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Especial<br />

Mulheres na Polícia<br />

Federal<br />

Trabalho infantil compromete o<br />

futuro de crianças e adolescentes<br />

Bielorrússia:<br />

“Romper a dependência e<br />

fortalecer o Estado nacional”<br />

Carlos Marx da Silva<br />

Abril a Junho de 2017<br />

CMB rechaça as Reformas da<br />

Previdência e Trabalhista de Temer<br />

RUIM PARA TODOS<br />

PIOR PARA AS MULHERES<br />

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Revista Brasil Mulher<br />

Índice<br />

REORMA DA PREVIDÊNCIA:<br />

“Ruim para todos, Pior para as<br />

Mulheres!”<br />

ASFOC - SN<br />

Defesa incansável dos direitos dos<br />

trabalhadores e da população<br />

ESPECIAL:<br />

Mulheres na Polícia Federal<br />

SAÚDE<br />

Sem atendimento no SUS-DF, mães e<br />

crianças padecem na capital do país<br />

Ent<strong>revista</strong><br />

Maria Elena lança o projeto cultural<br />

“Quem é essa Mulher”<br />

CMB repudia José Mayer e Globo por<br />

caso de assédio a figurinista<br />

Trabalho<br />

Nova Central mantém posição contra<br />

reformas do governo<br />

Trabalho infantil compromete<br />

presente e futuro de crianças e<br />

adolescentes<br />

Sinait alerta para os graves prejuízos<br />

causados pela Reforma Trabalhista<br />

MULHER METALÚRGICA:<br />

3ª Oficina da Mulher valoriza<br />

gestantes e mães<br />

SEMINÁRIO<br />

“Os Sindicatos e o futuro do Trabalho”<br />

- Bielorrússia - Abril de 2017<br />

SOLIDARIEDADE<br />

Não à agressão imperialista!<br />

Paz na Síria!<br />

5<br />

8<br />

9<br />

13<br />

15<br />

17<br />

19<br />

21<br />

23<br />

25<br />

27<br />

30<br />

Abril a Junho de 2017<br />

CONFEDERAÇÃO<br />

DAS MULHERES DO BRASIL<br />

Expediente:<br />

REVISTA BRASIL MULHER é uma publicação da<br />

Confederação das Mulheres do Brasil – CMB<br />

<strong>revista</strong><strong>brasil</strong><strong>mulher</strong>cmb@gmail.com<br />

Rua Conde de São Joaquim, 179 –<br />

Bela Vista – São Paulo<br />

Presidente: Gláucia de Fátima Barban Morelli<br />

Arte e Diagramação:<br />

PAGINA 8 COMUNICAÇÃO<br />

contato@pagina8.com.br -<br />

(11) 99442-4877 / 99656-3970<br />

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5<br />

8<br />

9<br />

3<br />

5<br />

7<br />

9<br />

1<br />

3<br />

Revogar a Lei da Escravidão Trabalhista!<br />

Não permitir o desmonte da Previdência!<br />

Em defesa dos direitos das Mulheres!<br />

A<br />

ameaça de Temer<br />

de extinguir os direitos<br />

trabalhistas<br />

e a CLT este ano<br />

e a aprovação<br />

da PEC da MOR-<br />

TE (PEC 55/2016) no ano<br />

passado já produzem mais miséria,<br />

desemprego e caos na<br />

saúde pública.<br />

A cobrança do povo será<br />

do tamanho de sua dor!<br />

O fechamento do Programa<br />

Farmácia Popular, que<br />

garantia remédios às pessoas<br />

mais pobres e beneficiava principalmente<br />

a população de<br />

mais de 60 anos; a ausência<br />

de atendimento em UTIs, com<br />

pessoas morrendo nas filas,<br />

como é o caso de Goiás; o<br />

fechamento de Clinicas de<br />

Saúde da Família no Rio de<br />

Janeiro, que deixarão mais<br />

de 230 mil habitantes sem<br />

atendimento; o fechamento<br />

de 20 maternidades na cidade<br />

de São Paulo e outros 23<br />

mil leitos do SUS, a maioria<br />

deles, obstétricos; a ausência<br />

de atendimento às crianças<br />

com microcefalia, a maioria, filhos<br />

de mães adolescentes, no<br />

Nordeste; a Lei que permite o<br />

trabalho de gestantes e lactantes<br />

em locais insalubres, com<br />

Editorial<br />

atestados feitos por médicos<br />

pagos pelos patrões; o fim do<br />

direito à amamentação, a redução<br />

dos salários, o aumento<br />

da discriminação no trabalho<br />

com o fim do direito ao salário<br />

igual para trabalho igual é um<br />

pouco da cruel e sanguinária<br />

realidade de fome, desespero,<br />

peregrinação, dor e morte que<br />

as famílias e, sobretudo as <strong>mulher</strong>es,<br />

os idosos e as crianças<br />

estão enfrentando.<br />

Senadores e Deputados<br />

Federais, eleitos no estelionato<br />

eleitoral de 2014, aprovaram<br />

a PEC da Escravidão que altera<br />

203 dispositivos da CLT e a<br />

As maldades deste governo contra os trabalhadores e trabalhadoras não param e as ruas darão a resposta!<br />

5<br />

7<br />

0<br />

(Foto: Arquivo pessoal – Reprodução G1)<br />

3<br />

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Revista Brasil Mulher<br />

PEC da Morte, em dezembro<br />

de 2016. Congelaram por 20<br />

anos os investimentos na Saúde,<br />

Educação e Assistência<br />

Social, desrespeitando seus<br />

eleitores.<br />

A maioria dos parlamentares<br />

garantiu seu lugar no<br />

Congresso Nacional financiados<br />

pela corrupção hedionda.<br />

Desesperados com as provas<br />

recolhidas pela Polícia Federal<br />

pretendem aprovar leis para<br />

acabar com a Operação Lava<br />

Jato vendendo novamente os<br />

mandatos e a decência.<br />

De 2004 até hoje os governos<br />

Lula, Dilma e Temer<br />

doaram R$ 3 trilhões e 600<br />

bilhões de reais para os bancos.<br />

Os pagamentos de juros e<br />

amortizações da dívida pública<br />

gastam em média 45% do<br />

Orçamento da União enquanto<br />

a Saúde nunca recebe 5%<br />

e o Saneamento Básico nem<br />

1%. Isso e mais a ausência de<br />

investimento nas necessidades<br />

do povo e no desenvolvimento<br />

de empresas nacionais honradas<br />

causou 26,5 milhões de<br />

desempregados ou subempregados<br />

e a maior recessão em<br />

toda a história do Brasil agravando<br />

a fome, a miséria e o<br />

total retrocesso na garantia dos<br />

direitos sociais e trabalhistas.<br />

É agressão e descaso sem<br />

fim com o povo e o país que<br />

tem tudo para ser uma grande<br />

Nação!<br />

Culpam os trabalhadores<br />

e os direitos trabalhistas por<br />

rombos causados por toda<br />

esta traição e pretendem que<br />

aceitemos a escravidão das<br />

suas reforma Trabalhista e Previdenciária.<br />

As maldades não param e<br />

as ruas darão a resposta! Não<br />

daremos sossego a todos que<br />

buscam a impunidade, assaltando<br />

os direitos de <strong>mulher</strong>es<br />

e homens que lutam honestamente<br />

para colocar comida na<br />

mesa de seus filhos e cria-los<br />

ensinando dignidade e honra.<br />

Vamos defender o legado de<br />

lutas de nosso povo e seus<br />

líderes Getúlio Vargas e João<br />

Goulart.<br />

É hora da desobediência civil!<br />

Nenhum direito a menos!<br />

Lugar de ladrão e corrupto é<br />

na cadeia!<br />

Todo apoio à Lava Jato!<br />

VIVA O BRASIL!<br />

VIVA A MULHER<br />

BRASILEIRA!<br />

FORA TEMER!<br />

ELEIÇÕES GERAIS JÁ!<br />

Glaucia Morelli<br />

Presidente da Confederação<br />

das Mulheres do Brasil<br />

4<br />

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Ruim para todos, Pior para as Mulheres!<br />

“Temer quer que <strong>mulher</strong> trabalhe<br />

19 anos a mais para aposentar”<br />

Fotos: Pillar Pedreira Ag Senado<br />

No dia 8 de março – o Dia Internacional da Mulher, a Confederação das Mulheres do Brasil<br />

(CMB) em conjunto com a Frente Parlamentar Mista de Defesa da Previdência que reúne mais de<br />

300 parlamentares e 95 entidades, realizou o “Seminário Reforma da Previdência: Ruim<br />

para todos, Pior para as Mulheres!”. Centenas de <strong>mulher</strong>es de todo o país repudiaram a<br />

