12.12.2012 Views

Instituto De Investigação Agrária De Moçambique Centro Zonal - IIAM

Instituto De Investigação Agrária De Moçambique Centro Zonal - IIAM

Instituto De Investigação Agrária De Moçambique Centro Zonal - IIAM

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

INSTITUTO DE INVESTIGAÇÃO AGRÁRIA DE MOÇAMBIQUE<br />

CENTRO ZONAL NORDESTE<br />

RELATÓRIO ANUAL, 2006<br />

Editores: A. Muitia<br />

V. Salegua<br />

A. Manuel<br />

Janeiro de 2006


NOTA DE ABERTURA<br />

O <strong>Centro</strong> <strong>Zonal</strong> é um órgão regional do <strong>Instituto</strong> de <strong>Investigação</strong> <strong>Agrária</strong> de <strong>Moçambique</strong><br />

(<strong>IIAM</strong>), abrangendo uma ou mais regiões agro-ecológicas, responsável pela coordenação,<br />

execução das políticas, estratégias, programas e projectos de investigação agrária.<br />

O <strong>Centro</strong> <strong>Zonal</strong> Nordeste (CZnd) abrange as regiões agro-ecológicas R7, R8 e R9 que<br />

compreede as províncias de Cabo <strong>De</strong>lgado, Nampula, parte de Niassa, Zambézia e Tete<br />

Este centro tem como missão:<br />

Contribuir para o aumento da produção, productividade e diversificação agrárias<br />

mediante a gestão sustentável dos recursos naturais.<br />

São objectivos do <strong>Centro</strong> <strong>Zonal</strong> Nordeste:<br />

(i) Assegurar a coordenação e desenvolvimento da investigação agrária no âmbito<br />

das políticas e estratégias agrárias;<br />

(ii) Identificar, desenvolver e testar tecnologias agrária apropriadas;<br />

(iii) Promover a divulgação e a utilização dos resultados da investigação.<br />

Para o cumprimento da sua missão, o <strong>Centro</strong> <strong>Zonal</strong> Nordeste compreende as seguintes<br />

unidades experimentais que ligam os serviços de investigação e a realidade agrária das<br />

regiões agro-ecológicas e dos produtores:<br />

• Posto Agronómico de Nampula-sede;<br />

• <strong>Centro</strong> de <strong>Investigação</strong> e Multiplicação de Semente de Algodão de<br />

Namialo - Nampula;<br />

• <strong>Centro</strong> de <strong>Investigação</strong> de Cajú (Nassuruma) - Nampula;<br />

1


• Posto Agrário de Nametil - Nampula;<br />

• Posto Agrário de Mutuali - Nampula;<br />

• <strong>Centro</strong> de <strong>Investigação</strong> <strong>Agrária</strong> de Mapupulo – Cabo <strong>De</strong>lgado;<br />

• Laboratório Provincial de Veterinária de Nampula;<br />

• <strong>Centro</strong> Provincial de Formação <strong>Agrária</strong> de Namialo – Nampula;<br />

As acções estratégicas do <strong>Centro</strong> <strong>Zonal</strong> Nordeste compreendem a realização de conselhos<br />

técnicos regulares com objectivo de divulgar os programas de investigação com<br />

principais parceiros e utilizadores; disponibilizar semente básica para os diferentes<br />

grupos envolvidos na produção de sementes; investigar e divulgar, através da extensão,<br />

técnicas melhoradas de produção sustentável e de conservação de solo e água; e<br />

estabelecer e operacionalizar um sistema de multidisciplinaridade da investigação.<br />

2<br />

Eng. Fernando Mureva Chitio, MSc.<br />

Director do <strong>Centro</strong> <strong>Zonal</strong>


AGRADECIMENTOS<br />

O corpo de redacção expressa os seus agradecimentos, especialmente a Direcção do<br />

CZnd pela confiança dada para elaboração deste Relatório, aos Sectores, Unidades<br />

Experimentais, e demais colaboradores pelo apoio prestado na preparação e revisão das<br />

várias versões do Relatório.<br />

Agradecimentos particulares são endereçados a todos os profissionais e instituições<br />

listados nos vários capítulos do relatório que contribuíram nas suas áreas específicas e<br />

que prontamente prestaram as informações e auxílio solicitados.<br />

É de reconhecer a estimada dedicação e colaboração de todos os funcionários da<br />

instituição que participaram nas actividades descritas na edição do presente relatório.<br />

3


ÍNDICE<br />

NOTA DE ABERTURA ................................................................................... 1<br />

I – INTRODUÇÃO......................................................................................... 5<br />

II – ACTIVIDADES DE INVESTIGAÇÃO REALIZADAS EM 2005/2006<br />

......................................................................................................................... 7<br />

2.1 POSTO AGRONÓNICO DE NAMPULA – SEDE DO CENTRO<br />

ZONAL ........................................................................................................... 7<br />

2.1.1 SECTOR DE LEGUMINOSAS DE GRÃO E<br />

OLEAGINOSAS...................................................................................3<br />

2.1.2 SECTOR DE PROTECÇÃO DE PLANTAS ........................... 35<br />

2.1.3 SECTOR DE FLORESTAS………………………….............. 42<br />

2.1.4 CENTRO DE ESTUDOS SÓCIO-ECONÓMICOS..................48<br />

2.1.5 SECTOR DE RAÍZES E TUBÉRCULOS................................ 71<br />

2.2 LABORATÓRIO PROVINCIAL DE VETERINÁRIA........................ 88<br />

2.3 CENTRO DE INVESTIGAÇÃO AGRÁRIA DE MAPUPULO .......... 95<br />

4


I – INTRODUÇÃO<br />

O <strong>Centro</strong> <strong>Zonal</strong> Nordeste é um dos “serviços operativos” do <strong>IIAM</strong> a quem incumbe<br />

realizar as acções de investigação, experimentação e demonstração necessária ao reforço<br />

das fileiras produtivas agrícolas, incluindo as conducentes ao melhoramento da produção<br />

e defesa do património genético e vegetal.<br />

O CZnd compreende os seguintes sectores:<br />

� Raízes e tubérculos;<br />

� Cereais;<br />

� Leguminosas de grão e oleaginosas e oleaginosas;<br />

� Fertilidade de solos;<br />

� Protecção de plantas;<br />

� Cajú;<br />

� Algodão;<br />

� Florestas;<br />

� <strong>Centro</strong> de estudos sócio-económicos;<br />

� Administração;<br />

� Florestas;<br />

� Ciências animais.<br />

No desempenho da sua missão ao longo de 2005, o CZnd contou com a colaboração de<br />

inúmeras entidades nacionais e estrangeiras, que contribuíram para a implementação das<br />

actividades de investigação e de desenvolvimento agrárias. O sucesso deste trabalho,<br />

reflecte-se na actual dinâmica de crescimento do sector agrário, englobando a agricultura<br />

familiar e empresarial.<br />

No contexto do desenvolvimento e capacitação institucional, foram alcançados êxitos na<br />

contratação de novos técnicos para área de investigação e pessoal de apoio.<br />

O esforço da investigação agronómica ao longo de 2005/2006 teve como princípios a<br />

necessidade do aumento sustentável da produção e produtividade das principais culturas<br />

alimentares e de rendimento, o enriquecimento do banco de germoplasma, melhoramento<br />

5


de culturas, a melhoria do conhecimento dos métodos tradicionais de combate a pragas e<br />

doenças, o conhecimento profundo dos sistemas de produção agrícola do sector familiar,<br />

e a necessidade de produzir informação para uma melhor gestão dos recursos naturais no<br />

país.<br />

A participação das comunidades camponesas como forma de incorporar as experiências e<br />

práticas agrícolas adquiridas ao longo de várias gerações constituiu essencialmente o<br />

aspecto mais crucial da investigação agrária.<br />

Ao longo da campanha agrícola em causa, foram instalados e conduzidos diferentes<br />

ensaios quer na rede experimental, quer nas machambas dos camponeses, para testar e<br />

quantificar o efeito de determinadas práticas agronómicas no rendimento das culturas.<br />

Estes ensaios incidiram fundamentalmente sobre práticas de adubação orgânica e<br />

mineral, rotações e pousios, cultivo consociado, conservação de água no solo,<br />

melhoramento e selecção de variedades, densidades, épocas e métodos de plantação, e<br />

estudos sobre o controlo de pragas e doenças.<br />

Não se conseguiu contudo, devido a limitações financeiras, responder às necessidades<br />

institucionais de aumentar o quadro técnico-cientifico. Por esta razão, se continua com<br />

algumas áreas chaves ainda inoperativas.<br />

Outros constrangimentos que influenciaram e continuam a influenciar o não cumprimento<br />

das metas estabelecidas pelo <strong>Centro</strong> <strong>Zonal</strong> incluem: muitos quadros sem enquadramento<br />

no Aparelho Estado, número limitado de quadros especializados, insuficiência de<br />

moradias e escritórios, desembolso tardio de fundos, exiguidade de fundos e falta de<br />

incentivos para os investigadores.<br />

O presente relatório apresenta basicamente os resultados das actividades realizadas<br />

durante a campanha 2005/2006 no CZnd. Por questões de organização, as actividades<br />

serão apresentadas por unidade experimental e dentro de cada unidade experimental os<br />

sectores respectivos.<br />

6


II – ACTIVIDADES DE INVESTIGAÇÃO REALIZADAS EM 2005/2006<br />

2.1 POSTO AGRONÓNICO DE NAMPULA – SEDE DO CENTRO ZONAL<br />

Introdução<br />

2.1.1 SECTOR DE LEGUMINOSAS DE GRÃO E OLEAGINOSAS<br />

Idalina C. Napita, Marques Donça e Amade Muitia<br />

O sector de leguminosas de grão e oleaginosas do <strong>Centro</strong> <strong>Zonal</strong> Nordeste trabalha com<br />

várias culturas incluindo, amendoim, feijão nhemba, feijão boer, feijão jugo, soja, feijão<br />

holoco e gergelim. Algumas dessas culturas, como é o caso de amendoim, nos útimos<br />

anos, já passaram de culturas alimentares para culturas de rendimento visto que existem<br />

mercados garantidos com preços aliciantes e os produtores da região apostaram no seu<br />

cultivo. A demanda das culturas de amendoim vermelho e de tamanho grande e da<br />

cultura de gergelim obriga ao sector em redrobar esforços para alimentar as necessidades<br />

do mercado destas duas culturas. Neste momento, a grande aposta do sector é estabelecer<br />

um programa de melhoramento das diversas culturas, principalmente para as culturas de<br />

amendoim, feijão nhemba e gergelim.<br />

Objectivos gerais do sector<br />

� Recolher e manter germoplasmas das diversas culturas tanto localmente como de<br />

outras instituições de investigação estrangeiras;<br />

� Encontrar variedades com altos rendimentos e estáveis nas condições agroecológicas<br />

da região e economicamente desejáveis;<br />

� <strong>De</strong>terminara as melhores práticas culturais para as diversas culturas segundo o<br />

sistema de produção da região com a finalidade de aumentar aumentar a<br />

produtividade do sistema;<br />

� Produzir semente (pré) básica das variedades recomendadas das diversas culturas;<br />

� Divulgar e difundir as novas tecnologias resultantes da investigação;<br />

Actividades realizadas<br />

As actividades realizadas durante a campanha 2005/2006 incluíram:<br />

♣ Na cultura de amendoim:<br />

� Ensaio de 22 linhas avançadas resultantes de cruzamentos entre Valencia e<br />

Spanish no distrito de Cuamba;<br />

7


� Ensaio de comparação de variedades do tipo Spanish em Nampula,<br />

Mutuali e Mapupulo;<br />

� Ensaio de comparação de variedades do tipo Valencia em Nampula,<br />

Mutuali e Mapupulo;<br />

� Ensaio de comparação de variedades do tipo Virgínia em Nampula,<br />

Mutuali e Mapupulo;<br />

� Multiplicação de 73 linhas (populações F3) rsultantes de cruzamentos<br />

entre variedades resistentes a nemátodos e variedades com alto teor de<br />

ácido oleico para começar com a sua avaliação em Nampula na campanha<br />

2006/2007;<br />

� Multiplicação de 85 linhas (população F3) resultantes de cruzamentos<br />

entre variedades de baixo teor de ácido oleico e variedades de alto teor de<br />

ácido oleico para começar a sua avaliação em Nampula na campanha<br />

2006/2007;<br />

� Multiplicação de semente básica das variedades Nametil e Mamane.<br />

♣ Na cultura de feijão nhemba:<br />

� Ensaio de datas de sementeira e variedades em Cuamba;<br />

� Multiplicação de semente de várias variedades.<br />

♣ Na cultura de soja:<br />

� Ensaio de variedades em Cuamba;<br />

� Ensaio de consociação com milho em Cuamba;<br />

� Multiplicação de semente.<br />

♣ Na cultura de feijão boer:<br />

� Ensaio de caracterização de germoplasma;<br />

� Multiplicação de semente.<br />

♣ Na cultura de feijão holoco:<br />

o Ensaio de variedades<br />

o Multiplicação de semente<br />

♣ Na cultura de feijão jugo:<br />

o Ensaio de variedades<br />

o Multiplicação de semente<br />

8


♣ Na cultura de gergelim:<br />

o Ensaio de 24 variedades<br />

o Ensaio de 6 variedades<br />

o Multiplicação de semente<br />

1. Ensaio regional de variedades elites de amendoim do tipo Spanish, Valencia e<br />

Virginia<br />

Com objectivo de Avaliar variedades regionais em “On-Station” adaptadas as diferentes<br />

condições agroecológicas da região oeste de áfrica em particular a região Nordeste do<br />

<strong>IIAM</strong>, foram montados três (3) ensaios para posteriormente serem seleccionadas linhas,<br />

que poderão ser avaliadas a nível do sector familiar para o estudo da sua adopção ou<br />

avaliação pelos camponeses.<br />

<strong>De</strong>lineamento experimental<br />

<strong>De</strong>lineamento experimental utilizado para os ensaios foi o delineamento de quadrados<br />

latinos com 2 repetições e 25 tratamentos (variedades) para cada ensaio nomeadamente<br />

para variedades do tipo Spanish e Virginia e 16 variedades para tipo Valencia.<br />

Na tabela abaixo estão descritas algumas características tídas em conta na instalação do<br />

ensaio, o desenho experimental poderá ser visto nos protocolos com maior detalhe.<br />

Tabela 1. Características do talhão<br />

Cultura/<br />

variedade<br />

compasso<br />

(cm)<br />

sem./covacho Área<br />

do<br />

talhão<br />

9<br />

n.º de<br />

linhas<br />

úteis<br />

comprimento<br />

da linha útil<br />

Área do<br />

ensaio<br />

(m 2 )<br />

Amendoim<br />

(tipos virginia<br />

e Spanish)<br />

60* 30 1<br />

9.6 m 2<br />

2 4 m<br />

432<br />

Tipo Valencia 60*30 1 9,6 m2 2 4 m 364.8


Sequência de operações culturais feitas<br />

As operações feitas na fase de preparação da terra incluíram uma lavoura , foram ainda<br />

realizadas a sementeira, sachas e observações por roseta e manchas foliares precoces. A<br />

sementeira foi realizada no dia 27 de <strong>De</strong>zembro de 2005. Foram realizadas duas sachas<br />

manualmente. A colheita foram feitas nos dias 22, 23 de Maio de 2006 e dia 02 de Junho<br />

de 2006 respectivamente para os tipos Spanish, Valência e Virginia respectivamente.<br />

Observações feitas<br />

Foram feitas observações sistemáticas de acordo com o ciclo das variedades que<br />

consistiram no registo de plantas germinadas, número de dias até a floração, coloração<br />

das flores, incidência de pragas e doenças, número de plantas na colheita, peso das<br />

vagens e peso do grão após a debulha.<br />

Resultados- Variedades do tipo Spanish<br />

Segundo os resultados de análise de variancia feitos para o factor variedade, as variáveis<br />

peso de 100 sementes, dias até a colheita e manchas foliares precoces tiveram resultados<br />

significativos, embora o rendimento não tenha dado resultados significativos na análise<br />

feita (tabela 2).<br />

Rendimento<br />

<strong>De</strong> acordo com o teste feito, não foram registadas diferenças significativas entre as<br />

variedades no rendimento (P< 0.05; F= 1.11). Isto sugere que, estatisticamente não há<br />

evidências que mostrem que houve diferenças no rendimento das variedades testadas.<br />

A tabela acima mostra a média do rendimento das diferentes variedades. Pode-se notar<br />

que as variedades ICGV-SM 96714, ICGV-SM 99568, NYANDA, ICGV-SM 99613<br />

tiveram rendimentos que variaram de 1700 a 1890 Kg/ha, superiores que as variedades JL<br />

24, ICGV-SM 96722 e ICGV-SM-98541 tiveram os rendimentos mais baixos que<br />

variaram de 891 à 950 Kg/ha, As restantes variedades tiveram rendimentos<br />

intermediários.<br />

10


Tabela 2: resumo dos principais resultados<br />

Variedade<br />

Rendimento<br />

(Kg/ha)<br />

Peso de<br />

100 sementes (gr)<br />

11<br />

Dias até<br />

colheita<br />

Manchas foliares<br />

precoces<br />

ICGV-SM-98541 950.0 39.15 115.0 6.000<br />

ICGV-SM 96606 1062.5 31.10 122.0 2.000<br />

ICGV-SM 00567 1225.0 40.60 115.0 2.500<br />

ICGV-SM 99594 1225.0 43.50 115.0 2.500<br />

NYANDA 1825.0 29.85 115.0 2.000<br />

ICGV-SM 99613 1700.0 50.30 115.0 1.500<br />

ICGV-SM 99588 1362.5 41.30 115.0 2.000<br />

ICGV-SM 00508 1500.0 39.05 115.0 1.500<br />

ICGV-SM 98539 1175.0 45.20 149.0 0.500<br />

ICGV-SM 98546 1162.5 39.60 118.5 0.500<br />

ICGV-SM 99568 1800.0 42.40 115.0 1.500<br />

ICGV-SM 99599 1075.0 36.55 115.0 1.500<br />

ICGV-SM 98545 850.0 35.95 149.0 1.000<br />

LOCAL CHECK 1350.0 27.50 115.0 3.000<br />

ICGV-SM 96722 891.3 41.25 122.0 2.000<br />

ICGV-SM 99597 1350.0 38.85 115.0 2.000<br />

ICGV-SM 96714 1950.0 37.45 115.0 1.500<br />

ICGV-SM 00571 1100.0 36.25 115.0 1.500<br />

ICGV-SM 98542 975.0 35.70 149.0 0.500<br />

ICG-12991 1425.0 32.75 115.0 1.500<br />

JL-24 950.0 34.45 115.0 3.000<br />

ICGV-SM-98540 1025.0 46.45 149.0 0.500<br />

ICGV-SM-99614 1550.0 33.00 115.0 2.500<br />

ICGV-SM 99589 1075.0 44.80 115.0 2.000<br />

ICGV-SM 00530 1050.0 47.25 115.0 3.000<br />

CV 32.84 14.289 0.817 56.135<br />

LSD - 11.446 2.0432 2.2245<br />

Peso de 100 sementes<br />

Para o peso de 100 sementes, os resultados de análise de semente mostraram que entre as<br />

variedades , foram registadas diferenças significativas (P< .; F= ). Isto mostra que o<br />

peso de sementes foi diferente entre as variedades. <strong>De</strong> facto, as variedades ICGV-SM<br />

99613, ICGV-SM 00530, ICGV-SM-98540, ICGV-SM 98539 tiveram<br />

significativamente peso maiores que as restantes variedades que variaram de 45 à 50<br />

gramas em 100 sementes. Ainda segundo o teste feito, as variedades ICGV-SM 96606,<br />

Nyanda e local foram as que registaram o menor peso de 100 sementes.


Dias até a colheita<br />

Para os dias até a colheita, os resultados de análise de variância mostraram que entre as<br />

variedades, foram registadas diferenças significativas, Isto pressupõe diferenças nos dias<br />

ate a colheita. Segundo os dados, as variedades ICGV-SM-98540, ICGV-SM 98542,<br />

ICGV-SM 98545, ICGV-SM 98539 são as que tiveram significativamente maiores dias<br />

até a maturação comparativamente as restantes, estas variedades tiveram a maturação em<br />

149 dias. As restantes variedades tiveram a sua maturação em 27 dias.<br />

Manhas foliares precoces<br />

Segundo os resultados de análise de variância feitos, o factor variedade registou<br />

diferenças significativas para as manchas foliares precoces. Isto sugere diferenças entre<br />

as variedades na incidência desta doença. <strong>De</strong> facto a variedade ICGV-SM-98541 foi a<br />

que teve significativamente maior incidencia desta doença (6) quando comparada com<br />

outras variedades. As variedade local, foram as mais infestadas pelas manchas foliares<br />

precoces depois da ICGV-SM-98541, quando comparada com as restantes variedades que<br />

tiveram infestações que variaram de 0.5 à 1.<br />

Resultados - Variedades do tipo Valência<br />

Segundo os resultados de análise de variancia feitos para o factor variedade , as variáveis<br />

peso de 100 sementes, rendimento, e manchas foliares precoces tiveram resultados<br />

significativos, para a variável infestação por Roseta os resultados de análise de variância<br />

não foram significativos (tabela 3).<br />

Rendimento<br />

<strong>De</strong> acordo com o teste feito, foram registadas diferenças significativas entre as<br />

variedades no rendimento. Isto sugere que, estatisticamente há evidências que mostrem<br />

que houve diferenças no rendimento nas variedades testadas.<br />

12


A tabela acima mostra a média do rendimento das diferentes variedades. Pode-se<br />

observar que as variedades ICGV-SM 95533, variedade local , JL24, ICGV-SM 86021<br />

foram as que registaram rendimentos estatisticamente superiores (1125-1175 Kg/ha) que<br />

as restantes variedades que registaram rendimentos na ordem dos 350- 800 Kg/ha (tabela<br />

3). Entre as variedades que tiveram rendimentos que variaram de 350 à 800 Kg/ha não<br />

foram diferentes estatisticamente.<br />

Tabela 3: resumo dos principais resultados<br />

Variedades<br />

Rendimento<br />

(Kg/ha)<br />

Peso de 100<br />

sementes (gr.)<br />

13<br />

Manchas foliares<br />

precoces Roseta<br />

ICGV-SM<br />

95508 625.0 36.550 1.5 4.5<br />

ICGV-SM<br />

95503 450.0 34.000 1.5 2.0<br />

ICGV-SM<br />

95523 675.0 29.350 1.5 1.0<br />

ICGV-SM<br />

95520 350.0 33.000 0.5 3.5<br />

ICGV-SM<br />

95530 550.0 33.600 1.5 3.0<br />

ICGV-SM<br />

95538 475.0 38.000 1.0 3.0<br />

ICGV-SM<br />

95526 475.0 24.400 1.5 4.5<br />

ICGV-SM<br />

95533 1175.0 28.650 0.5 2.0<br />

VALENCIA<br />

R2 800.0 30.200 1.0 0.5<br />

JL24 1175.0 40.450 2.5 3.5<br />

ICGV-SM<br />

95544 375.0 34.450 1.0 3.0<br />

LOCAL<br />

CHECK 1125.0 27.050 3.5 0.5<br />

ICGV-SM<br />

86021 1125.0 42.100 0.5 2.0<br />

ICGV- 10899 500.0 29.850 1.0 2.0<br />

ICGV- 11593 425.0 30.700 1.0 2.0<br />

ICGV- 11282 350.0 25.550 2.5 2.0<br />

CV 30.164 13.89 41.94 62.66<br />

LSD 427.95 9.5836 1.2572 -


Peso de 100 sementes<br />

Para o peso de 100 sementes, os resultados de análise de semente mostraram que entre as<br />

variedades , foram registadas diferenças significativas (P.; F= ). Isto mostra que o<br />

tamanho de semente foi diferente entre as variedades. <strong>De</strong> facto, as variedades ICGV-SM<br />

86021, JL 24 e ICGV-SM 95538 tiveram significativamente pesos maiores que<br />

variaram de 38 à 42 gramas em 100 sementes quando comparadas com as variedades<br />

ICGV-SM 95526 e ICGV- 11282 que foram as que registaram o menor peso em 100<br />

sementes. As restantes variedades tiveram pesos intermediários e não foram diferentes<br />

estatisticamente entre si.<br />

Manhas foliares precoces<br />

Segundo os resultados de análise de variância feitos, o factor variedade registou<br />

diferenças significativas para as manchas foliares precoces. Isto sugere diferenças entre<br />

as variedades na incidência desta doença. <strong>De</strong> facto as variedades JL 24, Local e ICGV-<br />

11282 foram as que tiveram significativamente maior incidencia desta doença (variou<br />

em média de 2,5 à 3,5) quando comparada com outras variedades. A variedade local, foi<br />

a mais infestada pelas manchas foliares precoces enquanto que as variedades ICGV-SM<br />

95520, ICGV-SM 95533 e ICGV-SM 86021 foram as menos infestadas.<br />

Roseta<br />

Análise de variância feitas para roseta mostraram que o factor variedade não foi diferente<br />

significativamente. Isto pressupõe não haver diferenças entre as variedades. Segundo a<br />

tabela acima, podem se destacar 7 variedades com indices elevados de ataque por roseta,<br />

nomeadamente ICGV-SM 95508, ICGV-SM 95520, ICGV-SM 95526, ICGV-SM<br />

95544, ICGV-SM 95530, ICGV-SM 95538 e JL 24 que tiveram em média índices de<br />

ataque que variaram de 3 a 4,5. As restantes variedades tiveram indices de ataque abaixo<br />

de 2.<br />

14


Resultados – Variedades do tipo Virginia<br />

Segundo os resultados de análise de variancia feitos para o factor variedade , as variáveis<br />

peso de 100 sementes e manchas foliares precoces tiveram resultados significativos, para<br />

a variável infestação por Roseta e rendimento os resultados de análise de variância não<br />

foram significativos (tabela 4)<br />

Rendimento<br />

<strong>De</strong> acordo com o teste feito, não foram registadas diferenças significativas entre as<br />

variedades no rendimento. Isto sugere que, estatisticamente não há evidências que<br />

mostrem que houve diferenças no rendimento das variedades testadas.<br />

A tabela acima mostra a média do rendimento das diferentes variedades. Pode-se notar<br />

que as variedades CG 7, ICGV-SM 01723, ICGV-SM 98703, ICGV-SM 01719, ICGV-<br />

SM 02716, ICGV-SM 02715, ICGV-SM 01721 e ICGV-SM 02707 tiveram rendimentos<br />

que variaram de 1400 a 1825 Kg/ha, superiores que as variedades ICGV-SM 99826,<br />

ICGV-SM 01733, ICGV-SM 99813, ICGV-SM 01729 eICGV-SM 98712 que tiveram<br />

rendimentos mais baixos que variaram de 700 à 950 Kg/ha, As restantes variedades<br />

tiveram rendimentos intermediários.<br />

Peso de 100 sementes<br />

Para o peso de 100 sementes, os resultados de análise de semente mostraram que entre as<br />

variedades , foram registadas diferenças significativas (P.; F= ). Isto mostra que o<br />

tamanho de semente foi diferente entre as variedades. <strong>De</strong> facto, as variedades ICGV-SM<br />

