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GAZETA DIARIO 339

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10 Geral<br />

Foz do Iguaçu, segunda-feira, 24 de julho de 2017<br />

Idgar Dias Junior<br />

Sérgio Moro, o sutil<br />

Há anos este signatário leu um artigo que abordava uma dessas<br />

situações meio óbvias e imperceptíveis. Uma empresa de móveis<br />

lançava uma cadeira muito bacana, dessas para usar em salas<br />

bem amplas de mansões bem luxuosas de gente abastada.<br />

O detalhe: para dar ar de coisa bem 'tchan' à tal cadeira, foi<br />

colocada a imagem de Abraham Lincoln (16º. Presidente<br />

americano, 1861-1865) sentado na dita cuja. E o autor do artigo<br />

levantou a questão inarredável: por qual razão nossos<br />

publicitários não lançam mão de figuras nacionais em momentos<br />

como este? Por que em lugar de figuras brasileiras de relevância<br />

colocamos figuras estrangeiras? Na ocasião este articulista achou<br />

por bem especular acerca de dois motivos prováveis: (1) o<br />

discernimento do senso comum não estaria a par como deveria<br />

de nossos heróis nacionais, e (2) ainda que estivesse, nossos<br />

heróis ficariam a dever muito aos heróis de alhures.<br />

Bem, hoje as coisas mudaram muito. O Brasil atual tem seu herói<br />

- goste-se ou não disto - e atende pelo nome de Sérgio Moro. Ele<br />

se tornou célebre pela forma como trabalha, virou quase uma<br />

unanimidade nacional. E o jeitão de Sérgio Moro venceu<br />

fronteiras, a ponto de sua imagem ir parar recentemente num<br />

mural em Portugal ao lado da imagem de outras figuras de<br />

destaque internacional com a seguinte legenda: "Estas pessoas<br />

estão a mudar o mundo". Não é pouca coisa.<br />

E o que faz Sérgio Moro para amealhar toda esta fama? Simples:<br />

faz o que a lei manda fazer, só isto. Para ilustrar melhor, vão aqui<br />

dois exemplos bem-acabados do que é não fazer o que manda a<br />

lei. (1) No julgamento do impeachment da ex-presidente Dilma<br />

Rousseff, o ministro Ricardo Lewandowski 'fatiou' - em harmonia<br />

com o presidente do Senado Federal à época, Renan Calheiros -<br />

o artigo 52 da Constituição que enuncia: "Nos casos previstos<br />

nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do Supremo<br />

Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será<br />

proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda<br />

do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de<br />

função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais<br />

cabíveis". E Dilma Rousseff não foi inabilitada e está livre para<br />

concorrer em 2018; há quem diga que ela vai concorrer à<br />

Câmara Federal, como Gleisi Hoffmann.<br />

(2) No julgamento pelo TSE da chapa Dilma Rousseff-Michel<br />

Temer, acusada pelo PSDB de ter infringido a lei em razão de<br />

alegado abuso de poder econômico nas eleições de 2014, o<br />

presidente daquele tribunal, ministro Gilmar Mendes, declarou:<br />

"Ninguém mais do que eu considera esses fatos lamentáveis. Eu<br />

intuía que isso acontecia". Os fatos aos quais Mendes se referia<br />

tinham a ver com as provas - avassaladoras - levantadas pelo<br />

ministro-relator, Herman Benjamin. A jornalista Renata Lo Prete,<br />

da GloboNews, comentou à época que a chapa havia sido<br />

absolvida por 'excesso de provas'.<br />

Mas é tolice achar que Sérgio Moro age segundo tão somente o<br />

que está na letra fria da lei. O magistrado tem método. Mestre e<br />

doutor pela UFPR, ele também cursou o programa de instrução<br />

