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Revista de Modelismo

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Jun-Jul / 2016<br />

1


Jun-Jul / 2016<br />

Editorial<br />

Finalmente o Brasil começa tomar novos rumos com um novo governo<br />

(mesmo que provisório, por enquanto), mas um ar de renovação e novas<br />

esperanças estão substituindo o desanimo e a falta de perspectivas<br />

reinantes até o momento.<br />

O hobby/modelismo de uma maneira geral também sofrido bastante com<br />

a crise, principalmente pelo fato que os hobbies em geral são os primeiros a<br />

serem sacrificados em tempos de incertezas.<br />

Mas o Brasil é experiente em superar crises. Essa não é a primeira e,<br />

provavelmente, não será a última. Mas é a primeira crise em nossa história<br />

produzida e mantida por um governo.<br />

No aspecto geral os grandes eventos perderam um pouco de espaço para<br />

os eventos menores, que ficam mais perto de nossas casas evitando longas e<br />

dispendiosas locomoções. Se por um lado foi ruim para os grandes eventos,<br />

tem sido muito bom para os pequenos que tiveram um acréscimo de participantes<br />

significativo.<br />

Nesta edição você encontrará uma cobertura completa do que foi o 31º<br />

Fesbraer que ocorreu no final do mês de abril, juntamente com a matéria<br />

do AeroKoro, em Coromandel (MG). Também estamos falando da fotografia<br />

aérea feita a partir de um drone ou aeromodelo, uma novidade que veio para<br />

ficar principalmente graças ao tamanho e a qualidade das câmeras de hoje<br />

em dia.<br />

A manutenção de automodelo também não foi esquecida e apresentamos<br />

todos os cuidados que você deve ter com o seu auto, principalmente se você<br />

for guardá-lo por algum tempo.<br />

Na parte de plastimodelismo estamos apresentando um kit fabricado pela<br />

Airfix, o Gloster Gladieitor, que vem a ser um kit da nova leva de kits fabricados<br />

pela Airfix. Estes kits apresentam inovações importantes desde os novos<br />

moldes, fabricados e esculpidos com alta tecnologia, e novos produtos que<br />

têm tornado a Airfix uma referência em qualidade nos últimos tempos.<br />

Bem, meu amigo leitor, só posso desejar uma ótima leitura.<br />

Indice<br />

04 - Hangar Escala - Top Gun o maior dos Maiores.<br />

08 - Entrevista Dino DiGiorgio - USA<br />

10 - 31º FESBRAER<br />

26 - Fotografia Aérea - Como fazer suas fotos aéreas.<br />

30- 5º Encontro de Aeromodelismo de Coromandel - MG<br />

34 - Tudo sobre manutenção preventiva do seu<br />

automodelo !!!<br />

38 - Gloster Dladiator J-8A Gladiator MkII - 1/72 - Airfix<br />

44 - O Canhoneiro Voador ICM MODELS - YAK - 9K<br />

EXPEDIENTE<br />

Diretor – Editor<br />

José Luiz Affonso<br />

joseluiz@hobbynews.com.br<br />

Editor Colaborador de Aeromodelismo<br />

Rogério Araújo<br />

Editor Colaborador de Aeromodelismo – VCC<br />

Heraldo S. Suraci<br />

Editor Colaborador de Automodelismo<br />

Rodrigo Bergamo<br />

Editor Colaborador de Ferreomodelismo<br />

Christian Steagall-Condé<br />

Luciano Marcassa<br />

Editor Colaborador de Helimodelismo<br />

Bráulio Lorenzo<br />

Editor Colaborador de Plastimodelismo<br />

Alcides Diniz Garcia Junior<br />

Ricardo Gasparini Mattua<br />

Redação - contato@hobbynews.com.br<br />

Participaram desta Edição:<br />

Bruno Santin Cascapera, Celito Monteiro, Dino<br />

DiGiorgio, Fernando Caveira, Guilherme Perdomo de<br />

Castro, Helton Balaban, José Luiz Affonso, Luiz Moura,<br />

Margareth Perdomo de Castro,<br />

Roberto Valadares Caiafa, Willian Cardoso<br />

Designer Gráfico e Artes<br />

Casa de Idéias<br />

Ilustrações<br />

Gilson Marôco e Mario A. Saldatelli<br />

Distribuição, Informática e Mídia Eletrônica<br />

Celito Monteiro<br />

Assinatura e Atendimento do Leitor<br />

R. Constâncio Colalilo, 667 – V. Augusta –<br />

Guarulhos – SP. – 07024-150 – Fone: 11 2425-2998<br />

revista@hobbynews.com.br<br />

www.hobbynews.com.br<br />

Gerente Comercial:<br />

Margareth Perdomo de Castro<br />

margarethcastro@hobbynews.com.br<br />

Fone: 11 3271-5014<br />

Impressão e FTP:<br />

GRASS - São Sebastião da Grama - SP.<br />

Distribuição Nacional em bancas: Dinap<br />

Planejamento de Circulação em Venda Avulsa<br />

EDICASE – Soluções para Editores<br />

Fone: 11 3772-4303 / www.edicase.com.br<br />

Operações de Manuseio<br />

FG Press – Fone: 11 3697-2277<br />

Nossa capa: Yak 54, 55% de escala, com<br />

motor ZDZ 420cc, pilotado por Fábio Borges<br />

da FAM Modelismo no 31º Fesbraer<br />

Foto: Roberto Caiafa / Gloster Gradiator<br />

J-8A - Foto: Bruno Santim Cascapera.<br />

https://www.facebook.com/revista.hobbynews<br />

A <strong>Revista</strong> <strong>Hobby</strong> <strong>News</strong>® não se responsabiliza pelos produtos<br />