02715, ICGV-SM 01721, ICGV-SM 01719, ICGV-SM 01729, ICGV-SM 01723,<br />

ICGV-SM 01728, ICGV-SM 99813, ICGV-SM 98712, ICGV-SM 99813, ICGV-SM<br />

99826, ICGV-SM 99852, ICGV-SM 99844, ICGV-SM 99851 tiveram<br />

significativamente pesos maiores que variaram de 54 à 61 gramas em 100 sementes<br />

quando comparadas com as variedades restantes variedades que foram as que registaram<br />

o menor peso em 100 sementes. A variedade ICG12991 foi a que registou o menor peso<br />

(não é do tipo virgínia- foi acrescentada como variedade em uso localmente).<br />

15


Tabela 4: resumo dos resultados<br />

Variedade<br />

Rendimento<br />

(Kg/ha)<br />

Peso de 100<br />

sementes (gr) ELS Roseta<br />

ICGV-SM<br />

02715<br />

ICGV-SM<br />

1425.0 55.95 0 1.0<br />

01721 1400.0 55.45 0 1.0<br />

ICGV-SM<br />

1.0<br />

02707 1400.0 48.65<br />

1.0<br />

ICGV-SM<br />

0.5<br />

02716 1500.0 48.10<br />

1.5<br />

ICGV-SM<br />

1.0<br />

01719 1750.0 60.90<br />

1.0<br />

ICGV-SM<br />

0.5 0.5<br />

01724 1025.0 45.25<br />

ICGV-SM<br />

0 0.5<br />

01729 800.0 60.10<br />

ICGV-SM<br />

0.5<br />

01723<br />

ICGV-SM<br />

1737.5 54.95 0.5<br />

01728 1050.0 54.00 0 0<br />

ICGV-SM<br />

0.5<br />

01727 1300.0 52.60 0<br />

ICGV-SM<br />

0.5 0.5<br />

98703 1575.0 50.95<br />

ICGV-SM<br />

0.5<br />

99804 1325.0 54.50<br />

ICGV-SM<br />

99809<br />

ICGV-SM<br />

1212.5 52.40 0.5 0<br />

99772<br />

ICGV-SM<br />

1450.0 47.55 0.5 1.0<br />

98712<br />

ICGV-SM<br />

700.0 61.05 1.0 2.0<br />

99826<br />

ICGV-SM<br />

875.0 55.40 0 2.5<br />

99813<br />

ICGV-SM<br />

950.0 59.55 1.0 2.0<br />

99852<br />

ICGV-SM<br />

1225.0 59.45 0.5 0<br />

99844 1050.0 55.50 0 1.0<br />

ICGV-SM<br />

0.5<br />

99851 1275.0 54.55<br />

ICGV-SM<br />

01733 912.5 41.30<br />

16<br />

0.5<br />

1.0<br />

0.5<br />

0.5


ICG-12991 1025.0 26.80 3.0 0<br />

CG7 1825.0 46.60 0 0.5<br />

ICGV-SM<br />

0<br />

01731 1275.0 48.55<br />

0<br />

ICGV-SM<br />

0.5<br />

90704 1025.0 47.55<br />

0<br />

CV 25.96 9.64 86.79 87.61<br />

LSD - 10.335 0.8957 -<br />

Manhas foliares precoces<br />

Segundo os resultados de análise de variância feitos, o factor variedade registou<br />

diferenças significativas para as manchas foliares precoces. Isto sugere diferenças entre<br />

as variedades na incidência desta doença. <strong>De</strong> facto a variedade ICG 12991 foi a que<br />

registou significativamente maior incidencia desta doença (3) quando comparada com<br />

outras variedades. As restantes variedades tiveram índices muito baixo e não foram<br />

diferentes estatísticamente entre si.<br />

Roseta<br />

Análise de variância feitas para roseta mostraram que o factor variedade não foi diferente<br />

significativamente. Isto pressupõe não haver diferenças entre as variedades. Segundo a<br />

tabela acima, podem se destacar 2 variedades com indices elevados de ataque por roseta,<br />

nomeadamente ICGV-SM 99826 e ICGV-SM 99813, que tiveram em média índices de<br />

ataque que variaram de 2 a 2,5. As restantes variedades tiveram indices de ataque abaixo<br />

de 1,5.<br />

17


2. Ensaio de 22 linhas avançadas resultantes de cruzamentos entre Valencia e<br />

Spanish<br />

Introdução<br />

Neste ensaio, três características é que estão em jogo: precocidade, eficiência no uso da<br />

água e conteúdo do ácido oléico. Segundo a literatura, o amendoim do tipo Valencia<br />

apresenta caracteríticas precoces enquanto que o amendoim do tipo Spanish tem um<br />

sistema radicular profundo e amplo o que pode implicar uma maior eficiência no uso da<br />

água e nutrients. Para além disso, foi encontrado no amendoim que os ácidos gordos<br />

insaturados são muito importantes para a saúde tanto humana como de outros animais<br />

porque reduzem os níveis de colesterol no sangue, mas a qualidade e o tempo de<br />

armazenamento de amendoim podem ser reduzidos quando tiver mais na sua composição<br />

mais ácidos gordos polinsaturados (linoléico). Tendo em mente estas três características,<br />

houve necessidade de cruzar o amendoim do tipo Valencia com o amendoim do tipo<br />

Spanish com a finalidade de se encontrar variedades que sejam precoces e que se<br />

adaptem em regiões onde a água é escassa e as chuvas não são confiáveis. O Spanish<br />

usado como um dos parentes nestes cruzamentos tinha altos teores de ácido oléico (high<br />

oleic) para poder satisfazer a terceira característica.<br />

Materiais e Métodos<br />

Cruzamentos foram feitos entre uma linha de Spanish com alto teor de ácido oléico<br />

(UF435) e uma variedade também do tipo Spanish (Tamspan90). Os progenes contendo<br />

teores altos de ácido oléico foram retrocruzados com Tamspan90. Os progenes<br />

autopolinizados com alto teor de ácido oléico resultantes destes retrocruzamentos foram<br />

cruzados com uma das três variedades do tipo Valencia (New Mexico Valencia A, New<br />

Mexico Valencia C e X-101). Uma representação esquemática desse processo está<br />

representada na figura 1.<br />

Mais de 700 plantas simples foram plantadas em 2002 no Texas, Estados Unidos de<br />

América. <strong>De</strong>stas, 53 plantas foram seleccionadas e semeadas em Namialo e Nampula<br />

como linhas simples durante as campanhas 2003/2004 e 2004/2005.<br />

18


Na presente campanha, 22 linhas foram seleccionadas e inicialmente tinha-se programado<br />

para serem semeadas em vários locais, mas apenas foi conseguido em Cuamba, no campo<br />

experimental da faculdade. Em Cuamba, as 22 linhas foram semeadas em blocos<br />

completamente casualizados em três repetições. Uma testemunha foi incluída no ensaio e<br />

um total de 30 sementes (3 linhas x 10 sementes) foram semeadas por talhão.<br />

Tabela1: Tabela de Análise de Variança (ANOVA) para as linhas em Cuamba.<br />

Fonte Tipo g.l. SQ QM F<br />

Rep Random (r-1) 2<br />

Genótipo Fixo (g-1) 22 QMG/QME<br />

Erro (r-1)(g-1) 44<br />

Resultados e Discussão<br />

Os resultados da análise de variância mostraram que houve uma diferença significativa<br />

em todos os tratamentos para todos os componentes de rendimento, incluindo o<br />

rendimento (Tabela 2).<br />

Ainda pode-se ver claramente nesta tabela que existem novas variedades que rendem<br />

melhor que a variedade local como é o caso das variedades represetadas pelos<br />

tratamentos 4, 5 e 15.<br />

Em geral, pode-se dizer que as linhas que foram testadas 50 % mostraram rendimentos<br />

superiores a média da testemunha e 50% tiveram resultados abaixo da média da<br />

testemunha o que nos dá grandes esperanças sobre o potencial destas novas variedades.<br />

19


Tabela 2. Resumo dos resultados das variáveis observadas no ensaio.<br />

Trat. NVg/Planta Peso Vag(g) Pgrao(g) P100Sem.(g) Rend(Kg/ha)<br />

01 52.567 bcde* 666.7 efgh 396.00 defg 43.67 cdefghi 488.9 defg<br />

02 66.167 ab 616.7 fgh 391.67 defg 27.67 j 483.5 defg<br />

03 45.333 cdef 616.7 fgh 342.33 efg 49.00 c 422.6 efg<br />

04 69.167 a 1050.0 abc 645.33 abc 47.33 cdef 796.7 abc<br />

05 56.000 abcd 1100.0 ab 734.67 a 44.33 cdefgh 907.0 a<br />

06 45.533 cdef 933.3 abcde 554.00 abcd 49.67 bc 684.0 abcd<br />

07 46.433 cdef 800.0 cdefg 419.67 defg 56.00 b 518.1 defg<br />

08 46.967 cdef 1066.7 abc 537.67 bcde 43.67 cdefghi 663.8 bcde<br />

09 56.433 abcd 650.0 efgh 319.00 fg 46.67 cdefg 393.8 fg<br />

10 39.800 ef 683.3 defgh 410.00 defg 37.33 i 506.2 defg<br />

11 56.000 abcd 833.3 bcdef 536.33 bcde 48.33 cd 662.1 bcde<br />

12 36.567 f 533.3 gh 311.67 fg 38.67 hi 384.8 fg<br />

13 59.333 abc 850.0 bcdef 470.33 cdefg 38.00 hi 580.7 cdefg<br />

14 42.200 def 666.7 efgh 393.33 defg 40.33 ghi 485.6 defg<br />

15 56.233 abcd 1200.0 a 728.67 ab 40.00 ghi 899.6 ab<br />

16 44.000 def 733.3 defgh 500.67 cdef 42.00 defghi 618.1cdef<br />

17 52.700 bcde 533.3 gh 293.67 g 44.00 cdefghi 362.6 g<br />

18 50.467 cdef 700.0 defgh 408.33 defg 47.67 cde 504.1 defg<br />

19 49.733 cdef 833.3 bcdef 459.67 cdefg 42.00 defghi 567.5 cdefg<br />

20 53.800 bcde 966.7 abcd 578.00 abcd 43.00 cdefghi 713.6 abcd<br />

21 55.233 abcd 566.7 fgh 352.00 efg 41.00 efghi 434.6 efg<br />

22 54.333 bcd 483.3 h 284.67 g 40.67 fghi 351.4 g<br />

Local 48.0 cdef 833.3 bcdef 412.00 defg 67.00 a 508.6 defg<br />

LSD 14.264 296.26 196.32 6.8267 242.3<br />

*Na coluna, médias com letras iguais não são significativamente diferentes ao nível de<br />

significância de 0.05. Legenda: NVg/planta – numero de vagens por planta;<br />

Peso100Sem.(g) – Peso de 100 sementes em grama; Peso vag(g) – peso da vagem em<br />

gramas e LSD – Least Significance Difference.<br />

Um dos factores que, provavelmente, afectou negativamente os rendimentos médios foi o<br />

facto de que algumas plantas germinavam enquanto a cultura ainda está no campo.<br />

Observou-se altas taxas de vagens vazias e de mortalidade de plantas. Observou-se<br />

também a presença de térmites, roseta, besouros das flores, lagarta da folha e manchas<br />

folhar.<br />

20


Fig.2a: Uma planta com sintomas<br />

de roseta e outra sã.<br />

Foto: Muitia, 2006<br />

As térmites e a roseta influenciaram grandemente nos rendimentos por unidade de área<br />

visto que são estes dois factores que contribuiram para uma maior percentagem de morte<br />

de plantas.<br />

Conclusões<br />

Fig.2b: Uma planta com sintomas<br />

de manchas foliares.<br />

Foto: Muitia, 2006<br />

Das linhas que foram testadas, 50 % mostraram rendimentos superiores a média da local<br />

e 50 % tiveram resultados abaixo da média da testemunha o que significa que temos<br />

muitas chances de conseguirmos variedades que rendem melhor a variedade local.<br />

Maior número das novas variedades possui maior número de vagens por planta<br />

comparativamente com o material local. O T5 teve o melhor rendimento (907 kg/ha) e o<br />

T22 com menor (351.4 kg/ha).<br />

21


3. Ensaio de datas de sementeira de feijão nhemba na zona sul da província do<br />

Niassa<br />

Introdução<br />

O feijão nhemba é uma das grandes fontes de proteinas para a maioria da população da<br />

província do Niassa, particularmente para a população da zona sul da província. Os<br />

camponeses consorciam com milho e outras culturas logo em <strong>De</strong>zembro e ou mais tarde<br />

no decorrer da campanha, isto é, os produtores ainda não têm uma recomendação<br />

cientificamente aprovada para quando eles podem semear o feijão nhemba na zona sul da<br />

província do Niassa.<br />

O feijão nhemba quando semeado cedo corre o risco de se perder devido ao excesso de<br />

chuvas e ataque de pragas e doencas. Contudo, quando semeado a esta época, o feijão<br />

produz mais a massa foliar em detrimento na formação do grão. E quando semeado tarde<br />

também pode correr o risco de sofrer efeitos de seca no final da época chuvosa porque<br />

não se sabe exactamente quando as chuvas terminam. Nesta óptica, foi proposto um<br />

ensaio de datas de sementeira e variedades com a finalidade de encontrar a data óptima e<br />

a variedade apta para a regio sul da província de Niassa.<br />

Materiais e Métodos<br />

O ensaio foi semeado no campo experimental da Faculdade de Agricultura de Cuamba e<br />

contou com 28 tratamentos sendo a combinação de 4 datas de sementeira distribuidas<br />

desde 16 de Janeiro até 15 de Feveriro e 4 variedades de feijão nhemba (INIA – 11,<br />

SEMI-13, INIA – 19 e IT – 18). O ensaio foi semeado em 3 blocos completamente<br />

casualizados e em talhões subdividos sendo a data de sementeira no talhão principal e as<br />

variedades de feijão nhemba nos subtalhões.<br />

As observações feitas durante o ensaio incluiram: número de plantas na emergência e o<br />

número de plantas na colheita, número de vagens por planta, número de vagens por<br />

pedúnculo, número de sementes por vagem, peso de 100 sementes e o rendimento do<br />

grão em kg/ha, comprimento das vagens e sementes por vagem. Neste trabalho, apenas<br />

22


apresentam-se os resultados do número de vagens por planta, comprimento da vagem,<br />

sementes por vagem, peso de 100 sementes e rendimento.<br />

A análise dos dados foi feita usando o pacote estatístico SAS versão 8. A tabela 1 ilustra<br />

a tabela de análise de variancia usada para analisar as várias fontes de variação que<br />

compõem o ensaio.<br />

Tabela1: Tabela de Análise de Variança (ANOVA) para o ensaio de datas de sementeira.<br />

Fonte Tipo g.l. SQ QM F<br />

Bloco Random (b-1)<br />

Datas (D) Random (d-1)<br />

Erro1 Random d(b-1)<br />

Variedades (V) Fixo (v-1)<br />

D x V Random (d-1)(v-1)<br />

Erro2 Random b(d-1)(v-1)<br />

Resultados e Discussão<br />

A tabela 2 mostra o resumo das características fenotípicas observadas das variedades<br />

que estavam no ensaio.<br />

Tabela 2: Resumo das características fenotípicas gerais observadas nas 4 variedades<br />

estudadas.<br />

Característica<br />

Variedade<br />

INIA -11 SEMI -13 INIA -19<br />

IT-18<br />

Altura máxima 53,88cm 42,77cm 43,46cm 36,79cm<br />

Hábito de crescimento<br />

Erecta<br />

Semi –<br />

erecta<br />

Semi -erecta Semi -erecta<br />

Cor do caule Verde Verde Verde Verde<br />

Flores Roxo Roxo Roxo Roxo<br />

Tamanho de grão Pequeno Grande Grande Grande<br />

Cor do grão Castanho Castanha Castanha Roxa/castanho<br />

Forma das folhas Trifolhar Trifolhar Trifolhar Trifolhar<br />

23


Ao longo do ciclo vegetativo da cultura, foram observadas pragas e doenças com<br />

comportamentos diferentes: afídeos, besouro da folha, a lagarta da folha que danificavam<br />

Fig.3a: Besouro da vagem.<br />

Foto: Muitia, 2006.<br />

as folhas. Foram também encontrados no ensaio o besouros das flores que danificavam as<br />

flores, percevejos que danificavam as vagens novas. Também foi de notar a presença de<br />

térmitas que faziam um estrago as plantas cortando-as.<br />

Da doenças, foi de notar a presença da murchidão e podridão do pé e do caule que<br />

atingiam as vagens e era mais presente na variedade INIA-19. Notou-se também a<br />

presença de mosaico dourado em todas as variedades quando semeadas na última semana<br />

de Janeiro e na primeira semana de Fevereiro.<br />

Fig.4a: Plantas com sintomas de<br />

mosaico dourado. Foto: Muitia, 2006<br />

24<br />

Fig.3b:Lagarta da folha.<br />

Foto: Muitia, 2006.<br />

Fig.4b: Vagens com sintomas de<br />

podridão. Foto: Muitia, 2006


A tabela 3 mostra o sumário dos resultados obtidos nas várias variáveis observadas no<br />

ensaio.<br />

Tabela 3: Resumo dos resultados das observações efectuadas nos diversos tratamentos.<br />

Trat. Vag./planta Comp/Vag Sem/Vag P100Sem Rend(Kg/ha)<br />

1 50,33 a* 14,84 f 15,00 bcd 11,00 f 1525,4 a<br />

2 34,00 bc 17,34 abcd 14,66 cd 12,67 de 1527,8 a<br />

3 36,00 b 17,71 abc 15,00 bcd 13,33 bcd 1605,1 a<br />

4 22,66 cd 18,70 a 15,66 abc 13,33 bcd 872,7 b<br />

5 26,00 bcd 16,31 ef 14,33 cd 11,00 f 562,0 bcde<br />

6 25,33 bcd 16,88 cd 14,00 cde 13,67 abcd 652,3 bcd<br />

7 26,33 bcd 17,23 bcd 14,00 cde 14,00 abcd 717,1 bc<br />

8 19,33 d 18,68 a 17,33 a 13,67 abcd 351,9 cde<br />

9 16,33 d 15,23 ef 13,33 de 11,67 ef 243,0 e<br />

10 17,66 d 16,46 cde 12,33 e 13,67 abcd 265,3 de<br />

11 18,33 d 17,21 bcd 14,33 cd 14,67 ab 447,2 cde<br />

12 20,00 d 17,61 abc 14,66 cd 13,67 abcd 361,5 cde<br />

13 27,50 bcd 16,05 de 15,50 abc 13,00 cde 575,0 bcde<br />

14 20,66 d 16,90 cd 14,00 cde 14,33 abc 511,1 bcde<br />

15 27,00 bcd 16,23 de 14,25 cde 15,00 a 855,6 b<br />

16 24,66 bcd 18,28 ab 16,67 ab 14,66 ab 483,3 bcde<br />

LSD 15.70 1.26 2.32 1.75 674.0<br />

CV(%) 36.3 4.4 9.4 7.7 55.1<br />

*Na coluna, as médias com a mesma letra não são significativamente diferentes ao nível<br />

de probabilidade de 0,05.<br />

25


É de notar que existe diferença significativa entre as variáveis em estudo. Pode – se<br />

verificar que os maiores rendimentos se verificaram quando o feijão nhemba é semeado<br />

nos meados de Janeiro.<br />

A variedade com maior rendimento é a variedade INIA – 19 (1605 kg/ha), seguida por<br />

SEMI – 13 (1527,8 kg/ha), INIA – 11 (1525,4kg/ ha ) e IT – 18, com o menor rendimento<br />

(872,7 kg/ha). Quando o feijão nhemba é semeado entre a última semana de Janeiro e a<br />

primeira semana de Fevereiro, os rendimentos baixam, mas em contra partida aumentam<br />

o seu desenvolvimento vegetativo devido provavelmente a excessiva queda das chuvas.<br />

A variedade INIA-11 semeada nos meados de Janeiro tem mais vagens por planta<br />

enquanto que o INIA-11 semeado na primeira semana de Fevereiro tem menor<br />

quantidade de vagens.<br />

Segundo os resultados sobre o comprimento de vagem, a variedade IT – 18 apresentou<br />

maior comprimento enquanto que com baixo comprimento foi a variedade INIA – 11.<br />

Para o número de sementes por vagem, a variedade IT-18 A é que apresentou o maior<br />

número de sementes por vagem, seguida por INIA – 11, INIA – 19 e por fim a SEMI –<br />

13 com menor média. É de salientar que o IT-18 apresentou maior número de sementes<br />

quando semeado nos meados de Janeiro e nos meados de Fevereiro.<br />

Para o peso de 100 sementes, pode – se notar que a maior média é da variedade INIA –<br />

19 e a menor é da INIA – 11. É de salientar que neste parâmetro a quarta data apresentou<br />

melhores resultados em todas as variedades e a primeira data apresentou baixos<br />

resultados.<br />

26


Conclusões<br />

Em termos de datas de sementeira, foi encontrado que o feijão nhemba dá bons<br />

rendimentos quando semeado no início da segunda quinzena de Janeiro.<br />

Em termos de variedade, a variedade INIA – 19 foi a melhor nas condições agro –<br />

ecológicas de Cuamba, visto foi a variedade que apresentou boas características( grão<br />

grande, boa forma, boa cor e rendimentos aceitáveis.<br />

A variedade IT – 18 apresentou o menor rendimento das quatro variedades em estudo e<br />

em quase todas as datas.<br />

4. O efeito da consociação milho-soja na zona sul da província do Niassa.<br />

Introdução<br />

Os camponeses da zona sul da Província do Niassa consorciam várias culturas incluindo<br />

milho, feijão nhemba, mandioca, mapira, abóboras e outras culturas. Trabalhos feitos da<br />

descrição dos sistemas de produção desta zona constactou que os rendimentos destas<br />

culturas não atingem o seu potencial. Esta situação é devida em parte pela baixa<br />

densidade destas culturas na época de sementeira. Recentemente, a CLUSA, uma ONG<br />

nacional está a fomenter o cultivo de soja na região sul da província e segundo esta ONG<br />

a soja tem um mercado garantido. Tendo em conta estes dois cenários, foi proposto um<br />

ensaio de consociação de milho e soja com a finalidade de encontrar a densidade<br />

aceitável de milho que poderá dar rendimentos economicamente desejáveis quando<br />

consociado com a soja e sem contudo inibir os rendimentos de soja.<br />

Materiais e Métodos<br />

O ensaio é de blocos completamente casualizados com três factores: densidade, 3 níveis<br />

(1 planta por covacho, 2 plantas por covacho e 3 plantas por covacho, (22.222, 44.444 e<br />

66.666pta/ha, respectivamente)); milho, 2 variedades (Matuba e Sussuma) e 2 variedades<br />

de soja (Ocepara e 427/5/7). O ensaio teve 12 tratamentos que é a combinação dos três<br />

27


factores (3x2x2) postos em 3 blocos. Na tabela 1 está representada a definição dos<br />

códigos dos tratamentos usados para este ensaio.<br />

O ensaio foi semeado na época regular de chuvas durante a campanha 2005/2006 no<br />

campo experimental da Faculdade de Agricultura de Cuamba. As variáveis observadas<br />

neste ensaio incluiram: rendimentos do grão do milho e da soja, peso de espigas do<br />

talhão, peso de 10 espigas/talhão, peso do grão de 10 espigas/talhão, peso de 100<br />

grão/talhão, isto no milho e número de vagens por planta, peso do grão/talhão e peso de<br />

1000 grãos, na soja.<br />

Neste trabalho simplesmente apresentaremos a análise de variancia dos rendimentos tanto<br />

de milho como de soja.<br />

Tabela 1: Código dos tratamentos<br />

Nº de tratamentos <strong>De</strong>nsidade Milho<br />

(variedades)<br />

Soja (variedades)<br />

1 1 1 1<br />

2 1 1 2<br />

3 1 2 1<br />

4 1 2 2<br />

5 2 1 1<br />

6 2 1 2<br />

7 2 2 1<br />

8 2 2 2<br />

9 3 1 1<br />

10 3 1 2<br />

11 3 2 1<br />

12 3 2 2<br />

Resultados e Discussão<br />

A tabela 2 em baixo estão sumarizados os rendimentos de milho e de soja obtidos.<br />

Nesta tabela, a média do rendimento mais alto da cultura de milho é de 530kg/ha<br />

corresponde ao tratamento 8 da combinação entre 44.444 plantas/ha, variedade de milho<br />

Sussuma e a variedade de soja 427/5/7, enquanto que a combinação entre 66.666<br />

plantas/ha de milho, a variedade Matuba e a variedade Ocepara é que apresentou menor<br />

rendimento.<br />

28


Tabela 2: Resumo dos resultados das observações efectuadas nas diversas variáveis para<br />

a cultura de milho.<br />

Tratamento Rendimento (Kg/ha)<br />

Soja<br />

29<br />

Rendimento (Kg/ha)<br />

Milho<br />

1 1277,8 bcd 426,7 abcd<br />

2 1583,3 ab 516,7 ab<br />

3 1666,7 a 480,0 abc<br />

4 1527,8 ab* 417,7 abcd<br />

5 851,8 ef 446,7 abcd<br />

6 1240,7 bcd 460,0 abc<br />

7 805,6 f 483,3 abc<br />

8 1194,5 cde 530,0 a<br />

9 1296,3 abcd 206,7 d<br />

10 1037,0 def 276,7 bcd<br />

11 925,0 def 390,0 abcd<br />

12 1000,0 def 270,0 cd<br />

LSD 384,56 245,47<br />

CV(%) 18,91 35,47<br />

*Na coluna, médias com a mesma letra não são significativamente diferentes ao nível de<br />

0.05.<br />

Para a cultura de soja, o rendimento mais alto foi obtido no tratamento 3 que corresponde<br />

a combinação entre 22.222 plantas/ha de milho, variedade Sussuma e variedade Ocepara<br />

com 1667 kg/ha e o menor rendimento foi observado no tratamento 7 (44.444 plantas/ha<br />

de milho, variedade Sussuma e variedade Ocepara) com 806 kg/ha.<br />

É de salientar que os rendimentos de milho foram muito baixos por causa de um grande<br />

ataque de térmites que em alguns casos destruiam completamente um talhão.<br />

Fig.5a e b: Talhões de milho completamente destruidos por térmites.<br />

Foto: Muitia, 2006.


