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EXXTRA | 13 de maio, 2017
Diretor Geral:<br />
EDIÇÃO 91 - 13 de mao/2017<br />
IVAN LOPES DA SILVA<br />
Editora:<br />
ANINHA CAROLINA SILV A<br />
Redação:<br />
JULIANA GONZAGA ,<br />
VERA SILVA SILVEIRA<br />
e PALOMA MANTELI<br />
Administração:<br />
LUCIANE JUNQUEIRA<br />
Diagramação:<br />
PATRÍCIA JUNQUEIRA<br />
CANAIS:<br />
twitter.com/PortalExxtra<br />
www.facebook.com/pages/<br />
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175947749225976<br />
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Exxtra é uma publicação da<br />
Editora Exxtra Com Dois Xis e<br />
Multimídia Ltda. A revista não<br />
se responsabiliza por conceitos<br />
emitidos em artigos<br />
assinados. Distribuição dirigida<br />
e comercial.<br />
Índice<br />
NOTÍCIAS DA SEMANA<br />
04 | Coluna Bastidores<br />
Ivan Lopes da Silva<br />
08 | Radar Estadual<br />
Aninha Carolina Silva<br />
14 | Radar Econômico<br />
Luciane Junqueira<br />
16 | CAPA<br />
NUNCA ANTES NA HISTÓRIA<br />
DESSE PAÍS<br />
Por que ele cresce nas<br />
pesquisas?<br />
Mesmo sendo bombardeado<br />
diariamente pela imprensa, Lula<br />
pode retornar à presidência da<br />
República. Ele lidera todos os<br />
cenários para o 1º turno da<br />
eleição presidencial de 2018,<br />
conforme Datafolha<br />
22 | APENAS 9% APROVAM<br />
TEMER<br />
Um ano no governo e o<br />
presidente Michel Temer é<br />
rejeitado<br />
por apenas 85% dos brasileiros<br />
24 | TEMER E O BALANÇO DO<br />
ANO<br />
"Quero garantir total direito do<br />
trabalhador", diz presidente<br />
em balanço do 1º ano,<br />
completado sexta-feira<br />
26 | A ECONOMIA NO<br />
GOVERNO TEMER<br />
O que a economia diz sobre o<br />
primeiro ano de governo,<br />
comandada por Henrique<br />
Meirelles?<br />
28 | PREVIDÊNCIA VAI A<br />
PLENÁRIO<br />
Comissão da Câmara dos<br />
Deputado conclui análise da<br />
reforma e vota substitutivo do<br />
relator da matéria<br />
32 | REFORMA TRABALHISTA<br />
É MEXIDA NO SENADO<br />
Casa já recebeu dez emendas<br />
na Comissão de Assuntos<br />
Econômicos<br />
34 | SEM CONSENSO COM A<br />
REFORMA TRABALHISTA<br />
Sessão temática em Plenário no<br />
Senado mostra divisão<br />
sobre as mudanças que estão<br />
sendo propostas<br />
02<br />
13 de maio, 2017 | EXXTRA
Semana, 13 de maio de 2017<br />
www.<strong>exxtra</strong>.com.br<br />
Editorial<br />
No Brasil se compra legendas de aluguel<br />
Reportagem da revista Veja, no mês passado e também divulgado no Jornal Nacional, da<br />
Rede Globo, comprovam a promiscuidade partidária envolvendo legendas criadas para serem<br />
partidos de aluguel e para auferir vantagens financeiras para os seus dirigentes. Diz a<br />
matéria que ex-dirigentes do Partido Republicano da Ordem Social (PROS) confirmaram à revista<br />
a informação de delatores da Odebrecht de que a legenda vendeu seu tempo de rádio e tv à<br />
campanha de Dilma Rousseff e Michel Temer em 2014 por R$ 2 milhões.<br />
De acordo com eles, a venda foi feita às campanhas de Paulo Skaf, candidato do PMDB em São<br />
Paulo; Delcídio do Amaral, candidato do PT em Mato Grosso do Sul; Marconi Perillo, candidato<br />
do PSDB em Goiás; e Anthony Garotinho, candidato do PR no Rio de Janeiro.<br />
O PROS se limitou a dizer que os ex-dirigentes do partido que falaram à revista "não fazem parte"<br />
do partido e que foram "expulsos" e desde então "tentam intervir na executiva por meio de ações<br />
judiciais infrutíferas, inclusive, com uma delas extinta diante da ilegitimidade ativa deles."<br />
Sendo assim, cada um tire as suas conclusões. No entanto, só a Justiça Eleitoral não vê ou faz<br />
de conta que não existe esse tipo de comércio em épocas de eleições. Isso tudo é fruto de um<br />
sistema político-eleitoral no país em que se criam partidos com mais facilidade do que abrir uma<br />
quitanda para vender abobrinhas.<br />
Com quase partidos políticos registrados na Justiça Eleitoral, e 27 deles com representação na<br />
Câmara dos Deputados, o Brasil apresenta hoje uma situação muito diferente da maioria de seus<br />
vizinhos latino-americanos, dos Estados Unidos e também de países da Europa. Nesses países,<br />
os integrantes do Parlamento estão concentrados em poucos partidos. O quadro no Brasil favorece<br />
a barganha política e expande a troca de favores entre Executivo e Legislativo. Na verdade, a<br />
legislação brasileira teria que estabelecer critérios mais rígidos para que esses partidos tenham<br />
representação no Congresso.<br />
Os principais países latino-americanos, com exceção da Argentina, apresentam um quadro menor<br />
de fragmentação. No México, os três maiores - PRI, PAN e PRD - reúnem 448 dos 500 deputados<br />
(89,6% da Casa). No Brasil, PT, PMDB e PSDB têm juntos cerca de 220 deputados, 42% dos<br />
513 membros da Câmara. Na Colômbia, as três maiores legendas - Partido de la U, Partido<br />
Conservador e Partido Liberal - têm 120 dos 166 deputados (72,29% do total). No Peru, as três<br />
maiores forças têm 80,77% dos assentos no Congresso. No Chile, os quatro maiores ocupam<br />
76,67% da Câmara. Na Alemanha, há apenas seis partidos com representação no Parlamento.<br />
Em alguns casos mais extremos, como nos Estados Unidos, há apenas dois partidos representados<br />
no Congresso.<br />
Em nome da liberdade, cientistas políticos sempre se mostraram contra mudanças na lei que<br />
limite a criação de partidos, mas defendem regras mais rígidas para que as legendas tenham<br />
representação no Congresso.<br />
Eles argumentam que o grande número de partidos dificulta a governabilidade do país, pois<br />
obriga os governantes a lotear suas administrações em troca de apoio. Portanto, deveríamos ter<br />
uma restrição para que essas legendas possam ter representação no Congresso, como ocorre,<br />
por exemplo, na Alemanha, o que poderia reduzir o número de partidos no Legislativo. Porém, no<br />
Brasil, ser "dono" de partido se tornou um grande negócio. E negócio "rentável" interessa,<br />
principalmente aos políticos com assento no Congresso, local onde poderia ser mudada esta<br />
vergonha brasileira.<br />
Ivan Lopes da Silva<br />
Diretor Geral<br />
EXXTRA | 13 de maio, 2017 03
BLOG IVAN<br />
EXXTRA<br />
Ivan Lopes da Silva<br />
Requião diz que<br />
propostas da<br />
reforma<br />
trabalhista são<br />
"da Idade Média"<br />
O<br />
senador<br />
Roberto<br />
Requião (PMDB-PR)<br />
voltou a criticar a<br />
proposta de reforma<br />
trabalhista, em análise no<br />
Congresso Nacional. Segundo o<br />
senador, a medida é uma ideia<br />
de "senhores da Idade Média<br />
que tentam impor uma<br />
legislação da Idade Média aos<br />
trabalhadores". Para Requião,<br />
as intenções de Michel Temer<br />
de assumir a Presidência da<br />
República sempre foram claras.<br />
O senador também disse que<br />
alertou sobre o que estava por<br />
vir, se o impeachment da<br />
presidente Dilma Rousseff fosse<br />
concretizado: os investimentos<br />
da União seriam congelados, o<br />
reajuste das aposentadorias e<br />
pensões seria desvinculado do<br />
salário mínimo, e a retomada<br />
das privatizações e concessões<br />
aconteceria rapidamente.<br />
"Tudo aquilo que enumerava,<br />
até concedamos, com um certo<br />
exagero no momento,<br />
transmuda-se hoje em<br />
realidade", disse o senador.<br />
04<br />
13 de maio, 2017 | EXXTRA<br />
twitter.com/IvanExxtra<br />
www.facebook.com/ivan.lopesdasilva<br />
Hora de separar o joio do trigo<br />
Penso que alguns setores da sociedade, dizendo-se falar pelo<br />
povo, comete os mesmos pecados que condenam. Ou seja,<br />
condenam práticas inadequadas de políticos, com<br />
argumentos inconsistentes e levados para a questão da ofensa e<br />
nada mais. Não será assim que iremos melhorar a nossa<br />
representatividade política nos cargos eletivos. E isso não é um<br />
fenômeno dos dias de hoje. O pensador e escritor alemão Bertold<br />
Brecht já havia relatado sobre o ignorante político, que pensa<br />
estar imune aos efeitos da política apenas porque "não gosta de<br />
política". Pois goste ou não; vote ou não; queira ou não, todos nós<br />
somos geridos pela política e quem diz o contrário não é só<br />
"ignorante político", é também burro-cego, pois não quer entender<br />
nem enxergar o que está à vista.<br />
Tem pessoas que confundem os políticos com a política,<br />
achando que todos calçam 40 e são inimigos da população, quando<br />
a verdade não é bem esta. A política é lugar para gente de bem.<br />
Agora, se existem safados infiltrados nela, cabe ao eleitor mandálos<br />
para casa ou não dá chance dele ocupar os cargos eletivos - de<br />
vereador a presidente da República.<br />
Fazer acusações generalizadas contra os políticos é uma<br />
forma indireta de atacar a democracia e reclamar a volta da<br />
ditadura, que tanto mal fez ao país e às suas instituições. É preciso<br />
separar o joio do trigo, execrando os políticos que traem a confiança<br />
do eleitor e enaltecendo os que são corretos, sérios e se dedicam<br />
exclusivamente à vida pública. Esses podem até não ser a maioria,<br />
mas são encontráveis em todos os partidos, independente de<br />
tonalidade ideológica.<br />
Tratar todos como salafrários e assaltantes do dinheiro<br />
público, é prestar um desserviço ao país, que lutou durante 20<br />
anos pela volta ao estado democrático de direito para que o povo<br />
voltasse a escolher, pelo voto direto, o seu presidente da República,<br />
o seu governador, o seu prefeito etc. Para livrar-se de político<br />
safado, o eleitor tem uma poderosa arma ao seu alcance, que é o<br />
voto. Sem necessidade de "demonizar" a política, que é uma<br />
atividade nobre.<br />
Aliás, a política não é coisa do demônio, mas não podemos<br />
evitar que o demônio também se meta na política porque é da<br />
índole do demônio se meter em tudo.<br />
Mas, com certeza, podemos evitar que o demônio permaneça<br />
atentando na política. Para isso, basta não calar nunca e votar<br />
sempre.<br />
Não esqueçamos que a democracia que temos foi regada<br />
com sangue. Não podemos esquecer o passado. Temos a obrigação<br />
de legar às futuras gerações uma história que, quando muito, é<br />
tratada nos livros e bancos escolares. Lembremos dos que, com<br />
erros e acertos (mas só erra quem age) dedicaram a vida ao povo,<br />
ao sonho de uma vida melhor para os excluídos da cidadania. Ontem<br />
tratados como terroristas, hoje como subversivos e outros epítetos.<br />
E nem vamos retroceder muito à história. Basta citar, nesse caso,<br />
os dois últimos ocupantes do Palácio do Planalto: Lula e Dilma<br />
Rousseff.<br />
Independente de conduta condenável para alguém que<br />
administra dinheiro público, eles fazem parte da história política<br />
do país. Até o antecessor dos dois petistas, Fernando Henrique<br />
Cardoso, se não foi tratado como "terrorista" ou coisa que o valha,<br />
sofreu na pele em ter de abandonar o país por divergir dos milicos<br />
que tomaram o poder em 1964.<br />
COLUNA DIÁRIA EM<br />
www,<strong>exxtra</strong>,com.br<br />
Deputado Dirceu Dresch<br />
Novo presidente<br />
do PT de SC é<br />
parabenizado<br />
por deputado<br />
O<br />
deputado<br />
parabenizou<br />
estadual<br />
Dirceu Dresch (PT)<br />
o<br />
deputado federal Décio Lima<br />
(PT), de Blumenau, pela vitória<br />
na disputa pelo comando do<br />
Partido dos Trabalhadores no<br />
estado. "Queremos<br />
cumprimentar todas as<br />
lideranças, o companheiro<br />
Matusa, de Tubarão, o<br />
deputado Pedro Uczai e o nosso<br />
eleito Décio Lima", declarou<br />
Dresch. O deputado criticou os<br />
tempos atuais e reconheceu a<br />
necessidade de traçar uma<br />
nova trajetória para o PT.<br />
"Estamos vivendo um período<br />
de ditadura midiática e<br />
jurídica", garantiu Dresch, que<br />
pediu justiça ao ex-presidente<br />
Lula. "Queremos um país justo<br />
para todos, com estado de<br />
direito para todos os brasileiros,<br />
inclusive para o Lula, que ele<br />
não seja perseguido e que<br />
consiga fazer sua defesa",<br />
finalizou o representante do PT.