e serviços oferecidos pelos seus anunciantes, bem<br />

como pelas matérias assinadas cujo conteúdo é de inteira responsabilidade<br />

de seus autores. HOBBY NEWS® é uma publicação<br />

bimestral da ZLC Comunicação e Marketing Ltda.<br />

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação<br />

pode ser reproduzida, armazenada em computador ou<br />

transmitida de qualquer forma ou por qualquer meios, eletrônicos,<br />

mecânicos, por fotocópia, gravação ou outros, sem<br />

a permissão expressa e escrita do titular dos direitos autorais.<br />

3


<strong>Revista</strong> <strong>Hobby</strong> <strong>News</strong><br />

Olá amigos!<br />

2016 têm sido um ano muito<br />

bom e agitado para o modelismo escala!<br />

Começamos bem!<br />

Tivemos dois grandes eventos de escala<br />

que foram extremamente bem recebidos<br />

pelos pilotos e pelo público: Warbirds em<br />

Santa Gertrudes (janeiro) e o Corsair Day<br />

em Limeira agora em maio. Fiquei muito<br />

contente com a participação dos modelistas<br />

nos eventos, pois do meu ponto de vista,<br />

subimos um degrau na categoria escala.<br />

O engajamento dos pilotos nos eventos<br />

tem sido muito alto, muitos voos, muitas<br />

trocas de idéias e muito companheirismo.<br />

Teremos ainda outros dois eventos<br />

grandes em 2016 já agendados – Warbirds<br />

Over Itu (CCA itu – 25 e 26 de junho) e o<br />

Broa Fly In (19 a 12 agosto – Broa).<br />

Também tivemos em maio o TopGun –<br />

Campeonato Mundial de Escala, no qual eu<br />

tive o prazer de participar junto dos 130<br />

melhores pilotos do mundo e também tive<br />

a oportunidade de entrevistar Dino DiGiorgio,<br />

um dos melhores pilotos escala de todos<br />

os tempos. Em 2016 Dino ganhou seu<br />

9º TopGun e entrou pro Hall da Fama da<br />

competição.<br />

Confira a seguir na sessão Hangar Escala!<br />

O<br />

TopGun realmente deve ser chamado<br />

de Campeonato Mundial. Todos<br />

os melhores construtores e melhores<br />

pilotos estão presentes. O evento<br />

surpreende a cada ano. Em 2016, tivemos<br />

recorde de pilotos convidados num total<br />

de 134. Os aeromodelos também surpreenderam:<br />

98 modelos com envergadura<br />

acima de 100 polegadas ou 2,55m. Hoje<br />

é o maior campeonato escala do mundo,<br />

com mais de 600 voos oficiais durante a<br />

semana, sendo julgados por 10 juízes de<br />

voo e 8 juízes para avaliação estática.<br />

Infelizmente ambos competem na mesma<br />

categoria que eu. Vejam que detalhes<br />

impressionantes!<br />

Dados do avião:<br />

Fouga Magister<br />

Fabricante: Philip Avonds<br />

Turbina: Kingtech K-100<br />

Envergadura: 105 polegadas (2,67m)<br />

Nota estática: 98,4 (total 100)<br />

Nota de voo: 96.375 e 98.500 (total<br />

100)<br />

Frank Tiano organizador do TopGun<br />

Muitos me perguntam com a mesma<br />

curiosidade que eu tinha no passado: O<br />

que esses aeromodelos têm de tão especial?<br />

O que é preciso para estar no topo?<br />

Para estar dentre os TOP FIVE de cada<br />

categoria, o modelo não somente precisa<br />

ser EXATAMENTE igual à documentação<br />

apresentada, como o piloto deve ter um<br />

nível de pilotagem beirando a perfeição.<br />

Área de voo do TopGun fica bem apertada<br />

Para entender um pouco, apresento<br />

aqui detalhes dos dois dos melhores modelos<br />

do TopGun. O Fouga Magister do<br />

venezuelano Jack Diaz e o F-104 de Peter<br />

Goldsmith. O Fouga Magister foi campeão<br />

em 2015 e 2º lugar em 2016, o F-104 foi<br />

campeão em 2016. A diferença de pontos<br />

entre eles: O F-104 ficou com 196.417 enquanto<br />

o Fouga ficou com 195.542!<br />

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Jun-Jul / 2016<br />

Peter Goldsmith também é uma pessoa<br />

muito acessível. Deu-nos muita<br />

atenção e ficamos também um bom<br />

tempo conversando sobre os detalhes do<br />

seu avião. Com todos os comandos escondidos<br />

e também um nível de detalhes impressionante,<br />

o F-104 não só era um dos<br />

maiores aviões do evento como ficou com<br />

uma das maiores notas estáticas: 98,500.<br />

Este F-104 é uma maravilha à parte!<br />

Monstruoso e perfeitamente detalhado.<br />

Apesar do tamanho, o modelo é totalmente<br />

construído em composite e fibra de<br />

vidro, o que o torna extremamente leve<br />

e ótimo de voar. Apesar do tamanho, usa<br />

uma turbina 210 que é mais do que o suficiente<br />

para levar o monstro... E o levou ao<br />

1º lugar em 2016.<br />

Vejam o tamanho e a beleza desta máquina.<br />

FICHA TÉCNICA<br />

F-104 Starfighter<br />

Fabricante: Airworld<br />

Turbina: Kingtech 210<br />

Comprimento: 164 polegadas<br />

(4,17m)<br />

Nota estática: 98,500<br />

Nota de voo: 97,850 e 98.750<br />

Team Horizon com Team Brazil: (e-d)<br />

Fernando Caveira, Juan Pablo Montoya<br />

(piloto de Formula Indy e aeromodelista),<br />

Gabriel Pelegrinni, Peter Goldsmith e Gérson<br />

Nissola<br />

Peter Goldsmith na avaliação estática<br />

5


<strong>Revista</strong> <strong>Hobby</strong> <strong>News</strong><br />

Jack Dias é uma simpatia à parte. Extremamente<br />

acessível com uma simpatia<br />

extra pelos brazucas. Ficamos<br />

quase uma hora trocando idéias e ele explicando<br />

como o avião foi feito, contando<br />

alguns segredos muito interessantes.<br />

Eu pessoalmente já havia parado para<br />

admirar o Fouga Magister anteriormente,<br />

e não havia encontrado onde eram os<br />

acessos para a parte de dentro do avião.<br />

Portas móveis do avião, onde abriam as<br />

escotilhas pra chaves de liga/desliga e<br />

abastecimento, até mesmo como acessava<br />

turbina e eletrônica. Jack me mostrou<br />

a engenhoca que abre todo o avião pela<br />

frente, desmontando o farol de nariz. Mesmo<br />

com o modelo ao alcance das mãos<br />

(e Jack simpaticamente disse: “pode mexer”!)<br />

foi impossível adivinhar. Segredos<br />

de campeão.<br />

Outro ponto bem interessante é que todos<br />

os detalhes de cockpit, bancos, piloto,<br />

painéis e equipamentos são todos presos<br />

com imãs. Basta puxar e todo o cockpit<br />

é totalmente desmontado em segundos<br />

para ter acesso total ao interior. Vejam os<br />

detalhes.<br />

Dados do avião:<br />

Fouga Magister<br />

Fabricante: Philip Avonds<br />

Turbina: Kingtech K-100<br />

Envergadura: 105 polegadas (2,67m)<br />

Nota estática: 98,4 (total 100)<br />

Nota de voo: 96.375 e 98.500<br />

(total 100)<br />

(e-d) Fernando Caveira, Ricardo Deus, Jack Jiaz e Gérson Nissola<br />

Como disse anteriormente, o TopGun<br />

é o “supra-sumo” do modelismo escala<br />

mundial. Não só em termos de aeromodelos<br />

escala, mas também em termos de<br />

tecnologia embarcada e inovação. Lá estão<br />

presentes os mais novos lançamentos<br />

junto com os mais avançados sistemas<br />

eletrônicos disponíveis no mercado. As<br />

principais marcas e produtos como estabilizadores<br />

de voo, gyros, eletrônica e<br />

motores que existem hoje estão presentes<br />

nessas máquinas. Não somente para<br />

combater o terrível vento cruzado que nos<br />

aflige todos os anos, mas para chegar ao<br />

máximo em precisão de voo!<br />

Literalmente é a Formula1 do aeromodelismo,<br />

um evento-show. Coerentemente<br />

chamado de Campeonato Mundial, vale a<br />

pena estar presente mesmo pra assistir e<br />

Interessou em Escala?<br />

Conecte-se com a comunidade Escala<br />

no Facebook e participe dos grupos<br />

de discussão!<br />

Busque no Face: Campeonato Brasileiro<br />

Aeromodelismo Escala F4 – Aeromodelismo<br />

Escala Brasil<br />

ver como essas máquinas perfeitamente<br />

escala voam nas mãos dos melhores do<br />

mundo!<br />

Fernando Caveira<br />

é bicampeão<br />

Brasileiro de Escala<br />

e atual competidor<br />

do TopGun “World<br />

Tournament” nos<br />

EUA<br />

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Jun-Jul / 2016<br />

Nome - Dino DiGiorgio<br />

Idade - 44<br />

City - Fort Pierce, Flórida, EUA<br />

Anos de modelismo - 38<br />

Dino é um mito do aeromodelismo escala.<br />

Campeão nove vezes do TopGun, Dino é<br />

um ícone do aeromodelismo escala no<br />

EUA e em muitos países. Conhecido carinhosamente<br />

como “IceMan” – “homem de gelo”,<br />

Dino é daqueles modelistas que voa muito bem<br />

qualquer tipo de avião, jatos, hélices, elétricos,<br />

escala, etc.<br />

Tive a oportunidade de estar com ele nas<br />

últimas edições do TopGun e pude conhecê-lo<br />

melhor e admirar mais ainda seu caráter e sua<br />

dedicação ao modelismo. Hoje Dino é o CEO da<br />

Meister Scale, uma das mais conhecidas empresas<br />

de aeromodelos escala dos EUA.<br />

Desde quando você está interessado<br />

em aviação e aeromodelismo?<br />

Essa paixão foi passando para mim<br />

quando eu era ainda muito novo. Basicamente<br />

desde que eu nasci. Eu tive um modelo<br />

na minha mão desde pequeno. Meu<br />

pai, Dino também era aeromodelista.<br />

Eu me lembro de ir para a pista e ajudar<br />

meu pai na limpeza dos aviões dele.<br />

Então, quando eu tinha 7 anos, eu estava<br />

taxiando um treinador um pouco rápido<br />

demais e ele decolou. Eu disse: “O que eu<br />

faço?” Meu pai respondeu: “Traga o acelerador<br />

para baixo lentamente e adicione<br />

um pouco do elevador”.<br />

Bem, essa foi a minha primeira experiência<br />

e eu era viciado! Meu primeiro modelo<br />

R/C foi um planador Sportavia com<br />

um motor COX 0,049. Em seguida, tive<br />

um Carl Goldberg Águia 63.<br />

Voei F3A por alguns anos até que, no<br />

início dos anos 80, eu percebi que a minha<br />

paixão era a escala gigante. Meu primeiro<br />

modelo em escala gigante foi um Robin 99<br />

com um Zenoah G-38 da Indy RC Models.<br />

Naquela época, você poderia comprar o kit<br />

e motor por 100 dólares.<br />

Após isso, comecei minha paixão pelos<br />

Warbirds e modelos da Segunda Guerra, e<br />

adoro isso até hoje.<br />

Hoje você é o CEO de Meister Planes,<br />

anteriormente propriedade de<br />

Jim Meister. Quando e por que você<br />

decidiu comprar a Meister Scale?<br />

Como anda a evolução da empresa<br />

após sua entrada?<br />

Comprei a empresa em 21 de abril de<br />

2005 de Dick Bernier. Dick era um amigo<br />

querido e parceiro de Jim Meister. Quando<br />

eu comprei a empresa, basicamente<br />

vendíamos plantas e algumas peças de<br />

plástico. Desde então, aprimoramos os<br />

processos de produção e substituímos todas<br />

as peças de plástico por fibra de vidro.<br />

Também criamos inúmeras fuselagens em<br />

fibra de vidro para a maioria de nossa linha<br />

de kits, juntamente com muitos acessórios.<br />

Eu acredito que a Meister oferece a<br />

maioria dos acessórios para seus modelos<br />

do que qualquer outra empresa de kits.<br />

Temos basicamente todos os acessórios<br />

para nossa linha.<br />

3. Um dos modelos mais populares<br />

e desejados é atualmente o Meister<br />

P-47. O que faz tão especial?<br />

O próprio P-47 é um grande projeto.<br />

O modelo tem grandes linhas e tem um<br />

desempenho de voo e manobrabilidade<br />

Dino posando com o seu Meister P-47 e com o Dauntless que competiu em 2016<br />

7


<strong>Revista</strong> <strong>Hobby</strong> <strong>News</strong><br />

Dino e seu pai com o P-47 campeão em 1995<br />

muito bom. O grande segredo é o perfil<br />

da asa, que tem ótimas características de<br />

voo. Jim Meister colocava em todos os kits<br />

o aerofólio Clark-Y modificado desde os<br />

desenhos originais do kit. Basicamente, a<br />

asa tem base plana (muito parecido com<br />

um treinador) que cria alta sustentação e<br />

faz com que o avião seja extremamente<br />

estável durante os voos lentos. O grande<br />

sucesso dos modelos de Jim era sua facilidade<br />

de construção e a facilidade de voar.<br />

Antes da Meister, Jim fazia modelos menores<br />

que ele vendia sob a marca Jemco.<br />

Após a Jemco, Jim e Dick projetaram dois<br />

modelos ultraescala do Dauntless e o P-51<br />

sob o nome de Master Scale. Ambos os<br />

modelos eram muito precisos na competição<br />

escala.<br />

4. Você é nove vezes campeão do<br />

TopGun, e em 2015 e 2016 você ganhou<br />

ao pilotar os aeromodelos do<br />

seu falecido pai. Como foi a sensação<br />

de fazê-los voltar a voar depois de todos<br />

estes anos?<br />

É sempre uma grande emoção ganhar<br />

o TopGun em qualquer classe. Recriar o<br />

P-47 do meu pai, que nós construímos<br />

juntos em 1994, e trazê-lo para TopGun<br />

em 1995 foi incrível. Foi um dos poucos<br />

aviões que competimos juntos. Tivemos<br />

algumas questões importantes naquele<br />

ano com o motor e o retrátil. Eu sempre<br />

tive uma decepção de não conseguir reformar<br />

este modelo durante estes anos, e o<br />

modelo foi guardado na casa de um amigo<br />

e esquecido.<br />

Um dia, meu amigo Doug Smith disse:<br />

“Você sabe o quê devemos fazer? Devemos<br />

retomar o P-47 JUG do seu pai e reconstruí-lo<br />

para a reunião de 20 anos do<br />

TopGun.” Depois de uma breve conversa<br />

o projeto estava em andamento. Sem a<br />

ajuda de Doug e muitas outros caras que<br />

faziam parte da tripulação, o avião nunca<br />

teria sido concluído. Levá-lo de volta ao<br />

TopGun após 20 anos e voar aflorou algumas<br />

emoções em mim. Chegar à primeira<br />

colocação foi a melhor sensação do mundo.<br />

Não haverá uma vitória mais memorável<br />

para mim graças a esse modelo em<br />

particular.<br />

Já a construção Dauntless, do Ziroli,<br />

havia sido iniciada por volta de 1997 pelo<br />

meu pai. Meu pai não teve tempo para terminá-lo<br />

e o enviou para meu amigo, Wayne<br />

Fussell. Wayne terminou a construção<br />

até a pintura e instalação de equipamentos.<br />

Muitos anos depois, em 2009, finalmente<br />

voamos o Dauntless no evento Monster<br />

Planes na Flórida. Então Wayne teve que<br />

mudar para a Geórgia e pediu-me o SBD<br />

de volta. Ele fez um trabalho incrível com<br />

o modelo e depois de todos estes anos ficou<br />

ótimo para competir.<br />

Cheguei novamente em primeiro. Senti-me<br />

especial, levando mais uma vitória<br />

para meu pai e Wayne. Eu só queria que<br />

eles pudessem estar lá pessoalmente. Sei<br />

que meu pai está sempre observando lá<br />

de cima!<br />

5. Finalmente, quando vai você<br />

vem para visitar Brasil e voar com a<br />

gente?<br />

Eu adoraria ir ao Brasil e voar com vocês!<br />

Vocês [os brasileiros] são todos gente<br />

muito legal pra estar junto! Seria uma experiência<br />

incrível ir visitar o Brasil.<br />

Ainda estou rezando e jogando na loteria<br />

pra conseguir reservar minha viagem!<br />

Dino posa com a camiseta do Team Brazil<br />

Dino, Fernando Caveira e Gérson Nissola


Jun-Jul / 2016<br />

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<strong>Revista</strong> <strong>Hobby</strong> <strong>News</strong><br />

Fábio Borges, com a assistência de seu irmão Fabrício, executa<br />

um Tork Roll perfeito com um jato J-10 com motor vetorado.<br />

Foto: Roberto Caiafa<br />

31º FESBRAER<br />

no Asas do Vale, Gaspar (SC)<br />

Redefinindo Torque Roll<br />

com Jatos e Giants, e muito mais!<br />

Texto: Roberto Valadares Caiafa<br />

Fotos: Roberto Caiafa e Celito Monteiro<br />

Entre 21 a 24 de abril, a 31ª edição do<br />

Festival Brasileiro de Aeromodelismo,<br />

ou FESBRAER, movimentou o clube<br />

Asas do Vale, em Gaspar (SC). Uma estrutura<br />

completa para a prática do hobby/<br />

esporte modelismo rádio-controlado, com<br />

áreas distintas para aeromodelos, helimodelos,<br />

nautimodelos, automodelos on-road<br />

e off-road, mais um amplo estacionamento,<br />

shopping, restaurante, ônibus loja<br />

e muito mais, fizeram com que o encontro<br />

entra pela sua quarta década de grandes<br />

momentos justificando a frase “Só quem<br />

foi sabe como é bom”.<br />

10<br />

E nessa 31ª edição, esse “bom” se traduziu<br />

em eficiência e muitos elogios tanto<br />

pela organização, a cargo da direção do<br />

Asas do Vale (Ernando Luiz Leite – presidente,<br />

Jurandir Carlos Romão - secretário,<br />

Edson José C. Chemure - diretor de aeromodelismo),<br />

quanto pelo trabalho realizado<br />

por homens e mulheres envolvidos em<br />

postos chave do evento, indo do estacionamento<br />

a segurança de voo, do pessoal<br />

da ambulância UTI até a equipe de seguranças,<br />

dos profissionais do restaurante as<br />

lojas do Shopping FESBRAER, e claro, pilotos,<br />

mecânicos, convidados, admiradores<br />

e amantes do hobby. Uma boa “abertura”<br />

de artigo, certo?<br />

Certíssimo. Mas nesse ano de 2016, os<br />

presentes ao FESBRAER viram uma Confederação<br />

Brasileira de Aeromodelismo,<br />

ou COBRA, atuante e resolvendo velhos<br />

problemas que acometiam os praticantes<br />

do “hobby/esporte aeromodelismo”, como<br />

fez questão de frisar seu presidente, Rogério<br />

Luis Lorizola (BRA 4131), ao ser entrevistado<br />

por <strong>Hobby</strong> <strong>News</strong> “Completamos<br />

um ano da atual administração no início<br />

de abril último e nesse espaço de tempo<br />

alcançamos boas marcas que comprovam<br />

um grande avanço na relação entre<br />

os aeromodelistas, seus clubes de origem


Jun-Jul / 2016<br />

Republic P-47 Thunderbolt na escala 1:4,5, “Razorback”, motor MOKI<br />

250cc, pilotado pelo engenheiro Jonas Dieter Oehlemann, de Blumenau (SC)<br />

- Foto: Roberto Caiafa<br />

e a COBRA. Importante frisar que o FES-<br />

BRAER, como grande evento de amplitude<br />

nacional, foi o local escolhido para lançarmos<br />

a criação das Federações Estaduais<br />

de Aeromodelismo, Santa Catarina sendo<br />

o primeiro estado dessa nova fase (o Rio<br />

Grande do Sul foi o pioneiro). Nossos planos<br />

para o restante do ano incluem a criação<br />

das federações de Minas Gerais e do<br />

Rio de Janeiro, e mais a frente, a de São<br />

Paulo, essa um pouco mais complexa na<br />

sua articulação, já que envolve pelo menos<br />

45 clubes.”<br />

Mas vamos voltar a COBRA mais tarde.<br />

31º FESBRAER e seus DESTAQUES<br />

O caráter nacional e continental do<br />

FESBRAER significa que muitos dos pilotos<br />

e equipes presentes nos dias de evento<br />

(e seus familiares muitas vezes) realizam<br />

longas viagens para chegarem a Gaspar,<br />

localizada no Vale do Itajaí. E isso certamente<br />

envolve pesados custos em deslocamentos,<br />

equipamentos, transporte<br />

de pessoal e material, hospedagem, etc.<br />

A imagem das carretinhas das equipes é<br />

algo típico no Asas do Vale. Não existem<br />

dados disponíveis oficiais, mas é visível<br />

a movimentação que o evento causa na<br />

economia da região, com reflexos em Blumenau<br />

e cidades vizinhas. Em 2016, segundo<br />

dados extra-oficiais colhidos entre<br />

os pilotos, cerca de 400 pessoas teriam se<br />

inscrito para voar ou participar diretamente<br />

do 31º FESBRAER, e destes, acreditavase<br />

inicialmente que somente que uns 100<br />

pilotos voariam durante os quatro dias. De<br />

fato, mesmo no sábado, dia com maior<br />

promessa de gente voando, os boxes não<br />

ficaram tão cheios como em outras edições<br />

do encontro. Aí o leitor poderia ser<br />

induzido a pensar “Evento sem emoção”,<br />

certo? ERRADO meu amigo, e por larga<br />

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<strong>Revista</strong> <strong>Hobby</strong> <strong>News</strong><br />