PEC enviada pelo governo à Câmara<br />

A<br />

Confederação das<br />

Mulheres do Brasil<br />

(CMB) em conjunto<br />

com a Frente Parlamentar<br />

Mista de<br />

Defesa da Previdência<br />

que reúne mais de 300<br />

parlamentares e 95 entidades,<br />

realizou o “Seminário Reforma<br />

da Previdência: Ruim para todos,<br />

Pior para as Mulheres!”, nesta<br />

quarta-feira (8) Dia Internacional<br />

da Mulher, no Senado Federal,<br />

em Brasília (DF).<br />

A PEC 287 - que trata da<br />

reforma da previdência - prevê o<br />

aumento da idade mínima de 60<br />

para 65 anos para os homens<br />

e de 55 para 65 anos para as<br />

<strong>mulher</strong>es terem o direito de se<br />

aposentar, igualando <strong>mulher</strong>es e<br />

homens.<br />

Ainda segundo a PEC, mesmo<br />

com o mínimo de 65 anos<br />

de idade, não podem se aposentar<br />

com vencimentos integrais<br />

se não tiverem 49 anos de contribuição<br />

ininterrupta com o INSS.<br />

Dos atuais 30 anos de contribuição<br />

necessária para a aposentadoria,<br />

as <strong>mulher</strong>es passam a ter<br />

que contribuir por 49 anos e terão,<br />

portanto, que trabalhar mais<br />

19 anos para fazer jus ao benefício<br />

integral. “Essa mudança na<br />

lei implica que o homem terá que<br />

trabalhar 14 anos mais do que<br />

trabalha hoje e a <strong>mulher</strong> 19! Vai<br />

ser difícil o trabalhador se aposentar,<br />

mas para as <strong>mulher</strong>es vai<br />

ser impossível” explicou a presidente<br />

da CMB, Gláucia Morelli.<br />

5<br />

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Revista Brasil Mulher<br />

“O novo critério do governo<br />

desconsidera a dupla jornada<br />

que, ao contrário do que diz os<br />

neoliberais de Temer e Meirelles,<br />

não é uma opção da <strong>mulher</strong>.<br />

Bem melhor seria ser <strong>mulher</strong>, mãe<br />

e trabalhadora num país que não<br />

nos obrigasse a viver no dilema<br />

entre ser mãe ou ter uma carreira<br />

profissional ou política, entre ser<br />

mãe e ser trabalhadora e ter um<br />

salário para ter um mínimo de<br />

independência econômica”, salientou<br />

Gláucia.<br />

Na prática, a PEC 287 impõe<br />

a uma <strong>mulher</strong> que comece a<br />

trabalhar com 23 anos só se aposentar<br />

aos 73 anos, isso se ela<br />

tiver 49 anos de contribuição ininterrupta.<br />

“Com o país em crise e<br />

o enorme desemprego torna quase<br />

impossível não ser demitida e<br />

ficar sem emprego e deixar de<br />

contribuir com o INSS por algum<br />

período durante esses 49 anos.<br />

Mas ela pode contribuir durante<br />

25 anos e aos 65 se aposentar<br />

com algo em torno da metade do<br />

salário. Quem merece se aposentar<br />

numa situação dessa?”, questionou<br />

a presidente da CMB.<br />

De acordo com o senador<br />

Paulo Paim, coordenador da<br />

Frente, “as <strong>mulher</strong>es são as mais<br />

prejudicadas com a reforma da<br />

Previdência, por terem uma realidade<br />

distinta em suas vidas e<br />

receberem salários inferiores aos<br />

dos homens. É uma proposta<br />

criminosa irresponsável, é algo<br />

covarde, de desrespeito a nossa<br />

gente”. O senador gaúcho citou<br />

a crescente resistência dos parlamentares<br />

à reforma e defendeu<br />

a instalação de uma CPI para<br />

investigar onde está o dinheiro<br />

da previdência. Com a PEC,<br />

“a expectativa é trabalhar para<br />

não receber”, alertou Paim que<br />

destacou não haver necessidade<br />

de as regras serem alteradas porque<br />

o sistema não é deficitário.<br />

O deputado federal Arnaldo<br />

Faria de Sá (PTB), que também<br />

é coordenador da Frente parlamentar,<br />

conclamou as <strong>mulher</strong>es<br />

para uma grande luta contra a<br />

reforma. “Todos são prejudicados,<br />

mas as <strong>mulher</strong>es mais ainda”,<br />

frisou.<br />

O presidente da Confederação<br />

Brasileira de Aposentados<br />

e Pensionistas (COBAP), Warley<br />

Martins, insistiu na mobilização<br />

como arma mais eficaz contra a<br />

reforma. “Só conseguiremos barrar<br />

a reforma se unirmos todas<br />

as categorias de trabalhadores,<br />

aposentados e formos às ruas”,<br />

disse o presidente. “A CPI será<br />

implantada e todas as falhas serão<br />

denunciadas”.<br />

Vilson Antonio Romero, presidente<br />

da Associação Nacional<br />

dos Auditores Fiscais da Receita<br />

Federal (Anfip) saudou as <strong>mulher</strong>es<br />

presentes e destacou que a<br />

realidade é ainda pior quando<br />

os números da Seguridade Social<br />

são analisados, considerando as<br />

condições das <strong>mulher</strong>es para se<br />

aposentar. “Segundo o Anuário<br />

da Previdência Social, as <strong>mulher</strong>es<br />

representam cerca de um terço<br />

apenas dos aposentados por<br />

tempo de contribuição. Elas conseguem<br />

se aposentar mais por<br />

idade, já que durante toda a sua<br />

vida laboral passam longos períodos<br />

em trabalhos não registrados,<br />

6<br />

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devido à maior possibilidade de flexibilização<br />

