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arco revista ED1 2017a

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evista<br />

edição 01/2017<br />

arte&afins<br />

Caminhos,atalhosedescaminhos<br />

daartenoséculoXXI<br />

Mercadodearte:quebichoéesse?<br />

Conheçaosartistas<br />

daARCOBH2017<br />

AsesculturasdeAmâncio<br />

GalpãoParaíso44:<br />

umahistóriadesucesso<br />

Essasmulheres...<br />

<strong>revista</strong> <strong>arco</strong>:pensar<br />

arte


Art Basel Hong Kong<br />

EDITORIAL<br />

Fui convidado em 2015 pelo produtor de eventos Nilso Farias para<br />

colaborar com o Departamento de Comunicação da ArtBH. Foi<br />

quando percebi um pouco do Mercado de Arte mineiro. A ArtBH era<br />

um audacioso projeto, um verdadeiro embrião da “SP-arte” ou<br />

“ArtRio” para Belo Horizonte ( Saiba Mais).<br />

Nessa época, fiquei por dentro de alguns números: São Paulo<br />

ocupava mais de sessenta por cento do mercado de arte brasileiro,<br />

Rio de Janeiro cerca de dezessete por cento e Minas Gerais apenas<br />

seis por cento, mesmo sendo considerado um celeiro de talentos.<br />

No evento ocorrido no Minas Centro, durante a montagem da feira,<br />

convivi com os principais donos de galerias mineiros, paulistas e<br />

cariocas. Cheguei a algumas conclusões: percebi que estes dados<br />

não são resultados de um fator único, mas de um conjunto<br />

complexo de variáveis.<br />

O galerista carioca Sérgio Gonçalves foi um dos empresários que<br />

mais se destacou dentre aqueles que conheci durante a ArtBH. Era<br />

ousado, empreendedor e inovador. Possuía também um olhar<br />

especial para detectar talentos nas diversas tendências; olhar esse<br />

sem preconceito para quaisquer formas de expressão, sejam<br />

figurativos, abstratos, conceituais e/ou novidades estéticas.<br />

<strong>revista</strong><br />

Esta falta de ousadia ou de apostar em novidades talvez seja algo<br />

que limite o nosso mercado regional. Normalmente, os artistas<br />

presentes nas galerias são quase sempre as mesmas figuras<br />

carimbadas. O mesmo acontece com os contemplados pelas leis de<br />

incentivo cultural municipal e estadual, além dos próprios editais de<br />

ocupação.<br />

O Circuito da Praça da Liberdade e o Museu de Inhotim, sem<br />

desmerecer a importância e a relevância dos espaços, podemos<br />

considerar iniciativas acanhadas para uma cidade do tamanho de


Belo Horizonte, ainda longe de ser considerado um importante polo cultural. Faltam ainda<br />

curadores mais ousados, mais espaços, mais patrocínios para os projetos culturais e também mais<br />

eventos qualificados.<br />

De acordo com o arquiteto mineiro David Guerra “em cada esquina é produzido um artista. Como<br />

fortalecer um mercado de arte local se temos uma superprodução de talentos, onde a oferta é<br />

bem maior que a procura? “<br />

A resposta para tantos obstáculos pode estar na atitude do próprio artista, mas para isso ele tem<br />

que sair de seu universo confortável (o do seu atelier). Mais ousadia ou mais agressividade no<br />

marketing, utilizar-se de tecnologias e novos meios de comercialização e divulgação e buscar<br />

mercados alternativos nacionais e internacionais podem ser saídas significativas.<br />

ArtBH 2015 - Minas Centro


Obra do artista mineiro Miguel Gontijo: exemplo de inovação, subversão e quebra de paradigmas.


QUER VENDER ARTE<br />

NA INTERNET?<br />

O que não faltam são espaços para vender reproduções ou originais. O que o artista<br />

precisa é analisar as vantagens de cada site, ter uma noção de inglês para entender as<br />

regras. E criar um acervo de suas obras com imagens adequadas e configuradas<br />

corretamente para entrar neste mercado alternativo. No Brasil temos a Urban Arts e<br />

outras boas opções. A Revista ARCO coloca aqui uma relação de 250 empresas<br />

internacionais que fazem esta comercialização. PESQUISE AQUI


O DISCRETO CHARME DO<br />

GALPÃO PARAÍSO 44


GalpãoParaíso44:umahistóriadesucesso


GALPÃO PARAÍSO 44<br />

Raquel Isidoro é uma apaixonada com a arte. A voz fala com carinho e devoção dos “seus<br />

artistas” que frequentam o Galpão Paraíso 44. Ela mal tem tempo para a sua arte pessoal, que<br />

com certeza, é uma arte com A maiúsculo. Os projetos pessoais da artista vão ficando de lado,<br />

para ela administrar este ousado projeto, que mistura galeria, oficina, atelier, tudo feito no<br />

peito e na raça; e na paixão de acreditar que está fazendo o certo. A palavra essencial é coletivo.<br />

Raquel não é um ser individualista, ela é movida pelo coletivismo. Estranha palavra essa,<br />