A-10 Thunderbolt II da Força Aérea dos Estados Unidos<br />

da América, armado com bombas MK.82, bombas<br />

de fragmentação CBU, mísseis ar-terra Maverick<br />

AGM-65, mísseis ar-ar AIM-9 Sidewinder e equipamento<br />

de contramedidas eletrônicas (ECM). Piloto<br />

Luis Otávio Oliveira Neto (RJ) - Foto: Roberto Caiafa<br />

margem! Os destaques do 31º FESBRAER<br />

se encarregaram de colocar “pilha” em todos<br />

os presentes.<br />

O Gigante YAK<br />

Sem sombra de dúvidas, e até pelo seu<br />

tamanho (só existem três no mundo voando),<br />

o Yak 54, 55% de escala, com motor<br />

ZDZ 420cc, voado por Fábio Borges da<br />

FAM Aeromodelismo, foi algo de animal.<br />

Um aeromodelo realmente muito grande<br />

e com boa capacidade acrobática para<br />

suas proporções, executando inclusive a<br />

manobra torque roll com total autoridade<br />

de comandos e segurança de voo. E desta<br />

vez, com a especial locução de Fabão<br />

Borges, pai de Fábio Borges, de volta ao<br />

FESBRAER com muitos VAAAAAPOS, pulos<br />

e cambalhotas. O genial montador de aeromodelos,<br />

narrador de qualquer evento e<br />

customizador de motocicletas importadas<br />

é realmente um show a parte. Formando<br />

dupla com Vadico, a voz oficial do FES-<br />

BRAER há muitos anos, Fabão incendiou<br />

a plateia que assistiu chocada as manobras<br />

do YAK 54, detalhe, o aeromodelo<br />

estava ainda com poucas horas de voo e<br />

“amaciando” seu motor. Ou seja, poderia<br />

ter rendido mais. E, nesse ponto, falar de<br />

Fábio Borges e sua pilotagem é algo inevitável.<br />

O cara é simplesmente o melhor piloto<br />

do aeromodelismo brasileiro, e isso há<br />

muitos anos, a qualidade da pilotagem somada<br />

a leveza na execução das manobras<br />

tornou um mostro de 55% de escala em<br />

uma máquina dócil. O torque roll da “coisa”<br />

parecia uma pintura, um pôster daqueles<br />

que você coloca na parede e mostra orgulhoso<br />

para os amigos. E os detalhes na<br />

melhora de performance do YAK-54 como<br />

as entradas de ar perfil NACA no cooling<br />

do motor, e diversos outros upgrades são<br />

a marca registrada do trabalho realizado<br />

por Fabrício Borges, o irmão parceiro/mecânico<br />

de Fábio Borges. A ficha técnica do<br />

YAK 54 mostra bem isso, a começar pelo<br />

motor ZDZ 420 com tuned pipes desenhados<br />

pela FAM Aeromodelismo (+ 40hp de<br />

força), 18 servos Futaba e um sistema de<br />

distribuição de energia Power Box Champion<br />

com 80A de pico, hélice biela 39x12 e<br />

spinner confeccionado especialmente para<br />

ele.<br />

Não satisfeito em brilhar com seu YAK-<br />

54 gigante, Borges ainda trouxe a Gaspar<br />

dois jatos J-10 de 4ª geração, tido como<br />

12


Jun-Jul / 2016<br />

a resposta chinesa ao F-35 JSF. Com um<br />

desses “chineses” nas mãos, o piloto da<br />

FAM Aeromodelismo realizou o inimaginável,<br />

a manobra torque roll bem próxima ao<br />

solo, escorando o jato na coluna de potência<br />

da turbina e bailando girando no eixo<br />

do J-10 de forma absolutamente graciosa.<br />

Sem erros, sem qualquer falha de execução,<br />

do jeito que chega vai embora sem<br />

nenhum desvio. E fica visível que se trata<br />

de algo muito difícil de fazer, a concentração<br />

do Fábio Borges nessa hora é total,<br />

o calling (auxiliar) cuidando do espaço a<br />

sua volta. É um belo trabalho em equipe,<br />

e só essas duas emoções já “pagariam o<br />

ingresso” do FESBRAER tranquilamente.<br />

O jato é um modelo Carf Models de empuxo<br />

vetorado equipado com servos Futaba,<br />

turbina Frank 220, vetor preparado<br />

especialmente pela FAM Aeromodelismo e<br />

sistema eletrônico Power Box com i-gyro.<br />

Alta tecnologia.<br />

Mas teve mais, muito mais! Rodrigo<br />

Narvaes, piloto que tradicionalmente voa<br />

máquinas montadas pelo Marcos Rodrigues,<br />

da Marquinhos Modelismo, comandou<br />

em Gaspar seu Jato Diamond, uma<br />

quase nave espacial de formato exótico<br />

meio alienígena (asas e cauda em T enflechadas)<br />

e forte assovio da sua turbina<br />

quando em voo, lembrando bastante o<br />

Fouga Magister francês. E grita alto mesmo.<br />

Com esse design inusitado e barulhento,<br />

acabou premiado pela direção do<br />

FESBRAER como aeromodelo destaque<br />

2016, merecidamente. Não foi o único tipo<br />

de jato voado pelo piloto, mas certamente,<br />

o mais diferente nos céus de Gaspar<br />

em 2016.<br />

Falando em Marquinho Modelismo e sua<br />

turma, os voos com o belo Embraer T-27<br />

Tucano do EDA - Esquadrilha da Fumaça<br />

no antigo esquema de pintura “Red, White<br />

and Black” copiado do protótipo do F-20<br />

Tigershark (anos 80), com o piloto Alexandre<br />

Bruno, de São Paulo, prepararam<br />

o terreno para os jatos Skymaster da dupla<br />

Henrique Hingst e Luis Otávio Oliveira<br />

Netto. Os caras voaram em formação seus<br />

Viper Jet com belos passes “sujos” flapeados<br />

ou em alta velocidade com fumaça.<br />

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<strong>Revista</strong> <strong>Hobby</strong> <strong>News</strong><br />

Jatos Skymaster da dupla Henrique Hingst e Luis<br />

Otávio Oliveira Netto. Os caras voaram em formação<br />

seus Viper Jet - Foto: Roberto Caiafa<br />

Luis Otávio, que é piloto carioca afiliado a<br />

Equipe Verde e Amarela (EVA), além de<br />

voar esse modelo Skymaster, trouxe outro<br />

clássico da marca, o poderoso A-10<br />

Thunderbolt II da Força Aérea dos Estados<br />

Unidos da América, armado com bombas<br />

MK.82, bombas de fragmentação CBU,<br />

mísseis ar-terra Maverick AGM-65, mísseis<br />

ar-ar AIM-9 Sidewinder e equipamento de<br />

contramedidas eletrônicas (ECM). Belos<br />

voos de jatos sobre Gaspar!<br />

Warbirds 1: P-47 reina no céu!<br />

Pelo menos três aeromodelos Republic<br />

P-47 Thunderbolt na escala 1:4,5, muito<br />

interessantes, voaram em Gaspar, com o<br />

detalhe de usarem motores radiais tal e<br />

qual seus pares escala real! Além de um<br />

P-47B “Razorback” das primeiras séries<br />

de produção, em verde-oliva clássico, motor<br />

MOKI 250cc, pilotado pelo engenheiro<br />

Jonas Dieter Oehlemann, de Blumenau<br />

(SC), voaram os coloridos P-47D com os<br />

esquemas de pintura “LiL Abner Blue 44” e<br />

“Jackies Revenge”, sendo que o segundo é<br />

um ativo participante de shows aéreos nos<br />

Estados Unidos. Esses caças bombardeiros<br />

enormes, armados com oito metralhadoras<br />

.50, equiparam o 1º Grupo de Caça da<br />

Força Aérea Brasileira na Itália, entre fins<br />

de 1944 até maio-junho de 1945, onde os<br />

pilotos brasileiros, mecânicos e pessoal de<br />

terra escreveram seus nomes na história<br />

da luta contra o nazi-facismo. Na sexta<br />

Diretoria da Federação Catarinense de Aeromodelismo<br />

Rogério Lorizola, presidente da COBRA<br />

Republic P-47 Thunderbolt na escala 1:4,5, motor MOKI 250cc, voaram os coloridos<br />

P-47D com os esquemas de pintura “LiL Abner Blue 44” e “Jackies Revenge”<br />

- Foto: Roberto Caiafa<br />

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Jun-Jul / 2016<br />

Embraer T-27 Tucano do EDA - Esquadrilha da Fumaça no antigo<br />

esquema de pintura “Red, White and Black”, piloto Alexandre Bruno,<br />

de São Paulo - Foto: Roberto Caiafa<br />

feira, 22 de abril, Dia de Aviação de Caça,<br />

Vadico lembrou a data enquanto os P-47<br />

voavam sobre o Asas do Vale. No dia seguinte,<br />

23, John W. Buyers, o último piloto<br />

do Senta a Pua ainda vivo foi cumprir uma<br />

nova missão no céu, falecendo em Recife<br />

(PE). O piloto e colaborador da <strong>Revista</strong><br />

<strong>Hobby</strong> <strong>News</strong>, Rogério Araújo, já participou<br />

de competições internacionais de aeromodelismo<br />

escala, como o prestigioso Top<br />

Gun, nos EUA, voando um P-47D nas cores<br />

e marcas do Senta a Pua.<br />

Warbirds 2: Quick Silver P-51D<br />

Mustang<br />

A busca pelo diferente quando se trata<br />

de máquinas e velocidade parece ser a filosofia<br />

de Thiago Ribeiro Cechinato, de 30<br />

anos. Esse gaúcho de Vacaria (RS), empresário<br />

do ramo têxtil, investiu seis anos<br />

de seu tempo, por exemplo, para montar<br />

do zero um WW Gol 1988 2.0 Turbo Intercooler<br />

com um motor de 300 cavalos de<br />

potência, único. No aeromodelismo escala,<br />

Thiago também optou por adotar uma<br />

aeronave que fosse única, se não pelo modelo<br />

escolhido, um P-51 Mustang, pela sua<br />

história de operação. Após muita pesquisa,<br />

surgiu o nome “Quick Silver”, em português<br />

algo como “Prateado Explosivo”.<br />

Esse foi o avião adotado por Thiago,<br />

que nos conta “Achei esse P-51D Mustang<br />

na internet, sua história me pareceu bastante<br />

original, e tomando como base um<br />

kit Top Flite todo em fibra epóxi com hélice<br />

23x8 e motor DLE 55RA, comecei a modificá-lo,<br />

levando seis meses para deixá-lo<br />

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<strong>Revista</strong> <strong>Hobby</strong> <strong>News</strong><br />

