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O Rio Salvador

Os alunos do 6.º D já demonstravam, no ano letivo passado, preocupações ambientais. Assim, no 5.º ano, na disciplina de Português realizaram um texto colaborativo, ilustrado na disciplina de Educação Visual. O resultado é este livro, que só agora ficou pronto e que aqui partilhamos.

Os alunos do 6.º D já demonstravam, no ano letivo passado, preocupações ambientais. Assim, no 5.º ano, na disciplina de Português realizaram um texto colaborativo, ilustrado na disciplina de Educação Visual. O resultado é este livro, que só agora ficou pronto e que aqui partilhamos.

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O <strong>Rio</strong><br />

<strong>Salvador</strong>


O <strong>Rio</strong> <strong>Salvador</strong><br />

Texto e ilustrações dos alunos do 5.º D<br />

Centro Helen Keller 2015-2016<br />

António<br />

Mariana Lopes<br />

Daniel<br />

Maria<br />

Martim<br />

Leonor<br />

Bernardo<br />

Matilde Tam<br />

Matilde Melo<br />

Miguel<br />

Beatriz<br />

Lara<br />

Rafael<br />

Rodrigo<br />

Tiago Louro<br />

Mariana Ribeiro<br />

Tiago Henriques<br />

Francisco<br />

Carolina<br />

Duarte<br />

Luísa


Naquela floresta, havia uma grande<br />

biodiversidade.<br />

Diferentes espécies de animais viviam<br />

nas árvores, debaixo da terra,<br />

em tocas, em pequenas grutas por<br />

detrás das pedras. O solo era fértil e<br />

cresciam lá muitas flores.<br />

Ficava num lugar<br />

escondido,<br />

nunca antes visto<br />

por ninguém.<br />

Atrás de uma cascata que dava para uma<br />

lagoa, vivia um lobo cinzento, com focinho<br />

prateado e patas pretas. Muito alto e magro,<br />

o lobo metia medo aos animais. Quando ele<br />

aparecia, todos se escondiam.<br />

Era por isso<br />

que ele era tímido,<br />

achava que<br />

ninguém gostava<br />

dele.


Ele tinha-se habituado a viver sozinho, mas<br />

todas as noites subia ao cimo de um monte<br />

e uivava à lua, para desabafar os seus sentimentos.<br />

Na árvore mais antiga<br />

da floresta, num<br />

buraco do tronco, vivía<br />

um esquilo de olhos<br />

grandes e patas rápidas.<br />

O esquilo era muito<br />

bom observador, estava<br />

sempre atento e<br />

tinha-se tornado no<br />

vigilante da floresta.


Numa tarde quente de verão, os animais<br />

estavam cheios de calor. O chão estava a<br />

escaldar, as pedras aqueciam ao sol, até as<br />

folhas das árvores se bronzeavam.<br />

O esquilo andava à procura de bolotas, mas<br />

não encontrava nenhuma.<br />

Por isso, afastou-se um pouco para mais<br />

perto da cidade. A certa altura, ouviu um barulho<br />

muito alto, parecido com um urso a ressonar.<br />

Aproximou-se e viu uma máquina enorme,<br />

que deitava fumo por um tubo velho.


A máquina despejou o lixo numa<br />

clareira. Misturados com vários objetos<br />

partidos, o esquilo viu muitos<br />

estilhaços de vidro, que brilhavam<br />

ao bater do sol. Seguiu o seu caminho<br />

e voltou para dentro da floresta.<br />

Quando a tarde estava quase a<br />

chegar ao fim e os animais se estavam<br />

a abrigar nas suas tocas, o lobo<br />

preparava-se para ir até ao monte<br />

onde costumava falar com a lua.<br />

A meio do caminho, sentiu nas suas<br />

narinas um cheiro a bolotas queimadas.<br />

À medida que andava, o cheiro<br />

tornava-se cada vez mais forte. Enquanto<br />

o sol se punha, os animais<br />

começaram a espreitar das suas tocas.<br />

O chão parecia aceso, vermelho e<br />

a piscar, também havia fumo à volta<br />

das árvores.<br />

A floresta estava a arder!


Os animais começaram a<br />

entrar em pânico e a correr<br />

tresloucadamente em todas<br />

as direções. O lobo correu o<br />

mais depressa possível até<br />

ao cimo do monte.<br />

- Lua, ahu ahu, lua, que<br />

consegues mover as marés,<br />

peço-te, traz a tua amiga<br />

chuva para perto de nós.<br />

Ahuhu!<br />

A floresta vai desaparecer!<br />

– uivou o lobo.


Logo depois, o esquilo estava ao pé do rio.<br />

Não sabia o que fazer, já se viam chamas<br />

por todo o lado. Olhava para os animais:<br />

ursos, coelhos, raposas, veados…<br />

Estavam desesperados.<br />

Até que lhe surgiu uma ideia: os animais<br />

podiam tentar desviar as águas do rio com<br />

troncos de árvore e pedras.<br />

Talvez assim conseguissem combater o fogo.<br />

O esquilo aproximou-se<br />

do castor<br />

e pediu-lhe:<br />

- Castor, precisamos<br />

da tua ajuda.


Corta troncos de<br />

árvores com as tuas<br />

dentolas.<br />

- Talvez o rio nos<br />

possa salvar deste incêndio.<br />

Todos os animais<br />

começaram a atirar<br />

pedras, troncos e terra<br />

para desviar o rio.<br />

Mostra aos animais<br />

como se desviam<br />

as águas.<br />

Era um trabalho<br />

quase impossível.


A certa altura, o lobo, do alto do monte,<br />

apercebeu-se que o que bloqueava aquele<br />

caminho era um pedregulho<br />

gigante.<br />

Se fosse retirado, ía resolver<br />

o problema.<br />

Desatou a correr e desceu<br />

até ao rio, avisando os animais.


Animais,<br />

vamos pôr<br />

esse tronco debaixo<br />

do rochedo.<br />

Quando eu disser<br />

“três”, saltem todos<br />

em cima do<br />

tronco!<br />

Finalmente, os animais conseguiram desviar<br />

o curso das águas. O incêndio apagou-se<br />

com o rio.<br />

A partir desse dia, os animais passaram a<br />

gostar do lobo.<br />

Todas as noites, quando o lobo ía uivar à<br />

lua, os animais acompanhavam-no.


E aquele rio ficou a chamar-se<br />

“<strong>Rio</strong> <strong>Salvador</strong>”.

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