de horário, ou em pausas<br />

para se dedicarem aos filhos”.<br />

“As reformas Trabalhista e da Previdência<br />

vão extinguir os dois maiores<br />

institutos de proteção social que temos<br />

no país, que são a CLT e a Previdência”,<br />

afirmou Rosa Jorge, vice-presidente<br />

do Sindicato Nacional dos Auditores<br />

Fiscais do Trabalho (Sinait).<br />

O Seminário também contou<br />

com a presença do Senedor Rondolfe<br />

Rodrigues, do deputado federal<br />

Alessandro Molon, dos dirigentes<br />

sindicais Ubiraci Dantas, presidente<br />

da CGTB, a representante de Sonia<br />

Zerino da CNTI e Nova Central, Denise<br />

Gentil, economista e professora<br />

da UFRJ, Maria Lucia Fattorelli, coordenadora<br />

da organização <strong>brasil</strong>eira<br />

Auditoria Cidadã da Dívida, as federações<br />

de <strong>mulher</strong>es de SP, RJ, GO,<br />

RS, PE, SC, PR, DF e outras autoridades<br />

nacionais.<br />

Ainda no evento, a CMB homenageou,<br />

pelo papel que cumprem na<br />

luta pela previdência, o senador Paulo<br />

Paim, o deputado Arnaldo Faria<br />

de Sá, Ubiraci Dantas de Oliveira,<br />

Maria Lucia Fatorelli, Denise Gentil e<br />

Sonia Zerino.<br />

Após o Seminário, as <strong>mulher</strong>es da<br />

direção da CMB, em reunião com o<br />

Presidente do Senado Federal, Eunício<br />

de Oliveira, levaram o veemente protesto<br />

das <strong>mulher</strong>es <strong>brasil</strong>eiras contra a<br />

reforma da previdência e exigiram a<br />

instalação imediata da CPI da previdência,<br />

que partiu de iniciativa do senador<br />

Paim em conjunto com a Cabap.<br />

A CMB também teve longa conversa<br />

com a senadora Rose de Freitas<br />

(PMDB), ex-vice-presidente da Câmara<br />

dos Deputados, a primeira <strong>mulher</strong><br />

a ocupar o cargo, e que é contra a<br />

idade mínima de 65 anos para aposentaria.<br />

Fruto do seminário a conversa<br />

com Rose rendeu a organização de<br />

uma sessão especial no Senado para<br />

discutir a reforma da previdência.<br />

Warlei Martins, presidente da Cobap<br />

Diretoras da CMB junto ao senador Ranfolfe Rodrigues<br />

Economista Denise Gentil, durante sua explanação no Seminário<br />

7<br />

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Revista Brasil Mulher<br />

ASFOC-SN<br />

Defesa incansável dos direitos dos<br />

trabalhadores e da população<br />

O<br />

Sindicato Nacional<br />

dos Trabalhadores<br />

da Fundação<br />

Oswaldo Cruz –<br />

ASFOC-SN tem<br />

uma história de<br />

mais de 40 anos em defesa da valorização<br />

dos trabalhadores e de uma sociedade<br />

mais justa e menos desigual.<br />

De forma obstinada, defende o<br />

SUS - Sistema Único de Saúde e uma<br />

saúde e educação públicas e de<br />

qualidade para a população <strong>brasil</strong>eira,<br />

como alternativas fundamentais<br />

para o real desenvolvimento e crescimento<br />

do país.<br />

A ligação da Asfoc com os movimentos<br />

sociais é parte integrante<br />

de sua política de articulação para<br />

melhoria das condições de vida da<br />

população.<br />

Nesse sentido, neste ano em<br />

que se discute uma proposta que o<br />

governo ilegítimo encaminhou desde<br />

o fim de 2016, tanto a PEC 287<br />

como a Reforma Trabalhista, extremamente<br />

nocivas e danosas para os trabalhadores,<br />

baseado em números e<br />

dados falaciosos que já foram contestados<br />

e desmentidos pelos próprios<br />

índices oficiais, a Asfoc intensificou<br />

a luta para derrotar essas (DE)formas.<br />

Todas essas propostas fazem parte<br />

de um projeto de destruição dos direitos<br />

dos trabalhadores e favorecimento<br />

das elites já muito privilegiadas.<br />

O Sindicato, juntamente com<br />

outros movimentos sociais e entidades<br />

sindicais participou das ações de mobilização<br />

no dia 08 de março, muito<br />

capitaneadas pelo movimento #8M<br />

internacional de defesa das <strong>mulher</strong>es,<br />

contra o machismo e o feminicídio. A<br />

reforma da previdência previa inicialmente<br />

igualar a idade de aposentadoria<br />

entre homens e <strong>mulher</strong>es em 65<br />

anos e a bandeira de luta construída<br />

pela Confederação das Mulheres<br />

do Brasil “Ruim para todos, pior para<br />

as <strong>mulher</strong>es” resume o absurdo que<br />

desconsidera a situação feminina no<br />

mercado de trabalho e sua histórica<br />

dupla e muitas vezes tripla jornada.<br />

Após o dia 08 de março, já<br />

ocorreram outras grandes mobilizações<br />

nacionais em 15 de março, a<br />

greve geral de 28 de <strong>abril</strong> e o Ocupa<br />

Brasília do dia 24 de maio. Todas<br />

com ampla participação dos trabalhadores<br />

da Fiocruz e construção efetiva<br />

da Asfoc nos atos e movimentos<br />

de massa nas ruas de todo o país.<br />

O Sindicato participa, desde<br />

2009, do Comitê Pro-equidade de<br />

Gênero, raça e etnia da Fiocruz que<br />

busca eliminar todas as formas de discriminação<br />

no acesso, na remuneração,<br />

ascensão e permanência no emprego,<br />

pelo desenvolvimento de novas<br />

concepções na gestão de pessoas e<br />

na cultura organizacional.<br />

De forma mais recente, temos<br />

nos aproximado com mais organicidade,<br />

de outras entidades do campo<br />

da luta em defesa das <strong>mulher</strong>es,<br />

dos estudantes e trabalhadores. Um<br />

exemplo é a parceria que tem dado<br />

frutos com os movimentos de estudantes<br />

(AERJ e Levante Popular da Juventude)<br />

e de Mulheres (Confederação da<br />

Mulheres do Brasil e Federação das<br />

Mulheres Fluminenses).<br />

Continuaremos juntos de todos<br />

os movimentos que defendam a melhor<br />

distribuição de renda no país,<br />

políticas afirmativas para os grupos<br />

historicamente vulneráveis e expostos<br />

(LGBT, negros e negras, <strong>mulher</strong>es),<br />

auditoria da dívida pública, reforma<br />

tributária e política.<br />

Nesse momento complexo da<br />

conjuntura do país, defendemos um<br />

movimento amplo da sociedade para<br />

que a sociedade possa novamente<br />

exercer seu direito de voto direto, elegendo<br />

representantes que realmente<br />

expressem a vontade da população<br />

e um presidente do país com legitimidade<br />

e com reputação ilibada para<br />

dirigir a nação.<br />

#nenhumdireitoamenos<br />

#diretasjá<br />

#foraTemer<br />

Luciana Lindenmeyer<br />

Diretora Secretária Geral da<br />

ASFOC-SN<br />

8<br />

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Mulheres<br />

na Polícia<br />

Federal<br />

Participação da<br />

<strong>mulher</strong> na PF é marco<br />

para o setor, mas<br />

políticas precisam<br />

amparar essas<br />

profissionais<br />

9<br />

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Revista Brasil Mulher<br />

A reforma da Previdência retira direitos da aposentadoria causa<br />

prejuízos principalmente às <strong>mulher</strong>es policiais<br />

No Brasil, o ingresso<br />

das <strong>mulher</strong>es<br />

na carreira policial<br />

teve início<br />

em 1955, quando<br />

o então Governador<br />

do Estado de São Paulo,<br />

Jânio Quadros, determinou a<br />

criação do Corpo de Policiamento<br />

Feminino da Guarda Civil de<br />

São Paulo. A partir daquele ano,<br />

as <strong>mulher</strong>es passaram a desenvolver<br />

suas atividades nos batalhões<br />

de polícia e nas demais atividades<br />

de policiamento do Estado.<br />

Elas tinham a missão de atuar<br />

principalmente junto às <strong>mulher</strong>es<br />

e crianças, mas depois foram<br />

ocupando espaços em todas as<br />

atividades de segurança pública<br />

do País.<br />

Mais de 60 anos depois, há<br />

um consenso entre especialistas<br />

da área: a participação feminina<br />

na segurança pública representa<br />

um marco para as instituições. “As<br />

<strong>mulher</strong>es dotaram os órgãos policiais<br />

de uma abordagem mais<br />

humana, tanto nas funções de<br />

prevenção, quanto de investigação<br />

de crimes”, avalia a diretora<br />

de Comunicação da Federação<br />

Nacional dos Policiais Federais<br />

(Fenapef), Magne Cristine.<br />

Magne foi policial federal<br />

por mais de 16 anos. Recém<br />

aposentada, hoje trabalha em<br />

prol dos direitos dos servidores<br />

da instituição, ocupando o cargo<br />

de diretora de comunicação<br />

da Fenapef. Ela afirma que carregar<br />

o distintivo policial sempre<br />

foi motivo de orgulho, mas destaca<br />

as dificuldades enfrentadas<br />

pelas <strong>mulher</strong>es que optam pela<br />

carreira. “A atividade de risco é<br />

um dos fatores. A violência urbana<br />

vem fazendo cada vez mais<br />

vítimas e o Brasil bate anualmente<br />

seus próprios recordes de homicídios.<br />

E os policiais também fazem<br />

parte dessa triste estatística”.<br />

O estresse e a falta de reconhecimento<br />

da sociedade<br />

também representam obstáculos.<br />

“As <strong>mulher</strong>es policiais têm uma dinâmica<br />

de trabalho imprevisível,<br />

sem horário certo para terminar<br />

o expediente, que depende das<br />

ocorrências diárias, além de cumprirem<br />

plantões e escalas extras.<br />

É grande a renúncia e constantes<br />

as ausências com a família e amigos,<br />

sendo preciso muita determinação<br />

e equilíbrio para viver toda<br />

essa rotina.<br />

Não bastasse todo esse cenário,<br />

o projeto de reforma da<br />

Previdência, PEC 287/2016,<br />

vem retirar direitos à aposentadoria<br />

policial dos profissionais de<br />

segurança pública e causa prejuízos<br />

principalmente às <strong>mulher</strong>es<br />

policiais. “Atualmente a Constituição<br />

reduz em cinco anos o tempo<br />

de aposentadoria das <strong>mulher</strong>es<br />

de todas as outras profissões,<br />

em relação aos homens, inclusive<br />

para as <strong>mulher</strong>es policiais, mas<br />

isso está sendo retirado pelo texto<br />

da PEC 287”, explica Magne.<br />

Para evitar retrocessos na<br />

aposentadoria da <strong>mulher</strong> policial,<br />

a diretora atua no Grupo de<br />

Trabalho da Mulher Policial que<br />

busca no Congresso Nacional alternativas<br />

para combate à PEC.<br />

“Essa discriminação viola o princípio<br />

da igualdade, que é cláusula<br />

pétrea no ordenamento constitucional,<br />

e que assegura tratamento<br />

isonômico a todos, indistintamente,<br />

para que se trate igualmente<br />

situações desiguais, sendo vedadas<br />

as diferenciações arbitrárias<br />

e injustificáveis”, comenta.<br />

Assim, a aposentadoria da<br />

<strong>mulher</strong> policial deve atender ao<br />

princípio da igualdade definida<br />

pela Carta Magna, respeitando<br />

tanto o critério da atividade de risco<br />

dos policiais, quanto o diferencial<br />

inerente às <strong>mulher</strong>es trabalhadoras<br />

do Brasil que têm assegurada pela<br />

Constituição essa diferença no tempo<br />

de aposentadoria.<br />

10<br />

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Policiais, mães e chefes de família<br />

Ingressar no serviço policial<br />

é uma decisão importante,<br />

sobretudo para as <strong>mulher</strong>es que<br />

são ou sonham em se tornar<br />

mães. A atividade de risco, a<br />

rotina imprevisível e a política<br />

de lotação para policiais<br />

recém ingressos na profissão,<br />

que não sabem em que local<br />

do país vão trabalhar, estão<br />

entre os principais receios das<br />

policiais federais, que chegam<br />

a enfrentar uma jornada tripla.<br />

“Já precisei tirar plantões de 24<br />

horas enquanto ainda estava<br />

amamentando. Foi um período<br />

muito difícil e doloroso”, conta a<br />

policial federal Patrícia Aguirre.<br />

Assim que saiu do curso de<br />

formação na Academia Nacional<br />

de Polícia, a policial federal<br />

Daniela Rosa foi trabalhar em<br />

Cáceres, fronteira com o Estado<br />

de Mato Grosso e local com<br />

alto índice de violência. “Meus<br />

filhos tinham seis e dez anos e<br />

eu era separada. Eles foram comigo<br />

para um novo lugar desconhecido.<br />

Minha família ficou<br />

em Brasília e eu encaminhava<br />

as crianças de avião para lá,<br />

quando eu precisava participar<br />

de operações mais complexas”.<br />

Daniela, anos depois, voltou<br />

para Brasília, onde se casou<br />

e teve mais um filho. Hoje ela<br />

conta com o apoio do marido,<br />

também policial federal, mas<br />

acredita que a <strong>mulher</strong> continua<br />

com a maior parcela de responsabilidade<br />

sobre a criação dos<br />

filhos. “Apesar da divisão de<br />

tarefas ser mais igualitária nos<br />

dias de hoje, o papel da mãe<br />

é insubstituível e o peso maior<br />

ainda é da <strong>mulher</strong>”, avalia.<br />

As dificuldades são muitas,<br />

mas as policiais federais garantem<br />

que as vocações se completam<br />

e que resultado é gratificante.<br />

“Confesso que tive receio,<br />

mas meu instinto materno falou<br />

mais alto. Hoje, sei que as duas<br />

funções, de mãe e de policial,<br />

fizeram de mim uma pessoa melhor”,<br />

avalia Patrícia. “Ser mãe<br />

é sentir o amor mais verdadeiro<br />

que existe”, declara.<br />

Para Daniela, ajudar a<br />

construir uma segurança pública<br />

mais eficiente e ser considerada<br />

uma heroína para os filhos<br />

são as maiores recompensas.<br />

“A PF é um órgão que tem meu<br />

total respeito. Se meus filhos desejarem<br />

seguir a carreira terão<br />

o meu incentivo, até porque a<br />

instituição precisa de pessoas<br />

boas e com vocação”.<br />

“As <strong>mulher</strong>es dotaram os órgãos policiais de uma abordagem mais humana, tanto nas funções de<br />

prevenção, quanto de investigação de crimes”<br />

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Revista Brasil Mulher<br />

“A PF é um órgão que tem meu total respeito. Se meus filhos desejarem seguir a carreira terão o meu incentivo,<br />

até porque a instituição precisa de pessoas boas e com vocação”<br />

Mulheres trabalham<br />

mais que homens, diz<br />

IBGE<br />

Os relatos de Magne, Patrícia e Daniela reforçam<br />

dados apresentados pelo IBGE, que apontam<br />

que as <strong>mulher</strong>es têm trabalhado cada vez mais<br />

que os homens. Em uma década, a diferença de<br />

tempo de trabalho aumentou em mais uma hora.<br />

Em 2004, as <strong>mulher</strong>es trabalhavam quatro horas a<br />

mais que os homens por semana, quando se soma<br />

a ocupação remunerada e o que é feito dentro de<br />

casa. Em 2014, a dupla jornada feminina passou<br />

a ter cinco horas a mais. Os dados são da Pesquisa<br />

Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), que<br />

reúne informações de mais de 150 mil lares.<br />

No mesmo período, as <strong>mulher</strong>es mantiveram<br />

seu ritmo de trabalho fora de casa em 35 horas<br />

e meia. Dentro de casa, porém, a jornada delas<br />

chega a 21 horas e 12 minutos por semana, mais<br />

que o dobro da dos homens.<br />

Os números da PF<br />

O efetivo policial da PF atua em todo o<br />

país, com destaque para o controle das<br />

fronteiras e o combate à corrupção.<br />

Na PF temos:<br />

11.688 policiais federais ativos, sendo<br />

13,1% <strong>mulher</strong>es<br />

5.198 policiais federais aposentados,<br />

sendo 14,5% <strong>mulher</strong>es<br />

Desse total, nos cargos de:<br />

Delegado de Policia Federal 1.718,<br />

sendo 15,1% <strong>mulher</strong>es<br />

Perito Criminal Federal 1.152, sendo<br />

10,1% <strong>mulher</strong>es<br />

Escrivão de Policia Federal 1.957, sendo<br />

22,7% <strong>mulher</strong>es<br />

Agente de Polícia Federal 6.386, sendo<br />

9,9% <strong>mulher</strong>es<br />

Papiloscopista Polícial Federal 475 sendo<br />

16,8% <strong>mulher</strong>es<br />

12<br />

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Sem atendimento no SUS-DF, mães e<br />

crianças padecem na capital do país<br />

Presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal, Dr. Gutemberg Fialho, denuncia o descaso do<br />

governo Rollemberg com a saúde da população<br />

O<br />

cenário de<br />

caos está espalhado<br />

por<br />

todo o Distrito<br />

Federal. Não<br />

há segurança,<br />

não há educação e muito menos<br />

saúde pública. Em dois anos de<br />

governo, o atual governador do<br />

DF, Rodrigo Rollemberg, conseguiu<br />

acabar com o Serviço Público:<br />

atrasou salários, não pagou<br />

o reajuste aprovado às 32<br />

categorias por seu antecessor e<br />

mantém, diante dos destroços<br />

de Brasília, uma postura apática,<br />

especialmente diante das<br />

câmeras de TV. O discurso ensaiado<br />

imobilizou a população.<br />

E é na porta dos hospitais onde<br />

isso fica mais evidente.<br />

As emergências do DF estão<br />

lotadas e sem atendimento.<br />

Os equipamentos simplesmente<br />

não foram comprados ou estão<br />

quebrados, sem prazo para<br />

manutenção. As consultas são<br />

diariamente adiadas. Parte da<br />

população chega a afirmar que<br />

prefere “morrer em casa” a recorrer<br />

aos hospitais da cidade. Na<br />

outra ponta, profissionais de saúde,<br />

entre médicos e enfermeiros,<br />

fazem apelos diários para que,<br />

pelo menos, não falte o básico:<br />

água, algodão, agulha, luvas,<br />

comida para os pacientes. Mas<br />

os pedidos são em vão.<br />

No maior hospital materno-infantil<br />

do DF, o HMIB, responsável<br />

pelo atendimento de<br />

aproximadamente 10 mil pacientes<br />

por mês, faltam fraldas,<br />

por exemplo. Por conta disso,<br />

as famílias, muitas vezes, são<br />

orientadas a comprar os produtos<br />

por conta própria. Em novembro<br />

do ano passado, quando<br />

a unidade completou 50<br />

anos, o Sindicato dos Médicos<br />

do Distrito Federal (SindMédico-<br />

DF) junto a outros órgãos de fiscalização<br />

e controle, constatou,<br />

em uma vistoria no local, que<br />

não há profissionais suficientes,<br />

equipamentos, medicamentos e<br />

insumos.<br />

E enquanto a negligência<br />

13<br />

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Revista Brasil Mulher<br />

do Governo do Distrito Federal<br />

(GDF) destrói a saúde pública,<br />

mães, junto com seus filhos, sentem<br />

na pele a desassistência na<br />

porta dos hospitais. “Antes, pelo<br />

menos o HMIB funcionava. Agora<br />

não. Não conseguimos atendimento<br />

em nenhum hospital. Esse<br />

governo está acabando com a<br />

esperança das pessoas. É um<br />

sofrimento dobrado, triplicado”,<br />

desabafou uma mãe, em vistoria<br />

do SindMédico-DF no HMIB. Ela<br />

estava aguardando atendimento<br />

na emergência da unidade há<br />

mais de seis horas. Seu filho, de<br />

apenas quatro anos, apresentava<br />

febre alta e tosse.<br />

Ainda no HMIB, de acordo<br />

com denúncias dos profiscsionais,<br />

as escalas noturnas da<br />

emergência são fechadas com<br />

apenas três médicos para atender<br />

os pacientes internados, inclusive<br />

em UTI, e os que chegam.<br />

E o trabalho se torna ainda mais<br />

complicado pela inexistência de<br />

serviço de classificação de risco<br />

a partir da meia noite, pois não<br />

há como estabelecer prioridades<br />

na assistência. Em função da demora<br />

no atendimento provocada<br />

pela quantidade insuficiente de<br />

plantonistas na emergência, os<br />

profissionais são frequentemente<br />

ameaçados e até agredidos fisicamente.<br />

Dentro das alas do hospital,<br />

o cenário de abandono fica<br />

ainda mais evidente. Em pleno<br />

centro obstétrico, leitos de UTI<br />

neonatal foram improvisados<br />

e a enfermaria de observação<br />

com seis leitos está desativada<br />

desde o início do atual governo.<br />

Por conta do déficit de profissionais,<br />

chega-se ao ponto de<br />

haver apenas um obstetra de<br />

plantão.<br />

No dia 09 de <strong>abril</strong>, a situação<br />

no maior hospital materno<br />

-infantil chegou a tal ponto que<br />

o segurança do local chegou a<br />

ser agredido pelo pai de uma<br />

criança. Na porta de entrada<br />

do HMIB, um aviso: “devido<br />

à superlotação, informamos<br />

que só haverá atendimento de<br />

pacientes classificados como<br />

vermelho! Sugerimos que procuram<br />

outra unidade da Rede”.<br />

Até a polícia foi chamada para<br />

controlar a situação. Enquanto<br />

isso, muitas mães desistiram e<br />

voltaram para suas casas. “É<br />

revoltante uma coisa dessas. A<br />

criança precisa morrer para ser<br />

atendida?”, questionou a mãe<br />

de um bebê.<br />

O Sindimédico-DF constatou em uma vistoria no local, a falta de profissionais suficientes, equipamentos,<br />

medicamentos e insumos<br />

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Ent<strong>revista</strong><br />

