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Imóveis residenciais, comerciais e hoteleiros<br />
<strong>Setin</strong> Downtown Praça da República<br />
ANUNCIO PÁGINA DUPLA<br />
Os 38 anos de história da <strong>Setin</strong> comprovam que ela é uma empresa<br />
séria, ética, que coloca o respeito a você em primeiro lugar.<br />
Por isso, todos os empreendimentos são realizados para que você tenha<br />
o melhor produto, com toda a tecnologia e qualidade, sempre entregue<br />
no prazo. Prova disso são os complexos multiúso que a <strong>Setin</strong> entrega<br />
ainda neste ano. Toda esta credibilidade foi conquistada ao longo<br />
do tempo, com muito trabalho e profissionalismo, com muitos imóveis<br />
entregues e muitos clientes satisfeitos.<br />
S E T I N . C O N S T R U Ç Ã O D E V A L O R .<br />
www.setin.com.br • 3041.9222
ANUNCIO PÁGINA DUPLA
| EDITORIAL |<br />
Conectividade, inovação e criatividade são as palavras do momento e do futuro<br />
que estamos preparando. Sim, a capacidade de reinvenção e de criação de<br />
vínculo com o que nos cerca é a base para o sucesso e influencia, diretamente e de<br />
forma irreversível, todo um modo de pensar e de agir, como podemos verificar na<br />
matéria de capa desta sétima edição, que pode ser conferida a partir da página 70.<br />
Não à toa, a revista SETIN escolheu se nortear pela inovação, que pode ser vista<br />
nos carros autônomos, hoje a grande promessa do mercado automobilístico, que<br />
já a partir de 2021 deve ser lançado para o grande público, com força total e de<br />
forma constante.<br />
Diante da inteligência artificial, cujas pesquisas estão sendo conduzidas a pleno<br />
vapor pelas principais montadoras e por gigantes como Google e Uber, há todo<br />
um debate jurídico e filosófico sobre o impacto que esses novos veículos – ou<br />
robôs de quatro rodas – causarão na sociedade, lançando-nos em uma nova<br />
era, de forma semelhante ao que ocorreu com a popularização da internet e dos<br />
smartphones (lembra-se como era a sua vida antes disso?).<br />
No centro disso tudo, mantém-se a busca de cada um por algo atemporal e que<br />
supere qualquer novidade tecnológica: a inspiração. E com essa palavra nos<br />
pautamos para levantar assuntos tão instigantes quanto nossa matéria de capa.<br />
Como você pode verificar a cada página, conseguimos cumprir a nossa missão<br />
com êxito.<br />
Procuramos a beleza e criatividade dos filmes para mostrar como levar verdadeiras<br />
obras de arte para casa. Em Viagem, apresentamos um espírito aventureiro e<br />
ansioso por contemplar paisagens raramente exploradas, como as que podem<br />
ser vistas na reportagem de beleza ímpar sobre a Antártica. E alinhavando tudo<br />
isso, elegemos o perfil do ator Tony Ramos que, além de ocupar, há décadas, o<br />
lugar de ator de novelas da TV Globo, onde reina unânime, sempre se reinventa<br />
em novos projetos também no teatro e no cinema, recusando-se a se acomodar no<br />
confortável lugar de estrela. Com sua maneira sincera, direta e amigável, o artista<br />
nos mostra que o segredo de seu sucesso está apoiado em três mandamentos: o<br />
não deslumbramento com a fama, o amor incondicional ao que se faz, e o cultivo<br />
de hábitos simples, especialmente em momentos críticos da vida. Em tempos de<br />
inconstância, essa capacidade de se manter fiel aos seus princípios, procurando<br />
dialogar de forma franca para se fazer entender, é tudo o que precisamos aprender.<br />
E colocar em prática.<br />
Equipe SETIN Incorporadora<br />
Conselho editorial:<br />
Departamento de Marketing SETIN<br />
Direção-geral<br />
Cláudia Campos<br />
Projeto e direção de arte<br />
Osires Gianetti<br />
Revisão<br />
Katia Shimabukuro<br />
Jornalista responsável<br />
Kathia Gomes - MTB 32.343<br />
Colaboradores:<br />
Bettina Monteiro, Cíntia Marcucci, Kathia<br />
Gomes, Lucas Bonifácio Eguchi, Marcelo<br />
Goltzman , Michele Marreira, Rodrigo<br />
Gerhardt, Yara Guerchenzon<br />
Gráfica<br />
Gráfica Eskenazi<br />
Redação<br />
editora@claudiacamposconsultoria.com.br<br />
Publicidade<br />
publicidade@claudiacamposconsultoria.com.br<br />
Tiragem: 3.000 exemplares<br />
A revista SETIN é uma publicação produzida<br />
e editada por Cláudia Campos Consultoria -<br />
Marketing, Comunicação e Eventos. A revista<br />
não se responsabiliza pelos conceitos emitidos<br />
nos artigos assinados. As pessoas que não<br />
constam do expediente não estão autorizadas<br />
a falar em nome de SETIN, ou a retirar<br />
qualquer tipo de material, caso não tenham<br />
em seu poder uma carta timbrada emitida pela<br />
redação.<br />
Rua Olimpíadas 205 – 4º Andar - Vila Olímpia<br />
São Paulo, SP - (11) 37289410<br />
www.setin.com.br<br />
4
ANUNCIO PÁGINA INTEIRA
| ÍNDICE |<br />
24<br />
8<br />
38<br />
8<br />
TENDÊNCIAS<br />
Novidades para<br />
se encantar<br />
e decorar<br />
18<br />
gastronomia<br />
Marmita,<br />
um acessório<br />
que virou moda<br />
32<br />
ARQUITETURA<br />
Fernanda Marques,<br />
nome consagrado<br />
na arquitetura<br />
12<br />
ESPAÇO ABERTO<br />
Bate-papo com<br />
Tony Ramos<br />
24<br />
VIAGEM<br />
Antártica, explore<br />
a última fronteira<br />
38<br />
SUSTENTABILIDADE<br />
Startups – soluções<br />
criativas<br />
6
42<br />
64<br />
58<br />
42<br />
ARTE e CULTURA<br />
Inspire-se nos<br />
filmes na hora<br />
de decorar<br />
50<br />
URBANISMO<br />
Criatividade e tecnologia<br />
transformam os centros<br />
urbanos<br />
56<br />
NEGÓCIOS<br />
Mercado imobiliário,<br />
investimentos no setor<br />
voltam a aquecer<br />
58<br />
ESTILO<br />
Organize sua vida,<br />
otimize espaços<br />
e rotinas<br />
64<br />
HOTÉIS<br />
Negócios e lazer,<br />
a nova estratégia<br />
da rede AccorHotels<br />
70<br />
se liga<br />
Autônomos,<br />
o carro do futuro<br />
já chegou<br />
76<br />
NOTÍCIAS SETIN<br />
Últimas novidades da<br />
SETIN Incorporadora
| tendências |<br />
Conceito, elegância e bom gosto<br />
Inspire-se!<br />
Kathia Gomes<br />
ZEN DESIGN Confeccionados em Zamak (liga metálica que possibilita uma<br />
grande variedade de formas), os puxadores Creta, Nord, Orion e Shell, da<br />
Zen Design, exibem um acabamento colorido que remete à delicadíssima<br />
técnica francesa de pintura patinada de móveis, portas e janelas das casas<br />
do século 19. O aspecto envelhecido dos tons branco, verde e laranja<br />
dos puxadores acrescenta nos ambientes a típica atmosfera romântica e<br />
deliciosamente rústica do estilo provençal. zendesign.com.br<br />
SOLLOS Intersecções suaves, linhas orgânicas e fluidas, além<br />
de proporções adequadas são as principais características da<br />
poltrona Celine – peça desenhada pelo designer Jader Almeida. O<br />
conceito da poltrona se apropria da metáfora "de braços abertos"<br />
como um convidativo objeto que estabelece uma conexão imediata<br />
com as pessoas, seja nos campos visual ou tátil. sollos.com.br<br />
mosarte Com novas peças<br />
inspiradas em regiões de<br />
quatro continentes, a coleção<br />
Destinos traz consigo um pouco<br />
de história, natureza, cultura e<br />
arquitetura de vários lugares,<br />
como São Paulo, Havana, Thai,<br />
Fiji, Toscana, El Calafate e<br />
Batlló! mosarte.com.br<br />
Fotos: DIVULGAÇÃO<br />
8
SERGON PRIME A Sergon Prime Lumière<br />
prima pela personalidade dos ambientes<br />
oferecendo soluções de iluminação<br />
que garantem sofisticação, conforto e<br />
funcionalidade. O cardápio da Concept<br />
Store da grife oferece um amplo leque de<br />
produtos como luminárias, pendentes,<br />
arandelas, abajures e todos os aparatos<br />
luminotécnicos para quem não dispensa<br />
inovação. sergonprime.com.br<br />
Studio SETTE7 A marca de mobiliário assinado Sette7 chega ao<br />
mercado com o conceito de peças criadas a partir de matérias-primas<br />
nobres e pouco convencionais. A coleção de mobiliários chama a atenção<br />
pela delicadeza, elegância e bom gosto, em que a iluminação é muito<br />
considerada, criando jogo de luz e sombra, como nas mesas Lineare.<br />
sette7.com.br<br />
CAMICADO A Coleção Oca é uma das novidades para o inverno 2017 na Camicado. A marca<br />
própria da rede, Home Style, criou sete coleções para atender a todos os gostos e estilos dos seus<br />
clientes. A Oca propõe um contato maior com a natureza, no intuito de conectar o espaço externo<br />
com o interno. camicado.com.br
ESTAR MÓVEIS Referência em tendências<br />
no mercado de mobiliário e design<br />
nacional, as cores e materiais inusitados<br />
são marca registrada dos lançamentos<br />
da Estar Móveis. Com atendimento<br />
personalizado e soluções criativas, os<br />
produtos podem ser encomendados sob<br />
medida, de acordo com o desejo dos<br />
clientes, além de inúmeras opções em<br />
tecidos e acabamentos. estarmoveis.com.br<br />
Ameise Design O estúdio de design de móveis infantis, Ameise Design,<br />
também se destaca no mercado nacional por oferecer peças que fogem<br />
do lugar comum, como o papel de parede Ligue os Pontos da coleção<br />
Salada Mista. ameisedesign.com.br<br />
10
V I L A N O V A C O N C E I Ç Ã O<br />
251 M 2*<br />
4 SUÍTES<br />
1 POR ANDAR<br />
4 OU 5 VAGAS<br />
DEPÓSITO<br />
life by design<br />
UMA PARCERIA<br />
DE ALTO PADRÃO.<br />
ANUNCIO PÁGINA INTEIRA<br />
<strong>Setin</strong> e Barbara. Juntas<br />
no melhor projeto da Vila Nova<br />
Conceição dos últimos 10 anos.<br />
Para construir um<br />
empreendimento com esta<br />
qualidade e sofisticação,<br />
a <strong>Setin</strong> formou uma parceria<br />
com a Barbara. Esta união vai<br />
garantir que as mais altas<br />
expectativas sejam superadas.<br />
R. JOÃO LOURENÇO, 779<br />
JLVILANOVA.COM.BR • 2659 7342<br />
PERSPECTIVA DA FACHADA<br />
CONSTRUÇÃO:<br />
INTERMEDIAÇÃO E INCORPORAÇÃO:<br />
31 anos de uma história de sucesso.<br />
Uma referência no mercado de alto padrão.<br />
Central de Atendimento da <strong>Setin</strong> Vendas - Rua Helena, 235 - 9º andar - Vila Olímpia - CEP 04552-050 Tel.: 3041-9222 - São Paulo - Diariamente até as 21h, inclusive aos sábados, domingos e nos feriados. CRECI: J 25.999 Registro de Incorporação R.02,<br />
matrícula nº 192.406, do 4º Cartório de Registro de Imóveis de São Paulo/SP, em 9/6/2016. Qualquer venda estará sujeita ao pagamento do valor correspondente à intermediação imobiliária e as respectivas comissões decorrentes deverão ser descontadas<br />
do preço de venda constante na proposta a ser assinada pelo comprador. Imagens meramente ilustrativas. *A metragem divulgada é referente à área privativa (243,93 m 2 ) + área de depósito (7,40 m 2 ) da unidade 1201.
| espaço aberto |<br />
12
Tony Ramos,<br />
um ícone Da<br />
dramaturgia<br />
BRASILEIRA<br />
Considerado por críticos e pelo público como um<br />
dos artistas mais respeitados, ele já ganhou vários<br />
prêmios, mas, apesar disso, recusa o título de<br />
estrela e cultiva hábitos simples na vida<br />
Michele Marreira<br />
carteira de identidade diz que ele é apenas Antônio de Carvalho Barbosa, o filho<br />
A de Maria Antônia Ramos e Paulo Barbosa, nascido em 25 de agosto de 1948, em<br />
Arapongas, no interior do Paraná. Mas é só quando revelamos o seu nome artístico,<br />
Tony Ramos, que sua grandiosidade se mostra.<br />
Fotos: Globo-Ramón Vasconcelos
Considerado por grandes colegas, entre eles Fernanda<br />
Montenegro e Glória Pires, como um dos atores mais<br />
versáteis, talentosos e queridos da atualidade, ele é admirado<br />
na TV e também no teatro, onde brilhou com o texto de Novas<br />
Diretrizes em Tempos de Paz, de Bosco Brasil, e no cinema,<br />
onde se destacou com suas atuações em Bufo & Spallanzani,<br />
que lhe rendeu o prêmio de Melhor Ator no Festival de<br />
Gramado, e na comédia Se Eu Fosse Você, que até hoje figura<br />
na lista das maiores bilheterias do cinema brasileiro.<br />
Em abril de 2017, voltou a brilhar na TV ao dar vida a Abel<br />
Zebu, na série Vade Retro, da TV Globo. Na série, assim como<br />
Al Pacino e Robert De Niro já fizeram de forma brilhante nos<br />
cinemas, Tony Ramos interpreta o diabo, que para muitos<br />
nada mais é que uma figura simbólica para as maldades<br />
da humanidade. Ele não mede esforços para atingir seus<br />
objetivos, uma característica que em nada combina com a<br />
personalidade do artista, que somente disse sim ao projeto<br />
após o encantamento que sentiu durante a leitura da obra<br />
de Fernanda Young e Alexandre Machado. Intérprete de<br />
um vilão cômico, o ator preza a importância do debate<br />
humorado sobre temas como a intolerância e as pequenas<br />
maldades que cometemos no dia a dia, e muitas vezes, sem<br />
percebermos. “Não fiquei com receio de interpretar o diabo,<br />
o importante para mim é chegar ao público”, explicou em<br />
entrevista para a revista SETIN.<br />
elogiado pelos colegas por sua generosidade e cavalheirismo<br />
dentro e fora de cena, já está acostumado com a fama de bom<br />
moço. Não que tal título o incomode. Em seu dia a dia, faz<br />
questão de levar uma vida de simplicidade ao lado da esposa<br />
Lidiane, com quem é casado desde os 21 anos. Os dois são<br />
pais de dois filhos, o médico Rodrigo e a advogada Andréa.<br />
Avesso às redes sociais – ele não tem Facebook, Twitter<br />
ou Instagram –, Tony explica que sua vida já é exposta<br />
naturalmente pelo ofício escolhido. E nesta entrevista<br />
concedida para a revista SETIN, ele mostra que seu objetivo<br />
é continuar com uma vida simples, com foco em sua família<br />
e próximo trabalho.<br />
"Meu trabalho é entender<br />
o que está por trás de<br />
um roteiro, mergulhar<br />
naquele processo.”<br />
Também, pudera: no auge de seus 68 anos, o ator, que<br />
começou na TV como galã de folhetins, está feliz com o<br />
caminho percorrido em seus 52 anos de profissão.<br />
Tudo começou na extinta TV Tupi, atuando em esquetes no<br />
programa “Novos em Focos”, em 1964. No ano seguinte,<br />
estreou sua primeira novela, A Outra, totalizando 17 projetos<br />
na emissora. Em 1977, já fazia parte do casting da Rede<br />
Globo, interpretando Paulo Morel em Espelho Mágico. A<br />
veracidade que dava às cenas aumentava a cada trabalho,<br />
conquistando assim o carinho do telespectador, que nutria<br />
imensa admiração pelo astro em ascensão.<br />
Na ficção, Tony ousou, brincou e surpreendeu em mais de 70<br />
personagens contabilizados somente em TV. Diversificou nos<br />
perfis que variou entre mocinho a vilão. O Astro, Baila Comigo,<br />
A Próxima Vítima, Anjo de Mim, Caminho das Índias, Paraíso<br />
Tropical são histórias que prenderam a atenção do público<br />
através de seus núcleos, ora cômicos, ora dramáticos.<br />
Com a reprise de Pai Herói no canal Viva, ele não para de<br />
receber telefonema da própria mãe, brincando com sua<br />
idade da época. “Ela diz que eu era mocinho (risos)”. Sempre<br />
SETIN - Como foi o seu processo de construção para viver<br />
a figura emblemática do diabo em Vade Retro? Quais foram<br />
suas referências?<br />
Tony Ramos - Não vi nenhum filme, nem o Advogado do<br />
Diabo com o Al Pacino. O demônio, diabo, cão ou qualquer<br />
outro adjetivo usado aqui, é discutido desde sempre.<br />
Quando o Maurinho Mendonça me mostrou o roteiro, eu<br />
topei, porque chegava ao público. Não há um modelo, são<br />
muitas referências clássicas. Comecei por aí. Com a grade<br />
de gravação fui separando cena por cena de 40 páginas. O<br />
texto do Alexandre Machado e Fernanda Young me marcou<br />
bastante. Felizmente é bom chegar nessa altura da minha<br />
vida profissional escolhendo bons projetos. Não significa<br />
um pedantismo burro da minha parte, mas é um fato. Seria<br />
uma hipocrisia negar isso. Não procurei nada em filme<br />
nenhum, porque, fundamentalmente, me atenho ao que está<br />
escrito. Tenho boas memórias da literatura. O dever do ator<br />
é entender o que o autor pede.<br />
14
SETIN - Quem é o Abel Zebu na trama?<br />
Tony Ramos - Ele é um conferencista que dá várias palestras<br />
remetendo a plateia quase ao tema do dia, algo muito<br />
pertinente.<br />
SETIN - Há alguma característica sua no personagem?<br />
Tony Ramos - Em nenhum momento tem algo de mim, a não<br />
ser suor, transpiração e inspiração. Eu gosto de me despojar<br />
de qualquer prejulgamento, só tenho uma visão crítica<br />
daquilo que vou fazer.<br />
SETIN - A dúvida da série é saber se o Abel é ou não o diabo.<br />
O público pode aguardar a segunda temporada da série?<br />
Tony Ramos - Vocês ficarão com essa dúvida até o final, o<br />
que provavelmente prepara o segundo ano. Na empresa me<br />
perguntaram exatamente sobre isso [segunda temporada],<br />
eu respondi que nem estreou minha novela ainda (risos).<br />
Calma. Aguardem!<br />
SETIN - Você é uma pessoa religiosa, Tony?<br />
Tony Ramos - Eu sou muito religioso, mas não falo, pois não<br />
sou um catequizador. Eu tenho fé. E tem ateu que é melhor<br />
do que muita carola de igreja. Essa convivência ecumênica<br />
nunca me aterrorizou. Não fiquei com receio de interpretar<br />
o diabo, o importante para mim é chegar ao público. Com<br />
respeito, você chega a todas as frequências que por vezes<br />
podem ser tabus para o ser humano. Precisamos falar sobre<br />
intolerância, liberdade de expressão, de gêneros...<br />
SETIN - Acredita no diabo?<br />
Tony Ramos - Eu não! Acredito em Deus, um ser absoluto. A<br />
fé habita em cada um de nós ou não. Respeitamos. Não tenho<br />
gurus, não sigo nada. Ninguém tem a verdade absoluta.
