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A MISSÃO DA RECONCILIAÇÃO

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LA SALETTE<br />

BIBLIOTECA VIRTUAL<br />

A MISSÃO DA<br />

RECONCILIAÇÃO<br />

Ir. <strong>Emerson</strong> José Aguiar da SIlva<br />

Introdução<br />

Em La Salette, quando em silêncio meditamos “diante da Virgem”, impressiona-nos<br />

aquela que nos atrai e nos convida a chegar perto, aquela que é totalmente compassiva,<br />

aquela que tem um cuidado especial para cada um de seus filhos. Esta Bela Senhora<br />

tranquiliza, mesmo corrigindo. Faz-se acessível a todos. Reza e chora por seus filhos.<br />

Tantas maneiras de levar-nos à Reconciliação realizada pelo seu Filho na cruz.<br />

1<br />

Maria aparece em La Salette porque a vida está em perigo. Ela quer “dar a vida” de<br />

novo – a vida nova. Maria é plenamente digna em seu sofrimento. O que realmente interessa<br />

agora é nossa missão está resumida numa palavra: RECONCILIAÇÃO. Nossa Senhora em<br />

La Salette espera restaurar o bem-estar e a felicidade dos seus filhos atraindo-os de volta<br />

para Deus.<br />

Existe um trecho de uma música que diz: “é Maria que sabe lembrar...”, e foi<br />

precisamente isso que Maria fez em La Salette: relembrar a nós o significado dessa palavra<br />

– reconciliação – para assumirmos nossa missão. A reconciliação é um dos grandes<br />

princípios da espiritualidade cristã. Ela está no centro do Evangelho e do anúncio de Jesus<br />

Cristo; é a base da Mensagem de Nossa Senhora da Salette e; é um chamado de urgência a<br />

nós hoje.<br />

A reconciliação nasce de um tripé presente na mensagem de Maria:<br />

1. É preciso olhar ao redor de nós;<br />

2. É preciso retornar ao essencial em nossa vida;<br />

3. É preciso que sejamos crentes apesar de tudo.


LA SALETTE<br />

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Orar, preocupar-se, sofrer são três atitudes presentes na Mensagem. A Virgem em<br />

lágrimas nos convida a nos unirmos a Jesus, seu Filho, no ministério da Reconciliação. É<br />

neste mistério que vamos entrar agora.<br />

1. O Caminho da Reconciliação<br />

Todos nós sentimos necessidade de reconciliação durante a vida. O pecado nos<br />

desintegra, tornando-nos menos humanos; ele nos cega, endurece nosso coração<br />

transformando-o em pedra; tornando-nos invejosos e violentos. O homem pecador precisa<br />

de reconciliação para retomar o caminho da esperança, reintegrar-se, reconstituir o que o<br />

pecado desfez. A família, as comunidades, os povos, a humanidade, o HOMEM, todos<br />

precisam reconciliar-se.<br />

2<br />

O caminho da reconciliação que Jesus nos ensina tem características próprias. São<br />

essas as características que Maria vem nos recordar em La Salette. A Reconciliação é a paz<br />

em si, ao redor de si, e no mundo. Maria nos mostra o caminho de volta: submeter-se a<br />

Jesus. Submissão é um remédio contra o orgulho, egoísmo e individualismo. Maria faz um<br />

convite a conversão - "SE". Deus não obriga ninguém, só convida. Maria nos traz uma<br />

grande esperança: nós ainda temos tempo para a conversão e ela é uma obra para a vida<br />

inteira.<br />

É preciso olhar ao redor de nós<br />

A conversão pessoal é o caminho necessário para a concórdia entre as pessoas. Maria<br />

suplica pela salvação do mundo, Ela é exemplo de misericórdia; esteve atenta às<br />

necessidades de Israel, em Caná da Galileia, às necessidades de seus filhos em La Salette.<br />

Ela olhou ao seu redor e isto está assinalado pelo seu amor efetivo aos seres humanos.<br />

RECONCILIADO é aquele que tem espaço interior para acolher a vida, as pessoas.<br />

Quando faltava o vinho na festa de casamento, Ela olhou ao seu redor para lembrarlhes<br />

que o seu Filho era o verdadeiro vinho. Estar atento às necessidades dos outros é<br />

também, RECONCILIAÇÃO.<br />

É preciso retornar ao essencial em nossa vida<br />

Veio-me à mente aquela página extraordinária de São Lucas. Refiro-me à parábola do<br />

"filho pródigo". Jesus nos apresenta as dramáticas vicissitudes daquele jovem: a aventurosa<br />

partida da casa paterna, a dissipação de todos os seus bens, os dias tenebrosos da distância e<br />

da fome e, pior ainda, da dignidade perdida, da humilhação e da vergonha. O Pai,<br />

conservara o afeto, o amor e a estima para com ele. E, assim, espera-o sempre.


