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COACHING E MENTORING

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GEP_OSASCO_10N<br />

<strong>COACHING</strong> E <strong>MENTORING</strong><br />

–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––<br />

Prof: DANIELA DO LAGO, Ms.<br />

DIREITOS AUTORAIS<br />

Todos os direitos em relação ao design deste material didático são reservados à Fundação Getulio Vargas.<br />

Todos os direitos quanto ao conteúdo deste material didático são reservados ao (s) autor (es).


1<br />

Sumário<br />

1. PROGRAMA DA DISCIPLINA ........................................................................... 2<br />

1.1 EMENTA ........................................................................................................ 2<br />

1.2 CARGA HORÁRIA TOTAL .................................................................................. 2<br />

1.3 OBJETIVO DO CURSO ...................................................................................... 2<br />

1.4 METODOLOGIA ............................................................................................... 2<br />

1.5 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO .............................................................................. 2<br />

1.6 BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA ......................................................................... 2<br />

CURRICULUM VITAE DO PROFESSOR ...................................................................... 3<br />

1.7 CONTATOS COM A PROFESSORA ....................................................................... 3<br />

2. INTRODUÇÃO ................................................................................................. 4<br />

3. <strong>COACHING</strong> – O QUE É? QUAL A SUA FUNÇÃO? ................................................ 5<br />

3.1 LIFE <strong>COACHING</strong> .............................................................................................. 5<br />

3.2 <strong>COACHING</strong> EXECUTIVO ................................................................................... 5<br />

3.3 O QUE NÃO É <strong>COACHING</strong> ................................................................................. 5<br />

3.4 O PROCESSO ................................................................................................. 5<br />

3.5 BENEFICIOS ................................................................................................... 6<br />

3.6 ORGANIZAÇÕES QUE APRENDEM ...................................................................... 6<br />

3.6.1 DESAFIOS E SATISFAÇÃO ............................................................................. 7<br />

3.7 GESTAO ANTIGA X GESTÃO DE ALTA PERFORMANCE ........................................... 8<br />

3.8 PAPÉIS DO LÍDER-COACH ................................................................................ 9<br />

3.9 GANHOS ...................................................................................................... 10<br />

3.9.1 GANHOS DO LIDERADO E DO LIDER ............................................................. 10<br />

3.10 MITOS E VERDADES DO <strong>COACHING</strong> ............................................................... 11<br />

4. FEEDBACK ..................................................................................................... 23<br />

4.1 BRONCA INEFETIVA ...................................................................................... 24<br />

4.2 PERMISSIVIDADE INEFETIVA .......................................................................... 24<br />

4.3 FEEDBACK INEFETIVO ................................................................................... 26<br />

4.4 FEEDBACK E ASSÉDIO MORAL ....................................................................... 26<br />

4.5 FEEDBACK EFETIVO ..................................................................................... 29<br />

5. ANEXOS ........................................................................................................ 35<br />

Coaching e Mentoring


2<br />

1. PROGRAMA DA DISCIPLINA<br />

1.1 EMENTA<br />

Processo de Coaching. Processo de Mentoring. Impactos no desenvolvimento pessoal e<br />

profissional. Relação entre Coaching & Mentoring.<br />

1.2 CARGA HORÁRIA TOTAL<br />

24 horas/aula<br />

1.3 OBJETIVO DO CURSO<br />

Capacitar os profissionais que atuam em diversos ramos de negócios a<br />

compreender a gestão de pessoas no desenvolvimento de empresas modernas e<br />

competitivas;<br />

Proporcionar aos alunos oportunidade de refletirem sobre os principais<br />

passos e melhores caminhos para um trabalho efetivo nas organizações;<br />

Fornecer aos alunos as informações e ferramentas necessárias para uma<br />

boa atuação na empresa;<br />

Estimular a reflexão sobre a importância do desenvolvimento contínuo da<br />

liderança, dos aspectos motivacionais e do comprometimento de equipe;<br />

1.4 METODOLOGIA<br />

As aulas serão desenvolvidas através de uma abordagem vivencial, baseada no conceito<br />

de que os alunos podem construir um novo conhecimento a partir das idéias e<br />

experiências que já possuem.<br />

Trata-se de uma aprendizagem direcionada para a prática, na qual os alunos podem<br />

compartilhar sua experiência e experimentar a sua participação, refletindo sobre suas<br />

atitudes e comportamentos.<br />

A fundamentação metodológica será feita através de jogos vivenciais, dinâmicas de<br />

grupo, discussão de casos e análise de filmes.<br />

1.5 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO<br />

A avaliação será combinada com os alunos, baseada em trabalhos e provas, obedecendo<br />

às exigências da FGV e seus conveniados.<br />

1.6 BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA<br />

COVEY, Stephen R. Liderança Baseada em Princípios. 3 ed. Rio de Janeiro:<br />

Campus, 1994<br />

COVEY, Stephen R. Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes. 5 ed. São<br />

Paulo: Best Seller, 2000<br />

COVEY, Stephen R. O 8 hábito. Rio de Janeiro: Campus, 2005.<br />

Coaching e Mentoring


3<br />

BENNIS, Warren. A Formação do Líder. São Paulo: Atlas, 1996.<br />

LAGO, Daniela do. Despertar Profissional: Dicas práticas de comportamento no<br />

trabalho. São Paulo: Integrare Editora, 2014.<br />

MAXWELL, John. O líder 360 graus. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2007.<br />

ROBBINS, Stephen P. Comportamento Organizacional. São Paulo: Pearson,<br />

2005.<br />

ULRICH, Dave. Recursos Humanos Estratégicos. São Paulo: Futura, 2000.<br />

ULRICH, D., ULRICH, W. Por que trabalhamos. Porto Alegre: Bookman, 2011.<br />

ULRICH, D., SMALLWOOD, N., SWEETMAN, K.. O Código da Liderança. Rio de Janeiro:<br />

Best Seller, 2009.<br />

Curriculum vitae do Professor<br />

Mestre em Administração com foco em Comportamento Organizacional pela Universidade<br />

Municipal de São Caetano do Sul, possui MBA em Marketing pela FGV e Bacharel em<br />

Administração pela Fundação Santo André.<br />

Experiência profissional de mais 13 anos atuando com Gestão de Pessoas em diversas<br />

empresas. Com formação Internacional em Coaching e especialização para Liderança,<br />

atua como Coach Executivo e Desenvolvimento de Carreira.<br />

Em 2014 lançou o livro DESPERTAR PROFISSIONAL, pela Editora Integrare, que contém<br />

dicas práticas de comportamento no trabalho.<br />

Colunista fixa do UOL Empregos, o mais visitado portal de noticias do Brasil para temas<br />

de comportamento corporativo. Apresenta dicas semanais sobre Coaching e Carreira no<br />

programa de Radio Transnotícia, veiculado também pela internet.<br />

Autora de diversos artigos acadêmicos publicados em congressos e revistas no Brasil e<br />

exterior, é colunista de vários sites, revistas e jornais. Teve seu projeto publicado no<br />

livro “Os melhores projetos de MBA de 2002” pela FGV.<br />

Professora dos cursos de MBA da Fundação Getúlio Vargas desde 2007 para as disciplinas<br />

de Gestão de Pessoas, Comportamento Organizacional, Comunicação e Relacionamento<br />

Interpessoal.<br />

Ganhadora do prêmio “Líder Empreendedor 2010” fornecido pelo Congresso de Recursos<br />

Humanos FONATE.<br />

1.7 CONTATOS COM A PROFESSORA<br />

E-mail: daniela@danieladolago.com.br<br />

www.danieladolago.com.br / twitter: @daniela_lago / Instagram: @danieladolago<br />

Coaching e Mentoring


4<br />

2. INTRODUÇÃO<br />

Gestão de Pessoas é um tema da maior importância. Primeiro, porque é no interior das<br />

empresas que passamos a maior parte de nossas vidas. Segundo, porque as empresas<br />

podem ser tudo, mas nada serão se não houver pessoas que definam a visão e o<br />

propósito, as estruturas e estratégias, a realizar esforços de marketing, administrar<br />

recursos financeiros, a estabelecer metas de produção, definir preços e tantas outras<br />

decisões e ações.<br />

Dito de outra maneira, empresas não nascem da terra. Elas são construções sociais,<br />

sendo assim penetrar na sutileza das interações humanas e tentar desvendar-lhes é de<br />

extrema relevância para que se possamos entender o mundo dos negócios e nele atuar<br />

de forma consequente.<br />

Esta apostila tem caráter prático e privilegia metodologia interativa. Apresento<br />

teorias e conceitos, histórias do cotidiano, informo sobre teóricos de diversas áreas e<br />

estudiosos de administração e suas obras.<br />

Espero que na reflexão sobre o tema Gestão de Pessoas você tenha a oportunidade de se<br />

autodesenvolver, uma vez que sabemos que o adulto é agente de seu próprio<br />

desenvolvimento.<br />

Coaching e Mentoring


5<br />

3. <strong>COACHING</strong> – O QUE É? QUAL A SUA FUNÇÃO?<br />

Coaching é um processo de desenvolvimento pessoal e profissional que promove<br />

mudança de comportamentos e atitudes em função de um objetivo desejado.<br />

É um processo de parceria e aprendizado, que ajuda a pessoa a criar consciência para<br />

mudar e caminhar na direção daquilo que deseja, recebendo a todo momento o apoio do<br />

coach, para que se torne e seja o melhor que puder ser.<br />

Durante o processo, a pessoa descobre seu potencial, melhora sua performance, amplia<br />

sua visão, foca no futuro e enxerga as diversas possibilidades existentes para alcançar<br />

tudo aquilo que deseja.<br />

O Coaching possui duas abordagens diferentes: O Life Coaching e o Coaching Executivo<br />

ou de Liderança.<br />

3.1 LIFE <strong>COACHING</strong><br />

No life coaching é trabalhado o nível de SATISFAÇÃO da pessoa com a própria vida. O<br />

objetivo é encorajar o coachee a ir além dos limites que ele mesmo impôs, para<br />

realizar o seu potencial total na vida e ajuda-lo a ter a melhor vida que ele pode ter.<br />

3.2 <strong>COACHING</strong> EXECUTIVO<br />

O coaching executivo ajuda a pessoa a reorientar suas atitudes na empresa, para que<br />

estejam alinhadas aos seus talentos, preferências, objetivos, valores e missão de vida,<br />

visando um maior equilíbrio entre vida pessoal e profissional, bem como a evolução de<br />

sua carreira.<br />

Trata-se de uma metodologia prática e objetiva, com fundamentação específica para<br />

apoiar as pessoas que querem descobrir suas metas e saber de que forma poderão<br />

alcançá-las, fazendo planejamento e criando ações na direção dos seus objetivos.<br />

3.3 O QUE NÃO É <strong>COACHING</strong><br />

Não é Psicoterapia, cujo foco é o de ajudar o indivíduo a alcançar um maior<br />

equilíbrio psicológico, buscando no passado explicações para os “porquês”;<br />

Não é Mentoring, cuja relação entre mentor e cliente é de inspiração e exemplo,<br />

na qual o mentor, através de sua experiência, oferece modelos a serem seguidos;<br />

Não é Aconselhamento de Carreira, cujo objetivo é orientar os profissionais de<br />

acordo com o mercado onde estão inseridos.<br />

3.4 O PROCESSO<br />

O processo de coaching se dá através de 10 a 12 reuniões individuais, semanais ou<br />

quinzenais que ocorrem por telefone, skype ou presencial e duram cerca de 60 minutos.<br />

Coaching e Mentoring


6<br />

3.5 BENEFICIOS<br />

Esses são alguns dos benefícios que você pode obter de um processo de coaching:<br />

Iniciativa de mudanças;<br />

Direção e clareza em relação às metas;<br />

Alcançar seus objetivos pessoais e profissionais;<br />

Planejamento da carreira;<br />

Mais energia, equilíbrio e satisfação entre vida pessoal e profissional;<br />

Melhoria nas relações pessoais e profissionais;<br />

Superar bloqueios, medos, ansiedade e as convicções limitantes;<br />

Aprimoramento na habilidade de comunicação;<br />

Aumento de sua performance profissional e maior satisfação no trabalho;<br />

Ampliação da autoestima e da autoconfiança;<br />

Mais energia e aumento da motivação;<br />

Sucesso.<br />

E quando começar este processo?<br />

Se você está:<br />

Aberto para aprender mais sobre você mesmo;<br />

Determinado a utilizar seu potencial interno;<br />

Pronto para criar mudanças em sua vida; e<br />

Disposto a viver de acordo com seus valores essenciais.<br />

3.6 ORGANIZAÇÕES QUE APRENDEM<br />

O termo Learning Organizations (Organizações que aprendem), criado por Peter Seng<br />

(Quinta Disciplina) define o conceito do modelo de gestão por aprendizagem.<br />

A idéia aqui é que as empresas sejam consideradas organismos vivos que evoluem e<br />

melhoram e, assim se adaptam melhor ao meio ambiente. Bem diferente de se ver<br />

empresas como entidades estáticas, com hierarquias criadas apenas para desdobrar<br />

ordens para serem cumpridas pelos vários escalões.<br />

Uma learning organization tem a vantagem de aprender com os próprios erros,<br />

questionar-se, criar sistemas e processos melhores para gerar mais eficiência e, acima<br />

de tudo, maior adaptabilidade em um mercado onde quem se adapta mais rápido às<br />

mudanças tem maior probabilidade de sucesso.<br />

A empresa que usa modelo de aprendizado, cujo líder age como coach de seus liderados,<br />

cria um ambiente para que o aprendizado em si ocorra de forma acelerada. Quanto mais<br />

acelerado for este aprendizado, mais rápida será a adaptação às mudanças. Em<br />

mercados onde padrões de excelência, exigências, tecnologias, preferências e produtos<br />

mudam com frequência; quem demorar para se adaptar não vai ser competitivo o<br />

suficiente para sobreviver.<br />

Coaching e Mentoring


A “empresa” é uma entidade virtual, ela só existe através das pessoas, ou seja,<br />

organizações que aprendem só se tornam realidade quando se constrói a cultura de<br />

pessoas que aprendem. O trabalho é individual, realizado a partir do modelo de gestão<br />

do líder para com seus liderados. O líder-coach proporciona este modelo de aprendizado<br />

e gera esta cultura, que vai se tornando um hábito no dia-a-dia.<br />

3.6.1 DESAFIOS E SATISFAÇÃO<br />

O processo de coaching tem a função principal de promover o aprendizado e o<br />

desenvolvimento. Quais benefícios isso gera? A empresa tem o benefício de ter equipes<br />

de alta performance, o que constrói melhores resultados de forma mais eficiente, além<br />

de reter pessoas alinhadas com os objetivos empresariais.<br />

7<br />

Os liderados têm o benefício de se tornarem pessoas mais bem preparadas para lidar<br />

com mudanças e adversidades, usando mais de seu potencial e desenvolvendo sua<br />

própria capacidade de liderança.<br />

Nas pesquisas sobre estados de experiência máxima, o psicólogo e consultor húngaro<br />

Csikszentmihalyi mostra que uma das principais fontes de satisfação do ser humano está<br />

relacionada com a sua capacidade de superar desafios.<br />

DESENVOLVER<br />

EXCELÊNCIA<br />

SUPERAÇÃO DE<br />

DESAFIOS<br />

SENSAÇÃO DE<br />

CONTROLE E<br />

MAESTRIA<br />

SATISFAÇÃO<br />

Este funcionamento afeta até as nossas preferências pessoais e as nossas crenças sobre<br />

o que nós gostamos ou não. Assim, além de nossas preferências naturais, temos também<br />

o gosto adquirido por atividades que conseguimos dominar, por isso gera satisfação.<br />

Como um esporte, por exemplo, que dizemos que não gostamos porque dizemos que não<br />

sabemos jogar. Se aprendermos as técnicas e nos tornamos excelentes neste mesmo<br />

esporte, aprendemos a gostar dele porque temos maestria sobre a atividade, o que cria<br />

sensação de controle, de termos superado o desafio, o que gera satisfação.<br />

Equipes desmotivadas são, provavelmente, fruto de um estilo de liderança que não está<br />

gerando desafios adequados nem desenvolvimento para que as pessoas atinjam este<br />

senso de maestria.<br />

Não se pode esperar ou exigir que a equipe bata recordes de excelência se ela não tem<br />

as competências desenvolvidas para tal. Quanto maior for a performance<br />

exigida da equipe, maior deve ser o foco no desenvolvimento da mesma.<br />

É importante o líder avaliar sua gestão sob o seguinte prisma: o seu modelo de<br />

liderança está gerando pessoas que aprendem ou simplesmente pessoas que<br />

obedecem? Já que estamos falando de dois estilos diferentes de gestão, aqui está uma<br />

lista de algumas características para facilitar o reconhecimento de cada um.<br />

