GAZETA DIARIO 404

Foz do Iguaçu, segunda-feira, 9 de outubro de 2017
TRÁFICO
Geral
13
Paraguai reforça segurança para
evitar fuga de "chefão" do PCC
Presídio onde está o brasileiro Jarvis Pavão tem barricadas, atiradores de elite e até helicópteros
Adelino de Souza
Freelancer
A Polícia Nacional do
Paraguai reforçou a segurança
no quartel onde
está preso Jarvis Chimenes
Pavão, um megatraficante
brasileiro pertencente
ao Primeiro Comando
da Capital (PCC).
Ele está preso em Assunção,
na sede da FOPE,
um grupo de elite da Polícia
Nacional.
Pavão morava em Pedro
Juan Caballero quando
foi preso e condenado,
em 2009, a oito anos de
prisão por crimes de lavagem
de dinheiro e organização
criminosa.
A sentença contra
Pavão termina no final
de dezembro deste ano,
quando ele será extraditado
ao Brasil para cumprir
sentença judicial de
17 anos de prisão. Aqui
ele também responde a
diversos processos por
tráfico de drogas e organização
criminosa.
Pavão não quer ser
extraditado para o Brasil,
onde deverá cumprir dezenas
de anos em presídio
de segurança máxima.
Por isso tenta organizar
um plano de fuga
e, para isso, conta com o
apoio do PCC.
A polícia paraguaia
passou a desconfiar da
existência de um plano de
fuga quando o tribunal
paraguaio confirmou a
extradição do traficante
assim que terminasse de
cumprir sua pena.
PF descobre plano
Mas a segurança foi
efetivamente reforçada
quando a Polícia Federal
do Brasil constatou a
existência de um plano
do PCC para resgatar seu
chefe no Paraguai e
transmitiu as informações
para a polícia paraguaia.
O plano teria sido descoberto
por meio de ligações
telefônicas entre
membros do PCC no Brasil.
Depois do alerta da PF,
o Paraguai reforçou a cela
que cerca o traficante e fez
um pente-fino no quartel
onde ele está preso.
O pente-fino foi realizado
por tropas de diferentes
unidades e supervisionado
pelo promotor
Hugo Volpe, um "linha
dura" que enfrenta o temível
crime organizado
do Paraguai. Durante a
operação foram apreendidos
diversos celulares,
possivelmente introduzidos
pelo PCC.
O diretor-geral de Prevenção
e Segurança da
Polícia Nacional, Luis
Cantero, declarou a uma
rádio de Assunção que
militares também se juntaram
nesta operação e
fazem voos noturnos,
com helicópteros, nas
proximidades da prisão.
O portão principal do
quartel foi reforçado. Barricadas
de concreto e até
Bandido vivia em uma "cela cinco estrelas"
A cela de Pavão em Tacumbu parecia um
apartamento de hotel
A prisão de Jarvis Pavão no Paraguai já dura quase oito anos
Quando foi preso em Pedro Juan Cabellero, Jarvis Pavão
foi levado à Penitenciária de Tacumbu, uma das mais
terríveis da América Latina, conhecida como "o cemitério
dos vivos". De dentro da cela, ele continuou comandando
as ações criminosas no Brasil.
Nesta prisão, onde a maioria dos presos às vezes não tem
o que comer, Pavão construiu uma "cela cinco estrelas"
contando com a conivência de autoridades, a quem
pagava mesadas generosas.
Sua cela parecia um apartamento de hotel, com mesa de
reunião, geladeira, forno micro-ondas, box no banheiro,
closet, TV de LED, ar-condicionado, aparelhos de
ginástica, cortina, livros e DVDs.
um caminhão do Corpo
de Bombeiros estão no
local para repelir um possível
ataque do PCC. Atiradores
de elite estão posicionados
no telhado de
prédios circunvizinhos,
prontos para agir. Nas
quadras que circundam o
quartel estão sendo realizadas
blitze constantes.
Até o chefe da equipe de
custódia foi substituído.
Um jornal de Assunção
informou que agentes
disfarçados estão na
região da Ponte da Amizade
com fotos de fugitivos
brasileiros ligados ao
PCC para evitar que eles
entrem no país para ajudar
no plano de fuga.