“coletivismo”, num ambiente artístico, que se fundamenta no egocentrismo. Raquel tem o<br />

dom de doar-se, por inteira. E este dom levou o Galpão a ser referência como Espaço<br />

Alternativo de Cultura e de Arte em Belo Horizonte. Na contracorrente ela vem provando que<br />

iniciativas inovadoras podem mudar e influenciar pessoas e atitudes. Com um olhar versátil e<br />

aprimorado, o espaço vem se tornando uma referência da arte independente do século XXI na<br />

capital mineira. O Galpão não tem muros estéticos, suas paredes não limitam, mas expandem<br />

os horizontes para os artistas que lá expõe. O intercâmbio e a troca de conhecimentos entre<br />

estes seres criadores, contribui para um ambiente único, de colaboração e de afinidades. Com<br />

um histórico poderoso de exposições individuais e coletivas desde sua fundação em 2014, o<br />

Galpão tem ajudado a transformar a comunidade artística da cidade. Um contraponto<br />

importante para a renovação constante e a ampliação do mercado fechado de arte de Beagá.<br />

Única iniciativa do tipo na cidade, o local funciona como ateliê coletivo, galeria e ponto de<br />

encontro para sessões de vídeo, discussões sobre arte contemporânea, aulas de pintura,<br />

desenho e até de fabricação de tintas. Num clima cordial de mineiridade, há sempre um<br />

cafezinho e uma ótima proza.<br />

Lídia Miquelão, uma das artistas do Galpão.


Após dezoito anos no comando de uma empresa de<br />

eventos, Raquel decidiu se dedicar à vocação visceral, a<br />

pintura. Formada pela Escola Guignard, conheceu Leo<br />

Brizola em uma oficina de pintura em 2011. A empatia<br />

entre os dois foi imediata, e eles passaram a buscar um<br />

local para trabalhar juntos. Sem hesitar, ela arrebanhou<br />

o novo amigo e um grupo de artistas que já<br />

demonstrava interesse em reunir os pincéis e as ideias. A<br />

equipe ficou completa com Sérgio Arruda, responsável<br />

pela montagem das principais mostras de Belo<br />

Horizonte nos últimos anos. A parceria entre ele e<br />

Raquel já rendeu sucessos de exibição como Rodin: do<br />

Ateliê ao Museu (2009), O Mundo Mágico de Marc<br />

Chagall (2009) e Caravaggio e Seus Seguidores (2012).<br />

Participar dos projetos neste antigo galpão industrial é<br />

um exercício de humildade. "Muitos artistas precisam de<br />

silêncio e de certa solidão. Não é todo mundo que topa<br />

esse sistema coletivo", explica Arruda. Lídia Miquelão,<br />

por exemplo, estava pincelando calmamente suas<br />

figuras humanas quando Brizola sugeriu que ela<br />

começasse a pintar a partir de uma tela totalmente<br />

preta. "A ideia me agradou e, em ritmo intenso, produzi<br />

cinco trabalhos", afirma Lídia. A intenção é que o Galpão<br />

Paraíso abrigue novos residentes e funcione como uma<br />

vitrine viva. "Aqui não tem pavilhão chique, mas tem<br />

gente talentosa produzindo arte em conjunto", diz<br />

Raquel.<br />

As exposições coletivas fARTura e RefARTura realizadas<br />

no Galpão, foram um divisor de águas para a vida<br />

cultural da capital mineira trazendo um sopro de<br />

renovação e de ousadia. Uma mistura saudável de<br />

diversas gerações e estilos de trabalhos, favorecendo<br />

Obra de Raquel Isidoro, fundadora do Galpão Paraíso<br />

Em área de 360m2, são realizadas<br />

exposições, diversas atividades de<br />

formação no campo das artes visuais<br />

( p a l e s t r a s , d e b a t e s , c u r s o s ,<br />

w o r k s h o p s ) a l é m d o e s p a ç o<br />

funcionar ainda como um atelier<br />

coletivo e aberto. O Galpão possui<br />

infraestrutura para abrigar grandes<br />

exposições, mostras de vídeos,<br />

performances, apresentações


Em 2017, o Galpão irá incorporar mais um projeto audacioso: a Mostra ARCO BH. A ARCO BH,<br />

idealizada pelo artista visual Fernando Medeiros de Moraes, em sua 1ª edição em 2016, gerou<br />

grandes resultados de visibilidade e impacto expressivo (38.600 pessoas), onde 40 artistas<br />

mostraram o melhor de sua produção atual. A Mostra Coletiva seleciona artistas visuais<br />

emergentes, consagrados e de alta qualificação. A ARCO BH é uma poderosa vitrine que expõe o<br />

que há de mais inovador na arte contemporânea independente. No ano passado foram<br />

divulgados mais de 200 obras de arte, entre esculturas, pinturas, fotografias, desenhos, gravuras<br />

e street art. Mais de meio milhão de reais em obras catalogadas e expostas. Tendo como apoio a<br />

internacional Canson e o Bureau Art Moulin do fotógrafo premiado Heitor Muinhos. A ARCO BH<br />

