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Web@Cidadania: Aplicativos Sociais usando Dados Governamentais Abertos

A popularização da internet tem sido crucial para promover novas formas de participação social e colaboração de cidadãos em prol de objetivos em comum. Quando esses objetivos envolvem, por exemplo, ações para participação de cidadãos na gestão pública com a fiscalização da origem e destino de recursos, manifestações sociais, campanhas de conscientização, uso inteligente de recursos naturais e sustentabilidade, consultas públicas virtuais a respeitos de leis e projetos, bem como amparo a grupos em vulnerabilidade social, tais ações representam uma cultura de colaboração social denominada Webcidadania.

A popularização da internet tem sido crucial para promover
novas formas de participação social e colaboração de cidadãos
em prol de objetivos em comum. Quando esses objetivos
envolvem, por exemplo, ações para participação de cidadãos
na gestão pública com a fiscalização da origem e destino de
recursos, manifestações sociais, campanhas de conscientização,
uso inteligente de recursos naturais e sustentabilidade,
consultas públicas virtuais a respeitos de leis e projetos, bem
como amparo a grupos em vulnerabilidade social, tais ações
representam uma cultura de colaboração social denominada
Webcidadania.

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<strong>Web@Cidadania</strong>: <strong>Aplicativos</strong> <strong>Sociais</strong><br />

<strong>usando</strong> <strong>Dados</strong> <strong>Governamentais</strong> <strong>Abertos</strong><br />

Ricardo M. Marcacini<br />

Vitor M. Lima<br />

Juliano K. Yugoshi<br />

Edson T. Matsubara<br />

Solange O. Rezende


<strong>Web@Cidadania</strong>: <strong>Aplicativos</strong> <strong>Sociais</strong><br />

<strong>usando</strong> <strong>Dados</strong> <strong>Governamentais</strong> <strong>Abertos</strong><br />

Ricardo M. Marcacini<br />

Vitor M. Lima<br />

Juliano K. Yugoshi<br />

Edson T. Matsubara<br />

Solange O. Rezende<br />

1 A EDIÇÃO - TRÊS LAGOAS - MS, BRASIL<br />

APOIO ADMINISTRATIVO:<br />

PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO, CULTURA E ASSUNTOS ESTUDANTIS (PREAE) DA<br />

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL (UFMS)<br />

COORDENAÇÃO ADMINISTRATIVA DA UFMS - TRÊS LAGOAS (COAD)<br />

COMISSÃO PERMANENTE DE APOIO E ASSISTÊNCIA ACADÊMICA (CPAC)<br />

APOIO FINANCEIRO:<br />

O PROJETO WEB@CIDADANIA RECEBEU APOIO FINANCEIRO DO PROGRAMA DE EXTENSÃO<br />

UNIVERSITÁRIA (PROEXT), EDITAL 2015, DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO (MEC).


Copyright c○ 2016<br />

Ricardo M. Marcacini, Vitor M. Lima, Juliano K. Yugoshi, Edson T. Matsubara, Solange O. Rezende.<br />

Esta obra está licenciada sob Creative Commons. Você não pode utilizar esta obra<br />

para fins comerciais. Para qualquer reutilização ou distribuição, você deve deixar claro<br />

a terceiros os termos da licença a que se encontra submetida esta obra. Para mais<br />

informações, visite: www.creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/3.0/br/<br />

PUBLICADO POR CREATESPACE<br />

ISBN-13: 978-1523783748<br />

ISBN-10: 1523783745


Conteúdo<br />

1 O projeto <strong>Web@Cidadania</strong><br />

Ricardo M. Marcacini, Vitor M. Lima, Juliano K. Yugoshi,<br />

Edson T. Matsubara, Solange O. Rezende . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7<br />

2 Acidentes nas Rodovias Federais<br />

Luan Vinicius Martins . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11<br />

3 Infrações nas Rodovias Federais<br />

Paulo Vitor Bruni dos Santos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19<br />

4 Censo Brasil - <strong>Dados</strong> da População<br />

Guilherme Henrique Neves, Julio César Carnevali . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27<br />

5 Remuneração do Executivo<br />

Caíque Leonardo Freitas Tosta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35<br />

6 Despesas do Judiciário<br />

Renan Montenegro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41<br />

7 Exercício da Atividade Parlamentar<br />

Julio César Carnevali . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47<br />

8 Crianças sem Registro Civil<br />

Alex Farias, Julio César Carnevali . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55<br />

9 Acidentes de Trabalho no Brasil<br />

Gabriel de Souza Gerolim, Luan Vinicius Martins . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63<br />

10 Agradecimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73


1. O projeto <strong>Web@Cidadania</strong><br />

Ricardo Marcondes Marcacini<br />

Vitor Mesaque Lima<br />

Juliano Koji Yugoshi<br />

Edson Takashi Matsubara<br />

Solange Oliveira Rezende<br />

A popularização da internet tem sido crucial para promover<br />

novas formas de participação social e colaboração de cidadãos<br />

em prol de objetivos em comum. Quando esses objetivos<br />

envolvem, por exemplo, ações para participação de cidadãos<br />

na gestão pública com a fiscalização da origem e destino de<br />

recursos, manifestações sociais, campanhas de conscientização,<br />

uso inteligente de recursos naturais e sustentabilidade,<br />

consultas públicas virtuais a respeitos de leis e projetos, bem<br />

como amparo a grupos em vulnerabilidade social, tais ações<br />

representam uma cultura de colaboração social denominada<br />

Webcidadania.


8 Capítulo 1. O projeto <strong>Web@Cidadania</strong><br />

A aprovação da Lei 12.527 de 18 de novembro de 2011,<br />

denominada a Lei de Acesso à Informação, deu um grande<br />

passo para a promoção da cultura de Webcidadania no Brasil.<br />

A Lei de Acesso à Informação garante a abertura e acesso dos<br />

dados governamentais para qualquer cidadão interessado, podendo<br />

receber e compartilhar, pela Internet, os dados requisitados.<br />

Nesse sentido, surgiu o paradigma de <strong>Dados</strong> <strong>Governamentais</strong><br />

<strong>Abertos</strong> (DGA), que fortalece o movimento de<br />

Webcidadania e consolida o regime democrático por meio da<br />

participação cidadã na gestão pública.<br />

Um importante aspecto da Lei de Acesso à Informação sobre<br />

os <strong>Dados</strong> <strong>Governamentais</strong> <strong>Abertos</strong> (DGA) é a obrigatoriedade<br />

de que tais dados sejam divulgados em sua forma<br />

bruta, de formato aberto, estruturado e legível por máquinas.<br />

A publicação dos dados em sua forma bruta e aberta oferece<br />

liberdade para que cidadãos os explorem e tirem suas<br />

próprias conclusões, em vez da publicação de análises e relatórios<br />

prontos desses dados pelas agências do governo, já<br />

que esta análise inclui restrições e decisões que podem ferir<br />

a ideia de transparência. Assim, a publicação dos DGAs em<br />

formato bruto e legível por máquinas, mesmo que não sejam<br />

diretamente interpretáveis pelas pessoas comuns, possibilita<br />

que tal informação pública possa ser utilizada em aplicativos<br />

e sítios desenvolvidos por diferentes setores da sociedade<br />

civil e organizações não governamentais.<br />

Embora os benefícios dos DGAs para inclusão do cidadão<br />

nas ações governamentais sejam evidentes, ainda há relativamente<br />

poucas ações que demonstrem de fato, que qualquer<br />

cidadão interessado possa processar livremente os DGAs e<br />

criar conteúdo a partir da reutilização desses dados. Uma


ação efetiva de Webcidadania com uso de DGAs deve permitir<br />

aos cidadãos interessados em não apenas fiscalizar as diferentes<br />

esferas do governo, mas também influenciar e melhorar<br />

ativamente a gestão pública. Com a publicação de DGAs<br />

em sua forma bruta, estruturada e legível por máquinas, o<br />

governo abre espaço para o desenvolvimento de aplicativos<br />

computacionais, pelos próprios cidadãos, que facilite a realização<br />

de consultas personalizadas a essas bases de dados,<br />

bem como novas estratégias de interação, cruzamento, combinação<br />

e filtros desses dados. Assim, o cidadão não seria<br />

apenas um consumidor passivo na busca e análise de dados,<br />

mas também poderia participar na transformação dos<br />

dados em informação e tornar-se um produtor ativo de conhecimento.<br />

Nesse contexto, surgiu o projeto <strong>Web@Cidadania</strong> desenvolvido<br />

na UFMS - Câmpus de Três Lagoas, com colaboração<br />

da FACOM (Faculdade de Computação - UFMS) e ICMC-USP<br />

(Universidade de São Paulo). O objetivo do projeto é promover,<br />

discutir e facilitar o desenvolvimento de aplicativos a partir<br />

de DGAs como forma de fortalecer ações de Webcidadania<br />

no Brasil. Na prática, a ideia é envolver alunos da área de<br />

computação no desenvolvimento de ferramentas de análise<br />

de dados a partir de <strong>Dados</strong> <strong>Governamentais</strong> <strong>Abertos</strong> (DGAs).<br />