Coaching e Mentoring


8<br />

3.7 GESTAO ANTIGA X GESTÃO DE ALTA PERFORMANCE<br />

GESTÃO ANTIGA<br />

Gestor diz o que deve ser feito e obtêm<br />

respostas<br />

Comando e controle<br />

Gerenciamento de tarefa<br />

Avaliação anual de desempenho<br />

Lidera baseado somente no plano de ação<br />

GESTÃO DE ALTA PERFORMANCE<br />

Líder- Coach<br />

Ajuda a estabelecer a visão<br />

Gerencia pessoas<br />

Feedback Constante<br />

Lidera por investigação colaborativa<br />

GESTAO ANTIGA<br />

1) Gestor dizia o que fazer e tinha as respostas – O gestor dava ordens e esperava<br />

obediência, sem que sua equipe gerasse mudanças. Altamente centralizador, ele tinha<br />

todas as respostas para solucionar os problemas e, apesar de reclamar que a sua equipe<br />

não conseguia resolver nada por si, perpetuava esse sistema. O gestor mantém a sua<br />

posição de expert, mas paga o preço de gerar dependência.<br />

2) Comando e controle – O gestor dá ordens e controla para que elas sejam<br />

executadas a sua maneira. Este é o sistema militar onde se espera que o soldado<br />

obedeça sem questionar. Questionamento dos liderados é visto como afronta ao poder<br />

hierárquico e muitas vezes visto como insubordinação.<br />

3) Gerencia tarefas – Esse gestor possivelmente acredita que conflitos e desavenças<br />

entre membros de sua equipe não é problema dele. O foco é em realizar o projeto, sem<br />

se perder tempo com situações pessoais. “Os liderados são pagos para fazer um trabalho<br />

é isso é o suficiente. O resto eles se desenvolvem por eles”.<br />

4) Avaliação anual de desempenho – Neste dia o gestor vai-se dar a liberdade de dar<br />

algum feedback (ou o que ele acha que é um feedback) sobre o desempenho do liderado.<br />

O problema de esperar este dia para dar o feedback é que não é o suficiente. Se o<br />

liderado fez algo durante o ano que estava ineficiente, falar disso só neste momento<br />

pode ser tarde demais e é uma situação perde-perde para o líder e para o liderado.<br />

A falta de feedback efetivo e oportuno é uma das reclamações mais comuns entre os<br />

liderados. Muitos não sabem se estão indo bem ou não, porque não recebem essa<br />

informação. Como resultado, quem não estava indo bem não sabe e não melhora. Quem<br />

estava indo bem talvez deixe de fazer o que estava funcionando, pois devido a falta de<br />

feedback, presumiu que sua maneira de trabalhar não estava dando certo e a deixou de<br />

lado.<br />

5) Lidera baseado somente no plano de ação – Este é o líder que insiste em fazer as<br />

coisas do jeito que foram estipuladas, mesmo havendo mais informação externa que<br />

poderia melhorar o plano de ação. Ele não vê a sua equipe como possíveis colaboradores<br />

para gerar melhoria. Ele usa o seu plano de ação como o único mapa a seguir. É o oposto<br />

da liderança participativa.<br />

Coaching e Mentoring


9<br />

GESTÃO DE ALTA PERFORMANCE<br />

1) Líder-coach e professor – O líder-coach age motivando o desenvolvimento e<br />

amadurecimento profissional de sua equipe, ensinando-os a pensar como líderes, para<br />

que eles se responsabilizem por criar alternativas.<br />

2) Ajuda a estabelecer a visão – O líder se torna um colaborador para a criação de<br />

um futuro novo. A equipe se torna não apenas um grupo de liderados, mas uma força<br />

criadora, cujos potencias são utilizados em favor de metas em comum que se alinham<br />

como a visão da própria equipe do futuro que gostaria para si.<br />

3) Gerencia pessoas – O líder sabe que os projetos só serão concluídos de maneira<br />

eficiente se ele gerenciar as pessoas. O seu objetivo é de ser um gestor de<br />

competências, aumentando a base de habilidades de seus liderados e criando situações<br />

de aprendizado.<br />

4) Feedback constante – Esta é uma competência-chave do líder, pois será base para<br />

todo o processo de liderança. O feedback, quando proporcionado de forma efetiva e<br />

constante, é usado para gerar constantes melhorias e alternativas de comportamento<br />

para que ajustes constantes sejam feitos sem que as pessoas personalizem os erros.<br />

5) Lidera por investigação colaborativa – O objetivo é que a equipe seja ensinada a<br />

analisar os fatos e a gerar respostas eficientes. O líder aqui exerce o papel de facilitador,<br />

contribuindo e investigando junto à equipe dados disponíveis. Esse processo gera<br />

comprometimento e integração de líderes e liderados em torno da meta a ser alcançada.<br />

3.8 PAPÉIS DO LÍDER-COACH<br />

1) Parceiro estratégico – O líder-coach avalia o que está faltando para que a sua<br />

equipe consiga atingir os seus resultados e proporciona situações de aprendizado, seja<br />

para desenvolvimento de competências pessoais ou técnicas.<br />

Mais do que um resolvedor de problemas, ele atua como parceiro para que a sua equipe<br />

encontre as respostas e soluções. Para isto, é necessário um certo espírito de<br />

generosidade da parte do líder, de compartilhar conhecimento e do seu próprio tempo,<br />

como faz um professor que ensina os alunos em um ato de<br />

compartilhar, com o desejo que os alunos cresçam e desenvolvam os seus próprios<br />

potenciais.<br />

2) Transforma paradigmas – Uma das características predominantes dos grandes<br />

líderes é a capacidade de questionar as crenças sociais comuns e limitantes. O modelo<br />

mental (conjunto de crenças e padrões de pensamento) é o fator determinante na<br />

capacidade de o indivíduo manter focado na sua meta ou não. O líder é aquele que ajuda<br />

a sua equipe a sair do lugar comum, a deixar de ser vítima das crenças limitantes do<br />

inconsciente coletivo, que hipnotiza as pessoas e as leva a um estado de resignação e<br />

conformismo, sem que elas mesmas percebam. O líder, através da sua capacidade de<br />

questionar estes modelos mentais, consegue fazer emergir os recursos internos de cada<br />

Coaching e Mentoring


pessoa para que não seja apenas um potencial escondido, e sim um hábito aplicado na<br />

prática.<br />

10<br />

3) Desenvolvimento pessoal – Muitos estudos comprovam que o high potential<br />

(indivíduo de alto potencial) que não dá certo na sua carreira é muito provavelmente<br />

devido a falta de desenvolvimento comportamental.<br />

Assim, o líder-coach deve focar no desenvolvimento de competências pessoais nos<br />

integrantes de sua equipe, pois sem estas, o relacionamento profissional da equipe e, por<br />

conseguinte, a sua performance, estará afetada.<br />

3.9 GANHOS<br />

Um processo de desenvolvimento só é considerado bom se este trás ganhos objetivos e<br />

observáveis ao indivíduo e à empresa. O processo de coaching começa como um<br />

processo humano, mas seus resultados se expressam em termos quantitativos.<br />

Um estudo feito por John Kotter e James Heskett, publicado em 1992 (The Economic and<br />

Social Costs of Low-Performance Cultures) durante um período de 11 anos (1977-1988),<br />

demonstra a diferença que a cultura de alta performance faz no botton-line (resultados<br />

financeiros) da empresa.<br />

Neste período as empresas sem cultura de alta performance aumentaram sua renda de<br />

682%, seu quadro de funcionários em 282% e seu rendimento líquido em 756%.<br />

Conclusão: a empresa com foco em criar condições para gerar equipes de alta<br />

performance se torna mais efetiva, gera mais riquezas e mais empregos.<br />

A empresa com a cultura de alta performance, usando o coaching como estilo de<br />

liderança, cria as condições para que suas equipes se tornam learning (equipes que<br />

aprendem), aumentando o índice de adaptabilidade e sua resiliência. Estas equipes têm<br />

real vantagem competitiva devido a habilidade de resposta efetiva às mudanças de<br />

cenário de mercado.<br />

3.9.1 GANHOS DO LIDERADO E DO LIDER<br />

Aquele que lidera pela admiração é o líder efetivo no longo prazo, pois tem<br />

a lealdade de seus liderados. Ele os respeita e contribui para o seu<br />

desenvolvimento, tornando-se um modelo de referencia para sua equipe.<br />

O líder-coach consegue criar esta qualidade de interação, pois<br />

naturalmente criamos um vinculo forte com as pessoas que nos ajudaram<br />

a crescer.<br />

Cria-se aqui um circulo virtuoso, onde o líder contribui para o crescimento<br />

do liderado que, por sua vez, admira o respeito que o líder lhe oferece e se<br />

orgulha em fazer parte desta interação, desejando que o seu líder se<br />

mantenha no poder fazendo o possível para conseguir o nível de excelência<br />

que foi estabelecido.<br />

Coaching e Mentoring


O líder-coach, sendo um líder respeitado, torna-se parte do capital<br />

essencial de sua empresa e comumente, muito bem cotado no mercado.<br />

11<br />

LIDERADO<br />

Aumento da autoestima, pois sente que<br />

pode contar com seu líder<br />

Aumento de suas capacidades mais<br />

preparado para promoções futuras<br />

Aumento de sua empregabilidade<br />

Maiores ganhos financeiros<br />

LÍDER<br />

Tem uma equipe mais desenvolvida, com<br />

resiliência, criatividade e confiança<br />

Atrai outros profissionais com alto potencial<br />

Tem uma liderança mais efetiva, liderando<br />

pela admiração e conquistando a lealdade de<br />

sua equipe.<br />

Equipe empenhada, motivada e comprometida<br />

Profissional bem cotado internamente e no<br />

mercado<br />

3.10 MITOS E VERDADES DO <strong>COACHING</strong><br />

Se você avaliasse a cultura empresarial da sua organização, você diria que esta<br />

cultura ajuda ou cria obstáculos para o processo de coaching e de desenvolvimento ?<br />

Observe aqui não o que se diz, mas como se age - já que as mensagens divulgadas<br />

muitas vezes representam o ideal que se quer, mais a cultura talvez funcione de forma<br />

diferente.<br />

O termo “cultura empresarial” se refere a “como nós fazemos as coisas aqui” e<br />

para muitas empresas a estrutura de coaching ainda não foi implantada devido a alguns<br />

mitos sobre o que é coaching e como ele funciona. Alguns destes mitos acabam se<br />

tornando obstáculos ao desenvolvimento pois, “porque implantar um processo que não<br />

combina com a maneira como nós fazemos as coisas aqui”?<br />

É importante esclarecer alguns mitos e verdades do coaching, para que se tenha<br />

um maior entendimento do que o processo realmente é:<br />

1) Mito - Coaching é aconselhamento<br />

Verdade - Coaching é contribuir para com que o liderado ou/e equipe encontre as<br />

respostas.<br />

Lembre-se de que todo mito e toda verdade devem ser consideradas dentro de um<br />

contexto de sensatez. Em situação de crise, por exemplo, onde existe a necessidade de<br />

alguma decisão imediata, a própria equipe espera que o líder dê um passo á frente e diga<br />

o que fazer; este caso não seria característico de uma situação de coaching. Fora estas<br />

exceções, o líder-coach tem o papel de contribuir para que a sua equipe aprenda a<br />

pensar nas soluções por si mesmas.<br />

Muitos coaches alegam que aconselhamento é parte do processo de coaching, o que<br />

inicialmente eu não discordo dos seguintes fatores.<br />

O ser humano tem uma tendência comum de dar conselhos, pois crescemos com este<br />

modelo de comportamento. Devido a esta tendência, é muito comum acharmos que a<br />

maneira mais afetiva de se resolver uma questão é dizer ao outro o que fazer, o que na<br />

Coaching e Mentoring


maioria das vezes não facilita o desenvolvimento. Aconselhar pode ser mais rápido, mas<br />

é incompatível com o objetivo do coaching que é gerar aprendizado e fazer sugestão em<br />

forma de pergunta (O que você acha...?,Você já considerou...?) pode ajudar o coachee a<br />

criar novas idéias.<br />

12<br />

Os conselhos constantes acabam tendo efeito negativo no longo prazo, pois infantilizam a<br />

pessoa, criam a posição de expert-ignorante, um diz ao outro o que fazer, e não dá<br />

oportunidade para o liderado aprender ou a considerar suas próprias escolhas Quem<br />

aconselha o tempo todo pode também gerar um relacionamento guru-discípulo que,<br />

apesar de ser uma fonte prazerosa de poder para quem está na posição de discípulo<br />

(pois não precisa arriscar é só seguir o que o guru diz), não é produtivo no longo prazo e<br />

muito menos gerador de crescimento.<br />

Dar conselhos não ajuda a outro a exercitar a sua habilidade de resolução, o que e<br />

crucial para o desenvolvimento de coachee.<br />

Novamente, é uma questão de usar o bom-senso. O ideal é que nos momentos de<br />

Gestão de Pessoas o líder faça o possível para não dar conselhos ou cuidar para que os<br />

seus conselhos não sejam predominantes, tirando do coachee a oportunidade de usar<br />

seus próprios recursos internos.<br />

2) Mito: Coaching é para consertar comportamentos problemáticos<br />

Verdade - Coaching é para desenvolver novos potenciais. O processo de coaching é<br />

eficaz em criar novas possibilidades para substituir comportamentos inefetivos, portanto<br />

é importante que o uso do coaching não esteja limitado apenas para situações<br />

consideradas problemáticas. Os profissionais que estão tendo problemas com a equipe,<br />

problemas de liderança, sem dúvida necessitam de coaching imediatamente.<br />

É importante considerar que um líder-coach trabalha constantemente para desenvolver a<br />

sua equipe, o que funciona como um processo preventivo e, além disto, como um<br />

processo de expansão para a mesma.<br />

É importante considerar que um líder-coach não tem objetivo de mudar a personalidade<br />

de ninguém, apenas ajudar a expandir o leque de respostas, ou seja, além dos<br />

comportamentos que a pessoa já tem, ela treina outros para aumentar suas escolhas de<br />

comportamento, possibilitando uma interação mais efetiva com o meio em que vive.<br />

Este é um dos pontos principais do uso do coaching para o desenvolvimento profissional;<br />

desenvolver possibilidades mais efetivas de respostas. Para que o líder coach tenha mais<br />

atitude efetiva com o seu coachee, é crucial que ele entenda a base conceitual atrás do<br />

termo “comportamento problemático”.<br />

Quando usamos algum comportamento e obtemos algum resultado, naturalmente a<br />

tendência é que a partir deste momento, este se torne o nosso comportamento-padrão<br />

parar outras situações semelhantes. Ninguém acorda de manhã e decide que vai passar<br />

o dia inteiro tendo atitudes inefetivas no trabalho. O que acontece é que<br />

automaticamente as pessoas repetem os comportamentos que acreditam serem as<br />

“soluções” para os conflitos diários.<br />

Coaching e Mentoring


Para deixar a situação mais interessante, o ser humano tem uma tendência inata de em<br />

situações de estresse, fazer mais do mesmo. Quanto mais estressante for à situação a<br />

ser lidada, maior é a tendência da pessoa utilizar mais e mais o mesmo comportamento,<br />

de maneira ainda mais enfatizada. Por exemplo: se a pessoas fala alto, em situações de<br />

estresse ela grita; se a pessoas é fechada, em situações de estresse ela se tranca ou<br />

desaparece; se a pessoa funciona lentamente, em situações de estresse ela paralisa.<br />