Semana, 13 de maio de 2017<br />
e xxtra<br />
Deputado Maurício Eskudlark Deputado Valdir Cobalchini Evento do PMDB Mulher reuniu mais de 500 mulhares<br />
Deputado diz que<br />
o momento é de<br />
passar o Brasil<br />
a limpo<br />
O deputado estadual Maurício<br />
Eskudlark (PR), ao contrário,<br />
defendeu que o momento é<br />
de passar o Brasil a limpo.<br />
"Não podemos continuar com<br />
essa forma, o país ficou<br />
tolerante com o erro, com o<br />
dolo e a má fé, tantos os<br />
desvios, isso tem de mudar,<br />
tem de ter um fim", advogou<br />
o deputado, que comparou o<br />
ex-presidente Lula ao policial<br />
que cobra propina. "Do<br />
pequeno queremos punir e do<br />
grande não, mas a situação é<br />
idêntica."<br />
Aprovado nome<br />
de Luiz Henrique<br />
para rodovias<br />
catarinenses<br />
Os membros da Comissão<br />
de Transportes<br />
aprovaram dois<br />
projetos de lei sobre<br />
denominação de rodovias<br />
estaduais. Uma das propostas<br />
dá o nome do ex-governador<br />
Luiz Henrique da Silveira ao<br />
contorno leste de Xanxerê, no<br />
Oeste catarinense. O autor do<br />
projeto, Valdir Cobalchini<br />
(PMDB), destacou o empenho<br />
do ex-governador na<br />
construção do contorno. Ele<br />
também lembrou que nesta<br />
quarta completam-se dois anos<br />
do falecimento de Luiz<br />
Henrique.<br />
6º Congresso Estadual do PT<br />
é comentado na Assembleia<br />
Arealização do 6º Congresso Estadual do PT, entre os dias 6<br />
e 7 deste mês no município de Lages, foi o tema levado à<br />
tribuna pela deputada Ana Paula Lima. O encontro, do qual<br />
participaram cerca de 600 pessoas, foi pautado pela eleição da<br />
nova diretoria, com a escolha do deputado federal Décio Lima<br />
para a presidência da sigla, e a definição dos futuros projetos<br />
eleitorais. "Além de organizar os diretórios municipais e percorrer<br />
Santa Catarina para discutir a conjuntura política, deliberamos<br />
por um projeto de disputa do governo do Estado e pela candidatura<br />
de Lula para a presidência do país", disse.<br />
PMDB Mulher inicia a definição de<br />
prioridades para plano de governo<br />
Em encontro com mais de 500 mulheres, realizado no sábado<br />
(6), em Gaspar, o PMDB Mulher de Santa Catarina deu início<br />
à jornada para a formulação de propostas que serão<br />
apresentadas à direção estadual do partido. O objetivo é definir a<br />
contribuição do segmento para o plano de governo, em 2018.<br />
"Nós estamos mobilizadas porque nós vamos voltar a governar Santa<br />
Catarina e teremos candidato ao governo no próximo ano. Vamos<br />
dar a nossa contribuição ouvindo as demandas de cada região",<br />
destacou a presidente do PMDB Mulher, deputada Ada de Luca.<br />
Política é o único caminho de<br />
transformação social, diz Mariani<br />
Oencontro, macro regional, reuniu lideranças e mulheres<br />
dos municípios do Vale e Médio Vale catarinense. A ação<br />
faz parte do projeto 15 Em Movimento, que ao todo<br />
realizará nove grandes eventos do PMDB Mulher, pelo Estado. O<br />
presidente estadual do partido, deputado federal Mauro Mariani,<br />
ressaltou a importância da ação e do diálogo com a sociedade,<br />
afirmando que a política é o único caminho de transformação<br />
social. "Nós não podemos e não vamos desistir do Brasil, mas, o<br />
que não podemos mesmo é desistir da política. É através dela que<br />
nós vamos mudar o cenário atual", disse.<br />
Força de mobilização e participação da<br />
mulher e o trabalho do PMDB<br />
Adeputada estadual Dirce Heiderscheidt falou da força de<br />
mobilização e participação da mulher e o trabalho do PMDB<br />
no estado. "Nós precisamos mostrar, nesse momento de<br />
turbulência política, que nosso trabalho é diferente. Nós estamos<br />
aqui num sábado de manhã, deixando nossos lares e famílias pra<br />
construir propostas efetivas de transformação", afirmou. Mauro<br />
Mariani, ainda reforçou a importância da participação da mulheres<br />
na gestão política. "Eu sou suspeito para falar porque minha base de<br />
formação política vem de minha mãe, que foi vereadora. Se a política<br />
não está boa, é participando dela que nós vamos mudá-la", finalizou.<br />
EXXTRA | 13 de maio, 2017<br />
05
e xxtra Semana, 13 de maio de 2017<br />
Senador José Pimentel<br />
Senadores<br />
divergem sobre<br />
uso de urna<br />
eletrônica com<br />
voto impresso<br />
Para cumprir a Lei 13.165/<br />
2015, que obrigou o voto<br />
impresso nas urnas<br />
eletrônicas, a Justiça Eleitoral<br />
desenvolveu uma amostra do<br />
equipamento que deve ser<br />
usado nas próximas eleições.<br />
Com a mudança, a votação<br />
continua a ser eletrônica, mas<br />
será impresso um<br />
comprovante, que não poderá<br />
ser levado pelo eleitor. O<br />
documento poderá ser<br />
verificado pelo votante e o<br />
processo só será finalizado<br />
quando ele confirmar a<br />
correspondência entre o digital<br />
e o impresso. O senador José<br />
Pimentel (PT-CE) considera a<br />
medida um retrocesso. Já para<br />
o senador Magno Malta (PR-<br />
ES), a impressão do voto vai<br />
evitar fraudes e dar mais<br />
segurança ao processo<br />
eleitoral.<br />
Deputado federal Jorginho Mello<br />
Deputado Jorginho Mello anuncia<br />
voto contra Reforma da Previdência<br />
Por meio de carta publicada em suas redes sociais, o deputado<br />
federal Jorginho Mello (PR) esclareceu que irá votar contra a<br />
Reforma da Previdência. "Anuncio à Santa Catarina e ao<br />
Brasil que votarei contra a Reforma da Previdência". Para o<br />
parlamentar, o Governo Federal deve reiniciar a discussão da<br />
Reforma e que se abra as contas para demonstrar o chamado<br />
"rombo da Previdência". "O trabalhador, os pequenos empresários<br />
e os que ganham menos não podem ser os únicos a pagar essa<br />
conta. Não cabe mais o acúmulo de benefícios e penduricalhos<br />
que acabam onerando a Previdência", argumentou Jorginho Mello.<br />
"Votarei contra a reforma da Previdência", diz Jorginho Mello<br />
"Anuncio à Santa Catarina e ao Brasil que votarei contra a Reforma<br />
da Previdência", diz o parlamentar. "O Governo Federal deve tratar<br />
desta matéria iniciando pelo serviço público, de forma mais justa e<br />
transparente", propõe. Para Jorginho Mello "há muitos privilégios<br />
e altas aposentadorias no serviço público, em todos os poderes:<br />
Executivo, Legislativo e Judiciário. Não cabe mais acúmulo de<br />
benefícios e penduricalhos que oneram a previdência". O<br />
parlamentar diz que "além disso, alguns bancos e algumas grandes<br />
empresas não cumprem com as suas obrigações e são grandes<br />
devedores da Previdência. O trabalhador, os pequenos empresários<br />
e os que ganham menos não podem ser os únicos a pagar essa<br />
conta", finaliza.<br />
Especialistas dizem que projeções da<br />
reforma previdenciária estão erradas<br />
As projeções usadas pelo governo Temer para justificar a<br />
reforma da Previdência estão erradas. Foi o que afirmaram<br />
professores de universidades públicas ouvidos pela CPI da<br />
Previdência, na segunda-feira (8). Denise Gentil, da UFRJ, disse<br />
que o governo exagera na projeção de idosos para 2060. A<br />
professora da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte,<br />
Rivânia Moura, afirmou que não é verdade que recursos públicos<br />
são usados para pagar benefícios e aposentadorias.<br />
Padre Pedro Baldissera<br />
Conjuntura<br />
extremamente<br />
difícil de ser<br />
suportada,<br />
segundo<br />
deputado do PT<br />
O<br />
deputado<br />
estadual<br />
Padre Pedro Baldissera<br />
(PT) avaliou que a atual<br />
conjuntura brasileira está<br />
"extremamente difícil de ser<br />
suportada" e informou que<br />
muitos analistas apontam para<br />
o surgimento de uma visão<br />
simplista dos problemas do<br />
país. "Falam de soluções<br />
aparentemente fáceis de<br />
serem buscadas e construídas,<br />
mas que escondem uma<br />
violência gigantesca", justificou<br />
o deputado. Padre Pedro<br />
recusou a dicotomia a favor ou<br />
contra a Lava Jato. "Se alguém<br />
é culpado, que se puna, não há<br />
outra maneira, mas não<br />
podemos nos levar por uma<br />
interpretação simplista, porque<br />
podemos cair em uma situação<br />
em que tudo pode".<br />
06 13 de maio, 2017 | EXXTRA
Semana, 13 de maio de 2017<br />
e xxtra<br />
Dificuldades para<br />
aprovação de<br />
projeto que<br />
legaliza<br />
casamento<br />
homossexual<br />
A senadora<br />
M a r t a<br />
Suplicy<br />
(PMDB-SP),<br />
autora do<br />
projeto que<br />
legaliza o<br />
casamento<br />
e n t r e<br />
pessoas do<br />
mesmo<br />
s e x o ,<br />
admitiu<br />
que haverá dificuldades para<br />
aprovação do texto na Câmara<br />
dos Deputados. Ela ponderou,<br />
no entanto, que a união estável<br />
homoafetiva já é feita pelos<br />
cartórios. A senadora explicou<br />
que o projeto, já aprovado pela<br />
Comissão de Constituição,<br />
Justiça e Cidadania, apenas<br />
modifica o Código Civil para<br />
possibilitar a conversão da união<br />
estável em casamento. Marta<br />
Suplicy negou que a proposta<br />
trate do casamento religioso,<br />
como alegam parlamentares da<br />
bancada evangélica.<br />
Senador Eduardo<br />
Lopes quer mais<br />
debate sobre<br />
casamento<br />
homoafetivo<br />
O<br />
senador<br />
Eduardo<br />
Lopes<br />
(PRB-RJ)<br />
s e<br />
posicionou<br />
contrário<br />
à<br />
proposta<br />
q u e<br />
legaliza<br />
o casamento entre pessoas do<br />
mesmo sexo. O projeto foi<br />
aprovado em decisão<br />
terminativa pela Comissão de<br />
Constituição, Justiça e<br />
Cidadania, mas senadores da<br />
bancada evangélica pediram<br />
que o texto seja votado<br />
também pelo Plenário da Casa.<br />
Eduardo Lopes disse que é<br />
necessário aprofundar o<br />
debate. O senador, que é<br />
evangélico, disse que respeita<br />
as uniões civis de pessoas do<br />
mesmo sexo, mas não concorda<br />
com a permissão do casamento<br />
homoafetivo religioso.<br />
Justiça e MP debatem importância<br />
das atividades de inteligência<br />
nas ações penais<br />
Com reserva de 40 vagas para magistrados, o Ministério<br />
Público de Santa Catarina - por intermédio do Centro de<br />
Estudos e Aperfeiçoamento Funcional, da Coordenadoria de<br />
Inteligência e Segurança Institucional e do Centro de Apoio<br />
Operacional Criminal promove nesta <strong>semana</strong>, nos próximos dias<br />
11 e 12 de maio, o Seminário de Inteligência do MPSC, em<br />
Florianópolis. Estão previstos debates sobre a importância da<br />
atividade de inteligência no âmbito das instituições ministeriais, e<br />
sobre a necessidade de atuação conjunta com outras instituições<br />
no processo de produção e proteção de conhecimentos.<br />
Autoridades ligadas à área de inteligência de todo o país<br />
compartilharão suas experiências acerca de temas importantes,<br />
tais como inteligência criminal e as organizações criminosas, e<br />
técnicas atuais de coleta e busca de dados utilizadas na produção<br />
de conhecimento.<br />
Senador Dário Berger discursa na tribuna<br />
Dário Berger homenageia o senador<br />
falecido Luiz Henrique da Silveira<br />
Osenador Dário Berger (PMDB-SC) lembrou, na quarta-feira<br />
(10), o um ano da morte do senador Luiz Henrique da<br />
Silveira. Dário ressaltou que Luiz Henrique foi um<br />
administrador público corajoso e inovador. "Como governador de<br />
Santa Catarina, realizou uma revolução levando o seu governo<br />
para o interior do estado. Imprimiu marcas inconfundíveis como a<br />
política de descentralização, o programa de interligação asfáltica<br />
e a construção de dezenas de centros e eventos", disse.<br />
Dário Berger ressaltou ainda a trajetória política de Luiz<br />
Henrique que, entre outros cargos, foi prefeito por três vezes do<br />
município de Joinville (SC), foi eleito deputado estadual e federal<br />
por cinco mandatos, e presidente do PMDB em Santa Catarina.<br />
"Prometeu que seria um desenvolvimentista. Promoveu a cultura,<br />
tendo sido responsável pela implantação, em Santa Catarina, da<br />
única escola do teatro Bolshoi fora da Rússsia. Promoveu o turismo,<br />
ampliou divisas comerciais e econômicas, fomentou a geração de<br />
emprego e perseguiu níveis de educação e desenvolvimento<br />
humano só vistos em países de primeiro mundo ", elogiou.<br />
Ministro garante R$ 200 milhões<br />
para obras de mobilidade<br />
urbana em Florianópolis<br />
Florianópolis será contemplada com R$ 200 milhões em<br />
recursos federais para ajudar a resolver um dos maiores<br />
problemas da cidade: a falta de mobilidade urbana. O ministro<br />
das Cidades, Bruno Araújo, garantiu o aporte, durante reunião<br />
com o prefeito da Capital, Gean Loureiro (PMDB), os senadores<br />
Dário Berger (PMDB), Paulo Bauer (PSDB) e Dalírio Beber (PSDB),<br />
e os deputados federais Mauro Mariani (PMDB) e Jorginho Mello<br />
(PR) e o ex-deputado Edinho Bez (PMDB). "O ministro ainda<br />
garantiu recursos para a construção de 573 unidades habitacionais<br />
para famílias de baixa renda", destacou Mariani.<br />
EXXTRA | 13 de maio, 2017 07
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COLUNA DIÁRIA EM<br />
www,<strong>exxtra</strong>,com.br<br />
Flexibilização nas<br />
normas da pesca<br />
discutida com ministro<br />
do Meio Ambiente<br />
O deputado estadual Serafim Venzon<br />
(PSDB) anunciou os resultados<br />
obtidos da reunião, realizada na<br />
quarta-feira (10), entre<br />
representantes do Fórum<br />
Parlamentar Catarinense, do setor<br />
pesqueiro e do Ministério do Meio<br />
Ambiente. O objetivo do encontro<br />
era discutir a flexibilização nas<br />
normas que vedam o aproveitamento<br />
comercial dos espécimes protegidos<br />
que eventualmente são capturados<br />
nas redes de pesca e atualmente<br />
precisam ser descartados. O ministro<br />
Sarney Filho, disse o parlamentar,<br />
teria se comprometido com a medida,<br />
desde que os espécimes em questão<br />
não ultrapassem 20% do total da carga<br />
de peixes. A permissão valeria por<br />
um ano, período no qual o governo<br />
avaliará o seu impacto sobre os<br />
cardumes. "Consideramos uma<br />
grande vitória para o setor<br />
pesqueiro", comemorou Venzon.<br />
08<br />
13 de maio, 2017 | EXXTRA<br />
Coordenador do Centro de Apoio Operacional do Meio<br />
Ambiente do MPSC, promotor Paulo Antonio Locatelli<br />
Licenciamento ambiental por consórcio<br />
municipal é tema de reunião<br />
OMinistério Público de Santa Catarina (MPSC) reuniu-se, na quarta-feira (10), com<br />
representantes dos municípios do Médio Vale do Itajaí para falar sobre as<br />
possibilidades e limitações do licenciamento ambiental ser realizado por meio de<br />
consórcios municipais. Para o Coordenador do Centro de Apoio Operacional do Meio<br />
Ambiente do MPSC, Paulo Antonio Locatelli, é importante a discussão entre Promotores<br />
de Justiça, Prefeitos, Associação de Municípios e técnicos acerca do licenciamento<br />
ambiental municipal. "Principalmente em relação ao limite de atuação dos Consórcios<br />
formados para o cumprimento de tal finalidade. É necessário que os municípios estejam<br />
devidamente equipados, preenchendo os requisitos legais e exercendo efetivamente a<br />
fiscalização", ressaltou Locatelli.<br />
MPSC tem 2º melhor Portal da Transparência do<br />
Ministério Público brasileiro - 1<br />
OMinistério Público de Santa Catarina (MPSC) tem o segundo melhor Portal da<br />
Transparência entre todos os ramos do Ministério Público brasileiro. A avaliação é<br />
do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), que atribuiu ao portal do<br />
MPSC a condição de excelência com o índice de 99,53% de transparência, menor apenas<br />
do que o do Ministério Público do Espírito Santo, que atingiu 99,69%. A avaliação, feita<br />
pela Comissão de Controle Administrativo e Financeiro (CCAF) do CNMP, é relativa ao<br />
quarto trimestre de 2016 e abrange os Portais da Transparência dos 26 Ministérios Públicos<br />
dos Estados, dos quatro ramos do Ministério Público da União (Federal, Militar, Distrito<br />
Federal e Territórios e do Trabalho) e do próprio CNMP. Na primeira avaliação de 2016, o<br />
Portal do MPSC ocupava a terceira posição.<br />
MPSC tem 2º melhor Portal da Transparência<br />
do Ministério Público brasileiro - 2<br />
Aavaliação não se limita ao cumprimento da Lei de Acesso à Informação - LAI (Lei nº<br />
12.527/11). Há três resoluções do CNMP, nº 86/2012, 89/2012 e 115/2014, que buscam<br />
um aprofundamento bem mais detalhado e específico do que o cobrado pela LAI.<br />
Assim, a análise tem como base o Manual do Portal da Transparência elaborado pelo<br />
CNMP e avalia o cumprimento de mais de 250 itens utilizados para o monitoramento<br />
eletrônico. "Nossa transparência é mais aprofundada e aperfeiçoada. Nenhum outro<br />
órgão, conselho, Poder ou instituição tem tantos itens avaliados", disse Marcelo Ferra,<br />
conselheiro do CNMP e presidente da CCAF. Ele complementou afirmando que "o rigor da<br />
atuação da CCAF explica-se pelo fato de o Ministério Público ser uma instituição responsável<br />
pela fiscalização, por isso precisa dar exemplo".