SETIN - Você se identificou com essa dualidade entre o<br />
bem e o mau? Qual dos sete pecados capitais já se pegou<br />
cometendo no dia a dia?<br />
Tony Ramos - Eu não cometo essas pequenas maldades do<br />
dia a dia, não. Acredite se quiser. Não gosto da soberba do<br />
ser humano. Tenho bom humor, e não é fingido. Claro que<br />
tem o dia da unha encravada, da dor de cabeça, mas não<br />
levo isso para frente das câmeras, nem para o meu bastidor.<br />
SETIN - Você está se assistindo novamente na novela Pai<br />
Herói, atualmente reprisada no canal pago Viva?<br />
Tony Ramos - Eu tenho a série inteira gravada. Mas me vejo<br />
sim. Minha mãe me liga e fala que me assiste, diz que eu era<br />
mocinho (risos).<br />
SETIN - Qual o balanço você faz de sua trajetória artística<br />
até aqui?<br />
Tony Ramos - Atravessei essa profissão até agora sem ter no<br />
meu vocabulário as palavras inveja, soberba, encantamento<br />
e deslumbramento. Nunca acreditei em glamour ou em<br />
“tapinhas nas costas”. Faço do meu ofício uma forma de<br />
sobreviver, pois acredito naquilo que realizo. Minha carreira<br />
foi conduzida com absoluta verdade. Carreira para mim<br />
não é glamour ou capa da revista, isso é consequência.<br />
Meu trabalho é entender o que está por trás de um roteiro,<br />
mergulhar naquele processo. Quando saio do Projac e entro<br />
em minha casa, sou apenas o Antônio e ponto final. Trabalho<br />
em televisão há 52 anos, é muita coisa!<br />
SETIN - Quais programas você costuma ver na TV?<br />
Tony Ramos - Não perco o Globo Rural, gosto muito do Esporte<br />
Espetacular, vejo as novelas, inclusive de outros canais. Acho<br />
muito engraçado o Tá no Ar na TV, assisto aos telejornais.<br />
Acompanho algumas coisas do Netflix, mas não é tudo que<br />
acho legal. Gravo documentários e grandes entrevistas da<br />
Globo News.<br />
SETIN - Cultiva algum hábito antigo que você não perdeu<br />
mesmo com a tecnologia?<br />
Tony Ramos - Leio jornal impresso, sentado no sofá,<br />
tomando uma caneca de café com o cachorro me lambendo.<br />
Esse hábito não perderei nunca. É importante ver o editorial<br />
de um jornal, leio três diariamente. Com as revistas é a<br />
mesma coisa, não gosto de lê-las digitalmente, preciso tê-<br />
-las nas mãos.<br />
16
SETIN - Você continua avesso às redes sociais?<br />
Tony Ramos - Não tenho Facebook, Instagran, Twitter,<br />
Snapchat. Sei da existência de todas essas tecnologias,<br />
não as nego. Fica parecendo que sou um cara chato, que<br />
está envelhecendo com uma visão equivocada da vida. Eu já<br />
sou exposto naturalmente pela minha profissão, não quero<br />
me expor ainda mais. Não tenho interesse em bisbilhotar a<br />
vida alheia, fuxicar... É uma questão de perfil. Minha esposa<br />
também não tem. Nossa vida é de uma simplicidade que<br />
você ficaria atônita. Lemos livros, tomamos vinho juntos,<br />
namoramos, brindamos à vida! Os meus netos, uma menina<br />
de 13 e um rapaz de 17, são de universos diferentes do meu.<br />
Jogo tênis, vejo futebol com eles. São hábitos corriqueiros e<br />
não quero nada que complique isso.<br />
SETIN - Você e sua esposa, Lidiane, formam um dos casais<br />
mais acarinhados pelo público brasileiro. Qual o segredo de<br />
uma relação duradoura?<br />
Tony Ramos - Eu sou de uma única mulher, porque ela<br />
é o amor da minha vida. Não estou nessa profissão para<br />
ser um voyeur. Ser macho é ser homem de uma mulher<br />
só. Lidiane me move na vida. Aprendi na minha casa<br />
sempre dizer, por favor, com licença e obrigado. Passei<br />
isso aos meus filhos, que repassaram aos meus netos.<br />
Relacionamentos no meio artístico é muito visado pela<br />
curiosidade das pessoas, a mídia sempre noticia. Todos<br />
ficam sabendo que fulano casou com esse ou separou<br />
daquele... Mas isso acontece com advogados, engenheiros,<br />
médicos... Minha mãe casou-se três vezes (risos). O<br />
adultério é algo doentio, quando acontece é porque sua<br />
relação pessoal não está bem.<br />
SETIN - Pode dar detalhes de seu próximo trabalho na<br />
novela Tempo de Amar?<br />
Tony Ramos - A novela se passa nos anos 1920, terei de<br />
cortar um pouco mais o cabelo, talvez tenha de deixar o<br />
bigode crescer... Estamos na fase mais delicada da criação.<br />
É fundamental participar desse processo. Recebo muitos<br />
volumes de textos, anoto, presto atenção nas entrelinhas.<br />
Depois a produção de pesquisa da novela me traz dados do<br />
século passado.
| gastronomia |<br />
Yes, nós temos<br />
marmitas!<br />
Essa mania já dominou o mundo! Tem lanche<br />
da manhã, almoço, sanduíche, fruta, barrinha,<br />
nuts - tudo cabe na marmita<br />
Marcelo Goltzman<br />
Quando você pensa em marmita, qual a primeira<br />
coisa que vem à cabeça? Muito provavelmente<br />
aquela refeição acomodada em embalagens<br />
retangulares de alumínio, certo? A verdade é<br />
que as famosas quentinhas ganharam status de<br />
refeição saudável e chique e hoje servem pessoas<br />
com as mais variadas exigências. Há opções para<br />
atletas, executivos, crianças e até para quem<br />
deseja apenas comidinhas gourmets, entregues<br />
no trabalho ou no conforto de casa. As marmitas<br />
ganharam status de desejo, além de variados<br />
rótulos e funções.<br />
Apesar de ter virado moda entre os mais diversos<br />
públicos, de acordo com o Sebrae de São Paulo,<br />
a maioria dos consumidores ainda é do setor<br />
corporativo e concentra-se em escritórios, lojas<br />
e consultórios. O motivo principal é a rotina<br />
intensa, aliada ao curto tempo para o almoço.<br />
Outra vantagem é o pagamento facilitado: as<br />
pessoas que recorrem a esse serviço, hoje<br />
utilizam, além de dinheiro em espécie, cupons<br />
de refeição (vale-refeição e vale-alimentação)<br />
que são fornecidos pelas empresas e, em muitas<br />
ocasiões, até fecham pacotes mensais.<br />
O grande público desse setor oscila entre jovens<br />
na faixa dos 25 a 34 anos, coincidentemente, a<br />
fase em que mais concentram tempo na busca<br />
da ascensão profissional e também iniciam uma<br />
família – segundo levantamento realizado pela<br />
agência Mintel, especializada em pesquisas de<br />
mercado. “Apesar da rotina corrida, esse público<br />
deseja uma alimentação saudável, saborosa e<br />
equilibrada, mas não têm tempo de preparar as<br />
próprias refeições”, diz Albert Kribely, criador da<br />
Vip Food, de São Paulo. Sua empresa entrega as<br />
marmitas e os kits congelados que podem ser<br />
consumidos após aquecê-los em micro-ondas<br />
ou em banho-maria, na hora ou dentro de um<br />
prazo de até três meses. Com a popularização<br />
do comércio pelas redes sociais e serviços de<br />
mensagens diretas, como Whatsapp, os cardápios<br />
são fornecidos e atualizados pela internet. Tanto<br />
que o Vip Food também recebe grande parte de<br />
seus pedidos on-line. “Essa comunicação facilita<br />
a vida de nosso público, que tem esse perfil mais<br />
dinâmico”, diz o fundador da empresa.<br />
Atenta a esse tipo de público plugado nas redes<br />
sociais, a Marmotex, uma startup de São Paulo,<br />
focou nas marmitas “corporativas”. Monica Lee,<br />
responsável pelo departamento de marketing<br />
da empresa, diz que a ideia de seu negócio<br />
surgiu a partir de uma necessidade dos próprios<br />
colegas, que sentiam falta de um almoço com<br />
variedade, a preços acessíveis. “Quando saíam<br />
para almoçar, ou se separavam, ou todos tinham<br />
que ir em apenas uma opção de restaurante”. Foi<br />
com esse insight, que começaram a desenvolver<br />
a primeira versão de um sistema de pedidos on-<br />
-line e a procurar parceiros e clientes.<br />
Foto: marmita chic<br />
18
O diferencial do Marmotex em relação a outros aplicativos<br />
de comida é que, além dos pedidos individuais, também<br />
são oferecidas assinaturas semanais como, por exemplo,<br />
a Marmofit, a Low Carb e a Vegan. Todo o cardápio das<br />
marmitas é desenvolvido por uma gastrônoma responsável.<br />
Após a definição, uma parte do cardápio é enviado aos<br />
restaurantes parceiros responsáveis, que preparam os<br />
pratos, e a outra parte, preparado pela equipe da própria<br />
Marmotex. Depois disso, tudo parte para entrega. E esse<br />
serviço não é terceirizado. “Queremos oferecer um serviço<br />
prático e rápido, com atendimento informal, mas prestativo.<br />
Ao não terceirizar as entregas, temos contato direto com<br />
nossos clientes. Nós realizamos a intermediação de tudo,<br />
portanto qualquer dúvida que as pessoas tenham, desde a<br />
produção dos pratos, ao pedido/entregas, nós conseguimos<br />
responder e auxiliá-los 100%.”<br />
Para todos os gostos<br />
Atendendo clientes com as mais variadas exigências, hoje,<br />
o mercado de marmitas está bastante disseminado. Mas<br />
vale destacar a crescente demanda pelas seguintes linhas:<br />
Fit, Emagrecimento, Gourmet e a Low Carb. A linha fit é<br />
indicada para quem busca energia para prática de exercícios,<br />
sendo composta por proteína magra e carboidrato de baixa<br />
caloria. Aqui não pode faltar batata-doce com frango,<br />
carne vermelha, mandioquinha, arroz integral, brócolis e<br />
ovos. Seguindo a linha de fitness e saúde, vale destacar o<br />
rápido crescimento da Lucco Fit e da Panelinha Fit, ambas<br />
também de São Paulo, que oferecem desde pratos avulsos<br />
até kits completos de emagrecimento, massas sem lactose,<br />
saladas, lanches, sobremesas e até suco detox. Ideal para<br />
quem quer eliminar alguns quilinhos sem abrir mão de<br />
comida saborosa e de qualidade, a linha emagrecimento é,<br />
em geral, encomendada via kits entregues para sete dias ou<br />
para o mês todo.<br />
Até mesmo chefs experientes aderiram às marmitas –<br />
as chamadas gourmet ou kits personalizados. Um bom<br />
exemplo vem de Ipê Aranha, chef do Ipê Cozinha e<br />
especializado em Culinária Funcional, que vai até a casa<br />
dos clientes e prepara refeições de acordo com suas<br />
necessidades. “Hoje, devido à rotina corrida, trânsito,<br />
distâncias, a comida de casa passou a ser o artigo de<br />
luxo, e com elas as marmitas, consequentemente”, diz<br />
ele. Além disso, há a preocupação com a qualidade do<br />
que estão levando à boca, lembra o chef. “E quanto mais<br />
exigente você é em relação ao tipo de comida e preparo,<br />
20
Fique sabendo...<br />
<br />
O preparo da marmita começa na seleção dos melhores<br />
ingredientes e na higiene. Procure conhecer onde os<br />
alimentos são preparados e cheque referências.<br />
<br />
Os alimentos devem estar em recipientes onde se<br />
possa separar quentes de frios. Colocar arroz e feijão<br />
junto a saladas, por exemplo, faz com esta murche e<br />
até azede, gerando contaminação.<br />
<br />
Alguns itens também não suportam o transporte por<br />
muito tempo e devem ser evitados: frituras, peixes,<br />
frutos do mar, molhos a base de creme de leite.<br />
<br />
O ideal é levar o tempero (vinagre, azeite e sal, por<br />
exemplo) separado e colocá-lo na hora de se servir.<br />
Quanto ao utensílio utilizado, o de vidro é o mais<br />
indicado, mas levando-se em conta a praticidade,<br />
indica-se o de silicone, pois, além de não conter<br />
resíduos tóxicos, permite ser aquecido, além de ser de<br />
fácil higienização.<br />
talvez menos opções para comer vai encontrar nas ruas.<br />
Um bom exemplo são as pessoas que desejam dietas<br />
restritivas ou sem lactose.”<br />
Jennifer Mantovani, consultora gastronômica especializada<br />
em marmitas premium, também confirma que o público<br />
está cada vez mais preocupado e exigente em relação<br />
a alimentação: “Estamos falando das pessoas que são<br />
totalmente atentas à alimentação e, por isso, buscam<br />
praticidade e qualidade ao mesmo tempo, inclusive com<br />
informações nutricionais sobre o que vão consumir”, diz ela.<br />
E quando o assunto é nutrição, apesar de os públicos serem<br />
variados, para Jennifer, a marmita ideal seria composta por<br />
quatro itens: proteína (frango, peixe), leguminosa (feijão,<br />
lentilha), carboidrato (arroz, macarrão) e legumes/verduras<br />
(couve-flor, cenoura, beringela). Já a quantidade ideal<br />
seria de 150 gramas de proteína, 150 de legumes, 100 de<br />
leguminosas e 100 de carboidrato.<br />
A vez dos pequenos<br />
As marmitas infantis também são muito procuradas por mães<br />
cujos filhos possuem alguma alergia alimentar, como lactose ou<br />
glúten, o que nem sempre é fácil de encontrar nos menus dos<br />
restaurantes. Ou mesmo por aquelas mães que se preocupam<br />
em oferecer um cardápio personalizado e saudável. É o caso da<br />
apresentadora Bela Gil, que recentemente provocou polêmica<br />
ao mostrar a marmita de sua filha Flor, com granola caseira,<br />
batata-doce e banana-da-terra.<br />
Menos rigorosa, mas igualmente atenta aos alimentos das<br />
crianças, é a cantora e blogueira Mariana Belém. Mãe de<br />
duas filhas pequenas e com uma rotina intensa, ela lança<br />
mão das marmitinhas da Gourmetzinho para o almoço da<br />
pequena Julia, de 1 ano. “São pratos para bebês, congelados<br />
e sem conservantes, superpráticos”, diz ela.<br />
Assim como a Gourmetzinho, a Bentô Kids também é<br />
especializada em cardápios especialmente elaborados por<br />
nutricionista para bebês e crianças, com a diferença de usar<br />
a técnica japonesa de decoração de marmitas, incentivando<br />
o interesse pelos alimentos. Quem não se lembra de ficar<br />
incentivado ao comer o aviãozinho ou a árvore de brócolis?<br />
Aqui, o negócio é alimentar-se com muita diversão. Pensando<br />
nisso, a empresa, comandada por Evelyne Ofugi, vende os<br />
alimentos em kits contendo 30 marmitas e faz tanto sucesso,<br />
que hoje conta com uma fila de espera.<br />
Fique de olho<br />
Apesar do grande interesse e consequente ascenção do<br />
mercado de marmitas, este não é um negócio para amadores.<br />
Muito pelo contrário. A conservação, por exemplo, é um<br />
ponto muito importante a ser observado, uma vez que muitos<br />
alimentos podem estragar ao ficarem fora de refrigeração.
