EDIÇÃO 46

Ar
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Clio Corbetta Pingret
André Maeda
Thiago Miranda
Douglas Straub
Chegamos a nossa edição 46 especialmente dedicada
aos motores refrigerados a ar. Essa edição faz parte de uma
série especial que estamos produzindo já a alguns meses, e
é a penúltima da série que foi elaborada devido a passagem
da publicação do formato impresso para o formato Digital,
reunindo-os em um único exemplar cada modelo de carro
publicado juntamente com um inédito. Além de facilitar o acesso
aos nossos leitores que podem ter em uma única edição todos
os carros de um único modelo, a série também veio a colaborar
para o novo projeto da revista que estamos trabalhando há 1 ano,
nos dando tempo para concretizarmos mais este sonho que terá
sua estreia na edição comemorativa de número 48 – entrando
no quinto ano de existência. E não se trata de reformulação, é
um projeto inédito e elaborado especialmente para aproximar
o leitor da publicação, de nossos colaboradores e anunciantes.
Enquanto isso, aproveite os melhores VW refrigerados a ar em
nossas páginas
Um grande abraço a todos
Evandro N. Lima
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aos automóveis modificados e artigos
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a alta performance.

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Herbie usado nas cenas rápidas dos filmes de Hollywood
por: HotCampinas
Fusca Turbo FLT - Cristian Castro - Recorde durante a
2ª etapa Brasileiro Arrancada 2013
- por dragsterbrasil

Arrancadas de fuscas
por: Adrian da Hornet
Tiozão do Fusca - German Rato | Entrevista t
por: Auto Super
46 16

VW 1963
por: LP Produções
78 VW Beetle on Air Suspension - #LifeOnAir
- por Air Lift Performance

KNOCKOUT
Fusca 1969 recebe motor 1.900 turbo roletado, intercooler e injeção eletrônica. Um direto no queixo de
qualquer amante de carros modificados.
Vinícius AirPower
Candle Box - You
20

Ventoinha modelo Porsche, sistema de injeção Fueltech, motor 1900 e o turbo compressor Garret
Roller transformaram o Fusca em um nocauteador no visual e em desempenho!
Quem já foi a alguma das inúmeras exposições de carros antigos
que acontecem pelo Brasil teve a oportunidade de constatar que
uma das coisas mais bonitas destas reuniões é o colorido formado
pela enorme variedade de cores das carrocerias, principalmente
no caso do Fusca e seus derivados. Tonalidades como o Amarelo
Imperial, Verde Hippie, Azul Safira, Vermelho Radiante, entre
outras, além dos modelos personalizados, com cores ainda mais
berrantes. O corretor de seguros Nilson Carvejani foi na contra
mão dessa teoria e escolheu para seu exemplar uma cor menos
chamativa, mas não menos bela. O preto que recobre a carroceria
dá ao besouro um visual refinado e de quebra tenta transmitir um
pouco da maldade escondida debaixo de seu capô.
Trata-se de um exemplar ano 1969, que mantém a grande
maioria dos detalhes estéticos da época em que foi fabricado
como, por exemplo, os para-choques, retrovisores e frisos
cromados, rádio toca fitas original, volante de aro fino e grande
diâmetro, porta objetos de bambu embaixo do painel e teto
solar de tecido na mesma cor dos revestimentos internos, sendo
estes dois últimos acessórios de época, que contrastam com
equipamentos de performance modernos, como conta giros e
manômetros Auto Meter linha Sport Comp, módulo de injeção
FuelTech FT200 e Datalogger da mesma marca. Outros detalhes
22

interessantes são o velocímetro que manteve o grafismo original,
mas agora possui escala até 220 km/h e a tampa traseira com
aberturas que imita os exemplares conversíveis alemães e de
quebra auxilia na captação de ar para o intercooler, ou seja,
além de bonito é funcional!
Se alguém ainda tinha dúvidas de que esse Fusca merece
respeito, basta olhar atentamente as fotos do motor e ler
a ficha técnica para saber que de pacato este carro não tem
nada! No espaço que antes acomodava um modesto motor de
apenas 1300 cc e 46 cv de potência, agora bate um coração de
exatas 1.914 cc com a adoção de um kit de pistões, camisas e
anéis Mahle forjados de 94 mm, que rendem 230 cv medidos em
dinamômetro com apenas 1 bar de pressão, gerados por uma
turbina Garrett GT 2560R (roletada), que foi montada ao lado
do câmbio e engana os desavisados, já que somente através
dos tubos de pressurização e do generoso intercooler Belquip é
possível identificar que o carro é turbo. Isso quando o motor está
desligado, pois o ronco maldito, emitido por um escape feito
completamente em aço inox pela German Race Cars Construction
com direito a abafador e o espirro da válvula de prioridade Beep
Turbo não deixam dúvidas de que o Fuscão preto não está para
brincadeiras. Principalmente quando acelerado até 7000 RPM,
que é o limite de giro alcançado com os comandos de válvulas
Engle TCS20, que orquestram os cabeçotes trabalhados na Paula
Faria, com válvulas de aço inox com 40 mm na admissão e 35 mm
no escape, molas, pratos e travas também da norte americana
Engle. Uma ventoinha igual à que equipa os motores do primo
rico Porsche garante uma refrigeração eficiente e de quebra um
visual agressivo ao pequeno boxer, que teve sua construção a
cargo da oficina paulista especializada em motores a ar Concept
Car Motores, sediada em Guarulhos e de responsabilidade do
experiente preparador Emerson Renato Cara.
Freios a disco nas 4 rodas, suspensão com mangas de
eixo deslocadas na dianteira, facão especial na traseira e
amortecedores especiais, rodas aro 17 modelo Fuchs da Porsche
montadas em pneus Toyo Proxes 4 205/45 na dianteira e 225/45
na traseira garantem tração e segurança nos passeios mais
animados que realiza com o Fusca que, segundo o proprietário, o
divertem tanto quanto os passeios com seus outros carros, entre
eles um Mini Cooper S com preparação leve e a mesma potência
do besouro, mas que oferece muito mais tecnologia.
Com essa bela combinação entre originalidade e tecnologia,
classe e agressividade, convenhamos que a frase pretinho básico
não cai nada bem para belo carro de Nilson.

FUSCA TURBO
Ficha Técnica
Motor:
Cabeçote:
VW Boxer 1.9 - Bloco Auto Linea
Paula Faria 40mm x 35mm
Nome
Nilson Carvejani
Pistões:
Bielas:
Virabrequim:
Mahle forjados
Originais
Original 69mm
Preparador
Emerson Renato
Cara
Comando:
Engle TCS20 294ºx294º
Turbo:
Garrett GT 2560R
Wastegate:
Beep Turbo
ECU:
Injetores:
Ignição:
Fuel Tech FT200
Deka 80lbs
MSD 6AL
Rodas: Fuchs - Porsche 17”
Pneus: Toyo Proxes D 205/45 T 225/45
Coletor de
Admissão:
Coletor de
Escapamento:
Bomba de óleo:
Autotrax
German Aço Inoxidável
Schadeck dupla 30mm
Amortecedores
dianteiros:
Amortecedores
traseiros:
Combustível:
Chevette alterado
D20 alterado
Álcool
Mola de
válvulas:
Engle
Potência:
230cv estimados
Bobina:
Mallory Promaster
24
22

26

BALA DE
PRATA
VW Fusca recebe grande quantidade de equipamentos de ponta e concilia
desempenho de gente grande a passeios com garantia de tranquilidade
Vinícius AirPower

O que é um carro de rua preparado para você? Qual a linha
que divide o céu do inferno em termos de confiabilidade de um
canhão de rua? Até alguns anos atrás essas perguntas eram bastante
complexas de serem respondidas, mas atualmente com a introdução
da eletrônica e outras diversas tecnologias, é possível ver carros com
uma cavalaria considerável andando tranquilamente nas ruas, e até
realizando viagens sem as dores de cabeça comuns a carros desse
tipo, como barulho e consumo de combustível excessivo, embreagem
pesada, etc. Mas quando o carro em questão é um VW Fusca, que
mesmo os exemplares dos últimos modelos a saírem da linha de
fabricação em meados da década de 90 já trazem na bagagem cerca
de 15 anos de serviços prestados, além de todos os inconvenientes
já conhecidos pelos proprietários de besouros preparados, como
problemas de superaquecimento do óleo, falta de estabilidade, entre
outras coisas que só um Fusca pode proporcionar a você, a coisa fica
mais complicada.
Quando o proprietário deste Fusca “Itamar” 1996 prata Lunar,
Fausto Martelo, chegou à oficina paulista Sportsystem, inicialmente
escolheu montar um motor aspirado de 2.5 litros. Para a maioria dos
entusiastas esse propulsor seria mais que suficiente, já que oferece
interessantes 200 cv, mas não para o dono deste carro, que após
alguns passeios e viagens tratou de pedir um motor mais empolgante
para Sandro Bruno, proprietário e preparador da oficina e um dos
maiores nomes em VW a ar da América Latina. A solução para a falta
de potência veio na forma de um motor um pouco menor, com 2.4
litros, mas equipado com um turbo, garantindo a pegada quando o
aspirado pedia arrego. Mas o proprietário, que já possui certa idade e
gosta de descrição e tranquilidade quando não está com o pé cravado
no assoalho, exigiu que o carro fosse, além de forte, extremamente
confiável e utilizável até no dia a dia quando necessário.
Um bloco nacional da marca Auto Linea modelo Hipercase, que
possui algumas diferenças em relação ao modelo normal, auxiliando
bastante quem pretende andar forte com o motor boxer de alta
cilindrada é a base do motor. É nessa carcaça que são acomodados
28

os pistões forjados da AFP de 94 mm, com bielas forjadas Pauter de
5,7” e virabrequim também forjado AA de 86 mm com colo Chevy,
resultando em exatos 2.387 de deslocamento. O fôlego extra é
garantido por 1 bar de pressão vindo de uma turbina Master Power com
carcaça quente .63 com eixo de 54 mm e carcaça fria .50 com rotor
52 mm, montada ao lado do câmbio com escape German projetado na
Sportsystem especificamente para este projeto, uma montagem que
além de deixar o visual do cofre do motor mais harmonioso, também
garante uma interessante diminuição na temperatura do ar admitido
pela ventoinha, algo muito benéfico para os motores refrigerados a
ar, onde todo cuidado com a refrigeração é pouco. Por isso mesmo
neste exemplar não foi economizada preocupação com o quesito:
ventoinha modelo Porsche fabricado pela lenda Bernie Bergmann, um
radiador de óleo na dianteira e outro ao lado do câmbio, sobre cárter
EMPI, filtro de óleo by Sporstsystem e intercooler fecham o pacote
que evita dores de cabeça no besouro prateado.