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O homem, - cada um dos homens - é este filho pródigo: fascinado pelo mundo, caído<br />

na tentação, desiludido no nada; sozinho, desonrado e explorado no momento em que tenta<br />

construir um mundo só para si; atormentado. O que nessa parábola mais sobressai é o<br />

acolhimento festivo e amoroso do Pai ao filho que regressa e, da mesma forma, ao filho que<br />

regressa do trabalho para casa: a Reconciliação é principalmente um dom do Pai Celeste.<br />

É preciso que sejamos crentes apesar de tudo<br />

No Evangelho de Lucas, há o episódio da negação de Pedro (Cf. Lc 22, 60-62). Em<br />

Mateus, existe a perícope de Judas e seu enforcamento (Cf. Mt 27, 3-5). Ambos pecaram;<br />

não do mesmo modo, porém pecaram... ambos se arrependem. Judas, cheio de remorso,<br />

devolve as trinta moedas de prata e depois se enforca; Pedro chora amargamente e continua<br />

sendo um dos discípulos prediletos do Senhor. Judas julgou a si próprio; quis fazer a<br />

reconciliação à sua maneira, devolvendo o dinheiro da traição; vendo que nada mudaria,<br />

considerou-se imperdoável.<br />

3<br />

A consciência de Pedro também o acusava, mas acreditou haver alguém, superior a<br />

ela, que poderia perdoar o imperdoável. Pedro acreditou mais no amor do que no juízo de<br />

sua própria consciência e encontrou a reconciliação. Muitas vezes, o caminho da<br />

reconciliação é difícil, complicado, exige sacrifício, tempo, paciência, constância. A<br />

reconciliação traz consigo um fortalecimento da fé, da esperança, da alegria, que nos ajuda a<br />

prosseguir no caminho, certos de que o Senhor está conosco. Orar, afligir-se, Maria em La<br />

Salette vai mais longe ainda. Ela sofre por nós. Suas lágrimas são a última súplica para nos<br />

abrir os olhos.<br />

2. Nas Fontes da Reconciliação<br />

Maria vem nos recordar que a reconciliação é iniciativa de Deus, mas também é<br />

colaboração nossa. A fé nos atesta que essa palavra - RECONCILIAÇÃO - tem suas fontes.<br />

A primeiro delas é o próprio Jesus, Reconciliador do Pai com os homens. Uma segunda<br />

fonte é a Igreja, sinal e lugar do perdão. Ainda existem outras "fontes" de reconciliação,<br />

como por exemplo: a oração, a pregação, o testemunho, a Mensagem de Maria em La<br />

Salette. Vejamos, pois, brevemente cada uma delas.<br />

<br />

JESUS CRISTO: um Coração Reconciliador<br />

São Paulo não hesita em resumir em tal tarefa e "função" a incomparável missão<br />

de Jesus de Nazaré, Verbo e Filho de Deus feito homem. Em suas cartas, São Paulo nos fala<br />

da reconciliação alcançada por Cristo. Por isso, sente-se inspirado a exortar os cristãos de<br />

Corinto: "Reconciliai-vos com Deus" (Cf. 2 Cor 5, 18-20). De tal missão reconciliadora


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mediante a morte na cruz, falava-nos em outros termos o evangelista São João, ao observar<br />

que Cristo devia morrer "para que fossem reconduzidos à unidade os filhos de Deus que<br />

andavam dispersos" (Cf. Jo 11, 52). São Paulo permiti-nos ainda, alargar nossa visão da<br />

obra de Cristo, quando escreve que "n'Ele o Pai reconciliou consigo todas as criaturas, as<br />

da terra e as do céu" (Cf. Cl 1, 20).<br />

<br />

IGREJA: sinal e lugar do perdão<br />

Neste panorama da reconciliação, a Igreja ocupa um lugar privilegiado, pois é<br />

sinal e lugar desta reconciliação universal. A Igreja tem necessidade contínua e ininterrupta<br />

de conversão e de perdão. Toda a Igreja está, pois, sob o sinal da reconciliação alcançada<br />

por Jesus. Continuamente os cristãos pedem e recebem o perdão de Deus sob múltiplas e<br />

diversas formas: no rito penitencial, na Eucaristia, sobretudo, no sacramento da Confissão<br />

que dentre os outros sacramentos que a Igreja ministra é, por excelência, um sinal<br />

estabelecido pelo mesmo Jesus quando, depois de Ressuscitado, deu aos seus apóstolos o<br />