Maria Elena lança o projeto<br />

cultural “Quem é essa Mulher”<br />

Nessa edição ent<strong>revista</strong>mos Maria Elena Alencar, vereadora<br />

e secretaria Municipal de Cultura de Petrolina – PE. Maria<br />

Elena é Diretora da Confederação das Mulheres do Brasil.<br />

Revista Brasil Mulher: Maria<br />

Elena de Alencar, Como iniciou sua<br />

participação nas lutas das <strong>mulher</strong>es e<br />

do povo?<br />

Sou Vereadora de 5 mandatos,<br />

o primeiro pelo antigo MDB – Movimento<br />

Democrático Brasileiro, hoje<br />

PMDB e os outros quatro pelo PSB<br />

– Partido Socialista Brasileiro. Ainda<br />

muito jovem, me despertou a índole<br />

de inquietude, do desconforto...<br />

A clandestinidade, os Atos Institucionais<br />

da vida e seus anos de<br />

chumbo, as grandes marchas pernambucanas<br />

e <strong>brasil</strong>eiras, me levaram<br />

ao conhecimento e a constatação<br />

das históricas diferenças entre<br />

as classes sociais, e desigualdades<br />

de gênero, limitadoras do papel<br />

da <strong>mulher</strong> na sociedade e nas instâncias<br />

de poder..., fizeram crescer<br />

em mim o sentimento de nordestinidade,<br />

enveredar e produzir<br />

uma vida inteira (dos meus 16 aos<br />

meus, hoje 63 anos), comprometida<br />

com a defesa intransigente das<br />

causas sociais, das liberdades de<br />

expressões, da democracia total<br />

e irrestrita com educação e saúde<br />

de qualidade para todas. Nesse<br />

diapasão, os embates foram naturalmente<br />

me conduzindo e me<br />

dirigindo para lutas mais pontuais,<br />

resistentes e assertivas. A dos Direitos<br />

das Mulheres ganhou força,<br />

e me motiva até hoje a tirar o pé<br />

do chão, porque ainda há muito<br />

a resistir diante dessa famigerada<br />

ressaca patriarcal que ainda insiste<br />

correr nas veias da nossa educação<br />

doméstica, e por vezes, até<br />

acadêmica, da nossa sociedade.<br />

O que a fez concluir<br />

que deveria também<br />

assumir a disputa na<br />

política?<br />

Naturalmente um<br />

mandato Parlamentar dá<br />

voz e força institucional a<br />

quem o conquista. O meu,<br />

por ser reconhecidamente<br />

um mandato popular,<br />

serve de instrumento legal<br />

resistente e representativo<br />

das bandeiras de luta que<br />

defendemos.<br />

Portanto foi com<br />

esse objetivo que aceitei<br />

os desafios advindos<br />

desses enfrentamentos<br />

que não foram e não são<br />

poucos...<br />

Sou predestinada ao exercício<br />

de se desenhar igualdade,<br />

com a deixa: Diferentes sim, desiguais<br />

nunca.<br />

Você aceitou ser Secretária<br />

Municipal de Cultura em tempos de<br />

congelamento de verbas do governo<br />

federal para a saúde, educação e<br />

assistência social por 20 anos (PEC55)<br />

e de recessão econômica que<br />

também faz a arrecadação municipal<br />

diminuir. Como tem sido defender a<br />

importância da Cultura perante esses<br />

desafios?<br />

Considerando passageira<br />

essa experiência na Secretaria, e<br />

pensando sob essa perspectiva,<br />

das consequências práticas da<br />

PEC 55, temos executado nesses<br />

7 meses e pretendemos continuar<br />

executando um Projeto da Cultura,<br />

Turismo e Esporte, com resgates<br />

culturais efetivos, ampliação de espaços<br />

e linguagens, revitalizando,<br />

qualificando e ampliando destinos<br />

turísticos, gerando oportunidades<br />

na cadeia produtiva, estimulando<br />

as práticas esportivas tanto nas modalidades<br />

convencionais quanto<br />

nas transversais... Tudo isso contando<br />

com recursos próprios, do Governo<br />

Federal e Estadual, diga-se<br />

Ministérios e Secretarias do Turismo<br />

e Esporte. Contudo, os desafios<br />

estão ai colocados e em Petrolina<br />

não é diferente. A cultura, em si,<br />

está órfã, não tem Ministério. As<br />

Secretarias esvaziadas, com pouquíssimos<br />

recursos para fazer face<br />

as recorrentes demandas.<br />

Estamos tentando nos prevenir<br />

e planejar nossas ações contando<br />

e buscando alternativas criativas;<br />

15<br />

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Revista Brasil Mulher<br />

em parceria com a iniciativa privada,<br />

que mesmo com a atual conjuntura,<br />

torna-se também uma via<br />

protagonista de grandes possibilidades<br />

de realização cultural.<br />

Quais os planos da Secretaria<br />

Municipal da Cultura para valorizar a<br />

cultura popular? O que já foi feito?<br />

Já resgatamos e entramos em<br />

ação com relação as manifestações<br />

populares na área de música,<br />

da literatura, teatro e dança,faz<br />

parte das nossas metas, concluir o<br />

mapeamento cultural, identificando<br />

as potencialidades e manifestações<br />

locais, recuperar, revitalizar, incentivar,<br />

apoiar e construir agendas,<br />

produtivas, utilizando os espaços<br />

públicos que já temos, como arenas,<br />

palcos alternativos, quadras,<br />

orquestra sinfônica, festivais ( agora<br />

em setembro vamos realizar o<br />

da Primavera).<br />

Na prática já fizemos: Investimos<br />

no resgate do Frevo, Maracatu,<br />

Samba de Veio, Forró Autêntico,<br />

Festivais de Sanfoneiros, Violeiros,<br />

Jecana, Vaqueiro, corridas culturais<br />

dos Namorados, de carroças ornamentadas,<br />

quadrilhas juninas, todas<br />

essas são fortes facetas da nossa<br />

eclética cena da cultura popular.<br />

Você tem algum projeto<br />

específico para resgatar o papel da<br />

<strong>mulher</strong> no Saber e na Cultura Popular?<br />

Temos sim. A <strong>mulher</strong> sempre foi<br />

uma bandeira recorrente nas minhas<br />

ações como militante Política e legisladora.<br />

Agora como gestora da cultura,<br />

não poderia ser diferente.<br />

Através do projeto QUEM É<br />

ESSA MULHER? (Inspirados na música<br />

de Chico Buarque em que ele<br />

homenageia a visceral Zuzú Angel<br />

grande nome da moda <strong>brasil</strong>eira,<br />

que perdeu seu filho para o tenebroso<br />

mar vermelho da ditadura).<br />

Quantas Zuzus perdem seus filhos<br />

e suas esperanças diariamente<br />

nesse sertão de meu Deus... Mas,<br />

muitas delas constroem encantamentos,<br />

renascem com os diversos<br />

fazeres culturais e se firmam na<br />

cena atual.<br />

“Só sonho com o possível. Embora teime as correntezas bravias, insisto<br />

em chegar ao cais das certezas...”<br />

Maria Elena junto ao escritor pernambucano Ariano Suassuna<br />

O Projeto consiste em identificar,<br />

mapear, capacitar e homenagear<br />

esses seres que precisam sair<br />

do território do invisível.<br />

Temos exemplos de <strong>mulher</strong>es<br />

negras, pobres que através de<br />

suas linguagens e manifestações<br />

culturais, tornaram-se eternas como<br />

Ana das Carrancas, Maria Maga<br />

e Dona Amélia (ainda viva).<br />

Como <strong>brasil</strong>eira, <strong>mulher</strong> guerreira<br />

e socialista qual é seu maior sonho<br />

nesse momento?<br />

Só sonho com o possível. Embora<br />

teime as correntezas bravias, insisto<br />

em chegar ao cais das certezas...<br />

Sonho com um país mais<br />

igual, economicamente forte, mais<br />

humano, mais empoderado do seu<br />

valor cultural e geográfico.<br />

Sonho com as <strong>mulher</strong>es protagonizando<br />

tomadas de decisões...<br />

Sonho com as nossas crianças<br />

livres das amarras nefastas<br />

do cotidiano.<br />

Sonho com outras lutas... Por<br />

nenhum direito a menos!<br />

Sonho com a poesia que eu<br />

nunca fiz, com a chuva calma<br />

que ainda não veio.<br />

Felizmente, sonhar é começar<br />

a andar com outras pernas.<br />

16<br />

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CMB repudia José Mayer e Globo por<br />

