Carta da Tipologia Florestal de Portugal Continental e - ESAC
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A Figura 2 sugere a existência <strong>de</strong> uma correlação positiva entre a diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> paisagem e a<br />
riqueza <strong>de</strong> espécies, até <strong>de</strong>terminado índice <strong>de</strong> diversi<strong>da</strong><strong>de</strong>, o que neste caso po<strong>de</strong> significar um<br />
aumento <strong>de</strong> diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> herpetofauna em paisagens heterogéneas, tal como vem <strong>de</strong>scrito por<br />
diversos autores, como sejam ATAURI e LUCIO, 2001 e LITT et al., 2001.<br />
No entanto, verifica-se que a partir <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminado valor <strong>de</strong> diversi<strong>da</strong><strong>de</strong>, essa tendência parece<br />
inverter-se. Este facto po<strong>de</strong>rá ser explicado tendo em conta a uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> referência (quadricula<br />
10x10km) ser <strong>de</strong> reduzi<strong>da</strong> dimensão e o número <strong>de</strong> habitats existentes ser elevado, o que a partir<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminado valor <strong>de</strong> diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser traduzido na existência <strong>de</strong> uma eleva<strong>da</strong><br />
<strong>de</strong>sagregação <strong>da</strong> paisagem, e por consequência, a uma <strong>de</strong>scontinui<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> habitats, po<strong>de</strong>ndo<br />
influenciar a presença <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s espécies, segundo o efeito <strong>de</strong> fragmentação, já <strong>de</strong>scrito<br />
anteriormente, tanto mais que as espécies em causa apresentam pouca mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> e pouca<br />
capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> a<strong>da</strong>ptação a novos habitats.<br />
De salientar, no entanto, que este tipo <strong>de</strong> análise só nos permite obter uma tendência <strong>de</strong> quais os<br />
tipos <strong>de</strong> habitat que po<strong>de</strong>rão proporcionar uma maior riqueza para o grupo <strong>de</strong> espécies<br />
consi<strong>de</strong>rado, uma vez que se está a assumir que, para <strong>de</strong>terminado local, apesar <strong>da</strong> existência <strong>de</strong><br />
outras classes, ao <strong>de</strong>tectar-se a existência <strong>de</strong> uma dominante, esta passa a ser consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> como<br />
aquela que maior influência tem na presença ou ausência <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> espécie. No entanto,<br />
este tipo <strong>de</strong> relações não se limitam à composição e à proporção do conjunto <strong>de</strong> classes presentes<br />
em <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> mancha ou paisagem, mas também à sua configuração.<br />
Relação entre as Espécies e o Tipo <strong>de</strong> Habitat<br />
Em termos globais – Regressão Linear Múltipla<br />
Anfíbios<br />
No mo<strong>de</strong>lo ajustado para a riqueza <strong>de</strong> espécies <strong>de</strong> anfíbios, as variáveis in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes que<br />
revelam serem significativas no mo<strong>de</strong>lo são: as áreas <strong>de</strong> incultos (P=0.000), as áreas sociais<br />
(P=0.001), a classe Outros (P=0.008), a classe Floresta Diversa Fecha<strong>da</strong> e Baixa (P=0.010), o<br />
Sobreiral Aberto e Alto (P=0.016), a classe Floresta Diversa Aberta e Baixa (P=0.019) e o Pinhal<br />
Fechado e Baixo (P=0.024). To<strong>da</strong>s elas apresentam uma relação positiva com a riqueza<br />
específica dos anfíbios.<br />
Salienta-se aqui que, <strong>de</strong> uma maneira geral, os tipos <strong>de</strong> floresta associados têm uma estrutura<br />
baixa, exceptuando o caso <strong>da</strong>s florestas <strong>de</strong> sobreiro. No que respeita à <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> dos<br />
povoamentos florestais, não existe qualquer evidência que nos permita avançar com algum tipo<br />
<strong>de</strong> elações.<br />
Répteis<br />
No caso do mo<strong>de</strong>lo ajustado para a riqueza específica dos répteis, as variáveis in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes que<br />
apresentam uma relação positiva com a riqueza dos répteis, <strong>de</strong> forma significativa são: as áreas<br />
<strong>de</strong> incultos, as áreas sociais e a classe Outros (P=0.000), o Giestal (P=0.002), as áreas <strong>de</strong> Floresta<br />
Diversa Fecha<strong>da</strong> e Baixa (P=0.004), as áreas <strong>de</strong> Carvalho negral (P=0.006), o Sobreiral Aberto e<br />
Alto (P=0.029) e o Pinhal Aberto e Baixo (P=0.05).<br />
Para este grupo <strong>de</strong> espécies, observa-se a existência <strong>de</strong> uma certa preferência por florestas abertas<br />
e pelas áreas constituí<strong>da</strong>s essencialmente por matos.