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Revista de Arte Contemporânea Edição 01 2017

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por 16 milhões de reais na noite de abertura<br />

da SP-Arte. Mas vem de novo a pergunta<br />

básica: qual o critério?<br />

A maior parte dos galeristas, descreve uma<br />

trajetória a ser avaliada da seguinte maneira:<br />

currículo, premiações em salões, um<br />

histórico a ser analisado e o conceito<br />

inovador das obras e a maturidade do<br />

trabalho, além do trabalho ter uma<br />

linguagem dentro da proposta da galeria.<br />

Mas, e aquele critério subjetivo e quase<br />

hermético, porque alguns são escolhidos e<br />

outros não? Mesmo tendo uma carreira de<br />

10 páginas, várias premiações e certificações,<br />

isto não é garantia de aceitação a um círculo<br />

restrito e quase inexpugnável.<br />

O que podemos perceber é que existe um<br />

pequeno grupo que influencia e faz as<br />

escolhas meritórias, baseadas numa<br />

subjetividade, que não pode ser avaliada ou<br />

questionada, em regras pré-estabelecidas.<br />

Não existe um selo de ISSO 9000 para obras<br />

de arte... O mercado de arte tem uma<br />

ausência de parâmetros, ou uma avaliação<br />

subliminar, que não permite uma auditoria<br />

de mérito ou qualidade.<br />

Com certeza, um artista, ou a sua assinatura,<br />

é hoje como uma marca. Em termos de<br />

marketing, ela tem que ser divulgada e<br />

inserida na mídia. Vivemos uma época de<br />

grandes corporações globais dominando o<br />

mercado local e internacional. Grandes<br />

marcas ditam o que é essencial para o<br />

consumo. Isso necessariamente não quer<br />

dizer que tal marca vai te fazer feliz, mas ela<br />

vai dar status, prestígio, vai te destacar em<br />

relação ao resto dos mortais. Dirigir uma<br />

Ferrari, utilizar um iPhone 7, ter um relógio<br />

Rolex, são símbolos de poder e conquista.<br />

Com a arte acontece algo similar. Tal artista<br />

se sobressai, não apenas pelos méritos<br />

estéticos, mas também por um sucesso de<br />

marketing bem planejado. Carreiras são<br />

construídas por um grupo que influencia e<br />

que dita as regras do jogo. São eles: grupos<br />

de investidores em arte, galeristas de peso,<br />

colecionadores, curadores de museus e<br />

salões. Este grupo domina e sanciona quem<br />

está dentro ou fora, influenciando as<br />

cotações. A precificação das obras pode<br />

chegar a valores estratosféricos. É como<br />

manipular a bolsa de valores, só que de uma<br />

maneira muito mais livre, pois a avaliação é<br />

sempre subjetiva e fora de regras rígidas de<br />

mercado. Como auditar uma obra de arte<br />

superfaturada?<br />

I n t e r e s s a n t e e s t a l i s t a d e “ A s 2 4<br />

personalidades do mercado das artes que<br />

você precisa conhecer em 2017”. Link: AQUI<br />

O filme A Corrida da Arte (La Ruée vers l'Art)<br />

foi inspirado no livro “Grandes e pequenos<br />

segredos do mundo da arte”, das jornalistas<br />

Danièle Granet e Catherine Lamour, e mostra<br />

com olhos de leigo curioso o funcionamento<br />

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