O resultado desse desenvolvimento são “aplicativos sociais”<br />

que possibilitam filtrar e visualizar de diferentes maneiras as<br />

bases de DGAs, bem como compartilhar tais visualizações<br />

nas redes sociais.<br />

9


10 Capítulo 1. O projeto <strong>Web@Cidadania</strong><br />

Organização do Livro<br />

Neste livro são apresentados os aplicativos sociais desenvolvidos<br />

pelos alunos de graduação do curso de Sistemas de<br />

Informação da UFMS (Câmpus de Três Lagoas) ao longo do<br />

ano de 2015. Cada aplicativo pode ser acessado diretamente<br />

via navegador ou por meio da instalação do ”<strong>Web@Cidadania</strong>”<br />

(aplicativo disponível no Play Store - Google) que centraliza todos<br />

os aplicativos sociais.<br />

Cada capítulo deste livro é um resumo das funcionalidades<br />

do aplicativo desenvolvido, de autoria dos próprios alunos<br />

participantes do projeto. Os coordenadores e professores<br />

colaboradores orientaram o desenvolvimento e escrita, mas<br />

sempre permitindo que a opinião dos alunos sobre cada tema<br />

fosse preservada. No final de cada capítulo há uma seção<br />

com comentários e avaliações do aplicativo que foram coletados<br />

em uma oficina realizada no final do ano de 2015.<br />

Os seguintes temas foram explorados ao longo do desenvolvimento<br />

do projeto:<br />

• Acidentes nas Rodovias Federais;<br />

• Infrações nas Rodovias Federais;<br />

• Censo Brasil - <strong>Dados</strong> da População;<br />

• Remuneração do Executivo;<br />

• Despesas do Judiciário;<br />

• Cota para Exercício da Atividade Parlamentar;<br />

• Crianças sem Registro Civil; e<br />

• Acidentes de Trabalho no Brasil.


2. Acidentes nas Rodovias Federais<br />

Luan Vinícius Martins<br />

Graduando em Sistemas de Informação - UFMS<br />

Câmpus de Três Lagoas - MS<br />

Acidentes de trânsito em rodovias federais são uma das<br />

maiores causas de morte de jovens no mundo. No continente<br />

americano os traumatismos causados por acidentes de trânsito<br />

são a segunda maior causa de mortes, apenas matando<br />

menos que homicídios. Em 2014, por exemplo, ocorreram<br />

mais de 169.163 acidentes de trânsitos em rodovias federais<br />

brasileiras, gerando gastos de mais de R$ 12,3 bilhões para<br />

o governo. Diversos motivos podem ser apontados como causas<br />

de acidentes. A maioria delas, infelizmente, é falha humana<br />

e que poderia ser evitada, como falta de atenção ao<br />

trânsito, direção imprudente, direção alcoolizada, alta velocidade<br />

ou desrespeito às leis de trânsito. Outro motivo para<br />

acidentes de trânsito são as más condições das estradas, da


12 Capítulo 2. Acidentes nas Rodovias Federais<br />

existência ou não de obras, trechos de paralisação e qualidade<br />

do asfalto.<br />

Felizmente, nos dias de hoje é possível obter com facilidade<br />

informações que podem ajudar os condutores em viagens em<br />

rodovias federais através da Internet. Rotas de navegação,<br />

condições de seguranças das estradas que serão utilizadas e<br />

informações sobre a condição de tráfego em sua rota podem<br />

ser obtidas gratuitamente com ajuda de diversos serviços na<br />

Internet como Bing ou Google Maps. Dependendo da região,<br />

podem ser capazes de até fornecer informações extras, mas<br />

de grande utilidade, como trechos em obra, condições de tráfego<br />

e congestionamentos e até acidentes ocorridos em tempo<br />

real. Além desses serviços, alguns órgãos como o Departamento<br />

de Policia Federal disponibilizam relatórios sobre as<br />

condições de segurança das estradas brasileiras, detalhando<br />

os locais, tipos e causas dos acidentes ocorridos. Esses relatórios<br />

podem ser usados pelo cidadão como uma ferramenta<br />

de orientação e informação sobre as condições de segurança<br />

das estradas que serão utilizadas em suas viagens. Informações<br />

como número de acidentes causados por defeito na pista<br />

ou animais na via podem ser úteis para identificar problemas<br />

de segurança em rodovias e ajudar a projetar o melhor trajeto<br />

para seu destino.<br />

O aplicativo de Acidentes de Trânsito do <strong>Web@Cidadania</strong><br />

tem como objetivo facilitar a divulgação de estatísticas de<br />

acidentes de trânsito em todas as rodovias federais. Nele é<br />

possível verificar dados como os tipos de acidente e motivos<br />

do acontecimento, os locais onde eles ocorreram e descrição<br />

completa de cada acidente. Os dados são do primeiro semestre<br />

de 2013 e representam as tendências de acidentes de


egiões do Brasil.<br />

13<br />

Aplicativo Social: Acidentes nas Rodovias Federais<br />

Os dados abertos sobre acidentes de trânsito utilizados no<br />

aplicativo foram obtidos através de ocorrências registradas<br />

pela Polícia Rodoviária Federal durante o primeiro semestre<br />

de 2013. O usuário do aplicativo poderá visualizar os dados<br />

de duas maneiras:<br />

• Nível Brasil: o usuário terá uma visão geral da quantidade<br />

de acidentes ocorridos no país e poderá comparar<br />

os estados.<br />

• Nível estado: ao selecionar um estado na seção personalizar,<br />

o usuário poderá obter informações mais detalhadas<br />

sobre os acidentes desse estado.<br />

Nas próximas páginas são apresentadas algumas funcionalidades<br />

desse aplicativo social por meio das Figuras 2.1, 2.2<br />

e 2.3.


14 Capítulo 2. Acidentes nas Rodovias Federais<br />

Figura 2.1: Ao visualizar os dados gerais do Brasil, o usuário terá uma visão dos “tipos<br />

de acidentes” mais comuns ocorridos nesse período separados por estados. O gráfico<br />

permite comparar cada tipo acidente entre os estados. Nesta imagem, é possível observar<br />

que a colisão traseira é o tipo de acidente mais comum nas rodovias federais e, ainda,<br />

que Minas Gerais possui o maior número de acidentes desse tipo.


Figura 2.2: O aplicativo também apresenta uma visão das “causas de acidentes” mais<br />

comuns ocorridos nesse período separados por estados, permitindo comparar a causa<br />

de acidente entre os estados. Nesta figura, é possível observar que a falta de atenção,<br />

velocidade incompatível e não guardar a distância de segurança são as principais causas<br />

de acidente do Brasil. Com esses dados, gestores e a sociedade podem direcionar suas<br />

campanhas de conscientização.<br />

15


16 Capítulo 2. Acidentes nas Rodovias Federais<br />

Figura 2.3: Ao selecionar um estado específico na seção personalizar, o aplicativo<br />

apresenta detalhes sobre os tipos e causas desses acidentes no estado, além de explorar<br />

suas informações em um mapa interativo. No mapa, cada marcador aponta para<br />

os locais estimados mais comuns de acidentes, informando a quantidade média de<br />

acidentes ocorridos nessa área no período. Ao clicar em um marcador é possível obter<br />

mais informações sobre os acidentes desse local.