caso de assédio a figurinista<br />

A<br />

Confederação<br />

das<br />

Mulheres do Brasil<br />

(CMB) condenou a<br />

conivência da Rede<br />

Globo com o assédio<br />

sexual cometido pelo<br />

ator José Mayer contra a figurinista<br />

Susllen Tonani durante as gravações<br />

da novela “Além do Amor”, exibida<br />

às 21h, denunciados pela funcionária.<br />

“Além do ator, a empresa global<br />

tem sido solidária com o crime<br />

e como tal deve receber a devida<br />

punição. Contra o abuso de poder<br />

da Rede Globo e seu descaso com<br />

as discriminações sofridas por suas<br />

funcionárias”, afirmou a CMB.<br />

Susllen contou com detalhes<br />

por meio do blog #AgoraÉQue-<br />

SãoElas, do jornal Folha de S.Paulo<br />

que foi assediada por Mayer<br />

durante 8 meses. O texto foi publicado<br />

por volta de 00h45 do dia<br />

31 de março. Logo cedo o jornal<br />

tirou a denúncia do ar. As investidas<br />

da Globo em nada adiantaram.<br />

A notícia já havia se espalhado.<br />

E pela tarde Sonia Abrão, em<br />

seu programa na Rede TV, dedicou<br />

ao menos 25” para a denúncia da<br />

figurinista que foi lida na íntegra.<br />

Segundo Susllen, em fevereiro<br />

deste ano a situação ficou insustentável.<br />

Dentro de um camarim, José<br />

Mayer, branco, rico, de 67 anos,<br />

colocou a mão na sua genitália<br />

e afirmou que esse era um antigo<br />

desejo seu. Ela se calou. Tempos<br />

depois, ainda dentro da empresa<br />

e de frente a outras 30 pessoas,<br />

ameaçou tocar a figurinista novamente<br />

se ela seguisse o evitando.<br />

Ela não se silenciou mais. Ele gritou<br />

em alto e bom som, para todos ouvirem<br />

“Vaca”.<br />

O assunto tomou conta das rodas<br />

de conversas de todos no país<br />

inteiro naquela<br />

sexta-feira. O<br />

repúdio nas redes<br />

sociais foi<br />

intenso.<br />

Na carta,<br />

Susllen conta<br />

que procurou a<br />

Globo. “Procurei<br />

quem me colocou<br />

ali. Fui ao<br />

RH. Liguei para<br />

a ouvidoria. Fui<br />

ao departamento<br />

que cuida dos<br />

atores. Acessei<br />

todas as pessoas,<br />

todas as<br />

instâncias, contei<br />

sobre o assédio moral e sexual<br />

que há meses eu vinha sofrendo.<br />

Contei que tudo escalou e eu não<br />

conseguia encontrar mais motivos,<br />

forças para estar ali. A empresa<br />

reconheceu a gravidade do acontecimento<br />

e prometeu tomar as medidas<br />

necessárias”, afirmou.<br />

Nada aconteceu. Susllen reportou<br />

a Globo e nada aconteceu.<br />

A primeira ação foi Mayer lançar<br />

uma nota negando o assédio, praticamente<br />

chamando a figurinista<br />

de louca. Disse que ela não sabe<br />

a diferença entre “ficção e realidade”,<br />

querendo afirmar que essas<br />

atitudes não foram dele e sim de<br />

seu personagem protagonista da<br />

novela das 21h, horário de maior<br />

audiência e lucros da emissora.<br />

Até o caso vir a público a<br />

Rede Globo nada fez. Muitas pessoas<br />

viram, não eram segredo os<br />

assédios. Não foram feitos na surdina.<br />

Foram públicos, e somente<br />

se tornarem nacionalmente conhecidos<br />

e criticados a emissora de<br />

forma publicitária para parecer se<br />

importar afastou o ator.<br />

O fato foi que a Globo resolveu<br />

combinar com o ator a confecção<br />

da carta de desculpas onde<br />

Mayer enfim assume o assédio,<br />

mas apenas como “brincadeiras”.<br />

E combinou também a sua suspensão<br />

por tempo indeterminado.<br />

“Para assim dar divulgação às medidas<br />

paliativas tomadas contra o<br />

agressor e se livrar do desgaste e<br />

parecer que tinha tomado à defesa<br />

da vítima. Puro Marketing. Hipocrisia”,<br />

destacou a CMB.<br />

A Globo não fez nada porque<br />

não liga para as <strong>mulher</strong>es,<br />

não as respeitam, porque a sua<br />

única prioridade são seus lucros.<br />

Como tirar o protagonista da novela<br />

do Ar? Como afastar o ator<br />

de maior destaque do principal<br />

produto da emissora? A Globo<br />

deixou claro que se <strong>mulher</strong>es tiverem<br />

que ser assediadas, se ações<br />

machistas que ferem a dignidade<br />

acontecem nos seus bastidores,<br />

ela nada fará para coibir se isso<br />

implicar em menores lucros.<br />

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Revista Brasil Mulher<br />

Soltura do estuprador Roger<br />

Abdelmassih é um escárnio<br />

Roger Abdelmassih, médico<br />

obstetra que já foi<br />

especialista em reprodução<br />

humana no Brasil, foi<br />

condenado a 278 anos<br />

de reclusão em novembro<br />

de 2010. Sua pena e prisão foi<br />

resultado de ataques sexuais (estupros,<br />

atentados violentos ao pudor<br />

e atos libidinosos) contra suas pacientes.<br />

Foram considerados 48<br />

ataques a 39 vítimas entre 1995<br />

e 2008. Muitas das vítimas – mais<br />

de 150 <strong>mulher</strong>es – não quiseram<br />

entrar com o processo.<br />

Esse assunto volta novamente<br />

à baila com a decisão da<br />

Juíza de mandá-lo para casa em<br />

prisão domiciliar onde cumprirá<br />

a pena junto com a família, pois<br />

o criminoso está com problemas<br />

de saúde.<br />

O médico que em junho de<br />

2009, chegou a ficar preso de<br />

agosto a dezembro, recebeu à<br />

época do ministro Gilmar Mendes,<br />

do Supremo Tribunal Federal<br />

(STF) o direito de responder o<br />

processo em liberdade. Ao ser<br />

condenado em 2010, não foi<br />

preso logo após a condenação<br />

porque um habeas corpus também<br />

emitido por Gilmar Mendes<br />

deu a ele o direito de responder<br />

em liberdade, sem levar<br />

em conta que o médico era uma<br />

pessoa investida de posição de<br />

poder com total consciência do<br />

que estava fazendo, do crime<br />

que estava praticando contra<br />

<strong>mulher</strong>es em situação de vulnerabilidade.<br />

É um escárnio inominável a<br />

atitude do Ministro que, atua sistematicamente<br />

para livrar bandidos<br />

de toda sorte das grades,<br />

das prisões.<br />

Esse bilhete premiado que<br />

Gilmar doou para o estuprador,<br />

foi revogado pela Justiça em<br />

janeiro de 2011, quando o exmédico<br />

tentou renovar seu passaporte,<br />

o que sugeria a possibilidade<br />

de que ele tentaria<br />

sair do Brasil. Abdelmassih se<br />

tornou então foragido da justiça<br />

por três anos e foi considerado<br />

o criminoso mais procurado<br />

de São Paulo. Abdelmassih foi<br />

preso no Paraguai pela Polícia<br />

Federal (PF), em 19 de agosto<br />

de 2014. Em outubro daquele<br />

ano, a pena dele foi reduzida<br />

para 181 anos, 11 meses e 12<br />

dias, por decisão judicial.<br />

As decisões judiciais amortecendo<br />

os crimes praticados<br />

pelo médico tem encontrado<br />

forte resistência por parte das<br />

vítimas dele que criaram uma<br />

Associação que reuniu centenas<br />

de documentos e depoimentos<br />

comprobatórios das ações praticadas<br />

covardemente. Mulheres<br />

corajosas que buscavam com<br />

suas ações punir o infrator para<br />

que esse tipo de atitude ao ser<br />

punida, pudesse servir de prevenção<br />

a novos casos. O médico<br />

estuprador abusava de suas<br />

pacientes mesmo elas estando<br />

anestesiadas.<br />

Com isso tudo já averiguado<br />

e comprovado pela justiça, a<br />

Juiza que manda o médico para<br />

casa, para tratar da saúde, demonstra<br />

que os crimes hediondos<br />

praticados por Abdelmassih<br />

não são tão condenáveis,<br />

assim, gerando uma profunda<br />

indignação em particular entre<br />

as <strong>mulher</strong>es em todo o país.<br />

Lamentamos profundamente<br />

a decisão da Juiza e exigimos<br />

que o médico canalha, estuprador<br />

covarde, cumpra prisão em<br />

regime fechado em cumprimento<br />

da sentença dada pelo juiz<br />

no processo que o condenou.<br />

Cadeia para o<br />

estuprador Abdelmassih!<br />

18<br />

<strong>brasil</strong>_<strong>mulher</strong>_ABRIL_2017.indd 18 18/10/2017 16:37:37


Nova Central mantém posição<br />

contra reformas do governo<br />

O presidente José Calixto Ramos abriu o IV Congresso Nacional da central<br />

alertando para os riscos de aprovação das reformas Trabalhista e Previdenciária,<br />

que representam a perda de direitos da classe trabalhadora <strong>brasil</strong>eira<br />

DISCURSO DE ABERTURA DO IV CONGRESSO NACIONAL DA NOVA CENTRAL<br />

A<br />

Nova Central Sindical<br />

de Trabalhadores<br />

(NCST)<br />

realiza o seu IV<br />

Congresso Nacional<br />

entre os dias<br />

26 e 28 de junho de 2017,<br />

na cidade de Luziânia (GO),<br />

o seu IV Congresso Nacional,<br />

que visa deliberar, entre as suas<br />

mais de mil entidades sindicais<br />

filiadas presentes, os desafios do<br />

movimento sindical <strong>brasil</strong>eiro e<br />

a agenda programática sindical<br />

da entidade nos próximos quatro<br />

anos. Apoiado pela Confederação<br />

Nacional dos Trabalhadores<br />

na Indústria (CNTI), a Confederação<br />

Nacional dos Trabalhadores<br />

em Turismo e Hospitalidade<br />

(CONTRATUH), a Confederação<br />

dos Servidores Públicos do<br />

Brasil (CSPB), a Confederação<br />

Nacional das Trabalhadores em<br />

Transportes Terrestres (CNTTT) e<br />

a Confederação Nacional dos<br />

Trabalhadores em Estabelecimentos<br />

de Educação e Cultura<br />

(CNTEEC), filiadas à NCST.<br />

O congresso foi aberto<br />

com discurso presidente da central<br />

sindical, José Calixto Ramos,<br />

aos delegados. Abordando, entre<br />

outros, os seguintes pontos:<br />

“Neste congresso, além<br />

das deliberações para o próximo<br />

quadriênio, vamos debater<br />

formas de frear as tentativas de<br />

retiradas de direitos propostas<br />

pelo atual governo que tramitam<br />

no Congresso Nacional.<br />

Entre os projetos que mais<br />

nos causam preocupação, estão<br />

as famigeradas reformas<br />

Trabalhista e Previdenciária,<br />

que visam impor um fim aos mecanismos<br />

de proteção do trabalho,<br />

destruindo a espinha dorsal<br />

19<br />

<strong>brasil</strong>_<strong>mulher</strong>_ABRIL_2017.indd 19 18/10/2017 16:37:41


Revista Brasil Mulher<br />

dos direitos dos trabalhadores e<br />

das trabalhadoras do País. Este<br />

é o primeiro e principal passo<br />

para o sucateamento da CLT,<br />

enfraquecendo a democracia e<br />

nossa Constituição Federal.<br />

As condições como essas<br />

reformas foram colocadas pelo<br />

Executivo e ampliadas pelo Legislativo,<br />

sem nenhum diálogo com<br />

entidades de representação sindical<br />

e popular, demonstram a intransigência<br />

de um governo e um<br />

Congresso que se distanciaram<br />

dos seus eleitores e não ouvem a<br />

voz das ruas -- refletindo em uma<br />

rejeição recorde da Presidência<br />

e na descredibilidade das duas<br />

casas junto à população, de<br />

acordo com recentes pesquisas<br />

de opinião. O que nos remete<br />

à responsabilidade de termos a<br />

consciência e de conhecer bem<br />

nossos representantes nas próximas<br />

eleições de 2018. É preciso<br />

que nossos parlamentares e governantes,<br />

em sua ampla maioria,<br />

se sensibilizem e mudem seus<br />

posicionamentos, revertendo esse<br />

quadro negativo.<br />

É necessário frisar que neste<br />

grave momento, onde batemos a<br />

trágica marca de mais de 14 milhões<br />

de desempregados no Brasil,<br />

apresentar reformas desestruturantes<br />

é uma atitude brutal e de<br />

total insensibilidade com a população.<br />

É uma forma de se aproveitar<br />

da situação de fragilidade para<br />

eliminar conquistas da sociedade.<br />

Enfatizo também que nesta<br />

época de tentativas massivas de<br />

retiradas de direitos, as entidades<br />

sindicais se apresentam como<br />

únicas instituições democráticas<br />

fora do eixo dos poderes Legislativo<br />

e Executivo capazes de fazer<br />

um embate contra esse acinte<br />

à classe trabalhadora. Por isso,<br />

nós, sindicalistas, somos paulatinamente<br />

minados pelo governo,<br />

que vê em nosso movimento um<br />

entrave para conseguir aprovar<br />

suas medidas retrógradas.<br />

Por este motivo, quero convocar<br />

todos os presentes neste evento<br />

de organização e discussão<br />

sindical para debatermos ideias<br />

e saídas tanto para a defesa dos<br />

direitos dos trabalhadores e das<br />

trabalhadoras, quanto para esta<br />

crise institucional em que o Brasil<br />

vive. Temos uma grande responsabilidade<br />

junto ao povo <strong>brasil</strong>eiro<br />

e aos nossos representados.<br />

Nesta semana, reavivaremos nossa<br />

luta e resistência, mobilizando<br />

trabalhadores e trabalhadoras<br />

contra as reformas que retiram<br />

direitos, reafirmando os princípios<br />

da Nova Central, que jamais renunciará<br />

aos direitos trabalhistas<br />

e sindicais.<br />

Afinal, esta é a central que<br />

defende a classe trabalhadora!”.<br />

Após o seu discurso, o presidente<br />

José Calixto foi aclamado<br />

pelo público presente.<br />

<strong>brasil</strong>_<strong>mulher</strong>_ABRIL_2017.indd 20 18/10/2017 16:37:44


