados por qualquer pessoa<br />

e possibilitam imagens belíssimas<br />

de nossa cidade e de ângulos antes impossíveis.<br />

A realidade histórica nos mostra<br />

que a ideia de usar um veículo não<br />

tripulado é bem mais antiga. Já na Primeira<br />

<strong>Guerra</strong> alguns testes chegaram a<br />

ser feitos com aviões que eram dirigidos<br />

por giroscópio e o motor preparado para<br />

O pequeno veículo não tripulado Goliath<br />

desligar após determinada quantidade<br />

de giros. Os próprios generais não gostaram<br />

da ideia de um avião carregado<br />

de explosivos, e sem piloto, voando por<br />

sobre as cabeças de suas tropas. Essa<br />

ideia foi retomada durante a <strong>Segunda</strong><br />

<strong>Guerra</strong> com maior sucesso.<br />

Os japoneses foram mestres no emprego<br />

de armas não convencionais e suicidas.<br />

O método mais famoso foi o emprego<br />

de kamikazes (vento divino) que<br />

jogavam seus aviões sobre os navios<br />

americanos. Menos famoso, o Ohka era<br />

uma bomba voadora movida a foguetes.<br />

Era transportado na barriga de um<br />

bombardeiro e antes do lançamento seu<br />

piloto escolhia o navio alvo e orientava<br />

a arma até o inimigo. Eram vulneráveis<br />

ao ataque dos caças americanos devido<br />

a baixa velocidade da nave hospedeira.<br />

Os japoneses empregaram também um<br />

torpedo tripulado, o Kaiten, contra a frota<br />

americana.<br />

Os italianos tiveram os Maiales. Uma<br />

versão de torpedo tripulado, mas, diferente<br />

dos japoneses, não eram suicidas.<br />

Tiveram algum sucesso contra a frota<br />

inglesa<br />

Os alemães desenvolveram as V-1 e<br />

Pag.31


Goliath<br />

V-2 que eram bombas voadoras com a<br />

direção orientada antes do lançamento.<br />

Após serem lançadas não havia mais intervenção<br />

humana e eram guiadas até<br />

o alvo por um giroscópio. Houve significativa<br />

diferença no pequeno veículo Goliath<br />

que era carregado de explosivos e<br />

guiado por fios, pelos soldados alemães,<br />

para destruir os blindados aliados. Era<br />

movido por um motor de motocicleta e<br />

se deslocava sobre esteiras, como os<br />

blindados, e levava na traseira um carretel<br />

com o fio que o conectava ao seu<br />

operador.<br />

Os americanos foram mais longe no<br />

uso de novas tecnologias eletrônicas<br />

e se aproximaram mais do conceito do<br />

drone moderno. Eles empregaram aviões<br />

não tripulados para alvo no treinamento<br />

de pilotos de caça. Indo mais<br />

além, visualizaram o emprego do drone<br />

como arma ofensiva. O projeto Afrodith<br />

usou velhos bombardeiros B-17 e B-24,<br />

que já não serviam ao serviço ativo, carregados<br />

de explosivos, com comandos<br />

via TV. Um avião era colocado no ar por<br />

uma dupla de pilotos que deveriam saltar<br />

depois de paraquedas, pois o sistema<br />

não possibilitava a decolagem. Antes do<br />

salto o comando era passado para outro<br />

avião que voava próximo e que pelas<br />

câmeras de TV via não apenas o painel<br />

de controle, mas o que estava na frente<br />

do “avião bomba” podendo assim controlar<br />

altura, direção e o ataque ao alvo.<br />

Os alvos seriam as instalações alemãs<br />

que não sentiam os efeitos dos ataques<br />

convencionais de bombardeiros como<br />

as bases de submarinos e o local onde<br />

a superarma alemã, a V-3, estava sendo<br />

construída. As missões da Afrodith causaram<br />

mais danos aos americanos do<br />

que aos alemães. O irmão do futuro presidente<br />

americano J. F. Kennedy morreu<br />

em um acidente, durante uma missão,<br />

quando a carga de toneladas de explosivos<br />

detonou antes que ele saltasse. Os<br />

alvos da Afrodith foram destruídos pelas<br />

bombas Grand Slam, tão grandes e pesadas<br />

que o bombardeiro inglês Lancaster<br />

transportava apena uma.<br />

Os americanos usaram outro modelo<br />

de drone contra os japoneses. Um avanço<br />

americano foi feito com o Bat que era<br />

uma bomba voadora lançada da barriga<br />

de um avião e com isso eliminou os riscos<br />

da decolagem. Caia em voo planado<br />