17<br />

Avaliação e Comentários de Usuários<br />

“O aplicativo possui funcionalidades bem interessantes, ao dar<br />

a opção de detalhar num mapa os locais dos acidentes em<br />

cada estado, além de mostrar a causa do acidente. Penso que<br />

essa ferramenta pode fazer com que as pessoas cobrem das<br />

autoridades mais atenção com relação aos trechos das rodovias<br />

que apresentam maiores índices de acidentes.”<br />

Rodrigo Yoshio Itao<br />

“Considero este aplicativo bem legal para informar e conscientizar<br />

os cidadãos, mostrando os absurdos números de acidentes<br />

que acontecem em nossas rodovias e suas causas. Ainda,<br />

serve como alerta de quais mais medidas devem ser tomadas<br />

em cada região do Brasil, como campanhas, e talvez até punições<br />

mais severas. Portanto, acho de grande impacto social a<br />

organização dessas informações, e seria importante que também<br />

fossem mais divulgada na mídia em geral”.<br />

Pedro Henrique Balieiro Scarabelli<br />

“Muito interessante para conscientização no trânsito, permitindo<br />

ao cidadão conhecer a realidade das Rodovias, buscar<br />

conhecer as rodovias por onde pretende viajar ou viaja com<br />

certa frequência, localizando pontos mais críticos e redobrar a<br />

atenção evitando não fazer parte desta triste estatística. Utilizei<br />

como personalização os Estados de São Paulo, Mato Grosso<br />

do Sul e Goiás. Identifiquei que, infelizmente, a falta de atenção<br />

ainda é a maior causadora de acidentes.”<br />

Adilson Felex Silva


3. Infrações nas Rodovias Federais<br />

Paulo Vitor Bruni dos Santos<br />

Graduando em Sistemas de Informação - UFMS<br />

Câmpus de Três Lagoas - MS<br />

Vias que traçam rota em todo o Brasil, as rodovias federais<br />

são conhecidas não somente pela sua utilidade quanto<br />

a locomoção no país, mas também pela grande quantidade<br />

de acidentes a elas atribuídas por meio da imprudência dos<br />

condutores.<br />

Em notícia publicada no Jornal do Conhecimento, no estado<br />

do Pernambuco, são levantados dados provenientes da<br />

Polícia Rodoviária Federal em relação aos acidentes nessas<br />

rodovias onde os números são alarmantes. Em 2013 foram<br />

registrados 33.374 ocorrências nas rodovias brasileiras e em<br />

2014 este número caiu para 31.669. Embora tenha havido<br />

uma redução de 5% nos acidentes, o número de mortos resultantes<br />

destes fatos aumentou de 2.154 para 2.201. Po-


20 Capítulo 3. Infrações nas Rodovias Federais<br />

rém a maior preocupação são com os motociclistas, pois só<br />

em 2014 para cada 1.000 acidentes com automóveis foram<br />

registradas 11 mortes, enquanto a cada mil acidentes com<br />

motocicletas foram registrados 55 óbitos.<br />

A Polícia Rodoviária Federal baseia-se em dados estatísticos<br />

para localizar os trechos com maior incidência de determinadas<br />

situações, dentre as infrações mais comuns estão:<br />

conduzir o veículo sem possuir CNH ou permissão para dirigir;<br />

conduzir o veículo registrado que não esteja devidamente<br />

licenciado; ultrapassagem em local proibido e conduzir o veículo<br />

sem capacete.<br />

É comum não imaginarmos quais dimensões podem atingir<br />

a imprudência no trânsito, a atitude do Jornal do Conhecimento<br />

em tornar público os dados que afetam os cidadãos no<br />

trânsito, faz parte de um processo de conscientização mais<br />

palpável para a população. Como medida preventiva em relação<br />

aos acidentes, a Polícia Rodoviária Federal intensificou a<br />

fiscalização sobre motocicletas aumentando a aplicação de<br />

autuações aos infratores e consequentemente reduzindo o<br />

número de acidentes nos pontos críticos das rodovias.<br />

Ratificando o benefício dos dados abertos em virtude da<br />

melhoria do trânsito, o Portal Brasil publicou em junho de<br />

2015 uma estatística onde mostra que a ocorrência de mortes<br />

nas estradas federais teve um decréscimo de 25% durante o<br />

feriado de Corpus Christi.<br />

De acordo com o aplicativo DPRF – Multas, dentre as maiores<br />

causas de acidentes no trânsito está a embriaguez ao<br />

volante. O Brasil é o quinto país com o maior número de<br />

mortes ocasionadas por acidentes de trânsito, de acordo com<br />

estudos da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego, do


total de acidentes de trânsito considerados, 30% dos casos<br />

envolveram o uso de bebidas alcoólicas. Além disso, 50% das<br />

mortes ocorridas por consequência de acidentes de trânsito<br />

estariam relacionadas à ingestão de bebidas alcoólicas por<br />

condutores de veículos automotores. Nesse feriado a Polícia<br />

Rodoviária Federal, em posse dos dados, realizou o teste do<br />

bafômetro em mais de 65,6 mil pessoas e deste total, pouco<br />

mais de mil motoristas foram flagrados dirigindo após a ingestão<br />

de bebida alcoólica resultando em 234 autuações.<br />

A Polícia Federal vem desempenhando um papel notório<br />

com total embasamento nos dados que estão abertos em definitivo<br />

ao público agora no ano de 2015 após a Lei de Acesso<br />

a Informação e <strong>Dados</strong> <strong>Abertos</strong> entrar em vigor.<br />

Saber quais são os setores mais perigosos das rodovias<br />

federais não só aumenta a cautela do motorista quanto a<br />

preservação da integridade física dele e de seus passageiros,<br />

como também conscientiza o cidadão quanto ao respeito aos<br />

limites de velocidade e leis de trânsito a fim de evitar a autuação<br />

do mesmo. Isto pode fazer total diferença na vida das<br />

pessoas, uma vez quem sem o conhecimento de tais dados o<br />

risco seria bem maior.<br />

21<br />

Aplicativo Social: Infrações nas Rodovias Federais<br />

As informações sobre Infrações nas Rodovias Federais estão<br />

disponíveis no Portal Brasileiro de <strong>Dados</strong> <strong>Abertos</strong> 1 . As informações<br />

coletadas no momento da autuação de trânsito<br />

em rodovias federais são catalogadas resguardando os dados<br />

pessoais que permitem a identificação do infrator.<br />

A autoria de publicação dos dados é do Departamento de<br />

1 http://dados.gov.br/


22 Capítulo 3. Infrações nas Rodovias Federais<br />

Polícia Rodoviária Federal sendo mantidos e protegidos pelo<br />

Ministério da Justiça. O período da coleta dos dados corresponde<br />

desde 2007 até 2013 onde são feitas atualizações semestrais<br />

do conteúdo. O aplicativo social apresenta tal informação<br />

ao público de forma simples e de fácil entendimento,<br />

contando com a organização dos dados e apresentação de<br />

forma intuitiva. Informações sobre a quantidade de multas<br />

aplicadas no Brasil 2 podem ser obtidas pelo aplicativo assim<br />

como os locais onde foram cometidas as infrações e os condutores<br />

foram autuados.<br />

O aplicativo social disponibiliza um mapa que permite identificar<br />

qual foi a Rodovia Federal (BR) em que ocorreu a autuação<br />

e também a localização do quilômetro, tornando assim<br />

a precisão ainda maior. Entre as informações existentes, há<br />

um destaque para identificar quando a infração foi originada<br />

devido ao uso de álcool pelo condutor.<br />

Nas próximas páginas são apresentadas algumas funcionalidades<br />

desse aplicativo social por meio das Figuras 3.1 e<br />

3.2.<br />

2 Os dados são apenas de rodovias federais


Figura 3.1: No item “Infrações” é apresentado ao usuário um gráfico com o quantitativo<br />

para as principais causas de infrações: excesso de velocidade, embriaguez ao volante,<br />

peso excessivo do veículo e dimensão excessiva do veículo. O usuário pode selecionar um<br />

estado de interesse ou exibir informações de todo o Brasil. Nesta figura são apresentadas<br />

informações sobre infrações para o estado de Mato Grosso do Sul.<br />

23


24 Capítulo 3. Infrações nas Rodovias Federais<br />

Figura 3.2: No item “Local no Mapa” as infrações são dispostas em um gráfico para obter<br />

a geolocalização estimada das infrações cometidas. É um dado relevante para que as<br />

pessoas redobrem a atenção quanto o tipo de infração que possa ser cometida não só por<br />

elas mas como pelos outros condutores que utilizam a rodovia. Quanto mais escuro o<br />

marcador, maior é a quantidade de infrações na região. Nesta figura são apresentadas<br />

informações sobre infrações para o estado de Mato Grosso do Sul.


25<br />

Avaliação e Comentários de Usuários<br />

"O aplicativo social tem uma boa funcionalidade no sentido de<br />

ajudar a fiscalizar as estradas para tentar de diminuir as infrações<br />

de trânsitos cometidas. É possível personalizar dados<br />

de multas em cada estado mostrando onde foi aplicada e a<br />

quantidades de multas."<br />

Bruno Cabral Costa<br />

"Este aplicativo tem relevância pois é interessante que haja<br />

transparência sobre os dados de multas; acho que é um meio<br />

de arrecadação que consegue muito dinheiro e que é importante<br />

a divulgação dessas estatísticas. Uma limitação do aplicativo<br />

é que, depois da filtragem por estados, é difícil saber o<br />

nome da cidade".<br />

Ana Carolina Chiozi Zanetta<br />

"O aplicativo apresenta informações fornecidas de maneira<br />

não tão completa, pois muitas multas constam com a categoria<br />

“não informado”. Pode ser “útil” à população para evitar trajetos<br />

onde são aplicadas mais multas. Seria interessante uma<br />

função relacionada à organização dos dados, seja uma busca<br />

pelo número de rodovia ou categoria de multa".<br />

Felipe Rodrigues Goulart Bergamini<br />

"O impacto social dessas infrações se dá pelo risco e gravidade<br />

que proporciona a terceiro. Muitas dessas multas se tornam<br />

acidentes aos motoristas, passageiros e pedestres".<br />

Lucas Santiago Rodrigues


4. Censo Brasil - <strong>Dados</strong> da População<br />

Guilherme Henrique Neves<br />

Julio César Carnevali<br />

Graduandos em Sistemas de Informação - UFMS<br />

Câmpus de Três Lagoas - MS<br />

O censo demográfico é um estudo estatístico realizado pelo<br />

IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para obter<br />

dados sobre a população brasileira com o intuito não apenas<br />

de informar como também de envolver estratégias para<br />

fundamentar o planejamento público e privado do país. O<br />

censo no Brasil é realizado a cada 10 anos, com perguntas<br />

sobre todos os âmbitos sociais. Com essa pesquisa podemos<br />

responder questões como: Quantos somos? Como somos?<br />

Onde vivemos? Como vivemos?<br />

Os dados coletados dizem respeito aos seguintes itens:<br />

• quantidade de pessoas que residem no país, estados e<br />

municípios;