Ficha Técnica
Nome:
Fausto Martelo
Preparador:
Sandro Bruno - Sportsystem (15) 3363-5151
Os cabeçotes, outro item primordial para garantir o desempenho de um motor
boxer, não foram deixados de lado. Adotou-se um par de cabeçotes importados
completamente trabalhados pela Sportsystem, utilizando válvulas de aço inox com
44 mm na admissão e 37 mm no escape. Da Pauter Machine vieram o comando
de válvulas Pauter Machine 02E0 e balanceiros roletados 1.4, enquanto as molas,
pratos (de titânio) e travas são todos de fabricação própria Sportsystem, assim
como os coletores de admissão e os corpos de borboletas duplos, que se tratam
de dois generosos corpos duplos com 2 borboletas de 48 mm cada. Um módulo
FuelTech FT400 é o responsável por alimentar o motor com 4 bicos injetores Bosch
de 80 lbs e controlar a ignição com roda fônica e 4 bobinas VW Mi.
Outra exigência de Fausto era de que o carro fosse fácil de conduzir, o que
não e uma tarefa fácil em um Fusca com mais de 300 cv, mas Sandro resolveu
esse problema com uma suspensão dianteira duplo A de construção invejável,
traseira com facão mais resistente e amortecedores especiais, além de freios
a disco slotados nas 4 rodas. Outro item interessante deste carro é o câmbio
com 5º marcha construído pela Sportsystem. Sandro nos conta: “este câmbio
ajuda muito a reduzir a temperatura do óleo, consumo de combustível e ruído
em viagens, mantendo o motor em uma rotação bem mais baixa que a caixa
original, possibilitando inclusive montar relações de 1ª a 4ª mais curtas para maior
desempenho, já que a 5ª funciona como overdrive”.
Graças a discrição do “Silver Bullet” de Fausto, que possui abafadores no
escape e inclusive insulfilm para maior privacidade, a surpresa da ultrapassagem
na reta será ainda maior quando você estiver a bordo de seu turbão ao estilo
“drag race”. E o melhor: quando chegar a curva o besouro poderá escolher entre
contornar a curva acelerando ou montar nos freios e seguir viagem em velocidade
de cruzeiro.
Agradecimento especial ao Robson Lagonda que cedeu o hangar da empresa
SKYDRIVE Vera Cruz para que as fotos dessa matéria fossem feitas.
Motor:
Cabeçote:
Diâmetro das
válvulas:
Molas de
válvulas:
Pratos de
válvulas:
Comando de
válvulas:
Pistões:
Bielas:
VW boxer – bloco Autolinea
Hipercase
Sportsystem
adm. 44mm x 37mm esc.
Sportsystem k800
Sportsystem titânio
Pauter Machine 02E0 (duração
294, lev. 13.94 com balanceiro)
AFP 94mm
Pauter Machine 5.7” colo chevy
Virabrequim: Forjado AA 86mm colo chevy 8
pinos
Bomba de óleo: Schadek retrabalhada Sportsystem
Turbo:
Masterpower .50 eixo 52, rotor
54, carcaça quente .63
Corpo de 2 x duplo 48mm Sportsystem
borboleta:
Coletor de
admissão:
Coletor de
escapamento:
Wastegate:
Blow-off:
Coletor para corpo duplo
Sportsystem
German e Sportsystem
FTX 38mm
FTX 50mm
Módulo de FuelTech FT400
injeção:
Ignição: SparkPRO 2
Bobina: 4 x Bosch Gol Mi
Bicos Injetores: 4 x Bosch 80 lbs
Bomba de
combustível:
Combustível:
Transmissão:
Engate:
Engrenagens:
Embreagem:
Rodas:
GTi Full
Gasolina
5 marchas carcaça Kombi
reforçada
Empi Street
WP forjada
Displato
Fuchs 17” 5x100
30

SURPRESA
Fusca equipado com motor a ar turbo de baixa cilindrada surpreende a todos, inclusive
ao seu dono, conquistando ótimo resultado no Treino Livre em Interlagos
Fotos e Reportagem: Vinicius AirPower
32

“
A simplicidade falou mais alto.
Poucos equipamentos e
eficiência de sobra no Fusca
que apavorou Interlagos”
Se você estava na reta principal do autódromo de
Interlagos no dia 21 de dezembro assistindo a 6ª Etapa
do Drag Race e a 7ª etapa do Treino Livre, um certo Fusca
azul com certeza chamou sua atenção. Ele chegou de
mansinho, sem barulho ensurdecedor no motor, sem
labaredas do 3 Step, sem pneus drag, com carroceria
impecável, todos os frisos e cromados no seu devido lugar,
interior completamente montado, ou seja, um grande
candidato a passar vergonha no autódromo paulistano
em meio a monstros com seus mais de 500 cv voltados
exclusivamente a fazer bonito na competição. Mas foi aí que
fomos surpreendidos novamente... O “fusquinha” faturou
nada menos que a 2ª posição do Treino Livre na categoria
tração traseira, com o melhor tempo de 8s561 a 140 km/h
com 60 pés de 2s161. Dois detalhes importantes deixam
tudo ainda mais intrigante: a pista estava úmida e o motor
do besouro é um pequeno 1.700 refrigerado a ar.
Carlos Eduardo Romani Jr. ou somente Carlão Romani
como é mais conhecido, não é um novato, tem história na
arrancada. Ele participou de diversas etapas do saudoso
Campeonato Paulista de Arrancada desde 1995, sempre a
bordo de modelos VW de tração dianteira com motor AP.
Quando conheceu seu cunhado, proprietário da The Garage,
oficina especializada em suspensão e customização de
Fuscas e derivados, foi contaminado pelos aircooled e hoje
possui 3 exemplares da família na garagem, sendo que os
outros dois contam com motor original. Carlão nos conta:
“Tenho meus VW só para curtir, passear com a família, mas
tenho amigos que não se conformam até hoje que eu tenha
mudado para o time dos aircooled, então nos desafiamos
constantemente, e nada melhor do que a reta de Interlagos
para esses tira-teimas”.
Em conjunto com o preparador Emerson Renato Cara da
oficina paulista Concept Car Motores, Romani elaborou um
projeto simples, mas que provou ser uma excelente opção
custo-diversão. Sob um bloco original foram montados
pistões AFP de 87 mm, que em conjunto com bielas e
virabrequim (69 mm) originais, resultam em um pequeno,
mas valente, “milesete” (1.640 cm3). Para loucura dos
amantes dos motores a ar e para desespero e tristeza da
concorrência, os cabeçotes permanecem originais, sem
nenhum trabalho e com as válvulas originais. As únicas
mudanças foram molas duplas da Bug Pack, varetas de aço

Ficha Técnica
Nome:
Carlos Eduardo Romani Jr
Preparador:
Concept Car Motores
MOTOR
Motor: Boxer 4 cilindros 1600
e balanceiros 1.25 da EMPI. Esse conjunto leva o motorzinho a nada menos que
7.000 RPM. Só para que você se situe caro leitor, um motor deste original gira
no máximo e com certa dificuldade 4.500 RPM.
Um módulo FuelTech FT350 é o responsável por controlar a alimentação
em conjunto com 4 bicos injetores fornecidos pela P.A.P com vazão não
revelada e uma bomba de combustível Bosch do Gol GTi, a famosa 018. Na
parte de sobrealimentação uma turbina BorgWarner K16 modificada pela New
Turbo envia até 2,3 bar de pressão. Quando se abre o capô a impressão que
se tem é que se trata de um motor original da Kombi injetada, pois foi utilizada
toda admissão, inclusive a minúscula borboleta desse modelo, que tem uma
discreta pressurização ligada até a turbina que fica alojada ao lado do câmbio.
O coletor de escape também é original de Kombi, mas com saída de 2 1/4”.
A parte de transmissão também é completamente original e não conta
ainda com blocante, somente foi adotada uma alavanca EMPI para facilitar as
trocas e uma embreagem Ceramic Power de 900 libras. A suspensão recebeu
os cuidados da The Garage, onde o eixo dianteiro foi encurtado e recebeu
mangas de eixo deslocadas EMPI e a traseira foi equipada com amortecedores
de Chevrolet D-20. As belas rodas são originais Porsche do clássico modelo
Fuchs aro 16 tala 6” na dianteira e 7” na traseira com pneus Bridgestone
Turanza 185/55R16 e 205/55R14 respectivamente.
O resultado positivo deixou até preparador e proprietário surpresos, e para
provar que não foi sorte de principiante, Carlão irá participar de mais etapas do
campeonato 2014 e espera desenvolver ainda mais seu besouro e deixar seus
amigos dos tração dianteira ainda mais inconformados.
Cabeçote:
Original
Molas de
Bug Pack
válvulas:
Balanceiros: EMPI 1.25
Pistões:
AFP 87 mm
Bielas:
Original
Virabrequim: Original
Bomba de óleo: Dupla com radiador de óleo
externo
Turbo:
K16 BorgWarner
Corpo de
Kombi
borboleta:
Coletor de Kombi
admissão:
Coletor de Kombi
escapamento:
ELETRÔNICA
Módulo de
injeção:
Bobina:
FuelTech FT 350
Mi
TRANSMISSÃO
Câmbio:
Embreagem:
Original com alavanca EMPI
Ceramic Power
Pneus:
Bridgestone Turanza.
Diant.185/55 R16;
Tras. 205/55 R16
Rodas: Fuchs 16”
Suspensão:
TEMPO
Diant. Encurtada com Manga
EMPI (The Garage); Tras.:
Amortecedores GM D-20
Melhor tempo:
Agradecimentos:
60ft: 2s1; 201m: 8s5
(pista úmida)
Concept Car Motores
(Renato/Elvis/Anselmo);
The Garage (Alexandre);
Restaurakar (André Takeda);
Lucar Retro (Luiz)
34

39

36

2.8l
No mundo dos motores refrigerados a ar o “dois e oito”
é sinônimo de respeito absoluto. Ainda mais quando é
seriamente preparado como este modelo da matéria.
Fotos e Reportagem: Evandro Lima
Não existe outro carro no mundo que tenha tamanha
versatilidade e importância na história do automóvel.
Fabricado a pedido de Hitler à Ferdinad Porsche para ser
o carro do povo na Alemanha, o Fusca alcançou números
estratosféricos em suas vendas com mais de vinte e
um milhões de unidades vendidas desde a sua criação.
Com números tão expressivos de veículos espalhados
mundialmente, a quantidade de entusiastas fanáticos
por performance seguiu os mesmos passos. O mercado
de peças destinadas à personalização e alta performance
dedicaram tempo e tecnologia para produzir componentes
específicos para os carros e motores refrigerados a ar.
Fábricas, preparadores e diversos tipos de competições
automobilísticas fazem parte natural do amado VW Fusca,
e este não é diferente, por sinal é um dos mais brutais do
país.
Apesar de ser concebido inicialmente por Alfredo
Vieira Montecelli para ser um carro de rua com módicas
alterações no motor, em pouco tempo o pacato Fusca

