Revista LiteraLivre 3ª edição (versão 1)
3ª Edição da Revista LiteraLivre, uma revista virtual e ecológica, criada para unir autores que escrevem em Língua Portuguesa em todo o mundo. 3nd Edition of LiteraLivre Magazine, a virtual and ecological magazine, created to bring together authors who write in Portuguese throughout the world. Http://cultissimo.wixsite.com/revistaliteralivre/comoparticipar
3ª Edição da Revista LiteraLivre, uma revista virtual e ecológica, criada para unir autores que escrevem em Língua Portuguesa em todo o mundo.
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<strong>LiteraLivre</strong> nº 2<br />
aquilo.<br />
O assunto predominante no lugarejo passou a ser o raio-x e o<br />
bendito manual.<br />
Felizmente, quando de uma das idas do Seu Aureliano a Belo<br />
Horizonte, a serviço do Banco – levando numerário, costume da época -,<br />
e como tinha ótimos contatos na Capital, veio de lá com um manual,<br />
mas sob a condição de logo ser levado de volta.<br />
Não era de uma hora para outra que as pessoas iriam assimilar<br />
as instruções para manobrar o raio-x, e o jeito foi extrair uma cópia, e<br />
datilografada!<br />
Mais de dois meses o tempo que levei para levar a termo a<br />
bendita cópia. Numa noite eu datilografava, e na seguinte meu pai<br />
conferia comigo, aquele rigor, coisa demorada, ainda mais que havia uns<br />
termos em outro idioma, creio que em alemão.<br />
No sábado depois do expediente e no domingo eu dava<br />
continuidade à lida. Depois, aquela rotina da conferência. Teve vez que<br />
precisei refazer inúmeras folhas, pois saltara umas linhas.<br />
À medida que ia fazendo as cópias, logo as levava, e as Irmãs<br />
e o Seu Barbosa, o tal enfermeiro prático, punham-se a estudar o<br />
funcionamento do aparelho.<br />
Até que enfim cheguei ao final da empreitada.<br />
Já bastante familiarizado com o assunto, curioso, ao lado de<br />
uma das Irmãs e do Seu Barbosa, passei também a ensaiar no manejo<br />
do já famoso e comentado raio-x.<br />
----------------<br />
Era um domingo ali pelas dez da manhã. Atento ao trabalho do<br />
inventário dos indigentes, vi-me despertado pelos gritos da Irmã<br />
Catarina, gaúcha de descendência italiana, linguajar diferente do nosso,<br />
esbaforida pelo corredor afora!<br />
-Veni quá ! Veni quá! O Sinhore Barbosa nom está bene!<br />
Saímos em disparada, atravessamos a rua e fomos lá para o<br />
pavilhão do raio-x, onde ele tinha ido lidar com o dito cujo e fazer umas<br />
chapas num acidentado da área rural.<br />
Caído, e molhadinho de suor, o corpo repuxando e a boca<br />
espumando, parecia nas últimas.<br />
Nisso, foi chegando mais gente, que o levou para a enfermaria.<br />
E deitado e como que travado com umas correias em cima de<br />
uma espécie de maca, um velhinho gemia que gemia, coitado, tentando<br />
se desvencilhar daquilo tudo. Fiz o que pude para me entender com ele,<br />
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