Conclusões<br />

A combinação uma planta por covacho do milho da variedade Sussuma com a soja<br />

variedade Ocepara é a melhor para o sistema de consociação. Em termos do rendimento<br />

do grão do milho, a variedade Sussuma é a melhor para a consociação, pois apresentou<br />

rendimentos altos em todas densidades excepto na densidade de uma planta por covacho,<br />

onde a variedade Matuba foi a melhor.<br />

Para o rendimento do grão de soja, a variedade Ocepara é a melhor, dado que nas duas<br />

densidades do milho mostrou rendimentos altos, exceptuando se na densidade de duas<br />

plantas por covacho do milho, onde a variedade 427/5/7 foi a melhor. No entanto, apesar<br />

da variedade 427/5/7 não ter apresentado rendimentos altos nas densidades de uma e três<br />

plantas por covacho, ela apresentou grãos de maior tamanho.<br />

5. Ensaio de Comparação de Variedades de Soja<br />

Introdução<br />

A soja ( Glycine Max) é uma cultura de geração de rendimentos que vem sendo<br />

fomentada em <strong>Moçambique</strong>, e no Distrito de Cuamba em particular principalmente por<br />

ONG´S. Contudo tem se verificado um pouco por toda região, um fraco desenvolvimento<br />

da cultura, Isto é, plantas raquíticas com um número reduzido de vagens, devido<br />

provavelmente o cultivo de variedades inadequadas as condições agro – ecológicas da<br />

região, causando deste modo rendimentos baixos.<br />

Em termos de uso, a soja tem grandes vantagens em relação ao gergelim e girassol, dado<br />

que para além de extracção de óleos pode ser consumida como feijão, em forma de<br />

farinha, leite e é muito rica em nutrientes.<br />

Por estas razões, propôs-se este trabalho com a finalidade de comparar a adaptabilidade<br />

de 7 variedades da cultura de soja nas condições agro-ecológicas da região do distrito de<br />

Cuamba, Niassa.<br />

30


Materiais e Métodos<br />

Para efectivação do presente trabalho usaram-se 7 variedades de soja (Ocepara, 42757,<br />

IAC-6, S468630, S519/6/21, S519/6/14, S510/6/26).<br />

O ensaio foi instalado no campo exprimental da Faculdade de Agricultura de Cuamba no<br />

distrito de Cuamba num solo argilo – arenosos.<br />

O ensaio era constituído por blocos completos casualizados, com 4 blocos (repetições) e<br />

7 tratamentos (variedades).<br />

Para cada talhão era constituido por linhas linhas num compasso de 60x5cm. Cada talhão<br />

tinha uma área de 18,72m2 (3,6x5,2m), compondo 624 plantas na razão de uma planta<br />

por covacho. As 624 plantas encontravam-se em 6 linhas, com 104 plantas por linha,<br />

sendo 400 plantas úteis.<br />

A sementeira foi feita no dia 15 de <strong>De</strong>zembro. Importa dizer que a semente não foi<br />

inoculada para poder aproximar as condições dos produtores locais sem condições para a<br />

compra de inoculantes. Retanchas, desbaste e sachas foram efectuadas quando o<br />

justificasse.<br />

As observações feitas durante o ensaio incluíram: número de ramos por planta, número<br />

de plantas no início e no fim, número de vagens por planta, peso de 100 sementes e o<br />

rendimento. Análise de dados foi feita no pacote estatístico SAS v.8.<br />

Resultados e discussão<br />

O período em que as culturas ficaram no campo desde a sementeira até a colheita foi<br />

respectivamente 120 dias para a variedade Ocepara, 116 dias para a variedade 427/5/7,<br />

138 dias variedade IAC-6, S468/6/30 e 113 dias para as variedades S519/6/21,<br />

S519/6/14 l e 110 dias a variedade S510/6/26. Pode – se concluir que a variedade IAC-6<br />

31


é a variedade tardia quando comparada com as outras variedades enquanto que a a<br />

variedade S510/6/26 é a variedade precoce para esta região.<br />

Na tabela 1 estão sumarizados os resultados obtidos neste este ensaio. Esta tabela mostra<br />

que há diferença significativa entre os tratamentos, nos parâmetros vagens por planta,<br />

rendimento por hectare e número de ramos por planta e não há diferença significativa<br />

entre os parâmetros peso de 100 sementese e sementes por vagem.<br />

Tabela1: Sumário dos resultados obtidos durante a condução deste ensaio.<br />

Tratamento Ramos/planta Vagens/Planta Rendimento<br />

(kg/ha)<br />

32<br />

Sementes/Vagem Peso 100<br />

sementes<br />

Ocepara 5,75 a 82,25 c 2770,72 b 3 21,5<br />

427/5/7 3,50 ab 31,25 ab 1896,32 ab 2.5 16,25<br />

IAC-6 3.00 ab 35,50 abc 1666,62 a 2.75 17,25<br />

S468/6/30 4.25 ab 62,00 abc 2041,62 ab 3 17,25<br />

519/6/14 3,75 ab 65,00 bc 2270,80 ab 3 18,5<br />

S519/6/21 2,50 b 23,00 ab 2145,80 ab 2.5 14,75<br />

S510/6/26 1.75 b 15,75 a 1687,62 a 2.75 13,25<br />

LSD<br />

CV 58,15 17,70 28,12 14,82 15,94<br />

*Na coluna, médias com a mesma letra não são significativamente diferentes ao nível de<br />

0.05.<br />

Foram observadas algumas pragas e doenças como é o caso de gafanhotos, térmites<br />

percevejo verde, ferrugem nas variedades ocepara, S519/6/14 e vassoura da bruxa nas<br />

variedades 427/5/7, S468/6/30, S519/6/14, S510/6/26.


Fig. 6a: Planta atacada pela vassoura da bruxa.<br />

Foto: Muitia, 2006<br />

A análise de variância do número de ramos por planta mostrou que há uma diferença<br />

significativa entre os tratamentos. Pode-se constatar que a variedade Ocepara é que teve<br />

maior número de ramos ao passo que a variedade S510/6/26 apresentou menor número de<br />

ramos.<br />

O número de ramos por planta varia de 1 a 10 dependendo da variedade. Neste ensaio os<br />

números de ramos por planta encontrados nas variedades variou entre 2 e 6.<br />

Para o número de vagens por planta, a variedade Ocepara mostrou que rende mais por<br />

planta que as outras variedades enquanto que a variedade S519/6/14 rende menos por<br />

planta.<br />

Como se pode ver, o maior número de semente por vagem pertence a variedade Ocepara,<br />

S468/6/30 e S519/6/21 ao passo que o menor número de semente por vagem pertence as<br />

variedades 427/5/7 e S519/6/21.<br />

33


Para o caso do peso de 100 sementes, a variedade com maior peso de 100 sementes foi a<br />

Ocepara e a variedade com menor peso de 100 grãos foi a S510/6/26.<br />

Na tabela pode – se ver que o maior rendimento é da variedade Ocepara, ao passo que o<br />

menor rendimento é da variedade S510/6/21. Neste ensaio, os rendimentos encontrados<br />

nas variedades em estudo não atingiram os rendimentos obtidos nas outras áreas de<br />

produção da soja e isto deveu-se provavelmente ao facto da não inoculação da semente.<br />

Conclusões<br />

A partir dos resultados deste estudo conclui – se que:<br />

A variedade Ocepara, em termos de rendimento, é a melhor para o sector familiar visto<br />

que é a variedade que melhor se adaptou às condições agro – ecológicas de Cuamba.<br />

As variedades S519/6/21, S519/6/14 e S/468/6/30 são também aconselhadas ao sector<br />

familiar por apresentarem rendimentos aproximados dos obtidos na variedade Ocepara.<br />

Embora a variedade IAC – 6 mostre um rendimento inferior em relação às demais<br />

estudadas, esta apresentou resistência à pragas e doenças no campo.<br />

Para adubação e pastos recomenda-se a variedade IAC – 6 em virtude de apresentar muita<br />

massa foliar.<br />

34


2.1.2 SECTOR DE PROTECÇÃO DE PLANTAS<br />

Eng. F. M. Chitio, MSc.<br />

1. Ensaio de Avaliação da Resistência Genética de 20 Variedades de Milho a<br />

Ataque de Sitophilus zeamais Mots<br />

Introdução<br />

Segundo um estudo realizado pelo <strong>Instituto</strong> Nacional de <strong>Investigação</strong> Agronómica (INIA)<br />

em 1996 na província de Tete especificamente nos distritos de Angónia, Changara,<br />

Macanga, Mutarrara e Tsangano constatou-se que a maior parte da produção do milho<br />

dos camponeses perdia-se por causa de ataque da praga, Sitophilus zeamais Mots .<br />

Estudos realizados pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura<br />

(FAO) em 1970 indicam que nos países tropicais as perdas do milho armazenado devido<br />

ao ataque dos insectos está na ordem de 30%.<br />

Embora não existam dados científicos colhidos sobre a matéria em Nampula, segundo<br />

informações colhidas durante a execução deste trabalho, os camponeses têm registado<br />

perdas enormes de milho nos armazéns e celeiros devido ao ataque de Sitophilus zeamais<br />

Mots.<br />

O ataque prolongado desta praga, além de reduzir significativamente a qualidade do grão,<br />

afecta especificamente e rendimento familiar, já que a agricultura é a base de<br />

sobrevivência de muitos Moçambicanos.<br />

Face a estas constatações foram colocados os seguintes problemas:<br />

� Das 20 variedades do milho selecionadas para este trabalho quais delas<br />

apresentam resistência genética ao ataque do Sitophilus zeamais Mots?<br />

� Em que intervalo de tempo o Sitophilus zeamais Mots causa maiores danos ao<br />

milho armazenado?<br />

35


� Qual é a relação existente entre a quantidade de insectos e os danos causados em<br />

cada grão do milho armazenado?<br />

Com o estudo se pretende fazer a avaliação das variedades do milho resistentes ao ataque<br />

do Sitophilus zeamais Mots durante o armazenamento, os resultados vão contribuir para<br />

um entendimento da importância da escolha das variedades de milho resistentes ao ataque<br />

desta praga como forma de redução do ataque do milho armazenado na província de<br />

Nampula e, para além de constituir uma base para estudos posteriores do género.<br />

Materiais e Métodos<br />

Os insectos utilizados foram provenientes dos armazéns localizadas nos arredores da<br />

cidade de Nampula e foram criados no laboratório do PAN nos grãos de milho. Foram<br />

usados 5 amostras em cada variedade de milho e cada amostra teve 5 gramas. O ensaio<br />

foi montado de maneira casualizada. Em seguida 5 gorgulhos, 2 machos e 3 fémeas<br />

foram colocados em cada amostra.<br />

Foram avaliadas 20 (vinte) variedades de milho, as sementes foram produzidas na<br />

campanha 2004/2005 e não receberam nenhum tipo de tratamento fitossanitário, visando<br />

avaliar a resistencia genética do grão ao ataque do Sitophilus zeamais Mots.<br />

Com ajuda de uma bacia metálica (38cm de comprimento, 25cm de largura e 8cm de<br />

altura), dois pratos de alumínio e uma pedra de gelo os insectos foram postos no prato<br />

para serem identificados e separados das fêmeas e machos, com ajuda de uma lupa e<br />

microscópio foram identificados três fémeas e dois machos e depois foram introduzidos<br />

nas respectivas amostras para a infestação do grão.<br />

Todos os frascos foram mantidos durante 20 dias para que houvesse a infestação dos<br />

grãos. Em seguida, após 20 (vinte) dias foram iniciadas as observações retirando os<br />

insectos dos seus respectivos frascos em cada variedade para acompanhar e registar o<br />

desenvolvimento da infestação e danos causados. Os insectos emergidos eram retirados,<br />

36


contados, sendo pesados os grãos de cada variedade. Este procedimento repetiu-se até 60<br />

dias após a infestação, como encerramento da emergência dos insectos.<br />

Foi usada uma escala de avaliação de danos para facilitar a determinação dos níveis de<br />

perdas ( escala 1. 0% ou sem qualquer dano ou manchas de roeduras na superfície<br />

do grão, escala 2. 1 à 25% de danos no grão ou aparecimento de manchas de roeduras na<br />

superfície do grão, escala 3. 26 à 50% de danos no grão, ou aparecimento de 1 furo no<br />

grão, escala 4. 51 à 75% de danos no grão, ou aparecimento de 2 furos no grão; escala 5.<br />

76 à 100% de danos no grão, ou aparecimento de 3 ou mais furos no grão).<br />

Os parâmetros referentes aos danos causados ao grão, como perfuração e perda de peso,<br />

foram avaliados separando-se os grãos danificados, os quais foram contados os números<br />

de furos e pesados. Além disso, o peso final de toda a massa de grãos das vinte<br />

variedades foi determinado e comparado com o peso inicial (5g) de cada amostra. Em<br />

ambos os casos, o delineamento experimental foi completamente casualizado, e os dados<br />

obtidos foram analisados estatisticamente com a aplicação do teste F e as médias<br />

comparadas pelo teste de Duncan, ambos a 5% de significância, utilizando-se o programa<br />

estatístico SAS.<br />

Resultados e Discussão<br />

A tabela 1 mostra as percentagens de perda de peso de variedades de milho após a<br />

infestação aos 20, 40 e 60 dias do S. Zeamais. Analisando esta tabela nota-se que existem<br />

diferenças significativas entre as variedades (p< 0.05).<br />

A variedade Sussuma-0430092 com cerca de 31.4% de percentagem de perda de peso é a<br />

mais susceptível ao ataque de Sitophilus zeamais Mots e a variedade de milho de grão<br />

amarelo-QPM com cerca de 7.6% de percentagens de perda de peso é a menos<br />

susceptível (Tabela 1).<br />

37


Tabela 1. Percentagens de perda de peso de variedades de milho após a infestação aos 20, 40 e 60 dias do S.<br />

Zeamais.<br />

Vairedades 20 dias 40 dias 60 dias<br />

Milho de grão amarelo-QPM 2.36 cdefg 6.80 defg 7.60 e<br />

Changalane 2.16 defg 5.00 g 9.90 de<br />

CMS-0233021 0.96 g 5.12 fg 10.20 de<br />

Chinaca-ZM-521 3.32 abcdefg 8.00 cdef 10.40 de<br />

PAN-6777 4.64 abc 9.08 cde 10.50 de<br />

Sussuma-575 4.48 abcd 8.72 cde 10.70 de<br />

CMS-933133(RE) 2.40 cdefg 7.80 cdefg 10.92 de<br />

CMS-023005 3.40 abcdef 8.00 cdef 11.60 de<br />

PAN-67 3.44 abcdef 8.40 cde 11.90 de<br />

Tsangano-ZM-621 1.52 efg 8.50 cde 12.20 de<br />

CMS-003001 2.24 cdefg 5.24 fg 13.00 de<br />

Sussuma-579 2.68 abcdefg 6.80 defg 13.20 de<br />

Matuba-530049 4.80 ab 9.40 cd 13.40 de<br />

CMS-023019 2.44 bcdefg 5.52 fg 14.20 d<br />

Sussuma-Chókwe 2.16 defg 6.90 defg 14.20 d<br />

PH-30G97 2.64 abcdefg 9.20 cde 14.60 cd<br />

Sussuma-570 3.84 abcde 13.00 ab 20.80 bc<br />

Sussuma-572 4.96 a 10.40 bc 20.90 bc<br />

Sussuma-578 1.12 fg 6.30 efg 23.52 b<br />

Sussuma-0430092 4.88 a 15.40 a 31.40 a<br />

Médias 3.02 8.21 14.28<br />

LSD% 2.42 2.93 6.35<br />

CV 63.81 28.37 35.38<br />

1 Médias seguidas pela mesma letra não diferem significativamente entre si a 5% de<br />

probabilidade.<br />

As variedades Changalane, PAN-6777, Sussuma-575, CMS-0233021 (tabela 1) são<br />

outras variedades que sofreram menores perdas de peso, sendo também resistentes<br />

geneticamente ao ataque. Ao mesmo tempo, Sussuma-0430092, Sussuma-578 e<br />

Sussuma-570, mostraram uma variação de perda de peso bastante diferenciados em<br />

relação a variedade de milho de grão amarelo-QPM que apresentou menor percentagem<br />

de perda de peso (Tabela 1). A partir desta análise pode se afirmar ou assumir que as<br />

variedades Sussuma-575, CMS-0233021, Changalane, PAN-67, Tsangano- ZM-621,<br />

milho do grão amarelo-QPM e Chinaca-ZM-521, por mostrarem poucas perdas e baixo<br />

nível de ataque, e podem ser consideradas tolerantes ou resistentes ao ataque enquanto<br />

que as variedades Sussuma-0430092, Sussuma-572, Sussuma-578 e Sussuma-570,<br />

apresentam maior percentagem de perda de peso, porque são mais preferidas pelos<br />

insectos e por conseguinte são mais susceptíveis ao ataque.<br />

Na tabela 2 estão representados resultados das médias de escala de danos de S . Zeamais<br />

das variedades de milho após a infestação aos 20, 40 e 60 dias.<br />

As variedades Sussuma-572, Sussuma-0430092 e Sussuma-578 tiveram maiores médias<br />

de escala de danos (Tabela 2) e por conseguinte foram mais susceptíveis ao ataque aos<br />

20 e 60 dias após a infestação.<br />

38


Tabela2: Média de escala de danos de S. Zeamais das variedades de milho após a infestação (60 dias).<br />

Variedades 20 dias 40 dias 60 dias<br />

Milho de grão amarelo-QPM 1.0 d 2.0 d 2.80 f<br />

PAN-6777 2.40 bc 3.40 c 3.60 e<br />

Tsangane-ZM-621 2.60 bc 3.60 c 3.60 e<br />

Chinaca-zm-521 2.60 bc 3.40 c 3.80 de<br />

Sussuma - 575 2.60 bc 3.20 c 4.00 cde<br />

CMS-933133(RE) 1.80 cd 3.40 c 4.00 cde<br />

CMS-0233021 2.20 bc 3.20 c 4.00 cde<br />

Changalane 2.20 bc 3.40 c 4.00 cde<br />

PAN-67 2.20 bc 3.40 c 4.20 bcde<br />

CMS-003001 2.40 bc 3.60 c 4.20 bcde<br />

CMS-023005 2.60 bc 3.40 c 4.40 abcd<br />

CMS-023019 2.40 bc 3.40 c 4.60 abc<br />

PH-30G97 2.40 bc 3.40 c 4.60 abc<br />

Sussuma-Chókwe 2.40 bc 3.80 bc 4.60 abc<br />

Sussuma-569 2.80 ab 3.80 bc 4.60 abc<br />

Matuba-530049 3.00 ab 3.60 c 4.60 abc<br />

Sussuma-0430092 2.80 ab 4.00 abc 4.80 ab<br />

Sussuma-578 2.40 bc 3.40 c 4.80 ab<br />

Sussuma-572 3.60 a 4.60 ab 5.00 a<br />

Sussuma-570 2.80 ab 4.80 a 5.00 a<br />

Média 2.40 3.50 4.20<br />

LSD 0.80 0.80 0.60<br />

CV 29.0 18.8 12.9<br />

1<br />

Na coluna, médias seguidas pela mesma letra não diferem significativamente entre si, ao<br />

nível de 5% de probabilidade.<br />

A variedade Tsangano-ZM-621 aos 20 à 60 dias mostrou a média de escala de dano<br />

variável com cerca de (2.6-3.6%) e, enquanto que a variedade Chinaca-ZM-521 aos 20 à<br />

60 dias não mostrou maior escala de dano. <strong>De</strong>ntre todas as variedades analisadas, o milho<br />

de grão amarelo-QPM é que apresentou média de escala de dano muito reduzida.<br />

A figura 1 abaixo mostra o número de insectos emergentes de S. Zeamais Mots 60 dias<br />

após a infestação.<br />

Algumas variedades analisadas, tiveram maior número de insectos emergidos do que<br />

outras, verificaram-se diferenças significativas de insectos encontrados nas cinco (5)<br />

amostras de cada variedade.<br />

39


Número de Insectos Emergidos<br />

30<br />

25<br />

20<br />

15<br />

10<br />

5<br />

0<br />

PAN-6777<br />

Sussuma-572<br />

CMS-933133(RE)<br />

CMS-003001<br />

CMS-023005<br />

CMS-023019<br />

CMS-0233021<br />

Changalane<br />

PH-30G97<br />

Sussuma-Chókwe<br />

PAN-67<br />

Sussuma-570<br />

Tsangano-ZM-621<br />

Chinaca-ZM-521<br />

Sussuma-578<br />

Milho de grão amarelo-QPM<br />

Sussuma-579<br />

Matuba-530049<br />

Sussuma-0430092<br />

Sussuma-572<br />

Fig1: Número de insectos emergentes de S. Zeamais Mots após a infestação (60 dias) e danos causados<br />

Portanto o número de insectos presentes na variedade de milho de grão amarelo-QPM<br />

durante o período de infestação é significativamente menor que os encontrados nas<br />

variedades Sussuma-578, Sussuma-570 e Sussuma-572, entre outras, sendo estas as mais<br />

atractivas ao Sitophilus zeamais Mots.<br />

Há factores de resistência (substâncias químicas ou características físicas do grão) que<br />

actuam de forma a inibir ou atrair os insectos em algumas variedades. Por isso, algumas<br />

variedades de milho, como por exemplo a variedade de milho de grão amarelo-QPM foi<br />

menos atacada pelos insectos.<br />

Um dos mais importantes indicadores de resistencia é a morte larval que pode ser<br />

expressa pelo baixo número de insectos emergidos como é o caso da variedad QPM-grao<br />

amarelo. Quando comparada com as variedades Sussuma-570, Sussuma-578, Sussuma-<br />

0430092 e Sussuma-572, os insectos chegam a ser duas a três vezes maiores com<br />

diferenças significativas entre si, caracterizando-se como mais susceptíveis. Quanto mais<br />

susceptível é o grão do milho, maior é o número de insectos emergidos e maior é o dano<br />

causado.<br />

40


A figura 2 mostra a relação entre número de insectos emergentes de S. Zeamais Mots 60<br />

dias após infestação e danos causados de 5 variedades.<br />

Insectos vivos(%)<br />

30.0<br />

25.0<br />

20.0<br />

15.0<br />

10.0<br />

5.0<br />

0.0<br />

20 D 40 D<br />

Período (dias)<br />

60 D<br />

CMS-023005 Sussuma-570 Sussuma-578 QPM Sussuma-572<br />

41<br />

y = 10.50x - 8.80<br />

R 2 = 0.77<br />

y = 8.20x - 5.33<br />

R 2 = 0.83<br />

y = 6.40x - 3.20<br />

R 2 = 0.96<br />

y = 1.70x + 2.80<br />

R 2 = 0.79<br />

y = -1.00x + 5.73<br />

R 2 = 0.82<br />

Fig. 4: Relação entre número de insectos emergentes de S. Zeamais Mots 60 dias após infestação e danos<br />

causados.<br />

A recta de regressão é significativa nas variedades CMS-023005, Sussuma-570,<br />

Sussuma-572 e Sussuma-578, pois quanto maior for o período de armazenamento do<br />

grão, maior é o número de insectos emergidos e danos causados. Enquanto que a recta<br />

de regressão na variedade do milho do grão amarelo-QPM não é significativa, pois o<br />

período de armazenamento do grão não facilitou a emergência dos insectos. Este facto<br />

pode explicar-se por esta variedade não ter permitido maior produção de insectos e não<br />

ter também permitido muitos danos no grão.<br />

Conclusões<br />

Com base nos resultados de avaliação da resistência genética do grão das 20 variedades<br />

do milho ao ataque do Sitophilus zeamais Mots., pode-se concluir que:


Algumas variedades de milho apresentam factores de resistência do tipo não-preferência<br />

ou antibiose em relação ao ataque do Sitophilus zeamais Mots. Enquanto que as outras<br />

variedades são susceptíveis ao ataque.<br />

A variedade de milho de grão amarelo-QPM é a mais resistente ao ataque do Sitophilus<br />

zeamais Mots, indicando a presença de factores de antibiose e, ou não-preferência.<br />

As variedades de milho Sussuma-0430092 (15.2%), Sussuma-572 (16.8%), Sussuma-578<br />

(26%) e Sussuma-570 (21.4%) possuem maior percentagem de perda de peso e<br />

apresentam valores mais elevados de emergência de insectos, além de serem mais<br />

atractivas ao Sitophilus zeamais Mots, e por isso podem ser consideradas susceptíveis ao<br />

ataque.<br />

A variedade de milho de grão amarelo-QPM foi a melhor dentre todas, com menor<br />

percentagem de perda de peso (7.6%), e nela emergiu menor número de insectos (3%).<br />

Enquanto que a variedade Sussuma-0430092 foi a variedade que teve maior percentagem<br />

de perda de peso (31.4%) e maior número de insectos emergidos (15.2%).<br />

2. Efeito das datas de Plantação no Ataque de Pragas de Pós-Colheita na<br />

Cultura de Mapira<br />

Introdução<br />

<strong>Moçambique</strong> é um dos países mais pobres do mundo. Mais de 60% da sua população<br />

vive nas zonas rurais e a sua maior actividade é a agricultura. A maior parte dests<br />

população usa técnicas muito rudimentares na produção agrícola, que é de subsistência.<br />

Além de ser uma agricultura de subsistência, também há problemas de sérios da fraca<br />

rede de comercialização dos excedentes dos camponeses e também baixa qualidade de<br />

facilidades de armazenamento. Por isso, muitas vezes muita produção dos camponeses é<br />

perdida ou estragada nos celeiros por causa do ataque de pragas, que muitas vezes<br />

começam no campo e são transportados para os celeiros durante a colheita. <strong>De</strong> acordo<br />

com algumas estimativas, mais que 30 a 50% da produção no país é perdida durante o<br />

armazenamento nos celeiros. Olhando para esses dados vê se que há uma necessidade de<br />

pensar em outras alternativas de como melhorar a conservação de produtos agrícolas na<br />

área rural. Há ideias de se usar SILOS modernos para conservação dos produtos para se<br />

garantir a segurança alimentar e organizar a rede de comercialização que funciona na<br />

42


zona rural que possa facilitar o fluxo dos produtos do campo para a cidade e para as<br />

fábricas de processamento. Até lá, o uso de variedades resistente a pragas e doenças pode<br />

ser a melhor alternativa para a redução de perdas pós-colheita por pragas e doenças.<br />

Objectivos<br />

O objectivo desta pesquisa e para avaliar o seguinte:<br />

► Identificar quando a infestação de pragas do armazem começa no campo, durante o<br />

ciclo de desenvolvimento da cultura (Na fase de grão mole ou duro?)<br />

► O uso de data de plantação ou de colheita, para manipular o momento de maior<br />

infestação do grão no campo pelos insectos de grãos armazenados.<br />

Materiais e Métodos<br />

Foram usadas para o ensaio de datas de plantação 5 variedades de mapira no Posto<br />

Agronomico de Nampula, em <strong>De</strong>zembro de 2004 e Janeiro de 2005. As variedades<br />

usadas foram, Macia, Atx 635, Malisor 84-17, Sima e Sureno<br />

Para a avaliar os niveis de danos provocados pelas pragas foi usada uma escala de danos<br />

de 1 a 5, onde:<br />

1= 0% de dano no grao, 2= 1 to 25% de danos no grao, 3= 26 a 50% de danos no grão<br />

4= 51 a 75% de danos no gro, 5= 76 a 100% de danos no grão.<br />

Resultados<br />

Rendimento de cada Variedade<br />

(t/ha)<br />

2.5<br />

2<br />

1.5<br />

1<br />

0.5<br />

0<br />

Macia Atx.635 Malisor Sima Sureno<br />

Variedades de Mapira<br />

Figura 1. O rendimento de grão de cada variedade de Mapira<br />

43


Escala de Danos<br />

3.5<br />

3<br />

2.5<br />

2<br />

1.5<br />

1<br />

0.5<br />

0<br />

Macia Atx. 635 Malisor Sima Sureno<br />

Variedade de mapira<br />

Aos 107 dias depois de Plantacao<br />

Aos 114 dias depois de Plantacao<br />

Aos 121 dias depois de Plantacao<br />

Figura 2. A escala de danos do grão, nos diferentes momentos de observação<br />

Discussão e Conclusão<br />

O ensaio de datas de plantação foi montado em primeiro lugar em 28 de <strong>De</strong>zembro de<br />

2004 e o segundo em Janeiro de 2005. A colheita foi feita quase no mesmo tempo nos<br />

dias 4 e 5 de Maio de 2005.<br />

O ensaio teve 5 variedades de Mapira, 3 trazidas da Africa do Norte, 1 dos Estados<br />

Unidos de América e 1 de <strong>Moçambique</strong>. As variedades testadas foram as seguintes:<br />