pronto, inclusive com pintura especial contratada<br />

ao artista André Beutler replicando<br />

os detalhes da aeronave verdadeira. Tudo<br />

começou com pilotos de caça que voaram<br />

o Mustang durante e após o Dia D, a invasão<br />

aliada do continente europeu a partir<br />

das praias da Normandia, França. Pintados<br />

com listras brancas e negras nas asas<br />

e fuselagem, específicas para os voos de<br />

invasão, os diferentes tipos de aviões aliados<br />

lançaram dezenas de paraquedistas,<br />

atacaram posições alemãs com toneladas<br />

de bombas e transportaram milhares de<br />

toneladas de víveres e suprimentos logísticos,<br />

munições e feridos, dentre outras<br />

tarefas. Caças como os North American<br />

P-51D Mustang receberam a nada fácil<br />

missão de vencer a Força Aérea Alemã<br />

(Luftwaffe) onde ela fosse encontrada, e<br />

também escoltaram os lentos e vulneráveis<br />

bombardeiros Boeing B-17 Flying Fortres<br />

e Consolidated B-24 Liberator”, conta<br />

Cechinato.<br />

“E foi aí que surgiu em cena o Quick<br />

Silver”, continua Thiago “No pós guerra, o<br />

norte-americano William “Bill” Yoak e sua<br />

esposa decidiram prestar uma homenagem<br />

aos veteranos da América na forma<br />

da reconstrução de um caça P-51D para<br />

condição de novo de fábrica, e recebendo<br />

uma pintura personalizada com partículas<br />

(sparkles ou faíscas), muito especial, que<br />

homenageassem os veteranos de todas<br />

as guerras que os Estados Unidos lutaram<br />

(não são poucas, diga-se). A cor negra<br />

que envolve o nariz do avião até o cockpit<br />

representa a proteção que as forças armadas<br />

dão a nação Americana, e sua fuselagem<br />

de metal imaculadamente polido serve<br />

para refletir a imagem de quem admira<br />

o Quick Silver em solo ou em voo, que<br />

são as pessoas pelas quais os veteranos<br />

lutaram e morreram, o povo americano.<br />

A coisa toda é carregada de simbolismos”<br />

E Thiago completa sua história “Entre<br />

1994 a 2007, esse especialista em metais<br />

trabalhou em mais de 200 Mustangs recolhendo<br />

peças e partes até que seu sonho<br />

se realizasse com o primeiro voo do “reconstruído<br />

como novo” Mustang em abril<br />

daquele ano. O filho de Bill, Scott “Scooter”<br />

Yoak, aos 19 anos, tornou-se piloto<br />

de P-51 Mustang e passou a voar o Quick<br />

Silver. Na atualidade, Scott é respeitado<br />

como um dos maiores especialistas na<br />

aeronave em atividade, ajudando vários<br />

proprietários de Mustang a manterem<br />

suas máquinas em condições de voo. Com<br />

esse belo histórico, decidi que esse seria o<br />

P-51D para voar aqui no FESBRAER junto<br />

com o meu P-47D “LiL Abner Blue 44”,<br />

do 65th Fighter Squadron (57th Fighter<br />

Group).<br />

Planadores no Asas do Vale<br />

Os planadores, com suas monstruosas<br />

asas de 6,30 metros de envergadura, deram<br />

um show a parte com suas curvas de<br />

giro muito fechado usando toda a potência<br />

das turbinas. Nessa modalidade de voo, o<br />

piloto pode usar a turbina para ganhar altitude,<br />

localizando as térmicas ascendentes,<br />

e a partir daí cortar o motor e voar<br />

planando por longos períodos, sem pressa<br />

ou stress com autonomia de voo. Em Gaspar,<br />

o público pode conhecer uma forma<br />

primitiva mas eficiente de decolagem para<br />

planadores usando uma “carreta” feita<br />

de tubos de pvc desenhada para deslizar<br />

sobre rodas dando estabilidade as longas<br />

asas, criação do piloto Eduardo Locatelli,<br />

filiado ao Asas do Vale. Ao atingir velocidade<br />

suficiente para decolar, o planador<br />

modelo ASK 21 “ejeta-se” da carretinha<br />

de pvc e ganha altitude, exatamente o<br />

mesmo conceito colocado em serviço com<br />

os jatos a foguete alemães ME-163 Komet<br />

nos meses finais da 2ª Guerra Mundial.<br />

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Jun-Jul / 2016<br />

O piloto do engenho germânico ejetava<br />

suas rodas na decolagem, subia vertiginosamente,<br />

atacava os bombardeiros americanos<br />

deixando para trás suas escoltas<br />

e, caso sobrevivesse a isso tudo, pousava<br />

perigosamente sobre esquis baixados da<br />

linha central da esguia fuselagem do Komet.<br />

FPV e Drones, casamento ideal<br />

E o que dizer do esporte do futuro, a<br />

corrida de drones ou drone racing? Gaspar<br />

recebeu uma arena de obstáculos<br />

montada junto à pista de helicópteros, e<br />

uma renhida corrida teve lugar entre drones<br />

com frame do tipo ZMR 250 capazes<br />

de atingir 70 km por hora realizando curvas<br />

fechadas. Os pilotos de FPV guiaram<br />

seus engenhos usando óculos de realidade<br />

virtual com telas que recebem a imagem<br />

em tempo real das câmeras dos drones,<br />

ou seja, é como se o piloto realmente estivesse<br />

pilotando no cockpit do pequeno<br />

artefato. Wanderley Zandona, um conhecido<br />

nome do FPV nacional, foi um dos experientes<br />

pilotos que voaram em Gaspar,<br />

competindo com tranquilidade para vencer<br />

a Drone Racing. Outros “racers’ de reconhecida<br />

expressão participaram das corridas,<br />

entre eles Jose Roberto Kerne, de<br />

Caxias (RS), Heino Jaeger, de Blumenau<br />

(SC), e Rafael Ritter, de Porto Alegre (RS).<br />

Vários pilotos da comunidade brasileira<br />

de FPV estiveram presentes ao 31º FES-<br />

BRAER, sempre apresentando as últimas<br />

novidades tecnológicas de transmissão,<br />

recepção, linkagem, comando, controle e<br />

demais recursos para drones.<br />

Voar é preciso...<br />

O que dizer de um piloto versátil como<br />

Fábio Bitu, que representa nesse artigo<br />

aquele pessoal do hobby que voa tudo<br />

que aparece sem maiores problemas? Bitu<br />

comandou desde um acrobático Yak Carf<br />

motor 3W, passando por um escala Tucano<br />

60 (T-27) nas cores do EDA, até um jato<br />

Tornado K-80 equipado com câmera GO<br />

PRO para filmar as manobras. Enzo Rizzo,<br />

de Maringá (PR), piloto do Team Gabba,<br />

voou seu Extra 300 DLE 120cc e levantou<br />

a galera com suas manobras. O prata<br />

da casa Patrick Gomes, 18 anos, piloto<br />

acrobata de precisão e free-style (afiliado<br />

ao Asas do Vale), apresentou-se no 31º<br />

FESBRAER com um grande repertório de<br />

manobras extraídas do seu Extra em voos<br />

solo ou fazendo dupla com outros pilotos.<br />

Adriano Lopes, ou Cabeça como é mais conhecido,<br />

também esteve presente ao FES-<br />

BRAER demonstrando toda sua técnica e<br />

habilidade na pilotagem.<br />

A turma da hipervelocidade dos Pylons<br />

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<strong>Revista</strong> <strong>Hobby</strong> <strong>News</strong><br />

T-Rex 700 tri-pa com turbina a querosene<br />

teve seu grande momento na competição<br />

de Pylon Q 40 com três pilotos, Marcelo<br />

Arantes, Mané e Rodrigo Salsa (Pylon<br />

Team), sendo que o último foi desclassificado<br />

por não conseguir decolar seu aeromodelo.<br />

Mas isso não impediu Salsa de<br />

realizar seu conhecido show no comando<br />

do Super Decathlon 50% de escala nas<br />

cores da Associação Brasileira de Acrobacia<br />

Aérea ou ACRO (8-KCAB Super Decathlon<br />

PP-KDZ). . Representando o estado<br />

BK117 na chamativa cor amarela da ADAC<br />

Luftrettung, Alemanha - Foto: Roberto Caiafa<br />

do Ceará, o piloto Breno Silva, natural de<br />

Juazeiro, afiliado ao Centro Integrado de<br />

Modelismo, ou CIM, voou seu jato Tornado<br />

em Gaspar pelo 2º ano consecutivo e<br />

fez questão de frisar “Pilotos de todas as<br />

modalidades se encontram, trocam informações<br />

sobre as novidades, pilotagem, ou<br />

simplesmente se divertem”. Breno chegou<br />

na terça feira anterior ao evento, deixando<br />

Gaspar na terça da semana seguinte, 26<br />

de abril. Isso é FESBRAER.<br />

Helimodelos e um piloto chamado<br />

Batata<br />

Dizem que o agronegócio é a força<br />

de Uberlândia na sua eterna “briga” com<br />

Uberaba, no Triângulo Mineiro. Rivalidades<br />

a parte, vem da primeira cidade aquele<br />

que pode ser considerado, na atualidade,<br />

como o mais completo e competitivo<br />

piloto de helimodelismo em atividade no<br />

Brasil. Seu nome, Marcelo Batata. Se voar<br />

helimodelos é tido como atividade de risco<br />

extremamente dispendiosa, na medida em<br />

que “lenhas” nesse esporte costumam ser<br />

catastróficas para o equipamento e bolso<br />

do piloto, o fato é que a NÂO lenha, a<br />

manobra mais baixo, mais rasante, mais<br />

veloz, ou indo no outro extremo, mais alta<br />

com tresloucada descida e parada antes<br />

do impacto certo - que não acontece - é<br />

algo que arranca não gritos, mas hurros<br />

da trupe de helimodelistas. No 31º FES-<br />

BRAER as “mesas exclusivas para helicópteros”<br />

destinadas a essa barulhenta e habilidosa<br />

turma esteve lotada de máquinas<br />

em diferentes estilos e capacidades. E o<br />

Logo 700 do Marcelo Batata demoliu nas<br />

manobras. A facilidade dele para entrar<br />

e sair das acrobacias, sempre de forma<br />

limpa, e com energia, é de uma técnica<br />

refinada, os voos de apresentação do piloto<br />

rendendo sempre manifestações iradas<br />

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Jun-Jul / 2016<br />

Helibras Esquilo HB 350 B2 nas cores da Polícia Civil do<br />

Estado de São Paulo e o Bell 407 nas marcas da Polícia<br />

Rodoviária Federal - Foto: Roberto Caiafa<br />

da plateia. Não tem como vê-lo voando e<br />

ficar impassível as coisas que o sujeito faz<br />

com um helicóptero rádio controlado. Não<br />

por acaso, Batata também foi um dos personagens<br />

do Night Fly, do qual falaremos<br />

mais adiante.<br />

O helimodelismo no 31º FESBRAER<br />

mostrou os modelos escala, réplicas fiéis<br />

dos seus inspiradores reais. Destaque<br />

para a dupla Helibras Esquilo HB 350 B2<br />

nas cores da Polícia Civil do Estado de São<br />

Paulo e o Bell 407 nas marcas da Polícia<br />

Rodoviária Federal, muito bem acabados<br />

e com voo bastante correto. Outro escala<br />

a chamar a atenção, velho conhecido dos<br />

leitores de <strong>Hobby</strong> <strong>News</strong>, foi o “grande” helicóptero<br />

codinome “Christoph”, um BK117<br />

na chamativa cor amarela da ADAC Luftrettung,<br />

Alemanha. Voos em dupla com<br />

os pilotos Julio Japa e Salsicha animaram<br />

a pista, assim como as manobras de Lucas<br />

Venson voando um Align T-Rex 700 Dominator.<br />

No setor novidades, o voo do T-Rex<br />

700 tri-pa com turbina a querosene deu<br />

a dica sobre as novas motorizações para<br />

helimodelos rádio controlados que estão<br />

em desenvolvimento. E nos voos onde a<br />

vibração da turma foi muito grande, não<br />

poderíamos deixar de citar o crash do piloto<br />

Eric Valeriano, que descobriu da maneira<br />

mais “lenha” o que acontece quando<br />

se perde o parafuso do rotor de cauda de<br />

sua máquina...<br />

Tribos em Gaspar<br />

Grupos de aeromodelistas, de clubes<br />

ou equipes, identificados por camisas criativas<br />

vestidas por integrantes pra lá de<br />

animados sempre existiram em Gaspar<br />

a cada FESBRAER. E a tradição continua<br />

bem acesa. Bastou dar uma olhada no<br />

Instagram pra ver as cômicas postagens<br />

de uma turma cujo nome, por si só, já é<br />

uma piada bem bolada, o “Lança Vaca-<br />

Team”, que faz paródia com a manobra<br />

Lancevac, executada pela Esquadrilha da<br />

Fumaça. Caras de bem com a vida como<br />

Sylvio Dozzi Tezza - “Não tenho palavras<br />

pra expressar tamanha gratidão que sinto<br />

por fazer parte dessa equipe... Uma família<br />

de retardados... Sem duvida alguma foi<br />

o melhor final de semana da minha vida.”,<br />

ou João Novelini - “Dizem que os opostos<br />

se atraem... E na verdade, eu não concordo<br />

com isso... durante um tempo, meu<br />

hobby de aeromodelista, me atraiu grandes<br />

amizades, que no geral, tem o mesmo<br />

retardo mental que eu... somos um time,<br />

uma equipe, um grupo de amigos... a Família<br />

LançaVaca... Obrigado galera...”.<br />

Também estiveram presentes camisas<br />

(e seus donos) do Clube de Aeromodelismo<br />

de Itatiba, ou CAITA, Clube de Aeromodelismo<br />

Asas de Biguaçu, ou CAAB, o Salsa<br />

Team e seu bordão “Go Fast and Turn Left”,<br />

o Clube de Aeromodelismo João Ribeiro de<br />

Barros, a equipe Japa Modelismo e a efígie<br />

do Mutley (Corrida Maluca), com os dizeres<br />

“Puxa Cabra, Empurra Pica”, Henrique<br />

Cirio e seu filho com a camiseta vermelha<br />

do Sabiá Aeromodelismo, a Equipe Verde<br />

Amarelo Aeromodelismo (Campinas, SP),<br />

a Equipe Kamikasi de Aeromodelismo (Rio<br />

de Janeiro), o Clube Barreirense de Aeromodelismo,<br />

Equipe FAM Aeromodelismo<br />

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<strong>Revista</strong> <strong>Hobby</strong> <strong>News</strong><br />

Acima - Jato Diamond do piloto Rodrigo Narvaes,<br />

montagem da Marquinhos Modelismo, levou o<br />

troféu do Modelo mais curioso do 31º Fesbraer.<br />

Foto: Roberto Caiafa<br />

Ao lado - Reunião dos diretores de clubes de Santa<br />

Catarina para a fundação da Federação Catarinense<br />

de Aeromodelismo. Foto: Celito Monteiro<br />

Escala Brasil,<br />

continua crescendo<br />

Aproveitando o Fesbraer, Mario<br />

Knoll, Marcus Kellerman e Edson Trirweiller<br />

se encontram para definir diversos<br />

aspectos importantes para a<br />

modalidade. Tendo em vista o aumento<br />

das expectativas e do nível técnico<br />

das competições. Marcus foi nomeado<br />

responsável por formar novos juízes,<br />

além de estabelecer critérios mais formais<br />

para os julgamentos. Mario e Marcus<br />

também já estão organizando um<br />

Workshop que acontecerá durante o<br />

Broa Fly In RC by COBRA, que ocorrerá<br />

em 19, 20 e 21 de agosto próximo.<br />

Escalistas interessados coloquem esta<br />

data em sua agenda.<br />

Mario e Edson também se reuniram<br />

para listar e dar encaminhamento a<br />

uma série de tópicos importantes para<br />

a realização da Copa Brasil de escala<br />

2016, a ser realizada em Blumenau no<br />

período de 25 a 27 de novembro.<br />

As mulheres sempre presentes aos eventos.<br />

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Jun-Jul / 2016<br />

(Franca, SP), o “Cowboys do Céu - Voando<br />

com os Pés no Chão”, da Associação<br />

Barretense de Aeromodelismo (Barretos,<br />

SP), Equipe Marquinho Modelismo, Barigui<br />

Squad (Curitiba, PR), o Centro Integrado<br />

de Aeromodelismo, ou CIM (Fortaleza,<br />

CE), Ctba Jets, de Curitiba (PR), CMP (Belém,<br />

PA), Javier Fogado do Centro Integrado<br />

de Modelismo de Imperatriz (MA.),<br />

e mais algumas camisetas que esse escriba<br />

possa ter esquecido de citar! Todos,<br />

homens e mulheres, ligados pela mesma<br />

paixão, o hobby!<br />

Night Fly 2016 - Grandioso<br />

No sábado à noite, um dos grandes<br />

momentos do FESBRAER, ansiosamente<br />

aguardado pelo público, pilotos e convidados,<br />

o Night Fly, teve sua chance de maravilhar<br />

a todos novamente. Fábio Borges<br />

da FAM Aeromodelismo voou um hélice<br />

acrobático desenhado com leds azuis e<br />

brancos, Marcelo Batata pilotou seu helimodelo<br />

que projeta imagens nas pás dos<br />

rotores, o piloto de jato Enzo Rizzo (Team<br />

Gaba) voou seu Tornado repleto de LEDs<br />

coloridos, e Ronald Nogueira Machado se<br />

apresentou com seu Extra repleto de luzes<br />

nas pontas das asas em dupla com Fábio<br />

Borges. Todo o procedimento de instalação<br />

e setup dos fogos foi supervisionado<br />

por dois graduados do Corpo de Bombeiros<br />

Militar de Santa Catarina, garantindo<br />

a segurança das apresentações. O balé do<br />

helimodelo de Marcelo Batata projetando<br />

imagens na noite só não foi mais irado<br />

que Fábio Borges voando ao final do Night<br />

Fly com uma mega sequência de cascatas<br />

de fogos e rojões coloridos emoldurando<br />

seu aeromodelo contra a noite de Gaspar.<br />

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<strong>Revista</strong> <strong>Hobby</strong> <strong>News</strong><br />