de advogados da Harvard Law School (1998) e programas de<br />

estudos acerca da lavagem de dinheiro promovidos pelo<br />

Departamento de Estado Americano.<br />

Tantos estudos e tanto conhecimento redundaram em sutileza:<br />

Sérgio Moro não quis tirar de Lula os R$ 9 milhões de seu plano<br />

de aposentadoria que tem na BrasilPrev. O dinheiro continuará a<br />

ser de Lula. Ficará bloqueado apenas o tempo suficiente para<br />

que os brasileiros saibam um pouco mais a respeito de Luiz<br />

Inácio Lula da Silva.<br />

ASFALTO<br />

Mais de 70 ruas já receberam<br />

a Operação Tapa-Buracos<br />

As principais avenidas foram contempladas com a ação;<br />

bairros também já estão recebendo as melhorias<br />

Cerca de 926 toneladas de asfalto já foram aplicadas em ruas e avenidas da cidade<br />

AMN<br />

Reportagem<br />

Ao transitar pelas principais<br />

ruas e avenidas de Foz do<br />

Iguaçu, a população já notou<br />

a diminuição no número de buracos.<br />

Em menos de três meses,<br />

a prefeitura aplicou 1.866<br />

toneladas do concreto betuminoso<br />

usinado a quente<br />

(CBUQ). Desde o início do<br />

governo de Chico Brasileiro, 71<br />

ruas já foram recuperadas.<br />

O relatório mais recente da<br />

Secretaria Municipal de Obras<br />

mostra que, no período de 27<br />

de junho a 17 de julho, 26 ruas<br />

e avenidas receberam a Operação<br />

Tapa-Buracos, totalizando<br />

926 toneladas aplicadas.<br />

Entre as principais vias que<br />

receberam a ação está a Rua<br />

Andradina, na Vila C, com<br />

quatro mil metros quadrados<br />

de CBUQ, seguida da Avenida<br />

Costa e Silva, que recebeu dois<br />

mil metros quadrados de<br />

CBUQ; Rua Canindé, no Morumbi,<br />

com 1.900 metros quadrados;<br />

e Rua Silvano Gutierres,<br />

no Jardim Vasco da Gama,<br />

com 1.200 metros quadrados<br />

aplicados. Outras vias receberam<br />

pequenos reparos, como a<br />

Rua Silvano Baldó, no Jardim<br />

Polo Centro, e Rua Barão da<br />

Serra Negra, no Morumbi II,<br />

entre outras.<br />

As próximas ruas e avenidas<br />

que devem receber a tapaburacos<br />

já estão mapeadas pela<br />

Secretaria de Obras, com base<br />

no banco de dados cadastrado<br />

por meio da população — a qual<br />

pode solicitar o serviço de tapaburacos<br />

pelo telefone 3521-<br />

1718 e 3521-1711. Nos dois<br />

ramais, o morador passa as informações<br />

da rua e em seguida<br />

é feito um levantamento para<br />

posteriormente a secretaria incluir<br />

no cronograma da operação<br />

de bairro a bairro.<br />

Usina de asfalto<br />

A situação emergencial na<br />

malha viária de Foz do Iguaçu<br />

não deve mais repetir-se.<br />

Para frear a deterioração das<br />

vias, a prefeitura vai investir<br />

R$ 2 milhões em uma usina<br />

de asfalto, que começará a<br />

operar em janeiro de 2018. A<br />

usina está em processo de licitação<br />

dos equipamentos que<br />

será concluído nos próximos<br />

seis meses.<br />

A partir de janeiro, a usina<br />

deve estar produzindo o asfalto<br />

a frio, conhecido como asfalto<br />

ecológico, pois não tem<br />

caldeira e não gera fumaça,<br />

sem o impacto ambiental, como<br />

ainda é o caso do CBUQ. A<br />

usina de asfalto terá capacidade<br />

de produzir 40 toneladas por<br />

hora. Com o investimento, a<br />

prefeitura garantirá uma economia<br />

de 30% aos cofres públicos,<br />

além de agilizar os serviços.<br />

F

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