Semana, 13 de maio de 2017<br />
e xxtra<br />
Deputado Altair Silva<br />
44 anos da<br />
Chapecoense é<br />
destacado por<br />
deputado na<br />
Assembleia<br />
O<br />
deputado<br />
estadual<br />
Altair Silva (PP)<br />
destacou a passagem<br />
de 44 anos de fundação da<br />
Associação Chapecoense de<br />
Futebol, celebrados ontem, 10<br />
de maio. "A Chapecoense no<br />
último domingo teve o privilégio<br />
de se sagrar bicampeã<br />
catarinense. Depois da maior<br />
tragédia que Chapecó viveu,<br />
tivemos que correr contra o<br />
tempo para formar uma nova<br />
equipe e dar assistências às<br />
famílias dos nossos heróis",<br />
afirmou Altair. Manoel Mota,<br />
que apesar de residir em<br />
Araranguá, no Sul do estado, é<br />
sócio da Chapecoense. Nilso<br />
Berlanda (PR) comparou a<br />
Chapecoense com os outros<br />
clubes do estado. "Mostrou<br />
como se monta um time, não é<br />
só recurso". Cesar Valduga<br />
(PCdoB) reconheceu que o time<br />
da locomotiva do Oeste está<br />
superando as dificuldades.<br />
"Ressurgiu novamente e com<br />
espírito positivo", avisou o<br />
deputado.<br />
Projeto de Lei<br />
estabelece<br />
prazos para<br />
emissão e<br />
renovação de<br />
licenças<br />
ambientais<br />
AComissão de Turismo e<br />
Meio Ambiente da<br />
Assembleia Legislativa<br />
aprovou projeto de lei de<br />
autoria do deputado Valdir<br />
Cobalchini (PMDB) que<br />
determina prazos a serem<br />
cumpridos pela Fundação do<br />
Meio Ambiente (Fatma) para a<br />
emissão e renovação de<br />
licenças. O PL 85/2016 promove<br />
alterações na Lei 14.675, de<br />
2009, que institui o Código<br />
Estadual do Meio Ambiente.<br />
"Recebemos inúmeras<br />
reclamações de diversos<br />
municípios do estado quanto à<br />
morosidade no fornecimento<br />
dessas licenças, o que muitas<br />
vezes inviabiliza a atividade<br />
finalística, o propósito da<br />
solicitação da licença",<br />
destacou o relator da matéria,<br />
deputado Mauro de Nadal<br />
(PMDB). O parecer do<br />
parlamentar inclui a emenda<br />
substitutiva global apresentada<br />
na Comissão de Constituição e<br />
Justiça para melhorias ao texto<br />
original.<br />
Para Valdir Cobalchini, a<br />
proposta define o cumprimento<br />
dos prazos de licenciamento<br />
estabelecidos no Código<br />
Ambiental e garante segurança<br />
ao empreendedor. "Hoje<br />
muitos investidores aguardam<br />
pelas licenças por um tempo<br />
determinado, depois desistem<br />
do projeto ou partem para<br />
outro estado. Nosso objetivo é<br />
dar celeridade ao processo de<br />
licenciamento ambiental,<br />
cumprindo prazos com rapidez.<br />
Também pensamos na<br />
economia de Santa Catarina. É<br />
um diferencial para atrairmos<br />
novos investidores." A matéria<br />
segue agora para a análise da<br />
Comissão de Economia, Ciência,<br />
Tecnologia, Minas e Energia.<br />
Pedido feito pelo deputado estadual Mauro de Nadal<br />
Comissão de Transportes aprova a<br />
realização de duas audiências<br />
públicas - 1<br />
AComissão de Transportes e Desenvolvimento Urbano da<br />
Assembleia Legislativa aprovou, em reunião na quarta-feira<br />
(10), a realização de duas audiências públicas. Os membros<br />
também aprovaram dois projetos de lei referentes à denominação<br />
de rodovias estaduais. Uma das audiências será realizada em<br />
conjunto com a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a pedido<br />
do deputado Mauro de Nadal (PMDB). O objetivo é discutir o<br />
Projeto de Lei (PL) 37/2017, de sua autoria, que trata da diminuição,<br />
em 50%, das faixas de domínio das rodovias estaduais e federais<br />
que estão sob responsabilidade do Estado em zonas urbanas com<br />
adensamento residencial e empresarial. As faixas de domínio são<br />
os espaços situados às margens das rodovias para eventuais<br />
ampliações. Atualmente, elas podem chegar a 50 metros de cada<br />
lado da pista. A audiência está marcada para 7 de junho, às 10<br />
horas, na Assembleia Legislativa.<br />
Comissão de Transportes aprova a realização<br />
de duas audiências públicas - 2<br />
A outra audiência, solicitada pela deputada Luciane<br />
Carminatti (PT), trata da discussão sobre a construção do contorno<br />
leste de Chapecó. A data e o local ainda não foram definidos, mas<br />
Luciane pediu que a audiência seja realizada em Chapecó. O pedido<br />
será submetido à Mesa da Alesc, tendo em vista a limitação na<br />
realização de audiências fora das dependências da Assembleia<br />
Legislativa, como forma de redução de gastos. O deputado Cesar<br />
Valduga (PCdoB) destacou a importância da realização da<br />
audiência, já que a construção do contorno leste tem projetos<br />
prontos, faltando a sua execução. Ele reconheceu a necessidade<br />
de economizar recursos financeiros, mas defendeu que a<br />
Assembleia esteja presente em todo o Estado. "Concordamos com<br />
a questão do controle de gastos, mas é importante levarmos a<br />
Assembleia para as demais regiões catarinenses. As discussões<br />
sobre os temas dessas regiões não podem ficar restritos à Capital",<br />
disse. O controle dos gastos também foi uma necessidade<br />
apontada pelos demais membros da comissão, como Valdir<br />
Cobalchini e Manoel Mota, ambos do PMDB.<br />
EXXTRA | 13 de maio, 2017<br />
09
e xxtra Semana, 13 de maio de 2017<br />
Deputado Mauro Mariani<br />
Avança criação<br />
de programa<br />
para desenvolver<br />
o Planalto Norte<br />
Com o aval dos ministros da<br />
Casa Civil e do Meio<br />
Ambiente, Eliseu Padilha<br />
e José Sarney Filho, a Floresta<br />
Nacional de Três Barras, no<br />
Planalto Norte, será repassada<br />
para o Estado, que poderá, por<br />
meio de um plano de manejo,<br />
promover investimentos da<br />
região. A proposta do deputado<br />
federal Mauro Mariani<br />
(PMDB), que também tem o<br />
apoio integral do ICMBio, é usar<br />
os recursos da venda da<br />
madeira - pino e eucalipto -<br />
para financiar um fundo<br />
destinado para projetos. O<br />
encaminhamento ocorreu<br />
nessa quinta-feira, dia 4 de<br />
maio, com a participação<br />
também do deputado federal<br />
Valdir Colatto. Segundo<br />
Mariani, a Fatima e a Secretaria<br />
do Desenvolvimento<br />
Econômico Sustentável<br />
ficariam responsáveis pela<br />
gestão do parque, cujos<br />
recursos poderiam bancar<br />
projetos ambientais por todo o<br />
Estado. "Uma espécie de<br />
compensação para a dívida<br />
histórica deixada pela União<br />
com uma região marcada pela<br />
Guerra do Contestado",<br />
destacou o deputado.<br />
10<br />
13 de maio, 2017 | EXXTRA<br />
Em Joinville, governador visita<br />
a nova ala do Hospital Regional<br />
Hans Dieter Schmidt<br />
Ogovernador Raimundo Colombo visitou a nova ala de<br />
internação clínica e cirúrgica do Hospital Regional Hans<br />
Dieter Schmidt de Joinville, na terça-feira, 9. As obras de<br />
reforma e ampliação dos 43 leitos terminaram na <strong>semana</strong> passada<br />
e entram em funcionamento assim que for concluída a contratação<br />
dos funcionários por meio de processo seletivo. Serão 50 técnicos,<br />
seis enfermeiros e quatro serventes. A previsão é de que a nova<br />
ala entre em funcionamento em 40 dias.<br />
Os 43 leitos, mais os 42 entregues em 2015, totalizam até o<br />
momento um investimento de R$ 8,5 milhões do Governo do Estado<br />
em setores clínicos, porque há outros investimentos em andamento<br />
no hospital.<br />
"Estamos fazendo um novo hospital dentro do já existente.<br />
É um hospital estratégico que cumpre um papel muito importante<br />
e após essas melhorias terá mais condições de prestar um serviço<br />
ainda melhor para a população. Vamos melhorar muito e ampliar<br />
significativamente a capacidade de atendimento. E vamos<br />
continuar nos esforçando para melhorar cada vez mais os serviços<br />
da saúde que são oferecidos para população", disse o governador.<br />
Prioridades para lei que instituiu<br />
a Região Metropolitana da<br />
Grande Florianópolis<br />
Foi acordado entre o presidente e os membros da Comissão e<br />
Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa que na<br />
próxima terça-feira (16) terão prioridade na pauta a<br />
deliberação do Projeto de Lei Complementar (PLC) 7/2017, que<br />
altera a Lei 636/2014, a qual instituiu a Região Metropolitana da<br />
Grande Florianópolis; e o PL 396/2016, que institui a Taxa de<br />
Fiscalização do Transporte Intermunicipal de Passageiros (TFT) e<br />
as taxas por atos do Departamento de Transportes e Terminais<br />
(Deter). As duas matérias são de autoria do governo do Estado e<br />
tramitam em regime de urgência, com prazo regimental vencido.<br />
Dois anos da<br />
morte do exgovernador<br />
LHS<br />
é lembrado por<br />
deputados<br />
O deputado estadual Valdir<br />
Cobalchini (PMDB) repercutiu<br />
na tribuna os dois anos de<br />
falecimento do ex-governador<br />
Luiz Henrique da Silveira,<br />
ocorrido em 10 de maio. "Ele<br />
contribuiu para transformar<br />
regiões inteiras, há um antes<br />
e um depois de LHS, lutou<br />
como pode contra a<br />
litoralização, incentivando a<br />
abertura de empresas em<br />
regiões deprimidas como o<br />
Oeste, a Serra e o Planalto<br />
Norte", afirmou Cobalchini.<br />
Maurício Eskudlark (PR)<br />
contou que foi LHS quem<br />
enviou à Assembleia o projeto<br />
de lei que concedeu direito à<br />
aposentadoria especial aos<br />
policiais. "Fui delegado-geral<br />
no seu governo, ele pedia<br />
'olha com carinho para<br />
Joinville', foi o maior político<br />
que Santa Catarina teve",<br />
avaliou o deputado. Nilso<br />
Berlanda (PR) confrontou Luiz<br />
Henrique com os atuais<br />
políticos "envolvidos com a<br />
Odebrecht" e concluiu que o<br />
ex-governador era diferente.<br />
Manoel Mota lembrou que<br />
LHS foi três vezes prefeito de<br />
Joinville, cinco vezes deputado<br />
federal, duas vezes<br />
governador e senador. "Uma<br />
história marcada pelo<br />
trabalho", argumentou Mota.<br />
Fernando Coruja (PMDB)<br />
também elogiou LHS. "Foi um<br />
governador fora da curva".
Semana, 13 de maio de 2017<br />
e xxtra<br />
Deputado Maurício Eskudlark<br />
Porte de armas e<br />
reajuste para o<br />
IGP é anunciado<br />
por deputado<br />
O<br />
deputado estadual<br />
Maurício Eskudlark (PR)<br />
anunciou que fará<br />
indicação ao governo para que<br />
regulamente a Lei 15.156, de<br />
2010, que permite o porte de<br />
arma de fogo funcional aos<br />
servidores do Instituto Geral de<br />
Perícias (IGP). De acordo com o<br />
parlamentar, o direito já é<br />
concedido a outros profissionais<br />
da segurança pública, tais como<br />
policiais civis e militares,<br />
agentes penitenciários e<br />
guardas municipais. "Nesse<br />
momento conturbado que o<br />
país passa, com criminalidade<br />
desenfreada, precisamos que<br />
todos os órgãos da segurança<br />
pública tenham seus direitos<br />
reconhecidos e melhores<br />
condições de trabalho." Ainda<br />
com relação ao IGP, ele afirmou<br />
que a Secretaria de Estado da<br />
Fazenda estaria estudando a<br />
reivindicação do órgão quanto<br />
ao reajuste salarial de 19%.<br />
Ato em Curitiba<br />
pró-Lula e<br />
relatado na<br />
Assembleia por<br />
deputado do PT<br />
Odeputado estadual<br />
Dirceu Dresch (PT) fez<br />
um relato de sua ida a<br />
Curitiba, nesta quarta-feira,<br />
para participar das<br />
manifestações em apoio ao<br />
ex-presidente Lula, que no dia<br />
prestou depoimento ao juiz<br />
Sérgio Moro, no âmbito da<br />
operação Lava-Jato. "Ontem<br />
foi um dia extraordinário pela<br />
luta da democracia, que<br />
contou com a presença<br />
maciça de representantes de<br />
partidos, de entidades sociais<br />
e de pessoas que querem<br />
ajudar a justiça e o Brasil.<br />
Diziam que fomos lá para<br />
fazer baderna, quando fomos<br />
para fazer a luta pela justiça,<br />
pelo povo brasileiro, mas<br />
também pelo nosso expresidente."<br />
O parlamentar criticou,<br />
entretanto, a forma como<br />
Moro conduziu o<br />
interrogatório. "Grande parte<br />
das perguntas não eram<br />
relacionadas ao réu, mas a<br />
outros temas. Então parece<br />
que ele procurava uma<br />
atividade midiática. Ele, que<br />
tanto gosta dos holofotes do<br />
show em âmbito nacional." A<br />
mobilização em torno de Lula<br />
foi ainda objeto de<br />
comentário da deputada Ana<br />
Paula Lima (PT). "Ontem<br />
Curitiba foi a capital da<br />
democracia. Foi um belo ato<br />
em solidariedade ao<br />
presidente Lula, pela<br />
democracia e contra o golpe<br />
que ainda está em curso."<br />
Presidente do TCE de SC, Dado Cherem<br />
Tribunais de Contas discutem<br />
estratégias das suas atribuições<br />
Opresidente do Tribunal de Contas de Santa Catarina,<br />
conselheiro Dado Cherem, participou de reunião com os<br />
presidentes da Associação dos Membros dos Tribunais de<br />
Contas do Brasil (Atricon) e do Instituto Rui Barbosa (IRB),<br />
conselheiros Valdecir Pascoal e Sebastião Helvecio,<br />
respectivamente. Em discussão, na sede do TCE de São Paulo,<br />
estratégias legislativas com vistas ao aprimoramento e à defesa<br />
dos TCs, na tarefa do controle externo, principalmente diante da<br />
atual situação do País. "Tem muita gente se aproveitando do<br />
momento para questionar a atuação dos tribunais de contas e,<br />
acima de tudo, para usurpar as suas atribuições", salientou o<br />
conselheiro Dado Cherem. De acordo com o presidente do TCE/<br />
SC, a Atricon ficará em "permanente estado de atenção" para a<br />
garantia e manutenção das funções dos tribunais de contas. Além<br />
Cherem, a reunião contou com a representação - presidente s e<br />
vice-presidentes - de todos os TCs.<br />
Viagens ao exterior é defendida por<br />
deputado em pronunciamento na Alesc<br />
Odeputado estadual Kennedy Nunes (PSD) defendeu a<br />
oportunidade e o interesse público dos deputados viajarem<br />
ao exterior. "Sou o único deputado do Brasil que em todas<br />
as viagens que fiz representando esta Casa apresentei um relatório<br />
em vídeo do que foi feito", justificou Kennedy. O deputado lembrou<br />
que é membro da União de Parlamentares Sul Americanos e do<br />
Mercosul e da União Nacional dos Legisladores e Legislativos<br />
Estaduais. "Tenho a responsabilidade de representar esta Casa,<br />
sempre pratiquei isso, toda missão precisa prestar contas e trazer<br />
o relatório", reforçou Kennedy, que exibiu na tribuna um vídeo<br />
sobre a visita que fez a Holanda para conhecer iniciativas de<br />
produção de energia limpa, de concessão de crédito, produção de<br />
leite e gestão portuária. "Lá tem uma entidade que dá crédito<br />
para comunidades e pessoas de baixa renda, tem mais 28 milhões<br />
de clientes, 80% são mulheres", informou Kennedy. Cesar Valduga<br />
(PCdoB) concordou. "É preciso buscar experiências no mundo para<br />
o estado evoluir", observou Valduga, que citou relatório feito por<br />
Kennedy sobre viagem à Suíça, quando conheceu o modelo<br />
carcerário daquele país europeu.<br />
EXXTRA | 13 de maio, 2017 11
https://twitter.com/PortalExxtra<br />
www.facebook.com/Portal-Exxtra<br />
SC+Energia promove<br />
seminário sobre<br />
geração distribuída<br />
Estão abertas as inscrições para o<br />
seminário Geração Distribuída de<br />
Energia Elétrica: Cenários e<br />
Oportunidades, que será realizado<br />
dia 26 de maio, das 8h às 17h30, na<br />
Federação das Indústrias de Santa<br />
Catarina (Fiesc). Promovido em<br />
parceria com a Secretaria de Estado<br />
do Desenvolvimento Econômico<br />
Sustentável, por meio do programa<br />
SC+Energia, e Associação dos<br />
Produtores de Energia de Santa<br />
Catarina (Apesc), o objetivo é<br />
apresentar as vantagens e as<br />
oportunidades dentro de um novo<br />
modelo de geração do setor, bem<br />
como o potencial da indústria<br />
catarinense. As vagas são limitadas e<br />
gratuitas neste link. "Vamos<br />
completar dois anos do SC+Energia<br />
em junho e os resultados estão acima<br />
do que esperávamos inicialmente.<br />
Temos cerca de 90 projetos<br />
cadastrados, de fontes limpas e<br />
renováveis, que vão ampliar a<br />
geração de energia em nosso Estado,<br />
trazendo mais desenvolvimento e<br />
gerando mais empregos", salientou o<br />
secretário da SDS, Carlos Chiodini.<br />
Comissão de Finanças e Tributação da Assembleia da Assembleia<br />
Comissão da Alesc aprova projeto que permite<br />
adesão dos municípios à SCPrev - 1<br />
AComissão de Finanças e Tributação da Assembleia aprovou o Projeto de Lei<br />
Complementar (PLC) 3/2017, que visa permitir que os funcionários públicos municipais<br />
ingressem no Fundo de Previdência Complementar de Previdência do Estado de<br />
Santa Catarina (SCPrev). De acordo com o texto, de autoria do governo do Estado, o<br />
SCPrev poderá administrar os planos de benefícios patrocinados pelos municípios que<br />
tenham instituído o sistema de previdência complementar. Para isso, serão celebrados<br />
convênios entre SCPrev e as prefeituras interessadas, que ficarão responsáveis pelo<br />
recolhimento e repasse das contribuições dos servidores que optarem pela adesão ao<br />
plano.<br />
Comissão da Alesc aprova projeto que permite<br />
adesão dos municípios à SCPrev - 2<br />
Amatéria também amplia de um para três anos o prazo para que os funcionários<br />
estaduais que já estavam no serviço público antes da criação do SCPrev façam a<br />
opção pela previdência complementar. Neste caso, vão recolher até o teto de R$<br />
5.531,31 para o Iprev e o restante será destinado ao SCPrev, com a contrapartida do<br />
Estado na mesma proporção. A aprovação da proposta aconteceu por unanimidade,<br />
seguindo o parecer apresentado pelo deputado Milton Hobus (PSD). "A presente proposta<br />
tem o objetivo de acelerar o crescimento da entidade [SCPrev] e a diluição dos custos<br />
administrativos, reduzindo, dessa forma, o desembolso do Tesouro do Estado com o<br />
subsídio da cobertura das despesas administrativas da entidade. Sendo assim, entendo<br />
não haver óbice orçamentário e financeiro à sua tramitação." O PLC segue em análise na<br />
Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público.<br />
Obras da BR-285 "não vão parar", garante<br />
deputado em pronunciamento na Alesc<br />