28 Capítulo 4. Censo Brasil - <strong>Dados</strong> da População<br />

• quantidade de homens e mulheres;<br />

• idade;<br />

• quantidade de pessoas que residem em zona urbana ou<br />

rural;<br />

• quantidade de pessoas trabalhando e desempregadas;<br />

• formação acadêmica; e<br />

• área de trabalho.<br />

Esses não são todos os dados coletados, existem outros<br />

que são mais complexos e importantes para criação de políticas<br />

públicas em algumas áreas como: saúde, previdência<br />

social, educação, e assistência a grupos específicos como mulheres,<br />

crianças, adolescentes e idosos.<br />

Essa pesquisa é de suma importância para o governo, que<br />

tem como um dos princípios a integridade destes dados; Porem<br />

já foram registrados casos de fraude, por exemplo, na cidade<br />

de Mirante, localizado no estado da Bahia, em funcionários<br />

do IBGE em conjunto com o prefeito manipularam a contagem<br />

populacional do censo em 2000, no qual o número da<br />

população foi incrementada em 50% do numero real 1 . Com<br />

essa modificação o município ganharia mais verba, pois a<br />

união calcula o valor repassado por meio de números do<br />

IBGE. Esse exemplo mostra a importância desses dados se<br />

tornarem públicos e de sua fiscalização.<br />

<strong>Aplicativos</strong> sociais focados nesses dados governamentais<br />

do censo auxiliam a população a possuírem esses tipos de<br />

informações de uma maneira mais prática e fácil, o que também<br />

ajuda na verificação de sua integridade. Além disso, há<br />

o conhecimento que irão ganhar sobre o município em que<br />

1 Justiça condena prefeito da BA e funcionários do IBGE por fraude ao Censo:<br />

http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2015/10/19/justica-condena-prefeito-da-ba-efuncionarios-do-ibge-por-fraude-ao-censo.htm


vive e sobre a região ao redor. Esses dados não só irão ajudar<br />

a população como também as empresas. Levantamentos sobre<br />

a população ajudarão a tomada de decisão das empresas,<br />

pois elas terão conhecimentos específicos como, por exemplo,<br />

a área de formação, média salarial e religião da população,<br />

auxiliando a empresa a perceber se terá clientes e mão de<br />

obra suficiente em uma determinada região.<br />

29<br />

Aplicativo Social: Censo 2010<br />

Os dados sobre o censo Brasil 2010 estão disponibilizados<br />

no site http://censo2010.ibge.gov.br/. Esses dados são<br />

atualizados a cada 10 anos. No censo de 2010 foi realizado<br />

o XII censo demográfico, em que mostrou a complexidade da<br />

população brasileira e suas características socioeconômicas,<br />

formando a estrutura de informação utilizada para planejamento<br />

da próxima década. A fase preparatória do censo teve<br />

início em 2007 com primeiros resultados divulgados em dezembro<br />

de 2010.<br />

Esta pesquisa de grande porte envolveu grandes números<br />

como:<br />

• 5.565 municípios;<br />

• 67.569.688 domicílios;<br />

• orçamento de R$ 1,4 bilhão; e<br />

• centenas de computadores em rede nacional, redes de comunicação<br />

em banda larga e 220 mil computadores de<br />

mão equipados com receptores de GPS.<br />

Nos dados fornecidos encontramos informações sobre a população<br />

de cada município, dividindo em várias características<br />

como:


30 Capítulo 4. Censo Brasil - <strong>Dados</strong> da População<br />

• distribuição etária: divide-se em homens e mulheres com<br />

faixas de 5 anos de diferença;<br />

• cor ou etnia;<br />

• religião; e<br />

• áreas de ocupação.<br />

O IBGE tem a responsabilidade pela confiabilidade e segurança<br />

de todas as respostas. Todas as informações concedidas<br />

ao IBGE são utilizadas apenas com fins estatísticos.<br />

Nas próximas páginas são apresentadas algumas funcionalidades<br />

desse aplicativo social por meio das Figuras 4.1 e<br />

4.2.


Figura 4.1: No item “Sobre a População” o usuário escolhe o município de interesse<br />

e visualiza gráficos que mostram as características divididas em grupos específicos:<br />

distribuição etária, cor/raça, religião e ocupação. Neste exemplo são exibidos dados do<br />

município de Três Lagoas - MS, mas o usuário pode selecionar livremente qualquer um<br />

dos 5.565 municípios da base de dados.<br />

31


32 Capítulo 4. Censo Brasil - <strong>Dados</strong> da População<br />

Figura 4.2: O usuário pode vizualizar informações sobre a formação do trabalhador de<br />

cada município. Os dados estão organizados em grau de alfabetização, área de Formação<br />

e média salarial nominal da população. Neste exemplo são exibidas informações da<br />

formação da população ativa de Três Lagoas - MS, mas o usuário pode selecionar<br />

livremente qualquer um dos 5.565 municípios da base de dados.


33<br />

Avaliação e Comentários de Usuários<br />

"O aplicativo social com base nos dados do censo permite que<br />

a própria população se conheça e que o governo possa compreender<br />

melhor a realidade de cada região. É possível obter<br />

diversas informações acerca da população de cada localidade,<br />

por exemplo, através da pirâmide etária observa-se que a população<br />

de Três Lagoas é muito jovem o que pode ser correlacionado<br />

com o índice de desenvolvimento sócio-econômico do<br />

município".<br />

Adriano Tiossi da Silva<br />

"As informações dele estão muito bem apresentadas, visto que<br />

a larga utilização de gráficos facilitou e muito a compreensão<br />

dos números. Além disso, sempre é do interesse do cidadão<br />

saber a respeito da cidade onde ele vive ou viverá, como por<br />

exemplo as informações sobre Formação, que indica se a cidade<br />

possui boas oportunidades na área em que o cidadão<br />

atua. Achei interessante a Média Salarial Nominal, que me<br />

mostrou a média salarial baixíssima que o Brasil possui tanto<br />

para homens quanto para mulheres".<br />

Deni Dias da Silva Junior<br />

"Achei este aplicativo social muito interessante pois mostra os<br />

dados da cidade, mostra como a população está concentrada<br />

em idade, serviços e etnias. É uma ótima ideia para pesquisa<br />

de público alvo para abrir lojas, tipos de comidas, ou<br />

até mesmo informações que você queira apresentar em um trabalho".<br />

Patrick Garcia de Freitas<br />

"Analisa diversas questões, tais como a faixa etária, etnia, religião<br />

e formação da população. Por exemplo, através do aplicativo<br />

pode-se observar que Três Lagoas tem uma média salarial<br />

bastante alta, comparado a média brasileira, e que 15% da população<br />

daqui é formada na área de educação. Além disso, é<br />

possivel observar que a população de Três Lagoas é jovem, entre<br />

20 e 29 anos".<br />

Thayná Oliveira da Conceição


5. Remuneração do Executivo<br />

Caíque Leonardo Freitas Tosta<br />

Graduando em Sistemas de Informação - UFMS<br />

Câmpus de Três Lagoas - MS<br />

Nos últimos tempos houve um aumento na participação da<br />

sociedade em relação às decisões políticas públicas. Em particular,<br />

com a popularização das redes sociais os movimentos<br />

se organizaram em grupos para compartilhar suas opiniões,<br />

fiscalizar a gestão pública e promover a transparência governamental.<br />

A lei de acesso à informação que possibilita a publicação<br />

de dados governamentais abertos fortalece essas ações democráticas.<br />

Por exemplo, os dados referentes à remuneração<br />

de servidores federais do executivo estão disponíveis para a<br />

participação população na fiscalização coletiva. De posse desses<br />

dados, várias ações em relação à remuneração acima do<br />

teto salarial do funcionalismo público estão sendo executa-


36 Capítulo 5. Remuneração do Executivo<br />

das. Somente em 2013, no Poder Executivo, os salários de<br />

quase cinco mil servidores da ativa, aposentados e pensionistas<br />

foram reduzidos pelo abate-teto, o que representou uma<br />

economia de R$ 127 milhões na folha de pagamento.<br />

Ações como essas vão ficar cada vez mais comuns. A expressão<br />

em latin, Scientia potentia est, muitas vezes atribuída<br />

a Francis Bacon, significa “conhecimento é poder” e este é um<br />

caminho promissor para transparência da gestão pública.<br />

Aplicativo Social: Top 10 Salários - Servidores do<br />

Executivo<br />

Os dados da Remuneração do Executivo são disponibilizados<br />

no Portal da Transparência mantido pelo governo federal.<br />

De acordo com o próprio portal “as informações disponíveis<br />

nesta consulta referem-se aos servidores ativos, civis,<br />

militares e agentes públicos do Poder Executivo Federal. Não<br />

estão incluídos na consulta dados sobre servidores aposentados,<br />

pensionistas ou instituidores de pensão, salvo em caso de<br />

estarem na ativa em razão de exercício de um segundo cargo<br />

público, de acordo com as previsões legais”. Todos os dados<br />

são apresentados em formas de planilhas/tabelas e as principais<br />

utilizadas nesse projeto são:<br />

• tabela Servidores que contém informações referentes a<br />

cada servidor, como nome, matrícula, cargo, nível do cargo,<br />

código do órgão de exercício e código do órgão de lotação;<br />

• tabela remunerações que contém dados sobre os salários<br />

dos servidores, tais como, ano, mês, remuneração básica<br />

bruta (R$), teto, remuneração após deduções obrigatórias<br />

(R$) e férias(R$);


Na página do portal é possível fazer o download das tabelas<br />

descritas anteriormente, em que, a mais antiga é de dezembro<br />

de 2012.<br />

O aplicativo “Top 10 Salários - Servidores do Executivo”,<br />

tem como objetivo apresentar de forma simples e direta os<br />

dados de remuneração do executivo. Nas próximas páginas<br />

são apresentadas algumas funcionalidades desse aplicativo<br />

social por meio das Figuras 5.1 e 5.2.<br />

37


38 Capítulo 5. Remuneração do Executivo<br />

Figura 5.1: Uma funcionalidade do aplicativo é apresentar os Top 10 Salários de todos<br />

os servidores federais do executivo do Brasil, considerando Salário Bruto(R$) e Órgão de<br />

Lotação. Também é possível filtrar os Top 10 Salários considerando apenas determinado<br />

órgão público. Os dados apresentados na imagem são de Janeiro de 2015.