“
Cilindrada cavalar e
equipamentos de ponta
transformaram o motor em
uma usina de potência e
torque. São 300 cavalos no
metanol puro, sem aditivos”.
1986 passou de um projeto básico para uso na rua para
um carro de competição com uma mecânica estonteante.
Nesse processo de transformação saindo da rua para a
pista, algumas peças originais da carroceria, feitas em
aço estampado, foram substituídas por kits fabricados em
fibra de vidro na dianteira e nos para-lamas, procurando a
redução de peso e adequando-o à categoria TS, a qual foi
definitivamente projetado. Mecanicamente o carro possui
equipamentos de ponta por todos os lados mantendo o
chassi original do Fusca. A suspensão dianteira e traseira
são Sportsystem, com amortecedores do tipo coil-over
calibrados e próprios para competições de arrancada,
capazes de prover a tração máxima e ainda ajudar no
controle direcional do carro, um fato importante quando se
tem um entre eixos curto e uma carroceria não apropriada
para velocidades altas. No sistema de transmissão o
preparador optou pela carcaça de câmbio da Kombi
38

que é naturalmente mais resistente em sua estrutura e
internamente foram adicionados eixos com engrenagens
especiais para suportar os abusos da competição.
Como a tração é um fator obviamente determinante em
competições de arrancada os pneus são do tipo Slick com
10 polegadas de largura na traseira e 4,5 polegadas na
dianteira.
O motor é um caso a parte. A elaboração foi seriamente
pensada para prover potência e torque para as competições
de Arrancada. O bloco feito em liga de alumínio fabricado
pela Brasileira AutoLinea foi extensamente modificado
para receber as camisas de cilindros que acomodam
pistões de 101,6mm. Só para se ter uma idéia, o diâmetro
deste pistão é o mesmo utilizados nos motores GM 4
cilindros, o 151. O sistema de admissão americano JayCee
se destaca. Para quem não conhece a empresa JayCee
pertence ao piloto e preparador Jack Sacchett, que vem
desde os anos 80 projetando e fabricando componentes
específicos para os motores refrigerados a ar, sendo
considerado um dos melhores do mundo em sua área. No
motor são 2.8 litros de deslocamento volumétrico onde
as peças internas foram desenvolvidas para suportar
índices de rotações que encostam em 9 paus, nada mal
para um big block de 4 cilindros onde originalmente mal
supera a 5 mil rotações por minuto. Os cabeçotes também
são gigantes. Os modelos são americanos fabricados por
uma empresa consagrada em alta performance, a Pauter
Machine, equipado com balancins do tipo “roller” e calçam
válvulas de 52 mm na admissão por 41 mm de diâmetro
no escapamento. O cabeçote é usinado em equipamento
CNC onde os dutos são perfeitamente equalizados e
possuem fluxos suficientes para quebrar a barreira dos
300 cavalos de potência no motor de aspiração natural.
Também importados e que se destacam na traseira do
besouro são os enormes corpos de borboleta da JayCee
onde as reluzentes cornetas direcionam o fluxo de ar
para as borboletas com diâmetro de 62 mm cada uma,
e são 4, uma para cada cilindro. O ECU e acessórios
eletrônicos escolhidos pelo proprietário foram da InjePro,
gerenciando a ignição, controle de largada, ignição, sonda
e demais funções do modelo EFI-Pro, e tudo no metanol.
Segundo Alfredo, o motor naturalmente aspirado rende
em torno de 300 cavalos abastecido com metanol sem
a adição de nitrometano. O carro ainda está em fase de
teste e participará das competições no Autódromo de
Cascavel. Nós estaremos lá para conferir o desempenho
deste Fusca que tem tudo para ser fantástico, e torcer por
“pegas” emocionantes com tempos baixíssimos.
41

Nome:
Alfredo Vieira Montecelli
Preparador:
Junior Lech (45) 9977 2663
Motor:
Cabeçote:
Diâmetro das
válvulas:
Molas de válvulas:
Pratos de válvulas:
Travas:
Comando de
válvulas:
VW 4 cilindros boxer,
AutoLinea modelo CB
Performance
PauterMachine com
balanceiros e tuchos
roletados
Em titânio; 52 mm (adm) x 41
mm (esc)
K-Motion
Crower
K-Motion
PauterMachine330º
Pistões: AFP Racing Components 101,6
mm
Bielas: PauterRods, aço forjado 4340,
5,7”
Virabrequim:
Autocraft 88 mm; bronzinas
Clevite
Bomba de óleo: JayCee Enterprises
Corpo de borboleta:
Coletor de admissão:
Coletor de
escapamento:
Módulo de injeção:
Ignição:
Bobina:
Eletrônica:
Bicos Injetores:
Combustível:
Bomba de
combustível:
Transmissão:
Engrenagens:
Diferencial:
Eixos:
Blocante:
Embreagem:
Pneus:
Rodas:
Suspensão:
Potência:
Agradecimentos:
4 x 62 mm JayCee Enterprises
JayCee Enterprises
German Racing 4x1 em inox
InjePro EFI - PRO
InjePro
Gol 1.0 16v turbo
Peak and Hold InjePro; instação
Auto Elétrica Anderson
Gadeia
4 x 160 lb/h Bosch
Metanol
2 x 15 bar Dinâmica
Mecânica de 4 marchas;
carcaça Kombi
De Pauli Drag Racing
8x35 original VW
Pontas de eido De Pauli Drag
Racing
Spool em alumínio JayCee
Enterprises
Displato
Mickey Thompson; Diant: 22,5 x
4,5. Tras: 26 x 10
Diant. Douglas 15 x 4,5. Tras:
Jegs 15 x 8
Coil Over; Sportsystem
300 CV @ 8.300 rpm
Auto Posto Água Branca,
Ellite Lavacar e Lech Motors
40

BARÃO VERmElHO
Fusca Itamar comprado com 16 mil km rodados esbanja potência pelas ruas de São Paulo com seus
200cv e muito estilo.
Fotos e Reportagem: Fabio Felix Pascoal
42

Já faz tempo que nosso saudoso Fusca equipado
com motor refrigerado a ar deixou de ser o carro do povo.
Hoje ele é disputado com afinco por entusiastas desse
pequeno de sucesso.
As receitas são as mais diversas: aspirado, turbo,
injetado, carburado... Encontramos na cidade de Osasco
em São Paulo, um exemplar caprichado! Além das
modificações mecânicas, o besouro do gerente comercial
Fabiano Okubo de 34 anos de idade, conta com o estilo
“German look”, que consiste em utilizar equipamentos do
seu “primo rico”, o Porsche.
A preparação do exemplar ano 1984 visou um carro
forte, mas para um uso civilizado, sem riscos de quebras
e desgastes prematuros. “Adoro colocar minha filha e
esposa no carro e fazer passeios de finais de semana, ir a
encontros. E nessas horas o carro não pode dar dores de
cabeça”, conta Fabiano.
O artesão responsável pelo projeto foi Marcelo
“Bolinha” Crespilho da MCR Performance. “A especialidade
da casa são os motores AP turbinados, mas sou um fã
dos Fuscas e não resisto quando aparece um exemplar
refrigerado a ar para preparar. Apesar da fama de ser um
motor simples de se mexer, na hora de preparar o motor
a ar requer muito cuidado e conhecimento, caso contrário
vai tudo para o espaço”, alerta Bolinha.
Neste carro, o motor foi totalmente refeito, ganhou
pistões e camisas forjadas da brasileira Mahle com
90,5 mm de diâmetro. Já o virabrequim foi balanceado

e manteve o curso de 69 mm, subindo a cilindrada com
conservadores 1.8 litros (1.775cc). “A ideia era ter um carro
forte com um bom torque, mas resistente. Nos kits da
Mahle, a camisa dos kits 90,5 (1.8 L) e 92 mm (1.9 L) são as
mesmas, com isso, a parede dos cilindros nos kits 92 se
tornam muito finas, prejudicando a durabilidade”, explica
o preparador.
Para contribuir com um bom torque, o comando de
válvulas original foi substituído por um eixo da americana
Engle, modelo TCS-10, que conta com uma graduação
assimétrica de 284o na admissão e 276o no escape, e 112
de lob. “No cabeçote fizemos o básico, só aumentamos o
diâmetro das válvulas de admissão para 40 mm, molas
Engle e os dutos foram equalizados. Tudo isso pensando
em ter um carro esperto e com bom torque em todas as
faixas de rotação. A taxa de compressão ficou em 8:1, para
se utilizar Etanol no motor turbinado”, contou Bolinha.
O turbo, um Mitsubishi híbrido, com eixo de 38mm e
rotor 36mm, utiliza caixa quente .47 e fria .42. Esse diminuto
compressor ficou bem escondidinho atrás do motor por
meio de um coletor de escapamento confeccionado em
aço carbono pela German Racing. Já a admissão é obra
da Belquip Competições dando um visual limpo e belo ao
Fusca/Porsche. “Sou chato no quesito visual do motor,
fiquei no pé do pessoal, mas o resultado final ficou ótimo,
tanto escapamento como admissão ficaram perfeitos”,
reconhece Bolinha.
“ Vários acessórios
instalados no carro
são originais da marca
Alemã PORSCHE.
Para manter um toque nostálgico neste besouro, foi
utilizado um par de carburadores EMPI de corpo duplo e
borboletas de 40 mm cada, montados em coletores da
mesma marca, e uma bomba de combustível SPA Turbo
de 12 bar. “Para conseguir atender as exigências do
proprietário, tive que suar a camisa para deixar o carro liso
de baixa, sem traços, com uma subida de giro perfeita, pois
os carburadores da EMPI não vem perfeitos de fábrica,
requerem muito retrabalho interno. Para ficarem “no
jeito”, tive que retrabalhar e equalizar giclês, progressão,
substituir venturis...” explica Bolinha.
Após todo esse cuidado na preparação, chegou a
hora do repórter aqui ver se o Fusca ficou tudo isso que
preparador e proprietários tanto falaram. Até chegar a
locação onde seriam feitas as fotos do Besouro, Bolinha
me norteou por um trajeto “estratégico” cheio de belas
retas e curvas de alta. E o besouro fez bonito, liso de baixa,
e rápido na aceleração, resultado de uma carburação
acertada e de um turbo que casou com o motor. O carro
ficou perfeito! Não embaralha nada e com uma marcha
lenta invejável, que faz normalmente barulhento motor
boxer da Volkswagen parecer estar adormecido. O
preparador estima que o besouro esteja com 200 cavalos
e cerca de 35kgf.m de torque. Eu arriscaria uns 250
cavalos, pois o carro acelera muito!
Calçado com rodas de Porsche modelo Cup3 de 17”
e pneus Dunlop 205/45 o “Barão Vermelho” contorna
curvas com maestria, mas não há muito milagre. Em altas
velocidades ele dá a tradicional “passarinhada”, sensação
um tanto emocionante para piloto e passageiros.
No interior muito capricho, volante e instrumentos
de Porsche (estes comprados pela internet), bancos em
couro na cor caramelo, alavanca de engate rápido Empi.
Questionado sobre o valor investido em seu Itamar 94,
Fabiano revela: “São 4 anos de muito trabalho para o carro
ficar assim. Parei de contabilizar quando atingiu os 50 mil,
e isso já faz alguns anos. É melhor assim, pois o vicio não
tem fim. Apesar do carro estar perfeito já penso em injetar
em um futuro próximo”.
44

Nome:
Fabiano Okubo
Preparador:
Marcelo “Bolinha” Crespilho MCR Performance (11) 3835 2619
Motor:
1.8 litros boxer
Cabeçote:
Molas de
válvulas:
Tuchos:
Comando de
válvulas:
Pistões:
Bielas:
Virabrequim:
Turbo:
Coletor de
admissão:
Coletor de
escapamento:
Originais retrabalhados
Engle adm 40mm
Empi
Engle TCS-10
Mahle 90,5 mm
Originais
Original 69 mm
Mitsubishi híbrido by MCR;
Eixo 38 mm; rotor 36 mm;
caixa quente .47; fria .42
Empi
German Racing
Carburador: 2 x Empi IDF 40
Bobina:
Combustível:
Bomba de
combustível:
Dosador:
Transmissão:
Embreagem:
Gol Mi
Etanol
12 bar SPA Turbo
HP Beep Turbo
Original
Ceramic Power 900 libras
Pneus: Dunlop 205/45R17
Rodas:
Suspensão:
Potência:
Adicionais:
17” Porsche Cup3
Amortecedores Impacto
Especiais
200 cvs (estimados)
Instrumentos Porsche;
alavanca EMPI

Relacionamento
sério
Há quase 10 anos, mecânico mantém relacionamento sério com seu Fusca
1.800 turbo e torna o besouro um membro de sua família
Fotos e Reportagem: Vinicius AirPower
48