Odeputado estadual Manoel Mota (PMDB) garantiu que as obras da BR-285 não<br />
vão parar, em pronunciamento na Assembleia Legislativa. "Estivemos em Brasília<br />
porque detectamos uma ação pela paralização da BR-285, mas a resposta foi que<br />
as obras não vão parar", afirmou Mota, informando em seguida que na quinta-feira (11)<br />
vários deputados visitarão as obras. "Vamos fazer uma visita à serra, há 30 anos luto por<br />
essa obra, por isso não me canso", justificou Mota.<br />
12<br />
13 de maio, 2017 | EXXTRA
COLUNA SEGUNDA, QUARTA E SEXTA<br />
www,<strong>exxtra</strong>,com.br<br />
Semana, 13 de maio de 2017<br />
e xxtra<br />
Secretaria<br />
Nacional dos<br />
Portos garante<br />
recurso para<br />
fábrica de gelo<br />
de Laguna<br />
A<br />
Fábrica de Gelo do<br />
Terminal Pesqueiro de<br />
Laguna voltará a<br />
funcionar, impulsionando a<br />
economia da região. Nesta<br />
quinta-feira, dia 4, em reunião<br />
com o deputado federal (foto)<br />
Mauro Mariani (PMDB), o<br />
secretário Nacional de Portos,<br />
Luiz Otávio de Oliveira Ramos,<br />
garantiu R$ 800 mil para a<br />
conclusão da fábrica, que<br />
passará a produzir três mil<br />
toneladas de gelo por mês. Com<br />
a fábrica a todo o valor, o<br />
terminal volta a trair mais<br />
embarcações interessadas no<br />
gelo, o que demanda o<br />
pagamento de taxas com<br />
atracação e outros serviços de<br />
pátio. "Passa a girar ainda mais<br />
a economia de toda a região em<br />
um setor tão importante para<br />
Santa Catarina, que é a pesca",<br />
comemorou Mariani. O<br />
administrador do Porto,<br />
Evandro Almeida, também<br />
ressaltou a importância da<br />
conclusão da fábrica. "É uma<br />
grande notícia para a economia<br />
da região. A conclusão da<br />
fábrica de gelo representa um<br />
faturamento de R$ 400 mil por<br />
mês. Um investimento<br />
importante neste que é o<br />
melhor terminal pesqueiro do<br />
Brasil", ressaltou ele.<br />
Comissão da<br />
Agricultura<br />
debate operação<br />
"Carne Fraca"<br />
com o ministro<br />
Blairo Maggi<br />
AComissão de Agricultura<br />
da Câmara dos<br />
Deputados, recebeu o<br />
Ministro da Agricultura - Blairo<br />
Maggi para debater sobre a<br />
operação "Carne Fraca". O<br />
ministro apresentou as ações<br />
desempenhadas pelo<br />
Ministério para combater os<br />
efeitos da operação deflagrada<br />
pela Polícia Federal no mês de<br />
março. Em sua contribuição, o<br />
deputado federal Celso<br />
Maldaner (PMDB/SC), membro<br />
da comissão desde o seu<br />
primeiro mandato, ressaltou a<br />
importância do trabalho do<br />
Ministro a frente da pasta, pois<br />
felizmente as ações e a<br />
recuperação do setor foram<br />
rápidas.<br />
Carne suína<br />
responde por<br />
38% das<br />
exportações<br />
do produto<br />
Celso Maldaner explica que<br />
a operação "Carne Fraca"<br />
abalou o agronegócio<br />
brasileiro que responde por 7<br />
milhões de empregos e é<br />
fundamental para a balança<br />
comercial. Em Santa Catarina,<br />
a proteína animal representa<br />
15% do PIB, além de ser o<br />
maior produtor nacional de<br />
carne suína e responder por<br />
38% das exportações brasileiras<br />
do produto. Para o deputado,<br />
este fato não poderia ter<br />
acontecido, tão menos gerado<br />
graves prejuízos às empresas e<br />
aos produtores que seguram a<br />
economia e permitem que o<br />
alimento chegue a mesa dos<br />
brasileiros.<br />
Lei de autoria do deputado licenciado Valmir Comin<br />
Lei garante que clientes antigos<br />
tenham direito às promoções<br />
para novos clientes - 1<br />
As empresas de telefonia, televisão por assinatura, internet,<br />
planos de saúde, entre outros segmentos, serão obrigadas<br />
a estender aos clientes antigos os benefícios concedidos em<br />
promoções para a adesão de novos clientes. A medida consta o<br />
Projeto de Lei (PL) 376/2015, de autoria do deputado licenciado<br />
Valmir Comin (PP), cujo veto foi derrubado durante a sessão<br />
ordinária da Assembleia Legislativa, por 21 votos a 7. O objetivo<br />
da proposta é possibilitar que os clientes preexistentes tenham o<br />
mesmo tratamento dos novos clientes. Isso porque é comum,<br />
principalmente entre as operadoras de TV por assinatura, o<br />
lançamento de promoções, com queda nos preços das<br />
mensalidades, visando à atração de novos consumidores. Muitas<br />
vezes, os clientes antigos pagam mais caro pelo mesmo pacote de<br />
canais oferecido a um novo cliente.<br />
Lei garante que clientes antigos<br />
tenham direito às promoções<br />
para novos clientes - 2<br />
Olíder do governo na Alesc, deputado Darci de Matos (PSD),<br />
afirmou, com base na justificativa do veto, que a proposta<br />
era inconstitucional, por invadir competência privativa da<br />
União de legislar sobre telecomunicações e por interferência<br />
estatal no domínio econômico, por ferir a livre iniciativa. Porém,<br />
vários parlamentares se posicionaram favoráveis à derrubada do<br />
veto, em defesa do consumidor. "Se as empresas entenderem<br />
que a lei é inconstitucional, que entrem como uma Adin (Ação<br />
Direta de Inconstitucionalidade), disse Kennedy Nunes (PSD)<br />
Quando promulgada e transformada em lei, as empresas terão 60<br />
dias para se adequarem à norma, que é válida para concessionárias<br />
de serviço telefônico, energia elétrica, água, gás e outros serviços<br />
essenciais; operadoras de TV por assinatura; provedores de<br />
internet; operadoras de planos de saúde; escolas privadas e<br />
operadoras de outros serviços prestados de forma contínua aos<br />
consumidores.<br />
EXXTRA | 13 de maio, 2017 13
e x xtra<br />
BID Joinville:<br />
financiamento de<br />
R$ 200 milhões<br />
para obras de<br />
drenagem<br />
O<br />
deputado<br />
Mariani<br />
federal<br />
(PMDB)<br />
recebeu a boa notícia<br />
na última quinta-feira, dia 4: a<br />
Casa Civil finalmente aprovou o<br />
financiamento de US 70 milhões<br />
(mais de R$ 200 milhões) para<br />
a drenagem do rio Itaum-açu e<br />
na instalação do Parque Piraí.<br />
Segundo Mariani, a<br />
autorização deve sair nos<br />
próximos dias O financiamento,<br />
assinado pelo BID no final de<br />
2014, já foi despachado para o<br />
Senado, onde passa pela<br />
aprovação da Comissão de<br />
Assuntos Econômicos (CAE). "O<br />
Senado é mais rápido. O<br />
financiamento vai garantir a<br />
continuidade de obras<br />
importantes para evitar o<br />
problemas das enchentes em<br />
Joinville", ressaltou Mariani.<br />
Reforma da<br />
previdência<br />
preocupado<br />
agricultores,<br />
segundo<br />
deputado<br />
O<br />
deputado<br />
estadual<br />
Dirceu Dresch criticou a<br />
proposta de reforma da<br />
previdência, que tramita no<br />
Congresso Nacional. "Passei por<br />
São Carlos, Chapecó e Tigrinhos<br />
e falei com agricultores, a<br />
palavra é somente uma, 'o que<br />
vai acontecer comigo na<br />
previdência?' A preocupação é<br />
imensa e estamos<br />
acompanhamos de perto as<br />
mudanças", afirmou Dresch,<br />
que apelou aos catarinenses<br />
para que contatem os<br />
deputados federais e senadores<br />
do estado para evitar a<br />
aprovação dessa reforma.<br />
Semana, 13 de maio de 2017<br />
Deputado Silvio Dreveck, presidente da Assembleia<br />
Presidente anuncia meta de<br />
economia de recursos na<br />
Assembleia Legslativa para 2017<br />
AAssembleia Legislativa de Santa Catarina tem colocado em<br />
prática uma série de medidas para economizar recursos e<br />
modernizar a estrutura administrativa do Parlamento<br />
estadual. O anúncio, feito na terça-feira (9) pelo presidente da<br />
Alesc, deputado Silvio Dreveck (PP), visa atingir uma economia de<br />
R$ 20 milhões ao final de 2017.<br />
De acordo com o chefe do Legislativo, algumas ações já<br />
iniciadas vão gerar uma economia de R$ 10,36 milhões por ano.<br />
Entre elas, o parlamentar destaca a implantação do Ctisp, que<br />
altera o quadro de funcionários do corpo da guarda, substituindo<br />
policiais da ativa que prestam serviço à Alesc por aposentados,<br />
com redução do subsídio pago pelo Legislativo aos policiais.<br />
Outra ação é o convênio com o governo estadual para a<br />
restauração da Escola Antonieta de Barros, situada no centro de<br />
Florianópolis e fechada há 9 anos. Após a restauração, o imóvel vai<br />
ser sede da Escola do Legislativo Deputado Lício Mauro da Silveira.<br />
Com isso, a Alesc deixará de pagar aluguel pela atual sede da<br />
escola.<br />
Medidas, como o corte de gratificações por acúmulo de<br />
função e o aumento na jornada de trabalho de parte dos servidores<br />
da Casa, também foram realizadas. Na prática, o presidente<br />
ressalta que as mudanças estruturais previstas vão possibilitar o<br />
alcance da economia esperada, que também virá, conforme<br />
Dreveck, de ações como a revisão de contratos de fornecedores<br />
de alguns serviços, bem como os aluguéis pago pela Assembleia,<br />
uma vez que, algumas estruturas, como a parte administrativa da<br />
Casa, funcionam em imóveis alugados.<br />
"Se encontramos uma transação que oportunize a redução<br />
desses aluguéis, poderemos chegar aos R$ 20 milhões. Estamos<br />
tratando de uma estimativa, nada concreto, mas para se atingir<br />
essa meta precisamos ter essa ambição. Assim estaremos dando o<br />
bom exemplo", avalia.<br />
Além dessas medidas em andamento, o Parlamento conta,<br />
ainda, com o Projeto de Lei Complementar 5/2017. Em tramitação,<br />
a proposta apresentada pela Mesa da Casa visa gerar economia<br />
para o Parlamento, a partir da otimização da estrutura de pessoal<br />
e redução de custos.<br />
Governador<br />
destaca<br />
investimentos na<br />
Educação e<br />
recursos para a<br />
Arena Condá<br />
No webprograma <strong>semana</strong>l<br />
Com a Palavra, o Governador,<br />
Raimundo Colombo falou<br />
sobre as escolas inauguradas<br />
no Oeste do Estado, o novo<br />
prédio da Universidade do<br />
Planalto Catarinense<br />
(Uniplac), em Lages, que foi<br />
entregue para abrigar o<br />
Centro de Ciências Exatas e<br />
Tecnológicas (CCET) e os<br />
recursos para reforma da<br />
Arena Condá e construção do<br />
museu da Associação<br />
Chapecoense de Futebol, em<br />
Chapecó. No Oeste do Estado<br />
foram inauguradas duas<br />
escolas, uma em Palmitos e a<br />
outra em Dionísio Cerqueira.<br />
Os investimentos com a<br />
construção das duas unidades<br />
chegou a R$ 10,2 milhões, do<br />
Governo do Estado por meio<br />
do Pacto pela Educação. Em<br />
Brasília, o governador<br />
confirmou a liberação de R$<br />
15,5 milhões para a<br />
construção de um museu e a<br />
cobertura das arquibancadas<br />
da ala leste, além de<br />
melhorias na ala sul da Arena<br />
Condá. "Foi liberado o recurso<br />
para fazer o memorial e<br />
também para fazer uma<br />
melhoria em uma parte do<br />
estádio, o que vai permitir<br />
uma infraestrutura melhor<br />
para a Chapecoense. E que ele<br />
possa imortalizar todos<br />
aqueles heróis que faleceram<br />
no acidente de avião - toda a<br />
história da Chapecoense - e<br />
deixar isso vivo na memória de<br />
todos através desse<br />
memorial".<br />
14<br />
13 de maio, 2017 | EXXTRA
Semana, 13 de maio de 2017<br />
e xxtra<br />
Deputado Cesar Valduga<br />
Projeto propõe<br />
política estadual<br />
para o<br />
desenvolvimento<br />
sustentável<br />
O<br />
deputado<br />
estadual<br />
Cesar Valduga (PCdoB)<br />
pediu apoio dos colegas<br />
para a aprovação de dois<br />
projetos de leis (PLs) que<br />
protocolou. O PL nº 137/2017<br />
propõe a política estadual para<br />
o desenvolvimento sustentável<br />
dos povos tradicionais do<br />
estado "O projeto tem a<br />
preocupação de preservar e<br />
promover direitos à identidade<br />
histórica, à permanência dos<br />
jovens, segurança alimentar,<br />
combate ao racismo e<br />
regularização fundiária",<br />
argumentou Valduga,<br />
referindo-se aos ciganos,<br />
indígenas, quilombolas,<br />
coletores de mariscos,<br />
pescadores tradicionais e<br />
rendeiras, entre outros. Já o PLC<br />
nº 16/2017 estabelece a<br />
ampliação da licença gestação<br />
para servidor efetivo. "O<br />
projeto assegura à gestante<br />
readaptação com função<br />
compatível com seu estado<br />
físico a partir do quinto mês",<br />
declarou Valduga, enfatizando<br />
que atualmente a maioria das<br />
mulheres "está no mercado e<br />
muitas são as únicas<br />
responsáveis pela renda<br />
familiar".<br />
Governador<br />
destaca<br />
investimentos<br />
na Educação e<br />
recursos para a<br />
Arena Condá<br />
No webprograma <strong>semana</strong>l<br />
Com a Palavra, o Governador,<br />
Raimundo Colombo falou<br />
sobre as escolas inauguradas<br />
no Oeste do Estado, o novo<br />
prédio da Universidade do<br />
Planalto Catarinense<br />
(Uniplac), em Lages, que foi<br />
entregue para abrigar o<br />
Centro de Ciências Exatas e<br />
Tecnológicas (CCET) e os<br />
recursos para reforma da<br />
Arena Condá e construção do<br />
museu da Associação<br />
Chapecoense de Futebol, em<br />
Chapecó. No Oeste do Estado<br />
foram inauguradas duas<br />
escolas, uma em Palmitos e a<br />
outra em Dionísio Cerqueira.<br />
Os investimentos com a<br />
construção das duas unidades<br />
chegou a R$ 10,2 milhões, do<br />
Governo do Estado por meio<br />
do Pacto pela Educação. Em<br />
Brasília, o governador<br />
confirmou a liberação de R$<br />
15,5 milhões para a<br />
construção de um museu e a<br />
cobertura das arquibancadas<br />
da ala leste, além de<br />
melhorias na ala sul da Arena<br />
Condá. "Foi liberado o recurso<br />
para fazer o memorial e<br />
também para fazer uma<br />
melhoria em uma parte do<br />
estádio, o que vai permitir<br />
uma infraestrutura melhor<br />
para a Chapecoense. E que ele<br />
possa imortalizar todos<br />
aqueles heróis que faleceram<br />
no acidente de avião - toda a<br />
história da Chapecoense - e<br />
deixar isso vivo na memória de<br />
todos através desse<br />
memorial".<br />
Dário Berger pediu apoio ao seu projeto<br />
Dário Berger defende direito<br />
ao uso de saldo de dados de<br />
internet pelo usuário de celular<br />
Osenador Dário Berger (PMDB-SC) pediu apoio ao projeto<br />
(PLS) 110/2017, que apresentou mudando o regulamento<br />
do uso de internet por meio de celulares. O texto garante<br />
que o consumidor possa acumular créditos não utilizados de volume<br />
de dados para uso no mês subsequente em sua conexão à internet<br />
em banda larga móvel. O senador chamou atenção para a<br />
importância dos celulares como meio de acesso à internet, mas<br />
lamentou o desrespeito das empresas de telefonia aos<br />
consumidores. Berger sublinhou que uma grande quantidade de<br />
reclamações dos usuários de celulares à Agência Nacional de<br />
Telecomunicações (Anatel) se refere aos pacotes de dados, e os<br />
contratos do serviço pré-pago, e submetem os consumidores a<br />
condições injustas diante das grandes operadoras.<br />
Projetos na Assembleia para<br />
proibição das sacolas plásticas<br />
em supermercados<br />
Odeputado estadual Maurício Eskudlark (PR) pediu apoio<br />
dos demais parlamentares aos projetos em tramitação no<br />
Parlamento estadual que buscam coibir a distribuição de<br />
sacolas plásticas nos supermercados. Segundo o deputado, a<br />
medida está baseada em estudos que comprovam benefícios não<br />
só para a ecologia, mas também para a população em geral. "A<br />
distribuição das sacolas não ajuda o consumidor, nem o ambiente,<br />
tendo em vista que mais de 95% da população brasileira não<br />
descarta o seu lixo reciclável de forma eficiente." Em aparte, o<br />
deputado Nilso Berlanda (PR) afirmou que apresentou proposição<br />
para o estabelecimento de uma sacola padronizada para o estado,<br />
sem custos adicionais para os comerciantes, a exemplo do que<br />
acontece no Rio Grande do Sul.<br />
EXXTRA | 13 de maio, 2017 15
e xxtra Semana, 13 de maio de 2017<br />
NUNCA<br />
ANTES NA<br />
HISTÓRIA<br />
DESSE<br />
PAÍS<br />
POR QUE ELE CRESCE<br />
NAS PESQUISAS?<br />
Após prestar depoimento Lula foi à praça Santos Andrade, no centro de Curitiba, e ao lado<br />
de Dilma Rousseff falou às pessoas que estavam ali para lhe prestar solidariedade<br />
Mesmo sendo bombardeado diariamente pela imprensa, Lula pode<br />
retornar à presidência da República. Ele lidera todos os cenários<br />
para o 1º turno da eleição presidencial de 2018, conforme Datafolha<br />
Afrase "Nunca antes na história deste país"<br />
dá nome ao um livro do jornalista Marcelo<br />
Tas, lançado em novembro de 2009 pela<br />
editora Panda Books. Reúne frases de Luz<br />
Inácio Lula da Silva organizadas em dez<br />
"profissões" assumidas pelo ex-presidente:<br />
Lula Turista, Economista, Ser Humano, Filósofo,<br />
Comediante stand-up, Metamorfose Ambulante,<br />
Marqueteiro, Advogado, Técnico de Futebol e Lula Animal<br />
político. Passados oito anos, caberia acrescentar a décima<br />
primeira "profissão": Ex-presidente. E é nessa condição,<br />
de "ex", que o petista causa calafrios nos seus<br />
adversários ao ampliar sua liderança entre os eleitores<br />
pesquisados.<br />
Segundo pesquisa Datafolha, divulgada no dia 2 de<br />
maio, o Lula (PT) lidera todos os cenários para o 1º turno<br />
da eleição presidencial de 2018, e nas simulações de 2º<br />
só é alcançado por Marina Silva (Rede) e Sérgio Moro<br />
(sem partido), com quem empataria em uma disputa<br />
direta.<br />
Pesquisa e o efeito Odebrecht - Este cenário<br />
político-eleitoral está exposto em um momento em que<br />
Lula todo "santo dia", como diria, é o principal<br />
personagem nos noticiários políticos, mas em posições<br />
negativas, todas envolvendo, de uma forma ou de outra,<br />
o escândalo da Petrobras.<br />
Portanto, é o que aponta a primeira pesquisa<br />
Datafolha após a divulgação de detalhes da delação da<br />
Odebrecht, que atingiu em cheio presidenciáveis tucanos<br />
- que vêem o prefeito paulistano, João Doria (PSDB), surgir<br />
com índices mais competitivos.<br />
16 13 de maio, 2017 | EXXTRA
Semana, 13 de maio de 2017<br />
e xxtra<br />
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da<br />
Silva (PT), por sua vez, mantém-se na<br />
liderança apesar das menções no noticiário<br />