O trabalho infantil é um mal que atinge 2,7 milhões de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos no país, o que<br />

equivale a 5% da população nesta faixa etária<br />

Trabalho infantil compromete presente<br />

e futuro de crianças e adolescentes<br />

Crianças e adolescentes<br />

explorados<br />

sofrem consequências<br />

na vida adulta<br />

e até na aposentadoria,<br />

além<br />

de estarem expostos a acidentes<br />

que causam mutilações e mortes.<br />

Apesar de constitucionalmente<br />

proibido no Brasil, o trabalho<br />

infantil é um mal que atinge 2,7<br />

milhões de crianças e adolescentes<br />

de 5 a 17 anos no país, o<br />

que equivale a 5% da população<br />

nesta faixa etária, de acordo com<br />

a Pesquisa Nacional por Amostra<br />

de Domicílios, do Instituto Brasileiro<br />

de Geografia e Estatística<br />

– Pnad/IBGE. A criança e o adolescente<br />

submetidos a atividades<br />

laborais irregulares perdem não<br />

somente a infância, mas também<br />

as chances de um futuro melhor.<br />

Uma das coisas mais cruéis<br />

que acontecem com quem precisa<br />

trabalhar na infância é a tríplice<br />

exclusão durante toda a vida,<br />

é o que afirma a coordenadora<br />

da Divisão de Erradicação do<br />

Trabalho Infantil da Secretaria de<br />

Inspeção do Trabalho do Ministério<br />

do Trabalho – SIT/MTb, Auditora-Fiscal<br />

do Trabalho Marinalva<br />

Dantas. “Na infância o menor<br />

será excluído da escola, por não<br />

conseguir acompanhar os estudos.<br />

Por conta disso, não consegue<br />

ingressar nem na aprendizagem,<br />

a partir dos 14 anos, nem<br />

no mercado de trabalho seguro e<br />

com salário digno quando adulto,<br />

ficando vulnerável inclusive a<br />

ser submetido a condições análogas<br />

às de escravos. Na velhice<br />

não terá uma aposentadoria para<br />

ampará-lo, pois dificilmente terá<br />

contribuído para a Previdência<br />

Social”, explica.<br />

São os Auditores-Fiscais do<br />

Trabalho que detêm a competência<br />

legal para retirar crianças e<br />

adolescentes do trabalho precoce<br />

e ilegal. A carreira tem papel<br />

histórico no compromisso do Estado<br />

<strong>brasil</strong>eiro com a construção<br />

de uma nação em que crianças<br />

livres possam estudar, brincar e<br />

viver plenamente. Cabe à Auditoria-Fiscal<br />

do Trabalho ainda executar<br />

as ações de enfrentamento<br />

ao problema em todo o Brasil,<br />

incluindo a atuação no setor informal<br />

da economia, que, por suas<br />

características, abriga o maior número<br />

de menores ocupados.<br />

É também função dos Auditores-Fiscais<br />

garantir o acesso dos<br />

jovens com mais de 14 anos à<br />

aprendizagem, único contexto<br />

em que o trabalho de menores é<br />

permitido, e a uma profissionalização<br />

segura e acompanhada.<br />

De acordo com a SIT/MTb, em<br />

25 anos de atuação da Inspeção<br />

do Trabalho, com apoio da sociedade,<br />

foram afastadas 5 milhões<br />

de crianças do trabalho precoce,<br />

que mutila, provoca adoecimentos<br />

graves e até a morte.<br />

O Brasil está numa das primeiras<br />

posições no triste ranking<br />

21<br />

<strong>brasil</strong>_<strong>mulher</strong>_ABRIL_2017.indd 21 18/10/2017 16:37:44


Revista Brasil Mulher<br />

mundial dos acidentes e adoecimentos<br />

ocupacionais, e crianças<br />

e adolescente, infelizmente, são<br />

duramente atingidos pelo problema.<br />

Desde 2007, 38.257 mil<br />

crianças e adolescentes sofreram<br />

algum tipo de acidente enquanto<br />

trabalhavam. Desses, 23.100<br />

foram graves, inclusive com amputação<br />

de mãos e braços; 208<br />

morreram. Os dados são do Departamento<br />

de Vigilância em Saúde<br />

Ambiental e Saúde do Trabalhador<br />

do Ministério da Saúde.<br />

Metas em risco<br />

Embora o número de crianças<br />

e adolescentes em situação<br />

de trabalho tenha diminuído em<br />

relação a 2014 – naquele ano<br />

eram 3,3 milhões de menores na<br />

condição –, a tendência de queda<br />

nos índices está em risco em<br />

razão de mais crianças na faixa<br />

de 5 a 9 anos terem começado a<br />

trabalhar em três anos seguidos.<br />

Em 2015, foram registrados 79<br />

mil casos nessa idade, 12,3% a<br />

mais que em 2014, quando havia<br />

70 mil crianças trabalhando.<br />

Em 2013, eram 61 mil. Os índices<br />

relativos à agricultura também<br />

apresentaram deterioração. Na<br />

atividade, a Pnad registrou elevação<br />

do percentual de crianças de<br />

5 a 13 anos ocupadas, de 62%<br />

para 64,7% entre 2014 e 2015.<br />

Importante notar que, caso<br />

os índices continuem a regredir,<br />

o Brasil não conseguirá cumprir a<br />

meta dos Objetivos de Desenvolvimento<br />

Sustentável da Organização<br />

das Nações Unidas – ONU<br />

de eliminar todas as formas de<br />

trabalho infantil até 2025. O país<br />

já não conseguiu atingir a meta<br />

de eliminar as piores formas de<br />

trabalho infantil em 2016, compromisso<br />

firmado com a Organização<br />

Internacional do Trabalho<br />

- OIT em 2006 e reforçado na<br />

Entre 2014 e 2015, a Pnad registrou um aumento do percentual de<br />

crianças de 5 a 13 anos que trabalham<br />

Conferência de Haia, em 2010.<br />

Piores formas<br />

A exploração sexual é considerada<br />

uma das piores formas<br />

de trabalho infantil. Por ocorrer de<br />

maneira ilícita, tem pouca visibilidade<br />

e torna-se difícil de ser quantificada.<br />

Trata-se de crime hediondo,<br />

com pena de 4 a 10 anos de<br />

prisão, a ser cumprida em regime<br />

fechado e sem fiança. A maioria<br />

das vítimas são meninas.<br />

O trabalho infantil doméstico<br />

também é uma das piores formas.<br />

Mais de 90% das exploradas são<br />

meninas e cumprem dupla jornada,<br />

sendo que mais de 80% também<br />

realizam afazeres domésticos<br />

nas próprias casas. O baixo<br />

rendimento escolar, o abandono<br />

dos estudos, adoecimentos e acidentes<br />

de trabalho são algumas<br />

das consequências da exploração.<br />

Todas as piores formas de<br />

trabalho infantil estão descritas no<br />

Decreto nº 6.481/2008.<br />

*Com informações do Ministério<br />

do Trabalho e do Fórum Nacional<br />

de Prevenção e Erradicação<br />

do Trabalho Infantil – FNPETI.<br />

22<br />

<strong>brasil</strong>_<strong>mulher</strong>_ABRIL_2017.indd 22 18/10/2017 16:37:45


Sinait alerta para os graves prejuízos<br />

causados pela Reforma Trabalhista<br />

“O impacto do negociado sobre o legislado é especialmente desastroso sobre o controle da jornada de trabalho”,<br />

diz Carlos Silva, presidente do SINAIT<br />

Rejeitada na Comissão de<br />

Assuntos Sociais – CAS do Senado<br />

Federal, no último dia 20<br />

de junho, o Projeto de Lei da Câmara<br />

– PLC 38/17, a Reforma<br />

Trabalhista, ainda tramita no Senado.<br />

Uma das alterações mais<br />

perversas, na opinião do Sindicato<br />

Nacional dos Auditores Fiscais<br />

do Trabalho - Sinait, que é contra<br />

a matéria, é a restrição ao trabalhador<br />

para reclamar na Justiça<br />

do Trabalho os prejuízos sofridos<br />

em decorrência de seu contrato.<br />

A reforma permite, por exemplo,<br />

o trabalho em atividades insalubres,<br />

até mesmo para <strong>mulher</strong>es<br />

grávidas; retira o pagamento<br />

de “horas in itinere”, quando o<br />

trabalho é executado em localidades<br />

não servidas por transporte<br />

público e o empregador fornece<br />

o transporte, com o tempo de<br />

duração do itinerário sendo pago<br />

como horas extras; estabelece<br />

também a concessão das férias<br />

em até três vezes, inclusive para<br />

menores de 18 anos – na prática,<br />

é o fim do direito às férias de<br />

30 dias consecutivos.<br />

Outra medida danosa é a<br />

criação da modalidade de trabalho<br />

intermitente, que permitirá<br />

que trabalhadores sejam contratados<br />

e pagos apenas pelas<br />

horas trabalhadas, deixando de<br />

ser remunerados pelos períodos<br />

à disposição do empregador, o<br />

que hoje é garantido pela CLT,<br />

resguardando o pagamento integral<br />

do salário mensal – na prática,<br />

é o fim do descanso semanal<br />

remunerado.<br />

A terceirização será inserida<br />

na CLT, reforçando a possibilidade<br />

de trabalhadores que fazem<br />

o mesmo serviço serem tratados<br />

de forma discriminatória no que<br />

tange a condições de trabalho,<br />

não utilização de equipamentos<br />

de proteção individual, não aquisição<br />

de férias, dentre outras condutas<br />

hoje consideradas ilegais.<br />

A prevalência do negociado<br />

sobre o legislado está sendo<br />

imposta, diminuindo a força que<br />

a legislação trabalhista assegura<br />

23<br />

<strong>brasil</strong>_<strong>mulher</strong>_ABRIL_2017.indd 23 18/10/2017 16:37:45