Manter um relacionamento sério é uma tarefa
bastante complicada. Deve-se dedicar muito tempo,
atenção, paciência, carinho e até dinheiro para garantir
que aquele romance não se torne apenas um lance. Para
quem pensa que esse repórter insolente pirou de vez
e está achando que é conselheiro amoroso, saiba que
estou falando de relacionamentos em geral, isso inclui
relacionamentos com carros. Se agora você tem certeza
que eu enlouqueci, está muito enganado, pois para
muitos, possuir um carro é a mesma coisa que ter uma
parceira(o) ao seu lado. Na verdade, para alguns mais
fanáticos, o carro vem até antes da família! Não é este o
caso de Alexandre Forlevize Corado, que apesar de ter
relacionamento sério com seu Fusca 1986 desde 2004,
tem sua esposa, que conheceu em um encontro de Fuscas
e seu filho, de apenas 2 anos, como prioridades, mas trata
seus Fuscas como membros da família. O plural é porque
além deste exemplar, o mecânico possui outro belíssimo
Fusca 1969 em estado invejável e uma Kombi 1977 em
restauração. Aliás, muito mais que um hobby, os besouros
tornaram-se parte da vida de Ale, como é mais conhecido,
já que ele é proprietário da oficina The Garage, localizada
na zona norte de São Paulo e especializada em suspensão
e customização de Fuscas e derivados.
Montado aos poucos, esse carro já passou por
diversas configurações, mas atualmente está mais forte
e afiado que nunca. Logo no começo do relacionamento,
quando o Fusca ainda era apenas um 1.600 turbo com
um par de carburadores Solex 32 montado em casa, em
uma das primeiras edições do então Racha em Interlagos
o besouro incendiou a arquibancada quando andou na
frente de uma Ferrari 360 Modena amarela (procure no
YouTube por Fusca VS Ferrari). Hoje, com montagem do
preparador Emerson Renato Cara da oficina Concept Car
Motores, o motor evoluiu para um 1.800 montado com
pistões forjados de 92 mm da Mahle, bielas e virabrequim
(69 mm) originais, que forma exatos 1.834 cm3 de
deslocamento no motor. Os cabeçotes foram enviados a
Paula Faria, onde receberam trabalho nos dutos e sedes,
que passaram a acomoda válvulas de aço inox da Bug Pack
com 40 mm na admissão e 35 mm no escape. O comando
de válvulas é uma unidade Engle Cams, modelo TCS-20,
que possui duração de 294º, 253º a @0,50 e levante de
11,04 mm na admissão e 284º no escape, 247º @0,50 e
levante de 10,92 mm no escape com 112º de lobe center
e trabalha com engrenagem reta da CB Performance que
emite um ronco peculiar durante seu funcionamento. As
molas utilizadas são duplas dos motores Fiat.
Mesmo com todas mudanças adotadas no motor, o
par de carburadores Weber 40 IDF adotados no motor
desde a segunda fase do projeto permanecem firmes
e fortes garantindo a alimentação do valente motor,
que recebe etanol através de uma bomba elétrica de
Mercedes. Um intercooler foi montado com o intuito de
garantir a admissão de ar mais fria. A tampa traseira é

50
mantida elevada para facilitar a entrada de ar frio no cofre
tanto para admissão quanto para auxiliar na refrigeração,
item crucial nos motores com refrigeração a ar. Também
foi adotado um radiador de óleo externo instalado a
frente da suspensão dianteira. Quem pressuriza o ar para
o motor gerando até 1,5 bar de pressão positiva é uma
turbina Master Power modelo T2 com carcaça fria .48,
carcaça quente .36 com conjunto eixo/roto maior, vindo
das turbinas T25 da mesma marca, que gera uma pegada
animal já em baixas rotações, aproveitando bastante a
enorme capacidade de tração do besouro, com sua tração
traseira e motor montado em cima do eixo de tração.
Todo o trabalho de suspensão foi feito por Ale na
The Garage. Os amortecedores foram recalibrados,
a suspensão dianteira recebeu duas catracas para
regulagem de altura e foi realizado todo um trabalho de
instalação de barras para evitar torções da carroceria e
trepidações do conjunto motor e câmbio. A transmissão
conta somente com engrenagem da 4ª marcha forjada e
com relação mais longa para viagens e embreagem com
disco de cerâmica de 900 libras da Displatec. Pneus Rotalla
205/40R17 calçam belas rodas réplica das clássicas BBS
RS aro 17” tala 7 e fecham com chave de ouro o visual
german look do impecável do Fusca 86.
O carro foi montado para andar na rua, comparecer
a encontros de Fuscas e derivados e esporadicamente
esticar as pernas no Racha Interlagos, só para poder
acelerar sem culpa. O mecânico nos conta: “O carro é
muito gostoso de andar, mas falta tração para fazer um
tempo melhor na reta de Interlagos. Em breve pretendo
adquirir um jogo de rodas 15” e pneus específicos para
drag race, ai os tempos vão baixar”.

Depois de conhecer em detalhes o Fusca de Ale,
acredito que a maioria dos leitores deseja votos de
felicidade a dupla, para que esse relacionamento se
mantenha forte e dure por muito mais anos. A menos que
você seja um dos que ficou para trás desse besouro em
alguma puxada...
Nome:
Evandro (Tião)
Preparador:
Rafael, Oficina RR (11) 7803 4410
Motor:
Cabeçote:
Molas de
válvulas:
Pratos de
válvulas:
Travas:
Comando de
válvulas:
Pistões:
Bielas:
Virabrequim:
Bomba de óleo:
Turbo:
Corpo de
borboleta:
Coletor de
admissão:
Coletor de
escapamento:
Módulo de
injeção:
Ignição:
GM 6 cilindros
586 preparação Paulo Faria
Manley
Manley
Manley
Crower
Venolia 0,30; anéis Mahle
Scat 6 polegadas; bronzinas
Clevite
Original faqueado
Melling
Turbina Master Power caixa
quente 1.22 eixo 76mm caixa
fria .66 com rotor 66mm
Folego
Folego plenum
Jé Escapes
FuelTech FT 400
FuelTech
Bobina:
Acessórios
adicionais:
Bicos Injetores:
Combustível:
Bomba de
combustível:
Transmissão:
6 x Bosch Fiat Marea
DataLogger, roda fônica,
BoostController , CO2, line
lock, Peak and Hold
12 x Ford Racing 160lbs
Etanol
4 x Dinâmica Full
4 marchas Dodge
Diferencial: Dana 44
Embreagem:
FF embreagens 1.200 lbs
Pneus: Goodyear SS 275/60R15

HERBIE
Fusca 64 é restaurado e preparado para competições de Arrancada seguindo
padrões visuais do personagem criado pelos estúdios Disney, o Herbie.
Fotos: Thiago Miranda e Douglas Straub - Reportagem: Evandro Lima
54

56

58
“
Apenas 10 segundos são
necessários para que este
Fusca cruze a linha dos 402
metros a mais de 220 km/h

Encontrado abandonado em um
terreno este Fusca foi salvo graças
à paixão de Hermes S. Batista e seu
irmão Bernardo. Logo após a compra os
irmãos decidiram que além da reforma,
transformariam o pacato VW em um
verdadeiro “Drag Car” capaz de deixar
qualquer entusiasta boquiaberto. Após a
reforma e já pintado no padrão “Herbie”
o carro seguiu para a oficina dos irmãos
Batista, para ser devidamente preparado
para competir na categoria TST.
O estilo “Herbie” pode até confundir
alguns incautos por ter a aparência de
um carro de exposição, mas o Fusca aqui
mostrado não se limita em apenas ser
bonito, este “Herbie” possui poder de
aceleração descomunal. Na arrancada
faz os primeiros 60 pés em 1,5 segundo,
entra nos 201 metros em 6,5 segundos
a 175 km/h, e vence os 402 metros em
míseros 10 segundos a estonteantes
225 km/h. Nada mal para um veiculo com
mais de 50 anos e aparência, digamos,
quase tão inocente como um filme
infantil. Para chegar a esse nível incrível
de desempenho uma série de alterações
foram necessárias. Transmissão especial,
suspensões alteradas e todo o habitáculo
foram modificados pela equipe, que
manteve o motor refrigerado a ar,
obviamente extensamente preparado.
A preparação do motor feita pela equipe
da Street Race rendeu 460 cavalos e
nada mais nada menos do que 60 kgfm
de torque com a ajuda de um turbo
compressor K27, da alemã KKK. A receita
utilizada pela equipe na preparação do
motor é pesadíssima. Utiliza o bloco
especial da Auto Linea capaz de abrigar
os pistões forjados fabricados pela
Wiseco com 94mm de diâmetro, e o
virabrequim CB Performance, também
forjado, com 84mm de curso, resultando
em um deslocamento volumétrico de
2,3L. O cabeçote foi preparado pela
Hercules de Curitiba e também fabricado
pela Auto Linea, calça válvulas de 44mm
na admissão e 37 mm no escapamento
(veja mais detalhes na ficha técnica). O
interior do Fusca é “de corridas”, limpo,

sem bancos “normais”, apenas o painel e
volante de direção permanecem originais.
O banco de competição e o Santo-Antonio
completam a cena e garante a segurança
do piloto. O Fusca é equipado com rodas
Douglas, também americanas e objeto
de desejo entre os amantes do besouro,
foram calçadas com pneus específicos
para competições de Arrancada.
Perguntamos ao Hermes como é
pilotar um Fusca com potência em dose
cavalar. “Apesar de ser um Fusca que
tem o entre eixos curto ele é muito bem
alinhado. Percorre os 402 metros da pista
em Curitiba a mais de 200 km/h, nas mãos,
sem causar sustos. Já a largada é tensa.”
– Nos conta Hermes. O desempenho de
mega esportivo em um corpo com mais de
50 anos é um dos maiores sonhos entre
os entusiastas. Aos desavisados fica a
dica; não se equivoquem ao alinhar com
o esse “Herbie”, o “filme” tem apenas 10
segundos e pode aterrorizar seus sonhos.
Ficha Técnica
Motor:
Motor 4 cilindros boxer refrigerado a ar, bloco
Auto Linea, 460cv, pistões Wiseco, bielas CB
performance, virabrequim CB Performance,
bomba de óleo Schadek Cárter Seco
Cabeçote:
Auto Linea, preparação do cabeçote
Hercules, comando de válvulas Pauter, molas
de válvulas e pratos Engle
Turbo
Turbo kkk k27 com pressão de 2.4 Bar,
Wastegate Beep Turbo
Eletrônica
Fueltech FT400, peak and hold Fuel Tech,
bobina Bosh Omega 2.2
Alimentação
Metanol, 3 bombas de combustível Mercedes,
4 injetores Siemens 225lbs
Transmissão
4 marchas com engate rápido Sapinho, semieixos
e eixo Bugpack, diferencial blocante
Street Race, embreagem de 1600lbs
Suspensão:
Amortecedores e suspensão Street Race
Pneus e Rodas:
Pneus Hoosier 24.0 x 5.0 - 15 / Toyo 225 x
50 - 15
Rodas Traseiras 15 x 8.5 Douglas / Dianteiras
15 x 4.5 Douglas
60

62

DO LIXO
AO LUXO
“Fusca de 1969 comprado por r$ 600,00 reais saltou do lixo ao luxo e
hoje atrai olhares de entusiastas por onde passa”
Fotos: Alexandre R. de Azevedo Reportagem: Evandro Lima

64

A história desse Fusca 1969 começou
em meados de 2008, quando Rogério
Ramos, proprietário da Oficina Mecânica
GRX MOTORSPORT de Araras, interior de
São Paulo, em uma conversa casual fez
uma oferta a seu vizinho visando à compra
do Fusca que ilustra a matéria. Rogério
ofereceu R$ 600,00, quantia esta que
poucos teriam coragem de desembolsar
pelo carro devido a seu estado crítico.
Inicialmente seu vizinho recusou a
proposta, mas acabo o procurando dias
mais tarde. “A proposta pelo Fusca ainda
está de pé?” - Questionou o vizinho.
Rogério não esperava que ele
fosse aceitar a proposta, mas acabou
arrematando o carro sem pensar duas
vezes. No entanto, nem em sua garagem,
nem em sua oficina havia um local para
que o Fusca pudesse ficar guardado.
Com isso, ele acabou ficando por cerca
de oito meses parado no terreno vazio
ao lado de sua casa e quando o mato
ultrapassou a altura do carro o Rogério
decidiu que essa situação teria um fim. No
final do ano de 2009 Rogério levou seu
“novo brinquedo” a sua oficina mecânica
para que ele fosse completamente
desmontado e, posteriormente,
encaminhado à funilaria e pintura. Porém
o resultado não foi satisfatório, pois
puderam ser reaproveitados apenas os
para-lamas traseiros e a tampa traseira.
O restante precisou ser comprado novo.