“Isso é comum entre os que fermentam, como feijão,<br />
brócolis, couve, couve-flor, ou que contenha algum tipo de<br />
leite ou creme de leite na preparação, como no estrogonofe,<br />
escondidinho, maionese ou ovo. O ideal, independente<br />
do alimento e da preparação, é que a marmita fique em<br />
refrigeração de no máximo 6 ºC, minimizando assim a<br />
proliferação bacteriana ou aparecimento de fungos”, diz<br />
Jennifer Mantovani.<br />
Mesmo que receba a marmita, ainda congelada, se o consumo<br />
não for imediato, é preciso levá-la à geladeira. “É importante<br />
lembrar que o período de transporte também pode ser crítico,<br />
principalmente nas épocas mais quentes do ano. Assim,<br />
sempre que possível, faça uso de uma bolsa térmica durante<br />
o deslocamento, para manter a marmita em temperatura de<br />
conservação. Em geladeira, procure colocar a marmita na<br />
parte superior, que possui a menor temperatura”, lembra a<br />
nutricionista Fernanda M. Freitas, que é tão adepta desse tipo<br />
de alimentação, que até criou uma página chamada Marmita<br />
Chic, na qual divulga e comercializa bolsas próprias para o<br />
transporte das marmitas. “Como sou nutricionista, sempre<br />
incentivei meus pacientes a se planejarem e a levarem suas<br />
próprias refeições ou lanches. Montei a página para divulgar<br />
as bolsas e acabei transformando em uma extensão do meu<br />
trabalho”, diz ela, que aproveita para dar o recado: “Marmita<br />
hoje não é só para quem faz dieta, mas para quem quer ter<br />
uma alimentação saudável”.<br />
De acordo com a nutricionista, quem mais a procura são<br />
mulheres, muitas delas recém-operadas de cirurgias<br />
bariátricas, e que precisam carregar alimentos para todo<br />
o dia, respeitando os horários das refeições. Pessoas que<br />
praticam atividades físicas também têm grande interesse. “A<br />
marmita deixou de ser uma necessidade financeira e agora<br />
está se tornando um acessório de moda”, diz ela.<br />
SERVIÇO<br />
Light and Joy<br />
lightandjoy.com.br<br />
Alimentação saudável, comida caseira e saladas<br />
prontas com molhos diferenciados.<br />
Lucco Fit<br />
luccofit.com.br<br />
Kits (emagrecimento, almoço, jantar, low carb, detox e<br />
outros), carnes, peixes, massas e outras opções.<br />
Panelinha Fit<br />
panelinhafit.com.br<br />
Kits para emagrecimento, reeducação alimentar, ganho<br />
de massa magra, marmitas tradicionais, premium e<br />
lanches.<br />
Gourmetzinho<br />
gourmetzinhopapinhas.com.br<br />
Papinhas preparadas apenas com produtos frescos e<br />
naturais para bebês a partir de 6 meses de idade.<br />
Marmotex<br />
marmotex.com.br<br />
Carnes, frangos, peixes, árabe, mexicana, brasileira,<br />
low carb, fit, vegetarianas, dietas restritivas e outras.<br />
Marmita Chic<br />
marmitachic.minhalojanouol.com.br<br />
Entrega de bolsas marmitas para todo o Brasil.<br />
22
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de ter recebido as melhores notas para retenção de partículas e redução de<br />
cloro. Saúde e confiança para você e sua família.<br />
docol.com.br
| viagem |<br />
Antártica:<br />
uma viagem de<br />
outro mundo<br />
O continente branco já foi tão inacessível quanto<br />
a Lua, mas hoje está ao alcance dos sonhos de<br />
qualquer turista<br />
Bettina Monteiro<br />
24
Segundo sir Ernest Henry Shackleton, antigo navegador<br />
inglês que um século atrás teve seu navio Endurance<br />
tragado pelo feroz gelo da Antártica em uma expedição<br />
de reconhecimento, “dificuldades são apenas desafios a<br />
serem superados”. O capitão Shackleton sobreviveu mais<br />
de um ano a temperaturas abaixo de 40 graus negativos,<br />
comendo apenas focas... Sem perder um homem sequer de<br />
sua tripulação! Quase 100 anos depois, a última fronteira do<br />
planeta, praticamente toda coberta por gelo durante o ano<br />
inteiro, continua a ser uma das mais extraordinárias – e<br />
desafiadoras – viagens a se fazer na Terra.<br />
O último dos continentes já não segue, porém, tão inacessível<br />
quanto a Lua. Hoje, chegar abaixo da latitude 60° Sul, que<br />
marca a entrada na área do Tratado Antártico, que delimita<br />
territórios e garante a proteção ambiental do continente<br />
gelado, está ao alcance de qualquer turista disposto a<br />
investir um mínimo de 3 mil dólares nessa experiência.<br />
Basta embarcar em um cruzeiro no verão. Na América<br />
do Sul, há desde grandes navios saindo de Buenos Aires,<br />
com eventual parada nas Ilhas Falkland, até embarcações<br />
menores zarpando de Ushuaia - a cidade mais austral do<br />
mundo - com eventual escala nas Ilhas Geórgia do Sul.<br />
Fotos: Christopher.Michel, PaulBalfe, J M Lamb-Visual hunt
O Continente Branco: na Antártica o branco tem cor azul, rosa, cinza…<br />
O cruzeiro não será tão tranquilo como os que navegam o<br />
Mar do Caribe, frise-se. Para ir do Ushuaia até a Península<br />
Antártica, a parte do continente mais próxima do sul da<br />
América do Sul, é preciso atravessar a Passagem de Drake,<br />
um estreito temido pelos mais experientes navegadores.<br />
Leia-se: o mar mais violento do mundo! Sim, esse canal<br />
entre a América do Sul e a Antártica marca o encontro de<br />
nada menos do que três oceanos – o Atlântico, o Pacífico e o<br />
Antártico. Resultado? Correntes marítimas superiores a 400<br />
quilômetros por hora e ondas de 5 a 11 metros castigam as<br />
embarcações, durante a travessia que dura aproximadamente<br />
um dia (na ida e na volta). Imagine um navio de 14 andares, com<br />
3 mil passageiros a bordo, chacoalhando com os vagalhões<br />
batendo no casco. O jeito é tentar driblar o enjoo e passar o dia<br />
na cabine, tentando dormir. A opção para escapar das águas<br />
turbulentas seria realizar a travessia de avião, mas aí perde-<br />
-se uma grande história para contar.<br />
Ao acordar no silêncio do mar da Antártica, avista-se<br />
aquela terra sem fim, quase toda coberta de gelo. E sente-<br />
-se pertencendo ao rol dos raros homens, e raríssimas<br />
mulheres, que podem ser chamados de expedicionários.<br />
26
Mesmo que se tenha feito a travessia do conforto de uma<br />
cabine, você chegou lá! No mais ermo dos continentes. Na<br />
última fronteira do planeta. Na terra de ninguém. No exato<br />
lugar em que o navegador norueguês Roald Amundsen<br />
partiu, em outubro de 1911, para conquistar o Polo Sul.<br />
Na Antártica, ao<br />
contrário do Ártico,<br />
há terra sob o gelo<br />
A Antártica é vasta e imponente – há incríveis cadeias de<br />
montanhas brotando do mar. Ao contrário do Ártico, aqui há<br />
terra por baixo do gelo. Uma curiosidade: o continente e o<br />
oceano foram nomeados em uma contraposição ao Ártico:<br />
antiártico, antártico.
Pinguins, focas e outros animais marinhos: há muita vida na Antártica<br />
Na solidão antártica,<br />
o principal esporte é<br />
a contemplação<br />
O silêncio antártico é ilustrado pela imagem dos icebergs<br />
gigantes flanando pelo oceano em direção ao norte. Mas<br />
mesmo com os imensos blocos de gelo passando ao longe,<br />
toda embarcação nessa latitude precisa necessariamente<br />
de um especialista em navegação no gelo. Aos olhos, é<br />
uma explosão de brancos. Sim, o branco é uma cor com as<br />
mais diversas tonalidades! Uma verdadeira paleta. Aliás:<br />
não é mesmo a soma de todas as cores? Pois na Antártica,<br />
também chamada de Continente Branco, gelo tem cor. Nas<br />
ice sheets, lâminas formadas pela neve que acabou de cair, o<br />
branco é límpido. Já nas massas compactadas pelo tempo,<br />
o branco ganha um tom azulado. No sea ice, a água do mar<br />
congelada, o que se vê é uma mistura de reflexos. E na ice<br />
shelf, placa de centenas de metros que cobre a terra, o<br />
branco muitas vezes tem um quê de rosa. Com tanto branco<br />
ao redor, jamais abandone os óculos escuros para proteger<br />
a retina. Recomenda-se também passar protetor solar, pois<br />
o reflexo do sol no gelo branco tem dupla ação sobre a pele.<br />
E vale lembrar que o dia é bem longo no verão: amanhece às<br />
3 da manhã e escurece depois das 11 da noite!<br />
Na sempre calma navegação por esses gelados mares do<br />
sul, é possivel encantar-se ainda com uma ilha chamada<br />
Elephant, quase sem praia. Foi nela que Shackleton se<br />
isolou com seus homens depois que seu navio Endurance<br />
foi tragado pelo gelo. Na maioria das vezes, a expedição é<br />
isso mesmo: um Antártica watching. Passageiros de grandes<br />
embarcações – mais de 500 passageiros – não são autorizados<br />
28
Os melhores navios que levam ao<br />
Continente Antártico<br />
Não é barato viajar para a Antártica. Em geral os cruzeiros, que duram de 8 a 12 dias,<br />
custam de U$ 3.000 a US$ 20.000. Por pessoa. Mas lembre-se que todas as refeições<br />
e atividades estarão incluídas já que, em se tratando de Antártica, lazer e gastronomia<br />
precisam ser oferecidos pelas próprias embarcações. As viagens acontecem de<br />
dezembro a fevereiro (com uma ou outra saída no final de novembro ou começo de<br />
março). Veja alguns navios:<br />
Le Lyrial, da Abercrombie & Kent, saindo de Ushuaia (abercrombiekent.com).<br />
Eclipse e Infinity, da Celebrity Cruises, saindo de Buenos Aires (celebritycruises.com).<br />
Silver Explorer, da Silversea, saindo de Ushuaia (silversea.com).<br />
Sealburn Quest, da Sealburn, saindo de Buenos Aires (seabourn.com).<br />
Antarctica XXI, saindo na Ilha King George (antarcticaxxi.com).<br />
Ocean Endeavour e Ocean Adventurer, da Quark Expeditions, saindo de Ushuaia<br />
(quarkexpeditions.com)
Do Ushuaia, na Argentina, parte-se para a travessia da Drake Passage. Abaixo, a recompensa: caminhada no continente gelado.<br />
30
a colocar os pés no gelo. O motivo é simples: a instabilidade<br />
climática é tão grande que seria impossível reembarcar tantos<br />
viajantes de uma vez. Um céu de brigadeiro pode virar uma<br />
tempestade de vento em minutos. Nem por isso a viagem é<br />
menos divertida. Do convés, pode-se observar muitas aves e<br />
animais marinhos, pois o mar da Antártica é realmente fértil –<br />
levando-se em conta a quantidade assombrosa de krill, base<br />
da cadeia alimentar. E é por isso que não é raro ver bichos<br />
ocupando a terra, o gelo e a água.<br />
Centenas de pinguins-de-adlia, bem pequeninos, mergulham<br />
como patos para depois fazer engraçado balé aquático. Seus<br />
irmãos, pinguins-getoo, um pouco maiores, desfilam seu<br />
andar de Chaplin pelas encostas. Elefantes-marinhos ficam<br />
prostrados em pedaços de placas de gelo. Baleias? Depois<br />
de dois séculos fugindo dos baleeiros, elas provavelmente<br />
registraram uma aversão a embarcações nessa latitude.<br />
Difícil vê-las.<br />
A temperatura no convés pode baixar a 8 graus negativos<br />
(mesmo sendo verão!), mas dentro do navio a calefação<br />
permite aos passageiros ficar em mangas de camisa,<br />
observando a fauna antártica dos salões envidraçados, onde<br />
chocolate quente e caldos substanciosos são servidos a toda<br />
hora. Ainda assim, aconselham-se agasalhos impermeáveis<br />
para os momentos em que deixar esse conforto térmico para<br />
sentir o clima antártico no convés.<br />
Quando o navio, fundeado, desliga as máquinas, o céu se<br />
move lentamente e praticamente não há som. Existe silêncio<br />
absoluto na atmosfera. Para os pesquisadores das bases<br />
instaladas na Antártica, únicos habitantes do continente,<br />
a chegada dos navios de cruzeiro é um sinal de vida<br />
ansiosamente aguardado que vem quebrar a solidão – eles<br />
correm em direção à orla para saudar os passageiros. Muitos<br />
cientistas renomados sobem a bordo para dar interessantes<br />
palestras a turistas. Os cruzeiros costumam passar pelas<br />
estações argentinas, Esperanza e Almirante Brown, e chilena,<br />
Presidente González Videla, entre outras.<br />
Já quem viaja nas embarcações menores, de até 500<br />
passageiros, pode ir mais fundo na exploração da Antártica.<br />
Pode chegar a pisar no continente. Pode ver de perto uma<br />
colônia de pinguins. Pode arriscar um stand up paddle ou<br />
um passeio de caiaque. Ou até, com sorte, passar uma noite<br />
acampado em terra. Mas o que todo mundo sonha é fazer<br />
como o navegador Amyr Klink: trazer pedrinhas na viagem<br />
de volta para casa.<br />
O Tratado Antártico delimita a cooperação para exploração do continente
| arquitetura |<br />
32
Fernanda Marques<br />
Sinônimo de sucesso, a arquiteta traz no currículo desde<br />
prêmios internacionais a projetos de casas paradisíacas e<br />
empreendimentos imobiliários de grande destaque no setor<br />
Yara Guerchenzon<br />
Os números dizem por si só: são mais de mil projetos<br />
realizados até hoje, entre participações em mostras<br />
de decoração, incorporação e residenciais, tanto no Brasil<br />
quanto no exterior. Nome consagrado na arquitetura<br />
nacional, Fernanda Marques comanda uma equipe de 29<br />
colaboradores, sendo 25 centralizados no seu escritório em<br />
São Paulo e quatro entre os núcleos de Londres, Lisboa e<br />
Lausanne.<br />
Formada no final dos anos 1980 pela FAU-USP, Faculdade<br />
de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São<br />
Paulo, a arquiteta trouxe, ao longo de sua sólida carreira,<br />
o traço conceitual, limpo, que vivenciou nos tempos da<br />
universidade, cuja influência também a levou ao exercício<br />
integrado das várias disciplinas: arquitetura, design<br />
de interiores, design de produto, comunicação visual e<br />
paisagismo que estão entre as áreas de atuação de seu<br />
endereço profissional, situado há mais de dez anos na Vila<br />
Olímpia, bairro da capital paulista.<br />
Fernanda tem trabalhos executados de norte a sul do Brasil.<br />
Em São Paulo, Fernanda assina o design de interiores de<br />
áreas comuns de alguns empreendimentos imobiliários da<br />
SETIN Incorporadora. Como é o caso do Midtown Pacaembu,<br />
entregue no final de março. A arquiteta foi responsável por<br />
alguns ambientes, a exemplo do lobby, que traz um amplo<br />
jardim vertical e uma sequência de bancos de aço inox da<br />
sua premiada série Geomorph. O residencial se destaca por<br />
reunir serviços diferenciados, como o Relax Sky by Buddha<br />
Spa e uma academia projetada e equipada pela Reebok, além<br />
de oferecer a comodidade de um residencial que agrega<br />
serviços de um Adagio Aparthotel. Outro empreendimento da<br />
SETIN Incorporadora que traz a sua marca é o Mondial São<br />
Bernardo, em São Bernardo do Campo, que oferece um mix<br />
de studios e apartamentos, que foram entregues em abril,<br />
além de escritórios e unidades hoteleiras que devem ser<br />
concluídos ainda neste ano. A SETIN Incorporadora também<br />
contará com a arquiteta, em um novo projeto na região da<br />
Chácara Klabin, em São Paulo.<br />
Fotos: Divulgação<br />
<strong>Setin</strong> Midtown Pacaembu
Autora de casas icônicas, ela faz questão de mencionar o<br />
Projeto Limantos, na capital paulista, concluído em 2012:<br />
“O traçado desta residência construída em um terreno de<br />
acentuada declividade remete à arquitetura racionalista do<br />
alemão Mies van der Rohe. Célebre, entre outros, pelo pavilhão<br />
construído em Barcelona para sediar a Exposição Universal<br />
de 1929, nas encostas de Montjuïc. De geometria simples, traz<br />
a mesma dinâmica de integração baseada no uso ostensivo<br />
do vidro. O mesmo desejo de fusão permanente com a<br />
paisagem e de se sentir próximo à água, além de um definitivo<br />
apego aos materiais considerados essenciais no vocabulário<br />
da arquitetura: concreto e aço. "Trabalhar no limite entre a<br />
máxima transparência e o nível de privacidade ideal para cada<br />
ambiente foi meu grande desafio. Havia ainda a necessidade<br />
de inserir a casa no terreno, respeitar as árvores existentes e,<br />
claro, o considerável desnível", relembra Fernanda.<br />
Fora isso, seu nome está à frente de diversos projetos de<br />
showrooms, desenvolvidos para grifes como Ermenegildo<br />
Zegna, Rosa Chá, L'Occitane e John John. Para esta última,<br />
Fernanda propôs um eclético cenário, com móveis vintage,<br />
toy arts e objetos deslocados de seu contexto original, para<br />
exaltar a contemporaneidade da marca. "Toda a marcenaria e<br />
a ambientação enfatizam os tons escuros, enquanto as cores<br />
aparecem apenas pontuando detalhes específicos. Uma nova<br />
surpresa a cada canto desvendado", explica.<br />
Vale mencionar que a arquiteta tem, ainda, obras residenciais<br />
em Miami, Nova York, Londres e Lisboa, várias delas em<br />
andamento. E, há pouco tempo, ganhou a concorrência para<br />
desenvolver o design de interiores do aeroporto particular de<br />
um hotel-boutique em Amsterdã, cuja obra deve se iniciar<br />
em breve.<br />
Nesse impressionante currículo, destacam-se ainda as suas<br />
inúmeras participações na mostra Casa Cor São Paulo, com<br />
ambientes tão marcantes que são lembrados até hoje, como<br />
o Loft de Inverno Sustentável, apresentado na edição de<br />
2010, cujo projeto foi definido pela própria arquiteta como:<br />
“Uma casa que amplia seus horizontes. Que não se confina.<br />
Que está virtualmente – e concretamente – aberta ao mundo,<br />
à natureza, a seus habitantes”. Com revestimentos internos<br />
e externos executados em madeira reciclada, mobiliário<br />
com selo verde e iluminação de leds, o espaço trazia, ainda,<br />
troncos de árvores, provenientes da Bahia, transformados<br />
nos próprios pilares de sustentação da obra. Além de muitos<br />
detalhes em prata, ouro e cobre, para aquecer o ambiente.<br />
Quanto aos prêmios acumulados ao longo destes quase 30<br />
anos de profissão, são nada menos do que 45! Entre eles,<br />
quatro AD italianos, dois dos quais para projetos de design:<br />
o Infinite Stool, de madeira, e a Série Geomorph, de aço<br />
inoxidável.<br />
E não é só: ávida incentivadora e também colecionadora da<br />
arte contemporânea, Fernanda Marques foi recentemente<br />
escolhida como membro permanente do Comitê de Aquisições<br />
da Galeria Tate Modern, de Londres, para a América Latina,<br />
sendo uma das poucas brasileiras a fazer parte desse seleto<br />
time. “Gosto muito de arte. É o meu hobby. Frequento feiras<br />
e fóruns constantemente. E foi dessa maneira que acabei<br />
conhecendo pessoas da Tate, que me convidaram para<br />
fazer parte do Comitê de Aquisições, já integrado por alguns<br />
brasileiros”, conta. Segundo a profissional, esse comitê<br />
tem como missão auxiliar a curadoria da Tate, por meio de<br />
reuniões realizadas em Londres, a decidir anualmente quais<br />
obras passarão a fazer parte do acervo.<br />
Os bancos de inox da Série Geomorph<br />
O Infinite Stool de madeira<br />
34
Acima fotos da residência de Fernanda Marques<br />
Acima detalhes do showroom criado para a grife Rosa Chá, de clima descontraído,<br />
despretensioso e com referências marcantes do universo hippie, pop e folk
O Projeto Limantos traz a geometria simples, com uso ostensivo do vidro e o desejo de sentir-se próximo à água e à paisagem<br />
36
Não à toa, sua trajetória é reconhecida em diferentes pontos<br />
do planeta, tanto que seus projetos já estamparam as páginas<br />
de revistas de arquitetura e decoração de países como Rússia,<br />
Tunísia, Romênia, México, França, Inglaterra e Estados Unidos,<br />
entre outros. Integrante do núcleo top de profissionais do país,<br />
ao lado dos mais renomados arquitetos contemporâneos,<br />
Fernanda Marques considera essencial, dentro de uma<br />
residência, a identidade dos moradores, o que pode ser<br />
traduzido como conforto. “Cada família tem seus hábitos e<br />
dinâmicas que são muito diferentes umas das outras. Conforto<br />
não se resume a formas e cores. E sim ao uso que se faz do<br />
espaço, ao local que foi feito para você e onde a sua família<br />
se sente bem. A minha casa, por exemplo, é bem vazia, com<br />
poucos elementos. Mas nem todos se veem morando em um<br />
local assim, com espaços livres. É preciso levar em conta os<br />
costumes e escolhas de cada um”, define Fernanda.<br />
Com relação à imagem da arquitetura brasileira no mundo,<br />
a profissional comenta: “Com exceção de Oscar Niemeyer e<br />
Paulo Mendes da Rocha, os dois únicos prêmios Pritzker do<br />
país, e Lina Bo Bardi, que nos deixou um importante legado,<br />
acho que o Brasil ainda carece de personalidade para fazer<br />
valer o nosso estilo. Desde que me formei, em 1988, muita<br />
coisa avançou, e o papel do arquiteto cresceu muito dentro<br />
do nosso país, mas acho que a gente ainda tem um bom<br />
caminho para percorrer, especialmente em questões como<br />
sustentabilidade e tecnologia. Ainda considero pequeno o<br />
investimento em boa arquitetura por aqui. Precisamos de<br />
clientes que valorizem o bom projeto. E do ponto de vista<br />
urbano, vemos um crescimento caótico e a evidente falta de<br />
planejamento, que precisa ser adequada ao modo de vida no<br />
século 21, especialmente nessa megalópole que se tornou<br />
São Paulo. Já o uso de espaços públicos é algo que está<br />
começando a engatinhar por aqui. Mas o urbanismo ainda<br />
está muito atrás”.<br />
Sobre o estilo de seus projetos, Fernanda lembra dos<br />
tempos em que estudou na FAU-USP: “Sou muito fã da<br />
arquitetura brutalista do Paulo Mendes da Rocha. Eu fui<br />
criada nesse meio. Frequentei o prédio do Vilanova Artigas<br />
durante os cinco anos da faculdade. Então eu enxergo esse<br />
tipo de racionalidade na concepção dos espaços também na<br />
minha arquitetura, dentro de um viés contemporâneo. Mas,<br />
ainda assim, acho difícil definir o meu trabalho de uma só<br />
forma. Procuro me reinventar sempre e me atualizar, para<br />
não me repetir em minhas obras. Cada lugar que visito<br />
para iniciar um projeto, traz mensagens e necessidades<br />
distintas, o que já faz com que uma casa seja completamente<br />
diferente de outra. Mas, claro, há uma linha matriz linear.<br />
Gosto muito de espaços que ofereçam integração, e não<br />
áreas compartimentadas. Prefiro que os ambientes sejam<br />
explorados por todos dentro de uma casa, propiciando o<br />
convívio entre os moradores. Afinal, já passamos tão pouco<br />
tempo em casa, junto com nossos filhos. E vejo isso como<br />
um reflexo das mudanças de comportamento das famílias,<br />
que cada vez mais se tornam cooperativas e conscientes”,<br />
finaliza a arquiteta.
