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GAZETA DIARIO 271

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Foz do Iguaçu, terça-feira, 2 de maio de 2017<br />

Cotidiano<br />

23<br />

Teatro, livro ou um cinema?<br />

Estudo mostra aumento<br />

no interesse por hábitos<br />

culturais incluindo,<br />

teatro, cinema e leitura<br />

entre brasileiros<br />

Pesquisa nacional divulgada esta semana<br />

pela Federação do Comércio do<br />

Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-<br />

RJ) sobre os hábitos culturais dos brasileiros<br />

revela que 56% dos entrevistados - o<br />

correspondente a cerca de 86 milhões de pessoas<br />

- frequentaram pelo menos uma atividade<br />

cultural no ano passado, com avanço de três<br />

pontos percentuais em comparação a 2015. Em<br />

relação a 2008, o resultado mostrou incremento<br />

de 13 pontos percentuais.<br />

A sondagem foi feita em parceria com o<br />

Instituto Ipsos, entre os dias 30 de novembro e<br />

12 de dezembro de 2016, com uma amostra de<br />

1.200 pessoas, em oito capitais (Rio de Janeiro,<br />

São Paulo, Belo Horizonte, Florianópolis, Salvador,<br />

Recife, Porto Alegre e Brasília) e em mais<br />

64 cidades do país.<br />

A principal atividade mencionada foi a leitura<br />

de livros, revelando a prática por 37% dos<br />

entrevistados e aumento de seis pontos percentuais<br />

comparativamente ao início da série histórica,<br />

em 2007. Cinema foi a segunda atividade<br />

citada, com 34% das respostas e o maior<br />

aumento comparativamente à pesquisa de<br />

2007: 17 pontos percentuais.<br />

Pelo menos 29% dos entrevistados revelaram<br />

frequentar shows musicais, mostrando a<br />

expansão de nove pontos percentuais ante<br />

2007 na prática. Os frequentadores de peças<br />

de teatro aumentaram 11%, com crescimento<br />

de cinco pontos percentuais. Os que assistem<br />

espetáculos de dança aumentaram 11%, um<br />

crescimento de quatro pontos percentuais; e os<br />

que vão a exposições de arte, passaram a 11%,<br />

com aumento de três pontos percentuais em<br />

relação a 2007. No caso de museus, que começaram<br />

a ser pesquisados em 2015, as respostas<br />

totalizaram 10%, mostrando avanço de três<br />

pontos percentuais.<br />

Avanços<br />

O gerente de Economia da Fecomércio-RJ,<br />

Christian Travassos, disse que são avanços significativos<br />

em relação à série histórica. "Há dez<br />

anos temos acompanhado os hábitos de lazer e culturais<br />

dos brasileiros. Não há ruptura de um ano para<br />

outro mas, gradualmente, vemos uma melhora significativa.<br />

Então, aos poucos, percebemos uma melhora<br />

na frequência de ambientes culturais por parte do brasileiro",<br />

disse o economista.<br />

Desde o primeiro ano da pesquisa, a maior adesão a<br />

bens culturais continua sendo a leitura de algum livro<br />

ou e-book (livro digital). "É mais acessível, a gente<br />

toma emprestado.<br />

Na listagem, é o mais representativo, disse Travassos.<br />

Ele atribuiu a maior expansão do hábito de ir ao<br />

cinema nesta década (de 17% para 34%) não só ao desenvolvimento<br />

da linguagem visual, mas também ao<br />

boom (explosão) de filmes 3D. Em paralelo, ocorreram<br />

promoções e parcerias de salas de cinema com empresas<br />

de telecomunicações e bancos, que contribuíram<br />

para facilitar o acesso do consumidor, com ingresso<br />

mais em conta.<br />

A internet, também ajudou a dar maior visibilidade<br />

aos programas culturais. "É um complemento da<br />

atividade de lazer", disse Christian Travassos.<br />

Televisão<br />

Entre os 44% de brasileiros que não fizeram nenhum<br />

programa cultural no ano passado, a atividade<br />

mais procurada foi a televisão, com 80% das respostas.<br />

O gerente de Economia da Fecomércio-RJ<br />

destacou que o total de entrevistados que relataram<br />

não ter consumido nenhum bem cultural<br />

vem caindo de ano para ano. Em 2015, eram<br />

47%; em 2008, 48%. Segundo Travassos, a não<br />

realização de uma atividade cultural se deve,<br />

historicamente, à falta de hábito.<br />

O desafio é despertar o interesse de pessoas<br />

que nunca tenham lido um livro ou ido ao cinema,<br />

afirmou o gerente. "Pode ser um fator<br />

de mudança trazer crianças e adolescentes para<br />

os ambientes culturais para que isso tenha efeito<br />

entre os mais velhos. O preço das atrações<br />

culturais é uma questão secundária, até porque<br />

há muitos shows, exposições e espetáculos<br />

gratuitos." As atividades mais procuradas pelos<br />

que não consomem bens culturais, ao contrário,<br />

vem se ampliando. Assistir televisão passou<br />

de 52%, em 2008, para 80%, em 2016. Na<br />

mesma comparação, ir à igreja ou a algum centro<br />

religioso subiu de 11% para 24%; fazer almoço<br />

ou churrasco com amigos, de 9% para<br />

21%; ir a bares, de 10% para 15%; e jogar futebol,<br />

de 9% para 10%.<br />

Preços justos<br />

O economista avaliou que o cenário econômico<br />

ainda adverso acaba impactando o lazer<br />

do brasileiro em geral. Por isso, disse ser razoável<br />

que, para manter o padrão de consumo, seja<br />

reservado um valor menor para o lazer, que<br />

não é visto como atividade essencial como ir<br />

ao supermercado ou farmácia.<br />

Daí ser razoável que na passagem de 2015<br />

para 2016 haja, para a maioria dos itens, uma<br />

redução de custo justo sugerido. A pesquisa revela<br />

que os consumidores declararam estar dispostos<br />

a pagar pelas atividades culturais listadas<br />

menos do que em 2015. Os preços considerados<br />

justos por eles variaram de R$ 13,31 para<br />

compra de CDs até R$ 35,61 para ingresso de<br />

shows musicais. No ano anterior, os mesmos<br />

itens tinham preços apontados de R$ 16 e R$<br />

41, respectivamente. (AgBR)

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