Com todas as peças compradas era hora
de escolher a cor para o Fusca. Como
no documento ele era originalmente
vermelho, Rogério optou por manter
essa característica e, juntamente com
um profissional especializado criaram
uma nova cor, partindo de um vermelho
da Ford. O resultado ficou simplesmente
único, um vermelho arrasador! No interior,
Rogério optou por ser mais conservador
mantendo suas características originais,
usando apenas uma cor mais clara para
contrastar com o vermelho. Já em sua
mecânica o Fusca não deixou a desejar.
Inicialmente utilizava um motor 2.3, mas
isso acabava restringindo seu uso diário
e eventuais passeios. Com isso Rogério
optou por montar um motor mais “usável”,
motivo pelo qual comprou uma mecânica
1.7, das últimas VW Kombi a ar. O motor
foi complemente revisado e recebeu
cabeçotes modernos, molas, pratos
e travas especiais, injeção eletrônica
FuelTech FT 250, um par de Throtle Bodys
Duplas de 40 mm, Comando Pauter
Machine Special Order, Bicos de Alta
Vazão do Astra Flex, Ignição Fuel Tech
4 Fire S, Bobinas de Fiat, Roda Fônica e
tudo que um motor precisa para se tornar
confiável. Toda montagem foi realizada
em sua própria oficina e após muito
carinho e dedicação ao longo desses
dois anos de trabalho, o resultado não
poderia ser diferente: Rogério conseguiu
desenvolver carro ágil e confiável, que
atrai olhares dos entusiastas pela marca
por onde passa, mesmo se recusando
a acreditar que o Fusca é o mesmo
de 2008, que por pouco não virou um
galinheiro. O antigo proprietário do Fusca
1969 se surpreendeu quando o viu pronto,
passando por ele no bairro e chegou a
colocar os óculos para ver a placa, não
acreditando se tratar do mesmo besouro:
“Não é possível, é o mesmo? Vende de
volta?”. Rogério sorriu e educadamente
respondeu: “Nem pensar!”.
66

1995 VW/FUSCA
Fotos e reportagem: Vinicius Fonseca
TEMPERADO
Fusca 1995 recebe personalização completa e um tempero especial no motor à ar para
deixa-lo ainda mais exclusivo
68

“
A simplicidade aplicada com esmero tem
resultados surpreendentes”
A
grande maioria dos brasileiros
adora saborear massas. Pizza,
pastel, esfiha, macarrão, lasanha,
nhoque são delicias da culinária mundial,
mas quem realmente garante nossa
alimentação em pelo menos 5 dos 7 dias
da semana é o bom e velho arroz com
feijão. Mas esse prato já tão tradicional
pode oferecer resultados surpreendentes
dependendo da experiência e carinho
aplicado no seu preparo. Se você está
estranhando esse texto e achando que
pegou a revista de culinária da sua mãe
por engano, espere que eu explique
onde quero chegar. Apesar de não
gostar de utilizar o termo “receita” para
preparação de motores, pois não existe
nada tão diferente quanto dois motores
iguais, as comparações são inevitáveis.
Principalmente devido à popularização
dos kits turbo, onde é comum ver
motores completamente originais que
somente recebem o kit. Essa seria a
receita básica, um prato de arroz e feijão
comum. Mas existem outros que decidem
dar um tempero especial ao prato, e com
alguns toques de mestre transformam o
“simples” em algo surpreendente.
O VW Fusca 1995 apresentado nessa
matéria é um grande exemplo dessa
teoria. Fuscas equipados com um kit
turbo no motor 1.600 são relativamente
fáceis de encontrar, mas montados com
capricho e cuidado com os menores
detalhes, tanto técnicos quanto visuais, já
não são tão comuns assim. Rogerio Diana
é daqueles que gostam de ter seu carro
sempre em dia e com o visual impecável.
Após adquirir o exemplar que ilustra essa
matéria, já pintado nesta bela tonalidade
de azul, mas “cheio de coisas para fazer”
como ele mesmo descreve, resolveu
deixar o carro com a sua cara instalando
acessórios como os belos, raros e caros
faróis de milha Hella 1000 Black Magic,
rodas Raw aro 17” tala 7”, que são réplicas
da Fuchs que equiparam os Porsche na
década de 70, calçadas em pneus Delinte
195/40R17 na dianteira e 205/50R17
na traseira. No interior, bancos Recaro,
volante Lotse, alavanca de câmbio de
engate rápido Empi, pedal do acelerador
do tipo roller, trio de manômetros
Cronomac com fundo branco, combinando
com o painel também com fundo branco
feito sob encomenda, que aproveitou o
local onde originalmente fica o relógio
para a instalação de um conta-giros,
deixando o painel discreto e funcional.
Todas essas alterações deixaram
70

o carro com um visual bonito, mas o
coração continuava fraco para tamanha
beleza. Como um prato que possui uma
bela apresentação, mas não possui
tempero condizente, estava na hora de
resolver este problema “temperando” as
coisas com a instalação de um kit turbo
com turbina SPA200 (T2) no motor 1.600
boxer. Todo o serviço ficou a cargo da
oficina Gil Motors, que tratou de instalar
todo o kit da SPA Turbo, que também
forneceu a fita térmica Titanium do
escape e o protetor de turbina do mesmo
material, este último que na realização
das fotos para esta matéria ainda não
havia sido instalado. Por enquanto o
motor não recebeu mais nenhuma
alteração na parte interna e cabeçotes,
somente uma bomba elétrica externa
SPA de 9 bar com dosador da mesma
marca e o acerto dos carburadores
Solex 32 para alimentar de etanol a nova
cavalaria. Rogério faz questão de deixar
claro que não turbinou o besouro para
participar de rachas ou competições
em autódromos, somente ter um carro
com um desempenho interessante
para passear pelas ruas e estradas com
ótimo custo-benefício. Depois de provar
do tempero do “Fusquinha” em uma
breve esticada, nós da Tech Speed só
temos uma coisa a dizer: a receita está
aprovada!

74

Resiliência
Mesmo após perder dois motores por erros de preparadores, entusiasta dá a volta por cima e monta Fusca 1.8 aspirado top!
Fotos e reportagem: Vinicius Fonseca

Segundo o dicionário Michaelis, a
palavra resiliência tem, entre outros
significados, “poder de recuperação”. Não
existe palavra melhor para descrever
Thiago Nieto e seu Fusca “Itamar”
1996. Tudo começou em 2011, quando
o administrador de empresas decidiu
que queria relembrar os bons tempos de
seu primeiro carro, que foi nada menos
que um VW Fusca. Após certa procura,
encontrou um exemplar 1996, último ano
de produção do Fusca no Brasil, perfeito
para seu projeto. Após comprar peças
de alta qualidade e investir uma boa
grana em mão de obra, o novo motor 1.8
aspirado injetado estava pronto. Graças a
erros na montagem, na primeira viagem
para um encontro de Fuscas em Curitiba,
o novo motor foi para o espaço. Para
Thiago restou o prejuízo do guincho,
das peças e da mão de obra. Após um
tempo juntando dinheiro para comprar as
peças novamente e reconstruir o motor
dos seus sonhos, Nieto levou seu carro
76

para outra oficina e montou um novo
motor, também 1.8 aspirado mas ainda
melhor que o primeiro. Mas também
não foi dessa vez que ele pode desfrutar
de seu Fusca, parecia que o pesadelo
estava se repetindo: após poucos
quilômetros rodados o motor também foi
para o espaço. Thiago chegou a cogitar
vender o carro e desistir de seu sonho
graças as desilusões que teve com os
“profissionais” anteriores, mas foi então
que conheceu o preparador Antonio Eli,
mais conhecido como Pico, da tradicional
oficina Rojão Racing. Para quem não
conhece a história de Pico, digamos que
o cara gosta e manja “um pouco” de
motores VW refrigerados a ar.
Utilizando como base toda essa
experiência de Pico na montagem de
Fuscas e derivados com motor “a ar”
para pista e para rua, um novo motor foi
construído de acordo com a proposta
de utilização do carro, ou seja, viagens
para encontros de Fuscas e esporádicas
aceleradas, mas nada de extremo ou
competições. O motor foi montado
com base em um bloco Autolinea, onde
foram instalados pistões Mahle forjados
com 92mm de diâmetro, garantindo
uma confiabilidade melhor que os kits
de 94mm, que fragilizam muito o bloco
do motor. Bielas e virabrequim (69mm
de curso) fornecidos pela Sportsystem
também são forjados e resultam em
1834cm3 de deslocamento.
O par de cabeçotes, também
Autolinea, que são parte fundamental
da preparação de qualquer motor
aspirado, em especial os VW a ar, foram
encaminhados a Paula Faria, onde
receberam válvulas de aço inox com
40mm na admissão e 36mm no escape,
além de varetas de aço, molas duplas,
pratos e travas em cromo-molibdênio,
todos da marca EMPI. O comando de
válvulas utilizado é um Pauter, que possui
293º de duração e 110º de lobe center.
Um par de throttle body com
borboletas duplas de 40mm tratam de
alimentar de etanol o motor que tem
sua alimentação e ignição controlados
pelo módulo FuelTech FT400. Deixando o
motor com aparência clean e garantindo
maior eficiência, a ignição perdeu o
distribuidor e agora conta com leitura por
roda fônica e bobina dupla de Vectra.
A lista de equipamentos de ponta é
extensa: freios a disco slotados Power
Brakes nas 4 rodas, pontas de eixo
forjadas, manga de eixo deslocadas Empi
na dianteira, facões reguláveis na traseira,
alavanca de engate rápido Empi, painel
translúcido com velocímetro marcando
220 km/h e muito mais. As belas rodas,
réplicas das 3SDM são aro 17” e tem
tala 8” nas 4 rodas, calçadas com pneus
205/40R14 e deixam o visual do “Itamar”
matador com a cambagem traseira
bastante negativa. Após tudo que passou
ao lado de seu Fusca, agora Thiago só
quer saber de curtir seu carro, e para
isso, nada melhor que o pedal direito lá
embaixo. E convenhamos: ele merece!