39<br />

Figura 5.2: O aplicativo apresenta também o Quadro Geral dos Salários, ou seja, um<br />

gráfico que relaciona a quantidade de servidores por faixa salarial. Inicialmente, é<br />

apresentado o quadro geral de todos os servidores do executivo em abrangência nacional.<br />

No entanto, o usuário pode selecionar um determinado órgão público para ter acesso ao<br />

quadro geral específico. Os dados apresentados na imagem são de Janeiro de 2015.


40 Capítulo 5. Remuneração do Executivo<br />

Avaliação e Comentários de Usuários<br />

“Devido ao atual quadro econômico e político do país, além do<br />

fato de que essas informações sejam de propriedade pública,<br />

a ferramenta é uma excelente maneira de simplificar e mostrar<br />

para toda a população onde realmente está sendo gasto<br />

dinheiro público.”<br />

Tarcísio Nogueira Gomes<br />

“O aplicativo gera um impacto social muito positivo, devido a<br />

maneira na qual as informações são expostas. Muito bem pensado<br />

criar um top 10 com os maiores salários. A peronalização/filtro<br />

por órgão foi uma ideia boa, assim o usuário consegue<br />

ter uma noção de média salárial do órgão e as melhores<br />

remunerações”.<br />

Rafael Teodoro do Nascimento<br />

“Saber o quanto é gasto com remuneração não é muito específico.<br />

Para um cidadão questionar os gastos com salários seria<br />

necessário também saber as funções de cada funcionário e<br />

os benefícios (auxílios moradia, transporte, alimentação) além<br />

dos registros das horas extras. Assim, considero que ter esses<br />

dados permitiria ter um julgamento correto por parte da população.”<br />

José Fernando Souza dos Santos<br />

“O aplicativo é muito interessante pois dá a população uma<br />

visão clara da remuneração dos servidores públicos federais,<br />

podendo o cidadão ver quanto o governo está pagando e onde<br />

estão os salários astronômicos. Realizei filtros por universidades,<br />

empresa de processamento de dados da previdência e<br />

agência espacial brasileira. Achei interessante no que diz respeito<br />

a diferença de remuneração dos cargos que exigem alta<br />

especialização frente aos cargos que considero mais políticos.”<br />

Rodrigo Marques Ferreira


6. Despesas do Judiciário<br />

Renan Montenegro<br />

Graduando em Sistemas de Informação - UFMS<br />

Câmpus de Três Lagoas - MS<br />

Monitorar as despesas do poder judiciário é mais um passo<br />

no processo de democratização da informação, pois concede<br />

ao povo brasileiro o poder de fiscalização. Permitir que com<br />

apenas alguns cliques seja possível filtrar informações referentes<br />

à execução orçamentária e financeira do Poder Judiciário,<br />

é uma forma de garantir que qualquer cidadão esteja<br />

ciente de como estão sendo gastos os recursos disponibilizados<br />

ao órgão público. Embora o cenário de dados abertos no<br />

Brasil ainda seja algo novo, a democratização de acessos a esses<br />

dados permitirá a construção de uma nação mais transparente.<br />

Devido à capacidade social da Internet será possível<br />

unir um número expressivo de cidadãos em torno de um bem<br />

comum, a construção de um país integrado. Uma frase céle-


42 Capítulo 6. Despesas do Judiciário<br />

bre do fundador da Ford Motor Company, Henry Ford, diz:<br />

“Unir-se é um bom começo, manter a união é um progresso<br />

e trabalhar em conjunto é a vitória”.<br />

Graças aos esforços do governo federal com a construção<br />

do portal de transparência, e posterior liberação dos dados<br />

abertos, foi possível desenvolver uma aplicação de cruzamento<br />

de dados que permita que qualquer cidadão se transforme<br />

em um personagem ativo na fiscalização do Poder Judiciário,<br />

permitindo a fiscalização e acompanhamento da execução orçamentária<br />

e financeira do citado órgão governamental.<br />

O aplicativo sobre gastos do judiciário visa dar facilidade de<br />

acesso, pois foi projetado com o intuito de assegurar que um<br />

cidadão comum, sem conhecimento avançado de banco de<br />

dados ou planilhas eletrônicas, possa compreender as informações<br />

apresentadas. Assim, possibilitará o questionamento<br />

acerca de dados que pareçam não ter coerência, garantindo<br />

que qualquer pessoa seja um agente fiscalizador.<br />

Aplicativo Social: Top 10 - Despesas do Judiciário<br />

Os dados abertos utilizados pelo aplicativo são obtidos através<br />

do Portal de Transparência do Judiciário, que reúne em<br />

um só lugar o controle de gastos da entidade e mostra como<br />

os tribunais estão gerindo seus recursos. Os dados para<br />

consulta, fornecidos pelo Portal, são atualizados diariamente<br />

com os documentos de execução orçamentária e financeira<br />

emitidos no Sistema Integrado de Administração Financeira<br />

do Governo Federal (SIAFI) no dia anterior ao da consulta.<br />

Por meio da consulta “Detalhamento Diário das Despesas” é<br />

possível obter acesso ao espelho dos documentos emitidos no


decorrer da execução da despesa, evidenciando o bem fornecido<br />

ou serviço prestado e a pessoa física ou jurídica beneficiária<br />

do pagamento.<br />

Na base fornecida pelo Portal estão descritos o período das<br />

despesas, separados por dia, mês e ano, bem como a fase<br />

em que a despesa se encontra: empenho, liquidação ou pagamento,<br />

essas três fases estão em observância à Lei No.<br />

4.320/1964, que trata da execução das despesas orçamentárias<br />

públicas.<br />

A base fornecida pelo portal também apresenta, o nome<br />

do órgão superior que gerou a despesa e a unidade gestora<br />

responsável, bem como o elemento de despesa (aquisição de<br />

material, bem, serviço, obras), o valor da despesa e o favorecido<br />

(credor).<br />

O aplicativo gastos do judiciário permite selecionar os 10<br />

maiores gastos do poder judiciário do mês atual. Ao iniciar o<br />

aplicativo são apresentados os dez maiores gastos das unidades<br />

gestoras de todo o Brasil. Através do menu personalizar,<br />

é possível escolher o orgão superior e unidade gestora dos<br />

quais se deseja filtrar informações de despesas.<br />

Nas próximas páginas são apresentadas algumas funcionalidades<br />

desse aplicativo social por meio das Figuras 6.1 e<br />

6.2.<br />

43


44 Capítulo 6. Despesas do Judiciário<br />

Figura 6.1: Ao iniciar o aplicativo são apresentados os dez maiores gastos das unidades<br />

gestoras de todo o Brasil. São apresentados o valor da despesa e o favorecido.


Figura 6.2: As informações de despesas também são ilustradas por meio de um quadro<br />

geral, com um gráfico de pizza, para melhor visualização da distribuição dos recursos.<br />

45


46 Capítulo 6. Despesas do Judiciário<br />

Avaliação e Comentários de Usuários<br />

“O aplicativo nos dá informações importantes e resumidas sobre<br />

os gastos no judiciário. Foi possível realizar 2 filtros, deixando<br />

o relatório mais interessante. O gráfico em pizza traz<br />

mais visibilidade geral dos gastos.”<br />

José Augusto de Jesus Germano<br />

“Este aplicativo fez muito bom uso dos recursos visuais, tabelas<br />

e gráficos. Isso facilitou meu entendimento.”<br />

Thiago Silva Farias<br />

“Gostei bastante desse aplicativo. O gráfico permite uma análise<br />

bem pontual. Filtrei pelo órgão e unidade: JUSTICA FEDE-<br />

RAL DE PRIMEIRO GRAU - SP e pude constatar que os maiores<br />

gastos são direcionados à folha de pagamento.”<br />

Thábata Amaral


7. Exercício da Atividade Parlamentar<br />

Julio César Carnevali<br />

Graduando em Sistemas de Informação - UFMS<br />

Câmpus de Três Lagoas - MS<br />

Atualmente o Brasil é um dos países que mais gastam com<br />

parlamentares no mundo.<br />

Em estudo realizado pela ONU<br />

e divulgado em Fevereiro de 2013, observou-se que os parlamentares<br />

brasileiros são os 2 o parlamentares mais caros<br />

do planeta 1 . Segundo este levantamento, cada um dos 594<br />

parlamentares brasileiros - 513 deputados e 81 senadores -<br />

custa para os cofres públicos US$ 7,4 milhões por ano. Para<br />

ficar um pouco mais claro, faremos nova comparação, que<br />

leva em conta a divisão do orçamento do Congresso, que<br />

é aproximadamente US$ 4,395 bilhões, e dividiremos pela<br />

quantidade de habitantes que tem o Brasil, cerca de 200,4<br />

milhões, onde o resultado é, Brasil o 21 o no ranking, com um<br />

1 Estudo: parlamentar do Brasil é o 2 o mais caro do mundo: http://noticias.terra.<br />

com.br/brasil/politica/estudo-parlamentar-do-brasil-e-o-2-mais-caro-do-mundo,<br />