Macia, Malisor 84-17, Atx. 635, Sima e Sureno.<br />

Em termos de rendimentos de grão, as variedades Sima, Sureno e Macia apresentaram<br />

um bom rendimento, chegando a atingir acima de 2 toneladas por hectar. Durante o<br />

desenvolvimento da cultura no campo foram feitas algumas observações da presença de<br />

pragas e doenças. No meio do cíclo de desenvolvimento da cultura, muitas dessas<br />

variedades estavam infestadas pelos afídeos.<br />

44


A praga principal de pós-colheita chamada “Maize Weevil”, começou a aparecer no<br />

campo a volta de 15 de Abril de 2005, quando o grão já estava maduro e seco. A praga<br />

apareceu no mesmo tempo nos 2 ensaios, um montado mais cedo e outro montado mais<br />

tarde. Os resultados mostraram que que o início da infestação dos campos com a praga<br />

Maize weevil começa em geral na primeira quinzena de Abril. As variedades que<br />

mostraram menor escala de danos são as variedades de Macia e Sureno. Sima, apesar de<br />

ter um bom rendimento de grão, apresentou a escala de danos elevada, oque mostra que é<br />

susceptível ao ataque pela praga. Para contornar a situação, talvez se recomende a<br />

colheita pouco antes desta data, e isso implica a sementeira cedo para que a colheita<br />

ocorra antes desta data.<br />

45


Introdução<br />

2.1.3 SECTOR DE FLORESTAS<br />

Eng. I. Maluleque<br />

A floresta moçambicana é predominantemente do tipo savana arbórea de baixa<br />

produtividade e crescimento lento e as técnicas de repovoamento florestal são pouco<br />

conhecidas consequentemente a sua utilização deve ser sustentável. A sustentabilidade da<br />

floresta nativa está ameaçada pelas queimadas, agricultura itinerante, corte de lenha e<br />

carvão e exploração desordenada de madeira em toros de floresta nativa. A floresta<br />

plantada ainda esta aquém do potencial de reflorestamento do país. Neste âmbito, o sector<br />

de investigação florestal no geral tem como principais objectivos e desafios :<br />

• Avaliar os factores socio-económicos e ecológicos que afectam o crescimento e<br />

regeneração de ecossistemas e espécies naturais e artificiais,<br />

• Identificar o grau de degradação de floresta e o seu efeito ecológico como<br />

também as suas conseqüências no bem-estar dos pequenos agricultores;<br />

• Melhorar o uso de produtos madeireiros desenvolvendo e introduzindo<br />

tecnologias apropriadas<br />

• Introdução de alternativas tecnológicas mais apropriadas e ambientalmente<br />

aceitáveis à exploração actual da floresta,<br />

• Diminuir a pressão na exploração de espécies valiosas e preciosas e de espécies<br />

ameaçadas incrementando o uso das espécies menos conhecidas; e manter a<br />

sustentabilidade dos sistemas florestais,<br />

• Identificar e classificar os tipos diferentes de madeira existentes em <strong>Moçambique</strong><br />

de acordo com as preferências de mercado,<br />

• <strong>De</strong>senvolver e disseminar métodos de propagação e técnicas de estabelecimento<br />

de árvores de forma a melhorar e sustentar os sistemas agro-silvo-pastoris,<br />

• Explorar o potencial alimentar e medicinal das espécies arbóreas naturais visto<br />

contribuirem para a segurança alimentar e bem-estar das populações,<br />

• <strong>De</strong>senvolver técnicas agroflorestais integradas e apropriadas aos sistemas agrosilvo-pastoris,<br />

• Aumentar a produtividade de espécies arbórias específicas,<br />

• Melhorar e facilitar a gestão dos recursos naturais pelas comunidades locais.<br />

No âmbito da integração da componente de investigação florestal no <strong>Centro</strong> <strong>Zonal</strong> <strong>Zonal</strong><br />

Nordeste, foi colocada no Posto Agronómico de Nampula uma eng ra florestal desde Julho<br />

46


de 2005. <strong>De</strong> salientar que as actividades planificadas para o ano 2005 não haviam sido<br />

orçamentadas no PAAO do <strong>Centro</strong> <strong>Zonal</strong> e só a partir de 2006 é que as actividades deste<br />

sector passaram a ser orçamentadas no PAAO. Os resultados do trabalho realizado neste<br />

sector são fruto de um trabalho coordenado e em equipa com técnicos de outros sectores<br />

e apoio da Direcção do <strong>Centro</strong> zonal, a quem desde já são endereçados os devidos<br />

agradecimentos. O presente relatório apresenta de forma resumida as actividades<br />

planificadas para o período que vai de Julho de 2005 a <strong>De</strong>zembro de 2006, os resultados<br />

alcançados, os resultados não alcançados e as razões que levaram à não realização, e<br />

perspectivas para o ano 2007.<br />

Actividades planificadas<br />

• Garantir e disponibilizar sementes florestais e/ou material vegetativo de qualidade<br />

genética melhorada,<br />

• Realizar o inventário dos recursos naturais do país,<br />

• <strong>De</strong>senvolver técnicas apropriadas de propagação de espécies de espécies nativas e<br />

exóticas,<br />

• <strong>De</strong>senvolver sistemas silviculturais para o estabelecimento e enriquecimento de<br />

espécies e formações florestais,<br />

• Avaliar o germoplasma nativo e exótico,<br />

• Identificar e seleccionar espécies florestais e/ou de uso múltiplo,<br />

• Identificar práticas sustentáveis de maneio ( in situ e ex situ) de espécies florestais<br />

prioritárias e/ou ameaçadas de extinção,<br />

• Estudar a estrutura, composição e dinâmica das sucessões florestais<br />

Resultados alcançados<br />

Garantir e disponibilizar sementes florestais e/ou material vegetativo de qualidade<br />

genética melhorada,<br />

No ano 2003, foi estabelecida uma Área de Colheita de Sementes (ACS) de espécies<br />

agroflorestais, no Posto Agronómico de Nampula ocupando uma área de 0,8 ha e com 6<br />

espécies a saber: Acacia angustissima, Ateleia herbert, Bixa orellana, Gliricidia sepium,<br />

Moringa oleifera e Tephrosia vogelli. Nesta área foi possível colher em 2005 no total<br />

16,43 Kg. A meta planificada pelo sector para esta actividade foi de colher e processar 50<br />

47


Kgs de semente diversa de espécies florestais mas não foi possível alcançar a meta por<br />

dificuldades financeiras.<br />

Estabelecer uma Área de Colheita de Sementes agroflorestais<br />

Foi planificado para o período em referência estabelecer uma (01) área de colheita de<br />

sementes agroflorestais no PAN ocupando uma parcela de 10 ha. Esta actividade teve<br />

como antecedentes a reabilitação do viveiro do PAN que serviu para a produção de<br />

mudas que seriam plantadas com a finalidade de produzir sementes agroflorestais.<br />

Portanto, para o período de Julho a <strong>De</strong>zembro foi planificado produzir e plantar 8950<br />

mudas florestais, onde se produziram 5765 plantas. As plantas produzidas foram usadas<br />

para o estabelecimento de uma área de colheita de sementes agroflorestais ocupando 6,93<br />

ha no PAN. As espécies plantadas são a Acacia angustissima, Acacia polyacantha,<br />

Albizia lebbeck, <strong>De</strong>lonix regia, Eucalyptus citriodora, Leucaena leucicephala, Moringa<br />

oleifera, Faidherbia albida, Prosopis juliflora, Senna siamea, Tephrosia vogelli,<br />

Vangueria infausta e Bambusa sp.<br />

Identificar Áreas de Colheita de Sementes florestais<br />

Para esta actividade foi planificado para o período identificar 4 áreas de colheita de<br />

sementes floresdtais de espécies nativas. Para o efeito realizou-se uma expedicção na<br />

qual se identificaram 3 áreas de colheita nos distritos de Monapo, Meconta e Muecate.<br />

Assim em Monapo foram identificadas as regiões de Reno/Ramiani para a colheita de<br />

semente de Pau rosa, pau preto, jambirre, tule, chanfuta e umbila. Em Meconta, as zonas<br />

de Therene, Nrope e Nacoma são potenciais para a colheita de sementes de umbila, pau<br />

rosa, pau ferro e metil. Em Muecate foram identificadas como zonas potenciais de<br />

colheita de sementes as localidades de Teniwa para colheita de material vegetativo de<br />

banbu, pau ferro e pau preto.<br />

Realizar o inventário dos recursos naturais do país<br />

No âmbito da implementação do projecto de monitoria e maneio da perda da<br />

biodiversidade nos ecossistemas de montanhas ao Sul da África Oriental, realizou-se uma<br />

expedicção aos montes Chiperone, Distrito de Milange ( Província da Zambézia). A<br />

equipa de expedicção fora composta por 14 técnicos provenientes de 3 países a saber: 7<br />

48


de <strong>Moçambique</strong> (<strong>IIAM</strong>), 4 de Malawi (Millenium Seed Bank Project e Mulange<br />

Mountain Conservation Trust) e 3 da Inglaterra (Royal Botanic Garden- KEW). A<br />

expedicção teve como objectivo realizar o levantamento do tipo de vegetação e colher<br />

amostras de espécies vegetais que ocorrem nos montes Chiperone para posterior<br />

identificação e herborização. A expedição foi antecedida por 2 dias de treinamento<br />

/workshop em Malawi sobre técnicas de identificação de caracteres de famílias/espécies,<br />

técnicas de colheita de espécimens para o herbário, preparação e secagem de espécimens,<br />

técnicas para caracterização de formações vegetais. Este trabalho resultou na colheita de<br />

cerca de 250 espécimens para identificação e colecção nos herbários de Maputo (<strong>IIAM</strong>),<br />

Malawi e KEW.<br />

Ainda no âmbito de inventariação dos recursos naturais foi realizada uma expedicção aos<br />

distritos de Moma e Angoche na província de Nampula, num projecto financiado pela<br />

WWF. Esta actividade teve por objectivo realizar o levantamento da vegetação das nas<br />

principais formações vegetais da região e observar as áreas de ocorrência da Incuria<br />

dunensis, uma espécie florestal recentemente descoberta e em estudo. Cerca de 137<br />

espécimens foram colhidas para posterior identificação no herbário do <strong>IIAM</strong>-Maputo.<br />

Havia sido planificado como meta nesta actividade a realização de um levantamento<br />

botânico.<br />

Avaliar o germoplasma nativo e exótico<br />

Foi estabelecida como meta avaliar o germoplasma de 2 espécies florestais no período em<br />

referência. Para o efeito foi estabelecido no PAN um banco de germoplasma de Jatropha<br />

curcas por via de estacas e sementes. Esta área tem por objectivo a produção de sementes<br />

e estacas que servirão para estudos subsequentes da espécie. Portanto, trata-se de uma<br />

área de 0,75 ha com material proveniente dos distritos de Namapa, Meconta e arredores<br />

da cidade de Nampula.<br />

Resultados não alcançados e razões da não realização<br />

Diversas actividades foram planificadas, conforme o apresenrtado no ponto II mas não<br />

foi possível o cumprimento da meta de realizações devido a vários factores. Entre os<br />

factores constrangedores destacam-se a insuficiência de fundos, insuficiência de pessoal e<br />

equipamento para levar a cabo as actividades planificadas. A título de exemplo, o sector<br />

49


encontra-se neste momento apenas com uma técnica superior e 5 trabalhadores de campo<br />

oque é insuficiente para o volume de actividades planificadas. As seguir é apresentada a<br />

lista das actividades planificadas e não realizadas:<br />

• <strong>De</strong>senvolver técnicas apropriadas de propagação de espécies nativas e exóticas<br />

• Identificar e seleccionar espécies florestais e/ou de uso múltiplo,<br />

• Identificar práticas sustentáveis de maneio ( in situ e ex situ) de espécies florestais<br />

prioritárias e/ou ameaçadas de extinção,<br />

• Estudar a estrutura, composição e dinâmica das sucessões florestais<br />

Participação em cursos de capacitação e outros eventos<br />

Durante o período em referência foi possível a participação em:<br />

• Curso sobre elaboração e avaliação de projectos, decorrido em Maputo de 15 a 26<br />

de Agosto de 2005 onde participaram 4 técnicos do CZnd.<br />

• Curso sobre plantações florestais, decorrido em Congo-Brazaville de 21 de<br />

Novembro a 02 de <strong>De</strong>zembro de 2006.<br />

• Preparação e realização do dia do produtor em Ribáwe, de 15 a 16 de Outubro de<br />

2006,<br />

• Realização de uma reunião de auscultação para elaboração de projecto de<br />

investigação de plantas medicinais com a AMETRAMO em Nampula.<br />

Principais metas programadas para o ano de 2007 no PAAO<br />

O sector de florestas tem como perspectivas para o ano de 2007 o seguinte:<br />

• Produzir pacotes tecnológicos na área de florestas;<br />

• Zonear, mapear áreas florestais e faunísticas para diferentes fins;<br />

• Garantir e disponibilizar sementes florestais e/ou material vegetativo de qualidade<br />

genética melhorada;<br />

• Caracterizar, avaliar, rejuvenescer e multiplicar o germoplasma das principais<br />

espécies nativas e exóticas;<br />

• Melhorar espécies florestais para diferentes fins.<br />

As actividades acima são apresentadas de forma generalizada mas nelas estão contidas<br />

sub-actividades que se apresentam de forma mais específica. Por exemplo o<br />

50


estabelecimento de 2 ensaios com espécies agroflorestais, o estabelecimento de banco de<br />

germoplasma de fruteiras nativas, estabelecimento de áreas de colheita de sementes<br />

agroflorestais, ensaio de propagação de fruteiras nativas e medicinais, colecção de<br />

espécimens para identificação no herbário, entre outros. Também perspectiva-se<br />

continuar a elaborar projectos e procurar de financiamentos externos para os mesmos<br />

uma vez que os fundos do PROAGRI são irregulares e insuficientes.<br />

51


Introdução<br />

2.1.4 CENTRO DE ESTUDOS SOCIO ECONÓMICO<br />

Engº V. Salegua & Engº A. Manuel<br />

O <strong>Centro</strong> de Estudos Sócio Económico (CESE), tem a missão de integração dos aspectos<br />

sócio-económicos na investigação agrária ao nível do <strong>Centro</strong> <strong>Zonal</strong> de forma a permitir o<br />

acompanhamento das tecnologias agrárias libertadas. Neste contexto, o CESE tem estado<br />

envolvido em actividades tais como: Avaliação de impacto de adopção das tecnologias<br />

agrárias, realização de diagnósticos participativos rurais para diversos, estudos de mercados<br />

para diversas culturas, determinação dos orçamentos parciais das tecnologias, determinação<br />

de prioridades de investimento e de investigação, análise de sazonalidade e sensibilidades<br />

dos produtos agrários, determinação de atitude de risco das tecnologias e dos grupos alvos.<br />

Estudos Realizados<br />

� Avaliação de impacto de adopcão das variedades de mandioca tolerantes a podridão<br />

radicular no <strong>Centro</strong> <strong>Zonal</strong> Nordeste;<br />

� Quantificação de Sementes e materiais vegetativos produzidos no <strong>Centro</strong> <strong>Zonal</strong><br />

Nordeste nos últimos 5 anos ao nível do <strong>Centro</strong> <strong>Zonal</strong> Nordeste;<br />

� Orcamentos parciais de uso de materia orgânica nos rendimento das culturas de<br />

mandioca, milho e feijão nhemba no Posto Agronomico de Nampula;<br />

� Estudo de viabilidade Sócio-económica de aluguer do tractor no Posto de<br />

Agronómico de Nampula (PAN).<br />

1. Estudo da Viabilidade Sócio-económica do aluguer do tractor no Posto<br />

Agronómico de Nampula<br />

Intodução<br />

Hoje, quase todas as empresas mostram-se interessadas no estudo de viabilidades sócioeconómicas<br />

antes de tomar qualquer decisão de investimento, visto que esta têm a<br />

perspectiva de ampliar na oferta dos seus produtos, estabelecendo assim uma vantagem<br />

competitiva.<br />

52


Os aspectos económicos determinam o impacto de qualquer investimento público na<br />

actividade agrária porque estes conduzem os projectos a uma eficiência económica e uma<br />

mudança no desenvolvimento da economia, distribuição de recursos escassos e o<br />

melhoramento do bem estar (Mlay et all, 1999).<br />

<strong>De</strong> acordo com o mesmo autor, na análise de aspectos sociais não se deve deixar de lado os<br />

benefícios para os que têm a ganhar e os prejuízos aos que têm a perder, deve-se também<br />

apostar na qualidade e melhoria da vida dos beneficiários dos projectos.<br />

No posto Agronómico de Nampula (PAN), existe um tractor em actividade, o qual não só<br />

serve para as operações de lavouras levados a cabo no PAN para a montagem de ensaios,<br />

mas também quando solicitado, realiza lavouras em benefícios de funcionários da<br />

instituição. Contudo, a solicitação do tarctor para lavouras é feita sem ter que pagar uma<br />

parte das despesas do meio.<br />

Com o presente estudo, pretende-se ilustrar uma viabilidade económica de aluguer do<br />

tractor no PAN, de forma a trazer os benefícios não só para os funcionários da instituição<br />

que solicitam o meio, mas também deve trazer benefícios a curto prazo para a instituição,<br />

visto que, a médio e longo prazo os benefícios são sempre compensáveis com os resultados<br />

da investigação.<br />

Problemática e Justificativa<br />

O sistema actual de aluguer do tractor no PAN não é viável, observou-se que no ano de<br />

2005, somente conseguiu-se uma receita de cerca de quatro milhões de meticais<br />

(4.000.000,00MZM), este valor não faz face nem sequer os custos variáveis do próprio<br />

meio, é claro que os custos do tractor associados a actividades de investigação a médio e<br />

longo prazo são sempre compensáveis.<br />

No entanto, além disso, notou-se que tem se observado a falta de honestidades de alguns<br />

tractorista e de alguns colegas que tem solicitado o aluguer do tractor em benefício de<br />

terceiros e observa-se fraca fiscalização das áreas das quais o tractor é solicitado a lavrar.<br />

Neste contexto, existe a necessidade de mudança do esquema da gestão do tractor de forma<br />

a trazer benefícios a curto prazo não só aos colegas que alugam o meio, mas também para a<br />

instituição.<br />

Objectivos<br />

� Pretende-se com o presente trabalho avaliar a viabilidade sócio-económica de aluguer<br />

no Posto Agronómico de Nampula (PAN).<br />

Metodologia<br />

Realizou-se o levantamentos das constatações relacionadas a gestão do tractor no PAN<br />

nos últimos anos.<br />

53


Discutiu-se em plenário as constatações levantadas pela equipa da gestão do tractor no<br />

PAN nos últimos anos.<br />

Realizou-se um estudo de viabilidade sócio-económica para o processo de aluguer do<br />

tractor no PAN.<br />

Fez-se um levantamento no mercado local, as modalidades de aluguer do tractor e os<br />

custos por modalidades de aluguer de forma a assegurar a competitividade.<br />

No estudo da viabilidade económica utilizou-se os métodos do VAL, TIR e PRCI, e<br />

definiu-se os custos de aluguer do tractor por hora, e determinou-se os custos de aluguer<br />

de tractor por hora e por ano.<br />

Resultados/Discussão<br />

Viabilidade do uso do tractor no PAN<br />

Segundo a comissão 1 , O sistema de cobrança deve ser por horas a todos os níveis, até que<br />

do princípio deveria ser considerado de cliente todo o indivíduo que fosse a necessitar de<br />

uso do tractor.<br />

Neste estudo, o custo de aluguer do tractor por hora é calculado apartir da hora da saida<br />

do tractor do PAN, além disso, os custo de combustível e ajudas de custo do tractorista<br />

estão a cargo do cliente.<br />

O tractor não pode deslocar a uma distância superior a 30 Km do PAN, de modo a evitar<br />

o desgaste do meio porque este não é indicado para distâncias longas, a não ser que o<br />

indivíduo que pretenda alugar dispõe-se de um camião para o transporte do mesmo.<br />

<strong>De</strong> acordo com a comissão, se o meio deslocar a uma distância superior ou igual a 5 Km,<br />

esta deslocação poderá ser admitida se for para lavrar uma área superior a 2.5 hectares.<br />

Para colegas ou clientes que necessitarem do meio para a realização das suas actividades<br />

num raio não superior a 5 km, estes poderão fazer sem ter em conta a barreira dos cerca<br />

de 2.5 hectares.<br />

A comissão determinou que, os funcionários da instituição que necessitarem do uso de<br />

tractor para actividades relacionadas com a multiplicação de sementes devem pagar 30%<br />

dos custos de aluguer, os funcionários da instituição que necessitarem de tractor para<br />

benefícios pessoais que não tem nada a ver com a transferência de tecnologias ou outras<br />

formas de investigação devem pagar 50% dos custos, e os clientes singulares que<br />

necessitarem de aluguer devem pagar 100%.<br />

O processo da autorização do uso do meio para áreas de cerca de 5 hectares e distâncias<br />

superiores a 30 km, devem ser feitas mediante a autorização do Coordenador do <strong>Centro</strong><br />

1 Comissão: refere-se a comissão de estudo da viabilidade de uso de tractor no Posto Agronómico de<br />

Nampula (PAN). Contudo, todos aspectos discutidos no item 4.1 dos resultados/discussão são da autoria da<br />

comissão.<br />

54


<strong>Zonal</strong>. No entanto, deve-se fazer reconhecimento da área a ser levrada antes de se levar o<br />

tractor para a operação de lavoura, de modo a se determinar a viabilidade do uso do<br />

tractor no terreno indicado.<br />

A Comissão exige que os funcionários da instituição que estiverem envolvidos na<br />

produção de semente ou outras actividades de investigação, existe a necessidade de<br />

apresentar o contrato de prestação de sereviço para acessar o aluguer do tractor com o<br />

subsídio de 70%.<br />

<strong>De</strong> forma a se fazer o controlo das horas de aluger do meio, existe a necessidade de<br />

elaborar o mais rápido possível o regulamento interno do uso do tractor no PAN, de<br />

forma a fazer face as solicitações deste meio.<br />

Aluguer de tractor no mercado local<br />

Realizou-se um tabalho no mercado local e constatou-se que existem de facto privados<br />

que fazem o aluguer do tractor. Contudo, em muitos dos casos, o aluguer é feita com base<br />

nas duas modalidades, que pode ser por horas de trabalho ou por hectares lavrados.<br />

Segundo o mercado local são necessários em média cerca de 3.2 horas para se fazer a<br />

lavoura de cerca de um hectar. Em média o custo de aluguer de tractor por hectar é de<br />

cerca de 1.600.000,00MZM. Neste contexto, o custo médio de aluguer do tractor por hora<br />

de trabalho é de cerca de 500.000,00MZM. Contudo, este custo não inclui combustível e<br />

ajuda de custo do tractorista.<br />

Identificou-se ainda no mercado local, alguns privados que alugavam o tractor aos<br />

agricultores à crédito nas lavouras, mas estes desistiram devido a falta de pagamentos dos<br />

valores correspondentes ao aluguer.<br />

Selecção de alternativas de investimentos<br />

Da tabela 1, pode-se observar que, para se conseguir o retorno do capital investido na<br />

aquisição do tractor e algum lucro, é necessária que se alcance benefícios líquidos de<br />

cerca de 240.000.000, 00MZM ou mais em cada ano durante a vida últil do tractor para<br />

que esta alternativa de investimento seja viável.<br />

Pode-se ainda observar da tabela 1, que se forem conseguidos os benifícios líquidos<br />

anuais acima mensionados, será possível alcançar o valor actual líquido (grandeza) de<br />

cerca de 1.300.000.000,00MZM e uma taxa interna de retorno (produtividade) de 30%.<br />

Pode-se observar ainda, que o valor da receita de 4.000.000,00MZM conseguido nas<br />

operações de aluguer do tractor em 2005 no PAN, é insignificante em relação ao valor<br />

dos benefícios líquidos anuais de cerca de 240.000.000,00MZM (tabela 1), que devem ser<br />

obtidos em cada ano. Contudo, este valor é coberto graças aos resultados obtidos e que<br />

serão alcançados na investigação.<br />

55


Tabela 1: Estimativas do valor actual líquido (VAL) e da taxa interna de retorno (TIR) do<br />

tractor em actividade no PAN.<br />

s. Ben<br />

ano Investimento Combustível Óleo manutenção Tractorista brutos 2 Ben<br />

c. totais liquidos<br />

-<br />

0 771000000 0 0 0 0 0 771000000 771000000<br />

1 0 21532800 3600000 25000000 19200000 310000000 69332800 240667200<br />

2 0 21532800 3600000 25000000 19200000 310000000 69332800 240667200<br />

3 0 21532800 3600000 25000000 19200000 310000000 69332800 240667200<br />

4 0 21532800 3600000 25000000 19200000 310000000 69332800 240667200<br />

5 0 21532800 3600000 25000000 19200000 310000000 69332800 240667200<br />

6 0 21532800 3600000 25000000 19200000 310000000 69332800 240667200<br />

7 0 21532800 3600000 25000000 19200000 310000000 69332800 240667200<br />

8 0 21532800 3600000 25000000 19200000 310000000 69332800 240667200<br />

9 0 21532800 3600000 25000000 19200000 310000000 69332800 240667200<br />

10 0 21532800 3600000 25000000 19200000 310000000 69332800 240667200<br />

11 0 21532800 3600000 25000000 19200000 310000000 69332800 240667200<br />

12 0 21532800 3600000 25000000 19200000 310000000 69332800 240667200<br />

56<br />

VAL 1.297.232.337<br />

TIR 30%<br />

Estudos de Sousa (2001), revelam que na análise económica de um único projecto através<br />

do VAL, como é o caso deste estudo, é simplesmente analisar se este é positivo, neste<br />

caso o projecto é vantajoso. Neste estudo, na análise de sensibilidade (anexo 1), indica<br />

que os benefícios líquidos de cerca de 181.000.000,00MZM dão um valor actual líquido<br />

positivo de cerca de 791.000.000,00MZM e uma taxa interna de retorno de 21%. Isto<br />

significa que ao consiguir um benefício líquido anual de cerca de 181.000.000,00MZM<br />

esta alternativa de investimento torna-se viável.<br />

Contudo, os benefícios líquidos anuais de cerca de 240.000.000,00MZM que geram o<br />

valor actual líquido de 791.000.000,00MZM e uma taxa interna de retorno de cerca de<br />

30% corresponde uma posição mais viável para a gestão do tractor.<br />

Cálculo dos custos do tractor por hora e por ano<br />

Na tabela 2, pode-se observar que os custos de aluguer de tractor por hora e por ano<br />

foram determinados em situações em que o tractor trabalha acima de 1500 horas e abaixo<br />

de 600 horas.<br />

Nas condições de actividades realizadas no PAN, assumiu-se que o tractor trabalha<br />

abaixo das 600 horas durante o ano. Neste caso, o custo por cada hora de trabalho será de<br />

2 Os benfícios líquidos apresentandos neste estudo correspondem simples estimativas para uma situação<br />

sustentável, isto porque não foi feita uma análise dos benefícios adquiridos nos projectos promissores no<br />

PAN. Contudo, acredita-se que a médio e longo prazo os benefícios são sempre compensáveis.


cerca de 400.000,00MZM (tabela 2). No entanto, ao aplicar este custo por hora durante a<br />

vida últil do tractor, será garantido o retorno do investimento.<br />

Tabela 2: <strong>De</strong>terminação de custos por ano e por hora, do tractor em actividade no PAN<br />

Utilização anual<br />

57<br />

acima de1500 h<br />

abaixo de 600 h<br />

Custos fixos (MZM por ano)<br />

<strong>De</strong>presiação linear (Vc-Vr)/N Variável 10458294<br />

Custos de capital a 12.65% (Vc+Vs)/2 89593655 89593655<br />

Seguros 729198 729198<br />

Garagem<br />

totais por<br />

7710000 7710000<br />

Custos fixos<br />

ano 98032853 108491147<br />

por hora 65355 180819<br />

Custos variáveis (MZM por hora de<br />

trabalho)<br />

<strong>De</strong>presiação (Vc-Vr)/n 10459 Fixo<br />

Reparação, manutenção 40000 40000<br />

Combustível 135000 135000<br />

Óleo<br />

totais<br />

45000 45000<br />

Custos variáveis<br />

por hora 230500 220000<br />

por ano 345750000 132000000<br />

3<br />

Custos totais<br />

por ano<br />

por<br />

hora<br />

443782853<br />

295855<br />

240491147<br />

400819<br />

Contudo, pode-se observar que o aluguer do tractor no mercado local custa<br />

100.000,00MZM mais, em relação aos custos por horas a serem implementados no PAN,<br />

neste caso, o aluguer do tractor no PAN torna-se mais competitivo em relação ao<br />

mercado local.<br />

Segundo Havelin (1996), um tractor acoplado a uma churrua de 3 discos pode lavrar em<br />

média um hectar durante 3.5 horas. Neste contexto, para se lavrar a área de cerca de um<br />

hectar serão necessário em média cerca de 1.400.000,00MZM, este valor não inclui<br />

combustível e ajudas de custo do tractorista.<br />

Pode-se observar ainda da tabela 2, que quando mais o tractor estiver envolvidos em<br />

actividades, menores são os custos por hora e vice versa.<br />

3 Os custos por ano e por hora não inclui combustível e ajudas de custos do tractorista. Contudo, o valor<br />

total do custo deve incluir combustível e ajudas de custo do tractorista, e ajudante se necessário.