44

80

memórias
Para relembrar os passeios que fazia na adolescência a bordo do Fusca de
seu tio, entusiasta monta um besouro 1968 no capricho
Fotos: Lucas Hiratuka reportagem: Vinicius Fonseca

O VW Fusca é o carro mais popular
do mundo, isso você já está cansado de
saber. Existem vários fatos que explicam
essa popularidade ao redor do planeta,
mas em especifico aqui no Brasil, um
fato que faz com que o besouro seja
conhecido e reconhecido facilmente nas
ruas de todo país mesmo após quase 20
anos da paralização de sua fabricação em
terras tupiniquins, é o fato de que ele foi
por muito tempo o carro mais vendido do
Brasil, e 99,9% dos brasileiros com mais
de 20 anos de idade tem alguma história
com o Fusca, seja ela boa ou ruim, deixou
alguma marca ou lembrança guardada na
mente.
O cartorário Fabio Mortari
guarda boas memórias de quando, ainda
adolescente, acompanhava seu tio Wilson,
que era representante comercial de um
laboratório farmacêutico, nas visitas a
farmácias da região de Bauru (interior
de São Paulo) a bordo de um Fusca da
década de 70. Aos finais de semana Fabio
lavava o Fusca de seu tio para levantar
uma grana. E foi ai que aos poucos foi
pegando gosto pelas curvas do besouro e
começou a idealizar o seu Fusca, mas não
podia ser um Fusca qualquer, teria que
ser um Fusca com a sua cara.
No início de 2010 Fabio adquiriu de
um amigo o seu primeiro Fusca (1977) e
começou a planejar a transformação de
seu besouro, mas um imprevisto ocorreu:
um acidente com este mesmo amigo
ocasionou a perda total do seu veículo.
Precisando de um carro, este amigo pediu
para lhe vender o Fusca de volta, então
o cartorário acabou se desfazendo do
1977 e colocando abaixo todos os seus
projetos com o besouro.
Alguns meses depois, um motoqueiro
que prestava serviços para o cartório
onde Fabio trabalha lhe informou que
possuía um Fusca 1968 e tinha interesse
em vendê-lo. Quando foi ver o carro, como
ele mesmo diz, “foi paixão a primeira
vista!” O carro não era um exemplar
de coleção, mas estava com um preço
interessante e era uma excelente base
para o que o cartorário tinha em mente.
O primeiro passo foi realizar funilaria
completa, com direito a separar o chassi
da carroceria para um melhor resultado.
Depois pintura, elétrica, tapeçaria e,
propositalmente deixadas por último
viriam as alterações mecânicas e os
detalhes estéticos.
Originalmente equipado com um
motor de apenas 1.300cm3 e menos de
50cv, o exemplar de Fabio já foi adquirido
com um motor um pouco maior, de
1.600cm3 e dupla carburação, e recebeu
alguns pequenos upgrades, como a
instalação de um sistema de injeção
eletrônica programável com módulo
FuelTech FT250, dois corpos de injeção
de 40mm cada com 4 bicos originais da
Kombi equipada com motor a ar injetada,
bobina VW Mi 3 fios, escape 4x2, entre
diversas outras alterações. O próximo
passo será um pouco mais de potência,
e para isso breve o Pingado, como Fabio
carinhosamente chama seu Fusca 1968
82

devido a cor da carroceria (bege Nilo),
virá um motor 1.900 montado pela
Sportsystem.
Já pensando nesse upgrade, os freios
dianteiros a tambor foram substituídos
por freios a disco Empi, mesmo utilizando
rodas de 5 furos. Aliás, as redondas
tratam-se de um belo jogo do modelo
Raider Chrome aro 15” tala 5” com
furação 5x205. Outro detalhe que chama
muito a atenção é o generoso teto solar
de lona Rag Top.
Após uma boa dose de tempo e
dinheiro investidos para transformar
aquele Fusca adquirido em 2011 no que
vemos nas fotos dessa reportagem, Fabio
pode desfrutar de passeios, relembrar
sua adolescência, e criar novas memórias,
mas agora com muito mais estilo e
emoção!

FICHA TÉCNICA
Fusca Aspirado
Proprietário: Fabio Mortari
Carro: Fusca 1600, 1968, cor bege Nilo.
Carinhosamente chamado de Pingado
Motor: VW 4 cilindro boxer, pistóes standard
85,5mm, virabrequim 69mm
Cabeçote: Original
Alimentação: Gasolina, 2x coletores de 40mm,
4 bicos Bosh Kombi 1.6, bomba de combustível GTi
Escapamento: 4x2 Speed
ECU e acessórios eletrônicos: Fuel Tech FT250,
Bobina Bosch, instalado por Roma Auto Center
Bauru
Transmissão: Câmbio manual 4 marchas
Suspensão:Dianteira: Suspensão
embuchamento (5 Furos), amortecedores com
molas EMPI, quadro encurtado 6 cm cada lado -
Torres Deslocadas - 2 Catracas, manga de eixo
deslocada EMPI e freio a disco EMPI, Traseira:
Facão com regulagem e dropextension, freios
tambor original, estou adquirindo os freios a disco
traseiro EMPI 5x205, amortecedores com Cofap
Pneus e rodas: Pneus dianteiros kumho,
155/60 R15”, Pneus traseiro Kumho, 205/60R15”,
Rodas Empi RaiderChome, 15”
Acessórios: Velocímetro 100mm 200kmh,
conta-giros 52mm 8000rpm, manômetro
indicador de nível combustível hallmeter 52mm
manômetro pressão do óleo 52mm mecânico
0-7kg, todos Cronomac, Bancos Procar em couro
natural
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86

Air-cooled!
De uma trágica perda total, para o sonho de entrar na casa dos 5s com o Fusca Air-cooled!
Fotos: Joni Gularte - Reportagem: Gustavo das Neves

88
A história deste Fusca começou com o sonho de Rafael
Reis, piloto da categoria TT (Traseira Turbo) em ter um
carro turbo dedicado para as pistas. O modelo de carro que
sempre esteve nos planos de Rafael era o Fusca, mesmo
contrariando a opinião de todos os amigos que tinham
receio em relação ao motor, Rafael sempre considerou a
mecânica do Fusca como uma das maiores virtudes do
carro. Para a sua surpresa, um grande amigo de infância
era dono do Fusca que bateu o recorde da categoria TT em
2010 no Velopark.

O então dono do Fusca, Rodrigo Choen apresentou o
carro para Rafael numa quarta-feira e ele se apaixonou no
momento em que colocou os olhos... não restando dúvidas,
fecharam negócio e Rafael estava cada vez mais próximo
de acelerar nas pistas.
Na sexta-feira, após a compra do carro, Rafael e seu
amigo Vanderson Magnanti iniciaram os preparativos para
a primeira corrida no Racha Tarumã. Rafael ainda não havia
acelerado em pistas com o carro e também não possuía
experiência com a preparação realizada , portanto precisou
de algumas dicas e conselhos de amigos para conseguir o
melhor resultado nas suas primeiras aceleradas.
Primeira, segunda, terceira arrancada... e então a
confiança se fez presente para acelerar próximo do limite
do carro. Na quarta arrancada, quando já estava próximo do
limite, acontece a tragédia... uma ponta de eixo se rompeu
e fez com que o Fusca capotasse diversas vezes até colidir
em uma árvore no final da reta.
Toda a frustração do acidente fez com que Rafael quase
desistisse do sonho de pilotar o Fusca TT. Mas, com o apoio
de amigos e familiares, recomeçou a jornada seguindo seu
sonho uma semana após o grave acidente. Como a maior
parte das peças estavam inutilizáveis e ultrapassadas para
competir em igualdade com os demais carros da categoria,
Rafael iniciou um novo projeto firmando uma parceria com
Sandro Bruno da Sportsystem e os irmãos Andreis da GSX
Motor Sport, com o objetivo de criar um carro tão rápido
quanto o que se perdeu no acidente, e o resultado pode
ser conferido nas pistas onde o Fusca TT obteve o melhor
tempo em 2015 de 6,3s nos 201m, mas com as melhorias e
alterações para 2016 provavelmente o Fusca TT entrará na
casa dos 5s.

Proprietário: Rafael Reis
Preparador: Sportsystem / GSX Motor Sport
Carro: VW/Fusca 1996
Motor: Bloco AutoLinea, virabrequim de curso
82mm, bielas Pauter tipo H 5,7” , pistões IASA 94mm,
Camisas Romac
Cabeçote: cabeçotes originais retrabalhados
(SportSystem), comando especial projeto
(SportSystem)
Alimentação: bomba de combustível 750 com
filtro lavável MagnaFuel, 4 bicos de baixa FordRacing
160lbs, 4 bicos de alta Siemens Deca 225lbs, Linha de
combustível FTX
Turbo: Turbina CompTurbo roletada (3 rolamentos)
para até 800cv , válvula de alívio TIAL . Pressurização
toda em alumínio GSX DragRacing (Fábio Andreis),
WaterCooler Expert Racing
Eletrônica: FuelTech FT 400 , BoosterController,
GearController, DataLogger, SparkPro, Peak and Hold
FuelTech, CO2 Dedenbear, 4 bobinas MSD Blaster
Transmissão: BugPack com relação de 1ª a 4ª e
engate rápido Sapinho, coroa, pinhão e pontas de
eixo Expert Racing Parts
Rodas e pneus: Dianteiras 15”x5,5” Weld com
pneus Hossier, Traseiras 15”x8” com pneus MT
26”x10,5”
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O mais
rápido do
mundo
Brasileiro apaixonado por motores a ar decide construir
carro para competir com os norte americanos e o
resultado foi o recorde mundial
92

Fotos: Fabio Felix Pascoal - Reportagem: Vinicius Fonseca

Que o VW Fusca e sua clássica mecânica 4 cilindros
boxer refrigerada à ar é um dos carros mais conhecidos
e amados do mundo não é novidade para ninguém.
Desde o início de sua fabricação em série, logo após o
término da Segunda Guerra Mundial, o carro tornou-se
sucesso absoluto nos 5 continentes onde foi fabricado
ou comercializado, despertando milhares de fãs e dando
origem a uma grande indústria de componentes para
customização do modelo, que vão desde pequenos
acessórios como frisos especiais, até motores completos
com mais de 1.000cv. E como quase tudo no meio da alta
performance, os norte americanos são os precursores
dessa indústria e possuem empresas tradicionais
conhecidas mundialmente pelas peças de alta qualidade
para a linha VW refrigerada a ar. Não é a toa que eles
possuem os Fuscas mais rápidos do mundo nos 402m. Mas
em 2015 essa bela história ganhou um novo e inesperado
capítulo quando os “Fusqueteiros” do Tio Sam foram
surpreendidos com a indigesta notícia que no Brasil um
New Beetle tubular equipado com motor à ar montado na
traseira percorreu os 402 metros em 7s6, estabelecendo
o novo RECORDE MUNDIAL para motores refrigerados à
ar montados na traseira (o tempo anterior era de 7s707
do americano Kris Lauffer). Confira as parciais do Beetle
mais rápido do mundo: 1s219 nos 60 pés, 3s369 nos 100m,
5s054 @ 244km/h nos 201mm, 6s434 nos 301m e 7s665 @
314 km/h nos 402m.
Mas essa história começa muito antes, no já longínquo
ano de 2002, quando o empresário e piloto Peterson Fuser
iniciou sua carreira na arrancada com um Fusca na extinta
categoria STTT (Steet Turbo Tração Traseira), atual TT (Turbo
Traseira), participando de competições em Interlagos e
Curitiba. Com o passar dos anos e a vontade de baixar os
tempos, após algumas viagens para os EUA para assistir
etapas de arrancadas, Pety resolveu que montaria um carro
para brigar de igual para igual com os maiores nomes dos
VW à ar do mundo. O escolhido foi um New Beetle, que em
sua primeira geração, em 2012 com o carro prata, virou
8s4 nos 402m, o melhor tempo de um VW à ar na América
Latina, mas isso não era o bastante para Fuser, que junto a
equipe Grid Race Team, chefiada pelo experiente Alexandre
Morishita, partiu do zero para criar a segunda geração de
seu bólido, apelidada de Carbon Beetle, graças a grande
utilização de fibra de carbono na carroceria e diversos
acabamento, o que garante leveza e resistência aos
componentes onde é aplicada.
94

96

Feito em casa!
Não foram poupados esforços e investimentos na
construção do XTM #235. O chassi em cromo-molibdênio,
assim como praticamente todo o restante do carro, exceto
a bolha feita pela TC Pinturas e a pressurização Belquip,
foi todo produzido pelas mãos do próprio piloto, na PFR
(Pety Fuser Racing). O bloco do motor foi fabricado por
Pety, à partir de um bloco billet de alumínio especial! Para
nós amantes de motores, uma verdadeira obra de arte,
projetado e construído com a ajuda do mestre Mario
Tavares, da consagrada empresa americana Pauter
Machine, que entendeu as necessidades de Pety e deu os
toques necessários para o sucesso do projeto do motor
4 cilindros de 1500 cv. Deu tão certo que agora Mario irá
correr com seu dragster com motor a ar nas arrancadas
na terra com um bloco by PFR! A lista de peças utilizadas
no motor 2.900 cc é de encher os olhos de qualquer
apaixonado por motores à ar, marcas como Pauter, JE e
materiais nobres como titânio e alumínio aeronáutico são
encontrados com facilidade por toda a construção.
O cuidado com cada detalhe mostra que Pety e sua
equipe criaram um carro com acabamento e qualidade
impecáveis, se igualando e na maior parte das vezes
superando projetos estrangeiros. E para quem acha que
Fuser e o Carbon Beetle vão parar por ai, ele faz questão
de lembrar que ainda há muita potência a ser extraída do
motor boxer, que tem capacidade para superar os 1500cv,
e o que não faltam são cartas na manga para baixar
ainda mais o tempo e garantir que o título de mais rápido
permaneça no Brasil.

