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CSN Renato Soares quer diálogo, mas pode parar empresa

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6 VOLTA ESPECIAL REDONDA<br />

21 a 27 de Maio de 2011 • JORNAL FOLHA DO AÇO<br />

Lei de Edson Quinto proíbe instalação<br />

Há cerca de 10 dias, o prefeito<br />

Antônio Francisco Neto<br />

anunciou que o Centro de Tratamento<br />

de Resíduos Sólidos<br />

(CTR) não será mais construído<br />

no bairro Santa Cruz, em<br />

Volta Redonda, como era desejado<br />

por ele. Pres sionado<br />

pela população, que sempre se<br />

posicionou contrária ao lixão<br />

ser construído em área urbana,<br />

o chefe do Palácio 17 de Julho<br />

preferiu firmar acordo com<br />

o prefeito de Rio Claro, Raul<br />

Machado, e com representantes<br />

da Secretaria Estadual do<br />

Ambiente. Dessa forma o novo<br />

lixão deve ser instalado em<br />

Getulândia, distrito daquele<br />

município. Falta apenas o aval<br />

do Ministério Público Federal.<br />

O prefeito Neto, mes mo<br />

contrariado, será obrigado a<br />

cumprir a Lei Municipal 4.762,<br />

que “proíbe a implantação de<br />

Aterros Sanitários e CTR urbanos<br />

e industriais, de serviços<br />

de saúde e de entulhos provenientes<br />

da construção civil, em<br />

um raio inferior a cinco quilômetros<br />

de área urbana, hospitais<br />

e mananciais hídricos no<br />

município de Volta Redonda”. A<br />

verdade é que se não existisse<br />

a Lei, de autoria do vereador<br />

Edson Quinto (PR), provavelmente,<br />

os moradores da<br />

Zona Norte da cidade, que<br />

compreende os bairros Santa<br />

Cruz, Santa Rita do Zarur, Voldac,<br />

Belo Horizonte, entre outros,<br />

seriam obrigados a conviverem<br />

com a presença de insetos,<br />

urubus e o cheiro nada<br />

agradável proveniente de entulhos<br />

e lixos – inclusive de hospitais.<br />

O projeto do prefeito Neto<br />

era des pejar diariamente no<br />

Santa Cruz, aproximadamente,<br />

200 toneladas de lixo, vindos<br />

de Volta Redonda e outras três<br />

cidades da região – Pinheiral,<br />

Rio Claro e Barra do Piraí<br />

(Complexo Califórnia). Sendo<br />

85% desse lixo proveniente da<br />

cidade do aço, que produz 170<br />

toneladas por dia. “Além do<br />

prejuízo na parte ambiental,<br />

esse CTR no Santa Cruz iria<br />

colocar a população em risco.<br />

de lixão no bairro Santa Cruz<br />

Edson Quinto: "Além do prejuízo na parte ambiental o CTR no Santa Cruz iria colocar a população em risco"<br />

Imagine o transtorno que 55<br />

caminhões causariam ao transitar<br />

e despejar, todos os dias,<br />

lixo naquela região?”, questionou<br />

o vereador Edson Quinto.<br />

“Sem falar da desvalorização<br />

dos imóveis. Ou seja, afetaria,<br />

e muito, a vida da comunidade”,<br />

completou.<br />

O terreno de Getulândia<br />

está localizado a aproximadamente<br />

800 metros da área urbana<br />

e do Rio Paraíba do Sul,<br />

e fica num vale, o que é considerada<br />

ideal para acomodar a<br />

manta que vai acondicionar os<br />

efluentes produzidos pela decomposição<br />

do material orgânico,<br />

além de conter material de<br />

jazida para recobrimento. Situação<br />

bem diferente da encontrada<br />

no Santa Cruz, um bairro,<br />

que possui diversas residências<br />

e comércios. Tem mais. A<br />

região fica próxima as áreas de<br />

proteção ambiental, colocando<br />

em risco a Fazenda Santa Cecília<br />

do Ingá e da Mata da Ci-<br />

cuta. “Se a prefeitura fizesse o<br />

CTR, onde realmente o projeto<br />

inicial determinava, iriam desrespeitar<br />

duas leis: uma municipal,<br />

de minha autoria, e outra<br />

federal. Essas leis determinam<br />

um raio de 5 a 10 quilômetros,<br />

respectivamente, para a implantação<br />

de lixão”, explicou Quinto.<br />

Um dos pontos questionados<br />

pelo parlamentar foi a falta<br />

de <strong>diálogo</strong> do Poder Executivo<br />

de Volta Redonda. Segundo<br />

ele, em momento algum a<br />

prefeitura procurou ouvir os<br />

princ ipais prejudic ados: no<br />

caso a população. “Não fosse<br />

as comissões da Câmara de<br />

Vereadores e a outra criada<br />

pelos moradores de vários bairros<br />

daquela região, e que foi<br />

presidida pela Mariinha, líder<br />

da Igreja Católica, não seria<br />

possível impedir a construção<br />

do lixão no Santa Cruz, pois o<br />

prefeito não teve nem a sensibilidade<br />

de escutar os morado-<br />

res. Na verdade quem acabou<br />

com a ideia de lixão no Santa<br />

Cruz foi a população, não o<br />

prefeito”, afirmou o vereador.<br />

Edson Quinto lembrou que<br />

a intenção de Neto em instalar<br />

o lixão no bairro Santa Cruz<br />

era tanta que o prefeito, inclusive,<br />

chegou a vetar a Lei que<br />

impedia a instalação de lixão<br />

dentro do município. “Ainda<br />

bem que tive o apoio dos demais<br />

vereadores e prontamente<br />

derrubamos, de forma unânime,<br />

esse veto imposto pelo<br />

governo municipal”, completou.<br />

Terreno<br />

De acordo c om informações,<br />

o terreno onde será<br />

construído a CTR em Rio Claro<br />

possui 194 mil metros quadrados<br />

e, nas proximidades do<br />

loc al, s erão c onstruídas as<br />

chamadas barreiras verdes.<br />

Uma <strong>empresa</strong> de consultoria<br />

do governo do Estado deve ela-<br />

borar o projeto técnico. A intenção<br />

é aplicar uma moderna tecnologia,<br />

evitando que o material<br />

desejado no local provoque<br />

mau cheiro e aproximação de<br />

animais e insetos.<br />

O custo do projeto será dividido<br />

entre as prefeituras, de<br />

acordo com índice populacional<br />

de cada uma das quatro cidades<br />

e provavelmente do Fundo<br />

Estadual de Conservação<br />

Ambiental (Fecam). “Não sou<br />

contra a CTR, desde que seja<br />

num lugar amparado pela lei e<br />

que não traga prejuízos para o<br />

meio ambiente e a população.<br />

Não <strong>pode</strong>mos deixar que aconteça<br />

em nossa cidade uma epidemia<br />

provocada por mosquitos<br />

ou até uma tragédia parecida<br />

com o do Morro do Bumba,<br />

de Niterói”, finalizou Edson<br />

Quinto. O bairro Santa Cruz<br />

deve receber um “pesque e não<br />

pague” no local onde o prefeito<br />

Neto tinha a intenção de instalar<br />

o Lixão.

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