Da equação 1, determinou-se o limite da depreciação do tractor de 1000 horas por ano,<br />

isto é, se o tractor trabalhar acima de 1000 horas por ano, este poderá envelhecer antes de<br />

alcançar a sua vida útil (12 anos).<br />

Do anexo 1, pode-se notar que o valor da depreciação do tractor nos dois anos de<br />

actividades é de cerca de 125.499.525,00MZM. É claro que este valor a curto e médio<br />

prazo será sempre compensável, contudo, a curto prazo este valor é reposto de forma<br />

insignificante.<br />

Ainda do anexo 1, pode se notar que são necessários os benefícios líquidos de cerca de<br />

181.000.000,00MZM por ano para o projecto tractor tornar-se viável. No entanto, este<br />

valor pode ser compensado somente com as actividades de investigação. Contudo, ao<br />

aluguer de tractor com desconto de 70 e 50%, os benefícios líquidos irão reduzirem-se<br />

sem inviabilizar o projecto.<br />

Mlay (1999), frisa que na análise de aspectos sociais não se deve deixar de lado os<br />

benefícios para os que têm a ganhar e os prejuízos aos que têm a perder, deve-se também<br />

se apostar na qualidade e melhoria da vida dos intervenientes e benefíciários dos<br />

projectos. Neste caso, deve-se alugar o tractor de forma que não estejam em causa os<br />

benefícios sociais, uma vez que os benefícios económicos estão garantidos.<br />

Na análise económica (tabela 1 e anexo 1), mostra que o processo de aluger de tractor é<br />

viável se for consenguida uma taxa interna adicional adicional de cerca de<br />

506.000.000,00MZM, contudo, acredita-se que a taxa interna de retorno adicional esteja<br />

acima do valor aqui citado porque os benefícios da investigação são sempre<br />

compensáveis a médio e longo prazo. Neste contexto, pode-se sacrificar estes benefícios<br />

adicionais de forma a dar o subsídio de 30 e 50% no aluguer do tractor.<br />

Conclusões<br />

Na análise da viabilidade económica, os benefícios líquidos anuais de cerca de<br />

240.000.000,00MZM, o valor actual líquido de cerca de 1.300.000.000,00MZM e uma<br />

taxa interna de retorno de 30% torna esta alternativa de investimento mais viável.<br />

No entanto, o valor actual líquido positivo de cerca de 791.000.000,00MZM e uma taxa<br />

interna de retorno de 21% que são alcançados com os benefícios líquidos anuais de cerca<br />

de 181.000.000,00MZM, também asseguram a viabilidade do investimento na tangência.<br />

Entretanto, a primeira alternativa de investimento é assumida como a mais viável.<br />

Da análise económica determinou-se o custo por hora de trabalho de cerca de<br />

400.000,00MZM, tendo em conta com a média de 3.5 horas para se lavrar um hectar,<br />

serão necessário em média cerca de 1.400.000,00MZM para se lavrar em média um<br />

hectar.<br />

No estudo, a análise económica mostra que o processo de aluguer de tractor será viável se<br />

for garantido os benefícios líquidos anuais de 240.000.000,00MZ. No entanto, existe a<br />

necessidade de fazer o aluguer do tractor forma que seja garantida também o retorno dos<br />

benefícios a curto prazo.<br />

58


Contudo, tendo em conta com a grandeza e a produtividade do projecto, deve-se subsidiar<br />

o aluguer do tractor a 70% para os colegas da instituição que têm solicitado o tractor para<br />

as actividades de investigação, e 50% para os colegas da instituição que têm solicitado o<br />

tractor para actividades pessoais.<br />

Referências<br />

Fletcher C. C.; 1999. American Society of Agricultural Engineers Standards. 2 a ed.<br />

Ontario. 8p<br />

Kalus D. 2001. Economia Empresarial Agrícola: Custos anuais das máquinas e<br />

construções (investimentos). 2 a versão. Cuamba. 38p<br />

Sousa F. R.; 1998. Métodos <strong>De</strong> Engenharia Económica Para Seleção <strong>De</strong> Alternativas. 3 a<br />

versão. São Paulo. 89p. Disponível na Internet via:<br />

http://www.eps.ufsc.br/disserta96/taha/cap5/cap5.htm.<br />

Havelin C. R. 1996. Relação entre custos do tractor por hora e por hectar. 1 a ed. São<br />

Paulo. 18p.<br />

Mlay G. I.; Mucavela F. G; 1999. Avaliação dos projectos agrários. Módulos principais<br />

de análise de vaiabilidade dos projectos de desenvolvimento rural . 2 a versão. Maputo.<br />

36p.<br />

59


6- Anexo<br />

Anexo 1: Estimativas do valor actual líquido (VAL) e da taxa interna de retorno (TIR) do<br />

tractor em actividade no PAN.<br />

ano investimento combustível Oleo Manutenção<br />

s.<br />

Tractorista Ben brutos c. totais Ben liquidos<br />

0 771000000 0 7.71E+08 -771000000<br />

1 0 21532800 3600000 25000000 19200000 250000000 69332800 180667200<br />

2 0 21532800 3600000 25000000 19200000 250000000 69332800 180667200<br />

3 0 21532800 3600000 25000000 19200000 250000000 69332800 180667200<br />

4 0 21532800 3600000 25000000 19200000 250000000 69332800 180667200<br />

5 0 21532800 3600000 25000000 19200000 250000000 69332800 180667200<br />

6 0 21532800 3600000 25000000 19200000 250000000 69332800 180667200<br />

7 0 21532800 3600000 25000000 19200000 250000000 69332800 180667200<br />

8 0 21532800 3600000 25000000 19200000 250000000 69332800 180667200<br />

9 0 21532800 3600000 25000000 19200000 250000000 69332800 180667200<br />

10 0 21532800 3600000 25000000 19200000 250000000 69332800 180667200<br />

11 0 21532800 3600000 25000000 19200000 250000000 69332800 180667200<br />

12 0 21532800 3600000 25000000 19200000 250000000 69332800 180667200<br />

60<br />

VAL 790,760,815.29<br />

Anexo 2: Dados de custos de tractor por hora e por ano<br />

Valor da compra: Vc=771.000.000,00MZM<br />

Valor residual: Vr=645.500.475,00MZM (a depresiação linear é de cerca de 8.5% do<br />

valor residual de cada ano).<br />

Nota: A depresiação nos dois anos de actividade do uso do tractor no PAN é de<br />

125.499.525,00MZM.<br />

Vida útil: 12<br />

Juros: 12.65%<br />

Garagem: 1% do investimento (7.710.000.00MZM)<br />

Seguros: 729.198,00MZM<br />

Reparação e manutenção: 40.000.00MZM por hora de trabalho<br />

Combustível: C= 6 litros por hora a 135.000,00MZM (22.500,00MZM por litro)<br />

Óleo: O= 45.000,00MZM litros por hora (0.5 do custo de óleo).<br />

Anexo 3: Fórmulas usadas<br />

DLcf=(Cc-Vr)/N<br />

Cac=(Vc+Vr)/2*i<br />

DLcv=(Vc+Vr)/n<br />

TIR<br />

21%


2. Produção e Distribuição de Sementes de Cereais, Leguminosas, Algodão, Cajú e<br />

Material Vegetativo de Raízes e Tubérculos do <strong>Centro</strong> <strong>Zonal</strong> Nordeste, de<br />

campanha 2000/2001 até 2004/2005<br />

Resumo<br />

O presente trabalho identifica as quantidades de sementes ou material vegetativo das<br />

diversas culturas ou variedades produzidas no <strong>Centro</strong> <strong>Zonal</strong> Nordeste, e os respectivos<br />

receptores durante o período compreendido entre as campanhas agrícolas 2000/2001 até<br />

2004/2005. O trabalho consistiu em questionário a sectores que produzem<br />

sementes/materiais vegetativos, fez-se breve revisão bibliográfica e levantamento de<br />

quantidades de sementes/materiais vegetativos de diversas culturas ou variedades<br />

produzidas no <strong>Centro</strong> <strong>Zonal</strong>.<br />

No entanto, verificou-se que dos materiais vegetativos, a variedade Nikwaha (variedade<br />

de mandioca tolerante a podridão radicular), ramas de batata-doce de polpa alaranjada e<br />

garfos de cajueiros são os materiais mais produzidos nod últimos cinco anos. Existem<br />

também outras variedades de mandioca tolerantes a podridão radicular em pequenas<br />

quantidades. Na cultura de mandioca, a variedade Nachinyaia existe em pequenas<br />

quantidades nas comunidades do <strong>Centro</strong> <strong>Zonal</strong>. Contudo, esta variedade além de ser<br />

tolerante a podridão radicular, apresenta altos rendimentos em solos pobres, é mais<br />

tolerante em condições de seca quando comparada com variedade Nikwaha.<br />

As variedades de milho mais produzidas são: Manica, Matuba e Sussuma, e são<br />

consideradas de altamente adaptáveis ao nível da província de Nampula, enquanto a<br />

variedade Tsangano é bem adaptável na região intermédia e interior da província, e a<br />

variedade Chinaca é bem adaptável na zona litoral. Das sementes de arroz, as diferentes<br />

variedades são produzidas em pequenas quantidades.<br />

No amendoim, a variedade Nametil (grão pequeno) é mais produzido e tem mercado<br />

local garantido. Enquanto o feijão nhemba, as variedades de sementes mais produzidas<br />

são INIA 73 e IT-18, e do feijão boer, a variedade Lioma 0040 é a mais produzida. Na<br />

cultura de caju, as variedades mais produzidas são anão e comum, e na cultura de algodão<br />

as variedades mais produzidas são ISA 205, REMU-40 e IRMA 12-43.<br />

As Direcções Distritais de Agricultura (DDAs), ONGs, Extensão rural e Projectos têm<br />

sido um canal importante para providenciar sementes e materiais vegetativos para<br />

associações de produtores e singulares. No entanto, as actividades de multiplicação de<br />

sementes e materiais vegetativos não abrange todas as comunidades, além das DDAs,<br />

ONGs, Extensão Rural e projectos, os produtores adquirirem sementes ou materiais<br />

vegetativos através de um familiar ou vizinho, ou mesmo comprando.<br />

Na maioria das comunidades, os produtores continuam a usar a semente da campanha<br />

anterior para a campanha seguinte. Outros produtores optam por manter variedades de<br />

mandioca locais susceptíveis a podridão radicular e que apresentam altos rendimentos, e<br />

colhem de forma precoce para evitar que a doença da podridão radicular se alastre pela<br />

raiz de mandioca.<br />

61


No entanto, recomenda-se, que seja multiplicado para além de mandioca de variedade<br />

Nikwaha, a variedade Nachinyaia devido ao seu alto rendimento, além de ser tolerante a<br />

podridão radicular, a solos pobres e em condições de seca.<br />

Contudo, a delegação das associações de produtores ou produtores individuais em<br />

actividades de multiplicação de sementes é vista como uma das soluções para o aumento<br />

da disponibilidade de sementes com vista a abranger mais produtores nas diversas<br />

comunidades<br />

Introdução<br />

No <strong>Centro</strong> <strong>Zonal</strong> Nordeste estão inseridos as agroecologias R7 e R8 que são mais<br />

populosos. Estas agroecologias contém cerca de 45% das áreas cultivadas dos agregados<br />

familiares rurais. Além disso, este <strong>Centro</strong> <strong>Zonal</strong> é o mais importante com cerca de 40%<br />

do valor de produção e alto potencial para a redução de pobreza (Walker, et al, 2006).<br />

O aumento dos rendimentos agronómicos através da adopção de variedades de sementes<br />

melhoradas, fertilizantes químicos e orgânicos, tecnologias de conservação de solos e<br />

água, é mais importante, como estratégia para aumentar a disponibilidade de alimentos e<br />

rendimento monetário rural sem danificar o ambiente (Howard et al, 2001). No entanto,<br />

as novas variedades podem ser facilmente distribuídas a um grande número de<br />

agricultores, garantem retorno dos investimentos para o desenvolvimento e as taxas de<br />

disseminação de novas variedades são tipicamente muito mais elevadas que<br />

investimentos alternativos noutras tecnologias agrícolas (Rohrbach et al, 2001).<br />

No entanto, o <strong>Centro</strong> <strong>Zonal</strong> Nordeste tem levado a cabo o processo de produção de<br />

semente melhorada há vários anos com vista a responder a procura da mesma pelos<br />

agricultores, associações de agricultores e privados. Contudo, o mercado de semente da<br />

zona nordeste do País ainda continua prematuro. Por uma parte, não existem propostas<br />

em termos de quantidades de sementes necessitadas pelos grupos alvos, observando<br />

apenas uma procura esporádica na época da campanha. Assim, torna sempre difícil<br />

estimar as necessidades de semente em cada campanha agrícola.<br />

É importante frisar que o sistema de sementes 4 no <strong>Centro</strong> <strong>Zonal</strong> Nordeste ou mesmo<br />

Nacional, não é funcional porque a semente que é libertada do melhoramento/selecção, e<br />

é colocada directamente no mercado ou com os produtores, não passando pelas fases<br />

tradicionais de multiplicação da semente (Melhorada, Pré-básica, Básica e Certificada).<br />

Como consequência da falta de sistemas de multiplicação, as quantidades de sementes<br />

totais que chegam no mercado são mínimas.<br />

No entanto, se as quantidades de sementes produzidas no <strong>Centro</strong> Nordeste fossem<br />

colocadas nas empresas de multiplicação de semente, as empresas podiam produzir as<br />

sementes para as campanhas seguintes, e as quantidades seriam suficientes para satisfazer<br />

a procura dos beneficiários da mesma. Contudo, as empresas de multiplicação de<br />

4 Sistema de sementes refere-se a todo complexo de organizações, indivíduos e instituições<br />

ligadas ao desenvolvimento, multiplicação, processamento, armazenagem, distribuição e<br />

comercialização de sementes (Howard et al, 2001).<br />

62


sementes no <strong>Centro</strong> <strong>Zonal</strong> Nordeste são em número reduzido e funcionam de forma<br />

deficiente.<br />

No <strong>Centro</strong> <strong>Zonal</strong>, existem também ONGs envolvidos na produção de sementes e<br />

materiais vegetativos tais como: CARE, CLUSA, Save The Children, Visão Mundial,<br />

Kulima, USEBA, e outros.<br />

Objectivos<br />

Pretende-se com o presente trabalho identificar as quantidades de sementes ou material<br />

vegetativo das diversas culturas ou variedades produzidas no <strong>Centro</strong> <strong>Zonal</strong> Nordeste, e os<br />

respectivos receptores e/ou beneficiário.<br />

Metodologia<br />

Consistiu-se no levantamento de informação de quantidade de sementes de diversas<br />

culturas ou variedades produzidas no <strong>Centro</strong> <strong>Zonal</strong> Nordeste, concretamente no Posto<br />

Agronómico de Nampula (PAN), <strong>Centro</strong> de <strong>Investigação</strong> e Multiplicação de Sementes de<br />

Algodão de Namialo (CIMSAN), <strong>Centro</strong> de <strong>Investigação</strong> <strong>Agrária</strong> de Caju de Nassuruma,<br />

Posto Agrário de Mutuali, <strong>Centro</strong> de <strong>Investigação</strong> Agrário de Mapupulo. Fez-se um<br />

questionário (Anexo 1) a equipa de investigadores que se encontram envolvidos<br />

directamente no processo de produção de sementes. O questionário fez-se a sectores<br />

produtores de sementes e materiais vegetativos, no entanto, os sectores onde se fez o<br />

questionário são constituídas por equipas que varia de 3 a 5 investigadores<br />

No questionário procurou-se saber aspectos relacionados com as quantidades de sementes<br />

de diferentes culturas ou variedades, os beneficiários, modos de aquisição da semente<br />

(doação ou venda), actividades do receptor (multiplicação ou fomento), tipo do receptor<br />

(ONG, sector público ou privado, singulares, associações de agricultores e outros). A<br />

informação sobre as ultimas cinco colheitas foi incluída, quando fosse possível.<br />

Resultados<br />

No <strong>Centro</strong> <strong>Zonal</strong> Nordeste, as Direcções Distritais de Agricultura (DDAs), ONGs,<br />

projectos e extensão rural têm sido um canal importante para providenciar sementes e<br />

materiais vegetativos para associações de produtores singulares ao nível das<br />

comunidades. No entanto, as actividades de multiplicação de sementes e materiais<br />

vegetativos não abrange todas as comunidades, porque existem até no presente momento<br />

produtores que não tenham se beneficiado de hastes tolerantes a podridão radicular apesar<br />

da importância desta doença na segurança alimentar ao nível da província de Nampula.<br />

Nas comunidades, os produtores podem também adquirir sementes ou materiais<br />

vegetativos através de um familiar ou vizinho, ou mesmo comprando quando este fica<br />

disponível ao nível da comunidade. Muitos produtores continuam a usar a semente da<br />

campanha anterior para a campanha seguinte. Relativo aos materiais vegetativos, por<br />

causa da podridão radicular da mandioca, os produtores, por ausência de variedades de<br />

mandioca tolerantes a podridão radicular nestas comunidades, optam por manter<br />

63


variedades locais susceptíveis e que apresentam altos rendimentos, e colhem de forma<br />

precoce para evitar que a doença da podridão radicular afecta toda a raiz de mandioca.<br />

Raízes e Tubérculos<br />

Nas raízes e tubérculos, a mandioca da variedade Nikwaha é o material vegetativo mais<br />

multiplicado ao nível do PAN, seguida de batata-doce de polpa alaranjada, todo este<br />

material vegetativo é fornecido aos necessitados num âmbito de emergência nos últimos<br />

cinco anos.<br />

No entanto, a procura do material vegetativo (hastes de mandioca e ramas de batata-doce)<br />

é maior na época de plantio, dai que a presente campanha agrícola, o sector de raízes e<br />

tubérculos pretende vender o material vegetativo de forma que os valores a serem<br />

adquiridos sejam aplicados na produção de material vegetativo na próxima campanha<br />

(2006/2007). Observa-se também que o material vegetativo produzido nas duas culturas<br />

não consegue responder a procura dos grupos alvos.<br />

Um dos problemas importantes no material vegetativo é a conservação. O agricultor não<br />

consegue conservar o material vegetativo, isto porque o período da colheita não coincide<br />

com o período de plantio. Como consequência ocorre muitas vezes o desperdício do<br />

material. No caso de mandioca, a conservação do material vegetativo é aconselhável um<br />

mês como máximo, mas o agricultor deixa material no campo 2 à 3 meses, e cerca de 6<br />

meses o material vegetativo de batata-doce de polpa alaranjada, e consequentemente<br />

ocorrem as perdas.<br />

Material Vegetativo de Mandioca<br />

Para além da variedade Nikwaha (acima mencionada), existe também em multiplicação<br />

ao nível do PAN, as variedades Mulaleia, Chigoma Mafia, Baadge e Likonde, estas três<br />

últimas, nativas da província de Cabo <strong>De</strong>lgado.<br />

Segundo os técnicos do <strong>Centro</strong> <strong>Zonal</strong>, a variedade Likonde além de tolerar a podridão<br />

radicular, apresenta um rendimento acima da variedade Nikwaha e a única desvantagem é<br />

o facto da variedade Likonde ser semi-amarga. A variedade Baadge só dá bons<br />

rendimentos em bons solos (solos férteis), sendo assim a principal desvantagem desta<br />

quando comparada com as outras, e a variedade Mulaleia é susceptível a Cochonilha.<br />

Em caso de venda, uma haste de mandioca tem custado entre 1,00 a 1,50MTn. Na<br />

campanha de 2006/2007 existe o plano de multiplicação de 12 hectares da cultura de<br />

mandioca, sendo 10 hectare para a variedade Nikwaha e 2 hectares para o resto das<br />

variedades tolerantes a podridão radicular.<br />

Nos anexos retirados do texto 5 , a informação do material vegetativo de mandioca, não foi<br />

possível apurar a informação referente à duas campanhas (2000/2001 e 2001/2002).<br />

5<br />

Neste texto, além da revisão bibliográfica, retirou-se também a parte referente aos anexos por ocuparem<br />

grande espaço.<br />

64


Pode-se observar ainda, a mandioca (variedade Nikwaha) é o material vegetativo mais<br />

multiplicado ao nível do PAN.<br />

No entanto, além da variedade Nikwaha existe no <strong>Centro</strong> <strong>Zonal</strong> em pequenas quantidades<br />

a variedade Nachinyaia, liberta no processo da selecção do PAN. Os técnicos indicaram<br />

que é mais preferida pelos agricultores das comunidades onde se encontra as duas<br />

variedades pelo facto desta apresentar altos rendimentos em solos pobres, além de ser<br />

mais tolerante a podridão radicular e em condições de seca. Porém, a variedade<br />

Nachinyaia quando permanece durante muito tempo em campo, a raiz torna-se muito<br />

fibrosa.<br />

Vários ONGs produziram ou distribuieram material vegetativo das variedades indicados<br />

pelos investigadores. Com o <strong>Centro</strong> <strong>Zonal</strong>, a CARE tem levado a cabo actividades de<br />

multiplicação de variedades de mandioca tolerantes a podridão radicular. Na campanha<br />

de 2004/2005, a CARE teve cerca de 30 ha. de variedades de mandioca tolerantes a<br />

podridão radicular. <strong>De</strong> 2002 a 2005 a Save The Children teve campos de multiplicação<br />

primário e secundário de variedades mandioca tolerantes a podridão radicular nos seis<br />

distritos do litoral de Nampula sob sua acção, refere-se aos distritos de , Nacala-a-Velha,<br />

Nacala porto, Memba, Mossuril, Ilha de <strong>Moçambique</strong> e Mongincual. <strong>De</strong> 2002 a 2005, a<br />

Save The Children teve cerca de 450 ha. de multiplicação secundária nos seis distritos do<br />

litoral de Nampula. A Visão Mundial tem levado cabo o processo de distribuição de<br />

hastes de mandioca tolerantes a podridão radicular nos distritos de Memba e Nacala-<br />

Velha. Até a campanha 2004/2005 foram estabelecidos cerca de 70 ha. nestes dois<br />

distritos do litoral de Nampula. Do outro lado a Kulima tem também levado a cabo a<br />

distribuição de hastes de variedades tolerantes de mandioca, tendo distribuído cerca de<br />

30.000 hastes no distrito de Mossuril, na campanha de 2004/2005.<br />

Material Vegetativo de Batata-doce (Polpa alaranjada)<br />

Os agricultores possuem suas variedades locais que tem boa matéria seca e que são<br />

também tolerantes a seca, mas a batata-doce de polpa alaranjada é mais preferida devido<br />

o facto de esta apresentar a polpa alaranjada (promovida pela extensão, pelo facto de ser<br />

mais nutritivo e proporcionar vitamina A). O gorgulho é indicado para esta cultura como<br />

um grande problema, no entanto, existem algumas variedades que são consideradas como<br />

tolerantes a gorgulho.<br />

Na próxima campanha (2006/2007) existe o plano de multiplicação de 4 hectares do<br />

material vegetativo de batata-doce de polpa alaranjada no PAN. Nos anexos, apresenta-se<br />

o material vegetativo de Batata-doce de polpa alaranjada, mas não foi possível apurar a<br />

informação referente ao material vegetativo na campanha 2000/2001.<br />

No <strong>Centro</strong> <strong>Zonal</strong>, a Kulima tem desenvolvido actividades de multiplicação de ramas de<br />

batata-doce de polpa alaranjada no distrito de Mossuril. Até na campanha de 2004/2005<br />

tinha cerca de 17 grupos de produtores do distrito de Mossuril a multiplicar batata doce<br />

de polpa alaranjada.<br />

65


Cereais<br />

Sementes de Milho<br />

No <strong>Centro</strong> <strong>Zonal</strong> Nordeste, o milho é o cereal produzido como semente básica e<br />

distinguem-se as seguintes variedades melhoradas: Sussuma, Matuba, Tsangano, Chinaca<br />

e Manica. As sementes de variedades de milho são produzidas na província de Nampula a<br />

nível do <strong>Centro</strong> <strong>Zonal</strong>. No entanto, as variedades Manica, Matuba e Sussuma são<br />

consideradas de altamente adaptáveis ao nível de toda a província, enquanto a variedade<br />

Tsangano é bem adaptável na região intermédia e interior da província, e a variedade<br />

Chinaca é bem adaptável na zona litoral. Contudo, todas as sementes das variedades de<br />

milho aqui referidas são consideradas potenciais e tem mercado local e externo. O milho<br />

é a segunda cultura mais praticada depois da mandioca, também é bem adaptável, e é<br />

exportada para a vizinha República do Malawi.<br />

A praga mais importante para as diferentes variedades de milho é o gorgulho no<br />

armazenamento. Não se verifica muitas pragas e doenças ao nível do campo, e em caso<br />

de existência são facilmente controlados através de produtos químicos.<br />

A quantidade de semente produzida não satisfaz a procura dos beneficiários, tendo se<br />

verificado muitas vezes durante a época de sementeira uma ruptura de stock e recorre-se<br />

a SEMOC quando se verifica a escassez de semente ao nível do PAN. O preço de<br />

sementes de milho de diferentes variedades tem sido de 40 Meticais novos. Este preço<br />

não tem variado nos últimos 5 anos, porque o Sector de Cereais do PAN tem por<br />

objectivo promover a disseminação de sementes melhoradas aos grupos alvos.<br />

O Sector de Cereais do PAN tem o plano de produção de 4 hectares de semente básicas<br />

de todas variedades, sendo 1 hectare para cada variedade, exceptuando a variedade<br />