13<br />

Para quem não treinou outros tipos de comportamentos ou respostas, ele vai criando seu<br />

próprio inferno, pois entra num círculo vicioso, onde a situação de estresse é confrontada<br />

por ele com a resposta X, que não é eficiente e não funciona. Ele fica mais estressado e<br />

tenta a resposta X novamente, gerando o estresse sistêmico. Parece lógico para quem<br />

está do lado de fora notar que os mais inteligente seria ter outro estilo de resposta, mas<br />

isto é praticamente, impossível para quem não conhece ou não aprendeu outras<br />

alternativas.<br />

Competências Negativas<br />

Em um estudo publicado pelo Center for Creative Leardership, considerado hoje uma das<br />

entidades mais respeitadas no que se refere a estudos de liderança, analisou-se quais os<br />

fatores que afetam negativamente a vida de executivos considerados high-potentials (alo<br />

potencial), cuja carreira não decolou.<br />

Aqui estão alguns dos mais comuns:<br />

são ríspidos;<br />

são frios, arrogantes;<br />

traem a confiança de sua equipe ou de seus pares;<br />

falta de a habilidade de delegar.<br />

Nota-se que o fracasso do profissional se deve muito mais a motivos pessoais do que por<br />

motivos técnicos. A capacidade de relacionar-se afeta a capacidade de conseguir<br />

resultados. Conheço casos de profissionais brilhantes tecnicamente que, depois que sua<br />

empresa foi comprada por outra, não conseguem se recolocar no mercado. Eles não<br />

recebem apoio nenhum de seus antigos pares, que reconhecem sua expertise técnica,<br />

mas também reconhecem sua falta de tato pessoal e por isso preferem são se associar.<br />

O desenvolvimento das competências e habilidades que exploram as capacidades de<br />

interrelação é fundamental para a carreira de todo profissional.<br />

3) Mito: Coaching é dar bronca.<br />

Mentira - Coaching é gerar aprendizado.<br />

Este é um outro mau uso que se tem feito da palavra coaching. Já presenciei casos onde<br />

o coaching era usado na empresa como uma ameaça. ”Venha imediatamente na minha<br />

sala que vou fazer um coaching com você agora!”<br />

Não adianta dar bronca e chamar de coaching, pois continua sendo bronca. Relembrando<br />

que o objetivo deste processo é gerar aprendizado e não medo. Para aqueles que<br />

argumentam a favor do poder da bronca, é importante pensar nos efeitos no longo<br />

prazo, pois ela não gera crescimento e acaba infantilizando.<br />

Coaching e Mentoring


A bronca talvez seja efetiva para uma equipe que esteja tão fora do foco devido ao seu<br />

desespero com a diversidade, que precisa de um alerta para voltar ao eixo, ou talvez<br />

para o coachee que já passou pelo processo de coaching e Gestão de Pessoas e mesmo<br />

assim volta a fazer o mesmo erro repetidamente, sem mostrar nenhum empenho em<br />

melhorar. A solução a esta questão é ver a bronca como o último recurso e não o<br />

primeiro.<br />

14<br />

O fato de dar bronca, não possibilita a criação de novos comportamentos, o que já é<br />

possível através de uma conversa sobre possibilidades e alternativas de solução.<br />

O líder-coach lida com momentos de erros e adversidades de seu coachee como uma<br />

oportunidade de gerar aprendizado, fazendo perguntas que contribuam para que o<br />

mesmo possa usar seus recursos internos, idealizando novas alternativas e solução,<br />

aumentando assim o leque de possibilidades e as chances de sucesso.<br />

Temos a tendência de repetir o mesmo comportamento e de enxergar soluções, pois<br />

entramos em uma armadilha interna e muitas vezes não conseguimos pensar diferente<br />

ou até mesmo ver uma nova saída. Neste momento, o coach é uma figura-chave<br />

auxiliando o coachee e sair da cegueira e reavaliar seu modelo mental, sua maneira de<br />

pensar e seus hábitos e uma vez fora das ilusões autogeradas, o coachee consegue<br />

enxergar outras possibilidades.<br />

Este processo é fascinante , pois as alternativas de soluções já existiam, estavam<br />

prontas para serem enxergadas, mas a percepção mental do indivíduo o cega<br />

momentaneamente. Isto acontece independente de QI, pois não é uma questão de<br />

inteligência, mas de hábito mental. Na verdade, quanto mais inteligente for a pessoa,<br />

mais brilhantes serão os seus argumentos para provar que não existe outra solução, e<br />

ela mesma se mantém presa à sua percepção limitada.<br />

CURIOSIDADE<br />

Eficiência cerebral: O cérebro não julga se a nossa percepção está limitada ou não. O<br />

seu objetivo, como máquina orgânica altamente eficiente, é criar as associações<br />

neurológicas para que tenhamos acesso mais rapidamente às áreas que mais usamos.<br />

Assim, se usamos frequentemente a área do cérebro que gera pensamentos negativos,<br />

este não nos questiona apenas se torna mais eficiente.<br />

Nossa inteligência orgânica funciona para nos tornar mais eficientes em quaisquer<br />

atividades que seja, adaptando nosso corpo para melhor servir à função que estamos<br />

exercendo. Ao usarmos muito determinada área do cérebro, este “observa” o que esta<br />

acontecendo e se torna mais eficiente, criando mais caminhos neuronais para que<br />

possamos acessar esta área mais facilmente. Assim, se o seu ritual frequente é reclamar<br />

quando confrontado com adversidades, o seu cérebro vai fazer o possível para que você<br />

consiga reclamar cada vez mais rapidamente e eficientemente e, com o tempo, você se<br />

tornará o “Mestre na Arte de Reclamar”. Tão eficiente que conseguirá até acoplar o uso<br />

da intuição e reclamar antes, mesmo que as pessoas comecem a falar.<br />

Coaching e Mentoring


Um estudo feito em Londres com taxistas mostrou que o hipocampo (parte do cérebro<br />

relacionada á percepção espacial) destes era mais desenvolvido do que o do não taxista,<br />

ou seja, esta parte do cérebro, como músculo literalmente cresceu “refletindo a sua alta<br />

atividade”.<br />

15<br />

O que isto tem a ver com o profissional estressado?<br />

Ele basicamente passa pelo mesmo processo. O seu cérebro está eficientemente o<br />

ajudando a reagir da maneira que ele já praticou em muitas outras ocasiões, e a menos<br />

que receba o apoio de alguém parar sair desta armadilha neuronal, a sua percepção do<br />

problema já esta fadada a ser a mesma de sempre.<br />

A vantagem do cérebro é que ele responde imediatamente a novos pensamentos e<br />

palavras. Assim, uma simples pergunta bem colocada do coach consegue “quebrar” o<br />

processo automático neuronal e para em busca de uma nova resposta e assim novas<br />

áreas do cérebro são ativadas. Por isso que a resposta parece tão simples uma vez que<br />

ela é encontrada, mas parecia impossível até que alguém ajudasse a pessoa a rever o<br />

seu modelo mental!<br />

4) Mito: Coaching leva muito tempo<br />

Verdade - Coaching é estilo de conversa estruturada.<br />

Uma das reclamações mais comuns nas empresas é que coaching leva muito tempo e<br />

que os gerentes já estão tão atarefados, que não cabe mais uma tarefa. Esta reclamação<br />

demonstra que existe toda uma perspectiva sobre gerenciamento e liderança que precisa<br />

ser reavaliada. O gerente que não tem tempo para conversar com sua equipe esta<br />

dizendo que não tem tempo para gerenciar, o que é incongruente com o cargo que<br />

ocupa. Se o foco do gestor é conseguir resultados, seria ilógico deixar de lado o<br />

componente de desenvolvimento pessoal, já que este afeta tanto o desempenho.<br />

A ideia de que o processo leva muito tempo é um mito que não representa o que de fato<br />

acontece. Na verdade, as conversas de coaching, devido a sua estrutura, são mais<br />

rápidas e eficientes do que as conversas que comumente ocorrem entre líder e liderado,<br />

gerando resultados de forma mais pratica e aplicável, ou seja, usando tempo que ele já<br />

usa na interação com a sua equipe, ele pode fazer coaching simplesmente mudando o<br />

estilo da conversa.<br />

Já que o fator tempo é tão importante, observe o tempo que se perde discutindo e<br />

debatendo reclamações sem se achar uma solução efetiva, o que traz a mesma<br />

reclamação à tona varias vezes. O líder-coach, fazendo perguntas mais efetivas consegue<br />

economizar tempo, pois ajuda a equipe a encontrar soluções mais rapidamente e gerar<br />

aprendizado. Isto significa que, no futuro, esta mesma equipe vai ter mais possibilidades<br />

de resolver situações semelhantes por si, sem que o líder seja obrigado a se envolver.<br />

Coaching e Mentoring


16<br />

Tempo e aprendizado<br />

Outra vantagem do coaching é acelerar o tempo de aprendizado.<br />

Num mercado que muda cada vez mais rapidamente, não podemos nos dar ao luxo de<br />

esperar que a equipe se torne experiente, por dois fatores:<br />

1) Experiência leva tempo;<br />

2) Sem uma monitoração efetiva, corremos o risco de que as pessoas se tornem<br />

experientes em algo que não funciona. O mercado profissional está lotado de<br />

pessoas que são experientes em competências que são obsoletas em relação á<br />

necessidade presente;<br />

Como coaching é um processo direcionado ao desenvolvimento de competências<br />

predefinidas, o coach mantém o coachee focado no aprendizado, mantendo conversas<br />

mais efetivas e eficientes aumentando as probabilidades de sucesso.<br />

5) Mito: Um bom coach ajuda a conseguir aumento e outros benefícios<br />

Verdade - Um bom coach ajuda a desenvolver competências<br />

Alguns coachees, por não saberem exatamente qual a função do coach, fantasiam que se<br />

eles concordarem em fazer o processo vão garantir aumento ou promoção. Esta é uma<br />

visão limitada do processo, comparado ao estudante que decide que só vai estudar se o<br />

professor garantir que vai dar nota 10 para ele, caso contrário ele se recusa.<br />

O objetivo de um líder-coach é contribuir para que o coachee desenvolva as<br />

competências de que ele precisa, para que seja mais efetivo como profissional.<br />

Um coachee se interessa pelo coaching não apenas visando o aumento salarial, mas<br />

como um apoio ao seu desenvolvimento de carreira. Quanto mais ele desenvolver as<br />

competências que são importantes, maiores serão as chances de promoções e, mesmo<br />

que esta não ocorra, devido a fatores que ele não tem controle (contenção de gastos,<br />

diminuição do departamento etc.), ele continua se desenvolvendo para as oportunidades<br />

novas que aparecem.<br />

6) Mito: Coaching é intuitivo e não funciona.<br />

Verdade - Coaching é um processo estruturado com o foco na solução. Já ouvi pessoas<br />

dizerem que faziam coaching intuitivamente. Quando ouço isto já sei que estou com<br />

alguém que tem dificuldades de atingir objetivo que satisfaçam a ele e ao coachee.<br />

Coaching intuitivo é como fazer bolo ao acaso, sem receita adequada, sem ter uma<br />

estrutura de funcionamento. Se o bolo ficou bom, é frustrante porque você não sabe<br />

repeti-lo e se não ficou, você também não sabe, exatamente, o que deu errado.<br />

Existe uma exigência interna muito grande do gestor que você acha que ele sempre tem<br />

que apresentar soluções que vão resolver as questões do coachee, pois a cada conversa<br />

ele se obriga a ter inspiração de dar alguma solução mágica.<br />

Coaching e Mentoring


Coaching funciona e tem funcionado uma vez que existe um modelo, uma estrutura de<br />

conversa com o foco na solução. A função do coach não é de simplesmente ouvir o<br />

desabafo do coachee, este na verdade é o trampolim em cima do qual se buscam<br />

alternativas melhores. Isto só é possível quando o coach tem um modelo estruturado e<br />

bem definido para conduzir o processo.<br />

17<br />

7) Mito: Coaching é modismo<br />

Verdade - Líderes através da história fizeram coaching. Este processo existe há décadas<br />

e evoluiu a tal ponto no mundo corporativo que já representa o símbolo do líder<br />

contemporâneo. Dizer que coaching é modismo é o mesmo que dizer que liderança<br />

também é modismo.<br />

Espera-se que este novo líder troque informações com seu liderado ajudando-o a crescer<br />

como profissional, o que ativa um espírito de generosidade e de cooperação na interação<br />

dos dois.<br />

8 ) Mito: Basta uma conversa só.<br />

Verdade - Coaching é um processo de aprendizado. Imagine o pai que diz ao bebê:<br />

Filho, está na hora de você aprender a andar, então escute bem que eu vou dizer o que<br />

fazer, mas vou dizer uma vez só!<br />

Por mais lógico que seja a ideia acima, o gestor que acredita que coaching é um evento<br />

anual, uma conversa na avaliação de desempenho, está sofrendo a mesma alucinação.<br />

Por ser um processo de aprendizado e não um evento único, deve-se ter a consciência de<br />

que existe um tempo natural para cada indivíduo para que este aprendizado ocorra. Este<br />

tempo pode ser mais ou menos rápido dependendo da abordagem do líder e da<br />

motivação do coachee.<br />

Assim, este é um processo contínuo, de tentativas e erros até que o coachee consiga<br />

consolidar o comportamento novo que está treinando. Neste processo ele deve receber<br />

instruções e monitoramento a fim de experenciar novas soluções.<br />

A influência do líder no aprendizado.<br />

Uma das reclamações mais comuns que as equipes fazem dos gestores é a falta de<br />

feedback claro e a falta de informação sobre a sua performance. Esperar um ano inteiro<br />

para saber a percepção do seu chefe sobre a sua maneira de trabalhar cria frustrações e<br />

inseguranças, pois para melhorar é necessário que se tenha 1) sinais claros e 2) alguém<br />

que monitore o processo para ajudar a realizar os ajustes necessários.<br />

Um líder consciente conhece o processo de aprendizado e entende que, sendo líder, a<br />

sua reação ao processo do liderado tem um peso fundamental. Dependendo desta<br />

reação, o processo de aprendizado vai em frente ou paralisa. Existem dois pressupostos<br />

básicos para que qualquer aprendizado aconteça:<br />

1) Aprender requer prática – O que isto significa é que não é lógico exigir que<br />

alguém exerça uma competência perfeitamente logo na primeira vez, ou mesmo<br />

na segunda ou terceira. Cada vez que experimentar fazer algo novo, a pessoa<br />

Coaching e Mentoring


está praticando. Só tem maestria aquele que praticou tanto que já consegue fazer<br />

esse algo facilmente. Para isto acontecer, é preciso que a pessoa tenha chances<br />

de continuar praticando sem ser julgada ou receber broncas por que não atingiu a<br />

perfeição. Sem dúvida que alguns aprendem mais rápido que os outros e o<br />

processo de aprendizado em si não precisa ser demorado, mas para acelerar o<br />

progresso, é preciso que se consiga praticar a competência nova, sabendo-se que<br />

muitas tentativas serão imperfeitas, o que é natural e esperado.<br />

18<br />

2) Não existe fracasso, apenas feedback (ganhos são progressivos) - Cada<br />

vez que alguém pratica um novo comportamento ou competência é importante<br />

que o líder contribua para que a pessoa não se sinta fracassada, caso a tentativa<br />

não tenha gerado resultados imediatos. Uma tendência natural do ser humano é<br />

querer ver resultados imediatos, o que acaba gerando insatisfação e, para alguns,<br />

possível abandono de suas metas, tamanha a frustração que sentem. Nesta<br />

cegueira emocional não percebem os ganhos progressivos que têm a cada nova<br />

tentativa. Cada vez que tentamos algo novo que não foi bem-sucedido, o que<br />

tivemos, na realidade, foi um feedback.<br />

Saber o que não funciona é um feedback importante, para que a pessoa não perca tempo<br />

tentando aquele mesmo caminho.<br />

Perceber que algo funcionou “um pouco” também é um feedback importante, pois vai<br />

indicando que estamos numa direção melhor do que antes. Tudo isto faz parte dos<br />

pequenos ganhos que, acumulados, vão gerando o progresso do aprendizado.<br />

9) Mito - Meu coach é responsável pelo meu processo/o coachee é responsável<br />

por iniciar o processo.<br />

Verdade - A iniciativa pelo aprendizado deve ser tanto do coach como do coachee. Uma<br />

das reclamações que ouço nas empresas é relacionada ao impasse que existe entre<br />

gestor e equipe sobre quem deve iniciar a conversa de coaching.<br />

Muitos gestores acabam isentando-se da responsabilidade, pois alegam que quem deve<br />

tomar a iniciativa pelo processo é o coachee e, já que ele não faz isso, é sinal de que não<br />

tem muito interesse. Adicione a esta crença a falta de tempo do Gestor, e não é a toa<br />

que o processo não acontece.<br />

Por outro lado, o coachee reclama que o gestor não o procura e, quando ele tenta falar<br />

com o gestor, este não parece muito aberto, pois está sempre atarefado com outras<br />

coisas mais importantes. Aqui se fecha o círculo, um jogando para o outro a<br />

responsabilidade, gerando uma situação perde-perde para os dois.<br />

Na verdade os dois são responsáveis pela iniciativa, já que os benefícios são de ambos –<br />

o gestor, além de treinar ser mais eficiente, terá um profissional mais efetivo, e o<br />

coachee aumentará sua capacidade de liderança. Aquele que percebe uma oportunidade<br />

de desenvolvimento deve iniciar o processo seja ele quem for.<br />

Coaching e Mentoring


O coach que perceber que tem coachee desinteressado no aprendizado e no<br />

desenvolvimento, deve deixar claro que enquanto estiver sob a sua liderança é esperado<br />

que suas equipes tenham níveis de excelência cada vez maiores e para que isto aconteça<br />

ele irá iniciar o processo de aprendizado sempre que possível.<br />

O coachee que percebe que o coach não inicia o processo deve-se responsabilizar de ir<br />

atrás de informação e feedback, pois ele precisa saber qual competência espera que ele<br />

desenvolva ou expanda. Nada mais frustrante do que desenvolver uma competência e<br />

descobrir depois que não é bem isto que a empresa esperava de você. Mesmo que não<br />

se perca o que já ganhou, desenvolver algo de fora do alvo pode gerar os mesmo<br />

resultados de não ter desenvolvido nada.<br />

Coachable moments/Momentos de coaching<br />

Os momentos de coaching são situações onde a conversa estruturada/ coaching é<br />

mais apropriada. Uma vez que você conheça estes momentos, poderá usar a abordagem<br />

mais efetiva.<br />

Existem muitos desafios no dia-a-dia profissional e quando as encruzilhadas e problemas<br />

surgem, dependendo da forma de pensar e do teor das conversas, a pessoa pode tomas<br />

duas direções diferentes, indo para a ação motivada ou para inação/depressão.<br />