2016 foi um m<strong>arco</strong> e um grande sucesso midiático.<br />

Em 2017, a ARCO em sua segunda edição, que acontecerá entre os dias 31/05 a 10/06, exibirá<br />

mais de 40 artistas selecionados por uma Comissão de Curadores. Esta Mostra irá representar<br />

uma nova fase da ARCO BH em parceria com o Galpão. Entre as novidades e aprimoramentos:<br />

será filmado um vídeo documentário, o plano de mídia foi ampliado com Facebook, Instagram e<br />

You Tube, foi incorporado mídia externa com outdoor, mailing de 30.000 e-mails cadastrados,<br />

premiação de obra por voto popular, palestras, oficinas de arte, contratação de assessoria de<br />

impressa profissional para RTVC, leilão e supervisão de marchand, além de projeto Expográfico<br />

da Gestalt. ARCO: Saiba Mais.<br />

Mais uma vez, o Galpão Paraíso 44 ousa ampliar horizontes e fortalecer Belo Horizonte como<br />

polo cultural importante. cultural.


Entre a figura e o abstrato: instâncias do pensamento<br />

por Eduardo Augusto Alves Almeida e Felipe Goés<br />

SAIBA MAIS<br />

Wassily Kandinsky


CAMINHOS, ATALHOS E DESCAMINHOS DA ARTE NO SÉCULO XXI<br />

Fernando Medeiros<br />

Algumas das maiores feiras do mundo (Frieze<br />

e Art Basel) têm mostrado uma linguagem<br />

plural, onde é possível perceber a convivência<br />

positiva de figurativos, abstratos e instalações.<br />

Este mosaico é saudável, pois a arte não<br />

deveria ter limites ou filtros.<br />

O século XX foi um período intenso, onde as<br />

tecnologias evoluíram de forma acelerada.<br />

Esta evolução técnica foi estimulada por<br />

duas grandes guerras, que provocaram uma<br />

corrida à inovação, um salto gigantesco para<br />

a humanidade. Isso refletiu consideravelmente<br />

no campo das artes. Cubismo,<br />

f a u v i s m o , d a d a í s m o , s u r r e a l i s m o ,<br />

abstracionismo, concretismo e tantos ismos,<br />

foram pipocando numa busca vertiginosa.<br />

Esculturas do espanhol Juan Muñoz


CAMINHOS, ATALHOS E DESCAMINHOS DA ARTE NO SÉCULO XXI<br />

Alguns buscaram o aniquilamento dos<br />

fundamentos da arte, do desenho e da<br />

própria função da arte. Outros, uma<br />

conceptualização laboratorial e esterilizada<br />

da arte.<br />

A street art ganha força, pela aproximação<br />

junto ao cenário urbano e ao se misturar com<br />

a população, através de uma interação<br />

poderosa com a rua. As galerias sentiram este<br />

poder e tentam levar a street para o<br />

confinamento de seus ambientes, mas aí,<br />

enjaulada esta arte perde sua força e<br />

interação natural. O figurativo renasce pelas<br />

mãos hábeis dos grafiteiros, uma genial<br />

mistura de muralismo e pop, reverenciando a<br />

figura e sua conexão humana.<br />

Nas feiras misturam-se o digital, o som, o<br />

vídeo, criando novas relações e incorporando<br />

elementos não convencionais ao projeto<br />

visual, que ganha áudio e imagens em<br />

movimento. A criação de obras através de<br />

poderosos softwares reformula a tradição do<br />

atelier, revitalizando as fórmulas de<br />

manufatura do bidimensional.<br />

O abstrato e seus inúmeros caminhos se<br />

misturam com a arte gráfica, gerando novas<br />

formulações visuais. O artista não é somente<br />

plástico, passa a ser artista visual, para<br />

incorporar e aumentar o alcance das suas<br />

explorações.<br />

A objetaria ganha força e novos significados,<br />

se entrelaçando com as artes aplicadas, o<br />

design, a decoração de ambientes e<br />

recriando objetos utilitários ou não.<br />

Impressoras 3D vão se sofisticando e<br />

esculturas surgem de programas sofisticados<br />

de modelagem.<br />

O impacto de todas estas inovações é uma<br />

grande incógnita. Além disso, não só a<br />

inovação do modus operandi, da maneira de<br />

fabricar a arte, mas também de comercializar<br />

e exibir a arte. Galerias virtuais ganham força<br />

e se impõe, criando pontes e atalhos para um<br />

artista chinês vender diretamente a um<br />

comprador americano. A reprodutibilidade<br />

cada vez mais aprimorada gerando cópias<br />

exatas de uma obra feita com tinta e pincel. A<br />

própria impressão ganhará texturas com<br />

volume, aproximando ainda mais do original.<br />

Esta pluralidade de meios talvez assuste. Mas<br />

independente dos meios e linguagens<br />

adotadas, a arte continua a emocionar e ser<br />

uma necessidade quase biológica do ser<br />

humano. Algo que nos suaviza a existência,<br />

a p r i m o r a o i n t e l e c t o e n o s l e v a a<br />

questionamentos importantes e essenciais.


