livro RS 2030
O projeto RS 2030 se estruturou a partir de dois fóruns de troca de ideias, e registro de sugestões e reflexões - as Perspectivas Regionais e Perspectivas Temáticas. Nos encontros regionais, cada região e cidade por meio de seus gestores, lideranças locais e comunidade puderam expressar abertamente suas opiniões e demandas, trazendo direta e indiretamente uma visão de prioridade para o Estado.
O projeto RS 2030 se estruturou a partir de dois fóruns de troca de
ideias, e registro de sugestões e reflexões - as Perspectivas Regionais e
Perspectivas Temáticas. Nos encontros regionais, cada região e cidade
por meio de seus gestores, lideranças locais e comunidade puderam expressar
abertamente suas opiniões e demandas, trazendo direta e indiretamente
uma visão de prioridade para o Estado.
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garantir o bem estar e o acesso aos serviços públicos para todos. Nossa economia<br />
terá que ter mais produtividade, gerar mais riqueza para proporcionar as<br />
gerações que já contribuíram para o desenvolvimento a dignidade merecida.<br />
Todos os países desenvolvidos buscaram na educação e no conhecimento o<br />
caminho seguro para enfrentar as alterações demográficas. Uma mão de obra<br />
qualificada, mentes inquietas e criativas são a base para o crescimento sustentável<br />
de qualquer comunidade.<br />
Na década de 1950 tivemos um câmbio de rumos, quando passamos de 1.795<br />
para 8.097 escolas, de 12.244 para 42.153 vagas para professores e de 306.171<br />
para 688.209 matrículas para os alunos. A iniciativa do governador Leonel Brizola<br />
revolucionou a educação no Rio Grande e passamos naquele momento a ter<br />
a maior taxa de escolarização do Brasil.<br />
Para encontrarmos o caminho do desenvolvimento teremos que desencadear<br />
uma mudança com tamanha magnitude, oferecendo uma educação de<br />
qualidade, em tempo integral, inovadora e criativa, que dote nossos jovens das<br />
competências e talentos indispensáveis na sociedade do conhecimento.<br />
As iniciativas e os investimentos em educação são progressivos e se materializam<br />
ao longo de uma geração, por isso devem ser pactuados para se transformarem<br />
em políticas de Estado e não de governos, sobrevivendo às oscilações<br />
promovidas pelo calendário eleitoral.<br />
A criação de um Fundo para Educação, vindo da lucratividade das empresas<br />
públicas ou da eventual venda de ativos, como terrenos e prédios públicos<br />
ociosos, gerando recursos novos para modernização das escolas, aquisição de<br />
tecnologia de ponta e formação continuada dos educadores é um dos caminhos<br />
possíveis para deflagrarmos uma segunda revolução na educação gaúcha.<br />
CELEIRO DE INOVAÇÃO<br />
Encontramos na sociedade gaúcha, e em particular na máquina pública, certa<br />
resistência à inovação. Somos mais céticos diante das novidades que chegam<br />
e tendemos a seguir caminhos já conhecidos, mas ao mesmo tempo somos<br />
desbravadores e empreendedores onde quer que estejamos. Em vários estados<br />
da federação, os gaúchos são assim reconhecidos.<br />
O mundo vive uma mudança profunda e galopante e precisamos da inquietude,<br />
criatividade e flexibilidade para buscar novas alternativas. As soluções conhecidas<br />
nos levarão aos mesmos resultados, por isso, precisamos de inovação<br />
política e uma mudança de pensamento.<br />
A construção de novas políticas públicas exige a observação e a análise<br />
de várias experiências exitosas, retirando delas as lições possíveis para a nossa<br />
realidade. Não existe transposição mecânica de nenhuma iniciativa, toda e<br />
qualquer ideia tem que ter sempre a marca local. Mas também não será com o<br />
isolamento e a reprodução das mesmas práticas, ainda que essas tenham sido<br />
vitoriosas no passado, que iremos superar os grandes desafios que estão diante<br />
de nosso estado.<br />
É fundamental inovarmos tanto na gestão pública como no setor privado.<br />
O Rio Grande precisa se transformar em um celeiro de inovação, mas para isso<br />
a máquina estatal dever ser exemplo, garantindo as condições para esse salto.<br />
Hoje a burocracia cria dificuldades para as iniciativas inovadoras e pune os<br />
líderes que ousam criar. O Estado, em primeiro lugar, não pode ser obstáculo,<br />
não pode atrapalhar a inovação no setor privado. Em segundo lugar, deve ser<br />
exemplo de inovação, se desejamos que essa seja a marca futura do Rio Grande.<br />
Só iremos alavancar a economia com inovação, pois foi graças à aplicação de<br />
técnicas avançadas na agricultura que a produtividade da soja dobrou nos últimos<br />
30 anos. No entanto, para não sermos apenas produtores de commodities,<br />
nosso grande desafio para os próximos anos é a agregação de valor aos nossos<br />
produtos e isso exige investimentos constantes em tecnologia e ciência.<br />
A inovação deve presidir também a busca de novos caminhos para resolvermos<br />
a questão da infraestrutura. Os gargalos reais que temos em estradas, aeroportos,<br />
portos, energia e comunicações travam a nossa produção e geram a<br />
concentração do desenvolvimento no eixo Porto Alegre - Caxias do Sul. A superação<br />
desses limitadores exige soluções inovadoras como as Parcerias Público<br />
Privadas (PPPs) para a geração de um desenvolvimento sustentável e simétrico<br />
no Rio Grande.<br />
<strong>RS</strong> <strong>2030</strong><br />
Hoje grande parte dos problemas recai sobre os ombros dos prefeitos e prefeitas.<br />
A repartição desigual e concentradora promovida pela União aumentou<br />
as responsabilidades e as despesas dos municípios e não deu garantias efetivas<br />
para a continuidade das políticas públicas, ampliando as dificuldades dos gestores<br />
municipais num momento de crise aguda.<br />
É necessário um novo Pacto Federativo, que dê aos outros entes federados<br />
– Estados e Municípios – mais protagonismo e recursos, uma melhor repartição<br />
do bolo tributário. Mas não basta apenas isso, temos que criar também um<br />
novo ciclo econômico e político no Rio Grande do Sul.<br />
Movida pelo senso prático dos gestores municipais na busca de soluções e alternativas<br />
para o futuro do nosso Estado, a Famurs promoveu o Projeto <strong>RS</strong> <strong>2030</strong>.<br />
São ideias e propostas concretas que foram discutidas e elaboradas por 1.535<br />
prefeitos, secretários, vereadores e lideranças comunitárias de 278 cidades, 56%<br />
dos municípios gaúchos.<br />
O Rio Grande é extremamente competente na produção de diagnósticos,<br />
mas não somos eficazes na colocação em prática destas iniciativas. Por isso, o<br />
projeto <strong>RS</strong> <strong>2030</strong> está apresentando 40 estratégias, que materializadas nos próximos<br />
13 anos poderão conduzir nosso estado a um novo patamar.<br />
Não produzimos um estudo acadêmico, mas ideias e propostas que nasceram<br />
da escuta e formulação dos prefeitos e prefeitas. Por estar na base da sociedade,<br />
sendo cobrados e fiscalizados por seus cidadãos, os gestores municipais<br />
são responsáveis pelo setor mais dinâmico da administração pública e representam<br />
uma voz lúcida e inovadora neste momento de crise política, ética e<br />
econômica que vive nosso país.<br />
Com o Projeto <strong>RS</strong> <strong>2030</strong> deixamos uma colaboração para os futuros governantes<br />
e a esperança que essas ideias possam germinar no solo fértil do Rio Grande.