recente da Lava Jato.<br />
O Datafolha fez 2.781 entrevistas,<br />
em 172 municípios, em abril, na quarta (26)<br />
e na quinta (27), antes da greve geral de<br />
sexta (28). A margem de erro é de dois<br />
pontos percentuais.<br />
Tendo como base de comparação<br />
cenários já testados em pesquisas<br />
anteriores, o petista ampliou sua liderança,<br />
e agora tem Jair Bolsonaro (PSC), que<br />
obteve taxa expressiva de crescimento,<br />
como adversário mais próximo ao lado de<br />
Marina Silva.<br />
No cenário com Aécio Neves como<br />
candidato do PSDB, o ex-presidente petista<br />
tem 30% das intenções de voto (em<br />
dezembro de 2016, tinha 25%), e na<br />
sequência aparecem Bolsonaro, com 15%<br />
(tinha 9%); Marina, com 14% (tinha 15%);<br />
Aécio, com 8% (tinha 11%), Ciro Gomes, do<br />
PDT, com 5% (mesmo resultado anterior);<br />
Michel Temer, do PMDB, com 2%; Luciana<br />
Genro, do PSOL, com 2%; Ronaldo Caiado,<br />
do DEM, com 1%, e Eduardo Jorge, do PV,<br />
com 1%. Uma parcela de 17% votaria em<br />
branco ou anularia o voto, e 4% não<br />
opinaram.<br />
Com Alckmin como candidato<br />
tucano, Lula é escolhido por 30% (em<br />
dezembro, 26%), Marina tem 16% (tinha<br />
17%) e empata com Bolsonaro, que aparece<br />
com 14% (tinha 8%). Na sequência<br />
aparecem Alckmin (6%), Ciro (6%), Temer<br />
(2%), Luciana Genro (2%), Caiado (2%) e<br />
Eduardo Jorge (1%). Os votos em branco<br />
ou nulo somam 16%, e 4% não opinaram.<br />
Neste cenário, o petista tem índices<br />
acima da média entre os menos<br />
escolarizados (38%), na parcela dos mais<br />
pobres (39%), nas regiões Nordeste (50%)<br />
e Norte (35%), e entre aqueles que<br />
reprovam o governo Temer (36%).<br />
Prefeito de São Paulo João Doria<br />
EXXTRA | 13 de maio, 2017 17
e xxtra Semana, 13 de maio de 2017<br />
O nome de Bolsonaro, na mesma<br />
disputa, ganha destaque entre os mais<br />
escolarizados (22%, ante 18% de Lula e<br />
15% de Marina) e entre os mais ricos (26%<br />
na faixa de renda mensal familiar de 5 a 10<br />
salários, segmento no qual Lula tem 18%,<br />
e Marina, 15%; e 27% entre quem tem<br />
renda superior a 10 salários, ante 21% de<br />
Lula e 11% de Marina).<br />
O deputado federal tem mais força<br />
entre os jovens: na faixa de 16 a 24 anos,<br />
fica com 20% das intenções de voto, índice<br />
que cai conforme o avanço da faixa etária<br />
e fica em 7% entre os mais velhos. A<br />
preferência por seu nome também<br />
encontra mais respaldo entre os homens<br />
(20%) do que entre as mulheres (9%).<br />
Incluído pela primeira vez em uma<br />
simulação de disputa presidencial, João<br />
Doria (PSDB) tem índices similares aos<br />
atingidos pelos correligionários Aécio e<br />
Alckmin nos cenários já descritos. Nesta<br />
simulação, Lula tem 31%, ante 16% de<br />
Marina, 13% de Bolsonaro, 9% de Doria e<br />
6% de Ciro Gomes (6%). Em seguida<br />
aparecem Temer (2%), Luciana Genro (2%),<br />
Caiado (1%) e Eduardo Jorge (1%), além de<br />
15% que votariam em branco ou<br />
anulariam, e 4% que preferiram não opinar.<br />
Com Doria na disputa, Bolsonaro perde<br />
preferência nos segmentos em que se<br />
destaca sem a presença do tucano, ou seja,<br />
na fatia dos mais escolarizados e dos mais<br />
ricos. Entre aqueles que estudaram até o<br />
ensino superior, empatam Lula (19%),<br />
Doria (19%) e Bolsonaro (17%), com Marina<br />
em patamar próximo (13%). Na fatia de<br />
renda mensal familiar de 5 a 10 salários,<br />
Bolsonaro tem 22%, Lula aparece com<br />
18%, e Doria fica com 16%. Entre os mais<br />
ricos, com renda superior a 10 salários, o<br />
atual prefeito de São Paulo vai a 27%, ante<br />
20% de Lula e 20% de Bolsonaro.<br />
Foram testados também dois<br />
cenários sem Lula, e no primeiro deles, com<br />
Doria como nome do PSDB, Marina lidera<br />
com 25%, tendo Bolsonaro (14%), Ciro<br />
(12%) e Doria (11%) empatados na disputa<br />
pelo 2º lugar. Em patamar mais baixo<br />
pontuam Luciana Genro (3%), Eduardo<br />
Jorge (2%), Ronaldo Caiado (2%), com um<br />
em cada quatro (25%) declarando voto em<br />
branco ou nulo, e 6% sem opinião.<br />
A comparação do cenário em que Lula<br />
disputa contra Doria, Bolsonaro, Marina, Ciro<br />
e este, em que seu nome não aparece,<br />
mostra que as intenções de voto do petista<br />
seriam distribuídas, principalmente, entre<br />
18<br />
13 de maio, 2017 | EXXTRA<br />
O senador Aécio Neves cai na pesquisa do Datafolha<br />
Marina (28%), Ciro Gomes (18%) e votos em<br />
branco ou nulo (31%).<br />
Quando Alckmin assume a<br />
candidatura do PSDB e Lula continua fora<br />
da disputa, Marina mantém a liderança,<br />
com 25%, e Bolsonaro se isola na segunda<br />
colocação com 16%. Na sequência<br />
aparecem Ciro Gomes (11%), Alckmin (8%),<br />
Luciana Genro (4%), Caiado (2%) e Eduardo<br />
Jorge (2%). Brancos e nulo somam 27%, e<br />
6% não opinaram.<br />
Em um cenário mais amplo, com<br />
nomes como Sérgio Moro, Joaquim Barbosa<br />
e Luciano Huck, além de Alckmin, Aécio e<br />
Doria juntos, o ex-presidente Lula lidera<br />
com 29%, e a disputa pelo segundo lugar<br />
se acirra entre Bolsonaro (11%), Marina<br />
(11%) e Moro (9%). Na sequencia aparecem<br />
Doria (5%), Aécio (5%), Ciro (5%), Barbosa<br />
(5%), Alckmin (3%) e Huck (3%). Há ainda<br />
11% que votariam em branco ou nulo, e<br />
4% que preferiram não opinar.
Semana, 13 de maio de 2017<br />
e xxtra<br />
Na intenção de voto espontânea,<br />
quando os nomes dos candidatos não são<br />
apresentados, Lula é citado por 16% como<br />
candidato escolhido para a eleição de 2018,<br />
e na sequência são mencionados Bolsonaro<br />
(7%), Marina Silva (1%), João Doria (1%),<br />
Aécio Neves (1%) e Michel Temer (1%),<br />
entre outros que não atingiram esse<br />
percentual mínimo. A maioria (52%) não<br />
soube citar nenhum nome, e 16% disseram<br />
que irão votar em branco ou anular o voto<br />
na próxima eleição.<br />
Dentre todos os nomes testados<br />
para o 1º turno da eleição presidencial de<br />
2018, Temer é o mais rejeitado: 64% não<br />
votariam no atual presidente de jeito<br />
nenhum. Em seguida aparecem,<br />
empatados, Lula (45%) e Aécio (44%), e<br />
num patamar mais baixo, Alckmin (28%),<br />
Huck (23%), Bolsonaro (23%), Ciro (22%),<br />
Marina (21%), Caiado (17%), Luciana Genro<br />
(17%), Moro (16%), Doria (16%), Eduardo<br />
Jorge (16%) e Barbosa (14%). Uma parcela<br />
de 3% rejeita todos eles, 1% votaria em<br />
qualquer um, e 3% não opinaram.<br />
No 2º turno, Lula<br />
bate tucanos e<br />
empata com<br />
Marina e Moro<br />
Nos cenários de 2º turno testados,<br />
Lula lidera contra os tucanos e Bolsonaro,<br />
e empata tecnicamente com Marina e<br />
Sérgio Moro. Sem o petista, Marina bate<br />
os nomes do PSDB e Ciro, e este último<br />
lidera diante dos tucanos.<br />
Em uma eventual disputa direta<br />
entre Lula e Aécio pela Presidência, o expresidente<br />
teria 43%, ante 27% do senador<br />
mineiro. Há ainda 29% que votariam em<br />
branco ou anulariam, e 2% que não<br />
opinaram. Em dezembro de 2016, havia<br />
empate técnico entre Lula (38%) e Aécio<br />
(34%).<br />
O embate entre o petista e Alckmin<br />
tem situação similar: Lula lidera com 43%,<br />
Alckmin fica com 29%, e os demais não<br />
opinaram (3%) ou votariam em branco ou<br />
nulo (26%). Na pesquisa anterior, o expresidente<br />
tinha 38%, e o governador<br />
paulista, 34%.<br />
Contra João Doria, o petista teria<br />
43%, e o tucano ficaria com 32%. Votariam<br />
em branco ou nulo 21%, e 3% preferiram<br />
não opinar. Neste cenário, Lula tem maior<br />
O governador de São Paulo Geraldo Alckmin também perde força<br />
vantagem entre as mulheres (46% a 28%),<br />
na faixa dos mais jovens (49% a 34%), entre<br />
os menos escolarizados (52% a 24%), no<br />
segmento dos mais pobres (53% a 25%), e<br />
nas regiões Nordeste (65% a 16%) e Norte<br />
(50% a 31%). O tucano, porém, lidera entre<br />
os mais escolarizados (44% a 30%), na<br />
parcelas de maior renda familiar mensal<br />
(47% a 31% na faixa de 5 a 10 salários, e<br />
46% a 28% na faixa superior a 10 salários),<br />
e na região Sudeste (41% a 34%). Nas<br />
regiões Sul (34% para Doria, 31% para Lula)<br />
e Centro-Oeste (34% para o tucano, 35%<br />
para o petista) há empate.<br />
Diante de Marina, Lula teria 38%, e<br />
a ex-senadora, 41%. Há ainda 19% que<br />
votariam em branco ou nulo, e 2% que não<br />
opinaram. Na comparação com<br />
levantamento de dezembro, caiu a<br />
diferença de Marina (43%) para Lula (34%).<br />
Em um cenário em que o ex-presidente<br />
enfrentasse Sérgio Moro em uma disputa<br />
pela Presidência em 2º turno, o juiz teria<br />
42%, e Lula, 40%. Uma parcela de 15%<br />
votaria em branco ou nulo, e 3% não<br />
opinaram.<br />
EXXTRA | 13 de maio, 2017 19
e xxtra Semana, 13 de maio de 2017<br />
“Nunca tive tanta<br />
vontade de ser<br />
presidente como<br />
agora”, diz Lula<br />
em Curitiba<br />
Após prestar depoimento Lula foi à praça Santos Andrade,<br />
no centro de Curitiba, e ao lado de Dilma Rousseff falou às<br />
pessoas que estavam ali para lhe prestar solidariedade<br />
Nas situações sem o petista, Marina<br />
se destaca: contra Aécio, ela tem 49%,<br />
mais que o dobro do que o percentual do<br />
tucano (21%). Votariam em branco ou<br />
anulariam, neste caso, 26% dos brasileiros,<br />
e 3% preferiram não opinar.<br />
Diante de Alckmin, a ex-senadora do<br />
Acre teria 50%, e o governador paulista,<br />
22%, com 24% optando por votar em branco<br />
ou nulo, e 4% sem opinião sobre a disputa.<br />
Com João Doria como nome do PSDB no 2º<br />
turno, Marina também teria 50%, o dobro<br />
do tucano (24%), e há 22% que votariam<br />
em branco ou nulo, além de 4% que<br />
preferiram não opinar.<br />
Em embate entre Marina e Ciro<br />
Gomes, a situação é similar: 50% preferem<br />
a ex-senadora da Rede, e 24%, o pedetista.<br />
Os votos em branco ou nulo, neste caso,<br />
somam 23%, e 3% não opinaram.<br />
O nome de Ciro também foi testado<br />
contra os tucanos, e o ex-governador do<br />
Ceará bateria Aécio, Alckmin e Doria, este<br />
último com menor vantagem. Diante do<br />
governador de São Paulo, Ciro teria 34%, e<br />
o tucano, 28%, com 33% optando pelo voto<br />
em branco ou nulo, e 4% sem opinião.<br />
No embate contra o senador<br />
mineiro, o pedetista iria a 36%, enquanto<br />
Aécio seria escolhido por 26%. Uma parcela<br />
de 34% votaria em branco ou anularia o<br />
voto, e 4% não opinaram.<br />
Na disputa com Doria, Ciro teria<br />
36%, e o tucano, 29%. Os demais votariam<br />
em branco ou nulo (29%) ou preferiram não<br />
opinar (6%).<br />
Após prestar depoimento por mais<br />
de cinco horas ao juiz Sérgio Moro na<br />
quarta-feira (10), o ex-presidente Luiz<br />
Inácio Lula da Silva foi à praça Santos<br />
Andrade, no centro de Curitiba, e falou às<br />
milhares de pessoas que estavam ali para<br />
lhe prestar solidariedade desde o início da<br />
tarde. Ele disse, para a alegria dos que ali<br />
estavam: "Eu estou vivo e estou me<br />
preparando pra voltar a ser candidato a<br />
presidente deste país. Nunca tive tanta<br />
vontade como agora".<br />
Além de falar a respeito do processo<br />
que sofre na 13ª Vara Federal de Curitiba,<br />
em que é acusado de ser "proprietário<br />
oculto" de um triplex no Guarujá, o expresidente<br />
criticou a condução do país posta<br />
em prática pelo atual presidente, Michel<br />
Temer. E completou: "Se a elite não tem<br />
competência de consertar esse País, um<br />
metalúrgico com 4º ano primário vai<br />
consertar".<br />
Já a respeito da ação penal presidida<br />
por Moro, Lula reiterou sua inocência, que<br />
de resto já foi provada com documentos e<br />
testemunhos apresentados no processo, o<br />
ex-presidente afirmou não estar acima da<br />
lei, mas que espera um tratamento<br />
civilizado por parte das autoridades<br />
envolvidas no episódio. "Eu não quero<br />
afrontar ninguém, eu respeito a Justiça. A<br />
única coisa que eu peço é o respeito deles<br />
em troca."<br />
Em um momento de maior emoção,<br />
Lula embargou a voz para dizer que tem<br />
ao seu lado a verdade, que é o maior<br />
patrimônio que levará até o final de sua<br />
vida. "Se um dia eu tiver que mentir pra<br />
vocês, eu prefiro que um ônibus me<br />
atropele em qualquer rua deste País",<br />
declarou o ex-presidente.<br />
Após o breve discurso, Lula seguiu<br />
para o aeroporto Afonso Pena, na Grande<br />
Curitiba, de onde partiu para São Paulo.<br />
20 13 de maio, 2017 | EXXTRA
Semana, 13 de maio de 2017<br />
e xxtra<br />
Lula é recepcionado por militantes e apoiadores nos arredores da Justiça Federal em<br />
Curitiba antes de depoimento ao juiz Sergio Moro<br />
Militância em<br />
Curitiba<br />
O ex-presidente destacou como se<br />
sente próximo da militância. "Eu disse para<br />
eles, e essa era a minha confiança de estar<br />
lá, que possivelmente a minha relação com<br />
vocês é diferente da que um político tem<br />
com o eleitor. Minha relação com vocês é a<br />
de companheiros de projeto de construção<br />
de país e de uma sociedade civilizada",<br />
afirmou Lula<br />
"Haverá um momento em que a<br />
história irá mostrar que nunca antes na<br />
história do Brasil alguém foi tão perseguido<br />
ou massacrado como estou sendo nos<br />
últimos anos", disse o ex-presidente.<br />
"Alguém poderá contar a história do que<br />
fizeram com a presidenta eleita<br />
democraticamente Dilma Rousseff. E eu<br />
quero estar vivo", acrescentou.<br />
"Se eu cometi algum erro, antes de<br />
ser julgado pela Justiça, quero ser julgado<br />
pelo povo brasileiro. Hoje achei que iriam<br />
me mostrar algum documento, algo que<br />
provasse que eu era dono do<br />
apartamento", disse Lula. Ele acrescentou<br />
que após dois anos de massacre esperava<br />
um documento que provasse que o<br />
apartamento é dele, mas não foi<br />
apresentado nada.<br />
Comentando o pedido de gravação<br />
do depoimento, ele disse querer "que as<br />
pessoas assistissem os olhos da pessoa que<br />
está perguntando e os olhos da pessoa que<br />
está respondendo". "Eu não seria digno do<br />
carinho que vocês estão tendo comigo se<br />
eu tivesse alguma culpa", acrescentou.<br />
Emocionado, Lula disse que tem apenas um<br />
compromisso: "Em meu nome, em nome<br />
do meu partido, em nome dos movimentos<br />
sociais que estão aqui, em nome dos<br />
partidos solidários, em nome do<br />
movimento sindical, em nome dos irmãos<br />
do Congresso Nacional. Se um dia eu tiver<br />
que mentir para vocês, eu prefiro que um<br />
ônibus me atropele em qualquer rua desse<br />
país".<br />
O ex-presidente ainda afirmou que<br />
vai mostrar que "se a elite não sabe<br />
consertar este país, um metalúrgico com<br />
quatro anos do primário completos vai<br />
consertar".<br />
"Eu estou vivo e estou me<br />
preparando pra voltar a ser candidato a<br />
presidente deste país. Nunca tive tanta<br />
vontade como agora", afirmou o expresidente.<br />
Na abertura da fala Dilma Rousseff<br />
relembrou que "por quatro vezes eles<br />
perderam as eleições e eles perceberam<br />
que para fazer o que estão fazendo, tinham<br />
que dar um golpe. Mas nós temos uma<br />
responsabilidade com a democracia.<br />
Querem inviabilizar as condições de<br />
cidadania para que nosso querido expresidente<br />
Lula mais uma vez se coloque<br />
para ser aceito ou não pelo povo brasileiro".<br />
Ela ainda chamou o ato de "cerimônia a<br />
favor da democracia".<br />
EXXTRA | 13 de maio, 2017 21
e xxtra Semana, 13 de maio de 2017<br />
APENAS 9% APROVAM TEMER<br />
Um ano no governo e o presidente Michel Temer é rejeitado<br />
Aimpopularidade do governo<br />
Michel Temer (PMDB) cresceu<br />
e já é comparável à de sua<br />
antecessora, Dilma Rousseff<br />
(PT), às vésperas da abertura<br />
do processo de impeachment<br />
que acabou por cassá-la em 2016. Segundo<br />
pesquisa do Datafolha, a gestão do<br />
peemedebista tem 61% de avaliação ruim<br />
ou péssima, com 28% a considerando<br />
regular e apenas 9%, ótimo ou bom.<br />
Logo antes de a Câmara afastá-la,<br />
em abril do ano passado, Dilma tinha 63%<br />
de rejeição e 13% de aprovação. Era um<br />
número inferior ao recorde da própria<br />
petista, o maior aferido pelo instituto desde<br />
a redemocratização de 1985: 71% de ruim/<br />
péssimo e 8% de ótimo/bom, em agosto de<br />
2015.<br />
Os 9% de aprovação são também<br />
similares à taxa de Fernando Collor de<br />
22 13 de maio, 2017 | EXXTRA<br />
por apenas 85% dos brasileiros<br />
Mello antes de ser impedido, em setembro<br />
de 1992, embora a reprovação fosse maior<br />
(68%).<br />
Quando colocado como eventual candidato<br />
à reeleição, Temer vê a rejeição a seu nome<br />
subir de 45% para 64% de dezembro para<br />
cá.<br />
O presidente já disse ter consciência<br />
de sua impopularidade e que aproveita isso<br />
para tentar fazer avançar uma agenda de<br />
reformas de difícil aprovação popular.<br />
Pontificam neste rol a reforma da<br />
Previdência e a trabalhista, ambas<br />
tramitando no Congresso e alvo de uma<br />
greve na sexta (28). A pesquisa foi feita<br />
antes, na quarta e na quinta, ouvindo 2.781<br />
pessoas em 172 municípios, com margem<br />
de erro de 2 pontos.<br />
O governo ganhou nota 3 dos<br />
entrevistados. Temer é ligeiramente mais<br />
bem avaliado no Sul e no Sudeste.<br />
A sondagem averiguou o cenário no qual<br />
Temer tem seu mandato cassado pelo<br />
Tribunal Superior Eleitoral, que julga a<br />
chapa na qual era vice de Dilma em 2014<br />
sob acusação de abuso do poder<br />
econômico. O julgamento será em maio e,<br />
se houver cassação, a Constituição obriga<br />
nova eleição pelo Congresso, por estarmos<br />
na segunda metade do mandato. Apenas<br />
10% dos ouvidos apoiam isso.<br />
Para 85%, o Congresso deveria aprovar<br />
uma mudança constitucional para permitir<br />
eleições diretas já.<br />
A deterioração da imagem da<br />
Presidência impressiona. De dezembro de<br />
2012, quando a pergunta foi feita pela<br />
última vez, para cá, disseram não confiar<br />
nela 58% dos ouvidos, contra 18% em 2012.<br />
É um índice quase igual ao da confiança no<br />
Congresso, historicamente baixa: 57% de<br />
"não confio".