AMÂNCIO E SUAS ESCULTURAS<br />

por Paula Moraes<br />

Amâncio não é um artista comum, nem um<br />

homem comum. Sua vitalidade é contagiante.<br />

A paixão que percebemos no seu<br />

olhar é inebriante. Paixão por suas esculturas,<br />

pela vida, pela família. Apesar do talento e do<br />

renome, existe uma humildade natural, uma<br />

sinceridade em encarar tudo. Para ele a arte<br />

faz parte da sua existência, é como respirar. E<br />

diferente de tantas lendas vivas das artes<br />

mineiras, não existe um sete um na prosa, não<br />

existe soberba e nem pretensão, nem cartas<br />

nas mangas.<br />

Fui recebido em sua casa, com<br />

cordialidade e intimidade. Mostrou<br />

suas peças fundidas, suas esculturas<br />

soldadas, suas montagens<br />

em madeira, como um pai mostra<br />

com orgulho uma infinidade de<br />

filhos pródigos. Percebi que existe<br />

ali um amor e uma devoção no<br />

fazer. A arte é plena porque feita à<br />

mão. A artesania faz parte de um<br />

processo elaborado. O amassar da<br />

argila, o serrar do metal, o projetar<br />

e dar vida aos sonhos lúdicos. A<br />

obra de Amâncio é poderosa<br />

porque existe uma autenticidade<br />

n o f a z e r . E x i s t e u m p r a z e r<br />

existencial na construção do<br />

tridimensional. E nada é feito sem<br />

um projeto, sem um significado<br />

preliminar, em tudo existe uma<br />

significância e uma arquitetura<br />

consentida.


Percebemos que existem vários “Amâncios” delineados em<br />

diversas fases do seu vasto trabalho, com uma bela história de<br />

vida e convivência com artistas de peso como Amilcar de Castro,<br />

Jarbas Juarez, dentre outros.<br />

O escultor faz parte da trajetória da arte mineira, uma história rica<br />

e exuberante, feita depor artistas que sonharam e sonham em<br />

viver pela arte. Existe em Amâncio uma generosidade em repartir<br />

experiências e processos, com prazer de ensinar.<br />

E a conversa se estica e é prazerosa, porque é sincera e agradável.<br />

O homem Amâncio fala de si, dos problemas e dos projetos<br />

feitos e engavetados. Transborda o que tem de melhor, sem<br />

vaidade, mas com orgulho de ter feito obras de qualidade,<br />

inovadoras e verdadeiras. Caminhar no seu atelier é entrar um<br />

pouco neste mundo fascinante. Enquanto escutava suas histórias<br />

e processos, lembrei-me da frase do também escultor<br />

Modigliani: “a vida é um dom, de poucos para muitos... dos que<br />

sabem e possuem, para os que nada sabem e nada possuem”.


ESSAS MULHERES...<br />

por Maria Celi Neto Ferreira<br />

Como em muitas atividades humanas, a área da cultura e das artes visuais é ainda uma<br />

atividade reinada e dominada por homens. As mulheres ao longo de séculos aparecem mais<br />

como modelos de pinturas, desenhos, esculturas, gravuras e outras mídias, do que<br />

propriamente autoras desta história.<br />

Mesmo com todas as conquistas, o mundo ainda é muito machista e para as mulheres<br />

ocuparem os espaços foi e é uma grande resistência.<br />

Vamos pensar: quantas mulheres artistas você tem guardadas na memória? É um número<br />

muito pequeno e parece menor quando comparado com o número de homens artistas. Por<br />

exemplo, você já ouviu falar em Christine de Pisan? Então, esta mulher, escritora franco-italiana<br />

do período medieval, foi a primeira mulher a viver de seu trabalho e uma das primeiras<br />

mulheres a falar de feminismo na literatura. Tratava de temas polêmicos e sua última obra foi<br />