Alguns destes momentos de coaching ou momentos de encruzilhada são:<br />

Momentos de pedido de conselho;<br />

Momentos de sucesso;<br />

Momentos de fracasso;<br />

Momentos de adversidade.<br />

19<br />

MOMENTO DE<br />

PEDIDO DE<br />

CONSELHO<br />

MOMENTOS DE<br />

SUCESSO<br />

MOMENTOS DE<br />

FRACASSO<br />

MOMENTOS DE<br />

ADVERSIDADE<br />

É uma grande<br />

oportunidade para o<br />

líder-coach ajudar o<br />

coachee a pensar por<br />

si e treinar a sua<br />

capacidade de tomar<br />

decisões baseadas<br />

nas suas metas e não<br />

em<br />

reações<br />

emocionais ou sem<br />

modelos neutros<br />

inefetivos.<br />

Oportunidade para o<br />

coach ajudar o<br />

coachee a refletir<br />

sobre o que funcionou,<br />

avaliando a fórmula<br />

que usou para que<br />

consiga repeti-la<br />

quando precisar. O<br />

sucesso deixa de ser<br />

intuitivo e se torna<br />

mais palpável. O<br />

coachee observa que<br />

ele foi agente que deu<br />

diferença, em vez de<br />

achar que foi sorte.<br />

Uma conversa neste<br />

momento é crucial, pois<br />

contribui para que o<br />

coachee consiga sair da<br />

mentalidade de fracasso<br />

e culpa, colocando foco<br />

na solução e se abrindo<br />

para<br />

outras<br />

alternativas, quebrando<br />

assim o círculo vicioso<br />

que acontece na mente,<br />

onde um fracasso gera<br />

tamanha reação que a<br />

pessoa fica distraída<br />

com as emoções que a<br />

dominaram, perdendo o<br />

foco de suas metas.<br />

Considerando que a<br />

capacidade de<br />

resiliência está<br />

relacionada á<br />

capacidade de lidar<br />

com adversidades de<br />

maneira eficiente,<br />

estes momentos são<br />

grandes<br />

oportunidades para o<br />

coachee desenvolver<br />

e praticar um modelo<br />

de abordagem do<br />

problema que gere<br />

os resultados que ele<br />

quer.<br />

Coaching e Mentoring


É importante que o coachee entenda a existência destes momentos, para que tome as<br />

rédeas do seu processo de crescimento. Independente de ser da área técnica ou de<br />

gestão de pessoas é importante que cada um de nós se responsabilize pelo próprio<br />

aprendizado.<br />

20<br />

Pergunte a si mesmo constantemente: O que posso aprender? O que fiz que Não<br />

funcionou? O que poderia fazer melhor da próxima vez? O que eu fiz que deu certo?<br />

Responsabilize-se por ir atrás de feedback em relação ao seu desempenho. O sucesso é<br />

seu, então a responsabilidade de investigação também é sua.<br />

10) Mito - Coaching é avaliação de desempenho<br />

Verdade - Coaching é avaliação e desenvolvimento de competências. No começo existe<br />

certa resistência de alguns coachees em relação ao processo por que eles se sentem<br />

intimidados de falar de áreas onde precisam melhorar, já que existe toda uma herança<br />

cultural negativa em relação a isso. No passado quando se discutia com um liderado o<br />

que não estava bom, era em contexto de bronca ou até de possível demissão e não de<br />

desenvolvimento.<br />

Considerando este contexto histórico, é esperado que alguns coachees sejam reticentes<br />

no começo, até entender que o processo de coaching não é para avaliar o seu<br />

desempenho. O objetivo é avaliar quais competências eles precisam desenvolver para<br />

que aumentem sua excelência. O processo de avaliar desempenho tem um teor de<br />

julgamento, enquanto que no caso do coaching o teor é de colaboração.<br />

Este processo, cria uma interação mais autêntica entre líder e liderado, pois no passado o<br />

colaborador tentava esconder do líder as suas “deficiências”, e hoje eles trabalham<br />

aberta e conjuntamente no desenvolvimento destas.<br />

Idealmente, o coachee se sente mais compreendido e menos tenso, enquanto o coach<br />

tem mais consciência de que todo desenvolvimento é um processo e não se pode esperar<br />

perfeição logo na primeira vez, tornando-se assim mais compreensivo, mas não menos<br />

firme e focado, com o processo de aprendizado do coachee.<br />

O líder-coach tem o foco de gerar oportunidades de aprendizado e desenvolvimento de<br />

competências para que a sua equipe seja menos reativa e mais proativa.<br />

Diferente do líder do passado, que apenas definia as metas, o novo líder contribui para o<br />

desenvolvimento das competências que ajudarão a atingir estas metas mais<br />

eficientemente.<br />

Existe uma frase que usamos em treinamentos nos EUA, onde dizemos: Some people<br />

REACT, others CREATE. (alguns REAGEM, outros CRIAM.)<br />

A idéia aqui é mostrar que a palavra CREATE (criar) é formada com as mesmas letras da<br />

palavra REACT (adicionando-se um E no final). Para que isto não seja apenas um jogo de<br />

letras, o objetivo é mostrar que a mesma energia que se gasta reagindo a um problema<br />

pode ser usada para criar a solução. O profissional que está menos desenvolvido para<br />

lidar com adversidades tende a reagir quando estas aparecem. Estas pessoas reativas<br />

Coaching e Mentoring


estão gastando energia principalmente com seu tumulto interno. Em vez colocar foco na<br />

criação das melhores circunstâncias. Gestão de Pessoas.<br />

21<br />

11) Mito - Demonstrar humanidade é ser vulnerável.<br />

Verdade – O fato de ter maior compreensão e consciência do processo de<br />

desenvolvimento e aprendizado, não significa ser menos firme ou focado. O Coaching<br />

não aceita lamurias e/ou reclamações de seus coachees, mas apoia seu<br />

desenvolvimento, pois acredita que todos tem a capacidade de encontrar a solução.<br />

Existe uma tendência cultural no mundo corporativo de achar que poder é sinônimo de<br />

ser duro com os outros. Não é à toa que até hoje o arquétipo do gestor vinha do mundo<br />

militar. Acabamos criando uma separação fictícia de algumas qualidades que são boas e<br />

outras que consideramos secundárias.<br />

Pensamos em um executivo e imaginamos alguém assertivo, competitivo, com rapidez<br />

de pensamento e ações, alguém que desbrave caminhos, que derrube muralhas, que<br />

conquiste novas fronteiras. Muitos parecido com o que esperamos de um guerreiro, até o<br />

dia em que este guerreiro é promovido a comandante e agora ele tem um grupo de<br />

guerreiros que ele precisa lidar. Como líder, espera-se que, além das qualidades de<br />

guerreiro, ele adicione outras para melhor exercerem sua função. No início ele vai reagir,<br />

pois não está acostumado a não ser guerreiro, até que percebe que ser um líder requer<br />

mais do que ele pensava, pois a base da liderança está na interação pessoal com seus<br />

liderados.<br />

Nos seus estudos sobre inteligência emocional, Daniel Golegam conclui que mais de 70%<br />

da capacidade de liderança vem de habilidades de interação pessoal. Já que esta<br />

porcentagem é tão alta, porque os gestores não fazem disto a sua área primária de<br />

desenvolvimento e atuação? Devido ao preconceito antigo existente no mundo<br />

corporativo em relação às qualidades mais Humanas. Acreditava-se que ser humano<br />

neste mundo competitivo seria sinônimo de vulnerabilidade e fraqueza.<br />

Além disso, também existe uma imagem preconcebida onde demonstrar humanidade e<br />

ser brilhante intelectualmente não era compatível. Nada mais longe da realidade. Ser<br />

humano não é o aposto de ter agilidade mental, na realidade é o complemento. Lembrese<br />

que os maiores líderes da humanidade, sejam eles políticos ou empresários, eram<br />

respeitados porque seus liderados os admiravam.<br />

Conseguiam ter este equilíbrio nas suas competências de liderança.<br />

A grande questão que surge é “como”? Como é a interação de um líder com sua equipe,<br />

para que ele mantenha a sua humanidade e também a sua posição de liderança? Um dos<br />

motivos pelo qual alguns gestores se sentem desconfortáveis com esta interação é que<br />

eles têm medo que o liderado use esta situação como uma desculpa para ter momentos<br />

de lamentação e de manha.<br />

Coaching não é aceitar manha, muito pelo contrário, é escutar a situação do outro a<br />

respeito e contribuir para que ele perceba possíveis alternativas, responsabilizando-se<br />

pela solução. Só reclamar gera sensação de impotência, mas investigar possíveis<br />

soluções gera empoderamento (empowerment). Isto é o melhor que um líder pode<br />

Coaching e Mentoring


oferecer a quem o procura. O liderado que percebe em seu líder um aliado sente-se mais<br />

confiante de buscar as melhoras que precisa e quer.<br />

22<br />

O importante para o líder é definir de forma precisa esta aliança: lembra-se de que você<br />

é um aliado das metas de melhoria do seu liderado e também de seu lado que gosta de<br />

reclamar. Quando escutá-lo, escute com esta distinção em mente. Assim você estará<br />

sendo humano e líder ao mesmo tempo.<br />

Uma vez que todos estes mitos e verdades sobre o que é ou não é coaching o tenham<br />

esclarecido, a próxima fase é a aplicação prática dos conceitos principais que norteiam<br />

este papel. Uma vez que estes conceitos práticos sejam bem entendidos, o processo se<br />

torna estruturado e linear, com começo, meio e fim.<br />

Coaching e Mentoring


23<br />

4. FEEDBACK<br />

Feedback é uma poderosa ferramenta de gestão que visa orientar pessoas por meio de<br />

um retorno específico, positivo ou negativo sobre o desempenho e comportamento<br />

apresentado em determinada situação, proporcionando a consciência e o conhecimento<br />

da atitude tomada naquele momento.<br />

Recebemos feedback, a todo momento:<br />

Informalmente, no dia-a-dia, das pessoas com quem interagimos e que reagem<br />

àquilo que dizemos ou fazemos;<br />

Formalmente, de chefes que comentam nosso desempenho no trabalho; de<br />

nossos subordinados, que reagem à maneira como exercemos nossa liderança; de<br />

colegas, clientes e fornecedores;<br />

em treinamentos, auxiliando-nos no desenvolvimento de novas habilidades;<br />

do ambiente em que vivemos; como quando crianças, fascinadas e atraídos pelo<br />

calor e brilho da chama, acabamos por aprender, pela experiência de tocá-Ia e<br />

queimar os dedos, que o calor do fogo é bom e seguro somente a certa distância;<br />

de nós mesmos; ao estabelecermos o limite de pressão que somos capazes de<br />

suportar e ao considerarmos a maneira como somos afetados por nossas próprias<br />

ações e pelas de outra pessoa.<br />

Todo feedback que recebemos em relação àquilo que realizamos é de essencial<br />

importância para nosso aprendizado e crescimento. Ele permite que modifiquemos nossa<br />

maneira de encarar e lidar com determinados assuntos e idéias, e para que trabalhemos<br />

com mais empenho se necessário, em busca de melhores resultados.<br />

Pessoas bem sucedidas sabem valorizar os feedbacks que recebem de chefes,<br />

subordinados, colegas, clientes, fornecedores, no meio em que vivem, e aprenderam a<br />

utilizá-los em proveito próprio. Essas pessoas, na verdade, até mesmo as buscam.<br />

Igualmente, reconhecem a necessidade e a importância de tecer feedbacks, mas<br />

fazendo-o sempre de maneira a aprimorar desempenhos e relacionamentos.<br />

A capacidade de fornecer, de saber receber feedbacks construtivos e utilizá-los em<br />

proveito próprio é fundamental, não apenas no ambiente de trabalho, mas também nas<br />

relações sociais e familiares.<br />

Hargove menciona estudos que mostram que um coachee que tem metas definidas de<br />

performance ou de comportamento e recebe feedback constante tem aumento de<br />

resultado de 125%.<br />

Coaching e Mentoring


24<br />

4.1 BRONCA INEFETIVA<br />

É lastimável que o feedback seja uma das mais mal entendidas ferramentas no mundo<br />

empresarial. É comum nas empresas os gestores receberem diretrizes de dar feedback<br />

para sua equipe, mais não receberem muito treinamento de como fazê-lo de forma<br />

eficiente.<br />

O resultado disto é que se criou uma cultura sobre o feedback, em que este é visto como<br />

motivo de piadas, pois acabou sendo associado com broncas, críticas ou reclamações.<br />

“Chame já a pessoa que cometeu o erro para eu dar um feedback nela”, “O chefe esta<br />

procurando você, para dar um feedback sobre a besteira que fez ontem . . .”<br />

.Eventualmente, ouve-se que o conceito de feedback não funciona, quando na verdade o<br />

que não funciona é maquiar as broncas como o nome de feedback, pois continua sendo<br />

bronca.<br />

Feedback é um processo totalmente diferente que, quando usado com maestria, gera<br />

aprendizado, respeito, crescimento e melhoria. Bronca gera constrangimento em quem<br />

recebe e tem o resultado de aliviar a frustração ou raiva da pessoa que a dá. Gera<br />

sensação de culpa em quem fez o erro, o que leva a vitimização e ao senso de<br />

impotência “do tipo (“Eu sou uma droga mesmo, não faço nada certo”) Pode também<br />

gerar raiva e se a pessoa que recebe a bronca discordar e se achar injustiçada, possível<br />

quebra de lealdade.<br />

As pessoas que alegam que a bronca funciona não percebem que o único lado positivo é<br />

trazer a pessoa de volta para o foco, através do choque, o que muitas vezes não gera<br />

nenhuma solução nova. A bronca apenas demonstra quanto se está frustrado, bravo ou<br />

mesmo descontrolado.<br />

4.2 PERMISSIVIDADE INEFETIVA<br />

Oposto da bronca, a permissividade também é inefetiva. O gestor que vê as situações<br />

inadequadas acontecerem e não interferir, não esta contribuindo em nada com o<br />

crescimento e desenvolvimento da pessoa e equipe. Este comportamento por ocorrer por<br />

dois motivos:<br />

Ele espera que o outro seja maduro o suficiente para se resolver por sim mesmo;<br />

Medo de liderar por situações tensas, evitando assim falar de assuntos de forma<br />

direta, como no feedback, esperando que a mudança ocorra magicamente sem<br />

que ele precise interferir.<br />

Estas expectativas acabam perpetuando o problema, pois é irreal esperar que qualquer<br />

sistema mude sem ter algum estímulo externo diferente.<br />

O poder do hábito é tão grande que, mesmo fazendo algo que não está sendo eficiente, o<br />

ser humano continua repetindo a mesma ação. Ele não faz isto por causa do seu<br />