Proprietário: Peterson Fuser
Preparador: Alexandre Morishita - Equipe Grid Race Team
Carro: Carbon BeetleXTM 23, fabricado por PFR Pety Fuser
Racing
Motor: 4 Cilindro Boxer Super Pro com Case Billet
PRF e demais peças da renomada Pauter Machine.
Motor tem 2930 cilindrada sendo um vira
80mm da Pauter,e pistões de 108 mm JE, pinos
de pistões JE, Bielas Pauter Machine, Bomba de
óleo 4 estágios Pauter , Comando Roller Pauter,
tuchos roletados Pauter, varetas 1/2 polegadas,
Balanceiro em aço PRF, cabeçotes Super pro GEN2
da Pauter Machine, válvulas em titânio de 52 X 43
mm, molas Pauter de 850 lbs, Pratos de válvulas
de titânio Pauter , taxa 10,8:1. Coletor de Escape de
aço inox de 2 polegadas feito por PRF com 1 válvula
wastegate de 66mm Precision e uma blow off Tial
de 50mm Pressurização, tanque de óleo tanque de
combustível entre outro Belquip Competições.
Alimentação: FuelTech FT500, Turbo Precision
Gen 88mm PRO MOD, 4 injetores de 225lbs e 4
injetores de 550lbs, Bomba de combustível mecânica
de 10 gal Enderle, Dosador Aeromotive, Óxido nitroso
(No momento não é utilizado), Bateria de Lithium 16V,
Chicote elétrico Sandro Fofucho
Transmissão: Mendeola sequencial S5 com
reforço PRF na caixa de marcha
Chassis: Chassis tubular de cromo-molibdênio
100% Fabricado por PRF (PetyFuser Racing),
Suspensão dianteira Struts Strange, Suspensão
traseira 5link, Amortecedores traseiros Afco, Pinças
de freios e discos Strange, Rodas Weld Aluma Star
Blak 15x4 na dianterira e 15x12 traseiraco com
beadlock, Pneus Rosier na frente 15x4.5 e traseiros
29x10.5W – 15, Bolha em Fibra de carbono TC Pintura,
Sistema de estintor SAFECRAFT , Cintos 5 pontas
da Simpson, Banco concha Belquipe, Fechamento
interno em fibra de carbono TC Pinturas, Line lock
no freio dianteiro, Jery Bickel latch buttons, Volante
GT Grant Classic, Paraquedas de 10 FT, Válvula
reguladora proporcional de freio traseiro para frente,
Chaves gerais Longacre, Sistema de acionamento de
paraquedas pneumático
Agradecimento: Equipe Grid Race Team, Fueltech,
Pauter Machine, Direta Import, Expert racing, Tc
Pinturas, Jé Escapes, Belquip Competições, DNT
turbos e Confepans. Agradecer Sidnei Frigo por ceder
a pista para fotos
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100

A magia dos Fuscas
Na indústria automobilista mundial nunca houve um carro tão carismático e venerado como
o Fusca. Criado por Ferdinad Porsche como uma opção veicular mais barata destinada ao povo
alemão, jamais imaginou que o Fusca conquistasse o posto absoluto de um dos carros mais
apaixonantes do mundo. E para saudarmos o Fusca fizemos essa edição especial com três
modelos equipados com motores refrigerados à ar com preparações diferentes, dois equipados
com motores turbo e de diferentes cilindradas e um motor aspirado com óxido nitroso.

O outlaw
dentro da lei
102

104

Fã incondicional dos Fuscas equipados com motores
refrigerados à ar, o engenheiro civil Karlo Deckmann
Klein tratou de possuir em sua garagem um modelo
1977. Além da paixão pelo Fusca, Klein também gosta de
alto desempenho e preparou o motor do 77, mas como
trata-se de um carro de rua fez questão de ter todos os
equipamentos regularizados para andar tranquilamente
por onde desejasse, sem ser incomodado por estar com
o motor preparado ou com alterações de características.
O carro foi idealizado e realizado para ser utilizado
normalmente. “Mesmo possuindo uma preparação leve
ela rende muito bem, a utilização do carro é quase diária e
sempre divertida” – Revela Karlo.
A preparação do motor não possui equipamentos raros
ou ultrassofisticados, nem mesmo é o tipo de preparação
que alcance níveis absurdos em potência, na verdade,
este carro é interessante justamente por conseguir
aliar a diversão diária com resultados expressivos. São
270 cavalos fazendo uso de equipamentos básicos que
não oneraram o projeto. Além de toda a simplicidade da
preparação ela é comprovadamente segura, faz mais de
4 anos que o motor não é aberto para revisão e sempre
participando de provas regionais. Na preparação do motor
a cilindrada foi elevada para um “milenove” sem possuir
partes forjadas em pistões e bielas. Os carburadores
originais deram espaço para o sistema de injeção eletrônica
que utiliza 4 injetores de 80 lbs/h e agora o sistema conta
com a ajuda de um turbo compressor Garrett APL 240.
Um novo comando de válvulas Engle TCS 10 também
foi adicionado ao pacote da preparação para melhorar o
rendimento do turbo compressor, ganhando preciosos
cavalos. Externamente o carro é praticamente original, a
não ser pelo jogo de rodas Empi Smoothie, este Fusca é
um autêntico “Sleeper”, passa aquele tipo de imagem de
carro original, quase propositalmente feito como “isca”
para os incautos, dá para imaginar o estrago mental que
270 cavalos e 33 kgf.m de torque são capazes, ainda mais
em uma carroceria leve. Mesmo sendo um carro de rua e
praticamente utilizado todos os dias o carro faz bonito nas
provas de Arrancada, marcando 8 segundos na pista de 201
metros de Santa Catarina durante o evento exclusivo para
Fuscas.
Fotos: Joni Gularte - Reportagem: Clio Corbetta/Evandro Lima

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Proprietário: Karlo Deckmann Klein
Preparador: Elecar Motorsport –(51) 34765642
Carro: Fusca 1977, 1300L
Melhor tempo em 201: 8,073s Marau-RS em
setembro de 2015
Motor: VW Boxer, 4 cilindros, aircooled, pistões
A&A, 270cv 33kgm@5900RPM, bielas OEM, bomba
de Schadek 30mm
Cabeçote: Original VW, comando TCS10 Engle,
pratos, travas, molas, válvulas OEM, corpo de
borboletas 45mm
Alimentação: Etanol, 4 bicos Siemens Deka 80lbs,
bomba de combustível GTi
Turbo: Garret APL 240 .42 .48, wastegate e
blow-off Beep Turbo
Transmissão: 4 marchas original e embreagem de
1200lbs
Rodas e pneus: Empi, Smoothie, 5,5x15, pneus
Tornel Astral 205/60R15
Agradecimentos: Agradeço ao meu grande
parceiro de hobby, meu pai, Rogério Capella Klein e a
toda equipe Elecar

110

Fotos: Joni Gularte - Reportagem: Clio Corbetta/Evandro Lima

Felipe Pontin Ferrazzo buscou por um longo tempo
um modelo que atendesse as suas exigências, e após
diversas buscas encontrou o sonhado modelo ano 72 e
quase imediatamente iniciou o processo de restauração
e preparação do Fusca carinhosamente chamado de
“Marrones”. O carro foi adquirido já com más intenções, sem
essa de passeios lentos e conservação original. Logo no
“primeiro estágio” Felipe substituiu pacato motor original
de 1300 cilindradas por um outro motor preparado pela
Elecar Motorsport, um 2330 aspiradão superpreparado e já
utilizando injeção eletrônica gerenciando a alimentação e
ignição. Este motor rendeu excelente resultado mostrando
força participando de competições regionais. Depois de
um certo tempo e sempre com bom desempenho em
algumas pistas do Sul, Felipe decidiu que era hora de partir
para algo mais ousado na busca por tempos ainda mais
baixos, abandonando o sistema de aspiração natural e
adotando o turbo na preparação do motor. Mais uma vez
a mesma equipe da Elecar Motorsport tratou de fazer um
novo motor adequado a configuração sobrealimentada, e
todo o trabalho levou cerca de um ano para ser finalizado.
Apesar da longa espera o carro voltou para as ruas muito
mais forte, mais uma vez mostrando ótimos resultados
comprovados em dois grandes eventos diretamente
relacionados em motor à ar no Sul do país, o “Maraurama”
realizado na serra gaúcha e no Vdablio Racing realizado em
Santa Catarina. Com a nova configuração turbo alimentada
Felipe já virava com o “MARRONES” em 2015 oito segundos
na pista de 201 metros, saindo de 2.0s de 60 pés e com
velocidade final de 164 km/h, resultado espetacular para um
carro totalmente montado e equipado com pneus radiais.
Agora em 2016 Felipe baixou ainda mais o recorde pessoal
com 7.7 segundos durante a competição Vdablio Racing,
ainda com problemas na transmissão que impossibilitaram
tempos mais baixos. Na preparação o motor “dois e
trezentos” conta com virabrequim, pistões e bielas forjadas.
46 112

O turbo Masterpower .50 foi instalado na parte inferior do
cofre onde a saída do sistema de 4x1 conecta, diferente
dos sistemas comuns onde o turbo fica posicionado na
parte superior, as vezes dificultando o fechamento do
capô traseiro. Como se trata de um sistema injetado um
único corpo de borboleta foi fixado na parte central entre
os tubos de distribuição que levam o ar pressurizado
aos cabeçotes preparados, e os 4 injetores trabalhados
pulverizam o álcool hidratado diretamente nas entradas de
cada duto. Externamente o Fusca conta com um belíssimo
jogo de rodas Empi BRM vintage e pneus Ecsta em aros de
15 polegadas. Rápido e certeiro, o Fusca “Marrones” vem
fazendo suas vítimas nas provas de Arrancada, e segundo o
proprietário, ficará ainda mais potente até o final do ano.
50
114

Proprietário: Felipe Pontin Ferazzo
Preparador: Elecar Motorsport –(51) 34765642
Carro: Fusca 1972 - 1300
Melhor tempo em 201: 8,022s Vdablio Racing 2015
Motor: VW Boxer, 4 cilindros, aircooled 2332cc,
pistões A&A, bielas Scat modelo H, virabrequim Empi
forjado, bronzinas Clevite
Cabeçotes: Original preparado por Sportsystem
Turbo: Master Power .50
Alimentação: Etanol, 2 bombas de combustível de
12 bar, corpo de borboletas duplos Sportsystem
Rodas e pneus: Empi, BRM, 5,5x15, pneus Tornel
Astral 205/60R15

118
ASPIRADÃO
Dificilmente o gosto por um determinado veículo ou marca é alterado dentro de uma família,
e o ditado popular que diz; “a fruta não cai distante do pé” sacramenta o contexto.