Semana, 13 de maio de 2017<br />
e xxtra<br />
Fernando Henrique Cardoso<br />
FHC acha "muito<br />
cedo" falar em<br />
candidatura<br />
Principal referência do PSDB, o expresidente<br />
Fernando Henrique Cardoso diz<br />
ser "muito cedo" para falar em<br />
candidaturas ao Planalto em 2018, mas<br />
considera que hoje "o novo" no cenário<br />
político é representado por figuras como o<br />
prefeito paulistano, João Doria, e o<br />
apresentador de TV Luciano Huck.<br />
Para avaliar o governo de Michel<br />
Temer (PMDB), que na sexta (12)<br />
completou um ano, FHC afirma que o<br />
peemedebista "entendeu que o papel dele<br />
ou é histórico ou é nenhum".<br />
O tucano foi menos cruel do que em<br />
dezembro, quando cunhou aquela que<br />
talvez seja a mais precisa definição da<br />
gestão Temer, chamada por ele de "uma<br />
pinguela".<br />
A imagem da ponte frágil colou, mas<br />
FHC afirma agora que o presidente tem<br />
mostrado "mão firme no leme".<br />
Citados em delações, os até então<br />
presidenciáveis do tucanato o governador<br />
Geraldo Alckmin (SP), ou o senador Aécio<br />
Neves (MG) viram suas intenções de voto<br />
derreterem. O PSDB também perde pela<br />
associação ao impopular Temer.<br />
Já o nome de Luciano Huck, amigo<br />
de FHC, foi semeado pelo ex-presidente de<br />
forma quase fortuita. Se ele o fez para<br />
germinar ou para dividir atenção com o<br />
prefeito paulistano, o tempo dirá.<br />
O apresentador da Globo já disse que<br />
está na hora de "sua geração" chegar ao<br />
poder, mas não confirma pretensões<br />
eleitorais e até aqui não está filiado a<br />
nenhuma agremiação - foi sondado pelo<br />
Partido Novo, sigla neófita em pleitos<br />
nacionais.<br />
Num cenário ampliado da mais<br />
recente pesquisa do Datafolha com<br />
inúmeros candidatos, inclusive dos mesmos<br />
partidos, Huck aparece com 3%, e Doria,<br />
5%. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva<br />
(PT) lidera esse e outros cenários de<br />
primeiro turno.<br />
O tucano teceu também<br />
considerações sobre a necessidade de<br />
reformas como a da Previdência, objeto de<br />
acalorada discussão no Congresso, e falou<br />
de política. Considera que o PSDB não errou<br />
em embarcar no governo de saída,<br />
contrariamente ao que desejavam<br />
correligionários seus como Alckmin.<br />
Também destoando da avaliação<br />
geral de que as lideranças políticas<br />
tradicionais estão em sua maioria<br />
liquidadas pelas denúncias de corrupção e<br />
caixa dois presentes nas delações da Lava<br />
Jato, FHC lembra que a eleição presidencial<br />
de 2018 "é só daqui a um ano meio".<br />
FHC disse ue um país moderno<br />
precisa de sindicatos fortes, e é isso que a<br />
nova legislação privilegia. O fato é que<br />
quando o sindicato é forte, organizado, ele<br />
tem sua expressividade de forma natural.<br />
É assim também no lado patronal. O fim do<br />
imposto como ele é hoje atinge esses<br />
inúmeros sindicatos fantasmas. O fato é que<br />
o governo tem feito avanços significativos<br />
em várias áreas.<br />
"A reforma política, para meu gosto,<br />
poderia ser mais rápida. A questão é outra.<br />
O Temer entendeu que o papel dele ou é<br />
histórico ou é nenhum. A sua força está no<br />
Congresso, que está numa circunstância<br />
muito difícil devido à questão da Lava Jato.<br />
Todos, a oposição, o PT, o meu partido,<br />
foram atingidos. Mas o balanço é positivo.<br />
Veja, o governo vive uma crise herdada,<br />
assumindo uma massa falida. Às vezes, ele<br />
não tem tempo de se beneficiar dos<br />
avanços. Às vezes, tem. Vamos ver", diz<br />
FHC.<br />
Sobre o crescimento de Lula nas<br />
pesquisas, o tucano faz reparações. "O Lula<br />
crescer eu achei um pouco estranho.<br />
Novamente, falando nas figuras: o PT virou<br />
o Lula. Isso é ruim para ele, é ruim para o<br />
partido. E o Lula perdeu a classe média e o<br />
pessoal do dinheiro, isso não volta mais. A<br />
credibilidade está muito arranhada. Fora<br />
isso, nós temos de pensar que ainda haverá<br />
a pressão da campanha, os temas da<br />
campanha, se ele for candidato e se chegar<br />
ao segundo turno<br />
EXXTRA | 13 de maio, 2017 23
e xxtra Semana, 13 de maio de 2017<br />
TEMER E O BALANÇO DO ANO<br />
"Quero garantir total direito do trabalhador", diz presidente<br />
em balanço do 1º ano, completado sexta-feira<br />
Em evento no Palácio do<br />
Planalto para marcar um<br />
ano de governo, o presidente<br />
Michel Temer disse na sextafeira<br />
(12) que o diálogo com<br />
o Congresso Nacional tem<br />
sido diferencial de seu governo, e é<br />
importante para a aprovação das reformas<br />
propostas. Temer disse que encontrou o<br />
país "com rombo milionário", recessão<br />
econômica, altos índices de desemprego,<br />
inflação e juros altos. O presidente voltou<br />
a defender a reforma trabalhista, que já<br />
foi aprovada pela Câmara dos Deputados e<br />
está em tramitação no Senado.<br />
"Tenho a honra e felicidade de liderar<br />
a travessia, e o farei. Foi tenso, mas o saldo<br />
é positivo. Já temos resultados concretos e<br />
ótimos motivos para mantermos confiança.<br />
O Brasil está retomando o caminho do<br />
crescimento. Agora é seguir em frente. A<br />
travessia é segura e, no segundo ano,<br />
teremos país reestruturado e eficiente",<br />
24 13 de maio, 2017 | EXXTRA<br />
disse o presidente.<br />
"Era preciso estabelecer o diálogo<br />
que antes não havia", afirmou. "Aliás, foi<br />
da ausência de diálogo que decorreu a<br />
dificuldade para governar. Faltava<br />
entrosamento entre Executivo e<br />
Legislativo. Faltava pacificar o país",<br />
acrescentou.<br />
Temer disse que a experiência<br />
adquirida por ele ao longo de 24 anos no<br />
Parlamento o ajudou na aproximação entre<br />
esses dois poderes. "A impressão era de que<br />
o Legislativo era tratado como se fosse um<br />
apêndice do Executivo, em face dos<br />
aspectos centralizadores de nossa<br />
política. Quem diz que não se pode<br />
alterar propostas do governo está<br />
apresentando uma visão autoritária [da<br />
relação entre poderes]. Nós governamos<br />
juntos. Hoje o Legislativo não é apêndice,<br />
mas um integrante do governo e da<br />
atividade produtiva do nosso país".<br />
Ao citar dados de que as empresas já<br />
estão identificando crescimento nas vendas<br />
"após 2 anos de conta no vermelho", Temer<br />
reiterou que a reforma trabalhista vai<br />
possibilitar a abertura de mais vagas.<br />
"Quero enfatizar, falar em letras<br />
garrafais e em negrito: Quero garantir<br />
o total direito do trabalhador. A<br />
palavra mais suave que encontro é<br />
irresponsabilidade quando dizem que<br />
vamos tirar direito do trabalhador",<br />
disse. "A Constituição assegura todos<br />
os direitos trabalhistas. Não haverá<br />
nenhum direito a menos para o<br />
trabalhador brasileiro"", acrescentou.<br />
"A tarefa mais importante nos<br />
próximos dias será a de salvar a Previdência.<br />
Ja avançamos com diálogo e bom senso.<br />
Não tenho dúvida de que conseguiremos<br />
aprová-la para evitar que o brasileiro fique<br />
sem a sua aposentadoria. Vamos avançar<br />
também na modernização tributária, de<br />
forma a simplificar e tornar os impostos<br />
mais justos".
Semana, 13 de maio de 2017<br />
e xxtra<br />
Ações do governo<br />
no primeiro ano<br />
Ao enumerar as principais ações de<br />
governo, Temer citou o aumento do<br />
orçamento para a saúde e para a<br />
educação, os investimentos feitos no<br />
sistema prisional, a aprovação da reforma<br />
do Ensino Médio, e a renovação do<br />
programa Minha Casa, Minha Vida.<br />
"Ano passado, 140 mil casas foram<br />
entregues. Outras milhares serão<br />
entregues este ano. Isso incentiva o<br />
emprego, uma vez que a construção civil é<br />
conhecidamente o setor que mais cria<br />
postos de trabalho no Brasil. Na área da<br />
saúde, as ameaças de epidemia foram<br />
combatidas com eficiência. Aprovamos a<br />
MP do Ensino Médio depois de mais de 20<br />
anos de espera. Com isso, nossos jovens<br />
terão mais estímulo e a evasão vai diminuir.<br />
E, no ensino superior, aumentamos as<br />
vagas no Fies", disse Temer.<br />
O presidente comemorou também a<br />
melhora financeira da Petrobras e do<br />
Banco do Brasil e a conclusão de obras nas<br />
regiões Norte e Nordeste, em especial a<br />
do Rio São Francisco. Temer disse que<br />
avançará nas obras e nos leilões de<br />
infraestrutura e que irá concluir obras como<br />
a da ferrovia Norte-Sul.<br />
"No campo, renegociamos as dívidas<br />
de pequenos agricultores do Norte e do<br />
Nordeste. Eles enfrentavam graves<br />
dificuldades da seca prolongada. Parece<br />
pouco ,mas beneficiou quase 1 milhão de<br />
pessoas, gerando impacto imediato na<br />
economia local. Ainda na área dos mais<br />
carentes, em apensas dois anos vamos<br />
distribuir mais 60 mil títulos de terras. Isso<br />
tudo foi em decorrência da implantação de<br />
uma melhoria de gestão, o que resultou na<br />
conclusão de obras como a de integração<br />
do Rio São Francisco".<br />
Segundo o presidente, a liberação do<br />
dinheiro das contas inativas do FGTS está<br />
dando fôlego às famílias para pagarem<br />
dívidas, fazer investimentos e compras.<br />
"Foram mais de R$ 40 bilhões que já estão<br />
entrando na economia. Há pouco estive em<br />
uma agência da Caixa. Constatei a alegria<br />
e a satisfação com que as pessoas sacavam.<br />
Registro que às 9h10 recebi a informação<br />
de que, em 10 minutos, 242 mil<br />
trabalhadores já haviam comparecido às<br />
agências".<br />
O presidente Michel Temer anunciou as principais ações de governo<br />
Meirelles: país está<br />
mudando mais<br />
em um ano do<br />
que em décadas<br />
"O Brasil está mudando mais em um<br />
ano do que mudou em décadas", afirmou o<br />
ministro da Fazenda, Henrique Meirelles,<br />
na reunião ministerial para balanço de um<br />
ano do governo Temer. Segundo o ministro,<br />
a recessão econômica é parte do passado.<br />
"O Brasil vive um momento e um governo<br />
de profunda transformação. Encontramos<br />
um país que viveu a maior recessão da<br />
história. A recessão que encontramos foi<br />
maior que a depressão de 1930 e 1931",<br />
disse. O ministro enfatizou que a recessão<br />
já passou e que o Brasil mostra sinais de<br />
que voltou a crescer. Meirelles citou o<br />
aumento do consumo em 20%, da produção<br />
de aço, também em 20%, e a safra de grãos,<br />
"surpreendendo os mais otimistas", com<br />
crescimento de 22%, em relação ao ano<br />
passado.<br />
Entretanto, Meirelles disse que o<br />
desemprego leva mais tempo para reagir<br />
à retomada da economia. "O desemprego<br />
deve crescer ainda um pouco porque tem<br />
uma reação mais lenta."<br />
Meirelles relembrou medidas<br />
adotadas neste ano de governo, como a<br />
emenda à Constituição que estabeleceu um<br />
teto para os gastos públicos. "A aprovação<br />
da PEC do Teto dos Gastos foi fundamental<br />
para dar previsibilidade à economia<br />
brasileiras, às contas públicas", disse<br />
Meirelles, acrescentando que foi a primeira<br />
vez em que foi feito um projeto de longo<br />
prazo para as contas públicas.<br />
"Tivemos como resultado dessa<br />
retomada, a confiança. Tivemos uma<br />
mudança gradual da perspectiva, e os<br />
efeitos são, de fato, impressionantes. Se<br />
olharmos para a medida de Risco Brasil,<br />
que representa o custo de financiar o país,<br />
caiu de 500 pontos para um pouco mais<br />
200 pontos", disse. Ele citou ainda a<br />
possibilidade de as agências de classificação<br />
de risco pensarem em melhorar a nota do<br />
Brasil. E acrescentou que o real está se<br />
fortalecendo e a bolsa de valores, subindo.<br />
O ministro citou ainda a redução da<br />
inflação, que atingiu 9,28% em 12 meses<br />
em maio de 2016 e agora está em 4,08%,<br />
abaixo do centro da meta (4,5%).<br />
EXXTRA | 13 de maio, 2017 25
e xxtra Semana, 13 de maio de 2017<br />
O presidente Michel Temer aposta toda confiança no ministro da Fazenda, Henrique Meirelles,<br />
para reverter a situação financeira do Governo, mergulhado num gigantesco déficit público<br />
A ECONOMIA NO GOVERNO TEMER<br />
O que a economia diz sobre o primeiro ano de governo,<br />
comandada por Henrique Meirelles?<br />
Quando discursou pela<br />
primeira vez como<br />
presidente, em 12 de maio<br />
de 2016, Michel Temer<br />
disse que seu maior<br />
desafio era "estancar o<br />
processo de queda livre da atividade<br />
econômica e melhorar significativamente<br />
o ambiente de negócios do setor privado,<br />
para produzir mais e gerar mais emprego<br />
e renda".<br />
Os dados mais recentes do IBGE não<br />
são animadores: o instituto diz que o país<br />
tem 14 milhões de desempregados. O índice<br />
de desemprego bateu recorde no primeiro<br />
26 13 de maio, 2017 | EXXTRA<br />
trimestre de 2017, chegando a 13,7%.<br />
"As empresas esperam sinais mais<br />
claros tanto para demitir (no início de uma<br />
crise) quanto para recontratar, por conta<br />
dos custos trabalhistas e de treinamento",<br />
explica Alessandra Ribeiro, diretora da área<br />
de macroeconomia e política da consultoria<br />
Tendências.<br />
André Perfeito, economista-chefe do<br />
Gradual Investimentos, lembra que mesmo<br />
uma redução no índice de desemprego<br />
pode não ser boa notícia no momento atual:<br />
"Pode significar que uma parcela das<br />
pessoas simplesmente parou de procurar<br />
trabalho. Por enquanto, falta demanda<br />
econômica para estimular a criação de<br />
novas vagas."<br />
A expectativa é de que o emprego só<br />
seja retomado mesmo em 2018, "quando<br />
devem ser criados postos de trabalho em<br />
ritmo suficiente para absorver as pessoas<br />
que estavam fora do mercado", diz<br />
Ribeiro.<br />
Os economistas veem como um<br />
importante sinal positivo o fato de a inflação<br />
se mostrar sob controle, depois de anos em<br />
alta: o aumento de IPCA (medição oficial)<br />
de abril, por exemplo, foi de 0,14%, índice<br />
mais baixo desse mês já registrado pelo<br />
IBGE desde o início do Plano Real, em 1994.