“sabotador” ou por que é menos inteligente, mas simplesmente porque os hábitos são<br />

automáticos e, como tudo que é automático, primeiro fazemos e depois observamos o<br />

que fizemos tão automaticamente que nem percebemos.<br />

Coaching e Mentoring


Assim, precisamos de uma intervenção externa, de alguém que nos ajude a enxergar o<br />

que não conseguimos ver por nós. É como dirigir – você se lembra de quantas vezes<br />

mudou a marcha do seu carro no caminho de casa para o trabalho? Ou você conseguiria<br />

descrever de que maneira você muda de marcha? Provavelmente se alguém fizer esta<br />

observação e comentá- la com você, a sua atenção vai ficar mais alerta da próxima vez<br />

que você dirigir. Este é o famoso momento, muito comum em coaching, do “eu faço isto<br />

mesmo e nem notava...”<br />

25<br />

O gestor que, com a justificativa de ser democrático, não intervém quando observa<br />

performance ou ação ineficiente não está agindo como líder e, na sua passividade, está<br />

privando o seu liderado do direito de melhorar e de aprender.<br />

Preparação interna: O líder-coach tem a capacidade de ser assertivo e ao mesmo<br />

tempo respeitoso em seu feedback, já que ele não está julgando a pessoa, mas<br />

intervindo em relação a sua ação. É importante que o líder saiba porque está oferecendo<br />

feedback, para ter condição interna de confrontar a resistência natural que existe, uma<br />

vez que, socialmente, é algo que fomos ensinados a evitar.<br />

O feedback efetivo evita o “fenômeno da cegueira”, elaborado pelo linguista chileno<br />

Fernando Flores que é o processo onde a pessoa vê as ações do outro que causaram<br />

resultados negativos, mas não consegue perceber a sua própria participação nestes<br />

mesmos resultados.<br />

Também colabora com o que Jeffrey Auerbach, PhD, denomina de percepção de<br />

blindpoint (ponto cego), e sugere que o coachee se torne consciente de seu estilo e seus<br />

hábitos, podendo criar assim um plano de desenvolvimento para ajudar a si mesmo a<br />

gerar a melhoria comportamental necessária.<br />

Em seu conceito original, feedback é um ato de generosidade, como se alguém dissesse<br />

“eu tenho informações que podem ajudar você a se dar melhor aqui na empresa”. O<br />

feedback é o lado virtuoso do conceito do insider trading, ou seja, alguém de dentro<br />

dando informações privilegiadas. Assim, o feedback não deve ser visto pelos gestores<br />

como “mais uma função” dentre várias que eles já executam, mas como uma mensagem.<br />

Cada feedback oferecido com respeito se torna um meio de dizer ao coachee: eu lhe<br />

apoio e me interesso pelo seu crescimento. Tornar-se um presente! Lembre-se sempre<br />

da essência deste conceito: Feedback é uma conversa de aprendizado.<br />

Noel Ticky postula que líderes que estão “muito ocupados proclamando sua própria<br />

importância”, são líderes ruins, pois não percebem o quanto a sua equipe se energiza<br />

quando o seu valor é reconhecido.<br />

O feedback positivo é uma maneira das pessoas sentirem o quanto são necessárias e o<br />

quanto tem um papel importante nos resultados obtidos, além de ajudar também na<br />

construção de espírito de equipe.<br />

Coaching e Mentoring


A pessoa que se sente percebida acaba tornando-se uma fonte de energia positiva e de<br />

dinamismo, pois talvez seja a sua maneira de mostrar a sua gratidão. O oposto ocorre<br />

para aquele que se sente ignorada. Muitos líderes tem a questão “Como é possível<br />

motivar a equipe?” Resposta: Tendo a capacidade de reconhecer o que eles fazem e de<br />

compartilhar méritos.<br />

4.3 FEEDBACK INEFETIVO<br />

O feedback inefetivo torna-se motivo de piada e gera cinismo e desconfiança e tem por<br />

características:<br />

26<br />

Ser vago;<br />

tem como alvo a pessoa em vez da ação;<br />

é baseado no achismo;<br />

não gera espaço para diálogo;<br />

é colocado como se fosse a verdade absoluta.<br />

Para o gestor que se sente obrigado a dar feedback, sem entender o sentido por trás<br />

deste conceito, ele acaba tendo piores resultados do que se ficasse em silêncio.<br />

Um caso comum que ouço os coaches reclamarem é quando o gestor oferece o que eu<br />

chamo de “feedback-fofoca”. Imagine-se sentado totalmente concentrado na leitura de<br />

um relatório, quando passa alguém pela sua mesa e fala: “Andam dizendo por aí que<br />

você tem sido chato com as pessoas...veja lá, hein...” Antes de você ter tempo de<br />

levantar a cabeça, a pessoa já sumiu e você se questiona se ouviu coisas. Para o gestor,<br />

que fez o comentário de passagem, a sua tarefa está feita, ele acha que fez o feedback<br />

do dia. Se por algum motivo o coachee não melhorar, ninguém pode dizer que ele não<br />

avisou...<br />

Por que este feedback é inefetivo? Porque não gera aprendizado. No máximo gera<br />

confusão, pois “andam dizendo” não especifica o que aconteceu. A segunda parte, “você<br />

tem sido chato”, tem a pessoa como alvo e gera apenas a sensação de estar sendo<br />

julgado e rotulado. Além disso, chato não especifica qual comportamento precisa ser<br />

revisto. Conclusão: nada de aprendizado, no máximo o que pode ocorrer é a pessoa se<br />

ressentir e querer saber quem está fofocando sobre ela.<br />

4.4 FEEDBACK E ASSÉDIO MORAL<br />

O assédio sexual é uma preocupação cada vez maior, onde o objetivo é evitar que os<br />

gestores façam comentários que humilhem as pessoas. Como todo conceito em fase<br />

inicial, é possível que se faça um pouco de confusão em relação à definição de que tipo<br />

de comentário se traduziria em assédio moral, já que o mesmo comentário pode gerar<br />

níveis de desconforto diferentes dependendo das pessoas.<br />

A confusão é criada quando temos dois extremos. De um lado o chefe que alega que ele<br />

sempre falou “desta forma”, e que o problema reside no funcionário, que não aguenta<br />

nada. Neste caso o gestor tem dificuldade em conscientizar-se de sua postura e do<br />

impacto de suas palavras nos outros.<br />

Coaching e Mentoring


Já no outro extremo, temos a possibilidade do funcionário que, pode interpretar qualquer<br />

comentário mais objetivo como algo humilhante, devido a vários fatores e à sua própria<br />

historia de vida.<br />

27<br />

O que o gestor faz para criar interação efetiva e minimizar as interações errôneas? A<br />

regra básica é fazer o possível para se lembrar do porquê do feedback. O objetivo não é<br />

humilhar, culpar ou fazer do outro um vilão, e sim gerar aprendizado. Não existe<br />

“verdade absoluta” quando se dá um feedback, pois o mesmo ato pode ter sido muito útil<br />

em situações de outrora, mas pode ser ineficiente no presente em relação ao novo<br />

resultado que se deseja alcançar.<br />

A questão então se torna: “Como dar feedback para alguém que não está aberto para<br />

ouvir críticas? Será que existe um jeito para isso? Sim, existe.<br />

Pode não ser uma solução mágica e imediata, mas existe a solução baseada em criar um<br />

processo de feedback efetivo e com respeito a que, com o tempo, a pessoa fica mais<br />

aberta a receber. Você já deve ter conhecido casos de “pessoas difíceis”, mas que tinham<br />

alguém que elas escutavam.<br />

Qual era o segredo dessa pessoa que se fazia escutar? Será que ela tinha algum segredo<br />

ou tinha apenas um interesse genuíno de ajudar, enquanto os outros apenas criticavam?<br />

O tema de assédio moral demonstra dois fatores interessantes. O primeiro é que existe<br />

uma conscientização global das pessoas em relação a como gostariam de ser tratadas e,<br />

talvez pela primeira vez na história do trabalho, estas pessoas sentem que podem<br />

reivindicar um mínimo de dignidade e respeito de seus gestores.<br />

Isto é um sinal de evolução da raça humana. O segundo é que o termo assédio moral<br />

teve que ser criado para que, em pleno século XXI, as pessoas sejam relembradas que<br />

não se deve maltratar ou humilhar os outros.<br />

O gestor representa o sistema. Anteriormente, mencionei o conselho de que não existisse<br />

fracasso, apenas feedback. Este é um dos conceitos mais poderosos para o processo de<br />

aprendizagem, pois mantém o coachee na posição de aprendiz quando a sua alternativa<br />

não der certo. Só assim ele vai poder analisar o que precisa ser reajustado antes de fazer<br />

novamente.<br />

Para as pessoas que tem dificuldade de entender este conceito, eu sugiro que pensem no<br />

sistema como alguém que lhe dá dicas sobre suas ações. Por exemplo, a pessoa que<br />

quer emagrecer, mas, devido à sua escolha de comida, ganha peso, não fracassou.<br />

Apenas recebeu um feedback do sistema (neste caso, o seu corpo) que a sua escolha<br />

deve ser repensada.<br />

O gestor oferece feedback efetivo quando se torna o representante do sistema. Na<br />

situação acima, é como se o seu corpo tivesse um porta-voz que lhe avisasse, após suas<br />

escolhas ou ações, se estas contribuem para o seu objetivo. Com o gestor, o coachee<br />

tem o privilegio de receber as informações em tempo real, ajudando-o a fazer ajustes<br />

necessários de forma acelerada.<br />

Coaching e Mentoring


Certo ou errado<br />

Outra dica importante, tanto para o coach como para o coachee, é que se lembrem de<br />

relativizar o conceito do certo ou errado. No mundo do aprendizado acelerado, a ideia de<br />

ter feito algo errado é substituída pelo conceito de ter feito algo que não gerou o<br />

resultado desejado. Porque isto? Por que o conceito de erro leva a culpa e a pessoa<br />

acaba personalizando o erro, sente-se frustrada, incompetente, etc. Cria-se uma cadeia<br />

de reações emocionais em que nada ajuda o processo, apenas contribui para distrair e<br />

atrasar o processo.<br />

28<br />

Outro motivo é que a mesma ação que hoje foi considerada um erro pode ter sido<br />

acertada ontem, quando usada em outras circunstancias. Por exemplo: a agressividade<br />

que gera constrangimento em uma reunião de diretoria pode ter sido altamente eficiente<br />

em outras circunstâncias onde a pessoa precisava defender-se de ataque externos. Outro<br />

exemplo: a capacidade de debate constante pode ser fatal em uma reunião para gerar<br />

soluções criativas, mas pode ter sido vital para reuniões de negociação.<br />

A mensagem implícita do feedback nunca deve ser “você errou” e sim “o que você fez<br />

funcionou (ou não funcionou) de acordo com tal objetivo”. O coach tem a função de<br />

facilitar ajustes e aprendizado, não culpar ou desanimar.<br />

Coaching e Mentoring


29<br />

4.5 FEEDBACK EFETIVO<br />

Figura 12 – Técnica do “sanduíche” para praticar o Feedback.<br />

TOPO DO PAO<br />

FINALIZAR = + 1 PASSO<br />

Encerrar reforçando pontos positivos e<br />

demonstrando confiança na possibilidade de<br />

aperfeiçoamento, crescimento e objetivos<br />

atingidos.<br />

RECHEIO DO PAO<br />

+ 5 PASSOS<br />

Expor pontos a serem melhorados:<br />

<br />

Fornecendo exemplos reais;<br />

Encontrando solução em conjunto; <br />

Traçando um plano de ação.<br />

BASE DO PAO<br />

6 PASSOS<br />

Valorizar pontos fortes, com ênfase, expressão<br />

de reconhecimento e satisfação.<br />

Coaching e Mentoring


Vamos ao ponto chave. Como se da um feedback efetivo?<br />

Tendo em vista que o objetivo do coach é gerar aprendizado e desenvolvimento, todo<br />

feedback deve ser dado como um sanduíche, onde o negativo (recheio) é ladeado de<br />

positivos (formado pela base e topo). Desta forma, todo o feedback deve começar e<br />

terminar com o positivo, sendo que a cada uma das etapas, há alguns passos a serem<br />

realizados. No total são 12 passos:<br />

1. Analisar a situação;<br />

2. Determinar os efeitos e objetivos;<br />

30<br />

3. Planejar e saber o que deseja ANTES;<br />

4. Ambiente propicio - Sala reservada;<br />

1º ETAPA (BASE DO PAO)<br />

6 PASSOS<br />

5. Comunicar-se efetivamente;<br />

6. Começar pelos pontos fortes - Lembrar da técnica do sanduíche;<br />

7. Descrever o que aconteceu / o comportamento que deseja mudar;<br />

8. Ouvir - dê tempo para pessoa responder;<br />

9. Descrever o comportamento desejado - seja específico; 2º ETAPA (RECHEIO DO<br />

PAO)<br />

10. Procurar soluções conjuntamente;<br />

+ 5 PASSOS<br />

11. Chegar a um acordo;<br />

12. Concentrar-se naquilo que se acha bom.<br />

3º ETAPA (TOPO DO PAO)<br />

FINALIZAR = + 1 PASSO<br />

Apreciação Positiva ( 1º Passo - A base)<br />

È importante começar o feedback reconhecendo o talento ou a qualidade que o coachee<br />

tem. Esta primeira etapa tem a função de diminuir o senso de vergonha e também de<br />

neutralizar uma superreação às críticas, o que é um fato importante, pois muito<br />

provavelmente o histórico de vida do coachee esta repleto de exemplos onde ele recebeu<br />

críticas duras e foi julgado como pessoa por atos que não deram certo.<br />

A segunda função da apreciação positiva é demonstrar ao coachee que o feedback a ser<br />

dado não representa uma mensagem negativa sobre a sua pessoa, o fato de que tenha<br />

realizado algo que não funcionou adequadamente não apaga as qualidades que possuí.<br />

A terceira função desta apreciação é o reconhecimento pela intenção positiva do<br />

coachee. O conceito de intenção positiva é importante neste momento e representa a<br />

capacidade do coach perceber que atrás de toda ação (ou reação), por mais ineficiente<br />

que ela seja, existe uma intenção positiva.<br />

Coaching e Mentoring


Na pressa de querer resolver logo as coisas, não temos o hábito de refletir sobre qual a<br />

possível intenção positiva do outro, principalmente quando reprovamos o seu<br />

comportamento. Com este pano de fundo, facilmente o gestor irá reclamar e apontar o<br />

negativo, considerando apenas o erro, enquanto o coachee possivelmente se sentira<br />

injustiçado, pois pode pensar que “ninguém percebe que ele estava tentando fazer o<br />

certo” ou poderá sentir-se desanimado, pois talvez pense que mesmo quando tenta<br />

acertar acaba errando.<br />

31<br />

Nenhuma destas duas sensações será beneficiada, pois a emoção criada de injustiça ou<br />

insegurança não gera motivação.<br />

No mundo profissional, toda a ação é uma maneira de ir atrás do que a pessoa considera<br />

ser o melhor ou uma maneira de se defender do que ela considera ser um ataque que<br />

pode levar a possíveis perdas. Todos querem acertar. Ninguém sai de casa de manhã<br />

planejando fracassar. No fundo, todos temos o sonho de dar certo, prosperar e crescer.<br />

A maneira mais fácil de saber a real intenção da pessoa é perguntar diretamente o que<br />

ela pretendia ao fazer o que fez e qual o resultado estava procurando obter, desta forma<br />

fica claro que mesmo que a maneira que a pessoa se expressou foi improdutiva, a<br />

intenção por trás desta expressão foi positiva.<br />

Para ser efetivo nesta etapa, considerando o funcionamento do ser humano, é mais<br />

produtivo que se comece com algum elogio: “você é um grande negociador e eu gostaria<br />

de dizer que...”, “A sua capacidade de venda é sensacional”; “A sua praticidade é uma<br />

vantagem para a nossa equipe” e observações como, “eu entendo o que você quer<br />

melhorar na sua equipe”; “que você está tentando fazer o melhor possível” e etc.<br />

Esta atitude cria aceitação a abertura para que o liderado esteja pronto para o processo<br />

de melhorias. O coachee vai ser bem mais receptivo a qualquer comentário do coach.<br />