O piloto Eduardo Locatelli decola seu planadorASK 21 -<br />

Foto: Roberto Caiafa<br />

Quem viu, vibrou, aplaudiu de pé e ficou<br />

aquele gostinho de quero mais. O Night<br />

Fly é realmente uma grande ferramenta<br />

de popularização do aeromodelismo, pois<br />

que assiste ao show jamais o esquece pela<br />

vida afora.<br />

A qualidade da pilotagem de Borges,<br />

Ronald, Rizzo e Batata, somados a beleza<br />

dos fogos explodindo nos céus, mais a<br />

música rolando é algo único, um momento<br />

especial do hobby/esporte aeromodelismo.<br />

A dificuldade, para esse autor, foi<br />

ter de parar de assistir para fotografar a<br />

coisa toda. Dá vontade de esquecer tudo<br />

e apenas curtir o momento. Mais uma das<br />

coisas que justificam o “Só quem foi sabe<br />

como é bom”.<br />

COBRA<br />

Rogério Loriloza, atual presidente da<br />

COBRA, é paulista natural de Limeira<br />

(SP), aos 50 anos, Lorizola é um presidente<br />

atuante, visitando clubes pelo País,<br />

coordenando reuniões, ouvindo a todos e<br />

sendo ouvido “Nosso primeiro desafio foi<br />

aprender a emitir e despachar os BRA com<br />

habilidade e respeitando prazos. Também<br />

criamos o grupo da Cobra no Whatsapp,<br />

utilizamos o e-mail de forma mais eficiente,<br />

enfim, maximizamos todas as formas<br />

de contato com os pilotos, além de melhorarmos<br />

o despacho de correspondência<br />

com esses documentos em tempo hábil,<br />

ou, no caso dos eventos como o FESBRA-<br />

ER, realizarmos a entrega do BRA em<br />

mãos. Também estamos reestruturando<br />

o website da COBRA, permitindo assim<br />

mais interação com os clubes e pilotos alinhando<br />

informações sobre documentação,<br />

taxas, serviços, calendário de eventos locais,<br />

na região e competições oficiais com<br />

a organização da COBRA e participação de<br />

afiliados.”<br />

E a COBRA, segundo Lorizola, pode<br />

fazer muito mais “Precisamos fomentar<br />

maior incentivo ao desporto, começando<br />

por firmar parcerias para patrocinar troféus<br />

com baixo custo para os clubes e<br />

confederações, disponibilizar no ambiente<br />

digital novos serviços para os afiliados,<br />

através de um website/portal com os clubes<br />

homologados linkados a hot sites para<br />

as sete modalidades do aeromodelismo<br />

(voo livre, VCC/U Control, planador RC,<br />

acrobacia RC, helimodelismo RC, escala<br />

RC, balonismo RC e classes espaciais/<br />

promocionais) de modo que todos os praticantes<br />

tenham fácil acesso ao universo<br />

do hobby/esporte aeromodelismo desde a<br />

experiência em seu clube até o seu relacionamento<br />

com a sua confederação estadual<br />

ou nacional. Faz parte da nossa meta<br />

política obter o reconhecimento pleno do<br />

Ministério do Esporte, de modo a pleitearmos<br />

recursos e assim podermos enviar<br />

pilotos bem ranqueados para participarem<br />

de concursos e competições internacionais.<br />

Até a complexa questão do transporte<br />

dos aeromodelos em aeronaves de<br />

carreira, algo que carece de uma urgente<br />

regulamentação e traz muitos transtornos<br />

aos aeromodelistas, é alvo de ações por<br />

parte da COBRA. Estamos pavimentando<br />

um longo caminho a ser trilhado por todos<br />

os envolvidos”, complementa Lorizola.<br />

Um ano da nova administração e seus<br />

números<br />

Em 1º de abril de 2016, ao completar<br />

um ano, a nova administração eleita<br />

da COBRA anotou, entre outros números<br />

extremamente positivos de seu balanço, o<br />

aumento de 1.700 para 2.602 filiados, a<br />

expansão de 59 clubes homologados para<br />

110 (quase o dobro em um ano), implementação<br />

de vários formulários na aba<br />

clube do website da COBRA, a emissão dos<br />

BRAs foi colocada “em dia”, a diminuição<br />

da burocracia para envio dos documentos<br />

e fotos, a constante busca por maior rapidez<br />

na resolução de tudo que envolva<br />

atendimento, o desenvolvimento de um<br />

novo site, mais dinâmico e interativo, com<br />

sub sites das categorias (Imac Brasil já<br />

esta em operação), padronização e confecção<br />

de sites para todos os afiliados a<br />

COBRA, sem ônus para os clubes, viagens<br />

e visitas a diversos clubes pelo Brasil, integrando-os<br />

de norte a sul e leste a oeste,<br />

mostrando a importância da homologação<br />

do clube e filiação do BRA, colocação do<br />

seguro rigorosamente em dia, assim se<br />

houver qualquer incidente em clubes ho-<br />

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Jun-Jul / 2016<br />

mologados e o aeromodelista estiver em<br />

dia com o BRA, ele estará coberto.<br />

Segundo Rogério Lorizola, em discurso<br />

quando do anúncio oficial desses números<br />

“Ainda há muito que fazer, temos nos<br />

empenhado em expandir o nosso hobby/<br />

esporte aeromodelismo, encontrando porém<br />

muitas dificuldades, principalmente<br />

pela situação que encontramos a COBRA,<br />

e também devido à burocracia que envolve<br />

a administração de uma confederação,<br />

mas tenho certeza que com a compreensão<br />

e paciência de todos alcançaremos as<br />

metas que defendemos em nossa campanha,<br />

agradeço a nossa diretoria, presidente,<br />

vice e todos que direta ou indiretamente,<br />

sendo aeromodelista ou não,<br />

contribuíram para fazermos uma COBRA<br />

melhor nesse último ano. Obrigado a todos<br />

pela confiança e contamos com todos<br />

para sequência da nossa administração.”<br />

finaliza o dirigente.<br />

Emissão de BRA em Gaspar<br />

Visando regularizar a situação dos modelistas<br />

que ainda não tenham o cadastro<br />

da Confederação e seu seguro vigente, o<br />

Clube de Modelismo Asas do Vale, em uma<br />

parceria inédita com a COBRA, forneceu<br />

aos inscritos no 31º FESBRAER a oportunidade<br />

de efetivar o BRA nos dias de evento<br />

pelo preço promocional de R$ 75,00, mais<br />

a cobertura de seguro e habilitação para<br />

pilotagem cobrada de todos os pilotos inscritos.<br />

O estande montado pela COBRA em<br />

Gaspar ofereceu a emissão de BRA após<br />

as devidas comprovações documentais<br />

por parte do piloto, clube e respectivo<br />

instrutor. Computadores emitiram os documentos<br />

em plena feira, dessa forma colocando<br />

“em dia” muitos pilotos que não<br />

possuíam o BRA. Isso foi amplamente comentado<br />

por pilotos, clubes, dirigentes e<br />

demais envolvidos com o aeromodelismo<br />

como algo extremamente positivo.<br />

Federação Catarinense de Aeromodelismo<br />

A COBRA aproveitou o FESBRAER para<br />

reunir os clubes de aeromodelismo de<br />

Santa Catarina para fundar a Federação<br />

Catarinense de Aeromodelismo, empenho<br />

da atual diretoria da COBRA que pretende<br />

ajudar os Estados da Federação interessados<br />

em fundarem suas federações de<br />

aeromodelismo. A federação pioneira é a<br />

gaúcha (FEGAER) que já atua há vários<br />

anos. “Agora estamos fundando a Federação<br />

Catarinense e para frente iremos<br />

fundar a carioca e a mineira.” Comentou<br />

Rogério Lorizola.<br />

Para o mandato de fundação a diretoria<br />

eleita é a seguinte: Presidente: Jonas<br />

Dieter Oehlemann; Vice-Presidente: João<br />

Augusto Ribeiro; Diretor Financeiro: Iven<br />

Salezio da Silva; Diretor Administrativo:<br />

Jaison Bretzke; Diretor Técnico: Dorival<br />

Langer Junior. Para o Conselho Fiscal:<br />

Geneir Antonio Mazzo, Alfredo Paulo<br />

Neumann e Ernando Luiz Leite. Sendo os<br />

Suplentes: André Frederico e Odenir Fernando<br />

Surdi.<br />

Jonas Dieter, presidente eleito, declarou<br />

que sua prioridade será “Trazer associados<br />

para a federação e, consequentemente<br />

para a Cobra. Em Santa Catarina<br />

temos muitas cidades pequenas com pouco<br />

aeromodelistas, o que inviabiliza, em<br />

termos de custos, a formação de um clube<br />

devidamente registrado. Mas queremos<br />

dar a cobertura do seguro para esses praticantes<br />

e dar o apoio que merecem como<br />

praticantes do hobby e, para isso, pretendo<br />

me fazer presente em todos os eventos<br />

dos clubes de Santa Catarina, sejam eles<br />

homologados ou não.”<br />

Perguntado como vê a atual situação<br />

dos clubes de Santa Catarina, Jonas Dieter<br />

comentou: “Santa Catarina possui hoje<br />

sete clubes homologados: Asas do Vale,<br />

Aeroblu, Aerocircus, CAVV, CAAB, RCFL e<br />

AMA e todos atualmente têm a reclamação<br />

comum da crise pela qual o país passa. A<br />

crise tem diminuído o número de associados<br />

e aumentado a inadimplência. Porém<br />

temos outros sete clubes no estado que<br />

não são homologados e com a nossa visita<br />

procuraremos fazer com que esses clubes<br />

se regularizem.”<br />

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<strong>Revista</strong> <strong>Hobby</strong> <strong>News</strong><br />

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Jun-Jul / 2016<br />

E para finalizar...<br />

O FESBRAER é um ótimo exemplo<br />

do resultado da união, colaboração<br />

e persistência dos associados de um<br />

clube em prol do próprio clube e de<br />

seus eventos. Nesses 31 anos certamente<br />

surgiram dificuldade, desavenças,<br />

algumas brigas e até desafetos,<br />

porém essas dificuldades, próprias de<br />

qualquer reunião de pessoas, sempre<br />

foram superadas prevalecendo o objetivo<br />

comum.<br />

Tomo a liberdade de reproduzir<br />

aqui postagem do Marquinhos nas redes<br />

sociais que bem sintetizou o 31º<br />

FESBRAER: “Mais um ano de FESBRA-<br />

ER, mais um ano de muita diversão e<br />

muitos voos, graças a Deus tudo perfeito,<br />

todos os jatos voltaram para a<br />

casa após muitos voos. O clima estava<br />

perfeito, muito sol, nada de chuva é<br />

pouquíssimo vento. A recepção como<br />

sempre foi perfeita, muito obrigado<br />

família Asas do Vale, a cada ano me<br />

sinto mais à vontade nesse clube maravilhoso.<br />

Muito obrigado aos companheiros<br />

aeromodelistas que nos brindaram<br />

com apresentações incríveis.”<br />

Só quem foi sabe como é bom. Até<br />

o 32º FESBRAER.<br />

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<strong>Revista</strong> <strong>Hobby</strong> <strong>News</strong><br />

Graças ao avanço tecnológico das câmeras de foto/vídeo, que a cada dia estão menores e<br />

mais leves, permitindo que sejam instaladas em nossos aeromodelos e drones com maior<br />

facilidade e sem atrapalhar o desempenho dos modelos, mais e mais pilotos têm recebido<br />

“dos céus” fotos e vídeos de altíssima qualidade.<br />

Luiz Moura<br />

Fixação da câmera<br />

Para fotos a fixação da câmera no<br />

quadro do drone realmente não é um fator<br />

preocupante, tendo em vistas que as<br />

fotos serão feitas em altas velocidades<br />

(centenas ou milhares de segundos),<br />

portanto o fator vibração nesse caso é<br />

praticamente nulo.<br />

Para os vídeos existe a necessidade<br />

de isolar a câmera do quadro do multirotor<br />

para evitar o efeito “trepidação”.<br />

Ao fazermos um voo de fotos, tudo<br />

que é necessário é uma boa fixação da<br />

câmera no multirotor, e se o equipamento<br />

já vier de fábrica com um acessório<br />

próprio para câmera não existe razão<br />

para não usá-lo.<br />

Se o seu multirotor já inclui de fábrica suporte para câmera,<br />

você deve usá-lo para fotografia e vídeo<br />

Modos de voar para uma boa fotografia<br />

Na verdade qualquer multirotor em<br />

voo vai possibilitar boas fotografias de<br />

cenas estáticas. As fotos também sairão<br />

com boa qualidade em voos em baixa<br />

velocidade, mas a melhor forma será<br />

utilizando o voo pairado. A utilização de<br />

um GPS no drone permitirá uma estabilização<br />

melhor do voo, além de permitir<br />

que o equipamento fique parado em<br />

determinado lugar para que a foto seja<br />

feita no momento apropriado<br />

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Jun-Jul / 2016<br />

Fotos contra a luz são propicias para criar imagens<br />

com emoção, como este por do sol com um par de siluetas<br />

contra o oceano.<br />

Dias nublados não têm sombras duras o que<br />

realça as cores da paisagem.<br />

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<strong>Revista</strong> <strong>Hobby</strong> <strong>News</strong><br />

Dias nublados também são bons para fotos aéreas de<br />

arquitetura, a luz “soft” é boa para fotografar edifícios.<br />

Técnicas de voo<br />

Ao fazer fotografias aéreas tenha em<br />

mente o tempo de disparo que você programou<br />

na câmera e leve em conta na pilotagem<br />

de seu multirotor esse tempo e<br />

acrescente um pouco mais de tempo para<br />

que ele se estabilize sobre o objeto a ser<br />

fotografado. Por exemplo, se programei<br />

minha câmera para fazer uma foto a cada<br />

dois segundos vou realizar um voo pairado<br />

sobre o objeto de pelo menos cinco segundos<br />

ou um pouco mais e, em seguida,<br />

passar para o próximo objeto a ser fotografado.<br />

Isso permitirá que eu tenha duas<br />

ou três imagens do objeto.<br />

Tipos de fotografia<br />

Existem dois tipos de fotografia que se<br />

pode fazer do ar. Fotografias de cenas estáticas<br />

(objetos que não estão em movimento)<br />

e fotografias de cenas com ação<br />

(objetos ou cenas em movimento).<br />

Para fotos de cenas estáticas, a câmera<br />

pode ser configurada para um disparo a<br />

cada 3 ou 5 segundos. Você pode pairar<br />

seu drone sobre a cena durante uns 10<br />

segundos e terá a certeza que realizou a<br />

foto. Isto é muito útil quando temos um<br />

cartão de memória com pouca capacidade<br />

na câmera.<br />

28<br />

Para fotos de cenas de ação (cenas em<br />

movimento) o ideal é que a câmera dispare<br />

o mais rápido possível, uma foto a cada<br />

0,5 segundo (esse ainda é o menor tempo<br />

de disparo de uma câmera). Em cenas de<br />

movimento a localização do drone é muito<br />

importante, pois você terá que buscar o<br />

melhor enquadramento da ação para ser<br />

registrado.<br />

O melhor do dia para se fotografar<br />

Ao longo do dia a qualidade da luz do<br />

sol muda devido à rotação da Terra e o<br />

aquecimento da temperatura. Os dois melhores<br />

horários para fotos aéreas são na<br />

primeira hora do amanhecer e na última<br />

hora antes do por do sol.<br />

Nestes horários a luz do sol propicia<br />

sombras pequenas e suaves, realçando a<br />

paisagem e os detalhes do terreno, céus<br />

intensamente azuis e nuvens brancas. A<br />

luz é mais quente dando realce as cores.<br />

Estes horários são os que os fotógrafos<br />

chamam de “golden level”.<br />

Na parte da manhã os ventos são mais<br />

fracos que facilita a pilotagem. A desvantagem<br />

é ter que acordar bem cedo e estar<br />

no local antes dos primeiros raios de sol.<br />

Controles da câmera<br />

Abertura (f-stop) – Controla o<br />

volume de luz que pode passar através<br />

da lente enquanto o obturador<br />

esta aberto. Quanto menor o número,<br />

maior o volume de luz. Artisticamente<br />

a abertura controla a profundidade<br />

da cena fotografada.<br />

Obturador – Controla a quantidade<br />

de tempo que a luz passa através<br />

da lente. Isso é medido em frações<br />

de segundo, tais como 1/125<br />

segundo. Quanto menor o número<br />

maior será o tempo de exposição e<br />

de passagem de luz. Quanto maior<br />

o número menor será o tempo de<br />

exposição e de passagem de luz.<br />

ISO – Define a sensibilidade da<br />

câmera em relação à luz para se<br />

ter uma adequada exposição. Ambientes<br />

externos com luz solar ISO<br />

100/200, ambientes fechado com<br />

luz artificial ISO 200/400. Fotos noturnas<br />

ISO 1200 para cima. A utilização<br />

errada da sensibilidade e, geralmente<br />

em fotos noturnas aparece<br />

o famoso “ruído” que são manchas<br />

na imagem, que dependendo da<br />

quantidade podem ser removidos<br />

em programas gráficos sem alterar<br />

a qualidade da foto.<br />

Foco – Ponto que define a nitidez<br />

da imagem na lente da câmera. Isso<br />

pode ser feito manualmente pelo fotógrafo<br />

que define no anel de foco<br />

um ponto de foco fixo (foco manual)<br />

ou deixando a câmera fazê-lo (foco<br />

automático).