Revista Brasil Mulher<br />

ao trabalhador, criando a possibilidade<br />

de uma lei para cada empresa<br />

e possibilitando, inclusive,<br />

acordo para retirar direitos.<br />

A reforma fulmina programas<br />

como aprendizagem e inserção<br />

de pessoas com deficiência no<br />

mercado de trabalho permitindo<br />

que a convenção ou os acordos<br />

coletivos excluam funções da<br />

base de cálculo do percentual da<br />

cota, ou até mesmo isente empresas<br />

de cumpri-las. Isso diminuirá<br />

as oportunidades de emprego<br />

para os jovens e para as pessoas<br />

com deficiência, além de frustrar<br />

importantes políticas governamentais<br />

de inclusão.<br />

Todas essas alterações terão<br />

um impacto imediato como<br />

redução de salários, aumento de<br />

jornada, aumento de doenças,<br />

acidentes e mortes no trabalho<br />

e ainda afetarão a aposentadoria<br />

que exigirá mais tempo para<br />

ser conseguida e com valores<br />

ainda mais baixos dos que são<br />

pagos hoje.<br />

Notas Técnicas<br />

O Sinait participa de todos<br />

os fóruns de discussão, audiências<br />

públicas, seminários,<br />

frentes, manifestações e leva a<br />

experiência dos Auditores-Fiscais<br />

do Trabalho para mostrar<br />

a perversidade da proposta. A<br />

entidade, em conjunto com a<br />

Associação Nacional dos Magistrados<br />

da Justiça do Trabalho<br />

- Anamatra, a Associação<br />

Nacional dos Procuradores do<br />

Trabalho- ANPT e a Associação<br />

Brasileira de Advogados Trabalhistas<br />

- Abrat produziram duas<br />

Notas Técnicas alertando para<br />

os graves prejuízos que a matéria<br />

trará para os trabalhadores<br />

<strong>brasil</strong>eiros e apontando as inconstitucionalidades<br />

do projeto<br />

da Reforma Trabalhista.<br />

Ao contrário do alegado<br />

inicialmente pelo governo federal<br />

e pelos parlamentares defensores<br />

da proposta, de que a reforma<br />

iria gerar mais empregos<br />

e melhorar a segurança jurídica<br />

nas relações de trabalho, as entidades<br />

mostram, com base em<br />

suas áreas de atuação, que se<br />

aprovada da forma que está, a<br />

reforma aumentará os níveis de<br />

desemprego, diminuirá a qualidade<br />

dos empregos no mercado<br />

<strong>brasil</strong>eiro, reduzirá direitos e<br />

fomentará o descumprimento da<br />

legislação trabalhista, além de<br />

aumentar a insegurança jurídica<br />

nas relações trabalhistas.<br />

Para o presidente do Sinait,<br />

o Auditor-Fiscal do Trabalho<br />

Carlos Silva, a matéria é<br />

extremamente danosa e retira<br />

direitos conquistados ao longo<br />

de décadas, além de impedir<br />

que a fiscalização atue em defesa<br />

dos trabalhadores. “Se já<br />

é difícil para a estrutura de fiscalização<br />

dirigir sua ação para<br />

os desrespeitos a uma única legislação,<br />

a partir do momento<br />

em que a convenção passar a<br />

valer como lei dentro de cada<br />

empresa, os obstáculos serão<br />

multiplicados. O impacto do<br />

negociado sobre o legislado é<br />

especialmente desastroso sobre<br />

o controle da jornada de trabalho”,<br />

afirmou. Mudanças para<br />

permitir, por exemplo, turnos de<br />

12 horas para qualquer categoria,<br />

para admitir a indenização<br />

do intervalo, trarão aumento dos<br />

acidentes, doenças e mortes de<br />

trabalho. “O descontrole da jornada<br />

é o elemento principal dos<br />

mais de 700 mil acidentes de<br />

trabalho que ocorrem por ano<br />

no Brasil”, pontuou Silva.<br />

<strong>brasil</strong>_<strong>mulher</strong>_ABRIL_2017.indd 24 18/10/2017 16:37:45


3ª Oficina da Mulher valoriza<br />

gestantes e mães metalúrgicas<br />

Evento do Sindicato dos Metalurgicos de São Paulobordou a importância de a <strong>mulher</strong> grávida receber informações<br />

sobre a gestação e o pós-parto<br />

Foi dinâmica, descontraída<br />

e envolvente a<br />

3ª Oficina da Mulher<br />

Metalúrgica realizada<br />

nesta sexta-feira<br />

pelo Departamento<br />

da Mulher, do Sindicato. Voltada<br />

para trabalhadoras gestantes<br />

da categoria, a oficina<br />

teve como tema “Fortalecer a<br />

Mulher e Humanizar o Parto<br />

para Transformar o Mundo”<br />

e contou a presença de 60<br />

<strong>mulher</strong>es, entre elas, 14 gestantes<br />

e 15 mães que tiveram<br />

filhos há poucos meses e participaram<br />

da oficina anterior.<br />

O evento abordou a importância<br />

de a <strong>mulher</strong> grávida<br />

receber informações sobre<br />

a gestação e o pós-parto, escolher<br />

a forma como o bebê<br />

vai nascer e entender que o<br />

importante não é só o momento<br />

parto, mas toda a gestação,<br />

a saúde do bebê e da<br />

<strong>mulher</strong> e a família em geral.<br />

Também tratou da dificuldade<br />

de um atendimento mais humanizado<br />

por parte dos hospitais<br />

e profissionais de saúde<br />

na hora do parto.<br />

As trabalhadoras foram<br />

saudadas pela diretora Leninha,<br />

coordenadora do Departamento<br />

da Mulher, pelo<br />

presidente do Sindicato,<br />

Miguel Torres; diretora de finanças,<br />

Elza Costa; diretores<br />

Cláudio Prado e Xepa.<br />

Leninha ressaltou os cuidados<br />

necessários nessa fase<br />

da vida e da importância do<br />

parto humanizado.<br />

Miguel Torres disse que<br />

“devemos dar atenção à saúde<br />

e à prevenção. A oficina<br />

propicia a troca de ideias e<br />

o aprendizado mútuo entre<br />

profissionais, gestantes, mães<br />

recentes” e falou sobre as re-<br />

25<br />

<strong>brasil</strong>_<strong>mulher</strong>_ABRIL_2017.indd 25 18/10/2017 16:37:50


Revista Brasil Mulher<br />

formas previdenciária e trabalhista,<br />

que tiram direitos e vão<br />

afetar o futuro das famílias e<br />

das novas gerações. “Se não<br />

lutarmos agora nossos filhos<br />

não terão direitos trabalhistas<br />

no futuro”, disse.<br />

Elza também falou dos<br />

cuidados e da prevenção<br />

para uma gestação sadia<br />

e sem riscos. “O acompanhamento<br />

da gestação e<br />

no pós-parto são prioridade<br />

para que os recém-nascidos<br />

tenham bom desenvolvimento<br />

e as mães uma saúde plena”.<br />

ATIVIDADES<br />

A oficina teve palestra<br />

com profissionais da área<br />

de saúde, como as doulas<br />

Gabriela Figueiredo, cirurgiã-dentista,<br />

especialista no<br />

atendimento à gestante e<br />

parto, e Daniela Almeida<br />

Andretto doutora em saúde;<br />

apresentação do documentário<br />

“Renascimento do Parto”,<br />

que mostrou, entre outras<br />

questões, a importância de<br />

um atendimento humanizado<br />

à <strong>mulher</strong> e ao recém-nascido,<br />

e os diversos tipos de partos<br />

(normal, natural, fórceps, cócoras,<br />

parto sem dor, cesária<br />

e parto humanizado).<br />

O economista do Dieese<br />

Thomas Ferreira Jensen deu<br />

um depoimento sobre a experiência<br />

de ter participado<br />

de dois partos em casa. “Foi<br />

mais humanizado e menos invasivo<br />

que nos hospitais e tivemos<br />

auxílio de profissionais<br />

da área”.<br />

As gestantes e mães também<br />

participaram de exercícios<br />

que auxiliam no trabalho<br />

de parto e do sorteio de prêmios.<br />

26<br />

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Maria Pimentel junto à secretaria de Relações Internacionais da Federação dos Trabalhadores da Bielorrússia<br />

Seminário “Os Sindicatos e o futuro do Trabalho” -<br />

Bielorrússia - Abril de 2017<br />

“Romper a dependência e fortalecer o<br />

Estado nacional para superar a crise”<br />

Intervenção de Maria Pimentel, conselheira da CMB e secretária de Relações<br />

Internacionais da Central Geral dos Trabalhadores (CGTB) durante o Fórum<br />

Internacional “Os Sindicatos e o Futuro do Trabalho”, realizada em Minsk,<br />

capital da Bielorrússia.<br />

Participaram do Fórum, além de peritos da Organização Internacional do<br />

Trabalho (OIT), representantes das organizações de empregadores e de<br />

trabalhadores, comunidade acadêmica e do Governo da Bielorrússia, mais<br />

sindicatos de trabalhadores de 30 países: América Latina, Europa, Oriente<br />

Médio, Ásia e todas as antigas repúblicas da URSS<br />

27<br />

<strong>brasil</strong>_<strong>mulher</strong>_ABRIL_2017.indd 27 18/10/2017 16:37:56