Frida Kahlo


ESSAS MULHERES...<br />

dedicada à Joana D’Arc.<br />

Bem depois dela, temos na Inglaterra<br />

Virgínia Woolf, cuja obra só foi prestigiada<br />

muito tempo depois.<br />

No Brasil, no Modernismo dos anos 40,<br />

Clarice Lispector foi reconhecida como uma<br />

das mais importantes escritoras do século<br />

XX.<br />

Na música, um exemplo importante que<br />

viveu entre os séculos XVIII e XIX é Chiquinha<br />

Gonzaga. Não foi somente a primeira<br />

chorona (pessoa que toca, compõe ou canta<br />

choro) do Brasil, como também a primeira<br />

mulher a reger uma orquestra no país, a<br />

primeira compositora popular e, de quebra,<br />

ainda compôs a primeira marcha de carnaval<br />

com letra. Juntando o piano com os ritmos<br />

populares, ela conseguiu muito de sua fama,<br />

mas também muitas críticas, pois tocara uma<br />

espécie de maxixe, o que foi considerado<br />

vulgar demais para a elite da época,<br />

c o n t r o l a d a p o r h o m e n s d e g o s t o<br />

supostamente muito refinado.<br />

Na Argentina, décadas depois, estava<br />

Mercedes Sosa, uma cantora muito<br />

envolvida com a libertação e a união da<br />

América Latina, que se posicionava sempre<br />

ao lado do povo indígena e de sua cultura, e<br />

também apoiava organizações socialistas.<br />

Por conta disso, sua música “de luta” era um<br />

problema em um período de ditadura<br />

militar, marcado pela censura, repressão e<br />

modos autoritários.<br />

As mulheres nas Artes Plásticas<br />

Você já ouviu falar em Sofonisba Anguissola?<br />

Saiba que alguns quadros dela foram<br />

confundidos com os de Leonardo da Vinci.<br />

Ela foi a primeira mulher artista a adquirir<br />

fama, sendo reconhecida como uma<br />

excelente retratista. Viveu durante o período<br />

renascentista e foi pintora da corte<br />

espanhola por cerca de 20 anos. Devido aos<br />

limites impostos à mulher do seu tempo, que<br />

não podiam ver pessoas nuas, não pode<br />

realizar as complexas pinturas que<br />

precisavam de modelo vivo.<br />

o Impressionismo foi o primeiro movimento<br />

artístico com integrantes mulheres. Porém,<br />

elas ainda não eram bem vistas em espaços<br />

públicos e na vida noturna. O preconceito<br />

era tão grande que um dos pintores mais<br />

Tarsila do Amaral


celebrados do Impressionismo, Renoir, disse<br />

uma vez: “a mulher artista é ridícula, mas sou<br />

a favor das cantoras e das dançarinas”. Uma<br />

artista que lutou contra as imposições deste<br />

período foi Camille Claudel. Sua arte não era<br />

muito apreciada pelo grande público, em<br />

parte porque diziam que ela copiava Rodin<br />

(seu mestre e com quem teve um<br />

complicado caso de amor) e também por ser<br />

mulher. Abandonada por Rodin e acusada<br />

de imitar seu trabalho, Camille nutriu por ele<br />

um ódio que a levou à loucura. Ela foi<br />

internada à força em um hospício em 1913,<br />

onde permaneceu até o dia de sua morte,<br />

em 1943 (sim, 30 anos!).<br />

Para mencionar outras integrantes que<br />

também participaram do movimento<br />

impressionista temos as pintoras Berthe<br />

Morissot e Mary Cassatt.<br />

A pós impressionista francesa, Suzanne<br />

Valadon, foi a primeira mulher a expor suas<br />

pinturas no Salon des Beaux – Arts de Paris.<br />

Depois, em 1924, participou de exposição<br />

que reuniu as mulheres artistas em Paris,<br />

recolocando-a em evidência. Essa artista<br />

compõe a mostra “Entre Nós”do acervo do<br />

Masp presente no CCBB de Belo Horizonte<br />

que fica em cartaz até 26/06/2017.<br />

No Brasil, a pintoras modernistas mais<br />

comentadas são Tarsila do Amaral e Anita<br />

Malfatti, que participaram ativamente da<br />

Semana de Arte Moderna de 1922. O quadro<br />

Antropofagia de Anita, dedicado a seu<br />

segundo marido, o escritor Oswald de<br />

Andrade, inspirou o importante movimento<br />

antropofágico que “devorava” as tendências<br />

europeias para produzir uma arte brasileira<br />

de verdade.<br />

Outra que merece destaque é Lygia Clark.<br />

Pintora e escultora, foi uma das fundadoras<br />

do Grupo Neoconcreto. Gradualmente,<br />

troca a pintura pela experiência com objetos<br />

tridimensionais. Realiza proposições<br />

participacionais como a série Bichos, de<br />

1960, construções metálicas geométricas<br />

que se articulam por meio de dobradiças e<br />

requerem a coparticipação do espectador.<br />

Nesse ano, leciona artes plásticas no<br />

Instituto Nacional de Educação dos Surdos e<br />

passa a dedicar-se à exploração sensorial em<br />

trabalhos como A Casa É o Corpo, de 1968.<br />

Reside em Paris entre 1970 e 1976, período<br />

em que leciona na Faculté d´Arts Plastiques<br />

St. Charles, na Sorbonne. Nesse período sua<br />

atividade se afasta da produção de objetos<br />

estéticos e volta-se sobretudo para<br />

experiências corporais em que materiais<br />

quaisquer estabelecem relação entre os<br />

participantes. Retorna para o Brasil em 1976;<br />

dedica-se ao estudo das possibilidades<br />

terapêuticas da arte sensorial e dos objetos<br />

relacionais. Sua prática fará que no final da


ESSAS MULHERES...<br />

vida a artista considere seu trabalho definitivamente alheio à arte e próximo à psicanálise. A<br />

partir dos anos 1980 sua obra ganha reconhecimento internacional com retrospectivas em<br />

várias capitais internacionais e em mostras antológicas da arte internacional do pós-guerra.<br />

Também no pique modernista, mas dessa vez no México, outra artista que merece destaque é a<br />

pintora Frida Kahlo. Frida foi uma das primeiras pintoras que expressou a identidade feminina a<br />

partir de sua própria visão como mulher, recusando a visão do ideal feminino pregada pelo<br />

mundo masculino e rompendo tabus, principalmente sobre o corpo e a sexualidade feminina.<br />