Manica que não está no plano de produção na presente campanha. Existe também o plano<br />

de aumentar a multiplicação de quantidades de arroz de diversas variedades.<br />

Leguminosas<br />

Culturas leguminosas produzidas no PAN são: Feijão Nhemba, Feijão Holoco, Feijão<br />

Boer, Amendoim e Soja. As sementes destas culturas não são produzidas em grande<br />

quantidades devido a falta de recursos, desde mão-de-obra, fertilizantes e outros factores<br />

de produção. Os técnicos observaram que problemas resultaram do desembolso tardio dos<br />

fundos do PROAGRI. Contudo, os preços de todas sementes de leguminosas variam de<br />

25 Meticais da nova família (período de abundância) e 40 Meticais novos (período de<br />

escassez ou seja, período da sementeira).<br />

Quase todas as sementes de culturas de leguminosas introduzidas no <strong>Centro</strong> <strong>Zonal</strong><br />

Nordeste são consideradas tolerantes a pragas e doenças, e em caso de aparecimentos de<br />

pragas e doenças faz-se o maneio através de produtos químicos.<br />

No entanto, na próxima campanha agrícola (2006/2007), o sector de leguminosas tem o<br />

seguinte plano:<br />

66


� Testar novas variedades de semente de Soja de modo a serem introduzidas nas<br />

próximas campanhas;<br />

� Montar ensaios de novas linhas de amendoim e gergelim de modo a serem<br />

identificadas novas variedades no ensaio de comparação de variedades;<br />

� Aumentar a produção de semente básica na estação experimental de Namitil, sendo: 1<br />

h.a de Amendoim, 1 ha. de Soja, 2 ha. de Feijão Boer, 2 ha. de Feijão Nhemba e 1 ha.<br />

de Gergelim;<br />

� Limpeza de ensaios que ainda se encontra em campo.<br />

Os técnicos afectos ao sector de leguminosas acham que, se houvesse a viabilidade de um<br />

sistema de rega através de represas seria possível produzir a semente básica ao longo de<br />

todo ano, de modo a fazer face a procura no período de sementeira.<br />

Entretanto, a USEBA tem desenvolvido actividades de multiplicação de sementes no<br />

<strong>Centro</strong> <strong>Zonal</strong>. No entanto, a USEBA tem celebrado contratos com produtores com a<br />

capacidade de produzir 10 ou mais hectares de sementes.<br />

Sementes de Amendoim<br />

Na cultura de amendoim, a variedade Namitil (grão pequeno) é a mais produzida e tem<br />

grande adaptabilidade a nível da região e mercado local garantido. Enquanto, a variedade<br />

Mamane (grão grande), tem potencial em termos de adaptabilidade e o mercado é<br />

externo, mas não é muito produzida a nível local.<br />

Sementes de Feijões<br />

Todos os feijões têm potencial no que se refere a adaptabilidade e tem mercado local. No<br />

Feijão Nhemba, as variedades de sementes mais produzidas no <strong>Centro</strong> <strong>Zonal</strong> são INIA 73<br />

e IT-18.<br />

Enquanto, no Feijão Boer, a variedade Lioma 0040 é a mais produzida e a fábrica da<br />

província de Zambézia é um cliente garantido, apesar de esta fábrica ter maior<br />

preferência pela variedade ICEAP 0020, variedade que não está disponível a nível do<br />

<strong>Centro</strong> <strong>Zonal</strong> Nordeste.<br />

Distribuição<br />

O <strong>Centro</strong> <strong>Zonal</strong> Nordeste tem realizado actividades de multiplicação de sementes e<br />

materiais vegetativos ao nível do Posto Agronómico de Nampula (PAN), <strong>Centro</strong> de<br />

<strong>Investigação</strong> e Multiplicação de Sementes de Algodão de Namialo (CIMSAN), <strong>Centro</strong> de<br />

<strong>Investigação</strong> <strong>Agrária</strong> de Caju de Nassuruma, Posto Agrário de Mutuali, <strong>Centro</strong> de<br />

<strong>Investigação</strong> Agrário de Mapupulo e Posto Agrário de Namitil (Mogovolas).<br />

As Direcções Distritais de Agricultura (DDAs), ONGs e projectos ao nível da província<br />

de Nampula têm levado a cabo a multiplicações de sementes e materiais vegetativos<br />

através de associações de produtores. No entanto, as actividades de multiplicação de<br />

variedades de mandioca tolerantes a podridão radicular tem grande espaço na zona do<br />

67


litoral e intermédia da província de Nampula onde existe a maior incidência da doença da<br />

podridão radicular da mandioca.<br />

Os beneficiários finais destas sementes e materiais vegetativos produzidos no <strong>Centro</strong><br />

<strong>Zonal</strong> Nordeste são as associações de produtores e singulares. No entanto, as sementes e<br />

materiais vegetativos muitas das vezes chegam aos beneficiários via DDAs, ONGs,<br />

Extensão e projectos. Neste contexto, dependendo do caso, as sementes e materiais<br />

vegetativos podem ser vendidas ou doadas, aliás, a maior parte dos materiais produzidos<br />

no <strong>Centro</strong> <strong>Zonal</strong> é doado no âmbito de emergência (anexo 2 e 9). Os principais receptores<br />

de sementes e materiais vegetativos produzidos pelo <strong>Centro</strong> <strong>Zonal</strong> Nordeste são o estado<br />

(DDAs), ONGs e Associações. Estes materiais são utilizados em actividades de<br />

multiplicação, fomento e ivestigação (anexo 2 a 9).<br />

No <strong>Centro</strong> <strong>Zonal</strong> Nordeste, hastes de mandioca, ramas de batata-doce de polpa alaranjada<br />

e garfos de cajueiros são os materiais mais produzidos nos últimos cinco anos (anexo 2, 3<br />

e 8). São produzidas em pequenas diversas variedades de feijões, amendoim, milho,<br />

gergelim, girassol e algodão (anexo 4 a 7).<br />

O modo de aquisição dos materiais vegetativos de mandioca tolerantes a podridão<br />

radicular e ramas de batata-doce polpa alaranjada é via doação (âmbito de emergência).<br />

As sementes de cereais são vendidas ou doadas a ONGs, produtores associados e outros<br />

interessados. As sementes de leguminosas são vendidas a ONGs, associações de<br />

produtores e outros interessados.<br />

O <strong>Centro</strong> de <strong>Investigação</strong> de Nassuruma, tem levado a cabo a produção de garfos e<br />

mudas de cajueiro (variedade comum e anão). Os beneficiários destes materiais tem sido<br />

o Incajú, ONGs e outros interessados. Estes materiais podem ser vendidos ou doados.<br />

Conclusão<br />

No <strong>Centro</strong> <strong>Zonal</strong> Nordeste, as DDAs e ONGs e Projectos têm levado a cabo a<br />

multiplicações de sementes e materiais vegetativos através de associações de produtores.<br />

Os beneciários das sementes e materiais vegetativos produzidos pelo <strong>Centro</strong> <strong>Zonal</strong> são os<br />

produtores associados e singulares. As DDAs, ONGs, Extensão Rural e projectos<br />

constituem o canal de sementes e materiais vegetativos.<br />

No <strong>Centro</strong> zonal nordeste, a cultura de mandioca, variedade Nikwaha é o material<br />

vegetativo mais produzido por ser tolerante a podridão radicular. No entanto, além desta<br />

variedade, existe em algumas comunidades outras variedades de mandioca em pequenas<br />

quantidades, tal como a variedade Nachinyaia que também é tolerante a podridão<br />

radicular.<br />

<strong>De</strong> acordo com os técnicos, a variedade Nachinyaia apresenta vantagens em relação a<br />

Nikwaha porque Nachinyaia apresenta altos rendimentos em solos pobres, além de ser<br />

tolerante a podridão radicular e em condições de seca. Em termos do material vegetativo<br />

produzido, as ramas de batata-doce de polpa alaranjada ocupa o segundo depois de hastes<br />

de mandioca.<br />

68


O milho é a segunda cultura mais produzida no <strong>Centro</strong> <strong>Zonal</strong> depois de mandioca. As<br />

variedades Manica, Matuba e Sussuma são consideradas de altamente adaptáveis ao nível<br />

de toda a província, enquanto a variedade Tsangano é bem adaptável na região intermédia<br />

e interior da província, e a variedade Chinaca é bem adaptável na zona litoral. Enquanto<br />

as sementes de arroz, as diferentes variedades existentes são produzidas em pequenas<br />

quantidades.<br />

Para o amendoim, a variedade Namitil (grão pequeno) é a mais produzida e tem grande<br />

adaptabilidade a nível da região e mercado local garantido. Enquanto, o feijão nhemba, as<br />

variedades de sementes mais produzidas são INIA 73 e IT-18, e feijão boer, a variedade<br />

Lioma 0040 é a mais produzida.<br />

O modo de aquisição dos materiais vegetativos de mandioca tolerantes a podridão<br />

radicular e ramas de batata-doce polpa alaranjada é via doação (âmbito de emergência).<br />

As sementes de cereais, leguminosas, algodão e mudas de cajueiros são vendidos ou<br />

doados a ONGs e produtores associados e outros interessados.<br />

As actividades de multiplicação de sementes e materiais vegetativos não abrange todas as<br />

comunidades, porque existem até no presente momento produtores que não tenham se<br />

beneficiado de hastes de mandioca de variedades tolerantes a podridão radicular apesar<br />

da importância desta doença na segurança alimentar ao nível da província de Nampula.<br />

Recomendações<br />

Em geral, existe a necessidade de incentivar as acções de multiplicação delegando através<br />

de associações ou grupos de agricultores de forma que seja aumentada a disponibilidades<br />

de sementes melhoradas ao nível dos agricultores.<br />

<strong>De</strong>ve-se estabelecer mais campos de multiplicação das variedades de mandioca tolerantes<br />

a podridão radicular sobretudo nos distritos da zona litoral e intermédia da província de<br />

Nampula, onde o problema é relevante. No entanto, além da variedade Nikwaha, a<br />

variedade Nachinyaia deve também ser incentivada a sua multiplicação devido ao seu<br />

alto rendimento em solos pobres, além de ser tolerante a podridão radicular e em<br />

condições de seca.<br />

O <strong>Centro</strong> <strong>Zonal</strong> deve servir de provedor de sementes e material vegetativo de base, para<br />

tal os técnicos precisam ter os fundos disponíveis a tempo para a campanha.<br />

Pequenos sistemas de regadio e represas são uns dos elementos indicados pelos técnicos<br />

como necessidade na produção sobretudo de sementes de base de leguminosas.<br />

Neste contexto, esforços adicionais devem serem levados a cabo para que as actividades<br />

de multiplicação de sementes e materiais vegetativos sejam mais abrangentes ao nível das<br />

comunidades do <strong>Centro</strong> <strong>Zonal</strong>.<br />

As sementes e materiais vegetativos de culturas/variedades produzidas no <strong>Centro</strong> <strong>Zonal</strong><br />

devem ser vendidas de forma a garantir a sustentabilidade das actividades das campanhas<br />

agrícolas.<br />

69


Referências<br />

Howard, J.; Low, J.; Jeje, J. J.; Boughton, D.; Massingue, J; Maredia, M.<br />

2001.Constrangimentos e Estratégias para o <strong>De</strong>senvolvimento do Sistema de Sementes<br />

em <strong>Moçambique</strong>. Relatório de Pesquisa No. 43P. Maputo: Ministério da Agricultura e<br />

<strong>De</strong>senvolvimento Rural, Direcção de Economia.<br />

http://www.aec.msu.edu/fs2/mozambique/wps43p.pdf<br />

Massingue J.; Rafael G.; Hají U.; Low J.; Boughton D. 2004. Sector Comercial de<br />

Sementes: Progressos e Perspectivas de <strong>De</strong>senvolvimento. Relatório de Pesquisa No.<br />

55P. Maputo: Ministério da Agricultura e <strong>De</strong>senvolvimento Rural, Direcção de<br />

Economia. http://www.aec.msu.edu/fs2/mozambique/wps55P.pdf<br />

MsSween, S.; Walker, T.; Salegua, V.; Pitoro, R.; Economic Impact of Varietal<br />

Tolerance to Cassava Brown Disease in Coastal Mozambique. Research Report Nº. 1E.<br />

Maputo: <strong>Instituto</strong> de <strong>Investigação</strong> <strong>Agrária</strong> de <strong>Moçambique</strong> (<strong>IIAM</strong>), <strong>Centro</strong> de Estudos<br />

Sócio-Economicos.<br />

Rohrbach D.; Low J.; Pitoro R.; Cucu A.; Massingue J.; Boughton D.; Rafael G.; Paulo<br />

A.; Jocene D.; 2001. Prioridades de Investimento para o <strong>De</strong>senvolvimento do Sistema de<br />

Sementes em <strong>Moçambique</strong>. Relatório de Pesquisa No. 44P. Maputo: Ministério da<br />

Agricultura e <strong>De</strong>senvolvimento Rural, Direcção de Economia.<br />

http://www.aec.msu.edu/fs2/mozambique/wps44p.pdf<br />

Walker, T. S.; Pitoro, R.; Tomo, A.; Sitoe, I.; Salência, C.; Mahanzule, R.; Donovan, C.;<br />

Mazuze, F.; 2006. Estabelecimento de Prioridades para a Pesquisa <strong>Agrária</strong> no Sector<br />

Público em <strong>Moçambique</strong> usando os Dados do Inquérito Nacional Agrário. Relatório de<br />

Pesquisa 3P. Maputo: <strong>Instituto</strong> de <strong>Investigação</strong> <strong>Agrária</strong> de <strong>Moçambique</strong> (<strong>IIAM</strong>), <strong>Centro</strong><br />

de Estudos Sócio-Economicos.<br />

70


2.1.5 SECTOR DE RAÍZES E TUBÉRCULOS<br />

Eng. J. Amisse; Eng. M. Avijala; Sr. A. Galinha e Sra. Rita<br />

1. Melhoramento da mandioca<br />

1.1. Introdução de germoplasma<br />

Na campanha 2005/06, foram introduzidos sementes de mandioca de 4 famílias<br />

provenientes de Tanzânia. Neste preciso momento estas encontram – se em viveiro<br />

estabelecido no campo experimental de Mogincual.<br />

1.2. Banco de germoplasma<br />

O número de acessos aumentou no banco de germoplasma e colecção, através de colectas<br />

feita de germoplasma de mandioca em vários locais das províncias de Nampula,<br />

Zambézia e Cabo <strong>De</strong>lgado. Actualmente, o banco de germoplasma é composto de 60<br />

variedades dos quais 1 foi colectado ainda nesta campanha 05 /06.<br />

1.3. Blocos de manutenção de variedades<br />

Estão em manutenção no PAN cerca de 4 variedades de mandioca (nomeadamente:<br />

Nikwaha, Likonde, Baadge, Kigoma máfia ).<br />

1.4. Blocos de cruzamento<br />

Na campanha 2005/06, estabeleceu-se blocos de cruzamento afim de desenvolver<br />

variedades de mandioca para resistência/tolerância ao CBSD e ao CMD, baixo conteúdo<br />

de HCN, alto conteúdo de matéria seca e adaptadas ao ambiente.<br />

Figura 1. Ilustração dum bloco de cruzamentos no Posto Agronômico de<br />

Nampula (Foto: Cuambe, 2003).<br />

71


1.4.1. Metodologia<br />

Para tal, foram realizados cruzamentos intra-especificos no Posto agronômico de<br />

Nampula envolvendo variedades locais (12), introduzidas do IITA (1), KARI (4) e clones<br />

elites (13). A selecção dos parentes foi baseada na distancia genética com RAPD-ADN<br />

fingerprinting (Anabela, 1998), tolerância ao CBSD, resistência ao CMD, boa qualidade<br />

da raiz (alta matéria seca, qualidade culinária, baixo teor HCN) e precocidade.<br />

1.4.2. Resultados<br />

Na campanha 2005/06, cerca de 38563 sementes foram produzidas, sendo 35193<br />

sementes Half-sib e 3370 Full-sib (Tabela 1). Para tornar eficiente a selecção para as<br />

doenças, as progênies resultantes vão seguir a nova estratégia de melhoramento<br />

participativo (Anexo 1), a decorrer em locais com considerável nível de incidência das<br />

doenças.<br />

Portanto, na campanha 2005/06, disponibilizou para avaliação semente para Estação<br />

<strong>Agrária</strong> de Umbeluzi (2153 sementes), Posto Agronômico de Nampula (PAN –22913<br />

sementes, Campo Experimental de Mogincual – com cerca de 3308 sementes) e Tanzania<br />

(2153 sementes ).<br />

Dados de semente proveniente dos cruzamentos de pais conhecidos ( full – sib ) campanha 2005/2006<br />

Mãe Pai Nº semente<br />

Mocuba Mulaleia 23<br />

Mocuba Mz 89186 5<br />

Mocuba Tms 30001 17<br />

Mocuba Macia 1 33<br />

Mocuba Nxino Nkole 5<br />

1 83<br />

Baadge Tms 30001 6<br />

Mz 89186 Macia 1 186<br />

Mz 89186 Tms 30001 170<br />

Mz 89186 Mz 89001 69<br />

Mz 89186 Mulaleia 40<br />

Mz 89186 Mz89186 24<br />

72


Mz 89186 Nxino Nkole 8<br />

2 503<br />

Mulaleia Mz 89001 27<br />

Mulaleia Macia1 34<br />

Mulaleia Tms 30001 17<br />

Mulaleia Nxino Nkole 8<br />

Mulaleia Maz 89186 7<br />

Mulaleia T24 2065 11<br />

3 104<br />

Likonde Pan 78 6<br />

Likonde Tms 30001 18<br />

Likonde Macia 1 16<br />

Likonde Mz 89001 6<br />

Likonde Mz 89186 3<br />

49<br />

Macia 1 Mz 89186 74<br />

Macia 1 Mz 89001 33<br />

Macia 1 Macia1 38<br />

Macia 1 Tms 30001 62<br />

4 207<br />

Munhaça Mz 89001 40<br />

Munhaça Macia 1 60<br />

Munhaça Tms 30001 75<br />

Munhaça Mz 89186 29<br />

Munhaça Mulaleia 2<br />

5 206<br />

Nachinhaya Mz 89186 16<br />

Nachinhaya Nxino Nkole 26<br />

Nachinhaya Mz 89001 40<br />

Nachinhaya Macia 1 46<br />

Nachinhaya Tms 30001 80<br />

6 208<br />

Pan 78 Tms 30001 1<br />

Pan 78 Mz 89001 7<br />

Pan 78 T30 1651 4<br />

Pan 78 Mz 89186 4<br />

Pan 78 Pan 78 27<br />

7 43<br />

Tms 30001 Tms 30001 40<br />

Tms 30001 Nxino Nkole 7<br />

Tms 30001 Munhaça 4<br />

Tms 30001 Mz 89001 12<br />

Tms 30001 Mulaleia 8<br />

8 71<br />

Mz 89001 Macia 1 170<br />

Mz 89001 Mz 89186 86<br />

73


Mz 89001 Mz 89001 78<br />

Mz 89001 Tms 30001 242<br />

Mz 89001 Mulaleia 114<br />

Mz 89001 Imm 30025 120<br />

Mz 89001 Nxino Nkole 14<br />

9 824<br />

Nxino Nkole Mz 89186 4<br />

Nxino Nkole Macia1 6<br />

Nxino Nkole Nxino Nkole 202<br />

Nxino Nkole Mz 89001 45<br />

10 257<br />

K. Máfia Mz 89001 13<br />

K. Máfia Mz 89186 2<br />

K. Máfia Tms 30001 24<br />

11 39<br />

Mz 89192 Mz 89001 9<br />

Mz 89192 Nxino Nkole 8<br />

Mz 89192 Tms 30001 12<br />

13 29<br />

Muk. Moy Mz 89186 29<br />

Muk. Moy Tms 30001 12<br />

Muk. Moy Mulaleia 2<br />

Muk. Moy Mz 89001 2<br />

14 45<br />

T30 1832 Mz 89192 12<br />

T30 1832 Mz 89186 4<br />

T30 1832 Munhaça 24<br />

T30 1832 Nxino Nkole 23<br />

T30 1832 T30 1832 17<br />

T30 1832 T30 1651 14<br />

15 94<br />

Imm 30025 Tms 30001 227<br />

Imm 30025 Mz 89001 129<br />

Imm 30025 Mz 89186 16<br />

Imm 30025 Mz 89192 52<br />

Imm 30025 Mulaleia 67<br />

Imm 30025 Macia 1 70<br />

16 561<br />

T6 T30 1832 5<br />

T6 T6 6<br />

T27 1817 T27 1817 17<br />

Munamuhula Pan 78 7<br />

T12 1600 T12 1600 12<br />

Total # ############### 3 370<br />

dividido / 2 1 685<br />

74


LISTA TOTAL DE SEMENTE PROVENIÊNTE PAIS DESCONHEC. ( half – sib ou OP ) DOS BLOC<br />

Distribuicao de semente Con<br />

Ord. Parente Snte prod. Tanz Umbl. Mogl PAN<br />

1 Imm 30025 6933 831,96 831,96 554,64 3119,85 5338<br />

2 K. Máfia 3007 360,84 360,84 240,56 1353,15 2315<br />

3 Mz 89001 4615 553,8 553,8 369,2 2076,75 3553<br />

4 Likonde 1038 155,7 467,1 622,<br />

5 Muk. Mohevia 278 33,36 33,36 22,24 125,1 214,0<br />

6 T201865 33 3,96 3,96 4,95 14,85 27,72<br />

7 Munhaça 437 52,44 52,44 34,96 196,65 336,4<br />

8 Mz 89192 1213 181,95 545,85 727,<br />

9 Lml/97/28 158 23,7 71,1 94,8<br />

10 Mulaleia 2852 427,8 2424,2 2852<br />

11 Munamuhula 259 259 259<br />

12 Munhaça 288 43,2 129,6 172,<br />

13 PAN 78 280 42 126 168<br />

14 Lml/97/461 1886 1131,6 1131<br />

15 Nxino Nkole 737 88,44 88,44 58,96 331,65 567,4<br />

16 Tms 30001 1906 228,72 228,72 152,48 857,7 1467<br />

17 Mz 89186 3219 3219 3219<br />

18 Nachinhaya 1081 1081 1081<br />

19 Macia 1 2974 2974 2974<br />

20 Lml/2000/1833 328 49,2 147,6 196,<br />

21 Lml/2000/2308 110 16,5 49,5 66<br />

22 Mz89186 3244 486,6 1459,8 1946<br />

23 T27 1817 129 19,35 58,05 77,4<br />

24 T12 1600 17 2,55 7,65 10,2<br />

25 T301651 41 6,15 18,45 24,6<br />

26 T12 1954 164 24,6 73,8 98,4<br />

27 T6 338 50,7 152,1 202,<br />

28 T18(2X2) 3 0,45 1,35 1,8<br />

29 Mocuba 537 80,55 241,65 322,2<br />

30 Baadge 458 458 458<br />

##### TOTAL 38.563 2153,5 2153,5 3308 22913,1 3052<br />

1.5. Avaliacao de semente “seedling” de mandioca<br />

Na campanha 2005/06, foi montado um campo de ensaio de avaliação de sementes em<br />

Mogincual – alta incidência. Para este ensaio somente foram feitas algumas observações<br />

de pragas e donças da parte foliar aos 1, 3 e 6 meses depois de plantação, ficando ainda<br />

por colher as raízes para avaliar a doença ( CBSD ) e matéria seca.<br />

75


1.5.1. Metodologia<br />

A avaliação teve como base os seguintes critérios:<br />

− Observações e marcações feitas (1º, 3º e 6º m.d.p) aos individuos com sintomas<br />

de CBSD e CMD na parte aérea,<br />

− São outros dados por colher:<br />

− presença de sintomas de CBSD raíz no momento da colheita, através de cortes em<br />

todas as raízes,<br />

− Alta incidência de outras pragas e doenças,<br />

− Arquitectura e vigor da planta,<br />

− Numero de tubérculos por individuo.<br />

1.6. Avaliação clonal<br />

Na campanha 2005/06, estabeleceu-se ensaios de avaliação clonal em dois locais de<br />

incidência da podridão: PAN - baixa incidência (269 clones) e Mogincual – média a alta<br />

incidência (370 clones). Esta avaliação teve como objectivo avaliar e seleccionar clones<br />

com tolerância ou resistência a CBSD e CMD. <strong>De</strong> referir que, o maior número de<br />

familias avaliadas verificou-se em Mogincual .<br />

1.6.1. Metodologia<br />

Os ensaios com duração de um ano foram estabelecidos no campo experimental do Posto<br />

Agronómico de Nampula (localizado no municipio de Nampula) e no campo<br />

experimental de Mogincual (localizado no distrito de Mogincual) .<br />

1.6.1.1. Implantação do ensaio<br />

Esta avaliaçaão foi feita obdecendo um desenho simples, três repetições, onde somente<br />

foram repetido as famílias, com um compasso de 1x1m e com os tratamentos dispostos<br />

em linhas simples de cinco (5) plantas. O número de tratamentos variou de local para<br />

local, dependendo da taxa de selecção na fase anterior.<br />

1.6.1.2. Critério de avaliação e selecção<br />

76


Nestes ensaios, a selecção de clones na altura de colheita das raízes será feita com<br />

participação do sector familiar e DDA´s. O critério de observação de parte aerea baseou -<br />

se em:<br />

− Observações e marcações feitas (1º, 3º e 6º m.d.p) aos individuos com sintomas<br />

de CBSD e CMD,<br />

− Presença de sintomas de CBSD na raiz no momento da colheita, através de cortes<br />

longitudinais em todas as raízes,<br />

− Alta incidência de outras pragas e doenças,<br />

− Arquitectura da planta (qualidade do material vegetativo) e altura da 1ª<br />

ramificação, e<br />

− Rendimento.<br />

1.6.1.3. Analise de dados<br />

Os dados obtidos serao analisados no pacote estatístico SAS (SAS for windows V.8),<br />

para análise descritiva dos tratamentos, para selecção de clones com características<br />

desejadas.<br />

1.7. Ensaio Preliminar de Rendimento<br />

Na campanha 2005/06, estabeleceu-se três ensaios de avaliação preliminar de rendimento<br />

em três zonas: PAN - baixa incidência (um ensaio com 98 clones), Mutuáli (um ensaio<br />

com 19 clones), e Mogincual – alta incidência (um ensaio com 85 clones). Esta<br />

avaliação teve como objectivo avaliar e seleccionar clones, proveniente da selecção F1 de<br />

2004, com tolerância ou resistência a CBSD, CMD e com rendimento aceitável.<br />

1.7.1. Metodologia<br />

Os ensaios com duração de um ano foram estabelecidos no campo experimental do Posto<br />

Agronómico de Nampula (localizado no municipio de Nampula), na sub-estação de<br />

Mogincual (localizado no distrito de Mogincual) e na sub-estação de Mutuali (localizada<br />

no distrito de Mutuali).<br />

1.7.1.1. Metodologia e implantação do ensaio<br />

Os ensaios foram implantados no primeiro trimestre de 2005 e o de Mutuali foi<br />

implantado no quarto trimestre de <strong>De</strong>zembro 2004, com delineamento de blocos<br />