poder de perdoar os pecados, dizendo: "Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem<br />

perdoardes os pecados, ser-lhe-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhe-ão<br />

retidos" (Cf. Jo 20, 22-23).<br />

4<br />

<br />

LA SALETTE: Reconciliação hoje mais do que nunca!<br />

A Virgem em La Salette vem lembrar que a missão reconciliadora é própria de<br />

toda a Igreja. Seu amor maternal torna-a atenta aos irmãos de seu Filho, cuja peregrinação<br />

não está concluída ainda, enfrentam perigos e provações. Maria chora por seu Filho<br />

desconhecido e rejeitado pelos homens; chora por nós, pobres pecadores. As suas lágrimas<br />

são o sinal de seu amor, o derradeiro argumento de uma Mãe que nada mais tem a não ser os<br />

próprios olhos para chorar, para enternecer nosso coração petrificado.<br />

A Virgem nos indica esse caminho de conversão. Nossa Mãe se revela uma<br />

verdadeira educadora: Ela convida a nos pormos a caminho. Esse apelo à conversão é o<br />

coração do evento de La Salette. Tudo para Ele (Jesus) concorre: as lágrimas, o crucifixo<br />

com o martelo e a turquês, correntes e rosas, luz e palavras. Voltar a Jesus, deixar-se<br />

reconciliar por Jesus com o Pai, nos permite viver pelo Reino com amor.<br />

A oração: é preciso fazê-la bem!<br />

Maria fala "vossa oração". Ela pede que nós rezemos. Quando Maria faz a pergunta a<br />

respeito da oração, convida-nos a pôr o dedo na nossa tarefa. Ela não nos desvia da nossa<br />

tarefa neste mundo. É assim que Maria em La Salette se contenta em nos incentivar à<br />

oração. Ela nos propõe o mínimo vital; nos convida a estruturarmos nossa vida em torno da


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oração da manhã e da noite. Maria nos exorta a que imitemos a oração de Jesus. Ela nos<br />

propõe um conteúdo para nossa oração: o Pai-nosso, o essencial e, acrescenta a oração da<br />

Ave-Maria. Convida-nos assim a estarmos em sua companhia. Além do mínimo vital, Maria<br />

nos convida a rezar mais, quando se tem tempo.<br />

Eucaristia: Pão para quem tem fome<br />

Maria em La Salette quer absolutamente nos saciar nessa fonte inesgotável do amor.<br />

Ela quer acima de tudo que sejamos nutridos por Ele, para ousarmos anunciar a<br />

reconciliação. O convite de Nossa Senhora em La Salette é pois, incentivar os cristãos à<br />

comunhão eucarística. Ela observa: "Durante o verão só algumas mulheres idosas vão à<br />

Missa; os outros trabalham durante todo o verão", e diz ainda: "No inverno, quando não<br />

sabem o que fazer, vão à Missa apenas para zombar da religião". A constatação feita por<br />

Maria mostra-nos o pouco amor pela Eucaristia. Perdemos o sentido da Missa.<br />

A Quaresma: Reconciliai-vos com Deus!<br />

5<br />

A Quaresma torna presente o belo testemunho deixado por Jesus durante sua Paixão.<br />

Maria aparece chorando e parece assustar-nos com essa palavra dura - CÃES. Usa essa<br />

expressão não para ofender, mas para despertar em nós a consciência da dignidade de Filhos<br />

Deus. Maria, ao dirigir-nos essa expressão em La Salette, nos indica que o comportamento<br />

do povo de Deus, durante a Quaresma, é conduta pagã. Em La Salette, Maria vem dizer a<br />

seu povo que ele precisa desse tempo de deserto e da prova de sua vocação, seguindo o<br />

exemplo de seu Filho.<br />

3. A Reconciliação hoje<br />

Nas palavras da mensagem, no fato de que Nossa Senhora chorou ao aparecer a dois<br />

pastores, encontramos o caminho para uma reflexão a ser feita pessoalmente e em conjunto.<br />

As lágrimas de Maria nos questionam: elas são o sinal de uma verdadeira compaixão, e da<br />

capacidade de consolar. No dizer do Pe. Marcel Schlewer, MS: "O que choca, antes de<br />

tudo, é a figura da Virgem. Ela é 'do céu', envolta na luz de Deus e, no entanto, chora".<br />

Maria desempenha, em La Salette, um papel ativo.<br />

Sua Missão é a de intercessão, carregada de sofrimento, e destinada a sustentar o<br />

"braço de seu Filho". Tudo isso dá um toque familiar e maternal à conversação, e manifesta<br />

a viva atenção "pedagógica" do jeito de Maria em vista da formação de seus "missionários".<br />