Na Copenhage de 1926, a artista feminina que se destaca é Gerda Wegener, retratada no filme<br />

“A Garota Dinamarquesa”, de Tom Hooper. Foi casada com o pintor Einer Wegener, que a partir<br />

de um determinado momento passou a viver como Lili Elbe (inclusive foi o pioneiro na cirurgia<br />

de transgenitalização). Lili foi modelo e musa de Gerda, cujos quadros de retratos femininos<br />

tiveram dificuldade em serem aceitos pela sociedade dinamarquesa. Seu estilo único buscava<br />

retratar a sensualidade e pintou inclusive, temas polêmicos como de mulheres nuas se<br />

masturbando. Gerda foi, sem dúvida, uma artista à frente de seu tempo, que buscava expor<br />

erotismo e sensualidade. Frequentava a vida agitada de Paris, onde morou com Lili e apesar de<br />

ter tido muitas negativas no início de sua carreira, acabou tendo sucesso. Viveu intensamente e<br />

pintou também com muita intensidade.<br />

Lygia Clark


CONHEÇA OS ARTISTAS DA ARCO BH 2017<br />

Desde janeiro lançamos a Edição 2017 da ARCO BH. A mostra é uma coletiva que busca ser uma<br />

grande vitrine de artistas independentes, pretende ser um panorama geral dos caminhos da arte<br />

contemporânea no século XXI. Foram selecionados escultores, desenhistas, gravuristas,<br />

pintores, artistas digitais, fotógrafos de diversos estilos, regiões e nacionalidades. Estarão<br />

presentes portugueses, franceses, mineiros, paulistas, cariocas, paranaenses, baianos e<br />

pernambucanos.<br />

Na ARCO, a exposição é o resultado, mas existem outros elementos que serão destacados:<br />

visibilidade, flexibilidade, democracia, liberdade, estratégia, diálogo, troca de informações e<br />

processos. Existe uma variedade de tendências, técnicas e linguagens. Esta pluralidade sem<br />

barreiras faz da ARCO uma mostra divergente e intrigante.<br />

Os artistas da ARCO BH esperam sua visita e interação no Galpão Paraíso 44, entre os dias 31 de<br />

maio a 10 de junho. Conheça os participantes desta edição tão especial:<br />

ALCIMONE TERRÃO - PE<br />

ALYSON CARVALHO - MG<br />

ÂMAR SOUKI - MG<br />

ANA, BÁRBARA– MG<br />

ANA SENRA - MG<br />

ANDREZA NAZARETH - MG<br />

ANDRÉ ARAÚJO - MG<br />

ARNALDOH MARTIINZ- MG<br />

CARMEN FREAZA - BA<br />

CRISTINA VELOSO - MG<br />

DAVID AGUILAR - MG<br />

D'ASSUNÇÃO - DF<br />

ENIO GODOY - MG<br />

FLÁVIA GOMIDE - MG<br />

FLORENCE JOLY - FRANÇA<br />

FRED MENDES - MG<br />

GEORG VINÉ BOLDT – SP<br />

GORETTI GOMIDE - MG<br />

HENRIQUE MONTEIRO - MG<br />

HONÓRIO RODRIGUES - POR<br />

ISABEL GALERY – MG<br />

IZABEL MELO - PORTUGAL<br />

J. VASCONCELLOS - GO<br />

J. L. MOREIRA – MG<br />

JORGE CABRERA - VEN<br />

JOSÉ AMÂNCIO DE CARVALHO<br />

LEO BRIZOLA - MG<br />

LÍDIA MIQUELÃO PENA- MG<br />

LISIANNY MARINHO - MG<br />

LUCIANA CAMPOS HORTA-MG<br />

LUCIMARY TOLEDO - MG<br />

MARA ULHOA - MG<br />

MARCOS ANTHONY - MG<br />

MARCOS TOLEDO - MG<br />

MARIA NAZARÉ SANTOS - BA<br />

MARILENE BERNARDO - MG<br />

MAX HENRIQUE - MG<br />

NANCY PASSOS - PR<br />

NATI SAÉZ - SP<br />

NORMA VILELA - MG<br />

REGINA DANTAS - RJ<br />

RICO MACIEL - MG<br />

ROBERTA STEHLING - MG<br />

RODRIGO ELOI - MG<br />

SANTTO - MG<br />

SONIA ASSIS - MG<br />

WALTER MULLER- MG<br />

ARTISTAS<br />

ORGANIZADORES:<br />

FERNANDO MEDEIROS<br />

RAQUEL ISIDORO


MERCADO DE ARTE. QUE BICHO É ESSE?<br />

A empresa Latitude tem um projeto muito bacana, com dados setoriais do mercado de arte<br />

brasileiro. SAIBA MAIS<br />

Desde 2015 tem sido desastroso para a política e a economia brasileiras, mas mesmo assim foi<br />

extremamente produtivo para o mercado de arte. De acordo com pesquisa do projeto Latitude<br />

de 2015, uma parceria da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos<br />