Revista Brasil Mulher<br />

No momento em<br />

que os trabalhadores<br />

em todo<br />

mundo se preparam<br />

para celebrar<br />

os 100 anos<br />

da primeira Revolução Proletária,<br />

que ergueu a grande fortaleza<br />

socialista anti-imperialista, que<br />

inspirou e influenciou os povos na<br />

conquista da liberdade, da independência,<br />

do progresso, é uma<br />

grande satisfação para a CGTB<br />

estar na Bielorrússia cujo povo<br />

realizou prodígios de resistência e<br />

abnegação para derrotar a maior<br />

ameaça que a Humanidade já<br />

defrontou, a besta-fera nazista.<br />

Companheiros,<br />

Ao mesmo tempo em que se<br />

aprofunda a crise e a decadência<br />

dos países imperialistas, aumenta o<br />

assalto aos países periféricos, as privatizações<br />

e os juros altos, e cresce<br />

também sua agressividade militar<br />

pelo controle de matérias-primas,<br />

como fizeram no Iraque e na Líbia<br />

e vêm tentando, há seis anos, na Síria.<br />

Ao mesmo tempo em que radicalizam<br />

sua política de ajuste para<br />

cortar salários, tirar direitos e destruir<br />

a seguridade social, fica mais evidente<br />

que a tal “recuperação” pós<br />

crash de 2008, prometida por eles,<br />

não passa de uma farsa.<br />

Os bancos e monopólios,<br />

que lucram com a crise provocada<br />

por eles mesmos, querem manter<br />

a qualquer custo sua política<br />

de especulação e cartelização da<br />

economia. Corrompem governantes<br />

para obter vantagens, comprar<br />

empresas e eliminar a concorrência<br />

para impor seus preços de monopólio<br />

(sobrepreços).<br />

Como não dependem do consumo<br />

do conjunto da população,<br />

não têm interesse em preservar os<br />

salários e seu poder de compra.<br />

Não têm como objetivo gerar empregos<br />

e desenvolver tecnologias<br />

para aumentar a produtividade,<br />

desenvolver o mercado interno e<br />

melhorar as condições de vida. Ao<br />

contrário, querem obter ainda mais<br />

lucros com o corte dos salários e<br />

dos direitos, e controlando todas<br />

as commodities para aumentar ou<br />

derrubar artificialmente os preços<br />

das matérias-primas quando lhes<br />

convém.<br />

Exploração<br />

Com o aumento da exploração<br />

no centro do império, cresce<br />

também a exploração sobre os trabalhadores<br />

norte-americanos, o racismo<br />

e a xenofobia. O desemprego<br />

real nos EUA, quando somado<br />

aos trabalhadores desencorajados,<br />

chega a 23% e, sua população carcerária,<br />

que ultrapassa 2 milhões é<br />

a maior do planeta. A perda de<br />

empregos industriais vem abalando<br />

a própria estrutura produtiva dos<br />

EUA e seus satélites na Europa e no<br />

Japão. Cidades tipicamente industriais,<br />

como Detroit, hoje são uma<br />

montanha de sucata. Essa paralisia<br />

acabou derrotando a candidata de<br />

Wall Street e elegendo para presidente<br />

um outsider como Trump, que<br />

prometia empregos e o retorno da<br />

produção, coisa que será impossível<br />

conseguir enquanto o Estado<br />

e suas decisões forem controlados<br />

pelo complexo industrial-militar,<br />

Wall Street e as petroleiras.<br />

Intervenção<br />

Trump aumentou o orçamento<br />

do Pentágono para US$ 639 bilhões<br />

para manter 200 mil soldados<br />

e mais de 800 bases militares pelo<br />

mundo e, rompendo com as promessas<br />

de campanha, joga com a possibilidade<br />

de uma “guerra global”.<br />

Nas últimas semanas, recrudesceu<br />

as intervenções militares: atacou<br />

uma base militar da Síria, lançou<br />

a maior bomba não-atômica sobre<br />

o Afeganistão, ameaçou a Coreia<br />

do Norte e a China e retomou as<br />

ameaças à Russia, país para cujas<br />

fronteiras a Otan, controlada pelos<br />

EUA, vem deslocando tropas e bases,<br />

e inclusive um sistema antimíssil.<br />

Troika<br />

Na Europa os países seguem<br />

a cartilha recessiva da Troika e a<br />

ordem é reduzir salários, cortar direitos,<br />

benefícios, pensões e aposentadorias<br />

e perseguir imigrantes.<br />

A chamada “austeridade” defendida<br />

pelos neoliberais como caminho<br />

para gerar empregos é sinônimo<br />

de corte nos investimentos produtivos,<br />

nos serviços públicos e em<br />

programas sociais. A Alemanha, o<br />

verdugo da Europa, funciona como<br />

uma correia de transmissão de<br />

Wall Street sobre os povos do continente.<br />

Berlim vem pressionando<br />

até a destruição, economias como<br />

a da Grécia, cujo governo socialdemocrata<br />

traiu um referendo e se<br />

submeteu às exigências da Troika.<br />

Contra o desemprego e a política<br />

de destruição, o movimento<br />

sindical e outras organizações populares<br />

se levantam em toda Europa<br />

em gigantescas manifestações para<br />

barrar a devastação dos direitos e<br />

das economias nacionais. Os trabalhadores<br />

franceses se sublevaram<br />

contra a Reforma Trabalhista. Não<br />

cessa a resistência dos gregos e<br />

prosseguem as mobilizações e greves<br />

na Itália, Espanha e Portugal.<br />

Na Inglaterra, o povo votou contra<br />

a queda de salários e pelo Brexit.<br />

Na América Latina, a situação<br />

do Brasil é o maior exemplo<br />

de destruição que a submissão aos<br />

monopólios é capaz de provocar.<br />

A depressão causada pelos juros<br />

mais altos do mundo e pela abertura<br />

total da economia e a entrega<br />

das empresas ao capital estrangeiro<br />

chegou ao 4º ano de retração. Só<br />

nos últimos dois anos o PIB, Produto<br />

Interno Bruto caiu 7,4%. O PIB<br />

28<br />

<strong>brasil</strong>_<strong>mulher</strong>_ABRIL_2017.indd 28 18/10/2017 16:37:56


per capita, entre 2014 e 2016,<br />

encolheu 9,1%. O desemprego e<br />

o subemprego somados chegam<br />

a 24,3 milhões, dos quais, 7,5 milhões<br />

de empregos formais foram<br />

perdidos nos últimos 2 anos.<br />

Exemplo<br />

Enquanto o Brasil neste período<br />

andou para trás, a Bolívia,<br />

com Evo Morales, avança, passo<br />

a passo, mas de forma constante<br />

e consistente, deixando de lado<br />

a condição de país mais pobre<br />

do Continente Sul-Americano.<br />

Cresceu todos os anos desde<br />

2005 e, mesmo com a queda<br />

nas commodities, continuou crescendo<br />

(+4,8% em 2016 e 2015;<br />

5,5% em 2014; 6,8% em 2013).<br />

Nacionalizou as empresas de hidrocarbonetos<br />

e demais setores<br />

chaves da economia como eletricidade,<br />

telecomunicação, transporte<br />

aéreo e ferroviário entre outros.<br />

Para 2017, a previsão é mais<br />

um crescimento de 4,8%, o que<br />

coloca o país na posição do que<br />

mais cresce em todo o continente. E<br />

seu orçamento para investimento público<br />

em 2016 foi de US$ 6,395<br />

bilhões; sendo aplicados 47% em<br />

projetos produtivos, 30% em infraestrutura,<br />

20% na área social e 3% em<br />

área multissetorial.<br />

O exemplo da Bolívia é o<br />

que mostra mais claramente que<br />

todo país que defende e planeja<br />

sua econômica de forma independente<br />

para desenvolver sua<br />

indústria, consegue aproveitar a<br />

crise das grandes corporações<br />

para fortalecer a presença do Estado<br />

nas áreas estratégicas e na<br />

indústria de base, se desenvolver<br />

e aumentar os salários e os direitos<br />

sociais.<br />

Roosevelt também enfrentou a<br />

crise de 1929 com uma política<br />

oposta à dos monopólios, criando<br />

um plano e adotando mecanismos<br />

para impedir que os bancos seguissem<br />

comandando a economia,<br />

como a Lei antitruste por exemplo.<br />

Outro caminho<br />

Che Guevara em 1961, em<br />

seu discurso na Universidade do<br />

Uruguai, mostrou de forma muito<br />

clara que, para uma nação alcançar<br />

seu desenvolvimento, econômico<br />

e social, é indispensável que<br />

primeiro seja criada e fortalecida<br />

sua indústria: ”Se começamos a<br />

construir uma casa antes de construir<br />

a fábrica de cimento vai chegar<br />

um momento que não existirão<br />

riquezas para que essa casa possa<br />

ser habitada, pois não haverá trabalho<br />

para o homem que irá habitá-la,<br />

nem haverá garantia de que<br />

a família deste homem que recebeu<br />

uma casa, possa comer todos os<br />

dias com seu trabalho”. “O que temos<br />

que considerar é que primeiro<br />

vem o desenvolvimento. Toda a conquista<br />

de tipo social que não seja<br />

baseada no aumento da produção,<br />

cedo ou tarde vai fracassar”.<br />

O Brasil já demonstrou que<br />

os momentos de crise dos países<br />

centrais são os mais propícios<br />

para crescer. Foi durante o 1º Governo<br />

de Getúlio Vargas na década<br />

de 30, que o país mais se desenvolveu.<br />

Saiu de uma economia<br />

agroexportadora para construir<br />

sua indústria. Foi com base nesta<br />

industrialização que, durante 50<br />

anos (1930 a 1980), o país cresceu<br />

em média 7% ao ano.<br />

Recessão<br />

Hoje, com a submissão de<br />

nosso governo entreguista à política<br />

dos monopólios, retrocedemos ao<br />

período anterior a década de 30.<br />

O chamado “ajuste” impôs, nos últimos<br />

2 anos, uma queda real nos<br />

salários de 12%. Nesse mesmo período,<br />

foram entregues aos bancos,<br />

por meio de juros estratosféricos,<br />

cerca de US$ 316,7 bilhões.<br />

Para transferir mais recursos<br />

aos especuladores, o governo<br />

quer impor novos ajustes, flexibilizar<br />

direitos laborais e cortar<br />

as aposentadorias. Contra todas<br />

essas medidas, agravadas pela<br />

corrupção e o desvio de dinheiro<br />

público, os trabalhadores vão<br />

parar todo o país neste dia 28<br />

de <strong>abril</strong>. A adesão à greve e o<br />

apoio de todos os setores sociais<br />

são garantias para seu total êxito.<br />

Por último, gostaria de afirmar<br />

que estamos convencidos que<br />

o único caminho para um país se<br />

desenvolver é romper a dependência,<br />

se apoiar no investimento público<br />

e no Estado nacional. Não<br />

será com base na exportação de<br />

commodities que serão gerados<br />

empregos e o povo sairá da miséria.<br />

O caminho é o Estado, baseado<br />

em seu mercado interno, realizar<br />

a industrialização, combater<br />

as práticas monopolistas e promover<br />

um comércio exterior solidário.<br />

E a crise dos monopólios em curso<br />

abre uma alternativa concreta<br />

para o desenvolvimento industrial<br />

independente e o fortalecimento<br />

do Estado, do investimento e da<br />

educação públicos.<br />

Concluo destacando a importância<br />

da Federação Sindical Mundial<br />

que, desde sua fundação em<br />

1945, vem cumprindo o relevante<br />

papel de apoiar, estimular, fortalecer<br />

e unificar a resistência dos trabalhadores<br />

em todo o mundo e promover<br />

a solidariedade entre todos os povos<br />

em sua luta contra a dominação<br />

e por sua soberania.<br />

Viva a Luta e a unidade dos<br />

trabalhadores!<br />

Viva a Federação dos Sindicatos<br />

da Bielorrússia e sua unidade!<br />

Maria Pimentel –<br />

Secretaria de Relações<br />

Internacionais da CGTB<br />

29<br />

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Revista Brasil Mulher<br />

Agressão norte-americana à Síria já contabilizou mais de 400 mil mortos<br />

Não à agressão imperialista!<br />

Paz na Síria!<br />

A<br />

o povo sírio, par-<br />

Confederação<br />

das Mulheres do<br />

Brasil expressa sua<br />

solidariedade com<br />

ticularmente com<br />

<strong>mulher</strong>es e crianças que são as<br />

primeiras vítimas terrivelmente<br />

afetadas e devastadas pela<br />

guerra, vítimas de uma tragédia<br />

sem precedentes que, nestes<br />

seis anos, ja contabiliza mais<br />

de 400 mil mortos e 5 milhões<br />

de refugiados.<br />

Repudiamos a ação imperialista<br />

dos Estados Unidos, de<br />

seus líderes políticos ignorando<br />

a voz dos governos de todas as<br />

regiões, ao agredir a República<br />

da Síria, que para justificar o<br />

desrespeito ao direito do povo<br />

sírio à autodeterminação promove<br />

um novo ato de barbárie.<br />

O ataque militar norte-america-<br />

no direto contra a Síria – o primeiro<br />

em seis anos de intervenção<br />

descarada de Washington<br />

– foi feito sem que tivesse sido<br />

feita qualquer investigação no<br />

local do que havia ocorrido e<br />

sem qualquer deliberação do<br />

Conselho de Segurança da<br />

ONU, como exigido pela lei<br />

internacional e é, portanto, um<br />

crime de guerra. A ação visa<br />

unicamente atender aos interesses<br />

político-econômicos dos<br />

Estados Unidos e seus aliados<br />

na Europa.<br />

Reafirmamos nosso compromisso<br />

com as <strong>mulher</strong>es, com a<br />

paz mundial e contra as guerras,<br />

pela solidariedade entre os<br />

povos e a independência das<br />

nações da opressão imperialista,<br />

sem o quê não é possível a<br />

que as nações aspirem o desenvolvimento<br />

econômico e social<br />

para os seus povos e que a luta<br />

das <strong>mulher</strong>es por seus direitos,<br />

por igualdade e contra todas as<br />

formas de discriminação seja vitoriosa.<br />

Nos somamos às <strong>mulher</strong>es<br />

ao redor do Mundo na luta<br />

contra as invasões, guerras e<br />

agressões perpretadas pelo Imperialismo<br />

em diversos paises<br />

para submete-los e rapinar suas<br />

riquezas.<br />

A Siria, seu povo e suas<br />

<strong>mulher</strong>es contam com a solidariedade<br />

das <strong>mulher</strong>es guerreiras<br />

em todos os paises na terra.<br />

Vamos nos unir para uma solução<br />

contra esta conspiração e<br />

ataque americano e colonialista,<br />

com adesão ao direito internacional<br />

e solução com princípios<br />

humanitários, levantando<br />

a bandeira da Paz Mundial e<br />

o fim das Guerras.<br />

30<br />

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DIGA NÃO AO HIV E<br />

A AIDS!<br />

Conhecendo o HIV para sua proteção!<br />

Realização:<br />

Apoio:<br />

Parceira:<br />

FEDERAÇÃO<br />

DAS MULHERES<br />

PAULISTAS<br />

CNAB<br />

Congresso Nacional<br />

Afro-Brasileiro<br />

<strong>brasil</strong>_<strong>mulher</strong>_ABRIL_2017.indd 31 18/10/2017 16:37:57


Revista Brasil Mulher<br />

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