| sustentabilidade |<br />
Startups<br />
Conheça algumas soluções sustentáveis para<br />
transformar diversos setores da economia<br />
e o dia a dia das pessoas<br />
Uma boa ideia começa na cabeça, mas a grande razão do<br />
sucesso é fazer essa ideia ganhar vida no mundo.<br />
E esse é o grande segredo das startups – são empresas<br />
inovadoras e promissoras, principalmente associadas à<br />
tecnologia, mas que atuam também em outras áreas e que<br />
vêm movimentando o mercado e preenchendo espaços que<br />
as empresas usuais muitas vezes não conseguem atender.<br />
As startups começaram a surgir no Brasil por conta da bolha<br />
da Internet, em 2001 e, desde então, vêm se diversificando<br />
para além do setor de tecnologia e informática. Um dos<br />
campos com muitas iniciativas e que funciona na base da<br />
inovação é o relacionado aos problemas do planeta. As<br />
mudanças climáticas, a escassez de recursos como água,<br />
a poluição e a desigualdade social são alguns dos grandes<br />
desafios da nossa civilização que exigem mudanças radicais.<br />
E não à toa, tornaram-se uma grande fonte para startups.<br />
“É surpreendente a quantidade de pequenos empresários<br />
que querem fazer dos problemas da sociedade o seu<br />
negócio”, avalia a consultora do Sebrae, Maria Augusta<br />
Pimentel Miglino, responsável pelo Espaço Sustentabilidade<br />
na Feira do Empreendedor deste ano, que contou com a<br />
participação de diversas startups.<br />
Cíntia Marcucci e Rodrigo Gerhardt<br />
Para Lucas Foster, fundador do ProjectHub, uma plataforma<br />
que funciona como uma rede social para o empreendedorismo<br />
e tem a missão de promover a inovação, o cenário brasileiro<br />
é otimista para a difusão dessas pequenas empresas. “As<br />
dificuldades econômicas são apenas uma parte do enorme<br />
desafio pelo qual passa a humanidade, em função dos<br />
problemas ambientais, da superpopulação, da revolução<br />
digital. As grandes empresas estabelecidas estão se<br />
tornando obsoletas e irrelevantes por não desenvolverem<br />
soluções para lidar com esses desafios”, afirma.<br />
Por outro lado, multiplicam-se os laboratórios de inovação,<br />
incubadoras e aceleradoras financiadas por grandes<br />
companhias já conscientes da necessidade de incentivar<br />
novas ideias.<br />
Quando se trata de investimento, só a partir de dois a três<br />
anos é que será possível ter uma clareza maior sobre o futuro<br />
de uma startup como negócio. Para ser considerada madura,<br />
o prazo é em torno de seis anos de desenvolvimento”, diz<br />
Lucas Foster.<br />
Conheça a seguir algumas startups com propostas bem<br />
promissoras, em relação aos problemas que se propõem<br />
resolver.<br />
Fotos: Abel Zyl/Shutterstock<br />
38
Energia solar “flexível”<br />
Startup: Sunew<br />
Origem: Brasil<br />
sunew.com.br<br />
Gerar energia limpa é o grande desafio atual da humanidade<br />
para enfrentar as mudanças climáticas. E a geração solar tem<br />
sido a fonte mais promissora. No entanto, os painéis solares<br />
nem se popularizaram ainda e já começam a parecer passado,<br />
quando filmes aplicados na fachada dos edifícios passam a<br />
desempenhar a mesma função.<br />
Os filmes fotovoltaicos orgânicos, chamados de OPV (Organic<br />
Photovoltaic), são a terceira geração de células solares e o<br />
principal produto da empresa mineira Sunew. Em vez de<br />
usar o silício, ela trabalha com moléculas condutoras de<br />
energia em solução líquida, ou seja, um tipo de tinta, que<br />
pode ser aplicada em filmes plásticos. Segundo o fabricante,<br />
essa alternativa é 40 vezes mais leve que os rígidos painéis<br />
fotovoltaicos, permite diferentes graus de transparência<br />
e cor, além de ser 100% flexível para se moldar às mais<br />
diferentes estruturas, como tetos de carros às coberturas de<br />
pontos de ônibus.<br />
Em São Paulo, os filmes aplicados na fachada da sede da<br />
empresa TOTVS alimentarão com energia limpa 65 estações<br />
de trabalho do prédio, além de reduzir a carga térmica em<br />
75%, poupando também o gasto com ar-condicionado e<br />
evitando a emissão de 578 toneladas de CO 2<br />
/ano.<br />
Por sua inovação, única em toda a América Latina, a startup<br />
Sunew foi uma das três finalistas na categoria “Urban Energy<br />
Transition” do prêmio alemão “Startup Energy Transition”,<br />
que ocorreu em março deste ano. A competição reuniu mais<br />
de 500 startups de 66 países. Inaugurada em novembro de<br />
2015 com um aporte de 100 milhões, a empresa com sede<br />
em Belo Horizonte planeja faturar este ano quatro vezes mais<br />
que em 2016.
Reciclagem garantida<br />
Startup: New Hope Ecotech<br />
Origem: Brasil<br />
nhecotech.com<br />
Criado pelos brasileiros Thiago Pinto e Luciana Oliveira<br />
na Kellogg School of Management, nos Estados Unidos, o<br />
projeto é uma plataforma de monitoramento de destinação de<br />
resíduos sólidos das empresas. Por meio dessa plataforma é<br />
possível conectar todas as pontas da cadeia de reciclagem,<br />
desde a empresa que precisa reciclar até cada trabalhador<br />
envolvido no processo, como cooperativas e recicladores<br />
independentes.<br />
A New Hope Ecotech foi finalista do Index: Award 2015, a<br />
mais importante premiação de design no mundo. Realizado<br />
a cada dois anos na Dinamarca pelo instituto Index: Design<br />
To Improve Life, Além de diversos outros reconhecimentos e<br />
prêmios.<br />
A proposta auxilia muito na adequação à Política Nacional<br />
de Resíduos Sólidos, que determina que as empresas sejam<br />
responsáveis pela correta destinação das embalagens<br />
e “restos” de seus produtos. Isso é a chamada logística<br />
reversa e será cada vez mais um valor a se agregar a produto<br />
e companhias. Por esse motivo, a New Hope Ecotech<br />
criou o selo EuReciclo, que atesta a logística reversa e a<br />
reciclagem de materiais. As empresas de bens de consumo<br />
pagam pela compensação do passivo ambiental de suas<br />
embalagens através da plataforma EuReciclo. E esse<br />
investimento é direcionado para a cadeia de reciclagem,<br />
valorizando o trabalho deles. Assim as empresas de bens<br />
de consumo ganham o direito de usar o selo EuReciclo nas<br />
suas embalagens e comunicar para seu consumidor o seu<br />
comprometimento socioambiental.<br />
Ajuda no pedal<br />
Startup: E-moving<br />
Origem: Brasil<br />
e-moving.com.br<br />
Usar a bicicleta como meio de transporte é uma alternativa<br />
já comum em diversas cidades do mundo e tem ganhado<br />
força também no Brasil. São Paulo, por exemplo, tem uma<br />
movimentação forte nesse sentido, com a ampliação de<br />
ciclovias e ciclofaixas. E é grande o debate sobre o tema.<br />
As bicicletas elétricas são uma faceta dessa nova discussão<br />
e é neste nicho que se encaixa a E-moving, uma startup de<br />
aluguel de bicicletas elétricas.<br />
Nascida em 2014, atende pessoas físicas, empresas e hotéis<br />
como a rede ibis budget, Novotel e Mercure, da AccorHotels<br />
e conta hoje com mais de 100 bicicletas que já percorreram<br />
300 mil quilômetros e também contribuíram para a redução<br />
de emissão de mais de 100 toneladas de CO 2<br />
.<br />
40
Pragas controladas naturalmente<br />
Startup: BUG Agentes Biológicos<br />
Origem: Brasil<br />
bugagentesbiologicos.com.br<br />
Parte do portfólio de investimentos do Fundo Criatec (um<br />
fundo de investimentos destinado a empresas inovadoras<br />
que tem como sócios o BNDES - Banco Nacional de<br />
Desenvolvimento Econômico e Social e o BNB - Banco do<br />
Nordeste do Brasil), a BUG comercializa os chamados<br />
agentes de controle biológico. Isto é, são maneiras de<br />
combater pragas e outros problemas em plantas e lavouras<br />
que podem ser utilizadas sem insumos químicos artificiais<br />
ou pesticidas ou combinadas com eles no chamados mip<br />
(manejo integrado de pragas), no intuito de diminuir o uso<br />
de agrotóxicos. Os agentes biológicos são normalmente<br />
vespas. Elas acabam parasitando ovos de outros insetos e<br />
pragas danosos e, assim, ajudam a controlar os problemas<br />
que diminuem a saúde e a colheita de diversas culturas. A<br />
empresa foi eleita pela revista Fast Company (EUA) como a<br />
mais inovadora do Brasil em 2012 e a 33ª no mundo. Em<br />
2013, ela se tornou a primeira empresa da América Latina<br />
a integrar o seleto grupo Pioneiros da Tecnologia, do Fórum<br />
Econômico Mundial.<br />
Roupa transformada<br />
Startup: Retalhar<br />
Origem: Brasil<br />
retalhar.com.br<br />
A Retalhar foi criada depois que dois amigos começaram<br />
a pensar no que era feito com os restos de tecidos da<br />
indústria têxtil. As ideias que surgiram foram reorganizar<br />
os retalhos para que virassem outros novos produtos por<br />
meio de cooperativas de costura (como sacolas e brindes,<br />
por exemplo). Outra foi desmanchar as fibras do tecido para<br />
reorganizá-lo em mantas térmicas, acústicas ou cobertores<br />
populares.<br />
Aos poucos, a Retalhar percebeu que havia também grande<br />
demanda de vários outros segmentos, como o descarte<br />
de uniformes de empresas por exemplo. O problema da<br />
reutilização dos tecidos dos uniformes eram os logotipos<br />
e identidade visual que não poderiam mais aparecer nas<br />
roupas. Uma solução foi, retirar a identificação das empresas<br />
antes de destinar as peças para novos usos. Dessa forma,<br />
o uso das peças poderia inclusive servir como possíveis<br />
vestimentas novamente.<br />
Até o momento, a Retalhar já reciclou 20.706,99 quilos<br />
de uniformes profissionais que ocupariam 154,89 m³ em<br />
aterros sanitários. Assim, o trabalho evitou a emissão de<br />
304,39 toneladas de carbono equivalente (tCO 2<br />
e). Do ponto<br />
de vista social, o trabalho da Retalhar gerou uma renda total<br />
de R$ 101.976,00 para cooperativas de costura localizadas<br />
na periferia da Grande São Paulo.