Fotos: Joni Gularte - Reportagem: Clio Corbetta/Evandro Lima

118
Na família Pontin Ferazzo não foi diferente, os irmãos
Francisco – deste Fusca - e Felipe – do Fusca “Marrones”
da matéria anterior, comprovam o ditado. Quatro meses
antes de completar seus 18 anos Francisco comprou o
carro dessa matéria com o intuito de ser o veículo destinado
ao uso diário. O Fusca 1985, branco, ficou equipado com
o motor original de 1600 cc por pouco tempo, e logo foi
alterado passando a 1700 cilindradas antes mesmo de um
ano de “atividade”. Seguindo os passos do irmão Felipe, a
oficina responsável pela manutenção do Fusca também
é a mesma, a Elecar Motorsport, que além do aumento
da cilindrada, adicionou um comando de válvulas mais
esportivo, dois carburadores Solex de 40 milímetros e o
cabeçote que foi preparado na oficina. Uma preparação
simples, mas que alterava de forma gratificante o
rendimento do motor à ar, chegando a proporcionar
diversas alegrias durante os eventos do Racha Tarumã
nas noites de sexta-feira. Passado algum tempo Francisco
optou por fazer um motor mais potente utilizando o sistema
de óxido nitroso e elevando mais uma vez a cilindrada
do Boxer. Dessa vez, para 1900 centímetros cúbicos
utilizando equipamentos como pistões e bielas forjados,

comando Engle W120, dois corpos duplos de 48 milímetros,
cabeçote preparado e muito talento da equipe para deixar o
motor com 190 cavalos com o sistema de oxido nitrosos ativado
e entregando cerca de 50 cavalos. O som produzido pelo sistema
de escapamento é alucinante, a mistura entre as “notas musicais”
vindas das borboletas de 48 mm e o “trompete” do sistema
de escapamento Bugpack é arrepiante, ainda mais quando a
rotação ultrapassa os quatro paus e o óxido nitroso é injetado!
A preparação trouxe alguns troféus em competições realizadas
no Sul do país. Em SC e no RS em 2015 o melhor tempo foi no
VDABLIO RACING em SC com 1.9 de 60pés e 8.3@135km h e 8.4 no
MARAURAMA na serra gaucha. Francisco ainda fez melhorias na
transmissão fazendo uso de um blocante 100% e o trambulador
EMPI, auxiliando nas trocas de marcha. Sem dúvida alguma temos
uma família envolvida com o esporte de Arrancada dividindo uma
única paixão, os Fuscas preparados para serem guerreiros.
46
122

Proprietário: Francisco Pontin Ferazzo
Preparador: Elecar Motorsport –(51) 34765642
Carro: Fusca 1985
Melhor tempo em 201: 8.3Seg. Speedway Music Park 2014
Motor: Vw a ar, 4 cilindros, pistões 92mm, bielas
GM Opala
Cabeçote: Cabeçotes trabalhado por Elecar/
Sportsystem, válvulas de inox, adm 40mm escape
35,5mm, comando Engle W120, dois corpos de
Borboletas 48mm
Alimentação e oxido nitroso : Etanol, Power Tech
com 50cv com dois sistemas de fogger feitos pela
ELECAR, Com o nitro progressivo, usamos 75% na
segunda marcha, 85% de terceira e quarta, quando
“necessário” aplicamos 100% no botão
Coletor de escape: Bugpack 4x1
Transmissão: 4 Marchas forjadas com engate
rápido Empi, embreagem de 1200lbs
Rodas e pneus: : Empi 914 (replica Porsche 914),
pneu Tornel Astral 205/60R15
Bancos: San Marino

126
Fotos e reportagem:
Vinicius Fonseca

128

O
Fusca é um carro que simplesmente não
deixa ninguém indiferente a sua existência.
Alguns o amam, outros o odeiam. Uma coisa
unânime entre os dois grupos é que, com
seu desenho incomum, o besouro não exala
esportividade e seu desempenho realmente
fica abaixo da média se comparado a motores
mais modernos de cilindrada igual ou até inferior. No
Brasil, graças a nossa pavimentação lunar e questões
burocráticas, que impedem a legalização de motores
preparados em muitos estados, fica cada vez mais
comum os proprietários realizarem alterações
no visual de seus Fuscas, buscando um toque de
esportividade, mas optando por não modificar o motor
e manter o desempenho apático do pequeno motor
boxer refrigerado a ar.
A primeira vista, mesmo os mais entendidos
no assunto, custam a acreditar que aquele ronco
peculiar vem do modelo 1963 pertencente a Tulio
Anaya, já que o carro do empresário mostra um visual
completamente old school, com diversos acessórios

de época, como os grandes faróis de milha
instalados acima do para choque dianteiro, o
bagageiro de teto, o para-sol acima do para-brisa
dianteiro, as polainas nos para-lamas traseiros,
as belas rodas da marca nacional Fumagalli e
parece ser só mais um bonitinho mas ordinário.
Mas como diz o ditado, quem vê cara não vê
coração, ou no caso, quem vê carroceria não
vê motorzão, e ao abrir o capô é que somos
surpreendidos novamente com a mecânica do 63,
que não está para brincadeiras.
Equipado com um kit de pistões forjados,
camisas e anéis Mahle de 94mm, o motor chegou
a exatos 1915cc, substituindo o pequeno 1200
de 36cv que o equipava originalmente. Como
se já não fosse o bastante, Tulio decidiu deixar
a coisa ainda mais séria e instalou um kit turbo
com turbina Master Power .42 x .48 trabalhando
com 0,6 bar de pressão, tudo montado pela
oficina Ladeira. Um saudoso e legitimo par
de carburadores Weber 40 trabalhando com
álcool e acertado pela Concept Car Motores fica
responsável por alimentar a usina, que gera
quase 300cv.
Para segurar a onda nas aceleradas e ainda
garantir o visual insano do quadro e assoalho
quase encostando no chão, Tulio levou seu carro
até a Katraka, que tratou de fazer uma suspensão
a moda antiga: o quadro foi encurtado em 5
cm de cada lado e foram instaladas um par de
32
130

wEBER 40:
O par de carburadores duplos instalados
alimentam o motor turbo com facilidade.

catracas, enquanto a traseira conta com facão original,
que sofreu somente regulagem. Os freios, pasmem,
permaneceram a tambor nas 4 rodas e tem muito
trabalho para imobilizar azulzinho quando o pedal cola
no assoalho.
O interior do carro de Tulio é resultado de uma
mistura na medida exata de originalidade com
esportividade de época, com bancos baixos, cintos
de 2 pontos, volante Walrod, alavanca EMPI Trigger,
cesta porta objetos/porta copos no túnel central e o
belo conta giros de 5” da linha Volks da marca nacional
Cronomac, que possui um exclusivo desenho que imita
o velocímetro original do Fusca, além de manômetros
de óleo, combustível e pressão do turbo e termômetro
de óleo da mesma linha.
Portanto, se você é do time dos que não gostam do
Fusca, quando avistar este exemplar no retrovisor, dê
passagem e admire o modelo sumindo de sua vista,
a menos que tenha certeza de que possui um carro
com potência, peso e capacidade de tração igual ou
superior, caso contrário terá mais um motivo para
odiar o besouro.
36 132

Interior:
“Belo conta giros de 5” da linha Volks da marca
nacional Cronomac, que possui um exclusivo desenho
que imita o velocímetro original do Fusca”

134

Proprietário: Tulio Anaya
Preparador: : Ladeira / ConceptCar
Carro: Fusca 1963
Motor: VW boxer 4 cilindros, 300cv, pistões Mahle
forjados, bielas forjadas, virabrequim forjado
Cabeçotes: Originais retrabalhados, válvulas adm
40mm x esc 35mm, comando Engle TCS-10, Molas
Engle duplas
Alimentação: Etanol, 2 x Weber 40mm, bomba de
combustível Mercedes
Turbo: Master Power APL 240, wastegate Beep
Turbo
Transmissão: VW 4 marchas originais, engate
rápido e alavanca Empi
Suspensão: Original encurtada na dianteira com
facões regulados na traseira
Rodas e pneus: Fumagalli 15”, pneus dianteiros
155/60R5 , traseiros 195/60R5
Instrumentos: Conta giros, pressão de turbo,
combutível, óleo, temperatura de óleo Cronomac
136

FUSCA
1972
138

Fotos: Joni Gularte Reportagem: Evandro Lima

Para fazer uma determinada matéria
sobre um veículo utilizamos uma espécia de
formulário, onde parte deve ser respondido
pelo preparador e a entrevista pelo proprietário
do veículo. E quando recebo a ficha técnica
com todos os detalhes vou direto a leitura da
entrevista, onde deixamos livre o espaço para
que proprietário e/ou preparador possam
contar a história do veículo, da preparação,
receitas culinárias etc. O caso do Marcelo Zuffo
e deste Fusca 1972 foi especial, diferente de
tudo que já havíamos recebido na redação. No
140

32 118 142

espaço destinado a entrevista, logo na primeira
pergunta Marcelo descreveu a história como se
ele estivesse redigindo uma matéria, o que eu
achei bacana demais!
Marcelo trabalha como taxista na cidade
de Porto Alegre no Rio Grande do Sul, é mais
um fanático pelo modelo refrigerado a ar, na
verdade, obcecado pelo modelo desde quando
ainda morava com seus avós. Tudo começou
com um Fusca verde folha 1973 que seus
avós possuíam e o levavam para passear
no “chiqueirinho”. Com o tempo a paixão foi
crescendo e na chegada da adolescência o seu
avô substituiu o Fusca por uma Brasília, foi nela
que iniciaram as primeiras saídas à escondida
empurrando a Brasília da garagem durante os
cochilos do avô, e as “fuçadas” no motor.
De lá para cá foram vários modelos do Fusca

144

122 146

pelo caminho do Marcelo, um 85 “exportação”,
um 94 Itamar”, um 68 e o 72. Em 2010 adquiriu
este modelo da matéria e levou para seu amigo
“Gordinho” para que fosse preparado para usálo
na rua. Gordinho utilizou o virabrequim de
74mm Empi, bielas e pistões forjados, cabeçote
preparado, comando de válvulas Pauter Machine
e um par de corpos de borboleta de 40mm.
O carro chegou a andar por um tempo com
carburadores Empi também de 40mm, mas
foram substituídos pela atual injeção eletrônica
Fueltech. O motor de 2054cc movido a gasolina
respondeu muito bem no dinamômetro, 150
cavalos agora fazem o Besouro voar! Além de
dirigir um fusca rápido e Taxis pela bela cidade
de Porto Alegre, o Marcelo pode redigir com
tranquilidade algumas matérias – tem talento, a
vaga é sua!

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152

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Proprietário: Marcelo Zuffo
Preparador: Robson (Gordinho Racing ) (51)99967-8131
Carro: Fusca 1972
Motor: VW ar com camisa Mahle, pistões Mahle
94mm, anéis Mahle, virabrequim 74mm, bielas Empi
5,397”
Cabeçotes: Cabeçotes originais retrabalhado
(Sportsystem ) válvulas 40x35,5 , balanceiros iap
1-40, comando Pauter 294, pratos cromo, travas
Sprotsystem
Alimentação: Gasolina Podium, bomba de
combutível GTi, Fabri Power duplo 40mm
Eletrônica: FuelTech FT 500, ignição Spark
Pro4, bobinas 4 Gol MI, eletrônica feita por Cristiano
Pestana
Escapamento: Silenautto 4x1
Rodas e pneus:Rodas Empi Raider R15, pneus
dianteiros Kumho 155/60 R15 traseiros Yokohama C
Drive 195/60 R15
Agradecimentos: A todos os envolvidos no
projeto principalmente a fuscas br , Robson
Gordinho Racing , Miro e ao grande amigo e apoiador
Anderson Dick da FuelTech