01.06.2017 Views

Jornal Floresta - Maio

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

4 BAIRROS<br />

O SEU JORNAL DE BAIRRO<br />

www.jornalfloresta.com.br<br />

BAIRRO<br />

DIONIO KOTZ<br />

PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DOS MORADORES<br />

E AMIGOS DO BAIRRO INDEPENDENCIA<br />

SEGURANÇA FOI A PAUTA<br />

Em assembleia realizada no dia 22, nas dependências<br />

do Colégio Marista Rosário, a Associação dos Moradores<br />

e Amigos do Bairro Independência teve como pauta predominante<br />

a segurança. Com a presença do Sargento<br />

Flávio, da 3ª do 9°BPM, representando a Brigada Militar,<br />

foram relatados os fatos e situações mais graves vividas<br />

pelos moradores como os assaltos, roubos de carros, arrombamento<br />

de carros e pequenos furtos. Foram debatidos<br />

temas atuais. Algumas sugestões começaram a surgir no<br />

sentido de encontrarmos alguns caminhos para melhorar a<br />

situação, como criar um grupo no “whatsapp” para auxiliar<br />

na comunicação e informação sobre ocorrências, situações<br />

ou indivíduos suspeitos. Foi solicitada, também, uma presença<br />

mais efetiva e ostensiva por parte da brigada, principalmente<br />

nas ruas André Puente, Gonçalo de Carvalho e<br />

Independência por serem os pontos com maior número de<br />

problemas. Algumas outras formas como a interligação de<br />

câmeras de empresas privadas com as públicas também<br />

foram debatidas, mas carecem de mais informações e estudos<br />

de viabilidade. Foi apresentado o relatório financeiro e<br />

definida a manutenção da anuidade dos sócios para o ano<br />

de 2017, ficando o valor em R$ 50,00 por mais um ano, visto<br />

que as despesas da entidade, em função de uma gestão<br />

austera da atual diretoria, tem sido de pequena monta.<br />

Em um debate sobre novos projetos e objetivos foram<br />

sugeridas ações para melhorar as calçadas, incentivar o<br />

comércio do bairro e aproximar-se da Amabi.<br />

A Associação Cristã Feminina chamou atenção para os<br />

60 anos que a entidade irá comemorar em novembro deste<br />

ano e convidou a Amabi para realizar uma das suas reuniões<br />

em sua sede. Foi também lembrado o evento “UFCSPA<br />

Acolhe” da Universidade Federal de Ciências da Saúde de<br />

Porto Alegre, situada na Rua Sarmento Leite, n. 245, no<br />

Centro Histórico, ficando o convite para uma visita às suas<br />

dependências, que são muito bonitas.<br />

Filie-se a Amabi e ajude a tornar o nosso bairro melhor.<br />

AMIZADE QUE UNE CONTINENTES<br />

UMA PORTO-ALEGRENSE QUE MOSTROU AOS IMIGRANTES AFRICANOS QUE O BRASIL É UM PAÍS SOLIDÁRIO<br />

O SENEGALÊS DIASSE DIAGNE E ELCY POLI, MOSTRAM QUE É POSSÍVEL RECEBER BEM IMIGRANTES E SERVEM DE EXEMPLO.<br />

A situação dos imigrantes africanos em Porto Alegre<br />

não é das melhores. Os milhares que deixaram seus<br />

países algumas vezes tentam em sub empregos buscarem<br />

seu sustento nas ruas da capital e sobrevivem mesmo<br />

sendo muitas vezes discriminados e rejeitados por parte<br />

da população local. Até mesmo maltratados eles resistem<br />

a indiferença e tentam aqui melhores condições de<br />

trabalho e de moradia que em seus países de origem.<br />

Ao contrario de uma maioria em determinadas situações<br />

fala mais alto a solidariedade e o amor pelo próximo.<br />

Foi o caso da Sra Elcy Copetti Poli, que mora na Av.<br />

Cristóvão Colombo, bem próximo a rua Dr. Timóteo, no<br />

bairro <strong>Floresta</strong>. No alto de seus 80 anos e morando há<br />

52 anos na região ela desde os primeiros imigrantes que<br />

conviveu nos últimos anos sempre procurou um gesto de<br />

carinho quando os encontrava pelas esquinas ao venderem<br />

seus produtos eletrônicos ou outros. “Eles vieram<br />

em busca de uma vida melhor aqui e não tem porque<br />

não sermos pelo menos solidários e não maltratá-los”,<br />

lembra ela. Ela conta que um dia levou um lanche para<br />

uma moça, de nome Alima, e sentou-se ao seu lado para<br />

conversar, fazendo amizade. “Tiramos uma foto e perdi<br />

o contato com ela. “Outro dia um compatriota dela me<br />

identificou na saída de um supermercado pela foto e me<br />

passou o recado que ela queria comunicar que estava<br />

bem, morando na Austrália e agradecer sua mãe brasileira.<br />

Dona Elcy conta que em outra situação observava<br />

um rapaz que cruzava sua porta com desenhos em cadernos<br />

embaixo dos braços, todos os dias, e passava rapidamente<br />

pelo seu prédio. “Resolvi abordar e saber o que<br />

seriam aqueles desenhos que pareciam relacionar-se a<br />

moda. Minha surpresa foi que Ndiasse Diagne, um senegalês<br />

que hoje está come 43 anos, e há pouco mas de três<br />

anos morando em Porto Alegre, era um profissional da<br />

área em seu país e buscava aqui aperfeiçoar-se fazendo<br />

cursos em uma escola no bairro Higienópolis”, conta ela.<br />

Determinação<br />

Diagne que gentilmente concedeu entrevista ao<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Floresta</strong> , em uma praça próxima onde sempre<br />

costuma passar rumo aos seus cursos, conta que trabalha<br />

a noite em pizzaria da região e busca no segmento da<br />

moda seu aperfeiçoamento. “Faço cursos nos períodos<br />

que tenho livre, já me formei em cinco deles, como corte<br />

e costura, couro, e outros. Continuo me aperfeiçoando<br />

para quem sabe, no futuro poder ter um atelier de moda<br />

aqui”, sonha ele. Morando no bairro São Geraldo com<br />

amigos que também vieram do Senegal ele lembra que<br />

Dona Elcy é a mãe brasileira. “Ela foi sempre muito gentil<br />

comigo e não posso reclamar do tratamento que recebi<br />

no Brasil, sempre foi com educação”. Tendo seu forte no<br />

desenho de peças e criação de roupas Diagne dá também<br />

aulas de bordado em máquinas na escola onde começou<br />

a estudar. “Hoje tenho uma atividade na pizzaria que garante<br />

meu sustento e minha permanência por aqui, mas<br />

quero pode trabalhar no que mais gosto que é a moda e<br />

a criação de roupas. Estou me qualificando e tive sorte<br />

de contar com pessoas generosas e que acreditaram no<br />

meu potencial. Para Ndiasse encontrar sempre a amiga<br />

brasileira é uma alegria. “Espero poder compartilhar<br />

com ela minhas conquistas”, observou. “Ele é muito esforçado,<br />

perguntei a primeira vez onde ia tão apressado e<br />

ele respondeu que seguia a pé, do São Geraldo até a rua<br />

Dom Pedro II, para fazer seus cursos e assim economizar<br />

para poder investir mais em seu aprimoramento. Este é<br />

um exemplo de determinação para muitos brasileiros, e<br />

merece nosso respeito e admiração”, conclui ela, orgulhosa<br />

de seus filhos estrangeiros adotados nas esquinas<br />

do bairro <strong>Floresta</strong>.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!