| arte E CULTURA |<br />
Casas que valem<br />
um Oscar<br />
Decoradores e arquitetos revelam os longas<br />
que mais se destacam na hora de criar ambientes<br />
charmosos e criativos. Há opções para todos os<br />
gostos. Aperte o play e inspire-se!<br />
Marcelo Goltzman<br />
locação e a decoração de um filme são peças-chave para fazer com que as pessoas entrem na história contada<br />
A e, não raro, acabam virando protagonistas da própria história. E muito disso se deve ao trabalho primoroso<br />
de talentos como Lydia Marks e Lisa Frants, que numa bem-sucedida e premiada parceria, foram responsáveis<br />
pela criação dos cenários de O Diabo Veste Prada e Sex and the City. Em alguns casos, o sucesso é tão grande<br />
que acabam interferindo na realidade, como ocorreu com Anna Wintour, a temida chefe de redação da Vogue<br />
americana imortalizada por Meryl Streep. Logo após o lançamento do filme, rapidamente ela tratou de reformar o<br />
seu escritório, deixando-o muito semelhante ao que se vê na obra hollywoodiana.<br />
Além do escritório de Miranda Priestly (Meryl Streep), ganhou destaque o imóvel localizado na 56 Crosby Street, em<br />
Nova York, lugar onde Andrea Sachs (Anne Hathaway) conheceu o jornalista Christian Thompson (Simon Baker). O<br />
local ganhou o gosto do público e passou a ser alugado por mais de 20 mil dólares mensais. Mas também, como não<br />
se apaixonar pela parede de tijolos aparentes? Além disso, existe uma lareira e um elevador privativo que conferem<br />
um tom sofisticado à decoração urbana do espaço.<br />
O Diabo Veste Prada<br />
Sex and the City<br />
Sob o Sol da Toscana<br />
42
Fotos: Juliano Colodeti (MCA Estudio), Rafael Renzo, Denilson Machado , Divulgação<br />
As ricas almofadas do projeto luxuoso de Sig Bergamin inspirado em O Grande Gatsby<br />
Amélie Poulain<br />
O Grande Gatsby<br />
O Homem de Ferro
Muitos desses ambientes são tão perfeitos e à frente de seu<br />
tempo que se tornam referência até para os profissionais<br />
da área, afinal, acabam ditando moda, diz o arquiteto Ivan<br />
Cassola, um dos fundadores do ArkDek, plataforma on-line<br />
especializada em projetos de interiores e decoração a preços<br />
mais acessíveis. Fã incondicional de O Diabo Veste Prada e<br />
apaixonado pela sétima arte, ele conta que não é de hoje que<br />
o cinema está incorporado à decoração. “O bom é que, de uns<br />
tempos para cá, ficou muito mais fácil encontrar nas lojas os<br />
objetos com temas de filmes famosos. Almofadas, pôsteres,<br />
miniaturas, adesivos de parede, tudo é possível”, conta.<br />
A arquiteta e designer Carolina Mendonça, que atua no Rio de<br />
Janeiro e em São Paulo, acrescenta que, com um pouco de<br />
criatividade – e olho nas cenas –, você pode trazer para sua casa<br />
os seus filmes e personagens favoritos, como pode ser visto<br />
em vários ambientes da arquiteta. Contratada por Stéphanie<br />
Murta Andrade, que atua com projetos voltados ao mercado de<br />
marketing de luxo, ela foi a responsável pela decoração não só<br />
do apartamento da empresária, como também do escritório de<br />
seu marido, Michael Andrade, diretor de marketing.<br />
“Para a residência do casal, escolhi linhas inspiradas em Sex<br />
and the City e também em O Diabo Veste Prada, que priorizam<br />
uma decoração mais urbana e ao mesmo tempo clean, prática,<br />
com linhas retas e muito elegantes, conseguindo transmitir<br />
todo o dinamismo dos dois”, explica a arquiteta.<br />
Apesar do sucesso que os ambientes de Carolina Mendonça<br />
e Ivan Cassola já transmitem, os arquitetos também são<br />
adeptos de decorações inspiradas no glamour de filmes como<br />
O Grande Gatsby, A Bela e a Fera, Amélie Poulain, O Homem<br />
de Ferro e Sob o Sol de Toscana. “Engana-se quem pensa que<br />
precisamos usar todos os elementos ou que é necessária uma<br />
casa de milhões para conseguir um resultado semelhante.<br />
Com alguns objetos combinados de forma harmoniosa, a<br />
decoração fica perfeita."<br />
Um bom exemplo são alguns dos ambientes criados por Sig<br />
Bergamin, arquiteto que, apesar de muitas vezes utilizar<br />
diversos elementos em um único espaço, é conhecido pela<br />
criatividade e extrema sofisticação, marca de O Grande<br />
Gatsby, protagonizado por Leonardo Di Caprio. Há também<br />
vários ícones que remetem ao longa A Bela e a Fera e Amélie<br />
Poulain, como cores fortes, lustres requintados, bibelôs e<br />
espelhos ricamente trabalhados e que muito se inspiram na<br />
art déco, de origem francesa.<br />
Conforme podemos conferir em imagens de filmes e de<br />
espaços decorados pelos arquitetos ouvidos pela revista<br />
SETIN, é possível decoração sem limites de imaginação,<br />
bastando para isso, muito bom gosto e uma dose caprichada<br />
de criatividade. Bons exemplos não faltam, veja só:<br />
O Grande Gatsby<br />
A trama se passa na Nova York dos anos 1920, em meio ao<br />
jazz, ao contrabando e a uma decoração bastante sofisticada.<br />
Nos cenários, você consegue perceber os tapetes e lustres<br />
requintados, bem como os papéis de parede que fizeram<br />
sucesso na época. Além disso, as cenas mostram as poltronas<br />
em couro, que davam um efeito sofisticado à decoração.<br />
Poltronas escuras, tijolos e linhas retas do escritório de Michael Andrade, diretor de marketing, conversam com a decoração urbana de O Diabo Veste Prada. Projeto de Carolina Mendonça<br />
44
Projeto de Murilo Lomas com elementos encontrados em O Grande Gatsby
O Homem de Ferro<br />
O Homem de Ferro é um filme com ótima referência de<br />
decoração moderna, tecnológica e também minimalista.<br />
O gênio bilionário, Tony Stark (Robert Downey Jr.), que vive<br />
de forma luxuosa em sua mansão, dá várias inspirações<br />
de como deixar a casa chique com poucos, mas valiosos<br />
elementos. A casa abusa da mistura da cor branca,<br />
transparência e linhas retas tanto na construção quanto na<br />
decoração.<br />
Blade Runner<br />
O filme se passa em uma decadente e pós-futurista Los<br />
Angeles (EUA), em 2019, e mostra um cenário que mistura<br />
pop art e evolução tecnológica. O loft do detetive Rick Deckard<br />
(Harrison Ford) foi inspirado em projetos de Frank Lloyd<br />
Wright, renomado arquiteto norte-americano. No Brasil, os<br />
arquitetos Jaqueline Zarpelon de Araújo, Cezar Etienne M. de<br />
Araújo e Douglas Jardim Plasse chegaram a recriar todo um<br />
espaço na Casa Cor (Rio Grande Sul, 2011) para homenagear<br />
a locação do longa dirigido por Ridley Scott. A diferença é<br />
que em vez dos tons sombrios, o projeto brasileiro faz uso da<br />
cor azul e produtos sustentáveis: madeiras de demolição e<br />
sucatas de computador foram transformadas em uma mesa<br />
charmosa, enquanto o consumo de energia foi reduzido<br />
graças a uma iluminação dimerizada.<br />
O Diabo Veste Prada<br />
O escritório de Miranda Priestly, interpretada por Meryl<br />
Streep, é um prato cheio para quem curte uma decoração<br />
clean. A combinação do branco com outros tons claros<br />
é realçada pela iluminação natural, existe também um<br />
contraste muito interessante com alguns pontos escuros<br />
como as cadeiras ou parte das molduras. Os quadros<br />
na parede, com fotografias que trazem como tema<br />
predominante o mundo da moda, servem como uma ótima<br />
ideia de composição.<br />
Sex and the City<br />
A pegada é mais moderna e o apartamento do casal Carrie<br />
e Big é uma gloriosa cobertura na ilha de Manhattan, com<br />
algumas inspirações do século 18. É criada uma mistura<br />
de texturas e cores com alguns tons neutros e outros mais<br />
fortes. Uma das coisas que mais chama a atenção é o lustre<br />
de metal envelhecido da sala de jantar, que contrasta com os<br />
móveis branquinhos, e também o closet de Carrie, sonho de<br />
consumo de muitas mulheres.<br />
Nesses dois projetos de Carolina Mendonça, vemos referências de Sex and The City<br />
46
A casa do herói Tony Stark foi inspirada na The Razor House, projeto de Wallace E. Cunningham<br />
O estúdio Gourmet projetado por Ricardo Rossi deixaria Tony Stark, de O Homem de Ferro, bem à vontade
Cozinha de Gerson Dutra de Sá e Ana Salama com cores e móveis que remetem ao romantismo de Amélie Poulain (acima)<br />
48
A Praça das Oliveiras, de Daniel Nunes, remete ao charme da arquitetura de Sob o Sol da Toscana<br />
Sob o Sol da Toscana<br />
A trama conta a história de uma escritora que compra uma velha casa de campo após o<br />
divórcio. A construção é bastante rústica, com móveis antigos, paredes largas e janelas de<br />
madeira. A casa aos poucos vai tomando forma e se tornando habitável. O ambiente é bastante<br />
romântico, principalmente com a presença de plantas e árvores frutíferas na parte externa da<br />
casa. Essa área, aliás, traz várias ideias gostosas, como os banquinhos de madeira e a forma<br />
como o jardim foi naturalmente moldado.<br />
A Bela e a Fera<br />
Aqui encontramos vários elementos de inspiração. Há o neobarroco do castelo da Fera, com<br />
a mesa de jantar de madeira, muitas porcelanas, lustres de cristal e espelhos com molduras<br />
douradas entalhadas e muitas velas em castiçais. Um luxo só!<br />
O Fabuloso Destino de Amélie Poulain<br />
Sabe aqueles filmes fofinhos, com uma produção extremamente artística? Assim é a<br />
história da jovem parisiense Amélie. Assim como Carrie Bradshaw, ela também mora<br />
sozinha em seu apartamento, só que no subúrbio de Paris e com uma decoração bem mais<br />
peculiar, que joga com a imaginação, muitas cores fortes e bibelôs. Todos os cenários têm<br />
inspirações retrô e muito tons de vermelho e verde.
| urbanismo |<br />
Misturando natureza e tecnologia, as superárvores de Cingapura, projetadas entre 25 e 50 metros de altura, fornecem sombra de dia e um exuberante show de luzes e sons à noite<br />
SMART CITIES<br />
Como a inteligência humana revolucionará<br />
o espaço urbano<br />
Rodrigo Gerhardt e Bettina Monteiro<br />
50
Fotos: Annie Spratt, Igor Ovsyannykov<br />
Barcelona é reconhecida mundialmente por sua rede de sensores inteligentes, não apenas nas lixeiras, mas no chão, nos postes de iluminação, no controle do tráfego e da poluição<br />
Mais da metade da população da Terra vive hoje em centros<br />
urbanos. Parece muito, certo? Pois imagine, então, que<br />
em 2050, mais de 70% viverá em cidades! E o grande desafio<br />
para os gestores públicos e os urbanistas é acomodar tanta<br />
gente em áreas restritas e ainda com qualidade de vida. A<br />
pergunta que fica: é possível garantir educação, moradia,<br />
saúde, segurança, saneamento básico, mobilidade e outros<br />
inúmeros indicadores de desenvolvimento humano nas<br />
cidades? A resposta é: sim. Com inteligência, criatividade e<br />
inovação é possível, sim, construir cidades sustentáveis.<br />
Pois as chamadas cidades inteligentes – ou, para usar o<br />
termo original em inglês, smart cities – não são um sonho<br />
impossível. São a saída viável para a ocupação urbana.<br />
"Smart city é a cidade que cria mecanismos para se desenvolver<br />
economicamente e, a partir disso, se desenvolve socialmente,<br />
retendo seu capital humano, e produzindo melhorias para a<br />
própria vida na cidade", explica Thomaz Assumpção, diretor-<br />
-presidente da Urban Systems. E completa: "Smart city é a<br />
cidade que é economicamente sustentável através do tempo".<br />
Assim, desenvolver essa cultura de smart cities é a saída<br />
sustentável para a ocupação urbana.<br />
Do outro lado do planeta, em uma das regiões de maior<br />
densidade demográfica da Terra, Cingapura é um ótimo<br />
exemplo de como o desenvolvimento econômico pode ser a<br />
base para a obtenção ou melhoria de qualidade de vida nas<br />
cidades. A lógica é simples: o desenvolvimento econômico<br />
gera diversos implementos em áreas fundamentais ao<br />
desenvolvimento das cidades – saúde, educação, segurança,<br />
lazer, etc. – e assim impacta positivamente o desenvolvimento<br />
social. E a melhoria do desenvolvimento social é igual a<br />
melhoria da qualidade de vida. E, com qualidade de vida,<br />
os talentos não são perdidos, ficam na cidade. Ou seja,<br />
retribuem gerando desenvolvimento econômico em um<br />
looping infinito...<br />
Note que o Gardens by The Bay, surgiu como parte do desejo<br />
de Cingapura de ser a cidade mais verde do mundo e hoje<br />
ele é a atração número 1 de toda a região. Em seus cinco<br />
anos de vida, mais de 20 milhões de turistas visitaram o<br />
lugar, colocando Cingapura no mapa do turismo oriental.<br />
Bom para os negócios, melhor ainda para os cidadãos, pois<br />
mais do que um lugar agradável que ajuda a tornar a vida<br />
dos moradores aprazível, o Gardens, é uma consequência<br />
positiva do processo de desenvolvimento econômico e social<br />
pelo qual Cingapura vem passando nos últimos 30 anos.<br />
Vancouver é outra benchmark para o mundo. Ali educação,<br />
ecologia, tecnologia caminham lado a lado na obtenção da<br />
melhor qualidade de vida.
Porto Madero, Buenos Aires<br />
Muitas vezes ao se fazer uma renovação urbana específica,<br />
uma revisita ou reciclagem de um bairro, pode dar o start<br />
para uma mudança de paradigma que acaba contagiando a<br />
cidade inteira. Foi assim, por exemplo, que aconteceu com<br />
Barcelona nas Olimpíadas. Um investimento financeiro<br />
gerou a reforma de uma grande área, iniciando um ciclo<br />
evolutivo de desenvolvimento.<br />
E outras cidades começaram a se tornar inteligentes em<br />
processos parecidos. Três exemplos de reposicionamento<br />
que coincidentemente estão ligados à revitalização da região<br />
portuária: Buenos Aires e seu lindo Porto Madero; Belém do<br />
Pará; e Lisboa. O ponto remodelado chamou atenção para<br />
outras possibilidades que a cidade não estava enxergando<br />
até ali. E, a partir de uma reforma pontual, um ciclo foi se<br />
alastrando pela cidade, gerando reflexos no social.<br />
O conceito de smart city para muitas pessoas também está<br />
associado à questão ambiental. Sim, as cidades inteligentes<br />
fazem opções que têm um impacto positivo em longo prazo.<br />
E isso se reflete também tanto no ambiente social quanto na<br />
ecologia. Um exemplo? O das lixeiras em Barcelona. Elas são<br />
dotadas de sensores que informam a empresa de limpeza<br />
urbana quando estão cheias e precisam ser recolhidas.<br />
Assim, a rota da coleta é otimizada para passar apenas nos<br />
locais necessários.<br />
Capital humano e tecnologia<br />
É do desenvolvimento social, ou seja, do capital humano<br />
que surgem soluções inteligentes e criativas para questões<br />
relevantes do dia a dia, sempre com o objetivo de melhorar<br />
a vida das pessoas e torná-la mais prática e prazerosa. Ou<br />
seja, o fundamental em uma smart city é o cidadão. Seu bem-<br />
-estar, assim como seus comportamentos e a cultura na<br />
qual ele está inserido são fundamentais. E uma das questões<br />
que imperam é a sua participação na gestão. Em Reykjavik,<br />
capital da Islândia, o projeto Better Reykjavik conecta os<br />
moradores com a Prefeitura. Por meio de um website, eles<br />
propõem, debatem e votam em ideias que melhorem a cidade<br />
e suas vidas. O resultado até agora? Mais de 200 projetos,<br />
que incluem desde a promoção de viagens de estudo nas<br />
escolas até novas áreas de estacionamento.<br />
Na Austrália os cidadãos têm papel fundamental. “Ali, o<br />
conceito de cidade inteligente é baseado em quanto os<br />
cidadãos estão conectados aos gestores públicos. Essa<br />
conectividade se reflete no IDH (Índice de Desenvolvimento<br />
Humano), a partir da melhoria dos serviços urbanos e,<br />
consequentemente, da melhoria da qualidade de vida”,<br />
afirma José Carlos Aronchi, consultor de Inovação e<br />
Tecnologia do Sebrae-SP. "E essa conectividade, claro, se dá<br />
pela tecnologia."<br />
Claro que o investimento em tecnologia tem um impacto<br />
imediato em regiões com risco. Nas Filipinas, por exemplo,<br />
constantemente atingida por tufões e tempestades, foi<br />
criado um sistema nacional de Avaliação Operacional de<br />
Riscos. O Projeto NOAH conta com sensores de água e<br />
deslizamento de terra, mapeamento 3D e uma rede de<br />
informações ligada a um centro de dados que emite alertas<br />
para desastres naturais, incluindo inundações e terremotos.<br />
Já em Jacarta, capital da Indonésia, que vivencia inundações<br />
sistemáticas na época das chuvas, surgiu o PetaJakarta, um<br />
mapa colaborativo que mostra em tempo real as inundações,<br />
criado a partir de dados enviados pela população via Twitter.<br />
52
A ARQUITETURA DE UMA SMART CITY<br />
1 – Infraestrutura de conectividade<br />
As redes de internet de banda larga fixas ou móveis para<br />
receber e enviar dados (wi-fi, fibras óticas, cabos, 3G, 4G, rádio).<br />
2 – Sensores e dispositivos conectados<br />
Captam, medem e rastreiam diferentes sinais do ambiente<br />
como luz, som, movimento, temperatura, umidade, peso,<br />
fluxo de água e energia, e os transmitem para computadores<br />
dos centros de controle e gestão das cidades.<br />
* Redes de sensores, câmeras e GPS ficarão ainda mais<br />
abrangentes com a Internet da Coisas. A Cisco estima que em<br />
2020 teremos 50 bilhões de dispositivos integrados à internet,<br />
ou seja, produzindo e transmitindo dados.<br />
3 – Centros integrados de operação e controle<br />
Eles recebem, processam e analisam os dados enviados pelos<br />
sensores e câmeras, fornecem painéis de monitoramento,<br />
comandam dispositivos remotamente e distribuem as<br />
informações para a tomada de decisão pelos diferentes<br />
setores da cidade, como trânsito, segurança, defesa civil,<br />
atendimento ao público etc.<br />
4 – Interfaces de comunicação<br />
São os serviços, portais web, aplicativos móveis que enviam<br />
e recebem informações da população e das empresas,<br />
associadas a plataformas de dados abertos e governo<br />
eletrônico, que favorecem a gestão participativa e também a<br />
transparência da estrutura pública.<br />
Fonte: “Caminho para as Smart Cities”, BID<br />
Fotos: Denys Nevozhai/Unsplash, Benjamin Voros, Rezaul Karim/Unsplash<br />
Assim as smart cities contam tanto com os smartphones<br />
quanto com cidadãos por trás dele (em 2020, 70% dos<br />
habitantes terão um smartphone e serão responsáveis por<br />
produzir 80% de todos os dados móveis do mundo, segundo o<br />
estudo Mobility Report 2015, da Ericson). Muito da necessária<br />
inteligência surge da própria relação colaborativa dos cidadãos<br />
com as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs).<br />
“O Waze, por exemplo, é uma plataforma que surgiu de forma<br />
colaborativa”, afirma Sabrina Leme, gerente de projeto do<br />
Connected Smart Cities, o principal evento brasileiro dedicado<br />
ao tema, que fará sua terceira edição entre os dias 21 e 22 de<br />
junho, em São Paulo, e espera reunir representantes de mais<br />
de 700 municípios.<br />
A corrida pela inovação, sensores, medidores, câmeras e GPS<br />
integrados a sistemas computadorizados, que têm na ponta<br />
final os aplicativos de smartphone nas mãos dos usuários,<br />
pode solucionar velhos problemas imediatos. Toda essa<br />
tecnologia tem o potencial de desfazer o nó do trânsito, tornar<br />
mais eficientes e baratos os serviços da cidade, reduzir o<br />
desperdício de tempo e de recursos nas tarefas cotidianas,<br />
e também criar respostas inovadoras e alinhadas às<br />
necessidades cada vez mais específicas de seus habitantes.<br />
MAAT - Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia em Lisboa
Mangal das Garças em Belém do Pará<br />
Em uma smart city ninguém passa um dia sem fornecer<br />
dados sobre si ou seu grupo para governos e empresas.<br />
“Abrimos mão de nossa privacidade, mas também há<br />
possibilidade de maior fiscalização e transparência dos<br />
poderes. A cidadania estará cada vez mais ligada ao controle<br />
e desenvolvimento das tecnologias pela população”, diz José<br />
Carlos Aronchi. Ou seja, a partir da maior oferta de serviços<br />
móveis ao cidadão, espera-se que haja também maior gestão<br />
participativa. Para as smart cities, portanto, é preciso investir<br />
não apenas nas tecnologias inteligentes, mas também em<br />
pessoas inteligentes.<br />
Na busca por essa inteligência, o Brasil tem tentado<br />
acompanhar o que acontece no mundo – e pode ir longe. Na<br />
ocasião do Connected Smart Cities, evento que mapeia as<br />
cidades brasileiras com maiores condições de se tornarem<br />
smart cities, serão divulgados o ranking 2017 das cidades<br />
brasileiras e as soluções implantadas pelas prefeituras<br />
premiadas. No ano passado, a capital paulista foi a primeira<br />
colocada entre 700 municípios inscritos. Pesaram na liderança<br />
seus destaques em Mobilidade e Acessibilidade, Tecnologia e<br />
Inovação. São considerados 73 indicadores de 11 setores-eixo.<br />
As grandes cidades têm mais infraestrutura para gerar dados,<br />
é verdade. Porém têm mais dificuldade de implementação<br />
das soluções. Já as cidades de médio porte, entre 500 mil<br />
a 1 milhão de habitantes, são mais propícias a mudanças e<br />
devem atrair mais investimentos e parcerias. Mas mesmo<br />
cidades pequenas, como Águas de São Pedro, no interior<br />
de São Paulo, têm conseguido despontar com soluções<br />
inovadoras. Reconhecida como a primeira cidade 100%<br />
digital, São Pedro informatizou este ano sua Unidade Básica<br />
de Saúde (UBS) para receber uma plataforma tecnológica que<br />
possibilitará armazenar todo histórico clínico e o prontuário<br />
eletrônico do paciente na nuvem, facilitando o processo de<br />
agendamento das consultas, formulários de atendimento,<br />
receituário de medicamentos e exames.<br />
E o mundo está conectado em busca de soluções para<br />
o bem-estar nas cidades. Empresas, como a gigante e<br />
internacional IBM, aplicam recursos transformando cidades<br />
como essas em laboratórios para novas soluções – em<br />
outras palavras, novos produtos. A cada ano, um time de<br />
especialistas seleciona as cidades que receberão assistência<br />
da companhia para solucionar problemas e entregar serviços<br />
melhores a seus cidadãos. É o Smarter Cities Challenge<br />
(smartercitieschallenge.org).<br />
Também com o propósito de escalar os recursos e as boas<br />
práticas, uma comunidade on-line criada por uma agência<br />
da ONU reúne soluções implementadas em cidades com<br />
o intuito de promover a troca de experiências e auxiliar<br />
gestores a desenvolver iniciativas inteligentes em suas<br />
cidades. É o World Smart City (worldsmartcity.org).<br />
“Inteligência é a capacidade de se adaptar à mudança”, diz o<br />
físico inglês Stephen Hawking. Isso vale para as cidades do<br />
futuro, mas também para todos aqueles que viverão nelas.<br />
Fotos: Carlos Sodré - AG. PARÁ<br />
54
SETIN E TOLEDO FERRARI.<br />
O MELHOR COMPLEXO MULTIÚSO DE SÃO BERNARDO<br />
TEM SOLIDEZ E QUALIDADE EM DOBRO.<br />
Foto da fachada<br />
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do Mondial São Bernardo do Campo.<br />
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Diariamente até as 21h, inclusive aos sábados, domingos e nos feriados. CRECI: J 25.999. *Serviços pay-per-use sujeitos a alteração, pagos quando usados e não inclusos na taxa condominial, conforme minuta da convenção de condomínio (que é objeto<br />
de registro, juntamente com o Memorial de Incorporação do empreendimento, no 15º Cartório de Registro de Imóveis de São Paulo) e aprovação em assembleia-geral de instalação do condomínio.