(Apex) e a Associação Brasileira de Arte Contemporânea (Abact), as vendas de arte nacional para<br />

o exterior aumentaram 97,4% em 2015 em relação a 2014. Isso representa um total de US$ 66,96<br />

milhões (cerca de R$ 260,47 milhões) em obras de arte vendidas para 25 países.<br />

De acordo com Solange Lingnau, gerente do Latitude, há várias explicações para o aumento na<br />

exportação de arte brasileira. O fato de ser um mercado de luxo é um deles. A outra está na<br />

crescente internacionalização das galerias nacionais. “Entendemos esse aumento, em parte,<br />

como uma maior participação dos espaços brasileiros em feiras internacionais. Isso é algo que<br />

também constatamos na execução do projeto: como apoiamos financeiramente as galerias em<br />

algumas feiras, percebemos que esse número tem aumentado”, explica Solange.<br />

Até aí, tudo bem. Números e dados globais, que confirmam o seguinte: exportar arte não é um<br />

negócio ruim. E também demonstra que é um mercado de luxo, feito para poucos. Mas aí vem a<br />

pergunta crucial: como o artista entra nesse seleto grupo de artistas valorizados? Qual é a<br />

engrenagem ou sistema que seleciona os produtos aprovados pelo establishment?<br />

Em 2016, no auge da crise econômica brasileira, uma tela da artista Beatriz Milhazes foi vendida