A crítica (2º Passo – O Recheio)<br />

Este é o momento da crítica em si, que deve ter o foco em mencionar o ato que precisa<br />

ser melhorado e pedir alternativas e oferecer alguma sugestão para o coachee. Para que<br />

o feedback seja ainda mais eficiente no seu objetivo de gerar aprendizado, deve conter<br />

alguns elementos essenciais apresentado de forma estruturada.<br />

Após ajustar os modelos existentes no mercado, para atender às necessidades práticas<br />

nas aplicações de feedback, elaborei um modelo que denomino M.A.R.C.A. O feedback<br />

M.A.R.C.A inclui os elementos que tornam o feedback uma ferramenta que gera<br />

aprendizado de forma efetiva. Os elementos são:<br />

Coaching e Mentoring


32<br />

M- MOMENTO A - Ação R- Reação<br />

C-<br />

Consequência A -<br />

Alternativa<br />

Especifique o<br />

momento do<br />

qual você está<br />

falando. O seu<br />

comentário se<br />

refere a algo<br />

que ele fez<br />

hoje, ontem, de<br />

manhã, na<br />

reunião,<br />

durante uma<br />

conversa<br />

informal etc?<br />

Importante:<br />

mesmo que for<br />

um comentário<br />

sobre um<br />

padrão de<br />

comportamento<br />

recorrente, é<br />

preciso<br />

especificar um<br />

destes<br />

momentos,<br />

para que o<br />

coachee<br />

consiga ter<br />

memória exata<br />

do<br />

que<br />

aconteceu.<br />

Seja específico em<br />

relação à ação ou<br />

ao comportamento<br />

que o coachee teve.<br />

Descreva o fato em<br />

si, e não a sua<br />

interpretação e no<br />

lugar delas falar da<br />

ação.<br />

Por exemplo:<br />

"Você foi rude" -<br />

interpretação.<br />

Substituir por<br />

"Observei que o seu<br />

tom de voz e os<br />

seus gestos..." -<br />

ação.<br />

Descreva qual<br />

reação causada<br />

nos outros ou em<br />

você como<br />

resultado da ação<br />

do coachee.<br />

Muitas vezes o<br />

coachee continua<br />

mantendo a<br />

mesma ação<br />

inefetiva porque<br />

não percebe o<br />

impacto que está<br />

causando nos<br />

outros. Assim, o<br />

coachee como<br />

observador<br />

externo pode ser<br />

muito útil.<br />

Quais serão as<br />

consequências<br />

para o coachee<br />

em relação as<br />

suas metas,<br />

projetos e<br />

carreira em<br />

virtude da ação<br />

realizada?<br />

As pessoas<br />

reagiram de<br />

forma negativa<br />

ou resistente à<br />

ação que ele<br />

tomou? Essa<br />

associação<br />

parece óbvia<br />

para ele?<br />

O feedback<br />

todo existe<br />

para que se<br />

chegue neste<br />

momento, onde<br />

possíveis<br />

alternativas são<br />

geradas para<br />

que o coachee<br />

teste novas<br />

ações<br />

procurando ter<br />

resultados mais<br />

efetivos. Falouse<br />

de uma ação<br />

que não deu<br />

certo e agora<br />

se fala de<br />

possíveis ações<br />

alternativas.<br />

O que o<br />

coachee<br />

pretende fazer<br />

de diferente?<br />

Que outra ação,<br />

abordagem,<br />

comportamento<br />

ele poderia ter<br />

em vez do que<br />

já tentou?<br />

Positivo final (3º passo – O Topo)<br />

O último positivo refere-se a intenção do coach, que ao mesmo tempo é também o<br />

benefício do coachee. Antes de oferecer feedback, pergunte-se por que você está<br />

fazendo, qual a sua intenção, que melhoria pode ser gerada com o seu comentário.<br />

Lembre-se do WIIFM (what's in it for me), as pessoas tornam-se mais abertas e<br />

receptivas ao que você tem a oferecer se você as relembra qual o benefício que elas<br />

podem ter. Por que este passo é tão importante? Por que todos nós seres humanos<br />

carregamos conosco a bagagem de nossa história, que contém muitos momentos onde<br />

Coaching e Mentoring


outras figuras de autoridade ou amigos fizeram comentários que foram maldosos,<br />

humilharam, criticaram, manipularam ou que não tinham o nosso bem-estar como<br />

objetivo.<br />

33<br />

Portanto é esperado que as pessoas tenham uma certa hesitação em receber feedback,<br />

antes que se acostumem com a ideia de que o gestor tem intenções verdadeiramente<br />

positivas.<br />

Termine o feedback indicando o que pode melhorar para o coachee com esta observação<br />

que você fez: acredito que isto possa ajudar você a negociar melhor ainda / a vender<br />

melhor ainda / a desenvolver ainda mais a sua liderança / a ter uma performance ainda<br />

melhor/ e se tornar imbatível...<br />

Observe que estes possíveis benefícios motivam o seu coachee, pois toda pessoa se<br />

interessa em crescimento e desenvolvimento, faz parte da natureza humana. Uma vez<br />

que a sua intenção e benefício é anunciada, tudo o que foi dito vai ser recebido dentro<br />

deste contexto positivo.<br />

O feedback M.A.R.C.A. funciona mesmo efetivamente, pois cria um espaço mental para<br />

se falar de ajustes, sem gerar emoções de desperdício. Não esqueça o feedback positivo!<br />

Lembre-se de que o feedback se oferece não apenas quando algo não funcionou, mas<br />

também quando algo deu certo. A única diferença no feedback positivo é que não se<br />

precisa criar um sanduíche, pois vai-se falar de algo mais agradável.<br />

Usa-se o processo do feedback em si - o momento da ação, o que foi feito que<br />

funcionou, como as pessoas reagiram e quais consequências positivas isto pode ter para<br />

o coachee. O único item do feedback M.A.R.C.A. que pode se omitir é o ultimo (o A final,<br />

de alternativa), pois não é necessário gerar alternativas de ação. Há gestores que<br />

questionam o porquê do feedback positivo, se a pessoa fez algo que já deu certo, o<br />

objetivo, neste caso, também é gerar aprendizado.<br />

É fazer a pessoa pensar no que ela fez que funcionou, para que ela tenha consciência da<br />

ação específica que deu certo. Isto evita que ela passe pela frustração de saber que<br />

conseguiu no passado, mas não se lembra como.<br />

Momentos de sucesso também são momentos de aprendizado. É comum ouvir as<br />

pessoas dizerem "Sei lá como consegui, o que interessa é que deu certo!" . Na euforia<br />

da vitória, elas não querem avaliar o evento e perdem uma grande oportunidade de<br />

replicar o que funcionou tão bem.<br />

Outro motivo importantíssimo que não pode ser esquecido é o fator multiplicação. Todo<br />

feedback positivo incentiva a tendência de repetir a mesma ação, estudos de<br />

comportamento humano demonstram que a melhor maneira de se perpetuar um<br />

comportamento que está funcionado é reconhecê-lo ( muito diferente da ideia antiga de<br />

que "a pessoa já sabe que faz bem, não preciso dizer nada"). Assim o feedback positivo<br />

exerce a função de ajuda a manter e multiplicar o que está funcionando.<br />

Coaching e Mentoring


34<br />

Just-in-time<br />

Todo incidente que ocorre, de erro ou de acerto, é momento de coaching. O coach que<br />

deixa este momento passar perde a oportunidade de gerar algum aprendizado ou<br />

melhoria. O ideal é que o feedback seja just-in-time, o mais rápido possível após o<br />

evento. É importante que cada integrante da equipe tenha pelo menos algumas<br />

conversas de feedback formais durante o ano e também os informais (que ocorrem em<br />

grande parte).<br />

O processo just-in-time é mais informal e mais frequente sem a necessidade de<br />

formulários preenchidos ou reuniões formais com o gestor. São nestes momentos de<br />

conversa informal e troca de idéias de forma desburocratizada que a maior parte do<br />

feedback efetivo ocorre.<br />

Coaching e Mentoring


35<br />

5. ANEXOS<br />

1 - Será que escolhi a empresa certa para trabalhar?<br />

Daniela do Lago<br />

É cada vez mais comum ouvirmos profissionais se questionando se fizeram a opção<br />

correta aceitando seus trabalhos atuais, se estão atuando na área certa ou na função que<br />

realmente gostam.<br />

Escolhas erradas podem ser responsáveis por profissionais frustrados e infelizes. Casos<br />

de profissionais que abdicaram de sua real vocação por pressão familiar, por imaturidade<br />

ou necessidade financeira são, ainda, frequentes no mercado profissional.<br />

Por que as pessoas fazem escolhas profissionais erradas?<br />

Não existe uma resposta padrão, talvez muitos profissionais estivessem desempregados<br />

e acabaram aceitando a primeira oportunidade que lhes foi dada, pois precisavam pagar<br />

suas contas.<br />

Ou talvez quando você assumiu a responsabilidade e aceitou seu trabalho atual, não<br />

sabia como seria essa trajetória e muito menos o seu fim. Tudo o que pensava era que<br />

ingressar em um desses cargos logo no início da carreira, em uma empresa conceituada,<br />

podia ser uma grande oportunidade profissional.<br />

Agora, será que realmente você fez a escolha certa?<br />

Sabemos que trabalhar em uma empresa conceituada faz sim diferença no currículo e até<br />

nas oportunidades que você terá ao longo da carreira. Mas, isso está bem longe de ser<br />

tudo. O fato da empresa ser conhecida e oferecer uma aparente estabilidade, não quer<br />

dizer que ela seja boa para você.<br />

Também sabemos que a remuneração é importante, afinal quem não quer ganhar um<br />

bom salário e diversos benefícios? O fato é que se escolheu sua empresa atual porque ela<br />

te oferece um mega salário, fique atento, pois se o negócio não combina com você, com<br />

certeza logo estará insatisfeito.<br />

Vamos a algumas dicas para você refletir se fez a escolha certa e ficar atento a estas<br />

perguntas antes de ingressar na próxima empresa:<br />

1 – A empresa atual possui os mesmos valores que o seu? Pesquise sobre os valores que<br />

sua a empresa tem, bem como seu significado e verifique se estão congruentes com os<br />

seus, caso não esteja, essa pode ser a razão de sua insatisfação com a realidade atual;<br />

2 – O tipo de negócio, produto ou serviço que sua empresa produz, comercializa ou<br />

representa te traz orgulho e admiração? Um erro comum é perder o gosto pelo trabalho<br />

devido a falta de identificação com o tipo de negócio que sua empresa oferece.<br />

Geralmente, quando não há essa admiração, a desmotivação aparece.<br />

Coaching e Mentoring


Pois bem, se respondeu negativamente as perguntas acima, não entre em “crise<br />

profissional”, afinal você não está sozinho. O que recomendo é que primeiro não se<br />

desespere, isso pode acontecer, mas é preciso achar a causa e entender os motivos.<br />

Importante também não confundir a falta de gosto pelo seu atual trabalho ou pela<br />

empresa com uma possível escolha errada da sua profissão.<br />

36<br />

Recorrer a um coach, conversar com profissionais qualificados e que te ajudem a<br />

encontrar o real problema também é uma dica valiosa e fácil de colocar em prática.<br />

Escolher a empresa certa para trabalhar é como escolher uma pessoa para casar.<br />

Funciona exatamente como um casamento. Antes de se casar com uma pessoa, primeiro<br />

existe um interesse, depois o namoro e na sequência o casamento. Para escolher a<br />

empresa funciona da mesma forma: primeiro existe um interesse pelo tipo de negócio<br />

que a empresa oferece, depois a fase do “namoro” é o período de experiência, em que<br />

você passa a conhecer melhor o dia a dia da empresa.<br />

Passado este período de namoro com sucesso, você será contratado para trabalhar na<br />

empresa, assinando assim um contrato de compromisso. Exatamente como funciona um<br />

casamento. Se pensarmos bem, no casamento os dois lados interessados têm que dar e<br />

receber, existe compromisso mútuo, momentos de pedir o que deseja e outros em que<br />

tem que ceder. Quando há insatisfação por qualquer uma das partes, haverá o<br />

rompimento, a separação, no caso da empresa, a demissão.<br />

Assim como você não escolhe qualquer pessoa para se casar, por que vai escolher<br />

qualquer empresa para trabalhar? Pense nisso.<br />

Coaching e Mentoring


37<br />

2 - Santo de casa realmente não faz milagre?<br />

Daniela do Lago<br />

Esta semana estive em algumas empresas diferentes, porém ouvi repetidamente a<br />

mesma queixa de diversos colaboradores: “Nesta empresa não somos valorizados”, ou<br />

“aqui nossas ideias não são ouvidas” e até mesmo “para algo dar certo em nossa<br />

empresa, tem que ser feito por alguém de fora”.<br />

Existem empresas que se fazem de surdas. Preferem fingir que não escutou e acabam<br />

desconsiderando as soluções que são apresentadas por seus próprios colaboradores.<br />

Muitos líderes acreditam, erroneamente, que a melhor solução para os problemas<br />

internos são encontrados fora da empresa.<br />

"Santo de casa não faz milagre" é um dito popular bem conhecido, cuja origem se dá na<br />

Bíblia e foi proferido por Jesus quando disse que "o profeta não é reconhecido em sua<br />

própria terra”. Mas será que santo de casa realmente não faz milagre?<br />

No mundo corporativo muitas vezes busca-se o caminho mais rápido para alcançar<br />

determinado resultado e isso é comum, pois está diretamente ligado à sobrevivência da<br />

empresa no mercado, no entanto, essa rapidez para encontrar uma solução pode custar<br />

caro. Ao buscar soluções fora da empresa contratando novos colaboradores, as<br />

organizações perdem pessoas altamente talentosas, que vão à busca de novas<br />

oportunidades em outras empresas. Iniciando um circulo vicioso no mercado de trabalho.<br />

É dever de todo líder ter olhos críticos para selecionar aqueles que vão trazer sucesso<br />

para seu empreendimento, mas também de preparar e desenvolver aqueles que já fazem<br />

parte de seu negócio.<br />

Devemos dar voz a estes profissionais de forma que suas idéias avancem dentro da<br />

empresa, devemos convidá-los a participar de projetos para que passem de ouvintes a<br />

contribuintes. É muito importante acreditarmos nestes potenciais colaboradores que, por<br />

muitas razões, se encontram encobertos ou invisíveis em algum lugar dentro da empresa<br />

e a função do líder é encontrá-los.<br />

Devemos ficar atentos a todas as oportunidades que surjam na empresa, apreciar as<br />

boas ideias e reconhecer as capacidades existentes dentro da empresa, afinal boas ideias<br />

geram bons negócios e podem resultar em grandes avanços, mas precisam ser<br />

suportadas ou serão simplesmente boas ideias.<br />

Empresas modernas não são só aquelas que usam e abusam da tecnologia e que têm<br />

altas capacidades produtivas, mas sim aquelas que ouvem seus funcionários ativamente.<br />

Bons líderes têm como principal característica a escuta ativa.<br />

O propósito da escuta ativa é entender o que o outro pensa, como age ou o que está<br />

acontecendo, não deixar que certas informações fiquem vagas ou abstratas.<br />

Quando paramos para ouvir a opinião de outros colaboradores, nosso leque de visão se<br />

abre despertando assim soluções e novos fundamentos. O simples fato do gestor mostrar<br />

Coaching e Mentoring


que se interessa, estimula o funcionário a realizar, pensar e procurar melhorar cada vez<br />

mais.<br />

38<br />

Saibam que Santo de casa faz sim milagre e se praticarmos a escuta ativa poderemos<br />

encontrar respostas para problemas antigos na empresa.<br />

E você, está ouvindo ativamente as pessoas?<br />

12 - Faça do seu currículo a isca perfeita para a vaga que tanto deseja!<br />

Na última semana recebi centenas de e-mails de profissionais aflitos por não estarem<br />

conseguindo nem sequer participar de entrevista de trabalho e me perguntam qual seria<br />

o problema?<br />

A resposta é complexa claro, mas a primeira pergunta que faço é para checar se o<br />

currículo está adequado para mercado de trabalho.<br />

Por isso achei que seria importante organizar todas as dicas em um artigo que poderá ser<br />