77


completos casualizados, com 2 repetições (nos três locais), 48 tratamentos no PAN, 85<br />

tratamentos em Mogincual e 19 em Mutuali. Portanto, como uma forma de obter mais<br />

informações sobre o CBSD e resposta à sua adaptabilidade específica, dai a razão de<br />

implantação de mais replicas. Estes ensaios obdeceram a um compasso de 1x1m, as<br />

repetições espaçadas a 2m e, com uma variedade susceptível colocada, em volta de cada<br />

repetição, como bordadura e/ou inóculo.<br />

1.7.1.2. Critério de avaliação e selecção<br />

A avaliação foi feita através de observações durante 3 o , 6 o mês depois de plantação.<br />

Foram colhidos dados sobre incidência e severidade da CBSD e mosaico nas folhas asim<br />

como pragas ( cochonhilha e acaros ), entre outras pragas e doenças; e serao recolhidos<br />

alguns dados agronômicos na colheita, tais como: rendimento da raiz (comercial e não<br />

comercial). A selecção de clones contará com a participação de camponeses, seguindo<br />

sempre dos seguintes critérios em:<br />

− Observações e marcações feitas (3º, 6º depois do plantio e colheita) aos<br />

individuos com sintomas de CBSD e CMD na parte aérea,<br />

− Presença de necroses na raíz no momento da colheita, através de cortes<br />

longitudinais em todas as raízes,<br />

− Alta incidência de outras pragas e doenças,<br />

− Arquitectura da planta (qualidade do material vegetativo) e altura da 1ª<br />

ramificação, e<br />

− Rendimento.<br />

1.7.1.3. Analise de dados<br />

Os dados obtidos serao analisados no pacote estatístico SAS (SAS for windows V.8),<br />

para análise de variância e comparação de medias das variedades, utilizando o teste de<br />

Duncan a 5% de probabilidade, para selecção de clones superiores .<br />

1.7.2. Resultados<br />

A selecção dos clones basear – se - ao, principalmente, na sua tolerância ao CBSD e<br />

CMD nas folhas e necroses na raiz, seguido do rendimento e arquitetura da planta..<br />

78


1.8. Ensaio Avançado de Rendimento<br />

Na campanha 2005/06, foram estabelecidos 3 ensaios de avaliação avançada de<br />

rendimento em diferentes locais agroecologicas: PAN - (19 clones), Mocuba (18 clones)<br />

e Mutuali (5 clones). Esta avaliação teve como objectivo avaliar e seleccionar clones com<br />

rendimento e materia seca aceitável, tendo em conta a tolerância ou resistência a CBSD,<br />

CMD, cochonilha, acaros e outros.<br />

1.8.1.1.1. Implantação e metodologia do ensaio<br />

O ensaio de Mutuál foi implantado na altuma semana de <strong>De</strong>zembro de 2004, com<br />

delineamento de blocos completos casualizados, com 3 repetições :<br />

O plantio foi realizado utilizando estacas de 25 cm de comprimento. O ensaio foi<br />

conduzido em regime de sequeiro, sem nenhuma adubação ou tratamento químico. Foram<br />

usados talhões de 2m x 10 m por variedade e cada talhão tinha 20 m 2 como área útil, com<br />

compasso de 1 x 1 m.<br />

1.8.1.1.2. Critério de avaliação e selecção<br />

A avaliação foi feita através de observações durante 3 o , 6 o mês d.p. Foram colhidos<br />

dados sobre incidência e severidade da CBSD e mosaico nas folhas, entre outras pragas e<br />

doenças; também serao colhidos alguns dados agronômicos na colheita, tais como:<br />

rendimento da raiz (comercial e não comercial), biomassa, cor da polpa, sabor da folha,<br />

fresco e cozido da raiz, asim como, materia seca. A selecção de clones será feita com<br />

participação de camponeses, DDA, e ONG,s. O critério de selecção basear – se - a em:<br />

− Observações 12º meses depois do plantio e colheita aos individuos com sintomas<br />

de CBSD e CMD na parte aérea,<br />

− Presença de necroses na raíz no momento da colheita, através de cortes<br />

longitudinais em todas as raízes,<br />

− Alta incidência de outras pragas e doenças,<br />

− Rendimento,<br />

− Qualidade da folha no consumo,<br />

− Sabor fresco e cozido da raiz,<br />

− Tempo de cozedura,<br />

− Ordem de preferência do camponês.<br />

79


1.8.1.1.3. Analise de dados<br />

Os dados obtidos serao analisados no pacote estatístico SAS (SAS for windows V.8),<br />

para analise de variância e comparação de medias das variedades, utilizando o teste de<br />

Duncan a 5% de probabilidade, para selecção de clones promissores.<br />

1.8.1.2. Resultados<br />

A seleção dos clones basear – se - a na sua tolerância/resistência ao CBSD e ao mosaico<br />

africano. Assim, serao encontrados pelo menos 3 clones promissores considerados<br />

tolerantes/resistentes ao CBSD e ao mosaico africano e com bons rendimentos. <strong>De</strong> referir<br />

que, da avaliação a fazer com a participação dos camponeses serao seleccionados clones<br />

considerados por estes como tendo melhores características desejadas.<br />

1.8. Ensaio Uniforme de Rendimento<br />

Na campanha 2005/06, foram estabelecidos 2 ensaios de avaliação uniforme de<br />

rendimento em dois diferentes locais agroecologicas: PAN - ( 7 clones) e Mocuba ( 7<br />

clones). Esta avaliação teve como objectivo avaliar e seleccionar clones com rendimento<br />

e materia seca aceitável, tendo em conta a tolerância ou resistência a CBSD, CMD,<br />

cochonilha, acaros e outros.<br />

1.8.1.1.1. Implantação e metodologia do ensaio<br />

O ensaio de Mutuál foi implantado na primeira semana de Janeiro de 2006, com<br />

delineamento de blocos completos casualizados, com 3 repetições :<br />

O plantio foi realizado utilizando estacas de 25 cm de comprimento. O ensaio foi<br />

conduzido em regime de sequeiro, sem nenhuma adubação ou tratamento químico. Foram<br />

usados talhões de 2m x 10 m por variedade e cada talhão tinha 20 m 2 como área útil, com<br />

compasso de 1 x 1 m.<br />

1.8.1.1.2. Critério de avaliação e selecção<br />

A avaliação foi feita através de observações durante 3 o , 6 o mês d.p. Foram colhidos<br />

dados sobre incidência e severidade da CBSD e mosaico nas folhas, entre outras pragas e<br />

doenças; também serao colhidos alguns dados agronômicos na colheita, tais como:<br />

rendimento da raiz (comercial e não comercial), biomassa, cor da polpa, sabor da folha,<br />

80


fresco e cozido da raiz, asim como, materia seca. A selecção de clones será feita com<br />

participação de camponeses, DDA, e ONG,s. O critério de selecção basear – se - a em:<br />

− Observações 12º meses depois do plantio e colheita aos individuos com sintomas<br />

de CBSD e CMD na parte aérea,<br />

− Presença de necroses na raíz no momento da colheita, através de cortes<br />

longitudinais em todas as raízes,<br />

− Alta incidência de outras pragas e doenças,<br />

− Rendimento,<br />

− Qualidade da folha no consumo,<br />

− Sabor fresco e cozido da raiz,<br />

− Tempo de cozedura,<br />

− Ordem de preferência do camponês.<br />

1.8.1.1.3. Analise de dados<br />

Os dados obtidos serao analisados no pacote estatístico SAS (SAS for windows V.8),<br />

para analise de variância e comparação de medias das variedades, utilizando o teste de<br />

Duncan a 5% de probabilidade, para selecção de clones promissores.<br />

1.8.1.2. Resultados<br />

A seleção dos clones basear – se - a na sua tolerância/resistência ao CBSD e ao mosaico<br />

africano. Assim, serao encontrados pelo menos 3 clones promissores considerados<br />

tolerantes/resistentes ao CBSD e ao mosaico africano e com bons rendimentos. <strong>De</strong> referir<br />

que, da avaliação a fazer com a participação dos camponeses serao seleccionados clones<br />

considerados por estes como tendo melhores características desejadas.<br />

3. Ensaio de Blocos de observação<br />

Na campanha 2005/06, estabeleceu-se um ensaio de blocos de observação de variedades<br />

de mandioca, em Mogincual. Esta avaliação teve como objectivo: fazer a monitoria da<br />

podridão (CBSD) e a prevalência desta cinco anos subsequentes de 4 variedades de<br />

mandioca (Nkwaha, TMS42025, TMS 30395, Mz89192 ) previamente seleccionadas e<br />

comparar o nível de incidência destas doenças.<br />

3.1. Metodologia<br />

O ensaio com duração de cinco anos foi estabelecido no campo experimental de<br />

mandioca do Distrito de Mogincual.<br />

81


3.1.1. Implantação do ensaio<br />

O ensaio foi reimplantado na primeira semana de Janeiro de 2006, com delineamento de<br />

blocos subdivididos, com 3 blocos/repetições, com dois factores considerados como anos<br />

(sendo o 1º ano constituido de variedades que foram trazidas do PAN sem infecção, 5º<br />

ano constituido de variedades que estão no local desde 2002 e 4º ano constituido de<br />

variedades que estão no local de avaliação desde de 2003, 3º ano constituido de<br />

variedades que estão no local desde 2004 e 2º ano constituido de variedades que estão no<br />

local de avaliação desde de 2005) e 4variedades, sendo:<br />

- 1 variedade local tolerante ao CBSD e susceptível ao mosaico africano<br />

(Nikwaha – de Nampula),<br />

- 1 variedade melhoradas do INIA tolerante ao mosaico africano e CBSD -<br />

Umbelúzi ( Mz89192),<br />

- 2 variedades melhoradas do IITA susceptíveis ao CBSD e tolerantes ao<br />

mosaico africano (TMS 30395 e TMS 42025),<br />

- 1 variedade local de Mogincual susceptível ao CBSD e ao mosaico africano<br />

(Tomo),<br />

O plantio foi realizado utilizando estacas de 25 cm de comprimento. Na área foi feita<br />

lavoura manual. O ensaio conduzido em regime de sequeiro, sem nenhuma adubação ou<br />

tratamento químico. Foram usados talhões de 1 x 1 m por variedade e cada talhão tem<br />

cerca de 10 m2 como área útil, com compasso de 1 x 1 m.<br />

3.1.2. Critério de avaliação<br />

A avaliação foi feita através de observações durante 3 o , 6 o mês e na colheita. Serao<br />

colhidos dados sobre incidência e severidade da CBSD e mosaico africano nas folhas,<br />

necroses de CBSD na raiz, entre outras pragas e doenças; e alguns dados agronômicos na<br />

colheita, tais como: rendimento da raiz (comercial e não comercial) e cor da polpa.<br />

3.1.3. Analise de dados<br />

Os dados obtidos serao analisados no pacote estatístico SAS, para análise de variância e<br />

comparação de médias dos tratamentos/variedades, utilizando o teste de Duncan a 5% de<br />

82


probabilidade. <strong>De</strong> referir que, foi feita análise geral, dos primeiros três anos dests<br />

pesquisa conduzida em Mogincual.<br />

4.2. Resultados<br />

MATERIAL VEGETATIVO DE MANDIOCA DISTRIBUÍDO NA CAMPANHA 2005/2006<br />

Origem do material Total de hastes distribuídas <strong>De</strong>stino<br />

PAN 177.000<br />

NACALA VELHA 27.117<br />

MEMBA 25.245<br />

ILHA DE MOÇAMBIQUE 20.000<br />

MURRUPULA 12.000<br />

Total 261.362<br />

83<br />

Nampula<br />

&<br />

Cabo<br />

<strong>De</strong>lgado<br />

Total de famílias<br />

beneficiadas (estimativa)<br />

10.454,00<br />

5. Actividades em implementação na campanha 2006/07.<br />

Nr. Actividade<br />

Genótipos Local<br />

ensaios Melhoramento de mandioca<br />

1 Banco de germoplasma<br />

60 PAN e<br />

- Aumentar a variabilidade genética de<br />

mandioca<br />

variedades Mocuba<br />

2 Campo de manutenção de variedades<br />

8 PAN,<br />

- Colecção de variedades para estudos<br />

Mogincual,<br />

correntes e futuros<br />

variedades Mocuba<br />

1 Blocos de cruzamento de variedades<br />

32 PAN<br />

- <strong>De</strong>senvolvimento de variedades de mandioca<br />

para resistência a CBSD e CMD.<br />

variedades<br />

1 Bloco de cruzamennto de clones de polpa<br />

amarela<br />

9 clones PAN<br />

- <strong>De</strong>senvolvimento de variedades de mandioca<br />

para resistência a CBSD e CMD com polpa<br />

amarela.<br />

2 Avaliação de Semente de mandioca half-sib<br />

(Seedling)<br />

- Seleção de indivíduos resistentes/tolerante a<br />

pragas e doenças<br />

1 Avaliação de Semente de mandioca full-sib<br />

(Seedling)<br />

2 Avaliação de hereditabilidade de caráteres<br />

- Estudo de heritabilidade de caráteres na<br />

mandioca<br />

5 Avaliação clonal de mandioca<br />

- Seleção de clones resistentes/tolerante a<br />

PAN<br />

Mogincual ,<br />

Umbelúzi<br />

Mogincual<br />

Mogincual<br />

(635 clones)<br />

Mogincual


pragas e doenças<br />

5 Avaliação preliminar de rendimento<br />

- Avaliação e selecção de clones<br />

resistentes/tolerantes a CBSD e CMD<br />

3 Avaliação avançada de rendimento<br />

- Avaliação e selecção de clones quanto a<br />

resistencia/tolerancia a CBSD e CMD,<br />

incluindo rendimento<br />

1 Avaliação Mother<br />

- Avaliação e selecção participativa de clones<br />

quanto a resistencia/tolerancia a CBSD e<br />

CMD, incluindo rendimento<br />

1 Avaliação de épocas de colheita<br />

- Seleccionar a melhor época de colheita de<br />

cada variedade/clone que foi seleccionada<br />

no ensaio avançado de rendimento e no<br />

Mather<br />

25<br />

Avaliação na machamba do camponês<br />

16 Avaliação de aceitabilidade de variedades<br />

promissoras de mandioca na machamba do<br />

camponês<br />

- Avaliar a aceitabilidade das variedades<br />

promissoras, em processo de libertação, nas<br />

condições de cultivo e alimentar do<br />

camponês.<br />

84<br />

11 clones PAN<br />

19<br />

variedades<br />

PAN e<br />

Mogincual<br />

PAN,<br />

Mogincual<br />

Mogincual,<br />

Angoche,


Anexo 1. Esquema de melhoramento da mandioca para a cultura da mandioca<br />

Fonte: Programa Nacional de Raízes e Tubérculos, 2004<br />

85


Anexo 2. Acessos de mandioca estabelecidos no Banco de germoplasma e colecção<br />

activa do PAN<br />

Nº Entradas/acessos Origem Tipo de Susceptibilidade<br />

genótipo (podridão radicular)<br />

Parte<br />

aerea<br />

Tubérculo<br />

1 IMM (MZ) 30025 Nampula Melhorada Em estudo Em estudo<br />

2 Tomo Nampula-corrane Local Susceptivel Susceptivel<br />

3 Bwana Nampula Local Susceptivel Susceptivel<br />

4 H Melo Nampula Local Em estudo Em estudo<br />

5 Munamwahula Nampula Local Em estudo Em estudo<br />

6 Precoce d´Ángola Angola Local Em estudo Em estudo<br />

7 MZ 89105 Umbeluzi Melhorada Susceptivel Susceptivel<br />

8 Nikwaha Nampula Local Susceptivel Torelante<br />

9 Fernando Pó Nampula Local Torelante Susceptivel<br />

10 MZ 89186 Umbeluzi Melhorada Torelante Tolerante<br />

11 Namuhiripwe Nampula Local Em estudo Em estudo<br />

12 TMS 42025 IITA Melhorada Susceptivel Susceptivel<br />

13 TMS 30001 IITA Melhorada Em estudo Em estudo<br />

14 Macia 1 Gaza Local Em estudo Em estudo<br />

15 MZ 89192 Umbeluzi Melhorada Em estudo Em estudo<br />

16 TMS 30395 IITA Melhorada Susceptivel Susceptivel<br />

17 Gangassol Maputo Local Susceptivel Susceptivel<br />

18 MZ 89001 Umbeluzi Melhorada Tolerante Tolerante<br />

19 Chinhembwe Gaza Local Susceptivel Susceptivel<br />

20 Musito Gaza Local Susceptivel Susceptivel<br />

21 Macia 2 Gaza Local Em estudo Em estudo<br />

22 Kigoma Máfia Cabo <strong>De</strong>lgado -<br />

Palma<br />

Local Tolerante Tolerante<br />

23 Likonde Cabo <strong>De</strong>lgado Local Em estudo Em estudo<br />

24 Xinkole ou Xino<br />

n’goe<br />

Cabo <strong>De</strong>lgado Local Em estudo Em estudo<br />

25 Binte Massute Cabo <strong>De</strong>lgado -<br />

Palma<br />

Local Tolerante Tolerante<br />

26 Nachinyaia Cabo <strong>De</strong>lgado -<br />

Palma<br />

Local Susceptivel Tolerante<br />

27 Lipemba Cabo <strong>De</strong>lgado -<br />

Palma<br />

Local Em estudo Em estudo<br />

28 N´xinumba Cabo <strong>De</strong>lgado -<br />

Palma<br />

Local Em estudo Em estudo<br />

29 Baadge Cabo <strong>De</strong>lgado -<br />

Palma<br />

Local Em estudo Em estudo<br />

30 Mulaleia Namacurra –<br />

Zambézia<br />

Local Susceptivel Tolerante<br />

31 Mocuba Zambézia Local Em estudo Em estudo<br />

32 Mocuba 2 Zambézia - Local Em estudo Em estudo<br />

86


33 M´parapato<br />

Morrumbala<br />

Namacurra -<br />

Zambézia<br />

Local Em estudo Em estudo<br />

34 Thorola Alua- Nampula Local Em estudo Em estudo<br />

35 Mukhudo<br />

moyeviha<br />

Zambézia Local Em estudo Em estudo<br />

36 Nivalapwa Alua- Nampula Local Em estudo Em estudo<br />

37 Nottele Nampula Local Em estudo Em estudo<br />

38 Pwapwa Caramacha- Local Em estudo Em estudo<br />

Nampula<br />

39 Xitaxe C. <strong>De</strong>lgado Local Em estudo Em estudo<br />

40 Munhaca Inhambane local Susceptivel Susceptivel<br />

41 Xumo C. <strong>De</strong>lgado Local Em estudo Em estudo<br />

42 Nkhalali Nampula - Memba Local Em estudo Em estudo<br />

43 Nhanga 1 C. <strong>De</strong>lgado -<br />

Mueda<br />

Local Em estudo Em estudo<br />

45 Nhanga 2 C. <strong>De</strong>lgado -<br />

Mueda<br />

Local Em estudo Em estudo<br />

46 Mwento waloya C. <strong>De</strong>lgado - Palma Local Em estudo Em estudo<br />

47 Daude Zambézia -<br />

Morrumbala<br />

Local Em estudo Em estudo<br />

48 M’mirowa Zambézia -<br />

Morrumbala<br />

Local Em estudo Em estudo<br />

49 Mattuvi Nampula Local Em estudo Em estudo<br />

50 Nacalaca/Nacalça Zambézia - Local Em estudo Em estudo<br />

Milange<br />

51 Capinche Nampula Local Em estudo Em estudo<br />

52 Guerra Abiba Nampula Local Em estudo Em estudo<br />

53 Nivalapwa Nampula - Memba Local Em estudo Em estudo<br />

54 Mwaya Nampula Local Em estudo Em estudo<br />

55 Guerra<br />

N’ttokoma<br />

Nampula - Lumbo Local Em estudo Em estudo<br />

56 Zimbabwe Nampula -<br />

Mogincual<br />

Local Em estudo Em estudo<br />

57 Kokoro Nampula -<br />

Mossuril<br />

Local Em estudo Em estudo<br />

58 M’pakwa Nampula -<br />

Mogincual<br />

Local Em estudo Em estudo<br />

59 Nakonko Nampula - Local Em estudo Em estudo<br />

Mossuril<br />

60 Murwe m´mulye Nampula - Muecate Local Susceptível<br />

Nota: as variedades que estão em estudo encontram-se em avaliação nos distritos<br />

Monguical, Muecate e Nacala –a – velha (zonas de média e alta incidência do listrado<br />

acastanhado da mandioca)<br />

87


Introdução<br />

2.2 LABORATÓRIO PROVINCIAL DE VETERINÁRIA<br />

O presente relatório, reflecte actividades realizadas durante o período de 2 Janeiro a 20 de<br />

<strong>De</strong>zembro de 2006 o qual foi caracterizado por um baixo volume de trabalho em<br />

comparação ao ano anterior devido ao desembolso irregular e exiguidade dos fundos para<br />

o funcionamento e realização das actividades programadas.<br />

<strong>De</strong> forma geral os resultados alcançados foram satisfatórios, apesar dos constrangimentos<br />

que tiveram lugar ao longo do ano tais como:<br />

Pouca recepção de amostras provenientes dos Distritos bem como as poucas saídas<br />

efectuadas para o campo.<br />

A Execução Financeira Durante o Período foi a Seguinte:<br />

Fundo do Funcionamento: Foi aprovado para o LPV um fundo no valor de 257.495,00<br />

Mtn para o ano de 2006, tendo sido disponibilizado 254.476,49 Mtn distribuído de<br />

seguinte forma:<br />

Primeiro desembolso 51.508,88 Mtn;<br />

Segundo desembolso 65.082,00 Mtn;<br />

Terceiro desembolso 63.595,53 Mtn;<br />

Quarto desembolso 74.290,08 Mtn.<br />

<strong>De</strong> referir que este desembolso foi apenas para o Primeiro, terceiro e quarto trimestre,<br />

sendo assim o segundo trimestre não houve desembolso do fundo para execução das<br />

actividades; mais também tivemos um reforço de 33.551,17 Mtn para uso de despesas<br />

corrente.<br />

88


Nº de<br />

Ordem<br />

Quadro Pessoal do Laboratório<br />

Nome Completo Categoria Função Local de<br />

Trabalho<br />

1 Aurora B.Paulo Messa Téc.<br />

Sup.Agrop.Pescas<br />

2 Teresinha Atanásio Téc. Profissional<br />

Agrop.Pescas<br />

3 Eduardo Albino Nhantse Téc. Profissional<br />

Agro-pecuário<br />

4 Emílio Vesta Auxiliar<br />

Administrativo<br />

89<br />

Téc.e Chefe do<br />

Laboratório<br />

LPV<br />

Téc.do Laboratório LPV<br />

Téc.do Laboratório LPV<br />

Motorista LPV<br />

5 Eugénia Bernardo Assistente Técnica Servente LPV<br />

Actividades Realizadas<br />

• Actividades de rotina: Processamento e Diagnóstico de amostras recebidas e<br />

colhidas no sector Familiar e Privado.<br />

• Diagnostico de Hemoparasitas, Parasitas Gastrointestinais e Brucelose bovina.<br />

• Diagnóstico de Raiva<br />

• Estudo da Distribuição da Carraça na Província<br />

• Monitoria da situação sanitária nos Distritos<br />

Actividades Não Realizadas<br />

• <strong>De</strong>senvolvimento e estabelecimento de técnicas de controle de doenças animais<br />

• Estudo de diferentes sistemas de produção de aves com ênfase para o sector<br />

familiar<br />

• Cursos de reciclagem para técnicos do Laboratório


• Estudar zoonoses<br />

Visita do Campo<br />

• No âmbito das actividades programadas para o corrente ano, o LPV realizou<br />

visitas aos Distritos de Mogovolas, Meconta, Angoche, Monapo, Ilha de<br />

<strong>Moçambique</strong>, Ribáué Nacarôa Mogincual, Nacala Porto e Moma no âmbito de<br />

colheitas de Carraças, Fezes, e Esfregaços de Sangue para o seguinte objectivo:<br />

• Realizar o Diagnostico de Hemoparasitas, Parasitas Gastrointestinais em bovinos<br />

• Realizar o estudo da Distribuição da Carraça na Província.<br />

• Monitoria da situação sanitária nos Distritos com mortalidade de animais.<br />

• Acompanhamento de surtos de doença.<br />

• No geral as actividades tiveram mais ênfase nas espécies bovina e caprina.<br />

Participação em Reuniões e Seminários-Conferências<br />

� Participação dos técnicos do Laboratório nas reuniões de planificações e<br />

coordenação com o CZ-Nordeste;<br />

� Participação de um técnico do Laboratório no curso de formação sobre a Mosca<br />

de tsé-tsé realizado na Província de Cabo <strong>De</strong>lgado em Junho de 2006;<br />

� Participação dos técnicos do Laboratório no curso de reciclagem sobre a Gripe<br />

aviar realizado na Província de Maputo em Setembro de 2006 e<br />

� Participação de um técnico do Laboratório no curso de Peste Suína africana<br />

realizado na Província de Manica <strong>De</strong>zembro de 2006.<br />

Visitas Recebidas<br />

Durante o ano de 2006 recebemos e acompanhamos no terreno as visitas provenientes do<br />

DCA seguintes:<br />

� Visita da Dra. Alsácia e Dr. Roberto consultor brasileiro dia 07 de Março 2006;<br />

� Visita da Dra. Helena Matausse no âmbito de controlo de qualidade dos<br />

alimentos;<br />

� Visita da Dra. Belmira Mata no âmbito de controlo e monitoria da doença de<br />

Newcastle em Angoche nos dias 05 a 10 de Novembro 2006; e<br />

� Visita do Dra. Paula T.Dias no âmbito do controle da Raiva entre os dias 26 de<br />

Novembro a 01 de <strong>De</strong>zembro de 2006.<br />

90


Diagnóstico - Anatomía Patológica<br />

Sector<br />

Produção<br />

Distrito Local Material Resultado<br />

Manuel M Rapale Montes 1 Peru doente Septicemia<br />

Ferreira<br />

Nairruco sacrificado<br />

s 1 Peru doente Negativo a diagnostico da doença<br />

de Newcastle<br />

Alberto Murrupula Murrupu Vísceras de um Infecção bacteriana<br />

Vaquina<br />

la bovino morto<br />

Sr. Alsido Nampula Muahivi Um franco morto Pneumonia aguda<br />

Lopes<br />

re<br />

Manuel Ambari Nampula Zona Corno de amon e Negativo a Raiva<br />

Cimento bulbo raquideo de 1<br />

canino sacrificado<br />

Sr. Lima Nampula Cidade Vísceras de 1 galinha<br />

doente e sacrificado<br />

Negativo a Newcastle<br />

Sr. Taipo Angoche Angoch Vísceras de um Septicemia<br />

e bovino<br />

Anne Ovarense Unidade sede Costras de um Cavalo Negativo a Pesquisa de Ascaros de<br />

Leiteira<br />

doente<br />

sarna<br />

Isidro Ali Nampula Napipin Um frango doente Negativo a Newcastle<br />

Assane<br />

e<br />

<strong>De</strong>sconhecido Nampula Mutaun Corno de amon e Raiva<br />

ha bulbo raquideo de 1<br />

canino vadio<br />

sacrificado<br />

Gani Comercial Meconta 7 de 3 Frascos de carraças Rhipicephalus evertsi 34 fêmeas<br />