e orientado por um operador no avião<br />

Pag.32


hospedeiro que empregava um sistema<br />

de TV.<br />

3D<br />

Outra tecnologia que vemos como<br />

“nossa” é o 3D. O primeiro uso bem sucedido<br />

do 3D foi na olimpíada de Berlim<br />

em 1936. A chegada de algumas modalidades<br />

era fotografada em 3D para ser<br />

empregada em caso de duvidas quanto<br />

ao vencedor. A festa de abertura e o<br />

público das competições também eram<br />

assim fotografados e um álbum, acompanhado<br />

do óculos próprio, foi lançado.<br />

Recentemente um destes livros foi posto<br />

à venda em um site especializado em<br />

antiguidades.<br />

Niju Hibaku<br />

Essa expressão, de acordo com o site<br />

japaoemfoco.com, significa “pessoa duplamente<br />

bombardeada”. Se refere aos<br />

mais de 160 japoneses que após o ataque<br />

nuclear de 6 de agosto em Hiroshima<br />

foram buscar refúgio em Nagasaki e,<br />

novamente, sobreviveram ao bombardeio<br />

do dia 9.<br />

O avião americano que lançou a primeira<br />

bomba foi batizado de Enola Gay<br />

que era o nome da mãe do piloto Paul<br />

Tibbets.<br />

Setembro<br />

No primeiro dia de setembro de 1939<br />

a Alemanha invadiu a Polônia e recebeu<br />

um ultimato da Inglaterra e da França<br />

para que deixasse o território polonês.<br />

Até ali Hitler estava ganhando terreno<br />

sem sentir oposição e ignorou o aviso<br />

crendo ser um blefe. Dois dias depois a<br />

guerra, que seria mais tarde conhecida<br />

como <strong>Segunda</strong> <strong>Guerra</strong> Mundial, estava<br />

declarada. Esse conflito teve seu fim definitivo<br />

(após as duas bombas atômicas)<br />

a bordo de um navio americano no qual<br />

foi assinada a rendição japonesa no dia<br />

2 de setembro de 1945. Na Europa ela já<br />

tinha acabado em maio do mesmo ano.<br />

Pag.33


O Reinaldo Elias é um conceituado restaurador e também colorizador de fotos<br />

antigas. Se precisarem dos seus serviços, entre em contato pelo e-mail ou tel:<br />

rjelias2000@yahoo.com.br / (11) 98765-6588 (WhatsApp)


hobby<br />

Kits em Resina<br />

Por Fernando Zavarelli<br />

Pag.35<br />

Talvez nem todo modelista<br />

saiba, mas a<br />

produção de um kit<br />

injetado em plástico demanda<br />

muita pesquisa,<br />

muito desenvolvimento,<br />

conhecimento e, obviamente,<br />

muito dinheiro. E<br />

quando falamos em muito<br />

dinheiro, falamos de<br />

centenas de milhares de<br />

dólares. Isso sem falar no<br />

risco do kit não ser bem<br />

aceito pelo mercado e se<br />

tornar um grande encalhe.<br />

É claro que os novos processos<br />

informatizados reduziram<br />

um pouco esses<br />

valores, mas mesmo assim,<br />

injetar kits não é pra<br />

qualquer um.<br />

Então para os aficionados<br />

de modelos pouco, ou<br />

muito pouco, conhecidos,<br />

resta a solução de “injetar”<br />

o kit em resina.<br />

Essa é uma técnica que<br />

permite que uma quantidade<br />

menor de kits seja<br />

produzida, ou que eles<br />

sejam injetados conforme<br />

a demanda. Basicamente<br />

ela funciona assim:<br />

- o modelista usa suas habilidades<br />

para desenvolver<br />

um modelo, seja inteiro<br />

ou de partes dele;<br />

- depois esse modelo<br />

serve como base para a<br />

confecção de moldes, geralmente<br />

em borracha de<br />

silicone<br />

- e finalmente esses moldes<br />

são preenchidos com<br />

resina, que pode ser de<br />

vários tipos, e depois de<br />

secos e curados, são vendidos.<br />

É claro que no meio desse<br />

processo existem muitos<br />

truques e segredos, que<br />

variam de produtor para<br />

produtor.<br />

Também devo falar que na<br />

maioria das vezes, a montagem<br />

de um kit de resina<br />

vai exigir bastante do<br />

modelista, já que é muito<br />

diferente de um kit tradicional<br />

injetado em plástico.<br />

Nas fotos pode-se<br />

ver algumas das etapas<br />

da montagem de um kit<br />

em resina, um Chevrolet<br />

1941, que com um pouco<br />

mais de atenção e dedicação,<br />

se transformou em<br />

um kit bem bacana.<br />

É isso aí !!!