Jun-Jul / 2016<br />

Foto feita com luz lateral, uma boa iluminação para paisagens<br />

aéreas. No entanto, observe que esta foto não é tão boa quanto<br />

a de baixo, que também foi feita com luz lateral, porém perto<br />

do por do sol.<br />

Luz lateral perfeita para a paisagem. Observe a sobra suave<br />

realçando os contornos do terreno e suas nuances de cores.<br />

Foto feita perto do por sol<br />

tipo de iluminação pode dar um teor “dramático”<br />

a cena, porém tende a realçar detalhes<br />

principalmente em fotos de terrenos<br />

e prédios.<br />

Contra luz é um tipo de iluminação<br />

muito usado para criar sentimentos, ou<br />

climas: romance, ternura, humor e outros.<br />

Por fim, a luz frontal que é conseguida<br />

quando o sol esta diretamente atrás de<br />

seu drone. Este tipo de iluminação tende<br />

a “achatar” a paisagem, mas é muito boa<br />

para assuntos que estão à frente da paisagem<br />

e que devem ser realçados, como<br />

pessoas, veículos, aviões e outros objetos.<br />

O cuidado básico dessa iluminação é<br />

à sombra de seu multirotor sobre o objeto<br />

fotografado.<br />

Regulagens dia e noite<br />

Ao fotografar durante o dia ajuste o ISO<br />

da câmera para 100 se for um dia com sol<br />

muito forte, com sol mais fraco 200, abertura<br />

F4 a F11 e obturador entre 1/125 e<br />

1/500. Essas combinações lhe darão boas<br />

fotos durante o dia.<br />

Para fotos noturnas, antes de tudo,<br />

certifique-se que seu drone tem luzes de<br />

navegação diferentes para indicar frente e<br />

trás, de modo que você sempre saiba em<br />

qual direção ele esta se movendo. Para as<br />

fotos noturnas você vai precisar aumentar<br />

o ISO para 1200 ou mais para que você<br />

consiga manter a velocidade do obturador<br />

em 1/125 ou menos. Isso também exigirá<br />

que você tenha uma abertura grande de<br />

F1.5 no máximo F2.8. Também é provável<br />

que você precisara de um programa de redução<br />

de ruído que melhorará a qualidade<br />

de sua foto noturna.<br />

Os números que apresentei aqui para<br />

a regulagem da câmera são padrões técnicos<br />

que você vai conhecer melhor com<br />

a pratica, até porque as câmeras digitais<br />

nem sempre seguem as rígidas normas<br />

técnicas das câmeras mecânicas.<br />

Ângulos de luz<br />

O ângulo ou a direção da luz solar é<br />

importante para o posicionamento de seu<br />

drone para a realização da foto. Estes ângulos<br />

podem ser divididos em três principais<br />

categorias: luz lateral, contra luz e<br />

luz frontal.<br />

Luz lateral é quando posicionamos o<br />

drone, e consequentemente a câmera, lateralmente<br />

ao sol focando o objeto. Este<br />

Com estas dicas você facilmente ira fazer<br />

boas fotos aéreas e, em breve, poderá<br />

nos enviar algumas para publicarmos na<br />

revista <strong>Hobby</strong> <strong>News</strong>.<br />

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5º ENCONTRO DE<br />

AEROMODELISMO DE<br />

COROMANDEL - MG<br />

Texto: Margareth Perdomo de Castro Fotos: Willian Cardoso<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Hobby</strong> <strong>News</strong><br />

O<br />

Município de Coromandel está situado<br />

no Triângulo Mineiro, Minas<br />

Gerais, e sediou o seu 5º Encontro<br />

de Aeromodelismo nos dias 25, 26 e 27 de<br />

março de 2016, no Clube de Coromandel<br />

Alaôr de Paula que reuniu a nata do aeromodelismo<br />

e grandes talentos do hobby,<br />

que unidos, tornaram este encontro um<br />

super evento na região.<br />

Esta 5ª edição teve uma estrutura ainda<br />

maior que a de anos anteriores, com<br />

praça de alimentação coberta, parque infantil<br />

com brinquedos infláveis para criançada<br />

se divertir, tendas montadas para as<br />

lojas especializadas do hobby, estacionamento<br />

privado com total segurança, hangar<br />

fechado com alarme e segurança para<br />

todos os aeros do evento, como também<br />

grande espaço coberto para o público com<br />

cadeiras para seu conforto. Isto sim é respeito<br />

aos participantes e público. Como<br />

anfitriões, a preocupação da diretoria do<br />

clube e do presidente João Paulo André<br />

Silva era dar as boas vindas, recepcionando<br />

a todos de maneira efusiva, sempre em<br />

companhia de sua super esposa Karine,<br />

uma entusiasta do hobby.<br />

O encontro recebeu 178 pilotos de 56<br />

cidades, concentrando em um só local a<br />

elite da aviação, esbanjando arrojo e habilidade<br />

nos controles dos aeromodelos<br />

em escala. Fomos brindados com a narração<br />

impecável do grande Vadico, comemorando<br />

seus 20 anos de trajetória que,<br />

com todo seu conhecimento e paixão pelo<br />

hobby, abriu o evento com uma belíssima<br />

oração e o empolgante Hino do Aviador.<br />

Grandes máquinas abrilhantaram o encontro<br />

demonstrando todo o “know how”<br />

e reflexos de seus comandantes. Fábio<br />

Borges (Franca-SP), piloto que tem o privilégio<br />

de ter toda sua família envolvida<br />

com o hobby, exibiu-se em grande estilo<br />

tirando o máximo de desempenho do seu<br />

EDGE 540, em um retorno triunfal. Pedro<br />

Henrique e Frank Lanuci com os Viper<br />

Jets, proporcionaram um show espetacular,<br />

realizando voo duplo impecável, com<br />

arriscadas manobras. Rodrigo Boschiero<br />

(Salsa), diretor da COBRA para a categoria<br />

Pylon, com seu SuperDecathlon 50%<br />

motor 222cc, 4 cilindros, demonstra que<br />

está sempre inovando e buscando coisas<br />

novas, pois sendo um modelo Escala<br />

pesado, dá muito mais trabalho nas manobras,<br />

mas seu charme é ser um avião<br />

hiper acrobático. “Salsa”, também emocionou<br />

todos os presentes com seu jato Tornado,<br />

turbina K80 voando a noite, fazendo<br />

o público delirar com o ribombar de suas<br />

passagens a baixa altura.<br />

Fernando Muraishi (Guaíra) também se<br />

destacou levando o modelo Giant Gee Bee<br />

R3, modelo em composite montado por<br />

EXTRA 300 AEROWORK 35% (MAURÍCIO SASSAKI) – EDGE 540<br />

PILOT-RC – 42% (FABIO BORGES) – EXTRA 300 HANGAR 9 –<br />

35% (MATHEUS DIAS)<br />

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Jun-Jul / 2016<br />

ele, com motor 4 cilindros, 222cc, 10 servos<br />

e rádio JR11X, sendo o único de seu<br />

tipo existente no Brasil. Também faz parte<br />

do “Team Salsa”, que tem objetivo levar o<br />

conhecimento e difundir a categoria Pylon<br />

Race, categoria esta, que Rodrigo (Salsa)<br />

voa há muito tempo, inclusive com títulos<br />

obtidos nos EUA.<br />

Fabiano Estevão Pavan (Uberaba), com<br />

o veterano Ultimate Aeroworks motor DA<br />

170, arrasou com a docilidade e firmeza<br />

de sua apresentação. Vale ressaltar que<br />

esta aeronave, possui mais de 300 voos<br />

em seu currículo. O comandante Antônio<br />

de Pádua (BH) com jato Euro Sport com<br />

vetor de empuxo, e o Super Bandit com<br />

rasantes de até 500 km por hora, vem demostrar<br />

que os novos jatos que estão sendo<br />

desenvolvidos investem na segurança.<br />

Os aeromodelos atuais estão acompanhando<br />

toda dinâmica da engenharia para<br />

o desenvolvimento de aeronaves mais seguras<br />

e com maior desempenho em voo.<br />

Marcelo (Batata) com seu helicóptero<br />

elétrico Logus 700 abrilhantou o encontro<br />

com suas manobras perfeitas de dia, e ao<br />

escurecer no Nightfly, esbanjando homenagens<br />

em suas Magic Blades (pás mágicas).<br />

Destaque para Matheus Dias (Goiânia)<br />

com o Demonstrator 35%, Fabiano<br />

(Uberaba) com o belíssimo Ultimate Biplano<br />

42% e Antonio Caldas (Nova Serrana)<br />

com o Extra 300, mas a sua performance<br />

como músico impressionou, arrazando na<br />

bateria, dividindo o show do jantar juntamente<br />

com a banda, fazendoa alegria de<br />

todos os presentes.<br />

Rodrigo Machado (Tocantins), foi destaque<br />

com o modelo Azurit F3A da Oxai, com<br />

motor Hacker, Esc Spin e servos Futaba. É<br />

um aeromodelo raro de se ver nas pistas,<br />

pois, apesar de ser de uma categoria mais<br />

antiga, o Azurit exige grande habilidade<br />

do piloto em fazer linhas perfeitas. Com o<br />

carismático Dimmy, ambos demonstraram<br />

uma grande parceria, realizando inumeras<br />

acrobacias e manobras perfeitas.<br />

FÁBIO BORGES -<br />

EDGE – 540 PILOT– 42%<br />

Fernando Muraishi e Dimmy com o modelo Giant Gee Bee<br />

R3 com motor 4 cilindros, 222cc, 10 servos e rádio JR11X,<br />

sendo o único de seu tipo existente no Brasil.<br />

EXTRA 260 – 35% - LEM – RAFAELA<br />

VIPER – PEDRO HENRIQUE<br />

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<strong>Revista</strong> <strong>Hobby</strong> <strong>News</strong><br />