útil a tantos profissionais que se encontram nesta mesma situação.<br />

Levando em consideração que um selecionador leva cerca de 40 segundos analisando<br />

cada currículo, fica o desafio de deixar o seu o mais interessante para que sirva de “isca”<br />

para a vaga desejada.<br />

Digo que o seu currículo tem que funcionar como uma “isca” para que chame a atenção<br />

do selecionador e que ele tenha a curiosidade em te conhecer pessoalmente, te<br />

chamando assim para a tão esperada entrevista.<br />

Aqui vão algumas dicas que vão fazer do seu currículo a “isca” perfeita para que passe<br />

nesta primeira etapa de um processo seletivo:<br />

1) Dados pessoais: Coloque seu nome destacado, informações dos dados pessoais,<br />

endereço, telefone fixo, celular e e-mail. O objetivo é que o selecionador possa te<br />

encontrar com facilidade.<br />

2) Objetivo: Esta é a parte fundamental do seu currículo. Tenho visto inúmeros<br />

currículos sem o objetivo informado. Importante que tenha seu objetivo claro,<br />

para qual vaga ou área deseja se candidatar, afinal esse é primeiro item que<br />

olhamos no currículo antes mesmo dos seus dados pessoais.<br />

Imagine que o selecionador está organizando em locais diferentes os curriculos para as<br />

vagas, onde ele iria colocar o seu se não tem objetivo destacado?<br />

Certamente vai direto para o lixo!<br />

Alguns profissionais confidenciam para mim que não colocam o objetivo no currículo por<br />

simplesmente não saberem para onde ir, nem que área poderia se destacar e esperam<br />

que o selecionador faça isso por eles.<br />

Infelizmente essa possibilidade é quase nula nas empresas. A rotina da área de<br />

recrutamento e seleção é muito corrida e os selecionados não dispõe de todo o tempo<br />

que precisariam para analisar com esta precisão os curriculos que recebem.<br />

Coaching e Mentoring


Agora, pense bem, quem seria a melhor pessoa que poderia saber qual melhor área para<br />

você trabalhar? Claro que é você! Ninguém melhor que você pode saber desta<br />

informação.<br />

39<br />

Para aqueles que estão pensando algo como “não sei para onde quero ir”, lembre-se:<br />

Para quem não sabe o que quer, qualquer coisa serve! Para quem não sabe aonde ir,<br />

qualquer caminho serve!<br />

Se você não sabe o que é melhor para você, ninguém saberá. Portanto, foco e objetivos<br />

claros são fundamentais para este primeiro passo em sua carreira.<br />

3) Qualificações Pessoais: Coloque me tópicos sua experiência adquirida. Sabe<br />

aquele conhecimento que só você tem e que independe da empresa que trabalha?<br />

Nada de escrever detalhes demais das atividades que desempenhavam nas antigas<br />

empresas.<br />

Quando eu trabalhava em empresa, era responsável por um programa bem complexo de<br />

treinamento específico destinado aos vendedores de concessionárias. Ao invés de colocar<br />

no meu currículo os detalhes deste programa, descrevi que tinha “experiência em<br />

treinamento de vendas”. Simples, claro e objetivo. Disponibilidade para viagem vale aqui<br />

também.<br />

4) Formação acadêmica: Sempre do último curso para o primeiro. Não esqueçam o<br />

nome da instituição, nome do curso e ano de formação.<br />

5) Experiência profissional: Recomendo que coloque da atual ou última empresa<br />

para a primeira que trabalhou. Se já passou por muitas empresas, procure<br />

destacar as mais relevantes. Faça de uma forma sucinta, clara e objetiva.<br />

Lembre-se que o objetivo é para o selecionador agendar uma entrevista contigo.<br />

No dia da entrevista você pode falar melhor sobre sua experiência profissional.<br />

6) Cursos Extracurriculares: Vale destacar os cursos que vão contribuir para a<br />

vaga ou área que está buscando. Entendo que aquele curso de culinária e aulas<br />

de surfe foram inesquecíveis na sua vida, mas nada vão adiantar se estiver se<br />

candidatando para área financeira, por exemplo.<br />

Portanto, pense bem antes de colocar todos os cursos que fez, pode gerar confusão.<br />

7) Idiomas: Só coloque que é fluente em algum idioma se realmente for. Sabemos<br />

que o papel aceita tudo, mas não se coloque em situação constrangedora.<br />

8) Informações adicionais: Não é obrigatório ter esse item no currículo, mas vale<br />

acrescentar aquele trabalho social, hobbie bacana e saudável que pratica.<br />

9) Cuidado com suas comunidades nas redes sociais: É muito comum os<br />

selecionadores darem uma olhadinha nas comunidades daqueles que já foram<br />

Coaching e Mentoring


pré-selecionados. Portanto, cuidado com suas comunidades no Orkut, comentários<br />

no twitter e facebook. Você pode ser eliminado antes mesmo de ter sido chamado<br />

para entrevista.<br />

40<br />

10) Agora é só organizar o currículo e enviar.<br />

Uma boa formatação e apresentação do currículo demonstram extremo auto cuidado e<br />

diz muito bem a seu respeito. Nem preciso falar da correção ortográfica, erros de<br />

português arranha sua credibilidade.<br />

O melhor momento para procurar trabalho é quando não está precisando.<br />

Então, o que está esperando para enviar o seu currículo? Se for chamado para<br />

entrevista, poderá avaliar o que é melhor para você. Agora, se enviar e não receber<br />

nenhuma resposta, veja bem, essa já é uma resposta de que algo está faltando em seu<br />

curriculo!<br />

Agora sua “isca” está pronta, comece lançando para empresas selecionadas por você e<br />

claro, lembre-se que para alcançar bons resultados deve ativar sua rede de contatos<br />

também. Boas entrevistas!<br />

Coaching e Mentoring


3. Por que a carreira de profissionais talentosos não decola?<br />

Daniela do Lago<br />

41<br />

Por que a carreira de profissionais promissores simplesmente não decola? Esta com<br />

certeza é uma dúvida que merece ser esclarecida. O que acontece com profissionais que<br />

possuem um currículo excelente, uma boa formação acadêmica, porém não conseguem<br />

fazer com suas carreiras decolem rumo ao sucesso?<br />

Uma pesquisa realizada pelo Center for Creative Leadership identificou algumas<br />

características de profissionais com grandes potenciais e cuja carreira não decolou, são<br />

elas:<br />

Profissionais que Intimidam; são ríspidos, frios, arrogantes; traem a confiança de seus<br />

subordinados ou pares; são ambiciosos demais; apresentam problemas específicos de<br />

performance; são incapazes de pensar estrategicamente; incapazes de delegar ou<br />

trabalhar em equipe e tem dificuldade de se adaptar ao chefe.<br />

Pode- se verificar segundo esta pesquisa que fracassam mais por motivos pessoais e de<br />

relacionamento do que por falta de conhecimento técnico!<br />

Sempre digo que a habilidade técnica é muito importante para sua carreira, afinal<br />

funciona como um “filtro” que te permite concorrer a qualquer processo na empresa,<br />

porém a habilidade comportamental é o que te faz conseguir a vaga, permanecer no<br />

cargo, ser promovido ou até mesmo demitido da empresa.<br />

Ressalto aqui que investir em habilidades técnicas deixa o profissional sempre pronto<br />

para assumir novas posições e novas responsabilidades em eventuais promoções. É<br />

muito importante que invista em pós-graduação, MBAs, cursos de idiomas etc. Pesquisas<br />

comprovam que quanto maior o nível de instrução, maior o salário. Mas saiba que apesar<br />

de possuir muitas habilidades técnicas, nada vai adiantar se suas habilidades<br />

comportamentais não estiverem em ordem.<br />

Entenda que sua carreira é uma coisa e seu emprego é outra. A diferença existe pelo fato<br />

de que a carreira é o seu negócio de vida e deve-se cuidar dela para que sempre<br />

prospere. Já o emprego é o caminho para alcançar os objetivos de sua carreira.<br />

Deve-se ter em mente que, mesmo quando possui um bom emprego, a evolução da<br />

carreira não pode parar. Ficar sentado esperando a banda passar dificilmente vai te levar<br />

a alguma promoção. O profissional que entra na “zona de conforto”, na estagnação, está<br />

fadado a perder o emprego.<br />

Quem administra sua vida profissional busca empregos melhores, empresas mais<br />

estruturadas e que possibilitam o crescimento.<br />

Mas voltando as habilidades comportamentais, para que sua carreira decole saiba que a<br />

inteligência emocional pesa muito na obtenção de bons resultados.<br />

Coaching e Mentoring


Se você sabe lidar bem com várias situações negativas e comportamentos das pessoas,<br />

transformando os problemas em soluções e as dificuldades em oportunidades para<br />

crescimento significa que você possui essa habilidade de relacionamento.<br />

42<br />

De nada adianta ser profissional supercompetente, bem preparado, se não consegue lidar<br />

com as pessoas ao seu redor. Como você poderá ser promovido a cargos de liderança se<br />

não sabe tirar o melhor de seus colegas, de seus subordinados, por pura inabilidade no<br />

trato com essas pessoas?<br />

Outra habilidade comportamental é o trabalho em equipe. Se para quem não tem<br />

grandes pretensões profissionais o trabalho em equipe é importante, imagine para quem<br />

deseja alçar grandes voos! Saber se relacionar é fundamental e não é segredo para você,<br />

porque ninguém trabalha nem alcança o sucesso sozinho.<br />

Por fim caro leitor, para decolar sua carreira e alcançar novas perspectivas profissionais<br />

faça um exercício de autocrítica. Falo aqui para aprender com os erros cometidos, com a<br />

rotina do trabalho, com seus colegas e não só com cursos técnicos e formais.<br />

Quem quer crescer profissionalmente tem que ter humildade para reconhecer que não<br />

sabe tudo e que vivemos um aprendizado constante. O que passou não tem volta, mas<br />

daqui pra frente você tem poder para escolher qual será o destino de seu voo<br />

profissional.<br />

Que você voe bem alto!<br />

Coaching e Mentoring


43<br />

4. O que você faz para se motivar no trabalho?<br />

Daniela do Lago<br />

O que é motivação? Ação, incentivo, desejo, poder de ir em frente, alguma coisa que<br />

precisamos quando não a temos, como dinheiro no banco. Bilhões são gastos com<br />

motivação todos os anos. São brindes, placas, troféus, prêmios e, naturalmente, bônus<br />

em dinheiro para os melhores da empresa.<br />

Mas, o que é de fato motivação? Dividindo a palavra ao meio, temos motiv + ação.<br />

Motivação é um motivo para agir – uma razão para fazer alguma coisa.<br />

É ter um “motivo para ação”, é pessoal, intrínseco e intransferível. Este motivo está<br />

dentro da sua cabeça e do seu coração, portanto seus motivos são abstratos, só tem<br />

significado para você e esta é a razão pela qual a motivação é algo tão especial. O<br />

grande problema é definir os motivos verdadeiros, o que realmente você quer, o que te<br />

move para ação, para assim dar significado ao seu dia a dia.<br />

Ela está sempre presente. Pode ser boa, ruim ou não ter nenhuma moral, no entanto<br />

invariavelmente ela está lá. Acontece no momento. Não é algo que possamos comprar<br />

numa caixa ou numa garrafa e colocar na prateleira.<br />

Não existem pessoas desmotivadas. Adolescentes cansados demais para arrumar o<br />

quarto numa tarde de sábado estão economizando energia para um encontro a noite.<br />

Estão motivados, embora não na direção preferida pelos pais. Todo mundo está<br />

motivado.<br />

A sede nos motiva a beber, o cansaço a dormir. A grande questão é como obter mais<br />

motivação nas áreas em que desejamos? Como nos tornarmos – e os que estão próximos<br />

a nós – mais estimulados a buscar realizações profissionais?<br />

Como então conseguir mais motivação no trabalho? A chave para motivação bem<br />

sucedida é o envolvimento individual. Isso significa unir as metas pessoais dos<br />

funcionários às da empresa. Para vencer no trabalho, todos nós devemos criar uma<br />

metodologia em que as pessoas e o negócio estejam intimamente ligados para crescer<br />

juntos, com metas comuns ou compatíveis. Para isso, será necessário observarmos<br />

algumas dicas:<br />

1 – O que há aqui para mim?<br />

É uma pergunta viral que está na cabeça de todos os colaboradores quando chegam ao<br />

trabalho diariamente. Sempre que se vêem numa situação nova em que terão que<br />

mostrar seu desempenho, eles formulam essa pergunta. Muitas vezes não a verbalizam<br />

porque não querem que o chefe os considerem egoístas, encrenqueiros nem funcionários<br />

ruins. No entanto, a pergunta está lá.<br />

Será que seu chefe está atento para percebê-la?<br />

Coaching e Mentoring


Agora não vale colocar a culpa somente no seu chefe (lembre-se que a motivação vem<br />

de dentro). Confesso que conheço alguns profissionais que estão desmotivados no<br />

trabalho, passam o dia reclamando do trabalho e dos problemas as quando são<br />

questionados, nem sequer sabem o que realmente querem e esperam do trabalho.<br />

44<br />

E você, sabe o que realmente quer do seu trabalho?<br />

2 – Por que devo fazer isso?<br />

Essa pergunta que as crianças costumam fazer muitas vezes. Pelo menos, até desistirem<br />

depois de ouvir centenas de vezes “Porque eu mandei”, o que não chega a ser uma<br />

explicação.<br />

Quando as pessoas perguntam: “Por que devo fazer isso?” ou “O que há aqui para<br />

mim?”, estão tentando se motivar. Estão querendo dizer “Chefe, preciso de ajuda”,<br />

“Deixe-me entender melhor o propósito deste trabalho”, “Quero ser motivado!”.<br />

Será que seu chefe está aberto para responder estas perguntas?<br />

E você? Tem o hábito de perguntar as razões antes de sair fazendo um trabalho que não<br />

entendeu?<br />

3 – Estímulos diferentes para pessoas diferentes.<br />

Os grandes motivadores podem conseguir que um grupo concretize um único objetivo<br />

por diferentes razões individuais. Pense na pessoa que trabalha na sua empresa que<br />

mais precisa de motivação. Você a conhece de verdade? Saberia me responder de bate<br />

pronto qual o nome do cônjuge dela? Quais são as idades e atividades dos filhos? Esse<br />

colaborador tem hobbies? Você sabe em que cargo ele gostaria de estar em sua empresa<br />

daqui a 3 anos? Está a par do quanto essa pessoa gostaria de ganhar?<br />

Se você está se sentindo um pouco incomodado, saiba que não estou nem na metade<br />

das perguntas. O que quero dizer é que ninguém consegue motivar um estranho de<br />

forma eficaz. Sua habilidade pra estimular as pessoas está diretamente relacionada ao<br />

seu grau de conhecimento sobre elas e à sua capacidade de combinar os objetivos da<br />

empresa com as necessidades e desejos que elas têm. Você precisa saber o máximo<br />

possível a respeito de quem quer motivar.<br />

O contrário também é verdade. As pessoas devem saber o máximo a seu respeito e<br />

também sobre a empresa. Ninguém pode fazer o que você faz, a não ser que saiba o que<br />

você sabe. Não espere que os outros pensem como você, a menos que eles tenham as<br />

informações que você possui.<br />

Portanto, mãos a obra!<br />

Levante de sua cadeira e vá conhecer as pessoas da sua empresa.<br />

Mas lembre-se de estar aberto para se conhecer plenamente também. Portanto, pare<br />

agora, pense e avalie até descobrir a essência de seus motivos. Se você já descobriu o<br />

seu motivo verdadeiro então agora dedique a sua vida para conquistá-lo e só assim<br />

poderá dizer que é uma pessoa motivada!<br />

Coaching e Mentoring


5. Quer aumento? Traga resultados antes para não passar vexame. E não deixe<br />

de pedir, é claro.<br />

Daniela do Lago<br />

45<br />

O que vou escrever agora é totalmente contrário ao que os livros de liderança e<br />

administração dizem. Os livros dizem assim: “Se tiver que pedir um aumento salarial,<br />

isso já é um sinal de que você não o merece”.<br />

Eu particularmente discordo desta afirmação. A maioria dos livros de liderança, dos quais<br />

seguimos a rigor em nosso dia a dia, discorre sobre a realidade de empresas que<br />

trabalham por meritocracia.<br />

Mas... o que é meritocracia? Ela acontece quando a empresa já tem bem estruturado um<br />

método de avaliação por desempenho e, portanto, sabe medir desempenho e<br />

produtividade dos colaboradores. Logo, fica mais “fácil” saber quem merece o tal do<br />

aumento salarial. Na meritocracia os funcionários também sabem que serão<br />

recompensados pelo bom trabalho apresentado.<br />

No Brasil, de acordo com a minha experiência, ainda é minoria as empresas que<br />

trabalham corretamente com avaliação por desempenho. Então, se você não trabalha em<br />

uma empresa meritocrática, que na prática não tem uma política de aumento salarial tão<br />

assertiva assim, cabe a você batalhar pelo reconhecimento de seu trabalho. Não há<br />

fórmula mágica para ser usada na hora de pedir um aumento de salário. Porém, antes de<br />

tocar nesse assunto, você deve se preparar, pensar bem e sentir se é a hora certa.<br />

