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16 | TORRE DE VIGIA | SÁB 1 OUT 2016<br />

R E P O R T A G E M<br />

Selvagens estão mais civilizadas<br />

e até já se pode “postar selfies”<br />

As ilhas Selvagens<br />

são o território<br />

português mais a<br />

sul do planeta. Ao<br />

longo dos anos,<br />

têm sido instalados<br />

um conjunto de<br />

serviços que não só<br />

melhoram as<br />

condições para<br />

quem lá está e vigia<br />

toda a área, como<br />

reforça e cimenta a<br />

presença e<br />

soberania<br />

portuguesa<br />

naquele território.<br />

Foi necessário recorrer a uma empresa de satélites para conseguir instalar a “net” nas Selvagens.<br />

SELVAGENS<br />

Alberto Pita<br />

albertopita@jm-madeira.pt<br />

gens estão agora ligadas a tudo,<br />

tecnologicamente considerando,<br />

ao ponto de permitirem que<br />

quem esteja lá possa “postar<br />

selfies” diariamente no Instagram<br />

ou no Facebook.<br />

Sim, as Selvagens já têm Internet.<br />

Mas instalar a “web” num território<br />

tão inóspito quanto aquele<br />

subarquipélago não tem nada<br />

de semelhante ao processo a<br />

que a maioria dos madeirenses<br />

está habituada a assistir nas<br />

suas casas.<br />

A começar por quem a instalou.<br />

Foi necessário recorrer a<br />

uma empresa de satélites para<br />

conseguir ultrapassar a complexidade<br />

do desafio que havia<br />

pela frente. A Eutelsat – única<br />

empresa portuguesa que coloca<br />

satélites no espaço – assumiu o<br />

As ilhas Selvagens já não<br />

estão no meio do nada.<br />

Deixaram de ser aqueles<br />

pontos minúsculos próximos<br />

a Canárias, que<br />

os vizinhos espanhóis costumam<br />

classificar de forma “interesseira”<br />

de rochedos, e que<br />

estavam desligados do mundo,<br />

como se fossem algo à parte.<br />

Hoje, as Selvagens estão mais<br />

civilizadas.<br />

Além dos vigilantes, do posto<br />

de Correios e dos polícias marítimos<br />

– agora são dois e de<br />

forma permanente -, as Selvaprojeto.<br />

A Eutelsat tem origem<br />

francesa, mas tem uma filiada<br />

em Portugal, instalada na Zona<br />

Franca da Madeira desde 2010.<br />

Na altura, investiu 86 milhões<br />

de euros para ter sede na Região.<br />

Os funcionários desta empresa<br />

tiveram de fazer três a quatro<br />

deslocações – cada viagem (uma<br />

ida ou uma volta) tem a duração<br />

de 11 a 13 horas – no navio da<br />

Armada Portuguesa até que o<br />

processo de instalação da Internet<br />

estivesse concluído.<br />

As Selvagens ligaram-se à<br />

“web” precisamente no dia em<br />

que o Presidente da República<br />

estava a visitar as ilhas, a 30 de<br />

agosto deste ano, mas o “feito”<br />

passou praticamente despercebido,<br />

dado o domínio noticioso<br />

que a presença de Rebelo de<br />

Sousa tomou.<br />

Curiosamente, os jornalistas<br />

foram dos primeiros a utilizar<br />

a rede. Com o tempo escasso e<br />

a dificuldade de se conectar às<br />

redações em pleno Oceano<br />

Atlântico, a recém-instalada Internet<br />

foi “ouro sobre azul” para<br />

os profissionais da comunicação<br />

social, que viram nesta possibilidade<br />

uma alternativa ligeiramente<br />

mais desafogada ao rígido<br />

tempo da partida do helicóptero<br />

que trouxe e levou o chefe de<br />

Estado. A comitiva que acompanhou<br />

o Presidente da República<br />

às Selvagens deslocou-se<br />

no NRP “D. Francisco de Almeida”,<br />

mas Marcelo Rebelo de Sousa<br />

e as mais altas individualidades<br />

regionais viajaram no helicóptero<br />

Merlin.<br />

Dadas as enormes limitações<br />

nas comunicações – o navio não<br />

tem Internet ou não funciona<br />

para civis -, a comitiva presidencial<br />

deu a possibilidade de<br />

os jornalistas poderem mandar<br />

os seus trabalhos no helicóptero.<br />

A maioria – televisão, rádios e<br />

alguns jornais - usou esse recurso,<br />

mas a recém-instalada<br />

“net” permitiu que outros jornalistas<br />

da imprensa mandassem<br />

por e-mail. Sendo textos<br />

“word”, e por isso menos pesados,<br />

vários aproveitaram a nova<br />

possibilidade, beneficiando dessa<br />

ligeira vantagem.<br />

POLÍCIAS MARÍTIMOS<br />

Quando a Internet chegou às<br />

Selvagens, já a equipa da Polícia<br />

Marítima estava a terminar a<br />

sua primeira missão e a preparar-se<br />

para apanhar boleia para

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