Semana, 13 de maio de 2017<br />
e xxtra<br />
O problema: o fato de os preços não<br />
estarem subindo é justamente<br />
"consequência da tremenda recessão" do<br />
país, diz Francisco Lopreato, do Instituto<br />
de Economia da Unicamp.<br />
A boa notícia: com a inflação em<br />
queda, houve um incremento real no<br />
salário de quem está empregado,<br />
aumentando seu poder de compra, diz<br />
Alessandra Ribeiro.<br />
Menos inflação significa mais espaço<br />
para a queda da taxa de juros (Selic),<br />
reduzida para 11,25% na última reunião<br />
do Conselho de Política Monetária do<br />
Banco Central. O conselho citou<br />
justamente a "dinâmica favorável da<br />
inflação" entre os fatores que o levaram a<br />
reduzir os juros do país.<br />
A expectativa, entre analistas<br />
ouvidos pelo próprio Banco Central em seu<br />
boletim oficial, é de que a Selic caia ainda<br />
mais até o final do ano, para 8,5%.<br />
A velocidade da queda da taxa<br />
costuma gerar debate entre economistas.<br />
Lopreato acha que o BC demorou demais<br />
para reduzir as taxas, "contribuindo para a<br />
situação atual de crise".<br />
Para André Perfeito, o impulso<br />
econômico gerado pelos juros mais baixos<br />
talvez só seja sentido no ano que vem,<br />
quando as famílias talvez consigam quitar<br />
suas dívidas e voltar a consumir mais.<br />
Uma revisão de metodologia do<br />
IBGE apontou alguns sinais de alta nos<br />
números recentes do varejo, e há<br />
indicativos de aumento da confiança dos<br />
comerciantes.<br />
Ao mesmo tempo, com o<br />
desemprego alto e o crédito escasso, o<br />
consumo das famílias fica necessariamente<br />
comprometido.<br />
A liberação de contas inativas do<br />
FGTS traz algum impulso - segundo o<br />
governo, os saques injetarão R$ 34,5<br />
bilhões na economia -, mas seu impacto no<br />
consumo é alvo de debate.<br />
Para Lopreato, da Unicamp, porém,<br />
"ainda que seja um volume importante de<br />
recursos, está diluído no tempo (já que os<br />
saques estão sendo liberados aos poucos) e<br />
grande parte desses recursos não vai para<br />
gastos das famílias, mas sim para pagar<br />
dívidas".<br />
A produção industrial caiu 1,8% em<br />
março em relação ao mês anterior e<br />
mantém desempenho fraco desde o início<br />
do ano, segundo o IBGE, em um exemplo<br />
de como a atividade econômica ainda não<br />
Protesto contra mudanças trabalhistas; legado de reformas é<br />
alvo de intenso debate na sociedde e Congresso Nacional<br />
decolou.<br />
Alessandra Ribeiro ressalta, porém,<br />
que o setor, em média, cresceu no último<br />
trimestre em relação ao anterior e que a<br />
confiança da indústria tem dado sinais mais<br />
positivos, apesar da volatilidade.<br />
Com o aumento da produção<br />
agrícola e dos preços internacionais dos<br />
alimentos, a agricultura tem sido a boa<br />
surpresa, dando alento ao cenário<br />
econômico e contribuído com um saldo<br />
positivo na balança comercial (relação<br />
entre as exportações e importações do<br />
país).<br />
Em março, o Brasil registrou<br />
superavit recorde (ou seja, mais dinheiro<br />
entrou nas exportações do que saiu nas<br />
importações): US$ 7,1 bilhões, justamente<br />
por causa da venda de carne e outras<br />
matérias-primas.<br />
Quando o IBGE divulgou os números<br />
da atividade econômica brasileira de 2016,<br />
em março, trouxe várias más notícias: o<br />
PIB (Produto Interno Bruto) do país caiu<br />
3,6% no ano passado e a taxa de<br />
investimento recuou 1,6% no último<br />
trimestre.<br />
Os sinais dos investimentos neste ano<br />
ainda são incertos. Ribeiro acredita que as<br />
taxas devem estar voltando a crescer.<br />
Lopreato e Perfeito, porém, são menos<br />
otimistas.<br />
"Provavelmente não repetiremos o<br />
nível de recessão de 2015 e 2016, mas<br />
estamos longe de uma luz no fim do túnel",<br />
opina o professor da Unicamp. "Estamos<br />
ansiosos para que a economia dê sinais<br />
robustos, mas, com dados que sobem e<br />
descem, não dá para cravar que estejamos<br />
em recuperação."<br />
Parte disso, afirma ele, se deve à<br />
contínua incerteza política do país, que<br />
deriva da turbulência das reformas<br />
trabalhista e previdenciária em<br />
andamento, dos desdobramentos da<br />
Operação Lava Jato e da baixa<br />
popularidade do governo.<br />
Para Alessandra Ribeiro, há motivos<br />
para um "otimismo cauteloso" na tentativa<br />
do governo em equilibrar os fundamentos<br />
macroeconômicos do país e em ações como<br />
leilões bem-sucedidos nas áreas<br />
aeroportuária e de energia.<br />
O Fundo Monetário Internacional<br />
(FMI) prevê crescimento de apenas 0,2%<br />
do Brasil em 2017 -, mas aposta que a<br />
"redução da incerteza política" e o "futuro<br />
progresso" da agenda de reformas do<br />
governo podem elevar o crescimento em<br />
2018, para 1,8%.<br />
Qual será o legado do governo Temer<br />
com as reformas trabalhista e<br />
previdenciária, em andamento, e na busca<br />
pelo equilíbrio das contas públicas? Esse é<br />
um dos grandes debates atuais, ainda<br />
repleto de interrogações e divergências.<br />
EXXTRA | 13 de maio, 2017 27
e xxtra Semana, 13 de maio de 2017<br />
Comissão da Reforma da Previdência aprovou relatório no dia 3 de maio com intensa discussão<br />
PREVIDÊNCIA VAI A PLENÁRIO<br />
Comissão da Câmara dos Deputado conclui análise da<br />
reforma e vota substitutivo do relator da matéria<br />
AComissão Especial da Reforma<br />
da Previdência - PEC 287/16<br />
concluiu na terça-feira (9) a<br />
votação do substitutivo do<br />
relator, deputado Arthur<br />
Oliveira Maia (PPS-BA), após a<br />
análise de dez destaques. Agora, a proposta<br />
precisa ser votada em dois turnos pelo<br />
Plenário da Câmara dos Deputados, onde<br />
serão necessários 308 votos para aprovação<br />
em cada turno.<br />
Apenas um destaque foi aprovado, o<br />
que mantém na Justiça estadual as ações<br />
contra o Instituto Nacional do Seguro Social<br />
(INSS). O texto do relator transferia essas<br />
ações para a Justiça federal, o que, segundo<br />
os deputados, poderia dificultar as<br />
iniciativas judiciais dos segurados.<br />
Os deputados da base do governo<br />
sinalizaram que alguns pontos da reforma<br />
poderão ser modificados no Plenário da<br />
Câmara. Um deles é a reivindicação dos<br />
28 13 de maio, 2017 | EXXTRA<br />
agentes penitenciários de aposentadoria<br />
especial igual à dos policiais aos 55 anos de<br />
idade. Outro é uma regra de transição para<br />
os servidores que entraram no serviço<br />
público antes de 2003 e que terão, pelo<br />
texto aprovado, que esperar os 65 anos de<br />
idade, no caso do homem, e 62 para as<br />
mulheres, para manterem a integralidade<br />
dos benefícios.<br />
Os deputados da oposição também<br />
tentaram mudar o cálculo das<br />
aposentadorias e das pensões, o tempo<br />
mínimo de contribuição de 25 anos e as<br />
alterações nas aposentadorias rurais e nos<br />
benefícios assistenciais. Eles foram<br />
vencidos, no entanto, por um placar<br />
constante de 23 ou 22 votos a 14.<br />
O Psol também tentou aprovar um<br />
destaque para submeter a reforma a um<br />
referendo popular, mas não obteve apoio<br />
dos partidos da base do governo, que não<br />
admite mudanças.<br />
Benefícios assistenciais<br />
Ao defender a manutenção das<br />
regras atuais para os benefícios<br />
assistenciais de idosos e pessoas com<br />
deficiência, o deputado Arlindo Chinaglia<br />
(PT-SP) condenou a proposta por deixar<br />
para uma lei posterior a definição sobre<br />
quais famílias poderão ser consideradas<br />
carentes.<br />
"O que nós podemos ter na<br />
regulamentação? Uma mudança do que vai<br />
compor a renda bruta familiar. Significa<br />
que, ao manter o salário mínimo com uma<br />
mão, nós estaremos tirando com a outra<br />
mão a possibilidade de milhares de pessoas<br />
terem acesso [aos benefícios assistenciais]",<br />
disse Chinaglia.<br />
O relator mudou a proposta do<br />
governo que desvinculava esses benefícios<br />
do salário mínimo.
Semana, 13 de maio de 2017<br />
e xxtra<br />
XXXXXXXXXX<br />
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx<br />
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx<br />
EXXTRA | 13 de maio, 2017 29
e xxtra Semana, 13 de maio de 2017<br />
proposta, como explica o vice-líder do<br />
governo na Câmara Darcísio Perondi, do<br />
PMDB-RS. "Nós temos três <strong>semana</strong>s mais<br />
ou menos para garantir 330 votos. O<br />
governo vai botar em votação quando tiver<br />
330 votos."<br />
Para o vice-líder do DEM Onyx<br />
Lorenzoni (RS), a julgar pela votação da<br />
reforma trabalhista e pela conversa<br />
informal com as bancadas, o governo teria<br />
hoje um máximo de 250 votos a favor da<br />
proposta da Previdência. Onyx, que é<br />
contrário à reforma, disse que o ritmo da<br />
votação da reforma trabalhista no Senado<br />
também será importante. "Era para a<br />
reforma trabalhista passar talvez em uma<br />
comissão lá, já está passando em três, e<br />
tem sido dito lá no Senado que antes do<br />
final do ano ela não vai a voto. Eu não vejo<br />
condições de que os parlamentares aqui,<br />
que têm pago um alto preço para<br />
modernizar o Brasil, principalmente do<br />
ponto de vista da compreensão da<br />
sociedade, ainda se disponham a fazer algo<br />
muito ruim, que é a proposta original do<br />
governo - que não foi melhorada no meu<br />
entendimento - e que está a bulir com a<br />
vida das pessoas."<br />
Vice-líder do governo na Câmara, deputado Darcísio Perondi<br />
Pauta cheia<br />
BContas públicas<br />
Parlamentares da base do governo,<br />
como o deputado Ricardo Tripoli (PSDB-SP),<br />
buscaram mostrar a necessidade de<br />
equilíbrio das contas públicas. "Imaginemos<br />
nós aqui o mesmo modelo por mais cinco<br />
anos. Como é que nós estaríamos hoje?<br />
Venderemos ativos da União? Pediríamos<br />
socorro ao FMI? Aonde buscaríamos<br />
recursos? Da educação? Tiraria mais da<br />
área social? Daqueles menos favorecidos?",<br />
questionou.<br />
Os deputados da oposição iniciaram<br />
a reunião desta terça-feira reclamando das<br />
cercas que foram colocadas em volta da<br />
Câmara e das restrições de acesso da<br />
população à Casa. O presidente da comissão<br />
especial, deputado Carlos Marun (PMDB-<br />
MS), justificou as medidas de segurança<br />
pela invasão dos agentes penitenciários ao<br />
plenário da comissão na <strong>semana</strong> passada,<br />
que interromperam as votações dos<br />
destaques.<br />
30 13 de maio, 2017 | EXXTRA<br />
Idades mínimas<br />
A reforma aprovada fixa idades<br />
mínimas de aposentadoria de 62 anos para<br />
a mulher e 65 anos para o homem, mas<br />
essas idades serão alcançadas até 2038.<br />
Também será elevado gradualmente o<br />
tempo de contribuição mínimo de 15 para<br />
25 anos.<br />
Quem já está no mercado de<br />
trabalho terá que cumprir um pedágio de<br />
30% sobre o período que faltar para<br />
completar os tempos de contribuição<br />
atuais: de 35 anos para o homem e 30 anos<br />
para a mulher.<br />
Votar em junho<br />
Os líderes da base do governo têm<br />
jogado a expectativa de votação da<br />
reforma da Previdência no Plenário da<br />
Câmara para junho. O objetivo é conseguir<br />
uma maioria de 320 a 330 votos, maior que<br />
os 308 votos necessários para aprovar a<br />
O líder do PSDB, deputado Ricardo<br />
Tripoli (SP), lembra que, como a pauta do<br />
Plenário está cheia, haverá tempo para<br />
novas negociações em torno da reforma.<br />
"Nós temos ainda 11 medidas provisórias<br />
que estão trancando a pauta. Elas<br />
precisam obviamente ser discutidas e<br />
votadas em Plenário. E, em seguida, a<br />
avaliação das bancadas é que vai dar o tom<br />
da data de votação desta medida.<br />
Obviamente, ainda existem possibilidades<br />
de alterações em Plenário. Os deputados<br />
podem apresentar destaques, emendas...<br />
Eu acho que é um longo caminho a<br />
percorrer ainda."<br />
Já o deputado Júlio Lopes (PP-RJ),<br />
também vice-líder do governo, acredita<br />
que o governo tem que trabalhar para<br />
aprovar a reforma sem muitas alterações.<br />
"Concessões muito grandes obrigarão<br />
sucessivas emendas à Constituição. Isso foi<br />
feito na Itália, isso é muito ruim. Nós<br />
estamos tentando aprovar um texto que<br />
seja mais longevo, estamos querendo que<br />
o texto tenha mais perenidade."