| negócios |<br />
A HORA DA<br />
RETOMADA<br />
Novo fôlego e sinal verde para investimentos<br />
no setor imobiliário<br />
Lucas Bonifácio Eguchi<br />
Os imóveis voltam a aparecer como oportunidades de<br />
negócio para o segundo semestre de 2017 e para o ano<br />
de 2018, mesmo com a previsão de uma lenta retomada<br />
do cenário econômico. Essa foi a conclusão das principais<br />
lideranças presentes no Summit Imobiliário Brasil 2017, que<br />
teve lugar no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, para<br />
traçar os rumos futuros no setor. O evento reuniu renomados<br />
especialistas do país e do exterior, expondo e debatendo<br />
o que há de mais avançado em matéria de produtos,<br />
serviços, fontes de recursos, políticas públicas, urbanismo,<br />
perspectivas econômicas – tudo o que o mercado precisa<br />
para voltar a crescer de maneira saudável e sustentável. Entre<br />
as personalidades presentes, estavam Gilberto Magalhães<br />
Occhi, presidente da Caixa Econômica Federal, e Flavio Amary,<br />
presidente do Secovi-SP. Também marcaram forte presença<br />
os empresários, que, ao lado dos políticos, foram bastante<br />
claros ao garantir a retomada do mercado imobiliário.<br />
O otimismo ficou claro logo no início: “Esperamos um cenário<br />
positivo para 2017, pois todo ciclo acaba e começa outro de<br />
oportunidade. E o Brasil depende da indústria imobiliária",<br />
declarou Flavio Amary, na abertura do evento. O dirigente<br />
também ressaltou a importância de ajustes para garantir a<br />
produção de novos empreendimentos. "Precisamos de uma<br />
calibragem para o Plano Diretor e sabemos da importância de<br />
uma gestão forte”, explicou.<br />
E o mercado financeiro concorda com a perspectiva,<br />
considerando a importância da Caixa Econômica Federal. Em<br />
janeiro e fevereiro deste ano, a Caixa liberou R$ 14 bilhões<br />
para o financiamento imobiliário. E até o final de 2017, tem<br />
um orçamento de mais R$ 84 bilhões em empréstimos.<br />
“Esse é um ano de confiança e a certeza de que invertemos<br />
a curva e vamos ter desenvolvimento do setor imobiliário<br />
novamente”, disse Gilberto Occhi. O aumento é oportuno,<br />
pois a própria carteira de crédito imobiliário, baseada no<br />
SBPE, sofreu retração nos últimos anos. O financiamento via<br />
FGTS, por outro lado, vem crescendo. Isso ajudou a trajetória<br />
da carteira total de crédito a continuar a ser positiva, quando<br />
comparada em proporção do PIB do Brasil. O crescimento<br />
desacelerou, mas permaneceu. O prospecto da Caixa<br />
Econômica Federal é confirmado pelo Bacen, que estima um<br />
IPCA para 2017 de 4,06%.<br />
Contudo, deve-se olhar mais atentamente para a questão<br />
dos juros no setor imobiliário. Isso porque o crédito<br />
imobiliário tem taxas de juros próprias. As taxas variaram<br />
entre 7,01% a.a. e 15,85% a.a. em 2016. Os juros apresentam<br />
sinal de queda e com eles, cairá a TR. Isso quer dizer que<br />
as aplicações financeiras serão menos rentáveis e uma das<br />
alternativas será a convergência do capital para o setor<br />
imobiliário, ou seja, parte do capital que está aplicado no<br />
mercado financeiro deverá ser direcionado para imóveis.<br />
E juros mais baixos também barateiam os empréstimos.<br />
Mercado imobiliário<br />
A recuperação do mercado imobiliário também está<br />
diretamente relacionada ao crescimento do PIB, visto que é<br />
este índice que acompanha o comportamento da economia<br />
brasileira, assim como mostra todos os bens e serviços<br />
feitos no Brasil. O Banco Central prevê um crescimento de<br />
0,4% este ano. De acordo com dados do FMI, haverá um<br />
avanço de 0,2% no PIB.<br />
Essa época será favorável para quem deseja adquirir<br />
principalmente um empreendimento residencial. Essa<br />
é a análise realizada por Bence Pál Deák, economista e<br />
advogado especializado em direito imobiliário, e ele explica<br />
os motivos. “Temos dois fatores importantes para essa<br />
retomada: o valor dos imóveis se estabilizou, e a inflação<br />
está em índices razoáveis. A previsão, já para este ano, é de<br />
que ela fique até mesmo abaixo da margem pretendida pelo<br />
governo”, diz Deák. A diferença em relação ao ano passado<br />
é que, até 2016, os imóveis estavam sofrendo queda nos<br />
56
Cuidados na hora de comprar<br />
Os especialistas Marcelo Prata e Bence Pál Deák separaram algumas dicas para os leitores que<br />
desejam investir em imóveis.<br />
<br />
Primeiro, tenha foco e trace em detalhes o perfil do imóvel que deseja.<br />
<br />
Coloque no papel todos os valores que serão necessários na compra e também na pós-venda,<br />
como manutenção de condomínio e valor a conseguir com aluguel, caso deseje locá-lo.<br />
<br />
Veja em qual grupo de pessoas você se enquadra, ou seja, se você quer um imóvel para sua<br />
residência ou se é um investidor. Em qualquer dos grupos o momento é bom e atualmente<br />
existem ótimas oportunidades. Mas é preciso atenção e dedicação, e não ter muita pressa.<br />
<br />
Só feche um negócio após ter todas as suas dúvidas respondidas. Não tenha vergonha de<br />
perguntar.<br />
<br />
A menos que se tenha uma boa reserva financeira para oferecer como entrada no imóvel, ainda<br />
não é a hora de entrar em financiamentos de longo prazo. Em contrapartida, o momento é<br />
bastante favorável para a compra à vista.<br />
O importante, em todos os casos, é fazer conta e ter o mínimo de segurança financeira para<br />
assumir um compromisso de longo prazo. O momento é para ser racional e deixar a paixão para<br />
outras decisões da vida.<br />
seus preços, mas ainda existia a inflação. “Não era um bom<br />
cenário e a aquisição de imóveis não se mostrava um bom<br />
negócio. Agora a perspectiva mudou e é boa”, garante.<br />
O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, garantiu o<br />
comprometimento com o cumprimento da meta de inflação<br />
para 2018, dando ótimas notícias para o setor. Além disso,<br />
estipula meta para a Selic de 8,5%, ou seja, tendência de<br />
queda acentuada.<br />
Contudo, ainda há especialistas que defendem a cautela na<br />
análise. O professor Edgard Monforte Merlo, da FEA-RP/<br />
USP, esclarece que: “Este setor vem de dois anos pouco<br />
favoráveis, e com devolução de imóveis. O que deve acontecer<br />
no segundo semestre é um movimento de redução de<br />
estoque. É um setor muito importante para a economia, gera<br />
muitos empregos”. Sobre isso, de acordo com o Bacen e a<br />
Abecip, a inadimplência cresceu desde 2015. De acordo com<br />
o Ministério do Trabalho e Emprego, o saldo de empregos<br />
formais na construção civil sofreu uma retração bastante<br />
grave. Com relação à utilização dos recursos existentes,<br />
o Nível de Utilização da Capacidade (Nuci), calculado pela<br />
FGV, caiu. Ou seja, embora os sinais sejam animadores, a<br />
recomendação de cautela é bem pertinente.<br />
O perfil dos consumidores<br />
Se a ideia ou a necessidade é de comprar um imóvel para<br />
moradia, podemos considerar que: “Quem procurar vai achar<br />
ofertas boas”, explica Deák. Porém, se a necessidade é de venda<br />
de um imóvel para aquisição de outro, o mercado de usados<br />
não está tão favorável, e isso pode atrapalhar a operação.<br />
Já para os investidores existe perspectiva em dois fatores: a<br />
valorização dos imóveis e o recebimento de aluguéis. Quanto<br />
ao valor, os imóveis alcançaram seu patamar de preço mais<br />
baixo, e a perspectiva é de valorização, em especial com<br />
o aquecimento da economia. Assim, os preços devem se<br />
manter em 2017 e se valorizar a partir de 2018.<br />
Marcelo Prata, especialista em crédito imobiliário e fundador<br />
dos sites Canal do Crédito e Resale.com.br, também<br />
concorda que o atual momento é otimista em relação ao<br />
mercado imobiliário, mas faz um alerta: “Quando falamos<br />
da compra do imóvel pelo consumidor médio, temos de<br />
considerar o crédito imobiliário como ferramenta essencial<br />
no processo de decisão”, diz ele, acrescentando que é<br />
preciso considerar que a decisão de compra de um imóvel<br />
envolverá o quanto as famílias ou investidores conseguirão<br />
arcar com as prestações do financiamento imobiliário.<br />
“Em outras palavras, a confiança do consumidor, atrelada<br />
a emprego e renda, são os alicerces para que o mercado<br />
imobiliário continue crescendo.” De fato, a retomada<br />
de confiança também é algo real e fundamental nesse<br />
processo. O índice de confiança da construção, apurado pela<br />
FGV, teve alta em março de 2017. A recuperação mensal é<br />
modesta, mas a evolução anual é significativa. Já o índice<br />
confiança do consumidor subiu de forma muito acentuada.<br />
Mudanças bastante fortes e que, em breve, impactarão o<br />
mercado, no sentido de aquecê-lo.
| estilo |<br />
Personal<br />
organizer:<br />
você ainda<br />
vai ter um!<br />
Métodos inteligentes de organização colocam<br />
ordem na rotina de pessoas em busca de<br />
praticidade e mais qualidade de vida. Há de tudo<br />
neste mercado, até mesmo assistentes virtuais<br />
Kathia Gomes<br />
58
caos em casa ou no ambiente de trabalho influencia<br />
O diretamente a rotina, a prosperidade e o bem-estar.<br />
E quem não abre mão de uma vida equilibrada tem um<br />
aliado importante na hora de manter tudo em ordem: o<br />
personal organizer, também conhecido como “organizador<br />
de ambientes”, termo que não faz jus, nem de longe,<br />
à gama de funções desta atividade. Com mais de 300<br />
desses profissionais em São Paulo, o personal organizer é<br />
responsável por otimizar espaços e rotinas.<br />
“Organização é liberdade”, diz Ingrid Lisboa, fundadora<br />
da HO Home Organizer, em São Paulo. Consultora e<br />
palestrante, ela também oferece cursos que falam sobre a<br />
estreita ligação entre qualidade de vida e organização. “Tem<br />
gente que quase todos os dias leva horas só para achar um<br />
determinado objeto ou tomar determinada decisão. Esse<br />
tempo é precioso e poderia ter sido utilizado no lazer ou<br />
simplesmente para relaxar”, explica.<br />
Tida como referência quando o assunto é a organização,<br />
a palestrante é adepta dos ensinamentos da também<br />
organizer Marie Kondo, autora de A Mágica da Arrumação: a<br />
arte japonesa de colocar ordem na sua casa e na sua vida, best<br />
seller com mais de 2 milhões de cópias vendidas em todo o<br />
mundo. Ela é criadora do método KonMari, que dissemina a<br />
ideia de que, na vida, o ideal é ter o mínimo de coisas para<br />
poder focar no que realmente importa: você.<br />
Para que isso seja possível, a autora defende o rompimento<br />
de diversas regras já consolidadas no universo da<br />
organização. Em seu livro, Marie conta toda a sua história<br />
com a organização e sua experiência na área, além de, claro,<br />
explicar os fundamentos e como o seu método funciona.<br />
Porém, mais do que técnicas para organizar as gavetas,<br />
A Mágica da Arrumação nos ensina o quanto nossa casa, a<br />
nossa mesa de trabalho e o nosso estado de espírito estão<br />
interligados.<br />
Para além das reflexões filosóficas, Marie nos apresenta dicas<br />
de organização muito singelas, baseadas em um conceito<br />
central: descartar e guardar. E algumas dicas, explica Ingrid<br />
Lisboa, são muito fáceis de adotar.<br />
“Quando se reduz o volume de pertences a uma quantidade<br />
com a qual se consegue lidar, você revitaliza sua relação com<br />
cada um deles. Jogar algo fora não é abrir mão das experiências<br />
vividas ou de sua identidade. Por meio do processo de escolher<br />
somente aquilo que lhe dá alegria, você consegue definir com<br />
precisão seus gostos e suas necessidades”, relembra Marie<br />
Kondo em seu livro.
Mercado especializado<br />
Claudia Pilli, referência brasileira quando o assunto é<br />
organização e sócia-fundadora e conselheira da Associação<br />
Nacional dos Profissionais de Organização e Produtividade<br />
(Anpop), explica que a organização, enquanto mercado,<br />
iniciou-se nos Estados Unidos há cerca de 34 anos, por meio<br />
da National Association of Professional Organizer (Napo)<br />
e hoje já reúne cerca de 4 mil membros. Já no Brasil, a<br />
primeira empresa voltada para esse mercado iniciou suas<br />
atividades 11 anos atrás.<br />
Claudia conta que sempre foi organizada e que isso era uma<br />
vantagem, especialmente no âmbito profissional. E por isso,<br />
ao se tornar mãe, decidiu rever sua trajetória, pensar em novos<br />
objetivos e, assim, por indicação de uma amiga, viu que era<br />
possível transformar seu hobby em profissão. E foi assim que,<br />
em 2012, nasceu a Ordenarte, empresa que presta serviços de<br />
organização a residências e estabelecimentos comerciais.<br />
Mas engana-se quem acha que profissionais como Claudia<br />
atuam apenas na organização de closets ou gavetas. “O<br />
personal organizer atua de forma personalizada, organizando<br />
espaços físicos ou virtuais, além de processos e contingências,<br />
como rotina de tarefas, mudança de residência, chegada de<br />
um bebê e até mesmo o luto. Um profissional desse tipo<br />
também está apto para treinar funcionárias domésticas, com<br />
o objetivo de melhorar a produtividade e uso de recursos,<br />
orientando as famílias quanto à organização de despensa<br />
e até mesmo da geladeira (que são, geralmente, principais<br />
fontes de desperdício em uma cozinha). Também podem<br />
auxiliar na divisão de tarefas familiares.<br />
Uma das grandes vantagens é facilidade: a contratação do<br />
serviço pode variar, podendo ser feita por hora, projeto ou dia.<br />
Os valores variam de acordo com o trabalho (por exemplo,<br />
número de dias contratados, custos específicos envolvidos,<br />
características do projeto etc.) mas, em média, uma hora de<br />
trabalho fica entre R$ 100,00 e R$ 150,00.<br />
60
1 2<br />
3<br />
1- O Roomba, da iRobot, especializado em aspirar pó<br />
2- O Mirra, iRobot para piscinas<br />
3- O Braava jet para limpeza de pisos<br />
Auxílio virtual<br />
E foi de olho na crescente demanda por esses profissionais<br />
que surgiram empresas investindo no lançamento de robôs<br />
domésticos e aplicativos que fazem as vezes de assistentes<br />
pessoais. Em São Paulo, a loja HomeUp (lojahomeup.<br />
com.br) tem uma seção dedicada aos robôs para limpeza,<br />
programados para eliminar o pó, limpar vidros e até a<br />
piscina. Os valores oscilam entre R$ 1.189,99 e R$ 7.149,35.<br />
Mas calma, embora práticos e com design atraente, os robôs<br />
domésticos em nada se assemelham aos da família Jetsons,<br />
da famosa série de desenho da década de 1960, em que<br />
as personagens viviam em um mundo automatizado. Pelo<br />
menos ainda. As máquinas atualmente disponíveis para<br />
o mercado doméstico apenas auxiliam na organização da<br />
limpeza diária, fazendo a manutenção da limpeza pesada<br />
necessária uma vez por semana ou quinzenalmente, de<br />
acordo com o perfil de cada família.<br />
Ainda assim, o interesse é grande. Tanto que, no Brasil, somente<br />
no ano passado, foram vendidos 5 mil robôs domésticos, de<br />
acordo com a Euromonitor, consultoria especializada em<br />
pesquisas de mercado. A previsão é de que, dentro dos cinco<br />
anos, esse número aumente para 13 mil itens.<br />
É pouco, se fizermos um comparativo com o número de<br />
smartphones ou televisores vendidos no país, mas já é uma<br />
avanço, considerado que um robô doméstico especializado<br />
em aspirar o pó, por exemplo, custa até dez vezes mais que<br />
um aparelho comum. O Roomba, da iRobot, que conta com<br />
câmera, navegação inteligente, escovas autolimpantes e<br />
conexão com o celular, oscila entre R$ 1.800 e R$ 6.000.<br />
Os modelos vendidos pela HomeUp também contam com<br />
conexão inteligente, mas são da marca Ecovacs. Um dos que<br />
mais fazem sucesso é o Winbot, que deixa a superfície do<br />
vidro brilhando, graças ao alto poder de sucção que tem.<br />
Além dos robozinhos, outras novidades no mercado de<br />
organização pessoal são as plataformas e aplicativos, que<br />
podem ser acessados pelo computador ou pelo celular. Sabe<br />
aquela ida ao supermercado que alguns homens e mulheres<br />
detestam ou simplesmente não tem tempo de fazer? Com<br />
o HomeRefill (homerefill.com.br), criada pelo paulistano<br />
Guilherme Aere dos Santos, é possível comprar e agendar<br />
entregas de vários itens, como detergentes, papel higiênico,<br />
alimentos, bebidas, produtos infantis e de pet shop, sem sair<br />
de casa e de forma programada: semanalmente, a cada<br />
quinze dias ou mensalmente. “Nosso objetivo é ser um<br />
assistente pessoal de consumo. Se o produto precisa ser<br />
reposto, avisamos e fazemos isso, evitando preocupação<br />
com coisas tão básicas”, diz Santos.<br />
Apesar das facilidades, há quem ainda culpe os valores<br />
para continuar com uma vida desorganizada. Mas com<br />
uma infinidade de aplicativos já disponíveis, muitos deles<br />
gratuitos, essa desculpa não se mostra válida, como podemos<br />
ver nesta seleção de apps organizadores selecionada pela<br />
revista SETIN.