ULTIMATE – HANGAR 9 – CASTRO JUNIOR GEBEE COM DLE-222 – FERNANDO MURAISHI<br />

Por um imprevisto, Marcelo Sassaki<br />

(Brasília) não pode contar com seu aero<br />

principal, então, para não perder a festa,<br />

pediu por empréstimo o Extra 300 Carden<br />

Edition 61cc de sua esposa Paulinha. Chegando<br />

ao evento, aconteceu o que existe<br />

de mais bonito no nosso hobby, o espírito<br />

de fraternidade e união. Vários amigos disponibilizaram<br />

seus modelos a Marcelo, que<br />

agradecido, usufruiu dos aeros de Antônio<br />

Caldas e Fábio Borges, ambos do tipo Extra<br />

300 35%, com uma bela exibição.<br />

A apresentação do Quarteto Fantástico<br />

(pilotos Matheus Dias, Marcelo Sassaki,<br />

Dimmy e Fábio Borges) realizando um impecável<br />

voo quádruplo, arrancou aplausos<br />

de todos por sua plástica, beleza e absoluto<br />

controle das aeronaves.<br />

A representante feminina no evento foi<br />

Rafaela Paffaro (Vinhedo-SP) com seu Extra<br />

260 – 35%, mostrando graça, destreza<br />

e confirmando a presença da mulher no<br />

hobby.<br />

Não poderia deixar de falar de novos talentos,<br />

que está sendo uma constante no<br />

hobby. Cito o aeromodelista Eduardo Barreto<br />

(Dudu) de Brasília, que com apenas<br />

11 anos pilotando seu Extra 300 – 35%,<br />

é vice campeão do IMAC Santa Gertrudes<br />

2015 na categoria básica e deu um show<br />

sobre a pista de Coromandel!<br />

A Herrera Models esteve presente com<br />

a simpatia do Ronaldo e Thais, dando suporte<br />

a todos com sua linha de produtos,<br />

a Star Modelismo, relançando o StarFlyer,<br />

aeromodelo treinador (nacional), inovando<br />

com a prova de Toque Arremetido. Os<br />

pilotos inscritos para participar desta prova<br />

foram premiados (1º, 2º e 3º lugar)<br />

pela loja, que também apresentou todas<br />

as melhorias na estrutura e desing do modelo.<br />

Dimmy (Osasco-SP) apresentou-se<br />

com seu Extra 260 Aeroworks motor DA,<br />

equipado com kit de luzes Aurora nas asas<br />

e profundores. Foi emocionante sua exibição<br />

em meio as cascatas de fogos de artifício,<br />

tornando o Night Fly inesquecível.<br />

Como ele mesmo diz “voar a noite é emo-<br />

DIMMY - EXTRA 260 – AEROWORKS MOTOR DA – 42% - NIGHT FLY - DIMMY<br />

32


Jun-Jul / 2016<br />

LOGUS 700 – MARCELO BATATA<br />

cionante, ser guiado somente pelas luzes<br />

é apaixonante. Com o avanço da tecnologia<br />

esta visão noturna é incomparável e<br />

apaixonante. Tanto é verdade que os fogos<br />

se sentiram ofuscados com sua exibição,e<br />

tentaram, em vão, abraçar o seu Extra.<br />

Felizmente, valeu a destreza do Dimmy!<br />

O 5º Encontro de Aeromodelismo de<br />

Coromandel foi encerrado com a certeza<br />

de ter sido um grande evento, onde, mais<br />

que reunir pilotos veteranos e novatos,<br />

todos são apaixonados pelo hobby. Não<br />

poderia deixar de agradecer e parabenizar<br />

os representantes do poder público, nas<br />

pessoas do Sr. Osmar Martins – prefeito de<br />

Coromandel, o Sr. Luis César – presidente<br />

da Câmara, aos patrocinadores Diamante<br />

Rosa Palace Hotel, Coroauto Baterias, Café<br />

Coro e Agrojet, aos pilotos, que engrandeceram<br />

o evento, ao simpático público<br />

coromandelense e da região e aos bravos<br />

organizadores pelo belo e árduo trabalho<br />

realizado. Que o ano de 2017 repita o sucesso<br />

de 2016.<br />

LOGUS 700 – MARCELO BATATA<br />

U-CAN-DO 3D – JULIANO FALCÃO<br />

33


<strong>Revista</strong> <strong>Hobby</strong> <strong>News</strong><br />

Tudo sobre manutenção preventiva do seu automodelo!<br />

Texto e Fotos: Helton Balaban<br />

Ao pé da letra, um automodelo é<br />

como seu carro. Quando falamos<br />

de carros, nos referimos na escala<br />

1/1, e sabemos que não adianta só colocar<br />

gasolina e andar, é preciso trocar o óleo,<br />

fazer revisões periódicas, alinhamento,<br />

balanceamento, etc.<br />

Um Automodelo seja ele elétrico ou<br />

combustão, necessita de cuidados preventivos<br />

para diminuir o risco de quebras, ou<br />

mesmo perda de desempenho.<br />

Nessa matéria, vamos abordar diversas<br />

técnicas que irão preservar seu automodelo,<br />

diminuindo o desgaste de peças, fazendo<br />

você poupar o seu dinheiro e se divertir<br />

ainda mais, pois seu carro estará sempre<br />

pronto para uso!<br />

Não foi por acaso que iniciei essa matéria<br />

falando dos carros que nós utilizamos<br />

no dia a dia como meio de transporte, pois<br />

o primeiro passo para conservar seu automodelo<br />

é tratar ele como um carro, e não<br />

como um brinquedo.<br />

Passo 1 - Motor<br />

Em um automodelo a combustão, temos<br />

que ter a ciência de que ele não foi fabricado<br />

para ficar parado e deixar de funcionar<br />

seu motor trará transtornos ao seu<br />

dono, podendo até danificar suas partes<br />

internas. A solução nesse caso é funcionar<br />

o seu automodelo uma vez na semana,<br />

ligando seu motor e também a parte<br />

elétrica para testar o funcionamento dos<br />

servos e rádios por dois ou três minutos.<br />

Nessa Situação o automodelo não precisa<br />

andar, você pode deixar ele suspenso em<br />

uma base de EVA (a venda em lojas especializadas),<br />

de modo que o seu modelo<br />

funcione livre, sem forçar a embreagem.<br />

Passo 2 – Motor parado<br />

Caso você utilize muito raramente o seu<br />

automodelo e não deseja ficar ligando semanalmente,<br />

existe um óleo para motores<br />

chamado afterrun. Nesse caso, proceda da<br />

seguinte forma:<br />

A) Esvazie totalmente o tanque, inclusive<br />

resíduos nas mangueiras;<br />

B) Retire as pilhas/baterias do carro<br />

e do transmissor;<br />

C) Retire o filtro de ar e aplique de 3<br />

a 5 gotas de afterrun na entrada do carburador<br />

onde estava preso o filtro de ar;<br />

D) Retire a vela e coloque de 4 a 6<br />

gotas de afterrun através do orifício onde<br />

estava rosqueada a vela;<br />

E) Sem a vela, puxe o recoil de 5 a<br />

6 vezes para fazer o óleo girar pelo motor.<br />

Caso seja um modelo de partida elétrica,<br />

34


Jun-Jul / 2016<br />

faça o motor girar algumas vezes.<br />

Passo 3 – Limpeza<br />

A limpeza é fundamental, seja para<br />

automodelos elétricos ou a combustão.<br />

No caso de modelos Off-Road o cuidado é<br />

ainda maior quando for utiliza-lo em terra,<br />

lama, etc., e nesses casos a limpeza torna-se<br />

obrigatória.<br />

Aconselhamos a fazer a limpeza sem as<br />

rodas do carro para facilitar o acesso as<br />

pontas de eixo cardans, etc., e no caso dos<br />

carros a combustão é aconselhável retirar<br />

o tanque de combustível.<br />

Uma escovinha e um pincel são bem<br />

vindos para ajudar a limpar os vãos das<br />

peças que são pequenas.<br />

Utilizamos água e sabão na limpeza dos<br />

modelos, mas com muito cuidado para<br />

não molhar a parte a elétrica e também<br />

não deixar entrar água no motor.<br />

Os locais próximos as partes elétricas<br />

podem ser limpos passando álcool nas<br />

partes afetadas com um pano, e também<br />

um pincel para acessar os locais mais difíceis.<br />

Passo 4 – Filtro de ar<br />

O filtro de ar é um dos itens mais importantes<br />

do carro, pois um filtro sujo, ou<br />

mesmo sem óleo, danifica severamente o<br />

motor a ponto de estraga-lo em 5 minutos<br />

de funcionamento, caso entre sujeira no<br />

motor.<br />

Um simples cuidado de realizar a limpe-<br />

35


<strong>Revista</strong> <strong>Hobby</strong> <strong>News</strong><br />

za do filtro e aplicar o óleo resolvem essa<br />

questão.<br />

A manutenção do filtro de ar é muito<br />

simples, conforme veremos abaixo:<br />

A) Incialmente retire a espuma do<br />

conjunto do filtro de ar;<br />

B) Lave o corpo do filtro (a parte de<br />

borracha) com detergente e certifique-se<br />

que não ficou nenhuma sujeira;<br />

C) A melhor forma de lavar a espuma<br />

do filtro é com gasolina de posto para<br />

tirar mais facilmente a sujeira e depois finalize<br />

com detergente a limpeza;<br />

D) Aplique o óleo de filtro com a espuma<br />

seca, tomando cuidado para não encharcar<br />

a espuma;<br />

E) Aperte a espuma até que o óleo<br />

se espalhe uniformemente na espuma.<br />

Se desejar, coloque a espuma já com o<br />

óleo dentro de um saquinho plástico, e vai<br />

apertando para que ela se encharque.<br />

Obs: Caso seu automodelo fique parado<br />

por mais de 1 mês sugiro deixar o filtro de<br />

ar limpo, mas sem óleo para aumentar a<br />

vida útil do mesmo.<br />

Passo 5 – Combustível<br />

O automodelo nunca deve ser guardando<br />

com combustível no tanque.<br />

Passo 6 – Baterias<br />

Ao armazenar as baterias do seu automodelo<br />

nunca guarde descarregada e,<br />

também, nunca a guarde carregada. Ambos<br />

os modos danificam a bateria.<br />

Bateria de LIPO – No caso de baterias<br />

de LIPO devem seguir os devidos cuidados:<br />

A) Nunca guarda-lá totalmente descarregada;<br />

B) Nunca guarda-lá totalmente carregada;<br />

C) Utilizar o modo storage para armazenamento,<br />

ou “meia carga” caso o<br />

carregador não possua o modo storage.<br />

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Jun-Jul / 2016<br />

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<strong>Revista</strong> <strong>Hobby</strong> <strong>News</strong><br />