Semana, 13 de maio de 2017<br />
e xxtra<br />
Troca de<br />
parlamentares<br />
O deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP)<br />
lembrou que a votação na comissão<br />
especial, concluída agora em maio, era fácil<br />
para o governo porque os deputados<br />
contrários poderiam ser substituídos pelos<br />
partidos. "Se nós tirássemos cinco do<br />
governo e acrescentássemos cinco para<br />
nós, nós teríamos ganho a votação aqui na<br />
comissão especial. O governo está jogando<br />
pesado, substituiu aqueles parlamentares<br />
da sua base que iam votar contra a reforma<br />
da Previdência aqui."<br />
O líder do Pros, deputado Eros<br />
Biondini (MG), disse que muitos<br />
parlamentares ainda têm dúvidas sobre o<br />
texto. "Ainda há muita dúvida por parte de<br />
muitos parlamentares de vários partidos,<br />
inclusive de partidos da base, em relação<br />
ao texto que irá para o Plenário."<br />
Para o líder do PTN, Alexandre Baldy<br />
(GO), o momento agora será justamente o<br />
de esclarecer as dúvidas dos<br />
parlamentares. "Para que nós possamos ter<br />
a discussão com as bancadas de todos os<br />
partidos, para que nós possamos ter a<br />
discussão com as bancadas de todos os<br />
estados, esclarecendo as dúvidas"<br />
O vice-líder do PDT, André Figueiredo<br />
(CE), afirma que a situação atual é boa para<br />
a oposição em relação à reforma da<br />
Previdência, mas que isso pode mudar. "É<br />
indispensável que a população brasileira<br />
se mobilize porque a pressão que está<br />
vindo por parte do governo, individual,<br />
em cima de cada parlamentar:<br />
oferecendo cargos, ameaçando tirar<br />
emendas parlamentares ou oferecendo<br />
mais; é algo vergonhoso."<br />
Alterações<br />
A reforma da Previdência, entre<br />
outras medidas, fixa idade mínima para a<br />
aposentadoria dos trabalhadores em geral,<br />
de 65 anos para homens e 62 para<br />
mulheres, aumenta o tempo mínimo de<br />
contribuição para a Previdência para 40<br />
anos de serviço para receber o benefício<br />
integral e altera o cálculo dos benefícios<br />
sociais.<br />
Michel Temer no Café da manhã com os deputados da<br />
Base Aliada na Câmara dos Deputados<br />
Temer diz que "é<br />
mentira" que<br />
reforma da<br />
Previdência vá<br />
atingir os mais<br />
pobres<br />
Em seu discurso de pouco mais de dez<br />
minutos a deputados da base aliada,<br />
durante café da manhã para a<br />
apresentação do texto da reforma da<br />
Previdência, no dia 18 de abril, o presidente<br />
Michel Temer disse que "ninguém quer<br />
fazer mal para o País" e rebateu a tese de<br />
que as mudanças na aposentadoria irão<br />
prejudicar os mais pobres.<br />
"Muitas vezes, dizem assim, mas<br />
essa reforma da Previdência vai pegar os<br />
pobres. Vou usar uma palavra forte:<br />
mentira. Mentira, porque 63% do povo<br />
brasileiro ganha salário mínimo, portanto,<br />
não vai atingir os pobres", disse, conforme<br />
áudio divulgado pelo Planalto após o<br />
encontro. "Os que resistem e fazem<br />
campanha são os mais poderosos. São<br />
aqueles que ganham mais. Temos que dar<br />
uma resposta a isso", afirmou.<br />
O discurso do presidente reforça o<br />
mote das peças publicitárias que o governo<br />
estreou, comparando "a novidade" da<br />
reforma da Previdência a outras medidas<br />
como o uso obrigatório do cinto de<br />
segurança, vacinas e a privatização da<br />
telefonia e até ao Plano Real.<br />
Temer disse que a proposta da<br />
reforma da Previdência foi feita pensando<br />
em um cenário de 40 anos no País, mas,<br />
"sabendo que o diálogo seria indispensável<br />
com o Congresso", e que depois de ouvir<br />
todas as bancadas e as principais<br />
observações o governo aceitou negociar.<br />
"Sendo certo que a reforma tem um núcleo<br />
essencial que é o da idade, um pouco mais,<br />
um pouco menos, não importa, mas é algo<br />
que foi estabelecido em todos os países",<br />
afirmou.<br />
O presidente comparou a situação do<br />
Brasil a outros países e disse que somente<br />
"três ou quatro" não possuem uma idade<br />
mínima. "Essa é a espinha dorsal, o núcleo<br />
da reforma da Previdência. O mais pode<br />
ser negociado. E foi negociado", disse, sem<br />
destacar que o governo aceitou reduzir a<br />
idade mínima das mulheres para 62 anos.<br />
EXXTRA | 13 de maio, 2017 31
e xxtra Semana, 13 de maio de 2017<br />
Reunião na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado discute a reforma trabalhista<br />
REFORMA TRABALHISTA<br />
É MEXIDA NO SENADO<br />
Casa já recebeu dez emendas na Comissão de Assuntos Econômicos<br />
Com apenas quatro dias de<br />
tramitação na Comissão de<br />
Assuntos Econômicos - CAE,<br />
a reforma trabalhista já<br />
recebeu dez emendas. O PLC<br />
38/2017 foi recebido na<br />
última quinta-feira (4) pela CAE e, se<br />
aprovado, ainda passará pela análise da<br />
Comissão de Constituição, Justiça e<br />
Cidadania (CCJ) e pela Comissão de<br />
Assuntos Sociais (CAS).<br />
Autora de nove das dez emendas<br />
apresentadas na CAE, a senadora Vanessa<br />
Grazziotin (PCdoB-AM) destacou como a<br />
emenda mais importante a que suprime a<br />
prevalência dos acordos coletivos sobre o<br />
que está na legislação, a chamada<br />
32 13 de maio, 2017 | EXXTRA<br />
prevalência do negociado sobre o legislado.<br />
Pelo projeto, o acordo coletivo vai prevalecer<br />
para 13 pontos específicos, entre eles, plano<br />
de cargos e salários, participação nos lucros<br />
e resultados e o parcelamento de férias<br />
anuais em até três vezes.<br />
Vanessa Grazziotin explicou que, no<br />
Brasil, a Justiça do Trabalho já prevê a<br />
prevalência do negociado sobre o legislado,<br />
desde que o acordo coletivo traga<br />
condições mais benéficas aos trabalhadores<br />
do que o disposto na legislação. Segundo<br />
ela, o PLC 38, ao permitir que o negociado<br />
prevaleça sobre o legislado em 13 pontos<br />
específicos, independente do seu conteúdo,<br />
pretende excluir direitos trabalhistas pela<br />
via negocial.<br />
- É temerária qualquer proposta de<br />
fazer prevalecer o negociado sobre o<br />
legislado, para permitir a fixação de<br />
condições de trabalho e remuneração<br />
inferiores às asseguradas por lei, sem<br />
realizar previamente uma ampla reforma<br />
sindical. Isso significaria enorme incentivo<br />
ao avanço da corrupção nas relações<br />
coletivas de trabalho - afirmou a senadora.<br />
As outras emendas tratam, entre<br />
outros temas, de suprimir a possibilidade<br />
de flexibilização do pagamento das horas<br />
in itinere, da terceirização em atividadefim<br />
da empresa, do trabalho intermitente<br />
de forma descontínua e da instituição da<br />
prescrição intercorrente no Direito do<br />
Trabalho.
Semana, 13 de maio de 2017<br />
e xxtra<br />
Senador Vanessa Grazziotin<br />
Mudanças<br />
Vanessa Grazziotin acredita que é<br />
possível realizar mudanças no projeto vindo<br />
da Câmara dos Deputados. Segundo ela, o<br />
governo terá muita dificuldade para<br />
aprovar a reforma trabalhista no Senado,<br />
já que o projeto, na forma como está, é<br />
muito ruim.<br />
- Se a reforma é para melhorar a<br />
situação do Brasil, se é para ampliar a<br />
produtividade, nada disso ela fará. Ela vai<br />
precarizar ainda mais as relações de<br />
trabalho, retirando direitos conquistados<br />
pelos trabalhadores há décadas - disse.<br />
Na mesma linha, o senador<br />
Humberto Costa (PT-PE) disse acreditar que<br />
os parlamentares contrários à proposta<br />
terão força suficiente para rejeitá-la. Ele<br />
considera que as mudanças são danosas<br />
aos trabalhadores e que a mobilização<br />
social poderá frear o projeto. O senador<br />
afirmou que, se aprovada, a proposta<br />
causará uma precarização do emprego e<br />
uma desproteção social para os<br />
trabalhadores, especialmente os mais<br />
pobres.<br />
- A rejeição da população a essa<br />
reforma só tem aumentado. Os senadores<br />
irão refletir sobre qual a melhor maneira<br />
de se posicionar nesse processo e a melhor<br />
maneira é não votar. Agora, se o governo<br />
tiver força suficiente para aprovar, vamos<br />
tentar fazer mudanças no texto que veio,<br />
seja para minimizar os prejuízos para os<br />
trabalhadores, seja para que essa matéria<br />
tenha que voltar para Câmara - disse.<br />
O senador Romero Jucá (PMDB-RR)<br />
disse que os debates devem ser feitos com<br />
responsabilidade e que o texto aprovado<br />
pela Câmara pode passar por mudanças,<br />
desde que sejam para melhorar o projeto.<br />
- É muito importante que a gente possa<br />
modernizar uma legislação que vai ajudar<br />
a criar empregos. As pessoas devem discutir<br />
a proposta com racionalidade e<br />
responsabilidade. Não adianta fazer um<br />
discurso fácil, populista, irresponsável -<br />
ponderou.<br />
Audiência pública<br />
As Comissões de Assuntos Sociais<br />
(CAS) e Assuntos Econômicos (CAE) vão se<br />
reunir a partir das 9h desta quarta-feira<br />
(10) para tratar da reforma trabalhista.<br />
Senador Romero Jucá<br />
Inicialmente, os senadores ouvirão o<br />
presidente do Tribunal Superior do Trabalho<br />
(TST), Ives Gandra da Silva Martins Filho.<br />
Após a participação do ministro, haverá<br />
uma audiência pública sobre contrato de<br />
trabalho.<br />
A audiência faz parte de um ciclo de<br />
debates proposto pela senadora Marta<br />
Suplicy (PMDB-SP). Foram convidados ainda<br />
o presidente eleito da Associação Nacional<br />
dos Magistrados da Justiça do Trabalho,<br />
Guilherme Guimarães Feliciano; o diretor<br />
da Organização Internacional do Trabalho<br />
no Brasil, Peter Poschen; o professor da USP<br />
José Pastores e o vice-presidente da Nova<br />
Central Sindical de Trabalhadores, José<br />
Reginaldo Inácio.<br />
Relatorias<br />
Na CAS, ainda não foi definido um<br />
relator para o projeto, o que deve ocorrer<br />
nos próximos dias, segundo a presidente<br />
Marta Suplicy. Os outros dois relatores<br />
estão escolhidos. Na CAE, a tarefa ficará<br />
por conta de Ricardo Ferraço (PSDB-ES). Já<br />
na CCJ, o relator será Romero Jucá (PMDB-<br />
RR).<br />
EXXTRA | 13 de maio, 2017 33
e xxtra Semana, 13 de maio de 2017<br />
SEM CONSENSO COM A<br />
REFORMA TRABALHISTA<br />
Sessão temática em Plenário no Senado mostra divisão<br />
sobre as mudanças que estão sendo propostas<br />
OPlenário do Senado discutiu<br />
na quinta-feira (11) o<br />
projeto de reforma<br />
trabalhista encaminhado<br />
pelo governo (PLC 38/2017)<br />
ao Congresso Nacional. Os<br />
senadores ouviram e questionaram seis<br />
especialistas convidados, que<br />
manifestaram opiniões fortes e divididas<br />
(foto).<br />
Os convidados favoráveis afirmaram<br />
que a reforma tem o mérito de reconhecer<br />
e enfrentar a forma "ultrapassada" da<br />
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e<br />
de promover "mais segurança jurídica" ao<br />
fortalecer as negociações coletivas entre<br />
trabalhadores e empregadores.<br />
Por sua vez, os convidados<br />
contrários à proposta disseram que ela<br />
contém "equívocos impressionantes" que<br />
enfraquecem a posição dos trabalhadores<br />
frente aos patrões. Para eles, a reforma<br />
representa um "atalho" para,<br />
gradualmente, reduzir as garantias e<br />
proteções que a legislação atual dá aos<br />
trabalhadores.<br />
A sessão temática de debates foi<br />
34<br />
13 de maio, 2017 | EXXTRA<br />
promovida pelas comissões de Assuntos<br />
Econômicos (CAE) e Assuntos Sociais (CAS),<br />
duas das responsáveis por emitir parecer<br />
sobre o projeto Uma nova discussão em<br />
Plenário ocorrerá na próxima terça-feira<br />
(16), as 11h.<br />
Relações de<br />
trabalho<br />
O juiz Marlos Melek, da 9ª Região da<br />
Justiça do Trabalho, afirmou que a reforma<br />
estabelece "mais racionalidade" ao ramo<br />
trabalhista do Judiciário, ao tomar diversas<br />
medidas que eliminam conflitos potenciais.<br />
Segundo explicou, o Brasil tem 11 mil novas<br />
ações trabalhistas por dia. Uma das<br />
iniciativas meritórias, para Melek, é a<br />
criação da demissão por acordo.<br />
- O Direito do Trabalho é tão<br />
conflitivo que hoje ele só permite o "te<br />
mando embora" ou o "entrego a minha<br />
demissão e não ganho nada". Fizemos um<br />
meio termo, porque isso, na prática, já<br />
existe. O trabalhador terá direito a todas<br />
as verbas salariais, sem um centavo de<br />
desconto, poderá receber 20% da multa<br />
do FGTS, também sacará 70% do saldo,<br />
mas não terá direito ao segurodesemprego,<br />
para que não se incentive a<br />
rotatividade.<br />
O sociólogo Clemente Ganz Lúcio,<br />
diretor-técnico do Departamento<br />
Intersindical de Estatística e Estudos<br />
Socioeconômicos (Dieese), disse que a<br />
reforma inicia um processo "inevitável" de<br />
precarização das relações de trabalho. Ele<br />
destacou a necessidade de se modernizar<br />
a legislação trabalhista, porém no sentido<br />
de garantir mais formalidade e proteção<br />
sindical à população trabalhadora. Para ele,<br />
o projeto do Executivo vai no sentido<br />
contrário.<br />
- A reforma proposta pelo governo<br />
vai desequilibrar as relações de trabalho,<br />
fragilizando ainda mais a situação do<br />
trabalhador. Não é resultado de um<br />
processo de debate ou de negociação<br />
social, mas é uma imposição. Se queremos<br />
favorecer a negociação, fortalecer o<br />
entendimento, nós precisamos ter um<br />
sistema coerente com essa intenção. O<br />
projeto não faz isso - afirmou.
Semana, 13 de maio de 2017<br />
e xxtra<br />
Sindicatos<br />
O papel dos sindicatos na reforma<br />
trabalhista também foi um dos principais<br />
assuntos abordados pelos convidados à<br />
sessão temática de debate. O economista<br />
Hélio Zylberstajn, professor da<br />
Universidade de São Paulo (USP), citou um<br />
estudo que mostra que, desde 2008, os<br />
reajustes salariais abaixo da inflação são<br />
minoritários, o que mostra capacidade de<br />
os sindicatos defenderem os interesses das<br />
suas categorias. Sendo assim, concluiu, a<br />
iniciativa de elevar acordos coletivos à força<br />
de lei reconhece isso.<br />
- A medida mais importante é a ideia<br />
da prevalência do negociado sobre o<br />
legislado. Essa vai ser uma inovação<br />
importante, porque vai criar a<br />
oportunidade para ganhos mútuos. Os<br />
sindicatos sabem negociar reajustes, pisos,<br />
têm know-how e tradição de bons<br />
negociadores. Por que essa avaliação a<br />
priori de que eles não saberão negociar a<br />
aplicação dos direitos que hoje existem? -<br />
indagou<br />
Já o deputado federal Paulo Pereira<br />
da Silva (SD-SP), presidente da Força<br />
Sindical, chamou atenção para o fim da<br />
contribuição sindical obrigatória, que, em<br />
sua avaliação, vai deteriorar a estrutura<br />
das organizações trabalhistas no país. Para<br />
ele, o fim da contribuição é um equívoco<br />
porque os sindicatos têm a missão de<br />
defender não apenas os seus filiados, mas<br />
os trabalhadores como um todo.<br />
- Os sindicatos, que todos falam que<br />
não servem pra nada, é que aumentam os<br />
salários todos os anos. Garantimos o<br />
mercado interno para fazer a economia<br />
girar. O Senado precisa corrigir [a reforma],<br />
senão destrói a organização dos<br />
trabalhadores, o que nem a ditadura<br />
conseguiu. O que faremos na tal da<br />
democracia é destruir a organização dos<br />
trabalhadores, criar milhões de<br />
sindicatinhos e defender a livre negociação<br />
- protestou.<br />
Por sua vez, o advogado Antônio<br />
Galvão Peres, professor da Fundação<br />
Armando Alvares Penteado (Faap), disse<br />
considerar a extinção da contribuição<br />
sindical como uma decisão correta, que<br />
respeita a liberdade do trabalhador. Um<br />
complemento a ela, segundo explicou, é o<br />
fim da chamada "unicidade sindical", a<br />
regra segundo a qual deve haver apenas<br />
Senador Paulo Paim diz que<br />
proposto é “perversa”<br />
um sindicato por categoria para uma<br />
mesma base territorial - no caso brasileiro,<br />
o município.<br />
A possibilidade de que negociações<br />
coletivas estabeleçam regras diferentes da<br />
legislação trabalhista também foi criticado<br />
por Maurício Godinho Delgado, ministro do<br />
Tribunal Superior do Trabalho (TST). Para<br />
ele, o projeto extrapolou esse objetivo e<br />
não levou em consideração que os<br />
trabalhadores partem de uma posição<br />
desprivilegiada.<br />
- Não é mais o caso de apenas permitir a<br />
redução de direitos por negociação<br />
coletiva. O projeto foi além. Foi ao extremo<br />
e deu poderes quase incontrastáveis ao<br />
empregador, como se fosse uma relação<br />
entre iguais, quando na verdade se trata<br />
de um contrato de adesão - alertou.<br />
Senadores<br />
Após as manifestações dos<br />
convidados, os senadores presentes à<br />
sessão puderam tecer considerações sobre<br />
o projeto da reforma trabalhista. Ricardo<br />
Ferraço (PSDB-ES), que é relator do projeto<br />
na CAE, foi o primeiro a falar. Ele manifestou<br />
preocupação com as mudanças promovidas<br />
no acesso à Justiça gratuita. Para ele, é<br />
preciso cuidado para que os trabalhadores<br />
mais pobres não tenham dificuldades para<br />
buscar seus direitos caso se inviabilize para<br />
eles a gratuidade.<br />
A presidente da CAS, senadora<br />
Marta Suplicy (PMDB-SP), falou em seguida.<br />
Para ela, o Senado tem obrigação de dar a<br />
sua palavra sobre o tema e fazer mudanças<br />
sobre o texto que foi remetido pela Câmara<br />
dos Deputados.<br />
- Vamos fazer, mesmo que seja difícil,<br />
o enfrentamento político, com a convicção<br />
de que é o melhor para o Brasil, para a<br />
dinâmica da economia. Aqui há um<br />
consenso de que deve haver mudanças,<br />
mas também o trabalhador não pode ser<br />
um perdedor nessa história - afirmou.<br />
A maior parte das opiniões<br />
externadas durante o período de<br />
intervenções dos senadores foi em oposição<br />
à reforma. Paulo Paim (PT-RS), por<br />
exemplo, classificou a proposta como<br />
"perversa" e disse que ela "desumaniza"<br />
as relações de trabalho. Paulo Rocha (PT-<br />
PA) afirmou que ela "retroage décadas" de<br />
direitos trabalhistas.<br />
A líder do PT, senadora Gleisi<br />
Hoffmann (PR), criticou o que percebe<br />
como "pressa" na análise da reforma no<br />
Senado. Para ela, a realização de uma<br />
audiência conjunta entre duas comissões<br />
no Plenário foi uma forma encontrada pela<br />
base do governo para apressar as<br />
discussões.<br />
- Estamos vendo na prática um<br />
regime de urgência. Não podemos ser<br />
mansos aqui, senão quem vai pagar a conta<br />
é o povo brasileiro. Não vamos aceitar<br />
regime de urgência dessa matéria. Vamos<br />
discutir à exaustão - disse.<br />
Do outro lado, o senador Ataídes<br />
Oliveira (PSDB-TO), último orador da<br />
sessão, elogiou a proposta. Ele disse não<br />
ser verdadeira a tese de que a reforma<br />
retira direitos, e argumentou que, em vez<br />
disso, ela trará mais trabalhadores para o<br />
emprego formal e a CLT, através de<br />
mecanismos como a regulamentação do<br />
trabalho intermitente (por hora).<br />
- Se fosse para tirar direito do<br />
trabalhador, eu jamais apoiaria esta<br />
reforma trabalhista. A retomada do<br />
emprego no Brasil passa obrigatoriamente<br />
por ela. [Com] esse trabalho intermitente,<br />
por exemplo, nós vamos trazer muita<br />
gente da informalidade - explicou.<br />
EXXTRA | 13 de maio, 2017 35