Lista de Tarefas (ptbr.todoist.com)<br />
É considerado um dos melhores aplicativos de organização<br />
atualmente. Destaque para o gerenciador de obrigações, que faz<br />
lembretes de tarefas corriqueiras, como o dia de pagar o aluguel,<br />
a mensalidade da academia ou da escola. Mas até dizer que é<br />
hora de arrumar a cama ele diz. O app é gratuito e tem versão em<br />
português. Legal, né?<br />
Sortly (sortlyapp.com)<br />
Gratuito e disponível somente em inglês, o programa indica<br />
como organizar todos os seus itens de sua casa por categorias,<br />
rotulando cada um deles e, por meio de lembrança visual do que<br />
foi guardado, lembra onde você “esqueceu” alguma coisa que não<br />
consegue encontrar. Sabe aquele medo de se atrasar para um<br />
compromisso só por que não se lembra onde deixou a chave do<br />
carro? O Sortly avisa!<br />
Brightnest (brightnest.com)<br />
Também em inglês, dá dicas preciosas para a organização e<br />
limpeza da casa, adaptando-se à personalidade de quem mora<br />
na casa. Ao entrar já na primeira vez, o usuário pode dizer suas<br />
necessidades, indicando se há crianças ou animais no local, se<br />
precisa de ajuda com o jardim, com a garagem ou escritório. O<br />
app é totalmente personalizável e dá dicas as mais diversas, como<br />
produtos de limpeza necessários para manutenção do espaço e até<br />
o tempo necessário para executar determinada tarefa. Gratuito e<br />
necessário!<br />
24me (twentyfour.me)<br />
Cria lembretes automáticos para que você não perca compromissos,<br />
eventos, reuniões, ou esqueça de pagar as contas. 24me é uma<br />
combinação de calendário, lista de tarefas e bloco de notas num<br />
aplicativo só. O aplicativo se conecta a outros como o Facebook<br />
e manda mensagens de feliz aniversário para seus amigos, caso<br />
você se esqueça e ainda permite que você compartilhe notas com<br />
amigos.<br />
Quip (quip.com)<br />
Sabe quem usa? O Mark Zuckerberg (criador do Facebook) em<br />
pessoa. Quip é um dos melhores escritórios virtuais do momento<br />
e permite colaboração em tempo real de documentos, relatórios e<br />
listas.<br />
62
Consolação<br />
X São Luís.<br />
Mais que<br />
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Perspectiva artística do salão de festas<br />
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Perspectiva artística da fachada<br />
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comuns e conectividade USB em todas as unidades.<br />
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Central de atendimento da Rua Helena, 235 - 9º andar - Vila Olímpia - CEP 04552-050 Tel.: 3041-9222 - São Paulo – Diariamente até as 21h, inclusive aos sábados, domingos e<br />
nos feriados. CRECI: J 25.999. Registro de Incorporação R.01, Matrícula nº- 92.983, do 5º Cartório de Registro de Imóveis de São Paulo-SP, em 25/9/2014. Imagens meramente<br />
ilustrativas. A vegetação que aparece nas imagens está com porte adulto. O porte da vegetação será atingido após alguns anos da entrega do empreendimento. *Serviços<br />
pay-per-use sujeitos a alterações, pagos quando usados e não inclusos na taxa condominial, conforme minuta da convenção de condomínio (que é objeto de registro, juntamente<br />
com o Memorial de Incorporação do empreendimento) e aprovação em assembleia geral de instalação do condomínio. Uso da marca autorizado pelo Metrô - Termo nº 313850011.
| hotéis |<br />
Mama Shelter Rio de Janeiro Santa Teresa<br />
64
Viagens de negócios,<br />
mas em família!<br />
Tendência cada vez mais forte no setor hoteleiro, o turista<br />
que viaja hoje a trabalho deseja ampliar os seus momentos de<br />
lazer na cidade, hospedando-se em hotéis que ofereçam também<br />
atrativos para toda a família<br />
Yara Guerchenzon<br />
Ao contrário das tradicionais viagens de negócios rápidas,<br />
focadas apenas nos compromissos profissionais, o<br />
viajante que sai de sua cidade a negócios, hoje, busca opções<br />
de hotéis nos quais possa aproveitar também mais momentos<br />
de distração e entretenimento. E por que não levar também<br />
toda a família, para juntos desfrutarem, por exemplo, de um<br />
fim de semana de lazer? A ideia é otimizar uma viagem a<br />
trabalho, além de acrescentar experiências prazerosas, que<br />
possam envolver gastronomia, bem-estar, cultura, diversão e<br />
compras, explorando o que há de melhor no destino escolhido.<br />
Tanto que, no mundo, já é comum a expressão Bleisure, que<br />
justamente é a soma de negócios & prazer.<br />
Para dar suporte a esse turista, que busca conforto tanto para<br />
realizar seu trabalho quanto para acomodar mais uma pessoa<br />
ou mesmo sua família, a rede AccorHotels vem desenvolvendo<br />
novas estratégias em suas unidades, oferecendo ao hóspede<br />
diferentes possibilidades para aproveitar bem o seu tempo<br />
tanto dentro quanto fora do hotel.
Sofitel Jequitimar e, no alto da página, o Caesar Park Rio de Janeiro Ipanema, managed by Sofitel<br />
66
Sofitel Legend Santa Clara Cartagena<br />
Fotos: divulgação<br />
Ou seja, em vez de retornar após o trabalho e encerrar o dia<br />
no próprio apartamento, o hóspede tem a seu dispor dicas<br />
e sugestões de lazer, disponibilizadas pela própria equipe<br />
de colaboradores da AccorHotels, conciliando desta forma<br />
momentos agradáveis durante a sua estadia.<br />
Entre as novidades, estão, por exemplo, a criação de pacotes<br />
especiais para crianças e até mesmo o desenvolvimento<br />
de uma nova comunicação visual com foco no público<br />
feminino. A ideia é estar presente em todos os momentos<br />
de seus clientes, expandindo os investimentos para<br />
potencializar esse segmento. Isso significa dizer que o<br />
grupo quer fazer parte das escolhas de seus hóspedes nas<br />
viagens de negócios e de lazer, de modo que a experiência<br />
nas duas ocasiões supere as suas expectativas, desde o<br />
planejamento até o compartilhamento dos momentos com<br />
a família e amigos.<br />
Além disso, vale destacar a parceria de longo prazo que a<br />
AccorHotels firmou recentemente com a Rede Banyan Tree<br />
Holdings, empresa internacional líder e desenvolvedora de<br />
resorts, hotéis, residências e spas, com 43 hotéis e resorts,<br />
64 spas, 77 galerias de varejo e 3 campos de golfe em 28<br />
países. O objetivo é de que, juntas, consigam gerenciar e<br />
desenvolver a marca Banyan Tree no mundo todo. Assim, a<br />
partir de agora, o Banyan Tree terá acesso à rede global de<br />
reservas e vendas do grupo AccorHotels, bem como ao Le<br />
Club AccorHotels, seu programa de fidelidade.<br />
De acordo com Paulo Frias, Head of Sales AccorHotels<br />
América do Sul, as pessoas estão, cada vez mais, buscando<br />
praticidade para tomar decisões rápidas e com segurança.<br />
“É neste sentido que o aplicativo da AccorHotels está<br />
caminhando e deve alcançar o objetivo de entrar na lista dos<br />
aplicativos indispensáveis. A AccorHotels está investindo<br />
em conteúdo para proporcionar a melhor experiência aos<br />
viajantes, mesmo quando eles ainda não estão pensando a<br />
respeito do próximo destino”, comenta.<br />
Tudo isso, somado ao robusto plano digital, ao treinamento<br />
intensivo dos colaboradores e à diversidade gastronômica,<br />
contribui para que os clientes permaneçam na rede de hotéis<br />
da empresa quando desejam unir a viagem a negócios com<br />
um momento em família. Dessa forma, esticam a estadia na<br />
cidade, para passar o final de semana e conhecer um pouco<br />
mais do local.
Hotel Santa Teresa Rio MGallery by Sofitel<br />
Para quem pretende ir a São Paulo ou ao Rio de Janeiro passar<br />
um fim de semana, já pode desfrutar dos pacotes especiais<br />
criados pela empresa nessas duas cidades. “Inicialmente,<br />
estamos trabalhando com esses destinos, mas a tendência<br />
é aumentar as opções”, explica Paulo Frias. “Esse cenário<br />
proporciona também um aumento significativo do turismo<br />
de forma direta e indireta, valorizando alguns destinos e<br />
ampliando a visibilidade destes lugares, como Barra da<br />
Tijuca e Santa Teresa, na capital carioca, por exemplo”,<br />
completa o executivo. Segundo ele, os países hispânicos<br />
já potencializam essa oferta, com destaque para cidades<br />
como Lima, Cusco, Quito, Montevidéu, Buenos Aires, Iguazu,<br />
Cartagena e Santiago, entre outros.<br />
A expectativa é de que a empresa conquiste 20% do<br />
market share de lazer na América do Sul até 2020. Para<br />
isso, a equipe de vendas da AccorHotels trabalhará na<br />
aproximação da empresa com os principais operadores do<br />
mercado e na implementação de novos planos familiares e<br />
tarifas especiais de lazer a fim de facilitar a comercialização<br />
em longo prazo. Algumas bandeiras do grupo já têm essa<br />
aproximação com as famílias, como o Novotel, que oferece<br />
estadia gratuita para até duas crianças ou adolescentes<br />
até 16 anos, desde que hospedadas no mesmo quarto dos<br />
pais. “Em todo o mundo, a AccorHotels apresenta um mix<br />
das áreas de lazer e corporativo, o segmento está no DNA<br />
do grupo e é essa expertise que vamos trazer para nossa<br />
região”, ressalta o executivo.<br />
Mama Shelter Rio de Janeiro Santa Teresa<br />
As novidades não param por aí. Uma nova comunicação visual<br />
está sendo desenvolvida para os canais de vendas diretas da<br />
AccorHotels, com uma abordagem interativa e amigável.<br />
A intenção é melhorar a performance das plataformas e<br />
deixá-las mais atraentes e intuitivas. “Um dos objetivos<br />
é convidar as mulheres para nossos sites, pois são elas<br />
que, na maioria dos casos, tomam as decisões das viagens<br />
familiares”, finaliza Frias.<br />
68
TENDÊNCIA<br />
B<br />
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20.363-J. Central de atendimento da <strong>Setin</strong> Vendas. Rua Helena, 235 – 9 o andar – Vila Olímpia – CEP 04552-050 – Tel.: 3041-9222 – São Paulo - SP. Diariamente, até as 21 horas, inclusive aos sábados, domingos e feriados – Creci: J 25.999. Registro<br />
de Incorporação sob o R.07, na matrícula n o 185.495, do 15 o Cartório de Registro de Imóveis de São Paulo – SP, em 20/9/2016. *Serviços pay-per-use sujeitos a alteração, pagos quando utilizados e não inclusos na taxa condominial, conforme Minuta<br />
da Convenção de Condomínio, que será objeto de registro com o Memorial de Incorporação do empreendimento, e aprovação em Assembleia Geral de Instalação do Condomínio. Qualquer venda estará sujeita ao pagamento do valor correspondente à<br />
intermediação imobiliária, e as respectivas comissões decorrentes deverão ser descontadas do preço de venda constante na proposta.
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Da ficção para a<br />
realidade: o futuro<br />
sobre quatro rodas<br />
Eles podem estacionar sozinhos e levar o passageiro a diversos<br />
destinos sem necessidade de toque no volante. Sim, as tecnologias<br />
imortalizadas em filmes sobre o futuro viraram realidade e estão<br />
dando o que falar<br />
Kathia Gomes<br />
Eles ainda não têm a capacidade de viajar para o passado<br />
ou futuro, como o DeLorean imortalizado na trilogia De<br />
Volta para o Futuro, mas já se fazem presente como objeto<br />
de desejo de muitos pilotos aficionados por tecnologia – e<br />
de quem não sabe dirigir, mas não abre mão de andar de<br />
carro. Os chamados carros autônomos, ou carros-robôs,<br />
já começaram a virar realidade e o objetivo da indústria<br />
automobilística é que, dentro de três anos, estejam circulando<br />
pelas ruas e rodovias das principais capitais do mundo. E<br />
assim como ocorreu com os smartphones em relação aos<br />
celulares da primeira geração, os veículos autônomos<br />
marcarão o início de uma nova fase: aquela em que o volante<br />
se tornará algo opcional e até mesmo obsoleto.<br />
Com o uso de programas que interpretam dados enviados por<br />
radares e sensores, os veículos autônomos conseguirão traçar<br />
rotas, calcular o tempo de chegada (de forma semelhante ao<br />
que já é feito com alguns aplicativos), prever o trânsito na<br />
região, velocidade e até mesmo desviar de obstáculos. Tudo<br />
sem a necessidade de um piloto. E quanto mais forem usados,<br />
mais aprenderão os gostos de seu dono e, como um motorista,<br />
poderão buscar alguém em determinado lugar, abrir e fechar<br />
portas, fazer uma chamada telefônica e até mesmo “lembrar”<br />
de um compromisso, traçando a melhor rota para chegar na<br />
hora certa, sem atrasos.<br />
Tudo isso já está em fase de testes. Tanto que a montadora<br />
alemã BMW afirmou, em coletiva de imprensa realizada no<br />
início de 2017, que os primeiros veículos autônomos em série<br />
serão colocados para circular até o final deste ano, graças a<br />
uma parceria com a empresa de microprocessadores Intel e<br />
a Mobileye, israelense especializada em tecnologia de ponta.<br />
Em seguida, a também alemã Audi, do grupo Volkswagen,<br />
anunciou a pesquisa de inteligência artificial com redes<br />
neurais, alegando que será a responsável pelo primeiro<br />
veículo autônomo de nível 3 (veja classificação completa no<br />
box da página 73) do mundo: o modelo A8.<br />
Tudo isso parece muito incrível, certo? Mas a verdade é que,<br />
embora a previsão da chegada desses veículos seja para<br />
daqui a três anos, muitos detalhes terão de ser debatidos<br />
antes. Em 2016, por exemplo, a Tesla anunciou que todos os<br />
seus carros já sairiam da fábrica com sistema self-driving, ou<br />
seja, 100% autônomo, um avanço e relação ao seu autopilot<br />
(semiautônomo).<br />
O autopilot já conduzia o carro sozinho, mas com restrições.<br />
Só que, no ano passado, a Tesla foi confrontada com a<br />
polêmica morte de um motorista, que sofreu um acidente<br />
fatal ao bater em um caminhão, justo enquanto dirigia o<br />
Tesla Model S (autopilot), entrado para a história como a<br />
primeira morte com semiautônomo do mundo.<br />
A resposta da empresa foi imediata: oficialmente, a Tesla<br />
declarou que a culpa foi da altura e do brilho refletido pelo<br />
70
Toyota Concept-i<br />
caminhão, que confundiram as câmeras e os sensores<br />
de radar do sedã elétrico. Em seguida, no que muitos<br />
consideram ser uma ação de marketing da Tesla, um vídeo<br />
publicado no Twitter pelo holandês Hans Noordsjj tomou<br />
as redes sociais ao mostrar o Model S. (autopilot) fazendo<br />
justamente o contrário: salvando vida.<br />
O motorista estava na rodovia com o modo autônomo quando<br />
ouviu o sinal de iminência de colisão emitido pelo carro,<br />
após identificar uma desaceleração repentina dos carros<br />
trafegando à frente. O autopilot, então, acionou os freios do<br />
Tesla a tempo de evitar a batida, o que o Corsa que viajava<br />
logo à frente não conseguiu, batendo na traseira do veículo<br />
próximo. (veja: https://youtu.be/FadR7ETT_1k).<br />
Mas Elon Reeve Musk, CEO da Tesla, já anunciou: "A<br />
atualização para autonomia total será padrão em todos os<br />
veículos da Tesla a partir de agora”. Na prática, ele quis<br />
dizer que os novos carros sairão com oito câmeras com<br />
360º de visão, 12 sensores ultrassônicos com capacidade<br />
para detectar tanto objetos duros quanto os macios, além de<br />
um radar frontal para detectar objetos, mesmo com chuva,<br />
neblina forte ou poeira.<br />
Já com consumidores aficionados fazendo fila de espera por<br />
um, a Tesla deixou claro que, apesar da expectativa, eles terão<br />
de esperar mais um pouco. Mas Musk (que se autoproclama<br />
o Homem de Ferro dos dias atuais, em referência ao herói de<br />
quadrinhos consagrado por Robert Downey Jr.) garante que,<br />
quando isso ocorrer, o hardware – cerca de 40 vezes mais<br />
potente do que o anterior, ou seja, um supercomputador –<br />
permitirá que os carros tenham autonomia de nível 5, a<br />
máxima para carros autônomos.<br />
Para essa demonstração, a empresa chegou a divulgar um<br />
vídeo do modelo de nível 4, no qual mostra um carro autônomo<br />
saindo da garagem, dirigindo pela cidade e achando sua<br />
própria vaga para estacionar. Logo na introdução, a Tesla<br />
esclarece: o motorista só está no carro por questões legais.<br />
Confira: https://youtu.be/Q14tkD5__dE<br />
O que já é realidade<br />
Mas enquanto essa nova era não chega, a indústria tem<br />
oferecido tecnologias que já dão um gostinho do que está<br />
por vir, e elas, por si, já surpreendem. Ford, Chevrolet e<br />
Honda já comercializam modelos que estacionam sozinhos.<br />
Há também soluções que consistem em sensores e câmeras<br />
traseiras para ajudar o motorista na hora de estacionar. Um<br />
bom exemplo vem da Ford.