GLOSTER GLADIATOR J-8A<br />

GLADIATOR MkII - 1/72 - Airfix<br />

O pequeno e simples modelo mostra o que esperar dos novos<br />

modelos da clássica Airfix.<br />

Texto e Fotos: Bruno Santim Cascapera<br />

Quem está ha pouco tempo no plastimodelismo,<br />

pode achar que a Airfix é uma<br />

marca de kits excelentes... Bom, não deixa<br />

de ser, mas quem está a mais de dez<br />

anos no hobby sabe que nem sempre foi<br />

assim. “Excelente” era uma qualidade difícil<br />

de dar a um kit Airfix antigamente.<br />

A marca que nasceu em 1939, fabricando<br />

e vendendo brinquedos, introduziu os<br />

plásticos injetáveis na linha de montagem<br />

por volta de 1947. Alguns a consideram<br />

como a primeira marca a vender um “kit”,<br />

assim como os reconhecemos hoje, isso<br />

porque em 1949, a marca fabricou um<br />

pequeno modelo de trator em plástico e,<br />

para baixar os custos de produção, esse<br />

modelo era vendido desmontado.<br />

Airfix é sinônimo de plastimodelismo da<br />

Inglaterra. O nome transcende a marca,<br />

já que lá você monta um “kit Airfix” de<br />

um avião, mesmo se ele não for um Airfix.<br />

A marca se pautou pela tradição de<br />

seus kits, nos anos 60 e 70 era o que havia<br />

de mais moderno a disposição. Mas já<br />

nos anos 80 sentia o sinal dos tempos e<br />

os concorrentes nadavam de braçada na<br />

sua frente. A marca passou por apuros financeiros,<br />

junto com sua proprietária, a<br />

Humbrol, devido à concorrência voraz e<br />

um número cada vez menor de praticantes<br />

de plastimodelismo. Sem lançar novidade,<br />

a marca adentrou o século novo com várias<br />

dificuldades e um enorme rombo no<br />

banco.<br />

Mas isso mudou. Em 2006, a marca foi<br />

vendida para a Hornby, que reprojetou<br />

toda a empresa, desde a sede da fábrica,<br />

passando pela revisão de seus produtos,<br />

que é o que nos importa de fato!<br />

38


Jun-Jul / 2016<br />

Sem se desvencilhar das tradições que<br />

ainda direcionam os lançamentos da marca,<br />

a Airfix foi repaginada para entrar no<br />

século XXI e voltar a surfar do modelismo,<br />

muito diferente daquele dos anos 60.<br />

A marca tem alcançado a excelência dos<br />

modelos, chegando muito perto da qualidade<br />

de concorrentes de peso e, algumas<br />

vezes, superando essa qualidade.<br />

Particularmente não havia tido chance<br />

de experimentar essa nova era da Airfix,<br />

ainda com um pouco de ranço do que já<br />

passei na mão deles, mas de boa vontade<br />

pelos comentários que ouço dos novos<br />

kits, fui escalado para experimentar essa<br />

geração nova de Airfixs.<br />

Unboxing-<br />

As primeiras impressões.<br />

As novas caixas são bonitas e coloridas,<br />

chamativas e muito bem impressas. Ao<br />

abri-la, as boas surpresas começam. O kit<br />

cativa ao olhar. Peças muito bem injetadas,<br />

scribers delicados, porém bem marcados.<br />

Muitos detalhes, rebites, rebaixos<br />

e ressaltos.<br />

O manual a primeira vista parece ser<br />

muito bom, com uma ótima carta de pintura<br />

colorida no final. Mas ao decorrer da<br />

montagem, ele apresentou pequenas falhas,<br />

como a falta de indicação da pintura<br />

de partes internas.<br />

O kit apresenta duas opções de montagem<br />

e, com isso, traz hélices, trem de<br />

pouso e outros detalhes a serem escolhidos<br />

durante a montagem. Além disso, o kit<br />

vem com peças bem detalhadas e delicadas<br />

para o interior e para o motor.<br />

O plástico parece muito com o tradicional<br />

plástico usando pela marca. Um pouco<br />

mole, mas bom para trabalhar, fácil de lixar<br />

e de remover as bem definidas marcas<br />

de injeção. As marcas eu achei que<br />

39


<strong>Revista</strong> <strong>Hobby</strong> <strong>News</strong><br />

estavam marcadas demais, grandes demais<br />

para um kit novo, mas isso não se<br />

configura em um problema muito grande.<br />

Só é preciso tomar cuidado com solventes<br />

muito fortes no uso com esse plástico, ele<br />

é um material delicado e pode apresentar<br />

danos ao contato exagerado com Thinner,<br />

por exemplo.<br />

A folha de decal é muito bem impressa,<br />

bem colorida e bem definida. Até os menores<br />

stancils são legíveis.<br />

Montagem.<br />

Iniciando a montagem do kit pelo interior<br />

do cockpit. Já nas primeiras peças,<br />

nota-se uma qualidade superior na engenharia<br />

do modelo. As peças têm um equilíbrio<br />

excelente entre detalhamento e encaixe.<br />

A engenharia adotada para as peças<br />

do interior funciona muito bem. O painel<br />

não possui os relevos dos relógios, a marca<br />

preferiu adotar a superfície lisa e o uso<br />

de decalques. A solução funciona, não é<br />

de todo ruim, já que a decal é muito bem<br />

impressa e o painel possui níveis diferentes,<br />

e para cada nível existe um decalque<br />

especifico. Não é a solução mais sofisticada,<br />

mas foi um belíssimo e bem executado<br />

“feijão com arroz” para o modelo.<br />

Já nos primeiros manuseios com tinta,<br />

o plástico demonstrou aquilo que era temido:<br />

O plástico apresenta certa fragilidade<br />

para Thinner, habito comum entre nós<br />

brasileiros o uso de tintas a base de Thinner,<br />

então merece ser usado com cautela.<br />

Segue a montagem do exterior do kit<br />

sem maiores dificuldades. Tudo encaixa<br />

em seu devido lugar sem surpresas. O<br />

motor é riquíssimo em detalhes e, bem<br />

montado, se torna uma peça muito especial.<br />

As peças que formam o capô do motor<br />

não encaixam tão bem e demandam um<br />

pouco de funilaria para diminuir as folga.<br />

No restante da fuselagem, ajustes e funilaria<br />

se faz necessário para o fechamento<br />

adequando, mas tudo absolutamente dentro<br />

do esperado. Algo que me chamou a<br />

atenção foram os canos de escape que já<br />

vieram furados, enquanto os canhões não.<br />

Ou seja, não há limitação técnica em fazer<br />

os canhões furados, talvez uma “preguiça”.<br />

Os frames da transparência, em minha<br />

opinião, saíram um pouco grandes e fora<br />

de escala, mas no final funcionam bem<br />

para o mascaramento da pintura. Então,<br />

não foram de todo mal. Mas importante<br />

frisar que ao final do modelo, o encaixe<br />

das transparências (um momento crítico<br />

da montagem), as peças funcionaram super<br />

bem.<br />

Os decais corresponderam à qualidade<br />

esperada, não apresentaram silvering, tinham<br />

as dimensões corretas, a grossura<br />

também perfeita, um decal que não se fragiliza,<br />

mas ao mesmo tempo se mantém<br />

delicado, abraçando o kit e se assentando<br />

com perfeição.<br />

No final da construção, senti duas dificuldades,<br />

mas que não afetaram meu parecer<br />

ao kit. A primeira dificuldade foi as<br />

furações para os estais das asas. O kit já<br />

vem pré furado para a instalação de estais,<br />

porém não vem com todos os furos.<br />

Isso pode confundir um modelista incauto<br />

que queira se aventurar a fazer os difíceis<br />

estais do modelo. Outra dificuldade<br />

que encontrei foi instalar a segunda asa<br />

do modelo, o alinhamento dos suportes da<br />

segunda asa não são totalmente exatos,<br />

dificultando o encaixe.<br />

Roteiro de montagem.<br />

40<br />

Como em todo avião, foi feito primeiro<br />

o interior do avião. Devidamente pintado<br />

de verde “Interior Green RAF”, com detalhes<br />

em alumínio, foi feito um drybrush<br />

com cores metálicas, washed com tinta<br />

óleo, e o acabamento com verniz fosco<br />

Dullcote Testors.<br />

Em seguida foi feito o motor, com uma


Jun-Jul / 2016<br />

técnica muito simples. Cada elemento do<br />

motor foi pintado com uma cor metálica<br />

diferente e contrastante entre si, para<br />

acrescentar volume e detalhes a peça.<br />

Para a ferrugem dos escapes, foi utilizada<br />

a técnica clássica, pintando de marrom<br />

primeiro, e depois com drybrus de cores<br />

metálicas.<br />

Em seguida, montado e acertado a fuselagem<br />

e a asa inferior, o avião recebeu<br />

uma camada de cinza claro acrílica, que ao<br />

mesmo tempo já simularia o cinza claro da<br />

pintura e também serviria de primer para<br />

as demais cores, em seguida, com branco<br />

Duco Pr-colors, foram feitos os “highlights”<br />

da pintura para ela já parecer desgastada<br />

desde inicio, ressaltando as nervuras das<br />

cavas das asas.<br />

Para camuflagem, foi utilizada a técnica<br />

da mascara com massa tipo TAC (pritt tac,<br />

blue tac, panzer putty ou silly put). O azul<br />

e o verde da camuflagem foram feitos no<br />

41


aerógrafo, sem efeitos de pré shadding, e<br />

sim com desgastes utilizando apenas a saturação<br />

da tinta e o controle do aerógrafo.<br />

Para hélice foi utilizada a técnica do<br />

óleo sobre o acrílico, para simular as nervuras<br />

e camadas da madeira.<br />

Foi somada a pintura algumas sombras<br />

com a tinta “Smoke” da Tamiya. O washed<br />

feito com tinta óleo. O kit foi selado<br />

com verniz Testors Dullcote fosco e, após<br />

a secagem do verniz, foi somado alguns<br />

descascado nas partes metálicas do avião,<br />

utilizando lápis comum 2b de grafite nas<br />

partes claras e de cera colorido Prata nas<br />

partes escuras.<br />

Os estais foram feitos com o método<br />

tradicional, esquentando e esticando pedaços<br />

de sprue (o plástico que sobra do<br />

kit.)<br />

Na minha montagem, foi utilizado basicamente<br />

tintas duco da Pr-colors. O avião<br />

foi quase todo pintado com o aerógrafo<br />

Paasche Talon, com alguns efeitos menores<br />

feitos com um Harder Steenback<br />

Mais detalhes sobre a montagem no<br />

www.blogdochiquito.blogspot.com.<br />

Considerações finais.<br />

O kit me convenceu: A Airfix entrou no<br />

século XXI.<br />

Não é o melhor kit que eu montei, nem<br />

mesmo o melhor kit 1/72 que eu já montei,<br />

mas além de ele estar muito, muito<br />

longe do que eram os kits 1/72 da marca<br />

ha duas décadas atrás, o kit é realmente<br />

bom, bem feito, competitivo no mercado e<br />

divertido na bancada. Tudo funciona, todo<br />

o kit, da caixa ao decal, tem qualidade. A<br />

engenharia é excelente, encaixes precisos<br />

sem por em risco os detalhes do modelo.<br />

E gostei demais. O kit restaurou minha<br />

confiança nessa marca tão tradicional. E o<br />

que parece, a marca está cada vez mais<br />

forte, sempre com novos lançamentos.<br />

Então vamos ficar de olho nessa “nova velha”<br />

marca no que ela lança por aí. Se os<br />

outros lançamentos mantiverem a qualidade<br />

desde pequeno e descompromissado<br />

modelo, a marca tem tudo para se tornar<br />

a grande referência em plastimodelos na<br />

Europa mais uma vez.<br />

Um pouco sobre o Avião:<br />

O Gloster Gladiator ocupa um importante<br />

lugar dentro da história da RAF (Força<br />

Aérea Real Inglesa). Entrou em serviço em<br />

1936, poucos anos antes do Hawker Hurricane<br />

e do Supermarine Spitfire, o Gladiator<br />

combinou aspectos do passado com<br />

novas tecnologias da época. Foi o primeiro<br />

caça da RAF a ter a carlinga totalmente<br />

fechada, contudo o Gladiator ainda era um<br />

caça biplano de trem de pouso fixo, como<br />

os caças da Primeira Guerra. Era rápido<br />

para um biplano, com uma velocidade máxima<br />

de 413 km/h (223 milhas náuticas/<br />

hora), mas já era lento demais para as<br />

novas gerações de caças monoplano que<br />

entraram em serviço poucos anos depois.<br />

Mas mesmo sendo o último caça biplano<br />

da RAF, ele teve um uso extenso e indiscriminado<br />

por toda a Segunda Guerra mundial.<br />

Ele foi visto em serviço também na<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Hobby</strong> <strong>News</strong><br />

batalha do canal, na França, na Bélgica e<br />

na Noruega, e foi largamente utilizado em<br />

ação durante os conflitos no Norte da África.<br />

Lá ele foi plenamente aproveitado de<br />

sua alta manobrabilidade, sendo um avião<br />

muito hábil para combater seu avião inimigo<br />

similar, o italiano CR42 Falco. Apenas<br />

quando o Gladiator começou a se deparar<br />

com o já muito superior caça alemão BF<br />

109, ele foi obrigado a ser redirecionado e<br />

forçado a sair das linhas de frente.<br />

O Gladiator também teve seu uso em<br />

outras forças aéreas estrangeiras além<br />

da RAF, como na força aérea Finlandesa,<br />

que usou o equipamento com Skis (assim<br />

como o montado na matéria) contra as<br />

forças invasoras russas. O avião também<br />

teve um papel importante no treinamento,<br />

formação e surgimento de pilotos importantes<br />

da RAF. O ás do Gladiator mais<br />

famoso foi o Pat Pattle, com 15 vitórias<br />

confirmadas voando um Gladiator.<br />

NE. O kit da Airfix foi fornecido pela<br />

HTC (htc.com.br) importadora da marca<br />

para o Brasil.<br />

42


Jun-Jul / 2016<br />

43


<strong>Revista</strong> <strong>Hobby</strong> <strong>News</strong><br />

Guilherme Perdomo de Castro<br />

44


Jun-Jul / 2016<br />

O<br />

valente Yak 9 foi é considerado<br />

pelos especialistas e historiadores,<br />

como o melhor e mais versátil<br />

avião de combate soviético, projetado<br />

e construído durante a II Guerra Mundial.<br />

Foi um sucessor direto do Yak 7 que incorporou<br />

todos os refinamentos, que o<br />

transformaram em ferramenta essencial<br />

para a vitória. Seja na versão de caça,<br />

ataque ao solo ou caçador de blindados,<br />

o tipo foi o preferido dos pilotos por sua<br />

robustez, confiabilidade, manobrabilidade<br />

e poder de fogo. Sua construção mista,<br />

madeira e duralumínio, poupavam o uso<br />

de materiais estratégicos. Teve a utilização<br />

de cinco motores diferentes, várias<br />

combinações de tanques de combustível e<br />

sete variantes de armamentos. Sua velocidade<br />

de 600 Km/h e seu teto de serviço<br />

de 9 mil metros, o tornava um temivel adversários<br />

para qualquer oponente alemão<br />

que ousasse cruzar seu caminho, no ar ou<br />

na terra.<br />

O Yak 9 viu muita ação nas mãos dos<br />

pilotos soviéticos, poloneses e no imortal<br />

Esquadrão Normandie-Niemen, operado<br />

pelos aviadores franceses. Seu armamento<br />

consistia em metralhadora 12,7 UBS,<br />

canhões de 20, 37 e 45 mm.<br />

Com o termino do conflito, foi cedido<br />

a vários países satélites soviéticos chegando<br />

a combater, novamente, nos céus<br />

da Coréia. Sua produção permaneceu ativa<br />

entre 1942 a 1948, com um total de<br />

16.772 unidades.<br />

ICM MODELS- YAK 9<br />

ESCALA 1/48.<br />

Meu querido amigo Adrian Vaudano, comandante<br />

da aviação comercial, em uma<br />

de suas viagens pela Europa, ao visitar<br />

o Royal Air Force Museun, em Londres,<br />

comprou em um dos balcões de venda de<br />

souvenires que lá existe, um kit do Yak 9<br />

da ICM Models para me presentear. Embalado<br />

em uma frágil caixa de papeção<br />

bem fino, o kit é apresentado em 3 árvores<br />

de peças, com 53 peças moldadas em<br />

plástico verde oliva em baixo relevo e um<br />

pequeno “sprue” com 2 partes transparentes.<br />

O manual de instruções, em página<br />

dupla em preto e branco, é bem explicativo,<br />

indicando as cores a serem pintadas as<br />

peças internas com números indicativos.<br />

Os decais (razoáveis), que acompanham,<br />

permitem a construção de três versões; D<br />

(caça de longo alcance), T (com canhão<br />

de 37 mm) e a versão por mim escolhida,<br />

K (como canhão Nudelman-Suranov NS-<br />

45 mm), mesmo com pequeno número<br />

de modelos construídos, dada a falta de<br />

confiança deste, que travava em excesso.<br />

MONTANDO O YAK 9K- 45<br />

Ao retirar as árvores de peças, depareime<br />

com algo inusitado; nunca em meus<br />

mais de 40 anos de plastimodelismo, havia<br />

verificado peças com tanto óleo! Foi<br />

preciso dar dois banhos de água corrente<br />

com detergente para limpar tudo. Verifiquei,<br />

também, que as fuselagens e asas<br />

não possuiam os pinos guias de encaixe.<br />

Foi preciso medir e faze-los com a ajuda<br />

de broca. Para quem gosta de um pouco<br />

de trabalho, o kit é um prato cheio, pois<br />

ele precisa de alguns refinamentos, a começar<br />

pelo interior, que apesar do esforço<br />

do fabricante em fazer algumas estampas<br />

nas laterais, é muito pobre, podendo o<br />

modelista, se quiser, melhorá-lo.<br />

O kit pode ser montado com os capôs<br />

laterais do motor abertos. Para tal, é bom<br />

pesquisar na internet a adição de alguns<br />

acessórios para o motor, que podem ser<br />

construídos com pedaços de plasticard<br />

e fios de sprue. O interior do cockpit e<br />

porões de rodas, assim como suas portas<br />

de proteção, foram pintadas na cor cinza<br />

médio. A camuflagem escolhida foi Light<br />

Blue na parte inferior e nas laterais e superfície<br />

as cores Dark Grey e Blue Grey.<br />

Agora vem um problema, para quem<br />

quiser fazer a versão “K“. A peça nº C 15,<br />

que representa o bocal e cano do canhão<br />

NS 45 mm é moldada de maneira rudimentar,<br />

com todos os escapes de chamas<br />

e gazes fechados. É preciso, com muito<br />

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cuidado, utilizar uma broca bem fina para<br />

abrir os orifícios laterais e o frontal. Depois<br />

de todo o trabalho realizado e a peça<br />

pintada em Gun Metal, o outro problema é<br />

o encaixe na peça nº C 17 “Spinner”, que<br />

é a parte do nariz do avião, pois o orifício<br />

frontal é muito estreito. Para solucionar o<br />

problema, usei uma broca de um diametro<br />

maior para alargar o espaço e fui obrigado<br />

a cortar a haste do bocal do canhão (peça<br />

C 15), passar por dentro da peça C 17 fazer<br />

o encaixe. Pode até parecer trabalhoso,<br />

mas só requer paciência e atenção.<br />

Outros detalhes que consomem algum<br />

tempo é a adição das telas metálicas (que<br />

não vêm no kit, tem de ser feita com tela<br />

de metal) das tomas de ar frontal e os encaixes<br />

das proteções laterais do motor. A<br />

parte transparente foi devidamente polida<br />

com algodão e cera de polimento, pois ela<br />

é meio opaca. Depois de tudo pintado, coloquei<br />

os decais e fiz a parte de envelhecimento,<br />

com o auxilio de pó de giz pastel,<br />

lápis de cor e tinta a óleo diluída com<br />

Aguarrás, uma mão de cera líquida Future<br />

para encerrar o trabalho e pronto. Não<br />

posso dizer que foi um desafio montar o<br />

Yak 9K, realmente deu um pouco de trabalho,<br />

mas só o prazer de ver o kit montado,<br />

já é uma grande satisfação.<br />

Hoje, o meu guerreiro soviético está<br />

em minha estante, junto de seus valorosos<br />

contemporâneos da II Guerra. Para<br />

quem gosta de aviação russa, recomendo<br />

o kit, mas não escolha a versão “K“ que,<br />

por erro do fabricante ICM, dá um pouco<br />

de dor de cabeça.<br />

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Jun-Jul / 2016<br />

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