f10536f6a27ec310VgnVCM20000099cceb0aRCRD.html


48 Capítulo 7. Exercício da Atividade Parlamentar<br />

custo de cerca de US$ 22 por brasileiro anualmente, para<br />

sustentar o orçamento do Congresso, que nada mais é que<br />

pagar os parlamentares, para que os mesmo trabalhem para<br />

nosso progresso e bem estar.<br />

Após analisar estes dados, pode-se notar que o Brasil tem<br />

um gasto muito elevado com seus parlamentares, e o cidadão<br />

brasileiro fica de mãos atadas sem poder interferir neste<br />

assunto. A única coisa que se pode fazer é fiscalizar esses<br />

gastos para garantir que os mesmos serão empregados em<br />

causas justas, sem regalias e desperdícios. Porém, como os<br />

gastos podem sem fiscalizados?<br />

A LEI COMPLEMENTAR N o 131, DE 27 DE MAIO DE 2009,<br />

garante a transparência dos dados governamentais qualquer<br />

cidadão que queira tem acesso aos gastos públicos, sabendo<br />

assim, o destino de seu dinheiro, a quantidade e quando os<br />

mesmos estão sendo utilizados. Com isso o povo brasileiro<br />

tem a liberdade de fiscalizar onde estão sendo gastos (ou investidos)<br />

as cotas de cada parlamentar. Esta fiscalização é de<br />

grande importância, pois quando um indivíduo sabe que será<br />

fiscalizado, ele com certeza temerá as consequências de fazer<br />

algo ilícito, diminuindo assim as futuras possíveis fraudes ao<br />

dinheiro público.<br />

Os dados abertos também contribuem muito para investigações<br />

do passado e do presente. São também base para<br />

que a mídia e organizações da sociedade civil possam investigar<br />

e denunciar o uso ilegal desses recursos. Portanto, os<br />

dados abertos são essenciais para que possa continuar havendo<br />

controle social relacionados à utilização de cota para a<br />

atividade parlamentar, tanto no passado quanto no presente,<br />

minimizando o desperdício do dinheiro público brasileiro.


Aplicativo Social: Cotas dos Parlamentares<br />

49<br />

O governo brasileiro, vem liberando dados abertos a todos,<br />

a algum tempo. <strong>Dados</strong> referentes a todo tipo de gasto que<br />

envolve o dinheiro público. Mais especificamente, falando<br />

das Cotas Parlamentares, os dados estão disponíveis no site<br />

da Câmara dos Deputados 2 , são disponibilizados em formato<br />

bruto, que aplicativos convencionais não suportam, ou pelo<br />

formato, ou pelo tamanho do arquivo, que por sua vez, é<br />

muito grande/pesado. Segundo o próprio site, os arquivos<br />

são atualizados com frequência, sempre sendo incluídos os<br />

novos gastos referentes a cada mês.<br />

Os dados são disponíveis da seguinte forma: nome dos parlamentares,<br />

estado em que trabalham, partido ao qual pertencem,<br />

qual empresa está prestando serviços aos mesmos,<br />

dados das empresas prestadoras de serviço, data da prestação<br />

de serviço e o valor bruto e líquido do serviço.<br />

O período coletado dos dados vão de primeiro de janeiro de<br />

2015 até o final do mês de abril do referido ano. Nesta base<br />

de dados que foi utilizada existem exatamente 65.102 informações<br />

de serviços prestados aos parlamentares durante os<br />

4 meses analisados.<br />

O aplicativo Cotas dos Parlamentares foi desenvolvido com<br />

o intuito de oferecer à população uma facilidade para analisar<br />

os dados abertos sobre uso desses recursos. Nas próximas<br />

páginas são apresentadas algumas funcionalidades desse aplicativo<br />

social por meio das Figuras 7.1, 7.2 e 7.3.<br />

O aplicativo é dividido em seções, onde a primeira tratase<br />

da “Descrição”, que apresenta um pouco sobre a origem<br />

2 http://www2.camara.leg.br/transparencia/cota-para-exercicio-da-atividade-parlamentar/<br />

dados-abertos-cota-parlamentar


50 Capítulo 7. Exercício da Atividade Parlamentar<br />

dos dados e sucintamente sobre como o aplicativo utiliza tais<br />

dados. Após a “Descrição”, há a seção “Top 10 - Uso de Cotas<br />

dos Parlamentares”, que mostra através de um ranking,<br />

quais são os partidos que mais utilizam recursos das cotas<br />

e o valor total gasto por eles. Na próxima seção pode-se ver<br />

’‘Empresas Beneficiárias” que apresenta um gráfico com as<br />

empresas que mais prestam serviços aos parlamentares, e o<br />

valor que já totalizam. Cada empresa é representada por um<br />

círculo e este gráfico apresenta maior visibilidade (círculos<br />

maiores) às empresas que receberam mais recursos. Por fim,<br />

chega-se a seção “Personalizar” que fornece a opção de escolher<br />

um partido político específico, para que toda esta análise<br />

seja feito com foco em um determinado partido. Nesse caso,<br />

“Top 10 - Uso de Cotas dos Parlamentares” são os políticos<br />

do partido em questão.<br />

Para divulgação dos dados deste aplicativo social, há também<br />

a seção “Compartilhar”, na qual o usuário pode utilizar<br />

para publicar em sua rede social as informações que está<br />

visualizando, juntamente com comentários e sugestões, propagando<br />

a informação para seu círculo de amigos.


Figura 7.1: Na funcionalidade “Top 10 - Uso de Cotas dos Parlamentares” é apresentado<br />

um ranking dos partidos que mais utilizam recursos das cotas e o valor total gasto por<br />

eles. Os dados são de Janeiro à Abril de 2015.<br />

51


52 Capítulo 7. Exercício da Atividade Parlamentar<br />

Figura 7.2: Na funcionalidade “Empresas Beneficiárias” é apresentado um gráfico com<br />

as empresas que mais recebem recursos provenientes das cotas dos parlamentares.<br />

Cada empresa é representada por um círculo e este gráfico apresenta maior visibilidade<br />

(círculos maiores) às empresas que receberam mais recursos. Os dados são de Janeiro à<br />

Abril de 2015.


Figura 7.3: O cidadão pode personalizar e filtrar sua consulta selecionando um partido<br />

de interesse, para que toda esta análise seja feito com foco em um determinado partido.<br />

Nesse caso, “Top 10 - Uso de Cotas dos Parlamentares” são os políticos do partido em<br />