Já presenciei situações constrangedoras, em que os próprios colaboradores se colocaram<br />

em saias justas ao pedirem aumento salarial. Isto porque não pega bem tocar em certos<br />

assuntos na hora de pedir um aumento. Não caia nessa, pois com certeza não conseguirá<br />

o que deseja:<br />

1) Eu também mereço um aumento salarial! Não faça comparações desse tipo.<br />

Quem disse que merecer é critério para alguma coisa? Eu sei que você merece ser<br />

reconhecido e valorizado pelo que faz, mas para isso acontecer na empresa é<br />

preciso mostrar resultados. Não se trata de merecimento e sim de resultados.<br />

Essa dica pode não agradar muitas pessoas, mas queiramos ou não, reflete o<br />

pensamento de muitos empresários: fazer corretamente as tarefas é apenas a<br />

obrigação de todo bom profissional. E me refiro também a obrigações como não<br />

faltar no trabalho, chegar no horário, cumprir horário de almoço, cuidar dos seus<br />

pertences na empresa etc. Portanto, nem pense em colocar essas obrigações em<br />

suas justificativas.<br />

2) Crise das contas a pagar: Todos temos despesas para pagar. Acontece que as<br />

dívidas contraídas foram escolhas suas. De nada adianta expor seus problemas<br />

pessoais como: minhas despesas em casa estão mais altas, a escola dos meus<br />

filhos aumentou a mensalidade, comprei um carro e tenho agora prestações para<br />

pagar. Seria o mesmo que jogar esse problema para seu chefe resolver. Não vá<br />

por esse caminho.<br />

Coaching e Mentoring


Nunca diga que tem outras propostas fora dali se não for verdade: Não coloque seu chefe<br />

contra a parede e muito menos se coloque numa armadilha da escolha do tudo ou nada.<br />

O objetivo é ter uma conversa amigável e tranquila e não definitiva.<br />

46<br />

3) Se você acabou de ser contratado, espere pelo menos, um ano para falar<br />

sobre isso: Afinal, você acabou de concordar com aquele salário e com os desafios<br />

e responsabilidades que terá que arcar.<br />

4) Minhas idéias são espetaculares: Alguns profissionais me confidenciam que<br />

têm idéias maravilhosas para executar na empresa, mas que não têm chance para<br />

colocá-las em prática. Ter idéias boas apenas na cabeça de nada valerão se elas<br />

não forem colocadas em prática. O mundo corporativo não premia o pensamento,<br />

premia a ação! Você deve fazer algo para ser premiado por isso.<br />

Estes são argumentos que não devem ser ditos na hora de pedir um aumento. Portanto,<br />

indico apenas dois passos preciosos para alcançar o desejado aumento salarial:<br />

Primeiro passo: Entregue mais - O que isto quer dizer? Traga mais resultados. Faça<br />

mais do que foi contratado para fazer. Vamos analisar sob a perspectiva da empresa:<br />

Para fazer jus a um aumento de salário é necessário que uma pessoa não apenas<br />

execute bem as tarefas sob sua responsabilidade. É preciso que ela agregue valor à<br />

empresa e, claro, traga lucro aos acionistas.<br />

Segundo passo: Vá lá e peça! – Após entregar mais resultados, você terá como<br />

demonstrar e exemplificar as razões do seu pedido de aumento salarial. Vá até seu chefe<br />

e peça o tal aumento. Fale para ele dos resultados adquiridos recentemente.<br />

Agora, e seu meu chefe falar não? E em qualquer situação, comporte-se com maturidade<br />

e mentalidade aberta, mas não deixe a conversa morrer ali. Este é o momento ideal para<br />

negociar. Caso seu chefe fale que não é o melhor momento para te dar o aumento,<br />

pergunte o que você deverá fazer para melhorar o seu desempenho e pergunte em<br />

quanto tempo poderá conquistar o aumento.<br />

E se meu chefe falar que nunca me dará o aumento que desejo? As boas novas é que<br />

você já sabe que não vai conquistar o salário que deseja trabalhando nesta empresa.<br />

Agradeça a sinceridade do seu chefe. Se planeje e comece a buscar novas oportunidades.<br />

O que você prefere: Se dedicar a um trabalho que não lhe renderá os ganhos que busca<br />

ou saber da real situação e poder mudar o rumo de sua carreira?<br />

Pense a respeito, bom trabalho e mostre resultados!<br />

Coaching e Mentoring


47<br />

6 - Roda da Vida<br />

Dez áreas essenciais que compõem a vida de uma pessoa<br />

Financeira<br />

10<br />

Lazer<br />

Relacionamento<br />

Íntimo<br />

Relacionamento<br />

Social<br />

10 9 8 7 6 5 4 3 2<br />

10 9 8 7 6 5 4 3 2<br />

10 9 8 7 6 5 4 3 2<br />

10 9 8 7 6 5 4 3 2<br />

Física<br />

10 9 8 7 6 5 4 3 2<br />

2<br />

3<br />

4<br />

5<br />

6<br />

7<br />

8<br />

9<br />

8<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />

Relacionamento<br />

Familiar<br />

2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />

2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />

Intelectual<br />

Profissional<br />

2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />

Espiritual<br />

9<br />

10<br />

Emocional<br />

Copyright © 2008 ICI – Integrated Coaching Institute®<br />

7 - Visão do Passado<br />

1 – Quando e quais foram os grandes desafios que você superou na vida pessoal e<br />

profissional?<br />

_______________________________________________________________________<br />

_______________________________________________________________________<br />

_______________________________________________________________________<br />

_______________________________________________________________________<br />

Coaching e Mentoring


2 – Que características pessoais foram desenvolvidas e utilizadas para este sucesso?<br />

_______________________________________________________________________<br />

_______________________________________________________________________<br />

_______________________________________________________________________<br />

_______________________________________________________________________<br />

48<br />

3 – Que características, habilidades e qualidades você gostaria de preservar para toda a<br />

sua vida?<br />

_______________________________________________________________________<br />

_______________________________________________________________________<br />

_______________________________________________________________________<br />

_______________________________________________________________________<br />

4 – Que características limites e fantasmas do passado você precisa “abandonar” para<br />

que seu futuro seja da forma que você sonha?<br />

_______________________________________________________________________<br />

_______________________________________________________________________<br />

_______________________________________________________________________<br />

_______________________________________________________________________<br />

8 - Visão do Presente<br />

1 – Como está sua vida, sua carreira, suas realizações neste momento?<br />

_______________________________________________________________________<br />

_______________________________________________________________________<br />

_______________________________________________________________________<br />

_______________________________________________________________________<br />

2 – Neste momento de sua vida, que valores básicos você está exercitando e em quais<br />

atividades?<br />

_______________________________________________________________________<br />

_______________________________________________________________________<br />

_______________________________________________________________________<br />

_______________________________________________________________________<br />

3 – Qual foi o último projeto ou ação que você teve para com seu principal cliente, amigo<br />

ou parente?<br />

_______________________________________________________________________<br />

_______________________________________________________________________<br />

_______________________________________________________________________<br />

_______________________________________________________________________<br />

4 – Qual foi o último projeto ou ação que você teve para consigo mesmo?<br />

_______________________________________________________________________<br />

_______________________________________________________________________<br />

_______________________________________________________________________<br />

_______________________________________________________________________<br />

Coaching e Mentoring


49<br />

9 - Declaração de Visão<br />

1 - Como você se vê daqui a 1 ano? Onde você vai estar?<br />

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_______________________________________________________________________<br />

_______________________________________________________________________<br />

_______________________________________________________________________<br />

_______________________________________________________________________<br />

_______________________________________________________________________<br />

2 - Como você se vê daqui a 3 anos? Onde você vai estar?<br />

_______________________________________________________________________<br />

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_______________________________________________________________________<br />

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3 - Como você se vê daqui a 5 anos? Onde você vai estar?<br />

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Coaching e Mentoring


Coaching e Mentoring<br />

Prof. Ms. Daniela do Lago<br />

danieladolago<br />

Danieladolago treinamentos<br />

@daniela_lago<br />

Roda da Vida<br />

Dez áreas essenciais que compõem a vida de uma pessoa<br />

10<br />

9<br />

8<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

Relacionamen<br />

to Íntimo<br />

2<br />

3<br />

2<br />

3<br />

4<br />

5<br />

6<br />

7<br />

8<br />

9<br />

10


Imagem profissional (3 percepções)<br />

• Como você se vê<br />

• Como os outros o vêem<br />

• Imagem que gostaria de transmitir<br />

Você se conhece plenamente?<br />

PONTOS FORTES<br />

PONTOS FRACOS


“Aquele que quer governar<br />

outros, primeiro precisa ser<br />

senhor dele mesmo”<br />

Philip Massinger<br />

Saber Fazer<br />

X<br />

Querer Fazer


Sabe fazer<br />

Não quer<br />

fazer<br />

Quer fazer<br />

Não sabe fazer<br />

Alguns Paradigmas<br />

sobre trabalho


A Realidade do<br />

Jogo Corporativo<br />

•Contratação<br />

•Movimentação<br />

•Promoção<br />

•Demissão<br />

Você Escolheu Jogar!


Definições<br />

COACH = profissional que exerce a profissão<br />

<strong>COACHING</strong> = o processo de desenvolvimento<br />

que o coach facilita<br />

COACHES = plural de coach<br />

COACHEE ou CLIENTE = Indivíduo que passa<br />

pelo processo de coaching<br />

Terapia<br />

PNL<br />

Counseling<br />

Coaching<br />

NÃO é...<br />

Mentoring<br />

Consultoria


O Processo de Coaching tem foco em ajudar pessoas a<br />

avançar em relação as suas metas mais importantes,<br />

realizar seus objetivos e criar a versão do coachee da<br />

vida ideal e da carreira ideal.<br />

O foco é nas possibilidades futuras e como<br />

transformá-las em realidade.<br />

Metas no Coaching<br />

Meta Estratégica<br />

Meta de Competência


Sobre as Sessões de Coaching<br />

Pessoalmente Virtual Telefone Fixo<br />

Duração: 10 Sessões Semanais de 1 hora<br />

2 Abordagens Diferentes:<br />

Life Coaching<br />

Coaching Executivo<br />

ou de Liderança


Life Coaching<br />

• O objetivo é encorajar o<br />

coachee a ir além dos limites<br />

que ele mesmo impôs, para<br />

realizar o seu potencial total na<br />

vida<br />

• É ajudar a pessoa a ter a melhor<br />

vida que ela pode ter<br />

• No life coaching trabalhamos o<br />

nível de SATISFAÇÃO com a<br />

própria vida<br />

Coaching Executivo ou de Liderança<br />

• Aumentar habilidades para produzir<br />

resultados na empresa;<br />

• Alterar comportamentos que reduzam<br />

sua eficácia;<br />

• Guiar o coachee a ter alta performance,<br />

facilitando o desenvolvimento profissional<br />

individual e também o desenvolvimento<br />

sistêmico organizacional.


Exercício<br />

1 – Faça um mapa desenhando o caminho de sua<br />

carreira ate aqui;<br />

2 – Indique momentos que tomou nova direção;<br />

3- Mostre fatores que influenciaram essa mudança<br />

de direção.<br />

Pontos importantes<br />

- Foque nos pontos importantes de mudança no<br />

seu mapa;<br />

- O que tornou possivel essa mudança de direção?<br />

- Que padrões voce vê no seu mapa e o que eles<br />

revelam?


Em meio a todo o “sistema”<br />

que vivemos hoje, como<br />

podemos encontrar um<br />

trabalho que verdadeiramente<br />

melhore as nossas vidas?<br />

Valores<br />

Parâmetro para decidir o que é<br />

importante ou não<br />

Seus valores são o que você estima, o que dá valor.<br />

Eles são onde você gasta seu tempo, dinheiro e energia.<br />

Seus valores devem ajudá-lo a definir suas escolhas<br />

diárias.<br />

Quando seus valores e ação estão alinhados, você tem<br />

integridade.


A seguir você encontrará uma<br />

série de perguntas para serem<br />

respondidas com uma ou duas<br />

palavras.<br />

Estamos procurando respostas<br />

mais imediatas. Seus valores estão<br />

na ponta da língua.<br />

Você está pronto?<br />

Estudo de Caso<br />

Discussão em grupos


Avaliando Curriculum<br />

Dados pessoais (nome, endereço, e-mail e telefone<br />

pessoal para contato)<br />

Objetivo / cargo pretendido - Destacar<br />

Qualificações Profissionais<br />

Formação Academica<br />

Cursos realizados – mais recentes<br />

Empresas que trabalhou / Cargo / Tempo inicial e final<br />

em cada empresa<br />

Idiomas – Local e data<br />

Informações adicionais – Trabalho voluntário<br />

Brasileiro / Casado / 2 filhos<br />

Cuidado!<br />

O papel aceita tudo.<br />

VISÃO


É VER UM ESTADO FUTURO COM OS OLHOS DA MENTE.<br />

Quando as pessoas não tem<br />

visão, negligenciam o<br />

desenvolvimento da<br />

capacidade de criar.<br />

Ficam presas à tendência<br />

humana da vitimização.<br />

Visão se aplica à<br />

imaginação:<br />

Primeiro uma criação<br />

mental e depois<br />

criação física.


“Uma visão sem ação não passa de um<br />

sonho. Ação sem visão é só um<br />

passatempo. Mas uma visão com ação<br />

pode mudar o mundo.”<br />

Joel Barker<br />

Feedback<br />

• Retorno específico, positivo ou negativo, sobre o desempenho ou<br />

comportamento<br />

• Informação que nos leva a tomar consciência do desempenho<br />

• Poderosa ferramenta de gestão de pessoas<br />

O que deveria ter sido feito, mas não foi...<br />

As expectativas que não foram atingidas...<br />

Objetivos não realizados...<br />

Propor melhorias...<br />

Ressaltar o que está sendo bem feito...


Utilize a Técnica do Sanduíche<br />

Os 12 passos de Feedback<br />

1. Analisar a situação<br />

2. Determinar os efeitos e objetivos<br />

3. Planejar e saber o que deseja<br />

ANTES<br />

4. Ambiente propício – Sala reservada<br />

5. Comunicar-se efetivamente<br />

Base do Pão<br />

= São 6 Passos<br />

Ling. Corporal<br />

55%<br />

O que você diz<br />

7%<br />

Como você diz<br />

38%<br />

6. Começar valorizando os pontos fortes


Recheio do Pão<br />

= São + 5 Passos<br />

7. Descrever o que aconteceu / O comportamento que<br />

deseja mudar<br />

8. Ouvir – Dê tempo para pessoa responder<br />

9. Descrever o comportamento desejado – seja específico<br />

10. Procurar soluções conjuntamente para chegar acordo<br />

11. Chegar a um acordo<br />

Topo do Pão<br />

= último Passo<br />

12. Finalizar valorizando ponto<br />

forte e demonstrando confiança de<br />

que a pessoa vai mudar seu<br />

comportamento.<br />

Concentrar-se naquilo que se acha<br />

bom.


Quando ouvimos mais com a intenção de<br />

compreender os outros do que com a de retrucar,<br />

começamos a construir a verdadeira comunicação e o<br />

verdadeiro relacionamento.<br />

As oportunidades para falar abertamente e ser<br />

mais bem compreendido surgem de modo fácil e<br />

espontâneo.<br />

Procurar compreender exige consideração,<br />

procurar ser entendido requer coragem. A eficácia<br />

reside no equilíbrio das duas coisas.<br />

Stephen Covey<br />

“Somos o que<br />

repetidamente fazemos,<br />

a excelência portanto,<br />

não é um feito e sim<br />

um hábito”<br />

Aristóteles


Muito Sucesso a Todos!<br />

Até Breve...<br />

www.danieladolago.com.br<br />

danieladolago<br />

@daniela_lago

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