MERCADO DE ARTE. QUE BICHO É ESSE?<br />

por 16 milhões de reais na noite de abertura<br />

da SP-Arte. Mas vem de novo a pergunta<br />

básica: qual o critério?<br />

A maior parte dos galeristas, descreve uma<br />

trajetória a ser avaliada da seguinte maneira:<br />

currículo, premiações em salões, um<br />

histórico a ser analisado e o conceito<br />

inovador das obras e a maturidade do<br />

trabalho, além do trabalho ter uma<br />

linguagem dentro da proposta da galeria.<br />

Mas, e aquele critério subjetivo e quase<br />

hermético, porque alguns são escolhidos e<br />

outros não? Mesmo tendo uma carreira de<br />

10 páginas, várias premiações e certificações,<br />

isto não é garantia de aceitação a um círculo<br />

restrito e quase inexpugnável.<br />

O que podemos perceber é que existe um<br />

pequeno grupo que influencia e faz as<br />

escolhas meritórias, baseadas numa<br />

subjetividade, que não pode ser avaliada ou<br />

questionada, em regras pré-estabelecidas.<br />

Não existe um selo de ISSO 9000 para obras<br />

de arte... O mercado de arte tem uma<br />

ausência de parâmetros, ou uma avaliação<br />

subliminar, que não permite uma auditoria<br />

de mérito ou qualidade.<br />

Com certeza, um artista, ou a sua assinatura,<br />

é hoje como uma marca. Em termos de<br />

marketing, ela tem que ser divulgada e<br />

inserida na mídia. Vivemos uma época de<br />

grandes corporações globais dominando o<br />

mercado local e internacional. Grandes<br />

marcas ditam o que é essencial para o<br />

consumo. Isso necessariamente não quer<br />

dizer que tal marca vai te fazer feliz, mas ela<br />

vai dar status, prestígio, vai te destacar em<br />

relação ao resto dos mortais. Dirigir uma<br />

Ferrari, utilizar um iPhone 7, ter um relógio<br />

Rolex, são símbolos de poder e conquista.<br />

Com a arte acontece algo similar. Tal artista<br />

se sobressai, não apenas pelos méritos<br />

estéticos, mas também por um sucesso de<br />

marketing bem planejado. Carreiras são<br />

construídas por um grupo que influencia e<br />

que dita as regras do jogo. São eles: grupos<br />

de investidores em arte, galeristas de peso,<br />

colecionadores, curadores de museus e<br />

salões. Este grupo domina e sanciona quem<br />

está dentro ou fora, influenciando as<br />

cotações. A precificação das obras pode<br />

chegar a valores estratosféricos. É como<br />

manipular a bolsa de valores, só que de uma<br />

maneira muito mais livre, pois a avaliação é<br />

sempre subjetiva e fora de regras rígidas de<br />

mercado. Como auditar uma obra de arte<br />

superfaturada?<br />

I n t e r e s s a n t e e s t a l i s t a d e “ A s 2 4<br />

personalidades do mercado das artes que<br />

você precisa conhecer em 2017”. Link: AQUI<br />

O filme A Corrida da Arte (La Ruée vers l'Art)<br />

foi inspirado no livro “Grandes e pequenos<br />

segredos do mundo da arte”, das jornalistas<br />

Danièle Granet e Catherine Lamour, e mostra<br />

com olhos de leigo curioso o funcionamento


do mercado da arte contemporânea no<br />

mundo.<br />

Acompanhando as escritoras, a diretora<br />

francesa Marianne Lamour passeou pelas<br />

principais feiras de arte do mundo, leilões e<br />

ateliês, conversando com galeristas,<br />

colecionadores e artistas, em situações<br />

muitas vezes desconcertantes, mas<br />

reveladoras do modo como os agentes<br />

desse mercado atuam. Vale a pena assistir<br />

este documentário. LINK DO FILME<br />

Vale a pena ler o livro “O tubarão de 12<br />

milhões de dólares”, de Don Thompson,<br />

para entender melhor os bastidores deste<br />

mercado estranho. A publicação parte de<br />

um outro recorde na área: a venda de "The<br />

Physical Impossibility of Death in the Mind<br />

of Someone Living" (a impossibilidade física<br />

da morte na mente de alguém vivo), um<br />

tubarão num tanque de formol, do inglês<br />

Damien Hirst, por US$ 12 milhões, em 2004.<br />

No livro, Thompson usa o caso para analisar<br />

os negócios da arte com uma terminologia<br />

recorrente do mercado de luxo: a marca.<br />

Para ele, o preço foi conseguido porque o<br />

galerista Larry Gagosian intermediou a<br />

venda da peça, então pertencente ao<br />

colecionador Charles Saatchi.<br />

Então, é isso. Não basta ser um gênio ou<br />

ganhar premiações em 20 salões de arte.<br />

Hoje a arte, assim como todas as atividades<br />

humanas, faz parte de um sistema<br />

manipulado por grupos poderosos e<br />

influentes. Isto não significa que nós artistas<br />

devemos jogar a toalha. Mas com certeza, o<br />

mérito é algo relativo neste jogo de gente<br />

grande. Entender um pouco este intricado<br />

mercado já é um passo importante para os<br />

artistas buscarem suas opções e estratégias<br />

pessoais. E também compreender que sua<br />

assinatura tem que ser trabalhada como uma<br />

marca e ter um plano de marketing forte. Se<br />

sua intenção for essa: entrar de cabeça para<br />

conquistar um espaço no mercado de arte.


ARTISTAS SELECIONADOS<br />

ALCIMONE TERRÃO<br />

ALYSON CARVALHO<br />

ÂMAR SOUKI<br />

ANA BÁRBARA<br />

ANA SENRA<br />

ANDRÉ ARAÚJO<br />

ANDREZA NAZARETH<br />

ARNALDOH MARTIINZ<br />

CARMEN FREAZA<br />

CRISTINA VELOSO<br />

DAVID AGUILAR<br />

D’ASSUNÇÃO<br />

ENIO GODOY<br />

FLÁVIA GOMIDE<br />

FRED MENDES<br />

GEORG VINÉ BOLDT<br />

GORETTI GOMIDE<br />

HENRIQUE MONTEIRO<br />

ISABEL GÁLERY<br />

IZABEL MELO<br />

J. L. MOREIRA<br />

J. VASCONCELLOS<br />

JOSÉ AMÂNCIO DE CARVALHO<br />

2017<br />

ABERTURA 31 DE MAIO (A PARTIR DAS 20 HORAS ABERTO AO PÚBLICO)<br />

Visitação: de segunda a sexta das 14 às 19 horas , sábados e domingos<br />

das 10 às 16 horas • Programação e inscrição para oficinas e palestras<br />

a partir de 15/5 disponível no site oficial www.<strong>arco</strong>bh.com.br e no Galpão.<br />

R. Cachoeira Dourada, 44 - Santa Efigênia - B.Horizonte - MG<br />

LEO BRIZOLA<br />

LÍDIA MIQUELÃO<br />

LISIANNY MARINHO<br />

LUCIANA CAMPOS HORTA<br />

LUCIMARY TOLEDO<br />

MARA ULHOA<br />

MARCOS ANTHONY<br />

MARCOS TOLEDO<br />

MARIA NAZARÉ SANTOS<br />

MARILENE BERNARDO<br />

MAX HENRIQUE<br />

NANCY PASSOS<br />

NATI SAÉZ<br />

NORMA VILELA<br />

REGINA DANTAS<br />

RICO MACIEL<br />

ROBERTA STEHLING<br />

RODRIGO ELOI<br />

SANTTO<br />

SONIA ASSIS<br />

WALTER MULLER<br />

ARTISTAS ESTRANGEIROS<br />

FLORENCE JOLY<br />

HONÓRIO RODRIGUES<br />

JORGE CABRERA<br />

ARTISTAS ORGANIZADORES<br />

FERNANDO MEDEIROS<br />

RAQUEL ISIDORO


evista<br />

REVISÃO<br />

Ana Cecília<br />

FichaTécnica<br />

TÍTULO:<br />

Revista ARCO / Arte & Afins<br />

DIREÇÃO<br />

Diretor Geral: Fernando Medeiros<br />

Diretora de Jornalismo/<br />

Editora Chefe:<br />

Paula G. Moraes<br />

COLABORADORES:<br />

Maria Celi Neto Ferreira<br />

Ygor Radui<br />

Raquel Isidoro<br />

REDAÇÃO /SEDE:<br />

Rua Desembargador Leão Starling, 175 -<br />

B. Ouro Preto - Pampulha<br />

Belo Horizonte - MG - Brasil<br />

medeiros.<strong>arco</strong>bh@gmail.com<br />

31 99150-6329<br />

©Todos os direitos reservados.<br />

Ricardo Cardenas

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