questão. Os dados são de Janeiro à Abril de 2015.<br />

53


54 Capítulo 7. Exercício da Atividade Parlamentar<br />

Avaliação e Comentários de Usuários<br />

“Permite saber onde está sendo direcionado o dinheiro arrecadado.<br />

Isso é ter um maior controle sobre quem está gastando<br />

e principalmente em quais empresas.”<br />

Marcos Roberto Nesso Junior<br />

“Levando em consideração o atual momento de crise econômica<br />

possivelmente ocasionada por conflitos políticos e econômicos,<br />

o App Cotas dos Parlamentares possui potencial de promover<br />

impacto social por informar como e com quem os recursos<br />

são gastos pelos parlamentares que a população elegeu.<br />

Foi possível observar que está sendo a maior parte utilizada<br />

em transporte aéreo, o que parece ser um padrão entre os parlamentares.<br />

Observando que os maiores gastos são em transporte<br />

aéreo, soluções personalizadas para parlamentares podem<br />

ser sugeridas e assim reduzir custos”.<br />

Alex da Silva Farias


8. Crianças sem Registro Civil<br />

Alex Farias<br />

Julio César Carnevali<br />

Graduandos em Sistemas de Informação - UFMS<br />

Câmpus de Três Lagoas - MS<br />

Em 10 anos, o número de crianças não registradas em cartórios<br />

no ano do nascimento caiu de 18,8% em 2003 para<br />

5,1% em 2013, segundo o relatório “Estatísticas do Registro<br />

Civil”, divulgado pelo IBGE (2014). Com a redução, o<br />

País fica próximo da erradicação do subregistro civil de nascimento.<br />

Um patamar igual ou inferior a 5% é considerado<br />

pelos organismos internacionais como erradicado.<br />

A certidão de nascimento é o primeiro documento civil do<br />

indivíduo, onde estão anotados todos os dados do registro civil<br />

de nascimento, que reconhece perante a lei nome, filiação,<br />

naturalidade e nacionalidade da pessoa. O acesso universal<br />

ao registro civil é um importante passo para o exercício pleno


56 Capítulo 8. Crianças sem Registro Civil<br />

da cidadania no Brasil. É um Direito Humano. Apenas com<br />

a certidão é possível obter os demais documentos civis e o<br />

acesso a benefícios governamentais.<br />

Desde junho de 2012, a Lei No. 12.662 transformou a Declaração<br />

de Nascido Vivo (DN) em documento de identidade<br />

provisória, aceita em todo o território nacional. Utilizada anteriormente<br />

apenas como forma de registro do nascimento de<br />

crianças vivas, a DN agora tem valor oficial. A determinação<br />

reforça o direito de acesso aos serviços públicos que cada brasileiro<br />

tem ao nascer, até que a certidão de nascimento seja<br />

registrada em cartório.<br />

Nascimentos ocorridos em todos os hospitais do Brasil, sejam<br />

eles públicos ou privados, devem ser registrados por<br />

meio da DN. Com base nos dados das declarações, o Sistema<br />

de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc) consegue<br />

apontar para o Ministério da Saúde quais são as prioridades<br />

de intervenção relacionadas ao bem-estar da mãe e do bebê,<br />

além de fornecer indicadores de saúde sobre pré-natal, assistência<br />

ao parto, vitalidade ao nascer, mortalidade infantil e<br />

materna.<br />

A Declaração de Nascido Vivo não substitui o registro civil<br />

de nascimento, que permanece obrigatório e gratuito, mas<br />

fortalece a coleta de informações dos recém-nascidos. Antes<br />

restritos ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística<br />

(IBGE), os mapas de registros civis elaborados pelos cartórios<br />

agora poderão ser enviados a órgãos públicos interessados,<br />

como o Ministério da Saúde e Secretarias Estaduais e<br />

Municipais de Saúde.<br />

A ausência de registro civil de nascimento pode ser considerado<br />

como um fator limitador para cálculos dos indicadores


demográficos (Estatísticas do Registro Civil - IBGE 2007) e<br />

para elaboração de políticas públicas adequadas a parcelas<br />

consideradas invisíveis da população além de impossibilitar<br />

o exercício pleno da cidadania. Sem o registro civil, a pessoa<br />

fica impedida, por exemplo, de receber as primeiras vacinas<br />

e matricular-se em escolas.<br />

Utilizar dados abertos sobre Registro Civil de Nascimento<br />

pode possibilitar que municípios tomem iniciativas próprias<br />

para reduzir suas taxas de subregistro civil de nascimento se<br />

baseando em dados filtrados para sua localidade. Também,<br />

a população estará ciente da quantidade de habitantes sem<br />

registro e poderá cobrar medidas à seus governantes.<br />

57<br />

Aplicativo Social: Crianças sem Registro Civil<br />

Os dados sobre Registros de Nascimento são disponibilizados<br />

pela Diretoria de Geociências – IBGE e Diretoria de Pesquisas.<br />

As informações são mantidas para consulta no Portal Brasileiro<br />

de <strong>Dados</strong> <strong>Abertos</strong>.<br />

Uma das bases sobre o tema descreve a relação entre o<br />

percentual de pessoas de até 10 anos de idade sem registro<br />

de nascimento (registro público feito em cartório, declaração<br />

de nascido vivo do hospital ou da maternidade, ou Registro<br />

Administrativo de Nascimento Indígena – RANI), em relação<br />

à população de pessoas de até 10 anos de idade.<br />

Nesta base de dados é possível obter informações do censo<br />

de 2010 como: quantidade de crianças Até 10 Anos, quantidade<br />

de crianças até 10 anos sem registro, porcentagem de<br />

crianças até 10 anos sem registro e UF. Com os dados abertos<br />

disponibilizados, é possível gerar gráficos e mapas que


58 Capítulo 8. Crianças sem Registro Civil<br />

demonstrem a informação de forma simples e visual para<br />

acesso por toda a população. O aplicativo Crianças sem Registro<br />

Civil disponibiliza estatísticas sobre Registros de Nascimento<br />

contendo o percentual de pessoas de até 10 anos de<br />

idade sem registro de nascimento.<br />

Nas próximas páginas são apresentadas algumas funcionalidades<br />

desse aplicativo social por meio das Figuras 8.1 e<br />

8.2.


Figura 8.1: A primeira funcionalidade é a visualização dos Top 10 Estados e Top 10<br />

Cidades com que demonstram as maiores porcentagens de crianças sem Registro Civil. A<br />

visualização é por meio de num gráfico de bolhas que correlaciona o número de crianças<br />

do estado (ou cidade) e o número de crianças sem Registro Civil. É possível opção de<br />

escolher qualquer Estado e Cidade do Brasil, para que então venham ser apresentadas<br />

as estatísticas sobre os mesmos.<br />

59


60 Capítulo 8. Crianças sem Registro Civil<br />

Figura 8.2: As Top 100 cidades do Brasil com as maiores porcentagens de crianças<br />

sem Registro Civil são exibidas no mapa. Assim, é possível perceber as regiões em que<br />

é necessário maio esforço de política pública. O mesmo tipo de visualização pode ser<br />

realizada para cada Estado.


61<br />

Avaliação e Comentários de Usuários<br />

"Fazer o levantamento do número de crianças sem registro até<br />

os 10 anos de idade pode ajudar informando ao governo os<br />

estados com maior número de casos, possibilitando que o governo<br />

tome a medida correta para regularizar esses registros<br />

e cumprindo com o direito de todo cidadão brasileiro possuir o<br />

Registro Civil."<br />

Bruna Mathias Lima Candido<br />

"Aplicativo social com impacto médio. Porém tem funcionalidades<br />

boas e a personalização mostra o desnível no Brasil".<br />

Patrick Garcia de Freitas<br />

"Este aplicativo pode ajudar com dados para conscientizar a<br />

sociedade brasileira sobre o assunto. A personalização usada<br />

foi “Estado Paraíba, cidade Campina Grande” (Quantidade de<br />

crianças de até 10 anos sem registro é 177 de um total de<br />

64743).<br />

Thiago Silva Farias


9. Acidentes de Trabalho no Brasil<br />

Gabriel de Souza Gerolim<br />

Luan Vinicius Martins<br />

Graduandos em Sistemas de Informação - UFMS<br />

Câmpus de Três Lagoas - MS<br />

Neste capítulo é apresentado o aplicativo social utilizando<br />

dados governamentais abertos sobre Acidentes de Trabalho<br />

no Brasil. Tais dados refletem uma importante visão sobre a<br />

qualidade de vida e desenvolvimento social do Brasil, tendo<br />

em vista que os trabalhadores são a grande massa da população<br />

brasileira.<br />

A partir de dados estrategicamente cruzados da base pública<br />

de acidentes de trabalho, pode-se obter informações de<br />

acidentes para fins de justificar, por exemplo, o uso obrigatório<br />

de EPI (Equipamento de Proteção Individual), ou a importância<br />

de seguir a jornada de trabalho sem carga excessiva<br />

e até mesmo o número de pessoas que se acidentaram pela


64 Capítulo 9. Acidentes de Trabalho no Brasil<br />

falta de técnicos de segurança do trabalho para fiscalizar o<br />

orientar os trabalhadores.<br />

Muitas estatísticas podem ser abstraídas deste conjunto de<br />

dados. Por exemplo:<br />

• aproximadamente 2,8 mil trabalhadores morrem vítimas<br />

de acidentes de trabalho por ano;<br />

• mais de 700 mil acidentes de trabalho acontecem anualmente;<br />

e,<br />

• cerca de R$ 10 bilhões são gastos com encargos previdenciários.<br />

Segundo o site www.brasil.gov.br, as informações do<br />

Anuário Brasileiro de Proteção 2015, que utiliza os dados do<br />

Anuário Estatístico da Previdência Social, mostram que no<br />

ano de 2013, no Brasil, foram 717.911 acidentes de trabalho<br />

no total, 2.814 óbitos e 16.121 incapacidades permanentes.<br />

Os dados sobre acidente de trabalho são utilizados para<br />

compor o Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho. Publicação<br />