Eis, pois, a questão a que nos remete com urgência a Mensagem desta Aparição. O contexto<br />

da Aparição - as atitudes, as lágrimas, as palavras e gestos da Bela Senhora - manifestam a<br />

misericórdia do Senhor no rosto de Maria, Mãe de Jesus; e a ternura de Maria, Mãe


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compadecida de seu povo. Na Bela Senhora transparece a Mãe da Reconciliação, coração do<br />

fato de La Salette.<br />

O apelo à Reconciliação proclamado por Maria em La Salette, continua ecoando pelo<br />

mundo afora. Os Missionários de Nossa Senhora da Salette, assim obedecendo o pedido de<br />

Nossa Senhora: "Vamos, meus filhos, e transmitam isso a todo o meu povo" e o mandato de<br />

seu fundador, Dom Philisbert: "Ser uma perpétua memória da misericordiosa Aparição de<br />

Maria", fazem esse eco acontecer. A Aparição de Maria Santíssima em La Salette fez<br />

desabrochar obras e instituições de santificação e zelo apostólico, cuja vitalidade emana<br />

desta mesma abençoada fonte. As lágrimas de Maria Santíssima, em La Salette,<br />

constituíram inspiração aos Missionários de Nossa Senhora da Salette, que se inspiram<br />

naquele espírito de reparação e expiação, ensinado em La Salette, por Maria.<br />

6<br />

Os Saletinos, por meio da evangelização, caminho que leva as pessoas a se libertar das<br />

situações menos humanas, tornando melhor a sua vida: consigo mesmo, com aqueles que os<br />

rodeiam e com Deus, provocando uma mudança que nos impulsione a um constante<br />

crescimento, a uma constante conversão, estimulando-nos a uma verdadeira reconciliação.<br />

Os Saletinos se sentem ligados à Virgem de La Salette por Ela ser para nós um impulso<br />

(evento inspirador) que nos ajuda a levar ao povo a Cristo e Cristo ao povo. A Mensagem<br />

Saletina é de reconciliação do povo de Deus consigo e com seu Deus. A missão oficial de<br />

La Salette gira em torno da reconciliação. Nosso mandato funcional e fundacional é claro:<br />

"Ser uma perpétua recordação da misericordiosa aparição de Maria em Salette".<br />

Todos sabemos que para evangelizar é preciso, antes de qualquer coisa, ter<br />

encontrado Jesus. O Evangelho é a narrativa de uma sucessão de encontros com Jesus:<br />

Zaqueu, a samaritana, o cego de nascença, os discípulos... encontros que mudam por<br />

completo a vida das pessoas, tornando-as anunciadoras corajosas da Boa Notícia do Reino.<br />

Conclusão<br />

A Reconciliação é acima de tudo obra do Espírito. Maria em La Salette veio reafirmar<br />

que o mundo anda necessitado e sedento de reconciliação. A centralidade da Mensagem de<br />

La Salette está no apelo insistente à conversão, à vida nova: "Se se converterem...". Maria<br />

veio convidar-nos à mudança radical. Ela em La Salette insiste para uma conversão<br />

"coletiva" de seu povo.<br />

Diante disso, o valor primeiro e fundamental de nossa missão saletina é o da<br />

Reconciliação. A Reconciliação é um valor evangélico extremamente atual diante de um<br />

mundo submetido a todas as formas de divisão e exclusão. Nossa Senhora vai ao encontro


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dos seus filhos esquecidos de suas "obrigações" religiosas, repreende-os pelas blasfêmias<br />

em nome de Deus, pelo desprezo do dia santificado e pela indiferença e omissão da oração.<br />

Ela se mostra intercessora e advogada dos pecadores. Em sua Aparição, Nossa<br />

Senhora proclamou por palavras e gestos as mesmas palavras de seu Filho. Suas lágrimas<br />

nos recordam um tema que estava no coração do Evangelho. A Mensagem de Maria em La<br />

Salette nos chama a uma relação profunda com Deus. Essa conversão nem sempre é fácil,<br />

ela pede mudanças de hábitos e práticas muitas vezes confortáveis. É preciso deixar Deus<br />

agir em nós. A conversão pedida por Maria, em La Salette, exige a superação do egoísmo e<br />

o deixar-se estar com Jesus.<br />

Tal como Maria, que estendeu seus braços com ações de libertação, façamos nós desse<br />

apelo urgente, o essencial de nossa vida. Em La Salette, Maria chorou como resposta a<br />

nossas lágrimas e nos enviou a ser reconciliadores que saibam falar bem esta preciosa<br />

linguagem do amor.<br />

7

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