A companhia anunciou uma nova versão de seu sistema<br />
avançado de assistência à direção – ADAS (Advanced Driver-<br />
Assistance Systems). A tecnologia tem um mecanismo de<br />
alerta para prevenção de colisões, um monitor de pontos<br />
cegos e um assistente de estacionamento (Active Park<br />
Assist). Outras versões, equipadas com o Sync (sistema<br />
multimídia) também fazem ligações automáticas para a<br />
emergência, caso ocorra um acidente, e o motorista fique<br />
inconsciente. O próprio sistema faz uma ligação para o Samu<br />
e uma gravação avisa da ocorrência, dando a localização<br />
exata via coordenadas.<br />
A Ford também lançou, nos Estados Unidos, a F-150 que<br />
vem com o assistente de estacionamento de ré e que<br />
direciona a caminhonete de forma automática para garantir<br />
que a carreta fique sempre alinhada, graças a um sistema<br />
de direção no próprio engate.<br />
Na montadora americana, as novidades afetam até os bebês.<br />
O berço Max Motor Dreams, comercializado somente na<br />
Espanha por enquanto, imita (com a ajuda de smartphones e<br />
aplicativos) os movimentos e sons do veículo em viagem, com<br />
o objetivo de acalmar e embalar os bebês – de acordo com a<br />
montadora, isso facilita a vida de muitos pais que, por vezes,<br />
ao não conseguir fazer seus filhos dormirem, os colocam no<br />
carro para passear, mesmo que tarde da noite. Com o berço<br />
tecnológico da Ford, a criança fica, em casa, numa espécie<br />
de realidade virtual que imita o passeio de carro.<br />
Concorrência<br />
E foram tecnologias como essas que colocaram a Ford na<br />
liderança global em estratégia e execução no desenvolvimento<br />
de carros autônomos, de acordo com a Navigant Research,<br />
consultoria especializada em novas tecnologias.<br />
A Navigant Research avaliou 18 empresas líderes no<br />
desenvolvimento de sistemas de direção autônoma e as<br />
classificou com base em 10 critérios. “Os carros autônomos<br />
estão no nosso futuro coletivo e serão uma resposta ao<br />
congestionamento e acidentes de trânsito. Eles representam<br />
uma mudança no transporte e serão uma transformação do<br />
mundo em que vivemos”, diz Raj Nair, vice-presidente global<br />
de Desenvolvimento do Produto da Ford.<br />
A pesquisa lista vários fatores que estão contribuindo para a<br />
evolução rápida da automação dos veículos, aproximando-se<br />
de um nível de maturidade que permitirá o seu acesso aos<br />
consumidores. Entre eles, estão os avanços na arquitetura<br />
computacional, na tecnologia de sensores, na eletrificação<br />
de veículos e na conectividade, junto a significativas reduções<br />
de custos.<br />
TESLA - Model S e Autopilot<br />
“Houve uma grande evolução no desenvolvimento dos<br />
sistemas de direção autônoma, mas a questão é que agora<br />
todos os envolvidos devem responder várias questões<br />
importantes, muito mais difíceis de serem resolvidas do que<br />
72
Veiculo autônomo:<br />
grau de autonomia<br />
Conheça os diferentes níveis de carros autônomos<br />
<br />
Nível 0: todos os principais sistemas são controlados por<br />
seres humanos<br />
<br />
Nível 1: somente alguns sistemas, como o controle de<br />
velocidade de cruzeiro ou a frenagem automática podem ser<br />
controlados pelo veículo, um de cada vez<br />
<br />
Nível 2: o veículo oferece pelo menos duas funções<br />
automáticas simultâneas, como aceleração e direção, mas<br />
requer seres humanos para a operação segura<br />
<br />
Nível 3: o veículo pode gerenciar todas as funções críticas<br />
de segurança sob certas condições, mas o motorista deverá<br />
assumir quando alertado<br />
<br />
Nível 4: é autônomo somente em alguns cenários de<br />
condução, embora não todos<br />
<br />
Nível 5: o carro é completamente capaz de autonomia em<br />
todas as situações<br />
Audi, Waymo e Ford Max Motor Dreams.<br />
Fonte: Ford e Navigant Research<br />
as próprias tecnologias”, explica Sam Abuelsamid, analista<br />
de pesquisa da Navigant Research, dos Estados Unidos.<br />
De acordo com o último relatório publicado em abril pela<br />
Navigant Research, e ao qual a revista SETIN teve acesso, as<br />
montadoras Ford, General Motors, Renault-Nissan e Daimler<br />
são as mais bem posicionadas nas pesquisas e tecnologias<br />
desenvolvidas para o carro autônomo: “As que já contam<br />
com uma estrutura de manufatura de veículos, ou parcerias<br />
com fabricantes, também serão favorecidas. Quem não se<br />
atentar a essas novas demandas, ficará para trás, assim<br />
como ocorreu na área de telefonia e tantas outras, após o<br />
advento de novidades tecnológicas”, diz Abuelsamid.<br />
A concorrência no mercado de veículos autônomos inclui as<br />
próprias montadoras, fornecedores, empresas de tecnologia<br />
não automotiva e até startups.<br />
No Brasil, a corrida pelo lançamento de modelos com<br />
classificação 4 e 5 também tem ocorrido nos bancos<br />
das faculdades e, neste quesito, a Escola Politécnica da<br />
Universidade de São Paulo (Poli-USP), está na frente. Desde<br />
março, o modelo Prius, híbrido da Toyota, tem servido como<br />
pesquisa para a tecnologia dos híbridos, só que adaptada às<br />
condições das estradas e ruas brasileiras.<br />
O motor elétrico do Prius funciona como um gerador e não é<br />
carregado na tomada por eletricidade convencional. Ele capta<br />
a energia cinética produzida pela frenagem e a transforma<br />
em energia elétrica, que é armazenada na bateria do motor<br />
elétrico. Vale lembrar que em um veículo comum, a energia<br />
é dispensada em forma de calor.<br />
Eduardo Pellini, professor da USP, explica que as pesquisas<br />
com o Prius são relevantes para entender a aplicabilidade<br />
desta tecnologia na realidade brasileira. “Não adianta<br />
simplesmente trazer o que se produz lá fora para cá.<br />
Nosso país possui diferenças que devem ser levadas em<br />
consideração, como o etanol e os motores flex, sem contar<br />
as condições das estradas”, diz ele.<br />
José Roberto Castilho Piqueira, diretor da Poli-USP e também<br />
professor, lembra que hoje uma das grandes questões a ser<br />
considerada é a sustentabilidade e a segurança gerada por<br />
carros mais inteligentes. “As necessidades da população<br />
devem ser levadas em conta, e essas tecnologias são uma<br />
resposta para a diminuição de acidentes de trânsito”, explica.<br />
E é justamente com esse argumento que a gigante Google<br />
tem levado adiante os testes com os seus veículos. De<br />
acordo com a empresa, 90% das mortes em acidentes de<br />
trânsito são causadas por falha humana, seja por distração,<br />
influência do álcool, seja por imprudência.<br />
“Ao contrário dos humanos, um carro autônomo enxerga em<br />
360 graus, reconhece obstáculos e analisa em tempo real<br />
situações que muitas vezes os olhos de um motorista não<br />
podem alcançar”, diz Eduardo Pellini. Na prática, significa<br />
que um carro controlado automaticamente não cansa, não<br />
se distrai, e isso, consequentemente, evita acidentes.
Toyota Prius Four Touring<br />
De olho nesta questão, a Toyota já avisou que apresentará<br />
ao consumidor o Concept-i, que conta com tecnologia<br />
automotiva aliada à inteligência artificial para antever as<br />
necessidades do dono.<br />
Uma das grandes vantagens desse tipo de veículo é a maior<br />
inclusão de pessoas com deficiência física e a segurança. Os<br />
veículos autônomos poderão reduzir o número de acidentes,<br />
mas a segurança ainda é uma preocupação e envolve muitas<br />
polêmicas.<br />
Enquanto o Google e Uber, que já colocaram autônomos nas<br />
ruas para uma fase de testes, se debatem com questões<br />
de ética e segurança, a gigante de buscas Baidu, empresa<br />
chinesa, anunciou que lançará sua tecnologia de carros<br />
autônomos em ambiente restrito, devendo colocá-la nas<br />
rodovias até 2020. Batizada de Apollo, em referência ao<br />
programa de pouso lunar, só sairá do papel graças à parceria<br />
com várias empresas de tecnologia e montadoras.<br />
As empresas trabalham para o desenvolvimento de um<br />
software que permitirá carros autônomos no nível 5, sem<br />
intervenção humana, permitindo aos usuários solicitar táxis<br />
autônomos, como ocorreu em experiências do Uber, em<br />
Nova York (EUA).<br />
Questões éticas e jurídicas<br />
O Brasil não possui nenhuma legislação que trate<br />
especificamente de carros autônomos. Será necessário uma<br />
adequação aos novos tempos. De acordo com o artigo 28 do<br />
Código de Trânsito Brasileiro existente, “o condutor deverá, a<br />
todo momento, ter domínio de seu veículo”, o que, em teoria,<br />
proibiria a utilização desses carros por aqui.<br />
Mas de quem será a responsabilidade, caso um acidente<br />
ocorra? A discussão chega a passear na filosofia: a principal<br />
vantagem dos carros autônomos é justamente de não<br />
cometerem os mesmos erros de um ser humano. Alguns<br />
autônomos, como os da Tesla Motors, são capazes tanto de<br />
evitar, quanto de prever acidentes. Portanto, se existir uma<br />
falha, a culpa será do software ou será do dono do veículo?<br />
Armando Antônio Maria Laganá, professor do Departamento<br />
de Engenharia de Sistemas Eletrônicos da USP, dá uma<br />
pista sobre o que virá: “sempre que há uma grande<br />
mudança, debates como esse são levantados. No Brasil, a<br />
história mostra que a regulamentação virá de acordo com<br />
as necessidades mostradas pela sociedade. Foi assim que<br />
aconteceu com a internet, com o uso de smartphones e<br />
fones de ouvidos enquanto dirige, e também será com os<br />
autônomos”, diz ele.<br />
74
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Localizado no centro de São Bernardo do Campo, é o primeiro<br />
complexo multiúso da cidade e o residencial foi entregue em abril<br />
deste ano, com projeto de arquitetura assinado por MCAA Arquitetos<br />
e paisagismo de Benedito Abbud. Já o projeto de decoração de<br />
interiores é de Fernanda Marques. Vem com lazer completo: piscina,<br />
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Já o mês de março recebeu o <strong>Setin</strong> Midtown Pacaembu Home. O complexo<br />
multiúso com apartamentos, escritórios e hotelaria está localizado na disputada<br />
região central entre o Pacaembu e a Barra Funda (R. Alameda Olga, 288). O<br />
empreendimento destaca-se por lançar facilidades exclusivas que incluem:<br />
espaço fitness, spa e serviços de aparthotel com a assinatura Adagio, além de<br />
contar com todo o know-how de operação da rede AccorHotels. Somam-se ainda<br />
os serviços pay per use, fechadura biométrica e a infraestrutura para automação.<br />
Além disso, o próprio espaço escolhido para o Midtown Pacaembu Home é um<br />
atrativo, já que é conhecido pela grande oferta de serviços, inclusive na área<br />
cultural, enriquecida pelo Memorial da América Latina, pelos shoppings e pelo<br />
Parque da Água Branca. Tudo isso, pertinho Museu do Futebol, do metrô Barra<br />
Funda, do Shopping Bourbon, da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de<br />
São Paulo) e da Faap (Fundação Armando Alvares Penteado).<br />
76
MONDIAL SALVADOR<br />
Em parceria com a Helbor Incorporações, entregamos em janeiro o Mondial Salvador,<br />
na Bahia. O empreendimento é conhecido no setor imobiliário como mixed use, que,<br />
como próprio nome em inglês já diz, reúne as facilidades de hotel, comércio, negócios<br />
e residência. O objetivo é facilitar a vida das pessoas, ao ofertar os serviços e vantagens<br />
das três áreas em um só lugar, gerando economia de tempo e, consequentemente, mais<br />
qualidade de vida aos que precisam frequentar o espaço. O multiúso representa uma<br />
entrega inédita na cidade de Salvador (BA): são duas torres com acessos independentes,<br />
que formam um complexo empresarial e residencial com escritórios e residências com<br />
serviço de aparthotel, com o diferencial de ser administrado pela rede AccorHotels com<br />
a bandeira Adagio City Aparthotel. É a grande oportunidade de investimento na região da<br />
Avenida Tancredo Neves (R. Alceu Amoroso), no centro do polo financeiro de Salvador,<br />
em frente ao Salvador Shopping, o mais moderno e completo shopping da capital baiana.<br />
MIDTOWN AQUIDABAN HOME<br />
O primeiro complexo multiúso de Campinas foi entregue em maio, totalmente<br />
integrado e de acordo com as tendências dos novos tempos. Trata-se de um<br />
conceito inédito na região, que reúne facilidades de moradia, comércio, tudo<br />
com amplo e fácil acesso à infraestrutura e facilidades do centro da cidade.<br />
Chegou com os seguintes diferenciais: fechadura eletrônica, infraestrutura de<br />
automação, guarita blindada, segurança 24 h, além de serviços pay per use.<br />
Uma maneira inovadora de morar, trabalhar ou investir.
# we<br />
take care<br />
of everything<br />
# new opening<br />
150 East 58th St<br />
new york<br />
Ornare leva design e sofisticação<br />
com a Wide Line Collection<br />
A coleção Wide Line explora a<br />
atmosfera do viver em um ambiente<br />
fluido, em um sistema completo e<br />
disponível em uma ampla gama de<br />
cores e acabamentos que seguem<br />
tendência mundial. Wide System<br />
apresenta configurações que se<br />
adaptam a todas as necessidades e<br />
ambientes, como, por exemplo, o<br />
uso de eletrodomésticos embutidos<br />
atrás de portas e painéis, podendo<br />
ocupar um espaço da sala de estar<br />
sem interferir esteticamente.<br />
Os elementos que compõem esta<br />
coleção revestem e decoram a casa<br />
como um único ambiente: armários,<br />
closets, banheiros e cozinhas geram<br />
espaços interligados e harmônicos.<br />
Os materiais originais obedecem<br />
a rigoroso padrão técnico e de<br />
qualidade. Os acessórios metálicos,<br />
consideradas “pequenas joias”,<br />
produzidas artesanalmente - com nove<br />
tonalidades acetinadas que vão do<br />
dourado ao selênio - dão aos móveis<br />
um acabamento único e sofisticado.<br />
kitchen<br />
Ornare inaugura Flag Ship<br />
Store USA em Nova York no<br />
A&D Building<br />
Referência em armários e móveis<br />
ANUNCIO PÁ<br />
de alto padrão para cozinha,<br />
sala de banho, home theater e<br />
closet, Ornare apresenta Flag Ship<br />
Store USA no A&D Building em<br />
Nova York, sob o comando de<br />
closet<br />
Pitter Schattan, sócio acionista<br />
e responsável pela operação e<br />
expansão da marca nos EUA.<br />
O edifício é localizado em um<br />
dos endereços mais requisitados<br />
entre os arquitetos e designers de<br />
interiores da cidade, situado na<br />
150 East 58th Street.<br />
O grande destaque do showroom<br />
living<br />
de 200m², é a coleção Wide<br />
Line, elaborada pelo diretor de<br />
arte Ricardo Bello Dias junto<br />
com o Studio Ornare. O novo<br />
espaço Ornare também apresenta<br />
linhas consagradas e assinadas<br />
por renomados profissionais<br />
brasileiros, entre os quais, Patricia<br />
Anastassiadis, Guto Indio da Costa<br />
bathroom<br />
e Ricardo Bello Dias.
COZINHAS CLOSETS CABINETS SYSTEMS BATHROOMS<br />
A marca com showrooms em<br />
Miami, Dallas e agora em Nova<br />
York, dispõe de projetos espalhados<br />
por Los Angeles, Nova York,<br />
Califórnia, Florida, México, Caribe<br />
GINA DUPLA<br />
e Panamá, entre muitos outros.<br />
Tamanha expertise deu à<br />
Ornare grande destaque entre os<br />
profissionais e consumidores norteamericanos.<br />
Seja por atendê-los<br />
com linhas exclusivas e especiais,<br />
oferecendo uma vasta gama de<br />
acabamentos, materiais, cores,<br />
projetos inteligentes ou sustentáveis,<br />
seja com a confiança em prazos e<br />
atendimentos de excelência no pósvenda,<br />
a Ornare se consolida como<br />
empresa brasileira de destaque no<br />
segmento no mercado internacional.<br />
www.ornare.com.br
saber5.com<br />
Dois<br />
destinos,<br />
duas paixões<br />
e UMA SÓ<br />
REDE.<br />
ANUNCIO PÁGINA INTEIRA<br />
Entre São Paulo e Rio de<br />
Janeiro são mais de 140 hotéis<br />
em 11 marcas para atender todos<br />
os perfis de clientes.