do Ministério da Previdência Social (MPS) e do Ministério<br />

do Trabalho e Emprego (MTE), o Anuário Estatístico<br />

de Acidentes do Trabalho traz informações sobre os registros<br />

de acidente de trabalho ocorridos no País no período de um<br />

ano de acordo com diversas variáveis como a Classificação<br />

Nacional da Atividade Econômica – CNAE 2.0 e a Classificação<br />

Internacional de Doenças – CID-10. Os dados também<br />

são regionalizados. O documento auxilia pesquisadores e estudantes<br />

e é uma ferramenta importante no monitoramento<br />

da acidentalidade de trabalhadores brasileiros.<br />

Devido à riqueza de detalhes desses dados, há muitas possibilidades<br />

de cruzamento e filtros. Ainda, o poder de alcance<br />

dos dados abertos de acidentes de trabalho, uma vez


que disponíveis de maneira fidedigna, completos, padronizados<br />

publicamente e com atualização constante, permite<br />

que qualquer pessoa pode livremente usá-los, reutilizá-los e<br />

redistribuí-los para diversos fins.<br />

65<br />

Aplicativo Social: Acidentes de Trabalho no Brasil<br />

Os dados sobre acidentes de trabalho estão disponíveis em<br />

seis grandes bases públicas no Portal Brasileiro de <strong>Dados</strong><br />

<strong>Abertos</strong>. As bases são elencadas a seguir.<br />

1. Acidentes do trabalho por UF: quantidade de acidentes<br />

do trabalho por UF de ocorrência do acidente, situação<br />

do registro/motivo do acidente e ano da data do acidente<br />

(1998-2013);<br />

2. Acidentes do trabalho liquidados por UF: quantidade de<br />

acidentes do trabalho liquidados por UF de ocorrência do<br />

acidente, consequência do acidente e ano da data do acidente<br />

(1995-2013);<br />

3. Acidentes do trabalho por idade: quantidade de acidentes<br />

do trabalho por grupos de idade do segurado na data do<br />

acidente, situação do registro/motivo do acidente, sexo<br />

do segurado e ano da data do acidente (1997-2013);<br />

4. Acidentes do trabalho por CBO: quantidade de acidentes<br />

do trabalho por subgrupo principal da Classificação Brasileira<br />

de Ocupação (CBO), situação do registro/motivo<br />

do acidente e ano da data do acidente (2004-2013);<br />

5. Acidentes do trabalho por mês: quantidade de acidentes<br />

do trabalho por mês da data do acidente e situação do<br />

registro/motivo do acidente (1997-2013); e<br />

6. Acidentes do trabalho por parte do corpo atingida: quanti-


66 Capítulo 9. Acidentes de Trabalho no Brasil<br />

dade de acidentes do trabalho por parte do corpo atingida,<br />

situação do registro/motivo do acidente e ano da data do<br />

acidente (2002-2013).<br />

Cada uma das bases tem informações mais específicas,<br />

como os acidentes liquidados, a idade, a classificação de ocupação<br />

e a parte do corpo atingida. A integração entre essas<br />

bases dados pode ser realizada por meio de informação temporal,<br />

como as datas dos acidentes a partir de determinados<br />

períodos. Todas as bases relacionadas a acidentes de trabalho<br />

citadas anteriormente são alimentadas pelo Ministério<br />

da Previdência Social, atualizados anualmente com o intuito<br />

de gerar principalmente Anuário Estatístico de Acidentes do<br />

Trabalho.<br />

Nas próximas páginas são apresentadas algumas funcionalidades<br />

desse aplicativo social por meio das Figuras 9.1, 9.2,<br />

9.3, 9.4 e 9.5.


Figura 9.1: O aplicativo desenvolvido pela equipe do projeto Web@cidadania mostra<br />

com clareza a situação em que se encontram os trabalhadores brasileiros em relação à<br />

acidentes de trabalho. Uma das principais informações existentes é a “Quantidade De<br />

Acidentes” em sua totalidade ou separada pelo sexo do trabalhador.<br />

67


68 Capítulo 9. Acidentes de Trabalho no Brasil<br />

Figura 9.2: Informações detalhadas por região estão disponíveis ao cidadão no gráfico<br />

“Por Estado”. Quanto mais vermelha é a sinalização no gráfico, maior é a quantidade de<br />

acidentes de trabalhos registrados considerando-se todo o período dos dados.


Figura 9.3: Ao selecionar um estado, é possível visualizar mais detalhes dos dados de<br />

acidentes de trabalho, como a ocorrência acidente de trajeto ou doença de trabalho,<br />

inclusive se houve assistência médica, gerou incapacidade (temporária ou permanente)<br />

ou levou o trabalhador a óbito.<br />

69


70 Capítulo 9. Acidentes de Trabalho no Brasil<br />

Figura 9.4: O cidadão pode “Personalizar” sua consulta definindo o ano de interesse.<br />

Neste caso, foi selecionado o ano de 2012 e são disponibilizados a ocorrência de acidentes<br />

em relação a homens, mulheres e ambos, bem como distribuição dos aciddentes por<br />

faixa etária.


Figura 9.5: O cidadão pode “Personalizar” sua consulta definindo o ano de interesse.<br />

Como o nível de detalhes da coleta dos dados de acidentes de trabalho aumentou<br />

recentemente, dependendo do ano selecionado haverá mais informações ao cidadão. Por<br />

exemplo, no ao de 2012 é possível identificar detalhes sobre a parte do corpo atingida em<br />

ocorrências de acidente de trabalho.<br />

71


72 Capítulo 9. Acidentes de Trabalho no Brasil<br />

Avaliação e Comentários de Usuários<br />

"Os dados mostram, de forma dinâmica, em gráficos e mapas<br />

personalizados com cores de diferentes tons, onde e como<br />

acontecem a maioria dos acidentes; mostram até mesmo quando<br />

o pico foi maior aos demais anos avaliados, podendo ser verificado<br />

também, quais as idades e sexos mais “atingidos”".<br />

Gabriela Duarte de Souza<br />

"O aplicativo avaliado tem extremo impacto social e é bastante<br />

funcional, pois possui números bem detalhados. A personalização<br />

está relacionada à seleção de um ano em específico<br />

para mostrar os respectivos acidentes. A informação interessante<br />

é o número de acidentes bem maior dos homens em relação<br />

às mulheres".<br />

Vinícius Franco Dias Silva<br />

"O aplicativo fornece informações relevantes, permitindo constatar<br />

o aumento do número de casos contabilizados de acidente<br />

de trabalho. Na minha opinião, depois de um aumento<br />

significativo, o nível de acidentes foi estabilizado a partir de<br />

2008".<br />

Vitor Hugo Ferreira Menoni<br />

"O impacto ao falar de acidentes de trabalho no Brasil hoje<br />

não se restringe a uma camada social, porque o problema não<br />

é mais só do acidentado ou da família do mesmo, hoje o empregador<br />

tem que estar cumprindo suas responsabilidades, e<br />

a chegada do aplicativo fornece um mapa dos locais onde mais<br />

se concentra acidentes e também gráficos que mostram o aumento<br />

de acidentes de ambos sexos. Com isso as pessoas<br />

podem estar sendo impactadas com o problema e passando<br />

a repensar as atitudes, o empregador passa a analisar com<br />

mais cautela seus funcionários se perceber que se concentra<br />

grandes valores de acidentes".<br />

Juan Carlos Santos Silva


10. Agradecimentos<br />

É uma tarefa complexa nomear todas as pessoas, e respectivos<br />

departamentos, envolvidas na execução de um projeto<br />

acadêmico da magnitude do <strong>Web@Cidadania</strong>. De forma breve,<br />

o processo se inicia na elaboração, escrita e submissão do<br />

projeto que envolveu docentes e técnicos administrativos<br />

da UFMS (Câmpus de Três Lagoas). Após a aprovação do<br />

projeto no Edital PROEXT/MEC, toda a gestão dos recursos<br />

financeiros, como compra de material e pagamento de bolsas<br />

aos estudantes, foi uma tarefa executada de forma muito<br />

competente pela Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos<br />

Estudantis (PREAE/UFMS) e pelo setor de Tesouraria<br />

do CPTL/UFMS. É importante destacar o grande esforço<br />

promovido por esses setores da UFMS, fornecendo uma<br />

ajuda indispensável para a execução deste projeto dentro de<br />

um ano com muitos cortes orçamentários.


74 Capítulo 10. Agradecimentos<br />

Em relação à equipe de execução, o desenvolvimento do<br />

projeto <strong>Web@Cidadania</strong>, ao longo do ano de 2015, só foi possível<br />

graças à dedicação dos seguintes professores, alunos,<br />

técnicos e colaboradores:<br />

Coordenação e Organização<br />

• Prof. Dr. Ricardo M. Marcacini<br />

• Prof. Me. Vitor M. Lima<br />

• Prof. Esp. Juliano K. Yugoshi<br />

Equipe - Docentes<br />

• Prof. Dr. Edson T. Matsubara (UFMS - FACOM)<br />

• Profa. Me. Franciene D. Gomes (UFMS - Três Lagoas)<br />

• Profa. Me. Ivone P. Matsuno (UFMS - Três Lagoas)<br />

• Prof. Me. Maxwell S. dos Santos (UFMS - Três Lagoas)<br />

• Prof. Me. Rodrigo M. Kishi (UFMS - Três Lagoas)<br />

• Prof. Me. Ronaldo F. dos Santos (UFMS - Três Lagoas)<br />

• Profa. Dra. Solange O. Rezende (ICMC - USP)<br />

Equipe - Discentes<br />

• Alex Farias (UFMS - Três Lagoas)<br />

• Aline Madoenho (UFMS - Três Lagoas)<br />

• Andrew Pazin (UFMS - Três Lagoas)<br />

• Beatriz Marques (UFMS - Três Lagoas)<br />

• Caíque Tosta (UFMS - Três Lagoas)<br />

• Cláudia Hildebrando (IFMS - Três Lagoas)<br />

• Gabriel Gerolim (UFMS - Três Lagoas)<br />

• Guilherme Henrique (UFMS - Três Lagoas)<br />

• Júlio Carnevali (UFMS - Três Lagoas)<br />

• Letícia Freitas (IFMS - Três Lagoas)<br />

• Luan Martins (UFMS - Três Lagoas)<br />

• Paulo Santos (UFMS - Três Lagoas)<br />

• Renan Montenegro (UFMS - Três Lagoas)

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