Abril de bovinos<br />

33 machos; Rhipicephalus spp 9<br />

fêmeas; Rhipicephalus<br />

(Boophilus) micro plus 1 fêmea e<br />

2 machos; Rhipicephalus<br />

(Boophilus) spp 4 fêmeas<br />

4 Frascos de carraças Rhipicephalus (Boophilus) spp 12<br />

Francisco Nacala Nacala de bovinos<br />

fêmeas; Rhipicephalus<br />

Ribeiro Porto Porto<br />

(Boophilus) microplus 10 fêmeas e<br />

Rhipicephalus spp 2 fêmeas<br />

Emilio Ribeiro<br />

3 Frascos de carraças Ambyomma variegatum 5 machos<br />

Nacala Nacala de bovinos<br />

2 fêmeas; Rhipicephalus<br />

Porto Porto<br />

(Boophilus) microplus 1 fêmea e<br />

Rhipicephalus evertsi 9 machos<br />

Sector Familiar Angoche Angoch 11 Frascos de Rhipicephalus evertsi 23 machos e<br />

e carraças d bovinos 26 fêmeas; Rhipicephalus<br />

(Boophilus) decoloratus 21<br />

fêmeas; Boophilus spp 1 fêmea;<br />

Amblyomu variegatum 1 macho<br />

91


Sector<br />

Produção<br />

<strong>De</strong> salientar que o Estudo e tipificação de carraça existente nesta província esta em curso,<br />

até ao presente momento temos 3 Distritos com resultados (veja tabela anterior), faltando<br />

4 distritos onde foram colhidas as carraças e envidas a DCA para sua classificação.<br />

No total colhemos durante o presente ano carraças em 9 Distritos, tomando em conta que<br />

na última quinzena de <strong>De</strong>zembro foram colhidas amostras em mais 2 Distritos que ainda<br />

não foram enviadas ao DCA. Assumindo que pretendemos abranger cerca de 75 a 90%<br />

dos distritos desta Província para que a investigação seja abrangente o trabalho será<br />

concluído no próximo ano.<br />

SEROLOGIA- Pesquisa de Bucelose Abortus nos Bovinos<br />

Distrito Local Efectivos Soros Totais<br />

Testados<br />

Pos. Duv. Neg.<br />

Emílio<br />

Ribeiro<br />

Nacala Porto Mochilipo 150 59 5 0 54<br />

J.f.S Ilha<br />

<strong>Moçambique</strong><br />

Muchelia 1800 129 3 0 126<br />

Abácassamo Monapo Monapo 450 154 28 0 126<br />

Contrariamente ao ano passado em que a brucelose foi diagnosticada nos Distritos de<br />

Nampula e Malema, este ano tivemos um índice elevado de abortos em Monapo na<br />

unidade do Sr. Abacassamo de animais adquiridos na empresa J.F.S em Muchelia no<br />

Distrito da Ilha de <strong>Moçambique</strong> que é uma unidade brucélica. Os dados aqui<br />

apresentados são de vacas adquiridas em Muchelia e o trabalho visava o teste de todas<br />

vacas para posterior abate das positivas a brucelose.<br />

Exame de Raiva – Método de Seller:<br />

Proprietário Distrito Local Espécie Amostra Resultado<br />

<strong>De</strong>sconhecido Npl Matadouro Canina<br />

Vadio<br />

92<br />

1 Raiva<br />

Este ano teve um caso de raiva no Bairro de Matadouro onde 1 cão vadio agrediu 8<br />

pessoas tendo as pessoas agredidas sido encaminhadas ao CHAEM para vacinação contra<br />

raiva. No entanto importa esclarecer que um caso de agressão canina por um cão<br />

diagnosticado positivo a raiva o qual agrediu uma criança no ano passado em Mutauanha,


o seu resultado só nos foi enviado em Junho deste ano. Informações do DCA indicam de<br />

que a amostra ficou retida na secção de cargas do aeroporto Internacional de Maputo.<br />

Amostras enviadas a DCA-Maputo<br />

Data Amostra Resultado<br />

27/02/06 Vísceras de um peru doente Septicemia<br />

26/01/06 Vísceras de um peru doente Negativo a Diagnostico da<br />

doença de Newcastle<br />

10/02/06 Vísceras de um bovino Infecção bacteriana<br />

27/02/06 Vísceras de um frango doente Pneumonia aguda<br />

19/05/06 Vísceras de Corno de amon e bolbo<br />

raquideo de um bovino doente<br />

Negativo a Raiva<br />

08/05/06 11 Frascos de carraças colhidas nos<br />

Distritos<br />

Carraças identificadas<br />

19/05/06 1 amostra de Costras de um Cavalo Negativo a pesquisa de Ascaros<br />

Doente<br />

de sarna<br />

27/01/06 Vísceras de um bovino Septicemia<br />

11/09/06 Vísceras de Corno de amon e bolbo<br />

raquideo de um canino sacrificado<br />

Raiva<br />

Parasitologia<br />

Espécie Total Total Esfreg/ Tubos Fezes Esfreg/ Outros<br />

Animais Amostras Sangue Hemat<br />

Órgão<br />

Bovina 1700 963 622 0 328 0<br />

Caprina 23 23 5 0 18 0<br />

Ovina 0 0 0 0 0<br />

Suína 0 0 0 0 0<br />

Equídea 3 4 0 0 4 0<br />

Galinácea 0 0 0 0 0 -<br />

Canina 23 25 6 0 22 0<br />

Total 1749 1015 633 0 372 -<br />

Constrangimentos<br />

1. <strong>De</strong>sembolso irregular dos fundos;<br />

2. Falta de material e equipamento do Laboratório;<br />

3. Falta de Bibliografias de apoio;<br />

93


Prespectivas<br />

Continuar com as prospecções de Brucelose, hemoparasitas e parasitas<br />

gastrointestinais.<br />

Realizar o diagnóstico de doenças.<br />

Realizar o estudo e identificação de tipo de carraças na província.<br />

Reciclagem dos técnicos do Laboratório.<br />

Continuar a compra do material e equipamento do Laboratório.<br />

Quadro Comparativo<br />

Parasitologia 2005<br />

Espécie Total Total Esfreg/ Tubos Fezes Esfreg/ Outros<br />

Animais Amostras Sangue Hemat<br />

Orgão<br />

Bovina 1330 1659 762 0 897 -<br />

Caprina 114 112 5 0 107 - -<br />

Ovina 40 40 0 0 40 - -<br />

Suína 2 2 0 0 2 - -<br />

Equídea 0 0 0 0 0 - -<br />

Aves 3 3 0 0 3 - -<br />

Canina 2 2 0 0 2 -<br />

Total 1491 1818 767 0 1051 -<br />

<strong>De</strong>vido ao desembolso irregular dos fundos podemos verificar um decréscimo com<br />

respeito ao número de amostras processadas entre o ano 2006 em comparação ao ano de<br />

2005 tendo influenciado negativamente o volume de trabalho realizado.<br />

Para este ano estavam planificadas 1640 amostras no sector de Parasitologia tendo sido<br />

processadas 1015 amostras o que dá uma percentagem de 62% de cumprimento das<br />

actividades programadas.<br />

94


1. Introdução<br />

2.3 CENTRO DE INVESTIGAÇÃO AGRÁRIA DE MAPUPULO<br />

O presente relatório vem de certo modo reportar as actividades e sub-actividades levadas a<br />

cabo pelo <strong>Centro</strong> de <strong>Investigação</strong> <strong>Agrária</strong> de Mapupulo durante a campanha agrícola<br />

2005/06.<br />

A queda da precipitação na campanha agrícola 2005/06 foi relativamente baixo<br />

comparativamente à campanha anterior, com um acumulado de 654,00mm. Tal como ilustra<br />

a tabela abaixo.<br />

Tabela 1: Dados de precipitação da campanha agrícola 2005/06.<br />

Meses Precipitação (mm)<br />

2006 2005<br />

Janeiro 165,00 88,50<br />

Fevereiro 130,50 402,00<br />

Março 33,00 103,00<br />

Abril 119,00 0,00<br />

Maio 0,00 0,00<br />

Junho 0,00 0,00<br />

Julho 0,00 0,00<br />

Agosto 0,00 0,00<br />

Setembro 0,00 0,00<br />

Outubro 0,00 0,00<br />

Novembro 5,00 100,00<br />

<strong>De</strong>zembro 201,50 73,00<br />

Acumulado geral 654,00 766,50<br />

Meios Circulantes<br />

No concernente aos meios circulantes, o CIAM dispõe de duas viaturas de marca TOYOTA,<br />

sendo uma cabine dupla com a chapa de matricula MNJ 55-18, financiado pelo Programa da<br />

AECI e a outra de cabine simples com a chapa de matricula MMF 25-78, de um tractor de<br />

marca MF440 com a chapa de matricula MNP 01-47 e duas motorizadas XL.<br />

2. <strong>Investigação</strong> adaptativa vs condução de ensaios<br />

2.1 Sector de Hortí-fruticultura<br />

Este sector está ganhando uma boa dinâmica e já estão sendo conduziu ensaio no âmbito<br />

do projecto Hortícolas tudo o ano:<br />

95


1. Avaliação de oito variedades convencionais e promissoras da cultura de tomate,<br />

On-Station (em solos leves e pesados)<br />

Os objectivos destes dois ensaios são:<br />

� Avaliar o rendimento das oito variedades comerciais do tomateiro,<br />

� Diagnosticar a incidência de pragas e doenças e<br />

� Avaliar a adaptabilidade das variedades aos dois tipos de solos.<br />

2. Avaliação de cinco variedades promissoras da cultura de couve usando o<br />

mulchingI (On-Station)<br />

Os objectivos deste ensaio são:<br />

� Avaliar o rendimento das cinco variedades da cultura de couve,<br />

� Avaliar o efeito do uso de mulching e<br />

� Diagnosticar a incidência de pragas e doenças.<br />

96<br />

Os dados destes ensaios ainda não<br />

foram analisados estatisticamente,<br />

para puder dar algumas inferências.<br />

O sub sector de fruticultura implantou um viveiro de diversas<br />

fruteiras desde papaieiras, café, coração de boi. E neste momento<br />

já estão plantadas 550 socas de ananaseiros, 85 mudas de<br />

laranjeiras, 30 de coração de boi, 20 de café, 17 de mangueiras e<br />

10 de abacateiros. Com a perspectiva de aumentar o numero de<br />

fruteiras por cultura e por variedades.<br />

2.1.1 Perspectivas da campanha agrícola 2006/07<br />

Este sector ira dar continuidade aos estudos dos ensaios de variedades da cultura de<br />

tomate, mas desta vez com mais a componente de uso da rede de sombra (estufa) no<br />

período chuvoso.<br />

2.2 Sector de Leguminosas de grão<br />

No âmbito da investigação adaptativa vs condução de ensaios o sector de leguminosa de<br />

grão tem conduzido ensaios On-Station e On-Farm provenientes do próprio CIAM, do<br />

PAN e do CIMSAN das culturas de amendoim e F. Nhemba. Dos ensaios On-Farm, uns<br />

serão conduzidos ao nível dos distritos de Montepuez e de Mueda.<br />

1. Avaliação de seis variedades de amendoim, On-Station e On-Farm.<br />

Os objectivos deste ensaio são:<br />

� Avaliar o rendimento das diferentes variedades de amendoim,


� Avaliar a incidência de pragas e doenças e<br />

� Diagnosticar a incidência de pragas e doenças.<br />

2. Avaliação de sete variedades de F. Nhemba On-Station.<br />

Os objectivos deste ensaio são:<br />

� Avaliar o rendimento das diferentes variedades de F. nhemba.<br />

� Diagnosticar a susceptibilidade de pragas e doenças destas variedades<br />

3. Avaliação de nove variedades promissoras de F. Nhemba On-Station*<br />

Os objectivos deste ensaio são:<br />

� Avaliar e caracterizar as variedades de F. nhemba.<br />

� Avaliar as variedades com alto rendimento e<br />

� Diagnosticar a susceptibilidade de pragas e doenças destas variedades<br />

4. Avaliação de períodos críticos de controlo de infestantes no F. Nhemba, On-<br />

Station*<br />

Os objectivos deste ensaio são:<br />

� Avaliar o período ou frequência óptimo para o controlo das infestantes no<br />

F. nhemba e<br />

� Identificar a frequência óptima para o controlo da LETRA.<br />

2.2.1 Banco de germoplasma<br />

No âmbito de manutenção do banco de germoplasma de Feijões: jugo e sorroco<br />

variedades locais, este sector teve uma área de cerca de 0,10 ha para manter este material<br />

ainda disponível para os programas de melhoramento.<br />

2.2.2 Perspectivas para a campanha agrícola 2006/07<br />

Este sector ira dar continuidade aos estudos dos ensaios supracitados, mas os dois<br />

primeiros desta vez a serem conduzidos na estacão (CIAM) e no campo dos produtores<br />

do distrito de Montepuez.<br />

1. Avaliação de variedades Elites de Amendoim do grupo SPANISH, On-Station**<br />

2. Avaliação de variedades Elites de Amendoim do grupo VALENCIA, On-Station**<br />

3. Avaliação de variedades Elites de Amendoim do grupo VIRGINIA, On-Station**<br />

Os objectivos destes três ensaios são, dependendo do grupo a que pertence:<br />

� Avaliar o rendimento das diferentes variedades de Amendoim do grupo<br />

SPANISH/VALENCIA/VIRGINIA e<br />

� Diagnosticar a incidência de pragas e doenças.<br />

4. Avaliação de cinco variedades Elites de Soja, On-Station**<br />

5. Avaliação de nove variedades soja On-Station**<br />

97


Os objectivos destes dois ensaios são:<br />

� Avaliar o rendimento das diferentes variedades de soja,<br />

� Avaliar os níveis de infestação destas variedades de soja<br />

2.3 Sector de Cereais<br />

Durante a presente campanha agrícola o sector de cereias conduziu ensaios, provenientes<br />

do Programa Nacional de Milho. Ensaios do tipo Mather & babies proveniente do<br />

Programa Nacional de Cereais (com 12 variedades do milho) e do CIMITTY (com 40<br />

variedades de milho).<br />

1. Avaliação de 12 variedades de milho ON-FARM (Mother & Baby)***<br />

Os objectivos deste ensaio são:<br />

� Avaliar o comportamento das variedades promissoras sob diferentes<br />

condições agro-ecologicas do paìs ao nível dos campos do produtor.<br />

2. Avaliação de 40 variedades de milho ON-STATION***<br />

Os objectivos deste ensaio são:<br />

� Comparar a adaptabilidade das 40 variedades.<br />

_____________________________<br />

* São ensaios provenientes do CIMSAN<br />

** São ensaios provenientes do PAN, no Sector de Leguminosas de grão.<br />

***São ensaios provenientes do Programa Nacional de Milho<br />

2.4 Raízes e tubérculos<br />

2.4.1 Banco de germoplasma<br />

No âmbito da manutenção e conservação do germoplasma de mandioca está implantado<br />

um campo com 20 variedades, em uma área de 0,10ha. Há perspectiva de incrementar a<br />

área três vezes mais.<br />

3. Actividades de Multiplicação e distribuição de semente melhorada<br />

3.1 Sector de Leguminosas de grão<br />

No âmbito de multiplicação e distribuição de semente certificada de leguminosas de grão<br />

o Sector fez a cercas de 6,7 ton de semente de grupo de Leguminosas de grao, tal com<br />

descrimina a tabela a baixo.<br />

98


Tabela 2: Dados de multiplicação de semente Certificada de leguminosas de grão durante<br />

a campanha agrícola 2005/06.<br />

Amendoim<br />

F. Nhemba<br />

Soja<br />

F. Boer<br />

Gergelim<br />

F. Jugo<br />

Culturas<br />

Total<br />

JL-24<br />

Namitil<br />

CG-7<br />

It-18<br />

INIA 73<br />

INIA 36<br />

INIA 19<br />

INIA 5<br />

Soprano<br />

004 e 009<br />

ICTAR<br />

local<br />

Variedades<br />

No âmbito da distribuição deste material, a semente de Soja tem muito pouca solicitação<br />

e, a de Feijão boer, Gergelim e Feijão jugo não se fez a sua distribuição dado que as<br />

quantidades existentes ainda não são suficientes, necessitando de uma multiplicação. A<br />

semente das culturas de Amendoim e Feijão nhemba tem muita solicitação, tal como<br />

ilustra a tabela 3.<br />

Portanto, no trimestre ora findo foram lavradas e gradados 6,5 ha para a multiplicação de<br />

semente básica de culturas e variedades diversas do grupo de Leguminosas de grão. Fazendo<br />

uma comparação de aquilo que foi a campanha agrícola 2004/05 com a de 2005/06 em termos<br />

de área trabalhada, neste sector houve um acréscimo na ordem dos 100%, portanto este<br />

aumento passou necessariamente por uma destronca de novos campos para puder aumentar a<br />

áreas para as actividades deste sector.<br />

99<br />

Área (ha)<br />

Campanha agrícola 2005/06<br />

1,25<br />

0,75<br />

0,25<br />

1,33<br />

0,65<br />

0,25<br />

0,25<br />

0,25<br />

1,00<br />

0,17<br />

0,20<br />

0,20<br />

6,55<br />

Quant.<br />

Semente (ton)<br />

1,670<br />

0,630<br />

0,090<br />

2,300<br />

0,900<br />

0,320<br />

0,450<br />

0,300<br />

1,360<br />

0,200<br />

0,145<br />

0,050<br />

6,745


Milho<br />

Mapira<br />

Tabela 3: Dados de alocação de semente Certificada de leguminosas de grão durante a<br />

campanha agrícola 2005/06.<br />

Itens<br />

Culturas<br />

Amendoim F. nemba SOJA Gergelim Total recebida (Kg)<br />

PAN 180.00 200.00 50.00 0.00 430.00<br />

CIMSAN 60.00 100.00 0.00 0.00 160.00<br />

DPA Zambezia 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00<br />

DPA Sofala 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00<br />

DPA Tete 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00<br />

DPA Inhambane 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00<br />

MINAG-DNSA/DS 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00<br />

Associacaoes 120.00 700.00 150.00 75.00 1,045.00<br />

Escolas 100.00 300.00 100.00 0.00 500.00<br />

Produtores singulres 400.00 700.00 300.00 25.00 1,425.00<br />

DDA Montepuez 200.00 350.00 0.00 0.00 550.00<br />

DDA Mueda 120.00 200.00 0.00 0.00 320.00<br />

DDA Namuno 200.00 350.00 100.00 0.00 650.00<br />

CMPN 0.00 200.00 200.00 0.00 400.00<br />

Total (Kg) 1,380.00 3,100.00 900.00 100.00 5,480.00<br />

3.2 Sector de Cereais<br />

Multiplicação e disponibilização de semente<br />

No âmbito do processo de multiplicação e alocação de semente básica de cereais (milho,<br />

mapira e arroz) o <strong>Centro</strong> planificou a multiplicação de semente de culturas e variedades<br />

diversas para a campanha agrícola 2004/05.<br />

Tabela 4: Dados de multiplicação de semente melhorada dos cereais.<br />

Culturas<br />

Arroz<br />

Tsangano<br />

Matuba<br />

Macia<br />

Chokwe<br />

ITA-312<br />

Chupa<br />

Total<br />

Variedades<br />

100<br />

Campanha agrícola 2005/06<br />

Area (ha)<br />

Quant. Semente<br />

1,30<br />

(t )<br />

5,70<br />

1,00<br />

1,00<br />

1,00<br />

2,70<br />

0,70<br />

1,08<br />

0,25<br />

0,80<br />

0,00<br />

0,00<br />

4,25<br />

11,28


Tabela 5: Dados de alocação de semente melhorada dos cereais durante a campanha<br />

agrícola 2005/06<br />

Culturas<br />

Itens Mapira Milho Total recebida (Kg)<br />

PAN 600.00 900.00 1,500.00<br />

CIMSAN 0.00 0.00 0.00<br />

DPA Zambezia 100.00 0.00 100.00<br />

DPA Sofala 100.00 0.00 100.00<br />

DPA Tete 100.00 0.00 100.00<br />

DPA Inhambane 100.00 0.00 100.00<br />

MINAG-DNSA/DS 100.00 0.00 100.00<br />

Associacaoes 500.00 1,500.00 2,000.00<br />

Escolas 0.00 700.00 700.00<br />

Produtores singulres 500.00 900.00 1,400.00<br />

DDA Nangade 100.00 300.00 400.00<br />

DDA Montepuez 300.00 500.00 800.00<br />

DDA Mueda 50.00 200.00 250.00<br />

DDA Namuno 350.00 700.00 1,050.00<br />

CMPN 150.00 250.00 400.00<br />

Total (Kg) 3,050.00 5,950.00 9,000.00<br />

O <strong>Centro</strong>, por intermédio do Sector de Cereais, esta trabalhou uns pequenos produtores<br />

singulares, privados, na multiplicação de semente melhorada (Sr. Sebastiao Dinjumo, Sr.<br />

Domingos Fernando e M,paite Ussene) identificados pelo <strong>Centro</strong>, os Serviços Províncias de<br />

Agricultura e Extensão Rural, como um plano piloto de disseminação/transferencia integrada<br />

de tecnologias e envolvendo os produtores no sistema de multiplicação de semente isto para<br />

puder disponibilizar a semente de qualidade e em quantidades suficientes ao nível da Província<br />

de Cabo <strong>De</strong>lgado.<br />

Perspectiva para a campanha 2005/06<br />

O <strong>Centro</strong>, na campanha agrícola 2006/07 ira fazer a multiplicação de semente para as<br />

culturas de milho, mapira e arroz. Portanto, já estão semeados 4,0 ha (Tsangano e<br />

Matuba) para o milho e 2,0 ha para a mapira (Macia). Restando pr semear 1,0 ha para o<br />

milho (Tsangano).<br />

3.3 Sector de Raízes e tubérculos<br />

No âmbito de multiplicação de estacas de mandioca o Sector de raízes e tubérculos esta<br />

ainda a envidar esforços com vista a puder multiplicar estacas de mandioca numa área de<br />

2,0ha. Ate, ao momento já estão plantadas 1,5 ha de estacas de mandioca.<br />

4. Outras actividades<br />

Ainda neste mesmo sector foi introduzido com sucesso o<br />

cultivo da batata reno.<br />

101


Produção de composto<br />

Com actividade rotineira o CIAM neste momento tem todos os composteiros cheios de<br />

forma a compostar e produzir composto para as hortícolas.<br />

O processo da limpeza da represa esta ainda em decurso, dado que esta passa a ser uma<br />

actividade rotineira. Com o começo da queda das chuvas o nível das agua da represa esta<br />

aumentado o que dificulta de certo modo o acesso do pessoal que esta fazendo esta<br />

actividade, obrigado a aplicar herbicida selectivo.<br />

Coordenação<br />

No âmbito da coordenação do CIAM com o <strong>Centro</strong> <strong>Zonal</strong> Nordeste e a Direcção<br />

Provincial de Agricultura de Cabo <strong>De</strong>lgado foram efectivadas todas as actividades<br />

planificadas e outras.<br />

� Apresentar o Informe das actividades do CIAM nas SESSOES do Governo<br />

Provincial de Cabo <strong>De</strong>lgado<br />

� Elaboração do Plano Anual de Actividades e Orçamentos para a campanha<br />

agrícola 2005/06, junto com AECI<br />

� Elaboração do Plano Trimestral de Actividades e Orçamentos para o 1º trimestre<br />

da campanha agrícola 2005/06, junto com AECI<br />

� Participar no encontro raealizado no CZnd para a implementação de um programa<br />

integrado de disseminação de tecnologias<br />

4.1 Actividades de Impacto Realizadas<br />

� Adquiridas 100 mudas de laranjeiras do CMPN<br />

� Montado um viveiro de Jatropha curca,<br />

� Disponibilizadas hortícolas ao Hospital Rural de Montepuez e ao<br />

Lar de Estudantes da Escola Secundaria de Montepuez.<br />

� Adquiridas mudas de mangueiras e abacateiras (banco de<br />

germoplasma para enxertia)<br />

� Introduzida com sucesso a cultura de batata reno.<br />

� Realizado um dia de campo para a cultura de batata reno<br />

� Distribuída 0,5 ton de ramas de batata doce de polpa alaranjada a<br />

dez associações<br />

� Mantida limpa a represa do CIAM em colaboração com a<br />

comunidade civil.<br />

� Construído um armazém para sementes e uma garagem para o<br />

tractor<br />

102


4.2 Visitas Recebidas<br />

O CIAM conheceu um numero considerável de visitas neste 4º trimestre a citar:<br />

1. Sua Exca o Governador da Província de Cabo <strong>De</strong>lgado;<br />

2. Sua Excia a Ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação;<br />

3. Sua Excia Embaixador da Republica da Espanha em <strong>Moçambique</strong>;<br />

4. O Sr. Coordenador Nacional da AECI;<br />

5. O Sr. Administrador do Distrito de Montepuez.<br />

6. Os chefes dos Serviços Províncias de Agricultura (SPA) e de Extensão Rural<br />

(SPER) e<br />

7. Uma equipe de técnicos do PAN (Sector de Cereais, Unidade de Sócio economia,<br />

Unidade Monitoria e Avaliação) e do CIMSAN<br />

Estas todas visitas, tinha um objectivo único, inteirar se das principais actividades que o<br />

<strong>Centro</strong> de <strong>Investigação</strong> <strong>Agrária</strong> de Mapupulo esta desenvolvendo.<br />

4.3 Principias constrangimentos.<br />

Número reduzido de técnicos e como consequência disto, há uma sobre carga nos<br />

técnicos e, para minorar este problema o <strong>Centro</strong> espera uma maior celeridade na<br />

contratação de um técnico superior e afecto no CIAM.<br />

4.4 Perspectivas<br />

Neste momento que é o fim da campanha agrícola e início da outra é tempo de<br />

perspectivar o futuro com esperanças e com espírito de trabalhar afincamente.<br />

No âmbito da nova abordagem da investigação com o novo <strong>Instituto</strong> (<strong>IIAM</strong>), o CIAM<br />

tem uma missão de cobrir a região agro-ecologia nº 9, que fica situada no planalto de<br />

Mueda, e nesta campanha o CIAM, da mais prioridade aos ensaios ON-FARM e<br />

posteriormente introduziremos os ensaios ON–STATION.<br />

5. Conclusões<br />

No âmbito das realizações daquilo que são as sub-actividades planificadas foram<br />

impulsionadas as acções de campo que visam o cumprimento destas e aquelas actividades<br />

ora planificadas.<br />

Fazendo uma reflexão sumaria dos assuntos descritos nos Sectores de Cereais e de<br />

Leguminosas de grão, observa-se que maior parte de semente multiplicada e básica e<br />

proveniente do da USEBA, fez o cumprimento de aquilo que foram as recomendações do<br />

Director do <strong>IIAM</strong> durante a sua ultima visita que fez a este <strong>Centro</strong>.<br />

Olhando no ponto de Fomento de culturas agrícolas, o <strong>Centro</strong> esta dar passos<br />

consideráveis de forma a ter um numero mais abrangente de arvores de frutas e que<br />

103


possam aumentar a segurança alimentar e nutrição nas famílias rurais, provendo lhes<br />

arvores de frutas enxertadas ou então de variedades anãs.<br />

Em termos de campos cultivados no âmbito da multiplicação de semente básica e de<br />

investigação aplicada o CIAM esta cada vez mais a expandir as suas áreas de trabalho e a<br />

ter cada vez mais o contactos com os pequenos produtores com os ensaios do tipo ON-<br />

FARM ou MOTHER & BABIES que permite maior envolvimento do produtor e que<br />

permite a melhor adopção de tecnologias.<br />

104

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!