Filme - Admiral Yamamoto<br />

- Batalha de Pearl Harbor<br />

Admiral Yamamoto - Batalha de<br />

Pearl Harbor, Um filme de 140<br />

minutos, lançado em 2011, foi um<br />

dos melhores sobre o tema que já assisti,<br />

O ator Köji Yakusho interpreta de<br />

forma maravilhosa o Almirante Japonês<br />

Isoroku Yamamoto, mostrando o lado<br />

humano de um militar de alta patente<br />

tendo que cumpri r ordens que foge de<br />

seus princípios.<br />

Durante o início da II <strong>Guerra</strong> Mundial,<br />

a Alemanha de Hitler propõe uma aliança<br />

com o Japão. Muitos do povo e o próprio<br />

exército é a favor, esperando que<br />

a guerra traga alguma prosperidade ao<br />

país. No entanto, a marinha é contra,<br />

principalmente na figura do experiente<br />

Almirante Yamamoto. Ele sabe que o<br />

poder bélico dos EUA é bem maior que<br />

a do Japão. E que o ditador alemão só<br />

quer mesmo usá-los para guerra. No entanto,<br />

ele é um soldado a serviço de seu<br />

país. Quando este finalmente decide<br />

pela aliança, o Almirante se vê obrigado<br />

a fazer planos para a guerra. Dentre<br />

eles, o mais ousado é um ataque à base<br />

naval americana em Pearl Harbor com o<br />

objetivo de bombardear os porta-aviões<br />

e abalar a moral do inimigo. Mas, apesar<br />

do sucesso do ataque, os efeitos não foram<br />

bem os esperados.<br />

Pag.37


Livro - Operação <strong>Brasil</strong><br />

Para muitos brasileiros, acostumados<br />

às versões oficiais sobre a<br />

entrada do <strong>Brasil</strong> na <strong>Segunda</strong><br />

Grande <strong>Guerra</strong>, este livro pode ser desconcertante.<br />

O ponto central da obra é a narrativa<br />

da maior operação militar lançada pelo<br />

III Reich contra um país das Américas,<br />

batizada pela Kriegsmarine de Operation<br />

<strong>Brasil</strong>ien.<br />

No inverno de 1942, a Marinha de <strong>Guerra</strong><br />

alemã organizou uma poderosa flotilha<br />

de submarinos com a missão de atacar<br />

os portos e a navegação do <strong>Brasil</strong>.<br />

O ataque seguia uma diretriz de Adolf<br />

Hitler, determinando que a investida fosse<br />

um “emprendimento sério” e não se<br />

limitasse a “alfinetadas”.<br />

O potencial destrutivo dos planos nazistas<br />

era capaz de levar o país a uma encruzilhada<br />

perigosa, frente a várias escolhas<br />

possíveis — a maior parte delas<br />

de consequências desastrosas para o<br />

futuro do <strong>Brasil</strong>.<br />

Operação <strong>Brasil</strong> vai além da reconstituição<br />

desse episódio histórico. Três anos<br />

de pesquisas em fontes primárias nos<br />

arquivos oficiais da Alemanha, <strong>Brasil</strong> e<br />

Estados Unidos, revelaram fatos desconhecidos;<br />

entre eles, o que contradiz o<br />

relato oficial sobre a origem dos eventos<br />

que levaram o <strong>Brasil</strong> à guerra, repetido<br />

há mais de 70 anos pela historiografia<br />

nacional e internacional.<br />

A investigação mergulhou nas águas<br />

turvas e conturbadas do Estado Novo,<br />

percorrendo os meandros da política interna<br />

e externa do governo Vargas. Na<br />

busca pelo leito rochoso do fato histórico,<br />

a exploração afastou o lodo sedimentado<br />

por décadas de estudos e trabalhos<br />

baseados em conceitos e modelos equivocados.<br />

Pag.38<br />

O mergulho foi proveitoso, trazendo à<br />

luz passagens obscuras de um período<br />

crucial da história brasileira no século<br />

XX. Foi possível resgatar tesouros inesperados,<br />

fazendo emergir conclusões<br />

que divergem daquelas consagradas<br />

pelos livros de História.<br />

Fruto de uma investigação minuciosa,<br />

trazendo novos materiais e surpreendentes<br />

insights, Operação <strong>Brasil</strong> entrelaça<br />

a História do <strong>Brasil</strong> com a da II<br />

<strong>Guerra</strong> Mundial utilizando uma abordagem<br />

extremamente rara: a narrativa do<br />

conflito segundo o cruzamento dos relatos<br />

alemães, brasileiros e norte-americanos.<br />

A obra une a descrição da verdadeira<br />

origem da participação brasileira no<br />

conflito a um episódio desconhecido da<br />

História Militar, que permitiu a mudança<br />

do curso da guerra a favor dos Aliados.<br />

De forma surpreendente, Operação <strong>Brasil</strong><br />

mostra como o rumo da monumental<br />

batalha pelo futuro da civilização passou<br />

pelas mãos de um único homem.


Conheça a <strong>Segunda</strong> <strong>Guerra</strong> em<br />

Natal/RN através dos Programas<br />

Conversando com Augusto Maranhão<br />

no<br />

Acesse<br />

https://www.youtube.com/channel/UCqsO-ERpcwlg9wark99N87g


Não deixe de visitar o site<br />

<strong>Segunda</strong> <strong>Guerra</strong> <strong>Brasil</strong><br />

e conhecer<br />

muito mais sobre a<br />

<strong>Segunda</strong> <strong>Guerra</strong> Mundial e a<br />

participação do <strong>Brasil</strong> e das<br />

Américas.<br />

www.segundaguerrabrasil.com.br

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